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Page 1: Revista Sol Brasil - 16°edição
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Mundo Verde

Crescimento apesar da criseSun & Wind Energy analisa mercado de aquecedores solares para piscinas

Índice2

Editorial

Soletrol instala solar de grande porte em edifício residencial

Queremos e podemos muito mais

3

Case Solar

5

20

4Jelly Fish garante água quente em Colégio Adventista

Empresas Associadas

Mercado6

Entrevista

Oscar de Mattos: mais qualidade para os sistemas de aquecimento solarConsultor explica testes de certificação e apresenta o site CertificaSol

11

Tira Dúvidas

Fale com o Especialista Engenheiro Luciano Torres esclarece dúvidas sobre sistemas de aquecimento solar de água

23

Arquitetura Verde

Aquecimento solar, aliado das construções sustentáveis

18

Qualidade

Workshop do DASOL aponta próximos passos da certificação solar

14

8

Tecnologia

Isolamento térmico – mas com o quê?Sun & Wind Energy avalia prós e contras das lãs minerais

16

Produção de coletores cresce em 2012Produção de coletores cresce em 2012

9

10

Notícias do Dasol

Aquecimento solar presente na Feicon

Diferimento do ICMS beneficia fabricantes paulistas de SAS

Aquecimento solar noMinha Casa Minha Vida ajuda paísa poupar energia

Associados têm 25% de desconto nos cursos do DASOL

Page 3: Revista Sol Brasil - 16°edição

Queremos e podemos muito mais

Há 14 anos ousei dizer, depois de seis anos à frente do DASOL, que o Brasil era o país do sol e seria o país dos aquecedores so-lares de água. Decorrido esse tempo, sinto--me à vontade para reafirmar essa previsão, agora com maior convicção e entusiasmo.

Até pouco tempo, nossa caminhada evoluía ano a ano. Mais recentemente, pas-samos a ser mais requisitados para acelerar o processo de consolidação do setor, haja vista que todo mercado em crescimento exige uma estrutura muito maior e mais profissional para garantir sustentação e continuidade.

Podemos dizer que estamos virando “gente grande” e assumindo a res-ponsabilidade intrínseca a quem conquista a maioridade. Iniciativas até então voluntárias e que contavam com a compreensão de algumas falhas ganham uma nova dimensão, com mais exigências e menos tolerância. Estamos inician-do uma nova etapa no exercício dessa maioridade e teremos que assumir essa responsabilidade para sermos merecedores dos grandes resultados que virão.

Estamos fazendo bem nosso dever, embora ainda existam muitos pontos a serem fortalecidos. O cumprimento desse dever e a ampliação das expec-tativas de crescimento do mercado têm sido relatados na Revista Sol Brasil. Esta edição da Revista, em especial, traz uma série de matérias que ilustram muito bem o trabalho que temos desenvolvido e a leitura atenta possibilitará essa percepção a cada um.

O setor de aquecimento solar no Brasil conta hoje com muitas empresas bem estruturadas e prontas para atender a uma demanda muito maior. São empresas que dominam a tecnologia solar e colocam o Brasil lado a lado com os países mais avançados nessa área, além de possibilitar a ampliação dos incentivos concedidos pelo governo à indústria nacional.

Grande geradora de empregos locais, nossa indústria está engajada no contínuo desenvolvimento da tecnologia solar e do seu potencial para reduzir o consumo de energia elétrica no país como solução energética, econômica e ambientalmente sustentável.

Luís Augusto Ferrari MazzonVice-Presidente de Relações Institucionais do DASOL

Editorial 3

DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho de Administração do DasolPresidência Carlos Artur A. AlencarVP Relações Institucionais (VPI) Luís Augusto Ferrari MazzonVP Operações e Finanças (VPOF) Ernesto Nery SerafiniVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni JuniorVP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de CamposVP Desenvolvimento Associativo (VPDA) Walter BodraPast President (PP) Amaurício Gomes LucioConsultor Marcelo Mesquita

Revista Sol Brasil Conselho Editorial: Nathalia Moreno, Natália Okabayashi e Marcelo MesquitaEdição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378)Projeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Workshop sobre certificação no IPT ABRAVA-DASOLFoto: Filipe Peçanha (F2D2P2)Agradecimentos: Luciana Carvalho, Luciano Torres,Oscar de Mattos

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – São Paulo – SP – CEP 01206-905 - Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

Page 4: Revista Sol Brasil - 16°edição

4 Case SolarD

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O projeto da Jelly Fish Soluções Térmicas, da Indústrias Tosi, em parceria com a empresa Tekhouse, solucionou a demanda de um Colégio Adventista de Hortolândia (SP) por água quente com baixo consumo de energia.

A instituição de ensino, onde estudam 250 meninas, precisava ampliar suas instalações, mas não tinha disponi-bilidade de fornecimento de energia elétrica para atender todo o complexo. A solução foi substituir todos os chuveiros elétricos do vestiário por uma grande central de aquecimento solar, com o objetivo de continuar oferecendo o conforto da água quente às alunas, enquanto a energia economizada seria direcionada para os novos prédios em construção.

Equipada com 14 sistemas modelo Solar Flex de 400 litros, a central de aquecimento solar da Jelly Fish possibilita o armazenamento de 5.600 litros de água quente. Além disso, foram instalados dois reservatórios térmicos, com capaci-dade unitária de 1.000 litros, como sistema de aquecimento complementar de apoio. Esses reservatórios são aquecidos com uma bomba de calor modelo BC-120 Hot 55, garantindo a temperatura 55°C, ideal para o conforto térmico desejado e o aquecimento da água em dias nublados e chuvosos.

A instalação dos equipamentos foi realizada pela empre-

Toda a energia economizada no aquecimento de água para as duchas do vestiário foi direcionada para outras instalações do estabelecimento de ensino

sa Tekhouse, que assegurou o perfeito equilíbrio hidráulico e de distribuição de água quente para as duchas.

O resultado dessa solução de aquecimento solar permitiu ainda direcionar mais 126 kW de energia elétrica para as demais instalações do colégio.

Fundada em 1954, a Indústrias Tosi foi pioneira no mercado de HVAC-R no Brasil e hoje produz fan coils, self contained e chillers, além de diversos outros produtos como aquecedores de água à energia solar, equipamentos para difusão de ar e outros. Com quase 60 anos de operação e em constante expansão, o grupo hoje engloba as marcas, Coldex Tosi Ar Condicionado, Tropical Difusão de Ar, Tosi Aletados e a Jelly Fish Soluções Térmicas.

Jelly Fish garante água quente em Colégio Adventista

Jelly Fish

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 19/11/1998

www.jellyfish.com.br

Page 5: Revista Sol Brasil - 16°edição

5Case Solar

Utilizar a energia solar para o aquecimento de água é uma al-ternativa inteligente, econômica e sustentável. E a cada dia mais projetos são concebidos com essa tecnologia limpa, como o edifício residencial Heritage, localizado em Perdizes, bairro da capital paulista, que é equipado com sistema de aquecimento solar da Soletrol.

Habitado desde o início de 2013, o Heritage conta com um sistema solar de grande porte que aquece 40% da demanda de água quente para banho, con-forme estabelece a legislação da cidade de São Paulo.

O edifício residencial possui 32 apartamentos, com demanda total de 8.000 litros diários de água quente. O projeto, que garante o aquecimento de 3.200 litros de água (cerca de 1,2 mi-lhão de litros de água quente por ano), conta com quatro reserva-tórios térmicos de 800 litros e 32 coletores de 2 m², perfazendo um total de 64 m² de área coletora.

