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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL AUCIMAIA DE OLIVEIRA TOURINHO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE CONSCIENTIZAÇÃO PÚBLICA: Qualidade de água das fontes de Salvador/BA em relação aos níveis de Nitrato SALVADOR – BA 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

AUCIMAIA DE OLIVEIRA TOURINHO

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE CONSCIENTIZAÇÃO PÚBLICA:

Qualidade de água das fontes de Salvador/BA em relação aos níveis de Nitrato

SALVADOR – BA 2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

AUCIMAIA DE OLIVEIRA TOURINHO

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE CONSCIENTIZAÇÃO PÚBLICA:

Qualidade de água das fontes de Salvador/BA em relação aos níveis de Nitrato

SALVADOR – BA 2013

Monografia submetida ao Programa de Pós Graduação no Instituto a Vez do Mestre da Universidade Candido Mendes, como requisito para conclusão do curso de pós-graduação em Educação Ambiental Prof. orientador: Maria Esther de Araújo

3

A Danilo e Letícia, meus filhos.

4

“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.

No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares,

em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado”

William Shakespeare.

5

AGRADECIMENTO

A Deus.

Aos meus pais pelo apoio constante, e também as minhas irmãs.

Ao meu esposo Rodrigo Albuquerque que colaborou nas coletas de água.

A profa. Magda Beretta que possibilitou que as análises de Nitrato fossem

realizadas no Laboratório do Departamento de Engenharia Ambiental

(LABDEA)

Aos técnicos do LABDEA pela participação na análise do Nitrato.

A D. Tereza do Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Pedagógico

(IDEP) pelo carisma sempre dispensado nos encontros presenciais.

Ao prof. Leonardo que esteve presente nas atividades do Curso de

Educação Ambiental e ao Luciano Silva Rodrigues pela orientação da 1ª.

versão da monografia.

6

RESUMO O presente trabalho, cujo tema é Educação Ambiental, apresenta como objetivo analisar a qualidade da água das fontes públicas de Salvador/BA, levando em consideração nesta análise os níveis de Nitrato. Tal análise se baseou em pesquisas anteriores que identificaram o nível elevado de Nitrato nas fontes da cidade. Os valores encontrados estavam fora dos padrões estabelecidos como permitido pelas legislações brasileiras em vigor. O procedimento metodológico adotado foi da pesquisa bibliográfica em trabalhos desenvolvidos na área, como também trabalho de campo para coleta das amostras de água. Após coleta e análises observou-se que os teores de Nitrato ainda apresentavam índices acima do permitido, que é de 10 mg/L. A abordagem da Educação Ambiental ganha importância nesta pesquisa como formadora de valores e ações que contribuam para conscientização humana em busca do uso adequado dos recursos hídricos, pois conhecedores da situação, os usuários da fonte farão acesso as águas conforme a possibilidade dos seus usos.

Palavras-chave: Educação ambiental, Nitrato, Fontes de água.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Companhia de Água do Queimado (BAHIA, 2003)

Figura 2 - Fonte da Bica em São Caetano

Figura 3 - Fonte da Bica em Bom Juá

Figura 4 - Fonte Conjunto da Bahia

Figura 5 - Fonte das Pedreiras

Figura 6 - Fonte do Gueto

Figura 7 - Fonte do Queimado

Figura 8 - Fonte da Estica

Figura 9 - Fonte do Gravatá

Figura 10 - Fonte da Preguiça

Figura 11 - Fonte da Unhão

Figura 12 - Valores de Nitrato. Tourinho (2008)

Figura 13 - Valores de Nitrato. Dados de Coleta

Figura 14 - Comparação dos valores de Nitrato

8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Art. Artigo

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

EA Educação Ambiental

et al Entre outros

GPS Sistema de Posição Geográfica

GT Grupo de Trabalho

IDEP Desenvolvimento Empresarial e Pedagógico

IPHAN Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LABDEA Laboratório do Departamento de Engenharia Ambiental

MEC Ministério da Educação e Cultura

mg/L Miligrama por Litro

ONU Organização das Nações Unidas

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PRONEA Programa Nacional de Educação Ambiental

UFBA Universidade Federal da Bahia

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

VMP Valores Máximos Permitidos

9

QUADRO DE LISTA Quadro 1: Fontes visitadas para coleta

10

METODOLOGIA

O procedimento metodológico desta pesquisa foi dividido em

algumas etapas. A etapa inicial contemplou o levantamento bibliográfico,

em fontes secundárias, como: livros, monografias e dissertações que

tratam do assunto em questão, a educação ambiental no contexto da

qualidade de água. Este levantamento foi realizado na internet, na

Biblioteca da Escola Politécnica – UFBA e em Geociências – UFBA. O

principal objetivo foi pesquisar sobre a educação ambiental na perspectiva

prioritariamente das legislações.

