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Page 1: Revista Sol Brasil - 15°edição
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Índice2

Mundo Verde

Editorial

Aquecimento solar na Santa Casa de Juiz de Fora Projeto da Enalter tem 1.270 m2 deárea coletora.

Juventude e experiência

Um plano solar para a SuíçaA associação Swissolar tem propostas para ampliar o mercado de energia solar do país.

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Case Solar

5

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4Água quente na Auto Viação Urubupungá Projeto da Heliotek segue sistema LEED de certificação ambiental.

Empresas Associadas

Tecnologia

Sistemas de soldagem: liderança nos coletoresFabricantes de sistemas de soldagem começam a ampliar as capacidades desuas máquinas para produção de absorvedores.

8

Entrevista

Profa. Elizabeth Marques Duarte PereiraPesquisadora de energia solar do Centro Universitário UNA (MG) fala sobre certificação compulsória e qualificação profissional.

18

Consumidor14

O modelo ideal para assistência técnica dos sistemas solaresEspecialistas descrevem as opções disponíveis no mercado.

Tira Dúvidas

A importância do respiro e do conjunto de válvulas para o SAS.

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Arquitetura Verde

Em busca de soluções sustentáveis

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Qualidade

Conheça os novos testes de certificação exigidos pelo Inmetro para os sistemas de aquecimento solar

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Notícias do Dasol

Minha Casa Minha Vida: quase 100 mil moradias com aquecimento solar

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Juventude e experiência

Prezado Leitor,

É com muito orgulho que eu estou as-sumindo a presidência do DASOL para este exercício de 2013, gestão em que o Depar-tamento, ao completar 21 anos, atingirá a sua maioridade.

Nem parece que passou todo esse tempo, desde o momento em que um grupo de empresas pioneiras do setor, Enalter, Heliotek, Soletrol, Transsen e Tuma, tão bem acolhidas pela ABRAVA, tomaram para si a importante missão de criar uma representação, um núcleo de fomento para a indústria solar térmica.

Com muito esforço e dedicação, a indústria começou a se organizar e a se colocar em evidência. Formamos parcerias com instituições correlatas, públicas, privadas, acadêmicas, com o terceiro setor. Todos nos ajudaram nessa grande tarefa. Construímos um grupo associativo que congrega hoje 80% da produção nacional.

Várias ações de fomento foram estruturadas, como os Encontros Nacionais (ENASOL), o Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, o Programa Cidades Solares, leis de incentivo, redução tributária, normas técnicas, cursos e treinamentos, divulgação e conscientização, programas governamentais, o CB-SOL e tantas outras iniciativas.

E não é por acaso que a realidade do aproveitamento solar térmico brasileiro apresenta hoje uma condição tão diferenciada em relação a outros países, ocupando posição de destaque no cenário mundial. Com uma produção anual de mais de um milhão de m² de coletores solares, já contribuímos com uma potência instalada se aproximando de 7 GWp de energia limpa e renovável.

A juventude é o tempo de abrir caminhos e a maioridade é o momento de pavimentá-los. Sendo assim, a nossa missão, com o apoio dos nossos parceiros, passa a ser cada vez mais a de garantir a sustentabilidade das conquistas.

Neste contexto, ações de garantia de qualidade, monitoramento de re-sultados, certificações, suporte tecnológico e financeiro à indústria merecem especial atenção.

Para esta gestão temos uma feliz composição de diretoria, que reúne ju-ventude e experiência. Mas o sucesso da nossa missão, para nós e para toda a sociedade, depende intensamente do apoio de todos os associados e dos parceiros e amigos que estão conosco todos esses anos.

Continuamos cada vez mais contando com vocês. Muito obrigado.Um Feliz 2013 e vamos em frente!

Carlos Artur AlencarPresidente do DASOL

Editorial 3

DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho de Administração do DasolPresidência Carlos Artur A. AlencarVP Relações Institucionais (VPI) Luís Augusto Ferrari MazzonVP Operações e Finanças (VPOF) Ernesto Nery SerafiniVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni JuniorVP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de CamposVP Desenvolvimento Associativo (VPDA) Walter BodraPast President (PP) Amaurício Gomes LucioConsultor Marcelo Mesquita

Revista Sol Brasil Conselho Editorial: Nathalia Moreno, Natália Okabayashi e Marcelo MesquitaEdição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378)Projeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Regente Feijó - J M PereiraAgradecimentos: Christina de Castro Mello, Profa. Elizabeth Marques Duarte Pereira, José Jorge Chaguri, Luciano Torres, Maurício Milhin, Oscar de Mattos, Sergio Kater.

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – São Paulo – SP – CEP 01206-905 - Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

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4 Case SolarD

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Projetado para ser um edifício sustentável, o novo pré-dio da Auto Viação Urubupungá, situado em Santana de Parnaíba (SP), encontrou na Heliotek a solução ideal para o aquecimento de água com baixo consumo de energia.

A melhor solução para a Auto Viação Urubupungá foi instalar um sistema de aquecimento solar híbrido otimiza-do da Heliotek. Este sistema de aquecimento foi projetado seguindo duas premissas: gerar economia nos gastos com energia para aquecimento de água e obedecer aos critérios de implantação da Certificação LEED (Leadership in Energy

Sistema garante o aquecimento diário de 10.000 litros de águana sede da Auto Viação Urubupungá

and Environmental Design). Os 40 coletores solares modelo MC15 da Heliotek, com

produção média de energia de 126,2 kWh/mês e classifica-ção A do INMETRO, e uma bomba de calor para banho da linha HelioMaster abastecem um reservatório térmico de 10.000 litros. O sistema oferece ao prédio água quente para 180 banhos por dia nos vestiários.

Os 60 m² de coletores solares integrados à bomba de calor possibilitam uma economia de energia elétrica de 84% e uma redução de R$ 2.700,00 nos gastos mensais.

Projeto da Helioteksegue sistema LEEDpara certificação ambiental

Heliotek Máquinas eEquipamentos Ltda.

Associada ao DASOL/ABRAVA

desde 30/11/1992.

www.heliotek.com.br

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5Case Solar

O sistema de aquecimento solar da Santa Casa de Mi-sericórdia de Juiz de Fora (MG) faz parte do Programa de Energia Inteligente, “Projeto Solar”, uma iniciativa do Governo de Minas Gerais e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O objetivo do programa é fomentar o uso eficiente da energia e promover a preservação do meio ambiente com a substituição de equipamentos obsoletos por tecnologias limpas em diversas instituições.

A Enalter Aquecimento Solar é a empresa responsável pelo dimensionamento e instalação dos 1.270 m² de área coletora do maior sistema de aquecimento solar já instalado em uma única unidade consumidora da América do Sul que irá beneficiar milhares de pessoas da Zona da Mata Mineira.

O projeto composto por oito subsistemas foi implanta-do ao longo do telhado da instituição e tem a capacidade de armazenar 66 mil litros de água quente. Neste projeto, também foram utilizados trocadores de calor para evitar a elevação da pressão no trabalho dos coletores.

Mensalmente, a Santa Casa atende 10.733 pacientes com 508 leitos, realiza 1.690 internações e 1.236 cirurgias. O siste-ma solar irá propor uma redução média de R$ 380 mil nos custos de energia anual.

“Este sistema de aquecimento por energia solar chegou em momento oportuno. Hoje, trabalhamos em prol de uma

Santa Casa ganha maior sistema de aquecimento solar da América LatinaEm Juiz de Fora, projeto da Enalter tem 1.270 m2 de área coletorae capacidade de armazenar 66 mil litros de água quente

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Enal

ter

nova Santa Casa com excelência nos processos e qualidade no atendimento. Nos preocupamos com a sustentabilidade do planeta e poder utilizar este recurso é uma conquista ímpar para nossa instituição”, afirmou o presidente da Santa Casa, Dr. Renato Villela Loures.

O presidente da Cemig, Djalma Morais, destacou que o projeto pretende mostrar que, por meio de mudanças de hábitos e o uso de equipamentos eficientes, a redução do con-sumo de energia acontece sem trazer transtornos às pessoas.

