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Page 1: Revista Sol Brasil - 1°edição
Page 2: Revista Sol Brasil - 1°edição

Índice2

Empresas Associadas

Entrevista10

Eduardo Baldacci - arquiteto e urbanistaGestor de Eficiência Energética da CDHU fala sobre a importância da energia solar no programa habitacional do Estado de São Paulo.

Editorial3

Tecnologia 6

Expediente

Notícias do DASOL4

Minha Casa Minha VidaJá está disponível o Termo de Referência para instalação de sistemas de aquecimento solar nas habitações financiadas pelo programa federal.

Ar condicionado movido a energia solarConheça os equipamentos de ar condicionado que utilizam energia térmica.

Revista SOL BRASIL

Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho EditorialEdson PereiraMarcelo MesquitaNathalia P. MorenoSara VieiraProdução Editorial: Setembro ComunicaçãoProjeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha Simões Foto da capa: Clovis Deangelo

Diretoria DASOLLuis Augusto Ferrari MazzonPresidenteJosé Ronaldo KulbVice-Presidente de Relações InstitucionaisCarlos Artur A. AlencarVice-Presidente de Operações e FinançasEdson PereiraVice-Presidente de MarketingAmaurício Gomes Lucio

Vice-Presidente de Tecnologiae Meio AmbienteMarcelo MesquitaGestor

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – SP – São Paulo – CEP 01206-905Telefone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco:[email protected]

Mercado 5

Pesquisa Produção brasileira de

coletores solares cresceu 18,9% em 2009. Sudeste

lidera vendas.

Notícias dos Associados13

Confira as novidades dos fabricantes

Mundo Verde14

América Latina é destaque naSun & Wind Energy

Luís Augusto Ferrari MazzonPresidente do DASOL

Agenda DASOL15

Page 3: Revista Sol Brasil - 1°edição

Editorial 3

Desde o início das atividades do DASOL junto à ABRAVA, em 1992, o setor de aquecimento solar de água tem acumulado muitas conquistas no Bra-sil. Em todas as oportunidades, o DASOL procurou promover o registro de tudo o que acontecia, das mais simples atas de reuniões ao lançamento de publicações para divulgar essas conquistas com transparência e dar visibilidade ao setor.

Os tempos passaram, o mercado cresceu e, atu-almente, o setor vive um momento histórico, com perspectivas ainda mais consistentes de expansão e, de certa forma, mais insis-tentes. Diante dessa nova realidade de mercado, tornou-se ainda mais necessário fortalecer a organização do setor, missão que cabe ao DASOL/ABRAVA, como legítimo representante do segmento nesses 18 anos de atividades.

Dentre as ações desenvolvidas pelo DASOL para promover esse fortaleci-mento, destaca-se a comunicação com os associados, com a mídia, com os for-madores de opinião, com órgãos e entidades governamentais, com o próprio segmento e também com o consumidor final. Para levar a todos esses públicos uma informação consistente e responsável, o DASOL tem investido em boletins semanais, sites, hot sites e na própria Revista Abrava.

Sentimos, porém, a necessidade de entregar um conteúdo mais consolida-do para oferecer uma perspectiva mais ampla do setor de aquecimento solar. Com esse objetivo, o DASOL transformou um de seus boletins em uma revista bimestral eletrônica, com matérias de maior envergadura sobre o que acontece no mercado de aquecimento solar no Brasil e no mundo e com o propósito de tornar essa publicação uma referência para o setor.

É com esse compromisso e com grande satisfação que dividimos com você, leitor, a revista Sol Brasil. Boa leitura!

Luís Augusto Ferrari MazzonPresidente do DASOL

Page 4: Revista Sol Brasil - 1°edição

Notícias do DASOL4

Termo de Referência parao Minha Casa Minha Vida

Está disponível no site do DASOL e da Caixa Econômica Federal o Termo de Referên-cia para Sistemas de Aqueci-

mento Solar de Água - SAS, que regula a instalação desses equipamentos nas unidades habitacionais construídas pelo programa federal Minha Casa Minha Vida.

O Termo de Referência detalha as exigências básicas de projeto, fornecimento e instalação para garantir a qualida-de e segurança desses equipamentos para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo o documento, os custos de aquisição e insta-lação de SAS não poderão exceder o limite de R$ 2.500,00 por unidade habitacional nos empreendimentos verticais

Acervo da GET

e de R$ 1.800,00 nos empreendimentos horizontais. O Termo de Referência estabelece também que as em-

presas fornecedoras devem ser participantes do Programa Qualisol, com o objetivo de garantir qualidade na instalação dos SAS’s.

