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07 OUTUBRO 2010 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BIMESTRAL bandas, tunas, festas e desporto universitário o estudante José Luís Peixoto análise de um fenómeno Quim Barreiros

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Todos os editoriais do início do ano lectivo falam do início do ano lectivo. É uma pe­na, mas nós vamos falar mesmo é do Quim Barreiros. Para quem conhece mal a nossa revista, pode parecer estranho, assim como se aparecesse um smiley no nosso editorial. :­) Mas nós somos uma revista com sorri­sos. Só não somos nem queremos ser um jornal de traques engraçados e de palermi­ces do dia­a­dia, daqueles que acham que os leitores são todos atrasados mentais e que é preciso escrever para esse nível. Na Aula Magna achamos que os nossos leito­res não são atrasados mentais. Talvez seja esse o segredo do sucesso que temos tido entre os estudantes.

Sim, é um facto, os melhores alunos de Física Teórica e de cursos demasiado com­plicados para dizer o nome também fre­quentam os mesmos eventos académicos que o Quim Barreiros. A teoria de que os es tudantes só querem borga e cervejas foi so bretudo muito útil para um certo consen­so que – bom ou mau – se foi criando na so­ciedade em torno de os estudantes terem de pagar propinas. Isto é, foi uma teoria muito útil para o equilíbrio das finanças públicas. Mas não é verdade. Os estudantes que vão ao Quim Barreiros não são bêbedos destra­

vados nem meninos ricos do papá que não precisam de estudar. São pessoas saudáveis que, fora os excessos de ocasião e as depen­dências excepcionais, gostam de se divertir. São estudantes como os melhores.

Lamentamos desiludir, mas a imagem do estudante que só estuda, que só ouve música ligeira e que só festeja entre a fa­mília, é uma imagem, essa sim, de algum atraso. Lamentamos desiludir, mas já a ve­lha sabedoria chinesa alertava para as pro­babilidades de os jovens demasiado bem comportados resultarem em adultos delin­quentes. E, com efeito, não é difícil encon­trar exemplos de meninos bem compor­tados cuja pacatez de aldeia fez deles uma espécie de sociopatas quase ilustres, cujos estudos não trouxeram qualquer proveito à ciência, mas décadas de atraso para o país que teve a má sorte de os ver nascer.

Afinal, por que é que o mesmo aluno que anda a ler o Einstein e o Aristóteles ­ autores que quase ninguém mais lê senão estudantes ­ vai à noite dançar e cantar coisas tão brejeiras que as leitoras das mais ordinárias revistas de fofocas não consen­tiriam ouvir? Não é moda de agora, é uma tendência estabilizada desde os anos oiten­ta. Porquê? Fomos aprender.

De como a vida também é feita de bacalhau

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EDITORIAL

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As opiniões veiculadas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflectem necessariamente a opinião da revista ou dos seus colaboradores. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos ou imagens por quaisquer meios e para quaisquer fins.

Colabora. Participa com os teus textos e fotos. Inscreve­te em www.aulamagna.pt

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Agenda

AveiroU-Aveiro1º Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Educação 2010: desafios teóricos e metodológicosO ENJIE 2010 dirige-se a toda a comunidade académica e científica. Este encontro tem como principal objectivo fomentar a discussão sobre alguns dos desafios mais recentes na área da Educação.Sex, 08/10/2010 ­ 09:15 ­ Sáb, 09/10/2010 ­ 18:00Inscrição: 50 eurosOrg: Centro de Investigação Didác tica e Tecnologia na For ma­ção de Formadores da U­Aveiro

LisboaU-LusíadaR. da Junqueira, nº 194Aldeias do Xisto: O Renascer - Exposição de fotografiaA exposição fotográfica «Aldeias do xisto: o renascer», decorre na sala de exposições da U-Lusíada de Lisboa. É uma homenagem ao importante legado que as 24 aldeias do xisto representam para o património cultural português.Seg, 13/09/2010 ­ Sex, 15/10/2010 De seg a dom das 10h às 22hSala de ExposiçõesF-Ciências da U-LisboaMuseu de Ciência da U­LisboaRua da Escola Politécnica, 56+351 21 392 18 082.º Ciclo de Palestras - Ciência em Português 2010A FCUL apresenta o 2º Ciclo de Palestras – Ciência em Português, a decorrer entre o dia 17 de Setembro e o dia 10 de Dezembro. Cada palestra ficará a cargo de um orador.Anfiteatro Manuel ValadaresEntrada livre

Centenário da U-Lisboa

A Abertura Solene do Ano Académico 2010/2011, que se realiza no próximo dia 11 de Outubro, às 19 horas, na Au la Magna da U­Lisboa, é o primeiro acto público das co me morações dos 100 anos da U­Lisboa, que se prolon­gará por todo o ano lectivo. Apanhando a bo leia das co­memorações do Cen tenário da República, com a qual está intimamente ligada, a UL ce­lebra assim várias dé ca das de conhecimento e for mação. Isso mesmo está pa ten te nos objetivos: «Com estas come­morações pretende­se re forçar a coesão da Uni ver sidade, divulgar o seu pa tri mó nio cultural, mu seo lógico e cien­tífico e projetar o seu nome e projetos de futuro no seio da sociedade».