O projeto optou por reserva-tórios de menor porte por causa da facilidade no transporte ver-tical desses equipamentos para a cobertura e o acesso às passagens das portas internas de 90 cm no barrilete da edificação.

Com o auxílio de 32 suportes metálicos galvanizados, os co-letores foram instalados na laje de cobertura na inclinação e orientação ideais para captar a energia solar. O sistema também é equipado com um quadro de comando para a bomba do sistema, responsável pela recirculação da água entre os reservatórios e os coletores.

A obra, que teve o projeto iniciado em fevereiro de 2012, foi entregue em agosto do mesmo ano e levou cerca de 20 dias para a completa instalação e verificação do sistema.

Solar de grande porte em edifício residencialConforme Lei Solar de São Paulo, sistemada Soletrol aquece mais de 1 milhão de litros de água por ano

Div

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ção

Sole

trol

Por se tratar de um sistema de grande porte, os produtos foram fornecidos pela Soletrol e todo o projeto de engenha-ria e execução foram desenvolvidos pela Sol Tecnologia, empresa especializada em projetos turn key para grandes demandas de água quente e eficiência energética.

Soletrol

Associada ao DASOL/ABRAVAdesde 30/11/1992

www.soletrol.com.br

Page 6: Revista Sol Brasil - 16°edição

Mercado6

A produção nacional de coletores para sistemas de aque-cimento solar cresceu 11,82% em 2012, com mais de 1,15 milhão de metros quadrados. A fabricação de reservatórios térmicos teve ampliação ainda maior: 31,09% em relação a 2011, com a produção de 168.825 unidades, com capacidade média de 107 litros por metro quadrado.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Depar-tamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) junto às empresas associadas. Segundo o histórico de pesquisas, a área acumulada de coletores instalados no país supera os 8,42 milhões de metros quadrados, o que faz do Brasil um dos cinco maiores mercados do mundo.

Essa área acumulada gerou energia térmica suficiente para evitar a emissão anual de 1,85 milhão de toneladas de dióxido de carbono, o mesmo resultado que seria obtido com o plantio de 9,27 milhões de árvores entre 2011 e 2012.

“O crescimento do mercado acompanhou a tendência

dos últimos anos. Esse crescimento foi fortalecido por iniciativas como os programas de habitação de interesse social que utilizam sistemas de aquecimento solar, as no-vas construções sustentáveis e também as leis de incentivo em vários municípios brasileiros”, avalia Carlos Artur A. Alencar, presidente do DASOL. “Trata-se de uma nova consciência no país”, acrescenta.

Programas habitacionaisimpulsionaram negócios em 2012

Comparado ao ano anterior, em 2012 o crescimento dos coletores solares abertos foi de 2,6%. Já o crescimento dos coletores fechados foi de 20,9%, superior aos 9,4% registrados em 2011.

Evolução do Mercado de Aquecimento Solar Brasileiro

Cresce produção de coletores solares e reservatórios térmicos

Page 7: Revista Sol Brasil - 16°edição

Mercado 7

Reservatórios térmicos

Os dados da pesquisa indicam, de forma estimada, que a produção de reservatórios com capacidade média de 200 li-tros, destinados ao mercado de habitação de interesse social,

Expectativa de crescimento das empresas

O setor mostrou-se otimista em relação a 2013: de forma geral, 67% das empresas esperam crescer até 15%. Outros 33% indicam ainda crescimento superior a 20%.

Período Total de UnidadesCrescimento no mesmo período

HIS (200l)Crescimento no mesmo período

Outros (500l)Crescimento no mesmo período

2009 78.046 - 21.901 - 56.145 -

2010 122.876 57,44% 54.079 146,92% 68.797 22,53%

2011 128.790 4,81% 19.745 -63,49% 109.045 58,50%

2012 168.825 31,09% 57.378 190,59% 111.447 2,20%

Vendas

O segmento residencial continuou sendo o principal consumidor dos coletores e reservatórios térmicos: em 2012, absorveu 66% das vendas, seguido por “Indústria, Comércio e Serviços” e “Programas Habitacionais (HIS)”, ambos com 17% das vendas.

registrou um expressivo crescimento em relação à produção de 190,59% em 2011. A produção de reservatórios de volume médio de 500 litros, geralmente destinados a outros nichos de mercado, teve uma variação menos representativa de apenas 2,2% em relação ao ano anterior.

Vendas por região

O Sudeste manteve-se como o principal mercado dos sistemas de aquecimento solar, concentrando 73,84% das vendas. A região Sul, com variação mais expressiva no ano, aumentou sua participação no mercado brasileiro, de 8,04% para 12,38%. Já a região Centro-Oeste concentrou 9,07% das vendas, o que correspondeu a uma queda de 2,32% em relação a 2011.

Evolução das vendas regionais

2011

2012

-

-

Page 8: Revista Sol Brasil - 16°edição

8 Notícias do Dasol

Mais aquecedores solares noPrograma Minha Casa Minha Vida

Em 2012, os 8,4 milhões de m2 de coletores solares insta-lados no país geraram um total de 5.714 GWh de energia, volume que corresponde a 1,3% do consumo nacional e pouco abaixo da energia elétrica necessária para atender uma cidade com 2,5 milhões de habitantes como Brasília.

Esses 5.714 GWh representam uma demanda de energia que deixou de exigir o acionamento de usinas hidrelétricas e termelétricas no horário de pico para aquecimento da água de banho. E a um preço mais competitivo e sem o impacto ambiental das fontes convencionais de geração de energia.

Mas a economia proporcionada pelo aquecimento solar pode ser muito maior. É com esta visão que o DASOL (De-partamento Nacional de Aquecimento Solar) da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) está propondo ao Governo Fed-eral a ampliação do aquecimento solar no Programa Minha Casa Minha Vida, chegando a 1,45 milhão de moradias.

Atualmente, o aquecimento solar no Minha Casa Minha Vida é restrito às unidades unifamiliares que se enquadram na faixa de renda mensal até R$ 1.600,00. Na avaliação da ABRAVA, enquanto estiver limitado a essa faixa de renda e excluído dos edifícios multifamiliares, o aquecimento solar beneficiará apenas 263 mil unidades do programa.

“Isso acontece apesar de a Portaria 325 do Ministério das Cidades, de 7 de julho de 2011, estabelecer a meta de produção de 860 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida até 2014 com aquecimento solar de água”, ex-plica o presidente do Departamento de Aquecimento Solar da ABRAVA, Carlos Artur Alencar.

De acordo com um estudo da Empresa de Pesquisa Ener-gética (EPE), se os Sistemas de Aquecimento Solar (SAS) fos-sem instalados em 100% dos 2 milhões de moradias previstas no Minha Casa Minha Vida, o Brasil poderia economizar até 741 GWh por ano. Segundo cálculos da ABRAVA, essa energia economizada seria suficiente para abastecer uma cidade como Vitória, com população de 333 mil habitantes.

Cabe ainda considerar que o Governo Federal divulgou em dezembro de 2012 a ampliação da meta de construções do Programa de 2 milhões para 2,4 milhões de unidades habitacionais até o final de 2014, uma oportunidade para ampliar ainda mais os benefícios do aquecimento solar.

