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2T2012 Relatório de Gerenciamento de Riscos

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2T2012

Relatório de Gerenciamento de Riscos

Relatório de Gerenciamento de Riscos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

1 GESTÃO DE RISCOS ............................................................................................................ 7

1.1 PRINCIPAIS RISCOS CORPORATIVOS ..................................................................................... 8

2 RISCO DE CRÉDITO ............................................................................................................ 9

2.1 GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO ............................................................................................ 9

2.1.1 Identificação e Mensuração .............................................................................................. 10

2.1.2 Monitoramento .................................................................................................................. 12

2.1.3 Controle e Mitigação ........................................................................................................ 13

2.2 EXPOSIÇÕES AO RISCO DE CRÉDITO ................................................................................... 15

2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito ................................................................. 15

2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes ..................................................... 16

2.2.3 Montante das Operações em Atraso ................................................................................. 16

2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo ........................................................................................ 17

2.2.5 Montante de Provisões ...................................................................................................... 17

2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos, por Regiões Geográficas e por

Setor de Atividade ....................................................................................................................... 18

2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de Riscos .............. 20

2.3 RISCO DE CRÉDITO DA CONTRAPARTE ............................................................................... 21

2.3.1 Valor Nocional dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte .................. 21

2.3.2 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte ......... 22

2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte ........................................ 23

2.3.4 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação .................................................. 24

2.4 CESSÕES DE CRÉDITO E TVM ORIUNDOS DE PROCESSO DE SECURITIZAÇÃO ................... 24

3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ ............................................................................... 26

3.1 RISCO DE MERCADO ............................................................................................................ 26

3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado ............................................................................... 26

3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado ................................................................ 28

3.1.3 Controle e Acompanhamento ............................................................................................ 30

3.1.4 Análise Qualitativa do Risco de Mercado ........................................................................ 30

3.1.5 Análise Quantitativa do Risco de Mercado ...................................................................... 31

Relatório de Gerenciamento de Riscos

3.2 RISCO DE LIQUIDEZ ............................................................................................................. 38

3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez ............................................................. 38

3.2.2 Modelos de Gestão ............................................................................................................ 38

3.2.3 Instrumentos Financeiros ................................................................................................. 40

3.2.4 Comunicação Interna ........................................................................................................ 40

4 RISCO OPERACIONAL ..................................................................................................... 41

4.1 POLÍTICA INSTITUCIONAL DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL ...................... 41

4.2 MODELO DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL ................................................................................. 41

4.3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO ......................................................................................... 42

4.4 GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS ......................................................................... 43

4.5 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO .......................................................................................... 43

5 GESTÃO DE CAPITAL ....................................................................................................... 44

5.1 NOVO ACORDO DE CAPITAL – BASILEIA II ......................................................................... 44

5.2 BASILEIA III ......................................................................................................................... 47

5.3 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA ............................................................................................. 48

5.4 PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) E ADEQUAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE

REFERÊNCIA (PR) ...................................................................................................................... 50

5.4.1 Evolução do PR e PRE ...................................................................................................... 53

5.5 ÍNDICE DE BASILEIA ............................................................................................................. 54

GRÁFICOS

Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito - Mar/2012 ........................... 18

Gráfico 2 - Backtesting ............................................................................................................... 35

Gráfico 3 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões ................................................................... 37

Gráfico 4 - Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro ............................................... 53

Gráfico 5 - Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico-Financeiro ............................... 53

Gráfico 6 - Índice de Basileia - Conglomerado Financeiro ........................................................ 54

Gráfico 7 - Índice de Basileia - Consolidado Econômico-Financeiro ........................................ 55

FIGURAS

Figura 1 - PRE - Intervalo do número de falhas - Backtesting ................................................... 36

Figura 2 - Três Pilares de Basileia .............................................................................................. 45

Relatório de Gerenciamento de Riscos

TABELAS

Tabela 1 - Níveis de Risco .......................................................................................................... 11

Tabela 2 - Valor total das exposições e valor por exposição ...................................................... 16

Tabela 3 - Percentual dos dez maiores clientes .......................................................................... 16

Tabela 4 - Montante de operações em atraso ............................................................................. 17

Tabela 5 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo .................................................................. 17

Tabela 6 - Exposição por fator de ponderação de riscos ............................................................ 19

Tabela 7 - Exposição por Regiões Geográficas .......................................................................... 19

Tabela 8 - Exposição por Setor de Atividade ............................................................................. 20

Tabela 9 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos ............... 20

Tabela 10 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos ............. 21

Tabela 11 - Valor Nocional dos Contratos Sujeitos a Risco de Crédito de Contraparte ............ 22

Tabela 12 - Valor Nocional dos Contratos Sujeitos a Risco de Crédito de Contraparte ............ 22

Tabela 13 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte ....... 22

Tabela 14 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte ....... 23

Tabela 15 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte ..................................... 23

Tabela 16 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte ..................................... 24

Tabela 17 - Valores positivos relativos a acordos para compensação e liquidação de obrigações

................................................................................................................................................ 24

Tabela 18 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do

processo de securitização ........................................................................................................ 25

Tabela 19 – Valores resultantes do Teste de Sensibilidade ........................................................ 33

Tabela 20 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading ................................ 36

Tabela 21 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking ................................. 36

Tabela 22 – Carteira Trading e Baking ...................................................................................... 37

Tabela 23 - Cronograma de implementação - Basileia III.......................................................... 48

Tabela 24 - Detalhamento do Patrimônio de Referência ............................................................ 49

Tabela 25 - Detalhamento do Patrimônio de Referência ............................................................ 49

Tabela 26 – Instrumentos de Dívida Subordinada...................................................................... 50

Tabela 27 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido .............................................. 51

Tabela 28 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido .............................................. 52

Relatório de Gerenciamento de Riscos

4

INTRODUÇÃO

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. é uma sociedade anônima de capital

aberto, que atua sob a forma de banco múltiplo, e opera nas carteiras comercial, crédito,

financiamento e investimento, crédito imobiliário, desenvolvimento, arrendamento mercantil e

de investimentos, inclusive nas de operações de câmbio, corretagem de títulos e valores

mobiliários e administração de cartões de crédito e consórcios.

As operações são conduzidas por um conjunto de Instituições que agem de forma

integrada no mercado financeiro. O Banrisul atua, também, como instrumento de execução da

política econômico-financeira do Estado do Rio Grande do Sul, em consonância com os planos

e programas do Governo Estadual.

Estabelecido em 1928, o Banrisul é um banco múltiplo controlado pelo Estado do Rio

Grande do Sul. Em 1934, o Banco iniciou um processo de expansão, através da abertura de

agências em diversos municípios do Estado, movimento que prosseguiu com a incorporação de

instituições financeiras públicas, como o Banco Real de Pernambuco (1969), o Banco Sul do

Brasil (1970), o Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, BADESUL

(1992) e a DIVERGS - Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Estado do Rio

Grande do Sul (1992).