A segunda etapa correspondeu a campanha de campo. A escolha

das fontes esteve relacionada a que apresentasse o índice de Nitrato

acima do limite recomendado na pesquisa desenvolvida por Tourinho

(2008) e Santos et al, (2010), foram selecionas para esta pesquisa 10

fontes, apresentadas no Quadro 1. Após a coleta, a água foi encaminhada

para o Laboratório do Departamento de Engenharia Ambiental (LABDEA)

da Escola Politécnica - UFBA.

Quadro 1: Fontes visitadas para coleta

ID NOMENCLATURA LOCALIZAÇÃO

01 Fonte Conj. Bahia Conjunto Bahia - Santa Mônica

02 Fonte da Bica Bom Juá

03 Fonte da Bica São Caetano

04 Fonte das Pedreiras Cidade Nova

05 Fonte do Gueto Gueto

06 Fonte do Queimado Vale do Queimado

07 Fonte Estica Liberdade

08 Fonte Gravatá Rua Gravatá e Rua da Independência

09 Fonte Pedreira ou Preguiça Avenida Contorno

11

10 Fonte Unhão Solar do Unhão -Contorno

Com relação às coletas de amostras de água na pesquisa de

Tourinho (2008) e Santos et al (2010) foram realizadas de junho de 2005

a abril de 2007. A pesquisa atual foi realizada em 14 de abril de 2013.

As fotos foram tiradas em 08 de novembro de 2012, data da

primeira coleta de água, mas as amostras não foram usadas porque o

aparelho de medição estava com defeito, quando foi possível a amostra

tinha perdido a validade, por ter excedido o tempo máximo de

armazenamento.

Para a coleta de água foram seguidas as recomendações das

normas nacionais e da publicação Standard Methods for the Examination

of Water and Wasterwater (APH ASSOCIATION, 1998), que contém

informações quanto à forma adequada de coleta, quanto aos tipos de

frascos utilizados, lavagem do frasco, reagentes para preservação e

tempo máximo de armazenamento.

Durantes as campanhas ocorreram as observação “in loco” para

perceber a situação atual das fontes.

Depois das campanhas aconteceu a última etapa metodológica que

foi a análise dos dados e escrita da pesquisa.

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .........................................................................................13

1. OBJETICOS E JUSTIFICATIVAS........................................................15

2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..........................................16

3. IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE ÁGUA........................................20

4. QUALIDADE DE ÁGUA E ANÁLISE DOS DADOS............................29

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................34

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................36

ANEXOS...................................................................................................39

13

INTRODUÇÃO

O Brasil das últimas décadas convergiu para uma grande

concentração urbana, gerando várias metrópoles com mais de 1 milhão

de habitantes, além de um grande número de cidade médias que agem

como pólos de desenvolvimento em diferentes regiões do país. Esta

grande concentração da população, numa sociedade com grandes

diferenças sociais e sem planejamento, tem provocado uma piora ainda

maior da qualidade de vida, mesmo apesar do crescimento econômico

percapita (BRASIL, 1998). Os efeitos desta realidade fazem-se sentir

sobre todo aparelhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao

abastecimento de água, ao transporte e ao tratamento de esgotos.

Salvador, num contexto nacional, é uma grade metrópole que não

difere nos problemas ambientais gerados pela densidade populacional.

Considerando que em 1533, Salvador tinha duas praças, três ruas e cerca

de 1.600 habitantes e salientando que hoje conta, segundo o Censo de

2010, com uma população estimada de 2.675.656 habitantes, verifica-se

que o crescimento da metrópole se deu de maneira acelerada e que

precisaria haver uma educação ambiental intensiva para harmonizar o

crescimento populacional ao consumo consciente dos recursos naturais.

O que se percebe que a grande concentração populacional, a

exemplo de Salvador, associada a falta de saneamento e esgotamento

sanitário resulta em uma grande pressão sobre os aqüíferos,

principalmente oriundos de fossas domésticas.

