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Resumo de Direito Civil para Concurso Público

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Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comLei de Introduo ao Cdigo Civil (LICC) Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro / LINDB A LICC (hoje, denomina-se Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro LINDB) geograficamente antecede o Cdigo Civil, porm regulamenta todas as legislaes lei das leis. O Decreto-Lei 4.657 de 4 de setembro de 1942 denomina-se LICC Lei de Introduo ao Cdigo Civil, e tal Decreto- Lei est em vigor, porm, recebeu nova denominao e hoje se chama Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro. Foi a Lei 12.373 de 30 de dezembro de 2010 que trouxe a nova denominao. A LINDB a lei de introduo a todas as normas jurdicas, vale dizer, ela disciplina a eficcia e a aplicabilidade de todas as leis um cdigo de normas que tem como objeto o estudo da prpria lei. Lei uma norma geral que emanada da autoridade competente imposta coativamente a obedincia de todos. Caractersticas da lei: - Generalidade: a lei se dirige a todos os cidados indistintamente. - Imperatividade: a lei impe um dever, uma conduta, uma obrigao. - Autorizamento: falar em autorizamento conceder ao lesado que exija o cumprimento da norma ou a reparao do dano/ mal causado. - Permanncia: dizer que a lei no se exaure num s momento, ela perdura no tempo. - Emanao da autoridade competente: quem disciplina a competncia para legislar a Constituio Federal art. 22, da CF88. Classificao da lei: Quanto imperatividade: - cogente: aquela norma que tem observncia obrigatria, chamada de norma de ordem pblica. - dispositiva: a norma que tem observncia facultativa, podendo ser: a) permissiva: aquele que permite a parte estipular alguma disposio, b) supletiva: se d quando a norma supre a falta de manifestao de vontade da parte. Quanto ao autorizamento: - mais que perfeita: so aquelas que autorizam a aplicao de duas sanes (penas). Exemplo: norma que autoriza a priso civil do devedor de alimentos. - perfeita: aquela que impe a nulidade ou a anulao do ato. - menos que perfeita: so aquelas que no geram nulidade nem anulao do ato, mas apenas uma sano quando violada. - imperfeita: norma imperfeita aquela que a sua violao no acarreta nenhuma conseqncia jurdica. Exemplo: pagamento de dvida prescrita.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comDa Vigncia da Lei: o perodo entre o incio e o fim da obrigatoriedade da norma. A norma deve ser analisada sobre trs aspectos: a) elaborao; b) promulgao: atestar a regularidade da norma; e c) publicao. No Brasil a lei entra em vigor 45 dias (no silncio) aps oficialmente publicada em regra, salvo disposio em contrrio. Agora, no exterior, a obrigatoriedade da lei se d 3 meses ( 90 dias) aps oficialmente publicada. Na contagem do prazo inclui-se a data da publicao e o ltimo dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqente sua consumao integral. Exemplo: publicao em 31.01.11 (neste exemplo, entra em vigor 1 ano aps a publicao) - 31.01.12 (1 ano) = 01.02.12 (entra em vigor). Pargrafos 1 e 2, do art. 8, da LC 95/98. Tais pargrafos foram institudos pela LC n. 107 de 2001. Da Vacncia da Lei (vacatio legis): o perodo que medeia entre a publicao da lei e a sua entrada em vigor. Correo a erro material/ substancial da lei: se antes da lei entrar em vigor ocorrer nova publicao de seu texto em vista a correo, o prazo ser contado a partir da nova publicao. Detalhe: a correo de texto de lei j em vigor ser considerada lei nova. Princpio da Continuidade das Leis: A lei em vigor continua em vigor at ser revogada por outra lei - em regra. Excees: a) lei temporria; b) lei excepcional. Princpio da Vigncia Sincrnica: A lei entra em vigor na mesma data em todo o territrio nacional, sendo simultnea a sua obrigatoriedade. Da falar-se que o Brasil adotou o critrio do prazo nico. Observao: o costume no revoga a lei, apenas retira a sua eficcia (desuso). Da Revogao: a perda da vigncia de uma lei em razo de uma nova lei. A revogao pode ser: a) expressa: quando a nova lei declara textualmente que est revogando a lei anterior;

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comb) tcita: quando a nova lei no declara textualmente que est revogando a anterior, mas revela-se incompatvel com a lei anterior. Ou, ainda, regulamenta inteiramente a matria da lei anterior. c) total: revoga-se toda a lei = ab-rogao. d) parcial: revoga-se parte da lei = derrogao. Da Repristinao: o restabelecimento de uma lei revogada pela sua lei revogadora ter sido revogada por outra. Lei A Lei B (revoga lei A) Lei C (revoga lei B) = Lei A volta a viger (= efeito repristinatrio). No possvel o efeito repristinatrio automtico no Brasil. Somente ser admitido quando for expresso. Ou seja, no silncio no possvel. Da Retroatividade da Lei: Retroatividade a aplicao da lei a fatos passados (pretritos). Em regra a lei irretroativa, da que irretroatividade a inaplicabilidade da lei a fatos pretritos. A lei pode ser retroativa em duas situaes (excees) art. 5, inciso XXXVI, da CF88: a) quando o legislador disser expressamente; b) quando no prejudicar direito adquirido, coisa julgada e ato jurdico perfeito. - Coisa julgada: a deciso ao qual no comporta mais recurso. - Ato jurdico perfeito: o ato j consumado, de acordo com a lei vigente quando se realizou tal ato. - Direito adquirido: aquele j incorporado ao patrimnio de seu titular. Vale dizer: aquele que j pode ser exercido por ele ou por quem o represente, cujo comeo do exerccio tenha termo pr- fixo ou condio pr-estabelecida inaltervel. Condio: um evento futuro e incerto. Termo: um evento futuro e certo. Princpio da Obrigatoriedade das Normas: A lei, uma vez em vigor, torna-se obrigatria. Em razo de tal princpio ningum se escusa de cumprir a lei alegando que no a conhece. Ademais, no se faz necessria provar a existncia da lei em juzo, pois o juiz conhece o direito. Excees: a) direito municipal; b) direito estadual; c) direito aliengena = direito estrangeiro; e d) direito consuetudinrio (costumes).