O documento é resultado das ações do grupo de trabalho coordenado pela Gerência de Meio Ambiente da Caixa e for-mado pelo DASOL/ABRAVA, representantes do Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, Abinee, CBIC, Eletrobrás/Procel, GTZ e Inmetro.

Entre outras normas técnicas, o Termo de Referência cita a Recomendação Normativa RN04-2003 da ABRAVA (Pro-teção Contra Congelamento de Coletores Solares), também disponível no site www.dasolabrava.org.br.

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Mercado 5

A produção brasileira de coletores solares cresceu 18,9% em 2009, em comparação com o ano anterior, segundo a pesquisa concluída em maio deste ano pelo Departamento de Aquecimento Solar (DASOL). O volume de produção chegou a 798 mil m2, o maior já registrado pelo setor nos últimos anos.

Esse resultado de-monstra que a sociedade, de maneira geral, está mais consciente sobre a impor-tância da preservação do meio ambiente e passou a confiar mais na tecnologia solar. Além disso, está considerando com maior ênfase ações que tragam eficiência ener gética e via-bilidade econômica como os principais atributos de sustenta bi lidade.

O Brasil, país com grande potencial para a energia solar térmica, su-perou no acumulado dos últimos anos os 5 milhões de metros quadrados instalados. Para os próximos anos, os fabricantes esperam um crescimento entre 15% e 20% neste mercado.

A Região Sudeste liderou as vendas de coletores solares em 2009, com 64% dos equipamentos instalados. As regiões Sul e Centro-Oeste foram responsáveis por 18% e 12% do volume de vendas respectivamente.

Produção de coletores solares cresceu 18,9% em 2009

Expectativa do setor é continuar crescendo, revela pesquisa do DASOL

De acordo com o relatório da IEA 2010, o Brasil figura entre os países que mais utilizam coletores solares para aquecimento de água, juntamente com China, Estados Uni-dos, Alemanha, Turquia, Japão e Austrália (dados de 2008).

Pesquisa via web

De maneira inédita, a pesquisa de 2009 foi realizada por meio de ferramenta eletrônica computadorizada, via plata-forma web, com sistema de proteção de informações. Trata-se de mais uma inovação desenvolvida pelo DASOL para oferecer informação mais ágil e confiável aos associados.

Expectativa de crescimento, segundo os fabricantes

Vendas por Região

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Ar condicionado movidoa energia solarAplicação otimiza uso dosistema de aquecimento solar durante todo o ano

COP =Calor Removido

Energia Gasta

Lúcio Mesquita

Tecnologia6

O setor de energia solar térmica tem um importante papel na criação de opções energéticas para o desenvolvimento sustentável em nível mundial. O uso de sistemas de aque-cimento solar para fins sanitários já é bem difundido em muitos países, como China, Israel e Alemanha. E no Brasil, apesar de muitos desafios e uma penetração de mercado ainda muito baixa, o crescimento tem sido acelerado na última década.

Água quente para banho constitui uma importante par-cela do consumo de energia em residências e também em algumas edificações comerciais e institucionais, como hotéis e hospitais. Entretanto, sabe-se que mais deverá ser feito no aproveitamento da energia solar térmica se quisermos realmente alcançar uma matriz energética sustentável.

Esse mais se traduz no uso da tecnologia solar térmica para outras aplicações como aquecimento de ambiente, aquecimento de fluidos para processos industriais e calor para sistemas de refrigeração e ar condicionado.

Vantagens

O ar condicionado solar é particularmente atrativo por diversas razões. A primeira porque as cargas de condicio-namento de ar usualmente coincidem com altos níveis de radiação solar. A segunda porque o ar condicionado solar permite o uso da energia solar térmica onde não há grande uso de água quente, como escritórios.

A terceira é porque ajuda a viabilizar o uso do sistema de aquecimento solar durante todo o ano, como, por exemplo, para aquecimento de ambiente ou de piscinas no inverno e ar condicionado no verão. E a quarta porque o ar condicionado é um conforto que cresce rapidamente em todo o mundo, causando grande estresse em sistemas elétricos, como ficou evidente no Rio de Janeiro nesse último verão e no sul da Europa há alguns anos.

