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Jornal Regional de Limeira www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA nº 18 Dezembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Nióbio é metal raro no mundo; 95% das reservas estão no Brasil Pág. 6 CIÊNCIA PEDRA PRECIOSA Laércio Baraldi fala da Parada LGBT e lembra casos de homofobia Pág. 7 CIDADANIA “QUEREMOS PAZ” Bandidos explodem caixa eletrônico do Banco do Brasil Pág. 2 VIOLÊNCIA BUM! CONSELHO TUTELAR Ausência de políticas para a infância e a juventude: marca de nossos governantes Pág. 3 JOVENS PRECISAM DE MAIS ATENÇÃO Prefeito eleito Paulo Hadich conta como pretende investir na nossa cidade ENTREVISTA EXCLUSIVA O QUE HÁ POR FAZER MARCOS SANTOS/USP IMAGENS

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Limeira 18

Jornal Regional de Limeira

www.redebrasilatual.com.br limeira

nº 18 Dezembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Nióbio é metal raro no mundo; 95% das reservas estão no Brasil

Pág. 6

CiênCia

pedra preciosa

Laércio Baraldi fala da Parada LGBT e lembra casos de homofobia

Pág. 7

Cidadania

“queremos paz”

Bandidos explodem caixa eletrônico do Banco do Brasil

Pág. 2

ViolênCia

Bum!

Conselho tutelar

Ausência de políticaspara a infância e a juventude: marca de nossos governantes

Pág. 3

joVens PreCisam de mais atenção

Prefeito eleito Paulo Hadich conta como pretende investir na nossa cidade

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2 Limeira

expediente rede Brasil atual – Limeiraeditora gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Ana Lucia Ramos, Enio Lourenço, Ivanice Santos, Lauany Rosa e William da Silva revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (19) 9708-0104 / (11) 3295-2800 tiragem: 15 mil exemplares distribuição gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.rede-brasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected] ou [email protected] facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual

jornal on-line

editorial

Depois do verdadeiro tufão de nome Silvio Félix, que em sete anos de governo atolou-se no mar de lama da corrupção e foi destronado do cargo pela população, chega a vez de re-nascer uma nova esperança. Seu nome é Paulo Hadich, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), um aliado da presidenta Dilma Rousseff, em quem o povo deposita seu voto, agora, de confiança. E Paulo Hadich, numa entrevista exclusiva ao jornal Brasil Atual, revela o que pretende fazer para repor a cidade nos trilhos e transformar Limeira – como ele mesmo diz – “no centro do Eldorado Paulista”.

Esta edição natalina também mostra que a questão dos me-nores na nossa cidade continua distante do governo estadual. Nem as novas unidades da Fundação Casa, ainda não inaugu-radas em Limeira, vão dar um fim a esse problema, que só se agrava no Estado e nos coloca a todos em compasso de espera por uma solução. Também nesta edição: a luta incansável da minoria limeirense que forma o grupo LGBT e o nióbio, pedri-nha preciosa que tem de monte no Brasil. É isso. Boa leitura!

Feliz Natal a explosão do caixa eletrônico

mais duas agências na cidade

Bandidos atacam Banco do Brasil do bairro Boa Vista

Uma será no bairro Boa Vista e a outra será no Centro

ViolênCia

Caixa

Na madrugada de 29 de no-vembro, bandidos invadiram o Banco do Brasil, no bairro Boa Vista, instalaram bombas e ex-plodiram o autoatendimento. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal (GCM) foram acio-nadas às 4h30 por vizinhos, que acordaram assustados com a explosão. Testemunhas vi-ram dois homens encapuzados adentrarem a agência usando um pé-de-cabra, que a Polícia Militar encontrou na calçada da agência. O valor levado pe-los marginais não foi informa-do. Restaram os estragos: dois caixas eletrônicos destruídos,

A nova unidade foi inau-gurada no fim de outubro, na Avenida Mogi Mirim, 657, bairro Boa Vista, numa área de 1.176 m², com 19 vagas de estacionamento e uma equipe de oito fun-cionários para atender ao público. Essa agência vai facilitar o acesso da popu-lação aos produtos e servi-ços bancários da Caixa, tais como linhas de crédito com as menores taxas de juros do mercado, e a programas do Governo Federal como Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família, entre outros.

estilhaços da bomba encon-trados no teto, nas paredes e nos vidros da agência e a par-te externa da porta giratória despedaçada. A segurança e a engenharia do Banco do Brasil

estiveram no local para avaliar a situação e tomar providên-cias. A agência voltou a operar no dia 30. O prédio deve passar por reestruturação, visto que a explosão abalou a estrutura.

