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Índice2

Expediente

Revista SOL BRASIL Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condi­cio­nado,­Ventilação­e­Aquecimento­(ABRAVA). Conselho Editorial: Edson Pereira, Maria Cecilia Amaral, Marcelo­Mesquita,­Nathalia­P.­Moreno­e­Natália­OkabayashiEdição: Ana­Cristina­da­Conceição­(MTb­18.378)Projeto­gráfico­e­editoração­eletrônica:­Izilda Fontainha Simões Foto de capa: Clovis Deangelo

Conselho de Administração do DASOLPresidência - Amaurício Gomes LúcioVP­Relações­Institucionais­(VPI)­-­Carlos­Artur­A.­AlencarVP Operações e Finanças (VPOF) - Claudiomar Danilo da SilvaVP­Tecnologia­e­Meio­Ambiente­(VPTMA)­- Luís Augusto Ferrari MazzonVP­Marketing­(VPM)­-­Edson PereiraVP­Desenvolvimento­Associativo­(VPDA)­-­Luís­Cláudio­Karpenko­BenedettiPast President (PP) - José­Ronaldo­KulbGestora - Maria Cecilia AmaralConsultor - Marcelo MesquitaDASOL/ABRAVA­Avenida­Rio­Branco,­1492­–­Campos­Elíseos­–São­Paulo­–­SP­–­CEP­01206-905­-­Telefone­(11)­3361-7266­(r.142)Fale conosco: [email protected]

Entrevista

Mais qualidade e segurança para o consumidorAnalista­do­Inmetro­explica­benefícios­da­certificação­compulsória­dos­sistemas de aquecimento solar

Mundo Verde

Editorial

Aquecedor­da­Tuma­atende­Lei­Solar­Equipamento­garante­10­mil­litros­diários­de­água­quente­em­edifício­residencial em São Paulo

Uma importante conquista para o setor

Proteção total com coletores vaziosEmpresas europeias investem em novos conceitos sobre sistemas de drenagem

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Case Solar

5

18

4

Soletrol desenvolve projeto para indústria de bebidasEnergia­solar­aquece­água­utilizada­no­processo­produtivo­da­fábrica­da­CNBN, em São Manuel (SP)

Empresas Associadas

Notícias do Dasol

8 Cinco­cidades­receberão­o­workshop­Ligado em Energia Solar

Dimensionamento de SAS de grande porte­é­destaque­no­9º­COBEE

Seminário­discute­tecnologia­solar­para­edifícios­sustentáveis­

Tecnologia

Resultados dos testes são muitas vezes mal interpretadosEm­entrevista­à­Sun­&­Wind­Energy,­especialista mostra por que ensaios técnicos apresentam conclusões aparentemente­contraditórias

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Especial

Saem as novas regras de­certificação­para­o­aquecimento solarFabricantes, importadores e comércio têm prazo para se adequar à exigência de registro no Inmetro

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9

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Uma importante conquista

O DASOL (Departamento Nacional de Aqueci-mento Solar da ABRAVA) empreende há 20 anos uma incansável luta pelo fortalecimento do setor, a busca de competitividade nesse mercado e a promoção da energia solar como solução sustentável para a humanidade.

Esta luta passa pela ampliação das possibilidades de aplicação da tecnologia solar e pelo desenvolvimento de produtos cada vez melhores e mais eficientes.

A recente publicação das regulamentações do In-metro para a certificação e etiquetagem compulsórias dos equipamentos solares é mais um passo nessa direção.

A certificação e etiquetagem representam um importante marco para o fortaleci-mento do mercado brasileiro de SAS. O DASOL se compromete, juntamente com os organismos competentes, a trabalhar com determinação e seriedade para que a certi-ficação compulsória se consolide como mais uma conquista do nosso setor.

Esta edição da Sol Brasil detalha esse processo e as regras de implantação da cer-tificação abrangendo fabricantes, importadores e comercializadores dos sistemas de aquecimento solar. Adicionalmente, na seção Entrevista, a analista executiva do Inmetro Danielle Assafin fala dos planos do instituto para consolidar o processo de certificação.

A revista ainda traz outros temas de interesse do leitor, inclusive dois cases bem-sucedidos da aplicação da tecnologia solar em um edifício residencial de grande porte e em uma indústria do setor de bebidas.

Desejamos a todos uma boa leitura!

Maria Cecilia AmaralGestora do DASOL

Editorial 3

Foto:­Tum

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4 Case Solar

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A Soletrol desenvolveu projeto inovador em conjunto com a CNBN – Companhia Nacional de Bebidas Nobres para usar energia solar no aquecimento da água utilizada no processo produtivo. A CNBN é uma tradicional indústria do setor de bebi-das, localizada em São Manuel, interior de São Paulo, e dona das marcas Belco, Tauber, Kalena, Capivaryana, Fruta Toon e Battery Energy Drink.

A primeira fase de implantação do sistema Soletrol já está em operação, com 320 m2 de área coletora solar aquecendo 9.000 litros de água/dia a temperaturas de até 80 ºC, o equivalente a 210 MWh.

Com a aplicação da opção solar, dei-xarão de ser queimadas anualmente cerca de 80 toneladas de briquetes destinados a alimentar as caldeiras. Os briquetes são fonte concentrada e comprimida de material energético a partir de lenha ecológica.

O sistema inaugura uma nova fase no uso do aquecimento solar na indústria

Projeto inovador da Soletrol em parceria com a fabricante CNBN

evitará a queima de 80 toneladas de briquetes por ano

brasileira. “A utilização de tecnologias modernas e uma parceria muito próxima entre a Soletrol e a CNBN demonstra a efetiva possibilidade de novas aplicações de energia solar

para aquecimento de água, reduzindo custos operacionais e trazendo benefícios ambientais”, aponta Lúcio Mesquita, engenheiro responsável pelo projeto.

“É um exemplo do que pode ser feito, pois existem milhares de outras aplica-ções industriais viáveis do ponto de vista econômico e ambiental”, acrescenta.

Para Luís Augusto Ferrari Mazzon, diretor presidente da Soletrol, essa é mais uma demonstração do comprometimen-to da empresa com o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações com ener-gia solar que possibilitem o uso racional de energia e a preservação ambiental.

