resumo processo civil iii - 06-03-09

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1 DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - (fase do processo de conhecimento que materializa direito proferido na sentença). É um procedimento especifico do processo de conhecimento que tem por finalidade institucional a realização concreta do direito materializado em obrigação pecuniária gerada por uma sentença. A sentença que resolve o mérito cria um título executivo. Pode ser operacionalizada a parte do trânsito em julgado ou provisoriamente. É uma fase do processo de conhecimento onde tem como objetivo a realização concreta do direito subjacente, visa à satisfação concreta de uma prestação pecuniária. A sentença é ato judicial de conteúdo decisório tem função de esgotar a pretensão ou resistência cognitiva. Todas as sentenças passaram a um regime único de cumprimento e nenhuma delas dependerá mais de ação executiva separada para ser posta em execução, no sistema atual não há mais distinção entre as sentenças condenatórias. Todos se realizam por meio de mandado expedido após sua prolação, na mesma relação processual em que se formou a sentença. Ação autônoma de execução somente existira para títulos extrajudiciais. A regra é que a execução de sentença compete ao juízo da causa, entende aquele que aprecia em 1ª ou única instância seja JUIZ singular “juízo da causa” é o órgão judicial perante o tribunal. É, igualmente, funcional e por isso absoluta e o qual se forma a relação processual no improrrogável a competência para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Todas as obrigações estão sujeitas ao cumprimento de sentença, mas o procedimento é diferente. REGRAS DISCIPLINADORAS DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - Há sentenças que traz em si toda carga eficácia esperada do provimento jurisdicional. Dispensam, portanto, atos ulteriores para satisfazer a pretensão deduzida pela parte em juízo (sentenças declaratórias e constitutivas). Há, contudo aquelas que diante da violação de direito cometida por uma parte contra a outra, não se limitam a definir a situação jurídica existente entre elas e determinam também a prestação a ser cumprida em favor do titular do direito subjetivo ofendido. Estas últimas são as condenatórias. Para passar à execução do comando sentencial é indispensável que a condenação corresponda a uma obrigação certa, liquida e exigível Por isso se a sentença ao acolher pedido genérico, não define o valor definido, terá que completá-la pelo processo de liquidação. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA POR QUANTIA CERTA - Noção de obrigação por quantia certa. Obrigação por quantia certa é aquela que se cumpre por meio de doação de uma soma de dinheiro. O debito pode provir de obrigação originariamente contraída em torno de uma dívida de dinheiro, ou pode resultar da conversão de obrigação de outra natureza no equivalente econômico. LIMITES DA SENTENÇA – Materiais- (pedido) não pode ser ultra, citra ou extrapetita. Formais - fundamentação jurídica, relatório e dispositivo.

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DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - (fase do processo de conhecimento que materializa direito proferido na sentença). É um procedimento especifico do processo de conhecimento que tem por finalidade institucional a realização concreta do direito materializado em obrigação pecuniária gerada por uma sentença. A sentença que resolve o mérito cria um título executivo. Pode ser operacionalizada a parte do trânsito em julgado ou provisoriamente. É uma fase do processo de conhecimento onde tem como objetivo a realização concreta do direito subjacente, visa à satisfação concreta de uma prestação pecuniária. A sentença é ato judicial de conteúdo decisório tem função de esgotar a pretensão ou resistência cognitiva. Todas as sentenças passaram a um regime único de cumprimento e nenhuma delas dependerá mais de ação executiva separada para ser posta em execução, no sistema atual não há mais distinção entre as sentenças condenatórias. Todos se realizam por meio de mandado expedido após sua prolação, na mesma relação processual em que se formou a sentença. Ação autônoma de execução somente existira para títulos extrajudiciais. A regra é que a execução de sentença compete ao juízo da causa, entende aquele que aprecia em 1ª ou única instância seja JUIZ singular “juízo da causa” é o órgão judicial perante o tribunal. É, igualmente, funcional e por isso absoluta e o qual se forma a relação processual no improrrogável a competência para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Todas as obrigações estão sujeitas ao cumprimento de sentença, mas o procedimento é diferente.

REGRAS DISCIPLINADORAS DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - Há sentenças que traz em si toda carga eficácia esperada do provimento jurisdicional. Dispensam, portanto, atos ulteriores para satisfazer a pretensão deduzida pela parte em juízo (sentenças declaratórias e constitutivas). Há, contudo aquelas que diante da violação de direito cometida por uma parte contra a outra, não se limitam a definir a situação jurídica existente entre elas e determinam também a prestação a ser cumprida em favor do titular do direito subjetivo ofendido. Estas últimas são as condenatórias. Para passar à execução do comando sentencial é indispensável que a condenação corresponda a uma obrigação certa, liquida e exigível Por isso se a sentença ao acolher pedido genérico, não define o valor definido, terá que completá-la pelo processo de liquidação.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA POR QUANTIA CERTA - Noção de obrigação por quantia certa. Obrigação por quantia certa é aquela que se cumpre por meio de doação de uma soma de dinheiro. O debito pode provir de obrigação originariamente contraída em torno de uma dívida de dinheiro, ou pode resultar da conversão de obrigação de outra natureza no equivalente econômico. LIMITES DA SENTENÇA – Materiais- (pedido) não pode ser ultra, citra ou extrapetita.

