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Page 1: Revista Sol Brasil - 6°edição
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Índice2

Mundo Verde

Editorial

Entrevista

Expediente

Mais de 40 mil moradias com SASGerente de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal fala da importância da energia solar nas habitações do Programa Minha Casa Minha Vida

Revista SOL BRASIL Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condi­cio­nado,­Ventilação­e­Aquecimento­(ABRAVA).­Conselho Editorial: Luís Augusto Ferrari Mazzon, Marcelo Mesquita, Nathalia­P.­Moreno,­Ronaldo­Yano­e­Sara­VieiraEdição: Setembro ComunicaçãoProjeto­gráfico­e­editoração­eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Programa Minha Casa Minha Vida - Enalter

Diretoria DASOLPresidência - José Ronaldo KulbVP­Desenvolvimento­Associativo­(VPDA)­­-­Laercio LopesVP­Relações­Institucionais­(VPI)­- Amaurício Gomes LúcioVP Operações e Finanças (VPOF) - Edson PereiraVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) - Carlos­Arthur­A.­Alencar­VP­Marketing­(VPM) - Luis Augusto Ferrari MazzonGestor - Marcelo MesquitaDASOL/ABRAVA Avenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – SP São­Paulo­–­CEP­01206-905­-­Telefone­(11)­3361-7266­(r.142)Fale conosco: [email protected]

Moradia­estudantil­da­USP­terá­aquecimento solar

Perspectivas­do­setor

Chuveiro solar híbrido ajuda a popularizar aquecimento solar nos lares brasileiros

3 Tecnologia

Cobre ou alumínio? Dois­artigos­mostram­prós­e­contras­do uso desses metais na fabricação de coletores solares

Case Solar

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Energia solar aquece piscinas do SESC Belenzinho, em São Paulo

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Empresas Associadas

Notícias do DASOL9

Site traz projetos conceituais de SAS

Programa de capacitação em Goiás, Minas e Paraná

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Perspectivas do setor

O agravamento da situação ambiental-energética e a crise econômica que assola os países ricos desde 2008 contribuíram para projetar os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China (BRICs) como fortes aliados econômicos e para os quais as atenções do mundo estarão cada vez mais voltadas nos próximos anos. A estimativa é que em 2050 estes quatro países represen-tem uma fatia maior da economia mundial, criando uma nova ordem global.

No caso do Brasil, projeta-se uma economia madura, pouco suscetível a fatores políticos, mais fortalecida para encarar crises financeiras globais e com maior distribuição de renda, mais emprego e mais crédito. O controle da inflação tende a ser mantido e o crédito deve continuar em forte expansão, principalmente o imobiliário.

Este cenário desenha oportunidades e desafios para a indústria de aquecimento solar nos próximos anos, como se pode observar nas metas ambientais previstas no Plano de Desenvolvimento para o Brasil, elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos – BRASIL 2022. Entre essas metas estão: diversificar a infraestrutura de energia; alcançar 50% de participação de fontes renováveis na matriz energética; dobrar o consumo per capita de energia; reduzir em 40% o uso de combustível fóssil; zerar o déficit habitacio-nal brasileiro e reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa projetado para 2022.

Há riscos iminentes a serem considerados, mas a tendência é de que haja cada vez mais estímulo para que as empresas nacionais se fortaleçam em grandes grupos para atuar em um cenário mundial globalizado. Neste cenário não se descarta a fusão de grandes empresas internacionais e a indústria de aquecimento solar não passará incólume por este movimento.

A prosperidade dos nossos negócios passa necessariamente pela nossa capacidade de estar atento e evoluir com este movimento, preparar nossas empresas para esses grandes desafios e saber aproveitar as oportunidades que se desenham. Esta visão norteia a atu-ação do DASOL como parceiro das empresas de aquecimento solar na construção de uma economia conectada com as demandas ambientais do século 21.

Edson PereiraVice-Presidente de Operações e Finanças

Editorial 3

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4 Case Solar

A E2solar, fabricante de coletores solares, forneceu equipamentos para o aquecimento de água das piscinas do SESC Belenzinho, em São Paulo, inaugu-rado em 4 de dezembro. Das seis piscinas do complexo aquático, duas são aqueci-das por energia solar, com capacidade de 1,3 milhão de litros de água.

Foram instalados 1.515 m² de co-letores, com capacidade para gerar aproximadamente 551.600 kWh por ano, energia necessária para manter a tempe-ratura entre 27 e 29ºC, dentro do nível de conforto para os usuários.

Caso fosse utilizado um sistema elé-trico para o aquecimento das piscinas, seriam consumidos 1.031.000 kWh por ano ou 50% a mais de energia. O aque-cimento solar trará 15% de economia na conta de energia elétrica. O retorno do investimento deve ocorrer em um ano.

Para o presidente da E2solar, Aldo Batista, “instalações desse porte são extremamente importantes e demonstram que a empresa está preparada para atender das pequenas

Piscinas do SESC Belenzinho têm aquecimento solar

às mais complexas instalações, como a do SESC Belenzinho. Nossas linhas de produtos são de alta eficiência e qualidade. Nossa capacidade técnica permite atender às necessidades dos clientes e dar a garantia de um excelente resultado”.

A escolha da E2solar pela construtora Mendes Junior se deu após licitação, na qual a empresa se destacou pelos critérios técnicos e pela qualidade de seus produtos. Um dos dife-renciais apresentados foi a técnica de fixação das placas solares. Essas placas deveriam ser instaladas em uma cobertura metálica sobre um restaurante e um galpão cultural, sem nenhum furo na cobertura, para evitar qualquer tipo de infiltração.