Portanto, o ar condicionado solar tem grande potencial, mas para que tal potencial seja realizado, existe um grande número de barreiras, na sua maioria econômicas, a serem vencidas.

Chillers

As máquinas de refrigeração (“chillers”) movidas a calor formaram a base do desenvolvimento inicial do setor do frio ainda no século XIX. Portanto, não se poderia dizer que elas representam uma nova tecnologia. A partir dos anos 40, com a ampla disponibilidade de energia elétrica e desenvolvimento dos ciclos de refrigeração por compres-são, a tecnologia de chillers térmicos viu o seu mercado ser reduzido a nichos de aplicação.

Os aparelhos por compressão são mais eficientes, do pon-to de vista de primeira lei da termodinâmica. São também mais compactos e de menor custo inicial. Por outro lado, usam um insumo energético (eletricidade) de alto valor. Também utilizam em sua maioria gases refrigerantes de alto impacto ambiental, com reflexos na camada de ozônio e no aquecimento global.

Em termos de eficiência energética, os sistemas são ava-liados por seu coeficiente de performance (COP). O COP é definido por:

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No caso dos ciclos por compressão existe uma grande variabilidade de COP encontrada em instalações. Elas normalmente variam de 2,0 a 10,0, dependendo da tecnologia, porte do sistema e se no cálculo da energia gasta estão inclusos ventiladores dos condensadores ou torres de resfriamento, bombas etc.

Ar condicionado solar pode ser realizado através de ciclos abertos ou ciclos fechados. No caso dos ciclos abertos, as principais tecnologias são os sistemas dissecantes sólidos e líquidos. No caso dos ciclos fechados, as tecnologias mais comuns são absorção e adsorção.

Sistema por absorção

Até o presente momento, os sistemas por absorção têm sido predominantes nas instalações de ar condicionado solar.

Um chiller por absorção usa uma solução de sorvente e sorbato (refrigerante). As duas soluções mais comuns são água-brometo de lítio (água como refrigerante) e amônia-água (amônia como refrigerante).

A figura 1 representa a operação de um chiller por absorção de efeito único. Calor é introduzido no gerador, onde o refrigerante é então ebulido da solução. As etapas posteriores são comuns a muitos ciclos de refrigeração: o refrigerante é condensado, a sua pressão reduzida e então o refrigerante volta a mudar de fase no evaporador. Uma vez como vapor, o refrigerante é absorvido pela solução forte (concentrada) no absorvedor e a solução fraca (diluída) é bombeada de volta ao gerador.

Máquinas de refrigeração para ar condicionado traba-lham para gerar água gelada em torno de 5 °C. A água gelada é então distribuída pela edificação. Quando se usa água também no ciclo da máquina como refrigerante (e deve-se notar que os circuitos da água gelada e refrigerante são completamente separados), opera-se sob vácuo para que a água possa mudar de fase a essa temperatura. Isso faz com que a manutenção da máquina seja importante, pois a con-taminação com ar ou outros elementos não con densáveis no

interior da máquina tem forte impacto sobre sua eficiência e capacidade térmica.

Outro aspecto importante das soluções fluidas mais comuns em ciclos de absorção é que, apesar de satisfatórias do ponto de vista térmico, as duas apresentam fortes pontos negativos: o brometo de lítio é corrosivo para a maior parte dos metais e a amônia é tóxica.

Os chillers de absorção podem ser de um ou múltiplos estágios. No mercado atual é comum encontrar máquinas de um ou dois estágios. Nos equipamentos de dois estágios, o calor de condensação de um estágio é usado com calor de geração do segundo estágio. Dessa forma, é como se o calor fosse usado duas vezes, teoricamente dobrando a perfor-mance do processo. Na realidade, o COP não é multiplicado por dois, mas ainda sim é significantemente ampliado.

Nos sistemas de estágio único, o COP é usualmente de 0,5 a 0,8. Nos sistemas de dois estágios, de 1,2 a 1,4. Importante para a aplicação com coletores solares é a temperatura de operação do gerador. No caso das máquinas de estágio úni-co, a temperatura de geração é de cerca de 85 °C e a maioria dos sistemas não opera com temperaturas inferiores a 65 °C. No caso do duplo estágio, a geração sobe para cerca de 120 °C, o que inviabiliza sua aplicação com coletores solares sem concentração.

Figura 1 – Esquema de máquina de refrigeração por absorção

Tecnologia 7

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Figura 4 – Unidade de tratamento de ar por dissecante líquido da empresa Menerga, instalado no Instituto Fraunhofer em Freiburg, Alemanha.

