processo civil resumo

44
I - Jurisdição: Jurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Características : Unidade, Imparcialidade, Secundariedade, Substitutividade, Definitividade. Art. 1 o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece. Unidade: A jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário, por intermédio de seus juízes (art. 1º), os quais decidem monocraticamente ou em órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é uma. A distribuição funcional da jurisdição em órgãos (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, varas cíveis, varas criminais, entre outros) tem efeito meramente organizacional. A jurisdição, como ensina Lopes da Costa, será sempre o poder-dever de o Estado declarar e realizar o Direito. Secundariedade: O normal é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à justiça para fazer valer seu direito. Somente quando surge o litígio (conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida) é que o Judiciário é provocado. Diz-se, por isso, que a jurisdição é secundária, que ela tem a característica de secundariedade. Imparcialidade: A jurisdição é atividade eqüidistante e desinteressada do conflito, e or isso, num primeiro momento, só age se provocada (art. 2º). Evidentemente que, uma vez provocada, age por impulso oficial, de ofício. Substitutividade: De um modo geral, as relações jurídicas são formadas, geram seus efeitos e extinguem-se sem dar origem a litígios. Quando surge um litígio, as partes podem compô-lo de diversas formas, sem recorrer ou aguardar o pronunciamento do juiz. A transação (concessões mútuas – CC, art. 840), a conciliação (transação obtida em audiência) e o juízo arbitral (solução da lide por pessoas estranhas ao Judiciário) são instrumentos extrajudiciais adequados para a composição dos litígios. Essa a razão por que se diz que a jurisdição tem caráter substitutivo, ou seja, substitui a atuação das partes. Princípios da Jurisdição : 1) Investidura : só será exercida por quem tenha sido regulamente investido na autoridade de juiz; 2) Indelegabilidade : no âmbito do poder Judiciário não pode juiz algum, delegar funções a outro órgão também judiciário, o magistrado a exercer a função jurisdicional o faz em nome do Estado; 3) Inevitabilidade : uma vez acionada a jurisdição não tem como as partes esquivarem- se do exercício do poder estatal; 4) Indeclinabilidade : o Estado tem o dever de solucionar os litígios posto a sua apreciação; 5) Inércia , o magistrado deve exercer sua função por provocação do interessado; 6) Aderência : ao território, cada juiz só exerce sua autoridade nos limites do território, sujeito por lei a sua jurisdição; 7) Inafastabilidade de Jurisdição : veda qualquer tentativa, ainda que por meio de lei, de se dificultar ou de excluir o acesso dos particulares ao poder judiciário na busca de tutela a direitos que estendam estarem sofrendo ou ameaçados de sofrer lesão; 8) Juiz Natural , ninguém pode ser privado do julgamento por um juiz independente e imparcial, indicado pelas normas legais.

Upload: gregor-marcondes

Post on 11-Feb-2015

46 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: Processo Civil Resumo

I - Jurisdição:

Jurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Características: Unidade, Imparcialidade, Secundariedade, Substitutividade, Definitividade.

Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.

Unidade: A jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário, por intermédio de seus juízes (art. 1º), os quais decidem monocraticamente ou em órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é uma. A distribuição funcional da jurisdição em órgãos (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, varas cíveis, varas criminais, entre outros) tem efeito meramente organizacional. A jurisdição, como ensina Lopes da Costa, será sempre o poder-dever de o Estado declarar e realizar o Direito. Secundariedade: O normal é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à justiça para fazer valer seu direito. Somente quando surge o litígio (conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida) é que o Judiciário é provocado. Diz-se, por isso, que a jurisdição é secundária, que ela tem a característica de secundariedade. Imparcialidade: A jurisdição é atividade eqüidistante e desinteressada do conflito, e or isso, num primeiro momento, só age se provocada (art. 2º). Evidentemente que, uma vez provocada, age por impulso oficial, de ofício. Substitutividade: De um modo geral, as relações jurídicas são formadas, geram seus efeitos e extinguem-se sem dar origem a litígios. Quando surge um litígio, as partes podem compô-lo de diversas formas, sem recorrer ou aguardar o pronunciamento do juiz. A transação (concessões mútuas – CC, art. 840), a conciliação (transação obtida em audiência) e o juízo arbitral (solução da lide por pessoas estranhas ao Judiciário) são instrumentos extrajudiciais adequados para a composição dos litígios. Essa a razão por que se diz que a jurisdição tem caráter substitutivo, ou seja, substitui a atuação das partes. Princípios da Jurisdição: 1) Investidura: só será exercida por quem tenha sido regulamente investido na autoridade de juiz; 2) Indelegabilidade: no âmbito do poder Judiciário não pode juiz algum, delegar funções a outro órgão também judiciário, o magistrado a exercer a função jurisdicional o faz em nome do Estado; 3) Inevitabilidade: uma vez acionada a jurisdição não tem como as partes esquivarem- se do exercício do poder estatal; 4) Indeclinabilidade: o Estado tem o dever de solucionar os litígios posto a sua apreciação; 5) Inércia, o magistrado deve exercer sua função por provocação do interessado; 6) Aderência: ao território, cada juiz só exerce sua autoridade nos limites do território, sujeito por lei a sua jurisdição; 7) Inafastabilidade de Jurisdição: veda qualquer tentativa, ainda que por meio de lei, de se dificultar ou de excluir o acesso dos particulares ao poder judiciário na busca de tutela a direitos que estendam estarem sofrendo ou ameaçados de sofrer lesão; 8) Juiz Natural, ninguém pode ser privado do julgamento por um juiz independente e imparcial, indicado pelas normas legais.

Page 2: Processo Civil Resumo

Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. (Inércia)

Espécies de Jurisdição: 1) Contenciosa: A jurisdição contenciosa é a atividade pela qual o juiz compõe os litígios entre as partes e tem como características a ação, a lide, o processo e o contraditório ou sua possibilidade; 2) Voluntária ou Graciosa: administração pública de interesses privados por intermédio de juiz nos casos expressamente previstos em lei. não há litígio, não há processo, no termo técnico da palavra, havendo meramente uma medida judicial de caráter administrativo. Há interessados, e não partes. II - AÇÃO: O direito de ação é PÚBLICO, porque se dirige contra o Estado-Juiz. É SUBJETIVO porque o ordenamento jurídico faculta àquele lesado em seu direito pedir a manifestação do Estado (provocar a tutela jurisdicional) para solucionar o litígio, dizendo qual é o direito de cada uma das partes no caso concreto. Ação, portanto, numa concepção eclética: é o direito a um pronunciamento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz. Teoria Eclética de LIBMAN: este é o conceito de ação adotado pelo CPC. Segundo LIBMAN, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável (teoria concreta), mas também não é completamente independente do direito material (teoria abstrata). Há, de fato, uma abstração do direito de ação, no sentido de que a existência do processo não está condicionada à do direito material invocado; porém, sustenta-se pela teoria eclética que a ação é o direito a uma sentença de mérito, seja qual for o seu conteúdo, isto é, de procedência ou improcedência. Para surgir tal direito, devem estar presentes certos requisitos, denominados de condições da ação; aliás, a ausência de tais condições gera o fenômeno designado por “carência de ação”. É importante observar que não apenas as condições da ação, mas também os pressupostos processuais são requisitos necessários para que se tenha direito à sentença de mérito. É tanto que o direito moderno (Itália, Alemanha), tais instituto são tratados conjuntamente e não de maneira dissociada, como se vê na doutrina nacional. O acolhimento da teoria eclética de LIBMAN pelo CPC é evidenciado por uma série de dispositivos, tais como o art. 267, VI, que estabelece a extinção do processo sem resolução do mérito “quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes e o interesse processual”; CONDIÇÕES DA AÇÃO: LEGITIMIDADE AD CAUSAM

INTERESSE DE AGIR POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

A possibilidade jurídica do pedido é a aptidão de um pedido, em tese, ser acolhido. Se, em tese, o pedido é possível, está preenchida esta primeira condição da ação. O interesse de agir é verificado pela reunião de duas premissas: a utilidade e a necessidade do processo. A utilidade está em se demonstrar que o processo pode propiciar benefícios; a necessidade do processo se constata quando o proveito de que se precisa só é possível alcançar por meio do Judiciário. Com relação à legitimidade “ad causam” (ou legitimidade para agir), ela pode ser conceituada como o poder jurídico de conduzir validamente um processo em que se discute um determinado conflito. A legitimidade pode ser exclusiva (atribuída a um único sujeito),

Page 3: Processo Civil Resumo

concorrente (atribuída a mais de um sujeito), ordinária (o legitimado discute direito próprio) e extraordinária (o legitimado, em nome próprio, discute direito alheio). Das partes e dos procuradores:

Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. Art. 9o O juiz dará curador especial: I - ao INCAPAZ, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; II - ao RÉU PRESO, bem como ao REVEL citado por EDITAL ou com HORA certa. Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.

Para ser parte exige-se capacidade, que se divide em:a) Capacidade de ser parte b) Capacidade de estar em Juízo c) Capacidade postulatória. Capacidade de ser parte: Em regra relaciona-se à capacidade de direito ou de gozo que começa do nascimento com vida no caso de pessoas naturais ou do surgimento das pessoas jurídicas;Obs.: entes despersonalizados também podem ser partes (art. 12, III, IV e V do CPC). O nascituro também tem capacidade de ser parte. Capacidade para estar em Juízo (art. 7º) – diferente da capacidade de ser parte. A capacidade processual é a possibilidade de exercer por si só os atos da vida civil – capacidade de fato ou de exercício. Exemplo: menores de idade – ação de alimentos. Capacidade dos Cônjuges – art. 10: Regra: Cada um tem capacidade plena e independente do outro para defenderem seus direitos e interesses. Exceção – art. 10 do CPC: (Outorga uxória): Capacidade processual ativa - para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários um cônjuge necessita de CONSENTIMENTO do outro (reivindicatória, usucapião, adjudicação compulsória, execução hipotecária) - OBS.: não se trata de litisconsórcio ativo necessário, pois o que a lei exige é simplesmente a autorização e não que ambos ocupem o polo ativo da demanda. Falta da outorga uxória – nulidade do processo. Recusa injustificada ou impossibilidade – suprimento do Juiz (art. 11); Capacidade processual passiva – quando um cônjuge for demandado (réu) em uma ação ambos deverão ser CITADOS nas ações que versem: a) sobre direitos reais imobiliários; b) Fatos que digam respeito a ambos (responsabilidade do filho menor p.e.); c) dívidas contraídas por um , mas a bem da família; d) constituição ou extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos - OBS.: Neste caso se trata de litisconsórcio passivo necessário, pois ambos serão réus; Capacidade processual dos cônjuges nas ações possessórias (art. 10, 2º): Neste caso somente é indispensável no caso de : a) composse; b)ato praticado por ambos. Irregularidade quanto à capacidade ou representação das partes: a) Suspensão do processo pelo Juiz; b) Prazo razoável para corrigir o defeito;

Page 4: Processo Civil Resumo

c) Se não cumprido pelo: Autor – Nulidade do processo Réu – Revelia Terceiro interessado - Exclusão III - LITISCONSÓRCIO: Ocorre o litisconsórcio quando em um dos pólos da demanda ou em ambos há uma pluralidade de partes. Assim, haverá litisconsórcio quando houver mais de um autor ou mais de um réu na relação processual, ocorrendo um cúmulo subjetivo em um mesmo processo. O que justifica a formação do litisconsórcio é o direito material objeto da relação processual em questão, ou seja, as partes se reúnem pela comunhão ou conexidade de interesses objeto da demanda. Classificação do Litisconsórcio: a) Quanto à posição das partes: i) ativo ii) passivo; b) Quanto ao momento de formação: i) Inicial ii)Incidental; c) Quanto a obrigatoriedade da formação: Necessário – decorre de imposição legal ou da natureza da relação jurídica. Facultativo – fica a princípio a critério do autor da ação, desde que: haja comunhão de direitos ou obrigações (credor pode demandar apenas um devedor ou todos eles); quando os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito (acidente causado por dois motoristas que destroem uma casa); ou houver entre as causas conexão (credor executa o devedor e seu avalista. Obs.: o facultativo pode ser recusado pelo juiz em caso de excesso de autores ou de réus, quando o excesso comprometer a rápida solução do conflito ou dificultar a defesa (LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO) Quanto a uniformidade da decisão: Simples – Quando a decisão embora proferida no mesmo processo, puder ser diferente para cada um dos litisconsortes. Unitário – quando a demanda, ao contrário, tiver de ser decidida de forma idêntica para todos os que figuram no mesmo pólo da relação processual. ex: quando dois condôminos atuam em juízo na defesa da coisa comum. -Se os litisconsortes tiverem o mesmo advogado – prazo simples -Se os litisconsortes tiverem advogados diferentes – prazo em dobro – art. 191 REGIME DE TRATAMENTO DOS LITISCONSORTES: Existem algumas regras a serem observadas sobre os efeitos da conduta de um litisconsorte em relação aos outros conforme a modalidade de litisconsórcio formada. As partes numa relação processual poderão realizar duas formas de conduta: a conduta alternativa e a conduta determinante. Entende-se por conduta alternativa aquela conduta que busca melhorar a situação da parte, como por exemplo, contestar, recorrer, produzir prova, etc. Já a conduta determinante é aquela que cria situações desfavoráveis para as partes e por isso somente tem eficácia se for praticada por todos os litisconsortes. Podemos citar os seguintes exemplos: desistir de recurso, renunciar direito de recorrer, confissão, desistência. Nos casos de litisconsórcio simples, será aplicada a regra prevista no art. 48 do CPC, que prevê que os litisconsortes serão considerados litigantes distintos. Com isso, os atos e omissões de um litisconsorte não aproveitam e nem prejudicam aos demais. As condutas alternativas de um litisconsorte simples não prejudicam e nem beneficiam os demais. É a aplicação do princípio da autonomia no litisconsórcio.