“O desenvolvimento do mercado de aquecimento solar é um dos nossos principais objetivos e é uma marca in-contestável nesses mais de 30 anos de ati-vidades da Soletrol”, comenta Mazzon.

Fábrica de bebidas utiliza energia solar no processo produtivo

Soletrol Indústria e Comércio Ltda.

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 30/11/1992

www.soletrol.com.br

5Case Solar

A Construtora Trisul instalou um sistema de aquecimen-to solar (SAS) TUMA no Edifício Residencial Imoleve, que tem 20 andares e 80 apartamentos. A instalação atende a Lei Municipal n. 14.459, que exige energia solar no aquecimento de água nas novas edificações da cidade de São Paulo.

O sistema conta com área coletora de 176 m² e dois reser-vatórios térmicos de 5 mil litros. O SAS opera em regime de circulação forçada e foi subdividido em dois sistemas inde-pendentes, cada um atendendo uma ala de apartamentos. Ao todo, são 10 mil litros de água aquecidos por dia.

Nesta instalação, como peculiaridade, os projetistas op-taram pelo uso de trocadores de calor instalados em cada um dos apartamentos. Esta tecnologia facilita a aplicação da medição individualizada de consumo de água por unidade habitacional, procedimento também obrigatório na cidade de São Paulo.

O maior desafio da obra foi a solução de engenharia que viabilizasse a instalação do maior número possível de coletores. A fim de maximizar o desempenho do SAS, foi aproveitada toda a área não sombreada disponível na cobertura do edifício. Foi necessária a construção de bases elevadas para os grandes planos inclinados de coletores sola-res, permitindo assim o aproveitamento máximo de espaço.

Para adequar a distribuição de peso na laje da cobertura devido à instalação dos dois reservatórios térmicos, com

SAS instalado em edifício residencial garante aquecimentodiário de 10 mil litros de água

Divulga

ção­Tuma

Aquecedor TUMA atendeLei Solar de São Paulo

Tuma Industrial Ltda

Associada ao DASOL/ABRAVA desde: 23/09/1999

www.tuma.ind.br

pouco mais de cinco toneladas cada, foi indispensável a construção de um reforço para suportar a sobrecarga, ajus-tando assim um item não previsto no projeto estrutural original.

A instalação do SAS foi concluída em junho de 2012 e foi feita pela Velp Mais, empresa parceira da TUMA no Estado de São Paulo desde o ano 2000.

6 Especial

Saem as novas regras de certificação para o aquecimento solar

Há 12 anos, o setor de aquecimento solar participa do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Inmetro, den-tro dos critérios da “Etiquetagem Voluntária”. A partir de junho deste ano teve início um processo de transição dentro do Programa para novas regras com base na “Certificação Compulsória”.

As principais mudanças definem que a fabricação, im-portação e comercialização de sistemas de aquecimento solar - SAS (coletores e reservatórios térmicos) no mercado nacional deverão ter obrigatoriamente o registro no Inmetro.

As novas regras valem para coletores solares aplicação banho e piscina (abertos ou fechados), reservatórios térmicos fechados com capacidade até mil litros e sistemas acoplados, incluindo os equipamentos de tubos de vácuo.

Não foram contemplados no regulamento os equipamen-tos dos tipos concentrador solar parabólico, disco, heliocên-trico e os reservatórios abertos.

Regulamentação

As novas determinações para fabricação de coletores e reservatórios térmicos estão consolidadas em três documentos

do Inmetro. O novo regulamento e requisitos foram elaborados com

base em sugestões coletadas durante processo de consulta pública realizado no final de 2011 e início de 2012 e são regi-dos de maneira ampla pelo documento “Requisitos Gerais de Certificação de Produtos – RGCP” de 2011. Este documento reúne as regras comuns a todos os Programas de Avaliação da Conformidade que utilizem o Mecanismo de Certificação de Produtos.

Duas novas regulamentações especificam as condições do PBE solar térmico:

• RTQ - Regulamento Técnico da Qualidade para Equi-pamentos de Aquecimento Solar de Água

Definido pela Portaria 301 de 14 de junho de 2012, o RTQ estabelece requisitos essenciais que os equipamentos devem atender, com foco na segurança, no meio ambiente e desempenho energético, visando à prevenção de acidentes e à eficiência energética.

• RAC - Requisitos de Avaliação da Conformidade para Equipamentos de Aquecimento Solar de Água

Etiqueta do Inmetro torna-se compulsória para equipamentos solares

Solicitação da certificação Auditoria Inicial Ensaios Iniciais

Tratamento denãoconformidades

Emissão deCertificado

Auditoria deManutenção

Ensaios deManutenção

Tratamento denãoconformidades

Confirmação daManutençaõ

Periodicamente(12 meses)

Periodicamente(4 anos) Recertificação

7Especial

Aprovado pela Portaria 352 de 06 de julho de 2012, estabe-lece critérios para o Programa de Avaliação da Conformidade (PAC) de Equipamentos de Aquecimento Solar de Água fabri-cados, importados ou comercializados no mercado nacional.

Cronograma

a. A partir de 24 meses da publicação da Portaria 352, ou seja, a partir de julho de 2014, somente poderão ser fabricados e importados SAS que tenham registro no Inmetro e estejam acompanhados da respectiva ENCE.

b. A partir de 30 meses da publicação da Portaria 352, ou seja, a partir de janeiro de 2015, fabricantes e importadores poderão comercializar somente SAS que tenham registro no Inmetro. Esse prazo visa esgotar os estoques remanescentes de equipamentos produzidos sem a ENCE.

c. A partir de 36 meses da publicação da Portaria 352, ou seja, a partir de julho de 2015, somente poderão ser comercia-lizados produtos em conformidade com o novo regulamento. Esse prazo visa zerar os estoques do comércio de equipamen-tos eventualmente produzidos sem a ENCE.

O fluxo da certificação

Pelas novas regras, estão previstos ensaios adicionais, realizados no início da certificação (ensaios iniciais) e a cada quatro anos nas recertificações.