A poluição provocada pelo lançamento dos esgotos domésticos

nos rios, ou mesmo a contaminação dos aquíferos, contribuiu, para um

esbanjamento de recursos que são vitais para o homem e para todos os

seres existentes. Um exemplo dessa poluição é o caso dos detritos

14

hospitalares, industriais e domésticos ricos em nitratos, que são

relativamente inofensivos nos campos, mas no corpo humano são

capazes de provocar danos irreversíveis. O mais grave é que o Nitrato

decorrente da mineralização de material orgânico (fossas) possivelmente

está sendo carreado para os aquíferos subterrâneos das grandes

cidades, como a exemplo o estudo de caso desta pesquisa, a cidade de

Salvador.

A educação ambiental é imprescindível para que a população local

saiba lidar com os recursos naturais, mais especificamente, os recursos

hídricos, para que ela não se torne um instrumento de contaminação

deste recurso. Acredita-se que medidas legais e principalmente através

da educação formal e informal este objetivo poderá ser alcançado. O Art.

1o da Lei no 9.795 de abril de 1999 reza que a educação ambiental é um

"Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva

para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em

linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma

consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões

ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade,

procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a

transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão

ética e política."

Neste contexto é importante ressaltar que a educação ambiental

leva o cidadão a reconhecer a problemática ambiental instalada, bem

como o processo de transformação do homem e do ambiente. A

educação dever ser compreendida como o meio de reconstrução dos

sentidos e significados, englobando a totalidade das nossas vivências e

expressões (LIMA, 2007).

15

1. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

O principal objetivo desta monografia é ressaltar a importância da

Educação Ambiental como uma ferramenta de conscientização pública,

aproveitando uma situação problema identificada na cidade de Salvador

sobre a concentração de Nitrato encontrado nas águas das fontes

localizadas na cidade.

Têm-se como objetivos específicos: conhecer o histórico da

educação ambiental; identificar as fontes do ponto de vista de sua

situação atual; verificar a qualidade da água relativo a Nitrato, observando

sua evolução a partir de estudo anterior, levar os indivíduos e grupos

sociais a sensibilizarem-se e a adquirirem consciência do meio ambiente

e suas questões.

Nos processos educacionais várias ferramentas podem ser

utilizadas, a informação com o princípio de mudança de hábitos torna-se

um recurso imprescindível no contexto desta pesquisa. A educação

ambiental vem mostrar que o ser humano é capaz de gerar mudanças

significativas quando está consciente do seu papel.

Esta pesquisa se justifica, pois tem caráter informativo para a

saúde da população usuária das fontes publica.

Os resultados deste trabalho constituem um apoio científico

importante para subsidiar a tomada de decisão tanto do poder público

quanto da coletividade no uso dos recursos hídricos. Também os dados

aqui apresentados podem apoiar pesquisadores na área de qualidade de

água.

16

2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental é um formato da educação de origem

recente, surgiu da necessidade de propor a construção de sociedades

sustentáveis diante das ameaças ao meio ambiente.

Segundo (DIAS, 2004) em 1779, na Inglaterra, o escocês Patrick

Geddes, considerado o "pai da Educação Ambiental" já demonstrava sua

enorme preocupação com as consequências no ambiente natural pelos

efeitos da revolução industrial e o processo de urbanização.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em

Estocolmo, Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente

Humano. Nessa conferência foi criado o Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA), (MARCATTO, 2002).

No ano de 1977, ocorreu um dos eventos mais importantes para a

Educação Ambiental em nível mundial: a Conferência Intergovernamental

de Educação Ambiental, em Tbilisi, ex-União Soviética. Nesse encontro

foram definidos objetivos e estratégias para a Educação Ambiental.

Apesar dos mais de 20 anos passados desde a Conferência de Tbilisi, as

definições dessa Conferência continuam muito atuais; sendo adotadas

por governos, administradores, políticos e educadores em praticamente

todo o mundo (CZAPSKI, 1998).

Conforme Candido (2010) também as décadas de 70/80 marcaram

o início das lutas sociais organizadas em nível mundial, dentre as quais o

movimento Hippie, a luta dos negros americanos pela cidadania, as lutas

das mulheres pela igualdade de direitos com os homens, entre outras. No

bojo desses acontecimentos, tiveram início os movimentos de defesa da

ecologia e do meio ambiente, cujo marco foi a publicação do livro

“Primavera Silenciosa” (1962), da americana Raquel Carson. A partir

dessa publicação, que repercutiu no mundo inteiro, os militantes dos

17

movimentos ambientalistas e a ONU realizaram vários eventos

internacionais que abordaram a questão da preservação e da educação

ambiental.

A partir dos anos de 1980 se intensifica o processo de

institucionalização da Educação Ambiental no Brasil. Em 1981 é

sancionada a Lei federal 6.938, de 31 de agosto de 1981 incluindo a

Educação Ambiental em todos os níveis de ensino.

