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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DOS TRABALHADORES EM REGIME OFFSHORE MARIA ELIZABETH MARTINS BONIFACIO ORIENTADOR: Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Pessoas Por: Maria Elizabeth Martins Bonifácio ... (MORETTI, 2004)

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DOS TRABALHADORES EM

REGIME OFFSHORE

MARIA ELIZABETH MARTINS BONIFACIO

ORIENTADOR: Prof. Paulo José

Rio de Janeiro 2018

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Pessoas Por: Maria Elizabeth Martins Bonifácio

QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE DOS TRABALHADORES EM

REGIME OFFSHORE

Rio de Janeiro 2018

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela vida, família, amigos/as, saúde e força

para ir atrás dos meus sonhos.

A empresa que trabalho.

Aos colaboradores a empresa de Óleo e Gás que

se despuseram passar informações e me

incentivaram para que meus objetivos fossem

alcançados

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus, que

me deu forças, a minha família, que não mediram

esforços, meu esposo Ricardo e meus filhos que

ajudaram nessa etapa, a minha mãe Stella, que já

se foi, mas continua sendo minha maior força e

inspiração na vida.”

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RESUMO

Neste estudo estão sendo avaliados a qualidade de vida no trabalho

e vida dos trabalhadores embarcados em empresa Offshore.

Buscou-se compreender, o ambiente de trabalho, o comportamento

diante da situação dos confinamentos, os afastamentos de seus familiares, a

jornada de trabalho, os períodos de descanso e suas especificidades, bem como

conhecer a trajetória de vida dos trabalhadores embarcados e suas percepções

sobre esse tipo de trabalho e as motivações que os levaram a escolher tal

ocupação. Além disso, investigou-se como se dão as relações entre o trabalho

embarcado e a vida familiar e social, e o impacto de uma sobre a outra.

O regime de trabalho offshore possui características próprias,

diferentes dos demais regimes de trabalho, e provocam impactos diferenciados

na vida dos profissionais que se encontram nesta condição, confinados por um

longo período de tempo, em alto mar, distante da sociedade e em datas

comemorativas, aniversários, natais, longe da família e em um espaço físico

limitado, é um tema que as empresas de offshore precisam focar uma especial

atenção.

O objetivo deste trabalho é analisar a qualidade de vida em ambientes

de confinamento, cuja a jornada é diferencia, a ausência do convívio com a

família durante 14 dias e trabalhos em turnos de revezamento. Identificando o

que já está sendo aplicado pelas organizações e aquilo que precisa ser

melhorado.

Segurança dos embarcados tem que ser priorizado e ter um rigor no

acompanhamento nas políticas.

A qualidade de vida no trabalho se reflete na vida pessoal, social,

familiar, e no ambiente de trabalho, onde passamos a maior parte do dia.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada seguiu uma abordagem qualitativa. Uma

pesquisa qualitativa não é voltada para números, e sim, para aspectos que não

podem ser quantificados. Para Santos (2014), a pesquisa qualitativa trabalha

com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e

atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos

processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização

de variáveis. A metodologia de pesquisa, para Minayo (2003, p. 16-18) é o

caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-

se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma

realidade. A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção

da realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da

ciência, que visa a construção da realidade, mas que se preocupa com as

ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado,

trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros construto

profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de

variáveis. Godoy (1995, p.58) explicita algumas características principais de uma

pesquisa qualitativa, o qual embasam também este trabalho, considera o

ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave;

possui caráter descritivo; o processo é o foco principal de abordagem e não o

resultado ou o produto; a análise dos dados foi realizada de forma intuitiva e

indutivamente pelo pesquisador; não requereu o uso de técnicas e métodos

estatísticos; e, por fim, teve como preocupação maior a interpretação de

fenômenos e a atribuição de resultados. A pesquisa qualitativa não procura

enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental

estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre

pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com

a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a

perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo

(GODOY, 1995, p.58).

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Como resultado, observou-se que o contexto de trabalho embarcado

afeta diretamente a vida familiar e social desse grupo de trabalhadores,

impactando suas relações sociais e alguns aspectos de sua saúde,

especialmente pela atuação em ambientes: confinados, turno de revezamento,

jornada de 12 horas e isolamento.

Outro fato é que muitos, residem em outros estados e no interior o

que demanda tempo de deslocamento. O ganho financeiro aparece como fator

importante e motivador nesse tipo de ocupação, considerada difícil, porém

adaptável. Grande parte do grupo estudado compreende o trabalho que realiza

como sendo um meio de obtenção rápida de ganhos financeiros, sendo para

muitos uma forma de acumular recursos para realização de seus sonhos

profissionais

O estudo foi possível por conhecimento de várias pessoas que

trabalham neste segmento de offshore, e também por eu trabalhar 06 anos em

uma prestadora de serviço para grandes empresas petrolíferas. O local onde foi

realizada a pesquisa empírica, através de contato com vários profissionais da

área offshore que trabalham embarcados, gerentes responsáveis por equipes

de perfurações realizados em sondas. O trabalho de campo para a coleta de

dados foi realizado através de pesquisa a bordo e a realização de entrevistas

junto aos profissionais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

Condições de Trabalho nas Plataformas Marítimas 11

CAPÍTULO II

Confinamento Trabalho Offshore 23

CAPÍTULO III

Programa de Prevenção de Acidentes 26

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

Qualidade de vida é um tema que as empresas estão adotando como

estratégia de reter mão de obra e melhorar a imagem da empresa e hoje pode

ser definida como uma forma de pensamento envolvendo pessoas, trabalho e

organizações, onde se destacam dois aspectos importantes: a preocupação com

o bem estar do trabalhador e com a eficácia organizacional; e a participação dos

trabalhadores nas decisões e problemas do trabalho (MORETTI, 2004).

Atualmente, vive-se em um mundo globalizado onde as mudanças e

as inovações tecnológicas acontecem em uma velocidade extremamente alta.

As organizações para permanecerem competitivas estão exigindo

cada vez mais de seus colaboradores, fazendo com que exista, em muitas

situações, um “[...] excesso de horas extras e uma pressão excessiva para serem

ainda mais produtivos” (CONTE, 2003, p. 32).

O Estudos nesta área visa facilitar e ajudar as organizações a

encontrar meios de satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver

suas atividades, afinal, as pessoas são mais produtivas a medida que estão mais

satisfeitas (RAQUEL E SALOMÃO, 2011). Soto (2005) conceitua QVT como a

gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio

psicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-

se no bem-estar do trabalhador e na produtividade das empresas. Além disso, é

necessário atentar-se para os fatores físicos, sociológicos e psicológicos pois

todos estes interferem na satisfação dos indivíduos.

O regime de trabalho offshore possui características e legislações

próprias dos demais regimes de trabalho, o conhecimento da lei 5.811/72 é

importante, pois ramo petrolífero offshore provocam impactos diferenciados na

vida dos profissionais pois se encontram na condição de confinados, jornada de

12 horas e 14 dias embarcados, em alto mar, distante da sociedade, em um

espaço físico limitado, por este motivo este tema merece uma atenção especial

por parte das organizações. O objetivo deste trabalho é analisar a qualidade de

vida em ambientes offshore, identificando aquilo que já está sendo aplicado

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pelas organizações e que precisa ser melhorado. A qualidade de vida no trabalho

se reflete na vida pessoal, social e familiar, e também tem impacto na

produtividade dos empregados e consequentemente no desempenho na

organização.

As pressões por lucros geram um flagrante descompasso entre a

lógica produtivista e a Cultura de Segurança. A partir de uma comunicação

destravada entre os níveis hierárquicos que não desvalorize a experiência de

nenhum indivíduo, mas que ajude a mudar as representações que cada um tem

sobre o trabalho do outro, é que será possível evoluir na direção de um consenso

que, de antemão, nunca pode ser prejudicial aos trabalhadores, na questão

segurança deve ter mais investimentos

Outro fator importante é o conhecimento da lei lei 5.811/72 que regi o

setor do ramo petrolífero offshore

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CAPÍTULO I

CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS PLATAFORMAS

MARÍTIMAS

As atividades de exploração, perfuração, produção e extração de

petróleo, são regidas pela lei 5.811/72. Por esse motivo, o trabalho em

plataformas marítimas possui características bem específicas no que diz respeito

à remuneração, aos períodos de trabalho e aos períodos de descanso. Nas

plataformas marítimas, na maioria das vezes não há sequer a possibilidade de

se avistar a costa, os trabalhadores estão confinados a um espaço pequeno,

isolado por todos os lados pelo mar. Dentro deste ambiente há muitas limitações

à movimentação, constituídas por áreas de riscos onde só os trabalhadores

daquela área devem circular. Nas horas de descanso a limitação torna-se

presente, pois o trabalhador permanece na sonda.

A proximidade entre os locais de trabalho (plataforma de perfuração,

oficinas, convés com operação de ruidosos guindastes) e o casario (camarotes,

salas de TV, refeitório) dificulta o desligamento dos trabalhadores, quando em

seus momentos de alimentação, repouso ou lazer, de suas atividades de

trabalho ruídos, treinamentos de combate a incêndio e de abandono de

plataforma, chamadas no sistema de alto-falantes, conversas em voz alta nos

corredores e outras perturbações lembram aos trabalhadores, todo o tempo, que

os mesmos estão ali para trabalhar. Os meios de comunicação disponíveis são

telefone, rádio, rede interna de computadores e a internet, há um isolamento

físico entre a plataforma e o ambiente externo. Uma plataforma de petróleo

instalada em alto mar, é como se fosse uma fábrica em uma pequena cidade ao

mesmo tempo com a peculiaridade de não se poder sair de lá, menos de um

período de 14 dias. O trabalho invade e toma conta da vida das pessoas que lá

são obrigados a conviver num misto de relação de trabalho e relações

interpessoais, com diferentes culturas, ideologias, religiões e sentimentos.

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1.1. Resumo Histórico do Petróleo no Brasil

A história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de

1858, o decreto nº 2.266 assinado pelo Marquês de Olinda, concedeu a José

Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de

querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio Marau, na

Província da Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel Allport, durante

a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o gotejamento de

óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.

Em 1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem

sucesso em alguns Estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio

Bastos, realizando uma caçada nos arredores de Lobato, tomou conhecimento

que os moradores usavam uma lama preta, oleosa para iluminar suas

residências. A partir de então retornou ao local várias vezes para pesquisas e

coletas de amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes,

porém, sem sucesso, sendo considerado como "maníaco".

Em 1932 foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente

Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de Lobato.

Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o Presidente da

Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual passou a empreender

campanhas visando a definição da existência de petróleo em bases comerciais

na área. Diante da polêmica formada, com apaixonantes debates nos meios de

comunicação, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral -

DNPM, Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços

na área de Lobato, sendo que os dois primeiros não obtiveram êxito.

Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho

Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em

Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando no dia 21 de

janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da coluna de

perfuração.

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O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi

de importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera no

Estado da Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande

concentração de 26 esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta

da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias,

em 1941.

Daí em diante, muitas perfurações foram feitas nas bacias do Paraná

de Sergipe-Alagoas e do Recôncavo, sendo que as principais descobertas foram

feitas nesta.

Nos anos 50, a pressão da sociedade e a demanda por petróleo se

intensificavam, com o movimento de partidos políticos de esquerda que lançam

a campanha “O petróleo é nosso”. O governo Getúlio Vargas responde com a

assinatura, em 03 de outubro de 1953, da Lei 2004 que instituiu a Petróleo

Brasileiro S.A. (Petrobras) como monopólio estatal de pesquisa e lavra, refino e

transporte do petróleo e seus derivados.

Em meio à crise mundial, o Brasil descobre o campo marítimo de

Ubarana, na bacia de Potiguar (ES) e o campo de Garoupa, na Bacia de Campos

(RJ), em 1974, que marcaria o início de uma segunda fase dentro da Petrobras,

aquela em que a empresa se diferenciaria pela exploração do petróleo em águas

profundas e ultraprofundas. Em função da bacia de Campos, a produção

petrolífera brasileira chega aos 182 mil barris ao dia, sendo reconhecida até os

dias atuais como a mais produtiva bacia do país e uma das maiores produtoras

de petróleo de águas profundas do mundo. Os primeiros tratados de risco são

assinados em 1975, quando o país abre as portas para a entrada de

multinacionais para explorarem petróleo com a promessa de trazerem um aporte

financeiro que fosse significativo para o país. Apesar das empresas estrangeiras

terem o direito de atuar em 86,4% das bacias sedimentares (associadas à

presença de jazidas de petróleo) do país, deixando apenas o restante nas mãos

da Petrobras, os contratos não produziram e nem trouxeram o capital que

prometeram.

A Lei do Petróleo, de 1997, inicia uma nova fase na indústria

petrolífera brasileira. Entre as mudanças está a criação da Agência Nacional do

Petróleo (ANP), que substituiu a Petrobras nas responsabilidades de ser o órgão

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executor do gerenciamento do petróleo no país, e na nova tentativa de

internacionalização do petróleo no Brasil. Esta Lei permitiu a formação de

parcerias com empresas interessadas em participar do processo de abertura do

setor, numa tentativa de trazer novos investimentos para o país.

A promulgação da Constituição em 1988 estabeleceu o fim dos

contratos de risco. Neste momento os geólogos e engenheiros da Petrobrás já

utilizavam a tecnologia da sísmica tridimensional (3D) de maneira rotineira, o que

diminuiu o custo exploratório e trouxe importantes descobertas de gás e petróleo

nas bacias de Santos (SP), do Solimões (AM) e na região do rio Urucu (AM).

Entre as mais de 20 bacias petrolíferas conhecidas no país, a

produção ultrapassa 1,9 milhão de barris ao dia. Atualmente, a Petrobrás detém

o recorde mundial de perfuração exploratória no mar, com um poço em lâmina

d'água de 2.777 metros. Ela exporta a tecnologia de exploração nesses

ambientes para vários países.

O petróleo continua sendo descoberto e explorado na plataforma

continental e nos mais distantes rincões do subsolo nacional; recentemente

foram inauguradas as instalações de escoamento de petróleo no Campo de Rio

Urucu, na longínqua Bacia do Alto Amazonas.

A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro fases

distintas.

Primeira: Até 1938, com as explorações sob o regime da livre

iniciativa. Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892

e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira

Camargo.

Segunda: Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo

Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

Terceira: Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo

do Presidente Getúlio Vargas que, em 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei

2004, criando a Petrobras. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo,

pelo fato da Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos

anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos políticos.

Quarta: Flexibilização do Monopólio, conforme a Lei 9.478, de 6 de

agosto de 1997

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1.2. A Estratégia Defensiva do Trabalhador Offshore

Para conseguir levar o período embarcado e não sentir o sofrimento

psíquico relativo ao confinamento, os trabalhadores offshore usam como

estratégia de defesa: tentativa de autocontrole, manter a calma, não pensar

muito, valorizar mais a leitura, mergulhar no trabalho, ligar para casa, não pensar

na família e atividades de terra, se distraírem com atividades da plataforma. No

discurso dos trabalhadores, fala-se da ansiedade.

Christophe Dejours, em seu livro a Banalização da Injustiça Social,

menciona sobre as estratégias coletivas de defesa na adaptação ao sofrimento.

Os trabalhadores que para superarem o medo, utilizam uma estratégia de

negação da percepção do risco, por negar esse risco e criar artefatos coletivos

em subestimar esses riscos por ignora-los.

As estratégias coletivas de defesa contribuem para a coesão do

coletivo no trabalho, pois trabalhar não é somente ter uma atividade, mas

também viver a experiência comum da pressão, do sofrimento e enfrentar junto

com outros, a experiência do real.

São disponibilizadas para o lazer a bordo, academia, sauna, jogos de

mesa, piscina, internet, cinema, sala de música, videogame, etc. (estes itens

podem variar de acordo com a plataforma/sonda), este momento auxilia no alivio

da tensão ao stress.

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1.3. As Adaptações do Trabalho em Turnos

Nas Plataformas todos trabalham em turnos, normalmente são 14

dias embarcados, os funcionários passam 7 dias no turno da noite e os outros 7

no turno do dia, revezando-se continuamente, o que qualifica este regime de

trabalho como turno ininterrupto de revezamento praticado pela maioria. A

existência de trabalho em turnos decorre de tendências intrínsecas do sistema

capitalista e do desenvolvimento tecnológico que viabilizou a chamada

sociedade 24 horas. Como a exploração do mesmo trabalhador 24 horas por dia

durante muito tempo é inviável, foram criadas as turmas que se revezam no

trabalho. A moderna tecnologia viabilizou a realização de muitas atividades

produtivas durante todo o dia, criando assim a chamada sociedade 24 horas.

O regime de trabalho em turnos nas bases offshore, como a jornada

são de 12 horas ou mais por dia, rodízio com baixa velocidade de rotação, 7 a

14 dias seguidos em cada turno, longa sequência de dias no turno da noite, 7 a

14 dias, mudança de turno sem folga intermediária, jornadas de 18 horas nos

dias de troca de turno e desembarque, há dificuldades de adaptação ao trabalho

após cada ciclo de folgas, cada desembarque, apresenta diferenciais de cargas

de trabalho e de aspectos psicossociais que justificam a ênfase em trabalho em

turnos deste estudo. Nas Plataformas, o trabalho em turnos se torna obrigatório

por razões econômicas (ativos de grande valor e custos operacionais e de

transporte elevados), por razões de logística (escassez de vagas a bordo, seja

por falta de camarotes ou por limitação de salvatagem), por características de

processos (algumas fases de construção de um poço devem ser o mais breve

possível por medida de segurança) e por interesse dos trabalhadores, pois estes

preferem as jornadas estendidas bordo, para manter a produção de petróleo.

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1.4. Alteração no Sono

Nestes tempos em que tanto se fala em saúde, segurança e meio

ambiente é conveniente lembrar que o conceito de saúde da Organização

Mundial da Saúde é "um estado de completo bem-estar físico, mental e social",

é abrangente, envolvendo o meio ambiente e o meio social.

O trabalho em turnos exige, uma inversão cíclica; que o trabalhador

normalmente repousando, em lazer ou dormindo. Estes trabalhadores sofrem

com distúrbio do sono. Para entender as dificuldades cronológicas dos

trabalhadores em turnos é essencial entender as propriedades do relógio

biológico humano, com seus múltiplos osciladores. Neste processo ocorre

modificação e a falta de sincronização interna transitória de ritmos biológicos

pode durar vários dias ou mesmo se perpetuar ao longo de rodízios de horários

de turnos e da alternância entre trabalho e folgas. A modificação interna de

ritmos biológicos correspondem a um estresse (stress) adicional àqueles típicos

do trabalho executado em horário fixo normal diurno. O esforço despendido para

a ressincronização dos ritmos biológicos a cada variação do ciclo vigília-sono

gera desgaste no trabalhador em turnos, que pode afetar sua saúde física e

psicológica, seu bem-estar geral, seu relacionamento familiar e social e sua

eficiência no trabalho.

No caso dos trabalhadores offshore com rotação semanal, em

algumas plataformas, iniciando seu período a bordo trabalhando no turno da

noite, na primeira semana estes estão com seus períodos de atividade e repouso

totalmente invertidos. Na segunda semana, como estes passam, abruptamente,

para o turno do dia, despendem toda a semana em um estado transiente, não

atingindo o ajustamento biorrítmico, vale ressaltar que tem plataformas que pode

ser o inverso, a primeira semana o trabalho é de dia e a segunda semana é de

noite. A privação do sono é apontada como o impacto direto mais negativo do

trabalho em turnos que inclui o turno da noite, pois 60% a 70% dos trabalhadores

em turnos reclamam de distúrbios no sono. Um aspecto importante do déficit de

sono é a influência deste no humor e motivação, o que pode comprometer a

produtividade, a segurança, o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores. O

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que se chama de adaptação nos ambientes de trabalho modernos, tão distantes

da natureza biológica e psicológica humana, é geralmente conseguido às custas

de prejuízos para a saúde.

1.5. Legislação e Direitos Trabalhista do Profissional Offshore

É considerado Petroleiro todo o profissional que exerce atividade de

exploração, perfuração, produção e refino de petróleo, possuindo

regulamentação própria através da Lei nº 5.811/72.

O Tribunal Superior do Trabalho entende estarem abrangidos por esta

lei tanto os trabalhadores que prestam serviços diretamente ligados às atividades

de indústria do petróleo, quanto àqueles que executam trabalho de apoio nas

atividades petrolíferas, como, por exemplo, trabalhadores que desenvolvem

atividades de conservação da plataforma, àqueles vinculados a empresas que

prestam serviços de inspeção, supervisão da construção ou reparos de navios e

plataformas, dentre outros.

1.5.1. Jornada de Trabalho

Em regra, a jornada de trabalho dos trabalhadores a bordo de navios

e plataformas é de 8hs (oito horas) diárias, possibilitando a extensão da jornada

diária para 12hs (doze horas) em se tratando de atividades de exploração,

perfuração, produção e transferência de petróleo do mar, em áreas terrestres

distantes ou de difícil acesso (artigo 2º, §1º da Lei 5.811/72).

A jornada diária de 12hs (doze horas) também poderá ser permitida

se prevista em Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho (artigo 59 da CLT).

Para os trabalhadores com jornada diária de 8hs (oito horas), é devido

um repouso de 24hs (vinte e quatro horas) consecutivas para cada 3 (três) turnos

trabalhados.

Para os trabalhadores com jornada diária de 12hs (doze horas), é

devido um repouso de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas para cada turno

trabalhado.

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1.5.2. Limite de Dias Embarcado e Folgas após o Desembarque

O artigo 8º da Lei nº 5.811/72 determina que o período máximo de

dias embarcados ou nas sondas e plataformas é de 15 (quinze) dias

consecutivos, sendo devido iguais 15 (quinze) dias de folga imediatamente após

o desembarque.

Importa ressaltar que algumas Convenções Coletivas preveem a

jornada de 14×21, ou seja, 14 (quatorze) dias embarcados por 21 (vinte e um)

dias de folga.

À luz da Constituição Federal (artigo 7º, XV) e das Leis nº 605/49 e

5.811/72, o trabalhador tem direito aos repousos remunerados imediatamente

após o período trabalhado. A não observância dos dias de folga imediatamente

após o desembarque gera o dever da empresa efetuar o pagamento em dobro.

1.5.3. Intervalo Interjornada

O artigo 66 da CLT determina que entre o término de uma jornada

de trabalho e início da outra, é devido ao trabalhador o descanso mínimo de 11hs

(onze horas) consecutivas. Ocorre que muitas empresas, por sujeitar o

trabalhador à realização de horas extras após a jornada regular de trabalho não

observa esse período de descanso. Nesse caso, a não observância ao intervalo

interjornada mínimo de 11hs (onze horas) gera o dever de pagar a integralidade

das horas que foram suprimidas como extra, acrescidas do adicional, conforme

dispõe a Orientação Jurisprudencial nº 355 da SDI-1 do TST.

1.5.4. Adicional de Periculosidade e Adicional de Insalubridade

Aos trabalhadores que laboram a bordo de navios, sondas e

plataformas de petróleo é devido o recebimento do adicional de

periculosidade em decorrência da exposição e contato permanente do

trabalhador a fatores de risco como inflamáveis (art. 193 da CLT).

Já o adicional de insalubridade é devido aos empregados que são

expostos de forma excessiva a agentes nocivos a sua saúde como por exemplo,

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material radioativo, vapores orgânicos, névoa de óleo, ruído e calor acima dos

limites permitidos na NR-15, anexo IV e cujo EPI (equipamento de proteção

individual) não elimina a exposição por completo.

A jurisprudência, ainda que minoritária, já vem admitindo a cumulação

do recebimento dos adicionais de periculosidade e insalubridade quando se

tratam de fatos geradores distintos.

Isso porque a Constituição da República, em seu artigo 7º, inciso

XXIII, garantiu de forma plena o direito à percepção dos adicionais de

periculosidade, insalubridade e penosidade, sem que fosse feito qualquer

ressalva quanto a vedação da cumulação dos respectivos adicionais.

Assim sendo, necessário se faz a análise de cada caso concreto para

averiguação dos agentes e riscos nos quais o trabalhador está exposto, para a

percepção dos respectivos adicionais.

Em caso de necessidade do ajuizamento de ação trabalhista para ver

garantida a percepção dos adicionais de periculosidade e insalubridade,

necessária a realização de perícia técnica no local de trabalho (artigo 195 da

CLT).

1.5.5. Adicional de Sobreaviso

Se a empresa precisa manter contato com o empregado para resolver

problemas emergenciais após o horário de trabalho, tal empregado encontra-se

sujeito ao regime de sobreaviso, fazendo jus à percepção do adicional (artigo

244, §2º da CLT e Súmula 428 do TST).

Não é necessário que o trabalhador efetivamente trabalhe durante o

período de sobreaviso. O adicional é devido pela mera expectativa durante o seu

frágil descanso, pois permanece aguardando sua convocação a qualquer

momento, restringindo o seu direito à desconexão. A empresa que obriga ao

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trabalhador a permanecer no regime de sobreaviso deverá realizar o pagamento

na fração de 1/3 (um terço) da hora integral, acrescidos dos adicionais.

1.5.6. Adicional de Sobreaviso no Período Embarcado e Adicional

noturno

O profissional deve sempre embarcar com um “spare” (backup)

que fará a rendição e trabalhará durante seu período de descanso, mantendo a

atividade ininterrupta necessária ao ciclo de pesquisa e exploração de petróleo.

Ocorre que é muito comum que o trabalhador embarque sem o seu

“spare”. Por isso, muitas vezes a empresa aciona o empregado após o término

da jornada de trabalho para resolver problemas emergenciais na embarcação ou

plataforma, importunando-o em seu momento de descanso.

Neste caso, é devido ao trabalhador o recebimento do adicional de

sobreaviso durante o período embarcado, após a jornada de trabalho.

Durante o período desembarcado, em momento de folga, é possível

que o trabalhador seja chamado pela empresa através de ligação telefônica ou

e-mail para realizar embarque emergencial.

Em alguns casos, ocorre da empresa proibir o trabalhador de sair da

cidade durante seu período de folga, pela necessidade de embarcar a qualquer

momento.

Nesse caso, é devido ao trabalhador a percepção do adicional de

sobreaviso durante o período de folga, visto que tem a sua liberdade de

locomoção restringida.

Ao empregado que trabalhe embarcado em período noturno

compreendido entre as 22hs (vinte e duas horas) de um dia e as 5hs (cinco

horas) do dia seguinte, é devido o pagamento do adicional noturno, tendo a sua

remuneração um acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) (Artigo 73, §2º

da CLT).

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A hora noturna é reduzida, sendo cada 01h (uma hora) computada

como 52min (cinquenta e dois minutos) e 30seg (trinta segundos) (artigo 73, §1º

da CLT).

Importante ressaltar que cumprida a jornada de trabalho

integralmente no período noturno e sendo esta estendida para o período diurno,

também é devido o adicional noturno pelas horas trabalhadas após às 5hs (cinco

horas) (Súmula 60 do TST).

Ou seja, se o trabalhador cumpre escala embarcado das 18hs

(dezoito horas) até as 6hs (seis horas) do dia seguinte, será devido o

recebimento do adicional noturno das 22hs (vinte e duas horas) até às 6hs (seis

horas).

Algumas Convenções ou Acordos Coletivos da Categoria preveem o

pagamento do adicional noturno na fração de 35% (trinta e cinco por cento), por

isso é importante que o trabalhador consulte o Acordo ou Convenção Coletiva

da sua categoria profissional.

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CAPÍTULO II

CONFINAMENTO TRABALHO OFFSHORE

O trabalho offshore pode ser caracterizado, segundo Leite (2009),

como um processo/operação continuo, ou seja, sem interrupções durante 365

dias do ano, onde apenas o que é substituído e que se revezam de forma

interrupta é a mão-de-obra. O que diferencia o trabalho offshore de outros é

porque o trabalhador offshore estar confinado em um espaço limitado, e que no

termino do serviço não poderá ir para casa junto aos seus familiares, continuará

confinado durante certo período. Já trabalhadores de outros setores ao término

do serviço poderá ir para casa convivendo socialmente com os outros (LEITE,

2009).

De acordo com Silva Junior & Ferreira (2007) em 1988 foi aprovada

pela Constituição, a alteração da jornada de trabalho diária de 6 horas para

jornada de trabalho diária de 12 horas para empregados que exerciam atividades

em regime de turnos ininterruptos de revezamento (TIR). E através de um acordo

realizado com os sindicatos, o regime de dias embarcados passou de 14 dias

embarcado x 14 dias de folga para 14 dias embarcado x 21 dias de folga.

Para trabalhadores offshore de empresas terceirizadas (que prestam

serviço a Petrobras) continuaram com o regime de 14 (dias embarcados) x 14

(dias de folga).

O trabalho em regime de confinamento dos trabalhadores offshore

segundo Leite (2009) apresenta a existência de “riscos intrínsecos e variados”

devido à diversificação de processos físicos e químicos que compõe o processo

industrial. Estes trabalhadores ficam a centenas de quilômetros da costa (alto

mar), durante todo o período embarcado, permitindo apenas a se deslocarem

por poucos metros quadrados.

Segundo Souza (1996) os trabalhadores offshore enfrentam situações

diferentes de trabalhadores de outro ramo como o ruído, o isolamento da família

e da sociedade, a vibração, os riscos do transporte aéreo, o confinamento, e

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estas situações são vivenciadas até mesmo nos momentos de lazer. De modo

semelhante Silva Junior & Ferreira (2007) identificam que estes trabalhadores se

mostram mais vulneráveis em relação ao adoecimento psíquico e ao estresse,

sendo assim, provocando um enorme prejuízo aos trabalhadores em sua vida

profissional, pessoal e consequentemente para a organização.

Trata-se de um retrato sobre o ambiente de confinamento vivido pelos

trabalhadores offshore, que ao longo do tempo sofrem com diversas

adversidades presentes durante a embarcação. O profissional exposto a esses

problemas, tem a possibilidade de desenvolver doenças psicossomáticas, que

trazem danos pessoais e profissionais, devido à baixa produtividade

2.1. Confinamento e Vida Social

O confinamento durante 14 dias na plataforma causa uma série de

alterações nesse trabalhador, como ansiedade, problemas emocionais, tensão

pré-embarque, sentimento de isolamento dos eventos familiares. Sentimento de

prisão ao trabalho offshore por falta de opção, problemas de readaptação a cada

retorno para casa, ruptura da vida social, dificuldade de participação na

comunidade, pânico, fobias relacionadas ao ambiente de plataforma, depressão,

angústia e ansiedade

Os trabalhadores também residem em lugares distintos, muitos no

interior do país. Por este motivo em uma plataforma marítima há um encontro

entre pessoas com diferentes culturas, expectativas, trajetórias e histórias, mais

todos em busca de um só objetivo que é desenvolver um ótimo serviço em busca

da produção de óleo e gás (LEITE, 2009).

O trabalhador offshore geralmente tem dois finais de semana

desembarcados para aproveitar, tanto com a família quanto com os amigos,

momento importante para a socialização

Algo preocupante é o fator da condição psicológica do profissional

para ingressar nesse ramo. Para isso, é necessário um exame de aptidão

rigoroso e consultas médicas periódicas. O treinamento dos profissionais em um

espaço confinado precisa ser realizado de uma maneira intensa, sendo bem

aplicada as teorias, os princípios e as práticas. Os gestores precisam conhecer

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a configuração da sua equipe, a fim de evitar, ao máximo, possíveis riscos, pois

possuem um papel fundamental no processo, que quando mal administrado,

pode causar a perda de uma vida, bem como motivá-los a desenvolver técnicas

para que o colaborador se sinta o mais confortável possível e consiga produzir o

máximo durante a jornada de trabalho.

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CAPÍTULO III

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A atenção à questão da segurança no trabalho tem aumentado em

diversos países nas últimas décadas. No Brasil, em parte, isto é resultado da

evolução legislativa combinada com ações de responsabilização trabalhista,

penal, previdenciária, civil, administrativa e tributária dos responsáveis pelos

danos causados aos trabalhadores (BRIDI; FORMOSO; PELLICER; FABRO;

CATELLO; ECHEVESTE, 2013). Com relação ao acima exposto, é importante

destacar que além dos profissionais de segurança do trabalho, os profissionais

que atuam na área são “ferramentas” importantes na construção de medidas de

segurança, pois os mesmos conhecem de fato a atividade e muitas vezes podem

ter uma visão melhor dos riscos que ela apresenta, portanto, as organizações

devem levar em consideração a opinião dos profissionais de cada atividade ao

elaborar medidas de segurança. Principal objetivo é reduzir o número de

acidentes, garantir a participação dos trabalhadores no processo, cumprimento

das normas e manter as unidades operacionais em um nível de preservação

física que ofereça um ambiente seguro de trabalho.

O papel da segurança do trabalho é manter o trabalhador íntegro e

com o máximo nível de ergonomia durante sua vida laboral, com esta visão

podemos inferir que a melhoria neste tema deve ser constante.

A indústria do petróleo é uma indústria que trabalha de forma

contínua, coletiva, em ambientes de confinamento e com alto nível de

periculosidade, portanto, é uma indústria extremamente hostil ao ser humano,

criar neste cenário uma situação de qualidade de vida no trabalho é um desafio

enorme, por isso, deve ser tratado prioritariamente e com zelo constante, isto faz

dos responsáveis no processo, tão importante que os trabalhadores devem ser

chamados para o papel principal, de outra forma, apenas com o olhar de trás de

mesas de escritórios jamais alcançaremos ao objetivo que é a segurança,

mesmo que algumas destas pessoas tenham passado pelas áreas, até porque

o processo é dinâmico e exige permanente contato com as novas tecnologias

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que são implantadas continuamente, ou seja, da forma tradicional é impossível

oferecer uma política de Segurança adequada.

A indústria petrolífera da Noruega pode ser vista como um exemplo

de excelência em SMS (saúde ocupacional, meio ambiente e segurança do

trabalho). Aqui mostra comparação entre a indústria na Noruega e a realidade

brasileira.

Primeiro é bom entender como se desenvolveu esse processo lá,

houve um grande acidente uma plataforma e o governo da Noruega decidiu, a

partir deste evento, reformular toda forma de tratar a segurança na indústria de

petróleo norueguesa, os trabalhadores foram chamados para contribuir de forma

efetiva e séria na política de SMS.

O fundamental passo, considerar a participação dos trabalhadores na

política de SMS em todas as suas etapas, dar ao tema a importância devida,

ainda que em face de necessidade produtiva, e atuar para transparência e

fidelização de itens de controle.

Utilizar mídias permanentemente na divulgação do tema, manter

interlocução com os trabalhadores, receber as denúncias e encaminhar aos

órgãos responsáveis, as empresas atualmente possuem um canal de denúncias

anônimas, assim os trabalhadores embarcados podem registrar algo de errado

que esteja acontecendo, chegando a diretoria no alto escalão para que tomem

conhecimento e providencias necessárias, caso o gestor direto não consiga

resolver ou se omite.

Promover cursos e abordar o tema em setoriais com a categoria,

participar de reuniões de CIPA, fóruns e comissões na empresa e institucionais

e manter em acordo coletivo um capítulo dedicado a SMS, buscar sempre

ampliar as conquistas pertinentes e simulações

Conscientizar os trabalhadores em offshore, a importância de seguir

os procedimentos de segurança e a empresa ter controle destes procedimentos

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3.1. Segurança e Saúde no Trabalho

Um dos principais pontos que merecem atenção das empresas é com

relação a saúde e segurança de seus colaboradores no ambiente de trabalho,

pois o número de doenças ocupacionais tem crescido bastante e causado

prejuízos não só às organizações, mas aos mais diversos tipos de trabalhadores

ao redor do mundo.

O segmento offshore oferece muitos riscos é um clima de tensão

constante e por conta disso é preciso recompensar esses trabalhadores em

alguma forma. Abaixo alguns aspectos que trazem impactos negativos em

relação a saúde:

a) aspectos psicossociais desfavoráveis do confinamento em alto

mar, principalmente, a alteração do modelo familiar. Neste regime de trabalho o

trabalhador transfere tarefas e responsabilidades para sua esposa e tem

comprometido seus papéis de pai, esposo e cidadão;

b) isolamento social, pois os longos períodos embarcados dificultam

a continuidade da participação social dos trabalhadores nas comunidades onde

vivem;

c) duração insuficiente das folgas úteis, face à defasagem com os

horários da família e da sociedade, ao acúmulo de problemas domésticos, à

duração e cansaço das viagens e à tensão de pré-embarque;

d) exposição a um ambiente de alto risco à segurança e a saúde;

e) trabalho em turno, com destaque para a redução da duração e

qualidade do sono quando trabalhando no turno da noite;

f) lacuna entre as expectativas criadas e as compensações obtidas.

Verifica-se que os altos esforços dos trabalhadores não são proporcionalmente

recompensados, em termos de remuneração e prestígio social.

Todas as atividades realizadas no ambiente de trabalho são

amparadas por práticas estabelecidas através de normas regulamentadoras

(NR) e programas implementados pelo SESMT da organização, para minimizar

os riscos à saúde dos trabalhadores e manter a integridade dos mesmos. As

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ações desse serviço especializado são estabelecidas a partir de programas,

sendo o ambiental denominado de Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA), e outro nomeado como Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional (PCMSO) que oferece excelente oportunidade para a

promoção, proteção e recuperação precoce da saúde do trabalhador (BRASIL,

2001; MIRANDA, DIAS, 2004).

Na plataforma offshore, as atividades de orientação em saúde

desenvolvem-se especificamente no briefing de saúde, destinado aos tripulantes

que embarcam na plataforma por meio de palestras de saúde, realizadas

semanalmente, concomitantes às palestras de segurança durante o treinamento

da equipe de macas. De tal modo, o briefing de entrada na plataforma trata de

informações e instruções relativas à operação que está sendo feita na

plataforma, o que está acontecendo em termos da fase de perfuração dos poços

e se houveram, ou não, acidentes recentemente. Também são abordados

incidentes ocorridos, sinalizando e ratificando medidas de segurança sem expor

os trabalhadores. Na assistência ao trabalhador, o enfermeiro offshore

estabelece escuta terapêutica e cuidado preventivo, embasado no diagnóstico

de enfermagem. No entanto, em situações de emergência, nas plataformas

petrolíferas, o enfermeiro, como único profissional de saúde embarcado, realiza

o atendimento em primeiros socorros, liderando a equipe de maca. Para tanto,

utiliza-se do call center, por telefone ou mesmo por videoconferência, para

compartilhar a necessidade em atenção em saúde com o médico do trabalho da

indústria, o qual orienta o tratamento e realiza a prescrição médica de bem longe

da plataforma.

Por isso que, na plataforma offshore, o enfermeiro executa atividades

utilizando-se do conhecimento para gerenciar as ações de saúde em alto-mar,

para viabilizar a promoção da saúde e o bem-estar do trabalhador em ambiente

offshore. Para isso, deve manter-se sempre atualizado quanto ao seu

conhecimento para agir em situações rotineiras e extremas no trabalho

embarcado, bem como para desenvolver a equipe de maca para situações de

emergência.

Diante disso, a indústria petrolífera tem um espaço de atuação do

enfermeiro como membro da equipe de saúde à bordo de plataformas,

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executando suas funções com a equipe multiprofissional, em busca de saúde e

segurança no trabalho.

Por se tratar de um ambiente laboral altamente perigoso, também é

fundamental desenvolver medidas de proteção à saúde dos trabalhadores de

enfermagem, independente do seu posto de trabalho ou área de atuação, sendo

necessário estudar as repercussões que as atividades podem gerar no seu

organismo. É obrigatória a utilização de EPI (equipamento de proteção

individual), que inclui capacete, protetor auditivo, óculos, luvas, macacão e botas.

Pode-se atribuir este resultado ao fato de que, cada vez mais, estão

sendo implantadas ferramentas e técnicas de proteção e segurança no trabalho

em plataformas marítimas devido ao grande índice de acidentes que vinham e

vem acontecendo. Segundo Freitas et al. (2001), com a implantação os

trabalhadores offshore são cobrados, com mais rigor, que utilizem tais

ferramentas e técnicas.

Este estudo surgiu devido ao crescente número de acidentes

envolvendo a Petrobras veiculados pela mídia e à impressão, que aos leigos tem

sido passada, de que a situação da empresa em relação a seus trabalhadores e

ao meio ambiente vem se deteriorando a cada dia, apesar de a mesma alegar

crescentes investimentos em SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Este

quadro ganhou maior visibilidade internacional após o acidente com a plataforma

P 36 e com o afundamento da plataforma P 34. Nos três anos que antecederam

o acidente com a P 36 houve um total de 93 mortes entre trabalhadores efetivos

e terceirizados.

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3.2. Planejamento Com a Segurança e Saúde no

Trabalho

As empresas exploradoras têm como valores: Respeito à vida e

condição fundamental para a sustentabilidade empresarial.

O comprometimento com a Qualidade de seus produtos e serviços,

Saúde e Segurança de seus colaboradores, e com a preservação do Meio

Ambiente tem que estar alinhado para cumprir o programa. O QSMS deve está

sempre presente e ser parte integrante e permanente de todos os níveis da

companhia, seja no estabelecimento de diretrizes estratégicas, no planejamento

empresarial, na execução de seus processos e procedimentos ou em qualquer

atividade. Existe sempre a preocupação de que o que tem que ser feito, tem que

ser bem feito, objetivando atender, de forma satisfatória, os mais variados

interesses das partes interessadas que são os clientes, acionistas, comunidade,

fornecedores e os próprios colaboradores.

As Empresas avaliam os impactos e gerenciam sistematicamente os

potenciais riscos ambientais, de segurança e de saúde associados às suas

atividades, agindo para sua minimização e controle. Buscam o alto desempenho

em suas atividades operacionais sendo desafio constante de todos, para o

desenvolvimento, sustentabilidade e perpetuação do negócio.

3.3. Simulações de Segurança

As simulações referente a segurança podem ser repetidas em

bateladas para cada cenário incluindo variações de horário, posicionamento de

pessoas, perfil comportamental e antropométrico do POB, para diferentes

opções de rotas. Com a possibilidade de repetições em escala, os resultados

podem ser tratados estatisticamente e alcançar uma elevada representatividade

das condições reais tanto da instalação offshore quanto ao comportamento das

pessoas envolvidas.

Aspectos da cultura de segurança predominante na operadora podem

ser avaliados uma vez que os procedimentos operacionais podem ser incluídos

sob a forma de uma programação comportamental prévia para cada membro do

POB. É possível, por exemplo, simular o escape e abandono com a exigência de

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retorno de cada agente ao seu respectivo camarote para retirada de coletes e

depois comparar os resultados para o mesmo cenário, desta vez excluindo o

procedimento de retorno para as cabines.

Os métodos atuais de estudo e investigação dos meios de evacuação

de unidades offshore são muito limitados quando comparados às vantagens do

uso de simulações computacionais de escape e abandono que incluam aspectos

de fatores humanos e cultura de segurança. Através de simulações

computacionais desta natureza é possível identificar congestionamentos, rotas

problemáticas, caminhos alternativos, regiões que precisam de proteção passiva

e contra fumaça. Situações extremas, que só poderiam ser analisadas durante

acidentes catastróficos, podem ser estudadas previamente sem riscos, ainda na

fase de projeto com amplas possibilidades de implementação de correções.

Localizações diferentes para os pontos de encontro e estações de abandono

podem ser testadas ainda na fase de projeto básico, bem como rotas de fuga e

novos procedimentos operacionais. Estudos de escape e abandono que incluam

ferramentas computacionais em substituição aos tradicionais estudos de

evacuação, propiciam uma nova perspectiva para a proteção da vida em

instalações offshore através da melhoria na eficiência no escape e abandono.

3.4. Projetos de Ergonomia no Ramo offshore

Transformar o trabalho é a finalidade primeira da ação ergonômica.”

(GUERIN, 2001). Porém, quando se trata de novos projetos, o trabalho ainda é

inexistente para ser transformado. Segundo Daniellou (2007), a ergonomia da

atividade constitui sua legitimidade a partir da análise do trabalho

A contribuição da ergonomia nesses ambientes industriais tem se

tornado importante: desde a elaboração de diagnósticos ergonômicos, análises

de ambiência e adequação de equipamentos e sistemas até a abordagem com

base em engenharia dos processos automatizados de plantas de processamento

de petróleo.

A promoção da saúde tem sido enfatizada a necessidade de

cooperação dos empregados e sensibilização das gerências, que devem prestar

apoio integral, para a obtenção das estratégias e abordagens propostas. O ponto

crucial é a eliminação ou controle de agentes e condições nocivas existentes

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nesses ambientes. Outro desafio é a limitação dos fatores de ocorrência de

doenças e acidentes de trabalho por ser um ambiente de níveis de risco muito

alto.

Na indústria de petróleo, sobressaem-se as atividades de higiene do

trabalho, como um dos principais esforços na mitigação dos riscos ocupacionais.

Mais recentemente, a ergonomia tem dado a sua contribuição ao proporcionar

fatos e dados que efetivamente permitem intervir nos ambientes de produção.

Essa contribuição da ergonomia tem sido no design de equipamentos e

sistemas, na organização do trabalho e na introdução de medidas de saúde do

trabalhador na fase de implantação de projetos, construção e ampliação de

empreendimentos, sejam refinarias, oleodutos e plataformas.

Outro fato importante relativo à indústria diz respeito ao processo de

certificação e a conformidade legal: as empresas para obterem a certificação e

a manutenção da mesma devem atender a um conjunto de dispositivos legais e

regulatórios voltados para a segurança e saúde do trabalho. Dada à alta

competitividade desse segmento, torna-se solução mandatória por parte das

empresas a observância dos requisitos contidos na legislação que estabelecem

a implementação de programas tais como o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais – PPRA, o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional –

PCMSO, o Programa de Prevenção à Exposição Ocupacional ao Benzeno –

PPEOB, dentre outros.

Sendo assim, o grande desafio para a promoção da saúde e qualidade

de vida dos empregados envolvendo os trabalhos e ambientes de plataformas,

navios, refinarias e terminais de petróleo e derivados é o de realizar um maior

intercâmbio de informações entre empregados e gerentes. Estimular a ação dos

gerentes e supervisores na motivação e orientação da equipe de trabalho ao

desenvolvimento de suas atividades dentro de procedimentos operacionais

seguros. Implementar a realização de eventos participativos bem orientados e

convenientemente acompanhados, constituindo-se em elemento de interesse e

integração dos empregados.

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Concordamos com Figueiredo (2001) quando este diz que para se

chegar a uma alteração substancial deste quadro, seria fundamental à gerência

de segurança da empresa assumir, que se os riscos são extremamente variados

e intrínsecos à indústria do petróleo, talvez o trabalho de concepção e

implementação das políticas de segurança deva passar por uma profunda

reformulação, deva receber investimentos bem mais expressivos e

acrescentamos aqui a importância de um novo enfoque para estes

investimentos, e leve em consideração a opinião e as necessidades expressas

pelos trabalhadores, que as reclamações sejam registradas e avaliadas.

3.5. A Segurança na Indústria Offshore

A indústria Offshore é um ramo de trabalho muito complexo, devido às suas

limitações logísticas, às diferentes situações e condições de trabalho, a

existência de processos muito técnicos e a necessidade de constante

monitoramento de operações e equipamentos, dentre outros fatores.

Historicamente, o nosso país vem crescendo como produtor de petróleo no

mercado mundial. Atualmente, o Brasil tem condição de se sustentar com sua

produção porém, devido a questões de infraestrutura, não é possível refinar todo

o óleo que se produz, fazendo com que ainda seja necessário importar

combustível.

Esse aumento da produção nacional, contudo, deu-se pelo desenvolvimento de

tecnologias. Estas geram um aumento de reservas provadas, ou seja, reservas

que já tem seu volume de óleo conhecido e estão aptas a serem exploradas.

Para que essas reservas pudessem ser exploradas, realizou-se um grande

aumento da quantidade de plataformas exploradoras atuantes.

Na indústria Offshore existem muitos fatores que influenciam nos processos de

exploração. Entre eles, está a segurança do processo como um todo. Este artigo

é voltado para a segurança de processos no segmento Upstream, englobando

assuntos relacionados com a segurança de máquinas e equipamentos nas

plataformas Offshore, mais precisamente na regulamentação dessas.

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Processo de gerenciamento das atividades de segurança

Enquanto a produção do petróleo aumentou substancialmente, questões como

logística e segurança em todos os momentos da exploração não acompanharam

esse desenvolvimento. Atualmente, a segurança de máquinas e

equipamentos nas plataformas Off Shore é negligenciada por muitas empresas.

Muitos casos de acidentes com colaboradores que trabalham nessas

plataformas são causados por esse fato. Segundo o relatório anual de segurança

da ANP (Agência Nacional do Petróleo), mais de 60% das plataformas

exploradoras foram multadas por negligência operacional.

Para evitar tais acidentes, normas de segurança operacionais são

regulamentadas pelo governo federal e supervisionadas pela ANP, que tem sede

no Distrito federal e escritórios centrais no Rio de Janeiro.

Em 2007, foi criado o SGSO (Sistema de gerenciamento de segurança

operacional) e, a partir desse evento, tornou-se obrigatório nos contratos de

concessão para a exploração de reservatórios.

Após o início das operações, as práticas das regras previstas no regulamento

cabem às empresas operadoras do campo e cabe a ANP a supervisão dessas

práticas de segurança.

Como essa supervisão é feita na Indústria Offshore?

Após o início do processo exploratório, a agência tem livre acesso ao local do

campo concedido. Nas rodadas licitatórias, a ANP tem acesso a todos os dados

técnicos do processo disponíveis, a partir de auditorias a bordo de plataformas

e análise desses dados, e verifica se as práticas de gestão de segurança

obrigatória nas instalações de perfuração, produção, armazenamento e

transferência estão sendo realizadas corretamente. Caso os quesitos avaliados

nas auditorias não estejam de acordo com o SGSO, as empresas exploradoras

são penalizadas com multas e têm o dever se solucionar a pendência em um

prazo definido pela ANP.

A prioridade de inspeção de boas práticas é definida a partir de variáveis como:

complexidade da planta de processo, lâmina d’água, idade da instalação,

histórico de incidentes, inspeções e auditorias anteriores.

O SGSO, como dito acima, é um regulamento que engloba todas as atividades

operacionais durante a exploração de petróleo: a perfuração de poços, a

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completação e restauração de poços, a produção de petróleo e gás natural, o

processamento primário de petróleo, o armazenamento e transferência de

petróleo e do gás natural.

Como supracitado, o regulamento está presente desde a assinatura do contrato.

A partir disso, todo o percurso exploratório é regulamentado por essa norma.

Dessa forma, as atividades nos campos exploratórios apenas deixam de serem

regulamentadas pelo SGSO no momento de desativação. Essa etapa

geralmente ocorre quando a receita da atividade exploratória não corresponde

mais ao perfil da empresa operadora e o campo é devolvido à ANP. A agência

geralmente oferta em rodadas licitatórias posteriores como campos marginais,

sendo concedidos a empresas menores.

Tal regulamento, todavia, não abrange todas as instalações na área de produção

de petróleo, excluindo:

Instalações marítimas de perfuração e produção em trânsito bem como

às instalações fora de operação autorizada pela ANP;

Instalações terrestres de perfuração e produção;

Dutos;

Atividades regulamentadas pelo SGSO

O primeiro item citado foi a perfuração de poços. Essa atividade ocorre,

geralmente, antes do processo exploratório começar. Esta se resume em

efetivamente perfurar poços que inicialmente são exploratórios, ou seja, poços

para estudar a bacia e modelar o reservatório. Após tal momento, esses

poços tornam-se produtivos, sendo de fato o poço por onde o petróleo é

recuperado.

A atividade de completação de um poço é essencialmente a transformação de

um poço exploratório em um poço produtivo. Essa transformação é muito

importante na indústria Offshore e ocorre com a inserção de máquinas,

equipamentos exploratórios e equipamentos de monitoramento do reservatório.

Esse evento ocorre logo após a cimentação do poço. Um dos principais

elementos de completação é o Tubing: ao longo dele são colocados elementos

de segurança como a SC-SSSV (válvula de segurança).

A produção de petróleo e gás natural é efetivamente o processo de produção. A

ANP também regula como o processo produtivo se desdobra e a regulamentação

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desse item se dá tanto com a supervisão do processo quanto com auditorias em

máquinas, mecanismos e estruturas para avaliar se estão de acordo com as

normas de segurança propostas pela Agência.

A restauração de um poço é o processo de tentar restabelecer o fluxo original do

poço. Os reservatórios de petróleo têm três tipos de força-motriz (expulsão de

óleo) inicial: Gás associado, capas de gás e aquíferos gigantes.

Os aquíferos, localizados abaixo do reservatório, apresentam volume dez vezes

maior que o volume de óleo no reservatório. A diferença de viscosidade, pressão

e volume desses componentes do reservatório, aliados a tensão causada pela

camada de rocha acima do reservatório, formam a força-motriz primária de

recuperação do poço. O processo de restauração, por meio de técnicas

especializadas, consiste em tentar atingir essas condições iniciais da força-

motriz de produção, após o início do processo exploratório.

O processamento primário ocorre nas plataformas de petróleo. Esse processo é

basicamente uma separação dos hidrocarbonetos em suas classes. Em outras

palavras, quando o petróleo é recuperado, passa por uma torre destiladora que

separa as frações desde as mais leves até as mais pesadas.

O Armazenamento e transferência de petróleo é regulamentado principalmente

em plataformas Offshore, devido aos complexos e custosos sistemas logísticos

de transporte de carga e alto volume de produção. As plataformas armazenam

o petróleo extraído até que o volume atinja a capacidade de estocagem e após

isso escoam para terra, geralmente por meio de navios.

Como as normas e métodos de transferência de gás natural são diferentes,

esses itens tem outro processo da análise. As causas desses processos

ocorrerem, porém, são as mesmas do óleo. Um exemplo de como o GN pode

ser transportado é o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O gás nesse estado está

submetido a pressões maiores que a atmosférica. Como consequência disso,

esse se liquefaz e é armazenado em recipientes de aço para ser devidamente

transportado.

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CONCLUSÃO

Neste estudo, concluímos que as condições de trabalho, do offshore,

são bem específicas, devido à distância das plataformas marítimas em relação

ao continente, a impossibilidade de voltar para casa ao final da jornada de

trabalho, usam como estratégia defensiva, o auto controle para manter a calma

valorizam a leitura, se distraem com atividades dentro da plataforma que

oferecem academia, sauna, jogos de mesa, piscina, internet, cinema, sala de

música, videogame.

O conhecimento da lei 5.811/72, que regi este setor é de extrema

importância, o entendimento e compreensão, para maior aplicabilidade da

legislação trabalhista e um breve histórico sobre o petróleo.

O trabalho em turnos é obrigatório e resulta no déficit do sono, que influencia no

humor.

Vimos que o confinamento e distanciamento das pessoas em terra, o

contato é restrito quando se está embarcado, se isolando da família e mão

participando dos eventos sociais, porém os trabalhadores marítimos têm ao seu

alcance meios de comunicação eficazes e rápidos, como telefone, e-mail e

outros recursos através do computador, mas mesmo assim tem o sentimento de

prisão

O ganho financeiro aparece como fator importante e motivador nesse

tipo de ocupação sendo uma forma de recurso mais rápido para alcançar os

objetivos.

A questão da segurança e saúde, ainda precisa de investimentos em

Segurança, Meio Ambiente e Saúde, evidenciar a importância do treinamento e

utilização de EPI (equipamento de proteção individual) e conscientização da

ergonomia e projetos de segurança.

Apesar da evolução tecnológica ocorrida nas plataformas offshore

com o desenvolvimento de ferramentas mais leves e mais seguras e de

ferramentas automáticas ou semi-automáticas, o trabalho ainda é muito pesado

para várias funções. Tomando-se uma lista de demandas físicas no trabalho

causadoras de estresse, verifica-se que todos os itens aplicam-se à equipe da

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Sonda, aos homens de área e à equipe de manutenção, cujos trabalhos exigem

abaixamentos, torsões, posturas corporais inconvenientes, levantamento de

cargas pesadas, causam transpiração, os trabalhadores se sujam durante o

trabalho e se consideram expostos a riscos de acidentes;

PSICOTERAPIA FLUTUANTE, é um projeto do Instituto focado no

atendimento ao homem offshore, sua família e as pessoas envolvidas com o

mundo marítimo. E evidenciar ainda sobre os benefícios do atendimento

psicológico tendo como função de amenizar o sofrimento de respostas aversivas

em relação ao seu território de trabalho, mudando sua visão, onde passará a ver

o mar não somente como um local de trabalho, mas também, como um local

onde restabelecerá a sua saúde mental.

Cada vez que o trabalhador consegue superar um desafio proposto

pela organização do trabalho e recebe o reconhecimento simbólico, sente-se

recompensado e transforma as dificuldades do cotidiano offshore em prazer.

Entretanto, esse prazer é efêmero e logo o sujeito sai à procura de novos

desafios e novas gratificações. É nesse processo contínuo de desgaste e

reconhecimento que consolida, cotidianamente, a sua identidade.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 08

INTRODUÇÃO 09

CAPITULO I

CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS PLATAFORMAS MARÍTIMAS 11

1.1. Resumo Histórico do Petróleo no Brasil 12

1.2. As Estratégia Defensiva do Trabalho 15

1.3. As Adaptações do Trabalho em turnos 16

1.4. Alteração no Sono 17

1.5. Legislação e Direitos Trabalhista do Profissional Offshore 18

1.5.1. Jornada de Trabalho 18

1.5.2. Limite de Dias Embarcado e Folgas após o Desembarque 19

1.5.3. Intervalo Interjornada 19

1.5.4. Adicional de Periculosidade e Adicional de Insalubridade 20

1.5.5. Adicional de Sobreaviso 21

1.5.6. Adicional de Sobreaviso no Período Embarcado e Adicional Noturno 21

CAPITULO II

CONFINAMENTO TRABALHO OFFSHORE 23

2.1. Confinamento e Vida Social 24

CAPITULO III

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 26

3.1. Segurança e Saúde no Trabalho 28

3.2. Planejamento com a Segurança e Saúde no Trabalho 31

3.3. Simulações de Segurança 31

3.4. Projetos de Ergonomia no Ramo offshore 32

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3.5. A Segurança na Indústria Offshore 34

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

INDICE 45