Enalter

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 05/12/95

www.enalter.com.br

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Notícias do Dasol6

Minha Casa Minha Vida contratamais de 1 milhão de moradias

O programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Fe-deral, contratou mais de 1 milhão de moradias até novembro de 2012, totalizando R$ 155 bilhões em investimentos.

Como previsto na Portaria 325 do Ministério das Ci-dades, em 2011 e 2012 foram contratadas 98.730 moradias equipadas com sistema de aquecimento solar de água para famílias com renda mensal de até R$ 1.600.

Assim, além do acesso a moradia própria em condições de financiamento mais adequadas à sua renda, essas famílias serão beneficiadas com a economia nas despesas com ener-

Com a missão de fortalecer a indústria brasileira de aquecimento solar, tomou posse em janeiro a nova diretoria do DASOL, eleita para o mandato de 2013:

Posse da nova diretoria

Carlos Artur A. Alencar (Enalter)PresidenteLuís Augusto Ferrari Mazzon (Soletrol)Vice Presidente de Assuntos Institucionais – VPIErnesto Nery Serafini (Solar Minas)Vice Presidente de Operações e Finanças – VPOF

gia. Isso porque os sistemas de aquecimento solar de água reduzem significativamente o consumo de energia elétrica na hora do banho.

Segundo a Caixa Econômica Federal, gestora do Minha Casa Minha Vida, o programa já beneficiou 3,3 milhões de brasileiros que não tinham renda para adquirir moradia digna. Do total dessas pessoas, 54% são famílias com renda mensal bruta de até R$ 1.600.

Com informações da Caixa Econômica Federal

Rafael Bomfim Pompeu de Campos (Heliotek)Vice Presidente de Marketing – VPMJamil Hussni Junior (Jelly Fish)Vice Presidente de Tecnologia e Meio Ambiente – VPTMAWalter Bodra (MS)Vice Presidente de Desenvolvimento Associativo – VPDAAmaurício Gomes Lucio (Tuma)Past President – PP

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Notícias do Dasol 7

O programa de capacitação do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA prevê a realização de 15 cursos durante o ano de 2013. Nos últimos três anos, o programa já capacitou mais de 400 profissionais, além de difundir a tecnologia solar no Brasil, por meio de workshops realizados em diferentes cidades brasileiras.

Entre os cursos previstos para 2013, está o primeiro módulo de Analista e Projetista de Sistema de Aqueci-mento Solar - Pequeno Porte. O curso será ministrado pelo engenheiro Luciano Torres nos dias 21 e 22 de fevereiro no auditório da ABRAVA em São Paulo. O treinamento é destinado a técnicos, engenheiros e profissionais do setor de aquecimento solar, habitação e concessionárias de energia.

O conteúdo do curso inclui introdução em sistemas de aquecimento solar (conceitos e aplicações, casos de sucesso, mercado solar, componentes, PBE, fração solar, uso do software Dimensol e o programa Qualisol) e instalações de pequeno porte.

DASOL programa 15 cursos para 2013

Inscrições e mais informações no site do DASOL (www.dasolabrava.org.br). Empresas associadas têm desconto.

Programa de Capacitação em Energia Solardo DASOL-ABRAVA de 2013

Cronograma de Cursos Dasol

20 e 21 de fevereiro Módulo I - Analista e Projetista de SAS, Pequeno Porte São Paulo

18 e 19 de março Módulo I - Analista e Projetista de SAS, Pequeno Porte Minas Gerais

18 ou 19 de abril Módulo I I - Projetista de SAS, Médio e Grande Porte e Piscina São Paulo

16 e 17 de maio Módulo I - Analista e Projetista de SAS, Pequeno Porte Santa Catarina

13 e 14 de junho Módulo I I - Projetista de SAS, Médio e Grande Porte e Piscina Minas Gerais

18 de julho Módulo III - Software Dimensol e Sketchup São Paulo

15 e 16 de agosto Módulo I I - Projetista de SAS, Médio e Grande Porte e Piscina São Paulo

26 e 27 de setembro Módulo I I - Projetista de SAS, Médio e Grande Porte e Piscina Santa Catarina

17 de outubro Módulo III - Software Dimensol e Sketchup São Paulo

29 de novembro Módulo III - Software Dimensol e Sketchup São Paulo

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4536/12, do deputado Wellington Fagundes (PR-MT), que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) os coletores ou painéis solares para aquecimento de água.

A proposta também estabelece que os prédios da Ad-ministração Pública federal que registrarem consumo de água aquecida a partir de 20% do consumo total, quando

Isenção de IPI para coletores solares for viável, deverão ser equipados com coletores ou painéis solares.

Na avaliação do deputado Wellington Fagundes, os incentivos fiscais poderão aumentar a eficiência energética do País e adiar investimentos que se fariam necessários para atender à demanda de energia elétrica no horário de ponta.

Com informações do site da Câmara dos Deputados

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Tecnologia8

Sistemas de soldagem: liderança nos coletores

Fabricantes de sistemas de soldagem começam a ampliar as capacidades desuas máquinas para produção de coletores. Novos tipos de cabeçotes de solda serão capazes de operar mais rápido e com maior variabilidade.

A velocidade máxima é apenas um auxílio secundário para o desempenho de um carro se a rota escolhida é uma sucessão de curvas apertadas ou com predominância de trechos de estrada de terra. A situação é muito semelhante no que diz respeito à velocidade de soldagem de máquinas para fabricação de placas absorvedoras, onde tubos em Z são unidos a uma placa absorvedora ou então quando materiais diferentes devem ser combinados.

O sistema de soldagem a laser, por exemplo, consome menos energia durante o processamento de materiais de paredes finas e pode, assim, avançar mais rapidamente. Mas, por outro lado, se um pulso de laser é necessário a cada 2 mm, levará mais tempo para percorrer o comprimento do tubo em comparação com um outro sistema cujos pontos

de soldagem estão a 5 mm de distância.Para este ano a Minitec decidiu abandonar a especifica-

ção tabelada para velocidade das soldagens. O espectro de exigências e as circunstâncias na produção nos galpões dos fabricantes de placas coletoras são grandes. Além disso, não existe qualquer base comum nos dados nos catálogos dos fornecedores de máquinas.

Alguns especificam a velocidade de soldagem em metro por minuto (m/min), enquanto outros indicam a área do absorvedor processada por ano em m².

Permanecendo com a analogia do carro, na comparação entre um Porsche e um VW Gol, enquanto o Porsche atinge a velocidade máxima de 280 km/h, o VW Gol roda 150.000 quilômetros ao longo de um ano.

Da Sun & Wind Energy 12/2012

Tradução: Natália Okabayashi e Luciano Torres

Acessórios sob medida para atender necessidades individuais: materiais da Minitec e os seus sistemas de soldagem em versão econômica e avançada, dependendo de quantos tipos de placas coletoras são manipulados pelo controlador.

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Para orientação: de acordo com dados do fabricante, as velocidades de soldagem de máquinas para placas coletoras situam-se entre 15 e 50 m/min e as suas saídas entre 50.000 e 800.000 m²/máquina.

Cabeçotes adicionais melhoram transferência de calor

Os fabricantes de máquinas de soldagem são, no entanto, incansáveis nos esforços para aumentar ainda mais o des-empenho da máquina. Em junho de 2012, a empresa alemã Ultrasonics Steckmann GmbH revelou sua mais recente potência na feira Intersolar Europe, realizada em Munique, Alemanha.

O sistema de soldagem ultrassônico nomeado Bison trabalha com um total de quatro roletes, três a mais que o habitual. Este projeto é a implementação de um conceito inovador de soldagem.

No passado, roletes de soldagem do sistema ultrassônico eram mantidos na superfície do absorvedor e o tubo de aplicação de pressão no lado superior do absorvedor. Nesta posição é induzida uma oscilação mecânica de alcance ul-trassônico. No sistema de Bison, a diferença é que não há solda na placa: os tubos são unidos diretamente.

