revista sol brasil - 14°edição

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Índice2

Expediente

Revista SOL BRASIL Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condi­cio­nado,­Ventilação­e­Aquecimento­(ABRAVA). Conselho Editorial: Nathalia Moreno, Natália Okabayashi e Marcelo MesquitaEdição: Ana­Cristina­da­Conceição­(MTb­18.378)Projeto­gráfico­e­editoração­eletrônica:­Izilda Fontainha Simões Foto de capa: Banco de Imagens SXC

Conselho de Administração do DASOLPresidência - Amaurício Gomes LúcioVP­Relações­Institucionais­(VPI)­-­Carlos­Artur­A.­AlencarVP Operações e Finanças (VPOF) - Claudiomar Danilo da SilvaVP­Tecnologia­e­Meio­Ambiente­(VPTMA)­- Luís Augusto Ferrari MazzonVP­Marketing­(VPM)­-­Edson PereiraVP­Desenvolvimento­Associativo­(VPDA)­-­Luís­Cláudio­Karpenko­BenedettiPast President (PP) - José Ronaldo KulbConsultor - Marcelo MesquitaDASOL/ABRAVA­Avenida­Rio­Branco,­1492­–­Campos­Elíseos­–São­Paulo­–­SP­–­CEP­01206-905­-­Telefone­(11)­3361-7266­(r.142)Fale conosco: [email protected]

Especial

DASOL:­20­anos­de­conquistasLinha do tempo mostra os avanços da indústria de aquecimento solar no Brasil

Mundo Verde

Editorial

Komeco presente noMinha Casa Minha Vida SAS­possibilita­redução­média­de­30%­nos gastos com energia elétrica de 377­famílias­em­Tupã

Capacitação empresarial

Tubos­pré-isolados:­isolamento­correto­e instalação fácilO­bom­revestimento­térmico­melhora­a­eficiência­dos­sistemas­solares

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Case Solar

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Projeto inovador da Solis noshotéis IbisSistema de aquecimento solar com bombas­de­calor­supera­expectativas­de economia na rede hoteleira

Empresas Associadas

Notícias do Dasol

6 Workshops promovem capacitação no setor solar

Assembleia elege nova diretoria

Entrevista

GREEN-IPUC, referência em pesquisa sobre energia solarA coordenadora do Grupo de Estudos em­Energia­do­Instituto­Politécnico­da­PUC Minas descreve a parceria com a indústria solar e a importância da nova regulamentação do Programa Brasileiro­de­Etiquetagem

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Tecnologia

Fabricante OEM: especialista em coletores solaresIndústria­encara­o­desafio­de­reduzir­custos com o uso de novos materiais e­flexibilidade­na­produção

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Capacitação empresarial

A inclusão dos sistemas de aquecimento solar em programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida traz uma grande responsabilidade para os em-presários do nosso setor.

Se, por um lado, aumenta consideravelmente a demanda pelo nosso produto, exige também empre-sas melhor preparadas para lidar com a produção em grande escala de modo a atender com confiabilidade e qualidade o novo mercado das habitações de interesse social.

Ao longo dos últimos 20 anos, a atuação do DASOL foi decisiva para o fortaleci-mento do setor de aquecimento solar no Brasil. O DASOL tem investido na capacitação profissional e na definição de parâmetros de qualidade para os SAS, além de participar ativamente de iniciativas que contribuam para a ampliação desse mercado.

Um dos resultados dessa atuação foi qualificar o setor para ser parceiro de um pro-grama de inclusão social como o Minha Casa Minha Vida. É uma grande oportunidade para a nossa indústria e todos nós, empresários do setor, temos que fazer a lição de casa.

Nosso setor é formado principalmente por pequenas empresas, porém muito dinâmi-cas, que até o advento desse e outros programas de habitação social, trabalhavam em outra escala de produção. Muitas dessas empresas já mudaram o seu patamar de produção, controle e gestão para atender esse novo mercado com a qualidade requerida.

Os novos tempos exigem uma gestão mais profissional preparada para alinhar o aumento da demanda ao controle de custos sem descuidar da qualidade do produto e do atendimento às exigências técnicas de um grande cliente. Em outras palavras, uma gestão voltada para a sustentabilidade e continuidade do negócio.

Neste espaço, desejo também agradecer a confiança dos associados no trabalho desenvolvido este ano e desejar sucesso à nova diretoria do DASOL em sua missão de representar ativamente a indústria do aquecimento solar.

