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> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> Redes sociais de relacionamentos: um grande desafio e uma grande possibilidade para a prática metodológica no ensino de História <> <> <> Por: Alan Charlles da Silva Souza <> <> <> Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

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Redes sociais de relacionamentos: um grande desafio e uma grande possibilidade para a prática metodológica

no ensino de História <> <>

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Por: Alan Charlles da Silva Souza

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Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

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<> Redes sociais de relacionamentos: um grande desafio e uma

grande possibilidade para a prática metodológica no ensino de História <>

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Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Tecnologia Educacional.

Por: Alan Charlles da Silva Souza.

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AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus, por me permitir trilhar

longos caminhos e ter o prazer de chegar

ao final desta Pós-Graduação.

Aos meus queridos pais, Amadeu Buenos

e Maria José, por investirem e

acreditarem em minha educação, e

também, serem os pilares do meu porto

seguro.

A minha querida Keila Sousa, por

incentivar em meus estudos, além de ser

uma fonte de inspiração para o

conhecimento.

A prezada professora Mary Sue Pereira,

por compartilhar seus conhecimentos nas

aulas de Educação a Distância (EAD) e

por me orientar neste trabalho

monográfico.

Aos meus amigos e colegas da Pós-

Graduação em especial o Jarbas e o

Paulo, cumplices de ideias e

companheiros no compartilhamento de

experiências.

Aos meus amigos e colegas da Marinha

do Brasil, por compreenderem e também

me ajudarem nos momentos difíceis entre

meu trabalho e a continuidade desta Pós-

Graduação.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, meus irmãos, aos

meus amigos e colegas da Pós-

Graduação. Ainda, dedico este trabalho

monográfico aos docentes e

pesquisadores da área de educação,

como contribuição para pesquisa e

futuros desdobramentos.

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RESUMO

As redes sociais de relacionamento há alguns anos vêm sendo uma

interessante ferramenta na comunicação e interação social. Dados recentes

apontam que bilhões de pessoas em todo o planeta estão conectadas a essas

redes, demonstrando que a cada dia mais usuários aderem a diversas redes.

No Brasil não seria diferente, milhões de usuários e em sua maioria jovens,

compõe várias redes e grupos sociais que se entrelaçam e, diariamente

aproximam pessoas em diversos lugares de diferentes e distantes do globo.

Nota-se o quanto estamos inseridos em uma “sociedade da

informação”, conectados por redes virtuais que estão ligados em vários tipos

de relações, partilhando valores e objetivos comuns. Crianças e adolescentes,

jovens e adultos, hoje, participam desse emaranhado de informações sem

precedentes. Ao mesmo tempo, o que poder-se-ia fazer para tirar proveito

dessas redes sociais na aplicação nos ambientes escolares.

Dessa forma, este trabalho monográfico tem o objetivo de dialogar com

a tecnologia e sua evolução em sociedade, para fazer entender como

ocorreram as mudanças, transformações do homem em seu contexto social no

transcorrer da história. Por outro lado, é preciso termos ideia como a educação

evoluiu e ao mesmo tempo interagiu com a tecnologia de cada momento.

Assim, lançar o desafio ou mesmo a possibilidade de ensinar utilizando uma

rede social, com o intuito de adaptar propostas metodológicas que se adequem

a realidade de nossos alunos em seu contexto educacional.

Finalmente, analisar, refletir, dialogar com a temática das tecnologias,

redes sociais e educação são alguns dos propósitos deste trabalho. Assim

poder contribuir e ajudar para o processo de ensino aprendizagem, criando

novas janelas e possibilidades, principalmente como apoio pedagógico.

Transformando deste modo, a sala de aula em um ambiente envolvente e

agradável.

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METODOLOGIA

Na perspectiva das novas mídias que a cada dia surgem associadas a

tendências da rapidez de um raciocínio lógico, crítico e reflexivo o uso das

tecnologias na educação têm como papel, ultrapassar as fronteiras do educar

convencional, dando oportunidade às escolas de renovar a forma de se

trabalhar os conteúdos programáticos.

A construção deste trabalho monográfico pauta-se na análise de

temáticas atuais relacionadas às redes sociais e, a pesquisa bibliográfica

interdisciplinar, como referencial teórico. Além disso, interagir com outras

ciências que estudam e tratam sobre a importância das tecnologias no

contexto educacional.

Para articulação e reflexão deste trabalho foram realizadas análises e

coleta de dados sobre alguns sites de redes sociais. Ainda, pesquisas com o

propósito de mediar à convergência e o diálogo dessas múltiplas redes com a

possibilidade aplicação na educação. Nesse sentido, este trabalho foi dividido

em três capítulos, procurando desdobrar a evolução da humanidade e sua

ligação com a tecnologia. Destacando também, a interação, intermediação e

diálogos históricos com a tecnologia e seus desafios para a sociedade da

informação.

Por fim, analisar as redes sociais de relacionamentos com o intuito de

utilizá-las como ferramentas nas práticas metodológicas e ensino

aprendizagem. Desse modo, desdobrar tais recursos para o ensino de História,

como forma de torná-los desafiadores e ao mesmo tempo possíveis para

construção de conhecimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I - Sociedade em evolução 10

CAPÍTULO II - Tecnologia: intermediação e interação na Educação 21

CAPÍTULO III - A História nas redes sociais: algumas possibilidades

para o ensino 37

CONCLUSÃO 52

BIBLIOGRAFIA 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 59

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INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura, notórias são as observações em que, jovens e

adultos estão inseridos nas chamadas “novas tecnologias”. Sem precedentes,

esses recursos tecnológicos e midiáticos, envolvem e fascinam, aproximam

distâncias inimagináveis pelo homem, facilitando assim, o cotidiano do homem

contemporâneo. Observa-se que as próprias redes sociais estão evoluindo,

assim como o homem vem se adaptando e readaptando ao longo de seu

processo histórico em sociedade.

Por outro lado, a Educação no Brasil passa por transformações devido

à monotonia da repetição e aos diversos problemas que estão presentes nas

salas de aulas, como a desmotivação dos alunos a falta de preparo dos

professores e também, a má adequação das instituições de ensino frente aos

novos meios tecnológicos. Pois, essas tecnologias são apoio que permitem

realizar atividades de aprendizagem de forma diferentes às de antes.

As instituições escolares continuam sendo um importante referencial

na formação dos nossos jovens para a vida. Ainda, cabe à escola um espaço

para inovação, troca de conhecimento e experimentação saudável para novos

caminhos. O interagir nesse sentido, ganha uma nova conotação para dialogar,

intermediar e analisar as práticas pedagógicas. Conforme, os estudos de Lev

Vygotsky, “o aprendizado decorre da compreensão do homem como um ser

que se forma em contato com a sociedade”. Pois na ausência do outro, o

homem não se constrói homem, escreveu o psicólogo (Vygotsky, 2013, p.1).

Nesse sentido, ao analisarmos as redes sociais de relacionamentos,

temos um grande desafio e uma grande possiblidade para a prática

metodológica no ensino, que é dialogar com esses meios e retirar deles,

alguns benefícios para uma sala de aula interativa, criativa e dinâmica.

Consequentemente, no ensino de história não seria diferente, mediar, como

exemplo, uma proposta de aula voltada e aplicada no facebook, usando essa

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interessante plataforma compostas de multimídias para debates e reflexões,

troca de informação e compartilhamento de conhecimentos.

Ressalta-se que, a informática na educação possibilita ao educando a

construção do seu conhecimento, transformando a sala de aula em um espaço

real de interação e troca de resultados. No entanto, torna-se necessário a

importância que todo o professor deva entender que é preciso deixar de ser

um mero repetidor da informação, para ser aquele que, além de orientar o

aluno como estudar, possa agregar sua experiência na mediação com os

recursos tecnológicos, tornando a aprendizagem muito mais rica e proveitosa.

O uso de computadores nada mais é do que, o meio e não o fim, isto

é, eles não são solucionadores de problemas corriqueiros que acontece nas

instituições escolares, como também na formação dos professores. Entretanto,

podem se tornar poderosas ferramentas quando bem aplicadas e organizadas

pelo docente como mediador é detentor de uma parte do conhecimento teórico

a ser estudado.

Desta forma, este trabalho tem o objetivo de apresentar em três

capítulos, desdobrando estudos a respeito das possibilidades do uso das redes

sociais de relacionamentos como prática metodológica da tecnologia

educacional em especificamente no ensino de História.

O primeiro capítulo apresenta uma abordagem de alguns dados sobre

desenvolvimento das tecnologias sua evolução e contribuição como

ferramentas metodológicas. Analisar ainda, as mudanças sociais e culturais

desde as culturas formadas pela oralidade até a digital ou em rede.

O segundo capítulo abordará as questões teóricas como às políticas

públicas educacionais relacionadas ao ambiente na qual está inserido as nova

tecnológicas. O dialogo com outras ciências sobre a importância da tecnologia

no contexto educacional e sua relevância com as redes sociais nas relações

humanas. Observar também, até que ponto as redes sociais podem influenciar

negativamente ou positivamente nas relações intra e interpessoais.

No terceiro capítulo, uma análise mais específica e disciplinar da

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possibilidade do ensinar e aprender História por intermédio das redes sociais

de relacionamentos. Com o propósito de mediar à convergência e o diálogo

com as plataformas de interação e comunicação mais utilizadas. Ainda

observar, como às instituições de ensino estão preparadas para o ensino da

tecnologia educacional e quais as propostas para desdobramentos e metas

futuras.

Por fim, não restam dúvidas sobre relevância do tema e sua

importância para aplicação em um ambiente educacional. Pois é preciso,

quebrar a inércia dos ambientes escolares, diante de tantas mudanças sociais

que a tecnologia vem nos proporcionando.

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CAPÍTULO I

SOCIEDADE EM EVOLUÇÃO

“Sem dúvida, a tecnologia nos atingiu como uma avalanche e envolve a todos. Como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para mudar a educação. Sem dúvida, as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e de tempo, estabelecendo novas pontes entre o estar juntos fisicamente e virtualmente” (Moran, 2000, p.8)

A história em suas escritas, resquícios e marcas deixadas no passado

por nossos antecessores, nos mostram o quanto evoluímos aos logos desses

milênios. O homem na busca para facilitar o modo de viver, como também para

enfrentar as demandas de suas necessidades ou mesmo curiosidade sempre

buscou um modo de evoluir tecnicamente frente sua conjuntura em sociedade.

No entanto, muitas dessas tecnologias foram bem aplicadas, na qual

readaptaram o modo de viver, mudando radicalmente a história da

humanidade. Por outro lado, algumas dessas evoluções ligadas às tecnologias

também trouxeram mudanças, facilidades e oportunidades, mas também

possibilidades e desafios para seu uso adequado.

Conforme o trecho de José Manuel Moram, a tecnologia nos atingiu,

como também nos envolveu, de forma até então sem precedentes. Por esse

motivo, observa-se que homem sempre buscou por tanta evolução e, na

educação não seria diferente. Muitas conquistas foram alcançadas ao tentar

adaptar essa novas invenções como solução rápida para mudar e melhorar a

educação, mas também nem sempre essas adaptações foram satisfatórias.

Para isso, este capítulo tem o propósito de elucidar um pouco dessa

evolução do homem em sociedade e como o desenvolvimento das inovações

tecnológicas foram inseridas e influenciadas na educação.

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1.1 – Uma breve conjuntura da humanidade

A compreensão das relações em sociedade entre passado e presente

é uma das mais intrigantes questões da história. Fontes mais antigas de

humanos datam da pré-história. Desde os hominídeos, conceito dado pelos

cientistas à família biológica da qual fazem parte, os seres humanos atuais,

grandes evoluções ocorreram a milhões de anos em nosso planeta.