Em vez disso, dois roletes ultrassônicos fazem a solda no lado oposto da placa, formando um ômega, abrangendo os tubos da placa absorvedora.

O benefício: tal qual a soldagem por laser, não deixa marca de soldagem na superfície de absorção.

O diretor de gestão do sistema ultrassom da Helge Steck-mann demonstrou pela primeira vez o princípio há dois anos. Desde então, o sistema foi melhorado com a instalação nas novas máquinas de dois roletes adicionais ao longo da linha do topo da placa ômega. Este princípio prevê uma soldagem adicional entre a folha e os tubos para melhorar a transferência de calor para o fluído. “Esta máquina é se-melhante às máquinas a laser”, diz Steckmann.

O sistema pode também ser configurado para realizar dois trabalhos simultâneos para encurtar o tempo do ciclo. Com quatro roletes, a máquina pode produzir um coletor

de 2,30m x 1,20m a cada três minutos. Steckmann aponta outra vantagem da Bison: “Nosso método permite variar a seleção de material para a placa de absorção e os tubos”. O conceito parece ter sido bem recebido pelos clientes. Este ano já foram vendidos três sistemas Bison, um na Alemanha, outro na Coréia e outro na Polônia.

Cabeçote rotativo ampliaescala de produção

A fabricante tcheca MGM também trouxe uma nova máquina de solda ultrassônica para a mostra de inovação em Munique. O sistema Sun Weld não opera com múltiplos roletes como o Bison, mas com um cabeçote de soldagem rotativo. O cabeçote é montado numa ponte, que pode ser levantada ou abaixada perpendicularmente em relação ao sentido de soldagem, e ao mesmo tempo pode girar 90° em ambas as direções.

“Isso nos permite produzir com o mesmo sistema tanto placas absorvedoras lineares ou com tubos em Z”, explica o diretor de Gestão Karel Mikulanda.

Para mudar o tipo de placa de absorvedora a ser produ-zida, basta trocar o modelo fixado na moldura da máquina. Durante o processo de soldagem, sugadores a vácuo pren-dem a placa absorvedora para permitir uma fácil soldagem da tubulação.

A máquina faz a soldagem no lado superior da placa absorvedora. Rolos de guia pressionam a tubulação contra a placa absorvedora fazendo com que a tubulação assuma um formato de pêra durante a soldagem. Isto produz um cordão de solda mais fino, o que possibilita trabalhar com roletes de menor diâmetro que corresponde a menos gasto.

Ainda que Mikulanda tenha sido incapaz de apresen-tar a máquina em ação no evento da Intersolar Europe (aparentemente porque os organizadores da exposição não haviam instalado a energia necessária ao seu estande), o projeto provou ser convincente. Uma empresa chinesa até perguntou se poderia levar a máquina que estava em exposição no estande.

Um dos vizinhos da MGM na feira foi um fabricante que

Tecnologia 9

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Tecnologia10

Mais luz para uma produção mais rápida: em Viessmann, DTEC pode configurar até quatro fontes de laser para

servir duas células de soldagem com duas lentes cada.

utiliza técnicas de soldagem por atrito. Schunk Sonosystems GmbH demonstrou a soldagem na placa absorvedora de alumínio.

Para ser capaz de soldar a placa de alumínio com tubos feitos do mesmo material, a máquina

deve ser equipada com roletes que tenham a soldagem diferente da usada em placas absorvedoras de cobre. Isso porque o alumínio possui condutividade térmica, resistência e ponto de fusão diferentes do cobre.

A escolha do cabeçote de soldagem deve levar esses fatores em conta. Sua área de contato, por exemplo, tem de ser mais grossa. Isto é decisivo para o processo evitando a aderência do alumínio ao rolete.

Os parâmetros do processo, como a pressão de contato, amplitude e velocidade de oscilação também devem ser leva-dos em conta. O gerente de vendas Thomas Behr recusou-se a fornecer maiores detalhes, mas confirma que fornece know-how do processo juntamente com as máquinas.

Controlador de expansão para maior funcionalidade

Da mesma forma que a soldagem ultrassônica não é pos-sível sem um rolete, a solda a laser só funciona com uma fonte de luz correspondente.

A alta energia dos pulsos de luz emitidos por esta fonte deve permitir a fusão do material absorvedor ao tubo e a formação de uma liga entre os dois.

A empresa alemã Minitec GmbH & Co.KG fabrica máqui-nas de solda a laser para uso na produção de coletores solares há mais de oito anos.

Na versão econômica, o LSA Economy Wilder é ad-equado para clientes que fabricam apenas alguns tipos de coletores simples ou para aqueles clientes recém-chegados no mercado.

Ele é capaz de soldar serpentinas com curvas ou tubos paralelos de um diâmetro específico.

O cabeçote de solda pode ser girado à mão por 90° para permitir que tubos sejam soldados na placa de absorção nos sentidos longitudinal ou transversal. Diferentes diâmetros de tubos podem ser usados se os rolos da solda forem tro-cados adequadamente.

Por outro lado, com a solda LSA avançada, o fabricante de placa coletora está em condições de produzir um número infinito de absorvedores com diferentes variações. “A in-terface aberta é fácil de usar na programação avançada da LSA Welder e facilita a rápida realização até mesmo dos mais complexos layouts de tubulação e formas da placa absorvedora”, observa o gerente de projetos Steffen Schoft.

A solda de tubos em formato serpentina não é problema, e também é possível soldar dois tubos de diferentes diâ-metros, como por exemplo o tubo em serpentina e os tubos principais, em um único passo de fabricação.

Os dois sistemas da LSA permitem a compensação au-tomática de desvios com tolerância de até 5 mm. “Desta forma, podemos garantir sempre uma solda durável, mesmo no caso

de tolerâncias maiores nos materiais originais”, diz Schoft. Graças à concepção de sistemas modulares de soldagem

automática, com uma opção de expansão controlada, a versão econômica pode ser atualizada posteriormente para a versão avançada.

Cabeçote multifuncionalpara solda e dobra

Michael Dietl, diretor da fabrica austríaca DTEC GmbH, também chama a atenção para esta possibilidade ao apre-sentar suas máquinas. “Através do nosso “design” modular, podemos oferecer às pequenas empresas uma solução aces-sível, que pode ser ampliada de acordo com as necessidades de crescimento”, diz ele.

A gama de produtos da empresa foi ampliada sensivel-mente desde a última apreciação do mercado, três anos atrás. Além do Pulsspeed 556, existe também a versão 278, o 556² e um dobrador.

No Pulsspeed 278, a fonte de laser é combinada com um divisor físico para dividir a energia da luz entre as duas lentes na cabeça do laser que aquece o tubo de ambos os lados. Os níveis de energia mais elevados são atingidos com o Pulsspeed 556, uma vez que cada lente é servida pela sua própria fonte de laser.

O Pulsspeed 556² é ainda mais rápido. Possui quatro fontes de laser, divididas em duas células laser, com duas lentes cada. “Com esta máquina, é possível atingir uma velocidade de soldagem de mais de 20 m/min, com a força máxima da solda dentro e fora de curvas”, diz Michael Di-etl. Seu modelo de exibição foi produzido como Pulsspeed Bender. Esta máquina dobra o tubo de absorção e solda na placa simultaneamente.

De volta para nossas comparações com a indústria de automóvel, é como se um carro pudesse colocar asfalto na estrada à medida que passa por ela.

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Page 11: Revista Sol Brasil - 15°edição

A nova regulamentação do Inmetro para certificação compulsória de siste-mas de aquecimento solar (SAS) aumen-tou a exigência de testes de qualidade, como, por exemplo, a resistência desses equipamentos à ação da chuva, granizo e congelamento.

O físico Oscar de Mattos recomenda que os fabricantes de SAS entendam o processo de certificação e promovam eventuais melhorias necessárias em seus produtos o mais rapidamente possível.