Formais - fundamentação jurídica, relatório e dispositivo.

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM SENTENÇA - O Juiz para satisfazer o credor de quantia certa, após a condenação terá de obter a transformação de bens do devedor em dinheiro, para em seguida, utilizá-lo no pagamento forçado da prestação adimplida. É essa expropriação que o artigo 475 I chama de execução. Não se trata, obviamente de conservar a ação de execução de sentença, mas apenas de utilizar os meios processuais executivos necessários para consumar o fim visado pelo cumprimento da sentença, em face do objeto especifico da dívida.O procedimento da execução por quantia certa consiste numa atividade jurisdicional expropriatória. A justiça se apropria de bens do patrimônio do devedor e os transforma em dinheiro, para afinal dar satisfação ao credito do exeqüente. Por força de a própria sentença condenatória dar se- á expedição, após o transcurso do prazo de pagamento voluntário, do mandado de penhora e avaliação dos bens necessários a satisfação do direito do credor.Caberá ao credor requerer a medida em simples petição formulada no processo em que a condenação foi proferida, a qual será instruída com demonstrativo do debito atualizado, não se trata de petição inicial, mais um mero requerimento sem maiores solenidades ou exigências. Basta que o credor requeira singularmente a expedição do mandado executivo.

MULTA LEGAL - Tem natureza de clausula penal pelo inadimplemento. O montante da condenação será acrescido de multa de 10%, sempre que o devedor não proceder ao pagamento voluntário nos 15 dias subseqüentes à sentença, que fixa o valor da dívida (isto é a sentença condenatória liquida ou sentença de liquidação da condenação genérica).Havendo pagamento parcial no referido prazo, a multa do art.475 J, incidira sobre o saldo remanescente, para evitar a multa, tem o devedor que tomar iniciativa de cumprir a condenação no prazo legal, que flui partir do momento em que a sentença se torna exeqüível em caráter definitivo (intimação da publicação da sentença). A multa em questão é própria da execução definitiva pelo que pressupõe sentença transitada em julgado. Durante o recurso sem efeito suspensivo, é possível a execução provisória, como faculdade do credor, mais inexiste ainda a obrigação de cumprir espontaneamente a condenação para o devedor, por isso não pode penalizá-lo com multa pelo atraso naquele cumprimento. Dessa maneira, há na própria sistemática do direito processual uma inviabilidade de punir-se o devedor por não cumprir a sentença contra a qual interpôs regular recurso.A execução provisória é mera faculdade do credor que haverá de aceita-la, segundo suas conveniências pessoais e sempre por sua conta e risco.A função da multa é de mera remuneração moratória, outro aspecto é o seu caráter de acessório do credito exeqüente. Isto quer dizer que podendo dispor do principal no todo ou em partes pode o credor não exigir a multa e optar por executar apenas o valor simples da condenação. Trata-se de valor patrimonial disponível, razão pela qual não pode o

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Juiz executá-lo sem que a respectiva pretensão tenha sido exercida em Juízo pelo titular do credito, se o credor não inclui a multa em seu requerimento executivo, não foi ela incluída no objeto da execução por quem de direito. A penhora e a expropriação do bem penhorado cobrirão apenas o valor do credito arrolado pelo exeqüente.O cumprimento da sentença não se instaura como uma nova ação que exige citação ou intimação do devedor é as penas a continuidade do processo que a sentença condenatória não teve condão de encerrar, publicada e intimada à sentença, seus efeitos se projetam sobre a continuidade dos atos que lhe seguem. O prazo do cumprimento, portanto não decorre de uma nova instância. E conseqüência da normal intimação do julgado.

REQUERIMENTO DO CREDOR - Embora não dependa a execução de instauração de uma nova ação, o mandado de cumprimento da sentença condenatória, nos casos de quantia certa, não será expedido sem que o credor o requeira. É que lhe compete preparar a atividade executiva com a competente memória de calculo, com base na qual o devedor realizara o pagamento, e o órgão executivo prece dera, a falta do adimplemento a penhora dos bens a expropriar. Caso o credor não requeira a execução no prazo de seis meses contados da sentença exeqüível, o Juiz mandara arquivar os autos.

PROCEDIMENTO EXECUTIVO - O prazo para cumprimento voluntário independe de citação ou intimação do devedor. A própria sentença (de condenação ou liquidação) implica a abertura dos 15 dias legais para o pagamento do valor da condenação. Naturalmente, se ocorrer interposição de recurso com efeito suspensivo o prazo deixa de fluir. Somente depois de substituída a decisão recorrida pela que for proferida, pelo órgão recursal é que correrão os 15 dias previstos pelo art.475-J. Passado “in albis” o prazo de pagamento sem que o devedor o tenha realizado, o credor requererá, em petição simples, a expedição do mandado de cumprimento forçado da condenação, que se destinara a penhora e avaliar os bens a serem expropriados para satisfação do credito constante da sentença.

EXECUÇÃO PROVISORIA E DEFINITIVA - A execução pode ser definitiva ou provisória. Execução definitiva é aquela em que o credor tem sua situação reconhecida de modo imutável, decorrente da própria natureza do título em que se funda a execução. Baseia-se em título extrajudicial ou em sentença transitada em julgado. E a regra geral da execução forçada.Execução provisória, que em regra só pode ocorrer em casos de títulos executivos judiciais e que tem caráter excepcional, é a que se passa, nas hipóteses previstas em lei quando a situação do credor é passível de ulteriores modificações, pela razão de que a sentença que reconheceu seu credito não se tornou ainda definitiva, dada a inexistência de res judicata. Provisória, em suma, é a execução da sentença impugnada por meio de recurso pendente recebido só no efeito devolutivo.