Mais empregos, menos conta de luz

Além de poupar a energia gerada pelas hidrelétricas e termelétricas, os SAS representam uma economia para o bolso do consumidor, podendo chegar a R$ 17,10/mês por domicílio, dependendo da região do país, segundo o estudo da EPE. A redução média do consumo para a família seria de 20%, pouco mais de 30 kWh mensais por domicílio.

Pesquisa realizada em 2012 pela Caixa Econômica Fede-ral junto a beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida apontou que 80% dos moradores mostraram-se muito satisfeitos com o aquecimento solar, 85% recomendariam o SAS a um amigo, vizinho ou parente, e 60% perceberam a expressiva economia na conta de luz, entre R$ 20 e R$ 40. A pesquisa apontou que o valor poupado foi destinado à alimentação das famílias.

País pode economizar até 741 GWh/ano, energia suficiente para abastecer uma cidade como Vitória

DASOL lança publicação sobre a proposta A proposta de ampliar o uso do aquecimento solar também para moradias multifamili-

ares e unidades com faixa de renda acima de R$ 1.600 está detalhada no artigo técnico “Os Aquecedores Solares no Minha Casa Minha Vida – Benefícios econômicos, sociais e ambientais”.

O artigo faz parte da publicação que a ABRAVA-DASOL enviou aos órgãos governa-mentais responsáveis pelo Programa e que também está sendo divulgada junto aos meios de comunicação.

O artigo é assinado pelos diretores do DASOL Carlos Artur Alves Alencar (presidente) e Luís Fernando Ferrari Mazzon (VP Relações Institucionais) e os engenheiros Marcelo Mesquita (consultor do DASOL) e Lúcio César de Souza Mesquita (presidente da Thermosol Consulting). A íntegra do artigo está disponível para download no site do DASOL: www.dasolabrava.org.br.

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9Notícias do Dasol

Em dezembro de 2012, Governo elevou meta do programa para construção de 2,4 milhõesde moradias até 2014

Em dezembro de 2012, Governo elevou meta do programa para construção de 2,4 milhõesde moradias até 2014

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O DASOL oferece cursos de capacitação em energia solar térmica, com foco em vendas, projeto, instalação e manutenção de sistemas de aquecimento solar.

Alinhados com as exigências do mercado, os cursos também são uma oportunidade de troca de experiências entre os profissionais do setor.

O Programa de Capacitação do DASOL tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e apoio da Associação Internacional do Cobre-Brasil. Desde 2010 até março de 2013, o DASOL já capacitou quase 900 profissionais.

O investimento varia de R$ 650 a R$ 750 por módulo, para empresas que não são filiadas. Empresas associadas à ABRAVA e entidades apoiadoras têm desconto de 25%.

Inscrições podem ser feitas no site do DASOL (www.da-solabrava.org.br). Mais informações pelo telefone (11) 3361-7266, ramal 142 ou pelo [email protected].

Associado tem desconto de 25% nos cursos do DASOL

Cursos regionais

Nos dias 18 e 19 de março, o DASOL promoveu em Belo Horizonte o módulo I do curso de Analista e Projetista de

Sistema de Aquecimento Solar Pequeno Porte. O curso teve apoio do Laboratório Green-IPUC.

Nos dias 16 e 17 de maio, o curso foi realizado em Flo-rianópolis, com apoio da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE). O módu-lo I aborda conceitos do SAS, dimensionamento, análise econômica e uso do software Dimensol em instalações de pequeno porte.

ABR

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SOL

Florianópolis

O aquecimento solar também gera benefícios ambientais. Exemplo mundial, a matriz de en-ergia elétrica brasileira depende fortemente das usinas hidrelétricas. Mas quando o nível dos reservatórios baixa, indicando risco de desabas-tecimento, são acionadas as usinas termelétricas, que geram uma energia mais cara e poluente. A dependência das termelétricas foi fortemente sentida nos três primeiros meses de 2013, quando essas usinas produziram cerca de 28.000 GWh, mais de 20% do total gerado no país.

Além disso, a cada 1 milhão de m2 de Sistema de Aquecimento Solar (SAS) produzidos em um ano são gerados 30 mil empregos diretos e indi-retos. Com a elevação das metas do Programa Minha Casa Minha Vida, de 263 mil (previsto) para 1,45 milhão de unidades habitacionais em dois anos, seriam gerados no mínimo 60 mil novos empregos.

Belo Horizonte

Page 10: Revista Sol Brasil - 16°edição

10 Notícias do Dasol

Aquecimento solar presente na FeiconAs mais recentes inovações da indústria do aquecimento

solar foram apresentadas durante a Feicon Batimat – 20º Salão Internacional da Construção, realizado entre os dias 12 a 16 de março no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Durante a feira, os visitantes puderam conhecer os últi-mos lançamentos de fabricantes como Bosch/Heliotek, Jelly Fish, Komeco, Pro-Sol, Soletrol, e Tuma e seus investimentos para aumentar a eficiência dos sistemas de aquecimento solar em suas diversas aplicações (residencial, comercial e industrial).

Esses investimentos envolveram a fabricação de cole-tores com vidro temperado, reservatórios com capacidade ampliada, uso de novos materiais e sistema de solda por ultrassom entre outras inovações.

Alguns dos produtos em exposição começarão a ser co-mercializados somente no segundo semestre, porque estão em processo de homologação junto ao Inmetro.

A Feicon é o principal evento do setor da construção na América Latina. Em 2013, reuniu mais de 1.030 marcas nacionais e internacionais dos diversos segmentos do setor, gerando um total de R$ 400 milhões em negócios.

Diferimento do ICMS beneficia fabricantes paulistas de SAS

O governo paulista publicou em 3 de abril o Decreto 59.039/2013, que prevê o diferimento (adiamento) do ICMS sobre matérias-primas e produtos intermediários da fabrica-ção de aquecedores solares para o momento de entrada no estabelecimento do fabricante.

Na prática, significa que a matéria-prima usada na fabrica-ção de sistemas de aquecimento solar sai do fornecedor sem recolher o ICMS, uma antiga reivindicação do DASOL e da ABRAVA para desoneração de custos de produção do setor.

A legislação se aplica somente aos fabricantes instalados no Estado de São Paulo e às operações com fornecedores de matéria-prima também do Estado de São Paulo. No caso de matéria-prima importada diretamente pelo fabricante, o imposto incidente no desembaraço aduaneiro, fica suspenso

até o momento em que essa matéria-prima dá entrada no estabelecimento do fabricante.

“No momento, essa conquista atende apenas as empresas fabricantes de sistemas de aquecimento solar de São Paulo, mas acreditamos que serve de exemplo para outros Estados”, comemora Carlos Artur Alencar, presidente do DASOL.

Para serem beneficiados pelo diferimento, os fabricantes de SAS do Estado de São Paulo precisam firmar regime especial com a Secretaria Estadual da Fazenda e serem usuários da nota fiscal eletrônica. Além disso, é necessária a adesão formal do fornecedor da matéria-prima ou produto intermediário ao regime especial.

Associados do DASOL podem consultar o departamento jurídico da ABRAVA para mais informações.

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ção

Feic

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Page 11: Revista Sol Brasil - 16°edição

11Entrevista

A nova regulamentação do Inmetro para certificação compulsória de sistemas de aquecimento solar (SAS) aumen-tou a exigência de testes de qualidade desses equipamentos para avaliar itens como a resistência à ação da chuva, granizo e congelamento.