Posteriormente a Constituição da República de 1988 previu a

educação ambiental como política publica assecuratória do direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Art. 225. Todos tem direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do

povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.

§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito,

incumbe ao poder Público:

...

Promover a educação ambiental em todos os níveis

de ensino e a conscientização pública para a

preservação do meio ambiente.

Segundo Brasil (2008) O debate ambiental se instaurou no país em

1973, no âmbito do Estado, sob a égide do regime militar, muito mais por

força de pressões internacionais do que por movimentos sociais de cunho

ambiental consolidados. Até a promulgação da Constituição Federal de

1988, a política ambiental brasileira foi gerida de forma centralizada,

tecnocrática, sem a participação popular na definição de suas diretrizes e

estratégias, à luz da Lei Federal n. 6.938, de 31/08/81, que instituiu a

Política Nacional do Meio Ambiente.

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Foi na década de 80, segundo Guimarães (1995), que o termo

Educação Ambiental popularizou-se definitivamente no mundo. No ano de

1985 o parecer 819/85 do MEC, reforça mais ainda a necessidade da

inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do

Ensino de 1° grau e 2° grau, integrandos a todas as áreas do

conhecimento de forma sistematizada e progressiva, possibilitando assim

a formação da consciência ecológica do futuro cidadão.

De acordo com Brasil (1998) já em 1991, ocorreu um salto

qualitativo. Houve, sim, um evento marcante: o MEC e a Secretaria de

Meio Ambiente da Presidência da República, com apoio da UNESCO e

Embaixada do Canadá, promoveram o "Encontro Nacional de Políticas e

Metodologias para a Educação Ambiental". Com a proximidade da Rio-92

e a questão ambiental cada vez mais em evidência, o Governo Federal

passou a propor normas e organismos para a EA. Em 14 de maio de

1991, a Portaria n.° 678, do MEC, determinou que a educação escolar

deveria contemplar a educação ambiental, permeando todo o currículo

dos diferentes níveis e modalidades de ensino.

Conforme Zanardi (2010) “atualmente a ECO-92 é reconhecida

como o encontro internacional mais importante desde que o homem se

organizou em sociedades, além do planeta Terra passar a ser visto de

maneira diferente depois desta, sendo revisto, rediscutido e analisado,

desenvolvendo assim a ideia de desenvolvimento sustentável na

sociedade como um todo”.

Em maio de 1993, ocorreu outra decisão importante no âmbito do

MEC: através da Portaria 773, criou-se um Grupo de Trabalho para a EA,

que seria a semente da futura Coordenação de Educação Ambiental do

ministério. Entre os objetivos desse GT, estavam a concretização das

recomendações aprovadas na Rio-92, e "coordenar, apoiar, acompanhar,

avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para implementação da

Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e

modalidades " (BRASIL,1998).

19

Em dezembro de 1994, o Governo Brasileiro criou o Programa

Nacional de Educação Ambiental – PRONEA e no ano de 1996, a Lei de

Diretrizes e Bases para a Educação foi promulgada.

Segundo Doroteu (2013) no ano de 1997, foram divulgados os

novos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN. Os PCN foram

desenvolvidos pelo MEC com o objetivo de fornecer orientação para os

professores. A proposta é que eles fossem utilizados como "instrumento

de apoio às discussões pedagógicas na escola, na elaboração de projetos

educativos, no planejamento de aulas, na reflexão sobre a prática

educativa e na análise do material didático".

Em 1999 é promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que

institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A Portaria 1.648/99 do

MEC cria o Grupo de Trabalho com representantes de todas as suas

Secretarias para discutir a regulamentação da Lei nº 9.795/99 e o MEC

propõem o Programa PCNs em Ação atendendo às solicitações dos

Estados. Meio Ambiente foi um dos temas transversais, trabalhado no ano

2000 (ZANARDI, 2010).

Conforme Marcatto (2002) em agosto / setembro de 2002 realizou-

se em Johannesburgo, África do Sul, o Encontro da Terra, também

denominado Rio+10, pois teve a finalidade de avaliar as decisões

tomadas na Conferência do Rio em 1992.

A crescente preocupação com o meio ambiente não parou por aí,

inúmeras outras leis foram surgindo e surgirão com o objetivo de

preservação e conscientização sobre a importância do meio ambiente

para o planeta terra,

20

3. IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE ÁGUA

Segundo Tourinho (2008) as fontes naturais são surgências das

águas subterrâneas armazenadas em reservatórios no subsolo. Os

reservatórios de águas subterrâneos ou aquíferos acumulam-se através

de anos ou mesmo de séculos, sendo que o seu reabastecimento é feito

através das chuvas de modo contínuo e natural.