«História», «pa trimónio», «en sino e cultura» e «a ciên cia e inovação» são os qua tro vectores do plano de ac ti vidades, que in­clui a re qua lificação já em curso da Alameda da Universidade, um vasto plano editorial, uma en ci clopédia virtual, exposi­ções, ci clos de ci nema e uma grande con fe rência interna­cional, in ti tu lada History of European Universities, uma or ga ni zação conjunta da UL e do In ter national Committee of His to rical Sciences. Haverá tam bém um jantar­convívio com antigos alunos, ini ciativas orga nizadas pelas associações de estudantes e uma festa da Refundação, que as sinala o de­creto de 22 de Março de 1911 que deu origem à UL, a partir do Estudo Geral, criado em 1288/90. Em www.aulamagna.pt poderá acompanhar o calen­dário destes eventos, à medida que forem sendo agendados.

O que é que a geoquímica isotó pica nos diz sobre o ar que respiramos?Oradora: Fátima Africano, Cen tro de Geologia, F-Ciên ciasSex, 17/09/2010 ­ 18:30Contribuição da Química nas áreas de investigação da Malária e das doenças neurodegenerativasOradora: Maria M. M. Santos, iMed, F-Farmácia da U-LisboaSex, 01/10/2010 ­ 18:30Qualidade alimentar e susten-ta bilidade sob o olhar da So-cio lo giaOradora: Monica Truninger, I-Ciências Sociais da U-LisboaSex, 15/10/2010 ­ 18:30Novos Modelos no Estudo de ParkinsonOradora: Ana Dulce Correia, I-Fisiologia, F-Medicina da U-LisboaSex, 29/10/2010 ­ 18:30A subida do nível do mar: o que nos dizem os marégrafos, satélites e modelos climáticosOradora: Susana Barbosa, Instituto D. Luís da U-LisboaSex, 12/11/2010 ­ 18:30ES-Comunicação Social do IP-Lisboa Campus de Benfica do IPL ­ Perto da ES­Educação do IP­LisboaVII Arraial Escsito - ESCS - Setembro de 2010O Arraial da ESCS de Setembro é um evento de recepção ao caloiro, organizado pela AE da ES-Comunicação Social do IP-Lisboa. Contará com a presença de nomes sonantes na comunidade académica como Quim Barreiros, Dj Diego Miranda, Klepth e Nu Soul Family.Sex, 24/09/2010 ­ 17:00 ­ Dom, 26/09/2010 ­ 04:001 dia: 8 euros, 2 dias: 14 eurosOrg: AE da ES­Comunicação Social do IP­LisboaF-Letras da U-LisboaAlameda da UniversidadeColóquio ‘Cancioneiro Geral de Garcia de Resende: um livro à

luz da História’Este colóquio assume-se como o ponto de partida para uma nova etapa nos estudos sobre a poesia do Cancioneiro Geral. O leque de intervenientes pretende potenciar o estudo desta importante compilação produzida entre 1451 e 1516.Seg, 11/10/2010 ­ Ter, 12/10/2010 Anfiteatro IIIInscrição: 10 eurosOrg: Centro de Estudos Com pa­ratistas da F­Letras da U­LisboaIII Curso de Egiptologia - Outubro a Dezembro de 2010O III Curso Livre de Egiptologia ministrado pelo Centro Histórico da Faculdade de Letras de Lisboa destina-se não só aos alunos, como a todos os interessados. Este curso é composto por dez sessões com a duração de duas horas cada. Decorrerá de 6 de Outubro a 9 de Dezembro de 2010. Com os professores Luís Manuel de Araújo e José VarandasQuarta, 1 Setembro, 2010 ­ Quinta, 9 Dezembro, 2010Das 18h às 20hOrg: Centro de História da F­Letras da U­LisboaU-Lusófona de Humanidades e TecnologiasCampo Grande, nº 376ETVCE 2010 - 1st International Conference on Eye Tracking, Visual Cognition and EmotionCongresso internacional sobre tecnologia de eye tracking, cognição visual e emoção. Serão ainda estudadas relações e aplicações em áreas como a Linguística, computação afectiva, realidade virtual, usabilidade ou Marketing. O evento inclui uma oficina (workshop) e acesso a equipamentos de eye tracking.Qua, 13/10/2010 ­ 23:00 ­ Qui, 14/10/2010 ­ 23:00Auditório Agostinho da SilvaInscrições: entre 15 e 125 eurosOrg: CEPCA, CICANT, FP/ULHTIII Seminário de Educação Inclusiva 2010

Este seminário dirige-se a todos os interessados na temática da educação inclusiva e nos efeitos que esta tem na nossa sociedade. Para além de debates com diversos convidados, terão ainda lugar alguns momentos musicais e de dança.Sex, 22/10/2010 ­ 13:30 ­ Sáb, 23/10/2010 ­ 18:30Auditório Agostinho da Silva ­ Edifício CIS-Economia e Gestão da U-Técnica de Lisboa (ISEG)Rua do Quelhas, 6+351 21 392 58 00UECE Lisbon Meetings 2010 - Game Theory and ApplicationsA conferência contará com oradores como Pierre-André Chiappori (Columbia University), Matthew O. Jackson (Stanford University) e Myrna Wooders (Vanderbilt University).Qui, 04/11/2010 ­ 14:00 ­ Sáb, 06/11/2010 ­ 18:00Inscrições: entre 100 e 300 eurosOrg: ISEG e UECE ­ Research Unit on Complexity and Economics