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comO entendimento predominante que justifica o princpio da obrigatoriedade a teoria da necessidade social. dizer: a lei conhecida de todos em razo de um interesse social para a boa convivncia social, garantindo-se a eficcia global do ordenamento jurdico. Integrao das Normas Jurdicas: Diante da lacuna da lei, o juiz se valer dos mecanismos de integrao das normas jurdicas. Isto decorre em razo da plenitude lgica do sistema leia-se a lei pode conter lacunas, mas o direito no. So mecanismos de integrao das normas jurdicas: a) analogia: a aplicao da lei a casos no previstos na norma. b) costumes: a prtica constante, uniforme, pblica e geral de determinado ato pela convico de sua necessidade/ obrigatoriedade. O costume possui dois elementos = objetivo ( a prtica reiterada do ato) e subjetivo ( a convico da necessidade/ obrigatoriedade). b.1) secundum legem: o costume obrigatrio e reconhecido pela lei (segundo os costumes locais = contrato de empreitada). b.2) praeter legem: aquele que se destina a suprir a lei nos casos omissos vide art. 4 da LICC. b.3) contra legem: aquele que se ope a lei = no permitido! c) princpios gerais do direito: so regras que se encontram na conscincia dos povos e so universalmente aceitas, ainda que no escritas. Exemplos: presuno de boa f; ningum se beneficia com a sua prpria torpeza. Interpretao das Normas Jurdicas - classificao dos mtodos de interpretao: Quanto origem: - autntica: aquela feita pelo prprio legislador. dizer: ele reconhece a ambiguidade da norma e edita outra lei destinada a interpretar. - doutrinria: feita pela doutrina, mestres e estudiosos do direito. - jurisprudencial: aquela feita pelos juzes e tribunais no exerccio de suas funes (vrias decises no mesmo sentido). Quanto ao meio/ modo: - gramatical ou literal: aquela que consiste no exame do texto normativo, sob o ponto de vista lingstico. - sistemtica: aquela que parte do pressuposto que o direito no pode ser analisado isoladamente, mas em conjunto com as demais normas.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.com- histrica: aquela que se analisa os antecedentes da norma (debates, estudo que levou a norma). a anlise do projeto de lei. - teleolgica: aquela que se busca o sentido da norma, a sua finalidade. Quanto ao resultado: - declarativa: aquela que a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer. - restritiva: aquela que a letra da lei disse mais do que o legislador quis dizer. - extensiva: aquela que a letra da lei disse menos do que o legislador quis dizer vista a ampliar o seu alcance.

Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002 / Cdigo Civil (CC/02) O CC/02 entrou em vigor no dia 12 de janeiro de 2003 o entendimento mais tcnico e correto! O CC/02 dividido em duas grandes partes (estrutura): a) parte geral: a.1) das pessoas; a.2) dos bens; a.3) dos fatos jurdicos. b) parte especial: b.1) direito das obrigaes; b.2) direito de empresa (direito comercial/ empresarial); b.3) direito das coisas; b.4) direito de famlia; b.5) direito das sucesses. Das pessoas: As pessoas podem ser: a) naturais ou fsicas; b) jurdicas ou coletivas ou morais. Das pessoas naturais ou fsicas art. 1 e seguintes do CC: todo ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigaes na ordem civil. Para ser pessoa basta nascer com vida, da falar-se que a aquisio da personalidade civil se d com o nascimento (com vida = respirao). O nascimento se d com a respirao. Ademais, a morte se d com a cessao das funes do encfalo (conforme a lei dos transplantes). O nascimento com vida a separao do produto da concepo das vsceras maternas. dizer: a expulso completa do produto da concepo quando aps a separao respire, esteja ou no desprendida a placenta, tendo sido ou no cortado o cordo.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comDetalhe: no precisa ter feio humana, desde que promane da mulher - Art. 29, item 6, Resoluo 1 de 13 de junho de 1988 do Conselho Nacional de Sade. Nascituro o ente concebido ainda no nascido. Nascituro no tem personalidade civil. O CC adotou a teoria natalista (= nascimento com vida) quanto aquisio da personalidade civil. Capacidade: a) de direito / gozo: a capacidade de aquisio de direitos. A capacidade de direito se confunde com a personalidade civil. Capacidade restrita ou limitada = dotado de incapacidade. Incapacidade a inaptido para o exerccio dos atos da vida civil. No nosso direito no existe incapacidade de direito, mas to somente de fato. b) de fato/ exerccio/ ao: a capacidade de exercer por si s os atos da vida civil. a) + b) = capacidade plena. Incapacidade absoluta (art. 3): - os menores de 16 anos; - os enfermos ou deficientes mentais que no tem discernimento para os atos da vida civil; - aqueles que mesmo por causa transitria no possam exprimir a sua vontade. Os absolutamente incapazes no tem vontade. dizer: a vontade substituda pela vontade de seu representante legal. Da falar-se que ele representado. Agora, se ele praticar o ato sem a devida representao o ato ser nulo. Incapacidade relativa (art. 4): - os maiores de 16 anos e menores de 18 anos. Muito embora eles sejam relativamente incapazes, a lei admite que eles pratiquem alguns atos (exemplos: casamento, desde que autorizados; podem ser testemunha; podem votar; podem fazer testamento); - os brios habituais e os viciados em txicos; - aqueles que por deficincia mental tenham o seu discernimento reduzido; - os excepcionais sem o desenvolvimento mental completo; - os prdigos ( aquele que dissipa desvairadamente o seu patrimnio). Agora, o relativamente incapaz tem vontade, mas a sua vontade deve ser acompanhada. Da falar-se que ele deve ser assistido. Detalhe: se ele praticar o ato sem a devida assistncia, o ato ser anulvel. Da cessao da incapacidade:

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comA incapacidade ser cessada de duas maneiras: a) pelo desaparecimento de sua causa. b) pela emancipao. Emancipao a antecipao da capacidade civil. A emancipao no se confunde com a maioridade (maioridade = 18 anos). Espcies de emancipao: a) voluntria: aquela concedida por ambos os pais, mediante escritura pblica, independentemente de homologao judicial, desde que o menor tenha 16 anos completos. b) judicial: aquela concedida mediante sentena do juiz, desde que o menor tenha 16 anos de idade e esteja sob tutela. c) legal: aquela que ocorre automaticamente em razo de ocorrer o fato previsto em lei. - colao de grau em curso superior; - casamento; - exerccio de emprego pblico efetivo; - pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existncia de relao de emprego, desde que o menor tenha economia prpria e 16 anos completos. Uma vez ocorrida a emancipao, esta no ser revogvel.