Amaurício Gomes LúcioPresidente do Dasol

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4 Case Solar

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Solis

A Solis Aquecedor Solar, em conjunto com a Nautillus, fabricante brasileira de bombas de calor, desenvolveu um projeto inovador para os hotéis Ibis, pertencentes ao grupo Accor. O projeto possibilitou uma economia de 80 a 90% em relação ao sistema anterior.

Composto por três sistemas de aquecimento solar de água com apoio de bombas de calor, o projeto foi implantado em hotéis do interior de São Paulo, nas cidades de São José do Rio Preto, São Carlos e Piracicaba.

Os sistemas de aquecimento de água utilizam como fonte primária de energia a solar térmica, cujo custo operacional é zero, seguido das bombas de calor, que estão entre as mais econômicas das fontes convencionais.

Em último caso, o sistema utiliza os aquecedores de passagem a gás. Dessa forma, o sistema de aquecimento de água garante menor custo operacional ao longo do ano

Sistema de aquecimento solar com bombas de calor superaexpectativas de economia na rede hoteleira

e ao mesmo tempo possibilita ao hotel garantir o conforto de seus hóspedes.

As unidades da rede Ibis utilizavam um sistema de aque-cimento formado por central térmica com capacidade para 3 mil litros de água aquecida por sistemas de passagem a gás GLP (gás liquefeito de petróleo).

Com o novo sistema, a capacidade foi elevada em 5 mil litros, totalizando 8 mil litros em reservatórios térmicos em cada local, mais 100 m2 de coletor solar e bombas de calor.

Consequentemente, o consumo de gás utilizado para aquecimento de água foi reduzido consideravelmente. O sistema antigo é utilizado somente em casos esporádicos.

O prazo de retorno do investimento do novo sistema de aquecimento solar com bombas de calor foi de 2,5 anos. O investimento é viável até mesmo no curto prazo, uma vez que a vida útil do sistema é de no mínimo 30 anos.

Projeto inovador da Solis nos hotéis Ibis

Solis Indústria e Comércio Ltda.

Associada do DASOL/ABRAVA desde 16/12/2011

www.solis.ind.br

5Case Solar

Alinhada com os conceitos de sustentabilidade e de melhoria social, como a utilização de energias renováveis e atendimento a políticas inclusivas, a KOMECO desenvolveu um Sistema de Aquecimento Solar (SAS) para as residências de interesse social do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo federal.

A KOMECO forneceu os SAS para 377 unidades habita-cionais com 40 m2, financiadas pelo programa no município de Tupã, Estado de São Paulo.

Essas residências, para famílias com renda até três salá-rios mínimos, receberam um sistema de aquecimento solar composto por coletor de 2 m2 e reservatório térmico com

Komeco presente noMinha Casa Minha VidaSistema de aquecimento solar desenvolvido pela empresa pode reduzir em 30% gasto de energia elétrica de 377 famílias em Tupã (SP)

Komlog Importação Ltda

CNPJ: 06.114.935/0005-09

Filiado desde 1/3/2012

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Kom

eco

capacidade de 200 litros. Os SAS propiciam a diminuição das despesas de energia,

com a redução do consumo do chuveiro elétrico e conside-ráveis ganhos ambientais. Em Tupã, a expectativa é que as famílias beneficiadas tenham uma redução média de 30% na conta de energia elétrica.

Os SAS também trazem benefícios para as concessioná-rias de eletricidade ao contribuir para o melhor desempenho dos sistemas de distribuição devido à redução na carga e melhoria na adimplência de pagamento das contas, promo-vendo ganhos sociais e de imagem para toda a comunidade.

Notícias do Dasol6

Mais de 90 profissionais da indústria de aquecimento so-lar já participaram da série de workshops Ligado em Energia Solar, promovida pelo DASOL e o Procobre para disseminar técnicas de instalação de sistemas de aquecimento solar com aplicação de cobre.

Durante os workshops são apresentados cases de sucesso de SAS instalados em hotéis, restaurantes, hospitais e outras construções.

Em 2012, já foram realizados eventos nas cidades de Belo Horizonte (26/09), Cuiabá (17/10) e Florianópolis (07/11). Os próximos workshops acontecem em São Paulo (04/12) e Porto Alegre (05/12).

Os workshops são dirigidos aos profissionais do aqueci-mento solar e da construção civil, ambientalistas, profes-sores universitários, pesquisadores e estudantes, além de funcionários e dirigentes públicos das áreas de habitação, meio ambiente e energia.