PortoIPAM Matosinhos - Instituto Português de Administração de Marketing de MatosinhosAv. da Republica, nº 594Call for papers: Kids Marketing - Trends on children consumer behavior and marketing to kidsA Revista Portuguesa de Mar-ke ting e o Instituto Português de Administração de Marketing orga nizam a Conferência Kids Marketing – Trends on Children Consumer Behaviour and Mar-keting to Kids. A data limite para o envio de participações será o dia 31 de Outubro.Qui, 17/06/2010 ­ Dom, 31/10/2010 F-Engenharia da U-PortoRua Dr. Roberto Frias+351 22 508 14 00Qualidade das Tecnologia da Informação e Comunicações -

7.ª QUATIC 2010 - Conferência InternacionalVai decorrer no Porto a 7.ª Conferência Internacional sobre a Qualidade das Tecnologia da Informação e Comunicações – QUATIC 2010 (ou 7th International Conference on the Quality of Information and Communications Technology). Certificação, padronização, análise e melhoramento de processos são alguns dos temas abordados.Qua, 29/09/2010 ­ Sáb, 02/10/2010 Entre 100 a 700 euros6th International Conference on Technology and Medical Sciences - 2010A FEUP apresenta a 6th International Conference on Technology and Medical Sciences que decorrerá de 21 a 23 de Outubro e onde estarão presentes diversos oradores convidados.Qui, 21/10/2010 ­ Sáb, 23/10/2010 Inscrições:: 400 euros, estudantes: 250 eurosOrg: FEUP, IDMEC/IST (Institute of Mechanical Engineering), INEGI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial), ABCM (Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Me câ ni cas)

Vila RealU-Trás-os-Montes e Alto DouroI Fórum de Investigação Farmacológica 2010 - UTADA AEMV-UTAD realiza, no próximo dia 6 de Outubro, um Fórum sobre Investigação Farmacológica, onde será abordada a sua aplicação à Saúde Humana e Animal.Qua, 06/10/2010 ­ 09:00 ­ 17:30Auditório 1.01 ­ Complexo PedagógicoEntrada livreOrg: AE de Medicina Veterinária da U­Trás­os­Montes e Alto Douro

JOSé VELOSO SALGADO / MUSEU DA CIDADE

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5 de Outubro | O centenário da República confunde-se com o da U-Lisboa

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em 10% durante um ano. Você, eu, os seus vizinhos,

o seu emprego, a escola dos seus filhos, a junta de

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que tomamos os primeiros passos em direcção a uma

sociedade sustentável.

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JOSé MIGUEL SOARES

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Corria o ano de 1988 quando Manuel Rui Gomes, então com 23 anos, foi incumbi­do de organizar uma festa que encerrasse com chave de ouro a terça­feira da Queima das Fitas do Porto, ou seja, o dia do corte­jo académico. O estudante do ISCAP (IS­Contabilidade e Administração do Porto) costumava frequentar a Feira da Vandoma – a mais popular da cidade –, onde ouvia, com frequência, as trauteáveis canções de Quim Barreiros. Daí até ao convite para actuar no Pavilhão dos Desportos (tam­bém conhecido como Palácio de Cristal), no primeiro Arraial do Grelado, foi um pequeno passo.

Esta foi a estreia do músico de Vila Praia de Âncora perante uma plateia maioritaria­mente universitária, que o viria a adoptar como a nenhum outro artista. Desde o fi­nal dos anos 1980 que Quim Barreiros var­re as universidades de Norte a Sul do país, especialmente nas semanas de Queima das Fitas e das recepções aos caloiros. A Aula Magna foi tentar perceber o que explica este verdadeiro case study.

Voltemos, por isso, a recuar até 1988: foi pedido a Manuel Rui Gomes que des­se «largas à imaginação». A contratação de Quim Barreiros foi um verdadeiro golpe de asa. «Tivemos muito sucesso. Queríamos fazer algo mais abrangente do que um baile de gala ou do que as festas que se realizavam no Coliseu ou no Rivoli. O interior do pavilhão estava um inferno, completamente a abarrotar. No final, o te­soureiro não sabia o que havia de fazer ao dinheiro”, recorda.

As razões para a escolha do músico, cuja popularidade estava até então limitada às comunidades imigrantes e às festas nas al­

O que é que o Quim Barreiros tem?

Festas académicas

O cantor de A garagem da vizinha é a prioridade número um de quase todos os organizadores de festas académicas do país. Como se explica este verdadeiro fenómeno que arrasta multidões? Fomos conhecer o seu modus operandi e descobrimos que, afinal, as letras picantes até podem ter ajudado os estudantes a libertar­se de alguns tabus

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divertido e não havia dinheiro para um grande nome. Aquele cantor do ‘bacalhau’ e das ‘picadas de enfermeiro’ pareceu­me perfeito». A comissão responsabilizou­se pelo jantar, montagem do palco e por um cachet de 120 contos (600 euros). O músi­co tocou durante «quase cinco horas, com breves pausas para se refrescar». A receita ultrapassou os 2.000 contos (10 mil euros) e terão participado mais de 6.000 estudantes. «Lembro­me que, na quinta­feira seguinte, estava a entrar na discoteca Indústria e só se ouvia falar nisso», remata.