Oscar de Mattos foi diretor técnico da Heliotek Máquinas e Equipamentos

Conheça os novos testes de certificação dos sistemas de aquecimento solar

Oscar de Mattos: fabricantes devem iniciar a adequação de seus produtos o mais rápido possível

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Simulador solar do IPT

Qualidade 11IP

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12 Qualidade

e participou ativamente do desenvolvi-mento de regulamentos do setor junto ao Inmetro, Procel e os laboratórios IPT e Green.

O especialista também é CEO da Ino-solar Serviços e Consultoria em Energia Solar, que está desenvolvendo o site www.certificasol.com.br. O site é um projeto financiado pela GIZ (Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha) com o objetivo de orientar os fornecedores sobre as etapas da certifica-ção compulsória.

Nesta entrevista à Sol Brasil, Oscar de Mattos fala sobre os novos testes para certificação dos SAS e sobre o site que será lançado em fevereiro.

SOL BRASIL - Quais são os testes exigi-dos na nova regulamentação do Inmetro para os sistemas de aquecimento solar?

Oscar de Mattos - Atualmente os testes para coletores solares são: desempenho térmico, pressão interna, choque térmico externo, exposição não operacional e inspeção final. Com a nova regulamentação, foram acrescentados novos testes, como o de resistência a alta temperatura, o choque térmico interno, o teste exposição II (20h), o choque térmico interno e externo II e o teste de resistência ao congelamento.

Os ensaios de resistência ao congelamento e de resistên-cia ao impacto são opcionais e devem ser realizados somente em coletores declarados pelo fornecedor como resistentes. O teste de envelhecimento acelerado é previsto tanto para coletores como para reservatórios. Todos esses testes estão previstos na nova regulamentação definida pelas Portarias MDIC - INMETRO 301 de 14/06/12 e 352 de 06/07/12.

Site irá orientar fabricantes sobre certificação compulsória

Coletores

Resistência a alta temperatura Determina se o coletor pode suportar altos níveis de radiação, sem falhas

Choque térmico interno Determina a capacidade do coletor de resistir à entrada de fluído frio em dias ensolarados

Exposição II (20h) Simula condições de operação que podem ocorrer durante a vida útil do coletor

Choque térmico interno e externo II

Penetração de chuva(só para coletores fechados)

Verifica até que ponto os coletores fechados são resistentes à penetração de chuva

Carga mecânica (só para coletores fechados)

Determina a capacidade do coletor de resistir à carga de pressão positiva, devido ao efeito do vento

Envelhecimento acelerado Realizado nos componentes poliméricos dos coletores

Resistência ao congelamento Determina a capacidade do coletor de suportar congelamento e ciclos de congelamento e degelo

Resistência ao impacto (só para coletores fechados)

Determina a capacidade do coletor de suportar impactos pesados causados por granizo

Reservatórios

Envelhecimento acelerado

Novos testes de qualidade para SAS

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13Qualidade

Que recomendações o sr. dá aos fabricantes sobre a certificação compulsória?

A recomendação é que entendam o processo e iniciem o mais rápido possível a adequação de seus produtos. Para mais informações, os fabricantes poderão consultar a partir de fevereiro o site www.certificasol.com.br.

Quem deve se responsabilizar por providências de en-

saios de equipamentos e como vai funcionar esse processo?O fornecedor é responsável por certificar seus

produtos e a certificação será feita através de um Organismo de Certificação de Produto (OCP).

Qual é o custo estimado dos testes? Com a participa-ção dos OCP’s esse custo se elevará?

Os laboratórios ainda não divulgaram, mas acre-dito que deva ter um aumento substancial. Além disso, teremos também o custo do OCP, estimado entre R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00. Por outro lado, com o OCP o agrupamento por família de produtos será mais detalhado, o que poderá contribuir para a diminuição da quantidade de ensaios e custos.

Para a primeira Avaliação Inicial, os relatórios dos ensaios de Desempenho Térmico para coletor solar e Perda Específica de Energia Mensal para reservatório térmico, emitidos pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), poderão ser utilizados desde que emi-tidos nos 36 meses anteriores à publicação da portaria 352.

Da mesma forma, as famílias de coletores solares, com conformidade avaliada no PBE, poderão realizar somente os ensaios de Desempenho Térmico, Carga Mecânica, Resis-tência ao Congelamento, Resistência ao Impacto e Envelhe-cimento Acelerado, desde que a solicitação de certificação seja feita antes de 10/07/2014.

Como funcionará o site de orientação para o setor?O site www.certificasol.com.br é um projeto financiado

pela GIZ (Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha). O site será interativo, com orientações aos fornecedores sobre a certificação compulsória, facilitando a adequação dos produtos e contribuindo para o fortaleci-mento da cadeia produtiva do setor de aquecedores solares. Dessa forma, irá contribuir para aumentar a qualidade dos produtos comercializados no Brasil.

Simulador do IPT entrou em operação em agosto de 2012 para dar suporte ao desenvolvimento de produtos e realizar testes para a certificação dos

sistemas de aquecimento solar de água

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Consumidor14

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ção

Tum

aA vida útil de um sistema de aquecimento solar de água é

de cerca de 20 anos, mas pode chegar a 25, se a implantação do projeto atender as exigências técnicas e o equipamento operar em condições ideais. Essas condições ideais incluem fatores como a qualidade da água que entra no sistema e a frequência das manutenções corretivas e preventivas.

A garantia é outro aspecto para o qual o cliente deve estar atento. O engenheiro José Jorge Chaguri, presidente da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações (Abrinstal), observa que há fabricantes que dão até 10 anos de garantia para os coletores solares e de um a cinco anos para os reservatórios de água quente.

O engenheiro Maurício Milhin, da Velp Mais, empresa de comercialização de sistemas hidráulicos e aquecimento de água, recomenda também que o sistema seja instalado por uma empresa especializada e participante do Programa Qualisol Brasil.

A influência da qualidade da água na vida útil desses equipamentos é citada pelos dois engenheiros. Segundo Chaguri, a qualidade da água é tão importante que frequen-

Especialistas descrevem as opções disponíveis no mercadopara cada tipo de instalação

temente aparece como ressalva nos certificados de garantia dos sistemas solares.

Em média, observa Jamil Hussni Jr., gerente comercial da Jelly Fish e vice-presidente de Tecnologia e Meio Ambiente do Dasol, a garantia contra defeitos de fabricação de um sistema solar vai de três a cinco anos.

Corresponsabilidades

A corresponsabilidade pelo desempenho do sistema é uma realidade nesse mercado. “Geralmente em obras de grande porte prevalece uma interação entre projetista, fa-bricante e instalador para preservar o bom funcionamento do sistema após sua instalação”, lembra Jamil Hussni Jr., do Dasol.

O fabricante do sistema de aquecimento solar é res-ponsável pela qualidade e o desempenho do equipamento especificados no projeto. O projetista é responsável pelo dimensionamento e detalhamento global do sistema, ga-rantindo a boa performance do sistema.

O modelo ideal para assistência técnica dos sistemas solares

Clientes devem exigir certificações de qualidade do fabricante e do instalador e conhecer experiência

do projetista em sistemas de aquecimento solar

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Consumidor 15

O instalador, que pode ser uma instaladora hidráulica, uma construtora (raro ocorrer), uma revenda ou o próprio fabricante, é responsável pela qualidade da mão de obra e a qualidade da instalação.

“Os serviços são contratados pela construtora que se torna a responsável pelo sistema instalado. Porém, o instala-dor, o projetista e o fabricante poderão ser corresponsáveis”, acrescenta Chaguri.

Assistência técnica

O comprador de um sistema de aquecimento solar pre-cisa estar atento, no entanto, sobre quem fará a assistência técnica do equipamento. Maurício Milhin observa que as assistências técnicas e as manutenções dependem dos projetos e das negociações entre as partes envolvidas no momento da aquisição e contratação, seja do fornecimento do equipamento ou do serviço de instalação.

“Em sistemas residenciais, por exemplo, quem normal-mente presta esse tipo de serviço são as próprias revendas que venderam, dimensionaram e instalaram o equipamen-to.” Também pode ocorrer de a equipe de manutenção de um hotel, motel ou hospital se capacitar para operar e realizar ações preventivas e corretivas nos SAS.