Da morte: a) morte real: com a presena do corpo. b) morte presumida: b.1) com decretao de ausncia: ausente aquele que desaparece de seu domiclio sem meno de seu paradeiro arts. 6, 22, 26, 37, 38 e 39 do CC. b.2) sem decretao de ausncia: se d em duas hipteses: 1 se for extremamente provvel a morte de quem est em perigo de vida; 2 se a pessoa desaparecer em campanha ou for feita prisioneira de guerra e no for encontrado at 2 anos aps o trmino da guerra. Da comorincia: Ocorre quando dois ou mais indivduos falecem na mesma ocasio, no se sabendo quem morreu primeiro, presume-se simultaneamente mortos. Individualizao da pessoa natural: a identificao da pessoa na sociedade. Elementos de identificao:

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.coma) nome: o sinal que identifica a pessoa na sociedade. O nome formado por dois elementos: 1 pr nome; 2 sobrenome ou patronmico. Em regra, no possvel alterar o nome aplica-se o princpio da imutabilidade. Excees: casamento; divrcio; traduo de pre nome estrangeiro; pre nome que exponha o seu portador ao ridculo; quando houver evidente erro grfico. b) estado: civil ou fsico. c) domiclio (arts. 70 e seguintes do CC): a sede jurdica da pessoa, onde responde pelas obrigaes civis. Domicilio ( mais amplo) no se confunde com a residncia. O domicilio possui dois elementos: a) elemento objetivo: a residncia; b) elemento subjetivo: o nimo definitivo ( a vontade de ser encontrado em determinado local). possvel a pluralidade de domiclios. Aquele que no tem residncia considera-se o seu domiclio o local onde for encontrado art. 73, do CC. Espcies de domiclio: a) voluntrio: o livremente escolhido. b) necessrio ou legal: aquele que decorre da lei. Tm domiclio necessrio: - o incapaz = o do seu representante legal; - o servidor pblico = onde exerce suas funes; - o militar = onde ele servir. Detalhe: se for militar da aeronutica ou marinha ser a sede do comando onde estiver subordinado; - o preso = onde a sentena estiver sendo executada; - o martimo = onde o navio estiver matriculado.

Direitos da personalidade art. 11 e seguintes do CC: So todos aqueles inerentes a toda e qualquer pessoa humana (direito vida, liberdade, integridade fsica, intimidade, nome etc). Observao: as regras aplicveis aos direitos da personalidade se aplicam pessoa jurdica naquilo que for compatvel.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comCaractersticas do direito da personalidade: a) extrapatrimonial; b) vitaliciedade; c) intransmissibilidade; d) indisponibilidade; e) inalienabilidade; f) irrenunciabilidade; g) impenhorabilidade; h) absoluto (erga omnes = contra todos); i) imprescritibilidade.

Das Pessoas Jurdicas art. 40 e seguintes do CC So entidades s quais a lei confere personalidade civil, capacitando-as como sujeitos de direitos e obrigaes. As pessoas jurdicas no se confundem com os membros que a compe, vale dizer, elas tm personalidade prpria. Natureza jurdica: O CC adotou a teoria da realidade tcnica. dizer, a pessoa jurdica existe, uma realidade e decorre da tcnica legislativa. Elementos constitutivos da pessoa jurdica: a) vontade humana declarada affectio societatis; b) objeto lcito; c) observncia das condies legais: c.1) elaborao do ato constitutivo; c.2) registro do ato constitutivo; c.3) para algumas pessoas jurdicas se exige a autorizao do governo (exemplo: instituies financeiras). Classificao das pessoas jurdicas: - Pessoas jurdicas de direito pblico (regime jurdico de direito pblico): a) interno: entes da administrao direta; entes da administrao indireta (autarquias e fundaes pblicas). b) externo: naes; organizaes internacionais. - Pessoas jurdicas de direito privado (regime jurdico de direito privado):

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.coma) fundaes privadas: regime jurdico de direito privado, constituda por bens privados, criada por testamento ou por escritura pblica.

A fundao formada/ constituda por um conjunto de patrimnio. Ademais, fundao tem objetivo externo. Vale dizer: tem carter assistencial (no tem lucro!). constituda para fins religiosos, culturais, morais ou de assistncia. b) corporaes: constituda por um conjunto de pessoas. A corporao tem objetivo interno. Vale dizer: visa resguardar os interesses de seus membros. Poder ter ou no lucro dependendo da espcie de corporao. Espcies de corporaes: - sociedades: tem lucro. A sociedade pode ser empresria ou simples; - associaes: no tem lucro; - partidos polticos; - organizaes religiosas.