Custos moderados Mais de 22 anos depois, Quim Barreiros ainda é sinónimo de casa cheia, a troco de um cachet que está longe de ser astronómico. «Ele tem o hábito de perguntar quantas pessoas estão previstas e estabelecer um critério justo. O que cobra para uma grande Queima, como no Porto ou em Coimbra, não é o mesmo que em Viseu, onde pode pedir uns 6.000 euros», revela António Santana, da produ­tora Estratégia, que já trabalha há 12 anos com o músico. Isto explica, em parte, o grande número de concertos que consegue angariar, alguns deles até na mesma noite.

Fernando Alvim, locutor e apresentador televisivo que já partilhou vários cartazes de festas académicas com Quim Barreiros, tem uma teoria muito particular: «Tenho a ideia que, depois da Guerra no Iraque, ele começou a imitar o Saddam Hussein e ar­ranjou sósias. Só isso explica que faça três concertos no mesmo dia».

Ainda assim, as comissões de festas fi­cam invariavelmente satisfeitas: «Quem compra o espectáculo vê toda a gente ani­mada e a sala cheia. Provavelmente, é o artista que mais concertos vende no país. Há queimas das fitas que são estrutura­das em volta do dia em que ele vai tocar.

deias, foram simples: «As noites de cortejo são aquelas em que os estudantes chegam à noite mais entusiasmados, porque já be­beram um bocado. Queríamos algo alegre,

texto Luís Ricardo Duarte

Para contratar o Quim Barreiros, em 1988, tive-

mos de ir almoçar com ele a Vila Praia de Âncora. Quis conhecer-nos, para ver se éramos gente de con fiança. No dia do concerto fomos jan tar com os músicos e entramos no Pa lácio de Cristal num Opel Corsa. Foi qua se impossível, com tanta gente. Tivemos de ir buscar bilhe-tes de festas de outros anos porque to-das as expectativas foram superadas.

Manuel Rui GomesOrganizador do primeiro Arraial do grelado e Antigo Presidente da AE-ISCAP

D.R.

O segredo do Quim Bar-reiros é fácil de explicar: está na sua simplicidade

e humildade. Vamos tê-lo no nosso arraial do caloiro, nos próximos dias 15 e 16 de Outubro, e mais uma vez sentimos isso. Quando telefonamos é ele que atende o telefone. Fala connosco de uma forma directa, sem exigências megalómanas. E os concertos cumprem sempre as ex-pectativas, com as músicas que todos querem ouvir. Ele não é uma estrela das festas dos estudantes. É «a» estrela.

Pedro GilPresidente da Associação Académica da U-Lusíada de Lisboa

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meus temas porque os pais ou os avós já os ouviam. É preciso perceber que temos de recuar até aos anos 70, quando comecei a gravar discos». No entanto, o próprio autor não descarta a importância dos trocadilhos, quase sempre com uma conotação sexual: «A malta gosta de sacanagem. O namoro também está aí. Os estudantes gostam de brejeirices, de paródia. A verdade é que quando eu não vou às festas eles ficam cha­teados e protestam». O homem que o trou­xe pela primeira vez a uma festa académica considera até que os jogos de palavras e as metáforas de Quim Barreiros podem ter proporcionado uma mini­revolução sexu­al: «Talvez tenha trazido mais liberdade de convívio entre rapazes e raparigas, porque se passou a falar de determinadas coisas…»

As plateias não dão mostra de diminuir e Quim Barreiros atribui grande parte des­se êxito ao facto de ter sido o primeiro «a atacar [o público universitário] e a ser con­vidado». «Eu sou uma espécie de maestro e eles o orfeão. Nunca tive crise, e já ando nisto há uns 30 anos», sublinha. Porque há sempre a tentação de repetir as recei­tas que funcionam, o músico garante que têm aparecido alguns imitadores «com um chapéu na cabeça». «Nunca têm sorte, porque o original vale sempre mais». Há pelo menos 20 anos que o actual slogan do acordeonista se mantém actual: «Não há festa académica sem Quim Barreiros».

Quim: A malta gosta de sacanagem. O namoro também está aí. Os estudantes gostam de brejeirices, de paródia. A verdade é que quando eu não vou às festas eles ficam chateados e protestam

Para mim, só tem paralelo com os Xutos & Pontapés: são duas instituições que não se discutem», resume António Santana.

O profissionalismo é outro ponto de hon­ra: Quim Barreiros não admite que os seus músicos bebam antes de entrar em palco. «Peca por excesso [risos]. Fora isso, é uma

Não há dúvida que o Quim Barreiros tem uma grande popularida-

de entre os estudantes. As suas músi-cas ficam no ouvido e para as pessoas que vão às festas é a garantia de uma noite divertida. Os estudantes nunca fi-cam desiludidos. Por outro lado, as suas letras são sempre susceptíveis de várias leituras e interpretações... No fundo, numa festa os jovens não receiam apro-ximar-se do universo popular, que é mais simples mas também mais animado

Sónia ReisPresidente da AE da F-Belas Artes da U-Lisboa

Em minha opinião, é um músico que gera um

sentimento e uma onda mui to positivos, graças ao seu tom humorístico. Mas não o veria fora do contexto de um gru-po de amigos, em ‘consumo individual’. A música dele tem a capacidade de in-tegrar as pessoas em contextos sociais, em que se fazem amizades, se bebe um copo e se brinca um pouco. Quando o vi no Super Arraial do Técnico diverti-me bastante.

Angel RozasEstudante Espanhol no Doutoramento do IS-Técnico da U-Técnica de Lisboa

pessoa íntegra, acima de qualquer suspei­ta. Para grande felicidade minha, 70 a 80 por cento das vezes em que ponho música numa festa académica entro depois dele em palco. Isso dá­me uma casa garantida e um nível de álcool muito acima do permi­tido por lei», brinca Fernando Alvim.

Um homem do povo Começámos pela rama e vamos agora ao fulcro da questão. Já se percebeu como é que Quim Barrei­ros, hoje com 63 anos, descobriu um novo público no meio académico e a razão pela qual é o mais desejado nas festas académi­cas. Mas, como é que um músico conheci­do por ser brejeiro granjeou tanta simpatia entre um público onde supostamente se integra a futura elite intelectual do país? «É quase kitsch gostar dele. A questão das letras não importa para nada», obser­va Alvim. «Não são músicas sofisticadas, mas não se esquecem. Ele inventou e criou refrões que ficam na cabeça», considera Manuel Rui Gomes, que hoje é director de duas fábricas destinadas à produção de envelopes. «Um carisma muito próprio, humilde. É um artista que se dedica a dar autógrafos, a tirar fotos, não virar as costas ao público», acrescenta António Santana. É habitual começar os concertos com duas frases simples: «Já sabem como é que eu funciono. Eu toco e vocês podem cantar e dançar como vos apetecer». E quem nunca cantou ou dançou Mestre de culinária ou A cabritinha que atire a primeira pedra.

A Aula Magna não podia deixar de ouvir a explicação do próprio Quim Barreiros so­bre a sua popularidade. O cantor apresenta argumentos bastante prosaicos: «Sou um homem do povo, corro as aldeias e vilas, quase todas as festividades de Norte a Sul. Quem é o meu público? São os rapazes e raparigas de todo o país, que conhecem os

GONçALO FILIPE MATA

Quim Barreiros o vivo no IS- Técnico| «Talvez tenha trazido mais liberdade de convívio entre rapazes e raparigas»

Quem compra o espectáculo vê toda a gente animada e a sala cheia. Provavelmente, é o artista que mais concertos vende no país

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O que te levou ao curso de Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão) da F-Ciências Sociais e Humanas da U-Nova de Lisboa?Queria estudar inglês e literatura. Forcei­me com o alemão porque tinha interiori­zado o conceito antigo de «curso de ger­mânicas».

Qual foi a tua média final de curso?11,6 ­ que considerei uma média excelente porque podia ser arredondada para 12.

Eras aluno de ir a todas as aulas ou ge-rias com liberdade o teu estudo?Liberdade. Muita liberdade. Toda.

Actividades extracurriculares: alguma no currículo?Três anos na direcção da associação de es­tudantes. Coordenava o suplemento lite­rário da publicação que fazíamos, o Nova em Folha. Além disso, tive o grato prazer de fazer parte dos fundadores do MATA ­ Movimento Anti­Tradição Académica.

Como eram as festas no teu tempo?Acabavam às 4 da manhã. O senhor que guardava a chave da cantina tinha sono e mau humor.

Participaste activamente na tua AE?Sim, bastante.

O ano em que entraste na faculdade foi de grande contestação às propinas. Que memória guardas dessa luta?Foi um tempo muito formativo para mim. Fez­me saber que tenho de lutar por aquilo que quero. As coisas que valem realmente a pena são conquistadas.

Muita liberdade. TodaJosé Luís Peixoto

texto Luís Ricardo Duartefotografia José Miguel Soares

Aos 36 anos, José Luís Peixoto é um dos mais destacados escritores portugueses, com ecos em todo o mundo. Ao longo do ano, são muitas as universidades que visita para falar dos seus romances, como o recém lançado Livro. E provavelmente, sempre que entra numa faculdade ou instituto politécnico não deixará de recordar os seus tempos de estudante (de 1992­96), como aqui faz para a Aula Magna

Tens sido convidado por várias universi-dades estrangeiras, onde falas sobre os teus livros. Vês diferenças muito grandes em relação à realidade portuguesa?Há sempre grandes diferenças. Os con­tornos das universidades dependem das latitudes. De um modo geral, acabo por visitar muitas instituições onde a realidade dos estudantes é mais confortável do que em Portugal. Há ainda muitas lutas por fa­zer nas universidades portuguesas.

Na sequência do curso, foste professor durante alguns anos.Foi uma óptima experiência. Sempre achei que seria professor durante toda a vida, mas quando tive oportunidade de ser escritor profissionalmente, não hesitei. Antes, não me permitia a sonhos desse tamanho.

Sentes saudades dos tempos de estu-

dante? Equacionas a hipótese de voltar à universidade?Sinto saudades de todos os tempos, mas não porque tenha vontade de voltar atrás. Além disso, há o futuro. Constrói­se pas­so a passo. Neste momento, não anteve­jo essa possibilidade, mas o futuro é tão grande.

O meio universitário dava um bom ro-mance?Dava e já deu bastantes. Philip Roth, Javier Marias, etc.

O que podem os leitores esperar do teu novo romance, Livro?Podem esperar 264 páginas onde inscrevi o melhor que sei fazer neste momento da minha vida. Podem esperar um caleidos­cópio de cores. Podem esperar frio, calor e todas as temperaturas intermédias.

AnfITEATRO.COnTA-mE COmO fOI

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Desporto universitário | Com novos apoios até onde pode ir?

Os números falam por si. Ou melhor, as vitórias. No ano lectivo de 2009/10, o des­porto universitário português teve uma das suas melhores épocas. Quem o diz é Luís André Couto, presidente da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU): «Tivemos óptimos desempenhos in dividuais, na continuação do que tem acon tecido nos últimos anos. E ao nível das selecções uma participação a 100 por cen­to em todas as competições eu ropeias, sem pôr em causa os campeonatos nacionais». Lançadas as sementes, a FADU começa ago­ra a colher os frutos. Ao olhar para os nome­ados da III Gala de Desporto Universitário, que se realiza a 6 de Ou tu bro, no Casino da Figueira da Foz, rapidamente se confirma essa mais­valia adquirida. «Com os meios que temos, fazemos mui to. E se no futuro deixar de se entender o desporto universi­

Uma época de ouroCompetições desportivas no Ensino Superior

texto Luís Ricardo Duartefotografia Maria Roque dos Santos

O desporto universitário está bem e recomenda­se, como se pode ver pelo currículo dos candidatos a melhor atleta na III Gala de Desporto Universitário, que se realiza no próximo dia 6 de Outubro. A Aula Magna entra em campo e revela­lhe os estudantes que mais se destacaram no passado ano lectivo

tário como um projeto educativo e despor­tivo à parte, poderemos chegar ainda mais longe», remata André Couto.

Associação Académica de Coimbra (AAC) Na III Gala de Desporto Universitário a AAC é a instituição que mais se destaca, com dez nomeações, incluindo treinado res. Para André Couto, esta é um boa no tícia, já que confirma o despertar da maior estrutu­ra universitária do país: «A AAC tem um potencial enorme e pode ser um elemento dinamizador do despor to estudantil». Com forte tradição no futebol, área profissionali­zada, a AAC teve con tudo bons desempe­nhos em outras modalidades. Na categoria de melhor atleta feminina encontramos Cátia Nunes, actual campeã nacional nos 100 e 400 metros ao ar livre e nos 400 em pista coberta (com novo recorde), e Mar­garida Marques que em Futsal foi Campeã Nacional, Vice­campeã Mundial, Campeã Europeia, nu ma competição onde foi con­siderada a me lhor jogadora. Nos homens, a

AAC do mi na quatro das cinco nomeações: Diogo Carvalho, campeão universitário em 200 metros estilos e em 50 metros bruços e mariposa, Nuno Santos, campeão nacional em Bagminton, quer em singulares, quer em pares, e Sérgio Franco que em Rugby 7’s ganhou tudo o que havia para ganhar: os campeonatos nacional, europeu e mun­dial. Nas equipas, a AAC está nomeada co­lectivamente no futsal (feminino) e no ru­gby 7’s (feminino e masculino).

Associação Académica da U-Minho (AAUM) A segunda instituição em destaque é a AAUM, que segundo André Couto tem um dos «melhores projectos desportivos do país, não só pela participação nas várias competições, mas também pela organiza­ção de provas». Esse trabalho é particular­mente visível nos quatro treinadores no­meados e nos desempenhos coletivos em andebol e futusal, nomeados para melhor equipa masculina. Individualmente, Edu­ardo Rodrigues surge na lista dos me lhores atletas masculinos, pelo cam peo nato na­cional de Taekwondo combates e pelas medalhes de bronze europeia e mundial, sempre na categoria ­74kg.

Lisboa e Porto Os restantes nomea­dos dividem­se por Lisboa e Porto. A Sul, da F­Motricidade Humana da U­Técnica temos Ana Rita Nabiço (medalha de bronze nos campeonatos mundiais de Taekwondo técnica e o campeonato nacional) e Vasco Pascoal (campeão em ténis individual e por equipas). Na U­Lisboa, Sara Madeira fez o pleno na natação, com vitórias nacionais nos 50 metros livres e em mariposa, nos 100 mariposa e nos 4x50 estilos. A Norte, o IP­Porto tem Sara Moreira como figura de proa, depois das conquistas em atletismo (3 mil e corta­mato). E nas equipas, foi cam­peão no futebol 11, no basqutebol e vice­campeã no futsal (este pelo IS­Engenharia). Por último, a U­Porto é candidata a melhor equipa pelo campeonato nacional de Ande­bol e pelo 3.º lugar europeu.

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Praxis. «Sem os universitários, a cidade fica vazia. À noite, em cada esquina há um estudante», garan­te Diogo Alexandre Silva. E com o início de mais um ano lectivo a invasão nocturna é total. É preci­so dar as boas­vindas a mais um ano com a já tradicional Recepção ao Caloiro, no final de Outubro. E há música para todos os gostos, das batidas electrónicas ao ritmo popular. Como diz Diogo: «são recepções muito engraçadas, com muito convívio». E ninguém recu­sa um pezinho de dança.

Em Évora, sem os universitários, a cidade fica vazia. À noite, em cada esquina há um estudante

O Alentejo é conhecido pela cal­maria e pacatez mas Évora, em tempo de aulas, foge ao estere­ótipo. As noites começam com jantares caseiros. Depois, seguem para os bares, que em alguns ca­sos, como o Tuareg, invocam me­mórias de paragens mais exóticas. Daí ao Capítulo é um saltinho obrigatório. E nenhuma noite aca­démica estará completa sem uma última passagem pela discoteca

Diogo Alexandre SilvaU-Évora

GONçALO FILIPE MATA

com amigos e colegas de curso». Mas a cereja em cima do bolo é uma viagem ao Bairro Alto «no início ou no fim da festa».Para quem chega de fresco à fa­culdade, Marta aconselha a recep­ção ao caloiro. Apesar de ter ido à recepção ao caloiro quando já não o era, elege esta festa como a oca­sião ideal para fazer novos ami­gos. O que não quer dizer que não haja diversão para quem já não é caloiro. Para todos, «é a melhor altura para o pessoal se conhecer e conhecer a faculdade».

A Recepção ao Caloiro é a melhor altura para o pessoal se conhecer e conhecer a faculdade

A arte de receber os caloiros

Viver numa cidade como Lisboa, com várias faculdades, tem a van­tagem das festas se multiplicarem. No entanto, Marta não hesita quan do lhe perguntamos qual a me lhor festa da cidade: «Claro que são as que a minha faculdade or ganiza!» Não é que obedeçam a algum te ma em especial. Segundo Marta, o que as torna assim tão especiais é o ambiente que se vive. «É a melhor ocasião para conviver

Marta BrunoF-Ciências da U-Lisboa

GONçALO FILIPE MATA

A noite é dos estudantesFinal de Outubro – Recepção ao caloiro de Évora

der», diz. «Não há melhor forma de começar uma aventura univer­sitária». Se dúvidas houvesse em relação ao espírito académico da cidade, Joana Almeida recorda a primeira recepção ao caloiro des­te ano lectivo, que animou as noi­tes de Coimbra na última semana de Setembro. Houve actividades culturais, jogos tradicionais e um convívio/febrada. Muita música, finos e noitadas. «Em Coimbra, o que custa é despedirmo­nos da noite», remata. São muitos os seus encantos.

Coimbra tem mais encanto na hora das... festas. Quem o garante é Joa­na Almeida. E fala por experência própria. Estuda Medicina Dentá­ria e não perde uma oportunidade para conviver com os amigos. Na agenda já tem marcada a próxima Latada, que celebra a chegada de novos alunos. Este ano, realiza­se na semana de 18 a 24 de Outubro, com Rui Veloso como principal atracção, no dia 23. «É a não per­

MIGUEL CUNHAL

Na agenda já tem marcada a próxima Latada, que celebra a chegada de novos alunos. Este ano, com Rui Veloso

O encanto da LatadaDe 18 a 24 de Outubro

Joana AlmeidaF-Medicina da U-Coimbra

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Evocam o espírito samarita­no da rainha Santa Isabel e viajam pelo país a espalhar a boa nova das tradições aca­démicas. Assumem um re­pertório de música popular e a descontração que reina nos ensaios e concertos. Talvez por isso digam no seu hino, alto e em bom som, que são «a Tuna Mais Tuna/ Alunas da Lusófona/ Só queremos galhofa/ Somos a Samarituna».

DATA DE CRIAÇÃO13 de Outubro de 1996

HISTÓRIAFoi com o objectivo de fomentar a vida acadé­mica da U­Lusófona de Humanidade e Tecnologias

MIGUEL CUNHAL

SamaritunaTuna Feminina da Universidade Lusófona

passando por Espanha. Entre os concertos recentes, destacam­se as actuações na Semana Académica de Lisboa, na sexta edição do INSULA, o festival de tunas de Ponta Delgada, na oitava edição do Acordes, organi­zado pela Tuna Sadina, e na estreia do Tej & Tunas, dina­mizado pela ESTeS La Tuna Feminina.

HINO«Com as capas soltas/ Somos a Tuna Mais Tuna/ Alunas da Lusófona/ Só queremos galhofa/ Somos a Samarituna».

ENSAIOSDuas vezes por semana, às terças e quintas, às 18h30, na sala da Tuna.

Mais fotografias e informações em www.aulamagna.pt

Samarituna | Música e consciênca social para homenagear a rainha Santa Isabel

que nasceu a sua tuna fe­minina. A ideia surgiu em Maputo, durante a inau­guração de um pólo da Lusófona em Moçambique. E não houve tempo a per­der. De regresso a Lisboa, deram os primeiros passos, juntando vozes e instru­mentos. À vontade de cantar juntam uma forte componente de responsabi­lidade social, colaborando com diversas iniciativas promovidas pelas mais va­riadas instituições.

NOMEEquacionadas todas as hipóteses, a opção recaiu sobre a padroeira do Campo Grande, onde fica o princi­pal pólo da universidade. E

Samarituna é um dos muitos cognomes da rainha Santa Isabel, dada a sua dedicação e bondade aos mais desfavo­recidos.

REPERTÓRIOEssencialmente música por­tuguesa, tradicional e ligeira.

FESTIVAISAté à data, organizaram dois. Menina e Moça, o Festival de Tunas Femininas de Lisboa, que em 2009 teve a sua se­gunda edição. Participaram várias agrupamentos, em­bora a grande vencedora tenha sido A Feminina, da F­Farmácia da U­Lisboa, que recebeu cinco prémios. Em 2008, promoveram a primei­ra edição do Samaritana, um encontro de tunas femininas de Lisboa.

CONCERTOSDe Bragança a Portimão,

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PáTIO.BAnDAs EsTuDAnTIs

É malta da pesada e têm gos to nisso. Já tiveram al­guns problemas com a polícia e com alguns vi zi­nhos, mas não estão muito preocupados. Sabem até que o circuito das ban das de Death Metal, Pro gressi­ve e Hardcore não é vasto em Portugal e que podem vir a ter de ru mar a outras paragens. Por enquanto, vão espa lhan do energia em vários palcos, à medida que vão descobrindo novos ca mi nhos para o som que procuram. A morte, o hor­ror e a destruição po dem ser os temas que do mi nam as músicas que criam. Mas esta banda es tá cheia de vida.

NOMEO caminho para o caos só podia ter 13 degraus. E é esse ambiente gótico que marca o ambiente das suas músicas.

DATA DE CRIAÇÃOMaio de 2006

MEMBROS DA BANDACláudio Galante (baterista) do IS­Técnico da U­Técnica de Lisboa, Frederico Severo (baixista) da F­Ciências da U­Lisboa, Miguel Pires (guitarrista) da ES­Comunicação Social do IP­Lisboa, Nuno Dores (vocalista) do IS­Comunicação Empresarial e Tiago Silva (guitarrista).

GéNERODeath Metal, Progressive e Hardcore

CONCERTOSSão muitos e em vários sítios. E o mês de Setembro foi particularmente agitado.

RAQUEL FERREIRA

Thirteen Degrees to Chaos

Thirteen Degrees to Chaos | À conquista dos palcos do death metal

Acaba de dar uma sequência de três concertos, em Pombal (com The Archaist, Engaging the Dead e Oath of Putrefaction), em Setúbal (com The Archaist e Porn Sheep Hospital) e no Montijo (com The Archaist, Porn Sheep Hospital e Swallows). A actuar ao vivo desde 2007, no currículo têm primeiras partes de

bandas internacionais, como os All Shall Perish, dos Estados Unidos da América, e No Turning Back, da Holanda.

DISCOGRAFIA Ainda a começar, apenas têm uma maquete, em que constam temas como Unheard Demand ou Brakyu, the Shapeshifter.

Integram a compilação Attack – vol. 1, da revista Hornsup.

SíTIO NA AuLA MAGNAhttp://www.aulamagna.pt/bandas/thirteen­degrees­chaos

Mais fotografias e informações em www.aulamagna.pt

RAQUEL FERREIRA

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Não trazia promessas vãs e inesperadas na mala,ou fundos escondidos com jóias raras.Traria algum desespero talvez.A vontade de acender o sol mais ardenteou da lua lhe piscar o olho à estrela cadente.Poderia até dissimular novidades,os cânticos ansiosos e deslumbrantes,ou alguma originalidadecom um cunho muito pessoal.

E o coração no check-ina tremer descompassadamente!

Mas nada traria além do seu saborou uma gargalhada talvez irrequietaou o nervosismo saltitante da borboletaque a flor fecundaria a mais fechadae nada ofereceria à mais aberta.

Poderia até trazer os erros do costumequeimar a ilusão no pó àqueles que se retratamdetectados pela astúcia da aranhaou pelo olhar audaz e fixo da corujapor entre a neblina do inoportuno.

E se o sol então se incendiassee já nada seria igual por seu turno,e se a lua de manto em cinzas se transformassena penumbra inconcebível do restolho?

Mas passou sã e salva num passo suave de partiturapor entre a multidão ansiosa e desatentanuma calma incrédula e sem desacatos.

Ainda não tinha sido apanhada.E em jeito de retrospectivavislumbrou o que lhe poderia acontecer:Abrirem-lhe de um só golpe e certeiroa vontade e as veias no peitoesvaziando-lhe o are a razão do seu serdespindo-oe macabramente expondo-opara quem o quisesse ver!

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Rosa Pires

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a referência em Lisboa, Algês e Almada

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