No início do ano, deverá ser inaugurada a segunda agência no Centro, à Rua Dr. Trajano, próximo ao Terminal Urbano. As novas unidades fazem par-te das ações de expansão da

Caixa, presente em todas as cidades do Brasil. Hoje, a rede Caixa é composta por 3.191 agências (479 com Penhor). Em Limeira, há cinco agências da Caixa.

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3Limeira

“faltam políticas para a infância e a juventude”

Velhos problemas novas unidades da fundação Casa

Conselheira Claudinéia de Moraes diz que jovens deveriam ter mais atenção do poder público

Conselho tutelar

Em 1990, a partir da cria-ção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – lei que norteou as políticas para a infância e a juventude – nas-ceram os Conselhos Tutelares (CTs), com a atribuição de ze-lar e proteger os direitos des-sas pessoas contra violações, ameaças, omissão e abusos da sociedade, do Estado e dos pais ou responsáveis.

O primeiro Conselho Tute-lar de Limeira foi implantado em 1997. No entanto, os 15 anos ainda não foram sufi-cientes para se estabelecer um diálogo franco entre a entida-de e a sociedade limeirense. De acordo com a conselhei-

públicas para o setor. “Existe um abandono da infância, da adolescência e da juventude na falta de oportunidades e pro-jetos, principalmente nas peri-ferias. Ou quando existem não conseguem despertar o interes-se desse público. Então é preci-so inovar e trazer novas tecno-logias para a cidade.”

A conselheira lembra que há indicadores “muito ruins” em relação à gravidez na ado-lescência e à mortalidade in-fantil e de adolescentes infrato-res encaminhados à Fundação Casa. São índices que Limeira lidera na região. Quanto ao atendimento psicológico às vítimas de violência domésti-

ca e abuso sexual, Claudinéia lembra que o Conselho Tutelar precisou protocolar uma repre-sentação no Ministério Públi-co para contestar a morosidade do atendimento a crianças e jo-vens encaminhadas do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CRE-AS) – que funciona no mes-mo prédio do CT –, que está levando cerca de quatro meses para ser realizado. “Essa é uma competência do Creas, por se tratar de um atendimento de alta complexidade. Porém, uma criança que foi vítima de abuso sexual deve ter o aten-dimento no mesmo dia ou no máximo no dia seguinte.”

O Conselho Tutelar é composto por cinco con-selheiros, que exercem um mandato de três anos, com direito a uma recondução. Em Limeira existe apenas um CT, para atender os 276.000 habitantes. O município não faz valer a resolução do Con-selho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescen-te (Conanda), que prevê a criação de um CT para cada 100.000 habitantes. “A defa-sagem de conselheiros para atender às demandas reflete--se no resultado alcançado: não fazemos o atendimento como um todo e, com apenas um CT, não dá para atender

a uma cidade desse porte” – afirma Claudinéia.

A conselheira destaca a necessidade de substituir os computadores antigos e de mudar o CT para nova sede. “A localização do Conse-lho não é das melhores. Há uma linha férrea que passa nos fundos, causando muita barulheira. Como o trabalho já nos causa um estresse na-tural, essa inadequação nos cansa ainda mais. Quando há chuva, a gente sofre com as enchentes, pois o nosso espaço está próximo ao ri-beirão Tatu. Já perdemos processos e equipamentos foram danificados.”

ra tutelar Claudinéia Moraes do Amaral, 41, “ainda existe resistência da população em procurar o CT, pois ele é vis-to como um órgão para tirar a criança da família”. Por isso, segundo ela, a última gestão da entidade tenta focar as suas

ações em desmistificar o ECA, fazendo trabalho preventivo nas escolas, igrejas e associa-ções de sociedade civil.