Entes despersonalizados: so entidades sem personalidade jurdica. No so sujeitos de direito. So pessoas judicirias (podem configurar como parte no processo judicial). Exemplo: esplio, condomnio, massa falida (observar o art. 12, do Cdigo de Processo Civil). Fundao: fases de criao da fundao (arts. 62 e seguintes do Cdigo Civil): a) Primeira Fase: o ato de dotao ( aquele em que o instituidor disponibiliza os bens para se criar uma fundao ou por testamento ou por escritura pblica). b) Segunda Fase: a elaborao do estatuto. Esta elaborao pode ser de duas formas: b.1) prpria: o prprio instituidor elabora o estatuto; b.2) fiduciria: quando algum da confiana do instituidor ficou encarregado em elaborar o estatuto. Detalhe: quando a pessoa encarregada em elaborar o estatuto da fundao no o fizer dentro do prazo determinado pelo instituidor, ou ainda, se no houver prazo, em 180 dias a incumbncia passar ao Ministrio Pblico. c) Terceira Fase: a aprovao do estatuto da fundao. A aprovao incumbir ao Ministrio Pblico. Detalhe: se for o MP que elaborou o estatuto, a aprovao incumbir ao juiz da comarca. d) Quarta Fase: o registro. O Cartrio de Registro Civil das Pessoas Jurdicas que registra a fundao.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comTeoria da desconsiderao da pessoa jurdica: Diante do abuso da personalidade jurdica caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confuso patrimonial, o juiz poder estender o efeito de certas relaes jurdicas ao patrimnio pessoal dos scios ou administradores da pessoa jurdica ver art. 50, do CC. Dos bens: Bem tudo aquilo que existe no universo e til para o homem, aprecivel economicamente. Bem o gnero do qual coisa espcie. Coisa: - corprea: material. - incorprea: imaterial. - res nullis: coisa de ningum. - res derelicta: a coisa abandonada. Classificao dos bens (doutrinria): Classificao dos bens considerados em si mesmos: - bens imveis: no podem ser movimentados sem acarretar destruio. Imveis por natureza: o solo, subsolo e suas adjacncias. Imveis por acesso industrial ou artificial: todo aquele que resulta de trabalho do homem. So as construes e plantaes. Imvel por determinao legal: navios e aeronaves para fins hipotecrios; direitos reais sobre os imveis (exemplo: direito real de servido de passagem); o direito a sucesso aberta. - bens mveis: so suscetveis de movimento sem acarretar destruio. Mvel por natureza: propriamente dito (movimenta-se, mas no tem movimento prprio); semovente ( aquele que tem movimento prprio). Mvel por antecipao: so os imveis que tem uma finalidade ltima como bem mvel. Exemplo: rvore plantada para corte. Mvel por determinao legal: direitos reais sobre bens mveis (exemplo: penhor); direitos pessoais de carter patrimonial (exemplo: direito do autor); energias que tenham valor econmico. Observaes:

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.com- no perde a caracterstica de bens imveis: as edificaes que forem separadas do solo para serem removidas de um lugar para o outro e conservarem a sua unidade. - tambm no perdem a caracterstica de bem imvel os materiais provisoriamente separados de um prdio para posteriormente serem empregados. - bens fungveis: o bem substituvel por outro do mesmo gnero, quantidade e espcie. Exemplo: uma caneta BIC. - bens infungveis: o bem insubstituvel. Exemplo: aliana de casamento. - bens consumveis: o bem cuja sua utilizao acarreta a destruio de sua substncia. Exemplo: alimentos. - bens inconsumveis: aquele que a utilizao no gera destruio de sua substncia. Exemplo: carros.

Classificao dos bens reciprocamente considerados: - bens principais: aquele que existe por si s, independe de qualquer outro. - bens acessrios: aquele que depende de um bem principal, depende de outro. Em regra, o acessrio segue o principal. O dono do bem principal presume-se ser dono do bem acessrio. Destrudo o bem principal extingue-se o acessrio. So bens acessrios: os frutos, as benfeitorias, os produtos e as pertenas. O fruto pode ser natural (exemplo: abacate, abacaxi, uva etc) ou civil/ rendimento (so os juros e aluguis). Fruto x Produto: O fruto quando retirado do bem principal se renova, mas o produto ao ser destacado do bem principal no se renova, pois gera a diminuio do bem principal, podendo, inclusive, acarretar a extino do bem principal. Exemplo de produto = minrios. A benfeitoria todo melhoramento ou acrscimo feito em coisa j existente (regra), salvo a pintura em relao a tela e a escultura em relao a matria prima. As benfeitorias podem ser: a) teis: a benfeitoria dispensvel. Ademais, aquela que visa dar um maior aproveitamento a coisa, pois facilita a sua utilizao. Exemplo: feitura de um cmodo a mais na casa. b) necessrias: aquela indispensvel para a manuteno/ conservao do imvel.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comc) volupturia: so benfeitorias dispensveis, so aquelas de mero deleite ou recreio que visa embelezar a coisa. Exemplo: piscina. As pertenas so os bens que no constituem parte integrante e se destinam de modo duradouro ao uso, ao servio, ou ao embelezamento de outro bem. Os negcios que tratam do bem principal no abrangem a pertena em regra, salvo quando a lei disser expressamente, ou das circunstncias do caso, ou em razo do acordo entre as partes. Exemplo de pertenas: ar condicionado de um escritrio. Dos fatos jurdicos art. 104, do CC: Os fatos jurdicos lato sensu so todos os acontecimentos da natureza ou da realidade (homem) que geram reflexos jurdicos. Fatos jurdicos naturais = fato jurdico stricto sensu = to somente o acontecimento da natureza que gera efeitos jurdicos. Logo, independe da vontade do homem. Pode ser extraordinrio (exemplo: caso fortuito ou fora maior) ou ordinrio (exemplo: morte). Fatos jurdicos humanos = ato jurdico lato sensu = a manifestao de vontade humana que gera efeitos jurdicos. Pode ser lcita ou ilcita (gera responsabilidade civil. Exemplo: A bateu no carro de B). Ato jurdico lato sensu - Lcito: a) negcios jurdicos: toda manifestao de vontade humana que tem em vista criar, modificar ou extinguir direitos. Ademais, os negcios jurdicos tm contedo amplo, vale dizer, eles geram uma multiplicidade de efeitos e os efeitos decorrem da vontade das partes. Exemplos: contratos e testamento. b) ato jurdico stricto sensu: aquele que tem contedo restrito, vale dizer, no h uma multiplicidade de efeitos. Ademais, o efeito nico e no decorre da vontade das partes. O efeito est predeterminado em lei. Exemplos: domiclio ato stricto sensu; a notificao (serve para constituir em mora o devedor); o reconhecimento da paternidade; etc. Requisitos de validade dos negcios jurdicos: So os requisitos que devem ser fielmente cumpridos sob pena do negcio ser considerado invlido. a) agente capaz; b) objeto lcito (conforme lei, moral ou bons costumes), possvel, determinado ou determinvel; c) forma prescrita e/ou no defesa por lei: Exemplo: art. 108, do CC.