Salvador é uma cidade fundada em 29 de março de 1549, as

fontes distribuídas em território soteropolitano tem uma relação estreita

com a indicação do local para a fundação, pois a presença de água foi

muito importante na escolha do sítio para a fundação da cidade.

Conforme Azevedo (1969) e Falcão, (1949) o rei D. João VI

recomendou a Thomé de Souza, que a escolha da cidade deveria ser em

um local com bons ares, com bastante águas, e um porto em que

pudesse amarrar os navios. Segundo Sampaio (2005), havia rios e

mananciais em abundância na cidade de Salvador.

Os mananciais encontrados na cidade e principalmente nas

encostas foram responsáveis pelo abastecimento de toda a cidade no

período da instalação da cidade até 1910.

Durante o período em que as fontes públicas foram o único meio

de abastecimento, era comum ver aguadeiros distribuindo água, utilizando

barris que eram transportados no lombo dos animais.

Foi criado em 1852 um serviço de água potável para cidade, que

foi a instalação da Companhia de Água do Queimado, figura 1. Esta obra

foi incentivada a partir da Lei nº 451, de 17 de junho de 1921

(BOCCANERA JÚNIOR, 1921). Este sistema começou a funcionar em 7

de janeiro de 1983, através de 21 chafarizes distribuídos nos principais

21

pontos da cidade. O manancial era o rio do Queimado, uma das

nascentes do rio Camurugipe.

Figura 1: Companhia de Água do Queimado (BAHIA, 2003)

Posteriormente a Companhia organizou a distribuição da água em

diversas casas, conhecidas como casas de vender água. Essas casas

tinham apenas uma porta, que dava entrada a minúsculo espaço, no qual

havia uma torneira instalada pela Companhia. A quantidade de água

correspondia ao valor da moeda de cobre (10, 20, 40 e 60 réis) que era

depositada (SAMPAIO, 2005).

No início do século XX a cidade apresentava uma população de

250 mil habitantes e um consumo per capita de 35 litros de água por dia,

quantidade que não representava a necessidade diária. A Companhia de

Água do Queimado, sem recursos, não teve perspectivas de novos

investimentos no sistema instalado (BAHIA, 2003).

Em 1904 foi contratado o engenheiro Teodoro Sampaio para

implantação do sistema de distribuição de água. Em 1910 foi inaugurado

em Salvador um novo sistema de distribuição de água. Nessa época, toda

a rede de distribuição da cidade tinha 89 quilômetros (BAHIA, 2003).

De inicio a rede não atendia a todos os bairros, mas foi sendo

ampliado para os bairros mais distantes, a partir de então as fontes foram

22

perdendo sua importância, sendo desprezadas, hoje são ambientes

descuidados e sem atrativos, algumas relacionadas à marginalidade e

pobreza.

As fontes podem ser diferenciadas em duas categorias: as

históricas e as recentes. Atualmente as fontes que estão no centro

histórico da cidade apresentam sinais de abandono, estão sucateadas,

desprezadas, em algumas são ambientes frequentados por lavadores de

carros, mendigos e usuários de drogas, são monumentos muito antigos

que estão excluídos de um programa de preservação. As fontes mais

recentes, que estão localizadas em bairros mais distantes do centro

histórico, também estão abandonadas pelos órgãos competentes, não

existe um monumento associado, como nas antigas, mas são muito

usadas pela comunidade em torno.

As fontes selecionadas para esta pesquisa estão apresentadas por

ordem alfabéticas.

Fonte da Bica – São Caetano

A fonte da Bica está localizada na Ladeira Fonte da Bica no bairro

do São Caetano, local da fonte apresenta topografia menos elevada que

seu entorno, grande concentração populacional. Foi perceptível o uso

para lavagem de roupas, carros. A canalização das águas servidas é

direcionada ao esgotamento sanitário da rua. A fonte é sem atrativo

(Figura 2)

23

Figura 2: Fonte da Bica em São Caetano

Fonte da Bica – Bom Juá

A fonte do Bica está localizada no Bairro do Bom Juá, próximo ao

Retiro, encravado em local com grande concentração populacional. A

fonte apresenta quatro torneiras com saída de água, sendo que destas

três estão funcionando (Figura 3). As torneiras controlam a saída de água

e o excesso é direcionado para rede de esgoto. O uso no local é geral

pelos moradores, sendo o principal, lavagem de roupas, também

carregam baldes de água para uso doméstico.