Figura 2 - Esquema de máquina de refrigeração por adsorção

Sistema por adsorção

Outra opção de máquina de refrigeração térmica é através dos ciclos de adsorção. Nesse caso, ao invés de um sorvente líquido, tem-se um sorvente sólido. Os pares mais comuns são sílica gel-água e zeolita-água. Esses materiais resolvem os problemas de corrosão e toxicidade associados às soluções comumente empregadas em absorção. Outra vantagem da adsorção é que ela possibilita trabalhar com temperaturas de geração em torno de 55 °C.

A desvantagem é que os ciclos não podem ser contínuos, pois não se pode mover o adsorvente pelas diversas etapas do ciclo. Usualmente são usados dois compartimentos com adsorvente, como na figura 2, e dessa forma tem-se um ciclo semicontínuo. Enquanto o adsorvente em um compartimen-to está sendo regenerado com calor (como no lado direito da figura 2), o outro compartimento está sendo usado para adsorver o vapor proveniente do evaporador.

Figura 3 – Cilindro dissecante para ar condicionado

Fonte: www.dehutech.com/desiccant_cooling.htm.

Por suas características, os chillers por adsorção são mais caros, ocupam um espaço maior para a mesma capacidade e são menos eficientes que os chillers por absorção. Seu COP varia de 0,3 a 0,7. Por outro, eles são mais confiáveis e de maior vida útil e podem operar a temperaturas de geração mais baixas.

Tecnologia8

Dissecantes sólidos e líquidos

Nos ciclos abertos, o ar a ser condicionado entra em contato direto com o absorvedor ou ad sor vedor. No caso de dissecantes sólidos, estes são produzidos em forma cilíndrica compacta e o ar é soprado através das pe-quenas passagens cobertas com dis secante.No caso de dissecantes líquidos, o ar entra em contato com o dissecante líquido em um absorvedor, que pode ser projetado como uma coluna de tratamento, preenchida com um material que ajuda a aumentar a área de contato ar-líquido. Ou como um reator de placas planas - a solução líquida escorre pelas placas e o ar é soprado nos canais for-mados pela montagem de múltiplas placas em paralelo.

Os ciclos dissecantes são ideais para apli-cações onde seja necessário um alto nível de ar de ventilação e onde o controle de umidade é importante. O processo de desumidi ficação não reduz a temperatura do ar: pelo contrá-rio, esses ciclos só geram redução de tempe-ratura quando acoplados a alguma forma de resfria mento evaporativo.

Nesses casos, o que se faz é desumidifi-car o ar além do necessário e então usar o res friamento evaporativo. Ou usar o resfria-mento evaporativo no ar de exaustão (saindo da edificação), gerando água fria. Essa água fria é então usada para resfriar o processo de desumidificação do ar que está sendo sopra-do para dentro da edificação.

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Como se pode notar, existe um grande domínio da tec-nologia de absorção. Entretanto, parte dessa liderança de-corre do fato de que esta é a tecnologia mais madura dentre

Figura 5 – Distribuição das instalações de ar condicionado solar de acordo coma tecnologia de condicionamento. Fonte: Sparber et al (2007)1

1 Sparber, W., Napolitano, A. and Melograno, P., “Overview in world wide installed solar cooling systems”, Anais da Segunda Conferência Internacional de Ar Condicionado Solar, Tarragona, Espanha, Outubro 2007.

Absorção, a mais frequente

Em termos de mercado mundial, pode-se dizer que o ar condicionado solar ainda está em sua infância. A maioria dos equipamentos disponíveis no mercado é voltada para aplicações de grande porte, apesar dos últimos anos terem testemunhado um grande esforço de pesquisa e desenvol-vimento, na Europa, de tecnologias e equipamentos para aplicações residenciais e comerciais de pequeno porte.

Sparber et al. (2007) fez uma avaliação das instalações até aquele momento. O estudo mostra que a maioria dos sistemas, de um total de 81 identificados, eram máquinas por absorção e que o total de área de coletores solares ins-talados para o ar condicionado solar era de cerca de 24.000 m2. A figura 5 apresenta a distribuição das tecnologias de condicionamento em tais instalações.

as diversas opções do ar condicionado solar térmico. E na verdade ainda existem outras, como os sistemas por jatos de vapor.

No final, o impor-tante é saber que um grande esforço tem sido feito para de-senvolver aplicações econômicas do ar condicionado solar.

No Brasil, a Soletrol iniciou em 2009 o desenvolvimento de tecnologia própria usando o ciclo de absorção. O protóti-po, com capacidade nominal de 10,5 kW (3 TR) de refrigera-ção, encontra-se em fase final de desen-volvimento e testes e foi apresentado na FEICON em abril deste ano.

Dessa forma a Soletrol contribui para que o Brasil participe efetivamente do desenvolvimento do ar condicionado solar, importante tanto do ponto de vista de desenvolvimento industrial, como para oferecer uma solução ao desafio energético que cresce a passos largos.

Lúcio Mesquita é engenheiro mecânico formado pela UFMG e PhD em Engenharia Mecânica pela Queen’s University. Profissional do setor de energia solar térmica desde 1991, é consultor técnico para projetos especiais da Soletrol e diretor da empresa Thermosol Consulting, baseada em Toronto, Canadá.

Figura 6 – Autor com protótipo de chiller de

absorção apresentado na FEICON 2010

Tecnologia 9

Page 10: Revista Sol Brasil - 1°edição

Aquecimento solar, a opçãopela sustentabilidade nas moradias populares da CDHU

Eduardo Baldacci

JMPereira

Baldacci: “os fabricantes devem ter a consciência de que estão participando de um grande programa de eficiência energética”

Entrevista10

A instalação de Sistemas de Aquecimento Solar (SAS) em moradias populares faz parte do conceito de sustentabilidade adotado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo. Na entrevista a seguir, o arquiteto e urbanista Eduardo Bal dacci, gestor do Programa de Eficiência Energética da CDHU, fala sobre os benefícios desta tecnologia para o mutuário, o meio ambiente e o sistema elétrico brasileiro.

SOL BRASIL – Quais são os desta-

ques do novo modelo de moradias popu-lares adotado pela CDHU?

Eduardo Baldacci - O novo padrão paulista para a construção de mora-dias populares visa melhorar a qualidade das habitações para oferecer mais conforto, funcionalidade, segurança e espaço adequado às famílias. O principal item desse novo modelo é a inclusão do terceiro dormitório.

Mas existem outras benfeitorias nunca antes aplicadas a moradias de interesse social. Entre elas estão o aquecimento solar; medição individualizada de água em apartamentos; revestimento de pisos em todas as dependências; azulejos na cozinha e no banheiro; pé-direito ampliado de 2,40 m para 2,60 m; muro divisório entre casas; e acessibilidade para idosos e cadeirantes.

SB - Há quanto tempo a CDHU adota o Sistema de Aqueci-mento Solar (SAS)?

Baldacci – Desde 2007, a CDHU adota o conceito de sustentabilidade para suas novas unidades habitacionais. O SAS foi umas das medidas adotadas e culminou com a ata de registro de preços para compra de 15.000 equipamentos. Logo após, assinamos protocolos com as concessionárias de energia elétrica.

Iniciamos com a EDP Bandeirantes, que nos doou 4.800 SAS, depois com a CPFL com mais 6.500, e agora com a Eletropaulo com mais 5.000, dentro de um programa de eficiência energética com a Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel). Todos estes equipamentos são instalados em nossas unidades habitacionais sem nenhum custo para nós.

SB - Como os fabricantes do setor de aquecimento solar podem participar de licitações da CDHU?

Baldacci - É muito simples. O edital é publicado no Di-ário Oficial; basta prestar atenção no termo de referência e comparecer no dia do pregão.

SB - Quais os cuidados que os fabricantes de sistemas de aqueci-mento solar devem tomar ao participar de uma licitação da CDHU?

Baldacci - O principal cuidado é a prática de bons preços, sem esquecer que temos técnicos para análise dos projetos e fiscais para acompanhamento dos serviços, pois não abrimos mão de nosso termo de referência, tanto para as instalações como para os produtos.

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Baldacci – Estamos bem avançados. Para cada situação, possuímos um termo de referência: basta segui-lo que não terão surpresas.

SB - Quais os benefícios do SAS para o morador, para a CDHU e para o Governo?

Baldacci - Para o mutuário da CDHU é a diminuição na conta de energia elétrica. Quanto ao Governo, deixa de investir em infraestrutura GTD (geração, transmissão e

distribuição de energia).

SB - Do ponto de vista de economia de energia, quais são os benefícios oferecidos pelo Sistema Solar Híbrido?

Baldacci - O Sistema Solar Hí-brido é um grande complemento para os SAS. Equaliza a potência dos chuveiros, garante a redução de demanda no horário de pico e, para quem quiser mais economia, oferece a função de temporizar o banho.

SB - Existe alguma pesquisa da CDHU sobre a satisfação dos moradores com o chuveiro solar híbrido ou SAS?

Baldacci - Estamos somente há um ano instalando os SAS. Por onde

Projetos inovadores e um plano de ação para otimizar recursos, captar novos investimentos e fazer parcerias tornaram a CDHU uma referência em habitações de interesse social.

Uma das maiores companhias habitacionais do mundo, a CDHU já construiu e vendeu mais de 460 mil habitações desde o início de suas atividades. Os in-vestimentos em habitação de interesse social têm crescido desde 2007 e devem atingir o recorde de R$ 1,2 bilhão este ano.

As famílias com renda entre um e 10 salários mínimos representam cerca de 80% da carteira de mutuários da CDHU. Essas famílias pagam as prestações da casa própria de acordo com a sua capacidade. Famílias com renda de um salário mínimo, por exemplo, pagam R$ 76,50. O restante é subsidiado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Mais de 460 mil habitações

Entrevista 11

Após vencerem a licitação, os fabricantes devem ter a consciência de que não basta colocar os SAS no telhado: devem saber que estão participando de um programa de efi-ciência energética que trará grandes benefícios ao mutuário, ao meio ambiente e ao sistema elétrico brasileiro.

SB - Como as equipes de construção se organizam para as etapas de instalação de paredes, telhado, canos, coletores solares e reservatório de água quente?

Clovis Deangelo

Meta da CDHU é atingir 58 mil atendimentos habitacionais este ano

Page 12: Revista Sol Brasil - 1°edição

passamos, a satisfação é plena. Firmamos um contrato com o IPT, que nos trará medições técnicas e então saberemos na realidade o tamanho da satisfação.

Temos muito trabalho pela frente, tanto a CDHU em seus projetos, como a indústria, ao investir em novas tecnologias e baixar o custo dos equipamentos, sem prejudicar a sua eficiência.

SB - Quantas moradias serão construídas em 2010 e nos próximos anos pela CDHU?

Baldacci - Nossos canteiros de obras estão produzindo mais 58 mil atendimentos habitacionais, que englobam novas moradias e famílias atendidas com obras de urbanização. Nossa meta estabele-cida no Plano Plurianual (PPA) 2008-2011 é promover mais de 170 mil atendimentos entre novas moradias, urbanização de favelas, requalificação de moradias existentes e regula-rização fundiária.

SB - Qual o critério utilizado para construir unidades unifa-miliares ou multifamiliares?

Baldacci - Via de regra, a disponibilidade de terrenos. Isso envolve tanto a escassez quanto o custo da terra. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, incluindo a Capital, o preço é muito elevado e a demanda é muito grande. Por isso, a verticalização é a melhor solução.

SB - Além dos conjuntos habitacionais tradicionais, existem outras iniciativas diferenciadas na CDHU?

Baldacci - Sim. Um bom exemplo é o Programa Vila Dignidade, para a construção rápida de pequenos conjuntos residenciais, com até 24 casas, especialmente projetados para

pessoas idosas de baixa renda, sem vínculos familiares e aptas para tarefas diárias.

Outro exemplo é o Programa de Recuperação Socioam-biental da Serra do Mar, em Cubatão. Mais de 5 mil famí-lias serão transferidas de áreas de risco ou de preservação ambiental na serra para novas moradias sustentáveis em municípios da Baixada Santista.

Poderíamos citar ainda o Programa de Regularização Fundiária Cidade Legal, que contribui para que o cidadão tenha a escritura definitiva do seu imóvel, e programas de atuação em favelas, cortiços e áreas de risco.

SB - A CDHU é modelo para outras companhias habitacionais. Quais Estados já estão estudando as técnicas da CDHU para implantação em suas regiões?

Baldacci - Diversos Estados. Podemos citar, entre eles, Pa-raná e o Distrito Federal, com os quais firmamos termo de co-operação técnica para intercâmbio de tecnologia e expertise.

Sistemas de aquecimento solar integram o novo padrão paulista de habitações populares

Entrevista12

JMPereira

Page 13: Revista Sol Brasil - 1°edição

JELLY FISH apresenta o HAP- Hot Acoplado Plus

A Jelly Fish desenvolveu o sistema de aquecimento de água Hap - Hot Acoplado Plus para novas edificações, con-forme a Lei 14.459, que torna obrigatória a preparação de novas casas e edifícios para aquecedores solares na cidade de São Paulo. O sistema exclusivo da Jelly Fish recebe a água pré-aquecida da central (no topo da edificação) em reservatórios individuais para cada apartamento. O HAP aquece a água até 50° C e tem menor custo operacional que os sistemas a gás ou elétricos.

E2SOLAR no programa Minha Casa Minha Vida

A E2Solar iniciou o fornecimento de 746 sistemas de aquecimento solar (SAS), formados por coletores solares e reservatórios térmicos, para instalação em Habitações de Interesse Social (HIS) do Programa Minha Casa Minha Vida em Uberaba (MG). O conjunto habitacional deverá ser um dos primeiros do Brasil equipados com SAS, em conformi-dade com as atuais regras da Caixa Econômica Federal, para famílias com renda bruta de até R$ 1.395,00.

Templo Mórmon adota sistema da ASTROSOL

O alojamento do Templo Mórmon de Campinas é a pri-meira instalação dessa igreja em todo o mundo a adotar a energia solar para aquecimento da água. O sistema instalado pela Astrosol pode gerar 15 mil litros de água quente por dia, com temperaturas entre 55 e 70°C, e economia equivalente a 21,6 toneladas de GLP/ano ou 249.999,99 Kw/ano. Satisfeito com os primeiros resultados, o cliente já pensa em aplicar essa tecnologia em outras áreas do templo.

Notícias dos Associados 13

10 mil sistemas GETinstalados no Brasil

Com o expressivo aquecimento do mercado de obras públicas, a GET chegou em maio a quase 10 mil sistemas de aquecimento solar instalados em todo o Brasil, princi-palmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Segundo a empresa, esse número é resultado do compromisso da GET com a qualidade total de seus produtos e processos e também da sua política e atuação pautadas pela defesa das causas ambientais.

UNASOL equipa nova sede da Odebrecht

A Unasol Energias Renováveis é a empresa responsável pelo sistema de aquecimento solar da nova sede da Odebre-cht em Salvador (BA). O sistema é composto por coletores solares da linha Diamante com 120 tubos de vácuo e três re-servatórios térmicos de alta pressão, totalizando 3 mil litros com apoio elétrico. A água quente fornecida pelo sistema abastece a cozinha, refeitório e banheiro VIP da nova sede que está em funcionamento desde o início do ano.

Casas populares terão aquecedor da THERMOSYSTEM

O Belosol, sistema híbrido desenvolvido pela Ther-moSystem, será instalado em 210 casas populares em Lençóis Paulistas (SP). A tecnologia durável e de baixo custo do Belosol torna o produto até 75% mais barato que os modelos convencionais. Esse aquecedor economiza energia mesmo em dias nublados e esquenta apenas a quantidade de água a ser utilizada. Além disso, sua instalação não exige a troca da tubulação de PVC por tubos de cobre. O sistema híbrido (que conjuga energia solar e chuveiro elétrico) é considerado o mais econômico para banho, segundo pesquisa da USP.

Page 14: Revista Sol Brasil - 1°edição

Mundo Verde14

O grande potencial da América Latina para a utilização das energias renováveis como a eólica e a solar é assunto da edição de abril da revista alemã Sun & Wind Energy (*). A revista faz um balanço das principais iniciativas de países como o Brasil, Peru, Argentina, Chile e México, considerados futuros candidatos para um desenvolvimento dinâmico nessa área.

Esse potencial está relacionado às pequenas flutuações climáticas, que garantem condições mais estáveis durante todo o ano para as ener-gias renováveis. “Medido pelo seu potencial, no entanto, o âmbito das atividades é ainda decepcionante-mente pequeno”, alerta Stefan Krau-ter, professor de sistemas de energia fotovol taica da Universidade de Ciências Aplicadas de Biberach, da Alemanha.

No caso do Brasil, a revista cita o “Programa de Incenti-vo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica” (PROINFA), que elevou de 22 MW para mais de 600 MW a geração de energia eólica entre 2003 e 2009, e o “Luz Para Todos”, para o fornecimento de eletricidade a mais de 10 mil famílias em regiões remotas a custos subsidiados.

Segundo a publicação, aplicações de energia em áreas isoladas é o segmento mais importante para o mercado de energia fotovoltaica no Brasil. “No entanto, com uma capa-cidade instalada de cerca de 3 MW, em 2009, o país continua longe de ser um mercado de massa.”

América Latina:destaque na Sun & Wind Energy

(*) Para ler a matéria da Sun & Wind Energy, acesse:http://www.sunwindenergy.com/swe/pdf/reader-service/

SWE_0410_042-047_cs_latinamerica.pdf

Anuncie na Revista Sol Brasil

Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

No caso da energia solar térmica, alternativa econômica para diminuir a alta demanda de eletricidade, a revista des-taca outros projetos brasileiros que reúnem concessionárias e companhias de habitação e legislações de cidades como São Paulo. No entanto, observa o professor Stefan Krauter, “o mercado continua a ser dominado pelos fabricantes lo-cais que oferecem soluções simples e baratas com sistema termossifão”.

No Peru, segundo a revista, existe uma previsão de investimentos de US$ 3,1 bilhões, com metas ambiciosas, enquanto uma nova lei para a expansão das energias reno-váveis aguarda aprovação no Congresso.

O destaque da Argentina é a meta de elevar a quota de energias renováveis dos atuais 1% para 8% até 2016, com ações para aproveitamento da energia eólica.

Os incentivos fiscais para a instalação de sistemas so-lares térmicos foram a estratégia escolhida pelo Chile, que aprovou em 2009 uma lei, vigente até o final de 2013, deter-minando que os novos edifícios tenham pelo menos 30% da demanda de água quente atendida por energia solar térmica.

No caso do México a matéria destaca a simplificação das regras para investimentos e contratos. A revista informa ain-da que os grupos espanhóis têm mantido posição firme nos investimentos em energias renováveis na América do Sul.

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Agenda DASOL 15

Os treinamentos serão ministrados pela profa. Elizabeth Duarte, o engenheiro Alexandre Salomão e a arquiteta Luciana P. Carvalho.

Mais informações e inscrições no site do DASOL.

Cursos para o setor

• Módulo I – Analista de Sistemas de Aquecimento Solar Data: 20 e 21 outubro

• Módulo II – Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Pequeno Porte (*)Data: 11 e 12 de agosto

• Módulo III – Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Médio e Grande Porte (*)Data: 15, 16 e 17 de setembro

O DASOL realiza novas turmas no segundo semestre de 2010 para os seguintes cursos:

• Módulo IV – Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar de Piscinas (*)Datas: 25 e 26 de agosto / 9 e 10 de novembro(*) pré-requisito: ter cursado o Módulo I

2ª turma do curso Analista de Sistemas de Aquecimento Solar

Avaliação de SASCom patrocínio da Eletrobrás/Procel, o DASOL promo-

veu dia 26 de maio a apresentação da pesquisa “Avaliação de Sistemas de Aquecimento Solar”, que traz um retrato do uso dos SAS no Brasil. O arquivo com a apresentação da professora Elizabeth Duarte pode ser acessado no site do DASOL.

Nota Fiscal EletrônicaA Nota Fiscal Eletrônica e a tributação do setor foram

temas da reunião realizada dia 28 de junho entre associados do DASOL e a área jurídica da ABRAVA. No encontro, foi definida a elaboração de documento para orientar as empresas sobre o correto tratamento das questões fiscais.

QualisolNovas empresas aderiram ao Programa de Qualificação

de Fornecedores de Sistemas de Aquecimento Solar (Qua-lisol), que já reúne 83 participantes. Levando-se em conta

Mais notícias

Nas últimas semanas o DASOL participou dos seguintes eventos:

20/6 - Reunião do GT Solar, com representantes dos Minis-térios de Meio Ambiente, das Cidades, de Minas e Energia, Caixa Econômica Federal, Eletrobrás/Procel, Inmetro, OIT, GTZ, dentre outros parceiros, para desenvolver o plane-jamento do Programa Nacional de Energia Solar Térmica.

01/07 - Reunião com a Caixa Econômica Federal e constru-tores de Campo Grande (MT) para esclarecer a aplicação do SAS no Programa Minha Casa Minha Vida.

08 e 09/07 – Treinamento para construtores contratados para o Programa Minha Casa Minha Vida na região de Uberlândia (MG).

DASOL atuante

os processos de filiação em análise, existe a expectativa de que outras 20 empresas venham a fazer parte do programa nas próximas semanas.

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