Page 5: Processo Civil Resumo

Há, porém duas exceções a essa regra. A primeira está relacionada ao princípio da aquisição processual da prova ou princípio da comunhão da prova, que prevê que a prova produzida por uma parte passa a pertencer ao processo. Assim, se uma parte produz uma prova no processo, essa prova poderá ser utilizada pelos outros litisconsortes. A segunda exceção à regra do art. 48 do CPC diz respeito à contestação. Nos termos do art. 320, I do CPC, caso um dos litisconsortes conteste, não será causado ao outro litisconsorte os efeitos da revelia. Nos casos do litisconsórcio unitário será aplicado o principio da interdependência entre os litisconsortes, que prevê que nas condutas alternativas basta que somente um dos litisconsortes pratique o ato, o qual será aproveitado ou irá alcançar todos os demais litisconsortes; por outro lado, em caso de condutas determinantes o ato somente terá validade se for praticado por todos os litisconsortes. Frise-se que qualquer que seja a modalidade litisconsorcial, a conduta determinante de um não pode causar prejuízos aos demais.

Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994) Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo. Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Art. 49. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

IV ASSISTÊNCIA: Ocorre quando o terceiro ingressa em um processo com a intenção de defender o direito de uma das partes envolvidas no mesmo, vez que tenciona que uma delas saia vitoriosa. Por conseguinte, é fácil perceber que o Assistente assim procede porque tem interesse na preservação ou obtenção de uma situação jurídica de uma das partes envolvidas no processo, vez que poderá ter proveito com essa situação. Quando o Assistente tem o interesse de auxiliar uma das partes litigantes a obter uma sentença favorável (interesse

Page 6: Processo Civil Resumo

indireto) temos uma Assistência Simples (ver art. 50, do CPC). Quando o Assistente tem interesse de defender seu direito de forma direta contra uma das partes litigantes temos um caso de Assistência Litisconsorcial.

Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra. Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do assistente será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz: I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de serem autuadas em apenso; II - autorizará a produção de provas; III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente. Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios. Art. 53. A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do assistente. Art. 54. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Parágrafo único. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de intervenção, sua impugnação e julgamento do incidente, o disposto no art. 51. Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

V- INTERVENÇÃO DE TERCEIROS i) Oposição: é a intervenção de terceiro na qual o terceiro ingressa em demanda alheia com o objetivo de haver para si o bem jurídico demandado, excluindo tanto o autor como o réu. Pode ser interventiva (art. 59) ou autônoma (art. 60). a) Interventiva – é oferecida antes da audiência de instrução e julgamento – será apensada aos autos principais e corre simultaneamente; b) Autônoma – oferecida após a audiência de instrução e julgamento será apensada, mas seguirá o rito ordinário. O juiz pode determinar a suspensão do processo por 90 dias para julgar ambas simultaneamente. Em nenhuma hipótese poderá ser oferecida após a sentença. >Os opostos serão citados na pessoa de seus advogados para responder em 15 dias. >Se um deles reconhecer o pedido a oposição continua contra o outro. >A oposição sempre será julgada primeiro, ou seja, antes da ação principal. ii) Nomeação à autoria: é a forma de intervenção na qual o mero detentor da coisa, ou aquele que está cumprindo uma ordem é demandado na ação principal e indica o proprietário ou possuidor da coisa demandada. Prazo: no prazo da contestação (art. 64). Procedimento processual: após o pedido o juiz determina a suspensão do processo e mandará ouvir o autor da ação em 5 dias – se aceitar deve promover a citação do nomeado; se recusar

Page 7: Processo Civil Resumo

a ação prosseguirá entre autor e réu originários. Após a citação o nomeado pode aceitar a nomeação caso em que o processo contra ele correrá ou negar, caso em que o processo irá continuar entre autor e réu originários. Se ninguém se manifestar – aceitação tácita. O réu que não nomear à autoria quando deveria fazê-lo responderá por perdas e danos. iii) Chamamento ao processo: intervenção de terceiro na qual se inclui o devedor principal ou os coobrigados pela dívida no pólo passivo da demanda a fim de que o juiz declare a responsabilidade de cada um. Hipóteses: a) O devedor principal na ação em que for demandado somente o fiador; b) Os demais fiadores quando somente um for chamado; c) Todos os devedores solidários quando o credor exigir a dívida de somente um deles. Procedimento: o réu requer no prazo da contestação a citação do chamado – suspende o processo – aguarda-se a citação (mesmo prazo da denunciação) – aguarda-se o chamado. A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que Ihes tocar. iv) Denunciação da Lide: é uma ação regressiva “in simultâneo processus”, que pode ser proposta tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquele pessoa contra quem o denunciante terá uma pretensão indenizatória, caso ele, denunciante venha a sucumbir na ação principal. Hipóteses de admissibilidade: a) Evicção; b) Possuidor direto demanda o Indireto. Locatário que demandado em reintegração de posse, denuncia o locador c) Obrigado por lei ou contrato a indenizar em ação regressiva – Seguradoras. Somente a letra A é hipótese obrigatória. Procedimento: Feita pelo autor – na própria inicial – cita-se primeiro o denunciado – ele poderá aditar a inicial – somente após é que haverá a citação do réu. Feita pelo réu – no prazo de contestação – suspende o processo principal até a citação do denunciado – A citação do denunciado deverá ocorrer em: -10 dias se residir na mesma comarca; -30 dias em comarca diferente ou lugar incerto. Se não ocorrer, o processo prosseguirá tão somente entre as partes originárias. Se a denunciação for feita pelo réu, o denunciado pode: a) Aceitar a sua condição e assim integrar o pólo passivo da demanda – litisconsórcio; b) Não comparecer ou comparecer apenas para negar – o denunciante prosseguira na defesa até o final, mas mesmo assim o denunciado pode ser condenado!!! Diferente da nomeação; c) Confessar os fatos alegados pelo autor - o denunciante continua na defesa. VI - COMPETÊNCIA É a limitação do poder Jurisdicional. Todos os Juízes, incluindo os órgãos colegiados têm jurisdição, ou seja, poder de resolver conflitos. Contudo, por uma questão de organização relativa à divisão de trabalhos o legislador, levando em conta diversos critérios, distribuiu esse poder entre estes órgãos. Ou seja, ocorre uma limitação do poder Jurisdicional, fixando os limites da jurisdição de cada órgão do poder judiciário. Princípios Norteadores da Competência Jurisdicional: a) Juízo Natural; Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; b) Princípio da perpetuação da competência: A competência é fixada no momento da propositura da ação, sendo irrelevante as modificações posteriores (art. 87, CPC). Exemplo: separação e posterior mudança da mulher; Exceções: Em caso de extinção do Juízo ou alteração da competência absoluta: em razão da matéria ou da hierarquia – nestes casos haverá modificação da competência. Ex.: Criação da Vara de Família;

Page 8: Processo Civil Resumo

Critérios Determinativos da Competência Competência internacional a) Concorrente – Art. 88 - Réu domiciliado no Brasil, qualquer que seja a sua nacionalidade; - No Brasil tiver que ser cumprida a obrigação; - A ação se originar de fato ocorrido no Brasil; b) Exclusiva – art. 89/90 - Imóveis situados no Brasil; -Inventario e partilha de bens situados no Brasil; TERRITORIAL Regra Geral: Ações fundadas em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas em regra, no foro do domicílio do réu (art. 94). Se o réu tiver mais de um domicílio – no foro de qualquer deles. Sendo incerto o domicílio do réu – onde for encontrado ou; no domicílio do autor. Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil – domicílio do autor; se o autor também não residir no Brasil – em qualquer foro; Havendo dois ou mais réus com domicílios diferentes – foro de qualquer deles. Foros Especiais: >Ações fundadas em direito real sobre imóveis: Foro de Situação da coisa (art. 95); >Ações referentes à herança: Foro de domicílio do autor da herança; Se ele não possuía endereço certo: situação dos bens; se não possuía domicílio e vários bens em vários lugares: Onde ocorreu o óbito. > Ações contra o ausente: último domicílio; >Ações contra o incapaz: domicílio do representante; > Separação Judicial, conversão desta em divórcio e anulação de casamento: foro da residência da mulher (art. 100, I) – não se aplica para as separações extrajudiciais. > Ações de alimentos e execução de alimentos: foro de domicílio ou da residência do alimentando (art. 100, II) > Ações de anulação de títulos extraviados ou destruídos: foro do domicílio do devedor (art. 100, III); > Ações contra pessoas jurídicas: foro do lugar onde está a sede da agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu; foro do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita, para ação em que se lhe exigir o cumprimento; >Ações de reparação de danos, exceto em razão de delito ou acidente de veículos: foro do lugar do ato ou fato > Ações de reparação de danos, em razão de delito ou acidente de veículos: foro do lugar do fato ou do domicílio do autor; > ações contra administrador ou gestor de negócios: foro do lugar do ato ou fato.

A Competência Absoluta pode ser arguida de ofício e não admite prorrogação. São competências absolutas: i)MATÉRIA; ii) PESSOA; iii) FUCIONAL. A competência relativa deve ser alegada pelas partes e se não for, ocorrerá a prorrogação da competência (preclusão). São competências relativas: i) TERRITÓRIO (salvo as ações fundadas em direito reais sobre imóveis); ii) VALOR (Exceção: Juizados Especiais Federais – art. 3, 3º da lei 10.259/01 (competência absoluta). A modificação ou prorrogação de competência somente pode ocorrer nas RELATIVAS. Pode ocorrer pela vontade das partes (foro de eleição); pela CONEXÃO e pela CONTINÊNCIA e quando não arguido foro incompetente (prorrogação de competência por preclusão).

Page 9: Processo Civil Resumo

Conexão: quando houver duas ou mais ações e lhes forem comuns a causa de pedir ou o objeto;

Continência: Quando houver duas ou mais ações e lhes forem comuns as partes e a causa de pedir, mas o objeto de uma é mais amplo que a outra. Ex. Despejo e outra com Despejo mais aluguéis em atraso.

VII - DO JUIZ

DO JUIZ

Poderes/Deveres/Responsabilidade do Juiz: a)Direção do Processo; b) Igualdade de tratamento às partes; c) Rápida solução dos Conflitos; d)Repressão a atos atentatórios à dignidade da Justiça; e) Poder-Dever de prestar a tutela jurisdicional (analogia, costumes e princípios gerais do direito); f)Limites da decisão – o juiz decidirá a lide nos limites propostos; g) Princípio da identidade física do juiz; h)Responsabilidade civil (perdas e danos): proceder com dolo ou fraude (atenção culpa não!!) - retardar, recusar ou omitir, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento das partes.

j) Dever de imparcialidade do Juiz: Impedimento:

a)Em que for PARTE

b) Foi MANDATÁRIO; PERITO; MP; TESTEMUNHA

c) que proferiu SENTENÇA ou DECISÃO em 1ª grau

d)Quando o advogado de uma das partes for CONJUGE ou PARENTE até 2ª grau.

e)Quando for CONJUGE ou PARENTE até o 3ª grau das PARTES

f) quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa

Suspeição (art. 135):

a) AMIGO ou INIMIGO de uma das partes b) Parte for CREDORA ou DEVEDORA do juiz, seu cônjuge ou parente até o 3ª Grau

c) HERDEIRO PRESUNTIVO; EMPREGADOR ou DONATÁRIO de uma das partes

d)Receber DÁDIVAS ou ACONSELHADO as partes

e) Tiver INTERESSE no julgamento da demanda

f) Qualquer motivo ÍNTIMO

VIII - DOS ATOS PROCESSUAIS: Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Page 10: Processo Civil Resumo

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.

Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se: I - a produção antecipada de provas (art. 846); II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos. Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias. Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas: I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento; II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275; III - todas as causas que a lei federal determinar.

Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz. Realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo e se fundar em motivo legítimo. Todavia, é defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor. CITAÇÃO: Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado. Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: 1) A quem estiver assistindo a qualquer ato de CULTO RELIGIOSO; 2) ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 3) aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; 4) aos doentes, enquanto grave o seu estado.

Page 11: Processo Civil Resumo

5) quando for o réu demente ou estiver impossibilitado de recebê-la. Neste caso, será necessário pericia médica para averiguar o estado do réu.

Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la. § 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias. § 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa. § 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.

Efeitos da Citação: Se válida a citação, torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. Neste caso, a interrupção da prescrição retroage à data da propositura da ação. A citação pode ser feito pelo correio, por oficial de justiça, por edital e por meio eletrônico. Todavia, existem hipóteses em que a citação só poderá se dar pessoalmente por oficial de justiça: 1) nos processos de execução; 2) quando for ré a pessoa incapaz; 3)quando for ré pessoa jurídica de direito público; 4) nas ações de estado; 5) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 6) quando o autor assim o requerer.

Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis; III - a cominação, se houver; IV - o dia, hora e lugar do comparecimento; V - a cópia do despacho; VI - o prazo para defesa; VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz. Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado

Citação por hora certa: A citação por hora certa é uma excepcionalidade, já que a regra é a citação pessoal. É uma espécie de citação ficta. Seus requisitos são: a) o oficial ter procurado o réu por 3 vezes em sua residência, sem localizá-lo; b)suspeita de ocultação. Diante da situação concreta que reúna os dois requisitos acima, o oficial de justiça intimará a qualquer pessoa da família, ou, em sua falta, a qualquer vizinho, que no dia imediato voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Somente a procura do réu por três vezes na residência ou domicílio é que justifica a citação ficta com hora marcada. Se a

Page 12: Processo Civil Resumo

procura se deu em outros lugares, como escritórios ou locais de trabalho, não autoriza o Código essa forma excepcional de citação. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho do juiz, voltará à residência ou domicílio do réu, a fim de completar a diligência. Se o demandado for encontrado, a citação será feita normalmente, segundo o disposto no art. 226º - CPC. Se, porém, continuar fora de casa, o oficial procurará informar-se das razões da ausência e, não as considerando justas, dará por feita a citação, mesmo sem a presença do réu, e ainda mesmo que a ocultação tenha se dado em outra comarca. O oficial de justiça deixará a contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, observado o requisito da capacidade desse intermediário. Lavrará, em seguida, certidão da ocorrência. A certidão deve ser copiada também na contrafé, para chegar ao conhecimento do citando o fato da conclusão da diligência sob forma ficta. Recebido o mandado, o escrivão procederá à sua juntada aos autos e expedirá, em seguida, carta, telegrama ou radiograma, dando ao réu ciência da citação concluída por hora certa (art. 229º - CPC). Essa comunicação é obrigatória, mas não integra os atos de solenidade da citação, tanto que o prazo de contestação começa a fluir da juntada do mandado e não do comprovante de recepção da correspondência do escrivão (art. 241º, II - CPC). Trata-se, na verdade, de reforço das cautelas impostas ao oficial de justiça e que tendem a diminuir o risco de que a ocorrência não chegue ao efetivo conhecimento do réu. Citação por edital: Outra espécie de citação ficta. Ocorre quando: a) desconhecido ou incerto o réu; b) ignorado, incerto ou inacessível o local em que se encontrar; c)quando a lei expressamente determinar. O inciso I diz respeito à pessoa do citando: quando desconhecido ou incerto. A aplicação do inciso I do art. 231 do CPC exige redobrado cuidado, visto que, em tal hipótese, mesmo a petição inicial não atende ao requisito posto no inciso II, do art. 282, do CPC, que prevê a indicação do nome ou do endereço do réu. Nesse sentido, há precedente do E. STJ no sentido de admitir que em se tratando de ação possessória possa haver citação editalícia, no caso de não serem conhecidos os invasores. A aplicação do inciso II exige seja desconhecido o paradeiro do réu ou, mesmo, inacessível. O desconhecimento do endereço é circunstância que pode ser obviada com acesso a cadastros de entidades públicas e/ou privadas, providência que, em nome do princípio constitucional do contraditório, deve ser determinada pelo Juízo. A citação por edital poderá ocorrer, ainda, quando a lei assim exigir para que terceiros desconhecidos e eventualmente inexistentes tenham ciência de demanda que possa afetar sua esfera de direitos, como, por exemplo, no processo de usucapião (art. 942, do CPC) e nas desapropriações imobiliárias (Decreto 3.365/41). O conteúdo do edital deve contemplar: (a) a cópia da petição inicial, que pode ser em resumo compreensível; (b)cópia do despacho que manda citar por edital, que deve especificar o tempo de duração do ato citatório, nunca inferior a 20 dias nem superior a 60 dias, contados da data da primeira publicação; (c) a indicação do prazo para defesa ou do dia que deve o citando comparecer; (d) a advertência de que se não contestados poderão ser presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo autor; (e) eventual ordem a fazer ou abster-se, com a cominação prevista para o descumprimento;(f) a assinatura do escrivão, com a observação de que o faz por ordem judicial. deverá ser publicado por três vezes, no prazo de 15 dias, sendo uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes no jornal local, nas Comarcas onde houver. Deverá, ainda, ser afixado na sede do juízo, cumprindo ao escrivão certificar o atendimento de tal exigência. INTIMAÇÃO: Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Page 13: Processo Civil Resumo

Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário. Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial. § 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação. § 2o A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente. Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes: I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo; II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo. Parágrafo único. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei própria.

Fluência do prazo: Começa a correr o prazo: a) quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento; b) quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido; c) quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido; d) quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida; e) quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão. Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença. DA NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS: A anulação dos atos processuais, obedece a uma série de regras, contidas na lei ou impostos por princípios gerais de interesse público que contribuem para adequar a teoria das nulidades as necessidades atuais do processo.Com esse espírito de aproveitamento dos atos processuais, os princípios ligados às nulidades podem ser alinhados: a) Princípio da Liberdade das formas; b)Princípio da Finalidade; c) Princípio do Aproveitamento; d) Princípio do Prejuízo; Princípio da Convalidação; e)Princípio da Causalidade. O art. 249, § 2° do CPC, nos traz uma regra de economia processual, estatuindo a desnecessidade de declaração da nulidade quando a decisão de mérito for favorável a parte a quem aproveite a nulidade, exceto quando se tratar de nulidade absoluta, já que a norma tuteladora do interesse público impede qualquer tipo de convalidação. No que diz respeito aos atos eivados de vícios causadores de nulidade relativa, a não argüição da irregularidade pelo interessado, quando este pela primeira vez se manifesta nos autos, convalida o ato, ocorrendo, dessa forma, a preclusão da faculdade de alegar.

Page 14: Processo Civil Resumo

No tocante a convalidação do ato maculado pela declaração de nulidade, é nesse momento que surge a aplicação do princípio da instrumentalidade, traduzido pelo binômio finalidade-não prejuízo, bem como os demais princípios anteriormente citados. Porém, nunca é demais lembrar que tais princípios não se aplicam as nulidades absolutas que, segundo a posição dominante em nossa doutrina pátria, jamais convalescem.

Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa. Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento. Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado. Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais. Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes. Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. § 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte. § 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta. Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais. Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.

IX - FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO. Formação do processo: O processo civil começa por iniciativa das partes, mas se desenvolve por impulso oficial. Começa quando a ação é proposta, no momento em que é

Page 15: Processo Civil Resumo

despachada a petição inicial. Só produz efeitos quanto ao réu quando este for devidamente citado. Depois da citação, o autor não poder modificar os pedidos, sem o consentimento do réu, e em nenhuma hipótese depois do saneamento do processo. Suspensão do processo: O processo é suspenso quando passa por crise, onde nenhum ato poderá ser praticado. Os atos praticados durante a suspensão deverão ser entendidos inexistentes, salvo atos urgentes. Os atos urgentes devem ser praticados para evitar um dano irreparável para qualquer das partes, como por exemplo, citar o demandado com o processo suspenso para que não ocorra a prescrição ou decadência. Temos a suspensão própria que paralisa por inteiro o processo e a suspensão imprópria que paralisa apenas o processo principal, esperando assim que se resolva o incidente. Causas de suspensão: a) pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou advogado. Ocorrendo morte ou perda de capacidade processual de alguma das partes, o juiz deverá declarar suspenso o processo, salvo se já tiver sido iniciada a audiência de instrução e julgamento, ou sessão de julgamento no tribunal. Caso seja o advogado que venha a morrer ou perder a capacidade processual, mesmo que tenha iniciado a audiência de instrução e julgamento o processo será suspenso, caso tenha mais de um advogado constituído o processo não será suspenso, uma vez que poderá continuar com o outro. O processo sendo suspenso pela morte do advogado, a parte terá vinte dias (20 dias) para constituir outro advogado, caso dentro do prazo não o faça, o processo será extinto sem resolução do mérito se foi o autor que deixou de nomear o novo advogado, caso tenha sido o réu, o processo prosseguirá à revelia do réu. b) A segunda causa é a convenção entre as partes, que nunca poderá exceder o prazo de seis meses (6 meses), sucessivos ou não. Findo o prazo, o escrivão deverá remeter os autos ao juiz que ordenará o prosseguimento. c) A terceira causa é o oferecimento de exceção de impedimento ou suspeição do juiz, ou de incompetência relativa do juízo. É uma hipótese de suspensão imprópria, onde o processo principal fica suspenso, esperando a decisão sobre o incidente. Tal suspensão se dá desde o momento que a exceção é ajuizada. d) A quarta causa é a necessidade de suspender o processo quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa, ou da declaração de existência ou inexistência de relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente. É uma questão prejudicial externa que será analisada, ficando suspenso o processo que pode ser prejudicado pela decisão da questão prejudicial. Ex. ação de alimentos; primeiro tem que saber se realmente é filho. “Destacamos que somente ficará suspenso o processo prejudicado, caso o processo prejudicial tenha sido proposto anteriormente”. e) Outra hipótese é a suspensão do processo quando a sentença de mérito não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo (cartas). O pedido da carta terá que ser feito antes do saneamento do processo, e a prova a ser produzida através da carta deverá ser imprescindível para a apreciação do mérito. Os atos que não tem nada a ver com a prova pedida pela carta não necessariamente terá que ficar suspenso. Ainda, dentro do artigo 265 CPC, IV, nos mostra uma espécie de suspensão prejudicial do processo, ou seja, uma sentença de mérito depende do resultado de outra questão, que se revela como antecedente lógico e necessário para a resolução da primeira. Percebemos que é uma questão prejudicial interna. Ex. Em um processo, Paulo ajuíza ação em face de Pedro, pedindo alimentos e Pedro nega parentesco e em outro processo, Paulo ajuíza ação em face de Pedro pedindo parte da herança por serem irmãos e Pedro também nega o parentesco. Caso em algum desses processos seja alegado

Page 16: Processo Civil Resumo

ação declaratória incidental será preciso suspender o outro processo, a fim de aguardar o julgamento da incidental. Lembrando que segundo o parágrafo 5º do artigo citado acima, o processo poderá ficar no máximo 1 ano suspenso. f) Em mais uma hipótese, suspende-se o processo por motivo de força maior, ou mesmo que, motivo insuperável alheia a vontade das partes. Extinção do processo: O processo pode ser extinto com ou sem resolução de mérito. As causas que extinguem o processo sem resolução de mérito estão esculpidas no 267 do CPC: 1) quando o juiz indefere a petição inicial. Sendo que pode fazê-la em 2 momentos, liminarmente, quando o vício é insanável, porque caso seja sanável, poderá mandar corrigi-lo; o outro momento se dá com o processo em andamento, pois o réu poderá alegar em sua resposta que a petição é inepta e conseqüentemente ser indeferida. Uma vez indeferido e extinto o processo sem resolução do mérito, cabe a parte, interpor recurso de apelação, caracterizando que o juiz vai decidir e não poderá voltar atrás na sua decisão, salvo quando a petição for indeferida liminarmente e quando o indeferimento se dá segundo o artigo 285-A CPC, em que o juiz rejeita liminarmente a demanda sem mesmo citar o réu, baseado em decisão sua já manifestada no juízo de causas idênticas. Obs. Só no agravo o juiz pode voltar atrás em sua decisão. Na apelação, como regra, isso não é possível, mas o código deixou expresso as 2 exceções acima apresentadas. 2) quando processo ficar parado por mais de um ano, por negligência das partes. É o mesmo que falar de abandono bilateral, porém para que o juiz extinga o processo este deverá comunicar previamente as partes, dando-lhes um prazo de 48 horas. A lei exige neste caso intimação pessoal das partes, vedando intimar apenas o advogado. 3) Abandono (contumácia), por parte do autor por mais de 30 dias. Neste caso é um abandono unilateral, também é necessária a intimação pessoal, dando um prazo de 48 horas para dar andamento no processo, sob pena de extinguir o processo sem resolução do mérito. Alguns autores entendem que após citação do réu, deverá ocorrer o requerimento do réu, para impedir a desistência do autor sem a concordância do réu. 4) ausência de pressupostos subjetivos, pois o dispositivo se aplica tão somente a pressupostos subjetivos dos sujeitos do processo, porém nem sempre isso valerá. Ex: competência absoluta, nem sempre que o juiz encontrar incompetência absoluta ele extingue, pois pode declinar ou remeter para outro juiz. Na falta de legitimidade de uma parte, ou falta de capacidade, o juiz poderá proferir prazo para sanar o vício. Outro exemplo seria quando ocorresse algum vício de imparcialidade, neste caso o juiz declina a competência mesmo com a falta de pressupostos, que também não necessariamente extingue. 5) quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou coisa julgada. A perempção ocorre quando o autor por 3 vezes der causa a extinção do processo por abandono unilateral, na quarta propositura da demanda, deverá ser extinto sem resolução do mérito. Perde o direito de ação, porém não perde o direito material, então pode usar tal direito em defesa, como alegação de credito. Já a litispendência acontece quando repete a ação que já esta em curso (mesmas partes, mesmo objeto, mesma causa de pedir), caso ocorra, a nova demanda será extinta sem resolução do mérito. Por último ocorre a extinção do processo sem resolução do mérito, se houver coisa julgada que impeça a análise da demanda, a intenção é evitar o julgamento da demanda que não seja inédita.