Figura 3: Fonte da Bica em Bom Juá

24

Fonte Conj. Bahia

Esta fonte está localizada em um conjunto habitacional com

elevado número de moradores, é diariamente utilizada por eles como

água mineral, o principal uso é para beber. Está localizada em uma

encosta com muito mato e é aparente o afloramento da rocha. A vazão de

água é baixa (Figura 4).

Figura 4: Fonte Conjunto da Bahia

Fonte das Pedreiras

Esta fonte localiza-se Rua Osório Vilas Boas, s/n° - Cidade Nova, é

uma área com muitas edificações, fica próximo do cemitério Quinta dos

Lázaros. A água brota da rocha, tem três saídas de água. A vazão é

elevada. A população a utiliza com frequência para lavagem de carros,

roupas, banhos e abastecimento doméstico (Figura 5).

Figura 5: Fonte das Pedreiras

25

Fonte do Gueto

A fonte esta situada em uma área conhecida na cidade pela arte e

sua relação com Carlinhos Brow. Ela tem uma única saída de água, com

elevada vazão, pequena bacia de recolhimento de águas servidas.

Apresenta desenho artístico em azulejos. A localidade tem alta

concentração populacional, a fonte é usada para abastecimento

doméstico, assim como local de lazer, principalmente pelas crianças

(Figura 6).

Figura 6: Fonte do Gueto

Fonte do Queimado

Esta fonte histórica localiza-se rua do Queimado, s/n° - próximo ao

Largo do Queimado. Foi construída em 1801 e contou, em 1859, com a

visita histórica de Dom Pedro II, da imperatriz e das princesas

(SANTANA, 2002). Conforme BAHIA (1985) a fonte é tombada pelo

Decreto Estadual n° 30.483 de 10 de maio de 1984 e conforme

Bochicchio (2003) o conjunto arquitetônico onde se localiza, foi tombado

pelo IPHAN registrado no Livro Histórico de 14/02/1997.

Atualmente apresenta muito limo e sujeira na água (Figura 7). Das

cinco bicas somente uma esta funcionando. Normalmente suas águas são

usadas para lavagem de carros.

26

Figura 7: Fonte do Queimado

Fonte Estica

A fonte da Estica, localiza-se na rua Coronel Tupy Caldas. s/n°, no

bairro da Liberdade, um dos bairros mais populoso de Salvador. Em

15/04/2013, data da coleta de água, a fonte estava sem correr água, foi

necessário que um morador local puxasse com uma mangueira, esta

situação demonstra que a vazão de água tem sofrido alteração ao longo

dos tempos, pois em visitas anteriores este fato não tinha ocorrido.

A fonte esta localizada ao final de uma ladeira, o local da fonte está

abaixo do nível da rua. A estrutura é moderna com revestimento e

escadas para acesso a bica (Figura 8). O local é frequentado por

lavadores de carros, crianças e moradores local.

Figura 8: Fonte da Estica

27

Fonte Gravatá

Esta fonte localiza-se no centro comercial da cidade, entre a Av.

Joana Angélica e à Baixa dos Sapateiros, precisamente na rua do

Gravatá, s/n°-Nazaré, local com concentração de usuários de drogas e

mendigos. A fonte apresenta uma única saída e elevado volume de água.

O ambiente tem aparência de desprezo, sujeira e muito lixo. Normalmente

a fonte está fechada com cadeado na grade de entrada, neste dia da

coleta estava aberta durante a visita, os moradores de rua estavam no

local usando crack (Figura 9). É usada para tomar banhos, lavar roupas e

para consumo humano.

Esta fonte foi tombada pelo Decreto Estadual n° 30.483 de 10 de

maio de 1984.

Figura 9: Fonte do Gravatá

Fonte Pedreira ou Preguiça

A fonte da preguiça é provavelmente é uma das fontes mais

antigas da cidade, esta localizada à margem da Avenida do Contorno, no

bairro da Preguiça, no sopé da falha geológica e próxima de outras fontes

que na sua maioria estão entupidas. A fonte é usada para tomar banhos,

lavar roupas, lavar carros e consumo humano. Está abandonada, suja e

pinchada. Os principais usuários são os moradores de rua, (Figura 10), a

comunidade próxima também usa quando há falta de água. Apresenta

elevada vazão de água.

28

Conforme BAHIA (1985) a fonte é tombada pelo Decreto Estadual

n° 30.483 de 10 de maio de 1984. Segundo BAHIA (1997) a fonte integra

a área tombada pelo IPHAN (GP-1) do subdistrito da Conceição da Praia.