Em entrevista para a Revista Abrava, o gerente de contrato da Mendes Júnior, Marcus Vinicius de L. Faggioni, observou que “com esse sistema, foi possível diminuir consideravelmente a instalação elétrica, re-duzindo a potência dos transformadores nas subestações e a quantidade de cabos elétricos e disjuntores. Ao final, conseguimos uma redução de aproximadamente 15% na conta de energia elétrica”.

Com capacidade para aquecer 1,3 milhão de litros, sistema da E2solar gera 15% de economia na conta de energia e evita a emissão anual de 46,6 toneladas de CO2

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E2so

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E2 Solar Indústria e Comércio de Equipamento de Aquecimento Solar Ltda.Associada ao DASOL/ABRAVA desde 05/12/1995.Rua Brooklin, 175 - Chácara Marco - Barueri - SPwww.e2solar.com.brr

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5Case Solar

A Universidade de São Paulo aderiu à solu-ção sustentável do aque-cimento solar de água. Está em fase de acaba-mento na Cidade Univer-sitária o novo bloco de moradia estudantil, que contará com o sistema fornecido pela Soletrol. O edifício, de seis andares, foi construído pela JWA Construção e Comércio Ltda. e servirá de mora-dia para os estudantes de baixa renda do campus.

O projeto do aqueci-mento solar foi idealiza-do pela Soletrol Tecnolo-gia, empresa especializada em projetos para aquecimento de água de grande porte, com a finalidade de oferecer conforto e economia de energia elétrica.

O contrato compreendeu o fornecimento de produtos, projeto e instalação para dois sistemas individuais, um para cada prumada da água quente. Foram utilizados dois reser-vatórios térmicos Soletrol de 5 mil litros cada, 60 coletores solares Soletrol Max Alumínio de 2 m², dois quadros de comando, duas motobombas de recirculação entre reserva-tório e coletores, duas motobombas de recirculação entre o sistema auxiliar (trocador de calor) e o reservatório e duas motobombas de recirculação de colunas das prumadas de água quente.

Além disso, foi aplicado como sistema de aquecimento auxiliar um trocador de calor. Tudo isso para atender uma

Energia solar aquece água de moradia estudantil da USP

Soletrol Indústria e Comércio Ltda.Associada ao DASOL desde 30/11/92

Rodovia Marechal Rondon, Km 274 – Cx. Postal 53São Manuel – SP

www.soletrol.com.br/

Sistema da Soletrol tem capacidadepara atender 250 banhos diáriose economizará 82% nos gastoscom energia elétrica

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Sole

trol

média de 250 banhos di-ários, gerando economia de aproximadamente 82% nos gastos com ener-gia elétrica destinada ao aquecimento de água.

De acordo com Ed-son Langoni, gerente de Projetos da Soletrol Tecnologia e um dos responsáveis pela mon-tagem da obra, o maior desafio foi fornecer água quente com o conforto desejado pelo cliente, possibilitando que o sis-tema de aquecimento au-xiliar funcione o menos possível.

A Soletrol concluiu o fornecimento em fevereiro de 2011, já pronto para uso. O edifício está em fase de acabamento pela construtora e a entrega está prevista para o primeiro semestre deste ano.

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Demanda por aquecimento solar supera meta inicial do Programa Minha Casa Minha Vida

Jean Rodrigues Benevides,gerente nacional de Meio Ambiente da Caixa

Entrevista6

a necessidade de novos investimentos na geração e distri-buição de energia elétrica.

A utilização de aquecimento solar de água proporciona economia, reduzindo a conta de energia elétrica em até 40%, pois utiliza o Sol como fonte de energia gratuita e limpa.

SOL BRASIL – Quais os principais desafios superados para adoção do sistema de aquecimento solar no Programa Minha Casa Minha Vida? O que ainda necessita de especial atenção?

O movimento para a disseminação do SAS foi bastante positivo, o que pudemos comprovar com o resultado de 40.649 unidades contratadas com aquecimento solar. Houve maior adesão das construtoras quando o Go-verno Federal criou o incentivo para os empreendimentos que incluíssem o SAS. O resultado foi bastante posi-tivo se considerarmos que a demanda superou a meta estabelecida.

Mas ainda é necessário divulgar a tecnologia e demonstrar as vantagens de sua utilização, especialmente em edifícios multifamiliares. É preciso capacitar profissionais de projeto e instaladores, bem como informar os moradores sobre os cuidados na

utilização e manutenção. Também é importante buscar a redução de custos dos equipamentos (coletor e reservatório) para ampliar o uso.

SOL BRASIL – Qual é a percepção dos gestores regionais da CAIXA, das incorporadoras, das construtoras e dos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida sobre os sistemas de aque-cimento solar (SAS)?

Gradativamente vem sendo ampliado o interesse pela inclusão dos sistemas de aquecimento solar nas habitações, especialmente para a faixa de renda mais baixa. Isso se deve à

SOL BRASIL – Quais são as principais razões para a instalação de Sistemas de Aquecimento Solar – SAS nos empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida?

Jean Rodrigues Benevides - Além de gratuita, a energia solar é uma fonte energética limpa que contribui para a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). Portanto, ela se alinha ao Plano Nacional sobre Mudança do Clima e atendimento das metas de eficiência energética do Plano Nacional de Energia (PNE 2030), bem como reduz

O Programa Minha Casa Minha Vida, programa do Governo Federal para reduzir o déficit habitacional, teve a meta inicial atendida com sucesso na contratação de sistemas de aquecimento solar (SAS) para 40 mil moradias, destinadas às famílias com renda de até três salários mínimos. Esse resultado demonstra o empenho do setor que, da mesma forma e responsabilida-de, também se prepara para deman-da ainda maior que se avizinha com o Programa, estimada em centenas de milhares de residências.

Fonte limpa e gratuita, a energia solar permitirá economia signifi-cativa na conta de energia elétrica dessas famílias. O incentivo para as construtoras agregarem o sistema de aquecimento solar aos projetos faz parte de um conjunto de medi-das adotadas pela CAIXA, gestora do Programa, para estimular a cons-trução de moradias ambientalmente sustentáveis.

