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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EMPREENDEDORISMO EM TEMPO DE CRISE Danieli dos Santos Pereira ORIENTADOR: Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

EMPREENDEDORISMO EM TEMPO DE CRISE

Danieli dos Santos Pereira

ORIENTADOR:

Prof. Luciana Madeira

Prof.ª Luciana

Madeira

Rio de Janeiro

2018

DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Auditoria e Controladoria.

Por: Danieli dos Santos Pereira

EMPREENDEDORISMO EM TEMPO DE CRISE

Rio de Janeiro

2018

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, aos meus pais e ao meu marido por todo

apoio e compreensão.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos Pereira: meu pai, minha

mãe e meus irmãos.

5

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar o empreendedorismo em

tempos de crise. Ele objetiva demonstrar as ameaças, oportunidades, perspectivas

que este cenário proporciona e a razão pela qual as pessoas criam algo novo ou

inovam na área que já atuam, modificando seus negócios para que possam se

manter competitivos no mercado atualmente. As informações contribuem para o

desenvolvimento das atividades empreendedoras, realizando uma análise de dados

qualitativos e quantitativos que podem ajudá-lo a identificar quais são as causas que

os levam a abrir o próprio negócio, quais os impactos e oportunidades que a crise

pode proporcionar.

Palavra chave: Empreendedorismo, Crise, Ameaças, Oportunidades

6

METODOLOGIA

O método de pesquisa utilizado é o qualitativo, apoiando-se em técnicas

de coleta de dados, também quantitativas. De acordo com Neves (1996, p.01), a

pesquisa qualitativa não busca enumerar ou medir eventos. Ela serve para obter

dados descritivos que expressam os sentidos dos fenômenos. O estudo foi

desenvolvido a partir de:

1) Pesquisa bibliográfica onde os principais autores que contribuíram com

o trabalho foram: Dornelas (2015), Gerber (2011), Birley (2005), Chér (2014) e

Chiavenato (2008);

2) E pesquisa de campo – feita com questionários formulados com

questões de natureza exploratória. A técnica quantitativa permitiu mensurar e testar

as hipóteses dos últimos 10 anos.

A aplicação dos questionários aconteceu através de abordagem

presencial, de 26 a 28 de fevereiro de 2018. Os respondentes foram escolhidos de

forma aleatória, mas respeitando as delimitações geográficas, ou seja, Teresópolis

no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa, composta por questões exploratórias, foi

aplicada em uma amostra de 10 pessoas.

Pesquisa é um método de averiguação que tem como interesse descobrir

as relações existentes entre os aspectos que envolvem os elementos, as

ocorrências, os acontecimentos, ou coisas. Para Rúdio (1999, p.9) “é um conjunto de

atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento”.

Severino (2007), a ciência se constitui aplicando técnicas, seguindo um

método e apoiando-se em fundamentos da filosofia da ciência, utilizando a forma de

pesquisa qualitativa, quantitativa e estudo de caso e complementa ainda com o

recolhimento dos elementos de uma análise que se da na mesma forma que no

estudo de campo, em geral. Os elementos devem ser recolhidos e catalogados com

precisão e seguindo toda a metodologia do estudo de campo. Devem ser apurados

7

mediante exame rigoroso, e apresentados em diagnósticos qualificados. No estudo

de caso a seguir é possível verificar os métodos utilizados para que fosse possível a

coleta de dados.

Para que a pesquisa seja qualificada como “científica”, é preciso que seja

concebida de forma sistemática e metódica, acompanhando um planejamento

anteriormente especificado pelo pesquisador. É no planejamento da pesquisa que se

define o roteiro a ser trilhado na averiguação do motivo do estudo.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 12

Empreendedorismo 12

1.1 Empreendedorismo no mundo 12

1.2 Empreendedorismo no Brasil 14

1.3 Características dos Empreendedores 14

1.4 Tipos de Empreendedorismo 15

1.4.1 Empreendedorismo corporativo 16

1.4.2 Empreendedorismo social 16

1.4.3 Empreendedorismo público 16

1.4.4 Empreendedorismo franqueado x franqueador 16

1.4.5 Empreendedorismo de conhecimento 17

1.4.6 Empreendedorismo individual 17

1.4.7 Empreendedorismo por desemprego 17

CAPÍTULO II 18

Empreendedorismo por necessidade, desemprego ou crise 18

2.1 Crise 18

2.2 Características do empreendedor de necessidade 19

2.2.1 Não está pronto 19

2.2.2 Não tenho o dinheiro necessário 19

2.2.3 Abre um negócio que não gosta ou não entende 19

2.2.4 Copia o vizinho 20

2.2.5 Super qualificado 20

2.2.6 Acha que vai trabalhar menos 20

CAPÍTULO III 22

Estudo de Caso 22

3.1 Vantagens em empreender 28

3.1.1 Fazer o que gosta e trabalhar com o que se quer 28

3.1.2 Alcançar sonhos e objetivos 28

9

3.1.3 Ter autonomia, se sentir livre para decidir 29

3.1.4 Transmitir valores/gerar emprego e renda 29

3.1.5 Aprender com seus erros 29

3.2 Desvantagens em empreender 30

3.2.1 Tudo depende de você/não tem mão de obra especializada 30

3.2.2 Ter que pagar impostos/insegurança financeira 30

3.2.3 Ansiedade, Estresse devido ao peso da responsabilidade 30

3.2.4 Insegurança no negócio 30

3.2.5 Correr riscos 31

CONCLUSÃO 32

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 36

10

INTRODUÇÃO

O Brasil está numa crise econômica e financeira, atualmente. Com isso,

as oportunidades no mercado de trabalho caíram drasticamente e em contra partida

houve um aumento significativo na pratica do empreendedorismo.

Esse trabalho tem como principal objetivo comprovar os motivos que

levam as pessoas a empreender em momentos de crise, sua atuação nessas novas

empresas e quais são os métodos para conservarem-se competitivos no mercado.

Com isso, demonstrará também como os empreendedores conseguem manter-se

resistentes e perseverantes, para que seus objetivos sejam alcançados. Este

trabalho pretende demonstrar também as possibilidades e as desvantagens que a

crise atual proporciona quando os empreendedores buscam soluções para o

desemprego e a falta de recursos financeiros.

O tema abordado no presente trabalho tem como objetivo mostrar como a

crise no Brasil tem feito com que aumente o empreendedorismo, ou seja, o aumento

dos empreendedores por necessidade, pessoas que se viram obrigadas a partir para

um negócio próprio, por falta de emprego ou uma oportunidade de renda para

sobreviver e sustentar suas famílias.

Para tanto, foi elaborada uma pesquisa descritiva e quantitativa com

empreendedores de diversos ramos de atuação como: alimentação, confecções,

serviço de: marcenaria, mecânica, administração entre outros com o propósito de

demonstrar que, tornar-se um empreendedor é uma boa opção de carreira, visando

as suas próprias características, para ter um complemento de renda já que o país

encontra-se em dificuldade financeira. De acordo com os aspectos metodológicos

pesquisados utilizou-se o estudo de caso para contribuir com o desenvolvimento da

análise de dados presente neste trabalho.

Iremos, no estudo de caso, mostrar como a crise influenciou na decisão

dessas pessoas em empreender e como influencia até hoje na maneira com que

elas gerenciam seus negócios. Além disso, também veremos as vantagens e

11

desvantagens apontadas por esses empreendedores em abrir seus negócios nessa

época difícil financeira e economicamente falando.

12

CAPÍTULO I

EMPREENDEDORISMO

Podemos dar inúmeras definições para empreendedorismo. Uma delas,

de José Dornelas (2015), é a seguinte: “Empreendedorismo pode ser definido como

o envolvimento de pessoas e processos, que em conjunto, levam a transformação

de idéias em oportunidades. A perfeita implementação dessas oportunidades leva a

criação de negócios de sucesso.” (p.28).

O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela

introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de

organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. (Dornelas,

2014, p. 28).

O professor Howard H Stevenson da Universidade de Harvard define

empreendedorismo como a exploração da oportunidade independentemente dos

recursos que se tem a mão. A capacidade empreendedora não é nem um conjunto

de características da personalidade nem uma função econômica. “É, isto sim, padrão

coeso e mensurável de comportamento gerencial”. Para ele o empreendedorismo é:

“uma abordagem à gerência que definimos como: a busca de oportunidades sem

levar em consideração os recursos controlados.”

Empreender é também agregar valor, saber identificar oportunidades e

transformá-las em um negócio lucrativo.

1.1. Empreendedorismo no mundo

O conceito de empreendedorismo foi utilizado inicialmente por Marco

Polo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como

empreendedor, Marco Polo assinou um contrato com um homem que possuía

dinheiro para vender as mercadorias desse. Enquanto o homem era alguém que

assumia riscos de forma passiva o aventureiro empreendedor assumia papel ativo,

correndo todos os riscos físicos e emocionais.

13

Na Idade Média, o termo “empreendedor” foi utilizado para definir aquele

que gerenciava grandes projetos de produção. Esse indivíduo não assumia grandes

riscos e apenas gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis,

geralmente provenientes do governo do país.

Os primeiros indícios da relação entre assumir riscos e

empreendedorismo ocorreram no século XVII, época em que o empreendedor

estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou

fornecer produtos. Como geralmente os preços eram prefixados, qualquer lucro ou

prejuízo era exclusivo do empreendedor.

No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente

diferenciados, provavelmente devido ao inicio da industrialização que ocorria no

mundo.

No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores eram

freqüentemente confundidos com os gerentes ou administradores (isso ocorre até

hoje), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles

que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as

ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista

Os primeiros cursos e conferências de que se tem notícia tinham maior

foco na pequena empresa do que no empreendedorismo. Em 1947, Harvard criou

um curso sobre gerenciamento de empresas. Em 1953, a Universidade de Nova

Iorque montou um curso de empreendedorismo e inovação. Mas, foi só em 1956 que

a maior associação voltada para a pesquisa de empreendedorismo surgiu: a ICSB –

Internacional Council for Small Business, durante uma conferencia promovida pela

Universidade do Colorado sobre o desenvolvimento de pequenos negócios.

O primeiro congresso internacional aconteceu em Toronto, Canadá em

1973.

As publicações cientificas da área de empreendedorismo também são

recentes.

14

1.2. Empreendedorismo no Brasil

O empreendedorismo surge no Brasil nos anos 90, durante a abertura

brasileira para a economia. Com a entrada de fornecedores estrangeiros que

controlavam nossos preços, alguns setores que não conseguiam competir com

produtos importados engajavam novos planos, gerenciando novos projetos e abrindo

negócios e oportunidades em torno de produtos de competências variadas. Entre os

caminhos do empreendedor, muitos brasileiros se envolveram ao ramo e

construíram seus negócios.

Estima-se que em 2009, havia aproximadamente 19 milhões de

brasileiros empreendedores em nosso país, entre setores e organizações variadas.

1.3 Características dos empreendedores

Segundo Dornelas (2008) “o empreendedor é aquele que faz as coisas

acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”, já para

Chiavenato (2004) “o empreendedor é a pessoa que inicia ou opera um negócio para

realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e

inovando continuamente”. Schumpeter (citado por CHIAVENATO, 2004) amplia o

conceito dizendo que “o empreendedor é a pessoa que destrói a ordem econômica

existente graças à introdução no mercado de novos produtos e serviços, pela

criação de novas formas de gestão ou pela exploração de novos recursos, materiais

e tecnologias”.

Por fim de acordo com Dolabela (2006) “O empreendedor é um

insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas

para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não

percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar

conseqüências. Em suma, alguém que acredita que pode alterar o mundo. É

protagonista e autor de sim mesmo e, principalmente, da comunidade em que vive”.

Dornelas (2014) destaca o empreendedor de sucesso como o indivíduo

que consegue somar as características pessoais com as sociológicas e ambientais e

sendo assim permitem o nascimento de uma nova empresa, a partir de constante

planejamento e visão de futuro, como são apresentadas na Tabela 1, abaixo:

15

Tabela 1 - Características dos empreendedores de sucesso

- São visionários - São líderes e formadores de

equipes

- Sabem tomar decisões - São bem relacionados

- São indivíduos que fazem a

diferença

- Planejam

- Assume riscos - São determinados e dinâmicos

- São otimistas e apaixonados pelo

que fazem

- Criam valor para a sociedade

- São dedicados - Criativo e inovador

Fonte: Dornelas, (2014)

A partir da tabela acima, percebe-se que o empreendedor tem um olhar

do negócio, sabe beneficiar-se das oportunidades, tomar providências por meio de

elementos e informações, não tem receio de assumir riscos, transformando ideias

em algo tangível ao mesmo tempo em que criam utilidade para a sociedade.

1.4 Tipos de Empreendedorismo

Ser um empreendedor não é exatamente uma profissão, mas um estilo de

vida que consiste em uma maneira de enxergar o mundo e identificar suas

oportunidades. Como cada um tem seu motivo próprio para empreender, as

variações são grandes. .

Conforme dados levantados pela revista exame em 2014 há dois grandes

grupos: os empreendedores por oportunidade, que identificam um nicho com

potencial de crescimento e os empreendedores por necessidade, que só

empreendem para sobreviver

Dentro do grupo dos empreendedores por oportunidade destacam-se:

16

1.4.1 Empreendedorismo Corporativo

O empreendedorismo corporativo refere-se à identificação,

desenvolvimento e implementação de novas ações e oportunidades em

determinados negócios e na estrutura de uma empresa. Ele tem como objetivo

provocar a inovação nas atividades da organização e, consequentemente, gerar

melhorias nos recursos humanos e na estratégia do negócio. Ele é o

intraempreendedor, ou seja, o funcionário que empreende novos projetos na

empresa que trabalha.

1.4.2 Empreendedorismo Social

Este tipo de empreendedorismo tem como base a promoção de soluções

e mudanças nos problemas da sociedade por meio de uma ideia, gerando

desenvolvimento, qualidade de vida, cultura, melhorias ambientais e aprimoramento

da economia para as pessoas. Trata-se de uma ação focada na cooperatividade e

não na competitividade. A vontade de fazer algo bom pelo mundo aliada a ganhar

dinheiro move este empreendedor.

1.4.3 Empreendedorismo público

O empreendedor público é uma variação do corporativo para o setor

governamental. Ele geralmente se preocupa em utilizar melhor recursos e inovar nos

serviços básicos. Sua motivação está ligada ao fato de conseguir provar que seu

trabalho é nobre e tem valor para a sociedade.

1.4.4 Empreendedorismo franqueado x franqueador

Muitos desconsideram o franqueado como empreendedor, mas a iniciativa

de comandar o negócio, mesmo que uma franquia deve ser levada em conta.

Geralmente, procuram uma renda mensal média e o retorno do investimento. Do

outro lado, está o franqueador, responsável por construir uma rede através de sua

marca.

17

1.4.5 Empreendedorismo de conhecimento

Este empreendedor usa um profundo conhecimento em determinada área

para conseguir faturar. Eles buscam realização profissional e reconhecimento com

isso. O conhecimento é, portanto, o recurso essencial para alavancar o seu sucesso.

Dentre o grupo dos empreendedores por necessidade, podemos citar:

1.4.6 Empreendedorismo Individual

O empreendedorismo individual tem como característica a criação de

novas empresas e negócios. Em outras palavras, são as organizações em fase

inicial, que se formalizou através do MEI e começa a estruturar de fato uma

empresa. Este perfil ainda está muito ligado à necessidade de sobrevivência e

geralmente trabalha sozinho ou com mais um funcionário apenas.

1.4.7 Empreendedorismo por desemprego

Este tipo ganha dinheiro porque precisa sobreviver. Ele está muito ligado

a necessidades. A pessoa não tem visão de longo prazo, quer atender necessidade

de agora.

O empreendedor deste perfil trabalha para garantir o necessário para

viver, tem um risco levemente pequeno e não tem muitos projetos para o futuro.

Esse tipo tem diminuído bastante com iniciativas como o Microempreendedor

Individual (MEI). Foi praticamente obrigado a empreender por conta da conjuntura

atual e contratempos – sejam estes financeiros, de mudanças na estrutura familiar,

etc. Este também é o caso daqueles empreendedores que acabam abrindo o seu

próprio estabelecimento porque não conseguiram se inserir no mercado de trabalho.

E é nesse tipo de empreendedor que o próximo capítulo vai focar.

18

CAPÍTULO II

EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE,

DESEMPREGO OU CRISE

Conforme dados do IBGE apresentados no final de 2016, o desemprego

no Brasil conquistou o número recorde de 14 milhões de pessoas da população

economicamente operante. Isso significa 14,9% da população brasileira que tem

condições de trabalho. Esse número é como se toda a cidade de São Paulo

estivesse parada. São quatro milhões a mais do que em 2015 que já foi um ano bem

difícil.

2.1 Crise

Segundo Cardia (2015) crise pode ser definida pela quebra de ordem

natural das coisas, uma situação que desafie o sistema de forma antinatural, ou a

quebra de um processo linear esperado, seja pelo homem, ou pelos sistemas

naturais, em outras palavras:

Crise é entendida normalmente como ruptura, fratura, desconfiança, pânico,

pessimismo, sentimento emocional, transição, conflito, tensão etc., e pode

atingir todas as dimensões da sociedade – econômicas, políticas, sociais,

culturais, religiosas. Podendo ser de curto e longo prazo (Beozzo, 2009, p.

21).

Com a crise, acontece a expansão de um episódio já conhecido no Brasil:

o empreendedorismo de necessidade que significa abrir um negócio próprio por

legítima necessidade de sobrevivência econômica.

Isso significa, geralmente, que o empreendedor novato não está apto para

os desafios de iniciar o próprio negócio, o que colabora, mais ainda, com a vasta

taxa de mortandade de novos negócios, eliminando as economias de muitas famílias

no decurso.

19

2.2. Características do Empreendedor de Necessidade

Numa escala global, o Brasil ocupava o sétimo lugar no ranking do

empreendedorismo, no ano de 2015, tendo registrado mais de 13 milhões de

brasileiros comprometido com algum tipo de negócio próprio, mas a grande verdade

é que a qualidade do nosso empreendedorismo é um tanto quanto baixa.

O relatório com os dados do IBGE apresentados no final de 2016 afirma

também que o estímulo dos empreendedores iniciais tem se mantida praticamente

inalterada ao longo dos anos. Embora a maioria dos empreendedores seja motivada

por oportunidade, a presença daqueles que empreenderam por necessidade é

abundantemente alta se confrontada à maioria dos países que compõem a pesquisa,

considerando que o Brasil ocupa a 4ª posição no ranking de empreendedorismo por

necessidade.

Vejamos algumas das principais características dos empreendedores por

necessidade, de acordo com o relatório do IBGE divulgados no final de 2016:

2.2.1 Não está pronto

Este tipo de empreendedor é aquela pessoa que passou a vida toda

aguardando por um momento perfeito para se preparar, estudar, fazer um curso de

fluxo de caixa – mas não teve ou não deu primazia, por mil motivos relevantes e

agora perdeu o emprego e já aplicou toda a poupança no negócio

2.2.2 Não tem dinheiro necessário

Não estamos tratando aqui de muito ou pouco dinheiro, e sim de ter o

dinheiro aceitável para o que se quer fazer. Abrir um negócio e ignorar a

necessidade de capital de giro pode significar arruinar o negócio antes mesmo de ter

a diminuta oportunidade de mostrar a que veio.

2.2.3 Abre um Negócio que não Gosta ou não Entende

Frequentemente, a pessoa nesse tipo de negócio acha que consegue

dinheiro fácil. Quando a pessoa é obrigada a empreender rapidamente,

20

desempregado, com os compromissos batendo na porta, muitas vezes decide o

negócio pelo motivo mais errado possível para um empreendedor: supor que vai

receber muito dinheiro – sem ter a ínfima ideia do que ocorre nos bastidores.

2.2.4 Copia o Vizinho

Copiar os outros amplia as brechas de fracasso porque, muito

possivelmente, você está entrando em um negócio em que já há concorrentes muito

bem ajustados (aqueles que você admira, mas dificilmente conseguirá fazer melhor

– porque eles chegaram primeiro e já tem mais experiência) ou pode estar perto da

saturação. Na maioria dos casos, só o que se consegue é acabar com a própria

poupança ambicionando o sucesso do outro.

2.2.5 Super qualificado

Alguns imprudentes realmente acreditam que podem fazer todo tipo de

negócio ser um sucesso, lucrar rapidamente e, de preferência, de maneira simples e

descomplicada, só porque tem nível superior, residiu no exterior, e tem um currículo

com inúmeras páginas. Ou eram diretores de multinacional, com várias secretarias e

muitos assistentes, mas não sabiam manejar a máquina de café sozinho.

Desconsiderar as dificuldades do negócio próprio é uma falha muito comum,

especialmente com pessoas que têm uma formação imprópria para o trabalho,

principalmente quando falta humildade. E quando caem no empreendedorismo por

necessidade (onde é normal ser faxineiro de manhã, Office boy ao meio dia e

operador de máquina de tarde) acham que vão ficar “comandando” o negócio desde

o escritório.

2.2.6 Acha que vai trabalhar menos

Pode ser assombroso, mas ainda tem gente que julga que sendo “seu

próprio patrão” vai trabalhar menos horas. Depois de perder o emprego, algumas

pessoas usufruem da oportunidade para iniciar seu próprio negócio e fazer as coisas

de seu modo particular. Até aí, tudo natural e saudável. O problema é quando o

21

propósito do novo empreendimento se resume a reduzir a jornada de trabalho é

duvidoso que o negócio dê certo.

22

CAPITULO III

ESTUDO DE CASO

No estudo executado foram realizadas entrevistas com 10 (dez) tipos de

empreendimentos desiguais, selecionados desta forma exatamente para que

tenhamos distintos pontos de vistas. Como existem diferentes empresas, se o

estudo fosse empregado a todos os segmentos ficaria muito extenso, então

priorizamos fazer uma amostra menor, realçando as qualidades e não a quantidade

de informações. Isso auxiliou a preparação dos questionários e a identificação dos

resultados de forma coerente elaborando a tabela a seguir que demonstra as

respostas de pessoas que se atreveram a empreender.

Tabela 2 – Questionário

Qual o ramo

do seu

negócio?

1) Décio Motta, Artesanato em Madeira, 28/02/2018

2) Juliana Pereira, Salão de Beleza, 26/02/2018

3) Thiago Rocha, Marcenaria, 27/02/2018

4) Marianne Gonzalles, Consultoria de Imagem,

26/02/2018

5) Milton Pereira, Oficina Mecânica, 28/02/2018

6) Igor Rocha, Alimentação Saudável, 27/02/2018

7) Maria José Almeida, Confecção de Roupas,

27/02/2018

8) Ilton Belffi, Hamburgueria, 26/02/2018

9) Lucas Souto, Encanador, 27/02/2018

10) Mariana Masiero, Comércio de Lingerie, 28/02/2018

Como surgiu

a idéia de

abrir seu

negócio?

1) Por Necessidade

2) Foi algo alternativo por gostar do ramo

3) Por desemprego

4) Meu trabalho anterior perdeu muitos clientes então

juntei algo que gosto de fazer com a necessidade

de melhorar minha renda.

5) Trabalhando na área

23

6) Por ter um familiar que sabia ótimas receitas e quis

me ajudar quando o desemprego chegou.

7) Por desemprego

8) Por necessidade e por eu gostar de ser um

consumidor do ramo.

9) Através de um parente que conhecia o ramo e se

propôs a me ajudar.

10) Por necessidade.

De que forma

a crise

influenciou ou

influencia seu

negócio?

1) Devido a crise as pessoas estão preferindo

consertar no lugar de comprar um novo produto.

2) Hoje a concorrência está muito mais acirrada então

os clientes precisam ser fidelizados para continuar

conosco.

3) Influencia porque aumenta o que eu gasto com a

matéria prima por conta da inflação, com isso a

minha margem de lucro é menor para não aumentar

o preço.

4) Os clientes estão fazendo tudo para economizar e a

exigência no resultado do serviço é maior.

5) Eu percebi que a criatividade e a procura sempre de

melhores opções para o cliente eram necessárias

se eu quisesse sobreviver no mercado.

6) Representou oportunidade quando fiquei mais bem

estruturado.

7) Afetou totalmente porque as pessoas compram

menos.

8) Diminuição no numero de clientes, pois as pessoas

estão preferindo comer em casa.

9) Aumento da inadimplência nos serviços prestados.

10) Ela atinge diretamente, diminuindo o número de

clientes.

Qual você

considera ser

1) Qualidade e comprometimento cumprindo o que é

prometido.

24

o seu

diferencial em

relação à

concorrência?

2) Produtos de qualidade tendo ambiente e serviços

diferenciados.

3) Qualidade de serviço feito por profissionais

especializados.

4) Atendimento personalizado na hora e local que a

cliente desejar.

5) Entrega antes do prazo e bom atendimento sempre

tirando as duvidas do cliente.

6) Atendimento personalizado, sabendo que cada

pessoa é única com isso nosso cardápio é

diferenciado e com alimentos de qualidade.

7) Bom atendimento, o cliente se sente especial e

qualidade nas peças produzidas.

8) Atendimento, agilidade, sabor incomparável e

qualidade nos alimentos,

9) Procuramos superar as expectativas dos clientes.

10) Produtos de qualidade com entrega no local que a

cliente desejar.

O que você

entende por

empreender?

1) Não existe garantia de sucesso, mas é preciso se

dedicar até mais do que num trabalho convencional

para consegui-lo.

2) É o inicio de se colocar em prática várias ideias.

3) È se embrenhar nos seus sonhos, trabalhando duro

para conseguir seus objetivos.

4) É ser criativo para vencer os desafios, ser inovador

para se diferenciar dos demais, determinado e

comprometido para alcançar seus propósitos.

5) Conhecer seu ramo, preparar uma equipe, mantê-la

motivada, sabendo coordenar e assumindo os

riscos que vier.

6) Pessoa que não tem medo de buscar soluções para

atender da melhor maneira possível o cliente.

7) É um risco de investir em determinada atividade

25

que gera desenvolvimento, mas com muito

trabalho.

8) É tentar fazer seu sonho acontecer com muito

trabalho e dedicação.

9) Alguém que pesquisa por vontade ou necessidade

novas oportunidades de sobreviver.

10) Usar originalidade em alternativas para encantar a

cliente.

Quais as

vantagens de

empreender

na crise?

1) Ou você aprende e cresce ou acaba de vez e volta a

pensar em ser empregado.

2) Visto que os clientes estão mais exigentes porque

tem muitos outros prestadores de serviços, nós

precisamos atender com excelência nossos

clientes.

3) Possibilidade de entrar em mercados ou de fazer

algo nunca imaginável.

4) A dedicação é tão grande que o sucesso nos da

mais prazer do que numa época tranquila

economicamente falando.

5) Investir em algo que não existe, ou que já existe,

mas pode ser melhorado.

6) Ter seu esforço e dedicação reconhecida pelos

clientes.

7) Como arriscamos alto, corremos o risco do

sucesso ser alto também porque o medo já

aconteceu lá trás quando empreender era apenas

um sonho no papel.

8) Tornar-nos cada dia mais capazes e eficientes no

que fazemos.

9) Garantia de renda enquanto busca novas

oportunidades.

10) Abre a possibilidade de ter uma fonte de renda

alternativa e ou complementar.

Fonte: Artigo: Empreendedorismo em Época de crise, adaptado (2018)

26

O estudo de caso objetivou expressar quais as interpretações das

pessoas empreendedoras em épocas de crise, e como empreender foi uma saída

para o desemprego e ou problemas financeiros, ao mesmo tempo exprimi a visão

que os empreendedores apresentam em relação aos aspectos essenciais do

empreendedorismo. Os resultados obtidos foram evidenciados por meio da pesquisa

de forma qualitativa.

PERGUNTA PERCENTUAL ANÁLISE DOS RESULTADOS

Como surgiu

a idéia de

abrir um

negócio?

80% por

necessidade

20% por

oportunidade

O Sr. Milton Pereira que

respondeu o questionário em 28

de fevereiro de 2018 nos informou

que perdeu tudo com a tragédia

de 2011 então quando a crise dos

anos posteriores chegou ele

encarou com coragem mais um

desafio, o de agora empreender

depois do desemprego.

Qual seu

diferencial em

relação à

concorrência?

60% atendimento

40% qualidade dos

produtos ou dos

serviços prestados

O Sr. Lucas Souto, Encanador, em

27 de fevereiro de 2018, diz que

depois que teve que abrir o seu

próprio negócio deu muito mais

valor a atender seus clientes com

rapidez e eficiência, sempre

mostrando a qualidade do serviço

prestado e com isso já conseguiu

vários clientes novos indicados

por seus clientes.

De que forma

a crise

influenciou ou

influencia?

70% de forma

negativa 30% de

forma positiva

O marceneiro Thiago Rocha,

proprietário da marcenaria

Realizando Sonhos disse em 26

de fevereiro de 2018 que “a crise

faz com que a inflação nos

obrigue a comprar materiais mais

27

caros, mas nem sempre podemos

repassar isso aos nossos clientes

e na maioria das vezes a solução é

diminuir na nossa margem de

lucro para não perder os clientes,

sendo assim a crise influencia de

forma negativa o negócio”.

O que você

entende por

empreender?

60% acreditam ser

a busca por novas

oportunidades no

mercado, ainda que

por necessidade.

Ser dono do seu

nariz.

40% afirmam que

para se

empreender é

necessário

determinação e a

busca de melhoria.

“empreendedorismo é quando a

pessoa tem no seu sangue ou no

seu desejo de vida, ou até mesmo

por conta da necessidade,

vontade de pessoas de criar algo

que resolva problemas de outros e

com isso essa pessoa consiga

sair dos momentos de crise

financeira e ou econômica”, isso

segundo a empreendedora da

Bella Confecções, Maria José

Almeida em 27 de fevereiro de

2018

Quais as

vantagens de

empreender

na crise?

80% acreditam ser

a oportunidade de

crescimento na

vida financeira e

profissional.

20% vêem mais

como uma ameaça

do que realmente

uma oportunidade.

“Garantia de que você tem o seu

trabalho, e que ele depende de

você para crescer e tornar-se algo

de sucesso te dando assim

crescimento pessoal e

profissional”. São palavras de

Ilton Belffi, proprietário da

hamburgueria Sir Joe em 26 de

fevereiro de 2018.

Fonte: Artigo: Empreendedorismo em Época de crise, adaptado (2018)

Em conformidade com os resultados obtidos acima, 80% dos

entrevistados empreendem por necessidade, e 20% empreendem por oportunidade.

28

Para fidelizar seus clientes 60% investem em atendimento e os outros

40% em qualidade nos produtos e nos serviços prestados.

Quando a questão é a crise 70% declaram que ela influencia de forma

negativa no seu ganho, enquanto 30% acreditam ser positivas devido ao fato de

algumas empresas maiores e ou concorrentes estarem fechando e 80% acreditam

que o benefício de empreender na crise está nas diversas possibilidades que ela

possibilita, enquanto que 20% não enxergam esses benefícios.

Com relação ao conhecimento sobre empreendedorismo, entende-se que

para 60% empreendedorismo é a busca de novas oportunidades e 40% é a

criatividade e inovação, sendo que empreender para muitos é a busca da realização

pessoal e profissional.

Nosso estudo de caso também constatou que, em relação à vida pessoal e

profissional 62% dos ouvidos afirmam fazer o que gostam e 44% dizem que estão

realizando um sonho; 47% destacaram a um ponto positivo como sendo a possibilidade

de poder transmitir valores que acreditam para funcionários e fornecedores e outros 49%

destacaram a possibilidade de poder aprender sempre com seus erros e acertos. Além

disso, foram levantadas também as vantagens e desvantagens em ser um

empreendedor. Vejamos alguns:

3.1. Vantagens em Empreender

3.1.1 Fazer o que gosta e trabalhar com o que se quer:

Quando o empreendedor tem a chance e a perspectiva de fazer o que

gosta a possibilidade do negócio dar certo é maior porque a dedicação também será

maior e a realização pessoal e profissional em fazê-lo também. De acordo com

Frank Tyger: “Fazer o que você gosta é liberdade. Gostar do que você faz é

felicidade”.

3.1.2 Alcançar sonhos e objetivos

Não existiriam empresas, independente se de forma projetada ou não, se

o empreendedor antes, não tivesse sonhado com ela, no entanto, ela só passa a

29

mostrar seus resultados, quando esse mesmo empresário, tende a extrair do campo

das intenções, e colocar as metas em execução.

Desse modo, o empresário consegue ultrapassar os contratempos e

impasses, para atuar com fulgência e primor, porque essencialmente, acreditou em

si mesmo, acreditou em sua capacidade, habilidade e anteviu que a aspiração

poderia virar fato real.

3.1.3 Ter autonomia, se sentir livre para decidir

Sendo o proprietário do seu estabelecimento você tem independência e

poder para lidar com seus colaboradores, clientes, e fornecedores. Poderá definir de

que modo você quer que a sua empresa seja administrada, quais princípios,

convicções serão compartilhados e encorajados, entre outras preferências que

poderá fazer por ser a pessoa que tem o poder de decidir na empresa. Essa

liberdade inclui idealizar um ambiente de trabalho da forma que você acha melhor,

monitorar seu horário de trabalho, poder tirar férias quando tencionar, poder zelar

mais pela saúde, controlar quanto quer ganhar por mês, entre outras coisas.

3.1.4 Transmitir valores/ gerar emprego e renda

Indo de encontro com a situação econômica atual do Brasil, quando você

empreende você tem a chance de gerar emprego e renda não apenas pra você e

seus familiares, mas também para terceiros, colaborando com a melhoria da

economia no país. A perspectiva de você se orgulhar de tudo que você construiu é

uma possibilidade verossímil.

3.1.5 Aprender com seus erros

Sendo um negócio de responsabilidade sua e talvez por você não ter a

experiência, know-how necessários para exercer determinada função, você poderá

acertar, mas também poderá errar e isso é um bom motivo de aprendizagem e de

correção dos seus erros. É um bom motivo também para que você procure se

especializar, se capacitar cada vez mais no mercado que você escolheu.

30

3.2. Desvantagens em Empreender

3.2.1 Tudo depende de você/Não tem mão de obra

especializada

Quando você começa o seu negócio, em especial por ter a necessidade

manter você e talvez até mesmo uma família, talvez você não tenha como admitir ou

consultar um especialista na área em que você vai atuar, e isso pode requerer mais

esforço seu porque você precisará estudar mais, se empenhar mais em adquirir o

conhecimento necessário, talvez até mesmo com ex-colegas de trabalho, ex-

professores ou até mesmo com familiares que tenham o conhecimento necessário

para você começar e ou desempenhar de maneira eficaz e eficiente seu negócio.

3.2.2 Ter que pagar impostos/ Insegurança Financeira

O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, e mesmo

havendo incentivos aos microempreendedores, essa é uma questão que preocupam

muitos deles. “Será que conseguirei manter todas as despesas que o negócio exige

manter minha família e ainda cumprir com as exigências financeiras que o fisco “nos

impõe”?”

3.2.3 Ansiedade, estresse devido ao peso da

responsabilidade

Quando você empreende por necessidade a pressão para que o negócio

dê certo é ainda maior porque você necessita daquilo para sobreviver e sustentar

sua família. Isso pode gerar uma ansiedade e um estresse muito grande no novo

empreendedor o que pode complicar não apenas sua saúde, mas a saúde do seu

negócio afetando diretamente seus resultados.

3.2.4 Insegurança no Negócio

Esse item é tido como o maior desafio do empreendedor porque inicializar

um negócio trata-se de criar e ou ampliar soluções criativas que vão atender a

necessidade de alguns cidadãos. A apreensão de não ter cliente é um dos principais

receios do empreendedor. Mas as principais armas contra esse risco são a solidez, a

31

perseverança, a constância, e o esforço, características estas que são essenciais

em um empreendedor de sucesso.

3.2.5 Correr riscos

Lamentavelmente não existe negócio completamente protegido, com cem

por cento de segurança ou livre de riscos. O risco é a conjunção entre a perspectiva

de acontecer um determinado evento juntamente com o resultado de suas

repercussões positivas ou negativas, caso aconteça.

E isso é algo que de fato acontece com o empreender em específico com

o que empreende por necessidade. Porém, cada investida é uma experiência para

refinar os impactos positivos e diminuir os negativos.

32

CONCLUSÃO

Este trabalho teve como finalidade mostrar como crise no Brasil, e com

ela o desemprego, fez com que houvesse um aumento considerável no numero de

empreendedores por necessidade, também objetivamos apresentar os resultados

obtidos através de um estudo de caso realizado com empreendedores de diversos

ramos de atuação em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. O estudo foi

executado com o propósito de averiguar como a atual crise econômica que o país se

encontra influi nos empresários em seus estabelecimentos e quais são os caminhos

encontrados para encarar a crise. A maior parte dos entrevistados declarou que a

crise afeta negativamente na sustentabilidade de seu negócio, em contra partida faz

com que eles investiguem mais aperfeiçoamento, e usem a originalidade na

conquista e na dedicação aos seus clientes. No transcorrer da pesquisa, averiguou-

se que empreender é correr riscos, porém eles são fundamentais quando o objetivo

é expandir, concorrer de maneira leal no mercado e fidelizar e seus clientes.

Deste modo, concluímos que o empreendedorismo progride em

concordância com as necessidades econômicas, tendo como finalidade suprir a

escassez do mercado, tanto nas novidades de produtos, como na prestação de

serviços, realçando o empreendedorismo que busca incessantemente inovar com

criatividade. O empreendedorismo apóia a busca do crescimento, basta entender as

oportunidades e fazer a diferença no mercado contemporâneo, em um clima

pertinente a essa prática na atualidade, contudo devem ser encarados os elementos

referidos anteriormente, para endossar que o sucesso seja atingido, ainda que em

um lugar onde as mudanças determinem as diretrizes da economia e do mercado.

O empreendedorismo vai além de uma saída para o obstáculo do

desemprego. Mesmo em fases de absoluto emprego, muitos jovens analisam

colocar em pratica seus sonhos através do negócio próprio, apesar de todos os

perigos e ameaças que isso apresenta. Eles estão entendendo que a evolução e o

crescimento das competências empreendedoras os posicionam em melhores

circunstâncias para confrontar um mundo em permanente mudança e proporciona

vantagens da mesma forma àqueles que optam em disputar a carreira em um

emprego tradicional.

33

Diversos especialistas concordam que o empreendedor transformou-se

principalmente em um impulsor da economia, um executor de renovação e

mudanças, apto em provocar o crescimento econômico. Com isso aumenta a

confiança de que a população pode ter a resolução de encabeçar e coordenar

esforços no caminho do seu próprio desenvolvimento econômico e que não tem

mais necessidade de se vitimar pelo passado ou por legados e podem sim modificar

a sua aptidão e alcançar competências elevadas dentro de uma atividade econômica

e dentro de suas vidas.

Finalizando, vimos que empreender ainda que tenha seus muitos

desafios, pode ser uma mudança surpreendente em tempos de crise. O

imprescindível é a dedicação, o comprometimento e a capacitação contínua para se

alcançar os objetivos e resultados satisfatórios, sejam eles de cunho financeiro,

econômico, profissional ou pessoal.

34

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36

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 10

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 12

Empreendedorismo 12

1.1 Empreendedorismo no mundo 12

1.2 Empreendedorismo no Brasil 14

1.3 Características dos Empreendedores 14

1.4 Tipos de Empreendedorismo 15

1.4.1 Empreendedorismo corporativo 16

1.4.2 Empreendedorismo social 16

1.4.3 Empreendedorismo público 16

1.4.4 Empreendedorismo franqueado x franqueador 16

1.4.5 Empreendedorismo de conhecimento 17

1.4.6 Empreendedorismo individual 17

1.4.7 Empreendedorismo por desemprego 17

CAPÍTULO II 18

Empreendedorismo por necessidade, desemprego ou crise 18

2.1 Crise 18

2.2 Características do empreendedor de necessidade 19

2.2.1 Não estão prontos 19

2.2.2 Não tenho o dinheiro necessário 19

37

2.2.3 Abre um negócio que não gosta ou não entende 19

2.2.4 Copia o vizinho 20

2.2.5 Super qualificado 20

2.2.6 Acha que vai trabalhar menos 20

CAPÍTULO III 22

Estudo de Caso 22

3.1 Vantagens em empreender 28

3.1.1 Fazer o que gosta e trabalhar com o que se quer 28

3.1.2 Alcançar sonhos e objetivos 28

3.1.3 Ter autonomia, se sentir livre para decidir 29

3.1.4 Transmitir valores/gerar emprego e renda 29

3.1.5 Aprender com seus erros 29

3.2 Desvantagens em empreender 29

3.2.1 Tudo depende de você/não tem mão de obra especializada 30

3.2.2 Ter que pagar impostos/insegurança financeira 30

3.2.3 Ansiedade, Estresse devido ao peso da responsabilidade 30

3.2.4 Insegurança no negócio 30

3.2.5 Correr riscos 31

CONCLUSÃO 32

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 36