Para orientar os fornecedores sobre a certificação com-pulsória, o Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA lançou no dia 3 de abril o site CertificaSol (www.certificasol.com.br) durante o workshop realizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. O site, desenvolvido pela Inosolar Serviços e Consultoria em Energia Solar, é um projeto financiado pela GIZ (Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha).

Responsável pelo conteúdo do site, o físico Oscar de Mattos, CEO da Inosolar, recomenda que os fabricantes de SAS entendam o processo de certificação e promovam eventuais melhorias necessárias em seus produtos o mais rapidamente possível. Oscar de Mattos foi diretor técnico da Heliotek Máquinas e Equipamentos e participou ativa-

“É importante entender o processo

de certificação dos aquecedores

solares”

Oscar de Mattos: fabricantes devem iniciar a adequação de seus produtos o mais rápido possível

Div

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ção

Oscar de Mattos, CEO da consultoria Inosolar

mente do desenvolvimento de regulamentos do setor junto ao Inmetro, Procel e os laboratórios IPT e Green.

Nesta entrevista à SOL BRASIL, Oscar de Mattos fala sobre os novos testes para certificação dos SAS e sobre o novo site.

SOL BRASIL - Quais são os testes exigidos na nova regu-lamentação do Inmetro para os sistemas de aquecimento solar?

Oscar de Mattos - Atualmente os testes para coletores solares são: desempenho térmico, pressão interna, choque térmico externo, exposição não operacional e inspeção final. Com a nova regulamentação, foram acrescentados novos testes, como o de resistência a alta temperatura, o choque térmico interno, o teste exposição II (20h), o choque térmico interno e externo II e o teste de resistência ao congelamento.

Os ensaios de resistência ao congelamento e de resistên-cia ao impacto são opcionais e devem ser realizados somente em coletores declarados pelo fornecedor como resistentes. O teste de envelhecimento acelerado é previsto tanto para co-

Page 12: Revista Sol Brasil - 16°edição

12 Entrevista

Site orienta fabricantes sobre certificação compulsória

Coletores

Resistência a alta temperatura Determina se o coletor pode suportar altos níveis de radiação, sem falhas

Choque térmico interno Determina a capacidade do coletor de resistir à entrada de fluído frio em dias ensolarados

Exposição II (20h) Simula condições de operação que podem ocorrer durante a vida útil do coletor

Choque térmico interno e externo II

Penetração de chuva(só para coletores fechados)

Verifica até que ponto os coletores fechados são resistentes à penetração de chuva

Carga mecânica (só para coletores fechados)

Determina a capacidade do coletor de resistir à carga de pressão positiva, devido ao efeito do vento

Envelhecimento acelerado Realizado nos componentes poliméricos dos coletores

Resistência ao congelamento Determina a capacidade do coletor de suportar congelamento e ciclos de congelamento e degelo

Resistência ao impacto (só para coletores fechados)

Determina a capacidade do coletor de suportar impactos pesados causados por granizo

Reservatórios

Envelhecimento acelerado

Novos testes de qualidade para SAS

letores como para reservatórios. Todos esses testes estão previstos na nova regulamentação definida pelas Portarias MDIC - INME-TRO 301 de 14/06/12 e 352 de 06/07/12.

Que recomendações o sr. dá aos fabricantes sobre a certificação compulsória?

A recomendação é que enten-dam o processo e iniciem o mais rápido possível a adequação de seus produtos. Para mais infor-mações, os fabricantes podem consultar o site www.certificasol.com.br.

Quem deve se responsabilizar

por providências de ensaios de equi-pamentos e como vai funcionar esse processo?

O fornecedor é responsável por certificar seus produtos e a

Page 13: Revista Sol Brasil - 16°edição

13Entrevista

Simulador do IPT entrou em operação em agosto de 2012 para dar suporte ao desenvolvimento de produtos e realizar testes para a certificação dos

sistemas de aquecimento solar de água

certificação será feita através de um Organis-mo de Certificação de Produto (OCP).

Qual é o custo estimado dos testes? Com a participação dos OCP’s esse custo se elevará?

Os laboratórios ainda não divulgaram, mas acredito que deva ter um aumento substancial. Além disso, teremos também o custo do OCP, estimado entre R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00. Por outro lado, com o OCP o agrupamento por família de produtos será mais detalhado, o que poderá contribuir para a diminuição da quantidade de ensaios e custos.

Para a primeira Avaliação Inicial, os relatórios dos ensaios de Desempenho Tér-mico para coletor solar e Perda Específica de Energia Mensal para reservatório térmi-co, emitidos pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), poderão ser utilizados desde que emitidos nos 36 meses anteriores à publicação da portaria 352.

Da mesma forma, as famílias de coleto-res solares, com conformidade avaliada no PBE, poderão realizar somente os ensaios de Desempenho Térmico, Carga Mecânica, Resistência ao Congelamento, Resistência ao Impacto e Envelhecimento Acelerado, desde que a solicita-ção de certificação seja feita antes de 10/07/2014.

Como funciona o site de orientação para o setor?O site www.certificasol.com.br é um projeto financiado

pela GIZ (Agência de Cooperação Internacional do Gover-no da Alemanha). O site é interativo, com orientações aos

fornecedores sobre a certificação compulsória, facilitando a adequação dos produtos e contribuindo para o fortaleci-mento da cadeia produtiva do setor de aquecedores solares. Dessa forma, irá contribuir para aumentar a qualidade dos produtos comercializados no Brasil. Desde maio, o DASOL é responsável pela gestão e atualização do site www.certi-ficasol.com.br.

Page 14: Revista Sol Brasil - 16°edição

Qualidade14

Workshop do DASOL aponta próximos passos da certificação solarConclusões serão debatidas com o INMETRO. Durante evento, participantes visitaram laboratório do simulador solar do IPT

A certificação compulsória de qualidade para equipa-mentos de aquecimento solar foi tema de workshop reali-zado pelo DASOL no dia 3 de abril, na sede do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em São Paulo.

Durante o workshop, que reuniu 140 participantes, foi lançado o novo site CertificaSol, que tem por objetivo orientar as empresas do setor sobre os procedimentos para certificação (leia matéria na página 11).

O workshop debateu os aspectos práticos da certificação e as ações necessárias para a boa condução desse processo que visa atestar a qualidade, a segurança e a eficiência dos equipamentos oferecidos no mercado, bem como o processo de gestão da qualidade praticado pelas empresas.

Esses aspectos práticos envolvem questões como a mu-

dança do caráter voluntário já praticado há 15 anos pelo setor junto ao PBE do Inmetro para o modelo compulsório de certificação, a exigência de novos testes mais especializados e consequente adequação das empresas às novas normas.Os participantes debateram ainda a reclassificação de pro-dutos quanto à sua eficiência, a inserção e disponibilidade dos novos agentes chamados de Organismos de Certifica-ção de Produtos (OCP´s) e a capacidade dos laboratórios para atender à grande demanda de testes motivada pela nova regulamentação, face ao número de empresas e de equipamentos.

Diante desses questionamentos, o DASOL iniciou em maio uma agenda de reuniões internas e com o Inmetro para discutir mais detidamente esses aspectos.