Invalidade dos negcios jurdicos:

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comA invalidade o gnero, da qual a nulidade e a anulabilidade so espcies. Nulidade: negcio nulo aquele que gera nulidade absoluta, nasce invlido e sempre ser invlido. O juiz deve reconhecer de ofcio (sem ser provocado!). Anulabilidade: negcio anulvel aquele que gera nulidade relativa. Ou seja, ele pode ser convalidado (nasce invlido e torna-se vlido!). Ele pode ser convalidado quando a ao no for proposta dentro do prazo legal. O juiz no pode reconhecer de ofcio. O negcio ser nulo quando ler art. 166, do CC: - faltar quaisquer dos requisitos de validade do art. 104, do CC. - tiver por objetivo fraudar a lei imperativa. - o motivo determinante comum a ambas as partes for ilcito. O negcio ser anulvel quando: - praticado pelo relativamente incapaz sem ser assistido. - a lei disser taxativamente. - praticado mediante defeitos/ vcios dos negcios jurdicos. Defeitos/ vcios dos negcios jurdicos: diante do defeito do negcio jurdico, o prazo da ao anulatria ser de 4 anos a contar da concluso do negcio, salvo no caso da coao (o prazo ser da cessao da coao). 1 - Erro: ocorre o erro quando a pessoa se engana sozinha a respeito de uma circunstncia que se ela soubesse no realizaria o negcio. Exemplo: inteno de estipular um contrato de venda, mas assina contrato de doao. 2 - Dolo: induzir maliciosamente algum em erro gerando prejuzo a ela. Ademais, o dolo pode ser praticado por ao (dolo positivo) ou por omisso (dolo negativo). Exemplo: pessoa com doena grave faz seguro de vida e omite o estado atual para a seguradora. 3 - Coao: a ameaa que gera o fundado temor de dano iminente e considervel a sua pessoa, ou a sua famlia, ou a seus bens. 4 - Estado de perigo: se d quando algum premido da necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua famlia de um grave dano conhecido pela outra parte assume obrigao excessivamente onerosa. 5 - Leso: se d a leso quando uma pessoa por premente necessidade ou por inexperincia se obriga a prestao manifestamente desproporcional ao valor da prestao oposta. Leso = desproporo. 6 - Fraude contra credores: se d a fraude contra credores quando o devedor pratica atos de insolvncia, vale dizer, quando o passivo se torna maior que o ativo.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comPrescrio e Decadncia: Prescrio (verificar os arts. 205 e 206 do C.C.): perda da pretenso. Regra geral de prescrio: 10 anos. Art. 205. A prescrio ocorre em dez anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor. Art. 206. Prescreve: 1 Em um ano: I - a pretenso dos hospedeiros ou fornecedores de vveres destinados a consumo no prprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretenso do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que citado para responder ao de indenizao proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuncia do segurador; b) quanto aos demais seguros, da cincia do fato gerador da pretenso; III - a pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventurios judiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas e honorrios; IV - a pretenso contra os peritos, pela avaliao dos bens que entraram para a formao do capital de sociedade annima, contado da publicao da ata da assemblia que aprovar o laudo; V - a pretenso dos credores no pagos contra os scios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicao da ata de encerramento da liquidao da sociedade. 2 Em dois anos, a pretenso para haver prestaes alimentares, a partir da data em que se vencerem. 3 Em trs anos: I - a pretenso relativa a aluguis de prdios urbanos ou rsticos; II - a pretenso para receber prestaes vencidas de rendas temporrias ou vitalcias; III - a pretenso para haver juros, dividendos ou quaisquer prestaes acessrias, pagveis, em perodos no maiores de um ano, com capitalizao ou sem ela; IV - a pretenso de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretenso de reparao civil; VI - a pretenso de restituio dos lucros ou dividendos recebidos de m-f, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuio;

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comVII - a pretenso contra as pessoas em seguida indicadas por violao da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicao dos atos constitutivos da sociedade annima; b) para os administradores, ou fiscais, da apresentao, aos scios, do balano referente ao exerccio em que a violao tenha sido praticada, ou da reunio ou assemblia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assemblia semestral posterior violao; VIII - a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposies de lei especial; IX - a pretenso do beneficirio contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatrio. 4 Em quatro anos, a pretenso relativa tutela, a contar da data da aprovao das contas. 5 Em cinco anos: I - a pretenso de cobrana de dvidas lquidas constantes de instrumento pblico ou particular; II - a pretenso dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorrios, contado o prazo da concluso dos servios, da cessao dos respectivos contratos ou mandato; III - a pretenso do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juzo.

Decadncia: perda do direito. Os prazos decadenciais vm espalhados no cdigo. Vale dizer, vem como complemento de cada artigo, seja da parte geral, seja da parte especial. Exemplos: art. 178, 179; art. 505. Diante da decadncia, fala-se em caducidade do prazo. O prazo prescricional decorre somente da lei. Logo, tal prazo no pode ser alterado pela vontade das partes. O prazo decadencial decorre tanto da vontade das partes como da lei. Da falarse que a decadncia pode ser voluntria ou legal. O prazo prescricional deve ser reconhecido de ofcio. Ademais, o prazo prescricional pode ser alegado em qualquer fase do processo e grau de jurisdio. O juiz somente reconhecer de ofcio da decadncia quando fixada em lei (somente a decadncia legal). Os prazos prescricionais podem ser suspensos e interrompidos.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comOs prazos decadenciais no se suspendem, no se interrompem (em regra, saldo quando a lei dispor de modo expresso). Detalhe: o prazo da decadncia no corre contra os incapazes (os absolutamente incapazes art. 3, do CC). Art. 3 So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos; III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.

Causas suspensivas, impeditivas e interruptivas da prescrio: Os mesmos fatos que suspendem o curso do prazo prescricional so aqueles que impedem tal curso (arts. 197, 198, 199 e 200 do CC). A diferena reside quanto ao momento da ocorrncia da causa. dizer, quando o prazo j comeou a correr e incidir o fato previsto na lei, fala-se em causa suspensiva. Da que a causa suspensiva paralisa o curso do prazo prescricional. Agora, quando o prazo se quer comeou a correr em razo da incidncia do fato previsto na lei, fala-se em impedimento, pois ele impede o incio do curso do prazo prescricional. - No corre prescrio entre cnjuges durante o casamento. - No corre prescrio entre ascendente e descendente durante o poder familiar. - No corre prescrio contra os incapazes (art. 3, do CC). - No corre prescrio contra aqueles que estiverem a servio da unio, estado ou municpio fora do territrio nacional. - No corre prescrio enquanto pendente condio suspensiva.

