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Índice2

Expediente

Revista SOL BRASIL Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condi cio nado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA). Conselho Editorial: Luís Augusto Ferrari Mazzon, Marcelo Mesquita, Nathalia P. Moreno e Sara VieiraEdição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378)Projeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Transsen

Diretoria DASOLPresidência - José Ronaldo KulbVP Relações Institucionais (VPI) - Amaurício Gomes LúcioVP Operações e Finanças (VPOF) - Edson PereiraVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) - Carlos Artur A. Alencar VP Marketing (VPM) - Luis Augusto Ferrari MazzonGestor - Marcelo Mesquita

DASOL/ABRAVA Avenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos –São Paulo – SP – CEP 01206-905 - Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

CB-SOL

Rumo aos 15 milhões m2

de coletores solares até 2015Desafios para atingir meta vão desde a divulgação da tecnologia à qualificação de mão de obra e etiquetagem compulsória dos sistemas de aquecimento solar

Mundo Verde

Editorial

Novotel Morumbi utiliza tecnologia Jelly Fish Projeto abastece reservatório de 12 mil litros de água e garante conforto a 5 mil hóspedes por mês

Um grande desafio para a indústria nacional

Pensando grandeSun & Wind Energy descreve os desafios do mercado francês de aquecimento solar

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CB-SOL

Mais informação técnica Participantes avaliam resultados do CB-SOL e aguardam próximo congresso

Case Solar

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Projeto da Transsen aquece 25 mil litros de água no Hospital da UnimedSistema de aquecimento solar é solução econômica e sustentável para atender demanda de 204 leitos em Piracicaba

Empresas Associadas

Atualidades6

Tarifa branca, oportunidade parao aquecimento solarEnergia elétrica ficará mais cara para quem usa o chuveiro no horário de pico. Mais do que nunca, aquecedor solar é aliado do consumidor para se defender da nova tarifa

Entrevista

José Ronaldo KulbCB-SOL uniu toda a cadeia produtiva em torno das questões centrais do setor de aquecimento solar, diz presidente do DASOL

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8

Page 3: Revista Sol Brasil - 9°edição

Um grande desafio para a indústria nacional

Muitas vezes nos perguntamos: qual é a fórmula do sucesso?Motivação, treino, autocontrole, sorte e perseverança. Sem

dúvida, estes são ingredientes essenciais para alcançarmos o sucesso. Mas como podemos medir nosso índice de sucesso?

Tudo começa com o estabelecimento de objetivos em con-sonância com os interesses dos associados, priorizando os projetos que tragam maior benefício ao setor, dividindo-os em metas claras e mensuráveis através de indicadores de fácil compreensão. Neste momento de desafios para o aquecimento solar no Brasil, temos como objetivo o crescimento sustentável do setor, passando em quatro anos a marca dos 15 milhões de m2 de coletores instalados.

Este objetivo está não só atrelado ao nosso objetivo associativo mas também em linha com o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que busca a redução das emissões de gases de efeito estufa, e com o recém-publicado Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), com suas metas de redução de consumo de energia, principalmente nos horários de ponta.

É um forte desafio para a indústria nacional que tem não só a necessidade de ampliar e modernizar seu parque fabril, como também de formar mão de obra qualificada (instaladores, projetistas e engenheiros de aplicação). Nossa indústria precisa também desenvolver novas tecnologias e materiais que aumentem a eficiência dos sistemas de aquecimento solar e reduzam custos, integrando sistemas de automação que otimizem o consumo de energia complementar fora dos horários de ponta.

Com foco nestes desafios, o DASOL/ABRAVA, juntamente com a UNICAMP, reuniu em Campinas mais de 250 pessoas no maior evento da história do aquecimento solar no Brasil, o CB-SOL, Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar. Durante o CB-SOL, foram discutidas estratégias para vencer esses desafios nos próximos anos.

Paralelamente ao Congresso, tivemos a exposição tecnológica EXPOSOLAR, onde fabri-cantes e fornecedores do setor apresentaram soluções inovadoras para o aquecimento solar. E, finalmente, pensando nas novas gerações, responsáveis pelas ações futuras, realizamos uma exposição na Praça José Bonifácio, centro de Campinas, sobre a aplicação dos sistemas de aquecimento solar, com demonstrações e experiências tecnológicas que utilizam da luz do sol.

Sem dúvida, o sucesso absoluto do evento foi mais um passo rumo aos objetivos do setor, em um trabalho integrado entre associações de classe, universidades, institutos de pesquisa e governo.

Compartilhamos esse sucesso com a dedicada e perseverante equipe do DASOL, cujo tra-balho tem proporcionado à ABRAVA projeção internacional.

Temos a certeza de que, juntos, fortalecendo as instituições, chegaremos lá.

José Ronaldo KulbPresidente do DASOL

Editorial 3

Div

ulga

ção

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4 Case Solar

Um dos maiores e mais modernos centros de saúde do Estado de São Paulo, o Hospital da Unimed de Piracicaba escolheu a Transsen para implantar seu sistema de aquecimento solar e aten-der à demanda de água quente em uma obra de grande porte, que conta com 22 mil m2 de área construída, sete pavimentos e 13 salas cirúrgicas.

A alternativa ao aquecimento solar seria o uso de gás GLP como combustível para o aquecimento da água. O aquecimento solar mostrou-se, porém, mais vantajoso, tanto pela economia como pela sustentabilidade. O hospital apresenta gestão ambiental: além do aquecimento solar, há estação de tratamento de efluentes, central de descarte de resíduos, poços de iluminação natural e proteção termo-acústica na fachada.

O projeto apresentou um alto nível de complexidade devido à sua grande proporção: são 25 mil litros de água quente armazenados em cinco reservatórios térmicos de 5 mil litros cada e um conjunto de 180 coletores solares verti-cais de dois metros. O sistema de aquecimento solar atende a demanda por água quente de 204 leitos do hospital e também do Serviço de Nutrição e Dietética (SND).

Outra característica importante da obra foi a instalação

Sistema de aquecimento solar é solução econômica e sustentável para atender demanda de 204 leitos em Piracicaba

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ção:

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José Edgar Romero Trigo (Engenharia de Aplicação Transsen)Fabíola Lanzara (Marketing Estratégico Transsen)

do LabTranssen, exclusivo sistema de monitoramento da eficiência do aquecimento solar. O LabTranssen permite o acesso remoto a informações sobre o funcionamento do sistema, possibilitando identificar eventuais manutenções necessárias, além de aferir temperaturas atingidas, consumo de água, energia e gás e cálculo da economia gerada pelo sistema solar.

Neste projeto, a Transsen utilizou 180 coletores solares do modelo Itapuã V2.0, com classificação A no Inmetro, Selo Procel (alto nível de eficiência energética), produção média mensal de energia de 155,7 kWh/mês por coletor, perfil extrudado (que oferece maior robustez ao produto) e isolamento térmico duplo.