Anualmente, também serão exigidos ensaios para fins de manutenção do equipamento no Programa (ensaios de manutenção). Além dos aspectos técnicos, as novas regras

A certificação pelo modelo nº 5 contempla, além dos ensaios do produto, auditorias no sistema de gestão da qualidade do fabricante e/ou importador, de acordo com alguns

requisitos da norma ISO 9001, e obedecerá o seguinte fluxo:

também incluem avaliação e aprovação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) do processo produtivo, a ser realizada pelo Organismo Certificador de Avaliação da Conformidade (OAC), conforme requisitos da norma ABNT NBR ISO 9001.

ENCE que será utilizada nos produtos para atender as novas regras de certificação

Notícias do Dasol8

O aquecimento solar de água foi um dos temas discutidos no 8º Seminário Tecnologia de Sistemas Prediais, promovido dia 19 de junho pelo SindusCon--SP com apoio institucional da ABRAVA.

Realizado no Centro Brasileiro Britânico em São Paulo (SP) e dirigido a incorporadoras e construtoras, o evento reuniu palestras sobre qualificação e inspe-ção de serviços de execução de instalações e tecnolo-gias disponíveis no Brasil para tornar as edificações sustentáveis.

Na palestra “Tecnologia e condicionantes do em-prego de sistemas de aquecimento solar em edifícios de múltiplos pavimentos”, o engenheiro José Jorge Chaguri Junior apresentou as características de projetos prediais em todo o mundo e o atendimento às Leis Solares no Brasil.

O palestrante destacou a cidade de Belo Horizonte e experiências internacionais em localidades onde o aqueci-mento solar já é realidade, resultado da conscientização da população local.

Palestra destacou aquecimento solar no Brasil e no mundo

Para mensurar os resultados dessa aplicação, o enge-nheiro considerou a necessidade de estudo de casos reais nos próximos meses e o acompanhamento das instalações nos processos de instalação, acionamento, comissionamento e operação.

Apresentações do seminário SindusCon-SP:http://www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=4467

Seminário discute tecnologia para edificações sustentáveis

Notícias do Dasol 9

O setor de aquecimento solar esteve presente no 9º Con-gresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE) e na feira de negócios ExpoEficiência, realizados dias 11 e 12 de julho em São Paulo.

Organizados pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação e Energia (Abesco), os dois eventos contaram com o apoio da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

A palestra “Como dimensionar sistemas de aquecimento solar de grande porte”, apresentada por José Ronaldo Kulb, CEO da Heliotek e ex-presidente do DASOL, foi um dos des-taques do painel sobre edificações sustentáveis e processos de certificação. Na ExpoEficiência, o setor de aquecimento solar esteve representado nos estandes da Heliotek e da Jelly Fish.

Diretores do DASOL prestigiaram o evento, que reuniu concessionárias de energia, Escos, fornecedoras, instaladoras

Dimensionamento de SAS de grande porte foi um dos destaques da programação

e fabricantes de produtos, projetos e soluções em eficiência energética. Aos associados da ABRAVA foram oferecidas condições especiais para a compra de ingressos, semelhantes às disponíveis para os filiados da Abesco.

A abertura do evento contou com personalidades da Abesco, Fiesp, empresas privadas e de áreas de energia do governo (MME, MMA, EPE, ANEEL). Máximo Luiz Pom-permayer, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da ANEEL, destacou a necessidade de revisar a atual vinculação dos programas de eficiência energética para habitações de interesse social com a par-ticipação das famílias nos programas sociais do governo.

Segundo Pompermayer, a sistemática atual vem se apre-sentando como um entrave à aplicação de recursos, havendo outras oportunidades com melhor relação custo benefício em prol da economia de energia.

Link: http://www.abesco.com.br/9eficienciaenergetica/

Aquecimento solar presente no 9º COBEE

De agosto a dezembro, o DA-SOL e o Procobre irão promo-ver workshops da campanha “Ligado em Energia Solar” para apresentar cases de sucesso de sistemas de aquecimento solar com aplicação do cobre em ho-teis, restaurantes, hospitais e outras edificações.

Os workshops vão acon-tecer nas cidades de São Paulo (22 de agosto), Belo Horizonte (20 de setembro), Campo Grande (17 de outubro), Cuiabá (27 de novembro) e Goiânia (5 de dezembro).

O objetivo do evento é fomentar a capacitação

DASOL e Procobre promovem capacitação profissional em cinco capitais

de profissionais e divulgar o sistema de aquecimento so-lar com o uso do cobre. Os workshops são dirigidos aos profissionais do aqueci-mento solar e da construção civil, ambientalistas, profes-sores universitários, pesqui-

sadores e estudantes, além de funcionários e dirigentes

públicos das áreas de habita-ção, meio ambiente e energia.

A inscrição para o workshop pode ser feita pelo site do DASOL

(www.dasolabrava.org.br). Mais infor-mações: (11) 3361-7266, ramais 142 e 144.

E-mail: [email protected].

Vem aí o workshopLigado em Energia Solar

10

A Feira Enersolar + Brasil / Greenergy Brasil, realizada entre 11 e 13 de julho, no Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo (SP), apresentou as principais tecnologias no Brasil e no mundo para geração de energia a partir da radiação solar.

De acordo com os organizadores, a feira contou com a participação de 150 expositores nacionais e internacionais de países como Itália, Estados Unidos, Alemanha, Portugal e outros.

Durante o congresso Ecoenergy, foram apresentadas diversas palestras sobre temas técnicos e estratégicos do

setor de energia. O engenheiro Marcelo Mesquita, do DASOL, trouxe dados da última pesqui-sa da Agência Internacional de Energia (EIA), sobre a utilização da energia solar térmica em vá-rios países do mundo e a forte presença dos coletores solar plano (fechados ou abertos), inclusive em países na Ásia. O DASOL foi responsável pelo envio dos dados brasileiros para a pesquisa da EIA.

Financiamento da Caixa

Outro destaque do congresso foi a apresentação de Mara Luisa Alvim Motta, gerente executiva de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal, sobre linhas de financiamen-to para aquecedores solares e a experiência do Programa Minha Casa Minha Vida.