Page 15: Revista Sol Brasil - 16°edição

Qualidade 15

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Capacidade dos laboratórios

Os participantes do workshop fizeram considerações sobre a capacidade de atendimento dos laboratórios respon-sáveis pelos testes de certificação de coletores e reservatórios térmicos. “Há uma necessidade de estabelecer parâmetros comparativos capazes de garantir resultados confiáveis e uniformes na aferição dos equipamentos”, observa Jamil Hussni Júnior, vice-presidente de Tecnologia e Meio Am-biente do DASOL.

Eles lembraram que em 15 anos do Programa Brasileiro de Etiquetagem voluntário, a capacidade de atendimento dos laboratórios representou um gargalo no processo de etiquetagem. Esse gargalo tende a crescer na nova fase da etiquetagem compulsória.

Participante do evento, a profa. Elizabeth Duarte, pesqui-sadora e profunda conhecedora da tecnologia solar térmica, citou como referência um laboratório espanhol que tem capacidade para realizar 80 ensaios/ano não simultâneos.

No caso do PBE Solar, estima-se que mais de 300 pro-dutos, entre coletores e reservatórios, sem considerar testes preliminares, deverão passar pelos ensaios técnicos de qua-lidade e desempenho. Sobre esta questão, representantes do IPT e do Laboratório Solar Green, presentes ao encontro, rea-firmaram sua capacidade para atender os ensaios solicitados.

O evento apontou ainda a necessidade de adequação instrumental e a capacitação de profissionais para os no-vos ensaios nos laboratórios. Outra questão levantada foi a sensibilidade das pequenas e médias empresas diante do potencial aumento de custos decorrentes desse novo processo de certifi-cação e, de maneira geral, a todo o mercado no caso de atrasos por excesso de demanda nos laboratórios, impedindo que os produ-tos possam ser certificados para comercialização no mercado.

A professora Elizabeth citou ainda como gargalos a realização dos ensaios de “exposição não operacio-

nal” e de “penetração de chuva”, exigidos na nova regula-mentação, e a necessidade de critério técnico para ensaios de impacto.

A oferta de organismos de certificação de produtos (OCPs) também foi tema de debates. Atualmente existe um OCP acreditado pelo Inmetro, mas a Associação Brasileira dos Organismos de Certificação (ABROC) manifestou du-rante o workshop sua disposição em auxiliar na acreditação de outros OCPs até a data limite da certificação compulsória.

Apoio às empresas

Os fabricantes alertaram sobre a maior facilidade de equipamentos estrangeiros adquirirem certificação por contarem com uma infraestrutura maior no exterior. Nesse caso, as empresas nacionais estariam expostas a condições desiguais no processo de certificação perante as estrangeiras que atuam no mercado brasileiro.

Falta definir também os conceitos de componentes e de matéria-prima para o registro de produtos fabricantes em sistema OEM (Original Equipment Manufacturer). Outro aspecto levantado foi o estabelecimento de critérios e equi-paração entre laboratórios para realização dos testes.

Foi ainda proposta a implantação do “Bônus Certifica-ção” do Sebrae para o setor, com o objetivo de reduzir os custos das empresas nacionais com o processo de certificação dos equipamentos de aquecimento solar, tema esse que será objeto de estudo entre Inmetro, Sebrae e DASOL/ABRAVA.

Workshop debateu aspectos práticos da certificação

compulsória dos sistemas de aquecimento solar

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Tecnologia16

Isolamento em coletor solar - mas com o quê?

O problema da liberação de gases com altas temperaturas em coletores continua a ser um aspecto controverso entre os especialistas do setor quando o assunto é isolamento térmico

Vários aspectos comuns devem ser levados em considera-ção na hora de escolher o isolamento térmico para coletores e o revestimento de reservatórios térmicos, tais como o custo, a disponibilidade de materiais e a poluição ambiental pro-vocada por determinados materiais. “No entanto, a maioria dos aspectos depende claramente da aplicação”, diz Sabine Grebe, da Knauf Insulation.

Os dois tipos de lã mineral, a lã de vidro e a lã de rocha, suportam altas temperaturas no longo prazo e quase não emitem substâncias que possam se precipitar no interior da cobertura do coletor solar. Isso também se aplica à “novís-sima” lã mineral especial da Saint-Gobain Isover, cujas fibras são giradas usando uma peneira rotativa, como lã de vidro, mas em termos químicos são como lã de rocha. Tanto a lã de vidro quanto a lã de rocha são muito baratas. Os materiais básicos são facilmente disponíveis e seu equilíbrio ambiental é muito bom, principalmente com a lã de vidro. Portanto, não é surpreendente que quase todos os fabricantes de coletor solar na Europa usem lãs minerais.

Quando se trata do reservatório térmico, no entanto, o problema do calor ser transportado com fluxo de ar é con-sideravelmente maior com lã mineral do que, por exemplo, com EPS (poliestireno expandido) ou lã de poliéster. Em contraste com a lã de vidro, a lã de rocha dificilmente pode ser compactada, o que torna difícil a utilização de conjuntos de revestimento do reservatório térmico. Por esta razão, outros materiais entram em jogo e muitas vezes vários deles são combinados.

Dependendo da filosofia do fornecedor, às vezes os aspectos mais práticos relacionados com a montagem são mais decisivos que as propriedades físicas do material. “Eu uso espuma PU (poliuretano) em reservatório térmico com capacidade de até 400 litros. Para volumes maiores, eu uso fibras de poliéster, o reservatório térmico pode ser des-montado para acesso à casa de máquinas”, diz Georg Ptak, chefe de Desenvolvimento da Áustria Email. O volume de negócios com a sua lã aumentou em cerca de 20% em 2012. Pode presumir-se que essa demanda também tem algo a ver com a tendência de reservatórios térmicos maiores, uma vez que não teve continuidade a considerável redução de preço, verificada antes de 2011, que ajudou o poliéster a alcançar papel importante no isolamento de reservatórios térmicos.

Com coletores, menos peso está diretamente associado a menos custo para o isolamento térmico. A especialista da Knauf Sabine Grebe faz as contas: “Nos coletores para a Europa Central, a espessura das faixas de isolamento do fundo do coletor solar varia entre 2,5 e 10 cm, principalmente 4 ou 5 cm. A lã de rocha tem uma densidade de 40 a 50 kg/m³, e a lã de vidro varia entre os 15 e 25, sendo a maioria 20 kg/m³. Isso significa que você precisa de cerca de 1 kg/m² de lã de vidro para a área de superfície do coletor e 2 kg/m² de lã de rocha”. São valores gerenciáveis e, portanto, custos gerenciáveis, quando comparados com os outros componentes do coletor tecnicamente complicados. E para instalações em telhados, há mais vantagens com a lã de vidro, que proporciona um grau de isolamento comparável

Da Sun & Wind Energy Tradução: Luciano Torres e Natália Okabayashi

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TSP Solar Board de BLK Knauf, com resistente lã de rocha, usa cor preta por razões estéticas.

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Tecnologia 17

à lã de rocha com apenas metade da densidade.A lã de rocha não é elástica. Mesmo se for comprimida,

ela não retorna ao seu volume original, como a lã de vidro. Ao mesmo tempo, os dois tipos de lã são tão leves que a sua limitação decisiva em termos de transporte não é o peso, mas o volume. Sabine Grebe: “Com materiais padrão, você pode carregar 3 toneladas de lã de rocha ou 6 toneladas de lã de vidro em um caminhão de 13,6 metros. Em outras palavras, em termos de área de superfície do coletor, quatro vezes mais do que pode ser equipado com a lã de vidro.”

Para tabela de produtos, os fornecedores indicam entre outros o valor de Lambda, como uma medida da condutivi-dade térmica λ de um material de isolamento. Na indústria da construção, é usual estabelecer o valor de λ, com uma temperatura média “interna” e “externa” de 10 °C, o que pode ser determinado com um equipamento relativamente simples. Interessante para os reservatórios térmicos e, par-ticularmente, para os coletores, são, naturalmente, níveis de temperatura mais elevados. Isto acontece porque o valor de Lambda não é totalmente constante: a condutividade térmica sobe com o aumento da temperatura. O coeficiente típico dessa mudança é pequeno para materiais de isolamento: em torno de 0,15 ‰/ °C. Para lã de rocha, isso equivale a 0,22‰/ °C ou até mesmo um pouco mais de 0,25 ‰ / °C de acordo com o fabricante.

Sabine Grebe conhece os dados correspondentes para seus produtos – o que está em contraste com a maioria dos seus concorrentes. O motivo: “Para medições de temperatu-ras relativamente altas, você precisa de um dispositivo de medição bastante caro.”

Para a tabela de produtos pedimos aos fabricantes para indicar o valor Lambda em 220 °C. O valor para qualquer temperatura média entre 10 e 220 °C pode ser facilmente calculado utilizando o coeficiente.

A comparação dos dados mais recentes do produto com os dados do ano anterior, especificados pelos fornecedores

que informaram dados em 2011 e 2012, mostra que prati-camente não existem diferenças. Os poucos desvios são in-significantes e são provavelmente devido às novas medidas em vez de alterações nas propriedades do produto. Também não há nenhuma diferença com as três especificações da Saint-Gobain de 2011, que foram questionadas por alguns concorrentes: a temperatura máxima de utilização de 550 °C pela Isover na lã de vidro e mais de 1.000 °C tanto para lã de rocha e a combinação de lã de vidro com lã de rocha, chamada de “Ultimate”.

Especialistas de outras companhias criticaram que a resistência física a altas temperaturas provavelmente foi confundida com a aplicabilidade técnica, sem levar em con-sideração aspectos como a eliminação de gases. No entanto, Valerie Dupouy, da Saint-Gobain, quando questionado, mostra seus números: “Porque entre 220 °C e 550 ou 1000 °C nada vai mudar em nossos produtos: eles vão manter o seu desempenho.”

Condensação de gases

Este debate é mais do que acadêmico. Baseia-se no as-sunto árduo relacionado à eliminação de gases dos materiais de isolamento térmico, cuja condensação pode manchar o vidro do coletor. O instituto de testes da Suíça SPF avalia os diferentes tipos de lã, espumas e fibras de acordo com um sofisticado sistema com dois níveis, cada um com quatro etapas. Os testes de certificação podem ser publicados mas não no site da SPF. Se você percorrer a lista dos 27 certifica-dos publicados anteriormente, você não vai encontrar um único produto Saint-Gobain cujo “outgassing” foi testado por mais de 220 °C. Embora a lã de rocha da empresa alemã Rockwool tenha estabelecido uma temperatura de uso de 260 °C para a sua lã de rocha para isolamento, “Solarrock”, o certificado ainda não foi publicado. No entanto, os clientes podem obtê-lo mediante solicitação.

Nos dias atuais, para os sistemas solares térmicos com uma fração solar típica de 20%, os materiais de isolamento térmico existentes oferecem possibilidades suficientes. A situação parece ser diferente, no entanto, com as frações so-lares mais elevadas e, associadas a esta, com armazenamento térmico para períodos mais longos, como previsto para os futuros sistemas.

No ZAE Bayern, um grupo de pesquisa está trabalhando em um material de isolamento do reservatório térmico com um preenchimento de perlita a vácuo. Aqui, o pó de pedra vulcânica altamente porosa, que pode resistir a até 800 ºC, é inserido na cavidade entre o revestimento externo e o re-vestimento interno do reservatório térmico. Com a versão inicial do ensaio, eles conseguiram reduzir a condutividade térmica do isolamento para 0,01 W/mK. Os pesquisadores esperam, no entanto, atingir um valor inferior a 0,003 W/mK, ou seja, um décimo do que é habitual.

O projeto, em que também está envolvida a empresa de engenharia Hummelsberger de Mühldorf, na Alta Baviera, recolheu dados até outubro de 2012. Jürgen Melzer, da Hum-melsberger, e Manfred Reuß, do ZAE Bayern, apresentaram os resultados em janeiro, na conferência SMEThermal 2013.

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Em um país como o Brasil, o uso do aquecimento solar é fundamental para que uma construção seja considerada sustentável. A avaliação é da arquiteta e urbanista Luciana Carvalho, da VERT Arquitetura e Consultoria, escritório especializado em eficiência energética de edifícios e certifi-cações ambientais como Procel Edifica e LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).

“Não se pode mais pensar em aquecer a água do banho com energia elétrica, que é cara e escassa”, afirma a arquiteta, que também é coordenadora do Grupo de Trabalho Energias Renováveis do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

Nesta entrevista, Luciana explica o conceito de sustenta-bilidade aplicado às construções e observa que os edifícios certificados chegam a apresentar redução de até 30% no consumo de energia e, em alguns casos, de 40% de água.

Que aspectos definem o que é uma construção sustentável?Existem diversos níveis de sustentabilidade em uma

construção que vão desde a escolha de materiais pelo pro-jetista, passando pelo processo de construção ou canteiro de obras, e finalmente pela operação do edifício.

Basicamente uma construção sustentável é aquela que utiliza materiais e processos que contribuem para a conser-vação da natureza, o que engloba o consumo eficiente de insumos como água e energia.

Assim, edifícios que utilizam energias renováveis, possuem uma gestão eficiente de resíduos sólidos, consu-mo energético e de recursos hídricos, bem como projeto adequado às condições climáticas locais são considerados sustentáveis.

É possível dar exemplos práticos de racionalização da constru-ção e o uso de materiais de baixo impacto ambiental que caracte-rizam os projetos arquitetônicos sustentáveis?

O primeiro passo para a racionalização da construção é desenvolver um bom projeto que deve levar em conta os re-gionalismos e processos mais eficientes como, por exemplo, a pré-fabricação de elementos construtivos.

Podemos citar o edifício do Velódromo construído para as Olimpíadas de Londres 2012, cuja cobertura com cabos de aço representou uma grande economia de material e exigiu uma estrutura menos robusta devido ao seu peso.

Para a escolha de materiais de baixo impacto ambiental há uma classificação quanto à energia utilizada para sua pro-dução, transporte, uso e descarte final. No Brasil ainda não possuímos tais informações, mas a simples escolha de for-necedores locais já reduz muito o impacto desses materiais.

Qual é o benefício para o cliente em ter uma edificação energe-ticamente eficiente e ambientalmente certificada?

O desempenho energético dos edifícios certificados pelo PBE Edifica (antigo Procel Edifica) e LEED® é superior, chegando a reduções de até 30% no consumo de energia e em alguns casos 40% de água.

Para um condomínio residencial isso representa uma mensalidade mais barata para o morador, enquanto para um operador de hotéis a redução de custos representa um ganho em seu fluxo de caixa. Além disso, a melhoria do conforto térmico, acústico e lumínico aumenta a qualidade de vida dos usuários consideravelmente.