Page 17: Processo Civil Resumo

6) quando ocorre a falta de condição da ação. O código trabalha com a teoria eclética da ação e com a falta das condições da ação, não terá resolução do mérito. Então extingue o processo sem resolução do mérito. 7) pela convenção de arbitragem (árbitros privados), pois ao invés de submeter a discussão ao poder jurisdicional do Estado, submete-se a demanda a um árbitro independente. Caso alguém ajuíze uma demanda que tenha por objeto litígio que deva ser resolvido pelo juiz arbitral, esta demanda deverá ser extinta sem resolução do mérito, porém o interessado deverá alegar convenção de arbitragem. 8) quando o autor desiste da ação, pois, tal fato ocorre, quando o autor abdica de forma expressa da posição processual, abdica da posição ativa que ainda iria a efetuar no processual, implica em possibilidade de renová-lo posteriormente. A desistência diz respeito ao processo e a renúncia diz respeito ao direito. Na desistência, até o último dia do prazo de resposta do réu o autor pode desistir, após a resposta a desistência só terá efeitos se o réu concordar. O consentimento do réu é exigido após o prazo para contestação. A desistência tem que ser homologada por sentença para produzir efeitos. 9) extingue o processo sem resolução de mérito quando a ação for legalmente considerada intransmissível; reza sobre direito “intuito personae”, direito de família, situações em que a morte de uma parte necessariamente leva a extinção do processo, como nos casos de uma demanda de separação, sem sombra de dúvida que uma parte morrendo, não terá como levar a demanda a frente. 10) quando ocorrer confusão entre autor e réu, também extingue o processo sem resolução do mérito; situações em que o pai morre, o filho é o único herdeiro, não faz sentido o filho manter a ação de pensão, pois os bens são dele mesmo. Já a extinção com julgamento de mérito está contida no artigo 269 do CPC: 1) acolhimento ou rejeição do pedido do autor. Lembramos que o mérito da causa (objeto do processo) é a pretensão processual formulada pelo autor. Então julgar o pedido do autor, que é o objeto da causa, que naturalmente já dissemos que o objeto é mérito da causa, é o mesmo que dizer resolver o processo com resolução do processo, acolhendo ou rejeitando o pedido (O correto é dizer que “o pedido foi procedente e não ação procedente”). 2) quando o réu reconhece a procedência do pedido do autor. Deverá o processo ser extinto com resolução do mérito. Para que ocorra a resolução do mérito deverá superar todas as causas de extinção sem resolução do mérito. 3) quando as partes transigirem, neste caso extingue o processo com resolução do processo desde as partes convencionem concessões recíprocas uma à outra, desta forma ocorre a extinção do processo com resolução do mérito. 4) pronunciamento do juiz que ocorreu a prescrição ou a decadência do direito do demandante. Lembrando que a decadência é a perda do direito em decurso do tempo e a prescrição é a perda do direito de ação por decurso do tempo. 5) quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. Todas as causas de extinção do processo com resolução do mérito, uma vez resolvido o mérito em definitivo, não poderão mais levar a juízo a mesma demanda.

Page 18: Processo Civil Resumo

X - PROCESSO E PROCEDIMENTO PROCESSO – meio de solução de conflitos ou lide (conceito de Carnelutti). Relação jurídica processual somada ao procedimento. Composto pelo aspecto interior (processo) e exterior (procedimento). O processo sempre vai ter um conteúdo de direito material. PROCEDIMENTO – é o aspecto externo, é a seqüência dos atos no processo relação jurídica processual. Aspecto Interno (substancial): relação jurídica que se instaura e se desenvolve entre autor, réu e juiz “actum trium personarum”. → processo Aspecto Externo (formal): sucessão ordenada de atos dentro de modelos previstos pela lei. → procedimento. Procedimento Ordinário: No procedimento ordinário as fases apresentam-se com maior nitidez: fase postulatória, fase do julgamento conforme o estado do processo, fase instrutória e fase decisória. A fase postulatória compreende predominantemente a formulação e propositura da demanda, mais a eventual resposta do réu. No entanto, pode avançar para abranger as providências preliminares determinadas pelo juiz. Do mesmo modo que, pode encerrar-se desde logo, mesmo antes da eventual resposta do réu, quando o juiz indeferir a petição inicial, com ou sem julgamento do mérito, consoante se dê o fundamento para a rejeição. A resposta do réu, conforme o artigo 297, do CPC, pode consistir em: contestação, quando o réu opõe resistência à pretensão do autor; exceção, quando o réu opõe defesa indireta processual; e reconvenção, quando o réu formula demanda contra o autor. A fase de julgamento conforme o estado do processo, pode ser precedida de uma extensão da fase postulatória, também chamada de fase intermédia de ordenamento do processo, que pode ensejar diversas alternativas. Essa fase pode corresponder à das providências preliminares, quando o juiz poderá determinar que se as cumpram ou, não sendo necessárias, proferirá julgamento conforme o estado processo (art. 328, CPC). No julgamento conforme o estado do processo, por seu turno, poderá ocorrer: a extinção do processo sem julgamento do mérito, quando incidentes as hipóteses do artigo 267, do Código de Processo Civil (art. 329); julgamento antecipado da lide, se a matéria for de unicamente de direito, ou, se de direito e de fato, não houver necessidade da produção de prova em audiência, seja por ter havido confissão, seja pelo fato já estar suficientemente provado por documento, produzido na inicial ou na resposta e quando ocorrer a revelia (art. 330, CPC); saneamento do processo com a designação da audiência de instrução, mas que nas hipóteses de direitos disponíveis deve ser precedido de audiência de tentativa de conciliação (art. 331, §§ 1° e 2°, e art. 448, CPC); extinção do processo com julgamento do mérito, se incidentes as hipóteses do artigo 269, incisos II a V, ou seja se ocorrer o reconhecimento do pedido, a renúncia, o reconhecimento da decadência ou da prescrição ou da transação (art. 329). Havendo a necessidade da produção de prova oral ou pericial, passa-se para a fase instrutória, que vai do saneamento até a audiência (art. 331, § 2°, CPC).Com o encerramento da audiência, após a produção das provas e os debates orais das partes ou, em substituição, os memoriais escritos oferecidos por elas (art. 454 e § 3° CPC), encerra-se a fase instrutória. A fase decisória segue-se imediatamente, isto é o juiz proferirá sentença desde logo, se o juiz diante do feito já se encontrar habilitado para tanto, ou, não sendo este o caso, no prazo de até dez dias (art. 456, CPC). Procedimento Sumário: O procedimento sumário tem por escopo propiciar solução mais célere a determinadas causas, especificadas em face de seu valor ou em face de sua

Page 19: Processo Civil Resumo

natureza. Pelo disciplinamento legal esse escopo de celeridade reflete-se na acentuada concentração e simplificação dos atos processuais, de tal modo que a atividade postulatória e a atividade instrutória acabam por interpenetrar-se. Observa-se o procedimento sumário nas causas não excedentes a 60 salários mínimos ou então nas seguintes causas: a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; c) ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; d) ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; e) cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo ressalvados os casos de processo de execução; f) cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; g) que versem sobre revogação de doação; Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob a advertência prevista no § 2º deste artigo (deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (Art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença, determinando o comparecimento das partes). Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro. No procedimento sumário não são admitidas as ações declaratórias incidentais, a intervenção de terceiro, salvo assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundado em contrato de seguro. Também não se admite a reconvenção, devendo o réu fazer pedido contraposto. XI- PETIÇÃO INICIAL:

Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu. Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Indicação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido: O autor da pretensão deduzida em juízo deve indicar os fatos e os fundamentos jurídicos de seu pedido – causa de pedir (CPC, art. 282, III). Segundo Liebman, a causa petendi é o fato jurídico que o autor coloca como fundamento de sua demanda. É preciso que sejam trazidos ao juiz os fatos e a conseqüência jurídica deles derivada, e de forma a conduzir logicamente à pretensão formulada. Em outras palavras, tem-se que, no direito brasileiro, a causa de pedir é constituída do elemento fático e da qualificação jurídica que deles decorre, abrangendo, portanto, a causa petendi próxima e a causa petendi remota. A causa de pedir próxima são os fundamentos jurídicos que justificam o pedido, e a causa de pedir remota são os fatos constitutivos.

Page 20: Processo Civil Resumo

No tocante a parte fática, Barbosa Moreira afirma que geralmente é possível distinguir-se um aspecto ativo e um aspecto passivo na causa petendi. E exemplifica: “se o autor reclama a restituição de quantia emprestada, a causa petendi abrange o empréstimo, fato constitutivo do direito alegado (aspecto ativo), e o não-pagamento da dívida no vencimento, fato lesivo do direito alegado (aspecto passivo). A causa de pedir remota, portanto, compõe-se do fato fundante e do fato contrário. O primeiro, abrange os acontecimentos relativos à constituição da relação material; o segundo, o evento, por obra do réu, que faz surgir o interesse do autor de invocar a tutela jurisdicional. Quanto à causa de pedir remota, é preciso dizer que fundamento jurídico não se confunde com fundamento legal. Do Autor não se exige a indicação do texto de lei em que se baseia, até porque pode não existir norma expressa[3]. O que se exige é a afirmação de um determinado direito, decorrente dos fatos alegados. Indicação do pedido, com suas especificações: ele também limita a atuação jurisdicional. Pedido Imediato: é sempre certo e determinado, é o pedido de uma providência jurisdicional do Estado – Ex: sentença condenatória, declaratória, constitutiva, cautelar, executória... Pedido Mediato: pode ser genérico nas hipóteses previstas na lei, é um bem que o autor pretende conseguir com essa providência. Pedido Alternativo: (art. 288/CPC) Ex: pedido de anulação do casamento ou separação judicial. Pedido Cumulativo: É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. São requisitos de admissibilidade da cumulação: a) que os pedidos sejam compatíveis entre si; b) que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; c) que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. O pedido deve ser certo e determinado, contudo, admite-se o pedido genérico quando: a) nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; b) quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito; c) quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Valor da Causa: toda causa deve ter um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico (art. 258/CPC), pois tal valor presta a muitas finalidades, como: 1)base de cálculo para taxa judiciária ou das custas; 2)definir a competência do órgão judicial (art. 91/CPC); definir a competência do Juiz. Esp. (Lei 9099/95, art. 3°, I); 4)definir o rito a ser observado (art. 275/CPC) base de multa imposta ao litigante de má-fé (art. 18/CPC) 5)base p/ limite da indenização. Com o advento da Lei 11.277/06 que trouxe o artigo 285-A e §§, a nova regra disciplina que, no caso de matéria controvertida, somente de direito e ainda, quando o juízo já houver proferido sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. O § 1°, 285-A, da Lei 11.277/06, diz: Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. XII - RESPOSTA DO RÉU A resposta do réu é um termo genérico e compreende a contestação, a exceção e a reconvenção. A contestação e a reconvenção se subordinam ao princípio da simultaneidade porque devem ser oferecidas, simultaneamente, em peças autônomas. A contestação e a

Page 21: Processo Civil Resumo

reconvenção se processam nos mesmos autos e se decidem pela mesma sentença. A exceção se processa em autos apensos e se decide por decisão interlocutória.

Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta; III - inépcia da petição inicial; IV - perempção; V - litispendência; Vl - coisa julgada; VII - conexão; Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - convenção de arbitragem; X - carência de ação Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. (Incluído pela Lei nº 5.925, de 1973) § 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) § 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) § 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) § 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.

DA CONTESTAÇÃO Palavra derivada do latim, contestari, surgida no terceiro período do processo romano, a contestação está para o réu assim como a petição inicial está para o autor. PRINCÍPIOS REGENTES: DA CONCENTRAÇÃO = o réu deve incluir na sua petição, de uma só vez, todas as matérias de defesa que tiver, mesmo que entenda que só uma seja o bastante para excluir a pretensão do autor ou pelo menos extinguir o processo. Por outras