FUNDAMENTOS DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Em regra a execução baseia-se na perfeição do título e no seu caráter definitivo. A sentença para ser executada deve ter transitado em julgado, fato que ocorre quando não seja mais admissível a interposição de recurso ordinário ou extraordinário. A lei, no entanto, abre exceções, porque leva em conta a distinção que se pode fazer entre eficácia e imutabilidade da sentença. Assim em certas circunstâncias confere eficácia a determinadas decisões, mesmo antes de se tornarem imutáveis. É o que se passa quando o recurso interposto é recebido apenas no efeito devolutivo. São questões de ordem prática que levam o legislador a tal orientação, já que em algumas ocasiões, seria mais prejudicial o retardamento da execução do que o risco de se alterar o conteúdo da sentença. No CPC, três são os recursos que excepcionalmente, podem ter efeito apenas devolutivo, e por isso ensejam execução provisória na sua pendência apelação, recurso especial e recurso extraordinário em todos os casos. O agravo de instrumento, limitado a questões incidentes solucionadas em decisão interlocutória, é de natureza especial e não obsta ao andamento do processo. Todos os demais recursos suspendem a eficácia dos julgados, por eles atingidos e impedem a execução, seja provisória ou definitiva.

NORMAS BÁSICAS DA EXECUÇÃO PROVISÓRIAI) A execução provisória corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, se a sentença vier a ser

reformada, estará ele obrigado a reparar os prejuízos que o executado houver sofrido. A forma mais completa de ressarcimento é a restituição dos bens e valores expropriados executivamente, mais os prejuízos ocorridos pela privação deles durante o tempo em que prevaleceu o efeito da execução provisória. Em face do grave risco que a execução provisória pode representar para o exeqüente, não pode ser instaurada de prejuizoslo Juiz, dependerá sempre do requerimento da parte.

II) A execução provisória, fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior . A provisoriedade se passa entre as partes do processo e não atinge 3° que legitimamente tenham adquirido a propriedade dos bens executivos.

III) No caso de levantamento de deposito em dinheiro e de pratica de atos que importem alienação de propriedade sobre os bens exeqüendos, a execução provisória só se ultimará mediante caução idônea e suficiente.A coerção, que pode ser real ou fidejussória, tem de ser idônea, isto é, há de representar, para o devedor, o afastamento do risco de prejuízo na eventualidade de ser cassado ou reformado o título executivo judicial que sustenta a execução provisória. A execução provisória deve ter existência de garantia adequada para

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recompor todo possível prejuízo que o executado, se porventura caísse o título judicial, no todo ou em parte no julgamento de recurso ainda pendente.

IV) As prestações de natureza alimentar ou decorrentes de ato ilícito podem ser executados provisoriamente com dispensa de caução em 2 hipóteses: o valor não ultrapassa o limite de 60 salários e o exeqüente está em estado de necessidade.

V) Ocorrendo modificação ou anulação apenas parcial da sentença, a execução provisória ficara sem efeito tão-somente na parte afetada pelo acolhimento do recurso.Confirmada a sentença em grau de recurso, a execução provisória transmuda-se automaticamente em definitiva.

INCIDENTES DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA - Antes do levantamento do deposito de dinheiro ou da realização de ato executivo que importe alienação de domínio, e de qualquer ato que possa acarretar grave dano para o executado, terá o exeqüente que oferecer ao juízo caução idônea. Formulara a pretensão em petição avulsa dentro dos próprios autos da execução, instruindo -a com os documentos necessários à prova de idoneidade da garantia oferecida. Ouvido o executado decidia de plano, acolhendo ou rejeitando o requerimento do exeqüente. O caso é de decisão interlocutória, recorrível por agravo.O 2° incidente acontece quando durante a execução provisória, ou finda esta a sentença condenatória é anulada ou reformada pelo acórdão que solucionado o recurso contra ela manifestado. Terá o credor de reparar todos os prejuízos que a execução levou ao executado. Também ali não se exige a instauração de um processo a parte. A liquidação se processará no bojo dos altos da execução provisória, seguindo o procedimento que se adapta as peculiaridades do feito.

PROCESSAMENTO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA - O procedimento da execução provisória é o mesmo da execução definitiva, como deve entretanto correr apartada, reclama a formação de autos próprios, o que se fará utilizando cópias extraídas dos principais, por iniciativa do exeqüente.

EXECUÇÃO PROVISÓRIA POR QUANTIA CERTA - A multa de 10%, no caso de cumprimento de sentença por obrigação de quantia certa, na execução provisória não tem pertinência , uma vez que o sujeito não se encontra no cumprimento definitivo. Em se tratando de execução manejável por conta e risco do credor, em condições de precariedade, não se pode entrever falta ou mora do devedor por não dar imediato cumprimento a sentença. O cumprimento da sentença se baseia na execução do objeto que deve ser liquido.O Juiz proferindo sentença liquida, o cumprimento da sentença fica sobrestado (paralisado)

TITULO JUDICIAL ILIQUIDO - A liquidação de sentença constitui-se por procedimento próprio para tornar uma sentença liquida (certa quanto ao objeto e determinado quanto ao valor). Deve-se realizar antes do cumprimento da sentença.OBS: um genérico gera uma sentença liquida (não tem valor).

SENTENÇA ILÍQUIDA - As sentenças condenatórias , embora sejam as que tipicamente ensejam a execução nem sempre o fazem imediatamente. Se sempre declaram a certeza do credito do vencedor, nem sempre são precisas quanto ao valor da divida ou a individuação do objeto da prestação. As vezes ficam apenas no campo da generalidade, sem descer a espécie do bem da vida a ser prestado. Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação ou não lhe individua o objeto, essa condição é incompatível com a índole do processo executivo que pressupõe sempre a lastreá-lo um titulo representativo de obrigação certa, liquida e exigível. A atividade própria da execução, não é a índole contraditória, não se presta a acertamento ou definição, mais apenas a realização pratica de uma satisfação jurídicas cuja certeza e legitimidade já se encontram demonstradas no titulo executivo. Como o juiz não vai julgar apenas realizar o conteúdo do titulo é imprescindível que o conteúdo seja liquido, ou seja, determinado especificamente quanto à quantidade á coisa ou fatos devidos. Daí a necessidade de recorrer o credor a previa liquidação sempre a sentença não determine o valor devido. É que sem identificação exata da quantia devida pelo condenado, a sentença ainda não produziu exigibilidade da prestação para o vencedor e, portanto o titulo executivo, embora dotado de certeza ainda se acha incompleto, por carecer de liqüidez, requisito que lhe será agregado por nova decisão no procedimento liquida tório.No procedimento sumario a condenação pecuniária não pode ser ilíqüida. Compete ao Juiz proferir sempre condenação de valor determinado, valor que será definido segundo a prova disponível ou mesmo imprecisa , dita prova, caberá ao Juiz fixá-la a seu prudente critério.

NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - Os atos de cumprimento de sentença deixaram de ser objeto de ação separada também os atos de liquidação passaram a condição de simples incidente complementar da sentença condenatória genérica. A definição do “quantum deberatur” transmudar-se em simples decisão interlocutória de caráter complementar e com função integrativa. O decisório de liquidação simplesmente agrega o elemento faltante a sentença, isto é, o “quantum deberatur” a ser pago na função do debito já reconhecido no julgado ilíquido. Embora

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sob forma de decisão interlocutória, o tema enfrentado integra questão genericamente de mérito, por versar sobre um dos elementos da lide, não deixava portanto de produzir a coisa julgada material.

LIMITES DA LIQUIDAÇÃO - A decisão de liquidação é um simples complemento da sentença de condenação. Sua função é apenas de gerar uma decisão declaratória do “quantum deberatur”, que na espécie já s contem na sentença genérica, e que é proferida em complementação desta. Não se deve perder de vista o conceito que o Código faz de sentença considerando-a solenemente como portadora da força da lei nos limites da lide e das questões decididas e tornando-a imutável e indiscutível após o transito em julgado.

LIQUIDAÇÃO POR INICIATIVA DO VENCIDO - O devedor tem não apenas o dever de cumprir a obrigação, mais também o debito de liberar-se da obrigação, assim o Código reconhece a legitimidade tanto ao vencedor como o vencido para promover a execução da sentença. Sendo a liquidação um processo preparatório da execução e também um meio de propiciar ao devedor a solução de sua obrigação, se o credor permanecer inerte após a sentença condenatória, não se pode recusar ao devedor a faculdade de tomar a iniciativa de propor a liquidação, assumindo posição ativa no processo. O direito de liquidar a sentença cabe tanto ao credor como ao devedor.

RECURSO - O decisório que julga o incidente da liquidação, em qualquer de suas formas passou a ser decisão interlocutória, cuja impugnação recursal verá de ser feita por agravo de instrumento. Tal recurso é desprovido de efeito suspensivo, de sorte a não impedir os atos subseqüentes de cumprimento de sentença ilíquida. Também das questões incidentemente decididas no curso da liquidação, o recurso cabível será agravo de instrumento, não havendo que se cogitar do agravo retido, pois não há no procedimento liquidatário uma sentença posterior sujeita a apelação, o que priva de toda utilidade a forma retida do recurso.

LIQUIDAÇÃO FRUSTRADA - Quando o promovente não fornece os elementos necessários à apuração de quantum debeatur ou promove a liquidação por meio adequado, o processo fica frustrado, por não alcançar seu objetivo, que é a definição precisa do objeto da condenação.No caso não ocorre improcedência do pedido, mas sim extinção do processo sem julgamento do mérito, que será reconhecido por sentença. Esse julgamento acarretará o ônus das custas para o credor, mas não impediria que ele propusesse nova liquidação, porque não haverá coisa julgada material.

PROCEDIMENTOS POSSÍVEIS - O processamento da liquidação faz-se, ordinariamente, nos próprios autos da ação condenatória. Quando couber a execução provisória, liquida-se a sentença em autos apartados, formados com cópias das ecas processuais pertinentes.O procedimento da liquidação de sentença variará conforme a natureza das operações necessárias pata fixação do quantum debeatur. A liquidação não se dá mais por meio de nova relação processual resume-se a simples incidente do processo em que houve a condenação genérica. (Quando a sentença não transita em julgado – sentença provisória- e ainda está ilíquida, ela pode ser executada. A liquidação de sentença provisória será feita ao juízo ad quo e não perante o tribunal, cabe ao credor extrair cópias dos autos e pedira a liquidação ao juiz ad quo).

LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULO - (A própria sentença traz a equação que só precisa ser operacionalizada)Operacionalização de equação aritmética previamente concebida. O próprio credor elabora um demonstrativo do montante da dívida na data da instauração da execução, desde, é claro, que toda se faça mediante simples cálculo aritmético.O requerimento cumprimento da sentença será instruído com “a memória discriminada e atualizada do cálculo”. Se o executo não aceitar o cálculo do credor, terá de impugná-lo com o fundamento em excesso de execução. Sendo material o erro ocorrido poderá ser corrigido a qualquer tempo.Como a lei determina o prazo de 15(quinze) dias, para que o devedor cumprir a prestação a que foi condenado. Cabe a ele também a elaboração de cálculos, se o credor não diligenciá-la antes do referido termo. (O credor faz os cálculos entrega para o juiz na data, corrigido).

LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO - (Procedimento a ser realizado apenas por um perito competente se dá a partir da elaboração de laudos periciais que sejam condizentes).Determinado pela sentença ou convencionado pelas partes. Depende de laudo técnico elaborado por perito competente. (O dispositivo da sentença deve necessitar de esclarecimentos científicos).

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Quando a própria sentença determina que a liquidação se faça por arbitramento, a questão é simples e nada mais resta ao credor senão cumprir o julgado. (Exigir a natureza do objeto da obrigação).A convenção das partes pode decorrer de cláusula contratual anterior a sentença ou de transação posterior ao decisório. Quando existirem nos autos todos os elementos necessários para que os peritos declarem o valor do débito, o caso é de arbitramento. Aqui se necessita de conhecimentos técnicos dos árbitros para estimar-se o montante da condenação enquanto na liquidação por cálculo ocorrem apenas operações aritméticas.O procedimento segue as normas gerais da prova pericial. Intimado o devedor, o juiz nomeará o perito, marcando desde logo o prazo para a entrega do laudo. Diante do pronunciamento dos interessados, o juiz poderá tomar uma das decisões:

1. Proferir decisão, declarando o valor da condenação ou individuando o objeto;2. Designar audiência de instrução e julgamento, não pode fazer outras provas, mas sim

esclarecimentos do perito e assistente.(A pericia não tem como finalidade rediscutir o objeto da ação, visa discutir o objeto da liquidação, o valor que será atribuído). (O juiz percebendo que a sentença proferida é ilíquida já pode nomear perito).

LIQUIDAÇÃO POR ARTIGO - Necessidade do quantum debeatur decorrer da produção de provas sobre fatos novas referentes à detenção do valor.Tem como objetivo tomar o objetivo da S. determinado de valor através de prova de fatos novos que estejam diretamente ligados ao quantum debeatur.O credor em petição articulada indicará os fatos a serem privados para servir de base e L. não cabe a discussão indiscriminada de quaisquer fatos arrolados ao puro arbítrio da parte. Apenas serão arroladas e articuladas os fatos que tenham influência na fixação do valor da condenação. E sob nenhum pretexto será lícito reabrir a discussão em torno da lide, definitivamente definida na sentença de condenação.

Os fatos só são importantes se o pedido for julgado procedente; Se houver fato novo q vá interferir no julgamento da lide ele será indefinido Apesar de já terem ocorridos não foram levados a lide uma vez que o pedido foi genérico.

INDISPONIBILIDADE DO RITO DA LIQUIDAÇÃO - Não tem o juiz nem as parte disponibilidade acerca dos procedimentos previstos para a liquidação de sentença. Cada um deles foi traçado pela lei visando situações específicas e só o uso daquele q for adequado ao caso concreto é que deverá prevalecer. O ponto de partida para a escolha entre os diversos ritos está na análise do grau de imprecisão da sentença, já que será esse o dado que irá permitir a adoção de um dos caminhos autorizados por lei. Nos casos de condenação líquida, a lide fica apenas parcialmente solucionada: assenta-se a certeza do direito da litigante , mais não se define ainda exatamente seu quantum. Por isso quando no julgamento subseqüente, chega-se à definição exata do objeto da condenação, o decisório ainda está versando sobre parte da lide e conseqüentemente, diz respeito ao mérito da causa.

PENHORA - Ato judicial que tem por finalidade a garantia patrimonial do pagamento através da especificação das responsabilidades. Especializada pela apreensão e deposito do bem, será materializada pelo auto de penhora ou pela penhora nos autos.O patrimônio do devedor é a garantia de seus credores. Ao assumir a obrigação o devedor contrai para si e para o seu patrimônio uma responsabilidade. A dívida é normalmente satisfeita pelo cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor. A responsabilidade patrimonial atua no caso de inadimplemento, sujeitando os bens do devedor à execução forçada que se opera através do processo judicial. Responsabilidade patrimonial é conseqüência jurídica processual gerada para o devedor em virtude da qual a generalidade do seu patrimonial responde pela obrigação assumida, todo patrimônio futuro e existente será usado pelo cumprimento da obrigação.A execução por quantia certa é um serviço público que o Estado põe a disposição do credor para realizar coativamente, a beneficio deste mais também no interesse público de manutenção da ordem jurídica, o crédito não satisfeito voluntariamente pelo devedor na época e forma devida. Ao assumir uma obrigação todo o patrimônio fica suscetível de responder pela obrigação, todo patrimônio fica genericamente vinculado a obrigação.Essa expropriação executiva para obter o numerário a ser aplicado na realização do crédito exeqüente se opera ordinariamente, por meio da alienação forçada do bem afetado ao processo, seja em favor de terceiro seja em favor do próprio credor. Penhora é feita através da apreensão e depósito como primeiro ato expropriatório da execução forçada por quantia certa.

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É a penhora o primeiro ato por meio do qual. E põe em prática o processo de expropriação executiva.Tem ela a função de individualizar o bem, sobre os quais o ofício executivo deverá atuar para dar a satisfação ao credor e submetê-lo materialmente à transferência exata.Com esse ato, a responsabilidade patrimonial, que era genérica, ate então sofre processo de individualização, mediante apreensão física, direta ou indireta de uma parte determinada e específica do patrimônio do devedor.A penhora é um ato de afetação, porque sua imediata conseqüência de ordem prática e jurídica, é sujeito os bens por ela alcançados aos fins de execução colocando-os a disposição do órgão judicial para realizar o objetivo da execução que é dar satisfação ao credor.

NATUREZA JURÍDICA DA PENHORA - Longe da eventualidade e da acessoriedade que caracterizam medidas cautelares, a penhora constitui um momento necessário do processo executório. Através de sua indispensável presença é que se dá o primeiro passo nos atos executórios tendentes a realizar a transferência forçada dos bens do devedor. È ela que realiza a função de individualizar os bens sobre que o juízo executivo deverá proceder para satisfazer a pretensão do credor. A penhora é um ato executivo cuja finalidade é a individuação e preservação dos bens a serem submetidos ao processo de execução, trata-se do meio de que se vale o Estado para fixar a responsabilidade executiva sobre determinados bens do devedor.O que define a natureza da penhora é ser ela um ato que configura declaração de vontade dos órgãos jurisdicionais emitida no exercício do poder jurisdicional de império, endereçada a realização coativa do direito.È declaração de vontade soberana do Estado, através de seus órgãos jurisdicionais, no exercício da função de realizar coativamente o direito.

FUNÇÃO DA PENHORA - A penhora importa individualização apreensão e depósito de bens do devedor que ficam à disposição judicial com o objeto de subtraí-los à livre disponibilidade do executado e sujeitá-los à execução.Individualizados os bens que haverão de dar efetividade à responsabilidade patrimonial, seque-se o ato de apreensão deles pelo órgão executivo, e a as entrega ao depositário que assumirá um encargo público, sob o comando direto do juiz da execução ficando assim responsável pelo guarda e conservação dos bens penhorados e seus acessórios presentes e futuros.Aperfeiçoada a penhora, pela apreensão e depósito dos bens, bem como a lavratura do competente termo processual, surge para o devedor e para o terceiro a indisponibilidade dos bens afetados.

BENS PENHORÁVEIS E IMPENHORÁVEIS - A penhora visa dar início a transferência forçada de bens do devedor para apurar a quantia necessária ao pagamento do credor. Pressupõe destarte a responsabilidade patrimonial e a transmissibilidade dos bens.É o patrimônio do devedor que deve ser atingido pela penhora. A regra básica é que a penhora deve atingir os bens negociáveis, ou seja, os que podem normalmente alienar e converter no respectivo valor econômico.O art.649 enumera vários casos de bens patrimoniais disponíveis que são absolutamente impenhoráveis, essa limitação a penhorabilidade encontra explicação em razões diversas de origem ético-social, humanitária, política ou técnico econômico.A razão mais comum para impenhorabilidade de origem econômica é de preservar receitas alimentares do devedor e de sua família. Não pode a execução ser utilizada para causar a extrema ruína, que conduza o devedor e sua família a fome e ao desabrigo, gerando situações aflitivas inconciliáveis com a dignidade da pessoa humana.Relativização da penhora apesar de o bem compor o patrimônio do devedor, não pode ser penhora por restrições legais.Razão jurídica: a penhora ao fazer cumprir a obrigação não pode fazer com que a pessoa seja humilhada, não pode produzir qualquer efeito que torne a dignidade humana relativizada.

RESSALVA GERAL A REGRA DA IMPENHORABILIDADE - Nos casos de coisas impenhoráveis contemplados nos incisos I, II a VIII que tenham sido adquiridos pelo devedor por meio de negócio oneroso, não deve prevalecer o privilégio da impenhorabilidade se o crédito executado provier do preço de aquisição do bem ou do respectivo financiamento.Se um bem impenhorável foi adquirido mediante obrigação creditícia e não havendo adimplemento o bem será excluído do rol dos impenhoráveis. Somente o credor da obrigação creditícia pede exceção

BENS RELATIVAMENTE IMPENHORÁVEIS - Consideram-se bens relativamente impenhoráveis aqueles cuja penhora a lei só permite quando inexistem outros bens no patrimônio do devedor que possam garantir a execução.Os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis seguem em princípio o destino destes, ou seja, são impenhoráveis.Tudo se passa da mesma maneira prevista para salários e vencimentos. Estes são em princípio impenhoráveis. Sendo, porém a execução relativa a débito alimentar, desaparece a impenhorabilidade. È exatamente o que se passa com os frutos e rendimentos da coisa inalienável: não são livremente penhoráveis pelos credores em geram, mas se o credor é

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de prestação alimentícia, pode fazer com a penhora incida sobre eles.

LIMITES DA PENHORA - A execução por quantia certa deve atingir o patrimônio do devedor até apenas onde seja necessário a satisfação do credor. E deve fazê-lo, também apena enquanto tal agressão representar alguma utilidade prática para o fim almejado pela execução forçada. O código institui 2 limites a penhora: *deve atingir apenas os bens que bastem a satisfação e honorários advocatícios;*não deve ser realizada, nem mantida quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absolvido pelo pagamento das custas da execução. Não pode a penhora ser excessiva e nem inútil.

ESCOLHA DOS BENS A PENHORAR - Cabe ao credor o poder de indicar na petição inicial da execução por quantia certa os bens a serem penhorados. Se não o fizer a penhora atingirá bens que forem encontrados pelo oficial de justiça até o limite do art.659.É claro que o credor ao dispõe de um poder absoluto para deferir objeto de penhora, tem a iniciativa mais cabe ao devedor impugnar caso não obedeça a gradação legal ou se não respeitar a forma menos gravosa pra o executado.Quando o credor não escolher, autorizado está o devedor a indicar ao oficial de justiça o bem que entenda que deve ser penhorado dentro da escala de preferência.Admite-se de tal sorte, a justificação da escolha dentro dos parâmetros da facilitação da execução e sua rapidez e da conciliação quanto possível dos interesses das partes.No caso não há citação de devedor mais expedição direta do mando de penhora, após o prazo de cumprimento voluntário. Ao credor no requerimento da diligência, cabe indicar o bem a penhora.

PENHORA PELO OFICIAL DE JUSTIÇA - Num só mandado o oficial receberá a incumbência de citar o executado e realizar a penhora e avaliação.Citado o devedor, com as cautelas próprias do ato, o oficial devolverá a primeira via do mando ao cartório.*Não há citação nem prazo de três dias no procedimento. O mandado é de penhora imediata, pois o prazo para pagamento se e conta a partir da sentença, independentemente de citação.Se o credor exercer a faculdade de indicar na petição inicial os bens a serem penhorados, o oficial de justiça fará com que a constrição recaia sobre os ditos bens. Não havendo tal nomeação, penhora os que encontrar em volume suficiente para garantir a satisfação dos créditos e acessórios.

AUTO DE PENHORA E PENHORA POR TERMO - A penhora é feita mediante apreensão e depósito dos bens, seguindo-se a lavratura de um só auto, redigido pelo oficial, o documento deve observar estilos requisitos da lei a fim de tornar a penhora válida.Quando a nomeação dos bens é feita em juízo, por petição deferida, não há diligência do oficial para realizar a penhora, aqui quem formaliza o ato processual é o escrivão, mediante lavratura de termo nos próprios autos do processo.*auto penhora: elaborado pelo oficial, fora do processo em diligência cumprida fora da sede do juízo, deve observar o art.665, que são indispensáveis.*penhora por termo: só realizados se autorizado pela lei, não tem necessidade de diligência é redigido pelo escrivão no bojo do processo.

DEPÓSITO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS PENHORADOS - A penhora visa a retirada dos bens da posse direta do devedor de maneira que o depósito se apresenta como elemento essencial do ato executivo. Porque sem depósito não produz eficácia alguma.

ESCOLHA DO DEPOSÍTARIO - A nomeação do depositário é ato que integra o cumprimento do mandado executivo. Cabe, pois em princípio, ao próprio oficial de justiça escolheu o depositário e atribui-lhe o encargo judicial, mediante assinatura, do termo depósito que integra o auto de penhora.Não há mais preferência genérica em favor do executado. O encargo de depositário somente por exceção ser-lhe a atribuído.

FUNÇÃO DO DEPOSITÁRIO - Atua o depositário no processo executivo como auxiliar da justiça. As funções do depositário dos bens penhorados são de bem público. Qualquer que seja o depositário sua posse é sempre em nome do órgão judicial, pois os bens com a penhora passam a sofrer uma gestão pública. A função do depositário é guardar e conservar ditos bens, evitando extravios e deteriorações, enquanto se aguarda o ato expropriatório final, agindo sempre em nome e a ordem do juiz. No exercício da função pública que lhe é afeta, o depositário assume a responsabilidade civil e criminal pelos atos praticados em detrimento da execução e de seus objetivos.

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AVALIAÇÃO - Após a penhora sobrevém a avaliação como ato preparatório e necessário a expropriação executiva. Tem a finalidade de tornar conhecido a todos os interessados o valor aproximado dos bens a serem utilizados como fonte dos meios com que o juízo promoverá a satisfação do crédito do exeqüente. È a avaliação que basicamente, determinava o preço pelo qual os interessados poderão adjudicar os bens penhorados, e o preço a partir do qual, na venda por iniciativa particular e não hasta pública, os interessados ou bancos poderão formular suas propostas ou lances.

AVALIAÇÃO CABE AO OFICIAL DE JUSTIÇA - O mando executivo, a ser por ele cumprido compreende a citação, a penhora e a avaliação. O auto de penhora, portanto deverá conter não só a descrição mais também a avaliação dos bens penhorados. Para efeito da execução por quantia certa, a perícia é singular limitando-se a atribuição de valores aos bens penhorados.Avaliação dos bens penhorados deve acontecer, ordinariamente, no momento da realização da própria penhora, por ato do oficial de justiça. Quando o avaliador é o oficial de justiça, seu laudo integrará o auto de penhora um só documento conterá a constrição executiva (penhora e depósito) e a estimativa dos valores dos bens penhorados. Embora peça única, o auto deverá satisfazer as exigências legais tanto da penhora como do laudo avaliatório.

IMPUGNAÇÃO DO EXECUTADO - Para que se cumpra o devido processo legal e especialmente, para se manter o contraditório, prevê o direito do devedor de oferecer impugnação, nos 15 dias que se seguem a intimação da penhora e avaliação.Uma vez que a dívida já foi acertada por sentença, não cabe ao executado realizar a discussão sobre o mérito da impugnação. Sua impugnação terá de atingir ao terreno das preliminares constantes dos pressupostos processuais e condições da execução.

INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO - Os pressupostos específicos da execução forçada são o título executivo e o inadimplemento do devedor. Não se pode, portanto manejar validamente a ação executiva sem que esteja em nome o devedor, isto é, sem que seja exigível a dívida. A inexigibilidade do título judicial pode decorrer da pendência de recurso de efeito suspensivo onde se subordina o direito do credor a termo ainda não alcançado ou condição não verificada.Só a dívida vencida pode ser exigida através da execução forçada.

PENHORA INCORRETA OU AVALIAÇÃO ERRONEA - A penhora deve incidir sobre bens legalmente impenhoráveis e deve respeitar o montante da dívida exeqüendo. Legitima é a impugnação do devedor em face da conotação de bens que não podem ou não devem figurar na execução. Não se revestindo o título de liquidez, certeza e exigibilidade, condições basilares no processo de execução constituem-se em nulidade, podendo a parte argüi-la.

INCONSTITUICIONALIDADE DA SENTENÇA - A Sentença que afronta a CF contamina-se de nulidade absoluta, sendo, pois o caso de nulidade, a coisa julgada não tem condão de eliminar a profunda ineficácia de Sentença que por isso mesmo será insanável e argüível a qualquer tempo a sentença formalmente transitada em julgado não tem força para se manter, quando prolatada contra vontade soberana da constituição.O reconhecimento da nulidade da sentença inconstitucional, não depende de rescisória e pode se verificar a qualquer tempo e em qualquer processo, inclusive na via incidental da impugnação ao pedido de C.S.

IMPUGNAÇÃO AO EXCESSO DE EXECUÇÃO - Para que o devedor seja ouvido quando sua impugnação acuse excesso de execução e indisponível que a firmação de estar o credor a exigir quantia certa superior à resultante da condenação seja acompanhada de declaração imediata de qual o valor que entende correto.A falta de semelhante explicitação (que há de ser feita quanto cabível por meio de memória de calculo sujeita o devedor à rejeição liminar de sua impugnação.A impugnação manifesta-se por meio de simples petição no bojo dos autos é um incidente processual (não cria nova relação processual) que tem natureza de embargos. Por isso não há citação, cumpre-se naturalmente o contraditório, ouvindo-se a parte contrária e permitindo-se provas necessárias à solução da impugnação.

EFEITOS DA IMPUGNAÇÃO - De ordinário a impugnação não tem efeito suspensivo, o cumprimento de sentença prosseguirá normalmente. Se o Juiz considerar que os fundamentos da Impugnação são relevantes e que o prosseguimento do cumprimento de sentença seja manifestamente de causar ao executado (devedor) dano grave e de difícil reparação, deverá atribui-lhe efeito suspensivo. Porém se o credor quiser continuar com o cumprimento de

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sentença deverá dar caução idônea, o que é inócuo, pois não há valor suficiente para um dano irreparável, tem o Juiz que parar o cumprimento da sentença.

PRESSUPOSTOS DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - O direito de praticar a execução forçada é exclusivo do estado, ao credor cabe apenas a faculdade de requerer a atuação estatal. São condições para o cumprimento de sentença:

*A existência do titulo executivo, de onde se extrai o atestado de certeza e liquidez da divida. *A atitude ilícita do devedor, consoante no inadimplemento da obrigação que comprova a exigibilidade da divida. Cabe ao titulo executivo fixar os limites objetivos e subjetivos da coação estatal a ser desencadeada.O titulo executivo representa o acertamento de um credito do qual provem a certeza necessária para autorizar a execução e desenvolver o processo onde a sanção se concretiza em beneficio do credor e as expensas do devedor.São requisitos indispensáveis para reconhecer ao titulo força executiva legal:*Certeza – quando em torno do titulo não há controvérsia sobre sua existência.*Liquidez – quando é determinada a importância *Exigibilidade – quando o seu pagamento não depende de termo ou condição, nem está sujeito a outras limitações.Para o desenvolvimento dos atos de cumprimento de sentença é necessário a ocorrência de dois requisitos: inadimplemento do devedor e titulo executivo judicial.