Workshops promovem capacitação no setor solar

Notícias do Dasol 7

DASOL comemora 20 anos e elege nova diretoriaAssembleia geral realizada dia 22 de novembro no auditório da ABRAVA marcou o aniversário de 20 anos e elegeu a nova diretoria do DASOL para 2013. Carlos Arthur Alves de Alencar, da empresa Enalter, é o

novo presidente do DASOL, sucedendo Amaurício Gomes Lúcio (Tuma) que a partir de janeiro ocupará o cargo de past

president do Conselho de Administração. Também foram eleitos para o mandato de janeiro

a dezembro de 2013 os diretores Ernesto Nery Se-rafini (Solar Minas), Jamil Hussni Junior (Jelly Fish), Rafael Bomfim Pompeu de Campos (Heliotek), Luis Augusto Ferrari Mazzon (Soletrol) e Walter Bodra (JMS). A assembleia elegeu ainda os suplentes Mauro Isaac Aisemberg (Pro-Sol) e Luiz Antônio dos Santos Pinto (Solis).

A próxima reunião do DASOL irá definir o cargo e as atribuições de cada diretor eleito.

No encerramento da assembleia, Amaurício Gomes Lúcio destacou os desafios, conquistas e realizações que contribuíram para o fortalecimento do setor de aquecimento solar e convidou a todos para um brinde de champanhe e bolo de aniversário, enfeitado com a logomarca dos 20 anos do DASOL.

DASOL 20 anos

8 Especial

Dezembro/2001 Renovação do IPI para aquecedores solares (Decreto Federal 4.070/01).

1992 1997

Final dos anos 70 – Início das pesquisas em Universidades e da Indústria de Aquecimento Solar no Brasil

Anos 90 Maior profissionalismo, associação de classe e programas demonstrativos e de alavancagem do setor, surgimento do grupo setorial de Aquecimento Solar da ABRAVA.

1998 1999 2000 2001 2003

Dezembro de 1997 Inauguração do Laboratório doGREEN IPUC-MG. Isenção do ICMSpara aquecedores solares de água.

1998Primeiros testes de aquecedores solares para o PBE e isenção também do IPI para aquecedores solares.

Julho/1998Grupo Setorial passa a se denominar DASOL. Novembro/19982º Encontro Nacional das Empresas de Aquecimento Solar (ENASOL) e lançamento da cartilha “Aquecedor Solar em sua Casa: A Melhor Opção de Água Quente”.

1999Primeiros coletores com etiqueta de eficiência energética.

Junho/ 2000 3º Encontro Nacional das Empresas de Aquecimento Solar (ENASOL), Belo Horizonte.

1996Fevereiro/1996Acordo do Grupo Setorial e o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

Junho/19961º Encontro Nacional das Empresas de Aquecimento Solar (ENASOL), em São Paulo. Manual Técnico Básico do Aquecimento.Publicação de“O Aquecedor Solar deÁgua para o Setor Elétricoe Usuários Finais”.

2003Dasol participa da FEBRAVA.

3° ENASOL – realizado em Junho/2000 FEBRAVA 2003 – DASOL participa do evento

1998 – Selo Informativo de isenção do ICMS/IPI para aquecedores solares

1° ENASOL – realizado em Junho/1996

2005Abril/20051° Edição daRevista Sol Brasil.

Maio/2005Lançamento do Programa Qualisol Brasil paraqualificação de fornecedores de SAS.

20062006 Lançamento da Iniciativa Cidades Solares.

9Especial

2010 20112010Revisão de novos módulos do Programa Dasol de Capacitação.

Abril/2010Reformulação do programa de capacitação em sistema de aquecimento solar do Dasol com a Professora Elizabeth Duarte.

Julho/2010Relançamento da Revista Sol Brasil.

Novembro/2010 Eletrobras e Inmetro lançam EtiquetaProcel Edifica.

2011Exposição de sistema de aquecimento solar em 15 parques da cidade deSão Paulo.

Maio/ 2011Projetos básicos de instalação de SAS disponíveis no site do DASOL e lançamento do Manual de Segurança e Prevenção de Acidentes.

Julho/2011Portaria do Ministério das Cidades torna obrigatória instalação de SAS em moradias do Programa Minha Casa Minha Vida para famílias com renda até 3 salários mínimos.

Novembro/20111º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (CB-SOL) e Feira e Exposição de Sistemas de Aquecimento Solar (EXPOSOLAR), Campinas.