Em obras de grande porte, o projeto, a venda e execução da instalação são feitos diretamente pelos fabricantes. “Neste caso, a assistência é realizada diretamente pelo fabricante ou por alguma assistência técnica ou revenda regional au-torizada”, lembra Milhin.

Nesse tipo de obra pode existir uma parceria entre fa-bricante e a revenda local. “Neste caso, o responsável pela assistência é esse revendedor, que tem perfil de instalador”, justifica.

O engenheiro Chaguri, porém, entende que a assistência técnica deve ser executada pelo instalador que executou os serviços, de preferência dentro de um contrato de manu-tenção preventiva com o edifício, feita por uma empresa autorizada pelo fabricante.

Opções do mercado

Existem no mercado vários mo-delos de contrato de assistência téc-nica. “As formas mais comuns são os preventivos cíclicos (por período, que pode ser mensal, bimestral, se-mestral etc.) ou então por demanda ou necessidade, quando a visita é feita por solicitação do cliente”, descreve Maurício Milhin.

Segundo Chaguri, os contratos de assistência técnica existentes no mer-

cado são de manutenção preventiva com visitas programa-das (em média bimestrais) e disposição para as manutenções corretivas em dia e horários comerciais ou plantão 24 horas dependendo da negociação.

O custo dessa manutenção varia em função de fatores como a quantidade de equipamentos (coletores solares, reservatórios, bombas, trocadores de calor e sistema de apoio), o problema a ser resolvido e até a distância do cliente. Chaguri estima que o valor mensal poderá variar entre R$ 400,00 a R$ 1.500,00 mensais.

“Mas a grande economia obtida com o produto que utiliza energia gratuita (solar) compensa de longe a sua utilização mesmo considerando os custos de manutenção”, observa Maurício Milhin.

O contrato ideal

Para Maurício Milhin, no caso de obras de pequeno porte, como uma residência, um pequeno hotel, um cabeleireiro, uma pequena academia, a solicitação de assistência técnica por demanda é mais vantajosa, uma vez que o sistema solar é muito confiável e de pouca manutenção.

“No caso de obras de grande porte, já é plausível uma análise melhor de um contrato de visitas periódicas, garan-tindo uma manutenção preventiva e corretiva mais rápida, dando uma melhor expectativa e garantia de performance e vida útil”, observa o engenheiro.

Chaguri, da Abrinstal, lembra que na prática o consumi-dor residencial não faz manutenção preventiva do sistema solar. “Mas deveria. Por exemplo, para manter as placas coletoras limpas pois a eficiência vai diminuindo ao longo do tempo”, comenta. Segundo ele, para o grande consumidor o ideal é um contrato de manutenção 24 horas com visitas programadas de manutenção bimestrais.

“O SAS do consumidor residencial pode ser tratado como manutenção corretiva e para o consumidor comercial de grande porte deve-se fazer um contrato de manutenção preventiva”, sintetiza Jamil.

Manutenção ajuda a manter placas coletoras limpas

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Os modelos de SAS disponíveis no mercado têm capa-cidade de 200 a 5.000 litros e com coletores solares cor-respondentes ao porte da instalação. No caso dos sistemas usados nas habitações de interesse social (habitação popular), o mercado oferece modelos com reservatório de 200 litros e coletor solar com potência entre 120 e 180 kwh/mês.

Existem basicamente três tipos de sistemas de aqueci-mento solar de água (modelos disponíveis nos websites citados). O mais utilizado é o aquecimento solar com central de armazenamento de água quente e apoio de outra energia coletiva, por causa do menor custo. “Como o sistema de apoio

Os tipos de SAS disponíveis no mercado

(gás/elétrico) é coletivo, o ideal é prever medições individuais de água quente para rateio do custo de consumo”, recomenda Chaguri, da Abrinstal.

O segundo modelo é de aquecimento solar com central de armazenamento de água quente com apoio de outra energia individual. “O custo de implantação é maior que no primeiro caso, mas o consumo do apoio a gás ou eletricidade é admi-nistrado pelo próprio condomínio”, lembra Chaguri.

O terceiro tipo, de maior custo de implantação, é o aqueci-mento solar com armazenamento de água quente individual e apoio com outra energia também individual.

Recomendações ao consumidor

Os especialistas fazem algumas recomendações ao con-sumidor na hora de comprar ou licitar a instalação de um sistema de aquecimento solar. A primeira delas é exigir que a empresa apresente as certificações de qualidade.

“Etiqueta do Inmetro (que garante a qualidade do produ-to), a ISO, Qualisol (que garante a qualidade da instalação) e outras certificações que garantam a qualidade e procedência do produto”, enfatiza Maurício Milhin.

Ele sugere também que o consumidor solicite ao proje-tista informação sobre suas experiências anteriores que já estejam implantadas e com sucesso de operação há algum tempo. Outra recomendação é consultar a lista de empre-sas participantes do programa Qualisol no website www.dasolabrava.org.br

Jamil Hussni Jr. observa que o projeto deve ter definição exata do dimensionamento do SAS com a devida especifi-cação dos equipamentos a serem instalados. “Um projeto dedicado para o sistema licitado é a garantia da eficácia de funcionamento”, lembra o engenheiro.

Chaguri também salienta a necessidade do projeto

detalhado, destaca a escolha do instalador e sugere que o cliente consulte no site da Abrinstal as empresas instaladoras certificadas no programa Qualinstal da entidade.

“Sempre é recomendável ou até mesmo obrigatório a exe-cução de um projeto de aquecimento solar para implantação do sistema”, concorda Maurício Milhin. “Em obras residen-ciais, em muitos casos, o próprio arquiteto ou engenheiro já prevê e projeta o sistema, mas em obras de grande porte existe a necessidade de um projeto detalhado”, observa.

Sergio Kater, presidente da Associação Brasileira de Sis-temas Prediais, também enfatiza a importância do projeto. Ele recomenda aos projetistas consultar os três modelos básicos publicados no site da Abrasip (www.abrasip.org.br), Abrinstal (www.abrinstal.com.br) e Dasol/Abrava (www.dasolabrava.org.br).

Modelos de venda

Maurício observa que em obras de pequeno porte (resi-dências), normalmente a venda de sistemas solares é feita por meio de revendas especializadas que também instalam os sistemas.

No caso de habitações populares como os projetos Minha Casa Minha Vida e CDHU, o fabricante fornece os equipamentos diretamente para a construtora, que realiza a instalação ou contrata/indica instaladores regionais.

Quando se fala, porém, em obras de grande porte (ho-téis, parques públicos e hospitais), o modelo varia. Milhin observa que existe a venda direta do fabricante para a cons-trutora (mão de obra e equipamentos), venda por meio de revendas e venda mista, onde os equipamentos são vendidos pelos fabricantes e a instalação é feita pela construtora, pela revenda ou pela instaladora hidráulica.

“Está ocorrendo neste momento uma tendência dos fabricantes de deixarem para suas revendas e instaladores a responsabilidade pela instalação. Eles apenas realizam a distribuição direta do equipamento às suas revendas”, acrescenta.

Obras de grande porte exigem um projeto

detalhado para garantir a eficácia do sistema de

aquecimento solar

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Tira Dúvidas 17

?Qual a importância do respiro em um sistema de aquecimento solar e quando ele pode ser substituído por um conjunto de válvulas?

Qual a função do vaso de expansão nos sistemas de aquecimento solare como se calcula seu volume?

Em todo sistema de aquecimento solar é obrigatório o uso de um respiro ou de um conjunto de válvulas que o substi-tua, de acordo com a NBR 15569 – Sistema de aquecimento solar de água em circuito direto – Projeto e Instalação.

O respiro tem a função de eliminar o ar presente dentro do reservatório térmico, equilibrar a pressão de trabalho do sistema e permitir a entrada de ar caso haja uma pressão negativa dentro do sistema. É normalmente utilizado em sistemas de baixa pressão (até 5,0 m.c.a.).