Os cinco reservatórios de 5 mil litros cada um apresentam pressão de trabalho de 10 m.c.a., fabricados em aço inoxidá-vel AISI 304, isolamento térmico progressivo em poliuretano expandido rígido e capa externa em alumínio naval, mais resistente à corrosão.

A obra foi concluí da em outubro de 2010 e, desde então, apresenta perfeito funcionamento. “Estamos satisfeitos com o siste-ma de aquecimento solar da Transsen. No geral, o sistema funciona muito bem e gera a economia esperada”, confirma Alessandro Silva, gerente de Apoio e Infraestrutura do Hospital da Unimed de Piracicaba/SP.

Transsen aquece 25 mil litros de água no Hospital da Unimed

Transsen Aquecedor Solar

Associada do DASOL/ABRAVA desde 30/11/92

www.transsen.com.br

Projeto conta com exclusivo sistema de

monitoramento remoto

Page 5: Revista Sol Brasil - 9°edição

5Case Solar

A Jelly Fish, divisão de aquecimento de água da In-dústrias Tosi, trouxe ganhos à unidade Novotel Morumbi, um hotel do grupo Accor,

com suas soluções para aquecimento de água. O complexo conta com 190 quartos e está localizado em um dos centros comerciais de São Paulo, próximo à Ponte Estaiada.

O hotel utilizava originalmente uma estrutura baseada em aquecedores a gás GLP, popularmente tida como uma solução de baixo consumo energético. Entretanto, o custo ainda era alto e o hotel buscava uma forma de utilizar energia renovável. A Jelly Fish então apresentou algumas de suas soluções para aquecimento de água.

O sistema apresentado é híbrido, composto por coletores solares e bombas de calor. Os coletores utilizam energia solar para o pré-aquecimento da água, que posteriormente é enviada a reservatórios. Quando utilizada pelos usuários, a água passa por bombas de calor. A maior parte da ener-gia usada para o aquecimento é proveniente do sol, o que conseqüentemente reduz o consumo de energia elétrica.

Foram instalados 93 painéis solares cobrindo uma área de 149 m², que abastecem um reservatório de 12 mil litros de água e cinco bombas de calor, além de um sistema CLP para controle de demanda. Entre redução de gastos de energia, água e gás, foi gerada uma economia de 80%. Com foco em sustentabilidade e consciência ecológica, outro benefício foi a redução de emissões de CO². Mais de 14 mil quilos do gás deixaram de ser produzidos por ano.

A instalação foi feita em 90 dias e o novo sistema atende às necessidades de 5 mil hóspedes por mês. O consumo de gás foi reduzido em 65%.

O Novotel Morumbi foi ca-paz de fazer essa transição sem trazer impactos aos hóspedes, mantendo um excepcional ní-

Novotel Morumbi tem economia de 80% com solução da Jelly Fish

Aquecimento solar de água garante conforto a 5 mil hóspedes/mês

Div

ulga

ção

TOSI

Jelly Fish Soluções Térmicas

Indústrias Tosi

Filiada ao DASOL/ABRAVA desde 19/11/1998

www.jellyfish.com.br

vel de serviço. Ao mesmo tempo, modernizou sua estrutura de forma a se alinhar às novas expectativas de sustentabili-dade e consciência ecológica graças à tecnologia utilizada.

Focada na criação de alternativas para o aquecimento de água para o mercado, a Jelly Fish Soluções Térmicas, parte da Indústrias Tosi, é uma empresa sempre em busca de novas tecnologias.Todos os produtos da Jelly Fish foram concebidos com foco em inovação, de-sempenho, respeito ao meio ambiente e ao consumidor.

Energia solar reduziu consumo de gás em 65%

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6 Atualidades

Tarifa branca, uma oportunidade para o aquecimento solar

A combinação de energia solar e da Tarifa Branca, criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 22 de novembro, pode ser uma interessante oportunidade tanto para a indústria de aquecimento solar como para os consumidores de energia elétrica.

A Tarifa Branca é uma modalidade tarifária que prevê tarifas de energia elétrica mais baixas nos horários em que o sistema elétrico é menos deman-dado e tarifas mais altas nos períodos de pico (horário de ponta).

Aguardada pelo setor elétrico há mais de 20 anos, a Tarifa Branca de-verá entrar em fase de testes em 2013 e será oferecida facultativamente aos consumidores (residenciais, comerciais e industriais) a partir de janeiro de 2014. Estão previstas três cobranças diferenciadas. Uma tarifa mais cara para o consumo nas três horas do horário de ponta definido pela concessionária. Uma tarifa intermediária a ser cobrada pelo uso da energia uma hora antes e uma hora depois do horário de ponta. E uma tarifa mais barata, a ser cobrada fora do horário de ponta e do horário intermediário.

De acordo com a ANEEL, o objetivo da criação da Ta-

Energia elétrica ficará mais cara para quem usa o chuveiro no horário de pico. Mais do que nunca, aquecedor solar é um aliado do consumidor para se defender da nova tarifa

rifa Branca é estimular o consumo nos horários em que a energia custa menos, diminuir o valor da fatura no fim do mês e a necessidade de expansão da rede da distribuidora para atendimento no horário de pico. Mas para isso, será necessário que o consumidor abra mão de algum conforto

e altere sua rotina.O conceito da Tarifa Branca é “pos-

sibilitar o gerenciamento do gasto de energia por parte do consumidor e otimizar o uso da rede de distribuição”, defende a ANEEL. Assim como nas Tarifas Azul e Verde (calculadas em função do consumo e da demanda de potência), a proposta da Tarifa Branca está diretamente relacionada com o perfil dos consumidores de energia

(residenciais, industriais, comerciais etc). Essa tarifa exige atenção redobrada do consumidor para evitar impactos na conta de luz ou malabarismos no seu cotidiano – imagine, por exemplo, o consumidor residencial ter que tomar banho de madrugada para pagar a tarifa mais barata.

Embora a medida seja nobre e bem justificada, o risco de a conta de luz ficar mais cara para os consumidores é real, principalmente para o consumidor residencial. O horário de

Marcelo Mesquita

Principal carga elétrica da residência,

chuveiro representa 30% da conta de energia

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7Atualidades

pico é fruto da atual organiza-ção da sociedade e, quando se fala em domicílios, o uso do chuveiro elétrico é de longe o mais representativo no ho-rário de ponta. É o momento em que as pessoas voltam do trabalho e têm no banho uma fonte de relaxamento ou de renovação para um segundo compromisso, seja em casa, na escola, no clube com os amigos e até em um segundo emprego.

Porém, se os consumido-res residenciais mantiverem seus hábitos atuais de tomar banho com chuveiro elétrico no final da tarde e início da noite, a conta de luz certa-mente irá subir. Isso porque o chuveiro elétrico, principal carga elétrica da residência, representa 30% da conta de energia sem tarifas diferen-ciadas.

Para evitar sustos na con-ta de luz, os consumidores teriam que tomar banho em outros horários e conciliar a alteração dessa rotina com as outras atividades da família.