Fevereiro/2012: Workshop PBE Solar: Novos requisitos em Consulta Pública

Março/2012 – Mudança no Regimento do DASOL

Junho/2012 – Nova regulamentação institui a certificação compulsória para sistemas de aquecimento solar

Agosto/2012 – Lançamento do Simulador Solar do IPT

Segundo semestre/2012 – Lançamento dos workshops Ligado em Energia Solar

CB-Solar, Programa de Capacitação, PBE e Minha Casa Minha Vida:várias frentes de atuação do DASOL

2012

2011 – Exposição de sistema de aquecimento solar em 15 parques da cidade de São Paulo 2011 – CB-SOL e Exposolar

WorkshopPBE Solar

Professora Elizabeth Duarte

20092009 ABRAVA/DASOL participa do Grupo de Trabalho (GT) juntamente com Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia, Ministério das cidades e Caixa Econômica Federal – Programa Minha Casa eMinha Vida.

Especialista em coletores solares

Fabricantes de coletores solares de todo o mundo estão enfrentando uma série de desafios. O principal deles é reduzir custos com o uso de novos materiais e flexibilidade na produção.

Da Sun & Wind Energy 9/2012

Tradução: Marcelo Mesquita, do DASOL

Tecnologia10

A fabricação de uma placa absorvedora (coletor) envolve duas etapas. A primeira é a montagem das aletas absorve-doras junto aos tubos de cobre, formando o componente que vai captar a energia solar e transferi-la para a água em forma de energia térmica.

O segundo passo é a montagem da placa coletora dentro da caixa do equipamento. Os fabricantes nem sempre com-binam estas duas etapas em um mesmo processo.

Há especialistas na fabricação de coletores, como a Prime Lazer Technology SA, da Grécia, que há alguns anos intro-duziu a soldagem a laser. Na Alemanha, a Ruperti trabalha concentrada no processo de solda ultrassônica para a fabri-cação de coletores. Já a alemã ForSun só fabrica coletores utilizando a soldagem passo contínuo (CSW) no processo de união de elementos do coletor.

Além das empresas que fabricam exclusivamente cole-

tores, existem também muitos fabricantes, como a GREE-NoneTEC Solarindustrie Gmbh, a Turkish Ezinç Metal San. Tic. A. S. ou a chinesa Shenzhen Prosunpro Solar Energy Co. Ltd., dedicadas a coletores de grande porte. Essas em-presas fornecem placas absorvedoras como produtos OEM (Original Equipment Manufacturer) para as empresas que fabricam coletores.

A fabricação OEM está crescendo?

Pressões sobre os preços pesam fortemente sobre os fabri-cantes de coletores. A economia pode ser feita especialmente reduzindo o consumo de materiais caros.

Para Jenny Shi, gerente de vendas sênior de Prosunpro, a mudança para o alumínio é a principal tarefa. Coletores solares que contêm folhas de cobre estão se tornando cada

Fabricante OEM

Enquanto­­a­maioria­dos­fabricantes­de­placas­coletoras­utilizam­laser­ou­solda­ultrassônica,­a­ForSun­usa­solda­passo­contínuo­(CSW).­

Tecnologia 11

Todas as indústrias de coletores incluem um teste de vazamento, como na Nobel.

vez mais raros. Esse fato se verifica em empresas da Espanha, como a

Astersa Aplicaciones Solares S.A., e em todas as fabricantes que utilizam o alumínio.

Marlon Rechberger, diretor de vendas e marketing da fabricante mexicana Kioto Clear Energy SA, estima que “em breve vamos chegar a praticamente 100% de alumínio”.

Tassos Dimas, diretor de exportação na fabricante grega Dimas SA, deduz que o mercado de coletores produzidos por empresas de OEM vai crescer nos próximos anos. “Mui-tos fabricantes solares estão à procura de OEM de coletores de cobre-alumínio apenas porque a tecnologia que utiliza laser continua a ser um investimento caro, tanto em termos de equipamentos como de manutenção”, diz ele.

Kostas Ploumitsakos, gerente de fábrica da grega Nobel, Xilinakis D. & Co, vai na mesma direção. Ele espera que as empresas que fabricam seus próprios coletores introduzam mudanças no processo de fabricação.

Marlon Rechberger discorda. “Mais e mais produtos para o processo de fabricação estão aparecendo no mercado. Os investimentos para as empresas menores não serão mais um grande obstáculo.”

Martin Wilhelmer, da austríaca ESC Energy Systems GmbH, também vê o declínio do mercado de coletores OEM como o mais provável. “Se você olhar para o coletor solar, na placa absorvedora você tem a metade do valor adicionado. Assim, no futuro, os produtores vão começar a produção de seu próprio coletor ou comprar o coletor inteiro como um produto OEM.”