Fale com o especialista:Engenheiro Luciano Torres

O vaso de expansão é utilizado como absorvedor da expansão volumétrica da água em sistemas de aquecimento solar de alta pressão. Esta expansão é causada pela dimi-nuição da densidade da água provocada pelo aumento da temperatura no interior do(s) reservatório(s) térmico(s). Uma variação de temperatura da água de 10ºC para 90ºC altera seu volume em 35,6 litros.

O volume do vaso de expansão é calculado em função da pressão de trabalho do sistema e de sua temperatura final. Considerando uma temperatura final de 70ºC, a tabela ao lado mostra o volume percentual do vaso de expansão em

Pressão de trabalho Volume percentual*

2,0 kgf/cm2 5,0%

3,0 kgf/cm2 6,2%

4,0 kgf/cm2 7,6%

* Volume percentual ao volume total de armazenamento.

Nos sistemas de alta pressão (até 40 m.c.a.), ele pode ser substituído por um conjunto de válvulas e um vaso de expansão, garantindo a segurança e integridade do sistema.

Este conjunto de válvulas é sempre indicado pelo fabri-cante do reservatório térmico, sendo: válvula eliminadora de ar, válvula quebra vácuo, válvula de segurança e vaso de expansão.

Cada reservatório térmico deve possuir seu próprio respiro ou conjunto de válvulas.

Dúvida sobre sistemas de aquecimento solar de água?Envie sua mensagem para [email protected]

Desenho esquemático de um SAS de alta pressão Luciano Torres é engenheiro mecânico com ênfase em Mecatrônica, formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, especialista em energia solar térmica. Participou como tutor do programa de capacitação a distância da Caixa Econômica Federal para instalações de aquecedores solares residenciais e do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Coletores Solares e Reservatórios Térmicos – INMETRO/ABRAVA. É consultor projetista em instalações solares de pequeno e grande porte com mais de 60.000 m² de projetos realizados e implantados.

função da pressão de trabalho.O vaso de expansão deve ser calibrado a vazio, com

uma pressão de 0,5 kgf/cm2 abaixo da pressão de trabalho e verificado a cada seis meses.

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Entrevista18

Foco na capacitação continuada

Entrevista:Profa. Dra. Elizabeth Marques Duarte Pereira

Essa é a previsão da pro-fessora Elizabeth Marques Duarte Pereira, coordenadora de estudos de energia do Cen-tro Universitário UNA, de Belo Horizonte, que também defende maior foco na capaci-tação continuada de toda a ca-deia produtiva do aquecimento solar.

Com ampla experiência na coordenação técnica de projetos de P&D da Cemig, Aneel, Finep e Eletrobras/Procel, a professora Elizabeth foi responsável pela coorde-nação técnica do Programa de Etiquetagem do Inmetro desde a sua criação.

Ela também coordenou pes-quisas sobre aquecimento solar nas moradias do Programa Minha Casa Minha Vida.

Graduada em Física, a pro-fa. Elizabeth tem mestrado em Engenharia Mecânica e dou-torado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais. A professora também implantou e coordenou o Green Solar da PUC Minas de sua criação em 1997 até setembro de 2009, acumulando a coordenação do Centro de Desenvolvimento da Energia Solar Térmica.

Nesta entrevista à SOL BRASIL, a professora defende uma “parceria inteligente” entre construtores e fabricantes de SAS e fala sobre o potencial da tecnologia solar na área industrial.

Quais os desafios que a energia solar térmica ainda enfrenta no Brasil para se tornar uma alternativa energética competi-tiva?

Inicialmente precisamos classificar as tecnologias quanto à sua aplicação: baixa, média e alta temperatura. No caso da baixa temperatura (inferior a 80º C), temos uma

A nova norma brasileira para certificação dos sistemas de aquecimento solar exigirá o desenvolvimento de novos produtos e o uso de novos materiais.

tecnologia nacional sólida, uma associação participante e produtos etiquetados pelo Inmetro desde 1997. Nesse caso, precisamos focar na ca-pacitação continuada de toda a cadeia produtiva, mas prin-cipalmente em projetistas e instaladores. Precisamos trab-alhar com grandes obras, para fins residenciais, comerciais e industriais com qualidade e rigor.

Quanto às tecnologias de média (de 80º C a 250º C) e de alta temperatura (acima de 250º C), ambas inexistem no país como negócio. Entretanto, começamos a perceber ações da Cemig, da Agência Nacio-nal de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no sentido de fomentar pes-quisas e projetos de demonst-ração para tais aplicações. A

Embaixada Britânica atualmente financia um estudo sobre a avaliação do potencial de uso dessas tecnologias no setor industrial, com foco na indústria têxtil.

Quais são as características dos setores que mais utilizam a

energia solar térmica no Brasil?No caso brasileiro, os setores predominantes são o

residencial e comercial (hotéis, hospitais etc.), ou seja, usos bastante similares ao residencial.

Por que o setor industrial ainda é pouco adepto do solar tér-

mico?Acredito que por falta de conhecimento do potencial

da tecnologia solar e visto que os processos industriais re-querem normalmente temperaturas mais elevadas e grandes vazões de água.

Profa. Elizabeth: indústria ainda desconhecepotencial da tecnologia solar

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Entrevista 19

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Em que outras aplicações a energia solar térmica poderia ser mais explorada?

Atualmente, vejo duas linhas prioritárias: o aquecimento industrial e o ar condicionado/refrigeração solares, visto que a demanda por condicionadores de ar vem aumentando significativamente no país.

Como a sra. avalia a importância do Programa Minha Casa

Minha Vida (PMCMV) para a disseminação do aquecimento solar de água?

Em primeiro lugar, esse era um sonho antigo: ver o aquecimento solar instalado nas residências onde a econo-mia de energia faz realmente diferença. Trabalhamos desde 1999 para tornar essa aplicação uma realidade. Constatamos na pesquisa pós-ocupação do PMCMV, realizada pela Caixa (gestora do programa) e o Centro Universitário UNA, com apoio da Eletrobras e GIZ, que 43,8% das famílias entrevis-tadas relataram que a economia na conta mensal de energia elétrica é destinada à alimentação. Dessa forma, os benefícios se multiplicam e a disseminação da tecnologia se concretiza em todas as faixas de renda.

A sra. coordenou a pesquisa de 2011 sobre os benefícios do

aquecimento solar para o Minha Casa Minha Vida. Para quais destaques dessa pesquisa os fabricantes devem estar atentos?

O resultado mais importante é que 80% dos entrevista-dos se declararam “muito satisfeitos” ou “satisfeitos” com o aquecimento solar. Esse resultado é confirmado quando 85% dos entrevistados respondem que recomendariam o aquecimento solar para familiares e amigos.

Quanto aos fabricantes e construtoras, eu destacaria a necessidade de melhoria da qualidade da instalação e a aplicação criteriosa dos requisitos do Termo de Referência da Caixa, assim como a observância às restrições dos próprios fabricantes de tubos e conexões quanto à necessidade de isola-mento e proteção UV.

Recomendaria aos constru-tores e fabricantes dos kits de aquecimento solar o estabeleci-mento de uma parceria inteli-gente. Uma parceria que bus-casse não somente a redução de custos, mas soluções conjuntas para a correta instalação dos coletores solares no telhado, maior facilidade e qualidade da instalação. Recomendaria também que a orientação aos moradores fosse mais efetiva.

Na pesquisa mencionada anteriormente, embora 95% dos entrevistados tenham recebido manual, cartilha e fold-ers, 77% declararam que NÃO foram informados sobre a importância da limpeza da placa coletora e 55% declararam que NÃO sabem quem procurar caso o SAS apresente algum defeito. Assim, cabe melhorar a divulgação e conscientização dos moradores e usuários sobre o produto.

Que benefícios e que desafios a certificação compulsória traz

para os sistemas de aquecimento solar?O grande benefício, a meu ver, é que apenas produtos

etiquetados poderão ser comercializados no País, retirando do mercado produtos nacionais e importados de quali-dade questionável. Nesse momento, a autodeclaração de competência não será mais suficiente e todos os produtos deverão passar pelos mesmos testes, com certeza trazendo maior qualidade e durabilidade para os produtos comer-cializados.

