o sol - edição especial remoção

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Os coletores de coral-sol capacitados pelo projeto aprendem a identificar as duas espécies de coral- sol que ocorrem no Brasil e a removerem as colônias de forma a não causar nenhum dano às demais espécies do costão rochoso (justamente as que visamos proteger). Os pólipos fundadores e as menores colônias são destruídos no próprio local, amassados com a ponteira de aço. Identificando o problema e oferecendo a solução: Ao terminar o segundo ano de monitoramento extensivo de coral-sol no litoral paulista, o oceanógrafo Marcelo Mantelatto constatou uma preocupante ocorrência: colônias de coral-sol no Canal de São Sebastião que separa a Ilhabela do continente. “Nós não tínhamos avistado essas colônias no ano passado e é impreterível que as removamos o quanto antes! O canal tem uma dinâmica de correntes muito peculiar e a presença desses indivíduos adultos e reprodutivos neste ponto representa um risco de alastramento muito grande com consequentes impactos para a biodiversidade regional.” alertou ele em novembro de 2011. Não precisou falar duas vezes... S L o o l - a S v r i o o d t o C l a o m P I r t r j e o n o f S L o Ano: 3 | Fascículo: 9 | Janeiro de 2012 [email protected] Monitoramento, remoção e controle o o Você sabia? Uma colônia de Tubastraea tagusensis de cerca de 10 cm de diâmetro pode conter mais de 60 pólipos. Cada pólipo é uma unidade reprodutiva, que lança larvas (filhote de coral) no mar, contribuindo para a multiplicação do coral-invasor no litoral. Quanto maior a colônia, mais pólipos ela terá e maior será a sua ameaça para a biodiversidade nativa. A remoção dessas unidades é portanto um ponto chave para o controle do coral. No dia 15 de dezembro de 2011, Gilberto Mourão , educador ambiental do projeto, e três voluntários (Livia Apuleo, Pedro Vilar e Claudio Marins) se encarregaram da missão de remover as colônias de coral-sol do canal sob orientação do Dr. Joel Creed baseados nos dados recolhidos pelo Marcelo. Com a embarcação cedida pelo Claudio e munidos de ponteiras e marretas, em poucas horas o costão do canal estava livre do coral invasor. “É possível que haja mais coral-sol que tenha passado desapercebido, mas removemos todas as colônias mapeadas durante o monitoramento.” afirmou Gilberto. No litoral norte de São Paulo ainda há aglomerados de coral-sol na Ilha de Búzios e na Ilha da Vitória, ao leste da Ilhabela. O Projeto Coral-Sol está trabalhando em conjunto com autoridades locais para planejar futuras ações de remoção. Editorial Identificação taxonômica = Tubastraea tagusensis No. de colônias removidas = 100 No. de colônias eliminadas no local = 30 A remoção do coral-sol é uma tarefa relativamente simples e barata. Os equipamentos necessários são: luva, marreta, ponteira, recipiente para armazenar as colônias e equipamento de mergulho livre. A necessidade de embarcação vai depender do ponto de trabalho, assim como o tamanho da equipe. Para fazer a remoção, no entanto, o coletor deve estar licenciado e capacitado pelo Projeto Coral-Sol ou algum órgão competente. Caso contrário, a atividade pode ser enquadrada como crime ambiental! Portanto, nada de sair arrancando coral-sol por aí! No dia 15.12.2011, representantes do Projeto Coral-Sol no Estado de São Paulo executaram uma ação de remoção de coral-sol do Canal de São Sebastião, próximo à Ilhabela. Tal atividade foi fruto de um longo trabalho de monitoramento, da disposição da nossa equipe e da participação de voluntários. Juntos, conseguimos erradicar pontualmente o coral-sol do canal, retardando a sua expansão para outras áreas do Estado. Nosso trabalho, contudo, está longe de terminado. Há mais coral-sol em São Paulo e em outros pontos do litoral brasileiro. Boa leitura e fique de olho nesse invasor! www.coralsol.org.br

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Saiba mais sobre a remoção de corais-sol no canal de São Sebastião (SP)

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Page 1: O Sol - edição especial remoção

Os coletores de coral-sol capacitados pelo projeto aprendem a identificar as duas espécies de coral-sol que ocorrem no Brasil e a removerem as colônias de forma a não causar nenhum dano às demais espécies do costão rochoso (justamente as que visamos proteger). Os pólipos fundadores e as menores colônias são destruídos no próprio local, amassados com a ponteira de aço.

Identificando o problema e oferecendo a solução:Ao terminar o segundo ano de monitoramento extensivo de coral-sol no litoral paulista, o oceanógrafo Marcelo Mantelatto constatou uma preocupante ocorrência: colônias de coral-sol no Canal de São Sebastião que separa a Ilhabela do continente. “Nós não tínhamos avistado essas colônias no ano passado e é impreterível que as removamos o quanto antes! O canal tem uma dinâmica de correntes muito peculiar e a presença desses indivíduos adultos e reprodutivos neste ponto representa um risco de alastramento muito grande com consequentes impactos para a biodiversidade regional.” alertou ele em novembro de 2011. Não precisou falar duas vezes...

S Loo l-a Sv r i oodt o C la om PI r tr jeon of S Lo Ano: 3 | Fascículo: 9 | Janeiro de 2012

[email protected]

Monitoramento, remoção e controle

oo

Você sabia? Uma colônia de Tubastraea tagusensis de cerca de 10 cm de diâmetro pode conter mais de 60 pólipos. Cada pólipo é uma unidade reprodutiva, que lança larvas (filhote de coral) no mar, contribuindo para a multiplicação do coral-invasor no litoral. Quanto maior a colônia, mais pólipos ela terá e maior será a sua ameaça para a biodiversidade nativa. A remoção dessas unidades é portanto um ponto chave para o controle do coral.

No dia 15 de dezembro de 2011, Gilberto Mourão , educador ambiental do projeto, e três voluntários (Livia Apuleo, Pedro Vilar e Claudio Marins) se encarregaram da missão de remover as colônias de coral-sol do canal sob orientação do Dr. Joel Creed baseados nos dados recolhidos pelo Marcelo. Com a embarcação cedida pelo Claudio e munidos de ponteiras e marretas, em poucas horas o costão do canal estava livre do coral invasor. “É possível que haja mais coral-sol que tenha passado desapercebido, mas removemos todas as colônias mapeadas durante o monitoramento.” afirmou Gilberto. No litoral norte de São Paulo ainda há aglomerados de coral-sol na Ilha de Búzios e na Ilha da Vitória, ao leste da Ilhabela. O Projeto Coral-Sol está trabalhando em conjunto com autoridades locais para planejar futuras ações de remoção.

Editorial

Identificação taxonômica

= Tubastraea tagusensis

No. de colônias removidas

= 100

No. de colônias eliminadas no local

= 30

A remoção do coral-sol é uma tarefa relativamente simples e barata. Os equipamentos necessários são: luva, marreta, ponteira, recipiente para armazenar as colônias e equipamento de mergulho l ivre. A necessidade de embarcação vai depender do ponto de trabalho, assim como o tamanho da equipe. Para fazer a remoção, no entanto, o coletor deve estar licenciado e capacitado pelo Projeto Coral-Sol ou algum órgão competente. Caso contrário, a atividade pode ser enquadrada como crime ambiental! Portanto, nada de sair arrancando coral-sol por aí!

No dia 15.12.2011, representantes do Projeto Coral-Sol no Estado de São Paulo executaram uma ação de remoção de coral-sol do Canal de São Sebastião, próximo à Ilhabela. Tal atividade foi fruto de um longo trabalho de monitoramento, da disposição da nossa equipe e da participação de voluntários. Juntos, conseguimos erradicar pontualmente o coral-sol do canal, retardando a sua expansão para outras áreas do Estado. Nosso trabalho, contudo, está longe de terminado. Há mais coral-sol em São Paulo e em outros pontos do litoral brasileiro. Boa leitura e fique de olho nesse invasor!

www.coralsol.org.br