Feira e congresso apresentam novidades da tecnologia solar

DASOL mostra mapa mundial da energia térmica no Ecoenergy

Notícias do Dasol

Mara Luisa salientou que o sistema de aquecimento solar é um item financiável em qualquer programa habitacional operado pela CAIXA. A gerente descreveu as diretrizes para inclusão dos aquecedores solares no Programa Minha Casa Minha Vida e apresentou dados sobre a pesquisa de satisfação dos moradores de empreendimentos habitacionais em Campo Grande (MS), Maringá (PR), Rio de Janeiro (RJ), Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).

Segundo a pesquisa, apesar de problemas isolados re-lacionados à instalação e vazamentos de água, de modo geral a tecnologia solar é bem aceita pelos moradores que percebem os benefícios para o meio ambiente e a economia na conta de energia elétrica.

Apresentações disponíveis no site www.feiraecoenergy.com.br

Entrevista 11

Certificação compulsória:mais qualidade e segurançapara o consumidor

Entrevista: Danielle Assafin Analista executiva de Metrologia e Qualidade do Inmetro

esta mudança, o processo de avaliação da conformidade ocorre por terceira parte, sendo gerenciado por um Organis-mo de Certificação de Produtos (OCP). Para proceder com a certificação do seu produto, o fornecedor deve procurar um Organismo de Certificação (OCP) acreditado pelo Inmetro

SOL BRASIL - Quais os pontos de destaque da nova regulamentação do PBE Solar? Quais são as etapas e prazos envolvidos?

Danielle Assafin - O novo marco regulatório para o PBE Solar foi instituído pelas Portarias Inmetro nº 301 e 352/2012, que estabelecem, respectivamente, o Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) e os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Equipamentos de Aquecimento Solar de Água.

A revisão do programa instituiu a com-pulsoriedade da regulamentação, tornando a certificação obrigatória para a comercialização desses equipamentos no país. Foram dados 24 meses, contatos de 10/07/2012, para a adequa-ção da produção e importação do produto aos novos requisitos. Foram dados mais seis meses para fabricantes e importadores escoarem seus estoques antigos. Já para a adequação da co-mercialização do produto no mercado nacional, foram dados 36 meses.

O que muda com essa nova regulamentação?O primeiro ponto de destaque da revisão do PBE Solar

está no estabelecimento da certificação compulsória. Com

A certificação obrigatória dos sistemas de aquecimento solar é garantia de mais qualidade e segurança para o consumidor brasileiro e importante iniciativa de combate aos produtos clandestinos.

Danielle Assafin, analista executiva do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade eTecnologia (Inmetro), descreve nesta entrevista como funciona a certificação e os prazos de adequação às novas regras.

Ela também explica os novos ensaios laboratoriais e as parcerias para dar às empresas suporte técnico e financeiro nesse processo.

Entrevista12

para o escopo do PBE Solar. Por meio do site do Inmetro, o fornecedor pode obter a lista destes organismos.

Outro ponto de destaque é a revisão dos requisitos técni-cos, feita com base na nova norma ABNT NBR 15747, partes 1 e 2, e no conhecimento e aprendizagem desenvolvidos pelos laboratórios e especialistas nestes últimos anos. Uma novidade, por exemplo, foi exigir a resistência dos materiais poliméricos dos coletores e reservatórios contra radiação ultravioleta.

Já para o coletor solar, foram incluídos novos ensaios, como o de carga mecânica, que verifica a capacidade de o coletor resistir à carga de pressão devido ao efeito de vento, e resistência ao congelamento e ao impacto, aplicáveis sempre que o produto for especificado pelo fornecedor como resis-tente. Além disso, foram resol-vidas importantes questões, como os critérios de aceitação do ensaio de choque térmico. Com a nova regulamentação, a infiltração de água no coletor solar devido ao choque térmico será caracterizada somente após o ensaio de penetração de chuva, tornando mais objetivo o processo de avaliação.

O que são os modelos de certificação 5 e 7? O processo de certificação pode ser conduzido por meio

de dois modelos diferentes, o modelo de certificação nº 5 e o nº 7, cabendo ao fornecedor optar por um deles. O modelo de certificação nº 5 inclui a realização de ensaios iniciais para avaliar a conformidade do produto aos requisitos técnicos.

Além disso, o processo produtivo também é submetido a auditorias, com base em alguns requisitos da norma ABNT ISO 9001, para verificar o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Exemplos de aspectos avaliados no SGQ são a aqui-sição e verificação do produto adquirido, monitoramento e medição de produto, controle de produto não conforme, identificação e rastreabilidade, satisfação e comunicação com o cliente.

Após conformidade na Avaliação Inicial, o OCP emite

o Certificado de Conformidade, com validade de 4 anos. A manutenção do certificado, por sua vez, depende dos resultados dos ensaios e auditorias periódicas, realizados a cada 12 meses.

Já o modelo de certificação nº 7 refere-se ao ensaio de lote. Por este modelo, não há auditoria no SGQ, porém devem ser realizados novos ensaios a cada lote de certificação.

Importante lembrar sobre a figura do Registro de Objetos, regulamentada pela Portaria Inmetro nº 491/2010. Uma vez obtido o Certificado da Conformidade para determinada família de coletor solar, família de reservatório térmico ou modelo de sistema acoplado, o fornecedor deve solicitar ao

Inmetro o Registro de Objeto, sem o qual não poderá comer-cializar seu produto. Para o caso do modelo de certificação nº 5, a manutenção do Registro de Objeto depende da realiza-ção das avaliações anuais de manutenção.

Quais os ganhos em se ampliar um programa de etiquetagem vo-

luntário para um programa de certificação compulsória?Um programa de certificação ganha em robustez e con-

fiabilidade frente a um programa baseado no mecanismo de declaração do fornecedor (etiquetagem). Isto porque a avaliação da conformidade passa a ser gerenciada por uma terceira parte, no caso, o Organismo de Certificação de Produto (OCP).

Percebeu-se que a avaliação da conformidade para equipamentos de aquecimento solar de água deveria con-templar mais do que requisitos relacionados ao desempenho energético, mas também à segurança. Isso vem justificar a mudança de mecanismo de avaliação da conformidade. Por exemplo, o risco de explosão de um coletor solar é diminuído se for verificado com sucesso que o produto de fato suporta a pressão nominal. O reservatório térmico com suporte elétrico, por sua vez, precisa ser avaliado quanto à segurança elétrica.