Outra medida importante é a criação do Selo Casa Azul. Para falar sobre essas iniciativas, a SOL BRASIL entrevistou o gerente de Meio Ambiente da CAIXA, Jean Rodrigues Benevides:

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Entrevista 7

economia para os futuros moradores e também ao incentivo criado pelo Governo Federal, que amplia o valor máximo de aquisição da unidade habitacional com SAS.

SOL BRASIL – Quantas unidades habitacionais serão equipa-

das com aquecimento solar nos próximos anos? Em quais regiões e para quais faixas salariais será oferecido esse equipamento?

O Governo Federal está definindo o orçamento e as regras da próxima fase do Programa Minha Casa Minha Vida, que inclui o SAS. Cabe destacar que o sistema de aquecimento solar é um item financiável em todos os programas habitacionais operados pela CAIXA.

SOL BRASIL – Entre as me-didas adotadas pela CAIXA para estimular a construção sustentável está o programa Selo Casa Azul. Quais os objetivos deste Selo?

O Selo Casa Azul é um instrumento voluntário de classificação socioambiental de projetos de empreendimentos habitacionais apresentados à CAIXA e foi criado para estimular e reconhecer boas práticas.

Por meio do Selo Casa Azul, a CAIXA pretende incen-tivar o uso racional de recursos naturais na construção de empreendimentos habitacionais, reduzir o custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais de seus usuários, bem como promover a conscientização de empre-

endedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis.

SOL BRASIL – A que projetos o Selo Casa Azul se destina?O Selo se aplica a todos os tipos de projetos de empreen-

dimentos habitacionais propostos à CAIXA para financia-mento ou nos programas de repasse. Empresas construtoras, poder público, empresas públicas de habitação, cooperati-vas, associações e entidades representantes de movimentos

sociais podem se candidatar a receber o Selo.

O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em verificar, du-rante a análise de viabilidade técnica do empreendimento e durante o acompanhamento da obra, o atendimento aos critérios estabelecidos pelo instrumento que estimula a adoção de práticas voltadas à sustentabilidade dos empreen-dimentos habitacionais.

SOL BRASIL – Que outras medidas buscam estimular a construção sustentável?

A iniciativa do Selo Casa Azul se soma a outras importan-tes medidas da CAIXA indutoras da produção habitacional com sustentabilidade ambiental, tais como o uso de madeira com origem legal na construção, o incentivo financeiro para sistemas de aquecimento solar de água e a necessária medi-ção individualizada de água e gás nos prédios.

“É necessário divulgar a tecnologia e demonstrar as vantagens da utilização do

aquecimento solar, especialmente em edifícios multiformes”

Aquecimento solar nas habitações do Minha Casa Minha Vida contribui para redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE)

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Entrevista8

O Programa Minha Casa Minha Vida possibilitou em sua primeira fase a contratação de mais de 1 milhão de moradias, sendo 400 mil para famílias com renda de até três salários mínimos. Esse segmento constitui perto de 90% do déficit habitacional do Brasil, estimado em 7 milhões de unidades.

Para os próximos quatro anos, está prevista a construção de mais 2 milhões de habitações. Gestora do Programa, a CAIXA explica aos leitores da SOL BRASIL como funciona o Minha Casa Minha Vida:

SOL BRASIL – Quais foram as principais lições aprendidas na gestão de um programa mundialmente reconhecido como o Minha Casa Minha Vida?

Caixa - O Programa Minha Casa Minha Vida deixou claro que, desde que haja vontade política, é possível cons-truir modelos/programas habitacionais que, de fato, impliquem na redução do déficit habitacional, principalmente no segmento de baixa renda.

Quantas moradias serão construídas em 2011 e nos próximos anos?Em sua primeira fase, o Programa Minha Casa Minha Vida viabilizou a contratação de mais de um milhão de

unidades habitacionais novas. Para os próximos quatro anos, a meta da segunda fase do programa é viabilizar a produção de 2 milhões de unidades habitacionais, sendo 60% para as famílias com renda de até 3 salários mínimos.

Até o momento, qual foi a contribuição do programa para a redução do déficit habitacional na faixa de 0 a 3 salários mínimos?O segmento de até 3 salários mínimos responde por aproximadamente 90% do déficit habitacional, que é de

aproximadamente 7 milhões de unidades. O Programa Minha Casa Minha Vida possibilitou, até este momento, mais de 400 mil unidades para referido segmento.

O que mudou para as unidades construídas há três anos e as moradias construídas atualmente para o segmento de 0 a 3 salários mínimos?

O Programa Minha Casa Minha Vida passou a utilizar 100% de recursos do Orçamento Geral da União para o segmento de 0 a 3 salários mínimos. Antes do Programa, este segmento estava praticamente à margem do financia-mento habitacional convencional, pois não apresentava capacidade de pagamento.

Uma das únicas alternativas para este público era o Programa de Financiamento de material de construção. Por-tanto, dificilmente essas famílias conseguiam viabilizar moradia em boas condições de habitabilidade.

Como funciona o Programa para a faixa de 0 a 3 salários mínimos?Com o Programa Minha Casa Minha Vida, as famílias com renda de até 3 salários mínimos passaram a ter acesso a

imóveis com valores de até R$ 52 mil. Independentemente do valor, elas pagarão apenas 120 prestações equivalentes a 10% da renda familiar, respeitado o mínimo de R$ 50,00 por mês. Sem dúvida, este foi um dos principais avanços verificados na Política Nacional de Habitação brasileira, uma vez que tem impacto efetivo no déficit habitacional.

Programa prevê mais 2 milhões de habitações nos próximos anos

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9Notícias do Dasol

O site do DASOL disponibiliza três modelos básicos para auxiliar projetistas, arquitetos e engenheiros no desenvolvi-mento de projetos com sistemas de aquecimento solar em condomínios residenciais verticais.

Os modelos são resultado de estudo de um Grupo de Trabalho formado por representantes das empresas filiadas à Associação Brasileira de Sistemas Prediais (ABRASIP), Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) e Associação Brasilei-ra pela Conformidade e Eficiência de Instalações (ABRINS-TAL) e também por profissionais da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Esses projetos contemplam medição individualizada de água e foram apresentados durante workshop realizado no dia 24 de maio, na sede da ABRAVA. A versão eletrônica dos modelos conceituais também está disponível no site da ABRASIP e da ABRINSTAL.

Os projetos conceituais são uma importante ferramenta para atendimento das leis solares em vigência em diversos

Projetos básicos de SAS estãodisponíveis no site do DASOL

municípios brasileiros, entre eles a cidade de São Paulo (Lei n.° 14.459, regulamentada pelo Decreto n.º 49.148, de 21 de janeiro de 2008).

A legislação paulistana determina que as novas edifi-cações residenciais devem estar preparadas para receber a instalação de sistema de aquecimento solar que atenda no mínimo 40% das necessidades de água quente do condomí-nio. Para condomínios cujas unidades residenciais tenham quatro ou mais banheiros, o prédio deve ser entregue pela construtora já com o sistema de aquecimento solar em fun-cionamento.

A Lei Solar abrange também outros estabelecimentos comerciais, serviços e industriais novos que utilizam água quente e também edificações que possuam piscinas que serão aquecidas. Outra legislação na cidade de São Paulo atendida pelos modelos conceituais é a que determina a medição individualizada de água.

Clique aqui para acessar os projetos disponíveis no site do DASOL/ABRAVA.

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Workshop na sede da ABRAVA apresentou três modelos básicos de SAS para auxiliar projetos da construção civil

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Notícias do Dasol10

O DASOL e a ABRAVA lançaram em maio um manual de segurança e prevenção de acidentes em altura voltado para a instalação de sistemas de aquecimento solar no tel-hado das edificações.

A segurança e prevenção de acidentes de trabalho é uma exigência legal expressa em uma série de medidas que as empresas devem adotar para proteger a integridade e a saúde de seus trabalhadores.

O manual traz as principais normas de segurança pre-vistas na legislação brasileira e as recomendações para o trabalho em altura, detalhando equipamentos e procedi-mentos que devem ser observados na instalação de sistemas de aquecimento solar. O manual traz ainda um modelo de autorização para trabalho de risco.

O Engenheiro do DASOL, Ronaldo Yano Toraiwa, re-sponsável pela pesquisa e edição do manual, lembra que “a segurança não deve se restringir apenas às obrigações das empresas, mas a atitudes seguras dos profissionais no desempenho de suas funções, como a correta utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Individuais (EPI)”.

De acordo com as normas de segurança, a empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento. A empresa deve treinar o trabalhador e exigir o uso adequado do equipamento, bem como sua guarda e conservação.

DASOL lança manual de segurança e prevenção de acidentes em altura

Entre esses EPIs estão o cinto de segurança tipo paraque-dista, o capacete com jugular, luvas de proteção, óculos e sapatos de segurança e o cinto porta ferramentas.

Ao empregado cabe utilizar o EPI para as finalidades adequadas, responsabilizar-se pela guarda e conservação, cumprir as determinações do empregador sobre o seu uso. O empregado também é responsável por cumprir as dis-posições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador, submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras e colaborar com a empresa na suas aplicações.

O manual de segurança está disponível no website do DASOL para download.

A ABRAVA assinou em maio convênio com a Nossa Caixa Desenvolvimento, agência de fomento do Gov-erno paulista, para que todas as empresas filiadas pos-sam ter acesso a linhas de financiamento com taxas de juros mais atrativas. O DASOL participou ativamente das negociações para formalização do convênio que visa beneficiar as empresas do setor.

As associadas da ABRAVA poderão acessar www.nossacaixadesenvolvimento.com.br e realizar simulações de financiamentos. Havendo interesse por alguma linha, as associadas devem se cadastrar no link “negócios on line” para receber login e senha de acesso. Depois de cadastrada, a empresa preenche os formulários, informa ser associada da ABRAVA e

Convênio oferece financiamento a taxas atrativas para associadas da ABRAVA

anexa a documentação eletrônica solicitada. O processo será validado eletronicamente pela ABRAVA e liberado para análise da Nossa Caixa Desenvolvimento, tudo com muita agilidade.

A Nossa Caixa Desenvolvimento é uma agência de fomento paulista, que apoia financeiramente as empre-sas e estimula o desenvolvimento do setor produtivo, por meio das pequenas e médias empresas. Para essas operações, a agência conta com capital de R$ 1 bilhão, autorizado pelo Governo do Estado de São Paulo.

A agência oferece várias linhas para empresas com sede ou filial no Estado, tais como capital de giro, compra de máquinas e equipamentos e também para modern-ização e implantação de empreendimentos.

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Notícias do Dasol 11

O DASOL promoverá em novembro o 4º Encontro Nacional de Energia Solar (Enasol) e Exposolar, na ci-dade de Campinas (SP). O evento reúne congresso de atualização tecnológica, feira de negócios e a exposição de equipamentos Exposolar.

Em novembro, Campinas recebe Enasol e Exposolar

O congresso trará especialistas, inclusive interna-cionais, para falar sobre os avanços tecnológicos dos sistemas de aquecimento solar (SAS), além de promover a promover a aproximação das empresas do setor com o poder público e a indústria da construção civil. Na Exposolar, usuários e consumidores terão oportunidade de conhecer soluções e modelos de SAS disponíveis no mercado.

Nas próximas semanas terão início as primeiras re-uniões sobre organização e participação de associados. A organização do Enasol está a cargo da JPN Turismo e Eventos, de Campinas.

O DASOL desempenha importante papel na capaci-tação dos profissionais do setor de aquecimento solar promovendo cursos na sede da ABRAVA, em São Paulo. Esses cursos são oferecidos não apenas aos associados, como também aos profis-sionais do mercado em geral. De janeiro a abril deste ano, o Programa de Capacitação do DASOL atendeu 67 pessoas de 32 empresas.

A partir do segundo se-mestre, esse programa tam-bém será oferecido em Goiás, Minas Gerais e Paraná. Os locais e datas de realização dos cursos serão divulgados em breve.

“A realização de cursos em outros Estados atende a uma solicitação dos próprios associados, para facilitar o acesso dos profissionais dessas localidades, reduzir o número de dias fora da empresa e as despesas de viagem. Para o DA-SOL, o ponto mais importante é ampliar a disseminação do conhecimento sobre a tecnologia em várias regiões”, informa a analista Sara Vieira, coordenadora do Programa de Capacitação.

Cursos do DASOL em Goiás, Minas e ParanáOs cursos são elabora-

dos com base nas normas e legislação vigentes, tendo abordagem teórica e prática de projetos de instalação e aspectos de segurança. O Programa está sintonizado com as necessidades e ex-igências das empresas do setor e representa uma ótima oportunidade para troca de experiências entre os profis-sionais participantes.

Os alunos recebem ma-terial didático, realizam simulação em software de projeto e atividades práticas

e recebem certificado ao final do curso. As empresas associa-das ao DASOL têm desconto de 25% no valor total do curso.

I - Analista de Sistemas de Aquecimento Solar - SAS II – Projetistas de SAS de Pequeno PorteIII – Projetista de SAS de Médio e Grande Porte IV – Projetista de SAS para piscinas

O Programa reúne quatro módulos:

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Tecnologia12

Coletores solares: cobre ou alumínio?Dois artigos destacam os prós e contras da utilização desses metais

na fabricação de coletores solares

Um release da imprensa especializada sobre a Norsk Hydro, empresa de peso do setor, causou inquietações no mercado solar no começo de fevereiro. A empresa anunciou que seus dois primeiros clientes, a Hewalex da Polônia e a Solarbayer da Alemanha, planejavam usar tubos de alumínio em seus coletores.

O anúncio foi feito logo depois de o Instituto Solar Suíço confirmar a excelente resistência a corrosão do tubo de alumínio HyLife Solar, especial para água, mesmo sob as condições mais difíceis que poderiam ser encontradas em uma instalação solar térmica típica.

A ideia de um sistema solar todo em alumínio não é nova. Rumores surgiram e protótipos começaram a aparecer em feiras e exposições pelo menos nos últimos três anos. Porém, agora as coisas parecem sé-rias. Afinal, a pressão sobre os preços está aumentando e o preço do cobre explodiu novamente no mercado. Em meados de fe-vereiro, o preço estava próximo de US$ 10 mil a tonelada, comparado a apenas US$ 2,5 mil por tonelada de alumínio.

As concorrentes da Hydro também estão em atividade. Com sua linha de pro-dutos S-Life, a fabricante alemã Standard-Metallwerke GmbH da Werl já desenvolve tubo adequado a sistemas solares desde 2007/2008. De acordo com o gerente An-dréas Holle, o titânio na liga assegura que a corrosão permaneça na superfície e assim previne corrosão perigosa.

Tudo em alumínio Será que veremos em breve sistemas de aquecimento solar fabricados somente com componentes de alumínio? Este foi um dos tópicos discutidos por mais de 160 especialistas de todo o mundo no SMEThermal 2011 – conferência para especialistas, fabricantese fornecedores do setor solar térmico.

Jens-Peter Meyer, da Sun & Wind Energy (04/11)

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Tecnologia 13

Viabilidade técnica simples

Do ponto de vista técnico, a troca do cobre por tubos de alumínio na produção de coletores não é um grande desa-fio. Solda a laser ou ultrassom não apresentam proble-mas, ao contrário: a junção de um mesmo metal é mais simples que soldar tubos de co-bre às aletas de alumínio. A mudança é igualmente simples para os tubos em forma de serpentina, que pode ser dobrada nas mesmas máquinas, como aponta Holle.

Como exemplo, ele mencio-nou as máquinas de dobra da Rei-mann & Kahl Rohrkomponenten GmbH da Teistungen, Alemanha. O alumínio pode ser processado com a mesma velocidade que o cobre. É extre-mamente importante que as máquinas usadas para cortar ou furar os tubos não estejam trabalhando com ambos os metais ao mesmo tempo, pois os cavacos de cobre podem contaminar o alumínio.

Já para a fabricação das flautas do cole-tor, é preciso fazer algumas modificações. O alumínio funde a 660ºC e a pasta de solda, a 585ºC. De acordo com Marcello de Cardenas, ge-rente diretor da VerMoTec GmbH em St. Ingbert, Alemanha, as temperaturas de fusão encontram-se muito mais próximas que a do cobre, o que significa que a variação de temperatura é muito mais estreita e deve ser controlada com grande precisão durante o processo de produção.

A indústria automobilística já migrou para a solda de alumínio anos atrás e com isso o processo está dominado, diz

Cardenas. Comparado com o cobre, é necessário trabalhar com pasta de solda. Em uma flauta de cobre, os furos nos tubos principais devem ser perfurados a partir da parte ex-terna ou puncionados de dentro para fora. Enquanto isso, os furos em um tubo de alumínio devem sempre ser feitos por broca. Só assim é possível posicionar os tubos de elevação

no tubo principal sem fixação especial, relata Cardenas.

Flauta ou serpentina?

Coletores de serpentina ganharam grande importância recentemente. Stefan Brändle,

consultor de longa data e desenvolvedor das tecnologias de solda laser para o setor,

estima que a fatia das serpentinas atingiu 55% na Europa. Suas vantagens são os

baixos custos de produção e ciclos de produção mais rápidos. Porém,

possui também desvantagens. Não é possível conectar mais

do que quatro ou cinco coleto-res em série e em circulação

forçada. Mesmo sistemas maiores para aqueci-

mento auxiliar devem contar com interco-

nexões complica-das. Serpentinas

com um tubo principal co-

mum, por outro lado, poderiam ser usadas universalmente,

mesmo para disposições grandes. Brändle comparou flautas e serpentinas com um tubo

principal com mais detalhes. A flauta leva 370 segundos para ser produzida, mais que os 245 segundos para a serpentina correspondente. Os investimentos para as máquinas são de aproximadamente € 900 mil para serpentina com tubo principal e € 700 mil para flauta.

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Tecnologia14

Brändle diz que os gastos com materiais são de € 30,50 para a serpentina e de € 29,60 para flauta. Entretanto, como os custos de fabricação para uma serpentina com tubo prin-cipal são aproximadamente € 2 menores, este modelo é 3% mais barato que fabricar uma flauta.

Custos falam por si

Juntamente com a soldagem convencional com uma cha-ma, tecnologias de indução são alternativas. De acordo com Cardenas, isso permite um melhor controle de temperatura. Os custos, no entanto, não deixam dúvidas: o gás propano custa € 0,01 por flauta e a eletricidade para solda de indu-ção vinte vezes mais. A soldagem convencional claramente continuará como padrão.

É também interessante comparar o total dos custos de flautas de cobre e alumínio. Adicionalmente ao € 0,01 do gás propano, é necessário somar € 0,08 por flauta para o arame de solda. Uma flauta de alumínio, por outro lado, requer uma solda mais cara, de € 0,19 por flauta. Porém, essa diferença é mais do que compensada pela vantagem do custo do metal: mais de € 26 para uma flauta de cobre e menos de € 9 para flauta de alumínio. Os custos com mão de obra e das máquinas de soldagem não são levados em conta.

Andréas Holle também está preparado para discutir preços. Ele compara a tubulação de cobre com diâmetros de 8 e 10 mm e com espessura de 0,5 mm com alumínio que exige espessura de 0,6 a 0,8 mm. Mesmo que o preço do alumínio esteja tão alto quanto o do cobre, o alumínio mais leve permite economizar 60% do custo com material para serpentina. No caso das flautas, com tubo principal maior, a economia seria de 63%.

O mercado está pronto?

O problema começa quando o assunto é fluido de transfe-rência de calor. Depois de tudo, quem garante que o comer-ciante local irá encher o sistema com um fluido adequado? E quem garante que ele irá limpar o sistema meticulosamente antes de fazer isso?

Stephan Fintelmann, gerente diretor da fabricante de coletores KBB GmbH, tem suas restrições. Sua empresa já fabricou coletores só de alumínio e tinha um sistema de teste de campo instalado. “Os instaladores falharam no teste.” Eles tinham cortado um tubo com serra, mas esqueceram de limpar os cavacos corretamente. “Isso mata qualquer fluido solar”, afirma Fintelmann.

Seu ceticismo é dividido com Riccardo Rompani, diretor de gestão de produto da fabricante italiana de sistemas de aquecimento Riello S.p.A.. O uso de alumínio não é funda-mentalmente o problema. “Nós testamos o alumínio sob condições de trabalho, por exemplo em caldeiras a gás”, diz Rompani. Ele vê chance para tubulação de alumínio em circuito fechados assim como em sistemas por termossifão. Porém, não para instalações maiores: “De jeito nenhum! Com nossos sistemas, não há espaço para erros.”

Outros especialistas são menos rigorosos. Se pacotes sola-res completos são vendidos com componentes combinados, e se para o instalador não for dada a oportunidade de usar nada a mais, então a instalação de sistemas forçados pode ser bem sucedida. Se a Solarbayer vai ter sucesso, ou se os sistemas defeituosos são inevitáveis, é o que veremos. Mas uma coisa é certa: a adição de uma imagem prejudicada à recente crise de vendas é a última coisa de que a energia solar térmica precisa para buscar inovações.

Tradução: Ronaldo Yano Toraiwa (Engenheiro do DASOL)

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As vantagens do cobre

O minério de cobre é utilizado na fabricação de utensílios e ferramentas há mais de 7.000 anos. Sua combinação com o estanho, formando o bronze, tem registros de utilização de mais de 5.000 anos.

O cobre possui excelente condutividade de calor, dura-bilidade e resistência à corrosão, além da facilidade de uso e sua propriedade de material reciclável. Adicionalmente, pesquisas indicam que a tubulação de cobre promove a purificação e limpeza da água, eliminando e inibindo o crescimento de micróbios que se desenvolvem nesse meio, como fungos, parasitas e bactérias, inclusive a Legionella e a E.Coli.

Sua qualidade de metal não poroso e resistente à corrosão faz com que as tubulações protejam a água encana-da de agentes exter-nos contaminantes como petroquími-cos, agrotóxicos e insetici-das. Outra vantagem do cobre é que as instalações hidráulicas têm um longo ciclo de vida e alcançam muitos anos em perfeito estado, valorizando o imóvel e facilitando a sua comercialização.

Até pouco tempo não se imaginava que “preservação do meio ambiente” e “reciclagem” seriam tão importantes para nossa sobrevivência no planeta. O cobre é 100% reciclável e calcula-se que mais de 38% do metal usado hoje é originário de processos de reciclagem. É um material que pode ser reutilizado várias vezes sem qualquer perda de qualidade.

Resumindo, o cobre:

• Não sofre queima na soldagem.

• Não sofre contaminação em contato com outros materiais.

• Não há necessidade de refazer a pintura anualmente.

• Não há necessidade de aplicar qualquer tipo de resina para não sofrer corrosão.

• Não provoca odor ou contaminação na água.

• É o melhor material para condutibilidade térmica.

• É o material mais utilizado na fabricação dos coletores solares.

• É o material utilizado nas serpentinas dos aquecedores de passagem.

• É um dos materiais mais confiáveis e utilizados para água quente pela construção civil.

Aquecimento solar

Para o setor de aquecimento solar o cobre é muito pre-cioso e utilizado em larga escala. Para que um coletor solar

seja eficiente, alguns fatores devem ser respeitados.

O material usado nos tubos e nas aletas deve ter alta condutibili-

dade térmica. A junção entre a aleta e o tubo não deve gerar resistência de

contato. A largura e espessura da aleta e o diâmetro do tubo devem ter suas di-

mensões cuidadosamente estudadas para que o fator de remoção de calor da aleta seja

alto e se use o mínimo de material no absor-vedor. Finalmente, a pintura do absorvedor

deve ser preferencialmente seletiva, ou seja, deve absorver muito calor e emitir muito pouco.

Em todas essas funções, o cobre sempre se mostrou competente, sob o ponto de vista de propriedades do mate-rial, como também das vantagens comerciais competitivas,

graças ao seu superior desem-penho térmico. Apesar das oscilações de preço, esse metal domina o mercado mundial de coletores solares até agora.

Um das variáveis constru-tivas que mais tem peso na eficiência de um coletor solar é a resistência de contato entre as aletas e os tubos que conduzem a água. A aleta recebe energia solar e essa é transferida para a região de contato entre aleta e tubo por condução. A espes-sura e o material da aleta são muito importantes para a boa

Nesta página:serpentina­e­aleta­

em cobre

Procobre lista fatores para aumentar a eficiência do metal nos coletores solares

Antonio­Maschietto

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Tecnologia16

condução de calor. Nesse aspecto, projetos que consideram o cobre conseguem um excelente resultado tendo em vista que o cobre puro possui uma condutividade térmica cerca de 78% superior ao alumínio, outro material também muito utilizado. Quanto à espessura, o cobre terá um peso maior, mas isso não impede seu desempenho.

Materiais pouco condutores e aletas muito finas não funcionarão bem. O ponto crítico para a boa operação da aleta está na área de contato entre a aleta e o tubo. Se o contato térmico não for perfeito, o calor não será totalmente transferido para o tubo e conseqüentemente para a água. A resistência de contato pode ser simplesmente definida como a dificuldade que a energia tem de se transferir da aleta para o tubo.

É fácil de entender porque existem coletores de baixa efi-

ciência no mercado. Quando se utilizam aletas finas, elas não exercem pressão suficiente nos tubos para minimizar o efeito da resistência de contato. A con-clusão é que, embora sejam utilizados materiais de alta condutibilidade tér-mica, a resistência de contato diminui consideravelmente a transferência de calor entre a aleta e os tubos.

Pior do que isso é o fato de que, com o tempo, a interface de encaixe entre as aletas e o tubo oxida e a sua folga vai aumentando devido à dilatação diferencial, o que acarreta uma queda brusca de rendimento em poucos anos de utilização.

Um bom coletor deve ter as aletas unidas aos tubos por algum tipo de processo de soldagem, seja brasagem ou solda molecular. Este tipo de união

elimina a existência da resistência de contato. Nesse as-pecto o cobre também pode receber a soldagem a lazer ou ultrassom, que não usa chama, não polui e é a mais precisa e moderna maneira de unir materiais metálicos.

A soldagem será ainda mais facilitada se tubos e aletas também forem de cobre, o que evita a corrosão galvânica que ocorre entre materiais diferentes quando compartilham o mesmo eletrólito corrosivo (por exemplo, a água).

Por todas essas razões, o cobre continua sendo o material mais escolhido pelas empresas na fabricação de componen-tes de aquecedores solares.

Fontes:www.procobre.orgwww.solares-online.com.brwww.sunraysolar.com/faq.phpwww.aquecedoreschama.com.brwww.aguaquentecampinas.com.brwww.ludens.cl/Electron/Thermal.html

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Os sistemas de aquecimento solar tradicionais são muito utilizados na China, Europa e EUA por serem econômicos e ecológicos e uma opção para países que enfrentam escassez de energia.

No Brasil, até recentemente, o aquecimento solar era encontrado somente em residências de alto padrão. Mas, a cada dia, esta solução ganha mais espaço também nas residências das classes média e de baixa renda a ponto de, nos últimos dois anos, os fabricantes terem registrado cres-cimento médio de 20% na produção desses equipamentos.

O aquecimento solar de água despertou o interesse da sociedade e vem sendo considerado como um requisito diferencial no programa Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, e também nos conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo.

Um dos responsáveis pela ampliação da presença do aquecimento solar nos lares brasileiros é o chuveiro solar híbrido. Exemplo da criatividade da indústria brasileira, esse modelo combina o sistema de aquecimento solar com o chuveiro elétrico e funciona como um importante equi-pamento auxiliar para aquecer a água nos dias do ano com baixa insolação.

Para se ter uma ideia, um sistema de aquecimento ex-clusivamente solar tem autonomia para atender em média 70% das necessidades anuais de água quente de uma resi-dência, já considerada a variação das condições climáticas nas diferentes regiões brasileiras.

Horário de ponta

Tradicionalmente, observa-se no Brasil um grande consu-mo de energia elétrica no período entre 18h e 21h, o chamado horário de ponta, por causa do acionamento da iluminação pública e dos transportes movidos a eletricidade (metrô e trólebus) nas cidades e do uso intensivo dos eletrodomés-ticos – hábito também relacionado à rotina do brasileiro de tomar banho ao chegar do trabalho.

Mesmo sendo o chuveiro um equipamento de alto ren-dimento, a soma da energia consumida pelos milhões de chuveiros elétricos no horário de ponta pode representar cerca de 6% do total da energia elétrica utilizada no País [1] e [2]. A coincidência de uso exige grandes investimentos do

Aquecimento solar deixa de ser privilégio das classes A e BChuveiro híbrido ajuda a popularizar aquecimento solar

governo e do setor elétrico para atender à forte demanda de energia nesse horário.

Assim, é cada vez mais incentivado o uso de fontes alternativas de energia, como a solar, no lugar das fontes convencionais, mais caras ou mais impactantes para o meio ambiente.

Nesse contexto, a união do chuveiro elétrico e do aque-cimento solar representa uma excelente solução brasileira para o aquecimento de água e um importante passo rumo à sustentabilidade. Nos conjuntos construídos pelos progra-mas habitacionais do Governo, o sistema com chuveiro solar híbrido é dimensionado para armazenar 200 litros de água aquecida pelo sol e atender perfeitamente à necessidade de banhos diários de uma família de quatro pessoas.

Resumindo, na medida em que o chuveiro solar híbri-do contribui para a popularização do aquecimento solar, também traz benefícios para as pessoas, as cidades, o meio ambiente e o País. O chuveiro solar híbrido contribui para reduzir a demanda de energia no horário de ponta, os inves-timentos em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e as despesas do consumidor com a energia.

O resultado final dessa conta da sustentabilidade são pessoas com melhor qualidade de vida, meio ambiente mais protegido e a economia do País mais fortalecida.

[1] EUROPEAN COMMISSION. “Market Study on Development of the Thermal Solar Market in Brazil”. Bruxelas: European Communities, 1999 [2] Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso - Base 2005 – Classe Residencial – Relatório Brasil – Procel - Eletrobrás

Modelo híbrido combina chuveiro elétrico e aquecimento solar

Chuveiro solar híbrido

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Entrevista: Carlos Alexandre Cella, diretor da ABINEE “Uma solução genuinamente brasileira”

Como a indústria avalia a união do chuveiro elétrico com o aquecedor solar que resultou no chuveiro solar híbrido?

Carlos Alexandre Cella - Como solução genuina-mente brasileira, desenvolvida e fabricada totalmente no Brasil, a tecnologia do chuveiro solar híbrido poten-cializa as principais vantagens do aquecedor solar e do chuveiro elétrico, trazendo enormes benefícios para o meio ambiente e também para o consumidor.

Que vantagens econômicas o chuveiro solar híbrido oferece?

São várias:- Economia de energia elétrica: na maior parte dos

dias o aquecimento da água é proporcionado pela ener-gia solar e a complementação do aquecimento, quando necessária, é dada pelo chuveiro elétrico que consumirá energia somente durante o tempo real de utilização.

- Economia de água: no ponto de uso a água fria é aquecida instantaneamente pelo chuveiro elétrico. Além disso, existem chuveiros elétricos com vazão de 3 a 4 litros por minuto.

- Economia para o consumidor: menor valor nas contas de água e energia elétrica.

- Ganho para o meio ambiente: devido ao consumo reduzido e otimizado de eletricidade e água tratada, cada instalação de sistema híbrido reduz significativa-mente os danos ambientais associados ao tratamento de água e às fontes de energia convencionais.

- E ganho para construção civil, porque agrega valor à construção sem onerar o investimento.

Qual foi a importância da participação do INMETRO na busca do chuveiro solar híbrido?

A ideia do chuveiro solar híbrido nasceu em 1998, em uma reunião histórica coordenada pelo engenheiro Alexandre Novgorodcev, do Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO.

Nessa reunião foi lançado um desafio às indústrias participantes de duas comissões técnicas do INMETRO, a CT- AAQ (Linha de Aparelhos Elétricos Fixos de Aquecimento Instantâneo de Água) e a CT-SOL (Siste-mas de Aquecimento Solar), para desenvolverem uma tecnologia capaz de integrar os dois produtos e tornar o aquecimento de água residencial mais econômico.

Passados alguns anos, já são milhares de chuveiros

Nesta entrevista à SOL BRASIL, o diretor do Grupo Setorial de Chuveiros da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Carlos Alexandre Cella, destaca a contribuição do chuveiro solar híbrido para a economia e o meio ambiente.

solares híbridos (chuveiro elétrico, reservatório e coletor solar etiquetados pelo INMETRO) instalados tanto em Programas de Conservação de Energia das Concessio-nárias, Programas Habitacionais de Interesse Social (CDHU, Minha Casa Minha Vida) como em residências de médio e alto padrão.

Quais as vantagens de ter essa tecnologia automatizada nos sistemas híbridos?

Além das vantagens já relatadas, ao adequar corre-tamente a temperatura e volume de água do banho ao conforto do usuário, a tecnologia automatizada propor-ciona maior economia de água e energia elétrica, pois somente é consumida a energia necessária para aquecer a água até a temperatura selecionada.

Se a água está aquecida pelo sol, o consumo de energia cessa instantaneamente. Alguns sistemas de automação mais sofisticados ainda contam com timers e controladores de potência para reduzir a demanda nestes horários, fator este determinante para o sucesso dos programas de eficiência energética.

Qual o futuro dessa tecnologia?A tecnologia do chuveiro solar híbrido está se con-

solidando e trazendo grandes benefícios para os Pro-gramas Habitacionais. A recente resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica que regulamenta a subs-tituição de todos os medidores de energia eletromecâ-nicos pelos novos medidores eletrônicos abre inúmeras possibilidades e vai permitir que também o consumidor possa gerenciar o correto uso de seus eletrodomésticos, entre eles o chuveiro solar híbrido.

Cella destaca vantagens do chuveiro

solar híbrido

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