Finalmente o cliente que possui um edifício certificado terá garantias dos órgãos responsáveis pela certificação de que atendem aos parâmetros mínimos exigidos para que ele seja considerado sustentável. É o mesmo que adquirir um coletor solar com a etiqueta do INMETRO, em que o con-sumidor tem certeza que o produto possui boa qualidade. D

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Quem são os clientes interessados em obter esse tipo de cer-tificação?

As grandes empresas estão muito interessadas nas certifi-cações por questões ambientais, já que elas também agregam uma boa imagem aos seus produtos e serviços denotando a preocupação com o meio ambiente.

Os hotéis também representam um setor muito interes-sado no assunto, pois aliam a questão da responsabilidade ambiental com redução de custos de operação.

Com a realização da Copa do Mundo no Brasil, os está-dios que serão os palcos do evento também estão passando por certificações e se alinhando às exigências da FIFA.

Como tem evoluído a demanda por certificação ambiental e de consultoria de eficiência energética?

Desde 2009, quando foi lançado o PBE Edifica (Procel Edifica), vimos o interesse das empresas em crescer e passar de uma simples “simpatia” pelo assunto até a movimentação para implantar ações de eficiência energética e etiquetagem em seus projetos efetivamente.

Atualmente o Brasil ocupa o quarto lugar em número de edifícios registrados para a certificação LEED® e esse mercado cresce cada vez mais. As empresas agora estão mais cientes de que terão necessidade de se adequar a esse novo tipo de construção antes que fiquem obsoletas.

A VERT foi responsável pelo projeto executivo dentro de uma grande iniciativa da Cemig para levar o sistema de aquecimento solar a instituições para idosos em todo o Estado de Minas Gerais. “Elaboramos um total de 85 projetos para 58 cidades do Estado, com 3.338 m² de área coletora total e volume de 319.500 litros”, descreve a arquiteta.

Outro projeto de destaque foi desenvolvido para a empresa SC Alimentos, localizada no Sul de Minas e ligada à exportação de café.

“Desenvolvemos o projeto arquitetônico do vestiário e re-

Projetos valorizam energia solarfeitório da empresa com uso do aquecimento solar”, conta a arquiteta. A cobertura foi posicionada com desvio máximo de 30° em relação ao Norte Verdadeiro e com inclinação de 25° para dispensar o uso de suportes na instalação dos coletores.

Também foram instalados reservatórios térmicos interna-mente ao telhado, favorecendo o edifício esteticamente sem prejudicar o funcionamento do sistema.

“Todos os equipamentos escolhidos apresentam o Selo Procel, garantindo melhor performance em uma região que apresenta baixas temperaturas no inverno”, garante.

Como o aquecimento solar contribui para a eficiência energética e a sustentabilidade de uma construção?

O uso do aquecimento solar em um país como o nosso é extremamente fundamental para garantir que uma cons-trução seja sustentável.

Não podemos mais pensar em aquecer a água para banho através da energia elétrica, cada vez mais cara e escassa.

Seu uso também contribui para redução de emissões de gases de efeito estufa quando substituímos, por exemplo, uma caldeira de um hospital que funciona a partir do óleo diesel ou GLP.

Qual é a importância do aquecimento solar na obtenção de certificações ambientais?

Há exigências no regulamento do PBE Edifica para o uso de sistemas que apresentem fração solar de 70% e que utilizem equipamentos de classificação A ou Selo Procel na tabela do INMETRO.

Em edificações comerciais, seu uso representa uma bonificação ao empreendedor, o que pode significar uma mudança de classificação do edifício, que com o acréscimo pode passar de B para A.

Já no setor residencial ele é uma das opções obrigatórias para implantação e também condiciona a obtenção de uma boa nota na ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia).

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É uma tarefa difícil obter dados do mercado de ma-nutenção de coletor solar para piscina. Ao contrário de placa plana ou coletor de tubo a vácuo, dificilmente uma associação ou instituto de pesquisa estão empenhados em descobrir mais sobre este segmento de mercado. Por esta razão, o estudo Solar Heat Worldwide, realizado regular-mente por Werner Weiss e Franz Mauthner de AEE Intec na Áustria para a Agência Internacional de Energia (IEA), é muito valioso. Nesse estudo, os autores reúnem dados globais do mercado de coletores. A última edição, de 2012, mostra o crescimento de vendas em 2010, mas depois disso os fabricantes de coletores de piscina relatam como estão lutando contra a crise que domina a economia mundial.

Werner Weiss, chefe do AEE Intec, e seu pesquisador científico Franz Mauthner levam mais de um ano para reunir os dados oficiais sobre energia em 50 países. Em seguida, passam alguns meses preparando os dados sobre a área instalada de coletores, a distribuição de energia so-lar térmica e a emissão evitada em CO2. Por esta razão, o estudo de mercado sempre sai com um atraso de 18 meses.

Tradução: Natália Okabayashi

Depois da expansão de 2012, a crise econômica afeta o mercado mundial

de coletores solares para piscina. Mas alguns fabricantes já estão reagindo

O mercado em 2010

Em 2010, os coletores solares abertos representavam 4,1% da capacidade solar térmica recém instalada, con-cluem os autores. Essa participação equivale a aproxima-damente 1,73 GWth da capacidade solar térmica da nova área instalada de 42,2 GWth. Em relação a 2009, a parcela de coletores abertos novos instalados aumentou 13,6%.

Em termos de capacidade total dos coletores abertos, os EUA estão bem à frente dos outros países: 13.553 MWth desses coletores de piscina foram instalados nesse país. Em segundo lugar está a Austrália, com 3.780 MWth.O Brasil vem terceiro lugar com 894 MWth de capacidade instalada, seguido pela África do Sul, com 563 MWth. Depois vêm o México, Canadá, Alemanha e Áustria, com capacidade instalada entre 463 MWth (México) e 420 MWth (Áustria).

Tomando como base a capacidade instalada por 1.000 habitantes, contudo, haverá mudanças nas classificações. Nesse caso, a Austrália, com 22 milhões de moradores, está à frente com 175,7 kWth por mil habitantes.

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Da Sun & Wind Energy

Crescimento apesar da crise

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Capacidade total de coletores abertos em operação

Mercados em expansão

Em 2010 houve crescimento elevado nos EUA, na Austrália e no Brasil, mas o estudo não fornece nenhuma explicação para a evolução do mercado de energia solar térmica.

Werner Weiss não tem os dados definitivos de 2011, porque o estudo ainda está sendo realizado. No entanto, ele estima que o interesse por coletor solar de piscina

provavelmente diminua. “Os grandes banheiros públicos foram construídos alguns anos atrás, com sistema dura-douro em que não há uma alta taxa de substituição”, diz. Ele imagina que coletores abertos foram mais vendidos e que Mauthner poderá indicar isso na pesquisa. “Não exis-tem muitos países com dados confiáveis”, explica Weiss. Além disso, as vendas em muitos países não são feitas por meio dos canais normais para o coletor solar térmico, mas por lojas de faça você mesmo e fornecedores de piscina.

Fabricantes otimistas

Como vice-presidente de vendas e marketing da fabri-cante israelense de coletores de piscina Magen eco-Energy, Itzik Amar vigia de perto o mercado. Ele diz: “Como todos sabemos e sentimos, a economia mundial tem vindo cobrar seu pedágio sobre todos os aspectos da vida e sem esquecer o mercado de piscinas e de aquecimento solar.”

Afinal, para muitas pessoas, coletor solar de piscina é uma commodity na Europa: “E quando a situação finan-ceira é sombria e as pessoas têm que mudar seu estilo de vida e apertar as despesas, eles começam a economizar em artigos de luxo”, continua ele. No entanto, Magen foi capaz de aumentar o volume de seus negócios em 12% em 2011 em relação a 2010 e previa bons resultados em 2012. “No final de agosto, o crescimento do negócio já tinha visto um aumento de 20% em relação ao ano ante-rior”, diz Amar.

Para ampliar os negócios, Magen está se concentrando em duas estratégias: novos mercados e novos produtos. Os

principais mercados são atualmente os EUA, Austrália e Europa, além da América Central e do Sul. Os dois últimos ainda estão sendo ampliados e o Brasil é um exemplo. “Estamos recrutando novos distribuidores para a nossa rede”, diz Amar.

Magen deposita grandes esperanças em um novo produto, o coletor de eco-SPARK. É um coletor solar de piscina com vidro. “Este coletor é capaz de proporcionar maior desempenho com uma área de instalação menor para piscinas particulares e comerciais”, diz Amar, explicando a razão para o desenvolvimento do produto.

O produto também pode ser instalado em regiões onde os coletores de piscina tinham sido um problema no passado. Como exemplo, ele fala sobre as regiões com muito vento e temperaturas mais baixas. O especialista em marketing também menciona outra área de uso: “É especialmente útil para piscinas que operam todo o ano, tais como piscinas de hidroterapia”.

Outro produto novo é o Heat-Kit, que Magen desenvol-veu especificamente para proprietários de casas particula-

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res e que será vendido em lojas especializadas em piscina. “É um coletor solar modular compacto, fácil de montar, instalar e armazenar”, diz Amar. Ele descreve seu público alvo da seguinte forma: “É normal que o chefe de família queira oferecer aos seus filhos mais tempo na piscina e estender a temporada de natação.”

Mais públicos e comerciantes de piscinas

Houve também mudanças nas áreas de utilização. “Ins-talações residenciais ainda são o nosso principal segmento, no entanto, temos visto recentemente um aumento signifi-cativo em piscinas públicas e instalações comerciais”, diz Amar. Especialmente nos EUA, a demanda por sistemas para piscinas públicas e sistemas comerciais au-mentou. A razão para isso são os programas de apoio em nível estadual e federal.

“Outro território onde vemos um aumento em instalações públicas e co-merciais é na Austrália”, continua ele. Aqui, no entanto, ele diz que foi a qualidade e a longa vida útil dos produtos da Magen que fizeram isso acontecer. Mas Ma-gen eco-Energy também está trabalhando duro nas vendas. “Nós investimos muito em esforços de en-genharia e de marketing em nossos distribuidores, ajudando-os a esgotar todo o potencial do seu território”, destaca Amar.

Sistemas comerciais e privados são também os principais segmentos para o fabricante mexicano Mó-dulo Solar. No entanto, a empresa com sede no estado de Morelos não está ativa nos principais mercados dos EUA e da Austrália. Seu principal mercado é o México. Além disso, o Módulo Solar fornece seus coletores de polipropileno para a Guatemala, Panamá e Colômbia e atualmente está construindo mercados na Argentina e Espanha.

Aproximadamente 95 mil m² de coletores de piscina foram instalados no México em 2011, informa Daniel García Valladares, diretor comercial da Módulo Solar. Para 2012, ele estimava as novas instalações em cerca de 100 mil m². Sua empresa pretende participar desse mercado com 22 mil m². Valladares está feliz com o atual desenvolvimento do negócio. Desde 2010, a empresa aumentou o seu volume de negócios em aproximadamente 10% ao ano, diz ele. Para

2012, ele espera um crescimento de 12 a 15%.A Módulo Solar não tem novos produtos. “Estamos

usando nosso coletor de polipropileno com o mesmo es-boço nos últimos três anos”, diz Valladares, citando dois exemplos de projetos de 2012. No primeiro, a Módulo Solar forneceu 646 m² de coletores de piscina para um sistema no Britania Club em Xalapa, México. Ele abrange 73% da demanda de aquecimento da piscina de treinamento, com um volume de 800 m³ e a temperatura da água de 28 °C. To-dos os anos, 46 mil litros de gás propano são salvos assim, calcula Valladares. O sistema deve se pagar em 18 meses.

No segundo exemplo, um sistema de 420 m² no telhado de um clube esportivo em Aguascalientes, México, o te-lhado foi especialmente construído virado para a direção

sul. O sistema cobre 70% da demanda de aquecimento da piscina semi-olímpica. Aqui os operadores economizam aproximadamente 31.000 litros de gás propano em um ano e serão capazes de recuperar seus custos de investimento depois de apenas 17 meses.

Quando perguntado o que aumentaria a demanda para coletores de piscina, Valladares não tem que pensar muito. Obrigação legal de construção e benefícios fiscais ajudaria, diz ele, especialmente porque não há suporte para tais sistemas no México.

Itzik Amar, da Magen eco-Energy, tem esperanças de uma recuperação econômica: “Se a situação econômica mundial mudar para melhor, naturalmente a demanda vai aumentar.”

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Que fatores determinam se um sistema de aquecimento solar (SAS) pode ser instalado com circulação natural (termossifão) ou circulação forçada?

Os principais fatores são:

1. Altura mínima entre coletor solar, reservatório tér-mico e caixa d’água: Para uma instalação por termossifão, é necessário que o topo do coletor solar fique, no mínimo, 30 cm abaixo do fundo do reservatório térmico (RT), que por sua vez também deve estar abaixo da caixa d’água. Se esta condição não for satisfeita, é possível ainda utilizar um reservatório térmico de nível que pode ser instalado à mesma altura da caixa d’água ou então a instalação de SAS compacto, que é todo instalado sobre o telhado. Se estas alternativas não forem possíveis, será necessária a utiliza-ção de motobomba para circulação de água entre coletores solares e reservatório térmico.

2. Tamanho do SAS: Para SAS acima 1.000 litros, a ins-talação por termossifão requer muito critério na instalação. Muitas vezes o comprimento da tubulação entre coletor solar e RT compromete o funcionamento por circulação natural. Para SAS com circulação forçada, não há limite de tamanho do sistema pois o fluxo de água é realizado pela motobomba dimensionada em função da área coletora e comprimento total de tubulação.

3. Limite de temperatura: Se houver necessidade de limitar a temperatura dentro do RT, isto só é possível com circulação forçada pois o CDT (Controlador Diferencial de Temperatura) pode ser ajustado para não acionar a moto-bomba quando a temperatura atingir o valor determinado. Já por circulação natural, a temperatura não tem controle, pois o limite de temperatura é definido em função das ca-racterísticas da instalação e eficiência dos coletores solares.

Dúvida sobre sistemas de aquecimento solar de água?

Envie sua mensagem para [email protected]

Luciano Torres é engenheiro mecânico especialista em ener-gia solar térmica, formado pela PUC-Minas com ênfase em Me-catrônica. Participou como tutor do programa de capacitação a

distância de 250 engenheiros da Caixa Econômica Federal para instalações de aquecedores so-lares residenciais e do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Co-letores Solares e Reservatórios Térmicos do INMETRO/ABRAVA. É consultor projetista em instala-ções solares de pequeno e gran-de porte com aproximadamente 60.000 m² de projetos realizados e implantados.

Fale com o Especialista:Engenheiro Luciano Torres

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