Quanto à compulsoriedade da regulamentação, ela

Primeiramente, os fornecedores devem adequar produtose processos aos requisitos

do RTQ e RAC

Entrevista 13

Sistemas de Aquecimento Solar BoschSoluções com a marca da efi ciência

E Maior economia de energia E Menor área coletora E Melhor relação R$/kWh do mercado E Alta durabilidade e qualidade

www.bosch.com.br/termotecnologia

permite a equiparação do mercado para o atendimento de requisitos mínimos, favorecendo a isonomia das con-dições de competição. Além disso, possibilita o controle da importação, garantindo que os produtos estrangeiros comercializados no país atendam a padrões mínimos de segurança e desempenho.

Há algum case interessante dessa alteração em outro setor? Quais foram os ganhos para o setor e consumidores e as principais lições aprendidas com a compulsoriedade?

Grande parte dos Programas Brasileiros de Etiquetagem (PBEs) para os diversos tipos de produtos estão atualmente em processo de revisão para o mecanismo da certifi-cação compulsória, mas somente os programas para Fogões a Gás e para Equipamentos de Aquecimento Solar de Água já finalizaram essa alteração.

O que as empresas devem fazer para se adequar a esse novo processo de cer-tificação?

Os fornecedores devem, primei-ramente, realizar as adequações necessárias em seus produtos e pro-cessos produtivos para atender os requisitos do Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) e dos Requisi-tos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Equipamentos de Aquecimento Solar de Água, respectivamente, Portarias Inmetro nº 301 e 352/2012.

Após essa adequação, o fornecedor deve proceder à solicitação da certificação ao Organismo de Certificação do Produto (OCP), que irá gerenciar as etapas do processo de avaliação da conformidade.

As empresas interessadas podem se antecipar aos prazos na

adoção do novo regulamento em seus processos? Como pode ser manifestada essa intenção?

As empresas já podem proceder com a certificação de seus produtos assim que for formada a infraestrutura de

certificação para o PBE Solar, ou seja, assim que forem acreditados Organismos de Certificação de Produto (OCP) e laboratórios de ensaio para o escopo.

Quais serão os agentes envolvidos, seus papeis e como eles interagem?

Em um programa de certifi-cação de produtos, são quatro os agentes envolvidos. Primeiramen-te, o fornecedor, geralmente o fa-bricante ou importador, responsá-veis pela solicitação da certificação. O Organismo de Certificação de Produto (OCP) acreditado é outro agente para o programa e assume o papel de gerenciar as etapas para a certificação.

Os laboratórios acreditados, por sua vez, participam da realiza-ção dos ensaios para a demonstra-ção da conformidade do produto avaliado frente aos requisitos. Finalmente, vem o Inmetro, que coordena a interação entre os de-mais agentes, monitora a criação da infraestrutura de certificação, realiza ações de implantação

assistida, verifica a necessidade de revisão do programa, entre outros.

Como será a preparação da infraestrutura laboratorial para atender ao novo regulamento?

Os laboratórios que hoje participam do PBE Solar no âmbito voluntário – Green e IPT – participaram de todo o processo de revisão da regulamentação.

Danielle: Regulamentação possibilitacontrole da importação

Entrevista14

A atuação conjunta do Inmetro com o corpo técnico-labo-ratorial permitiu que os gestores e técnicos dos laboratórios conhecessem as mudanças e adaptações que devem ser feitas para dar continuidade à sua participação.

Além disso, há indicações de surgimento de outros labo-ratórios, além da expansão da atuação do IPT para o ensaio de desempenho térmico com uso do simulador.

Como se dá o processo de disponibilização e acreditação de OCPs? Quantos serão e em quanto tempo teremos OCPs para o setor?

A acreditação é um processo voluntário e, por isso, não é possível definir quantos serão e em quanto tempo Organis-mos de Certificação de Produtos (OCPs) serão acreditados para o escopo.

No entanto, para o caso do PBE Solar, existem fatores de atratividade que facilitam a formação de infraestrutura de certificação. Como exemplo, é possível citar o tamanho do setor, composto por aproximadamente 100 empresas, e, assim, estabelecer-se como um mercado atrativo para os OCPs.

Outros fatores facilitadores são a existência de laboratórios com competência técnica reco-nhecida e a grande aderência ao PBE Solar voluntário, o que indica familiaridade do setor com regras de avaliação da con-formidade.

As empresas do setor poderão contar com algum tipo de apoio técnico e/ou financeiro para im-plantação de melhorias em seus processos?

O Inmetro não provê diretamente apoio técnico ou finan-ceiro para a adequação do produto e processo produtivo do fornecedor. No entanto, o Inmetro possui parceria que via-biliza tal apoio quando voltado para as pequenas empresas. Trata-se da parceria com o Sebrae, que provê consultoria técnica para a preparação da empresa para a certificação e suporte financeiro para a certificação em si. A atuação do Sebrae está direcionada para empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões anuais.

A consultoria técnica para preparação pode ser obtida individualmente por empresa por meio do programa Se-braetec (Serviços em Inovação e Tecnologia) espalhado nos estados. Para isso, a empresa deve procurar o atendimento do Sebrae mais próximo. Já o suporte financeiro para a cer-tificação deve ser acessado junto ao Sebrae Nacional, prefe-rencialmente por intermédio da associação que representa o setor. O suporte financeiro é dado para o grupo de pequenas empresas que já estejam preparadas para a certificação.

Cumpre lembrar também que o Sebrae, o Inmetro e a Abroc (Associação Brasileira de Organismos de Certifica-ção) estão em processo de finalização de um novo contrato de parceria, que possibilitará que o suporte financeiro para certificação também possa ser obtido individualmente, por empresa, por meio dos Sebraes presentes em cada estado (e não mais apenas pelo Sebrae Nacional).

Adicionalmente, cabe lembrar que sempre que houver

dúvidas sobre o regulamento, o interessado pode enviar a questão para a Ouvidoria do Inmetro, pelo e-mail [email protected] .