Economizando materiais e custos

Até agora, quase todos os coletores de absorção possuem cobre. “Mas o alumínio, mais barato, também pode fazer incursões aqui”, acredita Alexander Eichwalder, diretor de vendas e marketing da GREENoneTEC, e Marlon Rech-berger, da Kioto Clear Energy.

As duas empresas pertencem ao grupo austríaco Kioto, mas ainda não usam tubo de alumínio. No entanto, mais da metade de todas as empresas já tomaram esta decisão. Algumas também utilizam tubos feitos da combinação dos

dois metais. A empresa Head Costas Travasaros é cética sobre as

chances de sucesso no mercado. “Por vários anos houve uma série de discussões sobre novos materiais, ou seja, de alumínio ou de alumínio / tubos de cobre, mas eles per-manecem em volume muito baixo.”

Para economizar nos custos de materiais, alguns fab-ricantes reduziram a espessura dos metais. No passado, isto tinha sido especialmente aplicado no caso das placas absorvedoras de cobre e as diferenças podem certamente ser vistas aqui. Tubos de cobre de diâmetro de 8 mm têm paredes de 0,5 mm de espessura, mas espessuras de 0,4 ou 0,35 mm são também comuns.

As mais finas paredes utilizadas têm apenas 0,3 mm de espessura. Os tubos não devem ser muito finos, caso con-trário, poderiam ser furados durante o processo de solda-gem. A fabricante CES não solda os tubos. No entanto, inclui no lado traseiro uma tira de metal em forma de ômega que é fixada à placa de absorção em um processo de estampagem.

Embora os tubos de alumínio tenham paredes mais espessas ( 0,8 mm ou 1,0 mm, devido à menor densidade), existem ainda consideráveis economias de custos em com-paração com o cobre. Os coletores de cobre com diâmetros de 18 ou 22 mm também têm, geralmente, paredes mais espessas, com 0,8 ou 1,0 mm, muitas vezes atendendo a

exigências normativas.Os custos também po-

dem ser reduzidos diminu-indo-se a qualidade. “Exis-te a tendência, de alguns fabricantes, de reduzir a qualidade de matérias-pri-mas para a produção de coletores devido à forte competição de preços”, diz o gerente geral da Astersa, Luis García Lagar.

Os processos de soldagem na Kioto Clear Energy são realizadas automaticamente.

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Tecnologia12

Mas isto não pode ser considerado uma solução. A questão-chave, portanto, continua sendo produzir com o mesmo nível de qualidade ou qualidade ain da melhor, mas de for-ma mais barata. “Os clientes não querem apenas melhorias nos requisitos de desempenho, mas também exigem cole-tores que cumpram as expectativas cada vez maiores”, diz Eichwalder.

Lotes com baixo volume

Empresas com fabricação própria de placas absorvedoras sempre produzem elevado número de coletores. As empre-sas que fabricam para clientes OEM não podem fazer isso, pois devem atender aos requisitos de cada cliente.

Para Alexander Eichwalder, um dos maiores desafios é o de obter “maior diversificação em quantidades menores da série”. Maior flexibilidade é necessária para se obter diversos tamanhos de lotes de baixo volume.

Para Tassos Dimas, o desafio consiste na fabricação de placas coletoras grandes. Os coletores de grande área ocupam apenas um nicho de mercado hoje, mas isso pode mudar se o segmento de mercado para sistemas de grande porte em escala de megawatt (MW) continuar a crescer.

Algumas empresas, como a de Dimas, já podem fabricar coletores de 5 ou 6 m de comprimento. Na empresa ForSun, as aletas têm até 8 m de comprimento.

Até agora, a maioria dos especialistas em coletores de grande área fabricam seus produtos usando aletas de ab-sorção.

Um tema importante é o uso de novos materiais, como os plásticos. Esta é a opinião de Miguel Rios, gerente de expor-tação da Openplus de Portugal, e Daniel Garcia Valladares, gerente comercial na Módulo Solar do México.

Ambos prevêem que os processos de soldagem para ligar o tubo e placa absorvedora se tornarão cada vez mais importantes. Kutay Ülke, executivo de exportação da Ezinç, ainda espera que projetos de absorção completamente novos apareçam num futuro próximo e, portanto, complementem as novas tecnologias de desenvolvimento da produção. Um exemplo são os absorvedores com canais de líquido por toda a superfície, como algumas empresas já apresentaram este ano na Europa Intersolar.