A estratégia para aproveitar as tarifas mais baratas sem grandes alterações no dia-a-dia é minimizar o uso do chu-veiro. Como a implantação da Tarifa Branca, neste primeiro momento, será por opção do consumidor, algumas oportu-nidades podem ser interessantes quando combinadas com o uso de aquecimento solar.

Um estudo do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA demonstra que investir em aquecimento

solar é mais vantajoso do que aplicar na poupança. Com a nova modalidade tarifária, as vantagens serão ainda maio-res porque o uso da energia solar não impõe restrição de horários e presta efetiva contribuição para o meio ambiente.

Com a implantação da nova tarifa, o aquecimento solar poderá colaborar de diversas maneiras com os consumidores: não consome energia elétrica para aquecer a água; disponibiliza água quente em qualquer horário do dia, sem qualquer custo de operação; permite associação com dispositivos eletrônicos no gerenciamento de energia, se for o caso.

A energia solar também traz benefícios para o meio ambiente. A redução da de-manda de energia elétrica no horário de pico significa redução do uso de usinas ter-moelétricas, acionadas pelo sistema elétrico interligado nacional para garantir o su-primento de eletricidade. O

acionamento dessas usinas, alimentadas por combustíveis fósseis, impacta o meio ambiente com a emissão de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global e colocam em risco o futuro da vida no planeta.

Portanto, os consumidores residenciais terão no aqueci-mento solar um importante aliado para manter sua rotina atual, economizar energia e ainda reduzir a despesa com energia elétrica.

Energia solar garante água quente em qualquer horário do dia,sem alterar hábitos do consumidor

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8 CB-SOL

Rumo aos 15 milhões m²de coletores instalados Desafios para atingir meta até 2015 vão da divulgação da tecnologia à qualificação de mão de obra e etiquetagem compulsória dos SAS

Samoel Vieira

O Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (CB-SOL) reuniu mais de 250 pessoas nos dias 9 e 10 de novembro em Campinas (SP) para discutir os desa-fios de chegar a 2015 a com 15 milhões m2 de coletores solares instalados no país. A meta, indicada no Plano de Ação Para Incentivo ao Uso do Aquecimento Solar de Água no Brasil (2007) do Ministério de Minas e Energia, equivale ao cresci-mento de 2,5 vezes a atual área instalada.

Especialistas do gover-no, pesquisadores das uni-versidades, empresários e profissionais do setor debateram as iniciativas, so-luções técnicas e estratégias durante o Congresso, organizado pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) e o Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL).

O CB-SOL teve o apoio técnico da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e contou com a presença de convi-dados internacionais da Alemanha e da Áustria que falaram sobre a experiência acumulada em outros mercados.

No evento, os participantes debateram a experiência dos programas de eficiência energética, as oportunidades de programas habitacio-nais como Minha Casa Minha Vida e CDHU, a proposta de etique-tagem compulsória do Inmetro e a qua-lidade dos materiais para melhor eficiência dos sistemas de aque-

cimento solar.Na abertura do Congresso, Samoel Vieira, presidente da

ABRAVA, e José Ronaldo Kulb, presidente do DASOL, en-fatizaram o papel da indústria na preservação dos recursos naturais com o melhor aproveitamento das energias limpas, como a solar. O professor Gilberto Jannuzzi, da UNICAMP, destacou a importância do tema no momento em que o mun-do inteiro repensa suas matrizes energéticas.

Paralelamente ao Congresso, foi realizada a feira de ne-gócios EXPOSOLAR, com exposição de pro-dutos e serviços de empresas envolvidas com o setor. No dia 10 de novembro, o DASOL promoveu a exposição de experi-mentos da energia so-lar, aberta ao público na Praça José Bonifá-cio, em Campinas.

Gilberto Jannuzzi

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9CB-SOL

Minha Casa Minha Vida

A Portaria 325 do Ministério das Cidades, que determina o uso de aquecimento solar no programa Minha Casa Minha Vida, foi o tema da palestra da gerente executiva da Caixa Econômica Federal, Mara Luisa Alvim Motta.

A primeira etapa do programa ultrapassou a meta inicial de 40 mil moradias com SAS e chegou a quase 42 mil. O setor vê como oportunida-de a Portaria 325, que prevê o aque-cimento solar em 860 mil moradias para a faixa 1 (renda até três salários mínimos) a serem construídas até 2014.

“Até 7 de novembro, já tinham sido construídas 17.413 moradias da fase 2 do programa, sendo que 4.971 incorporaram coletores solares, o equivalente a 28% do total”, revelou a gerente da Caixa.

Mara Motta recomendou maior divulgação sobre vantagens do sistema de aquecimento solar e sua simplicidade de uso e manutenção. A gerente da Caixa enfatizou a necessidade de capacitar toda a cadeia produtiva (projetistas, arquitetos e engenheiros, instaladores) e a definição de indicadores para medir o desempenho dos equipamentos.

Qualificação

Essa necessária qualificação da mão de obra será equacio-nada pela Rede Procel Solar – Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica -, projeto da Eletrobras/Procel, para a criação de sete centros de capacitação no Brasil. O projeto é coordenado pela professora Elizabeth Marques Duarte Perei-ra, do Centro Universitário UNA-MG, que também proferiu palestra no CB-Solar. Segundo a professora, a meta de atingir 15 milhões m² de coletores instalados até 2015 promoverá 8,5 mil empregos diretos e a capacitação de 2,2 mil instaladores em cinco anos.

A professora citou pesquisa realizada há alguns anos para

a Eletrobras que evidenciou a necessidade de formação. “Ob-servamos, por exemplo, que os moradores de baixa renda não fazem a limpeza das placas por desconhecimento do sistema. Quanto à instalação e manutenção do sistema de aquecimento solar, nem mesmo os bombeiros hidráulicos (encanadores) sabem plenamente o que fazer”, lembrou.

Eficiência energética

Desde 2008, as concessionárias de distribuição de energia elétrica e permissionárias já investiram R$ 100 milhões em projetos de eficiência energética com siste-mas de aquecimento solar. A informação é de Sheyla Maria das Neves Damasceno, especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que detalhou no congresso os avanços do Programa de Efi-ciência Energética das Empresas de Distribuição (PEE).

Segundo esse programa, as 63 distribuidoras de energia concessionárias e as mais de 30 permissionárias são obrigadas a destinar 1% de sua receita operacional líquida para ações que evitem o desperdício de energia. São 0,5% para pesquisa e desenvolvimento e 0,5% para projetos efetivos, como a implantação de sistemas de aquecimento solar em conjuntos habitacionais para

população de baixa renda.A especialista explicou, porém, que essa ação tem se desti-

nado a moradias unifamiliares de custo menor e implantação mais simples, dada a exigência de atendimento aos consumi-dores inscritos no Cadastro Único com o respectivo Número de Inscrição Social (NIS).

Essa exigência necessita de revisão para ampliar os be-nefícios da eficiência energética a outras classes sociais com uso mais intenso de energia e, portanto, maior potencial de economia. A ANEEL também estuda flexibilizar a aplicação dos recursos do PEE, para contemplar novas edificações utilizando a experiência de projetos anteriores. Novas regras nesse sentido poderão ser implantadas a partir de 2012.