Figura 10: Fonte da Preguiça

Fonte Unhão

A fonte Unhão localiza-se na Avenida Contorno, s/n°, no Complexo

do Solar do Unhão, um dos cartões postais da cidade. No local tem

segurança e limpeza diária, com isto a fonte apresenta-se bem

conservada (Figura 11). Não há uso de suas águas.

Figura 11: Fonte da Unhão

29

4. QUALIDADE DE ÁGUA E ANÁLISE DOS DADOS

Segundo Mello et al (1984) o nitrato e o nitrito são substâncias

químicas derivadas do nitrogênio e são encontrados de forma natural na

água e no solo em baixas concentrações. A deposição de matéria

orgânica no solo, como acontece quando se utiliza fossas e sumidouros,

aumenta drasticamente a quantidade de nitrogênio. Esse nitrogênio é

biotransformado e por fim se transforma na substância inorgânica

denominada nitrato que possui grande mobilidade no solo alcançando o

manancial subterrâneo e ali se depositando. O nitrato por possuir essas

características, se torna um ótimo indicativo para avaliar se um dado

manancial subterrâneo está sendo contaminado pela atividade antrópica

sobre ele exercida.

Ainda conforme Campos (2009) o nitrato é uma molécula

inorgânica final, ou seja, teve origem no nitrogênio orgânico ou inorgânico

e sofreu sucessivas transformações até chegar a nitrato. Mesmo sendo

uma molécula final da biotransformação, não significa que a água esteja

livre de outros contaminantes como bactérias, vírus, protozoários e

demais substâncias de origem orgânica ou mineral. O nitrato é prejudicial

à saúde, mesmo não ultrapassando os valores máximos permitidos e

requer atenção das autoridades em saúde pública e dos órgãos

fiscalizadores.

Os nitratos tornaram-se ameaçadas de contaminação devido a sua

vulnerabilidade ao processo de degradação pelas atividades do

desenvolvimento urbano.

O nitrato assim como outros parâmetros presentes na água tem

seus valores máximos permitidos indicados em legislações que são

referências para a análise nesta pesquisa: a Resolução do Conselho

30

Nacional de Meio Ambiente (Conama) n° 357 de 17 de março de 2005 e a

Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011,

que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao

controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu

padrão de potabilidade. Esta portaria é importante, pois as fontes

selecionadas neste estudo, em sua maioria, são utilizadas para consumo

humano.

Os padrões adotados nestas legislações, de um modo geral, são

Valores Máximos Permitidos (VMP) de concentração para uma série de

substâncias e componentes presentes na água.

A figura 12 representa as concentrações de nitrato encontradas na

pesquisa de Tourinho (2008). O estudo analisou 22 fontes, destas, 9

apresentaram teor acima do VMP, por isso estão sendo consideradas

nesta pesquisa. As análises de Tourinho (2008) ocorrem no período de

2005 a 2007.

O Conama n° 357/05 e a Portaria nº 2.914/11 recomenda que o

VMP para consumo humano é de 10 mg/L. as fontes da figura 12

apresentam valores acima destas legislações referências no Brasil sobre

o assunto.

É importante ressaltar que o nitrito e o nitrato estão associados a

dois efeitos adversos à saúde: a indução à metemoglobinemia e a

formação potencial de nitrosaminas e nitrosamidas carcinogênicas

(ALABURDA e NISHIHARA, 1998).

A situação mais alarmante foi encontrada nas fontes das Bica no

São Caetano com 19 mg/L e da Estica com 19,5 mg/L foram as que

apresentaram valores 90% acima do permitido. Tanto uma quanto a outra

são usadas para beber.

A maioria delas

encontra-se 66,6% da

elevados quando se tra

Unhão não é usada par

O Conama n° 3

VMP para consumo h

valores encontrados fo

13,8 mg/L. Mesmo sen

ele é considerado crític

fonte do Queimado é

fonte do Gravatá é mai

humano.

Figura

Para observar a

os mesmos pontos de

incluída uma fonte a m

Após os seis anos obs

não houve alteração, a

delas estão na faixa de 13,5 mg/L a 14,5 m

% das fontes, este intervalo corresponde

se trata de consumo humano, destas apena

a para este fim.

n° 357/05 e a Portaria nº 2.914/11 recome

mo humano é de 10 mg/L.As fontes com

os foi do Queimado com 13,5 mg/L e do Gr

o sendo estes valores os menores índices e

crítico, pois o aumento é de aproximadamen

do é usada normalmente para lavagem de

é mais usada para lavagem de roupa, carro e

gura 12: Valores de Nitrato. Tourinho (2008)

var a evolução destes dados à pesquisa atua

s de amostra relativos ao Nitrato. Nesta Cam

e a mais, a da Bica no bairro do Bom Juá (F

s observa-se que a situação de altos índices

ão, a situação continua semelhante.