As empresas adquiriram capacidades impressionantes para a fabricação de placas absorvedoras. A GREENoneTEC está executando novas linhas e pode fabricar 1,6 milhão de m2 por ano.

Os austríacos são os únicos a operar linhas completa-mente automatizadas em que os robôs tomaram para si a tarefa de alimentar os materiais para o processo de solda-gem.

A Prosunpro Solar da China afirma ter capacidade para produzir 9 milhões de m2/ano.

No entanto, nenhum dos fabricantes está fazendo pleno uso do seu potencial. Uma coisa é clara: no futuro, a fabrica-ção de placas de absorção não será um gargalo para o setor.

Aletas podem ser fabricadas continuamente em qualquer

comprimento desejável.

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Entrevista 13

GREEN-IPUC, parceiro estratégico do setor solar

Entrevista:Professora Dra. Antonia Sônia, coordenadora

SOL BRASIL - Como surgiu o GREEN?O Grupo de Estudos em Energia (GREEN-

-IPUC) foi criado em novembro de 1997, represen-tando a visão estratégica da Pontifícia Universida-de Católica de Minas Gerais (PUC Minas) sobre a importância das energias renováveis e eficiência energética para o desenvolvimento sustentável do País.

Quais as principais atividades do GREEN--IPUC e como é sua relação com a PUC?

O GREEN-IPUC desenvolve atividades de pesquisa, extensão e ensino nas áreas de energias renováveis com ênfase em energia solar térmica e fotovoltaica, geração distribuída, veículos elétricos e eficiência energética, incluindo co-geração.

O trabalho do GREEN-IPUC tem características interdisciplinares, envolvendo professores e/ou pesquisadores e estudantes de várias Engenharias (Energia, Mecânica, Mecatrônica, Elétrica, Eletrô-nica e Telecomunicações, Controle e Automação), Física, Arquitetura, Administração e Ciência da Computação.

Ao longo de sua história, o GREEN-IPUC contribuiu para a formação de dezenas de profis-sionais em diversos cursos de graduação e pós--graduação da PUC Minas. Esses profissionais hoje estão no mercado de trabalho, muitos deles no setor de energia solar. O GREEN-IPUC é vinculado ao Instituto Politécnico da PUC Minas (IPUC), filiada à Sociedade Mineira de Cultura (SMC).

Referência em pesquisa sobre energia solar no Brasil, o Grupo de Estudos em Energia vinculado ao Instituto Politécnico da PUC Minas (GREEN-IPUC) tem dado expressiva contribuição para o desenvolvimento da tecnologia e do setor de aquecimento solar.

Nesta entrevista, a professora Antonia Sônia, coordenadora do GREEN-IPUC, descreve essa contribuição e fala sobre a nova regulamentação do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE-Solar).

Profa. Dra. Antonia Sônia: nova regulamentação é mais um passo para elevar a qualidade dos equipamentos

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Entrevista14

Qual é a estrutura disponível no GREEN-IPUC para realizar pesquisas sobre tecnologia solar?

O GREEN-IPUC está localizado em Belo Horizonte, no campus Coração Eucarístico da PUC Minas, em uma área superior a 2.000 m2. Possui vários laboratórios para ensaios de equipamentos, destacando-se o Laboratório de Energia Solar Térmica e o Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica.

Os laboratórios contam com vários profissionais dedica-dos à pesquisa, dentre eles seis doutores, três engenheiros, três técnicos e dois auxiliares administrativos, além de toda a infraestrutura de suporte administrativo e financeiro para o adequado desenvolvimento de suas atividades de extensão.

Estes laboratórios estão plenamente equipados para desenvolver todas as atividades de extensão e pesquisa previstas. Um dos equipamentos de destaque é o primeiro Simulador Solar da América Latina, instalado no Laboratório de Energia Solar Térmica da PUC-MG em 2004, no âmbito da cooperação técnica entre a Eletrobras, por intermédio do Procel, a SMC e a PUC Minas.

Os serviços são prestados para quais segmentos do mercado?

Dentro das suas atribuições de extensão, o GREEN-IPUC presta serviços ao setor elétrico, com o objetivo de promover o uso eficiente da energia elétrica, destacando-se os traba-lhos executados para o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), sob coordenação do Inmetro, e para o Programa Selo Procel, sob coordenação da Eletrobras.

Quando o laboratório iniciou pesquisas relacionadas à energia solar térmica?