Causas interruptivas: a interrupo da prescrio depende de provocao. Ela ocorre somente uma nica vez. Agora, interrompido o prazo, ele recomea desde o incio. A causa suspensiva automtica, basta incidir o fato previsto. Suspenso o prazo, ele recomea a ocorrer de onde parou. Exemplos de causas interruptivas (art. 202, do CC): - O despacho do juiz, ainda que incompetente, interrompe a prescrio. - O protesto judicial ou cambial interrompe a prescrio.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comQualquer ato judicial realizado pelo credor que constitua em mora o devedor interrompe a prescrio. Direito intertemporal da prescrio: dizer, sero os prazos da lei anterior quando reduzidos por este cdigo, se na data da entrada em vigor j houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido da lei revogada (art. 2.028, do CC). Art. 2.028. Sero os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Cdigo, e se, na data de sua entrada em vigor, j houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.

Da responsabilidade civil: a obrigao de reparar um dano em razo do descumprimento de um contrato ou ato ilcito. Espcies de responsabilidade civil: a) contratual (art. 389, do CC): a responsabilidade civil contratual fundamenta-se pelo descumprimento de um contrato. b) extracontratual/ aquiliana (arts. 186 e 927 e seguintes do CC): a responsabilidade civil extracontratual fundamenta-se no ato ilcito. Ato ilcito: a manifestao de vontade humana contrria ao direito, causando dano a outrem. Observao: nas obrigaes provenientes de ato ilcito, considera-se o devedor em mora desde a prtica de tal ato. Abuso de direito: o abuso de direito ato ilcito. Vale dizer, ocorre o abuso de direito quando o seu titular ao exerc-lo excede manifestamente os limites impostos pelo fim econmico ou social ou pela boa-f ou pelos bens costumes. Fim econmico + fim social + boa-f + bons costumes = excede os limites = abuso de direito = ato ilcito. Elementos da responsabilidade civil: a) conduta: a ao ou omisso voluntria, ou ainda, causada por negligncia, imprudncia ou impercia que causa dano a outro. A prpria pessoa que realizou o ato pode realizar a conduta ou terceiro pelo qual ele representa ou esteja sobre sua responsabilidade. b) culpa: a inobservncia de um dever de agir que se d por imprudncia, negligncia ou impercia. - culpa lato sensu: dolo + negligncia + imprudncia + impercia - culpa stricto sensu: negligncia + imprudncia + impercia. c) dano: o efetivo prejuzo sofrido pela vtima em razo da conduta culposa de outro.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comO dano pode ser: - material; - moral: possvel cobrar exclusivamente o dano moral art. 186, do CC. - dano emergente: o efetivo prejuzo sofrido pela vtima. - lucro cessante: aquilo que razoavelmente a vtima deixou de ganhar. d) nexo causal: o liame entre a conduta do agente e o dano ( o que liga a conduta e o dano). O Cdigo Civil quanto responsabilidade civil responsabilidade subjetiva. Logo, deve-se provar a culpa. adotou a teoria da

Excepcionalmente, o Cdigo Civil adotou a teoria da responsabilidade objetiva nos casos expressos em lei, ou ainda, quando for atividade de risco. Responsabilidade objetiva aquela que independe de culpa. A responsabilidade objetiva possui trs elementos: a) conduta; b) dano; c) nexo causal. A responsabilidade civil objetiva fundamenta-se na teoria do risco. Exemplos de responsabilidade objetiva: - responsabilidade do Estado. - responsabilidade prevista no Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC). Observao: a responsabilidade do profissional liberal prestador de servio regido pelo CDC subjetiva. - dos donos ou detentores de animais pelos danos causados por estes. - dos donos de edifcio ou construo em runa, se esta provier de falta de reparo. - o empregador responde pelos atos dos empregados; - os pais pelo ato dos filhos menores; - o tutor pelo ato do tutelado; - as escolas pelos atos dos educandos. Em todos estes casos, alm de objetiva, ser solidria. Observao: verificar os arts. 932, 933 e 942, pargrafo nico, do CC. A responsabilidade civil do incapaz:

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comO incapaz tem responsabilidade civil subsidiria. dizer, ele responde pelos prejuzos que causar se as pessoas por ele responsveis no tiverem obrigao de faz-lo, nem dispuserem de meios suficientes. Detalhe: tal indenizao dever ser equitativa e no ter lugar se privar o incapaz do necessrio para a sobrevivncia ou a pessoa que dele dependa. Efeitos civis da deciso proferida no penal: dizer, a responsabilidade civil independe da criminal, no se podendo questionar a existncia do fato ou a sua autoria se estas questes j foram decididas no crime. Excludentes da responsabilidade civil: a) caso fortuito; b) fora maior; c) fato de terceiro; d) culpa exclusiva da vtima.

Parte Especial: Direito das Obrigaes (art. 233 e seguintes): Conceito de obrigao: um vnculo jurdico que confere ao credor o direito de exigir do devedor uma determinada prestao consistente em dar, fazer ou no fazer sob pena de responsabilidade patrimonial. Fonte das obrigaes: - lei; - ato ilcito; - pelo negcio jurdico. Elementos constitutivos de uma obrigao: - sujeitos (credor e devedor); - objeto (prestao); - vnculo jurdico (liga o credor ao devedor). Modalidades: - obrigao de dar: aquela que o devedor se compromete em entregar alguma coisa perante o credor. Pode ser de dar coisa certa ( aquela que o objeto determinado) ou de dar coisa incerta ( aquela que o objeto determinvel, vale dizer, ele indicado pelo gnero e pela quantidade ao qual pertence, logo, falta-lhe a espcie ou qualidade).