“A adoção dos SAS torna os sistemas prediais mais complexos, principalmente se aliados a outros recursos como reúso de água pluvial e de águas cinzas”, observou o professor Orestes Gonçalves, da Escola Politécnica da Uni-versidade de São Paulo. Ao exigir a instalação de medidores individualizados nos edifícios, o sistema se torna mais caro e afugenta os construtores. “Daí”, sugeriu, “a necessidade de maior aproximação entre universidade e fabricantes para a busca de soluções técnicas que viabilizem custos menores”.

A Companhia de De-senvolvimento Habitacio-nal e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que universalizou em suas

Mara Motta

Elizabeth Marques Duarte Pereira Sheyla Maria das Neves

Damasceno

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10 CB-SOL

obras o uso de coletores solares, possui poucas implantações em prédios, num total de 40 mil unidades com SAS já ope-racionalizadas.

“Os recursos da CDHU são destinados para moradias, sem distinção se serão construídos prédios ou casas. Temos subsídio para construir casas e para fazer prédios, mas pre-cisamos que os recursos sejam diferenciados e que o setor fabricante colabore com soluções técnicas”, disse o arquiteto Eduardo Baldacci, gestor do Programa de Eficiência Energé-tica da empresa.

Mercado brasileiro

Marcelo Mesquita, ges-tor do DASOL, fez uma apresentação sobre o mer-cado brasileiro, lembrando que, em 2010, a indústria produziu quase 1 milhão m² de sistemas de aquecimento solar. “A previsão inicial era de se fechar o ano de 2011 com 7.477 milhões m² de coletores instalados, equi-valente a um acréscimo de 20% sobre os atuais 6.238 milhões m².”

Houve, no entanto, uma retração do mercado no primeiro semestre de 2011, motivada principalmente pela transição do governo que descontinuou investimentos em vários setores. “Porém, se mantida essa taxa anual de crescimento, especialmente diante da demanda do programa Minha Casa, Minha Vida, chegaremos a 15 milhões m² até 2015.”

“O Sudeste puxa o mercado com 80% das vendas no pri-meiro semestre de 2011. No período, o segmento residencial continua à frente, respondendo pela aquisição de 59% de todo o mercado nacional de SAS, seguido pela indústria, comércio e serviços com 24%. As construções habitacionais já respondem por 18%”, revelou Marcelo Mesquita.

Marcos André Borges, coordenador do Programa Brasilei-ro de Etiquetagem (PBE), lembrou que hoje estão etiquetados pelo INMETRO 216 modelos de 40 empresas fabricantes de sistemas de aquecimento solar, num total de 52 marcas. “Não há nada igual no mundo”, garantiu, dizendo que a etiqueta

estimula a indústria a fabri-car produtos com qualidade crescente, equilibrando a relação de consumo.

Fernando Perrone, ge-rente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da da Eletrobrás, apresentou os resultados do Procel no combate ao

desperdício de energia. Ele citou o histórico dos 10 anos da lei 10.295 sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e descreveu o processo de etiquetagem de edificações residenciais, que inclui os sistemas de aqueci-mento solar, a partir de 2010.

O CB-Sol também apresentou projetos de eficiência ener-gética que evidenciaram o forte vínculo do setor de aqueci-mento solar com as empresas de serviços de conservação de energia associadas à ABESCO e as concessionárias de energia elétrica. Esse vínculo é especialmente oportuno diante da criação da Tarifa Branca da ANEEL (ver página 6).

Além da Eletrobras e da ABESCO, participaram desse painel representantes da EDP/Bandeirante (Rodrigo Noguei-ra), Elektro (Evandro Romanini), AES Eletropaulo (Gabriella Mierel), Light (Antonio Raad), Cemig (Matheus Herzog), Nossa Caixa Desenvolvimento (Rafael Bergamaschi), tendo como mediadores Sheyla Damasceno (ANEEL) e José Carlos Ayres de Figueiredo (Cemig).

Construção sustentável

Para que um edifício seja auto-sustentável em energia, a melhor alternativa é a que reúne sistema de aquecimento solar passivo e ativo, painéis fotovoltaicos, sombreamento e iluminação natural. A avaliação é da professora Vanessa Gomes, da Unicamp, que proferiu palestra no CB-SOL sobre construção sustentável.

“O SAS é considerado o segundo melhor retorno, ou seja, com menos recurso se obtém maior eficiência energética”, lembrou. Segundo ela, um dos maiores desafios enfrentados em todo o mundo para prover energia às cidades é o inves-timento. “A relação inves-timento x consumo é de 1 x 100”, informou, lembran-do que de 1960 até agora quintuplicou o número de tomadas numa residência para atender a necessidade dos eletroeletrônicos.

Para Carla Achão, re-presentante da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os 2,5% dos domicílios com SAS para banho, dado his-tórico, precisa ser ampliado. Em 2005 eram 0,15 m²/ha-bitante e em 2010 esse valor mais do que dobrou, chegando a 0,33 m²/habitante, o que corresponde a 6,2 mil domicílios. Para 2015 a previsão é de 12,2 mil domicílios com SAS em todo o Brasil, com benefícios na redução da demanda de eletricidade no horário de pico, além da economia de energia e do impacto ambiental evitado.

Para Hamilton Moss, diretor do Departamento de Desen-volvimento Energético do MME, a eficiência energética deve ser uma cultura incorporada ao cotidiano da sociedade bra-sileira. “O caminho ideal para que programas e ações sejam eficientes é a parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e

Carla Achão

Fernando Perrone

Marcelo Mesquita

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Experiência internacional

Especialistas internacionais relataram a experiência da Alemanha e da Áustria no uso dos sistemas de aquecimento solar. Na Alemanha, os SAS têm uso mais amplo, inclusive

como matriz energética para os sistemas de ar condicionado.

Segundo Jan Knaack, ge-rente de Projetos da Bundes-verband Solarwirtschaft – as-sociação do setor na Alemanha -, as residências detêm a maior fatia do mercado de instalações de coletores para aquecimento de água, com 46%, seguidas pela indústria (31%) e comércio

11CB-SOL

Na sequência do CB Solar, o Inmetro e a Elebrobras par-ticiparam no dia 11 de novembro do workshop Requisito de Avaliação de Conformidade pro-movido pela ABRAVA e aberto a todo o setor de aquecimento solar no Royal Palm Plaza Hotel Resort, em Campinas.

O workshop foi uma oportunidade para os profissionais do setor conhecerem e debaterem a proposta do Inmetro para certificação com-pulsória do setor de aquecimento solar dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem

Durante o workshop, o coordenador do PBE Marcos Borges destacou a necessidade de revisão do PBE Solar. Ele defendeu a compulsoriedade de certificação de eficiência energética para os sistemas de aquecimento solar, alteração na Declaração do Fornecedor para a Certificação e revisão do Regulamento do PBE Solar.