As pesquisas na área de energia solar térmica na PUC Minas foram iniciadas antes da criação do GREEN-IPUC, que representou a consolidação desta área de pesquisa dentro da PUC Minas. Estes trabalhos foram desenvolvidos em parceria com várias instituições, destacando-se a Cemig e a Eletrobras.

Qual é a participação da Eletrobras?A Eletrobras é um parceiro importante do GREEN-IPUC

desde a sua criação, destacando-se a instalação do Simulador Solar no Laboratório de Energia Solar Térmica, no âmbito do convênio Eletrobras/SMC (PUC Minas) nº ECV-006/2004. Este convênio tem contribuído para consolidar as linhas de pesquisa e extensão na área de aquecimento solar, em apoio às atividades do Selo Procel de Economia de Energia e ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

Quais os destaques/avanços que o GREEN-IPUC identi-fica a partir dos ensaios realizados nos reservatórios térmicos e coletores solares nos últimos anos?

Os ensaios contribuíram para o aprimoramento dos pro-dutos do setor de aquecimento solar brasileiro, a expansão do mercado e o aumento da confiança do consumidor nesta tecnologia.

Como o GREEN-IPUC avalia a nova regulamentação do

GREEN-IPUC instalou o primeiro simulador solar da América Latina

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Aquecedor Solar Komeco.Até 70% de economia no consumo de energia.

www.komeco.com.br

Entrevista 15

setor de aquecimento solar?Nós avaliamos como mais um passo para au-

mentar a qualidade dos equipamentos de aqueci-mento solar e ampliação do mercado deste setor.

O que mudará para o laboratório GREEN-IPUC com essa nova regulamentação?

Nós teremos de aumentar a infraestrutura do Laboratório de Energia Solar Térmica do GREEN--IPUC, com a instalação de novas bancadas de testes e consequente aumento de capacitação da nossa equipe.

Qual a importância da inserção do organismo de certificação de produto na nova regulamentação do setor de aquecimento solar?

A inserção do OCP trará maior agilidade aos processos do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

Quais foram as últimas melhorias técnicas, infraestrutura e novos equipamentos adquiridos pelo GREEN-IPUC para atendimento do mercado?

Recentemente, foram instalados no Laborató-rio de Energia Solar Térmica equipamentos para aperfeiçoamento do ensaio de choque térmico, tais como aspersores de água precisos e controlados, uma balança de alta precisão para pesagem dos coletores, melhoria do sistema de aquisição de dados, dentre outras melhorias, bem como maior automação de outros ensaios. Estão em fase de estudo e projeto as novas bancadas para realizar os ensaios previstos na nova regulamentação.

Qual a importância dos ensaios do setor de aquecimento

solar para o laboratório GREEN-IPUC?Para o GREEN-IPUC, os ensaios do PBE para o setor

de aquecimento solar representam um processo contínuo de aprimoramento da nossa equipe, alinhado com a visão estratégica da PUC Minas sobre a importância das energias renováveis e eficiência energética para o desenvolvimento sustentável.

Laboratórios do GREEN-IPUC estão instalados no campus Coração Eucarístico da PUC

Minas, em Belo Horizonte

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A campanha para economizar energia é impulsionada pelo objetivo de reduzir as emissões de CO2 em todo o mundo. Por esta razão, as diretivas da União Europeia exigem normas de isolamento para minimizar as perdas de calor. Como os sistemas solares térmicos não emitem CO2 na geração de calor a partir da energia solar – embora exista parcela de consumo de eletricidade para o bombeamento e sistemas de controle -, o risco é negligenciar a questão da eficiência e o rendimento máximo nesses sistemas.

Os responsáveis por sistemas solares-- térmicos são aconselhados a manter em bom estado o isolamento das instalações para obter o máximo rendimento da energia térmica e, com isso, aumentar a contribuição da energia

Tubos pré-isolados: isolamento correto e instalação fácil

Katharina Ertmer da Sun & Wind Energy – Outubro/2012Tradução: Marcelo Mesquita, do DASOL

Mesmo que sistemas solares neutralizem suas emissões de CO2 ,

o importante é: quanto mais eficiente, melhor. Uma tubulação que transporta

a energia solar com bom revestimento térmico pode contribuir para isso. Por

esta razão, os fabricantes dedicam muito do seu tempo ao isolamento.

solar, bem como a economia do sistema.A influência que a espessura do isolamento pode ter so-

bre o desempenho do sistema de energia solar foi provada pela Aeroline Tubo Sistemas Baumann GmbH. A fabricante de sistemas de tubos com isolamento térmico da Alemanha tem simulado como a performance da energia solar diminui quanto mais fino for o isolamento.