Page 22: Processo Civil Resumo

palavras, a contestação não confere ao réu o direito que tem o autor de emendar a petição inicial. Exceção ao princípio da concentração = direito subjetivo superveniente (o devedor que se torna credor do autor e pode alegar em seu favor a compensação superveniente) - matéria de que o juiz pode conhecer de ofício (art. 267, par. 3°). PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE = este princípio justifica o primeiro e significa que as matérias alegadas em defesa pelo réu, além daquelas que por si só servem para excluir a pretensão do autor, representam uma precaução. Estas alegações adicionais são feitas para a eventualidade de o juiz não acolher a principal. A CONTESTAÇÃO E A NEGATIVA GERAL: Contestar é o réu refutar ponto a ponto todos os fatos trazidos pelo autor. Não se admite a defesa por negativa geral (art. 302). Caso o réu defenda-se genericamente, não significa que o pedido formulado pelo autor seja procedente. Aliás, contestando o réu, ainda que seja por negativa geral, afastada fica a revelia e seus efeitos. NEGATIVA GERAL POSSIBILIDADE: Isenção do ônus da impugnação especifica em razão de certas pessoas: No parágrafo único do artigo 302 existe a isenção da impugnação especifica ao advogado dativo, ao curador especial e ao Representante do MP. ADVOGADO DATIVO : é aquele nomeado ara gratuitamente, funcionar na causa, como ocorre com a assistência judiciária ou justiça gratuita. CURADOR ESPECIAL : é aquele nomeado pelo juiz para representar a parte, sendo o menor ou incapaz que não tenha representante legal, ou que o representante legal esteja impedido de exercer a representação; ou ainda, quando o réu tenha sido citado por edital ou por hora certa e tenha ficado revel ( artigo 9º do CPC ) . REPRESENTANTE DO MINIISTÉRIO PÚBLICO. Podendo ser o procurador do estado, promotor de justiça. Qualquer desses embora atuando em defesa da parte, não possui mandado para isso, daí porque o seu silêncio não acarreta a confissão presumida a que se refere o caput do artigo 302. EXCEÇÕES: O Código instituiu dois procedimentos para as exceções: um para a incompetência (arts. 307 a 311) e outro para o impedimento (arts. 312 a 314). Ambos se iniciam por petição de uma das partes, em peça separada da contestação e correm apensos ao processo principal (art. 299).Ao que propõe a exceção se dá o nome de excipiente; à parte contrária, o de exceto. PRAZO = a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição poderá a parte suscitar o incidente, “no prazo de 15 dias, contados do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição” (art. 305). Se o fato for anterior ao ajuizamento da causa, o prazo começará a correr, para o réu, a partir da citação, e para o autor, a partir do momento em que tomou conhecimento da distribuição do feito ao juiz incompetente, impedido ou suspeito. EFEITOS DA EXCEÇÃO: A arguição de qualquer das exceções produz suspensão do processo (art. 306). No caso de incompetência, o incidente será julgado pelo próprio juiz do processo principal. Nos casos de impedimento ou suspeição, o processo será julgado em única instância pelo Tribunal a que estiver vinculado o juiz. Não sendo acolhida a exceção, o vencido sujeita-se às custas do incidente (art. 20, par. 1°), mas não haverá condenação em verba de honorários advocatícios, pois esta, só é cobrável na sentença (art. 20).Decisão que acolhe ou rejeita a exceção desafia agravo de instrumento. Após o julgamento da exceção, o processo principal retorna ao seu curso normal e o prazo de contestação será restituído ao réu, pelo tempo igual ao que lhe faltava para a sua complementação (art. 180). EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA: A incompetência absoluta não é argüida sob a forma de exceção. A incompetência relativa jamais poderá ser decretada de ofício pelo próprio juiz. PROCEDIMENTO - provocada sempre por petição escrita distinta da inicial ou da contestação. A petição deve ser fundamentada e devidamente instruída (art. 307). O prazo para resposta do exceto é de 10 dias. O juiz proferirá sua decisão em igual prazo (art. 308).. Julgada improcedente a exceção, o processo principal retomará seu andamento normal. Se, porém, a

Page 23: Processo Civil Resumo

decisão for de acolher da declinatória, os autos serão prontamente remetidos ao juiz competente (art. 311). EXCEÇÕES DE IMPEDIMENTOS E DE SUSPEIÇÃO: A petição é dirigida ao juiz, não sendo lícito indeferi-la, quando reputá-la manifestamente improcedente. Não há sequer lugar para ouvida da parte contrária. A petição deverá especificar o motivo da recusa do juízo (arts. 134 e 135). Autuada e registrada a exceção, o juiz poderá: A - Reconhecer, desde logo, o impedimento ou suspeição, caso em que ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal. B - Caso contrário, responderá a exceção em 10 dias, juntando os documentos que julgar convenientes e rol de testemunhas. Em seguida determinará a remessa dos autos ao tribunal competente para processar e julgar o incidente.No tribunal o rito a observar será o preconizado pelo seu regimento interno. É indispensável para o acolhimento da exceção de suspeição ou impedimento que haja prova induvidosa. REVELIA: Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. Todavia, a revelia não produz seus efeitos quando: a) havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; b) se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; c) se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. XII - DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO: O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença quando: a) quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência; b) quando ocorrer a revelia. XIII- DAS PROVAS: Quem demanda em juízo deve provar suas alegações, pois meras alegações não produzem qualquer efeito no âmbito judicial (salvo a revelia ou a omissão na contestação). A prova é, pois, o meio através do qual as partes levam ao conhecimento do juiz a verdade dos fatos que elas querem provar como verdadeiros. A fase probatória, desta forma, é a oportunidade de o autor provar o fato constitutivo do seu direito e do réu argüir fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

Page 24: Processo Civil Resumo

Art. 130, CPC: "Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias".

Ônus da prova: O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito. Ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando recair sobre direito indisponível da parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. Fatos que independem de prova: Existem alguns fatos que não precisam ser provados no processo para que o juiz se convença das alegações da parte, pois não são considerados objeto da prova. Estes fatos são: a) fatos incontroversos; b) fatos notórios; c) fatos inconcludentes ou irrelevantes e d) em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. Prova legal: Art. 366 do CPC: "Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta". Assim, por força do art. 366 do CPC, a prova legal é uma exceção ao princípio da inexistência de hierarquia dos meios de prova, pois limita o princípio do livre convencimento motivado do juiz. Assim, se a prova legal existir validamente, o juiz não pode deixar de atribuir o valor probante que a lei lhe confere. Meios de prova: Os elementos trazidos ao processo para orientar o juiz na busca da verdade dos fatos são chamados de meios de prova. O CPC elenca como meios de prova o depoimento pessoal (Art. 342 a 347), exibição de documentos ou coisa (Art. 355 a 363), prova documental (Art. 364 a 399), confissão (Art. 348 a 354), prova testemunhal (Art. 400 a 419), inspeção judicial (Art. 440 a 443) e prova pericial (Art. 420 a 439). Porém, os meios de provas citados pelo Código de Processo Civil não são os únicos possíveis, como elucida o Art. 332 do CPC:

“Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.

Os meios de provas devem estar revestidos dos princípios da moralidade e lealdade, além de existir a necessidade de serem obtidos de forma legal. Pois, caso não possuam os requisitos expostos, as provas serão consideradas ilegítimas e conseqüentemente não serão aproveitadas no julgamento do mérito da ação, os seja, não poderão ser objeto de fundamentação na sentença proferida pelo juiz. VALORAÇÃO DA PROVA: O sistema adotado pelo legislador brasileiro é o Sistema da Persuasão Racional do juiz. Sendo o convencimento do magistrado livre. Porém, ainda que livre, deve ser racional conforme as provas descritas nos autos processuais. O material de valoração da prova deve encontrar-se, necessariamente, contido nos autos do processo, onde o juiz tem o dever de justificá-los e motivar sua decisão. Isso permite às partes conferirem que a convicção foi extraída dos autos e que os motivos que o levaram a determinada sentença chegam racionalmente à conclusão exposta pelo magistrado. É importante lembrar que as provas não possuem valor determinado, sendo apreciadas no contexto e conjuntamente com as demais provas, ou seja, seu peso é considerado única e exclusivamente pelo juiz. Concluímos que, ao examinar a prova, o juiz

Page 25: Processo Civil Resumo

busca, através de atividade intelectual, nos elementos probatórios, conclusões sobre os fatos relevantes ao julgamento do processo. DEPOIMENTO PESSOAL: O depoimento pessoal é um meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte no curso do processo. Aplica-se tanto ao autor quanto ao réu. A iniciativa pode ser tanto da parte contrária, quanto do juiz. Seu momento propício é na audiência de instrução e justificação. Pode o juiz requerer que a parte seja ouvida em qualquer parte do processo. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte. A parte intimada deve comparecer e responder o que foi perguntado pelo juiz, caso a parte se recuse a responder, ou utilize-se de evasivas, o juiz poderá aplicar lhe a pena de confissão. Para que ocorra a pena de confissão, a parte deve ser alertada como previsto no artigo 343 § único do CPC. Há casos em que a parte não sofrerá esta penalidade, sendo estes previstos no artigo 347 do CPC:

Art.347 - A parte não é obrigada a depor de fatos: I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Parágrafo único - Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento.

CONFISSÃO: Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário” (art. 348 do CPC). É a admissão, por parte do próprio depoente, da verdade de fato controverso existente no processo, e contrário ao seu interesse pessoal. O depoente confirma o fato que anteriormente negava, ou, pelo menos, não confirmava, e que favorece a pretensão da parte contrária na lide. A confissão tem sua natureza jurídica como meio de prova, pois os fatos confessados pelo litigante são tidos como provados, pelo reconhecimento que deles este faz como verdadeiros. “Não dependem de prova ao fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária. Na confissão se compreendem três elementos inseparáveis, que dizem respeito ao seu objeto (elemento objetivo), ao seu sujeito (elemento subjetivo) e à intenção que o anima a produzi-la.Pelo elemento objetivo, somente os fatos são suscetíveis de prova, e não o direito, e esses devem ser: próprios e pessoais do confitente; favoráveis à parte que o invoca e desfavoráveis ao confitente; suscetíveis de renúncia do próprio direito pelo confitente, ou seja, devem ser relativos a direitos disponíveis; de natureza que sua forma não reclame forma especial.Segundo o elemento subjetivo, a confissão deve ser prestada pela própria parte, capaz de obrigar-se, resultando na renúncia a um direito por conseqüência do reconhecimento da verdade de um fato, e pode ser feita por procurador com poderes especiais para confessar. É inadmissível a confissão do juridicamente incapaz, mesmo por seu representante legal. Com relação ao elemento intencional, a confissão pressupõe a vontade de dizer a verdade quanto aos fatos, voluntariamente, não podendo ser viciada por erro, dolo ou coação. A confissão não pode ser confundida com o reconhecimento jurídico do pedido (art. 269, II do CPC), pois este se refere ao reconhecimento da procedência do pedido do autor em toda a sua extensão pelo réu, enquanto aquela somente afeta, na sua condição de meio de prova, o livre convencimento do juiz em relação aos fatos controversos. “Diante da confissão plena do fato básico da pretensão do autor, assim como na hipótese de confissão ficta (recusa de depoimento pessoal), o juiz pode dispensar as demais provas e enfrentar logo o mérito da causa, proferindo a sentença definitiva A confissão pode ser judicial ou extrajudicial, se obtida através do procedimento judicial (depoimento em audiência junto ao juiz, com a parte devidamente acompanhada de

Page 26: Processo Civil Resumo

advogado) ou fora do processo e trazida a este a posteriori. A confissão extrajudicial, todavia, não pode ser fruto de obtenção ilícita, ou “fruto da árvore envenenada”, como reza a doutrina processual penal brasileira, sob pena de não ser validada judicialmente para ter plena eficácia dentro do processo. É composta por “declarações extrajudiciais, escritas ou verbais, tendo por objeto a confissão de um fato, ainda que seja o fato da conclusão de um negócio jurídico. [...] Quando feita por escritura ou outro documento público, diz-se autêntica; se feita verbalmente ou por escrito particular, diz-se particular, e deverá ser ratificada em audiência, pela parte ou por testemunhas, a fim de ser judicializada. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz” (art. 353 do CPC). Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal. Essa confissão extrajudicial, para ter a mesma eficácia probatória da judicial, deve ser feita mediante reconhecimento de firma por tabelião (fé pública) ou confirmada pela parte ou por perícia grafodocumentoscópica em juízo. “Na verdade, todas as confissões serão valoradas e apreciadas livremente pelo juiz. A lei aqui quer significar, apenas, que a própria existência da confissão extrajudicial, nos casos que especifica, será considerada pelo juiz”.Os requisitos para os casos em que a lei exige forma literal estão elencados no art. 215 do CC, que trata da escritura pública. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal prestado pela parte” (art. 349 do CPC). Moacyr Amaral dos SANTOS diz que a confissão judicial espontânea “é geralmente feita por petição e é por isso também conhecida por confissão por petição. A segunda [provocada] resulta de depoimento pessoal da parte.” A confissão judicial pode ser, ainda, expressa ou tácita (esta também conhecida como ficta ou presumida, resultante da recusa da parte em depor), simples ou qualificada (se a parte reconhece puramente como verdadeiros os fatos, ou se acrescenta à confissão divergências sobre a natureza jurídica dos fatos alegados pela parte contrária). Em relação à confissão qualificada, ou complexa, estas dão lugar ao problema da indivisibilidade da confissão. A confissão judicial espontânea é admitida em qualquer fase do processo, mesmo em juízo superior, podendo ser oral em audiência (devidamente reduzida a termo) ou por petição assinada pela própria parte ou por procurador com poderes especiais para tanto.A distinção feita pelo legislador entre confissão espontânea ou provocada é fruto da sua origem, pois pode ser feita de livre e espontânea vontade ou ser induzida por meio de perguntas formuladas pelo juiz à parte. Em ambos os casos, o depoente confessa espontaneamente pois, caso não o fosse, poderia se chegar à conclusão de que confissão provocada e não espontânea é aquela que se dá mediante força ou tortura, dois institutos rechaçados por todo o ordenamento jurídico brasileiro. A confissão judicial é subdividida pelo Código (art. 349) em: I – espontânea: a que resulta de iniciativa do próprio confidente, que dirige petição nesse sentido ao juiz, manifestado seu propósito de confessar. Deve, em seguida, ser reduzida a termo nos autos (art. 349); II – provocada: a que resulta de depoimento pessoal, requerido pela parte contrária, ou determinado, ex officio, pelo juiz. Esta não pode ser prestada por mandatário. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. PROVA DOCUMENTAL: Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações. É lícito às partes,