31

4,5 mg/L, onde

onde a valores

apenas a Fonte

comenda que o

com menores

do Gravatá com

ices encontrado,

amente 40%. A

de carros, a

arro e consumo

atual analisou

a Campanha foi

Juá (Figura 13).

dices de nitrato

Os valores enco

foram mais elevados

(2008), contudo houve

anterior.

O menor valor e

maior 0,9 mg/L em re

destaque foi a fonte da

de 31,5 mg/L, esta situ

consumo humano. Est

foi encontrado 28,2 mg/

O intervalo que c

16,7 mg/L, neste interv

humano, exceto a fonte

Fig

Conforme a figu

pesquisas por fonte,

encontrados após análise comprovam que,

ados do que apresentados na pesquisa de

ouve algumas alterações em consideração

alor encontrado foi na Fonte do Gueto de 1

em relação ao estudo anterior. A situação q

te da Bica do Bom Juá com o maior índice e

ta situação está acima 200% do que é perm

. Esta mesma fonte da pesquisa de Santos et

,2 mg/L.

que concentra o maior numero de fonte foi de

intervalo estão 6 fontes, todas destinadas ao

fonte do Queimado.

Figura 13: Valores de Nitrato. Dados de Coleta

a figura 15, que representa a comparação

nte, se vê as alterações mais detalhadame

32

que, em geral,

sa de Tourinho

ação a situação

de 14,4 mg/L,

ção que ganha

dice encontrado

permitido para

tos et al, (2010)

foi de 15 mg/L a

as ao consumo

ração das duas

damente. Nesta

analise observa-se que

parâmetro, que foi a fo

fonte da Estica, as de

Embora é importante re

mas agrava ainda ma

pesquisas são conside

desta substância sobre

vai se tornando em um

da população usuária.

Figura

e que somente três fontes sofreram diminu

oi a fonte da Bica no São Caetano, das Ped

as demais sofreram aumento, num total de

nte ressaltar que os aumentos não foram tão

a mais a situação. Os teores encontrados

onsiderados alarmantes, se considerarmos

sobre o organismo humano, silenciosamente,

m um teor acumulativo, podendo causar dano

ária.

gura 14: Comparação dos valores de Nitrato.

33

iminuição deste

s Pedreiras e a

tal de 7 fontes.

m tão elevados,

rados nas duas

rmos os efeitos

ente, a cada dia

r danos à saúde

34

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A contaminação por nitrato foi observada em todas as fontes

analisadas, ao comparar o estudo atual com o anterior nota-se um

significativo aumento.

A maioria das fontes está em bairros com elevada densidade

demográfica o que pode justificar não ter havido redução nos índices.

Provavelmente os aquíferos estejam sofrendo contaminação, ou pelo uso

de fossas ou por outros agentes externos.

O que agrava a situação detectada é que a comunidade usuárias

destas fontes confiam na qualidade da água, não somente tomam

banhos, lavam roupas, carros, mas há o consumo humano.

Este estudo é mais uma contribuição para cidade de Salvador, na

intenção de ser uma ferramenta para conscientização da população

quanto ao uso destes recursos hídricos e apoio para estudos sobre a

importância da educação ambiental quando se tem por objetivo maior a

mudança de atitudes e hábitos.

Recomenda-se o envio deste trabalho para as Associações de

Bairros que estejam no entorno destas fontes, para que percebam a

necessidade de se fazer um trabalho de divulgação dos dados e

conscientização da população usuária. Neste sentido a Educação

Ambiental se mostra como um agente transformador interferindo na

qualidade de vida e na maior consciência de conduta pessoal. Conforme

Frers (2000) a educação ambiental “dar a conhecer a um público cada

vez mais amplo as causas principais do problema e conseguir nele a

compreensão e conscientização sobre isso, conhecer, compreender,

tomar consciência e atuar, essa deve ser a dinâmica”

35

Dessa forma conclui-se que uma atitude de preservação é algo que

se cria no indivíduo e não se impõe. Daí a grande necessidade de

orientação, direcionamento e aconselhamento e justamente a educação

formal ou informal poderá alcançar este propósito.

36

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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ANEXOS

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41