Claudinéia diz que por cau-sa do preconceito que existe em relação ao Conselho Tutelar ocorre a ausência de políticas

Duas unidades da Funda-ção Centro de Atendimento Socieducativo ao Adoles-cente (CASA) vão compor o patrimônio público de Limeira. Com previsão de entrega para este mês, as duas sedes da instituição – que custaram cerca de R$ 4 milhões – , com capacidade para a internação de 40 jo-vens cada, localizadas na al-tura do Km 135 da Rodovia Anhanguera, são vistas com bons olhos pelo prefeito eleito Paulo Hadich.

“Eu entendo que a vinda das duas unidades é impor-tante para o município, por-que nós vamos poder ter os nossos adolescentes dentro do nosso próprio território. Assim poderemos dar uma atenção muito maior, dife-

rentemente da atual situação, quando eles vão para unidades longe da cidade e a família e a comunidade têm dificuldade de acesso e visita. Distantes de Limeira durante a internação, eles retornam para as suas mo-radias despersonalizados, sem sentir aquele vínculo de rela-ção com a própria família ou com a escola. A inadaptação acaba levando esses jovens para outros crimes e para ou-tros meios. Ele estando próxi-mo da gente há a possibilida-

de de fazermos um trabalho muito maior.”

Contudo, o delegado de polícia licenciado ad-mite que faltam políticas públicas municipais para a juventude no que tange a emprego, cultura, lazer e es-porte. “Isso faz com que Li-meira tenha um dos maiores índices do Estado no enca-minhamento de adolescen-tes para a Fundação Casa” – comenta Hadich. Para o prefeito eleito, uma saída é a parceria entre governo e sociedade civil na criação de projetos e programas que diminuam o número de recolhidos na Fundação Casa. “Devemos enxergar os adolescentes como seres humanos em formação” – conclui.

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serviçoConselho Tutelar de Limeira – Rua Capitão Bernardes e Silva, 144 – Centro – Telefone (19) 3446-8316 – Atendimento: Segundas e quintas, das 8 h às 18 h.

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4 Limeira

Prefeito eleito Paulo hadichentreVista exClusiVa

O advogado e delegado de polícia Paulo Hadich, 47, elegeu-se prefeito de Limeira pelo Partido Socialista Bra-sileiro, o PSB, com mais de 70 mil votos. Nesta entre-vista exclusiva ao jornal Brasil atual, ele fala como vai combater a corrupção na cidade, como pretende in-vestir nas áreas de saúde, educação, transporte e segu-rança pública e como vai atrair empresas, indústrias e universidades para consolidar Limeira como o “centro do Eldorado Paulista” Por Enio Lourenço

Fale de sua biografia.Meu nome é Paulo Hadich, 47 anos, casado e pai de três fi-lhas. Sou formado em Direito pela PUC-Campinas, especia-lista em direito administrati-vo. Vim para Limeira há 18 anos, ao ingressar na carreira de delegado de polícia. Des-de esse momento, envolvi-me com assuntos da cidade, com entidades assistenciais – Pa-trulheiros, Casa de Apoio dos Romeiros – e ajudei a criar o Departamento das Entidades Assistenciais do Ideli, que congrega todas essas organi-zações. Também participei da fundação do Centro de Resso-cialização, quando era diretor da cadeia pública de Limeira. Fui delegado em quase todas as unidades policiais da cida-de e, por quatro anos, também em Iracemápolis. Quando eu presidia os Patrulheiros, por causa das dificuldades do go-verno municipal, decidi ir para a política partidária e pleitear um mandato de vereador. Em 2008, filiado ao PSB, fui eleito vereador com 1.973 votos. O norte do mandato era focado na organização da sociedade civil. Em 2010, participei da eleição para deputado estadual

e obtive 28.055 votos e fiquei como primeiro suplente do partido. Agora, em 2012, fui candidato a prefeito e recebi 70.599 votos na coligação Um Novo Tempo para Limeira, formada pelos partidos PSB, PT, PMDB e PCdoB. E o PSB cresceu porque faz parte de um projeto de transformação do país, a partir da eleição e da reeleição do presidente Lula e da eleição de Dilma. O que é o novo socialismo?É continuar a se preocupar com as pessoas, sem esquecer--se das finalidades pelas quais o governo existe. Não adianta apenas trazer para o governo a concepção ideológica socia-lista, se não se consegue tra-duzi-la nos hábitos de gestão do próprio governo. Como o senhor vai encarar a corrupção na Prefeitura?Vamos iniciar uma reforma administrativa para qualquer cidadão olhar a estrutura ad-ministrativa da Prefeitura e entender como ela funciona. Hoje não adianta, por exem-plo, só criarmos unidades de saúde. Importa diminuir a in-cidência de doenças, aumentar o índice de cura, saber quantas vezes a pessoa teve de ir ao

médico numa Unidade Bási-ca de Saúde (UBS) para que seu problema fosse resolvido. Se você tem regras claras de funcionamento da máquina administrativa, você diminui a corrupção. Outra coisa: ser transparente! Nós temos fer-ramentas de tecnologia que permitem ter uma relação de transparência com a popula-ção, que qualquer pessoa te-nha acesso a um documento ou contrato da Prefeitura. Ao

fazer isso, você permite mais controle social, que vai ser um dos focos de diminuição da corrupção. A terceira coisa é a participação popular por meio dos Conselhos de Direitos, das Conferências Municipais, do Disque 156, em que uma pessoa faz uma ligação e ob-tém num prazo razoável uma

resposta positiva ou negativa, mas com uma justificativa que acompanhe a resposta. Essa é a postura do governo que a gente pretende desenvolver.O que o senhor vai fazer na saúde da cidade?A gente vai construir uma Unidade de Pronto Atendi-mento (UPA), já há recursos para isso, e pretende trazer mais duas ou três UPAs para o município, com a ajuda do governo federal. E investi-remos na saúde preventiva, para que todos os bairros com grande população rece-bam unidades do Programa Saúde da Família. Vamos transformar o que no passa-do se chamava Postão num centro de especialidades, na Policlínica Municipal. Va-mos direcionar a Santa Casa e a Humanitária para o aten-dimento de média e alta com-plexidade. Precisamos con-vencer também o governador a investir mais, a negociar a melhoria da farmácia de alto custo, transferida de Limeira para Piracicaba. Nós vamos estabelecer relações com o governo do Estado, porque o investimento no município está muito aquém do possí-

vel, necessário e do que é de-terminado legalmente.E na educação?A nota de Limeira no Ideb, abaixo da média estadual, é motivo de preocupação e mostra que temos de rever os processos da área educacio-nal. Há pouco tempo, tivemos vários problemas: na meren-da, com software de gestão e na aquisição de lousas eletrô-nicas que não foram colocadas em uso porque os profissio-nais não foram treinados para utilizá-las. Temos ausência de professores em sala de aula e completa ausência de plane-jamento. Temos alunos que dependem de maior suporte pedagógico, que deveriam tra-balhar cada dia com um pro-fessor diferente. Devemos su-prir a demanda de vagas para crianças de zero a três anos e começar a investir forte na população adulta analfabeta que, em Limeira, chega a 4%. Precisamos zerar esse núme-ro. A questão é a concepção de educação, que não deve se ater a mero conteúdo. Tem de ser transmissora de valores, na qual os conteúdos são uma ferramenta do processo de in-clusão de valores. E isso só é

“A partir de janeiro, qualquer

cidadão vai olhar a estrutura administrativa da Prefeitura e entender como ela funciona”

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possível se formos à casa do aluno, se trouxermos a família e a comunidade para dentro da escola. É essa relação família--escola, comunidade-escola, que permite a construção de um processo que produza ho-mens e mulheres de bem para o futuro de nossa cidade.Quais os mecanismos que se-rão criados para concretizar essa relação?Diversos mecanismos: a troca de informações entre a família e a escola, a visita à família pela escola, a utilização do espaço da escola como espaço de convivência da comunida-de. A gente tem comunidades, por exemplo, sem equipa-mento esportivo, de cultura e de lazer. Em outros bairros, contudo, a gente tem um pré-dio público que fica fechado à noite e nos fins de semana. E a escola poderia ser usada pela comunidade para desenvolver projetos próprios e atender os alunos que estão em dificul-dade. A coordenação interse-torial dessas políticas é que permite à escola detectar as necessidades da geração de renda, os problemas de saú-de e de segurança no bairro. A escola tem de ser o espaço centralizador em que todo o bairro gira em torno dele.Como delegado de polícia, o senhor conhece bem os pro-blemas de segurança pública da cidade. Dá pra melhorar?A gente tem um déficit eleva-do de profissionais na Polícia Civil, o que é bastante grave. Também faltam profissionais na Polícia Militar e é preciso ampliar o quadro da Guar-da Municipal. Mas mais que tudo, é preciso integrar as po-lícias com a comunidade. Te-mos de parar de atuar em cima dos efeitos e passar a atuar em

cima das causas. Por exemplo, prendem-se traficantes todo o dia, mas não se fecham os pontos de drogas em que eles atuavam. Temos de começar a fechar esses pontos de drogas. E isso só é possível com um planejamento estratégico que envolva toda a comunidade. É esse envolvimento de lide-ranças de bairro, comercian-tes, lideranças religiosas que permitirá atingir as causas da violência. Outra coisa: quando você passa a mapear as cau-sas, você percebe que os bair-ros com maior incidência de violência são também os mais carentes de atuação do poder público. São os bairros em que mais faltam escolas, UBSs, Centros Esportivos, cultura, lazer, onde mais falta integra-ção da escola com a comuni-dade. Por isso, a ideia é tratar os bairros mais carentes com prioridade, onde eu tenho de colocar a saúde, a educação, a promoção social.E o transporte público? O transporte coletivo sempre foi deixado de lado. Há com-pleta ausência de planejamen-to. Vamos ter de replanejar as linhas, sabendo que existe um contrato em vigor. Mas, com uma pesquisa entre os usuários de origem-destino e levando em conta os pontos onde há maior concentração de pessoas, que é por onde as linhas devem passar, dá pra fazer isso. Porque a intenção é conceber a cidade de uma forma diferente. Limeira foi sendo construída e emendada aos pedaços. Ninguém a pen-sou como um organismo vivo, que deveria funcionar como um todo. Existem regiões com alta densidade populacional onde não há equipamentos de saúde ou de educação à altura

para atender à demanda. Você não tem a descentralização dos serviços administrativos. Nós vamos iniciar um repla-nejamento, que ultrapassa os quatro anos de governo. Te-mos de pensar a cidade para daqui a 30, 40 anos. Ou seja, uma parte será feita agora, para que os próximos gover-nos façam as partes que virão na sequência.

Como será a política de ge-ração de empregos? É preciso desenvolver a ci-dade de modo sustentável. Não basta trazer a empresa e o emprego, é preciso pensar na população que vai traba-lhar nela, na qualidade dos empregos que teremos, na quantidade de equipamen-tos públicos à disposição na saúde, na educação, no trans-porte. Nosso aeroporto, que

está para ser concluído, pode ser ampliado e virar um pon-to fomentador da vinda de empresas para o município. Então, é preciso disposição para buscar a vinda de em-presas que tragam empregos com alto valor agregado. Daí a nossa disposição de investir na formação e na qualificação de pessoas. Hoje, temos cin-co Universidades privadas e a Unicamp, com a Faculda-de de Ciências Aplicadas e a Faculdade de Tecnologia. Te-mos dois colégios técnicos do Estado, alguns privados, enti-dades assistenciais, o Senai, o Senac. Há a disposição do go-verno do Estado em ampliar o Colégio Técnico Dr. Trajano e trazer a Fatec. E, claro, a nossa luta para a vinda de um Instituto Tecnológico Federal para Limeira.Quais são as contrapartidas do município para a instala-ção dessas empresas?Serão negociadas caso a caso. Toda empresa de grande porte que se instala no município faz um estudo de vários cenários possíveis e muita coisa é le-vada em conta. Antigamente, tudo se resumia a concessão

de um terreno e a isenção de impostos. Hoje é muito mais complexo. A disponibilidade de mão de obra no município é um fator mais importan-te até do que a concessão da área e a redução de impostos. Assim como a capacidade do município de tratar os seus resíduos sólidos, a disponibi-lidade de transporte – a gente está servido por três rodovias (Washington Luís, Bandeiran-tes e Anhanguera) –, a trans-formação do aeroporto num portão de entrada e saída de mercadorias. Tudo isso é que vai servir para que a gente negocie e transforme Limeira em uma cidade atrativa, sem contar que ela está no centro do Eldorado Paulista. O que Limeira pode esperar nos próximos quatro anos?Trabalho e disposição de um governo que quer se fazer com cada limeirense, com as pes-soas que amam a cidade. Pre-cisamos que todas as pessoas participem desse processo de transformação, de crescimen-to, que Limeira vai experi-mentar nos próximos anos. E isso só é possível se todos nós fizermos juntos.

saúde, Cultura e lazer: os bairros mais carentes terão prioridade nos investimentos

“Vamos lutar para ter um

Instituto Tecnológico Federal em Limeira”

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CiênCia

nióbio: elemento raro no mundo e abundante entre nós

exportar só o minério não basta

Mais de 95% das reservas mundiais desse mineral estratégico estão no Brasil Por Cida de Oliveira

Um metal raro no mundo e abundante no Brasil começa a destacar-se: o nióbio. Usado em aços e ligas metálicas de grande rigidez, dureza e esta-bilidade térmica, em cápsulas espaciais, mísseis, foguetes, reatores nucleares, aparelhos de ressonância magnética, to-mografia e semicondutores, ele mostra-se cada vez mais versátil. Exemplo: dois litros de um novo biodiesel mineral derivado dele, com qualidade testada e comprovada, estão nas prateleiras do Laboratório de Síntese e Análise de Pro-dutos Estratégicos (Lasape),

Até a década de 1970, o Brasil exportava apenas o con-centrado do minério, de pouco valor agregado. Em busca de tecnologia, o então Ministério da Indústria e Comércio criou o Projeto Nióbio, em parce-ria com a CBMM. A empresa fornecia o minério e pagava os salários de quase uma cen-tena de pesquisadores chefia-dos por Daltro Garcia Pinatti, do Instituto de Física da Uni-camp. O governo custeou ins-talações e equipamentos.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil concentra mais de 95% das reservas mundiais – outras fontes estimam 98%. Em 2010, a produção do concentrado do minério alcançou 63 mil toneladas, além de 53 mil toneladas de uma liga de ferronióbio, das quais 45 mil foram expor-tadas por US$ 1,56 bilhão. No mesmo período, 4 mil toneladas de óxido de nióbio foram produzidas, das quais foram exportadas 1.500, a US$ 44 milhões.

O Plano Nacional de Mi-neração estima um cresci-mento de 5,1% no mercado interno e 3,8% no mercado externo até 2030. As princi-pais reservas minerais estão nos municípios de Itambé (BA), Itapuã do Oeste (RO),

dor das pesquisas da UFRJ. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesqui-sadores do laboratório de Me-talurgia e Solidificação do De-partamento de Engenharia de Materiais criaram, a partir do nióbio, uma prótese de qua-dril que, além de mais barata e resistente, não provoca rea-ções inflamatórias e alérgicas no paciente. “Quando o pro-duto for produzido em escala industrial, o país ficará inde-pendente da tecnologia estran-geira” – explica o engenheiro e pesquisador Éder Sócrates Najar Lopes.

do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Falta ape-nas o interesse das indústrias para ser produzido em larga escala.

No mesmo local, há mais de dez anos, foi criado o pen-

tacloreto de nióbio, substân-cia que revela resquícios de sangue lavados de cenas de crime, o que facilita as inves-tigações. Mais barata que o luminol original americano, a versão brasileira já é usada pelo Instituto de Criminalísti-

ca Carlos Eboli, da Polícia Ci-vil do Rio de Janeiro. “Por ser revelador de restos invisíveis de sangue, onde proliferam as bactérias, o produto é usa-do contra infecção hospitalar” –, diz o farmacêutico Cláudio Cerqueira Lopes, coordena-

as nossas reservas

Catalão e Ouvidor (GO), Araxá e Tapira (MG) e Pre-sidente Figueiredo e São Gabriel da Cachoeira (AM). A de São Gabriel, a maior, esteve na mira do governo FHC: em 1997, houve a in-tenção de vendê-la por R$ 600 mil. A reserva é capaz de abastecer o consumo mundial por mais de mil anos.

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O engenheiro Hugo Ricardo Sandim, professor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), no interior de São Paulo, parti-cipou do projeto. Ele conta que

em 1978, quando a instituição ainda não estava incorporada pela Universidade de São Paulo (USP), teve início a construção do laboratório. Hoje desativa-das, as instalações preservam o forno de feixe de elétrons im-portado da Alemanha, que já foi o mais moderno do mundo. “Além de formar mão de obra qualificada, o projeto forneceu material para diversos labora-tórios estrangeiros estudarem mais sobre o potencial do nió-bio” – conta Sandim.

No Brasil, ele é abundan-te nas rochas columbita-tan-talita, nas quais podem ser encontrados quartzo, felds-pato, mica, estanho, tungstê-nio e pedras preciosas como água marinha e topázio. Além do nióbio, as rochas

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Como ele aparece na naturezareúnem níquel, cobre, titânio e minerais nucleares como tório e urânio. Hoje, existem diversas formas de extrair e processar o nióbio. Em geral, depois de detonadas as rochas, o minério segue para britagem e moagem até a obtenção de

grânulos bem pe-quenos. Depois há processos de sepa-ração para retirada das impurezas. O nióbio está então pronto para ser utiliza-do na produção de ligas me-tálicas altamente resistentes.

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7Limeira

lésbicas, gays, bissexuais e travestis clamam por pazLaércio Baraldi relembra casos de homofobia e da luta que lidera por políticas públicas

Cidadania

Limeira realizou em dezem-bro a 3ª Parada LGBT. O tema: “Chega de Violência! Quere-mos paz”. Nesta entrevista ao Brasil Atual, o estudante de turismo e coordenador geral da ONG Centro de Apoio a Diver-sidade, Laércio Baraldi, fala dos avanços de seu coletivo para desmistificar o preconceito con-tra os homossexuais na cidade. Qual é a história do movi-mento LGBT em Limeira?Em 2010, a gente fundou a ONG Centro de Apoio a Di-versidade (CAD), em Limei-ra, porque sabia que a comu-nidade LGBT (um acrônimo referente a lésbicas, gays, bis-sexuais, travestis, transexuais transgêneros e simpatizantes) é grande na cidade. O CAD nas-ceu para agregar a comunida-de LGBT. Além disso, a gente passou a fazer palestras nas escolas e a outros grupos sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e trabalhos de prevenção, com a distribuição de preservativos e panfletos para grupos vulneráveis como travestis e garotas de progra-ma. Dessa maneira, consegui-mos ser reconhecidos no ano passado como uma entidade pública municipal. No mesmo ano, eu fui contemplado pelo projeto do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cul-tura do Estado (PROAC), para fazer eventos sobre a temática LGBT e resolvi doar o dinheiro ao CAD, para fazermos algo na cidade. O primeiro evento foi a 1ª Parada LGBT de Limeira, em dezembro de 2010. Foi tudo muito simples, não tivemos o

apoio da Prefeitura e fizemos um ato parado, sem marchar pela cidade. Já na segunda edi-ção, em 2011, o evento entrou no calendário oficial da cidade, por meio de um projeto da Câ-mara Municipal. A 2ª Parada também não teve grande ajuda do poder público, devido ao problema político de corrup-ção do ex-prefeito Silvio Félix. Conseguimos recursos na úl-tima semana. O Sindicato dos Bancários doou uma quantia em dinheiro e o restante veio por meio de rifas. Já a Para-da LGBT deste ano começou com uma marcha na Marginal Oeste e o encerramento foi no final da Avenida. Lá foi mon-tado um palco que contou com shows da banda Os Gravatas, da banda 13, de Campinas, e de drags queens, etc. A Secre-taria de Turismo nos apoiou com a estrutura, assim como o Sindicato dos Comerciários de Limeira (Sinecol) e o Sindica-to dos Bancários, que apoiou a gente em todas as edições.

A Parada é uma festa ou um ato político? As duas coisas. Durante a se-mana que antecede o evento, nós realizamos a Semana da Diversidade, com palestras sobre direitos humanos, saú-de, cultura. E todas essas ati-vidades terminam com uma happy hour e uma festa. Já a Parada LGBT é um ato polí-tico em tom de festa. Muitas pessoas pensam que é um car-naval, mas não é. Para nós, é muito mais do que isso. É uma forma de mostrarmos que es-tamos aqui, que existimos, que queremos respeito. Muitas pessoas às vezes perguntam: vai ter bastante gente pelada na Parada? E temos de expli-car que ela não é um carnaval. É uma marcha política em que buscamos políticas públicas para a comunidade LGBT na saúde, na cultura, no turismo, na segurança pública. A Pa-rada LGBT é um evento que não é só nosso, de que todo mundo pode participar. Como

dizemos em nosso site: “nós somos iguais a todo mundo” Já ocorreram casos de ho-mofobia na cidade?Ano passado houve dois casos de agressão. Um casal de lés-bicas foi agredido numa lan-chonete e um travesti morreu no Centro da cidade, crime até hoje não esclarecido. O travesti

morreu em frente ao Colégio São José, que possui uma câ-mera em sua entrada. Ali perto também havia outra câmera, esta da Prefeitura. As duas, coincidentemente, não funcio-navam nesse dia. Nós achamos o fato muito estranho. O caso foi abafado. Este ano, feliz-mente, não tivemos casos de

“Ano passado, um casal de lésbicas foi

agredido e um travesti morreu

em Limeira”

agressão. Mas a discriminação no mercado de trabalho ainda existe. Muitos empregadores não contratam homossexuais e travestis. Outro problema ocor-re na rede pública e particular de saúde. Quando é detecta-da alguma doença no Serviço Especializado em Moléstias Infectocontagiosas (Semil), a pessoa é encaminhada ao “Pos-tão”. Lá, no Departamento de Vacinas, onde o pessoal aguar-da para fazer as consultas, há atendentes que questionam o porquê da receita de determi-nada vacina – é possível que os médicos não coloquem o CID (Código Internacional de Doenças) nos pedidos – e constrangem os pacientes. Os atendentes instigam as pessoas até que elas falem publicamen-te que são portadoras de HIV, hepatite. O constrangimento também ocorre em laboratórios particulares. Muitos pacientes acabam se tratando em Piraci-caba, Araras, Campinas, por-que se sentem inibidos aqui. Qual mensagem você deixa sobre a causa LGBT? A mensagem da Parada – Che-ga de Violência! Nós Quere-mos Paz! E a gente não fala só da violência física, mas da violência moral. Os negros, como os gays, sofrem discri-minação. E quando se fala de um afrodescendente, homos-sexual e pobre, ela é maior ainda. A gente quer paz mes-mo! Quer se reunir, debater, porque todo mundo é igual. A gente paga o imposto, igual a todo mundo. Por que com a gente teria de ser diferente?

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Page 8: Jornal Brasil Atual - Limeira 18

8 Limeira

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respostas

PalaVras Cruzadas

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As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

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TAURAMAEARNVEANIVIOLEIROIgOCOLOREMACIANOANdARAOTOINIddNAACACOSAAdCAICARA

LABLAgOO

horizontal – 1. Instrumento usado para criar texturas em paredes 2. dom, personagem de Miguel de Cervantes; Banda de rock norte-americana, extinta em 2011 3. Pessoa perita em certo assunto; Mulher que deu à luz 4. Associação de Recursos Naturais; Nome da letra V; O mesmo que anum5. que fabrica instrumentos de corda; Conhecido site 6. Ocidental; Cheiro agradável; Ave corredora parecida com o avestruz 7. Cor azul-esverdeado; Caminhar, ir 8. Espécie de macaco americano; Em, em inglês; Componente da psique 9. Ácido desoxirribonucleico; Fragmentos de vidros quebrados 10. Associação Acadêmica de direito; Habitante do litoral que vive da pesca 11. Laboratório (abrev.); Extensão de água cercada de terra.

Vertical – 1. Escola de química; Pessoa que atribui a si própria uma tarefa 2. Relativo à nutrição 3. Certo instrumento de cordas; Amarrada 4. Mensageiro que leva oferendas aos orixás; deus da agricultura e da fertilidade, na mitologia havaiana 5. Tampouco, em inglês; Cada argola de uma corrente; Acre 6. Adorno, enfeite; Alagoas 7. Preposição que também indica motivo ou causa; Condição ou hábito de errante 8. Atlético Clube goianiense 9. Mulher que participa de congregação ou grupo religioso; Publicação de uma obra (livro, revista, etc.) 10. Restitui o ânimo 11. Tratar com meiguice; que goza de saúde física e mental.

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