Page 27: Processo Civil Resumo

em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. INCIDENTE DE FALSIDADE: O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da sua juntada aos autos. Depois de encerrada a instrução, o incidente de falsidade correrá em apenso aos autos principais; no tribunal processar-se-á perante o relator, observando-se o disposto no artigo antecedente. Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal. PROVA TESTEMUNHAL: Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. A prova testemunhal é dos poucos momentos em que o juiz utilizará o poder discricionário dentro do processo, pois cabe a ele valorar a prova testemunhal. Para tanto poderá o juiz valer-se da verossimilhança , ou improbabilidade do depoimento, a honorabilidade ou má fama da testemunha, a coerência entre os vários depoimentos, etc. Embora seja permitido em todo processo, a prova testemunhal, pode o juiz dispensar a oitiva de testemunhas quando houver no processo prova documental que esclareça os fatos ou questões incontroversas a serem apuradas. Se uma testemunha deixar de comparecer à audiência sem se justificar, esta será conduzida coercitivamente para uma nova audiência e responderá pelas despesas de diligência decorrente do adiamento. A testemunha deve depor dizendo a verdade, porém pode esta se recusar a depor nas hipóteses do artigo 406 do CPC:

Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor de fatos: I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

É lícito às partes arrolar o número máximo de 10 testemunhas, podendo o juiz indeferir este número até o mínimo de 3 , quando estas forem versar sobre o mesmo fato. Serão ouvidas primeiramente as testemunhas do autor (acusação) e depois do réu (Defesa), podendo as partes perguntar a elas na mesma ordem. O momento adequado para requerer a ouvida das testemunhas é na fase postulatória do autor e do réu, ou no momento de especificar provas, sendo seu julgamento de pertinência julgado no despacho saneador.A parte deverá informar os dados das testemunhas requerendo sua intimação, ou não no prazo fornecido pelo juiz , caso este seja ignorado, o rol deverá ser apresentado no mínimo 10 dias antes da audiência, para que as partes tomem ciência das testemunhas que estão sendo arroladas. O juiz inquirirá as testemunhas de modo separado, providenciando que uma não ouça o depoimento das outras. PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL: A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados. Podem depor como testemunhas: todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. São incapazes: a) o interdito por demência; b)o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; c) o menor de 16 (dezesseis) anos; d)o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam; São impedidos: a) o cônjuge, bem como o ascendente e o

Page 28: Processo Civil Resumo

descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; b) o que é parte na causa; c) o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes; São suspeitos: a) o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença; b)o que, por seus costumes, não for digno de fé; c) o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; d) o que tiver interesse no litígio. Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha: a) que falecer; b) que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; c) que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça. CONTRADITA: É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos que Ihe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou Ihe tomará o depoimento como mero informante. XIV - DA AUDIÊNCIA: Audiência é um ato processual complexo, porque é resultado de vários atos, envolvendo o incidente de conciliação, a colheita de prova oral, as alegações finais, que completam a fase postulatória, e o julgamento. A tentativa de conciliação na audiência de instrução e julgamento acontecerá mesmo que já tenha ocorrido a hipótese do art. 331 do CPC (audiência de conciliação). A jurisprudência, no entanto, entende que a falta de comparecimento das partes na conciliação não impede o prosseguimento da audiência e nem acarreta nulidade do processo (recusa de conciliação). A lei determina que o Juiz fixe os pontos controvertidos. Colheita da prova oral: A colheita da prova oral deve seguir a seguinte ordem: i)oitiva dos peritos e assistentes; ii) depoimento pessoal do autor e, depois, do réu; iii) oitiva das testemunhas, primeiro as do autor e depois as do réu. No que diz respeito à colheita das provas, a audiência deve observar certos princípios: a) Princípio da publicidade, pois a audiência é ato público. A audiência somente pode ocorrer a portas fechadas nas hipóteses do art. 155 do CPC, que estabelece o segredo de Justiça em determinadas causas, visando resguardar o interesse público e a privacidade (intimidade) das partes. Princípio da oralidade, que se desdobra em outros princípios, quais sejam: Imediação, pelo qual o Juiz, as partes e os advogados travam contato direto, imediato. Concentração dos atos processuais, pois a audiência é una e contínua. Deve iniciar-se e terminar em uma única oportunidade. Não sendo isso possível, o Juiz pode suspender os trabalhos e marcar uma nova data para a sua continuação. Identidade física do Juiz, significa que o Juiz que travou contato direto com as partes, peritos, testemunhas (imediação) está melhor habilitado para julgar. Aplica-se a regra do art. 132 do CPC, o qual estabelece que o Juiz que conclui a instrução deve julgar a causa, salvo as exceções ali relacionadas. É também chamada de regra de vinculação. Essa vinculação resulta de atos de instrução, pois, se o Juiz apenas tentar a conciliação, não estará vinculado ao processo. Concluída a instrução, o Juiz deve passar à fase dos debates orais. A regra é que as alegações finais sejam feitas oralmente em audiência, exceto se a controvérsia envolver questões complexas de fato ou de direito. Nesse caso, o debate oral pode ser substituído por memoriais escritos. A avaliação da existência de complexidade fica sempre a critério do Juiz. ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA: A audiência poderá ser adiada por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez. Pode ainda, ser adiada se não puderem comparecer,

Page 29: Processo Civil Resumo

por motivo justificado, o perito, as partes, as testemunhas ou os advogados. Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução. Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado não compareceu à audiência. Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. XV - DA SENTENÇA E COISA JULGADA: SENTENÇA: sentença é ato do juiz que importa em uma das hipóteses do art. 267 (extinção sem resolução do mérito) e 269 (extinção com resolução do mérito). A sentença é ato do juiz que esgota sua atuação no primeiro grau de jurisdição. Podem ser definitivas, ou seja, aquelas que resolvem o mérito da demanda discutida em juízo, ou sentenças terminativas, sendo aquelas que esgotam a atuação do juiz de primeiro grau sem resolução de mérito. O Princípio da Correlação (Adstrição e Congruência): O Princípio da Correlação, também conhecido por Princípio da Congruência ou Princípio da Adstrição, que se encontra estatuído nos artigos 128 e 460, todos do CPC, proíbe ao juiz proferir sentença fora dos limites estabelecidos pelo pedido. A sentença que julga de forma diversa do que foi pedido pelo autor é denominada de sentença extra petita. A que julga mais do que foi pedido pelo autor é denominada sentença ultra petita. A que julga aquém do que foi pedido ou se omite sobre algum ponto levantado é denominada sentença citra petita. Elementos essenciais da sentença: A sentença deve, necessariamente, possuir relatório, os fundamentos ou motivação e o dispositivo. O relatório é dispensável no rito sumaríssimo da Lei 9.099/95. A motivação das decisões judiciais viabiliza o manejo do recurso, vez que, as partes somente podem apresentar seu recurso devidamente fundamentado quando a motivação da decisão for apresentada de forma clara, fundamentada e precisa. O dispositivo corresponde a parte da sentença onde o juiz decide a causa e é sobre ele é que incide a coisa julgada. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. COISA JULGADA: Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas. Todavia, não fazem coisa julgada: a) os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; b)a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; c) a apreciação da questão PREJUDICIAL, decidida INCIDENTALMENTE no processo. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros. REEXAME NECESSÁRIO: Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: a) proferida contra a União, o Estado, o

Page 30: Processo Civil Resumo

Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. Do mesmo modo, não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA: Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação. A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. As três espécies de liquidação trazidas pelo CPC são: Liquidação por cálculo do exequente, por meio da qual o valor da obrigação depende de mera operação aritmética, que deverá constar da petição que dá início à fase executiva e constitui requisito essencial à sua admissibilidade; Liquidação por arbitramento, mediante a qual a determinação do valor da obrigação se dá por fase processual instaurada após a sentença de mérito e destinada a apurar o valor de bens e serviços – encerra-se por meio de uma decisão interlocutória que decide com força de coisa julgada qual é, precisamente, o valor da obrigação; Liquidação por artigos, por meio da qual a fixação do valor da obrigação se realiza por fase processual instaurada após a sentença de mérito e destinada a apuração de fatos novos, não considerados na sentença de mérito e relevantes para a fixação do quantum debeatur. A liquidação encerra-se por decisão interlocutória que pode vir a ter força de coisa julgada, já que define imperativamente qual é o valor da obrigação. Portanto, o recurso a ser interposto contra essa decisão é o de agravo pela modalidade de instrumento; não havendo ulterior sentença de mérito, não como se admitir o agravo retido, que exige a sua reiteração por ocasião da apelação ou da contra-razões de apelação. Não interposto recurso contra a decisão que põe fim à fase liquidativa opera-se verdadeira preclusão pro iudicato, que nada mais é que um fenômeno colateral e afim à coisa julgada; a preclusão pro iudicato ou simplesmente preclusão com força de coisa julgada é aquela que, mesmo na ausência de uma sentença de mérito, produz resultado prático semelhante à autoridade da coisa julgada. Assim é que a preclusão pro iudicato é uma qualidade da decisão interlocutória relacionada com a imutabilidade de seu conteúdo declaratório concernente à quantificação da obrigação. Por esse motivo, a decisão interlocutória que põe fim à fase liquidativa é passível de ser desconstituída pela via da ação rescisória, desde que, evidentemente, venha esta via processual a ser utilizada com fundamento constante das restritas hipóteses constantes do art. 485 do Código de Processo Civil. É defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Doutrinariamente há várias correntes acerca de qual momento tem inicio o prazo para cumprimento da sentença. Uma primeira corrente entende que tal se dá no momento em que o julgado se torna exequível, quer com seu trânsito em julgado, ou porque o recurso a este interposto não possua efeito suspensivo. A segunda corrente diz que basta o trânsito em julgado, ainda que pendente de recurso sem o efeito suspensivo. Uma terceira objeta que tendo havido recurso, o prazo se inicia da intimação às partes da baixa dos autos na pessoa dos próprios advogados. E, por fim, uma quarta corrente a qual concebe ter o prazo seu início após intimação pessoal do executado. Sendo certo que, a melhor interpretação do art. 475-J, “caput”, do CPC e a que vem sendo adotada pela Jurisprudência, é a de que o prazo de quinze(15) dias para cumprimento

Page 31: Processo Civil Resumo

do julgado se dê quando da intimação pessoal do executado, porquanto mero ato material de cumprimento da obrigação, a qual inclusive pode ser majorada com a multa de dez por cento em caso de descumprimento, e, não na pessoa de seu Advogado posto a tal não se exigir qualquer ato em que se exija capacidade postulatória(art. 36 do CPC). O cumprimento voluntário do julgado líquido, ou seja, o qual se sabe o “quantum debeatur”, se dará sem a multa de dez por cento(10%) se feito no prazo de quinze dias fixados e a contar da intimação respectiva do Juízo. O mesmo, porém não ocorre se o julgado for ilíquido, o que passa a contar então da Decisão de liquidação em que fixado o valor devido. Acaso o credor não venha a requerer a execução no prazo de seis(6) meses do trânsito em julgado, o Juízo mandará arquivar os autos, facultando-se o seu desarquivamento a pedido da parte, consoante o art. 475-J, §5º do CPC. A execução no cumprimento de sentença se dá quanto aos títulos elencados de modo claro e expresso no art. 475-N, como segue:

I - a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; II - a sentença penal condenatória transitada em julgado; III - a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; IV - a sentença arbitral; V - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; VI - a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; VII - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.

IMPUGNAÇÃO: Diferentemente dos antigos embargos à execução(hoje restritos a execução por títulos extrajudiciais), os quais em se constituindo um processo e que distribuídos com pagamento de custas e autuados em apenso aos autos da execução, inclusive com prévia segurança do Juízo por penhora de bem(ns) patrimonial(is), a nova defesa do executado na execução em cumprimento a sentença, se dá por impugnação à execução nos próprios autos do processo de cognição com sentença ou acórdão com trânsito em julgado. Face a unicidade processual em que o cumprimento de sentença é mera fase complementar a de cognição nos mesmos autos em que já pagas as custas processuais, a impugnação a execução é dispensada do pagamento respectivo. E, não estando mais seu oferecimento vinculado à garantia do Juízo, mesmo porque este novo procedimento se inicia já com o Mandado de Penhora e Avaliação, pelo qual é dado o prazo legal de quinze(15) dias ao executado para impugnar a execução. As matérias utilizadas como meio de defesa, estão definidas no art. 475-L:

I - falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; II - inexigibilidade do título(inclusive por inconstitucionalidade declarada pelo Eg. STF); III - penhora incorreta ou avaliação errônea; IV - ilegitimidade das partes;

Page 32: Processo Civil Resumo

V - excesso de execução(cumprindo ao executado declarar o valor entendido como correto, sob pena de rejeição liminar da impugnação); VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.