Acredito que o grande desafio seja a própria implantação da certificação à luz da nova norma brasileira de ensaios que exigirá, na maioria dos casos, o desenvolvimento de novos produtos e a utilização de novos materiais, como polímeros e vidros.

A sra. pode fazer um balanço sobre a capacitação oferecida pela

Rede Procel Solar em um ano e meio de atuação?A Rede está ainda em fase de implantação nas 7 institu-

ições, com o desenvolvimento de materiais didáticos origi-nais para as aulas teóricas e práticas. Nesse período temos formado principalmente professores e engenheiros que atuarão como multiplicadores na Rede, em um total de 120 profissionais. A FAETEC/RJ (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro) concluirá os dois pri-meiros cursos da Rede com 56 instaladores, nível PMCMV.

Turma de instaladores formada pela FAETEC/RJ na Rede Procel

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A família Schletti não tinha a intenção de instalar um sistema solar térmico em sua nova casa em Zweisimmen, em Bernese Oberland. Certamente, eles queriam ter um bom isolamento térmico na casa, mas nunca imaginaram in-stalar 45 m² de coletores e um tanque de armazenamento de energia térmica com capacidade de10.000 litros no telhado.

Para elaborar um sistema inteligente, o arquiteto e o consultor de energia dos Schlettti trabalharam com espe-cialistas da fabricante suíça de coletores Ernst Schweizer AG e da pioneira em armazenamento de energia solar térmica Jenni Energietechnik AG.

Nesse sistema, durante o verão, uma tubulação trans-porta o excesso de calor gerado pela energia solar para um enorme tanque de armazenamento e para um reservatório na casa vizinha onde vivem os avós dos Schlettis.

No inverno, quando o calor do sol não é suficiente, os avós dos Schlettis usam a lenha e o a mesma tubulação para ajudar a manter o aquecimento da casa. A construção exem-plar recebeu um prêmio do júri do Swiss Solar Prize 2011.

Foco na energia fotovoltaica

Casas solares como a da família Schletti são raras na Suíça. A indústria solar térmica local viveu um boom en-tre 2003 e 2009, quando o crescimento anual nas vendas de coletores chegava a ultrapassar 50%. Em 2008, pela primeira vez, os fabricantes venderam mais de 100.000 m² de coletores. Mas, desde 2010, eles vêm lutando contra a estagnação do mercado.

“Com a saída decisiva da energia nuclear, e impacto

Um plano solar para a SuíçaDa Sun & Wind Energy (11/2012)

Tradução: Natália Okabayashi e Luciano Torres

Se a associação suíça Swissolar

for bem sucedida, haverá 2 m²

de coletores para cada pessoa

na Suíça até 2035. Para alcançar

este objetivo, o mercado teria

de crescer cada vez mais. Neste

momento, ele não demostra

crescimento - mas há um plano

para garantir que isso aconteça.

na tarifa, o foco agora está muito em fotovoltaica”, diz Andreas Haller (chefe dos sistemas de energia solar da área de negócios da Ernst Schweizer), explicando porque os anos de aumento de vendas da indústria solar térmica parecem ter ficado para trás. Sem mudanças nas condições gerais, o chefe dos sistemas de energia solar da área de negócios da Ernst Schweizer teme que o mercado esteja fadado a encolher.

O diretor da Swissolar David Stickelberger corrobora esta avaliação e não acredita que haverá melhoria nos próximos meses: “Nós estamos esperando também uma ligeira diminuição em 2012.”

O principal motivo é o crescimento do mercado de energia fotovoltaica, que segundo ele triplicou em 2011. Os fornecedores de sistemas solares térmicos reclamam que os incentivos financeiros para a energia fotovoltaica estão impedindo o desenvolvimento da tecnologia de aquecimento solar.

Um suíço pioneiro em energia solar, Josef Jenni está pedindo ao governo para tratar as duas tecnologias de forma igual. Em sua opinião, os telhados de edifícios resi-denciais devem ser reservados para a energia solar para aquecimento.

“Concretamente, estamos solicitando que a política energética suíça estabeleça as mesmas condições tanto para a energia solar térmica como para a fotovoltaica.” En-quanto isto não acontece, as instalações fotovoltaicas para residênciais somente deveriam ter vantagem no custo de aquisição desde que o imóvel já possua um sistema solar térmico instalado em seu telhado.

20 Mundo Verde

No momento, as perspectivas para a energia solar térmica na Suíça não são róseas. Mas existe um plano para um futuro melhor.

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Mundo Verde 21

Subsídios diferentes levam à incerteza

O setor também é prejudicado por um inconsistente programa de subsídios. Cada distrito criou seu próprio programa de auxilio financeiro. Alguns municípios oferecem fundos inadequados e subsídios limitados. A Swissolar cal-culou os subsídios entre diferentes distritos e notou como há uma grande diferença.

Em 2011, por exemplo, o maior e o menor subsídios para um sistema padrão de aquecimento de água era diferenciado por quatro fatores.

Para um sistema coletor de 5 m², um pequeno distrito de Basel-Stadt teria recebido o equivalente a 5.580 euros, enquanto nos distritos de Argóvia, Appenzell-Ausserrhoden e Neuenburg somente1.240 euros.

Para os sistemas de maior dimensão, as diferenças são ainda maiores: Basel-Stadt pagou 16.940 euros por uma instalação de 30 m², quase metade do investimento quando comparado custo por m².

O distrito de Nidwald teve sua concessão limitada a 2.480 euros, 85% menor que o valor de Basel-Stadt. O distrito pa-gou o mesmo valor para uma instalação com superfície de 120 m². Por outro lado, um investidor em Basileia recebeu 23 vezes o montante de subsídios públicos, ou 578.850 euros.

É difícil construir um mercado nacional em uma base tão irregular. Os consumidores ficam inseguros sobre a elevação do subsídio ou se tal subsídio de fato existe. Daniel Meier, diretor de marketing da Helvetic Energy GmbH, acredita que um sistema uniforme em toda a federação suíça traria maior clareza para os consumidores. O diretor geral da Soltop Schuppisser lista os obstáculos do mercado:

“Há regulamentos de companhias de seguros com taxas à construção, proteção contra incêndios, núcleos hereditários de patrimônio suíço, áreas de agricultura e também regiões turísticas.” Além do mais, as autoridades locais não estão familiarizadas com a energia solar térmica e frequentemente mais rejeitam do que aprovam as licenças necessárias.

Plano para elevar o potencial

No entanto, a energia solar térmica também tem um enorme potencial na Suíça.

Um estudo encomendado pela Agência Federal de En-ergia da Suíça mostra que a energia solar poderia cobrir até 60% das necessidades de aquecimento nos edifícios residen-ciais do país. A proporção atual é de 0,7%.

Swissolar pretende atingir, pelo menos, 20% dessas necessidades em 2035. Para fazer isso, a área de coletor por habitante deve subir dos atuais 0,13 para 2 m². A associação está trabalhando em um plano para alcançar essa meta.

As bases desse plano foram apresentadas por Roger Nordmann, presidente e membro do Conselho Nacional da Swissolar, durante a primeira conferência suíça de energia solar térmica, realizada no início de 2012, em Lucerna.

Ele identificou entre as medidas mais importantes do Plano Mestre para 2035 uma campanha de formação de instaladores de sistemas de energia solar térmica, com objetivo de atender as metas de subsídios, tanto em nível federal e distrital, para sistemas de grande porte em edifícios de apartamentos e também redes ditritais de aquecimento, para que cheguem aos percentuais mínimos de aquecimento solar de água previstos.

A associação defende a cooperação entre a federação, os distritos e a indústria de energia solar e atualmente promove conversações entre especialistas sobre como implementar as medidas. A Swissolar quer apresentar seu Plano Mestre no outono suíço.