Enquanto o rendimento de um sistema solar de água quente típico de alta qualidade é de 53% com 17 mm de espessura, esse rendimento diminui para 51% quando é utilizado isolamento de 13 mm de espessura.

Se o isolamento é realizado a partir de um material menos resistente ao calor, o rendimento diminui em um ponto per-

16 Mundo Verde

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Instalação­de­um­sistema­solar.­Tubos­com­revestimento­térmicodesempenham­papel­importante­na­otimização­do­rendimento.­

Com rápidas e adequadas conexões, os tubos podem ser­­firmemente­ligados­aos­coletores no telhado em uma­instalação­simples.

Sistemas de Aquecimento Solar BoschSoluções com a marca da efi ciência

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Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

Mundo Verde 17

centual. Completamente sem isolamento, a empresa obtém um valor de cerca de 40%.

De acordo com a Aeroline Tubo Sistemas Baumann, vale a pena investir no isolamento de maior qualidade. O custo adicional seria amortizado rapidamente pela energia economizada, considerando os altos custos de energia que prevalecem na Alemanha.

Como o isolamento muito grosso pode ser um obstáculo durante a instalação, os fabricantes de tubos com revesti-mento térmico sempre enfatizam que eles podem oferecer um isolamento mais fino com o mesmo efeito, utilizando borracha de alta qualidade e produtos de EPDM ou novos materiais.

Durante a pesquisa de mercado realizada pela revista Sun & Wind Energy, os fabricantes apresentaram como objetivos do setor a ampliação da resistência à temperatura para manter a eficiência do coletor ao mesmo tempo em que a espessura do isolamento vem sendo reduzida para baixar custos e facilitar a instalação.

Isolamento, fator decisivo

Isolamento EPDM tem até agora se tornado padrão. O novo material é considerado promissor, mas é também, em parte, desconfiança. O material de lã é anunciado por fornecedores como tendo boas propriedades de isolamento.

A Armacell oferece uma mistura de lã e EPDM. Em pri-meiro lugar, o tubo é isolado por uma camada de lã de alta temperatura, seguida por uma camada de borracha sintética à base de EPDM.

A espessura do isolamento é de 22 mm e a condutividade térmica a 40 °C é de 0,042 W/(mK). Este tipo de isolamento resiste a temperaturas de 220 °C, segundo a empresa. A Armacell anuncia este isolamento como especificamente adequado para sistemas de altas temperaturas.

O fabricante Wip traz especificações semelhantes para a sua lã. A condutividade térmica a 40 °C é de 0,037 W/(mK), sendo um dos produtos resistentes a temperaturas de até 280 °C.

As propriedades da lã, quando expostas a condições de umidade, também são discutidas com controvérsia - pode-riam gerar poeira fina, com efeitos nocivos à saúde.

As fabricantes Ayvaz (Turquia) e Aktarus (Itália) espe-cificam valores ainda melhores para seu Aerogel, material isolante com espessura de isolamento muito fina.

No entanto, este material feito de nanopartículas é criticado por ser prejudicial à saúde. Durante a fabricação e instalação, quando o material está sendo cortado, poderia haver liberação de nanopartículas que seriam inaladas ou absorvidas através da pele.

A Agência Ambiental Alemã está investigando estas questões. No entanto, até agora não houve resultados con-clusivos sobre os efeitos de nanopartículas em seres huma-nos e meio ambiente. Muito pouco se sabe até este ponto.

Produção e mercados

Além da Golden Century Technology Co., outra empresa chinesa se apresentou este ano na Intersolar, em Munique, para conquistar clientes no mercado europeu. A empresa Ningbo Hongwu Pipe Industry produz tubos e conexões e monta os tubos solares com isolamento.

A italiana SolarTecnica também estava na Intersolar pela primeira vez. Ela monta tubos solares em todos os tamanhos padronizados e adquire o material isolante da Alemanha. A Alveoflex Solar, da Eslováquia, começou recentemente no negócio de energia solar térmica. A empresa compra o isolamento para a montagem dos tubos da alemã Aeroflex GmbH.

Para garantir padrões uniformes e oportunidade para comparação com o mercado europeu, todos os produtos que foram comercializados na Europa desde agosto de 2012 devem atender ao padrão do produto europeu, que é marcado pela certificação CE. Com isso, termina o período de transição, em que as normas nacionais tiveram de ser substituídas por outras europeias. A Armacell informou que a fábrica de Münster, na Alemanha, já possui certi-ficado CE.