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comDetalhe: se o objeto se perder sem culpa do devedor antes da tradio (entrega) resolvese a obrigao (coisa certa). Agora, se por culpa ele responder pelo equivalente, mais perdas e danos. Na obrigao de coisa incerta a escolha incumbe ao devedor, salvo disposio em contrrio. Observao: na obrigao de dar coisa incerta, antes da escolha, o devedor no poder alegar perda ou deteriorao, ainda que por caso fortuito ou fora maior.

- Obrigao de fazer: aquela em que o devedor se obriga em realizar um determinado comportamento perante o credor. Esta modalidade se divide em duas espcies: Infungvel (personalssima): aquela que o credor se interessa pelas qualidades pessoais do devedor. Logo, em caso de descumprimento ela no poder ser realizada por outra pessoa. Portanto, cabe a chamada multa diria (astreintes = a multa diria em razo do descumprimento da obrigao de fazer infungvel). Fungvel (impessoal): aquela que independe das qualidades pessoais do devedor. Logo, se este no realizar a tarefa esta poder ser executada pelo prprio credor ou por terceiro as custas do devedor. Observao: se houver urgncia, o credor poder executar o fato (tarefa) ou terceira pessoa, independentemente de autorizao judicial, sendo ressarcido posteriormente pelo devedor. - Obrigao de no fazer: aquela que o devedor se obriga abster-se de um fato que poderia realizar se no houvesse se obrigado.

Da extino das obrigaes: Duas formas: Pelo cumprimento: a) modo direto: o chamado pagamento (tambm chamado de adimplemento). Pagamento o cumprimento espontneo da obrigao normalmente realizada pelo devedor do modo esperado pelo credor. - Quem deve fazer o pagamento? o devedor. - Quem pode fazer o pagamento? Pode ser efetuado por terceira pessoa (juridicamente interessada ou no interessada). O terceiro pode ser interessado ou no interessado interesse jurdico. Tem direto em efetuar o pagamento o terceiro ainda que no interessado. Se o fizer, em nome e por conta do devedor, salvo oposio deste. - A quem se deve realizar o pagamento? O pagamento deve ser efetuado ao credor, ou a quem o represente. O credor pode ser originrio (primitivo, ou seja,

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comaquele pelo qual o devedor se obrigou) ou derivado (pode surgir de duas formas: ato inter vivos = cesso de crdito 286 e seguintes; ou por causa mortis = sucesso).

Da transferncia das obrigaes: Cesso de crdito - transferncia da obrigao: C (banco) A (credor = somente notifica o devedor = o cedente) B (devedor) C (banco = credor derivado = terceiro = cessionrio) B (devedor = o cedido) Na cesso de crdito ocorre a transferncia do crdito, que pode ser realizada de forma gratuita ou onerosa. De modo que, o credor transfere o crdito a terceiro, independentemente do consentimento do devedor, mas preciso notific-lo da cesso. A cesso de crdito no se confunde com a cesso de dbito. Cesso de dbito (chamada de assuno de dvida) transferncia da obrigao: A (credor) B (devedor) C (terceiro que assume a dvida de B) A (credor) C (devedor) Na cesso de dbito, tambm chamada de assuno de dvida, se d quando uma terceira pessoa assume a obrigao do devedor originrio e depende do consentimento do credor. Detalhe: em regra, o devedor cedente no responde pela solvncia do novo devedor, salvo estipulao em contrrio. valido o pagamento ao credor putativo ( aquele que aparenta ser credor, mas no !), desde que o devedor esteja de boa-f. - Local do pagamento? No silncio, a obrigao deve ser cumprida no domiclio do devedor, salvo estipulao em contrrio. Obrigao Quesvel (qurable): efetuada no domiclio do devedor. Portvel (portable): domiclio do credor. - Prova do pagamento: prova-se o pagamento pela quitao. A quitao um documento escrito ou no, ou ainda, qualquer ato realizado pelo credor que demonstre o pagamento efetuado pelo devedor. Formas de quitao: a) por escrito: a quitao expressa; b) por qualquer outro ato: a quitao tcita. b) modo indireto (arts. 334 e seguintes): Alguns exemplos: - Consignao em pagamento: o depsito judicial ou em estabelecimento bancrio feito pela quantia devida.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.com- Dao em pagamento: a entrega de coisa diversa da devida, mediante o consentimento do credor. - Novao: a extino de uma obrigao pela criao de uma nova obrigao. Pelo descumprimento: a) total: o inadimplemento ( chamado de descumprimento total ou absoluto da obrigao. Logo, cabe perdas e danos, salvo se houver caso fortuito ou fora maior) art. 389, do C.C.; b) parcial: a mora ( o descumprimento parcial da obrigao, tambm chamado de cumprimento relativo ou retardado. Ocorre a mora quando a obrigao no for cumprida no seu local, tempo e forma convencionados) art. 394 e seguintes do C.C. Detalhe: o devedor em mora responde pela impossibilidade da prestao, ainda que esta seja decorrente de caso fortuito ou fora maior em regra, salvo se ele provar que o dano sobreviria ainda que a obrigao fosse cumprida oportunamente. Tanto o devedor (debitoris) como o credor (creditoris) podem ser constitudos em mora. O que distingue a mora do inadimplemento o critrio da utilidade. Se a obrigao for til ao credor fala-se em mora, caso no seja, houve um inadimplemento.