Dotado de um cérebro extraordinário, a espécie humana foi capaz de

criar e descobrir. O “sabe reflexivo”, a qual o ser humano possui, são

identificados e classificados como o “ser que sabe, que sabe” ou “sapiens

sapiens” (Cotrim, 2005, p.23). Isso foi fundamental para destacar o homem dos

outros seres, tal saber proporcionou aos humanos novas formas de

adaptações e relações sociais.

O controle do fogo há 500 mil anos, segundo o historiador Gilberto

Cotrin foi talvez uma das maiores conquistas do homem na pré-história, pois

propiciou uma nova forma de se alimentar ao cozinhar seus alimentos, como

também suportar o frio e proteger-se de animais perigosos. Ainda, ao

passarmos da situação de caçadores-coletores para a sedentária, novas

formar e melhorias de vida contribuíram para a adaptação do homem e, no

desenvolvimento de tecnologias rudimentares para a sua sobrevivência

(Cotrim, 2005, p.27 e 28).

Outro passo importante da humanidade foi à forma como se

comunicava. Nas chamadas “sociedades Ágrafas” a oralidade até então a

única forma de comunicação, tinha no uso da memória o único refugio para

transmitir conhecimentos que foram repassados por centenas de gerações.1

Conforme, o filósofo da informação Pierre Lévy, a oralidade estava

classificada em primária que remetia ao papel da palavra antes que uma

sociedade tenha adotado a escrita e a oralidade secundária que está

1 Sociedade Ágrafa - modelo de sociedade onde está ausente um tipo de grafismo, o da escrita linear e fonética, que caracteriza a sociedade ocidental, sem com isso querer negar outros sistemas gráficos de escrita.

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relacionada a um estatuto da palavra que é complementar ao da escrita

como conhecemos hoje (Lévy, 1995, p.47).

No entanto, a escrita permitiu ao homem, o registro de fatos e

acontecimentos contemporâneos. Seu surgimento aconteceu de forma

independente em várias regiões do planeta. Os sistemas de escrita

evoluíram de forma autônoma e não sofreram influências mútuas, ao

menos em seus primórdios. Tanto na Mesopotâmia, como no Egito, a

escrita foi em um primeiro momento pictográfica e ideográfica. Depois com

os Sumérios, o valor silábico dos signos cuneiformes possibilitou localizar-

se nos significados das palavras que temos no alfabeto moderno (História

do Mundo, 2000, p. 12).

Todo esse processo evolutivo do homem em sociedade e, a busca por

novas formas de adaptações e inovações provocaram profundas

transformações. Novas técnicas e recursos tecnológicos possibilitaram uma

melhorar qualidade de vida, uma maior longevidade. Com isso, o homem

detentor de ampla curiosidade e também movido pelo poder da conquista,

desbravou territórios e distantes continentes. Como consequências, culturas

foram reescritas outras suprimidas e algumas preservadas.

Enquanto a escrita se desenvolvia, outras tecnologias eram criadas

para auxiliar a forma de registro. Alguns exemplos demonstram essas

invenções, como a pele de animais, por muito tempo utilizado no mano escrito

de pergaminhos e o papiro que retirado das plantas foram adaptados pelos

egípcios por volta de 2.500 a.C. O papel que até hoje é amplamente utilizado,

teve surgimento no ano de 105 d.C fabricado pelos chineses (História do Papel

no Brasil, 2013). Todos esses meios foram importantes na antiguidade, mas

em especial, o papel vai ter uma grande importância para o século XV e as

consequências que vão ocorrer por diante.

Ao longo dos séculos XV e XVI, sociedades da Europa Ocidental

passaram por um processo de renovação da cultura, que ficou conhecido

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como Renascimento. Em 1450, o alemão Johann Gutenberg desenvolveu a

tipografia que propiciou o desenvolvimento das técnicas,

“...envolvia um processo de impressão com tipos móveis de metais, o que representou um grande passo para a divulgação da literatura em maior escala. Surgiram vários impressores, que, por meio de publicações de obras, passaram a divulgar os ideais humanistas e do Renascimento” (Pazzinato, 2006, p.30).

O primeiro impacto da tipografia de Gutenberg ocasionou em novas

interpretações da Bíblia e, sua produção aumentou com a tradução para o

vernáculo local influenciado por Martinho Lutero e consequentemente, teve

uma grande importância na Reforma Protestante. (Cotrim, 2005, p.157).

Conforme Lévy, o impresso transformou a situação da época. A impressão

permitiu que as diferentes variantes de um texto fossem facilmente

comparadas.

“Colocou à disposição do erudito, traduções e dicionários. As cronologias começaram a unificar-se. A crítica histórica e filológica começou, portanto, a ser exercida, inclusive sobre os textos sagrados. Ao mesmo tempo, foi possível dar mais atenção às descobertas recentes, e a impressão permitia fixar corretamente e difundir em grande escala as novas observações astronômicas, geográficas e ou botânicas. Um processo cumulativo, que levaria à explosão do saber”

(Lévy, 1995, p.59 e 60).

Com a impressão, tornou-se possível reproduzir textos em maior

quantidade e de forma mais rápida, barateando os preços dos livros e

ampliando o círculo de leitores. (Pazzinato, 2006, p.32). Em decorrência,

um número de maior de informação chegou a um público que antes não

tinha acesso. Fazendo com que, novas interpretações e paradigmas fossem

quebrados.

Essas novas interpretações, desdobraram-se e trouxeram

consequências nas revoluções Inglesa em fins do século XVII e depois na

América com Revolução Americana ou Guerra de Independência dos

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Estados Unidos no ano 1776. No entanto, em 1789, o maior impacto

aconteceu com a Revolução Francesa, influenciando várias camadas

sociais, entre elas as menos favorecidas e fundando às bases para a

sociedade contemporânea atual (Pazzinato, 2006, p.123).

Cabe ressaltar que, as tecnologias tiveram grande impacto na primeira

Revolução Industrial e um maior desenvolvimento na Segunda. Do vapor aos

maquinários movidos a combustão do petróleo. A invenção do telegrafo (1837),

da fotografia (1839), do telefone (1876), do fonógrafo (1877), do cinema (1895)

e do rádio (1897), todas essas tecnologia desdobraram-se com o progresso

técnico (Cotrim, 2005, p.328). A energia elétrica passou a ser diretamente

aplicada na produção. O setor de transporte cresceu muito, graças à expansão

e à melhoria das estradas de ferro e ao aperfeiçoamento dos navios

(Pazzinato, 2006, p.328).

Essas novas possibilidades tecnológicas decorrentes principalmente

da Segunda Revolução Industrial, estimularam os capitalistas das grandes

potências a expandir seus negócios com uma política imperialista. Conforme

alguns estudiosos esse conceito Imperialismo, também, vai ser chamado como

o novo neocolonialismo em fins do século XIX. Essa nova colonização, novos

conflitos surgiram em caráter global, como a Primeira e a Segunda Grande

Guerra e delas novas tecnologias mudaram novamente a história da

humanidade.

Conforme o historiador inglês Eric Hobsbawm, o século XX foi um

período de grandes mudanças. O século foi breve e extremado: sua história e

suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes, incertezas e crises,

decompondo o construído no longo século XIX (Hobsbawn, 1995, p.35). Nesse

período, no entendimento de Hobsbawm, ocorreu uma única grande Guerra

que foi da Primeira até seus reflexos na Guerra Fria. Entretanto, nesse século,

muitas invenções tecnológicas ligadas às experiências bélicas facilitaram a

comunicação e a rapidez com os transportes, tornando e facilitando a

integração para o mundo globalizado.

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A Segunda Guerra Mundial e, no período seguinte deram-se as

principais descobertas tecnológicas em eletrônica como o primeiro computador

programável e o transistor, fonte da microeletrônica, considerado o verdadeiro

cerne da tecnologia da informação no século XX (Castells, 2000, p.77).

Período depois, na Guerra Fria, manifestou-se a rivalidade técnico-científica

entre os Estados Unidos e a União Soviética, cuja expressão típica foi à corrida

espacial. Os governos das superpotências procuraram desenvolver armas e

outros agregados tecnológicos que lhe dessem vantagens estratégicas sobre o

inimigo:

“o uso de cobaias humanas era uma triste realidade, nas experiências com artefatos nucleares de ambos os lados levando ao extremo outros tipos de disputas. Quem lançaria o primeiro satélite? Quem faria o primeiro voo espacial tripulado por astronautas? Quem pousaria na Lua?” (Pazzinato, 2006, p.299).

O Sputinik foi o primeiro satélite artificial lançado, em 1957. Quatro

anos depois os soviéticos lançavam a nave espacial Vostok I, tripulada ou uma

única pessoa, Yuri Gagarin, o primeiro astronauta a fazer o voo na orbita

terrestre. Todavia, com o todo o pioneirismo dos soviéticos, em 1969, os

Estados Unidos enviaram à Lua a nave espacial Apolo 11 e, fazendo do

astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar no solo lunar (Cotrim,

2005, p.504).

Nessa mesma conjuntura, o grande impacto ocorreu com o surgimento

da Internet, em 1969. Incialmente tinha o propósito de interligar laboratórios de

pesquisas ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América

(Pazzinato, 2006, p.400).

“O resultado foi uma arquitetura de rede que, como queriam seus inventores, não pode ser controlado a partir de nenhum centro e é composta de milhares de redes de computadores autônomos com inúmeras maneiras de conexão, contornando barreiras eletrônicas” (Castells, 2000, p.44).

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Consequentemente, esse meio ágil de comunicação se estendeu a

outros campos, tonando-se uma super rede que, hoje interliga bilhões de

dispositivos eletrônicos e digitais facilitando à rápida comunicação e

informação de milhões de usuários. Nesse sentido, a Internet no século XXI se

projeta com possibilidades de expansão quase ilimitadas. Esse meio rompeu

fronteiras físicas e culturais, permitindo que milhões de pessoas em todo o

mundo interajam e troquem informações em frações de segundos.

Finalmente, observa-se a tamanha evolução tecnológica que ocorreu

nesses milhares de anos e em especial no último século. No entanto é preciso

analisar como essas tecnologias influenciaram nas mudanças sociais e

culturais desde as sociedades agrafas até a sociedade da informação.

1.2 – A tecnologia e seu diálogo com a sociedade

“Devido a sua penetrabilidade em todas as esferas da atividade humana. A tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade escreve o curso da transformação tecnológica, uma vez que muitos fatores, inclusive criatividade e iniciativa empreendedora, intervêm no processo de descoberta científica, inovação tecnológica e aplicações sociais, de forma que o resultado final depende de um complexo padrão interativo” (Castells, 2000, p.43).

A tecnologia sempre esteve presente em nossa sociedade. Desde a

pré-história com as mais rudimentares adaptações tecnológicas, o homem

procurou se adaptar ao meio natural e a desenvolver mecanismos, métodos,

possibilidades e sonhos para sua evolução na sociedade. Observa-se o quanto

evoluímos com o auxílio das invenções e adaptações tecnológicas. Com o

avanço das gerações ao longo do tempo, a humanidade percebeu seu avanço

e, que, por intermédio de seu dialogo com a tecnologia, muitas conquistas

foram alcançadas.

No trecho acima, Manuel Castells destaca que a tecnologia sempre fez

parte do convívio humano. No entanto, ela não pode ser a grande responsável

por quebras de paradigmas ou mesmo transformação das conjunturas sociais.

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Conforme Pierre Lévy, uma técnica ou tecnologia é produzido dentro de uma

cultura e, uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas.

“E digo condicionada, não determinada. Essa diferença é fundamental. A invenção do estribo permitiu o desenvolvimento de uma nova forma de cavalaria pesada, a partir do qual foram construídos o imaginário da cavalaria e as estruturas políticas e sociais do feudalismo. No entanto, o estribo, enquanto dispositivo material, não é causa do feudalismo europeu” (Lévy, 1999, p.25).

