revista de domingo nº 626

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Page 1: Revista de Domingo nº 626
Page 2: Revista de Domingo nº 626

Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Um encontro de 40 anos entre uma mãe e seus filhos foi um grande presente para esta revista. A matéria exclusiva me foi dada de presente.

Estava no trânsito quanto o telefone tocou, era um velho amigo de Apodi me dando a boa notícia: “tenho uma grande matéria para você”. Não sei se ela é grande, nem se consegui fazê-la assim, mas para mim e para esta revista foi uma grande satisfação dar em primeira mão esta história tão comovente. Falar sobre um sonho tão real quanto o amor maternal, sobre o perdão verdadeiro e as indiscutíveis questões do amor é, de fato, um pre-sente para um jornalista humanista como eu. Já estava com as pautas preenchidas, com a edição fechada, mas ante a exclusiva e a possibilidade de participar, mesmo que de maneira tão simplória deste fato, me fez repensar todo o projeto editorial e redefinir as páginas. Dona Ma-ria Lourdes, Alberto e Eduardo se perderam uns dos ou-tros há mais de 40 anos e agora sonham em se reencon-trar. Se isso vai acontecer ou não, não sabemos, mas gostei muito de contar como tudo isso aconteceu. A es-perança que tenho é de que, ao ler este texto, tenhamos um minuto de reflexão e que pensemos sobre nossa con-vivência com aqueles que amamos.

Boa leitura.José de Paiva RebouçasEditor Interino

editorial

Participando do encontro

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Reencontro

Colunista Davi Moura: Alcachofra com bacalhau

O excesso de publicidade externa nas ruas e no Centro de Mossoró virou objeto de estudo

Rafael Demetrius: Dicas para se efetivar em um emprego temporário

Adoro comer

Poluição visual

Sua carreira

p4

p14

p6

p 13

p8

Após quatro décadas, depois de muito procurar, ela descobriu que eles também estavam à sua procura

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3Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Nome civil, José Alves; mas era chamado de Zé do Ouro. Não sei dizer o que lhe justificava

o apelido, pois não era comerciante des-se ramo. Aliás, de coisa nenhuma. Tam-bém não sei bem dizer de que atividade ganhava a vida, apenas que era um rapaz direito. Nunca bebeu em toda a sua vida e, muito pobre, andava sempre limpo e bem arrumado.

Era muito feio, mas nem por isso ti-nha desgosto. Complexo. Temperamen-to alegre, se algum mais indiscreto lhe fazia troça da feiúra, Zé do Ouro se des-manchava numa gargalhada. Ria-se de si próprio. Mesmo assim, arranjava na-morada. Ora, não se diz quem ama o feio, bonito lhe parece? E é mesmo assim.

Aconteceu que veio trabalhar na ci-dade, mais precisamente na construção do porto, uma ilha de aço em pleno mar, um engenheiro austríaco, que tinha um cachorro de raça nobre, mas que era muito feio, pelo menos para o gosto da cidade. O engenheiro não saía à rua que não fosse com o cachorro. Possante, pa-recia um leão, com a diferença da juba.

Coisa de cidade pequena, em que se nota tudo, de repente se notou que Zé do Ouro, nas bochechas e na boca, era ver o cachorro do engenheiro, e haja gozação com o coitado do rapaz. Mas, quem foi que disse que ele ligava para isso? Coisa nenhuma; até ria. O fato,

Zé do Ouro e o sósia cachorro

porém, é que Zé do Ouro, até então, nun-ca tinha visto o tal cachorro, apesar de o engenheiro sair sempre com ele a passeio pela cidade.

Zé do Ouro não dava importância, em pouco o comentário malvado dessa se-melhança caiu no esquecimento de to-dos, como se não fosse mais notada ou percebida. O povo é assim, quer que se dê o cavaco, e não era, mesmo, o caso de Zé do Ouro. Encarava a coisa sem incomodar-se.

Vai que um dia Zé do Ouro teve oca-sião de dar com os olhos no dito cachor-ro, e ele mesmo confessadamente se

achou parecido. Chegou em casa, naque-le dia, numa tristeza como não era do seu jeito de ser, e passou uns dias sem botar o pé na rua. A família, preocupada; Zé do Ouro não era assim.

E quando se resolveu a sair de casa, foi para encher a cara, no primeiro bar que encontrou pela frente. Foi uma ad-miração na cidade ver Zé do Ouro em-briagado. Que lhe teria acontecido? Nem a família sabia explicar.

Pois bem. A partir daí, não se via mais Zé do Ouro que não fosse bêbado de dor-mir nas calçadas, até que um dia ele de-sapareceu da cidade, para nunca mais.

O fato, porém, é que Zé do Ouro, até então, nunca tinha visto o tal cachorro, apesar de o engenheiro sair sempre com ele a passeio pela cidade

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4 Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

entrevista

DENILSON MAIA

‘O Espiritismo é a religião livre de quaisquer peias’

A 25ª edição da Semana Espírita de Mossoró acontece no Hotel VillaOeste, entre os dia 21 e 26

de outubro, com uma programação ex-tensa para adultos, jovens e crianças. O evento tem como objetivo divulgar a doutrina espírita através de uma lin-guagem que atinja a todas as pessoas independentemente das religiões que professam. As pessoas poderão parti-cipar de forma gratuita de cursos, pa-

lestras e oficinas relacionados com o tema "Por um Mundo Melhor, Ofereça Paz". No sábado, dia 26, acontece den-tro da programação o seminário “O despertar da consciência", com Frede-rico Menezes (PE). Sobre isso e sobre a doutrina espírita, conversamos hoje com Denilson Maia, coordenador-geral desta Semana Espírita e vice-coorde-nador da Federação Espírita do RN, regional Oeste.

DOMINGO – Nesta segunda-feira, 21, começa a 25ª Semana Espírita em Mossoró. Conte o começo desta história e a dimensão da doutrina na cidade?

DENILSON MAIA – Após a realiza-ção do I Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, no ano de 1989, alguns es-píritas mossoroenses (Francisco Lean-dro, Nina Lourdes, José Couto, Cristo-

vam Frota) retornaram com a ideia de realizar um evento que pudesse sair do ambiente das instituições espíritas (na época eram 3 instituições) e apresen-tar a Doutrina Espírita para um públi-co maior, de leigos, de modo a auxiliar no entendimento dos princípios espí-ritas, ainda tão deturpados pela falta de informação e pelo preconceito que

ainda existe em torno das questões da vida no mundo espiritual. Então, sob muitas dificuldades, inexperiência dos organizadores, mas apoiados pela Fe-deração Espírita do RN, foi realizada a 1ª Semana Espírita de Mossoró, no auditório do SESI. O evento foi cres-cendo ao longo dos anos, ganhando qualidade, ampliando o seu público, aumentando os números de parcerias, de modo a mantermos atualmente um evento de qualidade totalmente gra-tuito. Em 2013, estamos festejando os 25 anos do evento com muita alegria e satisfação.

O ESPIRITISMO tem crescido muito. Em que se baseia esta doutrina?

SIM. Se tomarmos por base ape-nas a nossa cidade, cujo primeiro cen-tro espírita foi fundado em 1977, a Sociedade Espírita de Mossoró, atual-mente contamos com 10 instituições espíritas. O Espiritismo se baseia nos seguintes pontos fundamentais: A crença em Deus, a crença na imorta-lidade da alma, na comunicabilidade com os Espíritos, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados, na lei de causa e efeito e na Justiça Divina fundamentada no Evangelho de Jesus, portanto, o Cristianismo em toda a sua essência está inserido nas bases da D.E.

O ESPIRITISMO é uma religião ou uma filosofia de vida? Qual seria a diferença dele para outras atividades religiosas do mundo?

O ESPIRITISMO é uma doutrina fi-losófica, científica, de consequências religiosas, portanto uma religião no seu sentido mais profundo "Religare" (ligação da criatura com o Criador), porém não traz os dogmas, os apa-ratos ou hierarquias, nem tampouco ritos que são comuns nas religiões constituídas no mundo. O espírita é, acima de tudo, um cidadão, e o centro espírita, uma instituição civil, orga-nizada, com estatuto próprio, presta-dora de serviço à sociedade, mantida pelos seus sócios/participantes.

VEJO pessoas que se dizem espíritas e ca-tólicas. É possível?

O ESPIRITISMO é amplo, global, não tem rótulos, não faz restrições a quem quer que o busque, não estabe-lece metas para conversão ou aumento de adeptos. O papel da Doutrina Espí-rita é claro: esclarecer, consolar, ilumi-nar consciências para que o indivíduo viva melhor consciente do seu papel no mundo. Busca educar o ser e fazer dele um homem de bem. Muitos têm

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entrevistase identificado com a proposta da Dou-trina Espírita sem com isso deixarem suas religiões. Hoje vemos outros reli-giosos frequentarem eventos espíritas sem a preocupação de serem contados entre os espíritas. As obras espíritas li-das por muitos "não-espíritas". Daí se dizerem que são espíritas por gosta-rem da Doutrina e não por serem dela seus trabalhadores e divulgadores.

A RELIGIÃO sempre foi usada como po-der. A religião imprime muitas obrigações que superam as espirituais. Quais são as da doutrina espírita?

O ESPIRITISMO é a religião livre de quaisquer peias. Não exige nada de seus participantes. Entretanto, é uma Doutrina de diretrizes muito lúcidas, que convoca o indivíduo a um processo de autoconscientização, procurando su-perar as suas dificuldades pessoais e de convivência com o semelhante. Allan Kardec define o espírita da seguin-te forma: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelo esforço quem empreende para domar as suas más inclinações". Dentro da instituição espírita, existe o estatuto e o regimento interno que estabelece as atividades de funcionamento, os es-tudos e as ferramentas de divulgação da Doutrina. O Centro Espírita é uma escola, uma oficina de trabalho, onde, à semelhança dos primeiros grupamen-tos cristãos da história da humanida-de, acolhiam indistintamente a todos que neles buscavam conforto e con-solo para os sofrimentos e esclareci-mento para as questões existenciais.

RECENTEMENTE, muitos filmes falam da doutrina e mostram a filosofia da vida após a morte. Como seria essa pós-vida?

OS FILMES, novelas, seriados, a própria música e o teatro têm contri-buído para popularizar aquilo que já faz parte da história humana. A vida além da vida sempre foi motivo de indagações, mesmo no homem ain-da primitivo. A Doutrina Espírita não vem falar nada de novo. O homem é um espírito imortal, pré-existente e sobrevivente ao corpo físico. O Es-piritismo vem mostrar isso através dos fatos científicos, da filosofia que discute esses fatos e os interpretam, revelando ao homem a sua natureza divina, mostrando o seu futuro, eli-minando de vez a dúvida sobre a sua destinação e a sua felicidade. Jesus deixou claro “A cada um será dado se-gundo as suas obras", cada um colhe conforme semeia. Não há céu e nem inferno do ponto de vista físico, pois

estes são estados que a alma vivencia quando está de bem ou de mal consi-go. Os seres que se devotam afeto se mantêm ligados, a morte não separa ninguém. A morte é uma passagem a qual todos nós já atravessamos muitas vezes. A reencarnação é Lei da Vida, a qual estamos todos submetidos, e é através dela que progredimos.

ALGUNS desses filmes que vi lembram muito pesquisas ufólogas. Falar de extrater-restres é possível dentro do espiritismo?

OS FILMES, como proposta de di-vulgação de um tema, é maravilhoso, mas não devemos esquecer que ali está "o tempero" da ficção, e muitos dos di-retores abordam os temas sem o com-promisso de serem fiéis a esta ou aquela proposta religiosa. O próprio filme Chico Xavier, apesar de muito fiel a sua biogra-fia, foi dirigido por um diretor que não conhecia o Espiritismo. É comum haver fantasias e interpolações com outras propostas e doutrinas em filmes assim, até porque não é só o Espiritismo que fala da vida após a morte.

DE ACORDO com o espiritismo, quantas vidas precisaríamos viver para alcançar a plenitude?

QUANTAS forem necessárias, não há números cabalísticos, as leis são gene-rosas, pois Deus é Misericordioso, assim falou Jesus. A lei é tão justa cuja pena é de conformidade com o crime. Cessada a causa do crime, ou reparado o erro, não há mais necessidade de punição. É assim que vamos avançando a cada reencarna-ção, em busca da plenitude, da felicida-de que está reservada a todas, TODAS, as criaturas, pois Deus não criou almas falíveis. As almas foram criadas simples e ignorantes com o germe divino para atingirem a perfeição.

EXISTE alguma relação do espiritismo com o budismo?

NÃO, porém, a Doutrina Espírita é, no ocidente, a que mais se aproxima dos princípios das religiões orientais de um modo geral, inclusive do Budismo.

E COM o candomblé? Há muita gente que tem preconceito porque confunde uma coisa com outra. Como vocês lindam com isso?

LIDAMOS com muita naturali-dade. As religiões afro, como toda cultura e tradições negras, sofreram duras perseguições. A escravidão do negro fez com que se abominasse sua religião e suas tradições. Daí eles para manterem vivos seus costumes e crenças, fizeram inserções de ele-mentos das religiões dos "brancos". Com o Espiritismo não foi diferente, pelo fato de também as religiões afro terem a comunicação com os espíri-tos como algo claro, fez-se essa as-sociação de um com o outro, inevita-velmente. Mas sempre que possível, esclarecemos isso com a maior natu-ralidade e respeito.

O QUE é Deus para o espiritismo? ESTA pergunta é a primeira que

Allan Kardec direciona aos Espíritos Su-periores em O Livro dos Espíritos. Os Es-píritos responderam dizendo que Deus é a Inteligência Suprema, causa primeira (ou primária) de todas as coisas.

O ESPIRITISMO acredita na ressurreição da carne?

SIM. Ressurgir na carne, nós enten-demos como reencarnar. Isso estava muito bem claro dentro da religião ju-daica. Daí Jesus ter falado abertamen-te com os seus discípulos sobre isso. É obvio que o termo reencarnação não vai aparecer no texto bíblico, mas a ideia dos múltiplos nascimentos, sim. Ela estava presente em outras civiliza-ções, como a Hindu, por exemplo.

QUAIS são as principais confusões que fazem com relação ao espiritismo e as per-guntas mais absurdas que vocês precisam es-clarecer?

“ESPIRITISMO é coisa do diabo, do satanás", "os espíritas são cristãos?", "eu tenho um espírito", são questões que encaramos com tranquilida-de e até bom humor, pois são frutos da desinformação ao invés de puro preconceito. Às vezes, as pessoas mais simples acabam sendo levadas a acreditar que o Espiritismo é obra do demônio e deve ser anatematiza-do. Mas tudo isso faz parte. Todas as propostas religiosas ou científicas en-frentaram barreiras e obstáculos em sua divulgação/popularização, como o Espiritismo não foi ou está sendo dife-rente. É uma doutrina de pouco mais de 150 anos, muito jovem ainda perto de outras tantas seculares que temos, de tradições rígidas e castradoras.

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O excesso de publicidade externa nas ruas e no Centro de Mossoró virou objeto de estudo da UERN e trouxe à tona o debate

sobre o uso desse tipo de recurso visual na cidade

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meio ambiente

UÉ impossível andar por Mosso-ró sem se distrair com o acu-mulado de publicidade espa-

lhada pela cidade. Outdoors, faixas, cartazes, panfletos, placas cobrindo as fachadas, tudo isso representa a força do comércio do segundo mais importante município do Rio Grande do Norte, mas também traz à tona outros problemas. Um deles é a chamada “poluição visual”, que é justamente o excesso desses ele-mentos ligados à comunicação, dispostos em ambientes urbanos. Este fenômeno está sendo confirmado através de uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), desenvol-vido pela professora Paula Zagui, do De-partamento de Comunicação (DECOM), com apoio de três alunas. A iniciativa institucionalizada através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cien-

tífica (PIBIC) ainda está em andamento e demora um ano para ficar pronta, mas já serviu para reiniciar importante deba-te não apenas sobre esse tipo de poluição, mas sobre todo o Código de Postura do Município.

De acordo com Paula Zagui, a mídia exterior é importante, mas é preciso ha-ver controle para que não haja prejuízo com a paisagem urbana. “Vemos que há muitos pontos em que a mídia exterior tem coberto totalmente a paisagem da cidade”, alerta a professora, que coloca como exemplo a situação de cidades co-mo São Paulo, que instituiu uma lei da cidade limpa. “Houve muita resistência, mas a Prefeitura conseguiu diminuir o impacto”, disse, lembrando que essa re-sistência acontece porque este contexto torna-se cultural tendo em vista a au-sência de limitação das prefeituras.

O gerente da Gestão Ambiental da Prefeitura de Mossoró, Mairton França, que também é membro do Conselho Na-cional do Meio Ambiente (CONAMA), disse que é preciso ter coragem para coi-bir esse tipo de publicidade, mas ele lembrou que algumas medidas já estão em discussão no âmbito do executivo para ir diminuindo o seu impacto. Mair-ton explica que a Prefeitura tem evitado, por exemplo, confeccionar faixas e tem buscado coibir que outras pessoas as fa-çam, sendo necessária uma autorização prévia. Com relação às fachadas dos pré-dios que estão sumindo atrás das mar-quises, ele disse que existe uma comis-são instituída para discutir o tombamen-to de alguns prédios históricos. “O estu-do de viabilidade técnica deste projeto está no plano de metas da prefeita Cláu-dia Regina”, adiantou.

Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

Os males da

poluição visual

Compro

vendo

alugo Compro

vendo

alugo

Compro

vendo

alugo

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7Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

meio ambiente

Sobre os outdoors, Mairton França reconhece que existe um problema mais sério, tendo em vista que será muito com-plicado mudar o comportamento que já está enraizado na cultura da cidade. Ain-da assim, acredita que o debate é neces-sário. “É importante que se pare para avaliar até que ponto se pode permitir o uso dessas publicidades na cidade”, com-pletou.

O vereador Alex Moacir disse que já havia pensado nesta questão e percebido haver um desordenamento na cidade. “Não sei até que ponto o empresário tem retorno real a partir deste tipo de publi-cidade”, questionou Alex, que também é comerciante. Segundo ele, vai entrar em contato com a Secretaria de Desen-volvimento Urbano, responsável pelo setor, para pedir informações sobre este assunto e, sendo necessário, entrará com um projeto de lei que complemente o trabalho da Prefeitura.

IRREGULARES SERÃO EMbARGADOSO secretário de Desenvolvimento Ur-

bano, Alexandre Lopes, informou que

tem embargado algumas coisas na cida-de, principalmente painéis eletrônicos, mas reconhece que tem pouco pessoal para este trabalho. “Só temos quatro fis-cais trabalhando e consideramos ainda insuficiente”. De acordo com ele, qual-quer publicidade, mesmo em terrenos particulares, precisa de licença. Também está proibido o uso de canteiros centrais, a menos que seja de interesse público ou institucional. “Esta questão da publici-dade é muito cultural, mas a cidade pre-cisa se preparar para mudanças. Obvia-mente precisamos do apoio da popula-ção. Particularmente, acredito que se

diminuir a poluição visual a propaganda tem mais efeito porque se consegue vi-sualizá-la melhor”, opinou.

Alexandre Lopes disse também que o Código de Postura do município deter-mina que as publicidades não podem avançar sobre as vias nem ultrapassar 50 centímetros da bordas das calçadas, ou mesmo impedir a circulação das pes-soas. Segundo o secretário, no ano que vem deverá ser aberta a primeira revisão do Plano Diretor de Mossoró, instituído em 2006, e que dentro desse momento o assunto da poluição visual deve estar em debate.

)) Outdoors, faixas e cartazes precisam de autorização da Prefeitura para ser instalados

)) No Centro da cidade, as fachadas do comércio foram praticamente

cobertas pela propaganda

! De acordo com Paula Zagui, a mídia exterior é importante, mas é preciso haver controle para que não haja prejuízo com a paisagem urbana

)) Professora Paula Zagui, da UERN, está estudando este fenômeno em Mossoró

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8 Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

inusitado

Um reencontro esperado há

40anosEm 1972, ao se separar do marido, a paraibana

Maria Lourdes, que hoje mora em Apodi, perdeu o contato com

seus dois filhos. Após quatro décadas,

depois de muito procurar, ela descobriu

que eles também estavam à sua procura

Mais de quarenta anos. Este é o tempo que Maria Lour-des Rodrigues Rocha, de 62

anos, não vê seus dois filhos: Carlos Al-berto e Carlos Eduardo. A história dessa família, separada pelo destino, é cheia de contradições, mas agora que eles se acharam e a única coisa que importa é o momento do reencontro.

Tudo aconteceu em 1972, quando os paraibanos, de Campina Grande, Maria de Lourdes e Francisco Vicente Araújo decidi-ram acabar o casamento. Os dois haviam se conhecido quando ela tinha 15 anos e ele 28 e foram tentar a vida no Rio de Janeiro, onde tiveram dois filhos. Quando a relação ficou insuportável, voltaram para casa e lá dividiram o que haviam construído. Mas nesta partilha ela ficou no prejuízo porque ele ficou com as duas crianças. À época, Alberto tinha dois anos e Eduardo um.

Maria de Lourdes reconhece que, ainda muito jovem, não deu a importância devi-da a essa decisão e acabou caindo no mun-do, só se dando conta da gravidade da coisa quando ficou sabendo que Vicente havia voltado para o Rio com seus filhos. Na verdade, isso não aconteceu. Realmen-

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9Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

inusitadote, o pai dos meninos voltou para o Sudes-te, mas Alberto e Eduardo ficaram moran-do com seus avós paternos em Campina Grande. Os dois conviveram juntos até os 9 anos, quando Alberto também foi para o Rio de Janeiro morar com a madrinha. Edu-ardo só saiu da Paraíba em 1992, aos 21 anos, para acompanhar os avós que foram morar em Brasília. Mas vagando em busca de um rumo, Maria só soube disso agora, depois que voltou a ter contato com eles.

A retomada do contato com os meninos está sendo uma odisseia. É que em 1979, Maria, que já havia morado em muitos lu-gares, chegou a Apodi, na região Oeste do Rio Grande do Norte, e lá encontrou um pouso. Maria chegou sozinha, mas três anos antes havia dado luz a uma menina, Ana Karla, de um amor passageiro, mas que também havia ficado em Mossoró na casa dos avós paternos. Ela chegou a noivar com um rapaz, mas o destino novamente lhe fez covardia e ele acabou morrendo numa cirurgia antes do casamento. Na no-va cidade, ela decidiu organizar a vida. Já com 28 anos, ela buscou se estabilizar. Passou em um concurso público para au-xiliar de serviços gerais e acabou sendo transferida para a copa do Fórum Munici-pal, onde trabalha há mais de 11 anos.

A ausência dos filhos mexia muito com Maria Lourdes e ela, cheia de dor, procurou se redimir com o mundo, adotando duas crianças que nunca saíram de perto dela: Karla Adriana (30 anos) e Carlos Alexandre (23 anos). Ela voltou a procurar Ana Karla e se reaproximou, embora nunca tenha reatado o laço afetivo de mãe e filha. Ainda assim, faltava-lhe algo. Foi aí que Castelo Torres, funcionário do Fórum de Apodi, soube de sua história. Durante muitos anos ele procurou por eles através da internet, no antigo Orkut e outras redes sociais da época, no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mas não obteve sucesso. Foi aí que teve a ideia de procurá-los no cadastro de eleitores. A primeira tentativa fracassou, mas como nem Castelo, nem Maria nunca desistiram, recentemente, ele descobriu que Eduardo é eleitor de Cabedelo, na re-gião metropolitana de João Pessoa (PB), e Alberto vota no Rio de Janeiro.

Castelo ligou para o Fórum daquela cidade e descobriu que o rapaz, hoje com 42 anos, morava por perto. Depois de muita insistência, conseguiu no Fórum o seu endereço e lhe escreveu. Pouco mais de dez dias depois, Eduardo telefo-nou dizendo que só podia ser um engano, porque há anos procurava pela mãe e não tinha nenhum paradeiro. Não foi a sur-presa, ela estava ao lado de Castelo e teve e neste momento foi feito o primei-ro encontro depois de mais de quarenta anos. Eduardo então fez a ponte de Maria com Alberto, que também ficou muito emocionado ao saber que a mãe estava viva e que estava procurando-os.

)) Domingo pediu e Maria Lourdes se arrumou toda para fazer uma foto para esta edição. Mas não teve como conseguir nenhuma foto de seus filhos que deverá ser publicada depois do reencontro

SEM MáGOASMaria Lourdes tem contado e re-

contado esta história em todos os lu-gares e a todo mundo, inclusive na igreja onde congrega, mas sempre se emociona muito. “Agora minha vida está completa”, repete com frequên-cia. Chama a atenção nesta história a ausência de mágoas. Domingo fez con-tato com os filhos de dona Maria e per-cebeu a ansiedade deles pelo reencon-tro. Eduardo parece ser o mais sofrido porque, além da mãe, não conhece o pai que, segundo Alberto, mora em Manaus. Ele é separado, tem um casal de filhos e vive com outra mulher. Tra-balha na construção civil e teve de en-frentar a dor de perder a avó, depois o avô, e ser obrigado a voltar de Brasília para João Pessoa e começar do zero. “A pessoa sofre muito sem pai e mãe”, diz ele emocionado.

Alberto trabalha de lanterneiro, é evangélico, casado e também tem um casal de filhos. Desde os nove anos mora na casa da madrinha no Rio de

Janeiro e teve a oportunidade de co-nhecer o pai pessoalmente. Depois que falou com Maria Lourdes nunca mais perdeu o contato. “A sensação é mara-vilhosa. Fiquei mais feliz ainda depois de encontrar minha mãe. Mãe é mãe”, afirma. Segundo ele, nunca perdeu a esperança de encontrá-la e chama o que aconteceu de “bênção”, além dis-so afasta qualquer interesse de discu-tir o passado. “Não existe mágoa”, afirma.

O ENCONTROO encontro de Maria Lourdes com

Eduardo, que mora mais próximo, es-tá previsto para o próximo final de se-mana. Ao saber desta história, o pre-feito Flaviano Monteiro se sensibilizou e está organizando o momento que não se sabe se será na Paraíba ou em Apo-di. “O mais importante é fazer o reen-contro desta família e garantir que Maria, uma pessoa muito querida de todos nós aqui de Apodi, realize o seu sonho”, finalizou Flaviano.

Heráclito Patrício

Page 10: Revista de Domingo nº 626

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 20 de outubro de 2013

literatura

o mundo em revistaCruviana:Projeto do escritor José de Paiva Rebouças reúne novos escritores do Brasil e de outros dois países e apresenta uma nova visão do mundo contemporâneo a partir da literatura

Um projeto simples, mas uni-versal. É assim que se confi-gura o projeto Cruviana, ini-

ciativa do jornalista José de Paiva Rebou-ças, que reúne escritores contemporâ-neos do Brasil e de outras partes do mundo. Iniciada em 2011, em formato de revista virtual, a revista ganhou fôle-go e amadureceu, chegando a cinco edi-ções semestrais. Agora, a integração entre escritores novos e reconhecidos é coroada com a publicação da revista em formato impresso.

A edição impressa da Cruviana co-meçou a ser lançada pelo município de Jardim de Piranhas neste sábado, 19. Os próximos lançamentos acontecem em Pau dos Ferros, Mossoró e Natal.

O projeto revelou, nestes mais dois anos e meio, a grande safra de bons es-critores escondidos na falta de espaço para os novos talentos. “Neste ponto a internet é uma grande aliada porque di-minui as barreiras geográficas e permi-te que escritores do Sul se relacionem com os do Nordeste, os do Nordeste com os do Sudeste, os do Sudeste com os do Centro-Oeste, e vice-versa”, destaca José de Paiva Rebouças.

Foi assim no caso da Cruviana. Logo na primeira edição, editada virtualmen-te em junho de 2011, ele abriu uma cha-mada simples e se surpreendeu ao ver chegarem contos de todos os lugares do Brasil, de Portugal e Argentina. “Foi uma grande surpresa a primeira edição por-que achei que só atrairia escritores de Mossoró e do Oeste, no máximo de Na-tal”, contou José de Paiva.

As cinco edições da Cruviana também foram reconhecidas por escritores de nome e premiados. Logo na primeira edição, a revista recebeu um conto dati-lografado da escritora Olga Savary. De-pois dela, participaram Demétrio Vieira Diniz, Carlos Gildemar Pontes, Nina Ri-zzi, Raimundo Leontino Filho, Mário Ger-son, Clauder Arcanjo, Walter Moreira Santos, entre outros. Entre os estrangei-ros, além do poeta argentino Pedro Gar-cía Lavin e da cineasta portuguesa Carla Duarte, participou também o escritor e jornalista moçambicano Eduardo Qui-ves, uma das novas promessas da litera-tura africana da atualidade.

De acordo com José de Paiva, o proje-to Cruviana vem cumprindo o seu papel inicial de aproximar as pessoas através

da literatura, além de oportunizar aos no-vos escritores a possibilidade de publicar seus trabalhos e se sentir motivados a continuar escrevendo. “A Revista Cruvia-na é um projeto sem fins lucrativos, as pessoas escrevem para ela e são subme-tidas a um conselho editorial, como acon-tece nos periódicos acadêmicos”, explica José, destacando ainda que o projeto pos-sui registro na biblioteca nacional.

O DESAFIO DO PAPELEm formato impresso, a Cruviana

deve ganhar mais espaço. Com o trabalho gráfico do arte-designer Augusto Paiva e apoio da editora Sarau das Letras, o projeto saiu enxuto e bem delineado. Com 26 contos de diversos autores do Brasil, Argentina e Portugal, o projeto manteve o seu ritmo e a proposta inicial. “Nesta edição, nós temos escritores ini-ciantes no mesmo espaço que temos Leontino Filho, Walter Moreira Santos, Gildemar e tantos outros”, enaltece. Em-bora tenha sido impressa, Paiva diz que o leitor pode acessar a edição, em forma de revista, através do site www.revista-cruviana.blogstpot.com.

A versão impressa foi uma aposta perigosa. Segundo José de Paiva, o pro-jeto só foi possível graças ao apoio dos autores e da Prefeitura de Mossoró. “Co-mo o projeto é sem fins lucrativos, tra-balhamos com o objetivo único de divul-gar o projeto e a nova literatura e, claro, de pagar os custos”, disse o jornalista, que destinará quase metade dos livros publicados às escolas municipais de Mos-soró. “Quero que as escolas da minha cidade conheçam o nosso projeto para ver se, quem sabe, descobrimos outros autores com outras boas ideias”, com-plementou. Segundo ele, outra parte da obra será destinada aos professores do município de Jardim de Piranhas, muni-cípio que se interessou pelo projeto. “Também deixarei alguns livros nas bi-bliotecas de Apodi, que é a cidade de onde venho”, destacou.

LANÇAMENTOSDe acordo com o organizador, as opor-

tunidades para o lançamento da revista foram acontecendo naturalmente, assim como foi o próprio projeto. “É muito bom ver que as pessoas se interessam por esse projeto. Espero que, a partir do impresso, consigamos mais escritores interessados em colaborar com contos ou imagens para as edições futuras da Cruviana”, relatou Paiva, informando que a próxima edição sai, de forma virtual, até o final de janei-ro. “O projeto virtual é semestral, então a proposta é que saia com período de janeiro a junho, quando lançamos outra edição. A próxima impressa só sairá jun-to com a 10.ª edição virtual”, explicou.

# Lançamento22 de outubroPau dos Ferros / Auditório do Cameam

26 de outubroMossoró / Cafezal, no Memorial da Resistência

8 de novembroNatal / Livraria Nobel da Av. Salgado Filho

)) Jornalista José de Paiva Rebouças lança o livro Cruviana

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De capitão à

viela Para os mossoroenses de hoje, Delmiro Rocha é

apenas um beco perdido no emaranhado de ruas da região leste da cidade, mas, no passado, ele foi um

dos homens mais ricos e importantes do Rio Grande do Norte que deixou um legado humano inigualável

A Delmiro Rocha é uma ruazinha perdida entre a Avenida Presidente Dutra e a Rua Francisco Mota. Um bequinho que,

para ter acesso, é preciso pegar a Rua Dr. Pedro Ciarlini, a Rua Delfino Leite e ter bastante cuida-do para não cruzá-lo e sair na Rua da Harmonia, outro trecho que se bifurca com o estreito logra-douro. As pessoas que passam por lá, ou mesmo os seus moradores, não sabem nada sobre o no-me da rua. Nem a senhora que passa apressada, o estudante de 14 anos que olha curioso no por-tãozinho da casa da avó ou mesmo os boêmios que se embriagam em uma de suas esquinas.

Porém, se voltarmos no tempo, vamos descobrir que a pequena rua não faz jus ao seu patrono, que no passado foi um dos homens mais importantes e poderosos de Mossoró.

A vida do comerciante e político Delmiro Ro-cha é o tema do 14.º livro do escritor e pesquisa-dor Misherlany Gouthier, em parceria com o bio-químico Fernando Diniz Rocha, neto de Delmiro. O trabalho, que foi lançado neste final de semana e traz à tona a história de um homem forte e que enfrentou o cangaço, ajudou no desenvolvimen-to de Mossoró e que ainda o faz através de seus herdeiros de sangue.

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história

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história

Delmiro Alves da Rocha Maia nasceu em Catolé do Rocha (PB), em 1859. Inclusive, o nome da ci-dade é uma homenagem ao nome de sua família, que também teve grande participação política no ser-tão paraibano. A sua vinda para o Rio Grande do Norte se deu justa-mente devido à política. Filiado ao Partido Liberal, na época do bipar-tidarismo, teve de bater de frente com os Conservadores, chegando a ser obrigado a empunhar armas contra o cangaceiro Jesuíno Bri-lhante em 1874, quando o cangacei-ro potiguar filho de Patu invadiu a cidade de Pombal. Depois desse con-fronto, que não feriu nenhum dos dois combatentes, sua situação pi-rou, obrigando-o a buscar novos ca-minhos.

Contraparente do velho Jerônimo Rosado, patriarca da família Rosado, Delmiro Rocha veio procurar abrigo em Mossoró, entrando logo para o ci-clo de “amizades gratas”, o que o dei-xou confortável para montar um gran-de comércio de variedades, fazer gran-des investimentos em prédios, resi-dências e, posteriormente, se tornar um político concorrido, chegando ao cargo de intendente, equivalente a um verea-dor de hoje. Chegou a exercer dois man-datos. Foi dele também a fazenda Gui-lhermina, que depois ficou conhecida como fazenda São João, hoje assenta-mento Nova Esperança.

Os sobrenomes Alves e Maia presen-tes no nome de Delmiro são, segundo Misherlany Gouthier, os mesmos do atu-al senador José Agripino Maia, mas fo-ram seus filhos e netos que mantiveram viva a memória e a força do nome da família. Delmiro casou-se em 1888, com a paraibana Paulina Diniz Oliveira, com

quem teve 16 filhos. O autor não sabe informar se algum nasceu aqui, mas ga-rante que todos estudaram em Mossoró. Entre eles, destacaram-se o médico Ja-núncio Rocha e o vereador, ex-deputado e procurador da Justiça Thiers Rocha. Entre os netos, figuram o coautor de sua biografia, Fernando Diniz Rocha, a em-presária Maria de Fátima Rocha Diniz, dona do Tempero Regina, e Nevaldo Ro-cha, dono das lojas Riachuelo. Nevaldo foi citado pela revista Forbes como um dos 100 homens mais ricos do Brasil.

O homem que deixou tanta história morreu em 1926, um ano antes da inva-

são do bando de Lampião a Mosso-ró. Era tão importante à época que o jornal O Mossoroense divulgou que havia morrido o “capitão Del-miro Golveia”. Contudo, o comer-ciante caiu no esquecimento da massa no município que ajudou a construir e hoje se tornou apenas o nome de uma viela de pouca im-portância para a geografia da ci-dade. O livro que tem o seu nome é uma tentativa de Misherlany Gouthier e de sua família de ten-tar deixar viva a memória do pa-triarca dos Alves e Maias de Mos-soró.

Misherlany Gouthier traba-lhou durante quatro anos para concluir o livro que conta a tra-jetória do empresário Delmiro Rocha, isso porque contou com todo o apoio e parceria do bio-químico Fernando Diniz Rocha.

A obra traz ainda um acervo de 100 fo-tografias do comerciante e seus bens, a genealogia da família e verbetes biográ-ficos falando de outros membros da fa-mília. O lançamento do trabalho aconte-ceu na sexta-feira, 18, às 19h, na Biblio-teca Ney Pontes Duarte, e teve o apoio da Academia Maçônica de Letras.

)) Delmiro Rocha foi um dos mais importantes comerciantes de Mossoró no final do século 19 e início do século 20

)) Misherlany Gouthier é um dos autores do livro

!Delmiro casou-se em 1888, com

a paraibana Paulina Diniz Oliveira,

com quem teve 16 filhos. Entre

os seus netos está Nevaldo Rocha,

dono das lojas Riachuelo

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sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

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O fim de ano e a proximidade das festas natalinas na economia não significam somente um au-mento dos gastos no comércio. Para quem quer

garantir uma renda extra, a época é ideal para conseguir um trabalho temporário. Segundo estimativas de asso-ciações e empresas, serão pelo menos 155 mil vagas temporárias, uma ótima oportunidade para mostrar as competências e, ao final do período, conseguir o alme-jado emprego efetivo. O trabalho temporário atende a uma necessidade especial de sazonalidade ou substitui pessoas que estão afastadas. Das 155 mil vagas, estima-se que 15% devem se tornar efetivas. As remunerações médias das vagas temporárias variam de acordo com cada setor, sendo em média: R$ 770,00 no comércio e R$ 950,00 na indústria. Há vagas que são características da época, como a de Papai Noel. Mas se você conseguir um emprego que tem chances de se tornar efetivo acom-panhe abaixo 10 dicas para agarrar a oportunidade.

1. Encarar como algo duradouro – O contratado não pode se prender ao fato de o contrato de trabalho ter validade curta. É indicado que a pessoa haja como se fosse um contrato de experiência, no qual a empresa está avaliando seu trabalho. A primeira dica é se considerar efetivo desde o primeiro dia.

2. Mostrar resultados – Assim como você, outras pessoas estarão trabalhando e sendo avaliadas pela empresa. Por isso, o importante é mostrar que seu trabalho faz a diferença. Cumprir metas de vendas ou de produção é um bom começo para indicar para a companhia sua capacidade de cumprir com a obrigação. A organização precisa perceber o quanto o trabalhador agrega a ela.

3. Cumprir prazos – Uma característica desta época do ano é o aumento expressivo das encomendas à indústria. Para potencializar as chances de contratação também é necessário demonstrar que os prazos podem ser cumpridos.

4. Ser ágil - Além da indústria, o volume de vendas também aumenta significativamente. É essencial, portanto, que se o emprego temporário for na área de comércio, seja no varejo de roupas, supermercados ou restaurantes, o

10 dicas para se efetivar em um emprego temporário

empregado seja muito ágil para vender o máximo possível e também deixar o cliente satisfeito.

5. Ter flexibilidade – Como se trata de um período de experiência, vale lembrar que é importante mostrar que realmente deseja ser contratado e que é possível se adaptar a mudanças. Alterações no horário, tarefas, responsabilidades, pessoas com as quais vai trabalhar são imprevistos que podem ocorrer e para os quais o trabalhador deve estar preparado.

6. Pontualidade – A flexibilidade, no entanto, não deve ser estendida aos horários que foram previamente combinados com a empresa. Ser pontual no horário de entrada, intervalos e refeições é essencial.

7. Trabalhar em equipe – O empregado não pode esquecer que um bom trabalho depende de um bom relacionamento. Além de mostrar educação com outros funcionários e clientes, demonstrar capacidade de trabalhar em equipe e respeito pelos superiores são sugestões dos especialistas.

8. Vestir certo – Cada ambiente exige um tipo de traje. Cabe ao contratado temporário observar outros funcionários para saber qual é o tipo de roupa ideal. Há, por exemplo, vagas em comércios mais populares e lojas que atendem classes mais altas e que por isso exigem roupas sociais.

9. Procurar algo na área – As chances de contratação aumentam expressivamente se o emprego temporário estiver relacionado com algum trabalho no qual a pessoa já possua experiência ou algum curso na área.

10. Investir na carreira – Como para boa parte dos contratados temporários, a oportunidade é o primeiro emprego, muitos não possuem experiência nem cursos. Com o ganho deste fim de ano, se o interesse for continuar na mesma área, o dinheiro pode ser utilizado para fazer algum curso. Mesmo que não haja efetivação, o emprego temporário serve como um histórico que a pessoa deixará na empresa. Se preparar para futuras oportunidades, portanto, é a sugestão.

Resumindo – Comprometimento, responsabilidade e saber trabalhar sob pressão, são quesitos muito importantes aos interessados em conquistar um novo emprego. Lembrando que as vagas de emprego nos finais de ano costumam ser bastante concorridas e por isso possuir esses quesitos pode ajudar a conseguir uma vaga. As vagas temporárias são ótimas oportunidades para que possamos conseguir um bom emprego, mas devemos lembrar que às vezes não é possível se efetivar no cargo. No entanto, o trabalho serve como experiência para que você possa conseguir outro emprego futuramente.

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DAVI MOURA

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adoro comer

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Creme de avelã Diet da Mundo Verde

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Pra quem for viajar pro RJ

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Nossa nutricionista querida casou! O evento foi no último sábado, no Salão Cristal do Garbos Recepções e Eventos. Em um evento lindo, pequeno e requin-tado, Kaline Melo uniu-se em matrimônio com o advogado Rodolfo Barbosa. Já conheço os dois desde que o AdoroComer.com era um blog bem tímido e fiquei muito feliz em ver o resultado da união! A festa foi de extremo bom gosto e requinte, tudo isso transmitido desde a entrada até a atenção dos gar-çons em te servir. Fiquei nos espumantes de início, mas ainda existiam whiskys e um barzinho com caipifrutas e coquetéis, por sinal, muito bem feitos. Ponto positivo para a educação do pessoal da festa: não se via tumulto em nenhum momento, seja para pegar os frios, seja para tomar uns bons drinks. Co-mo se tratava do casamento de uma nutricionista, não poderiam faltar opções saudáveis, como a saladinha de grãos com molho de iogurte. Destaque para os sucos funcionais de vários sabores, como maracujá com couve e abacaxi com hortelã. Amei!

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Pra começar, vamos desmistificar algumas coisas. Produtos com alguma característica especial (como os diets) têm algum teor reduzido, no caso, o açúcar. Então se você está em uma dieta de perda de peso ou redução de medidas, não pode abusar disso aqui. Ele não é light, ele é diet. E mesmo que fosse, o negócio é comer com controle. O potinho tem 150g, 14% de avelã, é fonte de cálcio, alto teor de fibras, 0% de colesterol e de gordura trans. Produtos diet, pra quem está acostumado a consumir açúcar, geralmente tem um gostinho “sem graça”, o que não acontece com esse produto aqui. Você JURA que está comendo Nu-tella de verdade. A textura, o cheiro, o sabor, é tudo muito parecido. Experimentei mais quente, derretido, e mais geladinho, mais sólido e ele fica bom de todo jeito. Indico o consumo com bolachinhas light e inte-grais, pois a combinação é show de bola! Visite hoje a Mundo Verde, lá no Mossoró West Shopping. Converse com Dayane, a nutricionista, que ela vai te explicar melhor os detalhes. Indico!

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Pensando nos cariocas que desejam conhecer mais da harmonização do vinho, inclusive em estações quent-es, o restaurante A Propósito Food Service oferecerá uma Degustação e Harmonização de Vinhos, no dia 24 de outubro, às 20h. O cardápio inspirador une elemen-tos da cozinha italiana, francesa e inglesa, conheça:1. Sanduíche de pastrami, queijo gruyère, pasta de gorgonzola com nozes no pão australiano harmoni-zado com Alamos Malbec; 2. Foccacia de calabresa com ervas harmonizado com Carmem Cabernet Sau-vignon; 3. Bruschetta de parma, mussarela de bú-fala e rúcula harmonizado com Carmem Rosé; 4. Cupcake de limão harmonizado com Gran Feudo Ro-sado. Confira o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/454787697972938

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adoro comer adoro comer adoro comer adoro comer

Alcachofra com bacalhau

INGREDIENTES MODO DE FAZER

• Cozinhe o fundo de alcachofra em água e sal e reserve;• Coloque o azeite em uma frigideira e, em seguida, a cebola. Re-fogue;• Acrescente o bacalhau o sal a pimenta e a salsinha. Refogue durante alguns instantes;• Recheie o fundo da alcachofra com o bacalhau, regue com azeite e leve ao forno pré-aquecido à 200ºC por 15 minutos ou até ficarem douradas;• Em um prato coloque a alcachofra e regue com um pouco de manteiga de coentro. Sirva em seguida.

• 06 fundos de alcachofra• 400g de bacalhau em lascas dessalgado• 01 cebola roxa em cubos pequenos• Sal a gosto• Pimenta do reino branca• Azeite• Salsinha• Manteiga de coentro (100g de manteiga com sal e um punhado de coentro picado, leve ao fogo baixo ate que aqueça a manteiga sem deixar ferver, retire do fogo e está pronta)

Receito do chef Paulo Rabello do Espaço Gastronômico Paulo Rabello

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