Como será o funcionamento do novo PBE solar na fase de transição, no que diz respeito à convivência de produtos já eti-quetados anteriormente com os equipamentos da nova certificação compulsória?

Durante os primeiros 24 meses, contatos a partir de 10/07/2012 (data de publicação da Portaria Inmetro nº 352/2012), podem ser fabricados e importados produtos aderentes a ambos os programas, o da Portaria Inmetro nº 395/2008 e o da Portaria Inmetro nº 352/2012, haven-do, na expedição, convivência de produtos já etiquetados anteriormente com os equipamentos da nova certificação compulsória.

Após esse período, os fabricantes e importadores terão ainda mais 6 meses para escoar sua produção antiga, etique-tada conforme a Portaria Inmetro nº 395/2008.

O varejo, por sua vez, terá 36 meses, contatos a partir de 10/07/2012 (data de publicação da Portaria Inmetro nº 352/2012), para começar a comercializar somente produtos conformes à Portaria Inmetro nº 352/2012. Até esse prazo expirar, poderá haver no comércio convivência de produtos já etiquetados ante-riormente com os equipamentos

da nova certificação compulsória.

Como será garantido o atendimento à demanda de ensaios, diante do elevado número de equipamentos?

A Portaria Inmetro nº 352/2012 estabelece que as famílias de coletor solar com avaliação da conformidade válida no âmbito do PBE Solar voluntário poderão ser submetidas, para fins da primeira Avaliação Inicial no modelo de certi-ficação nº 5, somente aos ensaios de Desempenho Térmico, Carga Mecânica, Resistência ao Congelamento, Resistência ao Impacto e Envelhecimento Acelerado. Isso desde que a solicitação de certificação seja realizada nos primeiros 24 meses de adequação.

Além disso, esta Portaria também possibilita que os re-latórios dos ensaios de Desempenho Térmico, para coletor solar, e de Perda Específica de Energia Mensal, para reser-vatório térmico, emitidos nos 36 meses anteriores à data de publicação da Portaria, sejam utilizados para a primeira Avaliação Inicial.

Essas medidas foram tomadas considerando que hoje já existem produtos etiquetados no âmbito voluntário e, haja vista as similaridades de alguns ensaios, os resultados poderiam ser aproveitados.

Ainda assim, cabe ressaltar que, toda a vez que um pro-grama é implementado, os fornecedores são responsáveis por planejar, com a antecedência necessária, a solicitação da certificação de seus produtos, de forma a respeitar os prazos de adequação estabelecidos.

Programa de certificaçãoganha em robustez e

confiabilidade frente a um programa de etiquetagem

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Sr. Ruesch, como o ensaio TASK X avalia os revestimentos da placa de absorção de um coletor?

Florian Ruesch: A degradação de um coletor numa instalação típica solar não deve reduzir o rendimento em mais de 5% após 25 anos de operação. Esta é a estimativa do laboratório utilizando testes de envelhecimento acelerado.

Os resultados dos testes são muitas vezes mal interpretados

Sun & Wind Energy 6/2012

Fotos:­Sun

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Na SMEThermal 2012, Florian Ruesch, do Instituto Suíço para Tecnologia Solar SPF em Rapperswil, descreveu a aparente contradição quando revestimentos da placa de absorção de um coletor são aprovados no ensaio TASK X em altas temperaturas, apesar dos sinais de envelhecimento, enquanto outra placa é reprovada, apesar de não ter degradação aparente.

O teste TASK X simula o efeito de anos de exposição da placa de absorção ao ambiente e suas variações de temperatura. As placas de absorção que passam neste teste têm o indicativo de qualidade de que irão fornecer 95% de sua produção de energia original, mesmo depois de 25 anos de exposição. Nesta entrevista, o especialista esclarece a situação.

Como se pode quantificar a eficiência da absorção de uma placa absorvedora em relação à sua durabilidade?

Ruesch: Usando altas temperaturas, o processo de de-gradação pode ser acelerado em laboratório. Se você sabe o comportamento de um revestimento a uma temperatura elevada, e se você sabe por quanto o processo de degradação é acelerado a essa temperatura, é possivel tirar conclusões

sobre o comportamento do reves-timento da aleta de um coletor em circunstâncias reais.

As propriedades ópticas de um revestimento absorvedor, nomeadas de absortância solar alfa e emissivi-dade térmica de epsilon, são também utilizadas para determinar a sua eficiência.

Mas alfa e epsilon influenciam a eficiência para diferentes intensi-dades. Assim é chamado o critério de performance. Esta fórmula influen-cia as mudanças causadas pelas duas propriedades ópticas diferentes e permite uma estimativa simplificada da eficiência de um revestimento.

Florian Ruesch

Teste de degradação em alta temperatura

16 Tecnologia

Então, como pode ocorrer o resultado apresentado no SME-Thermal 2012?

Ruesch: Tal resultado não é realmente uma contradição. É um fenômeno que parece ser frequentemente incompreen-dido. O processo de teste consiste geralmente de dois ensaios em temperaturas diferentes, durante os quais a velocidade de degradação é observada. Para se chegar às conclusões sobre a expectativa de vida real de um coletor, a razão entre as duas taxas de degradação é decisiva. Esta relação nos diz quão rápido o processo de degradação pode ser acelerado em laboratório.

Para passar no teste, o revestimento tem significativa durabilidade mais longa na temperatura mais baixa do que na mais alta. Isto é intuitivamente compreensível. Uma de-gradação muito rápida na maior das duas temperaturas de ensaio pode, no entanto, levar a uma relação elevada entre a degradação nas duas velocidades de envelhecimento.

A rápida e forte degradação pode contudo levar à qualificação do revestimento, mas isso apenas quando é acompanha da de uma degradação lenta, em temperatura mais baixa.

Se um revestimento degrada mais rapidamente à tem-peratura mais elevada, isto não significa que ele não vá durar mais. É significativo ter um indicador de fato de que o processo de degradação pode ser fortemente acelerado por temperaturas mais elevadas.

Hidróxido de uma superfície de alumínio, após uma reação com a condensação da água.

O que os fabricantes de coletor devem levar em consideração para que o teste TASK X faça sentido ?

Ruesch: É claro que o critério principal é passar no teste. Geralmente não é possível fazer as comparações diretas entre os diferentes revestimentos, pelo menos não em pro-fundidade de conhecimento do procedimento em sua base de ensaio da fórmula “Arrhenius Kinetics”.

A estimativa de vida é baseada em cálculos bem com-

plexos. Muitas vezes, conclusões incorretas são obtidas: “Se o revestimento “A” dura duas vezes mais que o revestimento “B” no teste com a mesma temperatura, por exemplo, a 300°C, não significa que também irá durar o dobro do tempo no coletor. Dependendo do comportamento no segundo teste de temperatura, o oposto pode ser verdadeiro.

A fim de estimar a expectativa de vida nas condições reais, a pessoa tem de saber o quanto as condições do labo-ratório selecionado aceleram o processo de degradação. Esta aceleração varia de revestimento para revestimento.

Apesar das extensas medições, os dados de um teste não são geralmente suficientes para determinar esta aceleração e, portanto, o mesmo também vale para a expectativa de vida de um revestimento com precisão. Mais medições seriam necessárias para isso, mas isso iria fazer o teste ainda mais complicado e mais caro do que já é.

No teste de umidade, as amostras são testadas sob condensações constantes.

Quais os processos químicos que diminuem as propriedades ópticas das placas absorvedoras?

Ruesch: Os processos típicos são reações químicas como a oxidação com o oxigênio do ar ou a acumulação de hi-dróxido de alumínio em superfícies de alumínio através de uma reação com a condensação da água. Particularmente em revestimentos muito finos, processos de difusão e o movi-mento lento de átomos entre as camadas também podem ser responsáveis pela deterioração das propriedades ópticas.

Como é que o teste TASK X simula este mecanismo de de-gradação?

Ruesch: No laboratório nós reproduzimos as mesmas condições apresentadas no coletor, além de aumentarmos a temperatura a fim de que ocorra a aceleração do mecanismo de degradação. As amostras são aquecidas em um forno a temperaturas que chegam a 340 °C para simular o stress provocado pela temperatura de estagnação elevada.

No teste de umidade ou de condensação, as amostras são testadas sob condensação constante numa cabine de teste climatizada. Em um coletor real, apenas as baixas tempera-turas de cerca de 10 °C formam a condensação, de modo que aumentando a temperatura de 30 a 60 °C é suficiente para obter a aceleração desejada.

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Por favor, descreva brevemente o procedimento de teste.Ruesch: Como já mencionei, dois testes são aplicados

geralmente em temperaturas diferentes. No primeiro teste, a amostra é exposta a temperatura elevada até atingir o critério de desempenho de 5%. Para descobrir o quão fortemente os mecanismos de degradação foram acelerados no primeiro teste, um segundo teste é necessário em outra temperatura.

Em seguida, usando a relação entre os dois resultados, se estima o quanto o revestimento pode sobreviver às condições no interior de um coletor verdadeiro por 25 anos. Para finalmente passar no teste, o revestimento também precisa se manter firmemente ligado ao substrato no final do procedimento. Este é testado, por exemplo, por meio de um ensaio de raspagem.

Será que o teste fornece informações sobre resistência à cor-rosão?

Ruesch: A nova norma prEN12975-3-1 é baseada no pro-cedimento de ensaio, e considera três fatores de degradação: em primeiro lugar, exposição a temperaturas elevadas; em segundo lugar, a exposição a umidade e condensação e; em terceiro, corrosão atmosférica. A terceira parte é raramente solicitada na Europa Central, porque a poluição do ar através de gases corrosivos, tais como dióxido de enxofre, diminuiu ao longo dos últimos 20 anos.

É por isso que eu não mencionei antes. Esta terceira parte poderá ganhar importância no futuro, com os pedidos que estão vindo cada vez mais de países como a Índia e a China, onde o ar em algumas regiões é mais poluído do que na Europa Central. Esta parte do teste não deve ser confundida com o efeito corrosivo do sal, por exemplo, perto do mar. O teste padrão não é para examinar isso.

Tem havido muito progresso em termos de revestimentos de absorção nas últimas décadas. Os revestimentos a vácuo levaram a uma eficiência mais elevada devido ao seu valor baixo de emis-sividade em comparação com revestimentos galvânicos. Qual é a medida a ser considerada no teste de desenvolvimento?

Ruesch: Com os revestimentos modernos, um pode atingir temperaturas mais elevadas de estagnação do que se poderia há 20 anos, quando o teste foi desenvolvido. É

por isso que ele foi modificado em 2004, de modo que a ex-posição pode ser adaptada para as propriedades ópticas do revestimento a ser testado. Os bons revestimentos levam a uma maior estagnação de temperatura no coletor e, portanto, também precisam suportar uma maior exposição no teste.

Você acredita que a eficiência do revestimento de absorção pode ser aumentada no futuro ou os custos excederiam os beneficios?

Ruesch: Na verdade, a tendência está em outra direção. Além dos revestimentos de alto desempenho estabelecidos nos últimos anos, muitos dos novos desenvolvimentos ger-almente se concentram mais na eficiência de custos do que na eficiência óptica.

Uma maior emissividade no valor epsilon é aceita ou mesmo desejada, porque ela conduz a temperaturas mais baixas de estagnação e, portanto, menores requisitos para a estabilidade da temperatura de todos os componentes do coletor. Isto é especialmente verdadeiro para os mercados em crescimento no Sul da Europa.

As amostras são aquecidas em um forno para simular as temperaturas de estagnação elevadas.

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Proteção total com coletores vazios

Se um coletor está vazio, então não há nenhum fluido de transferência de calor que poderia congelar ou superaquecer o sistema de aquecimento solar. As empresas oferecem diferentes conceitos sobre sistemas de drenagem. O mercado fornece informações sobre as inovações dos fabricantes de tais sistemas.

Joachim Berner – Sun & Wind Energy 06/2012Tradução: Paula Miotto de Abreu, do DASOL

Os profissionais experientes que possuem uma visão geral do mercado retomaram a ideia. O sueco Daniel Vögelin tem trabalhado com a tecnologia de sistema de drenagem há 25 anos.