Borges observou que a compulsoriedade permite maior

Inmetro e Eletrobras participam de workshop sobre PBE Solar

disponibilidade de modelos para os programas governamen-tais (como o Minha Casa Minha Vida), maior velocidade na melhoria tecnológica, maior fiscalização e acompanhamento no mercado e maior controle de produtos.

O coordenador justificou a oportunidade de rever a regulamentação do PBE Solar lem-brando a consulta pública disponibilizada em novembro de dois projetos para formatar o selo Procel Edifica para residências: o Regulamento Técnico de Qualidade do Nível de Eficiência Energética (RTQ-R) e os Requisitos de Avalia-ção da Conformidade para o Nível de Eficiência Energética (RAC-R).

O RTQ-R define condições técnicas das residências para o recebimento da etiqueta-gem. O RAC-R vai definir o modo como as edificações serão avaliadas do ponto de vista

da eficiência energética para obterem o selo. Está prevista audiência pública sobre o PBE Solar no início de 2012.

o de Minas e Energia, afirmou. Ele lembrou que o atual Plano Na-cional de Eficiência Energética (PNEf) tem um capítulo de-dicado ao SAS e que o próximo passo será o desenvolvimento de planos de trabalho.

Jan Knaack

Christian Holter

Marcos Borges

Apresentações dos palestrantes estão

disponíveis no hotsite cb-sol.org.br

(23%). “Temos, na Alemanha, uma longa experiência em ener-gia solar e o Brasil pode buscar entre nós todo o conhecimento de que necessita para ampliar o seu mercado”, propôs Knaack.

O arquiteto Christian Holter, presidente da fabricante austríaca Solid, contou que muitos clientes desejam mostrar os coletores no projeto arquitetônico, enquanto outros pre-ferem esconder. “Na sede central do CGD – Caixa Geral de Depósitos –, em Lisboa, uma construção de 100 mil m², onde trabalham 5 mil pessoas, conseguimos esconder os coletores nas faces internas do telhado voltadas para dois átrios des-cobertos”, relatou. Outro case é o da universidade UWC, em Cingapura, em que foram instalados 3,9 mil m² de painéis solares aparentes.

Segundo Holter, os sistemas de ar condicionado respondem pela maior fatia de consumo de energia elétrica nos segmentos de edifícios públicos e comer-ciais. “Para enfrentar esse que é um verdadeiro problema, cres-ce o uso da energia solar como fonte para o funcionamento dos condicionadores de ar”, disse.

Hamilton Moss

Com informações de Hosana Pedroso (diretora) e de Nathalia Portugal (jornalista) da Via Verbo Assessoria e Comunicação

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Setor está preparado para crescer

José Ronaldo Kulb, presidente do DASOL

crescimento será consequência do programa Minha Casa Minha Vida.

Por outro lado, há um grupo de trabalho interministerial, capitaneado pelo Ministério do Meio Ambiente e do qual participam os ministérios de Minas e Energia, das Cidades e da Ciência e Tecnologia, EPE, entre outros colaboradores. O grupo criou um Plano Estratégico para disseminação da tecnologia solar térmica no Brasil com diversas ações que garantam seu crescimento sustentável pelos próximos anos.

O congresso foi importante para que todos esses

SOL BRASIL - Qual é o balanço do CB-SOL?José Ronaldo Kulb - O congresso, a feira e a

demonstração ao público na praça José Bonifácio, centro de Campinas, tiveram um papel fundamental no envolvimento dos atores de toda essa cadeia pro-dutiva do aquecimento solar. Conseguimos reunir concessionárias de energia elétrica, que são grandes consumidoras de aquecimento solar nos programas de eficiência energética; universidades como a UNI-CAMP, UNA, Federal de Santa Catarina, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; e todos os envolvidos na cadeia da indústria, dos fabrican-tes aos fornecedores de matéria-prima e revendas. Em um único evento conseguimos reunir mais de 250 pessoas, que são responsáveis por toda essa cadeia de desenvolvimento.

SOL BRASIL - Quais os objetivos do DASOL e do congresso?Queremos disseminar a tecnologia do aquecimento solar

no Brasil. A meta estipulada é muito ambiciosa: em quatro anos, é mais do que dobrar o parque instalado. Hoje esta-mos com 6,2 milhões m² de aquecimento solar instalados e pretendemos chegar a 15 milhões m² em 2015. Parte desse

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CB-SOL Entrevista12

O CB-SOL envolveu toda a cadeia produtiva do aquecimento solar em torno das questões mais importantes do setor, tendo como objetivo ampliar o mercado de forma responsável e sustentável. A avaliação é do presidente do DASOL, José Ronaldo Kulb, que na entrevista a seguir faz um balanço do congresso e fala sobre os próximos passos do DASOL.

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“stakeholders” tomassem conhecimento desse desafio e começassem a trabalhar juntos para conseguir ampliar o mercado de forma responsável e sustentável.

SOL BRASIL - Quais são os desafios para alcançar a meta de crescimento?

Alguns dos desafios estão voltados para o desenvol-vimento de materiais mais resistentes e de menor custo. Quando a economia começa a se recuperar, os preços das commodities, como o cobre e o alumínio, disparam porque esses recursos naturais vão se tornando cada vez mais es-cassos. A busca de materiais alternativos, baratos, mais resis-tentes e de maior vida útil é um desafio natural para o setor.

SOL BRASIL - Como fica a questão da qualificação de pro-fissionais?

Provavelmente este é um dos nossos maiores desafios: formar e qualificar mão de obra especializada para con-seguir instalar esses quase 8 milhões m² em quatro anos. Com esse crescimento de mercado, é preciso ter centros de treinamento para projetistas e instaladores para garantir à obra, de uma forma integrada, não só o bom produto, mas a boa qualidade da instalação. Vimos em algumas palestras essa preocupação, tanto da Caixa Econômica Federal como da CDHU. Para ajudar nesta questão foi criada a Rede Pro-cel Solar (Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica), projeto da Eletrobras/Procel, para a criação de sete centros de capacitação no Brasil.

SOL BRASIL - E como fica o fomento?A partir do momento em que se tem um crescimento tão

acentuado desse mercado, algo acima de 20%, precisamos de linhas de crédito mais eficientes, mais competitivas, com taxas de juros mais atraentes como nos mercados interna-cionais. Estamos buscando bancos como a Caixa Econômica Federal, que já se colocou à disposição para estudar linhas específicas, tanto para a indústria quanto para o consumidor, a exemplo do que já fez para outros setores da economia.

SOL BRASIL - Como será o processo de etiquetagem compul-sória pelo INMETRO?

Serão nomeados OCPs (Organismos de Certificação de Produtos), que são empresas certificadoras como a da ISO 9001, para acompanhar, monitorar, prestar consultoria e certificar os produtos do mercado em conformidade com as normas vigentes, com acompanhamento dos processos produtivos e do sistema da qualidade. Essas empresas serão os olhos do INMETRO no mercado. Teremos também, no mínimo, dois laboratórios, o que é uma premissa para que haja compulsoriedade.

SOL BRASIL - O que mais é preciso fazer?É fundamental o estabelecimento de políticas governa-

mentais de incentivo ao uso de aquecimento solar. Já temos algumas leis, por exemplo, de obrigatoriedade na cidade de São Paulo e de incentivos em alguns municípios, como os que dão desconto no IPTU para o consumidor que adotar o SAS. Mas, apesar das leis, não temos visto um crescimento significativo do mercado. A lei é feita, aprovada e regula-mentada, mas é preciso monitorar para que seja efetiva-mente aplicada. Realizamos no DASOL uma pesquisa com resultados bastante frustrantes, mostrando que muitas das leis municipais de incentivo não estão surtindo os efeitos esperados.

SOL BRASIL - Qual a importância da universidade?O papel da universidade como parceira da indústria é

determinante na pesquisa e desenvolvimento, ou seja, se o Brasil quiser ser um país desenvolvido, tem que investir

em pesquisa, inovação e tecnologia. Por isso, é muito importante que a universidade atue junto à indústria, usando linhas como FINEP e FAPESP, entre outras.

SOL BRASIL - O setor está organizado para esse novo cenário?

O setor nunca esteve tão organizado e o CB-SOL é uma clara demonstração dessa organização setorial. Conseguimos trazer praticamente todos os atores do setor, além de palestrantes estrangeiros que mostraram para o Brasil uma visão de mercados mais maduros.

CB-SOL Entrevista 13

Durante o CB-SOL, participantes visitaram a Exposolar

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Participantes do Congres-so Brasileiro de Aquecimento Solar elogiaram a organização do evento e o nível técnico dos palestrantes. Também fizeram sugestões e confirmaram que uma das grandes de-mandas do setor é por mais informação e capacitação técnica.

Para Jamil Hussni Jr., da Tosi, o CB-SOL trouxe informações importantes so-bre ações de investimento para aumentar a tecnologia dos produtos do setor. Além disso, “este evento aumenta a visibilidade dos fabricantes junto ao mercado. Isto faz com que tenhamos um aumento da quali-dade dos produtos e a inserção de novas empresas informais no Departamento”.

O vice-presidente de Operações e Finanças do DASOL Edson Pereira (Transsen) destacou a programação do CB-SOL, que abordou temas como mercado, perspectivas e oportunidades.

“Foi um marco para o setor em um mo-mento especial, quando o aquecimento solar ganha projeção e sinaliza como alternativa para contribuir com a ma-triz energética, com fortalecimento da iniciativa privada e também do governo nos programas habitacionais e leis de incentivo”, observou.

Oscar de Mattos, da Heliotek, suge-riu que, nos próximos eventos, as em-presas fornecedoras de matéria-prima e componentes invistam mais em infor-mação técnica sobre a aplicação de seus materiais nos sistemas de aquecimento solar. O participante destacou também a necessidade de mais fóruns técnicos.

O vice-presidente de Marketing do DASOL Luís Augusto Ferrari Mazzon (Soletrol), salientou a aproximação entre os diversos agentes envolvidos,

Setor quer mais informação técnica

Edson Pereira

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o amadurecimento do setor e a importância de mostrar o potencial de crescimento desse mercado. Ele fez sugestões de melhoria na organização do evento que, na sua opinião, deveria ser intercalado com a Febrava.

Hans Rauschmayer, da Solarize, conside-rou muito rica a discussão sobre programas governamentais e certificação, mas sentiu falta do debate sobre tecnologias inovadoras e sistemas populares.

O coordenador da Rede Procel Solar da Eletrobras, Emerson Salvador, agradeceu pela oportunidade de colaborar na iniciati-va do DASOL, enquanto o gerente de meio ambiente da Caixa, Jean Benevides, reforçou que a instituição está sempre disponível para apoiar ações que promovam a eficiência energética e as energias renováveis.

Para Danielle Assafin, do Inmetro, o evento proporcionou um grande aprendizado. “Achei a programação bem elaborada e gostei das palestras sobre o se-tor na ótica das políticas públicas. Gostei também do painel com empresas fornecedoras, que po-dem contribuir para a melhoria dos produtos.”

Emerson Salvador

Opinião do Comitê Técnico

A professora Elizabeth Marques Duarte Pereira, do Centro Universitário UNA-MG, destacou a pluralidade de stakeholders no CB-Solar, com representantes de ministérios e instituições nacionais e, pela primeira vez, internacionais. No entanto, a professora con-siderou pequena a participação de estudan-tes e professores de universidades e escolas técnicas. “Isso dificulta a disseminação da tecnologia”, avaliou.

Opinião semelhante é compartilhada por Carlos Artur Alencar, vice-presidente de Tecnologia e Meio Ambiente do DASOL e integrante do comitê técnico do CB-SOL, que defendeu maior estruturação da cadeia de atendimento e qualificação profissional.

Segundo ele, o congresso evidenciou as muitas e diver-sas possibilidades para o setor solar térmico, como maior demanda para alguns segmentos (como os programas go-vernamentais). “E tam-bém novas fronteiras de aplicação industrial e comercial, especialmen-te a temperaturas mais elevadas.”

Carlos Artur Alencar

Luís Augusto Mazzon

CB-SOL

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O reservatório térmico solar fica no interior da casa e não no jardim. “Afinal de contas, queremos aquecer a casa e não o jardim.” Foi o cliente Jean Frédéric Stambach, de Roeschwoog, Alsácia, França, quem teve que dizer isto ao arquiteto responsável por melhorar a performance do aquecimento solar na casa da família em 2005/2006. Naque-la época, o conceito de aquecimento envolvendo grandes sistemas solares térmicos abriu uma nova fronteira para o arquiteto. Isto porque inicialmente ele pretendia instalar um reservatório de 11 mil litros na área externa.

Vizinhos e conhecidos também tinham suas dúvidas. “Você está louco. Nunca irá funcionar.” Stambach ouvia frequentemente afirmações como essa. Hoje, aos 39 anos de idade, lembra que seus pais já possuíam um pequeno sistema de aquecimento de água instalado em 1981. Ele diz que o sistema com área coletora de 36 m² funciona perfeitamente desde a sua instalação em 2006. Por que essa motivação pela

Pensando grande Ina Röpcke Da Sun & Wind Energy

O mercado francês de aquecimento solar recupera-se lentamente da retração dos últimos anos. A grande esperança dos fabricantes é o crescimento do sistema doméstico para prédios de apartamentos e a nova Lei de Aquecimento por Energias Renováveis

energia solar térmica, apesar de todas as probabilidades? “Conscientização ambiental. E nós queríamos reduzir os custos”, responde ele, sem mais delongas.

Como está atualmente, a indústria de aquecimento solar francesa vai certamente necessitar de mais pessoas como Stambach e seus pais. Desde o recorde de 2008, o mercado de sistemas de aquecimento solar está em declínio. Apenas o segmento de sistemas coletivos para prédios de aparta-mentos continua crescendo graças ao programa de financia-mento Fonds Chaleur (Fundo para Aquecimento). É neste programa que a indústria coloca agora a sua esperança – e em uma nova Lei de Aquecimento por Energias Renováveis.

