revista de domingo

16

Upload: jornal-de-fato

Post on 26-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista semanal do Jornal de Fato

TRANSCRIPT

Page 1: Revista de Domingo
Page 2: Revista de Domingo

Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Marcelo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Na urgência dos dias, das tarefas, dos compromis-sos pessoais e profissionais, do caos no trânsito e das pressões para estar preparado para os im-

previstos, vem a ansiedade. Um mal da modernidade que quando se apresenta de forma excessiva, contribui para o surgimento de doenças sérias, entre elas, a depressão.

Mas essa mesma ansiedade – que estressa, torna os sentidos mais sensíveis e deixa o corpo em constante es-tado de alerta – pode também ser usada de forma positiva. A reportagem de capa trata destes dois lados de um pro-blema e de como fazer desse “inimigo” um aliado do dia a dia.

Domingo traz ainda uma entrevista com a advogada Lúcia Jales, que lançou seu primeiro livro nesta semana em Mossoró sobre o Neoprocessualismo, que vem mudan-do a interpretação do Direito.

A edição também dá espaço para os artistas do movi-mento “Cultura não é vento”, que tem colocações a fazer sobre as políticas públicas de cultura de Mossoró e do Es-tado do RN.

Ainda nesta edição, matéria sobre meio ambiente, ar-tigos e as colunas prediletas do seu final de semana.

Boa leitura! Boa Semana!

editorial

Vencer um inimigomoderno

Com

a a

dvog

ada

e es

crit

ora

Lúci

a Ja

les

En

tre

vis

ta Comportamento

As novidades gastronômicas para não ficar no feijão com arroz

Um movimento em prol da arte mossoroense

Rafael Demetrius da dicas para tornar sua empresa sustentável

Adoro comer

Cultura

Coluna

p4

p14

p6

p 12

2

p8

Controle a ansiedade e saiba como utilizá-la de forma positiva

Page 3: Revista de Domingo

3Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Passado um mês, já, sem em-pregada, minha mulher não parava de reclamar, isto que

significa não ter jeito para o serviço doméstico. Olhava as mãos, com des-gosto. Grossas, já. Nem ia mais à ma-nicura, para quê?

De tanto procurar, teve informação de uma, que acertou de ser Paulinha, justamente a moça com quem eu tive-ra um caso ainda estudante universitá-rio, ela servindo emprego na cantina da Universidade.

Eu era solteiro, e ainda não conhecia Isaura, que se tornaria minha mulher, um ano depois da minha formatura.

Quando cheguei em casa, do escri-tório, deparei logo com Paulinha, apa-rentemente a nova empregada. Para-mos um diante do outro, como se não nos conhecêssemos, surpresos. Havia muito que não nos víamos. Aos poucos, e era como se acostumássemos as vis-tas, foi que nos fomos aproximando, nessa relação formal entre patrão e em-pregado.

Mas sempre o cuidado de não nos trairmos... Isaura nunca soube desse meu passado e, naturalmente, não lhe passava pela cabeça a ideia de vigiar-me. Demais, eu nunca lhe dera motivos de desconfiança no tocante à fidelidade conjugal.

Estava escrito

JOSÉ NICODEMOS*

conto

Mulher dada à vida de salão, desde solteira, o que me contrariava, Isaura era o dia todo nas lojas de moda e nos centros de beleza, não lhe faltavam con-vites para as festas elegantes. Era-lhe tudo na vida sair nas seções dos jor-nais.

Assim que, o mais do tempo a sós com Paulinha, em casa, muito dedicada a mim, fui tomando-me de verdadeiro amor a ela, o que antes seria uma aven-tura simplesmente carnal.

É forçoso dizer, sem rodeios, que Isaura era uma mulher fria, sempre apressada em nossas relações, e eu até chegara a desconfiar de que não gos-tasse de mim. No mais, o trato dela em relação a mim nunca fora para que se diga de quem ama, mesmo. É verdade

que, no começo, entre o mais e o me-nos.

A não ser isto de cama, Paulinha fa-zia as vezes de esposa dedicada, tudo a tempo e a hora, e a isto fui me acos-tumando, com uma ternura de marido feliz. Tratava-me com um zelo como-vente, e era tudo o que queria ter na convivência conjugal.

Até que um dia, Isaura em viagem de turismo com um grupo de amigas, umas com os maridos, outras não, acon-teceu a imposição, irresistível, da carne, Paulinha com o mesmo ardor do passa-do. Não disse bem; mais mulher. E eu me sentia mais homem. Mais tudo.

Não é preciso contar mais o resulta-do. Bastará dizer que somos felizes, e muito felizes, para sempre.

Eu era solteiro, e ainda não conhecia Isaura, que se tornaria minha mulher, um ano depois da minha formatura.

Page 4: Revista de Domingo

4 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

entrevista

Aadvogada Lúcia Jales é especialista em Direi-to Civil pela UFRN e pós-graduada pela Fun-dação Escola Superior do Ministério Público (FESMP). Com mais de 15 anos de advocacia

e experiência em ensino universitário, é a atual direto-ra nacional da Associação das Mulheres de Carreira Ju-rídica do Brasil. Ela realizou na última quinta-feira o lançamento do seu primeiro livro “Neoprocessualismo – Reflexos Constitucionais”, em Mossoró, onde trata das mudanças de grande repercussão no âmbito do Direito Processual Civil e analisa as decisões de impacto social do Supremo Tribunal Federal (STF) sob a ótica do neo-constitucionalismo, do pós-positivismo jurídico. Deci-sões que são exemplificadas como a união estável entre pessoas do mesmo sexo, permissão para realização da marcha da maconha e também pesquisas com células-tronco.

LÚCIA JALES

Por Izaíra [email protected] | Twitter: @izairathalita

Marcia Garcia

‘Uma nova cultura muda

a forma de interpretar o Direito’

Page 5: Revista de Domingo

5Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

entrevista

DOMINGO – É importante estar sempre atualizado nesse contexto em que as leis estão passando por tantas modificações?

LÚCIA JALES – Sim, porque na ver-dade é uma cultura nova e apesar de não ser “exatamente nova”, se lem-brarmos que surge no pós-guerra da segunda guerra, por causa das barbá-ries que aconteceram como nazismo, fascismo, etc, quando o homem viu que tudo isso aconteceu sob a prote-ção da lei e que isso não poderia mais acontecer, que havia alguma coisa er-rada. Então, essa cultura vem desde essa época fazendo inovações no siste-ma judiciário, do sistema jurídico não ser tão rígido e sim, flexível ao ponto do que deve se considerar mais a dig-nidade da pessoa humana. Essa nova cultura chamada neoconstituciona-lismo traz uma valorização maior da pessoa, onde a constituição vai primar pela dignidade da pessoa humana, pelo princípio da proporcionalidade, pela razoabilidade.

APESAR dessa mudança e dessa nova cultura, ainda convivemos com um modelo de Justiça que deixa a de-sejar. Você fala disso na obra?

SIM, entendemos que hoje, o Esta-do, o juiz decide, mas o cidadão não precisa apenas de uma decisão e sim de uma decisão que seja justa. Não adianta uma decisão vir quando a famí-lia inteira da pessoa que será atendida, já morreu. De que adianta essa deci-são? No sistema tradicional temos um Judiciário que não atende aos anseios do povo. Já o novo sistema busca não apenas o Direito, mas sim a Justiça. O Judiciário está empenhado em ofere-cer ao jurisdicionado não uma decisão, mas, sobretudo, uma decisão justa. A gente sempre ouve muitas histórias assim e isso não pode mais acontecer porque é a dignidade da pessoa huma-na que está em jogo.

NO SEU livro você recorda algu-mas decisões tidas como polêmicas como é o caso da união homoafetiva e da marcha da maconha. Em que mo-mento esses exemplos são contextua-lizados na obra?

NO LIVRO eu abordo quando mos-tramos que as decisões dos Superiores Tribunais e principalmente do Supre-mo Tribunal, que é a última instância no nosso país, vêm decidindo à luz dessa nova cultura. Quando se fala união de pessoas do mesmo sexo, por exemplo, isso poderia não ter sido au-torizado, de repente as pesquisas com células-tronco não poderiam ser per-

mitidas e já são. O que fez com que hoje se permitisse? No livro nós mos-tramos exatamente que os ministros do supremo deram essas permissões e todas elas vieram do elo da dignidade da pessoa humana. Se eu quero com-partilhar a vida com alguém, então o que tem que ser visto é a dignidade das duas pessoas, por isso que foi dada essa permissão.

COMO tem sido a divulgação e o interesse pelo seu livro que traz uma visão tão atualizada para o Direito?

POSSO falar em termos de expec-tativa, já que o livro foi lançado re-centemente, em Natal, no dia 12, em Mossoró, dia 26, e Caicó, 27 de julho. É pouco tempo para fazer essa avaliação e sinto que só poderemos fazê-la em um ano mais ou menos, sentindo esse interesse pela obra. Mas, a perspectiva é muito boa. O livro Neoprocessualis-mo tem prefácio assinado pelo desem-bargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Francisco Barros Dias, e considero uma leitura para juízes, promotores, procuradores, advogados,

professores e estudantes dos cursos ju-rídicos e todos os operadores do Direi-to, porque a gente mostra nesse livro que é a tendência do Direito que passa por muitas mudanças de grande reper-cussão, uma mudança geral em todos os ramos – como o Direito do Trabalho, Penal, Civil, enfim, vários ramos. E to-dos eles mudam em torno dessa nova cultura. É preciso que o profissional do Direito, estudantes, professores, todos independente de ser ou não da área, atualizem-se e esse livro mostra, tem essa intenção. As coisas estão acon-tecendo e é preciso saber porque elas estão acontecendo. O Direito há de dar explicação resolvendo todas as ques-tões nessa nova realidade. Por isso, todos nós devemos reestudá-lo nova-mente.

COMO adquirir o livro?ESTAMOS disponibilizando na Li-

vraria Saraiva em Mossoró, onde rea-lizamos o nosso lançamento na última quinta-feira. Espero que as pessoas gostem e obrigada pela oportunidade de falar sobre o trabalho.

Page 6: Revista de Domingo

6 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

Artistas mossoroenses retomam movimento para exigir mais políticas de cultura e de espaços para a realização dos trabalhos culturais na cidade.

ArteArtede luto

cultura

'Queremos, oficialmente, de-cretar, a partir desta data, 20 de julho de 2012, estado

de calamidade pública da cultura mos-soroense e do Estado do Rio Grande do Norte. Os fazedores de cultura de Mos-soró-RN estão sendo mal tratados pelos poderes públicos municipal e estadual'.

Assim começa o manifesto escrito e lido pelos artistas mossoroenses em ma-

nifestação realizada no último dia 20 de julho no Centro da cidade em frente aos principais prédios públicos ligados à cul-tura local.

O movimento “Cultura não é vento” reclama da situação do Museu Lauro da Escóssia, fechado desde o ano 2000; da Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, com seu acervo atrasado; Falta de apoio à cole-ção Mossoroense; da situação de coadju-

vantes que se encontram os músicos da cidade, que assistem corais, bandas e pro-fissionais de outras praças protagonizando os grandes eventos promovidos pelo poder público; Descaso com o patrimônio histó-rico de Mossoró; Dificuldade de acesso ao Teatro Dix-huit Rosado; Formato atual do Prêmio Fomento, entre outras questões. (Veja quadro com as principais exigências dos artistas dentro do movimento).

Apoiado por muitos, criticados por outros, os artistas deram início a uma série de ações que visa uma luta por me-lhores condições para os que realizam a cultura na cidade.

Depois de algumas críticas ao movi-mento, os artistas novamente foram às redes sociais mostrar indignação:

“Desde as primeiras reuniões, sem-pre deixamos bem claro que o movimen-to é em defesa da cultura, nosso movi-mento não tem nada a ver com política partidária. O que queremos é Política Cultural mais acessível e descentraliza-da. Que delas possam participar todos os segmentos artísticos que estão sendo

Page 7: Revista de Domingo

7Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

Principais exigências dos fazedores de cultura:movimento: ‘Cultura não é vento’

Ampliação e a valorização do Prêmio de Fomento à Cultura; Editais para escolha dos diretores de teatro dos autos mossoroenses;Apoio para as manifestações artísticas realizadas nos bairros que se concentra apenas no chamado Corredor Cultural; Valorização dos grupos e artistas de Mossoró;Escola de Artes de Mossoró seja devidamente equipada com tablados para dança e sala para teatro e tratamento acústico para as salas de música.

imediato pagamento dos prêmios “Lula Medeiros” de Teatro de Rua e “Chico Villa” de Circulação; Reforma do Teatro Lauro Monte Filho, que atualmente encontra-se fechado e interditado pelo Corpo de Bombeiros desde o ano de 2008;Editais para montagem e circulação de espetáculos de teatro, de dança e de música, literatura de cordel, para a cantoria de viola, produção das artes visuais e do artesanato e demais manifestações de cultura, dos mais variados segmentos; Volta do Festival Agosto de Teatro, pensado e realizado pelos artistas deste Estado;De todos os poderes: transparência, democratização e descentralização.

Ao município:

Ao Governo Estadual:

>>

>>

>>>>

>>

>>

>>

>>

>>>>

ARTIsTAs ENvoLvIDos – Arruaça de Teatro, Companhia Escarcéu de Teatro, Companhia Mythus, Companhia Xaréu de Teatro, grupo de Teatro o Pessoal do Tarará, grupo Focart, Coletivo Juízo Torrado Realiza Ações, Pau e Lata, Núcleo de Dança Nilson Torres, grito dos Excluídos, Carlos José, Rogério Dias, Walter Silva.

cultura

esquecidos. Enfim, o nosso manifesto já dá conta de nossas reivindicações”, de-fendem-se os artistas.

Segundo o grupo dos artistas, a reto-mada dessa luta se deu dessa vez de ma-neira espontânea e quase informal, po-rém articulada.

“Sempre que nos encontrávamos (nós da Escarcéu, do Arruaça, do grupo O Pessoal do Tarará) conversávamos so-bre os rumos das políticas públicas cul-turais vigentes. Como todos nós temos agendas cheias, ficávamos adiando o momento de formalizar as discussões dos problemas que detectávamos e sentía-mos a necessidade de externar para ou-tros companheiros”, ressalta Nonato Santos, da Cia Escarcéu.

Os artistas colocam que sempre hou-ve por parte dos artistas, desde a extinção da COOCAR, a necessidade de se reunir em torno de uma articulação que pudes-se aglutinar representantes das mais variadas vertentes da arte mossoroense. Foram várias tentativas, tais como: O Fó-rum dos Artistas Mossoroenses, o Sindi-cato dos Artistas da Região Oeste do Es-tado do RN e por fim agora em maio de 2012, os grupos se reuniram e decidiram retomar o processo de articulação.

“A metodologia de trabalho da arti-culação respalda-se nos princípios de respeito pelos companheiros, ouvindo as falas de todos e a partir dos argumentos de cada um solidificamos o que pensa-mos sobre situação atual da cultura em nossa cidade”, ressalta Nonato.

O movimento não conta com sede fixa e nem uma liderança centrada em uma única pessoa. Para solidificar esta forma de organização, os artistas opta-ram por realizar a cada semana encontros em locais diferentes para garantir não apenas a itinerância do grupo articula-dor, como também uma melhor articu-lação da comunidade.

“Toda semana, somos recebidos por familiares dos artistas espalhados por vários bairros da cidade que são inte-grantes do movimento e que o tem feito crescer em participação e envolvimento dos variados setores artísticos local que nos procuram a todo momento para so-mar conosco suas ideias e ideais”, expli-ca Nonato.

A ideia principal do movimento é a de articulação de artistas para debater a situação da cultura e suas relações com a situação cultural estadual e nacional, a partir das políticas públicas.

Em Natal, os artistas também vêm se articulando pela Rede Potiguar de Teatro, levando em curso algumas in-tervenções semelhantes e a partir do contato com esse grupo, também foi

formatado o protesto em Mossoró.

APoIo DA PoPuLAçãoPara os artistas, o movimento foi bem

compreendido pela população que sabe da situação real da cultura a que estão se referindo.

“A prova do que estamos dizendo são as grinaldas que foram colocadas nas fachadas dos prédios-sede do Museu Municipal e do Teatro Lauro Monte Filho, que ainda estão lá no mesmo lugar onde as colocamos, a população mossoroense não as removeu. Isso é simbólico e nós do movimento inter-pretamos como um ato de apoio popular ao nosso manifesto”, ressalta o ator.

PRóxImo PAssoA ideia dos artistas é a de continuar

fortalecendo a organização para cobrar respostas dos poderes oficiais, aguar-dando espaço para diálogos e constru-ções de metas de forma participativa.

“Como fazedores de cultura desta cidade, não admitimos mais sermos olhados de cima para baixo. Não quere-mos ser recebidos pelos poderes públicos somente quando estes nos querem mos-trar planos já prontinhos. Queremos prestação de contas dos gastos com a cultura publicada e acessível a toda a população”, ressalta Nonato, que repas-sa o pensamento colocado pelo grupo.

Page 8: Revista de Domingo

8 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

capa

ansiedadeOs lados da

Ela se manifesta deixando o corpo em constante estado de alerta, podendo desencadear doenças ou, dependendo de como se lida com o ‘inimigo’, se transformar em algo positivo.

São muitas as pressões, cobran-ças, estresses. As exigências do cotidiano estão deixando as

pessoas cada vez mais ansiosas, numa constante urgência que consome as ho-ras e aceleram o ritmo.

Por isso que ser ansioso é considera-do atualmente como um “mal social”. Estima-se que de 3% a 5% das pessoas sofram de algum distúrbio ligado à an-siedade, como transtorno obsessivo-compulsivo, fobias, síndrome do pânico. Um estudo publicado na Revista Brasi-leira de Psiquiatria que mapeou a preva-lência da doença na população brasileira constatou que de 8% a 18% tinha trans-

tornos de ansiedade na década de 1990. Como consequências da ansiedade, o corpo reage, indicando sempre a possi-bilidade de um perigo iminente. O cére-bro envia os sinais e como consequência outros problemas, doenças que podem ser somatizadas, podem surgir, atrapa-lhando a vida normal:

“A ansiedade torna-se um transtorno quando limita uma vida funcional, ou seja, impede que o indivíduo consiga re-alizar atividades sociais, profissionais e afetivas. Além disso, a ansiedade "doen-tia" desencadeia um quadro de cansaço extremo, pois a energia gasta para evitar pessoas, locais ou situações que desen-

cadeiam a crise é alta”, explica a psicó-loga Margarida Antunes Chagas, espe-cialista em comportamento.

Margarida explica que nestes casos, o medo (que gera a ansiedade) passa a conduzir a vida do indivíduo, os objetivos antes traçados ficam em segundo plano e abrem espaço para tentativa de "sobre-viver" ou fugir das situações que ele acre-dita oferecer perigo. Assim, o desenvol-vimento "natural" de aspectos importan-tes para uma vida produtiva e feliz sofre um abalo e ficamos presos a um medo, muitas vezes, irreal.

“Quando, por exemplo, um pico de ansiedade acontece em um grande even-

Page 9: Revista de Domingo

9Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

capa

to social a pessoa acaba associando a sensação (sintomas) a um grande núme-ro de pessoas. Esta associação transfor-ma as reuniões sociais e encontros com pessoas em situações de "perigo", pois o ansioso acredita que pode desencadear as sensações ruins experimentadas an-teriormente em mesmo ambiente. Esta "ansiedade antecipada" sentida antes mesmo de enfrentar a situação é desen-cadeada por pensamentos disfuncionais ou perturbadores que são lembranças do momento da crise. Com o passar do tempo pode transformar-se em fobia social”, ressalta a psicóloga.

Ainda, pensando em transtornos, o cansaço das crises e os pensamentos desgastantes geram tristeza e, nestes casos, pode desencadear um quadro de-pressivo.

o LADo PosITIvoMas, será que diante de tudo isso ain-

da é possível retirar algo de positivo de um estado de ansiedade constante? Se for moderado, a ciência afirma que sim. É possível transformar a ansiedade em algo que ajuda a melhorar a performan-ce diante de algo desafiador.

Para os pesquisadores que ao longo do século XX vêm observando as conse-quências da ansiedade, afirmam que é possível observar o contexto que gera ansiedade, entendendo que o ansioso sempre pensa que o pior irá acontecer diante de determinado evento ou acon-tecimento.

Ao se observar que está se superdi-mensionando a “ameaça” que gera a ansiedade, ela sai de um nível mais ex-tremo para uma ansiedade positiva, que contribui para a adaptação a outras si-tuações semelhantes que irão surgir.

Conforme os estudos, se um pales-trante passa por uma grande ansiedade antes de se apresentar à plateia e apren-de a superar esse momento, o organismo terá aprendido que nada de catastrófico aconteceu e em outras situações seme-lhantes, ajuda a essa adaptação. Tudo acontece primeiro no cérebro e ele mes-mo busca registrar as informações para outros eventos semelhantes.

Diferente da ansiedade patológica que cria as situações de perigo, a ansie-dade moderada ajuda a preparar corpo e mente e contribui para a autoestima.

TRATAmENTos Existem vários tratamentos. Nestes

casos, a terapia cognitiva trabalha iden-tificando os pensamentos que nos fazem interpretar as pessoas e situações de forma disfuncional.

“São técnicas que ajudam a ‘pensar

sobre o que se pensa’ e, assim, com a reestruturação cognitiva, encontrar um ‘filtro’ mais realista e menos catastrófico para determinados eventos”, ressalta.

Outra dica da especialista é aprender a lidar com adversidades e com as mu-danças e estão sempre esperando o que vem adiante, quando deve-se se concen-trar em viver mais o presente, com as pausas necessárias: “Os ansiosos não querem ‘ser o que são’ ou ‘estar onde es-

tão’, preferem reviver o bom e esperar o melhor ainda. Este eterno ciclo de ‘não aceitação’, é claro, faz com que o indivíduo não enxergue a dimensão de possibilida-des que existe no aqui e agora. Esteja, física e cognitivamente no agora, procure sentir a construção do que leva a conse-quência esperada (isto será importante para o valor dado a conquista), estar ‘pre-sente’ no presente é essencial para a saú-de física e mental”, completa.

CORPO EM ALERTA:o circuito da ansiedade normal e da patológica é o mesmo. o que o diferencia da simples tensão da doença é a frequência e a intensidade que é o que determina a descarga dos hormônios do estresse:

Quando estamos diante de uma situação tensa, A AMigDALA interpreta a situação como uma ameaça que pode pôr em risco o corpo.

o organismo interpreta o recado secretando os hormônios do estresse (adrenalina e o cortisol) e reagindo com imobilidade atenta, FUgA oU LUTA.

Se os níveis de ansiedade permanecerem altos, começa a haver mais liberação de cortisol, que pode levar à exaustão. Em altas doses, o hormônio o deixa sobressaltado e desconcentrado.

Logo, envia instruções ao HiPoTÁLAMo e à matéria cinzenta periaquedutal do mesencéfalo, que respondem aos estímulo mandando o organismo se proteger.

Ao se tornar crônica, a ansiedade gera pressão alta, reduz a imunidade, traz PRoBLEMAS CARDíACoS e pode causar até câncer, já que as defesas se exaurem por causa do permanente estado de alerta e das altas doses de cortisol.

Se a ansiedade se eleva, uma descarga de adrenalina e cortisol deixa o raciocínio ágil, os batimentos cardíacos mais fortes e aumenta o fluxo sanguíneo em braços e pernas. o cortisol faz o organismo liberar mais glicose no sangue, dando energia extra ao indivíduo. A PUPiLA DiLATA-SE E o CoRPo SUA – especialmente nas mãos.

Fonte: Frederico graeff, neurocientista da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

1 2

3

5

4

6

Page 10: Revista de Domingo

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

planeta

Educação para cuidar do

O projeto itinerante da Fundação SOS Mata Atlântica que roda o Brasil chega a Natal e ficará até o final dessa semana no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com palestras e atividades educativas gratuitas.

meio ambiente

Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma organiza-ção privada sem fins lucrativos,

que tem como missão promover a con-servação da diversidade biológica e cul-tural do Bioma Mata Atlântica e ecossis-temas sob sua influência. Assim, estimu-la ações para o desenvolvimento susten-tável, promove a educação e o conheci-mento sobre a Mata Atlântica, mobiliza, capacita e incentiva o exercício da cida-dania socioambiental.

A Fundação desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de da-dos, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campa-nhas, estratégias de ação na área de po-líticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, volun-tariado, desenvolvimento sustentável, proteção e manejo de ecossistemas.

A cidade de Natal já recebe um dos trabalhos desenvolvidos pela Fundação SOS Mata Atlântica, o projeto “A Mata Atlântica é Aqui – Exposição Itinerante do Cidadão Atuante”.

A mostra conta com dois caminhões adaptados para atividades de educação ambiental e uma tenda, de 150 m2, com uma exposição chamada “Nosso verde também depende do azul”, que apresen-ta um panorama geral sobre a zona cos-teira e os ecossistemas marinhos. O evento acontecerá no Campus da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Nor-te (UFRN), no estacionamento ao lado do restaurante universitário, no Bairro La-goa Nova, até o dia 5 de agosto, onde serão realizadas atividades e atrações gratuitas com o público de todas as ida-des. O horário de funcionamento é das 10h às 17h até o dia 4 de agosto e das

)) Caminhão possuem Estrutura apropriada para palestras, oficinas e brincadeiras

)) Atividades com crianças despertam a consciência ambiental

Page 11: Revista de Domingo

11Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

meio ambiente

10h às 16h no dia 5 de agosto (Confira no Box a programação da primeira se-mana).

Durante a visita, a SOS Mata Atlân-tica e as instituições parceiras locais vão promover palestras, oficinas, apresen-tações teatrais, jogos educativos, deba-tes, exposições, entre outras ativida-des.

O público poderá conferir também o novo cenário interativo, com mesa multi-touch, iPADs e outros equipamentos au-diovisuais para exibição de vídeos e de-senhos com temática socioambiental. Um dos caminhões conta ainda com um es-paço fechado, com cadeiras, projetor e sistema de sonorização, para se aproxi-mar do ambiente de uma sala de aula.

NovA FAsEO projeto itinerante já visitou mais

de 90 cidades brasileiras com o objetivo de levar informações sobre o bioma mais ameaçado do país, a Mata Atlântica. Na-tal, que já recebeu a exposição em no-vembro de 2010, volta a recebê-lo agora, totalmente reformulado no seu quarto ciclo anual. Nesta nova fase, serão visi-tadas 14 cidades litorâneas, localizadas nos seguintes Estados: RJ, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, SC e SP.

O quarto ciclo do projeto tem como tema a região costeira e os ambientes marinhos e vai mostrar a importância do mar para a conservação das nossas flo-restas.

“Vamos apresentar às pessoas como o mar e o nosso litoral influencia direta-mente as nossas vidas. Temos oito mil quilômetros de costa e não podemos mais agredi-la, pois estaremos comprometen-do e desperdiçando recursos naturais de extrema importância para o desenvolvi-mento da vida no nosso planeta”, desta-ca Romilda Roncatti, coordenadora do projeto.

De acordo com a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a população e os órgãos públicos têm tanta responsabilidade com o cuidado do mar quanto com o cuidado dos rios. “Estamos agredindo o mar e retirando o que ele oferece de bom de maneira predatória para nosso uso”, diz ela.

Nesta nova jornada, o tamanho da exposição aumentou, passando de um para dois caminhões adaptados, que via-jarão juntos. Um deles será palco para a realização de atividades de educação ambiental, enquanto o outro, transfor-mado numa sala de aula itinerante, con-centrará atividades como encontros, debates, reuniões, treinamentos e cine-ma.

Escolas e grupos interessados podem realizar visitas monitoradas. Os caminhões

contam, ainda, com estruturas próprias para receber deficientes físicos. Além dis-so, quem tiver interesse em se tornar um voluntário também pode participar.

CoNTAToEm caso de dúvidas sobre qualquer

uma das atividades, as informações podem ser obtidas no site www.sosma.org.br.

# programaçãoRealização: Fundação SoS Mata Atlântica.Patrocinadores: Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus.Cidade: Natal (RN).Data: 23 de julho a 5 de agosto de 2012.Local: Campus da UFRN – estacionamento ao lado do restaurante universitário – Bairro Lagoa Nova – Natal (RN).Informações: www.sosma.org.br / [email protected] / [email protected]: (11) 3262-4088.

APoIo LoCAL: Universidade Federal do Rio grande do Norte (UFRN), Diretoria de Meio Ambiente da UFRN, Sala Verde da UFRN, ECoMAR, oNg oceânica, Reserva Biológica do Atol das Rocas (Rebio Rocas/iCMBio), Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do RN (CJ-RN), União dos Escoteiros do Brasil, grupo Escoteiro Universitário, oNg Educapipa, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), Aquário Natal, Universidade Potiguar (UnP), Floresta Nacional de Nísia Floresta/iCMBio, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV-RN/iCMBio), instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (ibama), Polícia Ambiental/RN, Feira de Reciclagem e Sustentabilidade.

29 DE JuLho (Dom) Atividades abertas ao público durante todo o tempo - das 10h às 17h 10h às 17h – Exposição Nosso Verde Também Depende do Azul.10h às 17h - Feira de Reciclagem e Sustentabilidade, em parceria com a UFRN.10h – oficina de pintura de máscaras de animais da Mata Atlântica.16h – Palestra: “Animais marinhos: conservação e pesquisa”, em parceria com a Rebio Rocas/iCMBio e ECoMAR. Palestrantes: Zélia Brito (Rebio Rocas/iCMBio) e Layse Aranha (ECoMAR).

30 DE JuLho (sEG) Atividades abertas ao público durante todo o tempo - das 10h às 17h 10h às 17h – Exposição Nosso Verde Também Depende do Azul.10h às 17h - Feira de Reciclagem e Sustentabilidade, em parceria com a UFRN.11h - Jogos educativos: Jogo da Memória e Jogo Caminho das Águas.14h - oficina de papietagem, em parceria com a Feira de Reciclagem e Sustentabilidade. Facilitadora: Márcia.15h – Palestra: Floresta Nacional de Nisia Floresta: Bioma Mata Atlântica, em parceria com a Floresta Nacional de Nísia Floresta/iCMBio. Palestrante: Patrícia Macedo.15h – Coleta da água do Rio Pitimbu para análise.16h – Palestra: “Aves do Rio grande do Norte”, em parceria com a Universidade Potiguar. Palestrante: Bruno França.

31 DE JuLho (TER) Atividades abertas ao público durante todo o tempo - das 10h às 17h 10h às 17h – Exposição Nosso Verde Também Depende do Azul.10h às 17h - Feira de Reciclagem e Sustentabilidade, em parceria com a UFRN.8h - Circuito Ambiental: visita pela UFRN para conhecer a unidade de armazenamento temporário de resíduos, o Horto e a estação de tratamento de esgoto, em parceria com a UFRN.10h – Mini-curso: Técnicas básicas de fotografias. Ministrante: Daniel Fuzer, biólogo e fotógrafo.14h – oficina de confecção de caixas de presente com filtro de café, em parceria com a Feira de Reciclagem e Sustentabilidade. Facilitador: Cleiton.16h – Palestra: “Aquário Natal”, em parceria com o Aquário Natal. Palestrante: Douglas Brandão.

ATIvIDADEs quE PoDEm sER REALIzADAs A quALquER momENTo: CineMata, Mini Biblioteca para Consultas, brincadeira Caminho das Águas, Mapa interativo, Jogo Ludo Ambiental, Jogo da Memória, Maquete Dinâmica, oficinas de Desenhos, Quiz nos iPADs (teste seu conhecimento sobre a Mata Atlântica e as regiões costeira e marinha), Mesa Multi Touch (confira as regiões influenciadas pelo Bioma Mata Atlântica, as áreas importantes para a conservação da biodiversidade e aprenda sobre algumas Unidades de Conservação Marinha através de uma mesa digital interativa) e outros Jogos Educativos.

Page 12: Revista de Domingo

12 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

RAFAEL DEMETRIUS

Os melhores espaços para as reuniões de seus funcionários estão na META. Alugue salas ou excelente Auditório pelo menor preço. Ligue 84 3314-1024 ou mande um e-mail para [email protected] e faça sua inscrição.

Locação de Salas

sua carreira

x

Cada vez mais, cresce a pressão para que as empresas sejam sustentáveis. No entanto, a maioria delas sequer possui pro-fissionais com foco em questões voltadas à sustentabilidade

e gestão em meio-ambiente. Os donos de micro e pequenas empresas brasileiras tendem a achar que sustentabilidade é coisa para grandes corporações, que podem se dar ao luxo de investir nisso. Grande en-gano. O empreendedor é que não pode se dar ao luxo de desprezar essa questão. Além da proteção ao meio ambiente – que é um dever de todos para salvar o planeta –, ser sustentável traz economia e, por-tanto, melhora a lucratividade de qualquer empreendimento. Se você quer tornar o seu ambiente de trabalho mais verde e não sabe por onde começar, seus problemas acabaram. Seguindo essas dez dicas, é possível mudar os hábitos do seu local de trabalho, sua relação com seus empregados e clientes sem precisar fazer grandes sacrifícios. Não importa o tamanho da sua empresa, basta querer fazer a sua parte.

Todas as pessoas da empresa devem comprometer-se com a eco-nomia de energia. Um bom começo é adquirir apenas equipamen-tos que tenham classificação energética A no selo PROCEL, já que esses produtos são eficazes e apresentam baixo consumo de ener-gia. Outras boas dicas é criar horários para uso do ar-condiciona-do, usar lâmpadas fluorescentes, que embora mais caras que as convencionais, duram 13 vezes mais e usam 66% a menos de energia do que as outras. Use também sistemas de iluminação e ventilação natural.

Só utilize aparelhos de fax se for realmente necessário para o negócio, já que essas máquinas costumam gastar muito papel e energia. Procure ainda manter o aparelho desligado, colocando em funcionamento apenas quando for utilizá-lo.

Apoie programas e causas ambientais que, além de proteger o meio ambiente, dão visibilidade para a empresa e costumam trazer bene-fícios fiscais. Procure lançar programas verdes para sua empresa, como plantio de árvores, caminhadas, passeios ciclísticos, dia sem ar-condicionado e etc.

Mande um e-mail para todos os funcionários informando sobre essas simples atitudes sustentáveis, mostrando os benefícios que elas trazem para o dia a dia de cada pessoa e as consequências para o planeta. Faça reuniões, palestras e momentos de cons-cientização para seus colaboradores.

Não adianta deixa em stand-by, os equipamentos eletrônicos gas-tam energia mesmo quando estão aparentemente desligados. Por isso, se não estiver usando, desligue-os por completo. Também é comum encontrar pessoas que deixam os estabilizadores e até computadores inteiros ligados quando acaba o expediente.

Incentive os funcionários a reutilizarem papéis, transformando documentos descartados em folhas de rascunho ou para impressão. Coloque a impressora no modo Econômico e não imprima conteú-dos desnecessários. Reutilize também copos descartáveis na sua empresa, lance a campanha: Adote um copo ou incentive-os a le-varem garrafinhas para o trabalho. Prepare apenas o café que será consumido no dia, evitando o desperdício e prefira servir a bebida em xícaras e não em copos plásticos.

Faça uma verdadeira faxina em sua empresa. Retire todos os equipamentos eletrônicos que estão encostados, quebrados ou sem uso. Depois de separados, reforme-os ou doe-os para uma instituição. Com isso, além de contribuir com a sustentabilidade da empresa, você estará ajudando pessoas que não têm condições de adquirir aparelhos eletrônicos.

Se possível, mantenha uma área verde no espaço físico da em-presa, nem que sejam apenas alguns vasos. Incentive os funcio-nários a cuidar e zelas pelas plantas.

Uma parte significativa dos custos de uma empresa parte das impressoras espalhadas por todo o escritório. Páginas da internet, e-mails e muitos outros documentos acabam gastando muito papel, energia e tinta, na maioria das vezes, desnecessariamen-te. Para resolver esse problema, adote um sistema de gerencia-mento de impressão. Os softwares são fáceis de instalar e você pode encontrar alguns gratuitos disponíveis na internet. Se pre-cisar imprimir procure usar papel reciclado.

Se for necessário trocar os móveis ou algum outro material do seu escritório, tente fazê-lo da forma mais sustentável possível. Procure peças feitas com materiais reciclados, madeiras certifi-cadas ou materiais que causem baixo impacto.

Economize energia

Aposente o FAX

Causas ambientais

Comunique as ações

Utilize os equipamentos de forma consciente e eficiente

Reutilize

Doe equipamentos obsoletos

Tenha um espaço verde

Instale um Software para economizar na impressão

Pense verde quando for trocar os móveis e suprimentos

Dicas para tornar sua empresa sustentável

Page 13: Revista de Domingo

13Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

CLAUDER ARCANJO*

Quando, na minha juventude, comecei a ter contato, de for-ma sistemática e com um pou-

co mais de rigor estético, com a poesia brasileira, encontrei-me com um pau-lista. Naqueles longínquos anos setenta e oitenta do século passado, na capital do Ceará. Em mim, legítimo filho da ter-ra de Padre Antônio Tomás, santanense da gema, tal encontro causou-me, caros senhores e senhoras, prazer e, confesso, uma veneração indescritível. Lia-o e relia-o, obcecadamente. E nem queiram entender as obsessões de um filho da ribeira do Acaraú.

Parnasiano, romântico, lírico, clássi-co, modernista, pós-modernista?... Perguntavam-me. E eu... calado. Movi-do apenas pelo sentimento de estar “perto” de um artífice do verso. Isto de classificar, de rotular, não me dava con-tentamento. Porém, a leitura do sone-to:

Quando a chuva cessava e um vento finofranzia a tarde tímida e lavada,eu saía a brincar, pela calçada,nos meus tempos felizes de menino

Fazia, de papel, toda uma armada;e, estendendo o meu braço pequenino,eu soltava os barquinhos, sem destino,ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,que não são barcos de ouro os meus ideais:são feitos de papel, são como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...— Que os meus barquinhos, lá se foram eles!Foram-se embora e não voltaram mais!

do livro Nós, nem queiram aquilatar. Foi bálsamo para muito banzo meu.

Saudação a Guilherme de Almeida )(

Ler poetas do naipe deste paulista afastou-me anos e anos do ofício de ver-sejador. Havia dentro de mim a “saben-ça” de que não se pode brincar com mis-ter tão sublime.

Passaram-se décadas, modas vieram e caíram no limbo, no entanto, quando me vejo enjoado de tanto assassinato contra a boa forma, volto à estante, e ele me chama para um particular sarau. Cer-ta noite, no calor da minha Mossoró, ele resolveu brindar-me com o recital de Messidor. Nessas estrofes, fui pacificado, e dei uma banana para as macaquices dos pseudo-poetas de ocasião.

Hoje, estou aqui. Na casa deste, como dizem os jovens, Poetaço. Não tive cora-gem de vir só; na verdade, na verdade, quem me convidou foi-lhe amigo de tem-pos já idos. Refiro-me ao professor, mes-tre e exímio poeta cearense Rafael Sân-zio de Azevedo. Aqui estou de enxerido, de metido. Reparem só: de leitor passei a editor. Santa pretensão!

Não poderíamos (não é mesmo, Sân-zio?) nos achegar sem um regalo para tão nobre brasileiro. Melhor, para todos nós que aprendemos a recitar as primei-ras belas estrofes com ele. A editora Sa-rau das Letras, após mais de quarenta livros lançados, vem aqui, ao seu canto, pedir vênia. Vênia para saudá-lo. Render graças ao mestre de todos Nós, o ines-quecível Guilherme de Almeida.

O nome da obra (escolha do Sânzio) hoje a ser lançada traz um singular sig-nificado: Relendo Guilherme de Almei-da. Explico. Não se consegue apenas LER Guilherme de Almeida. Estamos conti-nuamente Relendo Guilherme de Almei-da.

Paulo de Tarso Correia de Melo, pro-fessor, poeta e crítico literário, refere-se assim a este pequeno grande livro: “...um estudo criterioso, onde o leitor é brin-

dado com uma verdadeira antologia, estabelecida pelo bom gosto do estudio-so cearense, refletindo os melhores mo-mentos de Guilherme de Almeida, que foi membro da Academia Brasileira de Letras, Príncipe dos Poetas Brasileiros e portador da Légion d'Honneur, aqui tão competentemente lembrado por Sânzio de Azevedo.”

Guilherme de Almeida (re)vive em cada página desta publicação. Para ale-gria e glória dos apreciadores da Poesia maior.

Não se preocupe, Sânzio! Sua obra está em casa, amigo. Sim, em casa! Na Casa Guilherme de Almeida.

Muito obrigado.

Saudação de Clauder Arcanjo, da Sarau das Letras Editora Ltda., quando do lança-mento do livro Relendo Guilherme de Almei-da, de Sânzio de Azevedo, em São Paulo (SP), na Casa Guilherme de Almeida, no dia 10 de julho de 2012.

* Clauder Arcanjo, Escritor

artigo

Envie artigos para esta seção pelo e-mail: [email protected]

!A editora Sarau das Letras, após mais de quarenta livros lançados, vem aqui, ao seu canto, pedir vênia. Vênia para saudá-lo. Render graças ao mestre de todos Nós, o inesquecível Guilherme de Almeida.

Page 14: Revista de Domingo

Chique elegante e com um ar de sala, meia luz, música ambiente, espaço acolhedor – realmente um lounge. A programação é bastante variada – a DJ Hunter, de Campi-na Grande, é residente, e anima as noites com várias opções diferentes, desde a noite latina, onde a caipi-fruta é dobrada; até o bolacha mix, onde o cliente traz o seu vinil e é remixado pela DJ. O cardápio de comidas é requintado e ao mesmo tempo simples, viajando pelos tradicionais petiscos, desde os simples até alguns mais sofisticados – realmente, há para todos os gostos. Ainda há, pra completar, algumas sobremesas especiais da casa, como o Cake 144. Para visitar é simples: o Lounge Bar funciona de segunda a sábado na R. Wenceslau Brás, no bairro Centro. E o número? 144! Ah, aproveite curta a fan page: http://www.facebook.com/144LoungeBar.

O Selo Reserva é um site especializado em vendas de produtos gastronômicos (vinhos, ingredientes, utensí-lios, degustações e etc.) ao preço de varejo e tempo limitado. Além de produtos, você pode acessar um con-teúdo bem diversificado, como: degustações, matérias, entrevistas e muito mais, num ambiente supersofisti-cado. Se você trabalha com algum desses produtos (vinhos, azeites, conservas, queijos, utensílios de coz-inha, viagens e etc.) e quer ter o seu produto veiculado ao Selo Reserva, é só entrar em contato com a sua equipe de especialistas pelo: [email protected]. Caso não trabalhe com esses produtos e queira fazer parte do Selo Reserva, o site funciona da seguinte for-ma: por meio de convites (caso tenha algum amigo cadastrado, peça que te envie o convite) ou, faça o ca-dastro no site: https://www.seloreserva.com.br/.

144 Lounge Bar

Selo Reserva

1

2

DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

adoro comer

Você sabia que a responsável pela ardência e queimação é a substância natural chamada capsaicina, que também é responsável pela redução de gordura no sangue? Quan-to mais picante, mais capsaicina. E quanto mais capa-saicina, mais benefícios à saúde. Ainda existem duas famílias. São as capsicum (inclui a malagueta, a dedo-de-moça e a tabasco) e as piperáceas (a espécie mais famosa é a pimenta-do-reino), que são, respectivamente, orig-inárias da bacia Amazônica e da Ásia. Seja ela utilizada crua, cozida, seca ou em saladas, o segredo da pimenta está em utilizá-la de forma moderada e equilibrada, pois assim como qualquer outro alimento, se consumido de forma exagerada, pode surtir efeito contraditório.

Esse bolinho tão lindo e gostoso caiu de vez no gosto da galera e agora sai na frente quem for mais criativo ao inventar novos toppings e sabores diferentes. Os cupcakes da Natasha são deliciosos e possuem recheios de coco, de chocolate recheado com morango e de bau-nilha. Todos muito bonitinhos e caprichosamente en-feitados. E são baratinhos: com recheio custa R$ 4,00 e sem recheio custa R$ 3,00. Deu vontade? É fácil en-contrar a Natash! Liga pra (84) 9136 0074 | 8701 2418 – ou pelos e-mails: [email protected] | [email protected].

A sessão Saúde e Alimentação da Ig fez uma pesquisa e traçou 6 perfis bem comuns à mesa. Guloso (o céu é o limite quando se senta à mesa), saudável (evitam alimentos gordurosos, excesso de sódio e açúcar), imediatista (embarca nas mais diversas dietas), re-stritivo (controla quantidades e restringe alimentos), emocional (muda tudo conforme o estado de espírito) e beliscador (está sempre mastigando algo) foram os perfis traçados pela pesquisa. Em qual você acha que se encaixa?

Visitamos o Espaço Gourmet, que é um quiosque com comidas mais leves à beira da piscina, como sanduích-es, crepes e tapiocas, dos mais diferentes tipos e sabores. Comidas para você degustar enquanto toma banho nas águas termais. A comida escolhida foi a boa e velha tapioca, tão presente na dieta dos nordestinos. O recheio escolhido foi o de camarão, iguaria que também é a cara do Nordeste. Foi feito em um molho especial – envol-vendo um mix de molho de tomate, creme de leite e outras especiarias. É uma tapioca bem grande, recheada de forma generosa e que, se a fome estiver pequena, dá pra duas pessoas. Thermas Hotel Resort, Av. Lauro Monte, 2001. Telefones: 3422-1200/3422-1277.

Pimenta

Cupcakes da Natasha Aguiar

Tipos à mesa

Hotel Thermas

4

3

5

5

Page 15: Revista de Domingo

15Jornal de Fato | DOMINGO, 29 de julho de 2012

adoro comer

INGREDIENTES

• 1kg de filé de peixe• azeite a gosto• 1 pacote de extrato de tomate• 1 cebola ralada• Pimenta do reino em pó• 1 tomate grande picadinha• 1/2kg de abacaxi em cubos bem pequenos• 1 cenoura grande em cubos bem pequenos

MODO DE FAZER

• Após tratar o peixe, separe-o em postas e frite os no azeite. Lembrando que ele deve manter a suculência, então não o deixe tostar demais;• Para fazer o molho, doure a cebola no azeite com a pimenta do reino;• Acrescente o molho de tomate e o tomate picado. Deixe ferver;• Quando o tomate estiver molinho, acrescente o abacaxi e a cenoura. O abacaxi é o segredo do cítrico de delicioso do molho e a cenoura age justamente cortando uma possível acidez além do ponto. Deixe ferver por mais um tempo;• O molho estará pronto quando tudo estiver homogêneo;• Em um refratário, coloque os peixes fritos e o molho por cima.

Peixe ao molho de tomate com abacaxi

Page 16: Revista de Domingo