DOS RECURSOS CABIVEIS: DOS RECURSOS CABÍVEIS: Das decisões dos Juízos nas impugnações, a teor do art. 475-M, §3º, o recurso cabível quer quanto à liquidação, ou a própria execução, salvo quando extinguir a execução quando passa a ser de Apelação, é, de ordinário, o de Agravo de Instrumento a ser interposto no prazo de dez(10) dias da intimação, podendo ao mesmo ser atribuído efeito suspensivo pelo Relator(arts. 522 e segs., todos que mencionados do CPC). Ambos os recursos, por óbvio devem ser devidamente preparados com o recolhimento das custas, inclusive portes de remessa e retorno quando cabíveis, atentando-se para a cientificação ao Juízo no tríduo legal a efeito de retratação deste, ou não, quanto à interposição de Agravo de Instrumento e as peças que o instruíram. Anotações importantes: Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta; O exequente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados; Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte; A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos próprios autos e, caso contrário, em autos apartados; XVI - TEORIA GERAL DOS RECURSOS: O recurso é um ato processual postulatório que insurge sempre como meio de provocar o reexame de uma decisão pela mesma autoridade judiciária que a proferiu ou por outra hierarquicamente superior, com o intuito de reformá-la, invalidá-la ou modificá-la. Todas as disposições sobre os recursos constam em lei federal que é o dispositivo que regula a matéria processual recursal Princípios recursais: i) Princípio do duplo grau de jurisdição é uma garantia constitucional, consectário do devido processo legal. Ele determina que uma mesma matéria poderá ser apreciada duas vezes, por dois órgãos diferentes do poder judiciário; ii) Princípio da taxatividade, O CPC dispõe de forma taxativa o rol de recursos existentes. Trata-se de numerus clausus; iii)Princípio da singularidade informa que cabe apenas um tipo de recurso para cada decisão recorrível. Mas, como toda regra comporta exceções, em casos especialíssimos pode haver dois recursos contra uma decisão, por exemplo, no caso de embargos declaratórios, que interrompem o prazo para a interposição de outros recursos; iv) Princípio da fungibilidade se esteia na possibilidade de se trocar um recurso por outro, ou seja, permitir que seja aproveitado o recurso aviado de forma equivocada se o conteúdo, o pedido e os requisitos processuais se adaptarem aos requisitos legais do recurso adequado. Contudo, não se pode confiar cegamente no princípio da fungibilidade porque, na verdade, um recurso só poderá ser substituído por outro sob certas e complexas condições. De início não pode existir erro grosseiro da parte. Se não há dúvida sobre qual seria o recurso adequado não há que se falar em fungibilidade. A fungibilidade pressupõe que, no mínimo, possa haver certa confusão na definição do recurso cabível para o ato judicial desafiado. Também os requisitos formais do recurso adequado devem estar atendidos, por exemplo: se for da essência do

Page 33: Processo Civil Resumo

recurso adequado a juntada de documentos ou certidões, e estes não tiverem sido juntados, claro, também não haverá a possibilidade da fungibilidade. E mais, se o recurso equivocado não tiver sido apresentado dentro do prazo processual cabível para o recurso adequado, terá ocorrido a preclusão; v) Princípio da proibição da reformatio in pejus, com a interposição do recurso, o julgador não poderá decidir além do que foi pedido e a decisão impugnada não pode ser reformada para piorar a situação do recorrente.Vale ressaltar que havendo questão de ordem pública a ser analisada, pode o tribunal resolvê-la contrariamente aos interesses do recorrente sem que isto implique em violação ao princípio da proibição da reformatio in pejus. No direito brasileiro não há regra explícita a respeito da reformatio in pejus. Tal princípio é extraído do sistema, mais precisamente da conjugação do princípio dispositivo; da sucumbência como requisito de admissibilidade, e finalmente do efeito devolutivo dos recursos. Requisitos de Admissibilidade: No momento em que o recurso é apresentado ao magistrado, este analisa alguns requisitos para verificar se pode ou não admitir o recurso. São eles: o cabimento, o interesse, inexistência de impeditivos ou extintivos, a tempestividade, o preparo, a legitimidade e a regularidade formal. O cabimento: Este requisito engloba três princípios já mencionados neste estudo: o princípio da fungibilidade, o princípio da singularidade e o princípio da taxatividade; O interesse recursal: O recurso deve ser necessário para que o recorrente tenha proveito no processo; A legitimidade: O CPC determina que as partes, principalmente a sucumbente, terceiro prejudicado e o Ministério Público têm legitimidade para interpor o recurso. É uma legitimidade tríplice; A inexistência de impeditivos ou extintivos: Na realidade, esse é um requisito negativo, pois não podem existir fatos que impeçam a admissão do recurso, são eles: a renúncia, a aceitação e a desistência; A tempestividade: A lei prescreve prazo para a interposição de cada recurso e a tempestividade demonstra que o recurso foi interposto dentro do prazo fixado por lei; O preparo: é o pagamento das despesas relacionadas ao processamento do recurso (custas, porte de remessa e retorno dos autos e despesas postais). O preparo deve ser efetuado antes da apresentação da peça de recurso e a parte deve comprovar que o fez. A falta deste requisito de admissibilidade gera o que se chama de deserção. Existem alguns sujeitos que gozam de privilégios processuais, inclusive a dispensa do preparo, são eles: o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios, as autarquias federais, estaduais e municipais, bem como os sujeitos que gozam de isenção legal. Se o preparo for feito em valor menor, inferior ao devido, o juiz deve intimar a parte para complementar em 05 dias. Efeitos do Recurso: O principal efeito que os recursos possuem é obstar a formação da coisa julgada, impedindo o trânsito em julgado. Mas, especificamente, os recursos podem ser recebidos nos efeito devolutivo; no efeito suspensivo, ou ainda em ambos os efeitos. Efeito devolutivo: é o efeito que o recurso tem de devolver ao tribunal ad quem a matéria impugnada. Assim, o tribunal poderá conhecer a matéria contida nas razões do recurso. Quando o recurso interposto é recebido apenas no efeito devolutivo, a decisão recorrida produz seus efeitos, até que a instância superior se manifeste. Efeito suspensivo: o efeito suspensivo obsta os efeitos da decisão recorrida, suspendendo-os.Em alguns casos a norma define os efeitos em que recurso deverá ser recebido:

Código de Processo Civil: Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: I - homologar a divisão ou a demarcação; II - condenar à prestação de alimentos; IV - decidir o processo cautelar; V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;

Page 34: Processo Civil Resumo

VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; Art. 521. Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no processo; recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde logo, a execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta.

Recurso Adesivo: recurso adesivo é aplicável aos casos em que autor e réu fiquem vencidos parcialmente, segundo disposição do referido diploma legal. Isto é, sendo vencidos parcialmente autor e réu, qualquer deles pode aderir ao recurso interposto pelo outro. A parte que não estiver firmemente disposta a recorrer pode aguardar, em sua indecisão, que a outra recorra, para só então requerer o reexame da matéria, obviando com isso, que somente para o adversário se abra a oportunidade do recurso.

Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.

XVII - DA EXECUÇÃO EM GERAL No processo de execução, ocorre a substitutividade. No processo de conhecimento, o principal interessado é a parte, e é esta que impulsiona o processo. Quando se passa para a execução, por ter uma declaração estatal do reconhecimento do direito, é o Estado o principal interessado, assim, ele “substitui” a parte, colocando-se na posição de principal tutor das relações sociais. Na execução, o juiz pode impulsionar o processo, como, por exemplo, penhorando bens.

Art. 566. Podem promover a execução forçada: I - o credor a quem a lei confere título executivo; II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o direito resultante do título executivo; II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos; III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Page 35: Processo Civil Resumo

Princípios: Princípios: todos os princípios processuais (constitucionais ou extraconstitucionais) se aplicam ao processo de execução.Princípios exclusivos do Processo de Execução: 1. Princípio da Máxima Efetividade da Execução – por causa da substitutividade, é o Estado que busca os meio mais eficazes para a satisfação do crédito, dentre os meios legais. 2. Princípio do Mínimo Sacrifício do Devedor – respeito aos direitos/garantias do devedor – Ex: desapropriação, primeiramente, de bens que não o afete. Requisitos para execução – elementos do título: o título deve ser certo, líquido e exigível. Certeza: diz respeito à natureza da obrigação, ao objeto e aos sujeitos envolvidos na obrigação; Liquidez: delimitação do “quanto” é a obrigação (descrição do que vai entregar); Exigibilidade: está ligada ao inadimplemento da obrigação, e ao interesse de agir. Deve haver negativa de pagamento para o título se tornar exeqüível. Cheque: tornasse exeqüível com a primeira negativa de pagamento (primeira devolução do banco). As duas negativas exigidas são para encerrar a conta bancária. Quanto à origem do título: A própria lei define quais são os títulos judiciais e os quais não são. Títulos Judiciais: na sua formação, há a participação direta do Estado, através do Poder Judicial – Ex: sentença, homologação de acordo. A certeza e a exigibilidade já estão presentes. A sentença só deve ser líquida se o pedido for líquido. Assim, uma sentença (título executivo judicial), pode não ter liquidez. Para torná-lo líquido, é preciso fazer a liquidação da sentença – atribuir valor ao título. Só os efeitos condenatórios das sentenças são exeqüíveis. A sentença lato senso não se efetiva pelo processo de execução, pois tem meios dentro se si mesma para se efetivar. No procedimento de execução de título judicial, não há mais processo autônomo, faz-se logo após o trânsito em julgado, no cumprimento da sentença. Como no processo de execução, o juiz não vai conhecer do mérito (cognição rarefeita) e a defesa é feita através da impugnação à sentença (incidente processual), não é toda matéria que é passível de prova, pois houve preclusão do direito se não houve produção da prova no processo de conhecimento. Títulos Extrajudiciais: o Estado não participa diretamente da sua formação – Ex: contratos, cheque. A falta de um dos requisitos para execução descaracteriza o título. No procedimento de execução de título extrajudicial, há processo autônomo. Na defesa, toda matéria é passível de prova, pois esta se faz por meio de Embargos, que é um processo de conhecimento autônomo. Quanto à estabilidade do título: Execução definitiva: é a execução típica. Pode ser usado para título judicial e extrajudicial. Execução provisória: a sentença é suscetível de reforma, por isso só pode ser usado em títulos judiciais. E não pode haver efeito suspensivo.

art. 475-O - A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento; III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1o No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução. § 2o A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:

Page 36: Processo Civil Resumo

I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade; II – nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. § 3o Ao requerer a execução provisória, o exeqüente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado valer-se do disposto na parte final do art. 544, § 1o: I – sentença ou acórdão exeqüendo; II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III – procurações outorgadas pelas partes; IV – decisão de habilitação, se for o caso; V – facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente considere necessárias

Títulos Executivos Extrajudiciais: São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; - Duplicata: para ter eficácia executiva tem que ter o aceite ou prova de entrega da mercadoria/serviço. Se não tiver, é preciso fazer o protesto. Letra de Câmbio: está em desuso, pois é se aproxima muito do cheque. O Sacador (devedor) emite confissão de dívida ao sacado (geralmente, instituição financeira), que pagará o credor do sacador. Não precisa de protesto. Se tiver endosso, precisa de protesto para vincular o endossante. Endossante é quem garante a dívida. Nota Promissória: Prescreve em 3 anos a partir da data em que deveria ser paga. Precisa de protesto só para os avalistas Debentos: instituto de sociedade anônima para buscar fundos. É titulo que se vende para sociedade privada em certo valor que pode ser resgatado em determinado tempo, corrigido por tanto. Se a sociedade anônima não pagar passado o tempo do resgate, vira título executivo; II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores; - tem que ter assinatura do devedor. Se não tiver, não vale, mesmo se tiver a assinatura do tabelião. É preciso também da assinatura de duas testemunhas; III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; - Caução é penhor de direito de título de crédito; IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; - vem da extinta efiteusa – foro é a transmissão territorial de terreno de marinha. Laudanha é o “IPTU”; V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; - Somente vale para o contrato de locação, isto é, do locador contra o locatário. Do condomínio contra o condômino tem que passar por processo de conhecimento; VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; - Apesar da homologação, não é título judicial, pois peritos e interpretes não são partes do processo; VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; - Certidão de Dívida Ativa – regulada pelo Código Tributário (arts. 201 a 204); VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. ­– Legislação esparsa, sempre vai estar especificado: “É título executivo”. A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação

Page 37: Processo Civil Resumo

exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação. Se uma lei processual (que tem eficácia imediata) tirar um título do rol dos títulos executivos, este não poderá mais ser executado se não tiver sido ajuizada a ação. Se a ação já estiver iniciada, tal lei não influencia no processo. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA: Cumprimento da sentença condenatória. Na própria sentença de procedência do pedido proferida no processo de conhecimento, o juiz, com base nos artigos 461-A, e seus parágrafos, do CPC: i) Deve condenar o réu a entregar a coisa certa; ii) Deve fixar o prazo para cumprimento da obrigação; iii) Pode estabelecer multa (astreintes) pelo atraso no cumprimento da obrigação (mediante provocação ou ex officio). Ademais, caso a obrigação não seja cumprida, deve o juiz determinar a expedição de mandado de busca e apreensão (coisa móvel) ou de imissão na posse (coisa imóvel), conforme determina o artigo 461-A, § 2º, CPC. Execução fundada em título executivo extrajudicial: Ajuizada a execução fundada em título executivo extrajudicial, o juiz, no recebimento da petição inicial: i) Deve determinar a citação do réu para, no prazo de dez dias, entregar a coisa; ii)Pode estabelecer multa (astreintes) pelo atraso no cumprimento da obrigação (mediante provocação ou ex officio) Do mesmo modo, caso a obrigação não seja cumprida, deve o juiz determinar a expedição de mandado de busca e apreensão (coisa móvel) ou de imissão na posse (coisa imóvel), com fundamento no artigo 625, CPC. As notas distintivas dos procedimentos (cumprimento de sentença e execução de título extrajudicial) são as seguintes: (a) No cumprimento de sentença, não há um processo autônomo, o que dispensa a (nova) citação do executado; (b) O cumprimento da sentença é uma fase do processo cognitivo, podendo ser iniciada por provocação da parte, ou ex officio pelo juiz; (c) O magistrado, na sentença , deve fixar a data para cumprimento da obrigação; de modo diverso, na execução de título extrajudicial, a própria lei fixa o prazo para a entrega da coisa (10 dias, artigo 621, caput, CPC); (d) Em se tratando de execução de título extrajudicial, são cabíveis os embargos do devedor (Livro II); no caso de título judicial, não há que se falar em embargos, mas em impugnação, prevista no artigo 475-L, CPC.