Plano Soleil

“O mercado solar térmico reiniciou do nada a partir de 1999, com uma abordagem global: os subsídios, treinamento

de instaladores para se tornarem membros da Rede Qualisol, seleção de sistemas completos (coletores, reservatórios, bombas e tubulações) e marketing”, diz Richard Loyen, diretor da Enerplan, associação francesa dos negócios de energia solar. “Naquela época, aplicações solares térmicas foram consideradas uma nova solução para a habitação. A tendência era para se instalar um único sistema térmico solar.”

As medidas idealizadas por Loyen foram lançadas como parte do Plano Soleil. O governo

Construído em Bétheny em 2010, prédio com 13 apartamentos tem 211 coletores solares para aquecimento de água

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A Qualit’EnR continua fornecendo mão de obra treinada e assistência para controlar seu trabalho. Além disso, peritos formam instrutores para oferecer treinamento solar térmico avançado e supervisionam as instalações de treinamento.

Formação avançada De acordo com Richard Loyen, existem atualmente mais

de 70 centros de capacitação para Qualisol, geralmente loca-lizados nas indústrias do setor. “Temos um centro no grupo Giordano, chamado BE Solar, que organiza treinamentos para instaladores”, diz Pascale Bonnoure, vice-presidente das Indústrias Giordano, um dos quatro principais fabri-cantes da França.

Quando perguntado se considera significativas e bem-sucedidas as medidas do Qualisol, ele responde com um sonoro sim. Nicolas Flament, gerente de marketing da marca Saunier Duval, do Grupo Vaillant, acrescenta: “Em relação ao segmento residencial individual, Qualisol e Ô Solaire são ferramentas adequadas para facilitar as decisões dos usuários”.

Mas também critica o fato de que o selo Qualisol é por vezes muito fácil de se obter. Como os centros de capacitação estão geralmente localizados nos fabricantes e seus partici-pantes são também seus clientes, as empresas dificilmente irão negar-lhes o certificado ao verificar inconformidades aqui ou ali.

Com o fim do Plano Soleil, os requisitos de elegibilidade também mudaram. Em vez de subsídios fornecidos pela Ademe, operadores do sistema emitem notas de crédito no imposto de renda. Inicialmente, o benefício era de 40% dos custos do investimento. Em 2006, o benefício subiu para 50%.

Desde abril de 2009, os investidores no setor doméstico também se beneficiam de um empréstimo sem juros para a renovação de edifícios existentes. Além disso, os comprado-res podem tirar partido dos lucrativos subsídios regionais e municipais.

Desde 2006, as subvenções diretas do governo central estão disponíveis apenas para grandes sistemas solares térmicos para construções multifamiliares, edifícios de

francês iniciou uma campanha solar térmica nacional em 1999 e a agência ambiental e de energia Ademe implantou o plano. Até a década de 90, muitas piscinas ainda eram construídas na França. Elas tinham sido fortemente pro-movidas na década de 80. Então os sistemas domésticos de aquecimento de água tinham que ser promovidos também para atingir o mesmo sucesso.

O Plano Soleil tinha dois pilares principais. Com o sub-sídio para investimento em aquecimento de água e sistemas centralizados completos, a Ademe tentou inicialmente criar um incentivo para os consumidores comprarem esses sistemas.

Um mercado novo e próspero atrai muita mão de obra e, em muitos dos casos, uma mão de obra não qualificada. Para garantir qualidade suficiente nas instalações, a Ademe definiu o padrão de qualidade Qualisol juntamente com a organização de intercomércio francesa Enerplan. Seus objetivos eram a capacitação avançada de instaladores e controle de qualidade.

As medidas funcionaram. Ente 2000 e 2005, o número de novas instalações cresceu de forma contínua. Os relatórios de Richard Loyen indicam mais de 500 mil m² de área de coletores instalados durante a campanha.

Condições favoráveis

Quando a campanha terminou em 2005, as organizações e as instituições recém-criadas mantiveram as ações lançadas com sucesso, aproveitando as condições favoráveis. Para dar continuidade ao Qualisol, a Enerplan criou a organização Qualit’EnR juntamente com três organizações da indústria, comércio e construção (CAPEB, UCF-FFB e UNCP-FFB) e a Associação Francesa da Indústria de Energia Renovável (SER).

Esta organização dedica-se ainda mais à garantia da qualidade. Uma medida para esta finalidade é o selo Ô So-laire. Este documento atesta que os pequenos componentes etiquetados dos sistemas de água quente atendem a todas as normas da União Europeia e aos regulamentos franceses. Muitos fabricantes concordaram em aderir ao selo. Já havia precursores do Ô Solaire durante o Plano Soleil. Naquela época, a Ademe determinou os crité-rios para os componentes de sistemas elegíveis em casas particulares.

A Qualit’EnR também tem como objetivo que cada operador interessado seja capaz de en-contrar mão de obra qualificada na vizinhança. Esta mão de obra pode ser encontrada por meio do portal da internet de mesmo nome. Segundo o site, mais de 13.000 empresas já pertencem à rede Qualisol.

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Instalação coletiva típica, apoiada pelo Chaleur Fonds. Construída em 2010 em Estrasburgo, habitação

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apartamentos e instalações do setor de serviços (sistemas coletivos). O termo sistema de grande escala geralmente indica sistemas com área de 25 m² ou mais.

Em 2008, a instalação de novos coletores atingiu o seu pico. De acordo com a Federação da Indústria Solar Térmi-ca Europeia (ESTIF), 313 mil m² de área foram instalados naquele ano.

A queda em todo o mercado europeu de energia solar térmica no ano seguinte também atingiu a França. A área de coletores novos instalados caiu para 265 mil m² na Fran-ça continental em 2009. Contra essa tendência, o mercado de sistemas coletivos cresceu em 2009. De acordo com a Enerplan, 68 mil m² de área de coletor (47,6 MWth) foram instalados nesse ano, cerca de 10 mil m² a mais que em 2008.

Em 2010, a indústria francesa teve que lidar com uma nova redução para 256 mil m² (179 mil kWth). Isto corres-pondeu a uma queda de 3,4% em relação ao ano anterior.

Sistemas coletivos

O crescimento no segmento de sistemas coletivos de mer-cado baseia-se principalmente no Chaleur Fonds (Fundos para Aquecimento).

O programa de financiamento para usinas de energia solar térmica, biomassa, geotérmica e biogás foi criado em 2009. Assim como o Plano Soleil, a agência francesa de energia e meio ambiente Ademe é responsável pela sua implantação.

O financiamento é aberto aos proprietários de prédios de apartamentos e fabricantes de sistemas para o setor de serviços, por exemplo, hospitais, enfermarias e edifícios em locais de camping. São reembolsados com estes fundos de 70% a 80% do total do investimento. “Para o segmento residencial coletivo e para aplicações específicas, como a agricultura e a indústria, algumas operações foram possíveis graças ao Chaleur Fonds”, afirma Nicolas Flament sobre a eficácia desta medida.

A tendência do mercado que surgiu em 2009 continua. Enquanto o mercado de sistemas simples ou combinados está em queda, o segmento de sistemas coletivos continua a crescer. “Assistimos a um mercado em declínio para a energia solar como suporte de aquecimento. Já para água quente sanitária, vemos uma tendência positiva para as

aplicações coletivas”, confirma Flament. Gilles Walterspieler, diretor de relações públicas da Viessmann France, em Faulquemont, também diz que os sistemas de médio a grande porte, edifícios residenciais e prédios novos são os seg-mentos em que a empresa vem experimentando crescimento recentemente.

Razões para o declínio

Há um consenso sobre o motivo de o mercado estar em queda. As empresas pesquisadas concordam que uma das principais razões é a crise econômica de 2008 e suas conse-quências, tais como o declínio do setor da construção.

Outra razão é que o mercado de energia solar térmica tem sido superado pelo mercado de energia fotovoltaica. A concorrência com a energia fotovoltaica foi crescendo na França devido às lucrativas tarifas praticadas na compra do excedente dessa energia desde 2008. As bombas de calor são consideradas também como outra tecnologia concorrente no setor de energia renovável. Além disso, as tarifas de eletricidade na França são muito favoráveis. Esta é uma das razões pelas quais os aquecedores elétricos são a fonte de calor mais comum.

Segundo alguns fabricantes, os principais obstáculos são a política de “stop-and-go” do governo e o retorno persis-tentemente longo sobre o investimento nos sistemas, devido aos custos de produto em relação às energias tradicionais. Eles também citam os preços em queda do petróleo e do gás como outra barreira naquele mercado.

Esses fabricantes acreditam que a imagem de sistemas de energia solar tenha sido danificada devido a uma campanha negativa da mídia francesa no final do ano passado, mos-trando defeitos em instalações fotovoltaicas. Eles indicam que a maioria dos consumidores ainda não sabe a diferença entre coletores solares e painéis fotovoltaicos. Dessa forma, a imagem negativa dos sistemas de fotovoltaicos foi trans-ferida para sistemas térmicos solares.

Crescimento esperado

No momento, a esperança é de que o mercado possa, pelo menos, ficar no mesmo nível de 2010. Para os anos seguintes, no entanto, a indústria espera novamente um crescimento de modo que, em 2020, 20% do total de energia venham de fontes renováveis.

A primeira implementação da diretiva da União Euro-peia já seria o Grenelle de I’Environnement. Esta lei ambien-tal prevê que o armazenamento de água quente dos prédios habitacionais administrados pelo governo, com cerca de 4,2 milhões de apartamentos, deve ser renovado até 2020. Os sistemas de aquecimento central de grande porte para

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Na França, instalações com telhado integrado são mais comuns que em outros países

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essas habitações não teriam o financiamento do Chaleur Fonds. É por isso que o mercado de energia solar térmica deve lucrar com isso.

Outro vislumbre de esperança para a indústria é a nova regulamentação térmica RT 2012. Dependendo do uso do edifício, a lei entra em vigor em momentos diferentes. Para edifícios residenciais este é o caso já em 1º de janeiro de 2013. A lei estipula que novos prédios só podem ter uma demanda de energia primária de no máximo 50 kWh/m². O antecessor RT 2005 admitia 150 kWh/m² e beneficiava sistemas de energia solar no setor da construção, pois a re-dução da demanda de energia primária requer aquecimento eficiente da água quente.

Novo certificado

Fabricantes vêem outra inovação com sentimentos con-traditórios. A nova certificação para sistemas solares de água quente, chamada NF CESI, está em preparação. Para os fabricantes, isso significa que eles precisam ter uma cer-tificação completa do sistema de energia solar incluindo os coletores, tanque, controlador, tanque de expansão e tubula-ções. Quando fizerem mudanças em um componente, o teste de certificação – pelo menos em parte – tem de ser repetido.

Os críticos desta nova certificação apenas viram outro fator de custo e de tempo para os fabricantes. Eles a com-param com as certificações do instituto CSTB que muitas vezes são necessárias na França, além da certificação solar europeia Keymark. Flament, de Vaillant, no entanto, con-sidera o novo certificado uma coisa boa. Ele acredita que é mais um elemento da garantia da qualidade e que irá tornar a escolha mais fácil para os usuários finais.

Mais telhados

Mas também existem outros problemas com que os fa-bricantes têm que lidar. Na França, a proporção de sistemas de telhados integrados a sistemas térmicos solares é maior do que em outros países. Isso vale principalmente para o sul da França. Ali, existem muitos telhados no estilo espanhol. A integração do teto (forro) com telhado, com garantia de impermeabilidade, é significativamente mais exigente do que um sistema de telhado convencional. Exige também um sistema de montagem para telhado integrado.

Fabricantes que até agora eram especializados em siste-ma convencional de telhado montado agora também devem definir se querem desenvolver e oferecer sistemas para o crescente segmento de teto integrado. Sistemas de telhado-montado em formato padrão são mais econômicos.

Além disso, o mercado de energia solar térmica na Fran-ça é altamente diferenciado. A gama de produtos abrange sistemas de alto desempenho, seja com coletores planos ou tubo, e sistemas de termossifão de menor custo. O mercado para sistemas de termossifão está localizado principalmente no exterior. Membros da indústria dizem que o mercado é “pequeno e difícil”. Embora o número de sistemas “não seja insignificante” a partir de uma perspectiva de receita, o mer-cado externo continua sendo “insignificante”. O fabricante terá, contudo, que decidir quais segmentos do mercado de energia solar térmica devem ser atendidos no futuro.

Fornecedores de energia

O número de fabricantes e fornecedores de componentes para sistemas térmicos solares ainda é moderado na França.

Em relação a novos desenvolvimentos, as oportunidades se voltam para os grandes sistemas. Aqui, as características especiais de fornecimento de calor apresentam um desafio para os fabricantes. Em prédios de apartamentos e grandes edifícios, muitos moradores usam a eletricidade para aquecer a água. Se seus sistemas de aquecimento devem ser suportados por energia solar, surge a questão de como e onde serão melhor instalados.

Mas o dono da casa solar Jean Frédéric Stambach não está interes-sado nessas oportunidades. Ele está plenamente satisfeito com o seu sistema. Quando ele reconstruiu sua casa, simplesmente colocou coletores em cima do telhado novo.

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Casa de Jean Frédéric Stambach, construída em 2006 em Roeschwoog, Alsácia, tem 36 m2 de coletores solares, o que permite cobertura solar de 80%

Mais informações:Ademe: www.ademe.fr

Enerplan: www.enerplan.asso.frQualit’EnR: www.qualit-enr.orgSOCOL: www.solaire-collectif.fr

Tradução e adaptação: Paulo Bezerra Herebia, engenheiro do DASOL

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