Segundo Levy, o estribo condicionou efetivamente toda a cavalaria e,

indiretamente, todo o feudalismo, porém não os determinou. Todavia, muitas

possibilidades são abertas e, nem todas são aproveitadas. Outro exemplo,

seria a prensa inventada por Gutenberg. Permitindo que diferentes variantes

de um texto fossem facilmente comparadas, colocando à disposição do

erudito, traduções e dicionários. As cronologias começaram a unificar-se. A

crítica histórica e a filosofia passou a exercida inclusive nos textos sagrados

(Lévy, 1995, p.59). Logo, o impresso não determinou a crise da Reforma, nem

o desenvolvimento da moderna ciência europeia, como também o crescimento

dos ideais iluministas e a força crescente da opinião pública no século XVIII –

apenas condicionou-as (Lévy, 1999, p.26).

Nesse mesmo sentindo, enquanto debatemos sobre as possibilidades

de uma determinada tecnologia, algumas formas de utilizar já se impuseram.

Pois a necessidade possibilita ao homem novas adaptações, ideias, coisas e

práticas. Para Vani Kenski, o homem iniciou seu processo de humanização,

distinguindo-se dos demais seres vivos. Da mesma forma, quando os nossos

ancestrais há milhares de anos utilizavam-se de galhos, pedras e ossos como

ferramentas, com múltiplas finalidades, criavam-se uma nova tecnologia e

adaptação ao meio natural, dando ao homem uma melhor qualidade de vida e

sobrevivência diante da natureza (Kenski, 1997, p.59).

No momento atual, a facilidade com que os novos recursos da

tecnologia sejam elas eletrônica ou digital, a informação e a comunicação

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mudou a forma de viver, interagir, relacionar, trabalhar, organiza-se em

sociedade e de fazer educação. Segundo Kenski, o homem vive entre diversos

tipos de temporalidade.

“Na realidade, há uma percepção geral e intuitiva de que os

múltiplos sentidos de tempo se entrecruzam na vida cotidiana. A

percepção mecânica e objetiva, definida pelos relógios e calendários,

orienta as nossas atividades rotineiras” (Kenski, 1997, p.60).

Consequentemente, as tecnologias, antigas como a escrita, ou novas

como, os microcomputadores, transformaram e facilitaram a forma como

compreendemos e representamos o tempo e o espaço ao nosso redor. Desse

modo, como estaria o diálogo entre a tecnologia e a sociedade na busca pelo

conhecimento. Conforme Lévy (1995), a oralidade primaria, a escrita e a

informática, destaca-se como os três tempos do espírito, na categorização do

conhecimento nas sociedades.

Antes da escrita, a humanidade se distinguiu dos outros animais, por

dispor do extraordinário instrumento de memória e de propagação das

representações que é linguagem.

“Baseadas nas lembranças dos seus membros, a sociedade oral caracteriza-se pela repetição. Circulares, as histórias se repetem pelas gerações e adquirem novos contornos, mas são, estruturalmente, as mesmas. Conhecimentos, tradições, culturas e valores dos grupos são mantidos através de músicas e versos, de histórias contadas e transmitidas através de gerações” (kenski, 1998, p.62).

Por intermédio da linguagem, estabelecem-se diálogos, conversas,

transmissões de conhecimentos, transformações e aprendizagens, adquiridas

ao longo de gerações e gerações. Não é a toa que, em nosso meio de

comunicação, a linguagem se perpetuou e modificou-se na transmissão como

é observado no rádio e na televisão.

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No entanto, a escrita é a forma de apreensão do conhecimento que

prevalece em nossas culturas. Para Kenski (1998), a partir da escrita se dá

autonomia do conhecimento, ou seja, não existem mais a necessidade

presencial do comunicador, informando, observando e orientando seus

discípulos. De acordo com Lévy (1995), a escrita permitiu uma situação prática

de comunicação radicalmente nova. A comunicação puramente escrita elimina

a mediação humana no contexto que adaptava ou traduzia as mensagens

vindas de outro tempo ou lugar.

Desse modo, a escrita permaneceu e se difundiu por mais de quatro

mil anos. A escrita reorientou camadas e estruturas da sociedade legitimando

o conhecimento ilustrado como mecanismo de poder e ascensão. Por outro

lado, com tal conhecimento, novas tecnologias surgiram ao longo dos tempos.

Da linguagem oral, passando pela escrita, chegamos à chamada linguagem da

rede digital.

No novo contexto social, a linguagem digital surgiu na velocidade dos

avanços tecnológicos, desdobrados e multiplicados por ferramentas cada vez

mais sofisticadas em novos espaços da sociedade que foram aparecendo nas

últimas décadas (kenski, 1998. p.63). Consequentemente, desde o primeiro

computador, o Eniac dos anos 40 que, pesava várias toneladas, até os

computadores portáteis, novas adaptações da linguagem começaram a fazer

parte de um único contexto, a digitalização.

O recurso da rede digital permitiu por intermédio dos códigos binários,

progredir e dominar a digitalização. Com isso, tornou-se possível a partir de um

mesmo dispositivo eletrônico conectar várias mídias como o cinema, a

radiotelevisão, o jornalismo, a edição, a música, as telecomunicações a

informática e outros recursos (Lévy, 1995, p.59). A nova escrita mudou e

ganhou uma hipertextualidade, as informações passaram a ser simultâneas e a

interatividade passou do real para o mundo virtual.

A linguagem digital modificou sem dúvidas a forma do convívio em

sociedade. Novos conceitos surgiram, representando um momento de

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evolução humana de pensar e de compreender. O indivíduo e a rede passaram

a fazer parte da sociedade da informação. As relações interpessoais

modificaram-se. O acesso às tecnologias da comunicação permitiu ao homem

interagir de forma dinâmica em sociedade com pessoas a milhares de

quilômetros e contextos diferentes. Nesse sentido, novas relações, estruturas,

meios, redes de relacionamentos e tantas outras, criam possibilidades paras

os seres atuarem, ganharem vozes e poder, como multiplicadores e

organizadores da comunidade em que vive.

Assim, a tecnologia evoluiu e a sociedade também. No entanto, a

educação continua com muitos traços e resquícios de alguns séculos. Marcas

deixadas desde o período caracterizado com “Industrial” e suas

transformações sociais. Por esse motivo, o presente trabalho em seu segundo

capítulo, tem a proposta de abordar questões teóricas das políticas públicas

educacionais e, um pouco entender e compreender sobre, o diálogo da

educação em sua evolução e, sua relação com as redes sociais nas relações

humanas.

O segundo capítulo, abordará as questões teóricas como às políticas

públicas educacionais relacionadas ao ambiente na qual está inserido as nova

tecnológicas. O dialogo com outras ciências sobre a importância da tecnologia

no contexto educacional e sua relevância com as redes sociais nas relações

humanas. Observar também, até que ponto as redes sociais podem influenciar

negativamente ou positivamente nas relações intra e interpessoais.

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CAPÍTULO II TECNOLOGIA: INTERMEDIAÇÃO E INTERAÇÃO

NA EDUCAÇÃO

“Educar é um processo cada vez mais complexo porque a

sociedade também evolui rapidamente, exige mais competências, torna-se mais complexa também. Em geral temos avançado em descobrir novas formas de ensinar e de aprender” (Moran.2004, p.347).

A evolução social e tecnológica é uma realidade que exige

complexidade e novas formas de adaptação para o ato de educar. Nota-se no

primeiro capítulo deste trabalho como evoluímos, entretanto à dinâmica da sala

de aula pouco mudou. Ressalta-se que nossa forma de ensinar remonta

particularidades do que era praticado há dois séculos.

Conforme Moran, no geral tem-se avançado na forma de aprender a

ensinar. Apesar da complexidade da aprendizagem, é importante preparar os

alunos para que sejam empreendedores e criativos. A educação inovadora

pressupõe desenvolver um conjunto de propostas com alguns grandes eixos

que se integra, se complementam e se combinam. Para isso, torna-se

necessário que os alunos estejam motivados, tenha iniciativa e procurem

novas possibilidades (Moran, 2004, p.349).

Nessa busca por novas formas de aprendizagem, as tecnologias

podem ser um excelente auxiliar na tarefa de desenvolver esse aluno crítico,

empreendedor e criativo. Observa-se que, as tecnologias são apoios e meios

que facilitam o aprendizado. Permitindo, realizar atividades que podem ser

diferentes as de antes, cabendo ao professor na função de mediador ter a

ideia da criatividade e como saber usar essas variadas ferramentas.

Assim, como as instituições estão preparadas para o uso dessas

tecnologias. Como às políticas públicas evoluíram sobre essa questão. E o

diálogo interdisciplinar com as outras ciências como estão inseridos nessa

interação com os meios da tecnologia. Cabe ressaltar que até na forma nos

comunicarmos evoluímos. O social passou para as redes virtuais e

informacionais.

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2.1 – Diálogos históricos: evolução da educação e os princípios do uso tecnológico

A educação é termo que nos desafia pela grande quantidade de

significados. Sua etimologia vem de educatio, palavra de origem latina cuja

finalidade se relaciona com a ação de instrução, formação e transmissão de

conhecimentos. No Brasil, a educação teve seus primeiros passos no período

Colonial (1549-1759). Os Jesuítas, pertencentes à Companhia de Jesus, foram

os primeiros a quem coube o papel de ensinar.2

Aos Jesuítas que vieram, em 1549, com Tomé de Souza, eram

chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega, teve a tarefa de converter e

catequisar os gentios, ou índios, e também as primeiras letras às crianças

brancas. No entanto, o período que ocorreu de 1549 a 1759, caracterizou o

tempo em que a Companhia de Jesus permaneceu no Brasil até sua expulsão

comandada pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José I, nas chamadas

Reformas Pombalinas (Costa, 2009, p.39).

De 1759-1822, a educação no Brasil passou por grandes dificuldades.

Pouca coisa restou na prática educativa no Brasil. Alguns centros continuaram

a funcionar como Seminário Episcospal, no Pará, os Seminários de São José e

São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição jesuítica. A Escola de

Artes e Edificações Militares, na Bahia, e a Escola de Artilharia, no Rio de

Janeiro.

A expulsão jesuíta das colônias em grande parte foi caracterizada por

radicais diferenças de objetivos com os dos interesses da Corte. Pombal

pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de

outras potências europeias da época. O resultado da decisão de Pombal foi

2 A Companhia de Jesus - surgiu em 1534, por iniciativa de Inácio de Loyola. Ele e outros seis religiosos reuniram-se em uma capela em Paris e fizeram o juramento de fundar uma nova ordem religiosa. Diferentemente das outras ordens religiosas da época, a Companhia de Jesus não pretendia manter seus padres em mosteiros, isolados do mundo exterior. Além disso, e exatamente porque seus componentes não permaneceriam encerrados em mosteiros, a ordem dos jesuítas dispensava a oração e o canto em conjunto e em horas pré-estabelecidas. Outra característica importante é que essa Ordem religiosa se colocava diretamente sob as ordens do Papa.

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que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a

praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse

chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de

educação (Bello, 2001, p.1).

Após a expulsão dos jesuítas o ensino passou a ser responsabilidade

do Estado, que passou a oferecer aulas régias avulsas de Primeiras Letras,

Gramática Latina, Retórica e Filosofia. Com a chegada da família real, em

1808, a sociedade brasileira, estruturada em sua base no sistema colonial de

exploração na grande propriedade de terra e na manutenção da escravidão,

não se modificou (Rossi, 2009, p.48).

Algumas mudanças depois da chegada foram notadas, permitiu uma

nova ruptura com a situação anterior. Para atender as necessidades de sua

estadia no Brasil, Dom João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e

Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante

em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores, o Brasil

foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade

maior (Bello, 2001, p.2).

Com o retorno de Dom João VI para Portugal, o Imperador Pedro I,

promulgou em 15 de outubro de 1827, a primeira e única Lei Geral para

Instrução Pública relativa ao ensino elementar até o ano 1946. O ensino da

leitura deveria ser realizado com base na Constituição do Império e, em um

livro sobre a História do Brasil. De acordo com a pesquisadora Fátima Maria

Neves, algumas diretrizes especificaram o teor da Lei como:

• recomendações sobre onde deveria haver escolas e como elas deveriam ser;

• menções sobre a contratação de professores mediante concursos ou exames;

• definições sobre os ordenados e as gratificações, sem distinção, para os mestres e mestras;

• disposições curriculares; • informações sobre o ensino da escrita, da leitura e da aritmética; • a instituição, oficial, de um método pedagógico; • determinações sobre a aplicação dos castigos escolares (Neves,

2009. p.57).

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Nessa conjuntura, a Lei de 15 de outubro de 1827 instituiu como

metodologia oficial o Ensino Mútuo e o uso de castigos sob o Método

Lancaster.3 Salienta-se que naquele momento, a escola, como elemento

cultural, estava sujeita às leis históricas do início do século XIX. O

entendimento de educação ou de instrução baseado na estrutura de Lancaster

exigia uma única sala, um lugar especial e específico para se desenvolver o

processo de ensino e de aprendizagem das contas, da leitura, da obediência e

da escrita. Como materiais pedagógicos e tecnológicos para época, Lancaster

previa em sua relação:

“alfabeto e livro de soletrar; series de lições de para ler; o novo

sistema de aritmética; método de ensinar em ordens; números de precedência para os círculos; números de revistas; títulos das classes para se pôr em frente de cada classe; ordens e mandados; insígnias de vergonha; bilhetes recomendatórios; lousas já regradas para uso da aula. Da relação de materiais, a lousa e a escrivaninha se destacavam.” (Neves, 2009. p.67).

O método lancasteriano, diferentemente do tradicional instituiu um

sistema em que os alunos se avaliavam mútua e continuamente. A

memorização, e não a influência verbal era a maior habilidade exigida a ser

desenvolvida. O castigo tinha o propósito de coibir faltas, ausência à aula, a

desobediência e a falta de asseio corporal. Consequentemente, o método

Lancaster de influência inglesa tinha o objetivo de solucionar o problema de

educação popular, com uma quantidade insuficiente de professores até então

em uma nação recém-instituída (Ribeiro,1992 p.45).

Na década de 1850, os debates em torno da precariedade da instrução

elementar e do desinteresse do Governo Geral na unificação de um sistema de

ensino. O propósito era educar para a cidadania, educar para forma uma

3 O método Lancaster - também conhecido como Ensino Mútuo ou Monitorial, teve como objetivo ensinar um maior número de alunos, usando pouco recurso, em pouco tempo e com qualidade. Foi criado por Joseph Lancaster, Quaker inglês, influenciado pelo trabalho do pastor anglicano Andrew Bell. Contudo, Lancaster amparou seu método no ensino oral da repetição e memorização, pois acreditava que esta dinâmica inibia a preguiça, a ociosidade, e aumentava o desejo pela quietude. Nesta metodologia não se esperava que os alunos tivessem

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unidade nacional, educar para a modernização da nação. No entanto, o ensino

primário continuou constituindo de aulas de leitura, escrita e calculo. Na

secundária, a instrução se caracterizou por serem predominantemente para

alunos do sexo masculino, causado principalmente pela falta de organização,

domínio literário, métodos tradicionais e inciativa primária (Ribeiro,1992, p.55).

Conforme Analete Regina Schelbauer, a discussão em torno da

necessidade do estabelecimento de um projeto nacional de educação tinha, no

âmbito dos discursos parlamentares na época Imperial, uma nova discussão

referente à unificação do sistema de ensino em 1886. Na época, o ministro do

Império, Barão de Mamoré, nomeou uma comissão para estudar as bases pra

reorganização do ensino primário e secundário no Município Neutro

(Schelbauer e Rossi, 2009, p.80). Todavia, a ideia de intervenção do Estado

na instrução do povo apesar de fortemente defendida por parlamentares,

ministros e intelectuais da época, não encontrou apoio no Governo Central.

A queda da Monarquia, a instituição da República e alguns pensamentos

do ideário positivista trouxeram reflexos ao poder. Exemplo claro foi à criação do

Ministério da Instrução Pública, na década de 1890. No entanto, apenas um ato

político sem qualquer compromisso com a instrução nacional. A Primeira

República caracterizou-se pelas inúmeras reformas da instrução pública,

localizadas nos diversos Estados da Federação. Ainda, não eram apenas os

políticos que, denunciavam a insuficiência do atendimento escolar elementar e

consequentemente os altos índices de analfabetismo. O problema passou a ser

tratado também pelos educadores de profissão (Ribeiro,1992, p.89).

Assim, educadores e intelectuais, levaram a debate, a reconstrução

educacional do Brasil, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de

1932.4

“originalidade ou elucubração intelectual” na atividade pedagógica, porém a disciplinarização mental e física. 4 O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 - foi escrito durante o governo de Getúlio Vargas e consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural

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“Esse debate resultará no Manifesto dos educadores democratas em defesa do ensino público (1959) – mais uma vez convocados – Manifesto ao Povo e ao Governo, o qual culminará com a aprovação da Primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1961” (Schelbauer e Rossi, 2009, p.82).

Da amplitude do Manifesto na década de 1930, divulgou-se o ideário

da escola novista que tinha como pressuposto a educação na base da

sociedade civilizada. Entre os responsáveis, Anísio Teixeira considerava que

para atingir a modernização, seria necessário considerar três diretrizes: a

ciência, a industrialização e a democratização (Machado e Rossi, 2009, p.109).

Consequentemente, a escola pública, gratuita e leiga era vista pelos

educadores como a situação ideal, ao atendimento das aspirações individuais

e sociais, o que equivalia ao contrário de qualquer imposição orientadora, quer

seja de ordem religiosa, quer seja de ordem política (Ribeiro,1992, p.101).

Nos primórdios tecnológicos, a educação mediada por essas

ferramentas esteve voltada para o ensino a distância, na qual teve seus

primeiros momentos voltados para o ensino a distância. O Instituto Rádio

Monitor, em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, em 1941, realizaram as

primeiras experiências voltadas para a educação com o sistema de rádio e

mais tarde com o ensino por correspondência (Altoé, 2005, p.19). Ressalta-se

que essas experiências levaram a criação em caráter experimental do Sistema

Avançado de Comunicações Interdisciplinares, logo depois denominado

Projeto Saci. 5

Nesse contexto, outro projeto importante transmitido pelo rádio MEC foi

o Projeto Minerva.

do projeto de renovação educacional do país. O movimento reformador foi alvo da crítica forte e continuada da Igreja Católica, que naquela conjuntura era forte concorrente do Estado na expectativa de educar a população, e tinha sob seu controle a propriedade e a orientação de parcela expressiva das escolas da rede privada. 5 Projeto Saci - Projeto de educação primária via satélite, criado em 1974 para atender as quatro primeiras séries do antigo primeiro grau. A adoção de educação por satélite foi vista como uma solução no contexto dos anos 70, quando o número de analfabetos no Brasil era considerado um entrave à modernização do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O projeto foi interrompido em 1978 sob o argumento dos altos custos de manutenção de satélites e das diferenças culturais entre o perfil dos programas, produzidos no interior do estado de São Paulo.

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“Projeto criado em 1970 para atender os objetivos do governo militar brasileiro que, desde 1964, propunha mudança radical no processo educativo com a utilização do rádio e da televisão. Nesse contexto, a proposta do governo era solucionar os problemas educacionais existentes com a implantação de uma cadeia de rádio e televisão educativas para a educação de massa por meios de métodos e instrumentos não convencionais de ensino” (Menezes, 2002).

Ainda, na década de 1970, foi criado o Telecurso 2º Grau, posto em

prática pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a Fundação Padre

Anchieta e readaptado ao Telecurso 2000 anos mais tarde, designado de

Ensino e não Educação a Distância (Altoé, 2005, p.20). Outro dado importante

está relacionado ao ensino supletivo, na mesma década. O objetivo era

proporcionar a alfabetização de jovens e adultos que não tiveram a

oportunidade correspondente para escolarização.

Nesse sentido foi criado o Mobral. Justamente para suprir a

escolarização incompleta ou aperfeiçoar e atualizar conhecimentos.6 No

contexto da época, é interessante demonstrar que,

“a visibilidade de uma educação compensatória – equalizar oportunidades e atender aos mais carentes – reside tanto no ensino supletivo quanto no Mobral e, ainda, no atendimento pré-escolar (em 1970 somente 2,45% das crianças de 2 a 6 anos estavam matriculadas). Por volta de 1975, tínhamos no Brasil menos de 20 milhões de matrículas no ensino de 1º grau, perto de 1 milhão e quinhentos mil alunos frequentando o 2º grau pouco mais de 1º milhão de universitários.” (Catani e Rossi, 2009, p.127).

Nota-se que, o ensino era bastante deficiente e fazia-se necessário o

uso de recursos da tecnologia para poder alcançar os pontos mais remotos

deste imenso país. As pesquisas tecnológicas, após a Segunda Grande Guerra

e o grande avanço com os desenvolvimentos dessa área no entorno da Guerra

6 O Mobral – Programa criado em 1970 pelo governo federal com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos. O Mobral propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando "conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida". O programa foi extinto em 1985 e substituído pelo Projeto Educar.

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Fria, possibilitou um avanço nas comunicações, até então sem antecedentes,

acelerando a rapidez na comunicação e integrando os mais distantes pontos

do planeta.

Analisar-se que, desde o século XVI, a forma de implantação,

mudanças e adaptações na Educação no País passou por grandes

divergências. Algumas vezes motivadas por atos políticos, econômicos ou

mesmo a falta de uma identificação e readaptação educacional diante da

grande e histórica diversidade cultural desta nação. Por outro lado, as

sociedades influenciadas e condicionadas pelas tecnologias que presenciaram

evoluíram e se readaptaram ao meio. Consequentemente, novos desafios

surgiram na Educação do Brasil e seus desafios na sociedade da informação.

Finalmente, o salto dado pelas chamadas novas tecnologias, mais

versáteis e velozes, iniciadas em fins do século passado e início deste novo

milênio, trouxe um grande desafio para estudiosos, acadêmicos e

pesquisadores educacionais. Novas políticas públicas como iremos analisar

foram implantadas no Brasil, com o propósito acompanhar tamanho

desdobrando das chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação.

Desse modo, no plano das próximas décadas iniciadas após 1970, programas

e projetos foram criados com o objetivo de trabalhar no ambiente escolar,

esses recursos tecnológicos que a cada dia nos surpreende.

2.2 – A Educação no Brasil e seus desafios na sociedade da informação

Nas últimas décadas, a Educação no Brasil vem passando por

transformações e adaptações. A disseminação da cultura tecnológica global

tornou-se um grande desafio para a forma de ensinar, como também, na

implantação de políticas públicas adequadas. Projetos e estudos sobre as

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e os novos paradigmas da

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chamada sociedade da informação.7 Não podemos esquecer que no último

século, muitas abordagens pedagógicas educacionais foram utilizadas.

Movimento como o da Escola Nova, que na década de 1920, tentou a

reforma do ensino introduzindo métodos ativos de participação dos alunos na

sala de aula, influenciando no país, algumas abordagens e teorias

pedagógicas. Dessas metodologias, algumas chamam a atenção como as de

Waldorf (antroposofia), cujo propósito estaria ligado ao desenvolvimento da

criança em seu físico, social e individual; o método Montessoriano de Maria

Motessori, com o ensino ativo, na qual a criança desenvolve um senso de

responsabilidade por seu próprio aprendizado; e o Pragmatismo elaborado

pelo educador norte-americano John Dewey, em que a inteligência é um

instrumento, opondo-se ao ensino europeu clássico, mais abstrato e

concentrado nas humanidades e na filosofia.

“Ainda, algumas teorias como o Construtivismo de Jean Piaget, em que havia um mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem se prender a um currículo rígido. Conforme Lev Vygotsky, o construtivismo estaria ligado às atividades interpessoais da criança e a história social” (Folha, 2013).

Percebem-se algumas abordagens pedagógicas introduzidas em

nossa educação com propósito de inovar a forma de ensinar e que ainda estão

presentes. Entretanto, às consolidações e os resultados alternaram-se durante

esse processo. Logo, o que chamamos de ensino tradicional e secular na

forma de educar, ainda é uma realidade em nossas escolas. Por isso, desde a

década de 1970, inúmeros programas e projetos na tentativa de inovar a

7 Sociedade da informação - Passou a ser utilizada, nos últimos anos desse século, como substituto para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial” e como forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. Esta sociedade pós-industrial ou “informacional”, como prefere Castells, está ligada à expansão e reestruturação do capitalismo desde a década de 80 do século que termina. As novas tecnologias e a ênfase na flexibilidade – ideia central das transformações organizacionais – têm permitido realizar com rapidez e eficiência os processos de desregulamentação, privatização e ruptura do modelo de contrato social entre capital e trabalho característicos do capitalismo industrial.

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educação foram criados no país utilizando à tecnologia acessível a cada

momento.

Nesse contexto, as primeiras investigações sobre o uso do computador

surgiram a partir de experiências realizadas na Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ) em conjunto com as universidades do Rio Grande do Sul

(UFRGS) e UNICAMP, para o ensino de Física. Em 1971, a Universidade de

São Carlos (UFSC) realizou um seminário interativo sobre o uso de

computadores. No mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro ocorreu uma

conferência sobre a tecnologia em educação aplicada. No ato, um grupo de

pesquisadores interligou por meio de modem um computador no Rio de

Janeiro e outro em São Paulo (Valente, 2013).

Na década de 1980, o Ministério de Educação e Cultura iniciou

consultas a algumas instituições de ensino superior para projetos relacionados

à educação com a finalidade de consolidar um programa nacional de

informática. Consequentemente, o Projeto Educom no ano 1983, foi o primeiro

programa de informática na educação do Brasil. Tal Projeto foi o pioneiro na

iniciativa concreta de levar o computador às escolas públicas.

“O Projeto Educom foi à adoção de metodologia de planejamento participativo na organização, realização e avaliação das experiências de informática na educação no Brasil. A finalidade era a realização de pesquisa multidisciplinar para subsidiar a tomada de decisão sobre a informatização nas escolas públicas” (Linhares, 2011, p7.).

O Educom, após o ano de 1985, uniu-se ao projeto responsável pela

formação de professores para uso das tecnologias da informação e

comunicação denominado FORMAR. O Projeto consistiu em cursos de

especialização em nível de pós-graduação lato sensu com 360 horas, com o

propósito de capacitar professores para utilização de novas tecnologias e

teorias para compreender as concepções de informática (Souza, 2011, p9.).

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Nesse contexto, o quadro abaixo resumi um pouco, algumas das

principais políticas públicas e programas implementados no contexto brasileiro

para uso das tecnologias na Educação:

Ano Projeto/Programa/Ações Propósito

1988

CIED

Os Centros de Informática na Educação formava docentes para o uso das TICs.

1989

PRONINFE

O Programa Nacional de Informática Educativa tinha a finalidade de desenvolver ações formativas para uso educacional do computador. Seu público era docentes e técnicos de informática.

1991

Salto Para o Futuro

Teve como proposta tornar possível a interatividade com os professores reunidos em espaços de recepção organizada com a mediação de um orientador de aprendizagem, os cursistas discutiam e participavam com questões que se tornaram constitutivas do debate com especialistas.

1994

Mãos à obra Brasil

Ênfase na formação continuada do docente, em especial, na modalidade a distância mediada pelas ferramentas tecnológicas.

1996

SEED

Criação da Secretaria de Educação a Distância, oficializando a adoção de iniciativas públicas educacionais para o uso das TICs.

1996

TV Escola

Primeiro esforço da SEED visando à introdução de novas formas de formação continuada no espaço escolar público.

1997

PROINFO

Introduzir a tecnologia de informática na rede pública de ensino. O Programa baseia-se na ideia de que a informática educativa é uma forma de aproximar a cultura escolar dos avanços que a sociedade vem desfrutando com a utilização das redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações.

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8 Fonte - Agência Educa Brasil

Algumas das diretrizes acima tiveram o propósito de melhorar a

realidade do ensino brasileiro, capacitando e aperfeiçoando o docente diante

das tecnologias que, a cada ano inovava. Ressalta-se que, o processo

histórico da inserção das tecnologias na educação brasileira ao longo desses

anos buscou a construção de um modelo que atendesse as necessidades de

docentes e discentes. Conforme Linhares (2011), as políticas para inserção

das TICs permitem vislumbrar as tecnologias que estão presentes nos

segmentos sociais contemporâneo. Desse modo, as instituições de ensino

necessitam organizar e avaliar suas metodologias quando relacionado aos

novos recursos tecnológicos, pois elas têm um papel fundamental no diálogo e

na formação do ser social.

No entanto, com a difusão em escala global da Internet, no final da

década de 1990, e sua amplitude no Brasil, na primeira década do terceiro

milênio, novas formas de interação, aproximação e integração sugiram. Outros

projetos foram criados, algumas realidades foram questionadas como as

condições da infraestrutura das escolas para inserção dessas tecnologias.

Exemplo debatido, em torno desse meio de comunicação, ocorreu com o

Projeto UCA (Um Computador por Aluno), na qual muitas instituições

adquiriram computadores e não estavam preparadas para utilizá-los.9

Por outro lado, a microinformática, conforme Marco Silva, e seu

desdobramento no computador pessoal (PC) é o ponto culminante do processo

de gestação desta sociedade que vem desde o telefone, radio e televisão.

“Seu progresso técnico vai permitindo que ele englobe todos os meios de informação e comunicação anteriores, tornando-se o centro processador da informação. Sua presença cada vez mais decisiva

8 Agência Educa Brasil. Disponível em: < http://www.educabrasil.com.br/eb/default.asp> Acesso em: 15 de maio de 2013. 9 Internet - A Internet é o maior conglomerado de redes de comunicações em escala mundial, ou seja, vários computadores e dispositivos conectados em uma rede mundial e dispõe milhões de dispositivos interligados pelo protocolo de comunicação TCP/IP que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados.

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como infraestrutura de processos sociais, tendo configuração da própria sociedade” (Silva, 2006, p29.).

Ainda, o aumento ao acesso as chamadas novas tecnologias como

laptops, mobiles, tablets, dispositivos e mídias digitais que integradas à rede

mundial de computadores, facilitaram a comunicação e a interação,

possibilitando a readaptação na forma de se comunicar. Nesse contexto, é que

emergem as redes de relações sociais com uma nova forma de aproximar os

indivíduos.

Finalmente, a “sociedade da informação” encontra no computador um

item centralizador, uma vez que tudo tende a passar por ele e por sua

extensão em rede (Silva, 2006, p.30). A “Internet” amplia o setor de serviços

que se apresenta em rede, movimentando a informação em larga escala

viabilizando a comunicação no sentido mais amplo. Nesse sentido, o ambiente

escolar torna-se um local necessário para interação e intermediação desses

recursos. Assim, como nossos discentes estariam preparados para o uso

didático dessa tecnologia que nos últimos anos tornou-se importante para o

convívio em sociedade.

2.3 – O aprender na sociedade da informação

“A comunicação mediada pela Internet é um fenômeno social

recente demais para que a pesquisa acadêmica tenha tido a oportunidade de chegar a conclusões sólidas sobre seu significado social” (Castells, 2000, p.77).

Os impactos causados pela Internet em fins do século e começo deste

novo milênio é algo que leva antropólogos, sociólogos, historiadores e demais

cientistas a chegarem, a conclusões sobre mudanças que as novas categorias

de redes sociais surgiram nessas últimas décadas. Castells, ao referir-se sobre

o fenômeno da Internet e seu uso na comunicação, é algo que hoje muitos

pesquisadores e estudiosos acadêmicos procuram soluções de erros e acertos

para seu uso de forma correta.

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Por outro lado, o acesso à rede mundial de computadores trouxe

inúmeras possibilidades de aproximação e integração entre indivíduos

conectados virtualmente em distantes partes do globo. Com tal acesso ou

conexão, novas formas de interação e relacionamentos foram construídas

entre pessoas até então desconhecidas. A sociedade conectada ganhou voz e

em determinados momentos oportunidades, a comunição chegou mais rápido,

como também desafios diante desses novos conceitos.

Nessa conjuntura, ao avaliar as transformações sociais e culturais,

devemos ter em mente os impactos que também ocorreram na forma de

educar. Nota-se como crianças e os jovens lidam tão bem com as ferramentas

digitais em que estão conectadas. No entanto, observa-se o distanciamento

que antigos métodos didáticos já não são suficientes para aproximá-los do

saber e do conhecimento não só educacional, como também, para a vida.

Como consequências, alguns estudos sobre as mudanças psíquicas

trazem a luz da realidade, o que é observado nas salas de aulas pelos

docentes. Problemas como o desinteresse dos alunos pelas aulas e o que é

aplicado nos ambientes escolares, torna-se uma prática vivida pelos docentes

cotidianamente. Estudos da neurociência sobre o contexto educacional vêm

verificando como os alunos estão inseridos na sociedade “fast food”,

referenciando o que se vive, o que está acabado e experimentado, ou seja, “o

que você tem pronto hoje para me passar”.

“O professor continua tentando transmitir dados sem significados e o mesmo não provoca no cérebro de recompensa do seu educando o prazer de aprender. O professor precisa valer o uso de recursos não necessariamente tecnológicos, mas da extensão do próprio corpo que é a principal ferramenta de aprendizagem”(Relvas, 2013).

Conforme Relvas, para estimular o aprendizado não necessariamente

pode se valer dos recursos tecnológicos, entretanto, o professor necessita se

atualizar nesse processo das novas aquisições de aprendizagens, despertando

nos alunos a capacidade crítica e reflexiva aliada as novas tecnologias a fim de

não provocar competições entre os velhos e novos paradigmas da educação.

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Não podemos esquecer as antigas tecnologias como o quadro ou a

lousa, o livro ou outros aparatos que atravessaram séculos que ainda estão em

nosso cotidiano. Essas antigas tecnologias ainda tem seu valor, todavia, se o

docente continuar tentando transmitir dados sem significados, o mesmo não

provocara no cérebro de recompensa do seu educando o prazer de aprender

(Relvas, 2012, p3.).

Nesse contexto, ao aliarmos estudos da neurociência sobre os

estímulos e adaptações ao novo, em que, o nosso cérebro é capaz de

readaptar-se, observamos, desse modo, suas possibilidades de uso frente à

mediação das novas tendências tecnológicas em sala de aula. Segundo

Masetto, essa mediação estaria ligada a atitude, o comportamento do

professor que se coloca como um facilitador, incentivador ou motivador da

aprendizagem.

“A mediação pedagógica busca abrir um caminho a novas relações do estudante: com os materiais, com o próprio contexto, com outros textos, com seus companheiros de aprendizagem, incluindo o professor, consigo mesmo e com seu futuro. São características da mediação pedagógica: dialogar permanentemente de acordo com o que acontece no momento; trocar experiências; debater dúvidas, questões ou problemas; apresentar perguntas orientadoras e orientar nas carências e dificuldades” (Masetto, 2006, p145).

A mediação pedagógica auxiliada por novas tecnologias é uma

importante e poderosa ferramenta quando bem aplicada. Conforme Masetto,

esses recursos tecnológicos estariam ligados ao uso da informática, do

computador, das mídias, hipermídias e multimídias, de ferramentas para

educação a distância – como chats, grupos ou listas de discussão, correio

eletrônico etc. Uma vez que, essas novas tecnologias facilitam no

desenvolvimento da educação em sua forma presencial com o propósito de

dinamizar as aulas, como também, no ensino a distância, para atendimento

desta nova necessidade e modalidade de ensino (Masetto, 2006, p145).

Por outro lado, além dos recursos tecnológicos o professor poderá

despertar o interesse do aluno diante das novas aprendizagens por intermédio

das conexões afetivas e emocionais do sistema límbico, como dialoga Relvas.

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Pois as tecnologias sempre mudarão, outras ferramentas mais rápidas e

eficazes, entretanto, as relações afetivas precisam ser preservadas e

respeitadas, provocando a liberação de substâncias químicas como serotonina

e cortisol. Desse modo, o professor precisa provocar no educando aquilo que

ele ainda não sabe ou não conhece (Relvas, 2012, p4).

Ainda, ao analisarmos essas abordagens sobre a mediação em sala

de aula com aplicação da tecnologia ou usando as conexões afetivas como é

fonte de estudos da neurociência, observar-se que a uma necessidade para

uma melhora na aprendizagem no ambiente educacional. Todavia, deve haver

um equilíbrio entre esses dois fatores para tirarmos o máximo de benefício

para construção do conhecimento e o saber reflexivo dos estudantes diante de

uma sociedade em que a informação tornasse surpreendente em um momento

e tempos depois já está ultrapassada.

Finalmente, observa-se o processo evolutivo tecnológico e, da própria

educação na sociedade. Algumas formas na inserção das tecnologias, seus

meios e redes de conexões que emergiram nos últimos anos. Desse modo,

grandes possibilidades para a prática metodológica, em especial no ensino de

História podem ser convergidas com as redes sociais de relacionamentos na

sociedade da informação. Assim, tendo o propósito de levar os estudantes,

jovens e adultos a debater, refletir e diferenciar contextos e processos

construídos pelo homem ao longo da história.

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CAPÍTULO III

A HISTÓRIA NAS REDES SOCIAIS: ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA O ENSINO

“Professor, você está preparado para ser dono de um meio de comunicação em massa?

O desenvolvimento da tecnologia permite cada vez mais o barateamento dos meios de produção e aumentam as possibilidades de que as pessoas se apoderem destes meios.

Com a Internet de alta velocidade, celulares com câmera, gravadores de vozes capazes de registrar mais de 50 horas de conversar, impressoras a laser – todos produtos com valores acessíveis” (Amora, 2011, p.20).

Professor, você está preparado para ser dono de um meio de

comunicação em massa?

A interessante pergunta do jornalista Dimmi Amora, tema de seu

artigo, destaca o fino diálogo que os docentes deveriam ter com os variados

recursos tecnológicos midiáticos que foram surgindo e readaptando-se

conforme o tempo em sociedade. Pois, na educação esta possibilidade de

dialogar e intermediar são ainda maiores.

Para Amora (2011), professores, alunos e pais organizados em um

sistema próprio têm maior capacidade de contribuir para terem acesso a estes

meios de produção de conteúdos de mídia. Ressalta-se, a importância da

Internet que ligada aos variados e cada vez mais potentes e acessíveis

dispositivos tecnológicos portáteis, vem conquistando e influenciando

indivíduos ao redor do planeta.

Nota-se como a humanidade evoluiu e a tecnologia dialogou com a

sociedade no transcorrer do tempo, como também, a evolução na educação

utilizando a tecnologia no aprender na sociedade da informação. Sociedade

que está atrelada às novas formas de interação em grupos sociais e redes de

relacionamentos, que a cada dia, emergem e ganham novos participantes

usuários.

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Assim, uma análise mais específica da possibilidade do aprender, por

intermédio das redes sociais de relacionamentos em especial no ensino de

História possibilita uma flexibilidade e uma alternativa dentro e fora da sala de

aula.

3.1 – Novas redes novas possiblidades

“O conhecimento não é fragmentado, mas interdependente,

interligado, intersensorial. Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade integral. Conhecemos mais e melhor conectado, juntando, relacionando, acessando o nosso objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma rica possível”(Moran, 2006, p.18).

As redes sociais na sociedade que chamamos de moderna têm

adquirido crescente importância. O trabalho pessoal em redes de conexões é

tão antigo quanto à história da humanidade. A derivação deste conceito passa

a representar um conjunto de participantes com autonomia, unindo ideais e

recursos com o propósito de valores e interesses compartilhados.

Conforme Moran, o conhecimento não é fragmentado, pois além de

interligado a construção cognitiva compreende processos de aprendizagem e

aquisição de novas estruturas para integração e relacionamentos e pontos de

vistas diferentes. Nesse sentido, pode-se elencar a mediação de tal

conhecimento por intermédio das redes sociais de relacionamentos que, a

cada dia, tornam-se mais populares em diversas camadas e contextos da

sociedade.

Atualmente, crianças, jovens e adultos interagem mutualmente com

outras pessoas em diversos lugares, separadas fisicamente. No entanto, vivem

e compartilham informações pessoais e distintas nesse tipo de estrutura que

usualmente está baseada na Web 2.0.10 A partir de tal conceito, inúmeros

10 Web 2.0 – Termo muito utilizado por usuários de rede, possuindo, porém, uma significação ampla, como uma plataforma que comunica e partilha de conteúdos e serviços, potenciando uma verdadeira arquitetura participada, onde os conteúdos, postados por cada um de nós, encontram seu espaço na rede e obtêm a divulgação adequada. Representa um novo

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foram os ganhos que a Web 2.0 trouxe, como também, possiblidades no uso

de novas ferramentas, interação e aproximação de indivíduos.

As redes de relações sociais são um exemplo típico. Incialmente

intermediadas em sala de bate papos, onde possibilitou o interagir de muitos

usuários por alguns anos, até a febre dos sites sociais. Sítios eletrônicos que

comportam múltiplas mídias e grandes possibilidades para compartilhamento

desde as mais banais, até as mais complexas informações e dado de formar

rápida e instantânea na rede mundial de computadores – Internet.

Ressalta-se que grande é a quantidade de sites sociais ao redor do

planeta, no entanto, aqui no Brasil, algumas dessas redes conquistaram um

elevado público dando início à evolução de outros meios. O Orkut que hoje

estar interligada ao Google, por exemplo, teve seu começo no ano de 2004 e

logo teve um aumento vertiginoso do número de usuários, possibilitando um

maior e melhor desdobramento de outras redes aplicadas, aliada a

disseminação da banda larga (Vandresen, 2011, p.2).

A rede social Orkut, o que poderíamos chamar de mídia virtual

possibilitou na década passada o desdobramento de importantes sites sociais,

como Youtube (2005), que além de permite aos seus usuários carregarem

compartilharem vídeos, nos formatos Adobe Flash e HTML5 para disponibilizar

o conteúdo. É o mais popular site do tipo, devido à possibilidade de hospedar

quaisquer vídeos, como variedade de filmes, videoclipes e materiais caseiros.

Assim, tendo ainda a possibilidade de serem analisados e discutidos os temas

e conteúdos pelos seus usuários.11

Outra possibilidade para acesso a vídeos na web, bem com postagens,

compartilhamentos e discussões é TeacherTube. Projetado para permitir que

profissionais da educação compartilhem vídeos, documentos, fotos, grupos e

blogs em locais de trabalho onde o Youtube é bloqueado por filtros de acesso

as redes virtuais. Ainda, o site conta com uma variedade de recursos para o

paradigma em que a colaboração ganha força suficiente para concorrer com os meios tradicionais de geração de conteúdo. 11 Youtube - https://www.youtube.com/?gl=BR&hl=pt.

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ensino em sala de aula e outros projetados para ajudar a formação de

professores.12

O Twitter (2006) teve a ainda obtém, milhões de participantes, com a

proposta de ser um servidor para microblogginng, permitindo aos seus

usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos e também

notícias, manchetes, informações que acontecem no mundo, acontecimentos

públicos e algumas vezes privados dos próprios usuários, com uma

característica própria, digitar textos em até 140 caracteres, conhecidos com

“twetes”.13

Diante de tal contexto, nota-se que na atualidade o site social de maior

envergadura é o Facebook que recentemente atingiu a marca de 1 bilhão de

usuários ativos no planeta. Conforme a revista veja em uma reportagem

datada de 10 de maio de 2013,

“O Facebook alcançou 73 milhões de usuários no Brasil no último mês de março, segundo dados da empresa obtidos com exclusividade pelo site de VEJA. Considerando que o país tem 94 milhões de pessoas com acesso à internet – segundo última pesquisa publicada pelo Ibope – quase quatro a cada cinco brasileiros conectados possui uma conta na rede social”.14

Com uma proposta para usuários a partir dos 13 anos, o Facebook,

tornou-se a maior rede social até então sem precedentes. O site possibilita aos

seus usuários, o compartilhamento de imagens, músicas, vídeos, mensagens,

chats instantâneos e vídeos concorrências. Demonstrando suas possibilidades

múltiplas possibilidades para a interação, intermediação informações e

entretenimento para seus usuários.

Ainda, destaca-se os sites Wiki, tendo a Wikipédia enciclopédia

multilíngue, virtual na web, como uma ferramenta de pesquisa amplamente

utilizada por estudantes. A Enciclopédia tem a proposta de colaboração dos

12 Teachertube – https:// www.teachertube.com . http://en.wikipedia.org/wiki/TeacherTube. 13 Twitter - https://twitter.com/ 14 Facebook alcança 73 milhões de usuários no Brasil – Disponível em:<http://veja.abril.com.br

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seus usuários que, na verdade tornam-se voluntários e agregadores na

publicação de textos, artigos e verbetes que associado a imagens somam 26

milhões em 285 idiomas.15

Nessa conjuntura, o desenvolvimento de novas tecnologias nas últimas

décadas vem transformando todos os setores onde envolve atividades

humanas. As redes de relacionemos são um exemplo para as novas formas de

comunicação e interação dos indivíduos. Nas escolas com a difusão das novas

tecnologias não é diferente, novas propostas para o ensino-aprendizagem,

estratégias e pedagógicas vem sendo influenciados por esse contexto e

quebrando os paradigmas educacionais vigentes.

Portanto, o uso desses sites sociais que envolvem e conectam bilhões

de indivíduos, na medida certa e coerente servem com auxiliadores dos

professores em qualquer área de conhecimento. Criando outras possibilidades,

alternativas e dinâmicas para uma sala de aula interessante e participativa.

3.2 – Sala de aula interessante no ensino de História

A estrutura do ambiente escolar e das salas de aulas sempre foi e

continua sendo um lugar tortuoso para inúmeros estudantes. Percebe-se no

cotidiano de muitos docentes que ministram a disciplina de História, as

frequentes queixas e observações sobre a condição, na qual se encontram

muitos alunos. Discentes passivos, desestimulados e sem curiosidade para tal

disciplina, levando à “dispersão e a falta de interesse pela aula de história e as

dificuldades de contextualização de conceitos, coesão e construção no processo

cognitivo”.

“Os professores, de um lado, reclamam de alunos passivos para

o conhecimento, sem curiosidade, sem interesse, desatentos, que desafiam sua autoridade, sendo zombeteiros e irreverentes. Denunciam, também, o excesso e a complexidade dos conteúdos a ministrar nas aulas de História, os quais são abstratos e distantes do

/noticia/vida-digital/facebook-alcanca-73-milhoes-de-usuarios-no-brasil> Acessado em 02 de junho de 2013. 15 Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia.

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universo de significação das crianças e dos adolescentes” (Caimi, p.18).

Algumas hipóteses são levantadas para o desinteresse dos alunos pelo o

ensino de História e também para outras disciplinas como:

• grades curriculares desatualizadas, tempo de hora para a disciplina

pequena e com horários das aulas em momentos impróprios, como um exemplo,

aulas nos últimos tempos;

• formas inadequadas na escolhas de conteúdos metodológicos deixando

de lado a definição e a contextualização de alguns conceitos; e

• acessibilidade das tecnologias portáteis em sala contribuiu para o desvio

da aula.

O discurso atual já não encaixa mais aos motivos de alguns anos, na qual

as conversas paralelas em sala de aula eram motivos para os alunos não prestarem

atenção no que era proposto pelo professor. No entanto, a rapidez na informação, a

integração e aproximação dos indivíduos em sociedade favorecidas pelos

desvalimentos da tecnologia possibilitou o surgimento de uma nova geração que a

Sociologia chama de “Z”.16 Conforme reportagem da revista Veja essa geração em

maioria composta por jovens que, em sua maioria, nunca conceberam o planeta

sem computador, chats, telefone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os

da Geração “Y” com chips e joysticks.17

“A grande nuance dessa geração é zapear. Daí o Z. Em comum, essa juventude muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o

16 Geração “Z” - As pessoas da Geração Z são conhecidas por serem nativas digitais, estando muito familiarizadas com a World Wide Web, compartilhamento de arquivos, telefones móveis e MP3 players, não apenas acessando a internet de suas casas, e sim também pelo celular, ou seja, extremamente conectadas à rede. 17 Geração “Y” - também chamada geração do milénio ou geração da Internet, é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, à corte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela geração Z.

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telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. Também troca de uma visão de mundo para outra, na vida” (Veja).18

A Geração “Z” tornou-se para o docente, um grande desafio para a

prática educacional. Tal geração é marcada pelo imediatismo e sua maneira de

pensar é influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia

o ambientou. Entretanto, são jovens que precisam aprender a selecionar tudo que

busca, como por exemplo, no mundo virtual. Assim, torna-se relevante o apoio dos

variados recursos didáticos mediados pela informática “quando disponíveis”, com

o propósito de diminuir os problemas enfrentados no cotidiano escolar.

O uso da tecnologia recursos didáticos tem o objetivo de despertar no

aluno uma construção própria. Conforme Moran (2013), a sala de aula será um

ponto de partida e de chegada, um espaço importante, a ser combinado com

outros tipos de espaços e ambientes, para ampliar as possibilidades de

atividades de aprendizagem. Por isso, uma educação de qualidade requer

professores bem preparados, motivados e atualizados pedagogicamente, a fim

de uma moderna metodologia para o diálogo com o ensino de História.

Para uma sala de aula interessante no ensino de História, já não basta

mais data shows com seus slides, filmes longos e entediantes e, tantos outros

instrumentos para auxiliar o professor. A rapidez da informação necessita de

algo mais, para dialogar principalmente com os jovens que compõe a Geração

“Z”. Grande parte desses indivíduos está intimamente ligada à tecnologia, por

intermédio, em sua maioria aos dispositivos de comunicação portáteis

conectados aos sites de redes sociais.

Nesse sentido, o interessante pode está aliado ao contexto que

permeiam os jovens. A Internet que há alguns anos vem ganhando um amplo

espaço em muitos seguimentos da sociedade possibilitou mudança e quebras

de paradigmas. Trata-se do ambiente mais descentralizada existente

atualmente, e justamente por esse motivo passa a ser também o espaço mais

18 Características e perspectivas de uma juventude que conhece a internet desde a infância. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/jovens/apresentacao.html> Acessado em 13 de junho de 2013.

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ameaçador para os grupos hegemônicos, tanto na política como

economicamente, dando voz a quem não tinha oportunidade. 19

Como ferramenta, a Internet usada de forma correta, facilita a

comunicação e a troca de opiniões entre todos e em geral. Aproximando às

pessoas, geograficamente distantes, no mundo, sem distinção de credo, raça ou

ideologia com o objetivo primeiro de discussão para o crescimento em conjunto.

Dentre essas transformações, estão às redes sociais que, como o Facebook,

pode abrir de forma coerente, um fabuloso universo para o conhecimento.

Assim, integrando para o compartilhamento de músicas, imagens, mensagens

de textos, notícias, vídeos, chats, publicações de revistas e jornais, que

possibilitam a troca de informação e o saber reflexivo de seus usuários em uma

plataforma multimídia.

Diante desse impacto causado por esta cultura tecnológica é necessário

mudar rumo das aulas do ensino de História. É preciso deixar de lado velhos hábitos

e métodos pedagógicos e, por em práticas inovações que acompanhe a grande

mudança que ocorre no espaço global e na nossa educação.

“A presença dos computadores pessoais e o acesso ampliado à

internet no cotidiano de crescentes parcelas da população, na escola e fora dela, modificaram o processo de ensino e aprendizagem, sem que isso significasse perda de importância para a sala de aula e para o convívio entre alunos e professores, utilizando exemplos específicos de história.” (Silva, 2007, p.36).

Por outro lado, a construção do cognitivo tem de alcançar várias vias

com o objetivo de conseguir o êxito no aprendizado. Estudar a ciência que

estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, e suas estruturas e esferas

deixadas, torna-se um desafio ao aliar o passado e o presente, quando este

último envolve a tecnologia, pois:

“a construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais livre, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do

19 Internet na Educação. Disponível em: < http://www.infoescola.com/pedagogia/internet-na-educacao/> Acesso em: 23 de abril de 2010.

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racional; uma organização provisória, que sei modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata” (Moran, 2006, p.19).

Desse modo, para a sala de aula interessante no ensino de História é

preciso flexibilidade, motivação, conhecimento e também, estar preparado para

o novo. O auxílio dos recursos tecnológicos contribui e ajudar na viabilização do

ensino. Criando assim, novas possibilidades, principalmente como apoio

pedagógico, em sala de aula e também aulas virtuais que externam ao ambiente

escolar. Fazendo com que o aluno possa se conectar, estudar ou mesmo

acompanhar remotamente em qualquer lugar tudo que foi ou que possa ser

proposto em uma simples rede social de relacionamento.

3.3 Construindo conhecimentos históricos nas redes sociais

“O professor precisa, hoje, adquirir a competência da gestão dos tempos à distância combinado com o presencial. O que vale a pena pela Internet, pois ela ajuda a melhorar a aprendizagem, mantem a motivação, traz novas experiências para a classe e enriquece o repertório do grupo” (Moran, 2004, p.351).

Há alguns anos o computador não só na escola como na vida pessoal

era um privilégio para poucos. Ao professor cabia com muita dificuldade o

aprofundamento e aprimoramento na atualização de seus conhecimentos. Aos

alunos poucos recursos didáticos eram disponíveis para seu aprendizado. O

livro didático, durante séculos foi o único recurso didático de apoio que o

discente tinha como forma de intermediação residência x escola x professor x

aluno.

Todavia, o desenvolvimento tecnológico com a informática possibilitou

muitas mudanças na sociedade. Novas formas e conceitos, novos grupos para

interação social emergiram e se redescobriram na chamada “sociedade da

informação” e na “sociedade em rede”. Conforme José Manuel Moran, um dos

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grandes desafios para o educador é ajudar no conhecimento significativo, a

escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas

possibilidades, a compreendê-la de forma cada vez mais abrangente e

profunda e, a torná-las parte do nosso referencial.

A construção de conhecimentos históricos nas redes sociais são uma

das alternativas a serem utilizadas nos ambientes escolares. Todavia, não

existe uma receita pré-determinada ou concepção prévia que deixe fechado o

tipo de aula ou público alvo para tal utilização. Cabe ao docente, a metodologia

a ser aplicada, fazendo o uso de canais de comunicações que atualmente

englobam grandes quantidades de usuários. Logo, algumas possibilidades

podem ser usadas quando fazemos o uso das redes relacionamentos na sala

de aula interativa.

Conforme Marcos Silva em sua pedagogia do parangolé, o professor

propõe o conhecimento, não o transmite. Não há distância para a recepção,

propondo conhecimento ao aluno, como o artista propõe sua obra potencial ao

público. Nesse sentido, os alunos podem construir seus próprios mapas e

conduzir suas explorações, considerando os conteúdos com ponto de partida e

não o ponto de chegada ao processo de construção do conhecimento. Ainda, o

discente participa nos estados potencias do conhecimento, arquitetados pelo

professor de modo que evoluam em torno do núcleo preconcebido com

continuidade e coerência. (Silva, 2001, p8).20

O Facebook, por exemplo, torna-se uma excelente ferramenta para a

prática metodológica, desde que, utilizada de forma coerente. Com múltiplas

funções e interatividades, tal rede social de relacionamento permite ao usuário

e potencialmente ao aluno não mais fique reduzido ao olhar, ouvir, copiar ou

prestar simplesmente atenção no que é proposto. Ao mesmo tempo, possibilita

a convergência com outros sites de compartilhamentos como o Youtube,

20 Pedagogia do parangolé – é a “preposição ativa do espectador”, de Oiticica. Participação “sensório-corporal” e “semântica” que “não se reduzem ao puto mecanismo de participar, mas concentram-se em significados novos, diferenciando-se da pura contemplação transcendental”. O espectador “é solicitado à contemplação dos significados” proposto no parangolé. São proposições cada vez mais abertas no sentido dessa participação, inclusive as que tendem a dar ao indivíduo a oportunidade de criar a sua obra.

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Gmail, GoogleDocs, IG, Slideshare, 4Shared, e tantos outros, permitindo

trocas reciprocas de informações e reflexões.

Nesse sentido, conforme Silva (2001), o discente, cria, modifica,

constrói, aumenta e, assim, torna-se coautor do processo cognitivo. Por

conseguinte, para dispor de meios que possam utilizar a interatividade, o

professor precisa desenvolver pelo menos algumas habilidades:

• garantir a bidirecionalidade da emissão e recepção, para que a

comunicação e a aprendizagem são produção conjunta professor e aluno;

• disponibilizar por meio de redes articulatórias, informações e

mensagens, permitindo ao receptor, liberdade para associações e

significações; e

• trabalhar a cooperação, sabendo que a comunicação e o

conhecimento se constroem entre alunos e professor e nada solitário.

Ainda, ao fazermos usos de práticas metodológicas por meio de

temáticas abordadas em redes sociais, seria possível estudar o ensino da

História com a proposta que os alunos alcance alguns objetivos:

• promover debates, reflexões sobre a presença na atualidade de

elementos materiais e mentais de outros tempos e, incentivar discursões sobre

as relações entre presente e passado, entre espaços locais, regionais,

nacionais e mundiais;

• propor estudos das relações e reflexões que destaquem

diferenças, semelhanças, transformações, permanências, continuidades e

descontinuidades históricas; e

• debater questões do cotidiano e suas relações com contextos

mais amplos e ao mesmo, propor aos alunos que organizem suas próprias

soluções e estratégias de intervenção na realidade.

Nesse contexto, o professor ao propor hipoteticamente um exemplo de

planejamento de aula sobre o conceito de “Escravidão no Brasil”. Algumas

especificações merecem ser levadas para uma análise das metodologias que

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podem ser utilizadas nas múltiplas ferramentas disponíveis no site social

Facebook. Por intermédio, dos Paramentos Curriculares Nacionais (PCNs) 3º e

4º Ciclo, pode-se elencar o público alvo para exemplificação, a fim de atender

alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, na faixa de idade que vai dos 13 aos

14 anos, como também para estudantes da Educação de Jovens e Adultos

(EJA).

Para a História os conceitos ganham importância para mediação dos

conhecimentos históricos. Pois, estando no campo histórico os conteúdos

socialmente construídos não são descartados e são fundamentais para que o

aluno perceba as transformações ao longo do tempo e do espaço. Segundo, a

historiadora Circe Bittencourt :

“A história é sempre história de alguma coisa, de algo que está acontecendo, que muda, que possui movimento até quando se trata de período de longa duração, que parece imutável, e os conceitos utilizados nessa investigação estão ligados a determinada história”

Consequentemente, ao desdobrar-se o conceito de Escravidão,

observar-se como uma prática social, em que, um ser humano tem direitos de

propriedade sobre outro designado por “escravo” ou no Brasil Colônia e

Império de “cativo”. Em algumas sociedades, desde os tempos mais remotos,

os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços

variavam conforme o sexo, a idade, a procedência e o destino. Ainda, seu

conceito variou conforme o tempo e o lugar onde foi aplicado. No Brasil foi

marcada pela escravidão indígena e, na sua grande maioria, pelo uso de

escravos vindos do continente africano, como forma de relação social e de

produção, adotada desde o período colonial até o final do Império.

“(...) aqueles para quem a escravidão, degradação sistemática da natureza humana por interesses mercenários e egoístas, se não é infamante para o homem educado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, os que conhecem as influências sobre o nosso país daquela instituição no passado, e, no presente, o seu custo ruinoso, e preveem os feitos de sua continuação indefinida” (Cardoso, 1997, p.19).

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“Regime social de sujeição do homem e utilização de sua força, explorada para fins econômicos, como propriedade privada; Falta de liberdade; sujeição, dependência, submissão, servidão; escravatura” (Ferreira, 2008, p.365).

“Modo de produção que surgiu com o mercantilismo e a

expansão do capitalismo, sendo um dos elementos constituintes básicos da acumulação primitiva de capital. (...) o escravismo moderno, também chamado de escravismo colonial, reproduziu na sua estrutura e refletiu na sua dinâmica as leis econômicas fundamentais do modo de produção escravista antigo. (...) No Brasil, o modo de produção escravista durou quase quatrocentos anos, influiu poderosamente no etos da nação e até hoje há vestígios das relações existentes naquele período, marcando as limitações do capitalismo dependente que o substituiu” (Moura, 2004, p. 149).

Nas definições que o conceito apresenta-se, o escravo encontrava-se

na posição de propriedade de seu senhor, não possuindo assim qualquer

direito. Segundo Bittencourt (2005) a escravidão do período moderno ou

escravidão do período colonial americano são diversas da escravidão entre os

gregos ou romanos da antiguidade. Pois, necessita situar o contexto onde

ocorreram, os conflitos que se estabeleceram, as relações com os demais

trabalhadores e assim por diante.

Nessa conjuntura, observa-se que havia diferenças como a escravidão

era praticada. Com esse propósito, o professor tem um importante papel no

momento da mediação entre o conceito estudado e o meio didático utilizado,

nesse caso, o site social Facebook, para uma aplicação e utilização coerente

nas ações dos alunos.

Ressalta-se que, o Facebook, lançado em 2004, nos últimos anos

tornou-se um importante meio de comunicação e interação em escala global.

Permitindo por meio do uso coerente, compartilhamentos de recursos que

auxiliem no estudo da história e no processo das relações humanas. Ainda,

somadas as fontes históricas em seu formato digital, nos permitem reconstituir

e reconstruir acontecimentos e formas de vida e práticas dos nossos

antepassados.

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As fontes históricas, podem ser classificadas com documentais

históricas, impressas, iconográficas, áudios visuais e mapas históricos.

Segundo, Maria Auxiliadora Schmidt, uma nova concepção do uso de um

documento histórico em sala de aula, é importante para concepção do ensino

de História:

“Uma nova concepção de documento histórico implica,

necessariamente, repensar seu uso em sala de aula, já que sua utilização hoje é indispensável como fundamento do método de ensino, principalmente porque permite o diálogo do aluno com realidades passadas e desenvolve o sentido da análise histórica. O contato com as fontes históricas facilita a familiarização do aluno com formas de representação das realidades do passado e do presente, habituando-o a associar o conceito histórico à análise que origina e fortalecendo sua capacidade de raciocinar baseado em situação dada” (Schmidt, 2004, p.94).

O trabalho com a fonte histórica física ou no formato de mídia digital,

em sala de aula ou nas redes virtuais, permite ao professor uma ampliação de

sua concepção e o uso do próprio documento como apoio didático. Entretanto,

necessária é uma pré e também uma pós-reflexão do que vai ser usado e

abordado, para que ele possa ter uma real noção do que se busque no aluno

em seu contato a fonte histórica.

Assim, a interpretação e aprendizagem do aluno serão desdobradas

em sala de aula e transportadas para o debate nas redes sociais que o objetivo

de ampliar o horizonte que foi proposto, construindo dessa forma o processo

cognitivo. Conforme Silva (2006), os dados são internacionalmente dispostos

de modo que o aluno, individualmente ou em grupo, ao experimentar tal

disposição e suas potencialidades, constrói sua aprendizagem sobre qualquer

tema especificado.

Igualmente, com forma de verificar os objetivos alcançados no

transcorrer da experimentação, o docente poderá avaliar a escala de empenho

do aluno, por intermédio da participação, postagem, levantamentos, reflexões

e discussões do tema proposto na rede social. Com exemplo, o monitoramento

e a mediação efetuada pelo docente poderão ocorrer em dois momentos:

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• Avaliação efetuada pelo professor versando a participação dos

alunos no site social de relacionamento Facebook, suas contribuições e

feedback referentes ao tema exposto;

• Auto avaliação dos alunos como a finalidade de observar os

objetivos alcançados; e

• Ao docente observar, desde o início se os objetivos foram

atingidos, como foi o tempo gasto para execução da experimentação, e

também, a necessidade para aplicação de outros meios dentro ou fora da sala

de aula.

Observa-se que existem possibilidades para o uso das redes sociais

de relacionamentos no ensino educacional, desde que bem planejado,

organizado e utilizado com coerência. Pois, a informática proporciona ilimitados

recursos e atividades virtuais como pesquisa, comunicação, produção e

interatividade. Ao utilizar recursos variados dentro ou fora da sala de aula, o

professor tem o papel de motivador e sensibilizador para construção do

conhecimento de seus alunos.

No ensino de História, não seria diferente, aliar os recursos das

tecnologias da informação e comunicação relacionadas às redes sociais. Logo,

tais redes são algumas das várias possibilidades de tornar mais interessante e

cativante, para, estudar os fatos e processos das relações e práticas humanas

dos nossos antepassados. Também, demonstrar ao aluno que, o contato

pessoal em rede de conexões é tão antigo quanto à própria história da

humanidade. Proporcionando dessa forma, diariamente mudanças em suas

rotinas educacionais com o objetivo de desenvolver alunos criativos,

inovadores e corajosos.

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CONCLUSÃO

Ao escrever este trabalho, conclui-se e ao mesmo tempo abrem-se

novas possibilidades, propostas e desdobramentos quando se relaciona o

desenvolvimento tecnológico ao contexto educacional. Observa-se no primeiro

capítulo, como a sociedade evoluiu e a tecnologia dialogou com a humanidade.

Na educação não seria diferente. Ao docente, cabe entender antes de aplicar

qualquer tecnologia no ambiente escolar e, como tais recursos ou meios

evoluíram e foram aplicadas de forma correta e coerente na educação.

Todavia, é preciso fazer uma ponte com a evolução da humanidade,

da tecnologia e da educação para podermos entender nosso público e, assim,

poder ter a ferramenta certa e facilitadora no processo de ensino

aprendizagem. Desse modo, observa-se no segundo capítulo os diálogos

históricos da Educação no Brasil seus desdobramentos na sociedade da

informação, os impactos e o aprender em tal contexto social. Demonstrando

que, o ensino deve incorporar a informatização, como uma possiblidade de

alcançar a construção do conhecimento.

Ainda, ao professor é valioso ter a confiança, a habilidade e o lado

empreendedor para motivar e ao mesmo tempo despertar em seus alunos,

curiosidades que facilitem no seu aprendizado. Por esse motivo, ao fazer uso

das redes sociais de relacionamentos como ferramenta de apoio metodológico,

é fazer observar como estamos vinculados e entrelaçados, em conexões que

fogem do contato físico e do ambiente geográfico.

As redes sociais, que hoje, aglomeram um enumerado campo de

possibilidades, a cada dia ganha novos formatos e adeptos. Inúmeros são os

sites, na qual bilhões de pessoas estão conectadas e no Brasil, não seria

diferente. Nota-se como nossos jovens estão ligados a essas redes, e ao

mesmo tempo, dedicam grande parte de seus momentos conectados as redes

sociais na chamada sociedade da informação ou em rede.

Cabe ressaltar que, ao fazermos uso dos sites sociais de

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relacionamentos existe um leque de variedade para utilização como ferramenta

de apoio metodológico. Entretanto, não existe uma proposta fixa e

determinante para utilização de tais ferramentas. Pois é necessário um estudo

prévio para análise de seu público e, se os mesmo estão aptos à utilização

desses recursos de forma concisa e coerente.

Construir conhecimento é algo nobre e abrangente. Novas dimensões

são abertas quando apreciamos, sentimos, experimentamos e estabelecemos

pontes entre o saber, o refletir e a ação. Nesse sentido, o uso das redes

sociais de relacionamentos são algumas das possibilidades para a imensa

criatividade que os seres humanos têm e que, ao longo da história demonstrou

e desenvolveu permitindo a nossa evolução em grupo e sociedade.

Assim, não basta apenas pensar e tentar sobre as possibilidades de

inovação metodológica. É preciso por em prática, e também, encarar as

dificuldades que são muitas, dentro e fora das instituições escolares.

Consequentemente, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) só

terão seu valor na educação transformadora quando fundamentada em um

conhecimento que permita ao professor refletir, interpretar e dominar de forma

crítica a tecnologia usada.

Portanto, para mudanças terem resultados é preciso que os

educadores sejam maduros tanto emocionalmente, como intelectualmente.

Assim, perceber o que querem e, onde pretendem chegar. Deve-se também,

compreender a bagagem de seus alunos, o interagir com as velhas

tecnologias, para que, a utilização das múltiplas tecnologias do século XXI

possam ser utilizadas e aproveitadas no contexto educacional de forma

gratificante e encantadora no processo de construção de conhecimento e

ensino aprendizagem.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I SOCIEDADE EM EVOLUÇÃO 11 1.1 – Uma breve conjuntura da humanidade 12

1.2 – A tecnologia e seu diálogo com a sociedade 17

CAPÍTULO II TECNOLOGIA: INTERMEDIAÇÃO E ITERAÇÃO NA EDUCAÇÃO 22 2.1 – Diálogos históricos: evolução da educação e os princípios

do uso tecnológicos 23

2.2 – A educação no Brasil e seus desafios na sociedade da

Informação 29

2.3 – O aprender na sociedade da informação 34

CAPÍTULO III A HISTÓRIA NAS REDES SOCIAIS: ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA O ENSINO 38 3.1 – Novas redes novas possibilidades 39

3.2 – Sala de aula interessante no ensino de História 42

3.3 – Construindo conhecimentos históricos nas redes sociais 46

CONCLUSÃO 53

BIBLIOGRAFIA 52

ÍNDICE 59

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

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FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliada por: Conceito: