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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A importância do Compliance nas Empresas Mônica Cardoso Vieira Batista ORIENTADOR: Prof.ª Luciana Chaves Madeira Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A importância do Compliance nas Empresas

Mônica Cardoso Vieira Batista

ORIENTADOR:

Prof.ª Luciana Chaves Madeira

Prof.ª Luciana Chaves Madeira

(nome do orientador)

Rio de Janeiro

2018

DOCUMENTO P

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UTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Auditoria e Controladoria.

Por: Mônica Cardoso Vieira Batista

A importância do Compliance nas Empresas

Rio de Janeiro

2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus por me

capacitar a concluir esse curso. E aos meus

amados familiares por me ajudarem em mais

essa jornada.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho á minha família e

aos meus professores que muito me

auxiliaram.

.

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RESUMO

Este trabalho tem como tema a importância da Compliance nas empresas,

uma vez que em virtude de tantos escândalos esse tema tem se tornado muito

discutido.

Compliance está ligado ao cumprimento de leis e regulamentação das quais

as empresas estão sujeitas em suas atividades.

Com a implantação do compliance as empresas passariam a ter um grau maior de

confiança junto aos seus clientes, melhorando assim sua credibilidade.

Compliance é a satisfação de todos os requisitos referentes à gestão de

riscos para o negócio e ao cumprimento de normas e regras de forma que a gestão

não seja comprometida e a sustentabilidade da organização, em longo prazo, seja

garantida, com transparência e ética, assegurando os interesses da comunidade,

dos colaboradores, dos acionistas, da sociedade e de outros stakeholders. Por meio

do compliance, as empresas, ao contrário do que muitos pensam, conseguem

vantagens competitivas.

É importante a analise do Compliance como estimulador do desenvolvimento

sustentável, uma vez que possui como metas a transparência, a confiança e a ética,

essenciais para a fruição natural da cooperação mútua, única forma capaz de alterar

a mentalidade e transformar de forma efetiva o ambiente empresarial.

Dessa forma, como objetivo geral este trabalho pretende identificar, os

principais fatores relacionados com a importância desta área e do profissional de

compliance nas organizações. Parte-se da premissa, que o profissional de

compliance possua uma função determinante para a prevenção de tais prejuízos.

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METODOLOGIA

Será utilizada metodologia de pesquisa bibliográfica com enfoque

qualitativo para fundamentação teórico constituído principalmente de livros,

artigos renomeados, baseados no compliance, na sua aplicabilidade e o quanto

benéfico e transformador será ao s empresas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 01

CAPÍTULO I

1. Como compliance aumentaria a confiabilidade das empresas 02

1.1 Compliance e seus benefícios 05

1.2 Conhecer e gerenciar os riscos de compliance 08

1.3 Criação e difusão da cultura de compliance 10

1.4 A função do Compliance Office 12

1.5 Compliance interligado á tecnologia 14

CAPÍTULO II

2. O crescimento da busca do compliance no Brasil 17

2.1 A diferença entre Auditoria e Compliance 19

2.2 Origem e evolução do Compliance no mundo e no Brasil 20

2.3. Lei anticorrupção 24

2.3.1 lei Sarbanes- Oxley 25

2.4 o avanço do programa de compliance 26

2.5 A importância do compliance financeiro 28

CAPÍTULO III

3. Empresa sem Compliance é empresa sem dono 35

3.1 O compliance no futuro das indústrias 39

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CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA 46

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INTRODUÇÃO

A Adoção de Compliance nas sociedades empresárias, independente da sua

estrutura, como estratégia para o alcance da sustentabilidade econômica e

financeira constitui--se um novo modelo de gestão, pode contribuir para a sequencia

dos negócios, uma vez que, onde prevalece a ética e a certeza do cumprimento das

normas e procedimentos organizacionais, seguramente proporcionarão uma garantia

para todos os envolvidos com a sociedade, ou seja, seus stakeholders .

Compliance é uma estratégia não apenas voltada a obter ganho de valor e

competitividade em longo prazo, mas também contribui decisivamente para a própria

sobrevivência da organização.

De modo geral, um bom modelo de negócio envolve os aspectos sustentáveis

de um negócio e, portanto, o método de se executar o referido negócio escolhido

pela empresa para ser sustentável no seu mercado de atuação. Tal modelo, leva em

consideração, entre outras características, o objetivo da empresa, a estratégia, a

infraestrutura, as estruturas organizacionais, politicas e processos operacionais.

Desta forma, na elaboração do trabalho se abordará como que o complaice

pode trazer mais confiabilidade e transparência para as empresas, fazendo com que

as empresas sejam, mas atrativas para o mercado.

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CAPITULO I

1. Como compliance aumentaria a confiabilidade das empresas

Segundo Francisco Mendes (2017),

“Um programa de compliance visa estabelecer mecanismos e

procedimentos que tornem o cumprimento da legislação parte da cultura

corporativa”.

Ele não pretende, no entanto, eliminar completamente a chance de ocorrência

de um ilícito, mas sim minimizar as possibilidades de que ele ocorra, e criar

ferramentas para que a empresa rapidamente identifique sua ocorrência e lide da

forma mais adequada possível com o problema.

A palavra compliance vem do inglês to comply, que significa cumprir. De

forma resumida, um programa de compliance é aquele que busca o cumprimento da

lei. Se isso esclarece o conceito, diz muito pouco a respeito de como propriamente

tais programas são estruturados.

De acordo com Coimbra & Manzi, (2010, p.2).

“Compliance é o dever de cumprir, de estar em conformidade com as leis,

diretrizes, regulamentos internos e externos, buscando minimizar os

riscos vinculado à reputação além do risco legal/regulatório”.

A estruturação e a colocação em funcionamento de um programa de

Compliance pode não ser suficientes para tornar uma empresa, uma

entidade sem fins lucrativos ou mesmo entidade pública à prova de

desvios de conduta e das crises por elas causadas, mas, certamente,

servirá como proteção da integridade, com a redução de riscos,

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aprimoramento do sistema de controles internos e combate a corrupção e

a fraudes.

O objetivo do Compliance é a certeza de que as leis estão sendo cumpridas,

tanto na parte jurídica, fiscal, tributária, ambientais, para que não haja nenhum

desvio ou erros de procedimentos, obtendo assim, maior clareza das informações.

A importância do Compliance é agregar segurança e controle interno e

externo dentro da organização, obtendo assim maior clareza nas tomadas de

decisões e no aumento do valor do intangível.

Atualmente as empresas têm o desafio de enfrentar diversas mudanças

regulatórias e de negócios, as quais estão atribuindo novas exigências à área de

Compliance. O ritmo das mudanças regulatórias e a convergência da

regulamentação global, atrelados à concorrência de novas empresas, ao aumento

da pressão dos stakeholders e shareholders e ao rápido avanço tecnológico criaram

um ambiente complexo para os Compliance Officers em todas as indústrias.

A implantação de uma política de Compliance auxilia não somente no

desenvolvimento da empresa, mas principalmente da sociedade, porque os

comportamentos adotados em cada seara tendem a ser copiados e replicados,

estimulando a transparência, a ética e a confiança em qualquer relação, bases para

uma verdadeira sustentabilidade.

Muito se confunde compliance com auditoria interna. Entretanto, a diferença

entre estes esta nas ações, o primeiro tem a tarefa de assegurar, em conjunto com

as demais áreas, a adequação, fortalecimento e o funcionamento do sistema de

controles internos da instituição, procurando mitigar os riscos de acordo com a

complexidade de seus riscos, bem como, disseminar a cultura de controle para

assegurar o cumprimento das leis e regulamentos existentes.

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Já a auditoria, tem a função de fiscalizar as ações que foram tomadas

pela alta administração em conjunto com a área de compliance, e se for o caso,

aplicar as devidas punições quando detectadas inconformidades.

Nada impede as áreas de compliance e auditoria de atuarem juntas. A área

de compliance pode e deve alertar a área de auditoria quando for recebida uma

denúncia, por exemplo, através de seus canais de comunicação, para que dessa

forma sejam tomadas as devidas intervenções. Não obstante, ambas devem

desempenhar um trabalho continuo de verificação ao cumprimento dos

planejamentos estratégicos e operacionais, certificando o cumprimento dos mesmos

e consequentemente o cumprimento dos objetivos organizacionais.

Um programa efetivo de compliance fortalece a cultura, alavanca os negócios

e protege a reputação da empresa, Inclusive permite o reconhecimento público pelo

Ministério da Transparência, Fiscalização e controladoria geral da união, como

empresa pró-ética, que pode ser um diferencial no mercado e trazer benefícios para

marca.

Não se pode confundir o Compliance com o mero cumprimento de regras

formais e informais, sendo o seu alcance bem mais amplo, ou seja, “e um conjunto

de regras, padrões, procedimentos éticos e legal, que, uma vez definido e

implantado, será alinha mestra que orientara o comportamento da instituição no

mercado em que atua, bem como a atitude dos seus funcionários” (CANDELORO;

RIZZO; PINHO, 2012, p. 30)

Compliance, assim, pode ser definido conforme preferiu Vanessa Alessi

Manzi, como o “ato de cumprir, de estar em conformidade e executar regulamentos

internos e externos, impostos às atividades da instituição, buscando mitigar o risco

atrelado à reputação e ao regulatório/legal.”.

Os autores da recente obra Compliance 360º, Ana Paula P. Candeloro, Maria

Balbina Martins De Rizzo e Vinícius Pinho40, definem o termo como: Um conjunto

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de regras, padrões, procedimentos éticos e legal que, uma vez definido e

implantado, será a linha mestra que orientará o comportamento da instituição no

mercado em que atua, bem como as atitudes de seus funcionários; um instrumento

capaz de controlar o risco de imagem e o risco legal, os chamados ‘riscos de

compliance’, a que se sujeitam as instituições no curso de suas atividades.

Na verdade, quando se fala em compliance, está-se referindo aos sistemas de

controle internos que servem para proporcionar maior segurança à empresa quanto

às suas análises econômico-financeiras, possibilitar uma atuação correta e

adequada no meio em que atua proteger contra os riscos de corrupção e fraudes em

processos licitatórios ou demais delações com entidades governamentais, elaborar e

atualizar normas internas que estejam em harmonia com a filosofia da companhia e

garantir que sejam conhecidas e cumpridas por todos.

1.1 Compliance e seus benefícios

Estar em conformidade com as regras é uma exigência cada vez maior para as

empresas que querem ganhar mercado, Compliance é o tripé essencial para atingir

níveis satisfatórios de competitividade no mercado.

Dentre vários benefícios que programa de compliance trás para uma empresa

podemos destacar:

Reduz as punições aplicadas à empresa;

Redução de custos e contingências;

Protege os diretores e gestores de punições relativas a atos em que eles não

participaram.

Oportunidade de negócios e vantagens competitivas;

Atração de investimentos;

Identificação de riscos e antecipação de problemas;

Correção efetiva de não conformidades;

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Limitação de responsabilidades;

Sustentabilidade dos negócios;

Conscientização dos funcionários

Para a criação de um programa efetivo de Compliance nas empresas, são requisitos

mínimos:

Estrutura de mapeamento dos riscos (plano de gestão de riscos corporativos);

Códigos de conduta;

Treinamentos periódicos;

Equipe com capacidade e independência para monitoramento (subordinação

apenas aos diretores);

Canal de denúncia;

Punição em caso de descumprimento.

Um Programa de Compliance efetivo pode abordar muitas exigências

regulatórias de uma empresa por meio de um conjunto comum de controles que

podem exigir novos controles automatizados em toda a empresa para substituir

controles múltiplos ou compensatórios nas unidades de negócios. Isso pode ser

especialmente importante para empresas descentralizadas e empresas que atuam

em várias jurisdições regulatórias e enfrentam desafios crescentes para monitorar e

gerenciar as mudanças regulatórias

Considerando que compliance resumidamente é estar em conformidade não

se pode perder de vista, os conceitos de Missão, Visão e Valores, como elementos

integrantes do processo de compliance.

Conforme Candeloro (2012),

“Missão significa a finalidade ou o motivo pelo qual a

instituição foi criada e para o que ela deve servir”. É a razão de

sua existência. Como diriam os profissionais de Recursos

Humanos, uma Missão Organizacional deve responder a três

perguntas básicas: Quem somos nós? O que fazemos? Por que

fazemos? Portanto, a Missão é o credo da instituição e como

bem leciona Candeloro (2012), “funcionando como um aviso

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sistemático a fim de que os funcionários saibam para onde ir e

como conduzir os negócios”.

Da mesma forma que há benefícios para as empresas qual implementam o

compliance, Conforme Coimbra e Manzi (2010),há um custo para as organizações

quando não estão em compliance:

Danos à reputação da organização, dos seus funcionários e perda de valor da

marca;

Má alocação de recurso e redução da eficiência e da inovação;

Cassação da licença de operação;

Sanções administrativas, pecuniárias e dependendo do caso, criminais às

organizações e aos indivíduos;

Custos secundários e não previstos (exemplo: advogados, tempo da alta

gerência, entre outros).

Embora muitas empresas entendam a necessidade de avançar

continuamente na sua jornada de compliance, há várias ações que os líderes de

compliance podem tomar imediatamente para uma maior agilidade e gerenciamento

de compliance proativo, reforçando a efetividade e eficiência do seu Programa de

Compliance:

Analisar a visão "estratégica" de compliance.

Realizar uma avaliação de riscos empresariais

Ajudar a assegurar as três linhas de defesa efetivas.

Avaliar a “Cultura de Compliance" da empresa.

Avaliar a tecnologia atual.

Atender mudanças regulatórias.

Em dezembro de 2015 a CGU divulgou as empresas aprovadas para o pró- ética

2015, iniciativa que reconhece a entidade comprometida com a integridade, a

transparência, à prevenção e o combate a corrupção no ambiente corporativo. São

19 empresas dos, mas diversos ramos, como energia, finanças, tecnologia, entre

outros.

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As empresas selecionadas passam agora a contar com uma série de

benefícios:

Reconhecimento público de comprometimento de prevenção e combate a

corrupção ;

Publicidade positiva para a empresa, com o uso da marca do Pró- Ética e·.

Avaliação do programa de integridade, com análise detalhada das medidas

implementadas.

As entidades são:

3M do Brasil;

ABB;

AES Eletropaulo;

AES Sul;

AES Tietê;

AES Uruguaiana;

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);

Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC);

DUDALINA;

Duratex;

EDP Energias do Brasil;

ELEKTRO Eletricidade e Serviços;

Ernst & Young;

GranBio;

ICTS;

OSRAM do Brasil Lâmpadas Elétricas;

Santander Brasil;

SIEMENS e

SNC-Lavalin Meio Ambiente.

1.2 Conhecer e gerenciar os riscos de compliance

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Conhecer as vulnerabilidades e riscos é um pilar importante para iniciar um

Programa Efetivo de Compliance.

Mapear e classificar os riscos permite identificar os pontos críticos e priorizar

a aplicação dos recursos para tratamento, implantar melhorias de forma planejada

permite mitigar os riscos e aperfeiçoar os resultados.

Um importante passo inicial é conhecer os riscos aos qual sua empresa está

exposta, tendo em vista o ambiente externo com suas leis e regulamentações, e

também as normas internas.

Como bem ensina Manzi (2008, p.93), entende-se por risco qualquer ameaça

de que um evento ou ação (interna ou externa) dificulte ou impeça a empresa de

atingir os objetivos de negócios. Entre os eventos de risco operacional, incluem-se:

Fraudes internas;

Fraudes externas;

Demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho;

Práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços;

Danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição;

Interrupção das atividades da instituição;

Falhas em sistemas de tecnologia da informação;

Falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das atividades

na instituição.

Define-se risco operacional, o risco de perda resultante de processos

operacionais internos, de pessoas não capaz para o desempenho de suas funções e

sistemas inadequados ou sujeitos à falhas, ou de eventos externos, gerando a

necessidade de modelos de gestão baseados em normas, procedimentos e

controles.

Ainda de acordo com Manzi, (2008).

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“A expressão risco de Compliance, por sua vez, é definida

como o risco legal, de sanções regulatórias, de perda financeira

ou perda de reputação, que uma organização pode sofrer como

resultado de falhas no cumprimento das leis, regulamentações,

códigos de condutas e de boas práticas”.

Risco legal ou regulatório relaciona-se a não conformidade com leis,

regulações e padrões de Compliance que englobam matérias como gerenciamento

de segregação de função, conflitos de interesse, adequação na venda dos produtos,

prevenção à lavagem de dinheiro etc.

.

Este arcabouço regulatório tem como fonte leis, convenções do mercado,

códigos e padrões estabelecidos por associações, órgãos regulatórios e códigos de

conduta.

Nesse diagnóstico, são identificados às áreas e os processos expostos aos

riscos de compliance, incluindo questões trabalhistas, de meio ambiente, sanitários,

concorrenciais, de crimes financeiros, em especial os de corrupção e de lavagem de

dinheiro. Busca-se identificar os tomadores de decisão, suas alçadas e controles

associados. O foco é em processos críticos, como relacionamento com órgãos

públicos, licitações públicas, contratação, pagamentos, obtenção de licenças e

alvarás, desembaraço de importação e exportação, presentes e hospitalidade,

doações e patrocínios, e afins.

Possível implantar controles internos para a mitigação, o monitoramento e

gerenciamento desses riscos. A integração das áreas de conhecimento de

Governança Corporativa, Riscos e Compliance (GRC) cria um modelo abrangente

para a proteção e sustentabilidade do negócio.

1.3 Criação e difusão da cultura de compliance

Por mais abrangente que seja o código de conduta de uma organização, ele nunca

será capaz de antecipar todas as situações de risco a que seus funcionários e

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colaboradores estarão expostos. A realidade empresarial é sempre mais rica,

interessante e complexa que as previsões existentes nos textos legais.

Por esse motivo, é essencial que a organização crie e difunda uma cultura de

compliance que vá além daquilo que consta no código de conduta e que esteja

incorporada no dia a dia dos funcionários. O pior destino de um programa de

compliance é se tornar um checklist que os colaboradores veem como um obstáculo

burocrático à realização de negócios.

É fundamental explicitar a compatibilidade das metas exigidas do funcionário

e o cumprimento do programa de compliance. O código e o programa como um todo

serão tanto mais observados quanto mais evidente for para o colaborador que não

se trata de empecilho a seu melhor desempenho, mas sim de regras que vão

garantir o bom funcionamento da empresa e, consequentemente, a segurança não

só da organização, como a sua própria.

Deverá existir uma orientação aos funcionários do que pode e o que não pode

ocorrer dentro das empresas e devem estar claras e formalizadas. Os documentos

devem ser revisados periodicamente, outro pilar importante de um programa efetivo

de Compliance é as normas internas.

É necessária a criação de normas, com diretrizes que guiem a atuação da empresa,

tanto no âmbito da pessoa jurídica, como também na atuação individual de todos os

envolvidos com a operação do negócio.

Uma ferramenta importante é o Código de ética e Conduta, que deve conter

regras e linguagem claras, concisas e acessíveis sobre o relacionamento entre as

partes da organização, formalizando o comportamento esperado das diversas partes

envolvidas. O Código de ética e Conduta da uma organização deve levar em

consideração a realidade, a cultura e os valores da empresa, e sua a construção

deve ser coletiva e baseada em princípios.

É fundamental dar conhecimento das normas aos colaboradores, terceiros,

fornecedores, parceiros e outros públicos relevantes, bem como disponibilizar canais

para sanar as dúvidas, assim como para relatar situações de não conformidade.

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Conforme o tamanho e a complexidade da empresa, a criação de um setor

que se dedique unicamente à condução do programa de compliance deve ser

cogitada. Uma medida desse tipo, que centralize a coordenação das diferentes

ações que integram a função de compliance numa mesma unidade, tende a evitar

problemas de fragmentação de iniciativas e duplicação de esforços.

A equipe dedicada ao programa de compliance, portanto, precisa de algum

nível de autonomia administrativa, que abranja financiamento adequado para realizar

suas atividades e capacidade de tomar suas próprias decisões sem em todo o

momento recorrer a autoridades superiores. Mais que isso, ela precisa ter voz e vez

sem o poder de decidir, o compliance fica esvaziado.

1.4 A função do Compliance Office

O compliance officer, ou agente de compliance, cada vez mais é reconhecido

como uma função estratégica em se tratando de disseminar a cultura de controles.

De forma a garantir a aderência das empresas e de seus controles em

atendimentos aos stakeholders, esse agente deve possuir perfil multidisciplinar, pois,

deve garantir a aderência da empresa a qualquer regulamento identificado como

aplicável, independentemente da origem ou impacto, tendo sempre à preocupação

de disseminar a cultura dos controles internos em todas as ramificações as empresa.

Para Bielgelman (2008) o “chef compliance Officer (CCO), tornou-se

rapidamente, um dos mais importantes papéis numa organização nos dias de hoje”.

Ele não é um fiscal ou policial da organização, mas acima de tudo um agente

promotor da integridade na organização, um gestor da integridade. Diante da

complexidade e amplitude do programa compliance, a organização precisa de um

especialista dedicado exclusivamente a esta área.

Sabe-se que a área de compliance deve ajudar a alta administração no

gerenciamento efetivo do risco de compliance, por meio de:

Atualização e recomendações;

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Manuais de compliance para determinadas leis e regulamentos e sua educação;

Identificação e avaliação do risco de compliance, inclusive para novos produtos e

atividades;

Responsabilidade estatutária (combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento ao

terrorismo);

Implementação do programa compliance

Portanto, além da habilidade para se relacionar com os mais diferentes perfis

de colaboradores e área, o agente de compliance deve possuir interesse em leitura e

interpretação de textos, uma vez que em diversos momentos, esse profissional irá se

deparar com legislação extensa ou de linguagem técnica e/ou rebuscada, o que

dificulta ainda mais o entendimento dos aspectos relevantes do normativo, o que

pode causae equivoco na disseminação da informação ou na aplicação dos

controles exigidos.

Ao que muitos pensam a implementação de um programa de compliance nas

organizações pode gerar um custo elevado às organizações, fazendo assim com

que as medias e pequenas empresas não se adequam ao programa, mas de acordo

com o Guia programa de compliance.” Organizações de todos os portes podem se

beneficiar de um programa de compliance.

No entanto, os riscos principalmente de ordem concorrencial a que uma

organização esta exposta varia de acordo com seu porte, posição de mercado setor

de atividades, objetivos, etc. por essa razão, não há um modelo único de programa

de compliance. Cada programa deve respeitar as peculiaridades de cada

organização e ser revisto constantemente de modo a contemplar novos riscos que

eventualmente possa surgir, como aquele decorrente de operações de fusões e

aquisições, da introdução de um novo produto no mercado ou da entrada em um

novo mercado geográfico com histórico de infrações em defesa da ocorrência.

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1.5 Compliance interligado á tecnologia

.

A figura acima demonstra como a tecnologia tem feito parte do programa de

compliance, o aplicativo traz um questionário de auto avaliação com 25 perguntas,

baseadas em normas reconhecidas internacionalmente. Após responder a todas as

empresas recebe uma pontuação de 0 a 100 que indica seu status atual. De acordo

com os resultados, são oferecidos conteúdos sobre como implementar ou aprimorar

seu programa de compliance.

O THEINTEGRITYAPP não funciona como certificação, mas como recurso

adicional nas tomadas de decisão quanto aos parceiros comerciais. A sua utilização

como ferramenta de gestão também demonstra relevante do compromisso da alta

direção da empresa no respeito às leis e aplicação efetiva de políticas

de compliance, para prevenir a ocorrência de práticas de corrupção.

Mediante a tantos caso de escândalos que o país tem vivenciado, as

empresas tendem a cada vez, mas buscar, mostras não somente para seus clientes

como também para seus investidores que suas empresas atendem a todas as regras

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de confiabilidade, e o compliance tem ajudado as empresas á se organizarem e

alcançarem assim esse objetivo.

As empresas têm passado por uma evolução no processo administrativo,

contábil e fiscal. Desta forma como cada vez, mas a fiscalização tem se intensificado

e uma vez que as informações passaram a serem transmitidas pela internet, com

maior possibilidade de cruzamento de dados e ocorrência de processos, as

empresas necessitam, ainda mais, tomar uma série de medidas antes de uma

eventual fiscalização.

Estudo feito pela Empresa Deloitte sobre Compliance tributário no Brasil

considera três diferentes estruturas para a área de compliance. A primeira (Estrutura

I) é a mais simples e intuitiva, e contempla empresas cuja área fiscal e contábil

atuam juntas, sem uma área consultiva tributária interna.

A segunda (Estrutura II) reúne empresas com áreas fiscal e contábil

unificadas, porém, com uma área de consultoria tributária separada para a promoção

de uma visão mais estratégica e de negócios.

Na Estrutura III, estão as empresas com áreas fiscal, contábil e consultiva tributária

com atuação focada, embora naturalmente complementar entre elas.

Entende-se por área fiscal aquela responsável pela apuração dos tributos. A

área de Consultoria Tributária interna é aquela responsável pela estratégia e pelo

planejamento tributário da empresa ou do grupo.

Com um volume tão grande obrigações legais, muitas empresas optam por

implantar sistemas especialistas, que tenha inteligência fiscal nativa, capazes de

automatizar e controlar os processos fiscais internos, calcular e validar as

informações antes de entregar ao Fisco, além de monitorar as normas e se os

prazos de entrega estão sendo cumpridos.

O Compliance fiscal colocar as empresas em conformidade com as

legislações fiscais dos municípios, estados e da união. Entretanto, a adequação das

organizações privadas em relação à complexidade das legislações fiscais torna

árduo este trabalho para as empresas, devendo estas buscar em respaldadas

auditorias e consultorias tributárias a regulação de suas operações e obrigações

fiscais.

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Além de contribuir para a saúde financeira da empresa, estar em compliance

fiscal traz outros ganhos indiretos, que geram um impacto extremamente positivo.

Um deles é a visibilidade e a valorização da marca.

Atender às exigências legais e estar em dia com processos e controles

tributários significa que a empresa é confiável, ganhando credibilidade com

fornecedores, investidores, instituições bancárias e, claro, com clientes.

Além disso, estar sem pendências fiscais e tributárias aumenta as chances de

angariar descontos em linhas de crédito, para aumentar os investimentos e ampliar

os negócios, e permite ainda recuperar ou fazer uso de créditos do governo sem a

preocupação de chamar a atenção do Fisco por isso.

Estar em compliance fiscal: padronizar processos e controles internos torna

as equipes muito mais produtivas e melhora acentuadamente a qualidade das

informações geradas.

A conferência nas informações geradas e transmitidas das empresas aumenta

a confiabilidade antes de sua transmissão diminuindo assim os custos com

penalidades por falta ou até mesmo divergências de informação.

Veremos no próximo capitulo o aumento da busca por Compliance no Brasil.

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17

Capitulo II

2. O crescimento da busca do compliance no Brasil

Estudo feito pelo BLB BRASIL mostrou que ondas de escândalos marcam a

história corporativa no Brasil (casos de empresas como Petrobras e os bancos

Cruzeiro do Sul e Pan Americano) e no mundo (como os escândalos da Enron e

WORLDCOM). Estes contribuíram para a promulgação da Lei Sarbanes-Oxley

(SOX) nos Estados Unidos, considerada uma das mais rigorosas regulamentações

ao se tratar de controles internos, elaboração de relatórios financeiros e divulgação

já aplicada pelas companhias abertas norte-americanas, expandindo-se ainda a

todas as empresas estrangeiras com ações negociadas no mercado norte-

americano. Também se notou um aumento das investigações por parte da Securities

and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores

Mobiliária (CVM) brasileira, bem como o crescimento da preocupação de empresas

americanas em prevenir a corrupção por meio de ferramentas de compliance.

Um estudo global da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) mostra

que em 2016 o tipo de fraude que mais causou prejuízo às empresas foi a contábil,

seguida por corrupção e roubos ou “apropriação de ativos das empresas”, sendo

este o tipo mais frequente. Reduzir fraudes nas empresas é um dos principais

desafios de gestores em todo o mundo. Ainda nesse mesmo estudo é estimado que

as organizações perdessem cerca de 5% do faturamento devido a fraudes, o que,

projetado para o Produto Global Bruto, equivale a US$ 3,7 trilhões desviados

anualmente no mundo. A ACFE existe desde 1996 e, no ano passado, analisou

1.483 casos de fraude.

Em meio às adequações mercadológicas foi criado o departamento

de forensics — nome que a área de auditoria dá ao segmento antifraude. A procura

por empresas de auditoria para realizar um serviço conhecido como “investigação de

fraude” está cada vez maior no Brasil, e dois fatores que têm aumentado a demanda

desse tipo de contrato são a deflagração da Operação Lava Jato, em 2014, e a

regulamentação da Lei 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção.

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Há uma enorme preocupação por parte dos executivos em antecipar riscos e

atender às exigências normativas, tornando o compliance cada vez mais integrado

aos objetivos estratégicos das empresas, pois, caso haja um deslize para fora do

cenário de conformidade, as entidades ficam expostas a uma possível deterioração

de sua integridade, o que pode levar a publicidade negativa, queda do faturamento,

desvantagens competitivas, perda de mercado e até mesmo descontinuidade do

negócio.

De acordo com uma pesquisa feita Consultoria Protiviti indica que pelo

menos 45% das companhias brasileiras possui baixo índice de boa pratica, notou-se

que muitas das vezes falta até mesmo à percepção do que é compliance.

A pesquisa identificou que entre as empresas com baixo índice de compliance,

aquelas de pequeno e médio porte enfrentam mais dificuldades.

Podem ter menos recursos humanos e financeiros para avaliar os riscos. No

entanto, elestambém tem um número menor de funcionários e um menor nível de

complexidade que faz com quea identificação de riscos através de inquéritos diretos

mais fácil do que nas grandes empresas.

Podem utilizar ferramentas, guias e informações de apoio publicamente disponíveis

pararealizar sua própria avaliação de risco.

As EPP também são aconselhadas a colaborar com outras EPP ou com

câmaras de comércio, associações empresariais e sindicatos em sua localização

geográfica ou indústria para acumular informações sobre riscos de corrupção

relacionados e identificar mitigaçãoopções.

.

Dentro de uma organização, tem-se uma ideia de que compliance e auditoria

são as mesmas coisas, como na verdade desempenham papeis totalmente

diferentes porem um pode ser complementar ao outro.

2.1 A diferença entre Auditoria e Compliance

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“Conforme publicado pelo ‘The Institute Of Internal Auditors’ dos EUA, a

Auditoria Interna é uma atividade independente, de avaliação objetiva e de

consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as operações de uma

organização”.

A Auditoria Interna assiste a organização na consecução dos seus objetivos,

através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da eficácia da

gestão de risco, do controle e dos processos de governança.

O próprio material elaborado pelo Comitê da Basileia esclarece que a função

do auditor é vital aos processos de Governança Corporativa, uma vez que os

auditores desenvolvem importantes atividades, consideradas complementares ao

sistema de controles. Enquanto a Auditoria Interna efetua seus trabalhos de forma

aleatória e temporal, por meio de amostragens para certificar-se do cumprimento das

normas e processos instituídos pela Alta Administração, Compliance executa tais

atividades de forma rotineira e permanente, monitorando-as para assegurar, de

maneira corporativa e tempestiva, que as diversas unidades da instituição estejam

respeitando as regras aplicáveis a cada negócio, ou seja, cumprindo as normas e

processos internos para prevenção e controle dos riscos envolvidos em cada

atividade. Compliance é um braço dos órgãos reguladores junto à administração no

que se refere à preservação da boa imagem e reputação e às normas e controles na

busca da conformidade

Compliance deve ser também tão independente quanto à Auditoria Interna,

reportando-se à Alta Administração para informá-la de eventos que representem

riscos para instituição, principalmente risco de compliance, ou seja, regulatório, e

que possa afetar a reputação. Verifica-se que Compliance engloba o

acompanhamento dos pontos falhos identificados pela Auditoria Interna até que

sejam regularizados, configurando intersecção das duas áreas. Entretanto, apesar

de possuir funções semelhantes, compliance faz parte da estrutura de controles,

enquanto a auditoria avalia essa estrutura. Assim, a área de Compliance, como as

demais, deve ser objeto de avaliação da auditoria interna. “Sendo assim, podemos

destacar que auditar compliance constitui oportunidade única para a compreensão

de seu processo na instituição, isto é, para a avaliação da cultura de conformidade e

do grau de comprometimento dos profissionais”.

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2.2 Origem e evolução do Compliance no mundo e no Brasil

1906 - FDA

Compliance remonta a virada do século XX, com a promulgação em 1906 do Food

and Drug Act (FDA), o governo norte-americano criou um modelo de fiscalização

centralizado, como forma de regular determinada atividade relacionada à saúde

alimentar e ao comércio de medicamentos.

1913 – FED

Num segundo momento, em 1913, foi criado o Federal Reserve System (Banco

Central dos EUA), o qual teve como objetivo a criação de um sistema financeiro mais

estável, seguro e adequado à legislação.

1977 – FCPA

O Foreigner Corrupt. Practices Act of 1977, (FCPA), tem a finalidade tornar ilegal

fazer pagamentos a funcionários de governos estrangeiros para ajudar a obter ou

manter negócios. Com a promulgação de algumas alterações em 1998, as

disposições anti-suborno da FCPA, agora também se aplicam a empresas

estrangeiras e entidades que deram origem, diretamente ou através de agentes, um

ato em prol de um pagamento tais corruptos a ter lugar no território dos Estados

Unidos.

5 MANZI, Vanessa A. “Compliance no Brasil - Consolidação e Perspectivas”. São Paulo: Saint Paul,

2008, cit. p. 61 e 62.

1986 – DII

No ano de 1986, foi criado o Defense Industry Initiative on Business Ethics and

Conduct (DII), sendo signatárias 18 das principais empresas da indústria de defesa

dos EUA. De forma voluntária elas concordaram em estabelecer códigos escritos de

ética nos negócios e treinar funcionários para cumprir com eles.

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1991 – FSGO

Em 1 de maio de 1991, como uma extensão do Sentencing Reform Act, a Comissão

de Penas Estados Unidos apresentou ao Congresso americano a Federal

Sentencing Guidelines for Organizations (FSGO), estas diretrizes descrevem os

elementos do programa de compliance e ética de uma organização que são

necessárias para ser considerado para a elegibilidade, com o objetivo de reduzir a

pena, caso seja condenado.

1996

Tendo o propósito de promover a integridade no setor de construção civil e melhorar

a reputação da indústria, em 1996, a Associação das Indústrias de Construção Civil

da Bavária, lançou a Coalisão para Certificação de Empresas, pré-qualificando

empresas para participação em licitações.

Compliance no Brasil

2009 - CGU/Ethos

O primeiro guia brasileiro: “A Responsabilidade Social das Empresas no

Combate à Corrupção”, foi publicado em junho de 2009, em conjunto pela

Controladoria-Geral da União (CGU) e o Instituto Ethos, para orientar as ações das

empresas que se preocupam em contribuir para a construção de um ambiente

íntegro e de combate à corrupção.

2013 - Lei 12.846/2013

A cultura da legislação brasileira só punia quem recebesse propina, ou seja, o

corrupto, porém, com a promulgação da lei 12.846/2013 – lei anticorrupção ou lei da

Empresa limpa, determina que quem corrompe, o corruptor empresarial, também

seja responsabilizado e punido, estabelecendo a responsabilidade objetiva de

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pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, com multas

no valor de até 20% de seu faturamento bruto anual.

2015 - Decreto 8.420/2015

O decreto no 8.420/2015, que regulamenta a lei 12.846/2013, estipula que as

pessoas jurídicas que possuírem e aplicarem um Programa de Integridade poderá

receber até 20% de desconto no valor da multa.

2015 - Portarias 909/2015 CGU

Por meio da Portaria CGU no 909/2015, de abril de 2015, a Controladoria-

Geral da União (CGU) listou critérios para avaliação dos Programas de Integridade

das empresas como requisito para concessão de redução no valor da multa.

Definindo três faces de análise no cumprimento dos requisitos.

A empresa deverá comprovar que o programa de integridade foi

construído de acordo com o seu tamanho, perfil de atuação e

posicionamento no mercado;

Deve comprovar o histórico de aplicação do programa com resultados

alcançados anteriormente na prevenção de atos lesivos;

Demonstrar que o programa foi aplicado no próprio ato lesivo em

questão, tendo funcionado como prevenção contra um dano maior ou

na reparação do prejuízo causado.

Ser compliance

“Ser compliance” é conhecer as normas da organização, seguir os procedimentos

recomendados, agir em conformidade e sentir quanto é fundamental a ética e a

idoneidade em todas as nossas atitudes.

Estar em compliance

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“Estar em compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e

externos.

“Ser e estar compliance” é, acima de tudo, uma obrigação individual de cada

colaborador dentro da instituição.

Risco de compliance são o risco de sanções legais ou regulamentares, perdas

financeiras ou mesmo perdas reputacionais decorrentes da falta de cumprimento de

disposições legais, regulamentares, códigos de conduta etc..

Entretanto, compliance vai além das barreiras legais e regulamentares, incorporando

princípios de integridade e conduta ética.

Portanto, deve-se ter em mente que, mesmo que nenhuma lei ou regulamento

seja descumprido, ações que tragam impactos negativos para os “stakeholders”

(acionistas, clientes, empregados etc.) podem gerar risco reputacional e publicidade

adversa, comprometendo a continuidade de qualquer entidade.

Para qualquer instituição, confiança é um diferencial de mercado. Em geral,

as leis tentam estabelecer controles e maior transparência, mas estar em

conformidade apenas com as leis não garante um ambiente totalmente em

compliance.

A efetividade do compliance está diretamente relacionada à importância que é

conferida aos padrões de honestidade e integridade na instituição. O compliance

deve começar pelo “topo” da organização, com o apoio da alta administração para a

disseminação da cultura de compliance, com as atitudes dos executivos seniores,

que devem “liderar pelo exemplo”, e com o comprometimento dos colaboradores,

que devem se conduzir pela ética e idoneidade.

Várias são as medidas e ações tomadas para fins de combater a corrupção,

sendo a medida mais atual a criação da lei anticorrupção, discorreremos

brevemente sobre a lei anticorrupção.

2.3. Lei anticorrupção -

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A Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa é a denominação dada à lei nº

12.846/2013. Uma lei ordinária de autoria do poder executivo que trata da

responsabilização objetiva administrativa e civil de empresas pela prática de atos

contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira. O que nada empesa de ser

administrada nas empresas privadas.

Objetivos da lei anticorrupção

O diploma legal pune corruptores, ou seja, quem corrompe agentes públicos, que

praticam atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira atos aqueles

praticados pelas pessoas jurídicas que atentem contra o patrimônio público nacional

ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os

compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, tais como:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente

público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo

subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar

ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos

praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer

outro expediente, o caráter competitivo de procedimento

licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de

procedimento licitatório público;

c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou

oferecimento de vantagem de qualquer tipo;

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

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e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para

participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento,

de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a

administração pública, sem autorização em lei, no ato

convocatório da licitação pública ou nos respectivos

instrumentos contratuais;

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos

contratos celebrados com a administração pública.

No próximo tópico falamos sobre a lei Sarbanes-Oxley (SOX), que tem como

objetivo conferir maior transparência confiabilidade aos resultados das empresas.

2.3.1 Lei Sarbanes-Oxley

A Lei Sarbanes-Oxley (em inglês, Sarbanes-Oxley Act) lei dos estados unidos,

em 30 de julho de 2002 pelo senador Paul Sarbanes (Democrata de Maryland) e

pelo deputado Michael Oxley (Republicano de Ohio).

Motivada por escândalos financeiros corporativos (dentre eles o da Enron,

que acabou por afetar drasticamente a empresa de auditoria Arthur Andersen), essa

lei foi redigida com o objetivo de evitar o esvaziamento dos investimentos financeiros

e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança a respeito da

governança adequada das empresas.

A lei Sarbanes-Oxley, apelidada de Sarbox ou ainda de SOX, visa garantir a

criação de mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo

ainda regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar suas

atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios, evitar a ocorrência

de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando ocorrem,

garantindo a transparência na gestão das empresas.

Atualmente grandes empresas com operações financeiras no exterior seguem

a lei Sarbanes-Oxley. A lei também afeta dezenas de empresas brasileiras que

mantém ADRs (American Depositary Receipts) negociadas na NYSE, como

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a Petrobras, Ambev, Bunge Brasil, a GOL Linhas Aéreas, a Sabesp,

a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), a TAM Linhas Aéreas, a Brasil

Telecom, Ultrapar (Ultragaz), a Companhia Brasileira de Distribuição (Grupo Pão de

Açúcar), Banco Bradesco, Banco Itaú, TIM, Vale S.A., Vivo S.A., Companhia

Energética de Minas Gerais (CEMIG), Natura Cosméticos S.A., Claro, Gerdau S.A.

(Gerdau), Grupo Comercial Cencosud, CSN, Eletrobrás, Brasilagro, Kantar IBOPE

Media e Fibria Celulose S.A.

2.4 O avanço do Programa de Compliance

Uma estrutura de compliance engloba vários componentes que contribuem na

prevenção, detecção e resposta nas três "linhas de defesa". Em uma estrutura de

compliance, os responsáveis pelos processos de negócios são a primeira linha de

defesa, as funções de compliance e de gestão de riscos centralizada são a segunda

linha de defesa e a auditoria interna é a terceira linha. Cada linha desempenha um

papel importante na estrutura e governança de Compliance. O modelo de três linhas

de defesa ajuda as empresas a promover a agilidade de compliance, identificar

riscos emergentes e esclarecer os pontos fortes e fracos do Programa de

Compliance.

Origem: Google imagem

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Lei 7.753/2017

Programas de Integridade como exigência para contratações: o estado do Rio

de Janeiro, por exemplo, só poderá contratar empresas que possuem Programas de

Integridade – Compliance.

Em que consiste o programa de integridade - Compliance

No âmbito de uma pessoa jurídica, o Programa de Integridade consiste no

conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e

incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e

de conduta, políticas e diretrizes com o objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes,

irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública do Estado do

Rio de Janeiro (art. 3º, caput).

O PI deverá ser estruturado, aplicado e atualizado de acordo com as

características e riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua

vez, deverá garantir o constante aprimoramento e a adaptação do referido programa,

visando garantir a sua efetividade (parágrafo único do art. 3º).

Há, portanto, uma série de diretrizes e procedimentos (adoção de controles internos,

canais de denúncia de irregularidades etc.) destinados ao combate das fraudes. A

implantação do PI no âmbito das pessoas jurídicas deverá se dar em até 180 dias a

partir da contratação (art. 5º).

2.5 A importância do Compliance Financeiro para empresa

Os desafios enfrentados pelas empresas, em um cenário de instabilidade e

insegurança, são constantes. Suas estratégias de crescimento muitas vezes

enfrentam obstáculos como, por exemplo, oscilações econômicas, flutuação cambial,

instabilidade internacional decisões política infraestrutura precária e burocracia

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tributária. As discussões sobre a realidade fiscal e financeira brasileira é infinita e o

custo associado a essa realidade é assunto de ordem internacional.

Governança e Compliance Financeiro tem se tornado cada vez mais uma

ferramenta indispensável e uma vez compreendidas e incorporadas aos processos,

certamente contribuirão para uma gestão financeira mais eficiente.

Compliance no departamento financeiro significa analisar os processos

financeiros, verificando se todas as operações foram corretamente

autorizadas, liquidadas, ordenadas, pagas, registradas e escrituradas, com a

finalidade de assegurar a fidelidade dos registros e proporcionar credibilidade

as transações e operações, ou seja, analisar os fatos e ocorrências que afetam o

patrimônio financeiro de sua empresa.

É necessário entender o que está sendo cobrado e como podemos melhorar

as atividades, proporcionando maiores índices de eficiência, eficácia e confiabilidade

das informações, que são à base de toda decisão.

A atividade de prevenção à fraude, segurança da informação, plano de

continuidade de negócios, contabilidade internacional, fiscal e gerencial, gestão de

riscos e de pessoas, atendimento a auditorias internas e externas, dentre outras,

formam o leque de atribuições do profissional de compliance.

As empresas precisam estabelecer e monitorar mecanismos de controle

eficientes em toda a organização, especialmente na produção de dados de relatórios

financeiros e regulatórios confiáveis. Avarias no controle tais como, conciliações

financeiras e saldos sem fundamento, podem ser onerosas para corrigir, levando a

sanções regulamentares e prejudicando a reputação da empresa.

Compliance financeiro avalia aderência a boas práticas e padrões do mercado

Na Dataprev, um trabalho nesse sentido teve início ainda em 2016 e abrange

a área financeira da empresa. A Comunicação Normativa que instituiu o Programa

de Compliance Financeiro — gerido pela Superintendência de Finanças —

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estabeleceu um processo contínuo de avaliação do grau de conformidade dos

processos financeiros da Dataprev e de tratamento das eventuais inconformidades.

O processo de gestão da conformidade compreende avaliação, tratamento e

inovação de regras, requisitos e padrões em diferentes perspectivas. Uma delas diz

respeito a leis, políticas, regulamentos e melhores práticas, por exemplo. Quanto aos

processos, são observados documentação, mecanismos de promoção de

racionalização e uso de tecnologia e de melhoria contínua. Já os controles internos

compreendem o plano da organização e todos os métodos e medidas adotados na

empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados

contábeis e desenvolver a eficiência nas operações. Por fim, a gestão de riscos

consiste na identificação, no monitoramento e no tratamento de riscos empresariais.

De acordo com o Programa de Compliance Financeiro, será efetuada, no

mínimo, uma rodada de avaliação anual buscando progressão da abrangência dos

critérios e tipos de avaliação. No primeiro ciclo — iniciado em 2016 e que segue até

junho de 2017 — está sendo verificada a existência de regras, requisitos ou padrões

existes na Dataprev. A qualidade no cumprimento desses quesitos, por sua vez, será

avaliada em um segundo ciclo, com início previsto para julho.

O fruto desse trabalho é a construção de indicadores de risco de crédito, de

liquidez e de passivo atuarial, assim como a revisão, inovação e aumento do número

de regras e padrões na empresa (portal. dataprev. gov. BR/compliance-financeiro-

avalia-aderencia-boas-praticas-e-padroes-do-mercado).

Implantações de programa de compliance na empresa.

A cultura do compliance é uma questão de decisão, liderança e

comprometimento de toda a organização, independentemente do porte. E para as

pequenas e médias, não implica grandes custos. As declarações de boas intenções

precisam sair do papel e passar definitivamente para as atitudes

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Para a implantação de uma política de Compliance, a empresa deverá inicialmente

elaborar um programa com base na sua realidade, cultura, atividade, campo de

atuação e local de operação.

Ele deverá ser implementado “em todas as entidades que a organização

participa ou possui algum tipo de controle ou investimento” (COIMBRA; MANZI,

2010, p. 20-21), principalmente mediante o estabelecimento de políticas, a

elaboração de um Código de Ética, a criação de comitê específico, o treinamento

constante e a disseminação da cultura, o monitoramento de risco de Compliance, a

revisão periódica, incentivos, bem como a criação de canal confidencial para

recebimento de denúncias, com a consequente investigação e imposição de

penalidades em razão de eventual descumprimento da conduta desejada. Com a

implantação da política de Compliance, a empresa tende a:

Orientar todas as suas ações para os objetivos definidos;

Utilizar os recursos de forma mais eficiente, visto que as decisões passam a

ser mais econômicas, pois uniformes para casos similares; “proteção contra

as pressões das emergências”;

Ter uniformidade e coerência em todos os seus atos e decisões, colaborando

com a transparência dos processos;

Facilitar a adaptação de novos empregados à cultura organizacional;

Disponibilizar aos gestores mais tempo para repensar políticas e atuar em

questões estratégicas;

Aumentar e aperfeiçoar o conhecimento da organização por todos os seus

atores (GONÇALVES, 2012, p. 64-65).

O profissional de Compliance tem como compromisso agir, visando instruir os

indivíduos, convencendo-os sobre a direção correta e obtendo-lhes o apoio, ou seja,

jamais se furtar de intervir, em situações possíveis de risco à empresa ou às

pessoas. Mas, todavia, se a sua voz atenciosa e educada não for ouvida, deverá

adotar uma postura mais forte e radical, se for preciso, de forma a garantir o

atendimento integral dos princípios do Compliance.

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Para o exercício de suas atribuições do dia a dia, é fundamental esse

profissional ser reconhecido na organização pela sua integridade e gozar de

credibilidade, pois essa função assim requer.

Habilidades do profissional de compliance

Comunicação eficaz;

Integridade;

Compreensão da cultura e dos negócios da empresa;

Conhecimento das ferramentas e metodologias mais eficazes;

Atitude de aprendizado contínuo;

Conhecimento e atualização sobre leis e regulamentos;

Identificação clara do cliente;

Desenvolvimento de uma mentalidade de longo prazo.

Os profissionais de compliance devem acompanhar de perto o relacionamento

de colaboradores com órgãos reguladores e avaliar possíveis medidas de mitigação

de riscos, pois a organização está sujeita a autuações ou outros tipos de sanções

por descumprimento de normas.

A função de compliance deve ter entre suas atribuições atividades

estratégicas e operacionais, considerando que muitas delas podem ser coordenadas

com outras áreas. Por exemplo, o plano de treinamento e de comunicação pode ser

desenvolvido em conjunto com as áreas de recursos humanos e comunicação,

quando houver.

Visando garantir a efetividade do sistema de compliance, a função de compliance:

Coordena canais de denúncias;

Discute o grau de exposição e evolução dos riscos de compliance;

Conscientiza a organização sobre a aderência aos princípios éticos, normas de

conduta e obrigações aplicáveis, liderando o processo de disseminação da

cultura de compliance;

Executa o monitoramento integrado das atividades de compliance;

Colabora na elaboração de um plano de treinamento para todos os

colaboradores e partes interessadas;

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Coordena as iniciativas de comunicação voltadas para disseminar o tema pela

organização;

Coordena a realização de controles e testes para verificar a aderência às

políticas e aos procedimentos da organização;

Colabora no processo de investigação de irregularidades, com amplo acesso a

documentos e informações de diferentes áreas da organização, de acordo com a

política aprovada pelo conselho de administração;

Sugere, em conjunto com o comitê de conduta, a aplicação de sanções previstas

em política de consequências;

Participa das reuniões do comitê de conduta;

Assegura que as sanções determinadas sejam aplicadas.

A implantação de práticas de Compliance ou mesmo a decisão de sua não

adoção pela empresa ensejam custos de transação, os quais serão avaliados no

próximo tópico.

O custo para implementação do compliance

Após a apresentação das definições e objetivos do Compliance no âmbito

empresarial, é preciso ressaltar a necessidade de a empresa ponderar os custos de

transação envolvidos na implantação ou não da referida política, bem como avaliar a

sua eficiência.

Não há como negar a necessidade de a empresa preparar-se financeiramente

para a implantação de um programa de Compliance. Deverá contratar especialistas

no assunto, organizar uma área específica que atuará na empresa, investir em

treinamento permanente para os seus empregados em todas as unidades,

apresentar tal programa aos stakeholders, elaborar um Código de Ética que

estabeleça procedimentos e as devidas punições, melhorar os seus mecanismos de

controle internos e externos para aprimorar o gerenciamento dos riscos, investir em

tecnologia da informação, entre diversos outros investimentos, que podem variar,

dependendo do formato e do objetivo de cada empresa.

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Um dos maiores riscos externos que o Compliance pretende minorar é a

quebra da reputação, pois a sua perda provoca “publicidade negativa, perda de

rendimento, litígios caros, redução da base de clientes e, nos casos mais extremos,

até a falência” (COIMBRA; MANZI, 2010, p. 2).

A implantação de uma política de Compliance anticorrupção indubitavelmente

trará altos custos para a organização empresarial, “porém os prejuízos causados

pela corrupção podem ser bem superiores” (CANDELORO; RIZZO, 2012, p. 239).

Os custos de transação para a implantação de uma política de Compliance se

dividem em três aspectos:

Custos de manutenção;

De não conformidade e

De governança.

Em relação ao primeiro, estão abrangidos os custos para executar e promover

essa política, como custo de pessoal, treinamento, comunicação e consultoria; no

que se refere aos custos de não conformidade, podem-se citar as penalidades,

multas e tributos, custo de remediação, perda da receita, interrupção dos negócios e

perda da produtividade, impacto no capital, danos à reputação da empresa, de seus

empregados e da marca, despesas com advogados, custas judiciais e valor/hora da

alta administração; por fim, quanto aos custos de governança, essencial para tal

implantação, tem-se a manutenção e as despesas da diretoria e dos comitês, custos

legais e jurídicos, contratação de auditoria externa e relacionamento com

investidores e comunicações (COIMBRA; MANZI, 2010, p. 106).

Segundo a KPMG em seu trabalho “Pesquisa Maturidade do Compliance no

Brasil” enxergar o compliance como um investimento, e não simplesmente como um

custo, pode ajudar a mensurar o seu retorno durante melhorias de compliance

contínuas, levando a empresa a uma maior efetividade e eficiência nos seus

esforços de compliance. As empresas podem fazer isso considerando o valor do

negócio e operacional.

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Mesmo que os custos do investimento para implementação de compliance

seja alto ainda assim valerá apena, pois os prejuízos poderão ser praticamente

reduzidos à zero, lembrando que os investimentos atenderão a toda área da

empresa, poderá ser investimento tecnológico, cultural e mesmo na estratégia

operacional da empresa.

Capitulo III

3. Empresa sem Compliance é empresa sem dono

Já dizia o ditado: “é o olho do dono que engorda o gado”. Principalmente

nas empresas de médio e pequeno porte é o proprietário quem controla os

processos, cobra pelo bom atendimento e quem assegura que as questões

financeiras e tributárias se mantenham em ordem. Partindo desse princípio,

realmente, é o olho dele que engorda o gado, sim. Por conta disso,

o Compliance como ferramenta de gestão ainda é rejeitado por empresas desse

porte.

Empresas maiores e grandes companhias já utilizam esse mecanismo e

enxergam o Compliance como um instrumento fundamental para o cumprimento das

obrigações legais. Não é o caso das empresas menores que, na sua maioria, ainda

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acreditam na filosofia do dono controlador, fiscalizador e conhecedor de todos os

processos da empresa.

Portanto, é o momento de tentar enxergar o negócio de outra maneira. Não é

que o proprietário deve virar as costas para sua empresa e deixar sua gestão ao léu.

Muito pelo contrário, é que existem mecanismos muito eficazes de controlar os

processos, principalmente em relação às questões legais e tributárias, tão

complexas no nosso país. Ou seja, o olho do dono continuará a engordar o gado,

mas com o auxílio de uma arma poderosa, o Compliance.

Na atual conjuntura econômica que o país têm passado uma empresa sem

compliance na verdade nada mas é do que uma empresa que anda para trás, uma

empresa que perde mercado, afinal a confiança é uma fator primordial em qualquer

negócio.

A empresa deve passar credibilidade e confiança para seus clientes

independentes do seu porte, uma empresa que pensa em investir em sua imagem

esta com certeza pensando em crescimento.

Uma organização que possui uma boa opinião do público terá mais fidelidade

de seus clientes, poderá conquistar novos compradores e expandir seu negócio. No

entanto, isso não é algo construído da noite para o dia é um processo que precisa de

constante avaliação e melhoramento. A confiança do consumidor pode ser destruída

de uma hora para outra, com apenas um descuido.

Uma empresa conta com atividades diversas e precisa cumprir com a

demanda no prazo certo e com a devida qualidade. Isso traz satisfação para os

clientes e fortalece a imagem da corporação. Assim, aperfeiçoar a rotina de trabalho

é muito importante. Mas, para maximizar o desempenho do negócio, é preciso

investir nas estratégias certas.

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A organização de processos é uma medida básica para alcançar as metas no

empreendimento

Uma empresa conta com um grande número de procedimentos alocados por

setor, cada uma dessas atividades é parte de um sistema focado na geração de

resultados e em movimentar o empreendimento.

Se os processos estão desordenados, as práticas de trabalho podem ficar

pouco sólidas, com cada um fazendo à sua maneira. Muitas vezes, apenas um

profissional conhece a forma certa de desempenhar uma tarefa, e, quando ele sai do

quadro ou falta, todos acabam tendo problemas.

AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

Uma empresa com processos bem sistematizados permitem que sua equipe

seja mais produtiva. Vocês eliminam horas ociosas e perda de tempo com

discussões sobre como fazer os procedimentos básicos, pois tudo já estará pré-

definido e padronizado, da forma mais planejada, ágil e prática possível.

Isso também minimiza a indecisão, dúvidas e erros nas ações no trabalho. Os

colaboradores rapidamente aprendem a sequência e a forma de desempenho das

tarefas e saberão o que deve ser feito. Assim, é possível que todos sejam mais

produtivos.

MAIOR PREVISIBILIDADE

Quando os processos estão ordenados, você conhece cada etapa da linha de

produção e, com isso, tem mais previsibilidade. Contudo, mais interessante ainda é

quando você estabelece um padrão para cada atividade.

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Assim, o trabalho é realizado dentro de parâmetros pré-definidos, sem

improvisos e sem depender do gosto de cada profissional. Isso evita que os produtos

ou serviços saiam diferentes, com alguns muito bons e outros de menor qualidade.

Outra vantagem é a facilidade de transmitir o conhecimento com os processos

organizados e catalogados. Se um colaborador estiver ausente, os outros terão

condições de continuar. Ou seja, o know-how dos procedimentos não é

monopolizado; ele pertence a todos na empresa.

Mapear os processos é uma medida estratégica fundamental para organizar

as atividades da empresa. Para isso, é importante definir as entradas, saídas,

componentes, participantes (colaboradores, clientes e fornecedores) e limites de

cada etapa dos processos.

Procure documentar todas as informações. Isso facilita o acesso e sistematiza

os dados, otimizando a compreensão e análise.

Contar com procedimentos operacionais padronizados agiliza a produção, pois as

medidas para atuar em situações diferentes já estão previstas. Ao consultar os

documentos com os padrões operacionais, o colaborador poderá seguir os modelos

e realizar as atividades com efetividade, sem problemas.

Assim, vocês minimizam erros e perda de tempo e reduzem riscos na

produção. Isso também aumenta o conhecimento dos processos por todos os

colaboradores, o que fortalece sua equipe.

A organização dos processos em um empreendimento é a sistematização das

atividades, separando as etapas e os componentes que participam de cada uma

delas, como recursos, profissionais, tarefas e documentos. Essa estratégia traz

diversos benefícios para o empreendimento, como a melhora na qualidade do

serviço, mais agilidade e produtividade.

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É nesse ponto que um programa de integridade efetivo, existente na

empresa, ou seja, o compliance traz um benefício não só ao empresário que

possui relação direta com o ente estatal, mas também àqueles que de forma

indireta também se relacionam com a administração pública. Isto porque, o

instituto supracitado, trás inúmeros benefícios às empresas, que se instalado

e estruturado de forma correta e efetiva, fornece desde a economia de papel

com a impressão desnecessária, até mesmo a diminuição de pena em

possível condenação pela lei anticorrupção.

Conceituando o supramencionado instituto, em sua interpretação literal

significa cumprir regras. Este, como um conjunto de medidas, procedimentos

e regramentos estabelecidos para melhor condução da empresa é aplicável

tanto nas esferas administrativa, jurídica e organizacional da empresa.

Tentando blindar a empresa contra os riscos advindos da própria atividade

empresarial, o compliance possui vários focos. Quando falamos sobre o compliance

administrativo, este realiza a implantação de procedimentos e padronizações que

tornam a empresa organizada, instituindo regramentos internos o que inclui até

mesmo a sucessão patrimonial, trazem a atividade empresarial expertise para

manter seus lucros e sua competitividade no mercado, em tempos de crise.

Nesse ínterim, fundamental destacar o compliance fiscal e trabalhista,

que visa à adequação da empresa tanto ao ordenamento jurídico vigente,

como às relações com terceiros, para redução máxima de problemas

advindos do descumprimento da legislação.

Tais problemas se não observados, podem trazer sérias

consequências à pessoa jurídica, pelo simples fato de ausência de

planejamento, que podem ser dirimidos com a implantação do compliance,

evitando execuções e autuações fiscais, bem como demandas trabalhistas e

consequentemente a expropriação de bens do patrimônio da empresa.

O compliance surge desta forma, como uma boa possibilidade de adequação

a nova realidade. Com foco na lei anticorrupção, de uma maneira geral, é um

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conjunto de medidas adotadas pela empresa que possuem o condão de estruturar

procedimentos, prefixar conceitos éticos e estabelecer uma conduta.

Desta forma, de maneira geral conclui-se que a empresa que possui um

sistema de compliance efetivo¸ poderá não somente possuir benesses diante da lei

anticorrupção, mas também em toda a atividade empresarial, trazendo ao

empresário, segurança e lucros consideráveis, ante a organização,

procedimentalização e perpetuação de sua atividade.

3.1 O compliance no futuro das indústrias

Para 2018, a expectativa é de que o compliance ganhe força, com destaque

para iniciativas focadas na implantação prática dos programas. Passada a fase de

mudança cultural, será a hora de trabalhar nos principais elementos relacionados ao

assunto. Entre eles estão à análise de riscos, a criação de políticas internas, o

estabelecimento de canais de comunicação e o treinamento dos funcionários.

O Gerente Executivo Jurídico, de Riscos e Compliance do Sistema FIESP

destaca que o investimento na área aumenta significativamente a competitividade e

cita algumas das principais vantagens da adoção do compliance:

Reduz a exposição da companhia a riscos relacionados à conformidade e

condutas antiéticas;

Reduz eventuais passivos: multas, indenizações, falhas operacionais;

Agrega valores essenciais para a longevidade dos negócios, como boa

reputação e transparência;

Gera novas oportunidades de negócios;

Melhora a política de governança, instituindo padrões e práticas.

De olho no futuro, o compliance deve, aos poucos, integrar-se naturalmente

às rotinas das empresas. E promover uma transformação que impacta toda a

sociedade, do empresário ao consumidor final. A imagem de uma empresa é a

coisa mais valiosa que existe no mundo dos negócios. Trabalhar com ética e

organização garante a sustentabilidade de uma marca.

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Tudo isso tem levado a uma transformação da cultura organizacional. O

compliance passa longe de ser um manual de boas práticas e um atributo de

negócios.

O Compliance se destaca entre as principais tendências dentro das

empresas, uma vez que elas buscam maior transparência na gestão e adoção de

normas de conformidade.

Contudo a verificação periódica e independente do cumprimento das normas

estabelecidas pela organização (Compliance) é também de fundamental

importância, para que as ações dos gestores e empregados gerem os resultados em

sintonia com os objetivos, metas e estratégias definidas pela administração.

Por fim, os desafios e dificuldades para alcançar a integração da gestão

estratégica até a verificação do cumprimento das normas e objetivos estabelecidos

são importantes e significativos desde que haja o devido comprometimento dos

principais gestores, sobretudo pelo principal executivo, uma vez que sem ele, não há

como exigir o verdadeiro compromisso dos demais, refletindo negativamente nos

demais envolvidos com a organização empresarial.

A grande questão reside de que forma a instituição de Compliance pode ser

implementada em qualquer modelo de organização, mas especificamente nas

sociedades empresárias de qualquer modelo jurídico.

Os objetivos do sistema de controles internos são, principalmente, proteger a

instituição de perdas, garantir informações confiáveis e assegurar que estejam em

conformidade com as leis, regulação e políticas internas, visando protegê-los de

riscos à reputação.

O maior investimento que se pode ter no compliance é o comprometimento

de todos, resultando em uma empresa com governança corporativa responsável,

atraindo parceiros e até mesmo investidores.

Se muito logo será indispensável a qualquer empresa o compliance, aquelas

que logo se adequarem estarão na frente no mercado, abrindo maiores portas para

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contratação e podendo, inclusive, utilizar a existência do compliance como fator de

qualidade, agregando valor às suas prestações.

A implantação do sistema de compliance requer mudança para uma nova

mentalidade empresarial, toda empresa que adota uma politica de compliance

agrega maior valor ao seu negócio. Compliance é um dos pilares da governança

corporativa, que leva a organização aos preceitos legais estabelecidos pela

legislação vigente, assim como a todo e qualquer procedimento de caráter

normativo e organizacional. Governança corporativa é um conjunto de princípios,

proposito, processo e pratica que rege o processo decisório e mecanismo de

gestão.

Os riscos são frequentemente percebidos como negativos. Por conseguinte,

algumas empresas preferem abster-se de uma avaliação formal do risco para

prevenir percepções ou especulações negativas. Deve reconhecer-se que nenhuma

empresa é imune aos riscos de corrupção e que os riscos são apenas negativos se

permanecerem negligenciados e causarem consequências inesperadas.

Uma posição pró-ativa em relação aos riscos envolve sua identificação,

avaliaçãoe mitigação com políticas e procedimentos adaptados.

Antes de realizar uma avaliação de risco, as empresas são aconselhadas a definir

operações, papéis e responsabilidades, processos operacionais e supervisão dessas

atividades.

As empresas também podem enfrentar riscos quando as decisões de

negócios são baseadas em conflitos Interesses, No entanto, os conflitos de

interesses representam um risco quando um representante da empresa é tentado

para escolher seu interesse privado sobre o interesse organizacional e tomar

decisões que não estão no melhor interesse da empresa.

Conflito de interesse também poderia representa um risco quando o

representante de uma empresa realmente toma uma decisão (porque oferece melhor

valor, melhor exposição, etc.), mas não é feita em uma maneira transparente

demonstrando que esses critérios objetivos foram aplicados.

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Diante dos conceitos expostos, resta demonstrado que ser compliance traz

benefícios às companhias, muitos destes de média ou difícil mensuração.

Diferentemente de uma estratégia para o aumento de mercado ou uma redução de

custos, investir em compliance nem sempre evidência vantagens financeiras

imediatas.

Os objetivos da implantação de uma politica de Compliance são inúmeros;

mas, entre os principais, estão:

Cumprir com a legislação nacional e internacional, além das regulações do

mercado e das normas internas da empresa;

Prevenir demandas judiciais; obter transparência na condução dos negócios;

Guardar a confidencialidade da informação outorgada à instituição por seus

clientes;

Evitar o conflito de interesse entre os diversos atores da instituição;

Evitar ganhos pessoais indevidos por meio da criação de condições artificiais

de mercado, ou da manipulação e uso da informação privilegiada;

Evitar o ilícito da lavagem de dinheiro e

Disseminar na cultura organizacional, por meio de treinamento e educação, os

valores de Compliance.

Só haverá uma implantação efetiva do Compliance, com impacto no

desenvolvimento, no momento em que as regras formais e informais para tal intento

surgirem da opção dos atores, não se deve aplicar uma estrutura de Compliance

única a qualquer empresa, nem mesmo com a mesma velocidade, sob pena de

ineficiência, pois cada empresa terá um tempo próprio de preparação para receber

e desenvolver o referido sistema.

Portanto, a implantação de uma política de Compliance auxilia não somente

no desenvolvimento da empresa, mas principalmente da sociedade, porque os

comportamentos adotados em cada seara tendem a ser copiados e replicados,

estimulando a transparência, a ética e a confiança em qualquer relação, bases para

uma verdadeira sustentabilidade.

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CONCLUSÃO

De ante de tantas dificuldades apontadas pelas empresas por vários

anos, empresas vêm sendo quebradas poucos anos após sua constituição e devido

a esses problemas, muitos devido à falta de organização e cumprimentos de regras

e leis exigidas, até mesmo regulamentos internos muita das vezes não são

respeitados.

Um programa de compliance bem estruturado pode sim aumenta o grau

de confiabilidade e garante às organizações a prevenção e/ou detecção de atitudes

que conflitem com os princípios éticos e integridade dos negócios. Sendo o

programa apoiado na boa governança corporativa e orientado por princípios e

valores éticos, resulta às empresas e envolvidos, sejam governos, fornecedores,

concorrentes, investidores ou clientes, maior transparência e confiabilidade dos

negócios. Esta imagem positiva, que inicialmente, oferece benefícios intangíveis, se

converte em ganhos palpáveis, monetários em pouco tempo, seja com a redução de

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gastos com despesas legais, honorários de advogados, ou maior efetividade das

operações.

É primordial às empresas que objetivam estar em compliance que suas

estratégias de negócios estejam diretamente vinculadas a este, sob pena de não

alcançar essa meta, na hipótese de o programa ser entendido e trabalhado de forma

independente. Assim, o programa de compliance tem um alto potencial para trazer

ganhos às empresas que seriamente se preocupam com estes valores e possuem

interesses éticos. Contudo, deve ser elaborado com comprometimento e atento à

realidade de cada organização.

Uma empresa com visão de estar em compliance atua de forma a atender

as expectativas de seus administradores, uma vez que conseguimos evitar o

desperdício de dinheiro com pagamentos de multas por descumprimento de

obrigações que na maioria das vezes passam a despercebidos por falta de uma

orientação aos colaboradores às devidas posições dentro da empresa e criarmos

assim um regulamento interno para atender as necessidades da empresa.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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