Contratos (art. 421 e seguintes do CC): Conceito: o acordo de vontades realizado para o fim de adquirir, modificar ou extinguir direitos. Elementos constitutivos: - presena de duas ou mais pessoas; - consentimento entre as partes; - vide art. 104, do CC (requisitos de validade dos negcios jurdicos: agente capaz, objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel, forma prescrita ou no defesa em lei). Princpios: - da autonomia da vontade: consiste na liberdade de contratar, escolher as clusulas contratuais em regra. - da obrigatoriedade dos contratos (fora vinculante) pact sunt servanda = o contrato faz lei entre as partes: no sentido que uma vez realizado o contrato deve ser fielmente cumprido. - da supremacia da ordem pblica: diz que os contratos devem obedecer lei, a moral e os bons costumes.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.com- da boa-f: as partes devem agir de forma tica, proba e honesta. a) boa-f objetiva: o dever de lealdade e reciprocidade. b) boa-f subjetiva: a virtude de dizer a verdade e acreditar naquilo que se diz. - da funo social do contrato: o contrato tem uma funo alm da meramente individual, mas social. Ele responsvel pela circulao de bens e riquezas na sociedade. Detalhe: tanto a ordem pblica, como a funo social limitam a autonomia da vontade. - da reviso dos contratos: ele mitiga a obrigatoriedade. dizer: uma vez realizado o contrato, ele poder ser revisto em determinadas situaes (teoria da impreviso). Classificao dos contratos: a) contratos unilaterais: aquele que gera a prestao apenas para uma das partes. Exemplo: a doao pura (apenas o doador tem a obrigao); o comodato. b) contratos bilaterais (sinalagmticos): aquele em que h uma reciprocidade de prestaes. Exemplo: a compra e venda. c) contratos bilaterais imperfeitos: aquele que nasce unilateral e se transforma em bilateral. d) contratos paritrios: aquele em as partes esto em igualdades de condies. Logo, as partes estipulam livremente as clusulas contratuais. e) contratos de adeso: aquele em que uma das partes adere a clusulas predeterminadas pela outra. Logo, no h igualdade de condies. Observao1: se houver clusulas ambguas ou contraditrias deve-se interpretar de maneira mais favorvel ao aderente. Obsevao2: sero nulas as clusulas do contrato de adeso que estipulem renncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negcio. f) contratos comutativos: o contrato bilateral e oneroso, onde as prestaes se equivalem e so conhecidas de antemo pelas partes. Exemplo: contrato de compra e venda. g) contratos aleatrios: o contrato bilateral e oneroso, onde no h equivalncia entre as prestaes e as partes no tm como saber de antemo a prestao da parte contrria. Exemplo: contrato de seguros; de jogo e aposta. h) contratos tpicos: so aqueles nominados pelo Cdigo Civil as regras esto disciplinadas pelo cdigo. i) contratos atpicos: so aqueles inominados, vale dizer, no so disciplinados pelo Cdigo Civil, mas, ainda sim, devem ser observadas as regras gerais do cdigo vide art. 425.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comDa formao dos contratos: O contrato se forma pelo encontro (conjugao) de duas vontades (proponente e aceitante). Proposta/ Oferta/ Policitao Aceitante = Contrato. Ademais, a proposta obriga o proponente em regra, salvo se arts. 427 e 428: - feita com prazo e a aceitao se der fora do prazo; - feita entre presentes e no for imediatamente aceita. O contrato entre ausentes ser formado no momento em que a aceitao expedida. O Cdigo Civil adotou a teoria da expedio em regra, salvo se a retratao da aceitao chegar junto ou antes da proposta neste caso, o Cdigo adotou a teoria da recepo ler art. 434, do CC. Efeitos dos contratos: - vcio redibitrio (art. 441, do CC): o defeito oculto na coisa que o torna imprprio ao uso que se destina ou lhe diminui o valor se d nos contratos bilaterais e onerosos. No h vcio redibitrio em contratos gratuitos ou unilaterais. Aes edilcias: a) ao redibitria: busca-se resolver o contrato, extinguir o contrato, devolvendo-se o preo e restituindo-se a coisa; b) ao estimatria (quanti minoris): busca-se a manuteno do contrato, porm com o abatimento do preo. Prazo das aes a contar da entrega da coisa (se o vcio puder ser conhecido mais tarde, conta-se de sua cincia): a) imvel = prazo de 1 ano; b) mvel = prazo de 30 dias (ou 180 dias da cincia do vcio).

Direito das coisas: Estuda o poder do homem (relao do homem) sobre a coisa. Divide-se em: a) posse art. 1.196: - Quem o possuidor? todo aquele que exerce de fato os poderes inerentes ao domnio, vale dizer, aquele que tem a conduta de dono e age como se dono fosse. - Quem o proprietrio? todo aquele que tem o direito de usar, gozar, dispor e reivindicar a coisa. Fmulo da posse: o detentor. todo aquele que conserva a coisa em nome de outro, obedecendo a ordens, instrues, cuja dependncia se encontre. Exemplo: o caseiro.

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.comClassificao da posse: - direta ou imediata: daquele que dispe poder fsico direto, imediato sobre a coisa. Exemplo: locatrio; comodatrio. - indireta ou mediata: daquele que tem posse, porm no tem contato fsico direto com a coisa. Exemplo: o locador. - de boa-f: daquele que ignora o vcio que impea a aquisio da coisa. Detalhe: justo ttulo traz presuno de boa-f (presuno juris tantum = relativa admite prova em contrrio). O possuidor de boa-f tem direito aos frutos percebidos da coisa. - de m-f: daquele possuidor que adquiriu a coisa ciente do seu vcio para a sua aquisio. O possuidor de m-f no tem direito aos frutos percebidos. Verificar os arts. 1.219, 1.220 e 1.216. b) direito de propriedade art. 1.228 e seguintes; Elementos do direito da propriedade: - usar; - gozar (perceber os frutos); - dispor (alienar); e - reivindicar. c) direitos reais sobre coisas alheias art. 1.369: - direito de superfcie; - servides; - usufruto; - uso; - habitao; - concesso de uso especial para fins de moradia; - concesso de direito real de uso. So direitos reais de uso ou de gozo. - direito do promitente comprador de imvel. So direito reais de aquisio. - penhor;

Resumo de Direito Civil elaborado por Diego Macedo G. Costa http://diegomgcosta.blogspot.com- hipoteca; - anticrese. So direito reais de garantia.

Do Direito de Famlia (casamento e regime de bens): a unio entre homem e mulher reconhecida pela autoridade estatal com o objetivo de constituir famlia. Regimes de bens: - legal: a) separao legal de bens/ obrigatria (art. 1.641). b) comunho parcial de bens: no havendo conveno, ou sendo ela nula ou ineficaz. Ler art. 1.659 e 1.660, do CC. - convencional (pacto pr-nupcial = um contrato feito antes do casamento instrumento pblico): a) comunho universal de bens; b) separao convencional de bens; c) participao final nos aquestos.

Do Direito das Sucesses: Ler: art. 1.784 e 1.829, do CC. Art. 1.784. Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios. Art. 1.829. A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrncia com o cnjuge; III - ao cnjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.