Outra medida do Plano é intensificar as atividades de pesquisa, com foco no longo prazo e redução de custos.

Para Haller, o último é especialmente importante. “A indústria de energia solar térmica existente está presa nas estruturas de mercado e, por esse motivo, não consegue realizar qualquer melhoria dos custos.”

Este ponto de vista é partilhado por Daniel Vögelin, diretor de Vögelin GmbH.

“O maior problema, também em comparação com a energia fotovoltaica, é a margem dos fornecedores que tem caído nos últimos anos tendo como motivo principal os elevados custos de instalação. “

Mas os esforços dos fabricantes de coletores para reduzir custos não chegam até o cliente final. “Além dos custos, eu pretendo tornar mais simples e mais confiáveis os sitemas instalados”, acrescenta Vögelin. Considera também que sistemas de drenagem poderiam ter maior utilidade.

Apartamentos com sistemas de blocos da Hoval na Suíça, localidade de Baar

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22 Mundo Verde

Drain-back com qualidade suíça

Sistemas Drain-back, onde o fluido que circula nos cole-tores não permanece nos coletores quando a motobomba está desligada, oferecem proteção confiável contra superaqueci-mento e congelamento dos coletores solares. Tais sistemas são comuns na Suíça e estão presentes no catálogo da maioria dos fornecedores locais. Um exemplo é o atacadista Walter Meier (KlimaSchweiz) que trouxe um produto de drenagem novo para o mercado em 2011.

René Fiedler, da empresa STI Solar-Technologie-Inter-national GmbH, importa há muitos anos para a Suíça a tecnologia de drenagem da Meerane, Alemanha. O sucesso é atribuído à busca de sistemas de qualidade. “Os suíços querem sistemas que sejam seguros e eficientes em termos energéticos.”

A Suíça não é apenas a nação do Drain-back, é também um país da bomba de calor. Metade de sua eletricidade vem da água e a outra metade da enegia nuclear, e por isso a Suíça pode ser vista como um país livre de CO2.

As bombas de calor têm uma boa imagem. Matthias Rommel acha que combiná-las com energia solar térmica é o caminho para um futuro promissor. O instituto de tecnologia solar que ele dirige, o SPF em Rapperswil, está executando vários projetos neste sentido.

O centro de pesquisa de renome mundial na indústria de energia solar térmica dobrou sua equipe para 40 pessoas nos últimos anos. Isto ocorreu, em parte, devido à realização de mais projetos com a indústria solar térmica na Suíça, além de seus projetos de pesquisa na Europa.

O SPF usa um programa especial de pesquisa, patroci-nado pelo governo suíço, a fim de orientar as indústrias para exportações, como suporte às empresas locais atingidas por uma taxa de câmbio desfavorável desde a crise do euro.

Padrão de construção eficientedepende de energia solar térmica

Apesar da difícil situação do mercado, houve um progresso que permite a esperança de um futuro melhor. Atualmente existem 100 projetistas de aquecimento solar certificados para trabalhar pelo Swissolar na Suíça.

Um curso de cinco dias dá ao técnico conhe-cimento para planejar e implementar grandes instalações de energia solar. Desde 2011 existe um certificado em qualidade, o conceito Mi-nergie “sistema de energia solar”, para o uso correto de coletores solares em edifícios cons-truídos de acordo com os padrões de eficiência energética Minergie.

Grande parte do catálogo de critérios para energia solar está baseada na marca de qualidade europeia Solar Keymark.

A Swissolar acredita que o conceito Minergie dará um grande impulso para a indústria solar. Os primeiros sistemas solares com selo Minergie foram concedidos em janeiro de 2012 às empresas Ernst Schweizer, Helvetic Energy e Soltop Schuppisser AG.

“Através do conceito Minergie, o setor de sistema solar térmico vai de fato lucrar cada vez mais e no futuro poderá até ser considerado como um elemento essencial para con-strução”, diz Daniel Meier, da Helvetic Energy.

O selo de qualidade ajudará a indústria, devido ao trabalho de publicidade e discussões sobre a utilidade da energia solar térmica que atualmente consome uma grande quantidade de recursos.

Meier trabalhou em um plano para o futuro e está otimista.”O mercado precursor vai passar do desenvolvi-mento idealista para um mercado de massa na construção tecnológica.”

O alemão René Fiedler também pensa que as boas condições na indústria do país vizinho indicam melhores anos pela frente. “A energia solar térmica está bem estabe-lecida há muitos anos. Isto não vai mudar no futuro.”

A empresa mais antiga de energia solar no país já está se preparando para futuras solicitações. Daqui a 40 anos, Energie Solaire SA ainda estará vendendo os produtos que desenvolveu, como coletores planos fechados e coletores abertos.

A empresa pretende melhorar o seu serviço para os cli-entes suíços, definindo até os novos locais e desenvolvendo parcerias específicas.

Ela também quer expandir seus negócios em Sierre, no distrito de Valais, investindo em ampliação de edifícios comerciais bem como em uma nova unidade de produção.

A prova de que um projeto solar pode funcionar, quando as metas são claras e há vontade política, pode ser vista no pequeno município de Hessigkofen, em Solothurn.

Em três anos, a área de coletores instalados passou de 34 para 224 m². Com 0,85 m² por habitante - mais de seis vezes a média suíça - a vila com 260 moradores já alcançou a meta intermediária da Swissolar para 2025. Hessigkofen já atende 10% das exigências de aquecimento dos seus edifícios utilizando a energia solar.

Com coletores planos com fluxo interno, Energie Solair é pioneira na tecnologia de energia solar térmica na Suíça.

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Arquitetura Verde 23

O aproveitamento da energia solar é uma das soluções sustentáveis presentes nos projetos assinados pelo escritório Teuba Arquitetura e Urbanismo, de São Paulo. A arquiteta Christina de Castro Mello observa que vem crescendo a demanda dos clientes, principalmente residenciais e institu-cionais, por projetos que aliem energia limpa e preservação de recursos naturais.

“Sempre que acordado com nosso cliente, buscamos utilizar equipamentos movidos a energia solar para aqueci-mento de água, para iluminação de áreas externas e também sistemas fotovoltaicos para geração de energia. Também buscamos privilegiar a iluminação natural em conjunto com sistemas de ventilação cruzada”, observa a arquiteta.

“O objetivo é obter soluções mais sustentáveis e redução de custos de utilização e operação das edificações”, acrescenta.

Além de projetos para residências, a arquiteta destaca particularmente o Sesc, cliente para o qual o escritório desenvolveu os projetos das unidades de Jundiaí, Birigui e Bertioga, no Estado de São Paulo.

Nas unidades em Jundiaí e Birigui, foi utilizada energia solar para aquecimento de água (vestiários e piscina). Na unidade de Birigui existe uma proposta de brise com placas fotovoltaicas para geração de energia.

Na unidade do Sesc de Bertioga, a energia solar foi utilizada para aquecimento de água e para luminárias externas. Também está prevista a instalação de sistema fotovoltaico para geração de energia integrado à rede pública de fornecimento de energia.

“As vantagens de inserir a energia solar térmica nesses projetos são a redução no consumo de energia

Em busca de soluções sustentáveis

e a eficiência do sistema”, observa a arquiteta. Christina lembra que no desenvolvimento de projetos com aqueci-mento solar, o arquiteto deve estar atento à compatibiliza-ção das instalações com os demais sistemas e a integração à linguagem arquitetônica do edifício. E sugere que sejam disponibilizadas mais informações sobre esses sistemas e atualizações sistemáticas.

A arquiteta observa ainda que é interessante a integração com instaladores e fabricantes dos sistemas de aquecimento solar para que a instalação possa ser executada “de forma mais integrada à concepção arquitetônica das edificações”.

Também sugere que, antes de qualquer decisão de compra de sistemas solares, o cliente busque profissionais competentes para a elaboração de projetos detalhados.

Coletores solares instalados em unidades do Sesc, um dos clientes do escritório

Teuba Arquitetura e Urbanismo

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Unidades do Sesc utilizam a tecnologia solar para aquecimento de água

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