Para Daniel, a maior vantagem do conceito de sistema de aquecimento solar não é a proteção térmica. “A causa comum que leva ao não funcionamento do sistema solar é a presença de ar no sistema de circulação. Já com o sistema de drenagem, isso será um problema do passado”, explica o es-pecialista em tecnologia solar. Anteriormente seus sistemas ainda eram apresentados sob o nome da empresa alemã, a Conergy GmbH , mas após a Corporação Alemã de Energia Solar ter assumido, sua empresa passou a ser denominada Vögelin Solartechnik.

Vogelin então deixou a empresa e desde então reesta-beleceu a Vögelin Energie-und Solartechnik GmbH. Mas ele não vende mais diretamente sistemas de drenagens para clientes finais: em vez disso, ele fornece para outras empresas como fabricante OEM. “Nosso foco principal está em fazer consultoria.” Dependendo das necessidades de seus clientes, agora ele concebe sistemas que envolvem diferentes tecnologias de drenagem.

Alguns sistemas protegem os coletores do superaqueci-mento ou danos de congelamento, deixando o fluido de transferência de calor num tanque especial de retorno de fluxo. Desta forma ele não pode se evaporar no coletor, por exemplo, ainda que o sistema continue a fornecer energia, mesmo que o tanque de armazenamento de energia solar esteja aquecido até o seu máximo. Também não pode con-gelar se a bomba de circulação falhar no inverno. Outros sistemas de drenagem utilizam o volume incremental de um trocador de calor localizado no tanque de armazenamento solar ou o próprio tanque de armazenamento para esvaziar os coletores solares.

A empresa francesa Tecsol SA também não fornece sistemas, no entanto inclui no seu planejamento uma visão geral do mercado, porque monta e projeta os componentes individuais principalmente para os maiores sistemas de seus clientes. “Estamos utilizando componentes já disponíveis no mercado na concepção de um sistema grande de drenagem”, explica o colaborador da Tecsol, Romain Siré.

Ele e seus colegas realizaram 40 sistemas drenagem com uma área coletora total de 2.325 m² nos últimos dez anos. Destes sistemas, 23 foram construídos entre 2007 e 2011.

Foto:­Tecsol

A Tecsol instalou mais de 20 sistemas de aquecimento solar de grande

porte com sistemas de proteção por drenagem nos últimos quatro anos

Mundo Verde 19

A Solarhot oferece tanques de aço inoxidável sem pressão e enormes trocadores de calor com sistemas de drenagem.

Europen Solar Engineer (ESE) passou por uma transição de proprietários. A empresa belga de energia solar térmica foi adquirida pelo grupo francês Atrya no final de 2011. Fabricantes de janelas e portas, o grupo opera 17 fábricas na Europa e realizou 410 milhões de euros no faturamento no último ano, com seus 1.800 funcionários. “Temos agora uma divisão de energia com a Atrya Energy, da qual a ESE faz parte, além da empresa Soprofen SAS, que é a nossa companhia de distribuição na França. A ESE vai vender sistemas de drenagem na Bélgica e no resto do mundo”, anuncia o CEO da Soprofen Laurent Darous, que explica a nova estrutura da companhia.

Um recipiente para todo o fluido

Uma nova entrante no mercado é a Catch Solar Energy AS, da Noruega. O coletor solar plano da empresa opera despressurizado quando a água circula. O dreno retorna ao pequeno tanque que contém aproximadamente 5 litros de água para cada metro quadrado de coletor solar insta-lado. O tanque de drenagem deve ser colocado o mais alto e próximo possível dos painéis solares, assim a energia necessária para bombear a água aos coletores será mínima. Os tanques de drenagem devem ser colocados em uma área onde estejam protegidos de geada.

Os sistemas de drenagem da Magen eco-Energy Ltda., de Israel, são projetados para lidar com instalações em regiões frias. Eles trabalham com coletores feitos de polímeros. Um dos benefícios da eco-FLARE PRO, de acordo com o gerente Sharon Younger, é a sua propriedade de resistir ao congelamento, o que elimina a necessidade de usar o fluido anti-congelante e trocadores de calor, garantindo que o sistema tenha proteção para instalações de até menos 10 °C.

A empresa suíça Soltop Schuppisser AG fornece num recipiente de plástico um fluido solar pronto para uso, que é instalado no sistema como expansão e recipiente de co-

leta. O sistema funciona sem pressão e se esvazia de forma autônoma, em caso de excesso de energia solar, usando uma tecnologia chamada “Steamback”. O fluido não flui diretamente através do recipiente, de modo que não tem de ser aquecido, a fim de minimizar perdas. Ao contrário de outros sistemas solares, o sistema de circulação só se esvazia quando há excesso de calor: desta forma, o sistema de circulação de energia solar está frequentemente cheio e pronto para absorver os raios solares, segundo Soltop.

Volume extra

O sistema de aquecimento turco da empresa BAYMAK A.S., que atua no mercado pela primeira vez, utiliza troca-dores de calor superdimensionados.

Da mesma forma, o sistema de aquecimento alemão da corporação Vaillant suspendeu as vendas de sistemas de drenagem da marca AWB na Holanda, mas já começou a vender junto com Hermann Saunier Duval, na Itália.

O Grupo Vaillant agora fornece consistentemente siste-mas de drenagem para coletores com alinhamento vertical e horizontal. Até 2010 eles tinham apenas drenagem de coletores horizontais em sua gama de produtos.

A empresa italiana Boilernova oferece reservatórios de expansão de volume para momentos em que os coletores estão ociosos. A jovem empresa, fundada em 2004, planeja, constrói e comercializa uma vasta gama de modelos de reservatórios para a energia solar térmica e a indústria de aquecimento.

Por sua vez, a Integrated Solar desenvolveu um pacote de controle mecânico para os sistemas de drenagens. Este módulo de drenagem com trocador de calor (DBHX) é fab-ricado/montado com uma parede única de troca de calor entre fluidos, envolvendo o reservatório do fluido do coletor, a bomba de circulação de fluido do coletor solar, a bomba de circulação forçada de água quente e um controle diferencial de temperatura, todos combinados em um só módulo.

O sistema de drenagem de retorno dos coletores da Magen Eco-energy, que utiliza coletores plásticos.

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