Art. 621. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) Art. 622. O devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Art. 623. Depositada a coisa, o exeqüente não poderá levantá-la antes do julgamento dos embargos. (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) Art. 624. Se o executado entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por finda a execução, salvo se esta tiver de prosseguir para o

Page 38: Processo Civil Resumo

pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) Art. 625. Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Art. 626. Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido depois de depositá-la. Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. § 1o Não constando do título o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avaliação, o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) § 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) Art. 628. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.

Execução das obrigações de fazer ou não fazer: Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz Ihe assinar, se outro não estiver determinado no título executivo. Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização. Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias. Não havendo impugnação, dará por cumprida a obrigação; em caso contrário, decidirá a impugnação. Se o contratante não prestar o fato no prazo, ou se o praticar de modo incompleto ou defeituoso, poderá o credor requerer ao juiz, no prazo de 10 (dez) dias, que o autorize a concluí-lo, ou a repará-lo, por conta do contratante. Da obrigação de não fazer: Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que Ihe assine prazo para desfazê-lo. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos. Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida. EXECUÇÃO DE AÇÕES COLETIVAS: As condenações por quantia certa não mais dependerão de nova ação de execução aplicando-se os novos dispositivos do CPC (arts. 475 “a”a 475 “r”). Ao se condenar ao cumprimento da obrigação de pagar quantia certa o artigo 475, “j”(19) fixa o prazo de 15 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória líquida ou da decisão de liquidação da condenação genérica para cumprimento espontâneo da sentença, sob pena de multa de 10% (art. 475, “j”parágrafo 4°). Caso não seja efetuado o pagamento

Page 39: Processo Civil Resumo

voluntário e efetuado o requerimento pelo credor, será expedido mandado de penhora e avaliação, sendo a intimação desta feita na pessoa do advogado do executado (art. 475 J, parágrafo 1°). Assim, na grande maioria das vezes diante da falta de regras procedimentais no CDC e na LACP, as normas constantes no CPC para tratarmos de execução/cumprimento da sentença coletiva, variando-se a sua aplicação conforme a espécies de obrigação (fazer/não fazer; entrega de coisa, pagar). Merece destaque, na execução dos processos coletivos, especialmente nas hipóteses de defesa do consumidor, a amplitude de legitimação que foi emprestada, podendo a mesma ser ajuizada tanto pelas pessoas legitimadas do art. 82 - Ministério Público, União, Estados, Municípios, Distrito Federal, entidades e órgãos da Administração Pública, Direta ou Indireta, ainda que sem personalidade jurídica, e as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano, como pela vítima e seus sucessores, como se infere do art. 97, da Lei 8.078/90. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu. O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial. Nas ações coletivas reguladas pelo CDC não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais. A liquidação e a execução de sentença coletiva poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82 do CDC (MP, União, Estados, Municípios e DF, as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código e as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear. A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado. É competente para a execução o juízo: i) da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual; ii) da ação condenatória, quando coletiva a execução. XVIII - PROCESSO CAUTELAR E MEDIDAS CAUTELARES: Medida cautelar é o procedimento judicial que visa prevenir, conservar, defender ou assegurar a eficácia de um direito. Isto, porque é um ato de precaução ou um ato de prevenção promovido no judiciário, onde o juiz pode autorizar quando for manifesta a gravidade, quando for claramente comprovado um risco de lesão de qualquer natureza, ou na hipótese de ser demonstrada a existência de motivo justo, amparado legalmente. Tem como requisitos específicos o periculum in mora e o fumus boni iuris. As Medidas Cautelares poderão ser "Preparatórias", quando são requeridas antes da propositura do processo principal, ou ainda "Incidentes", quando são requeridas depois de proposto o

Page 40: Processo Civil Resumo

processo principal. Quando a Medida de Ação Cautelar é proposta em caráter preparatório haverá um prazo para que o Autor promova a ação principal, sob pena de ficar sem efeito a providência deferida pelo Juiz.

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório. Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar: I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806; II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias; III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.

Sendo assim, não se pode esquecer que a Medida Cautelar, pela sua própria natureza, está vinculada à decisão do processo principal e, por isso, tem caráter de provisoriedade, ou seja, só manterá seus efeitos se, ao final da demanda, o juiz acolher na sentença do processo principal o reconhecimento da legalidade e legitimidade do pedido que lhe deu origem e fundamentação. Ademais, o próprio Código de Processo Civil mencionou que: O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente. Os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal. Enquanto que a Medida Cautelar pode ser deferida pelo juiz antes que a outra parte possa apresentar defesa, ou mesmo antes que a outra parte sequer saiba da existência do processo em juízo. Estas situações, por óbvio especiais, sempre autorizadas por lei, visam garantir a eficácia da medida quando o simples fato de se permitir que a outra parte dela tome conhecimento, puder frustrar seu objetivo ou colocar em risco sua execução. No artigo 797 do CPC disse que só em casos excepcionais. expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes. Assim como no artigo 804 menciona que é lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer. Características: i) não existe contraditório de mérito, já que a discutibilidade fica restrita ao periculum in mora e ao fumus boni iuris, e estes não são requisitos de ordem formal; ii) levando-se em conta que a Cautelar não se destina a dirimir o litígio, isto significa que a sentença não é de mérito, tendo apenas natureza terminativa, sem qualquer repercussão no direito material , e por essa razão, ao transitar em julgado, somente vai produzir a coisa julgada formal. OBS.: Somente haverá na Cautelar a sentença de mérito quando o juiz extingui-la pronunciando a decadência ou a prescrição); iii )Autonomia: O nosso ordenamento jurídico eligiu a Cautelar como um processo, o que significa dizer que ela

Page 41: Processo Civil Resumo

não é um complemento ou um apêndice da ação principal, eis que se ela não tivesse autonomia o requerido seria intimado e não citado. Assim sendo, a assessoriedade da Cautelar diz respeito ao Direito Material e não ao Direito Instrumental propriamente dito; iv) As decisões proferidas na Cautelar são provisórias; v) Na Cautelar o juiz concederá a liminar de plano ou após audiência de justificação prévia em sigilo, quer dizer, sem ouvir o réu; O prazo para se impugnar a Cautelar é de 5 dias, mas é de se observar que algumas cautelares não admitem resposta, como por exemplo a Notificação ou Interpelação Judicial, a Justificação e a produção antecipada de provas; vi) Na petição inicial o autor ( requerente ) deverá indicar a lide e o seu fundamento (ação principal, CPC art. 801, III ). Antecipação de Tutela: A antecipação de tutela não se confunde com a medida cautelar. As cautelares protegem a eficiência da sentença a ser proferida em outro processo principal; as antecipações realizam, embora provisoriamente, a pretensão material contida no processo principal. Atualmente pode ser considerada sua fungibilidade, no caso do demandante postular na petição inicial que lhe seja liminarmente deferida uma providência que denomina como antecipatória, mas em realidade constitui providência cautelar, tal equívoco não deve constituir motivo, de per si, para que o magistrado simplesmente a denegue, ou dela não conheça por inadmissível. Os requisitos da Antecipação de Tutela são os seguintes: 1. Requerimento da parte interessada (Luiz Fux critica a lei em face da adoção do princípio dispositivo; Carreira Alvim a defende, considerando que a parte é responsável objetivamente pela antecipação da tutela, de modo que é justo que possa optar entre requerer ou não a medida). Além do autor, são também legitimados o assistente litisconsorcial e o Ministério Público, quando custos legis. O réu apenas tem legitimidade quando a ação for dúplice. 2. Prova inequívoca e verossimilhança das alegações. O cotejo entre prova inequívoca e verossimilhança da alegação leva à conclusão de que é bastante a prova segura dos fatos, de que insurja a probabilidade do direito pretendido. Vale lembrar que, minoritariamente, Clito Fornaciari Júnior identifica a verossimilhança das alegações com o fumus boni juris e Calmon de Passo condiciona o caráter inequívoco da prova ao término da fase de instrução. No entanto, a maior parte da doutrina, como os mestres Athos Gusmão Carneiro, Barbosa Moreira, Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, entre outros, admite justificação prévia. Ernani Fidélis dos Santos e Carreira Alvim são contra, entendendo que não se pode antecipar a prova a ser produzida na fase de instrução. Em relação ao receio de dano irreparável e abuso do direito de defesa. Arruda Alvim afirma que o dano não se limita ao perecimento da pretensão, podendo ser um dano externo à pretensão: assim, na ação para entrega de máquinas vitais a uma indústria, a antecipação de tutela pode ser concedida para evitar a paralisação da empresa e sua falência. Para os professores Carreira Alvim e Marinoni, no caso do dano já ter ocorrido, cabe antecipação para minorar seus efeitos. Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. Para João Batista Lopes e Carlos Alberto Álvaro de Oliveira não se trata de sanção por litigância de má-fé, mas de mera distribuição do ônus do processo. Assim, precisa de requerimento da parte.Irreversibilidade dos efeitos do provimento. Athos Gusmão Carneiro, Bedaque, Barbosa Moreira e Carreira Alvim afirma que a irreversibilidade diz respeito às circunstâncias fáticas criadas pelo provimento, este é sempre reversível. Arresto: Arresto é a medida cautelar de garantia da futura execução por quantia certa. Consiste na apreensão judicial de bens indeterminados do patrimônio do devedor. Os pressupostos do Arresto correspondem aos requisitos exigidos para a concessão da tutela cautelar que são fumus boni iuris e o periculum in mora, os quais devem ser provados cumulativamente.

Page 42: Processo Civil Resumo

Procedimento do arresto: Processa-se o arresto segundo o procedimento comum das medidas cautelares, previsto nos arts. 802 e 803. A petição inicial deverá atender as i) indicação da autoridade judiciária; ii) qualificação das partes; iii) a lide e seu fundamento (apenas em procedimento preparatório); iv) a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão; v) as provas. Características: O requerido será citado para em cinco dias contestar o pedido. Conta-se o prazo a partir da juntada do mandado de citação devidamente cumprido ou da execução da medida cautelar quando concedida liminarmente inaudita altera parte. A medida pode ser decretada liminarmente inaudita altera parte ou ao final, em sentença, após summaria cognitio. O objetivo do arresto é apenas garantir a execução de um crédito não obter seu pagamento. A sentença do arresto, não faz coisa julgada. Embora não exista a predominância do cunho de medida satisfativa, o arresto participa da natureza e finalidade da penhora. Da sua concessão decorrem dois efeitos importantes: a) restrição física à posse do dono, já que o objeto arrestado passa à guarda de depositário judicial; b) imposição de ineficácia do atos de transferência dominial frente ao processo que se deu a constrição. Cessa o arresto pelo pagamento, novação ou transação.

Art. 813. O arresto tem lugar: I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II - quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores; III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; IV - nos demais casos expressos em lei. Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial: I - prova literal da dívida líquida e certa; II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente. Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. Art. 815. A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas.

Page 43: Processo Civil Resumo

Art. 816. O juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia: I - quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei II - se o credor prestar caução (art. 804). Art. 817. Ressalvado o disposto no art. 810, a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal. Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora. Art. 819. Ficará suspensa a execução do arresto se o devedor: I - tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas; II - der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas. Art. 820. Cessa o arresto: I - pelo pagamento; II - pela novação; III - pela transação. Art. 821. Aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na presente Seção.

Sequestro de Bens: O sequestro consiste na apreensão de bem determinado, objeto do litígio, para lhe assegurar entrega, de bom estado, ao que vencer a causa. Conforme PINTO FERREIRA, o sequestro é a apreensão judicial de bens imóveis, semoventes e móveis, tal como no arresto, diferenciando-se deste último porque os bens a serem apreendidos devem ser litigiosos. É possível concluir, portanto, que o seqüestro é medida cautelar nominada que tem por finalidade a apreensão de bens sobre os quais haja pendência de controvérsia, com o fito de garantia de execução para a entrega de coisa certa.

Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro: I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações; II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar; III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando; IV - nos demais casos expressos em lei. Art. 823. Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.

Page 44: Processo Civil Resumo

Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair: I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes; II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea. Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o compromisso. Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força policial.

Da busca e apreensão de bens: mandamento judicial destinado a promover a busca (procura) e apreensão de coisas e pessoas, com o objetivo de se garantir a eficácia de um processo principal. No direito brasileiro, trata-se de medida que ora terá natureza cautelar, ora satisfativa. É medida cautelar que consiste em procurar o bem e retira-lo da posse do detentor. Assim, como as demais medidas cautelares, sua finalidade é resguardar o processo principal. A busca e apreensão pode ter por objeto coisas móveis ou pessoas ( arts. 839 a 843). A busca e apreensão é um procedimento cautelar específico destinado à busca e posterior apreensão de pessoas ou de coisas. O art. 839, CPC, estabelece que o "juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas." Trata-se, pois, de medida constritiva a ser decretada tendo por objeto pessoas e coisas

Art. 839. O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas. Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado. Art. 841. A justificação prévia far-se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá: I - a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência; II - a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar; III - a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem. Art. 842. O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas. § 1o Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada. § 2o Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas. § 3o Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão. Art. 843. Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas