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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III "RECURSOS" 1. SENTENÇA 1.1. CONCEITO É o principal momento do processo para as partes. art. 162, § 1° trazia o seguinte conceito: Ari. J62 (CPC). Os aios do juiz consistirão em sentenças, decisões inleiioculórias e despachos. § Io Sentença é o alo pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. No entanto este conceito estava equivocado, pois a sentença não põe termo ao processo. A Lei 11.232 de 2005 reformou este artigo da seguinte forma: Art. 162 (Lei 11.232/2005). Os aios do j-uiz consistirão em sentenças, decisões interlocutárias e despachos. § Io Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. Os arts. 267 e 269 também foram reformados e sua redação atual é a seguinte: Ari. 267 (CPC). Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: I - quando o juiz indeferir a petição inicial: II - quando ficar parado durante mais de l (um) ano por negligência das partes: III - quando, por não promover os aios e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo: V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das parles e o inleresse processual; VII - pela convenção de arbitragem; VIII - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissivel por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código. § Io O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III "RECURSOS"

1. SENTENÇA

1.1. CONCEITO

É o principal momento do processo para as partes. art. 162, § 1° trazia o seguinte conceito:

Ari. J62 (CPC). Os aios do juiz consistirão em sentenças, decisões inleiioculórias edespachos.§ Io Sentença é o alo pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o méritoda causa.

No entanto este conceito estava equivocado, pois a sentença não põe termo ao processo. A Lei 11.232 de 2005 reformou este artigo da seguinte forma:

Art. 162 (Lei 11.232/2005). Os aios do j-uiz consistirão em sentenças, decisões interlocutárias e despachos.§ Io Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.

Os arts. 267 e 269 também foram reformados e sua redação atual é a seguinte:

Ari. 267 (CPC). Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:I - quando o juiz indeferir a petição inicial:II - quando ficar parado durante mais de l (um) ano por negligência das partes:III - quando, por não promover os aios e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo:V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a

possibilidade jurídica, a legitimidade das parles e o inleresse processual;VII - pela convenção de arbitragem;VIII - quando o autor desistir da ação;IX - quando a ação for considerada intransmissivel por disposição legal;X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;XI - nos demais casos prescritos neste Código.§ Io O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e III, o arquivamento dos autos, declarando aextinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48(quarenta e oito) horas.

§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as parles pagarãoproporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamentodas despesas e honorários de advogado (art. 28).

§ 3o O juiz conhecerá de oficio, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto nãoproferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réuque a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos,responderá pelas custas de retardamento.§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem oconsentimento do réu, desistir da ação.Ari. 269 (CPC). Haverá resolução de mérito:I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;III - quando as.parles transigirem;IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;V - quando o autor renunciar ao direito sobre que sé funda a ação._____________

1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS

a) Quanto ao teor ou conteúdo:

1) Sentença terminativa: apenas termina o processo sem solucionar a lide (o mérito) e ocorre nas hipóteses do art. 267 do CPC (está atrelada a questões processuais).

2) Sentença definitiva: superadas todas as controvérsias processuais, o juiz aprecia o mérito, soluciona a lide. São as hipóteses elencadas no art. 269 do CPC.

b) Quanto ao bem controvertido:

1) Declaratória: é a sentença em que o juiz reconhece a existência ou inexistência de relação jurídica ou falsidade do documento.

(EXEMPLO) Empresa emite duplicata dizendo que efetuou serviço para Pedro e ele nem conhece a empresa. A empresa coloca o nome de Pedro no SERASA. Pedro deve ingressar com ação declaratória de nulidade de débito.

2) Constitutiva: é a sentença que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica ou estado da pessoa pré-existente.

(EXEMPLO) Ação de separação; ação desconsíitutiva (constitutiva negativa).

3) Condenatória: é aquela que constitui um título judicial, impondo à parte uma dívida pecuniária.

(EXEMPLO) Ação de cobrança.

4) Mandamental: é aquela que o juiz ao reconhecer o direito da parte, aplica uma sanção, formando um título executivo judicial, não sendo

cumprido voluntariamente a sentença, o juiz intima a parte para cumpri-la, sob pena de pagamento de multa ou cumprimento coercitivo.

(EXEMPLO) Tutelas específicas (art. 461, CPC).

(EXEMPLO) Juliana deve torno para a empresa de João. Antes, só podia ter reparação, caso este não fosse entregue no prazo estipulado, gerando danos. Com a ação mandamenlal o juiz fixa o prazo para a entrega. Caso não seja cumprido, ocorre o disposto no art. 461, §2°do CPC. Ver art. 466-A, CPC.

5) Executiva: caracteriza-se pelo fato de também dispensar um processo de execução (futuro procedimento de cumprimento de sentença). O próprio Estado cumpre a sentença. É executada automaticamente. Difere da mandamental pelo fato de que a sentença executiva faz com que o cumprimento da sentença seja automático e através de mandado, enquanto que a sentença mandamental permite, em um primeiro momento, que o réu cumpra voluntariamente a ordem.

c) Quanto à eficácia: 1) "Ex tunc": retroage

até o dia que surgiu o ato jurídico.

(EXEMPLO) Sentença declaralória.

1) "£A- «««c": da data que a sentença for proferida em diante.

(EXEMPLO) Sentença constitutiva.

Para as sentenças condenatória, mandamental e executiva o efeito é "ex time".

1.3. REQUISITOS ESSÊNCIAS E FORMAIS DA SENTENÇA (art. 458, CPC)

Art. 458 (CPC). São requisitos essenciais da sentença:I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as parles lhe submeterem.

a) Relatório: é um resumo do pedido, é um relatório sintético que serve para o leitor se situar.

b) Fundamentação: é importante - está prevista na Constituição Federal, a suafalta implica na nulidade da sentença. O juiz expõe os motivos da condenação ouabsolvição. ' "

c) Dispositivo: é onde é concedida ou não a tutela jurisdicional que soluciona a lide. A ausência dele é como se não existisse a sentença. Pode ainda o juiz extinguir o processo quando houver as situações

previstas no art. 267, CPC.

1.4. NULIDADE DAS SENTENÇAS

Art. 460 (CPC). E defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza_ diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objelo. diverso do que lhe foi demandado. .

Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional

a) "extra petifa" (A+B => A+B+C): é aquela em que o juiz se pronuncia sobre pedido ou causa de pedir não suscitado pelas partes; causa nulidade relativa da sentença. Cabe apelação.

(EXEMPLO) José é vítima de acidente de trânsito por culpa de Juliana que cruzou o sinal vermelho. Pediu danos materiais e lucros cessanles. O juiz decidiu dar ainda danos morais. Não pode porque foi além dos limites da lide.________ ___

b) " ultra petita" (A => A+): é aquela que embora dentro dos limites da lide. o juiz concede ao autor mais do que havia pedido; causa nulidade relativa da sentença. Cabe apelação.

(EXEMPLO) Seguindo o exemplo anterior, digamos que o juiz conceda como valor dos lucros cessantes não o solicitado pelas partes, mas um valor superior. Não pode, causando nulidade relativa da sentença.

c) "ciíra peíiía" (A+B => A): é aquela em que o juiz não aprecia os pedidos ou causa de pedir formulados pelo autor ou não resolve integralmente todas as matérias suscitadas no processo; causa nulidade relativa. Cabem embargos declaratórios.

(EXEMPLO) Ainda seguindo o mesmo exemplo, se o juiz julgar totalmente procedente o pedido e condenar a pagar apenas os danos materiais, causará nulidade relativa da sentença.

1.5. QUANDO PODE SER PROFERIDA A SENTENÇA

a) Para indeferimento da petição inicial (art. 295, CPC);

A ri. 295 (CPC). A petição inicial será indeferida:I - quando for inepta;II - quando a parte for manifestamente ilegítima:III - quando o autor carecer de interesse processual;IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;VI - quando não atendidas as prescrições dos aris. 39, parágrafo único, primeira parle,e 284.

Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial, quando:I-lhe faltar pedido ou causa de pedir; • • •II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;III - o pedido for juridicamente impossível;IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

b) Após a réplica do autor (art. 329 do CPC);

a) Limites objetivos: não fazem coisa julgada. Estão elencados no art. 469, CPC. Somente o dispositivo sofre os efeitos da coisa julgada.

Art. 469 (CPC). Não fazem coisa julgada:I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. Somente o dispositivo sofre os efeitos da coisa julgada.Ari. 470. Faz, toda\>ia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parle o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide._______________________

(EXEMPLO) João ingressou com uma ação contra Maria devido ao fato de que esta cruzou o sinal vermelho por estar embriagada e veio a colidir em seu veículo. João pediu danos materiais. O juiz julgou procedente o pedido. Passado algum tempo, João ingressou com outra ação contra Maria, pedindo, desta vez, lucros cessantes. Isso pode ocorrer porque os motivos da sentença e a verdade dos fatos não fazem coisa julgada. Como o pedido é distinto, pode ingressar com a ação.(EXEMPLO) Maria ingressa com ação reivindicaíória contra João alegando que possui contrato de compra e venda. João alega que o contraio é nulo por coação e usucapião. O juiz julga procedente o pedido de Maria e declara a propriedade do imóvel para esta. João ingressa com ação de usucapião (questão prejudicial), que é julgada procedente, não fazendo coisa julgada a sentença anterior. Para evitar que isso aconteça, Maria deve utilizar-se do art. 470, CPC. Neste caso somente o dispositivo faria coisa julgada. Pode ocorrer ação declaratória incidental no processo, por parte de Maria. O juiz proferirá uma sentença para ambas as ações. João, agora, não poderia propor ação de usucapião contra Maria.(EXEMPLO) Se, seguindo o mesmo exemplo anterior, João tivesse alegado apenascoação, com a sentença que lhe fosse desfavorável, poderia ele, ainda assim, ingressarcom ação de usucapião, pois os motivos não fazem coisa julgada. ___

b) Limites subjetivos: fazem coisa julgada. Estão elencados no art. 472, CPC.

Art. 472 (CPC). A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houveretn sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produzcpisa julgada em relação a terceiros. __

(EXEMPLO) João leve seu carro abalroado por caminhão da prefeitura. Proposta a ação, o juiz julga procedente o pedido. A prefeitura pode ou não interpor recurso. Transitado em julgado torna-se imutável às parles.(EXEMPLO) A prefeitura pretende ação regressiva contra o funcionário que dirigia o caminhão citado no exemplo anterior. Se o servidor provar que não teve culpa, o juiz pode julgar improcedente o pedido, mesmo que a sentença anterior for desfa}>orável à prefeilura. A primeira sentença é, portanto, irrelevante para o segundo processo. (EXEMPLO) Maria e João separam-se. Sentença faz coisa julgada em 20/03/2006. Pedro ingressa com ação de cobrança contra Maria. Pedro verifica que há um carro

em posse de João. Em 20/09/2007, Pedro solicita a penhora do carro. Pedro alega que a coisa julgada não o prejudica. Se forem ações de estado, a sentença é "erga omnes ".

2.4. COISA JULGADA NAS RELAÇÕES CONTINUADAS

Ari. 471 (CPC). Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;II - nos demais casos prescritos em lei. _______ ____

(EXEMPLO) Duas pessoas, casadas, com um filho, separam-se. O pai recebe umsalário mensal de R$ 15.000,00. Ao ingressar com ação de alimentos, o juiz julgaprocedente o pedido e fixa pensão em R$ 5.000,00. Transitou e fez coisa julgada. Trêsanos depois, o pai é demitido da empresa em que trabalhava, e adoece, pois tem 60anos. Neste caso, houve uma modificação na situação de falo do pai. Se a coisa julgadafosse imutável ele seria preso. O pai pode requerer a revisão da sentença: "ação derevisão da pensão alimentícia ". ___________________

3. PRECLUSAO

3.1. CONCEITO

Preclusão é palavra que só se usa em direito processual, pois não atinge o direito material discutido no processo, não tem nenhum efeito fora do processo. É a perda de uma faculdade ou direito processual por não ter sido exercido no devido tempo.Esse não exercício de um direito ou faculdade processual pode ter vários motivos: perda de prazo, utilização de um direito incompatível com outro ato processual já praticado ou decisão em recurso interposto pela parte que não se conformou com um despacho. O grande efeito da preclusão é impedir a eternização do processo, não permitindo que o juiz volte a decidir novamente questões já decididas, relativas à mesma lide. Preclusão é palavra que só se

aplica em matéria de despachos interlocutórios e nunca a uma sentença de mérito, porque com esta ocorre a coisa julgada. Em matéria de questões processuais não existe coisa julgada, mas tão somente preclusão. Apenas por uma impropriedade de linguagem é que se costuma denominar a sentença de mérito de preclusão máxima. Chama-se "preclusão pró judicato" as limitações que a própria lei processual cria para o juiz, impedindo-o de decidir novamente questão já decididas, para distinguir este caso do das preclusões propriamente ditas, que são as que somente atingem o direito ou faculdade das partes. A preclusão pró judicato pode ser explícita (quando o juiz se manifestou expressamente sobre a matéria, como no caso de decisão sobre uma exceção da qual não se recorreu ou que foi mantida), ou implícita, quando decorre de uma situação criada pela própria parte ou de uma decisão do juiz incompatível com a reabertura da matéria já decidida (como no caso de juiz incompetente que vem a se tornar competente por não ter sido oposta exceção declinatória do foro, ficando impedido de acolhê-la após o decurso do prazo de seu oferecimento). Não se confunde com prescrição ou perempção, porque ambas.atingem o

direito material da parte que não pode ser renovado em outro processo, nem com decadência porque não tem caráter de sanção para quem deixou de exercer um direito em determinado prazo. Mas, inegavelmente, é da decadência que ela mais se aproxima. É uma decadência de direitos processuais, embora não impeça a renovação da matéria em outro processo, o que não ocorre com a decadência de direito material, que impede para todo o sempre exercer este direito. A preclusão foi a solução encontrada para o problema da irrecorribilidade das interlocutórias.

Art. 473 (CPC). E defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. __ __ __ __

3.2. ESPÉCIES DE PRECLUSÃO

a) Preclusão temporal: é aquela que ocorre em decorrência do transcurso do prazo previsto em lei para a prática de determinado ato processual.

Art. 183 (CPC). Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaraçãojudicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o nãorealizou por justa causa.§ Io Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que aimpediu de praticar o ato por si ou por mandatário.§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lheassinar.

b) Preclusão lógica: é aquela em que a parte expressamente renuncia ao direito de praticar determinado ato processual.

Art. 503 (CPC). A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a .sentença ou a decisão, não poderá recorrer.Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reser\>a alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer.

c) Preclusão consumativa: é aquela em que a parte efetivamente pratica o ato processual dentro do prazo previsto em lei, não importando se esse ato foi bem ou mal realizado.

(EXEMPLO) Em vez de apelar da sentença, a parle interpõe agravo. Preclui o direito de praticar o ato. Não imporia se o alo processual foi bem ou mal realizado.___ ___

4. REEXAME NECESSÁRIO (ou recurso "ex officio" ou duplo grau de jurisdição

São sujeitas a reexame necessário ou obrigatório pela instância superior todas as sentenças em matéria que obrigam o juiz ao recurso "ex-offició".

É aquele instituto de direito processual que condiciona a ocorrência do trânsito • em julgado da sentença ao reexame desta pelo tribunal.

No reexame necessário é vedada a "reformatiu in pejus'\ ou seja, piorar a situação da Fazenda Pública.

Até 2001 era muito amplo este reexame necessário, coisa que obstruía demais o andamento dos processos. A Lei 10.352 de 2001 alterou o art. 475 do CPC que dispõe sobre o reexame necessário. Passou a ter a seguinte redação:

Art. 475 (CPC). Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público;II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívidaativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).§ Io Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal,haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direitocontrovertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bemcomo no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida aíiva domesmo valor.§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundadaem jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula desteTribunal ou do tribunal superior competente. ________________________

A sentença que condena a União, Estado, município, Distrito Federal, autarquias e fundações de direito público cabe reexame necessário. Ficam de fora as sociedades de economia mista e as empresas públicas.

Não cabe o duplo grau de jurisdição se a decisão for originária de Tribunal. Cabe somente para as decisões de juiz de direito e federal.

Na sentença deve o juiz encaminhar o processo ao Tribunal de Justiça. Se não o fizer a sentença não faz transito em julgado. O Tribunal avoca o processo detenninando que o juiz o remeta ao Tribunal.

(EXEMPLO) Se o Banco do Brasil cobrar indevidamente um título, não cabe reexame necessário porque não está contido nas hipóteses do arí. 475, l do CPC. (EXEMPLO) O município de Tubarão ingressa com ação para cobrança de dívida ativa contra Marcelo, no valor de R$ 30.000,00, e é julgada procedente, tendo sido penhorado o veículo de Marcelo. Marcelo, por sua vez, entra com ação de embargos à execução fiscal (outra ação), contra o município. Marcelo alega que o crédito está prescrito e tem seus embargos acolhidos, coisa que extingue a execução fiscal. Neste caso, não cabe reexame necessário, devido ao §2"do art. 475.

5. TEORIA GERAL DOS RECURSOS

5.1. CONCEITO

É o instrumento processual utilizado para provocar o reexame de um provimentojurisdicional, visando a obtenção da sua reforma, modificação ou esclarecimento antesdo "seu trânsito em julgado. • " . - . " ', • " - '

5.2. CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS

são interpostos na mesma relação processual;a ausência de recurso contra sentença ou decisão interlocutória implica empreclusão e coisa julgada, respectivamente.

5.3. FINALIDADE DOS RECURSOS

reforma do julgado ("error injudicando");anular o julgado ("error in procedendo");integração ou esclarecimento (ocorre quando há omissão, contradição ouobscuridade).

5.4. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS

a) Quanto ao fim (finalidade, objetivo)

de invalidação: é aquele em que a parte recorrente pretende anular uma

decisãopor conter vícios processuais.de reforma ou modificação: é aquele que não pretende que seja anulada adecisão, mas que seja substituída por outra que lhe seja mais favorável.de esclarecimento ou integração: é aquele recurso em que o recorrente nãopretende anular ou reformar a decisão, limitando-se a eliminar obscuridade,omissão e contradição.

b) Quanto à autoridade julgadora

Devolutivos (próprio): são aqueles que serão julgados por autoridade judiciária superior àquela que proferiu a decisão recorrida.

(EXEMPLO) Apelação, recurso extraordinário e ordinário.

não devolutivos (impróprio): são aqueles recursos que serão julgados pela própria autoridade que proferiu a decisão recorrida.

(EXEMPLO) Embargos de declaração.

mistos: são aqueles recursos em que o reexame da matéria objeto do recurso é realizada pela autoridade que proferiu a decisão recorrida e também pela autoridade hierarquicamente superior.

(EXEMPLO) Agravo.

c) Quanto ao efeito

suspensivo: é aquele.recurso que impede a execução plena da decisão recorrida.

(EXEMPLO) Apelação, salvo as hipóteses do art. 520 e agravo de instrumento nas hipóteses do arí. 558, ambos no CPC.

não suspensivo: são aqueles que interpostos não impedem a execução do julgado.

(EXEMPLO) Recurso extraordinário e especial

translativo: é intrínseco a todos os recursos. É o efeito que permite a um órgão superior apreciar as matérias de ordem pública, ainda que não decididas pelo juízo de 1° grau.

(EXEMPLO) Condições da ação e pressupostos processuais.

5.4.1. VEDAÇÃO DA "REFORMA TIO IN PEJUS"

Consiste no impedimento do Tribunal de em recurso interposto pela parte, piorar a sua situação processual.

5.5. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE OU PRESSUPOSTOS RECURSA1S DE ADMISSIBILIDADE

São as condições necessárias para a admissão do recurso e seu consequente julgamento pela autoridade competente. A ausência de uma das condições implica na inadmissibilidade do recurso.

a) Subjetivos (intrínsecos): são os relacionados à pessoa do recorrente.

legitimidade recursal: quem possui são as partes no processo. Exceção ao terceiro interessado e o Ministério Público (art. 499, CPC).

Art. 499 (CPC). O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiroprejudicado e pelo Ministério Público.§ Io Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interessede intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.§ 2o O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que éparte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.

(EXEMPLO) João locou imóvel para Maria que o sub-locou para Pedro. João promoveu ação de despejo devido ao atraso dos aluguéis. Juiz defere o pedido, acabando com o contrato de sub-locação, que é acessório. Pedro pode interpor recurso como terceiro interessado.(EXEMPLO) Pedro (menor), pleiteia pensão de RS 700.00 e o pai diz ter apenas RS 200.00. O juiz determina uma pensão de RS 300,00. Ambos possuem legitimidade para recorrer,.assim como o MP (arí. 499, CP P).

interesse recursal: está intimamente ligado ao princípio da sucumbência.

PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA: a sucumbência é um dos requisitos fundamentais para a parte prejudicada recorrer da sentença. Só quem sofreu gravame, só quem sucumbiu nas suas pretensões e nos seus pedidos é que pode recorrer. A sucumbência pode ser total ou parcial. Sperl escreveu que as partes oferecem ao juiz, com as suas razões, um projeto de sentença, e, partindo daí, acreditamos poder definir a sucumbência como a rejeição desse projeto pelo juiz, no todo, em parte ou ainda, mesmo tendo dado ganho de causa a uma delas, fora das finalidades que ela pretendia. Exemplo deste último caso se dará quando, tendo julgado o autor carecedor de ação, o favorecido apela da sentença do juiz porque deseja obter um julgamento de mérito e impedir de futuro uma nova propositura da mesma demanda.

(EXEMPLO) João ingressa contra Joaquim com ação de indenização por acidente de trânsito, devido ao f alo de o réu haver agido com culpa. O réu defende-se alegando que a culpa foi do autor. O pedido do autor é rejeitado. O réu pode interpor recurso de apelação para que o juiz diga que o autor foi culpado? Não, pois não há interesse recursaí. Somente aquele que é sucumbenle pode recorrer (ou seja, aquele que perde). Este é o princípio da sucumbência._______________________________

b) Objetivos (extrínsecos): estão atrelados aos requisitos formais (à forma dos recursos).

recorribilidade da decisão: só é cabível recurso contra sentença, decisão interlocutória ou acórdão. Não cabe recurso contra os despachos de mero expediente (art. 504, CPC).

Ari. 504 (CPC). Dos despachos não cabe recurso.

tempestividade: para todo ato processual praticado pelas partes há um prazo (arts. 508 e 522, CPC). Significa que a admissão do recurso está condicionada a constatação da sua interposição no respectivo prazo previsto em lei.

Art. 508 (CPC). Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso

ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (quinze) dias.______________________

o prazo para a Fazenda Pública: em dobro, assim como para o MP (art. 188, CPC).

Art 188 (CPC). Compular-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parle for a Fazenda Pública ou o. Ministério Público. __

o litisconsortes com diferentes procuradores: em dobro o prazo (arts. . 191 e 506, CPC).

Art. 191 (CPC). Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.Art. 506 (CPC). O prazo para a interposição do recurso, aplicável em todos os casos o disposto no art. 184 e seus-parágrafos, contar-se-á da data:-

I - da leitura da sentença em audiência:IJ - da intimação às partes, quando a sentença não for proferida em audiência;III - da publicação do dispositivo do acórdão no órgão oficial.Parágrafo único. No prazo para a interposição do recurso, a petição será protocoladaem cartório ou segundo a norma de organização judiciária, ressalvado o disposto no §2o do art. 525 desta Lei.

o sentenças publicadas no interior: 3 dias úteis (art. 507, CPC).

Art. 507 (CPC). Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier ofalecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de força maior, quesuspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, doherdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois daintimação. _________________________

(EXEMPLO) Heloísa, representada pelo advogado João, e Fábio, representado pelo advogado Evandro, propuseram ação de indenização por acidentes de trânsito, em lilisconsórcio contra o município de Tubarão, representado pela advogada Lidiane, e Pedro, representado pelo advogado Ricardo, sob o argumento de que Pedro, senndor do município, teria cruzado o sinal vermelho causando a colisão no veículo de Heloísa, provocando danos materiais no automóvel e danos físicos em Fábio, que havia pego carona com Heloísa. Após a instrução do feito, o juiz proferiu sentença em gabinete na data de 02/06/2006 (sexta-feira), em que excluiu Fábio da lide por ilegitimidade ativa, e julgou procedente o pedido formulado por Heloísa em relação ao município e ao Pedro. Por ordem do juiz, os advogados foram intimados através de carta com AR. Assim, os doutores João, Evandro, Lidiane e Ricardo receberam a carta de intimação em 07/06/2006, 09/06/2006, 15/06/2006 e 16/06/2006, respectivamente, tendo sido os AR's juntados aos autos em J6/06/2006 (Dr. Evandro), 28/06/2006 (Dra. Lidiane), 23/06/2006 (Dr. João) e 30/06/2006 (Dr. Ricardo). Considerando que os meses de junho e julho de 2006 possuem 30 e 31 dias respectivamente, e que contra sentença cabe recurso de apelação com prazo, em regra, de 15 dias, qual será o último dia para as partes interporem a

recurso de apelação? # No caso de litisconsortes, passa a contar da data da juntada do último AR.

26/06/2006 - 10/07/200603/07/2006 - 01/08/2006

28/06/2006 30/06/2006

- O prazo para o município de Tubarão será em dobro, e não em quádruplo, como pode-se pensar.- O prazo para Fábio é simples pois Heloísa não é sucumbente.

- O prazo deve ser contado da juntada do AR e não da intimação, e em caso de liíisconsortes passa a contar da juntada do último.__ __________________

adequação: contra cada decisão existe um recurso específico-na lei. Ou seja, para cada decisão jurisdicional há um recurso específico previsto em lei. Os recursos não admitem outros senão os previstos no art. 496. CPC. A interposição de recurso incorreto acarretará a sua inadmissibilidade por inadequação.

Ari. 496 (CPC). São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II- agravo:III - embargos infringentes;IV - embargos de declaração; F - recurso ordinário;VI - recurso especial;VII - recurso extraordinário.VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário.

. Fungibilidade recursal: ocorre quando, presentes certos requisitos, o juiz ou tribuna] admite o recurso equivocadamente interposto como sendo adequado. São requisitos:

• dúvida objetiva: doutrinadores ou jurisprudência divergem;• escusabilidade: não pode tratar-se de erro grosseiro;• boa-fé: a parte ao interpor o recurso não pode agir de

má-fé. Exemplo, perder um prazo e interpor recurso equivocado com prazo maior.

- singularidade: não basta que o recurso seja adequado para a decisão jurisdicional, ele deve ser único contra a mesma decisão (art. 498, CPC). Significa a impossibilidade de interposição simultânea de dois ou mais recursos contra a mesma decisão. A única exceção admitida por lei é a hipótese de interposição simultânea de recurso especial e recurso extraordinário.

Ari. 498 (CPC). Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos.Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o prazorelativo à parte unânime da decisão lerá como dia de inicio aquele em que transitar em julgado a decisão por maioria de votos.

preparo: são as custas do recurso. É fixado por lei estadual (T.T's) e

Heloísa (João) Fábio (Evandro)

Município de Tubarão (Lidiane) Pedro (Ricardo)

23/06/2006

federal (órgãos da esfera federal). O pagamento deve ser comprovado no momento da interposição do recurso (art. 511, CPC). Deserção é sinónimo de ausência de preparo. Nem todos os recursos dependem de preparo, somente os previstos em lei. O preparo deve ser apresentado no ato de interposição do recurso sob pena de preclusão.

Ari. 511 (CPC). No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quandoexigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa ede retorno, sob pena de deserção.§ Io São dispensadas de prep_aro os recursos interpostos pelo Ministério Público, pelaUnião, pêlos Estados -e Municípios e respectivas autarquias, e pêlos que gozam deisenção legal.§ 2o A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado,não vier a supri-lo no prazo de cinco dias.

A ausência de qualquer um dos pressupostos, seja objetivo ou subjetivo, implica na inadmissibilidade do recurso.

5.6 RENÚNCIA AO DIREITO RECURSAL

Só posso renunciar a um direito enquanto não praticá-lo. Independe de aceitação da outra parte. Pode ser expressa ou tacitamente, ou seja, pode ser por petição ou termo nos autos (expressa).

O cumprimento voluntário as sentença é uma forma de renúncia tácita ao direito de recurso. Portanto, a renúncia ao direito de recurso só pode ocorrer antes de ser interposto. É diferente da desistência da ação, onde há necessidade de concordância da parte contrária.

A diferença entre a desistência e a renúncia é que esta ocorre antes de interpor o recurso (leitura do relatório pelo desembargador relator), e aquela depois do ato.

Ari. 501 (CPC). O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorridoou dos litisconsort.es, desistir do recurso.Art. 502 (CPC). A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outraparte.Art. 503 (CPC). A parle, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão,não poderá recorrer.Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de umato incompatível com a vontade de recorrer.

5.7 RECURSO ADESIVO

Recurso de uma das partes que adere ao recurso principal interposto por outra e que só será conhecido se este último o for. Se a parte que interpôs o recurso principal desiste dele, fica também sem efeito o recurso adesivo. É um recurso incidente ou reconvencional.

O recurso adesivo deve seguir as mesmas regras de admissibilidade do recurso principal. Deve ser formalizado por petição escrita e dirigido ao mesmo juízo principal. Seu prazo é o das contra-razões (15 dias).

Este tipo de recurso cabe na apelação, no recurso especial, no recurso extraordinário e em embargos infringentes.

O prazo para a Fazenda Pública e para o Ministério Público é simples. No caso de litisconsortes com procuradores distintos o prazo é em dobro, de acordo com o art. 191, CPC.

Se, por qualquer motivo, o recurso principal não for admitido ou o autor desistir, fica prejudicado o recurso adesivo.

Ari. 500 (CPC). Cada parle interporá o recurso, independentemente, no prazo eobservadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recursointerposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo ficasubordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: .[7 - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal,no prazo de que a parte dispõe para responder;II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial;

/// - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for eledeclarado inadmissível ou deserto.Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recursoindependente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento notribunal superior.Art. 508 (CPC). Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, norecurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazopara interpor e para responder é de 15 (quinze) dias.Ari. 191 (CPC). Quando os litisconsoríes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ãocontados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falarnos autos..

(EXEMPLO) João ingressa com ação contra Pedro pedindo: danos materiais (RS 5.000,00) e danos morais (RS 20.000,00). A decisão do juiz defere parcialmente o pedido em RS 5.000,00. Pedro abre mão de recorrer, deixando passar o prazo para o recurso. João recorre contra a sentença pedindo os outros RS 20.000,00. Pedro não pode mais apelar, mas, nesta situação, o apelado também pode apresentar as contra-razões e recurso adesivo.

(EXEMPLO) João ingressa com ação contra Maria devido a acidente de trânsito. João pede danos morais (RS 13.000,00), materiais, emergentes e lucros cessantes. O juiz julga parcialmente procedente, condenando Maria ao pagamento de danos materiais, emergentes e morais (RS 10.000,00). Neste caso, o autor foi sucumbente RS 3.000,00 em relação aos danos morais, além dos danos emergentes e lucros cessantes. Ambos foram sucumbentes. João resolve não apelar dos lucros cessanles. A ré apela da decisão. Logo, o autor resolve também recorrer (pode fazê-lo no prazo das contra-razões, através do

recurso adesivo).

CONTRA-RAZÕES: são as razões que impugnam as que foram oferecidas pela outra parte.

2. RECURSOS EM ESPÉCIE

Recursos são somente aqueles previstos em lei infraconstitucional (art. 496, CPC). Além deste rol, existe ainda o recurso inominado (Lei 9.099/95, equivalente da apelação) e os embargos infringentes (Lei 6830/80). Este último não é o mesmo embargo infringente do 496, CPC.

Art. 496 (CPC). São cabíveis os seguintes recursos:I - apelação;II – agravo;III – embargos infringentes;IV - embargos 'de declaração;VI - recurso ordinário;VI - recurso especial;VII - recurso extraordinário;VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário.

2.1. APELAÇÃO

Recurso das sentenças, para que o tribunal faça um novo pronunciamento, e ao qual é devolvido o conhecimento integral ou parcial das questões suscitadas e discutidas na ação, conforme se tenha apelado no todo ou em parte da decisão.

Visa modificar, reformar ou anular sentença.É cabível contra todos os processos, sejam de jurisdição voluntária ou

contenciosa, inclusive em procedimentos especiais (ressalva para o juizado especial).

A petição é dirigida ao juízo que proferiu a sentença ("ad quo"), e as razões ao Tribunal ("ad quem")

Ari. 513 (CPC). Da sentença caberá apelação (arls. 267 e 269).

O prazo para interpor o recurso de apelação é de 15 dias, e para contra-razoar é de 15 dias.

ArL 188 (CPC). Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

Sua forma de interposição está disposta no art. 514, CPC, sob pena de inépcia.

ArL 514 (CPC). A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:I - os nomes e a qualificação das partes;II - os fundamentos de falo e de direito;III - o pedido de nova decisão.

Pode ser facultado ao juiz fazer exame de admissibilidade.

O §1° do art. 518 visa evitar recursos protelatórios e é eventualmente utilizado em questões previdenciárias e tributárias.

Já o "caput" do 519, CPC, não pode ser confundido com insuficiência de preparo. Neste caso o juiz decreta prazo para complementacão. Aplica-se nos casos em que não foi possível efetuar o preparo. Trata-se de decisão interlocutória que não admite recurso (parte contrária não pode interpor agravo).

Art. 518 (CPC). Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe,mandará dar vista ao apelado para responder.§ Io O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver emconformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo TribunalFederal.§ 2o Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dospressupostos de admissibilidade do recurso.Art. 519 (CPC). Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena dedeserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.Parágrafo único - A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-lhe a legitimidade.

(EXEMPLO) Pedro ingressa com ação contra o INSS. Juiz julga procedente o pedido do autor com base em súmula do STF. Antes, o INSS recorria para o STF dizer o que já

estava sumulado. Hoje, caso a sentença esteja baseada em súmula do STJ ou STF, não cabe apelação. Pode ser utilizado também nos casos de reexame necessário.

Os efeitos da apelação podem ser devolutivo e suspensivo.

Efeito devolutivo: é aquele que vai devolver ao Tribunal o exame de toda a matéria.

. Quanto à extensão: a extensão do efeito devolutivo é delimitada pelo apelante.

A ri. 575 (CPC). A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matériaimpugnada.§ Io Serão, porém, objelo de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questõessuscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado porinteiro.§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenasum deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (arl. 267), o tribunalpode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito eestiver em condições de imediato julgamento.

§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar arealização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência,sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.

(EXEMPLO) João ingressa com ação de indenização por acidente de trânsito contra Pedro. João pede condenação por danos materiais (RS 5.000,00), morais (R$ 30.000,00) e lucros cessantes (R$ J 0.000,00). A sentença julgou totalmente procedente o pedido do autor. O réu apela, pedindo vistas de dano moral e lucros cessantes. Se forem julgados danos materiais, a apelação será nula em partes ("extra petita"). Mesmo que o Tribunal perceba erro gritante (poderia pedir para rever danos materiais), não poderá manifestar-se.

O recurso de apelação devolverá ao Tribunal apenas o conhecimento da matéria impugnada em relação à sentença e nos limites fixados pelo apelante, não podendo o Tribunal apreciar questões referentes à parte da sentença que não foi objeto do recurso. A parte é quem vai fixar a extensão.

. Quanto à profundidade: o tribunal pode dar procedência ou não a todas as questões suscitadas ou não, discutidas ou não no processo. A profundidade pode ocorrer pêlos pedidos múltiplos e consequentes ou pela multiplicidade de fundamentos. A lei irá determinar a profundidade do efeito devolutivo (art. 515, CPC).

(EXEMPLO) João ingressa com ação contra Pedro pedindo danos materiais, morais e lucros cessantes, devido a acidente de cairo, alegando que este foi culpado. Na sentença o juiz declara a culpa exclusiva de João (autor) e rejeita todos os pedidos. João apela. O Tribunal reforma a sentença alegando que as testemunhas eram parciais (primos do réu). PM que atendeu a ocorrência disse que a culpa foi, de fato, do réu. Ao.

reformar a sentença reconhecendo a culpa do réu, o Tribunal deverá julgar ainda os pedidos e questões referentes à extensão, ainda que não decididos pelo juízo de l" grau. (EXEMPLO) João ingressa com ação contra Mário devido a contraio de compra e venda não quitado, pedindo RS 20.000,00. O réu contesta alegando: 1) prescrição da pretensão formulada pelo autor; 2) exceção de contrato não cumprido (não foi entregue o carro); 3) vício de consentimento. Na sentença, o juiz conclui que de falo houve prescrição e julga improcedentes os pedidos formulados pelo autor. O autor apela alegando que o juiz equivocou-se na contagem do prazo. O acórdão acolhe a alegação do autor, no entanto, como não há prova de entrega do veículo ao réu, nega o provimento em razão de exceção de contrato não cumprido (§2°do 515, CPC). (EXEMPLO) Pedro ingressa com ação contra o Banco do Brasil pedindo a revisão de contrato bancário. Na contestação o réu contrapõe todos os pedidos do autor (matéria exclusivamente de direito -julgamento antecipado). O juiz julga extinto o processo sem o julgamento do mérito por ilegitimidade da parte porque quem propôs a ação foi o avalista (art. 267, V], CPC). Autor apela. O Tribunal provê o recurso de apelação, reconhece a legitimidade do autor, reforma a sentença e remete ao juiz de l" grau para julgar o mérito. Percebeu-se que a parte prejudicada ia recorrer e o recurso voltaria ao Tribunal, inclusive para a mesma Câmara. ISSO ACONTECIA ATE 2001 ~- LEI 10.552/01. Hoje, o Tribunal pode, observando os requisitos do §3°, art. 575, CPC, julgar desde logo a lide. Os requisitos são: 1) sentença sem mérito; 2) matéria de direito; 3) condições de imediato julgamento; 4) requerimento do apelante (ver arl. 295, CPC). Se não

houve contraditório, por exemplo, o juiz não poderá julgar a lide por falta de condições. O Tribunal somente poderá aplicar este dispositivo desde que haja requerimento do apelante. POR QUE? Porque o processo pode cair em uma Câmara que seja desfavorável. Digamos que o juiz seja favorável ao recorrente, não vale a pena pedir a aplicação do §3° do art. 515, CPC, porque tem mais chance de ganhar com o juiz e ainda lerá direito a um recurso.(EXEMPLO) José ingressa com ação contra Caio. Na sentença o juiz julgaimprocedente o pedido. O autor apela, mas falta procuração em seu recurso. ANTES: oTribunal não podia intimar a parle e tinha que baixar o processo para o juiz fazê-lo.AGORA (LEI 11.276/06, ART. 515, §4°): não precisa mais baixar o processo, podendoo próprio Tribunal fazer a intimação.

Efeito suspensivo: é aquele que faz com que não possa ser julgado nenhum ato processual enquanto não for julgada a apelação. O recurso de apelação sempre irá suspender a sentença. Porém, existem sentenças que pela sua natureza ocorre apenas o efeito devolutivo. São ^numerus clausus'\ previstos no art. 520, CPC.

Art. 52(1 (CPC). A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:I - homologar a divisão ou a demarcação;II - condenar à prestação de alimentos;III - julgar a liquidação de sentença;IV - decidir o processo cauíelar; .V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; VI-julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem; VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.Art. 52 J (CPC). Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no processo; recebida só no efeito devolutivo, o. apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença, extraindo'a respectiva carta.

Sempre que o recurso de apelação tiver relevância em seus fundamentos e causar dano irreparável, pode suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara (art. 558, CPC).

Art. 558 (CPC). O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idónea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. Parágrafo único, Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520.

(EXEMPLO) João ingressa com ação de alimentos contra seu pai Pedro. João pede RS J. 000,00 e Pedro diz que pode pagar apenas RS 200,00. Juiz julga procedente o pedido e valor do autor. Na apelação, o réu alega que possui família com mais dois filhos e ganha apenas RS 500,00 por mês. Se ficar aguardando o resultado da apelação, Pedro acabará preso. Há um receito de dano irreparável ou de difícil reparação, além do "periculum in mora".

Efeito

substitutivo: xxxxx. Efeito translativo: xxxxx. Efeito expansivo: xxxxx. Efeito regressivo: xxxxx.

Existem os recursos eiveis e penais:

O Recurso de Apelação está disposto nos Arts. 513 a 521 do CPC. este recurso é cabível contra decisõesterminativas do feito. O prazo para interposição do recurso é de 15 (quinze) dias, a contar da data dapublicação da sentença apelada. Em regra, é recebida nos efeitos devolutivo já que toda a matéria de 1a instância é devolvida á apreciação do Judiciário) e suspensivo.

A Apelação deve conter o pedido para que seja remetida ao tribunal superior, onde será distribuída entre as Câmaras Cíveis.

No Recurso de Apelação se requer que a sentença proferida pelo juízo monocrático seja reformada, no todo ou em parte.

Recurso de apelação no processo penal constitui a apelação na atualidade recurso ordinário por excelência, previsto na quase totalidade das legislações modernas, caracterizada por ampla devolução cognitiva ao órgão ad quem. É eficaz instrumento processual para a atuação do princípio do duplo grau de jurisdição.

Consoante ensina GRINOVER (2001, p. 112) "Em face do extenso âmbito cognitivo do órgão recorrido, pode este reapreciar questões de fato e de direito, ainda que julgadas anteriormente, mormente em matéria processual penal onde o mais comum é não haver preclusão; pode também examinar questões ainda não analisadas pelo juiz, que estejam compreendidas na abrangëncia.da impugnação."

Assim, o Juízo ad quem (Tribunal)exerce duas funções: funções rescisória e rescindente, pois no julgamento da apelação haverá a substituição de uma sentença por outra. Entretanto, no caso de reconhecimento de uma nulidade não haverá função rescisória nem rescindente e sim a cassação da sentença nula, que foi objeto da apelação.

Nesse passo, da análise do artigo 593, chega-se à conclusão que a

apelação é um recurso amplo pois permite a discussão de fatos e de direitos, tendo por isso um caráter genérico sendo cabível nas

sentenças definitivas ou com forças de definitivas, bem como nas decisões do Júri, sendo, obrigatoriamente nesse caso, um recurso de fundamentação vinculada, conforme se verá a seguir.

Cabimento da apelaçãoCabe apelação Contra:

sentenças condenatórias;sentenças absolutórias;Nos casos do artigo 593, II do CPP.

A apelação deve sempre ser endereçada ao juízo ad quem competente. Apesar de ser interposa em 1° . grau, em face do juiz prolator da sentença, a apelação não permite, ao contrário do recurso em sentido estrito, o juízo de retratação, ou seja, a sua apreciação peio prolator da decisão.

Espécies

Quanto à extensão do inconformismo: plena (totalidade do julgado) ou parcial (parte do julgado). Se não é

identificada a parte impugnada presume-se que houve apelação plena.

Quanto à forma procedimental: ordinária aquela cabível nos crimes punidos com reclusão, quando é seguido o rito do artigo 613 do CPP ou sumária: aquela cabível nos delitos puníveis com pena de

detenção, em que há previsão de forma procedimental abreviada (artigo 610 CPP)Principal da subsidiária ou supletiva: a primeira corresponde àquela interposta pelo Ministério Público,enquanto a segunda representa a formulada pelo ofendido, habilitado ou não como assistente, isto porqueeste exerce papel de auxiliar da acusação e só pode apelar quando o promotor de justiça deixe de faze-lodo prazo legal (artigo 593 do CPP).

Recurso de Apelaccão

Criminal Requisitos de

admissibilidade

Decisões do juiz singular É cabível apelação da decisão do juiz singular, nos casos do artigo 593, l e II, do CPP.

Inciso l - são aquelas que julgam a procedência ou improcedência da acusação, com a condenação ouabsolvição do réu e que encerram o processo em 1° grau de jurisdição São também conhecidas comdefinitivas stricto sensu e estão prevista nos artigos 386 e 387 do CPP. Há uma exceção à regra, asentença de absolvição sumária dos processos do júri (artigo 411 do CPP) é impugnável medianterecurso em sentido estritcr(artigo 581, VI).

Inciso II - duas espécies de decisões, as definitivas e as com força de definitivas. São consideradasdefinitivas lato sensu as decisões de mérito que encerram o.processo. Contudo tais decisões são-diferentes daquelas contidas no inciso l, pois não condenam ou absolvem o réu. Por exemplo, sãoconsideradas definitivas lato sensu:

A decisão que extingue a punibilidade;A que concede o perdão judicial;

: As proferidas em Habeas Corpus ou revisão criminal entre outras.

São consideradas decisões com forca de definitivas aquelas que solucionam procedimentos e processosincidentais, as terminativas (que encerram o processo sem julgamento do mérito) e, ainda, como sucedecom a Lei 9.099/95, as decisões que determinam de forma definitiva a suspensão condicional doprocesso.

Por fim, cabe lembrar que as decisões do juiz singular que não se enquadrem nos incisos l e II, não admitem apelação e, caso não sejam também objeto de recurso em sentido estrito serão, via de regra,

irrecorríveis.

ExceçõesHá casos em que as decisões previstas nos incisos l e II do artigo 593, não são

atacáveis por apelação, mas sim por recurso em sentido estrito. São exemplo dessas decisões:

a que rejeição de denúncia ou queixa (artigo 581, l); a que acolhe exceção de coisa julgada, de ilegitimidade de parte ou de litispendênoia (art. 561, III);

a decisão de impronúncia (artigo 581, IV); a decisão que extingue a punibilidade (artigo 581, IX.)

Da mesma maneira o Código de Processo penal estatui que não poderá ser usado recurso em sentido estrito nas decisões em que seja cabível apelação. Nesses termos, deve ser interposta apelação mesmo que a decisão seja, em outro momento processual que não o de decisão definitiva, guerreada por recurso

em sentido estrito.

Decisões do Tribunal do Júri: aspectos geraisOs veredictos representam a consagração da vontade popular e por isso nos países que adotam osistema do tribunal do júri, eles são, via de regra, irrecorríveis. Entretanto, no Brasil admite-se o recursode apelação da decisão do conselho de sentença, com a limitação do mesmo ter sua fundamentação• • vinculada ás hipóteses legais do artigo 593, III e alíneas.

Dessa forma, cabe apelação nas seguintes situações: ' • ...

quando for visada a decretação de nulidade posterior à pronúncia (artigo 593, III, a). quando se busque alterar a decisão do juiz-presidente no caso dessa ser contrária à lei ou à decisão dos

jurados (artigo 593, III, b) ou então houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou medida desegurança. Cumpre ressaltar que não é permitida a substituição do julgamento popular por outro, sendopossível apenas a alteração da sentença do juiz presidente no primeiro caso e a decretação da realização

de novo julgamento no segundo caso. Ainda, as apelações do júri, por terem fundamentação vinculada, devem ser

interpostas com base emdeterminada alinea, não sendo possível que o tribunal profira decisão com base em outra. A partetambém não pode interpor recurso com base em determinada fundamentação e nas razões do mesmoinvocar outra. Portanto, de acordo com MIRABETE (2002, p.632) " Os limites do inconformismo da partedevem ser fixados na petição ou termo do recurso. Ao apelar deve indicar no pedido sua fundamentaçãoou o dispositivo legal em que se apoia, que não pode ser modificado nas razões, salvo se ainda estiveramdenntro do quínquidio legal". Assim, nada impediria à parte, ainda no prazo legal, acrescentar àimpugnação outra matéria.

Honteís): http://p{,wikipedÍ3 orq/wikí/recurso cie..........

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"é mentir para mãe.pra não apanhar porque fez xixi na cama,dizendo foi o

!Ï ^ ' . copo de água que caiu

* "'3í ' ' - •• ~~ S" 5 meses, atrás - Denuncie aaui

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Sembro desde: -14 de Junho ' .• . ' " -. ' - • . ' - .' de 2006 ..' " " • • . : - - ' : "".. . " V

Total de pontos: 290 (Nível 2) Pontos ganhos ria semana:

Respostas ciadas: RAelhores respostas:

Recursos trabalhistas - arts. 893 a 902 CLT

por EDSON.SINHQ

São os seguintes: a) recurso ordinário (CLT, Art. 895); b) recurso de revista (CLT. Art.

896); c) agravo (CLT, Art. 897) c1) de petição (CLT, Art. 897, (a)); c2) de instrumento

(CLT, Art. 897, (b)); d) embargos para o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (Regim.

Int. do STF, Art. 154); e) recurso de revisão (L. 5.584-70, Art. 2°, § 1°); f) recurso

extraordinário (Art. 102, III CF). No processo trabalhista, o advogado encontra maior

facilidade na interposição dos recursos, em face da uniformização dos prazos. Ao

contrário do que ocorre no processo civil, no processo do trabalho o prazo é, sempre, de

oito dias, para qualquer recurso. Esta é a regra, mas ha duas exceções: embargos à

execução (CLT, Art. 884, prazo de cinco dias) e recurso extraordinário (CPC, Art. 542,

prazo de quinze dias) Paes de Almeida, Amador, Curso Prático de Processo do

Trabalho, São Paulo, Saraiva, 3" ed., 1989, pp. 168-9.

(Jurisprudência)

obs.dji: Agravo cível; Agravo de petição; Agravo de Instrumento; Agravo regimental;

Dissídio pretoriano; Embargos à execução trabalhista e sua impugnação; Embargos para

o Tribunal Superior do Trabalho; Enunciado; Prejulgado; Recurso de revista; Recurso

ordinário; Recursos; Revisão constitucional; Revisão criminal

' Processo judiciário do trabalho

Introdução ao direito trabalhista - Normas Gerais de Tutela do Trabalho - Normas

especiais de tutela do trabalho - Contrato individual de trabalho - Organização sindical -

Convenções coletivas de trabalho - Processo de multas administrativas trabalhistas -

Justiça do trabalho - Ministério Público do trabalho .

Agravo de petição x Agravo

Recurso peculiar ao CPC de 1939, revogado em 1973 pelo estatuto processual civil em

. , vigor.

Pela legislação revogada, admitia-se o agravo de petição quando a lei não se referisse,

expressamente, ao cabimento do agravo de instrumento. O agravo de petição

processava-se nos próprios autos da ação, com prazo de cinco dias para interposição

das decisões que implicassem o término da ação sem que o mérito desta fosse resolvido,

a não ser em caso de alçada, quando cabiam embargos. Remanesce o agravo de petição

no processo trabalhista (CLT, Art. 897, (a)). Então, no processo trabalhista, cabe o agravo

de petição nas decisões referentes à execução, bem como da que julga embargos,

incluídos os embargos de terceiro, ou julga válida arrematação, remição ou adjudicação.

O prazo para interposição do agravo é de oito dias, contados da sentença a ser

impugnada.

desde: 14 de Junho de 2006

Total de pontos: 183

(Nível 1)Pontos ganhosna semana:Respostas

dadas: Melhores respostas:

Observar a CLT Art. 897: O agravo será interposto no prazo de 8 (oito) dias e não terá

efeito suspensivo, sendo facultado, porém, ao Juiz ou Presidente, sobrestar, quando

julgar conveniente, o andamento do feito, até julgamento do recurso. Na hipótese da

alinea a, o agravo será julgado pelo próprio Tribunal presidido pela autoridade recorrida,

salvo em se tratando de decisão do Presidente da Junta ou do Juiz de direito, quando o

julgamento competirá ao Presidente do Tribunal Regional a que estiver subordinado o

prolatorda decisão agravada, a quem este informará minuciosamente sobre a matéria

controvertida, ou remeterá os autos, se tiver sobrestado o andamento do feito.

O agravo se processa nos autos principais ou em autos apartados, podendo ser recebido

com efeito suspensivo da execução ou não, a critério do juiz. Se processado em autos

apartados, será autuado, corn traslado das peças indicadas pelo agravante e pelo juiz. A

seguir, os autos vão ao contador para o cálculo dos emolumentos, devendo o agravante

saldá-los em 48 horas.

Satisfeita a providência, o agravado é notificado para contra-arrazoar em oito dias, subindo, os autos, ao

Tribunal-Regional pertinente ao juízo agravado, observar Emenda ' ' Constitucional n° 24, de 1999

(jurisprudência) - Admissibilidade - Recurso de revista contra acórdão

proferido em agravo de petição -

TST Enunciado n° 266 - Recurso adesivo - Processo trabalhista -

Cabimento - TST Enunciado n° 283

- TFR Súmula n° 196 Modelo de petição de

agravo obs.dji: Recursos trabalhistas

Agravo regimental

Instituído pelo Ari 153 do Regimento Interno do TST, aprovado pela Resolução Administrativa 71, de

13.12.1971, o agravo regimental cabe nos seguintes casos: a) do despacho do Presidente de Turma que

indeferir o recurso de embargos; b) do despacho

do Presidente do Tribunal ou de Turmas que indeferir o agravo de petição; c) do despacho do Presidente do

Tribunal que conceder ou negar efeito suspensivo ao recurso

ordinário, em dissídio coletivo de natureza económica: d) do despacho do relator que

negar prosseguimento a recurso de revista ou agravo de instrumento; e) do despacho do

Relator que indeferir a petição de ação rescisória; f) do despacho do Presidente de Turma

que deferir, em parte, o recurso de embargos. .

Para interpor agravo regimental, é preciso, inicialmente, elaborar uma petição

endereçada ao Ministro Presidente da Turma que indeferiu o processamento dos

embargos para o Tribunal Pleno, e depois anexar a esta peça as razões do agravo.

Modelo de petição inicial:

: • (jurisprudência)

- Agravo regimental - Embargos - TST Enunciado n° 195

Embargos para a Seção de Dissídios Individuais contra decisão de Turma proferida em Agravo de Instrumento e

em Agravo Regimental - TST Enunciado n° 353

obs.dji: Agravo regimental (DPC); Recursos trabalhistas

Embargos para o Tribunal Superior do Trabalho

Recurso cabível para o Pleno do TST, em face de decisão por turma deste tribunal, em revista Não cabem

embargos para o Pleno contra decisão em agravo de instrumento

oposto a despacho denegatorio de recurso de revista e de decisão do TST proferida em

agravo regimental. O procedimento dos embargos é regulamentado pêlos arts. 138 e

seguintes do Regimento Interno do TST.

(jurisprudência) - Agravo regimental - Embargos - TST

Enunciado n° 195

- Embargos de declaração trabalhista - Omissão em recurso de revista ou embargos -

TST Enunciado n° 184

- Embargos em dissídios individuais contra decisão em agravo de instrumento opostos em denegatorio de recurso

de revista - TST Enunciad.o n° 335

- Embargos para a Seção de Dissídios Individuais contra decisão de Turma proferida em Agravo de Instrumento e

em Agravo Regimental - TST Enunciado n° 353

- Interpretação da Lei -Admissibilidade ou conhecimento dos recursos de revista ou de embargos - TST Enunciado

n° 221

- Recurso de revista e embargos não conhecidos - Competência - Ação que vise a rescindir a decisão de mérito

- TST Enunciado-n° 192

- Recurso de revista - Embargos - Decisões - Dissídios trabalhistas individuais - TST

Enunciado n° 333

Revista ou embargos - Decisão recorrida - Diversos fundamentos - TST Enunciado n°

23

obs.dji: Embargo(s); Recursos trabalhistas

Enunciado Denominação atual da súmula de jurisprudência

elaborada pelo TST.

As súmulas do TST eram denominadas prejulgados, os quais tiveram caráter vinculativo até o advento da L.

7,033, de 5.10.1982, a qual, ao revogar o Art. 902 da CLT, aboliu esta

qualidade. A partir de então, os prejulgados passaram a constituir, tão-somente, jurisprudência uniforme do

TST. Posteriormente, a Resolução 102-82, do TST. mudou a denominação prejulgado para súmula e, com a

Resolução n° 44, de 28.6.1985, também

do TST, adotou-se a expressão enunciado, para denominar a uniformização de jurisprudência do magno

pretório trabalhista, conforme determinação do Art. 479 do CPC.

obs.dji: Acórdão; Decisão Judicial; Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho; Prejulgado:

Recursos trabalhistas; Súmula: Uniformização da jurisprudência

Prejulgado - pronunciamento prévio do tribunal' Arts.

476 a 479, CPC

O pronunciamento prévio, de caráter interpreíativo, do Tribunal Superior do Trabalho.

sobre direito em tese não existe mais, extinto que foi em razão de sua suposta

tnconstituciohalidade. Para substitui-lo, criou-se o enunciado, mediante a Resolução

Administrativa 44, de 28.6 1985, do TST: - . .

Exceção feita ao TST. quando funcionando com sua composição plena, c prejulgado era

de cumprimento obrigatório pêlos Tribunais Regionais do Trabalho. O objetivo do . prejulgado era o mesmo

que têm, hoje, o enunciado e a súmuJa, .qual seja, uniformizar a

jurisprudencia, conforme estabelecido no Art. 479.