Em 1998, em razão da adesão ao PROES - Programa de Incentivo a Redução do Setor

Público Estadual na Atividade Bancária, o Banrisul passou por um processo de reestruturação,

que resultou num aporte de capital em valor equivalente a R$1,4 bilhão, dos quais (i) R$700,0

milhões aportados em títulos emitidos pelo Governo Federal e Banco Central e (ii) os R$700,0

milhões restantes, referentes ao passivo atuarial com a Fundação Banrisul e a valores devidos

ao BNDES. Os R$700,0 milhões capitalizados em títulos foram utilizados para a constituição

de provisões para (i) perdas em operações, especialmente as de crédito, e provisão para riscos

trabalhistas, (ii) baixa parcial de créditos tributários e ativos diferidos e (iii) em investimentos.

Em 2007, o Banrisul realizou uma oferta pública primária e secundária de ações,

totalizando aproximadamente R$2,1 bilhões e aderiu ao Nível 1 de Práticas Diferenciadas de

Governança Corporativa da BM&FBovespa. O período coincidiu também com a consolidação

de um programa de reestruturação interna, iniciado em 2005, que tomou forma com a

implementação de um modelo de gestão referenciado na obtenção de resultados, mediante a

revisão de processos internos, desenvolvimento de um novo modelo de crédito, reestruturação

Relatório de Gerenciamento de Riscos

5

da modelagem de metas comerciais e de remuneração variável aos empregados, além da

modernização do parque tecnológico.

Em Junho de 2012 a rede de atendimento Banrisul atingiu 1.300 pontos focando seus

negócios no atendimento às necessidades de clientes de varejo, pequenas e médias empresas e

entidades do setor público.

São 455 agências, 414 no Rio Grande do Sul, 26 em Santa Catarina, 13 em outros

estados brasileiros e 2 no exterior (1 em Miami e 1 em Grand Cayman). A rede possui 104

postos avançados de atendimento (PAAs), 155 postos de atendimento bancário (PABs) e 2

postos de arrecadação de pagamentos (PAPs), totalizando 716 pontos de venda. O Banco ainda

possui 584 pontos de atendimento eletrônico.

O foco geográfico de atuação do Banco é a região sul do Brasil, especialmente o Rio

Grande do Sul onde está presente em 414 municípios, que abrange 98,44% do PIB e 97,95% da

população do Estado.

O Banrisul possui estratégia de expansão focada no crescimento da rede de atendimento

no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Também faz parte da estratégia a busca de novos

mercados, para apoiar o crescimento futuro, e a ampliação de market share no Estado.

Pela primeira vez na história dos 84 anos da Instituição, o Banco foi classificado como

Investment Grade em janeiro de 2012. A Moody’s Investors Service concedeu ao Banrisul

rating de força financeira (BFSR) D+. Ao mesmo tempo, atribuiu ao Banco ratings de depósito

em escala global de curto e longo prazos, em moedas local e estrangeira, de Baa3 e Prime 3,

respectivamente, e ratings de depósito Aaa.br e BR-1 na escala nacional brasileira. Todos os

ratings têm perspectiva estável.

Para o Banrisul a gestão de riscos é imprescindível para fortalecer o perfil corporativo

da instituição e dar continuidade ao seu propósito de ser o maior agente financeiro do Estado do

Rio grande do Sul. Neste contexto é importante uma relação transparente com clientes,

investidores e demais partes interessadas, que permita o conhecimento sobre a gestão dos

riscos.

A divulgação do presente relatório objetiva fornecer informações ao mercado, e às

partes relacionadas, sobre o gerenciamento de riscos no Banrisul, bem como atender as

determinações do Banco Central do Brasil (Circular 3.477/09) e as diretrizes do Comitê de

Supervisão Bancária da Basileia.

O Conglomerado Financeiro é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul

S.A. e a Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio. O Consolidado Econômico-

Relatório de Gerenciamento de Riscos

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Financeiro do Banrisul é formado pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A., a Banrisul

S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul S.A. Administradora de

Consórcios, a Banrisul Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul Serviços Ltda.

As informações divulgadas neste relatório são relativas aos três últimos trimestres de

2011 e aos dois primeiros trimestres de 2012. Para as informações em que os valores são iguais

para o Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico-Financeiro, demonstramos apenas

os dados relativos ao Conglomerado Financeiro.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

7

1 GESTÃO DE RISCOS

A gestão de riscos é ferramenta estratégica e fundamental para uma instituição

financeira. Os riscos intrínsecos ao negócio abrangem desde aqueles facilmente identificáveis

na área financeira, como os riscos de mercado, de liquidez e de crédito, assim como, os não

diretamente identificados como tal, mas também de extrema importância, como risco

operacional e de imagem, dentre outros.

No Banrisul, a gestão dos riscos corporativos procura alinhar as atividades do Banco aos

padrões recomendados pelo Novo Acordo de Capitais. Publicado em Junho de 2004, pelo

Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel Committee On Banking Supervision), o

documento Convergência Internacional de Mensuração de Capital e Padrões de Capital:

Estrutura Revisada (International Convergence of Capital Measurement and Capital

Standards: a Revised Framework) é, hoje, mais comumente conhecido como Acordo de

Basileia II.

Os Acordos da Basileia visam desenvolver a estrutura para fortalecer a solidez e a

estabilidade do sistema bancário internacional, e o Novo Acordo (Basileia II) recomenda a

adoção de práticas de administração de riscos mais sólidas pelo setor bancário, não sendo

sustentadas simplesmente na determinação de capital.

A adoção das melhores práticas de mercado e a maximização da rentabilidade dos

investidores é realizada a partir da melhor combinação possível de aplicações em ativos e uso

de capital regulatório. O aprimoramento sistemático de políticas de risco, sistemas de controles

internos e normas de segurança, integrados aos objetivos estratégicos e mercadológicos da

Instituição são processos contínuos nesse escopo.

A gestão dos riscos corporativos do Banrisul é realizada de forma integrada, o que

permite agilidade nos processos e na tomada de decisão, e, está alinhada às disposições das

melhores práticas e aos padrões definidos pelo Banco Central do Brasil, em conformidade com

o Acordo de Capitais, Basileia II, cujo cronograma de implementação foi iniciado com o

Comunicado 12.746 de 09 de Dezembro de 2004.

Em 2011, com a finalidade de realizar a gestão estratégica do risco de crédito, de

mercado, de liquidez e operacional, o Banrisul criou o Comitê de Riscos Corporativos.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

8

1.1 Principais Riscos Corporativos

Dentre os principais riscos aos quais o Banrisul está exposto em sua atividade,

destacam-se:

O Risco de Crédito é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas associadas

ao descumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas respectivas obrigações financeiras,

nos termos pactuados; à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na

classificação de risco do tomador; à redução de ganhos ou remunerações; às vantagens

concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.

O Risco de Mercado é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas

resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições ativas e passivas detidas pelas

instituições financeiras. Inclui os riscos das operações sujeitas à variação cambial, taxa de

juros, preços das ações e dos preços de mercadorias (commodities).

O Risco de Liquidez é definido como a possibilidade de ocorrência de incapacidade de

atender às necessidades de caixa devido ao descasamento nos fluxos financeiros em

decorrência da dificuldade de se desfazer de um ativo, ou, da perda de valor dos ativos,

impedindo a liquidação de posições ou gerando responsabilidades em aberto.

O Risco Operacional é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas

resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou

de eventos externos; incluindo o risco legal associado à inadequação ou deficiência em

contratos firmados pela instituição, bem como a sanções em razão de descumprimento de

dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades

desenvolvidas pela instituição.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

9

2 RISCO DE CRÉDITO

O Risco de Crédito é definido como medida das possíveis perdas em uma instituição

financeira caso o tomador ou a contraparte de um contrato, ou o emissor de dívida, sofra

alteração em sua capacidade de cumprir obrigações, seja por default ou por degradação de

qualidade creditícia.

A Política Institucional de Gerenciamento do Risco de Crédito do Banrisul tem como

objetivo identificar, mensurar, monitorar, controlar e mitigar a exposição ao Risco de Crédito

no âmbito de portfólio; atuar de forma a consolidar a cultura das melhores práticas de

Gerenciamento do Risco de Crédito; aperfeiçoar continuamente a gestão do Risco de Crédito

em todas as modalidades de ativos; controlar a adequação dos níveis de exposição ao risco a

fim de evitar perdas não previstas; garantir a segregação de função no processo de

gerenciamento do Risco de Crédito; participar da avaliação e estimar potenciais perdas, na ótica

de risco de crédito, quando da criação de novos produtos ou revisão dos produtos atuais da

carteira de crédito; atender as demandas dos Órgãos Reguladores com relação ao cálculo e ao

envio de informações pertinentes às exposições assumidas pela Instituição, conforme

normativos específicos, do Risco de Crédito.

A descrição da Estrutura de Gerenciamento do Risco de Crédito está disponível no site

<http://www.banrisul.com.br/ri>, no caminho: “Governança Corporativa/Gerenciamento de

Riscos/Estrutura de Gerenciamento de Risco de Crédito”, revisada com periodicidade mínima

anual.

2.1 Gestão do Risco de Crédito

A estrutura de avaliação de riscos do Banrisul está alicerçada no princípio de decisão

técnica colegiada, sendo definidas alçadas de concessão de crédito correspondentes aos níveis

decisórios que abrangem desde a extensa rede de agências, em suas diversas categorias de

porte, até as esferas diretivas e seus Comitês de Crédito e de Risco da Direção-Geral, Diretoria

Executiva e Conselho de Administração. Esse processo visa agilizar a concessão com base em

limites de crédito tecnicamente pré-definidos, de acordo com a exposição que a Instituição

esteja disposta a operar com cada cliente, seja Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ),

atendendo o binômio risco x retorno.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

10

A contínua e crescente implementação de metodologias estatísticas para avaliação do

risco de clientes, a parametrização de políticas de crédito e regras de negócios, aliada à

otimização dos controles sob as informações cadastrais por meio de um modelo de certificação,

intensificam e fortalecem as avaliações. A adoção de sistemas de Credit Score e Behaviour

Score oportuniza o estabelecimento de créditos pré-aprovados de acordo com as classificações

de risco previstas nos modelos estatísticos, que são mais atrativos para manejo com crédito

massificado.

A gestão eficaz da exposição ao Risco de Crédito do Banrisul permite: a continuidade

da expansão da carteira de crédito, de modo sustentável, com agilidade e, segurança, dada a

potencialidade dos instrumentos utilizados para mensuração dos riscos inerentes a cada cliente.

2.1.1 Identificação e Mensuração

No processo de identificação e avaliação do Risco de Crédito o Banrisul adota os

modelos de escoragem de crédito (Credit Score e Behaviour Score), avaliando a probabilidade

de o cliente inadimplir, de acordo com as classificações de risco previstas nos modelos

estatísticos.

Na concessão de crédito por políticas de alçada, os Comitês de Crédito das Agências

podem deferir/indeferir operações de crédito até os limites de sua alçada, estabelecidas de

acordo com a categoria de cada agência e/ou produto. Os Comitês de Crédito e de Risco da

Direção-Geral deferem operações e limites de risco para clientes em alçadas superiores a dos

Comitês de Crédito das Agências. A Diretoria Executiva aprova operações específicas e limites

de risco de operações em montantes que não ultrapassem 3% do Patrimônio Líquido.

Operações superiores a esse limite são submetidas à apreciação do Conselho de Administração.

Para o segmento Corporate, o Banrisul adota estudos técnicos efetuados por área

interna de análise de riscos, que avalia as empresas sob o prisma financeiro, de gestão,

mercadológico e produtivo, com revisões periódicas, observando ainda os cenários

econômicos, com a inserção das empresas nestes ambientes. A gestão da exposição ao Risco de

Crédito tem como diretriz a postura seletiva e conservadora da instituição, seguindo estratégias

definidas pela corporação.

As operações de crédito, contempladas ou não nos modelos de escoragem, são

classificadas em ordem crescente de risco, contemplando aspectos em relação ao devedor e

Relatório de Gerenciamento de Riscos

11

seus garantidores, e em relação à operação, conforme determina a Resolução n.º 2.682, de 21

de dezembro de 1999.

Em relação ao devedor e seus garantidores são avaliados: situação econômico-

financeira, grau de endividamento, capacidade de geração de resultados, fluxo de caixa,

administração e qualidade de controles, pontualidade e atrasos nos pagamentos, contingências,

setor de atividade econômica e limite de crédito.

Em relação às operações de crédito, são considerados o valor, a natureza e finalidade da

transação, além das características das garantias, particularmente quanto à suficiência e

liquidez. As operações de crédito são acompanhadas pela Unidade de Política de Crédito e

Análise de Risco para identificação do rating mínimo em função do maior atraso. Todas as

operações dos clientes possuem ratings calculados, que adicionados ao mínimo, resultam na

maior classificação de risco para o cliente. Os níveis adotados estão descritos na sequência.

Tabela 1 - Níveis de Risco

Classificação do

Banco

Descrição do

Grau

1 – AA Risco Baixíssimo

2 – A Risco Baixo

3 – B Risco Reduzido

4 – C Risco Moderado

5 – D Risco Normal

6 – E Risco Médio

7 – F Risco Elevado

8 – G Risco Elevadíssimo

9 – H Risco Severo

Para os Títulos Públicos e outros títulos de dívida são elaborados relatórios contendo

pareceres de análise para a concessão de Limites Operacionais de risco de crédito, destinados

às instituições financeiras e às aquisições de títulos e valores mobiliários (emissões públicas ou

em caráter privado) emitidos por empresas que operam no Mercado de Capitais.

O Limite Operacional constitui o valor máximo ao qual o banco aceita estar exposto

quando da aquisição de títulos privados, emitidos por instituições financeiras ou não

financeiras, e da participação em Operações Compromissadas. Esse Limite é destinado tanto a

operações envolvendo a Tesouraria do Banrisul, por intermédio da Unidade Financeira, quanto

a operações no âmbito da alocação de recursos de terceiros, por meio da participação dos

Relatório de Gerenciamento de Riscos

12

fundos de investimento do Banrisul, administrados pela Unidade de Administração de Recursos

de Terceiros.

Para operações com Instrumentos Derivativos é facultado às contrapartes não exigir

garantia para a operação até determinado valor, criando-se assim, uma exposição ao Risco de

Crédito. Nesse caso, surge a necessidade de estabelecer um Limite Operacional até o qual a

exposição ficará descoberta, ou seja, para a qual não haverá constituição de margem de

garantia. Até o Limite Operacional não é necessário constituir margem de garantia, entretanto,

uma vez ultrapassado, ocorrerá chamada de margem por parte da ponta ganhadora1, devendo a

contraparte perdedora2 constituir a garantia.

A extensão da análise técnica compreende o aspecto econômico-financeiro da

instituição; o ambiente econômico; o perfil da empresa e de seus controladores; o estudo sobre

o conglomerado; e o rating externo da instituição. As demonstrações financeiras podem ser

reclassificadas de acordo com critérios que possibilitem apurar de maneira sistemática as

posições de ativos, passivos e de resultados, para aferir indicadores necessários à ponderação

posterior dos limites.

2.1.2 Monitoramento

Na etapa de monitoramento são realizadas análises de aderência dos modelos de Credit

Score e Behaviour Score, por meio de técnicas estatísticas de validação. As análises são

apreciadas semestralmente pelos Comitês de Gestão e Diretoria.

Para todos os segmentos de clientes também são realizadas análises dos indicadores de

atraso, pendência e volume de concessão, em diversas granularidades e agrupamentos,

possibilitando o gerenciamento e o monitoramento dessas exposições por produto, classificação

de risco, concentração de crédito, agência, entre outros.

Essas análises, realizadas periodicamente, visam o monitoramento do Risco de Crédito

e o acompanhamento do desempenho comercial do Banco em relação às suas operações de

crédito, compatibilizando com as tendências de mercado, de forma a assegurar o cumprimento

das diretrizes, minimizando o risco de desconexão entre a decisão e a execução.

As análises consolidadas com proposição de ajustes nas políticas vigentes, se

necessário, de acordo com as responsabilidades dos órgãos componentes, são apreciados

1 Compradores com preço abaixo e vendedores com preço acima do preço de ajuste. 2 Vendedores com preço abaixo e compradores com preço acima do preço de ajuste.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

13

mensalmente pelos Comitês decisórios e Diretoria. Além disso, periodicamente são reportados

relatórios gerenciais da carteira de crédito do Banco para monitoramento dos volumes alocados

e índices de pendências, assim como impactos de legislações ou políticas adotadas no período.

As exposições ao risco de crédito de contraparte de instrumentos derivativos são

acompanhadas periodicamente, com avaliação das chamadas de margens das contrapartes, e

dos Limites Operacionais em vigor, com report trimestral aos Comitês de Gestão.

Para fazer frente aos créditos de liquidação duvidosa, constitui-se mensalmente a

provisão, de acordo com a Resolução nº 2.682/99 do Conselho Monetário Nacional. Desde

dez/2008 o Banrisul provisiona valor adicional com vistas à cobertura de possíveis eventos não

capturados pelo modelo de rating de clientes.

Ainda nesta etapa são realizados Testes de Estresse da Carteira de Crédito, a fim de

estimar o capital exigido e o impacto das provisões adicionais no Índice de Basileia da

Instituição em situações de cenários adversos, onde possa haver deterioração da carteira da

Instituição, os mesmos são apreciados nos Comitês de Gestão e Diretoria.

2.1.3 Controle e Mitigação

O monitoramento, por meio de ferramentas de gestão da carteira de crédito, está

diretamente relacionado ao controle e a mitigação do Risco de Crédito, pois a partir destas se

verificam comportamentos passíveis de intervenção.

A exposição ao Risco de Crédito é mitigada por meio da estruturação de garantias e da

precificação, adequados ao nível de risco a ser incorrido devido às características do tomador e

da operação, no momento da concessão. Na precificação do segmento de varejo é considerada a

inadimplência do produto para depurar a taxa e averiguar o resíduo. No segmento corporativo a

precificação na Mesa de Negócios considera o rating do cliente.

O Banco administra, limita e controla concentrações de risco de crédito, dentre os

procedimentos adotados, pode-se destacar:

A Administração estrutura os níveis de risco que assume, estabelecendo limites

sobre a extensão de risco aceitável com relação a um devedor específico, a grupos

de devedores e a segmentos da indústria. Esses riscos são monitorados

rotativamente e sujeitos a revisões anuais, ou mais frequentes, quando necessário.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

14

Os limites sobre o nível de risco de crédito por produto e setor da indústria são

aprovados pela Diretoria e pelo Conselho da Administração, se for o caso.

A exposição a qualquer tomador de empréstimo, inclusive os agentes

financeiros, no caso de contraparte, é adicionalmente restrita por sublimites que

cobrem exposições registradas e não registradas no balanço patrimonial. As

exposições reais, de acordo com os limites estabelecidos, são controladas

mensalmente. Nessas operações, as posições mantidas em aberto pelas contrapartes

sofrem variações, implicando em um fluxo de perdas ou ganhos, gerando, nesse

último caso, exposição ao risco de crédito. Para mitigar esta exposição, as

contrapartes são chamadas para constituição das margens de garantia.

A exposição ao Risco de Crédito é também administrada por meio de análise regular

dos tomadores de empréstimos, efetivos e potenciais, quanto aos pagamentos do

principal e dos juros e da alteração da situação cadastral e de seus limites, quando

apropriado.

O Banco implementa orientações e políticas já consolidadas sobre a aceitação de classes

específicas de garantias ou mitigação de risco, firmadas nos contratos de empréstimos ou

financiamentos, como, por exemplo, o direito de vender ou reapresentar a garantia na ausência

de cumprimento por parte do devedor de suas obrigações, sendo as mesmas avaliadas e

analisadas no momento da concessão do crédito. Para as garantias de recebíveis observa-se a

seletividade, a concentração e a validação dos sacados e demais parâmetros da política de

crédito para o produto e a respectiva garantia.

A exposição máxima de risco de crédito corresponde ao montante total do compromisso

firmado entre as partes. Ainda, cabe salientar que o Banrisul efetua o controle de todas as

garantias contratadas, com destaque nas operações que possuem o mitigador de garantias de

títulos de crédito, efetuando a gestão durante todo o andamento da operação, recompondo a

garantia quando assim se fizer necessário durante a vigência da operação/contrato, e baixando o

excedente quando de seu encerramento.

O Banrisul emprega a tomada de garantias sobre a liberação de recursos como uma das

medidas de mitigação de risco de crédito, prática tradicional e costumeira no mercado

financeiro. Usualmente, para tal controle, o Banco tem admitido o recebimento de garantias de

Relatório de Gerenciamento de Riscos

15

natureza real e fidejussória, obedecendo às peculiaridades inerentes ao tipo de contrato e linha

de crédito.

Para os casos de execução das garantias atreladas a um contrato insolvente, o Banco

realiza a devida retomada dos bens garantidos pela contraparte, realizando, posteriormente, a

venda dos mesmos por meio de leilões, obedecendo aos prazos determinados pelo Banco

Central. Ainda, são contabilizados em Regime Especial, conforme definições encontradas no

Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional - Cosif.

Excepcionalmente, a garantia pode ser considerada de difícil conversão em valores

monetários. Essa contextualização leva em conta a ocorrência de contingências que

impossibilitem a realização dessa garantia, como, por exemplo, a ocorrência de fenômenos

naturais, a obsolescência e/ou deterioração desses bens, tornando inviável a sua liquidez no

mercado.

Em relação a operações que envolvam Instrumentos Financeiros Derivativos (IFD), o

Banrisul participa na modalidade swap, registrados em contas patrimoniais e de compensação,

que se destinam a atender necessidades próprias para administrar sua exposição global.

A utilização dos IFD tem por objetivo, predominantemente, a mitigação de riscos

decorrentes das oscilações cambiais da operação de captação externa efetuada pelo Banrisul,

que resultam na conversão destas taxas para a variação da taxa CDI.

2.2 Exposições ao Risco de Crédito

Nesta sessão apresentam-se dados quantitativos relativos às exposições ao Risco de

Crédito, demonstrando-se o montante das exposições relativo aos últimos cinco trimestres.

2.2.1 Montante das Exposições ao Risco de Crédito

Na Tabela 2 consta o valor total das exposições e valor da exposição média no

trimestre:

Relatório de Gerenciamento de Riscos

16

Tabela 2 - Valor total das exposições e valor por exposição

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Total das Exposições* 24.303.586,6 23.517.086,7 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0

Média do Trimestre 23.873.547,4 23.065.539,9 22.087.903,8 21.747.552,1 20.705.568,8

* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos após aplicação do

fator de conversão e garantias prestadas.

Observa-se crescimento das exposições a Risco de Crédito do Conglomerado

Financeiro, que passaram de R$ 21 bilhões em junho de 2011 para R$ 24,3 bilhões em junho de

2012, incremento de 15,7% no período. No mesmo período, a média trimestral que era de R$

20,7 bilhões apresentou crescimento de 15,3%, passando para R$ 23,9 bilhões.

2.2.2 Percentual das Exposições dos Dez Maiores Clientes

A evolução trimestral do percentual das exposições dos dez maiores Clientes em relação

ao total das operações com características de concessão de crédito segue na Tabela 6:

Tabela 3 - Percentual dos dez maiores clientes

Conglomerado Financeiro

Percentual das exposições dos dez maiores Clientes jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

10,24% 12,00% 12,65% 14,73% 16,10%

A exposição dos dez maiores clientes representou 10,2% das operações com

características de concessão de crédito no 2º trimestre de 2012, apresentando diminuição em

relação ao mesmo período de 2011, quando era de 16,1%, demonstrando a menor concentração

dos últimos cinco trimestres analisados.

2.2.3 Montante das Operações em Atraso

O montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas as operações já

baixadas para prejuízo, segregado por faixas de atraso, pode ser verificado na Tabela 3:

Relatório de Gerenciamento de Riscos

17

Tabela 4 - Montante de operações em atraso

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Faixas de dias de atraso jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Atraso até 60 dias 208,4 230,4 160,7 175,5 147,8

Atraso entre 61 e 90 dias 84,6 85,8 66,9 68,5 62,6

Atraso entre 91 e 180 dias 205,4 185,7 152,1 175,1 145,9

Atraso acima de 180 dias 706,6 657,4 524,7 527,6 448

Total 1.205,1 1.159,4 904,4 946,6 804,3

Observa-se incremento no montante de operações em atraso em relação ao trimestre

anterior, no valor de R$ 45,7 milhões.

2.2.4 Operações Baixadas a Prejuízo

A Tabela 5 ilustra o fluxo de operações baixadas a prejuízo no trimestre:

Tabela 5 - Fluxo das operações baixadas a prejuízo

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Data-Base jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Perdas 134,0 104,4 132,5 112,1 84,1

Recuperação 37,5 27,7 36,4 23,1 47,0

Perda Líquida 96,5 76,7 96,1 89,0 37,1

A perda líquida verificada em junho de 2012 foi superior ao verificado em março do

mesmo ano, representando R$ 96,5 milhões. Ainda assim, observa-se boa recuperação no

trimestre, 9,8 milhões superior ao trimestre imediatamente anterior.

2.2.5 Montante de Provisões

O montante de provisões para perdas relativas às exposições na Carteira de Crédito

pode ser verificado no Gráfico 1.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

18

Gráfico 1 - Composição da Provisão para Operações de Crédito - Mar/2012

As operações de crédito somaram R$ 22.858,9 milhões em junho de 2012, contra R$

18.809,3 milhões em junho de 2011, aumento de 21,5% no período. As provisões para perdas

com operações de crédito do Conglomerado Financeiro em junho de 2012 foram de R$ 1.452,2

milhões, representando 6,4% do total da carteira.

2.2.6 Exposição por Fator de Ponderação de Riscos, por Regiões Geográficas e por Setor de

Atividade

Demonstram-se, na Tabela 6, as exposições ao Risco de Crédito, segmentadas por Fator

de Ponderação de Risco – FPR – utilizado no cálculo da parcela de alocação de capital do

Risco de Crédito:

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

1.452,2 1.380,3 1.317,7 1.284,6 1.214,7

22.858,9 21.303,0 20.393,0 19.654,7 18.809,3

R$

Milh

õe

s

Provisão para devedores duvidosos Operações de Crédito

6,48% 6,46%

6,54% 6,46%

6,35%

Relatório de Gerenciamento de Riscos

19

Tabela 6 - Exposição por fator de ponderação de riscos

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Total das Exposições* 24.303.586,6 23.517.086,7 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0

FPR de 20% - - - - -

FPR de 35% 335.712,2 318.526,1 297.791,6 286.444,6 282.295,0

FPR de 50% 2.404.478,3 3.017.403,7 2.791.043,8 3.156.389,2 3.120.716,1

FPR de 75% 10.539.559,0 10.208.790,6 10.022.411,5 9.101.461,3 10.030.082,8

FPR de 100% 10.046.836,8 9.103.512,4 9.042.803,1 8.013.462,6 7.575.386,1

FPR de 150% 251.824,2 433.752,9 228.989,0 1.340.891,8 -

FPR de 300% 725.176,0 435.101,1 170.475,1 - -

* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, adiantamentos, compromissos e prestação de

garantias.

As exposições ao Risco de Crédito do Conglomerado Financeiro passaram de R$ 21

bilhões em junho de 2011 para R$ 24,3 bilhões em junho de 2012, um crescimento de 15,7%.

Os maiores volumes concentram-se no ponderador 75%, referente às operações de varejo,

seguido pelo ponderador 100%, referente às operações de não varejo.

Na Tabela 7 são apresentadas as exposições ao Risco de Crédito, segmentadas por

regiões geográficas.

Tabela 7 - Exposição por Regiões Geográficas

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Centro Oeste 40.408,3 45.903,9 48.404,2 41.709,3 38.083,1

Nordeste 152.676,0 162.031,1 141.525,5 89.270,5 74.079,7

Norte - - - - -

Sudeste 2.400.286,8 2.275.875,4 2.321.659,6 2.204.407,3 2.052.327,2

Sul 21.710.215,4 21.033.276,2 20.041.924,8 19.563.262,5 18.843.990,0

TOTAL 24.303.586,6 23.517.086,7 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0

A concentração verificada na região Sul do Brasil, de 89,3%, reflete a estratégia do

banco de garantir a posição de liderança no Estado do Rio Grande do Sul, conquistando novos

clientes e ampliando volume de negócios. Ainda assim, observa-se crescimento de 5,5% nas

exposições da região Sudeste, aderente a estratégia de crescimento adotada, que busca inserção

em outros mercados.

As exposições ao Risco de Crédito, segregadas por setor de atividade, podem ser

verificadas na Tabela 8.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

20

Tabela 8 - Exposição por Setor de Atividade

Conglomerado Financeiro

R$ Milhares jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

PESSOA FÍSICA 11.324.584,7 10.697.551,8 9.947.587,0 9.795.599,8 9.317.907,0

PESSOA JURÍDICA 12.979.001,9 12.819.535,0 12.605.927,0 12.103.049,8 11.690.573,0

Privado 12.828.356,9 12.669.377,6 12.452.137,2 11.914.715,9 11.486.625,5

Publico 150.645,0 150.157,4 153.789,8 188.334,0 203.947,5

TOTAL 24.303.586,6 23.517.086,7 22.553.514,0 21.898.649,6 21.008.480,0

* Contempla as operações de crédito, arrendamento mercantil, compromissos após aplicação do fator de

conversão, adiantamentos e garantias prestadas.

O crescimento de 5,9% observado nas exposições de “pessoa física” de junho de 2012

em relação ao trimestre anterior decorre principalmente do crescimento da carteira de crédito,

em especial do crédito pessoal consignado. No mesmo período as exposições de “pessoa

jurídica” cresceram 1,2%.

2.2.7 Parcela de Risco de crédito, Segmentada por Fator de Ponderação de Riscos

Na Tabela 9 são apresentados os valores da parcela de exposições ponderadas pelo fator

de risco – PEPR, segmentados pelos seus respectivos ponderadores, de acordo com os artigos 11º

a 16º da Circular nº 3.360, de 12 de setembro de 2007, do Conglomerado Financeiro.

Tabela 9 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Fator de Ponderação de Risco jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

20% 16,0 17,0 16,3 20,0 19,3

35% 12,9 12,3 11,5 11,0 10,9

50% 180,6 178,6 161,2 181,4 188,5

75% 869,5 842,2 826,8 750,9 827,4

100% 1.439,5 1.345,3 1.259,1 1.152,3 1.103,9

150% 41,6 71,6 37,8 221,2 -

300% 239,3 143,6 56,3 - -

Total PEPR 2.799,5 2.610,5 2.368,9 2.336,9 2.150,0

*Informações de dezembro de 2011 ajustadas em relação à divulgação anterior.

A parcela de alocação de capital referente às exposições de Risco de Crédito do

Conglomerado Financeiro ponderadas por FPR passou de R$2,2 bilhões em junho de 2011 para

R$ 2,8 bilhões em junho de 2012. Embora o maior volume de exposição se concentre no

Relatório de Gerenciamento de Riscos

21

ponderador de 75% (10,5 bilhões – tabela 5), o volume de capital a ser alocado é superior no

ponderador de 100%, representando 48,6% da parcela PEPR. Ainda, observa-se que embora em

termos relativos o aumento em relação ao trimestre anterior tenha sido mais significativo no

ponderador de 300%, registrando crescimento de 66,7%, em valores absolutos a variação

observada foi similar à do ponderador de 100%, em torno de 95 milhões.

A Tabela 10 demonstra a parcela de Risco de Crédito segmentada por fator de

ponderação de risco do Consolidado Econômico Financeiro, que segue a mesma evolução do

Conglomerado Financeiro.

Tabela 10 - Parcela de risco de crédito segmentada por fator de ponderação de riscos

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Fator de Ponderação de

Risco jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

20% 16,0 17,0 16,3 20,0 19,3

35% 12,9 12,3 11,5 11,0 10,9

50% 180,7 178,6 161,2 181,4 188,4

75% 869,5 842,2 826,8 750,9 827,5

100% 1.450,9 1.356,0 1.270,5 1.162,8 1.113,8

150% 41,6 71,6 37,8 221,2 -

300% 239,3 143,6 56,3 - -

Total PEPR 2.810,9 2.621,3 2.380,4 2.347,3 2.159,9

*Informações de dezembro de 2011 ajustadas em relação à divulgação anterior.

2.3 Risco de Crédito da Contraparte

A seguir serão apresentados os valores nocionais, valores brutos e exposição global

líquida dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte.

2.3.1 Valor Nocional dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte

Nas Tabelas 11 e 12 divulga-se o valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de

crédito de contraparte, incluindo derivativos, operações a liquidar, empréstimos de ativos e

operações compromissadas. Os valores apresentados referem-se a contratos a serem liquidados

em sistemas de liquidação de câmaras de compensação e de liquidação nos quais a câmara atue

como contraparte central, assim como contratos nos quais não haja atuação das câmaras de

compensação como contraparte central, segregado em contratos sem garantia e contratos com

garantia.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

22

Tabela 11 - Valor Nocional dos Contratos Sujeitos a Risco de Crédito de Contraparte

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Com Câmara como contraparte central 7.382,6 7.964,4 4.031,4 4.617,6 4.631,2

Sem Câmara como contraparte central

com garantia 638,1 552,8 538,3 497,6 520,9

Sem Câmara como contraparte central

sem garantia 25,5 22,7 30,1 22,5 16,1

* Informações ajustadas em relação à divulgação anterior, com reclassificação das operações Sem Câmara como

contraparte central em "com garantia" e "sem garantia".

Tabela 12 - Valor Nocional dos Contratos Sujeitos a Risco de Crédito de Contraparte

Conglomerado Econômico - Financeiro - R$ Milhões

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Com Câmara como contraparte central 7.382,6 7.964,4 4.031,4 4.617,6 4.631,2

Sem Câmara como contraparte central

com garantia 638,1 552,8 538,3 497,6 520,9

Sem Câmara como contraparte central

sem garantia 43,6 40,4 48,9 41,8 35,0

* Informações ajustadas em relação à divulgação anterior, com reclassificação das operações Sem Câmara como

contraparte central em "com garantia" e "sem garantia".

A variação verificada desde março de 2012 deve-se a operações realizadas com

Instrumentos Financeiros Derivativos (swaps) e ao incremento no volume de operações

compromissadas no período.

2.3.2 Valor Positivo Bruto dos Contratos Sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte

Os valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao Risco de Crédito da Contraparte

apresentados na Tabela 13 incluem derivativos, operações a liquidar, empréstimos de ativos e

operações compromissadas. Destes, desconsidera-se os valores positivos relativos a acordos de

compensação, conforme definidos na Resolução nº 3.263 do CMN, de 24 de fevereiro de 2005.

Tabela 13 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

6.540,0 5.375,0 4.353,0 5.141,1 4.899,2

* Informações de março de 2012 ajustadas em relação à divulgação anterior.

Observa-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte

em junho de 2011 totalizava R$ 4,9 bilhões, passando para R$ 6,5 bilhões em junho de 2012,

Relatório de Gerenciamento de Riscos

23

acréscimo de 33,5% no período. Na Tabela 14, constam os valores brutos do Consolidado

Econômico-Financeiro.

Tabela 14 - Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte

Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

6.558,0 5.392,7 4.371,8 5.160,3 4.918,0

* Informações de março de 2012 ajustadas em relação à divulgação anterior.

Denota-se que o volume bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito da contraparte,

do Consolidado Econômico-Financeiro, que totalizava em junho de 2011 R$ 4,9 bilhões,

passou para R$ 6,6 bilhões em junho de 2012, acréscimo de 33,3% no período.

2.3.3 Exposição Global Líquida a Risco de Crédito da Contraparte

A exposição global líquida, apresentada na Tabela 15, refere-se ao Risco de Crédito da

Contraparte, calculada a partir dos saldos dos valores positivos brutos dos contratos sujeitos ao

Risco de Crédito da Contraparte.

Tabela 15 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

1.661,5 2.074,4 1.551,1 1.735,7 1.206,2

* Informações de março de 2012 ajustadas em relação à divulgação anterior.

Constata-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em junho

de 2011 totalizava R$ 1,2 bilhões, passando para R$ 1,7 bilhões em junho de 2012, acréscimo

de 37,8%. Os valores líquidos do Consolidado Econômico-Financeiro são ilustrados na Tabela

16.

Tabela 16 - Exposição global líquida a risco de crédito da contraparte

Consolidado Econômico - Financeiro R$ Milhões

Risco de Crédito da

Contraparte

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

1.679,6 2.092,1 1.569,9 1.754,9 1.225,0

* Informações de março de 2012 ajustadas em relação à divulgação anterior.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

24

Verifica-se que a exposição global líquida a Risco de Crédito da Contraparte em junho

de 2011 totalizava R$ 1,2 bilhões, passando para R$ 1,7 bilhões em junho de 2012, acréscimo

de 37,1%.

2.3.4 Valores Positivos relativos a acordos de Compensação

O Banrisul apresenta valores positivos relativos a acordos para compensação e

liquidação de obrigações, conforme definidos na Resolução nº 3.263 do Conselho Monetário

Nacional de 2005, no valor de R$ 412,4 milhões, conforme tabela abaixo.

Tabela 17 - Valores positivos relativos a acordos para compensação e liquidação de obrigações

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Valores Positivos jun/12 mar/12

412,4 114,1

2.3.5 Valor das Garantias

Em relação às operações sujeitas ao risco de crédito de contraparte, o Banrisul apresenta

garantias no valor de R$ 190,3 milhões na data base de Junho de 2012.

2.4 Cessões de Crédito e TVM oriundos de processo de securitização

Em relação ao fluxo das exposições cedidas com transferência substancial dos riscos,

aos benefícios oriundos destas transferências, e dos saldos de exposições cedidas sem

transferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, a Instituição não apresentou

movimentos nos trimestres analisados.

Quanto ao fluxo das exposições cedidas com retenção substancial dos riscos e

benefícios, que foram baixadas para prejuízo e o saldo de exposições cedidas com retenção

substancial dos riscos e benefícios, a Instituição também não apresentou movimentação.

O valor total das exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários

oriundos de processo de securitização segue tabela 18:

Relatório de Gerenciamento de Riscos

25

Tabela 18 - Exposições decorrentes da aquisição de títulos ou valores mobiliários oriundos do processo de

securitização

Conglomerado Financeiro R$ Mil

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Exposições em Certificados de

Recebíveis Imobiliários 2.607,7 2.490,1 2.428,0 2.550,7 2.871,7

Exposições em Fundos de

Investimento em Direito

Creditórios

94.724,7 392.692,8 381.963,3 502.292,0 501.830,2

As operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) totalizaram R$ 2,6

milhões em junho de 2012, apresentando redução de 9,2% em relação a junho de 2011. As

operações de Fundos de Investimento em Direito Creditórios (FIDC) totalizaram 94,7 milhões

no trimestre atual.

O fluxo de recebíveis constituídos de aluguéis lastreia a emissão dos Certificados de

Recebíveis Imobiliários. A classe dos títulos ou valores mobiliários, no que se refere à

subordinação dessas às demais, para efeito de resgate é sem subordinação. As cotas de FIDCs

são seniores e lastreadas por operações de créditos.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

26

3 RISCO DE MERCADO E LIQUIDEZ

3.1 Risco de Mercado

O Risco de Mercado é definido como sendo a probabilidade de ocorrência de impactos

negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos nos preço de mercado dos

instrumentos financeiros, provocados por flutuações em cotações de ações, preços de

mercadorias, taxas de juro e taxas de câmbio.

Entre os eventos de risco de mercado, incluem-se os riscos das operações sujeitas às

variações das taxas de juros, cambial, dos índices de preços, dos preços de ações e dos preços

de commodities.

O risco de mercado da Instituição é identificado, mensurado, mitigado e gerenciado

cuidadosamente. A organização possui perfil de exposição a risco de mercado conservador,

onde as diretrizes e limites são monitorados diariamente e de forma independente. Com todos

estes cuidados a organização busca estar alinhada com as melhores práticas internacionais de

mercado, regulamentações locais e do Comitê de Supervisão Bancaria de Basileia.

3.1.1 Gerenciamento do Risco de Mercado

O controle do risco de mercado do Banrisul e das demais empresas que fazem parte do

Consolidado Econômico-Financeiro é centralizado em unidade específica e independente das

áreas de negócios para que os processos sejam mapeados, classificados e consolidados de

acordo com as características das exposições, em conformidade com as recomendações da

Resolução n.º 3.464/2007 do Conselho Monetário Nacional e Circular n.º 3.354/2007 do Banco

Central do Brasil.

Alinhado às melhores práticas de gestão de risco de mercado e atendendo ainda as

recomendações e normas dos órgãos reguladores, o Banrisul investe de forma estruturada no

aperfeiçoamento dos processos sistêmicos e das práticas de gestão, seguindo padrões de

mercado e estratégias definidas pela alta administração.

O processo de Gestão de Riscos do Consolidado Econômico-Financeiro do Banrisul

conta com a participação de todas as camadas hierárquicas da Instituição, abrangendo desde as

unidades de negócio até a Diretoria e o Conselho de Administração.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

27

3.1.1.1 Política Institucional de Risco de Mercado

A Política de Gerenciamento de Risco de Mercado do Banrisul tem como objetivo

estabelecer padrões adequados de gestão que garantam aos acionistas os princípios e as ações

estratégicas de negócios, abrangendo produtos, serviços, atividades, processos e sistemas, bem

como limites de exposições para carteira de negociação - trading book e carteira de não

negociação - banking book.

Outro objetivo desta política é cumprir as exigências de normativos do regulador quanto

à alocação de capital regulatório e monitorar o consumo de capital, no intuito de assegurar as

melhores práticas de gerenciamento de risco de mercado.

O Banrisul adota um Sistema de Decisão Colegiada, para facilitar a sua adequação às

normas de controles estabelecidas pelo CMN, através da Resolução nº 3.464/2007. As decisões

estratégicas do Banco, relativas ao Risco de Mercado, envolvem todas as unidades de negócios,

sendo discutidas em reuniões internas e Comitês, e submetidas à Diretoria e ao Conselho de

Administração. Sua gestão é realizada por meio de modelos e ferramentas que permitem o

efetivo controle e gerenciamento das posições diárias, de acordo com determinados perfis e

níveis de risco definidos na Política de Risco de Mercado.

Os limites de risco para as exposições sujeitas a risco de mercado estão segregados de

acordo com a Circular nº 3.354/2007, do Banco Central do Brasil, nas categorias Trading e

Banking Book e foram estabelecidos e aprovados pela Diretoria e pelo Conselho de

Administração.

A Política Institucional de Gerenciamento de Risco de Mercado deve ser aplicada as

Empresas do Grupo (Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A., a Banrisul S.A. Corretora de

Valores Mobiliários e Câmbio, a Banrisul S.A. Administradora de Consórcios, a Banrisul

Armazéns Gerais S.A. e a Banrisul Serviços Ltda). O processo de Gestão de Riscos da

Organização conta com a participação de todas as camadas hierárquicas da Instituição,

abrangendo desde as Unidades de Negócio até o Conselho de Administração.

O Conselho de Administração da Instituição é responsável pelas informações prestadas

e divulgadas neste documento conforme determina a Resolução nº 3.464/07, Art. 6º, parágrafo

1º. Esta definição esta instituída no subtítulo nº 6.1 da Política Institucional de Risco de

Mercado do Banrisul aprovada em maio/2012.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

28

3.1.1.2 Estrutura de Gerenciamento do Risco de Mercado

A estrutura de gerenciamento do risco de mercado prevê:

Políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado claramente

documentadas, que estabeleçam limites operacionais e procedimentos destinados a

manter a exposição ao risco de mercado em níveis considerados aceitáveis pela

instituição;

Sistema para medir, monitorar e controlar a exposição ao risco de mercado, tanto para

as operações incluídas na carteira de negociação quanto para as demais posições,

abrangendo todas as fontes relevantes de risco de mercado e gerar relatórios

tempestivos para a diretoria da Instituição;

Realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos sistemas de

Gerenciamento de Risco de Mercado;

Realização de simulações de condições extremas de mercado (testes de estresse),

inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser considerados ao serem

estabelecidas ou revistas as políticas e limites para a adequação de capital.

3.1.2 Modelos de mensuração do Risco de Mercado

O Banrisul monitora o risco de mercado das suas operações por meio da utilização de

metodologias como o Value at Risk (VaR) e pela realização de análise de sensibilidade das

carteiras. As metodologias de mensuração das exposições sujeitas a risco de mercado

contemplam as seguintes métricas:

Marcação a Mercado: para realizar o cálculo do valor de mercado dos ativos e

passivos do Consolidado Econômico-Financeiro, são utilizados os preços capturados

diariamente na ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados

Financeiro e de Capitais e na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e

Futuros. A partir destes preços, é aplicada a função de interpolação cubic spline natural

Relatório de Gerenciamento de Riscos

29

(ano em 252 dias úteis) para a obtenção das taxas de juros nos prazos das operações,

intermediários aos vértices apresentados.

Value at Risk: O Banco utiliza a metodologia do VaR para a mensuração do risco das

operações classificadas na carteira banking e nas operações da carteira trading com

fator de risco em taxa prefixada conforme modelo padronizado definido pelo Bacen na

Circular n.º 3.361/2007.

Maurity ladder: Nas operações referenciadas em cupom de moeda estrangeira, índice

de preços e taxa de juros este é o modelo utilizado, conforme definido pelo BACEN nas

Circulares nos

3.362, 3.363 e 3.364 de 2007.

Análise de Sensibilidade: A análise de sensibilidade é realizada trimestralmente ou em

situações adversas, por meio da aplicação de cenário específico para cada fator de risco,

com objetivo de quantificar os impactos sobre as carteiras.

Testes de Estresse: Os testes de estresse para as exposições da carteira de não

negociação, de acordo com as definições do Bacen, são realizados por meio da

estimação do percentual de variação do valor de mercado da carteira banking em

relação ao Patrimônio de Referência, com a utilização de choque compatível com o 1º e

99º percentis de uma distribuição histórica de variações nas taxas de juros,

considerando holding period de 1 ano e o período de observação de 5 anos, conforme

requerido na Circular nº 3.365/2007. Também é estimada a quantidade de pontos-base

de choques paralelos de taxa de juros necessários para acarretar reduções do valor de

mercado da carteira de não negociação correspondente a 5%, 10% e 20% do Patrimônio

de Referência.

3.1.2.1 Carteira trading

A carteira trading consiste nas operações com instrumentos financeiros e mercadorias,

inclusive derivativos, detidas com a intenção de negociação ou destinadas a hedge e que não

estejam sujeitas à limitação de sua negociabilidade.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

30

A carteira de negociação deve ser composta por operações detidas com intenção de

negociação e destinadas a: (i) revenda; (ii) obtenção de benefícios dos movimentos de preços,

efetivos ou esperados; ou (iii) realização de arbitragem.

3.1.2.2 Carteira banking

A carteira banking consiste nas operações financeiras ativas e passivas negociadas pelo

Banrisul, por meio de sua rede de agências ou demais áreas de negócios, cuja contraparte seja

um cliente.

3.1.3 Controle e Acompanhamento

3.1.3.1 Comunicação Interna

No intuito de que a informação oriunda da área responsável pelo gerenciamento de

riscos de mercado alcance a amplitude devida, é disponibilizado aos membros da alta

administração trimestralmente o Relatório de Risco de Mercado, e mensalmente ao Comitê de

Gestão de Risco e BACEN o relatório produzido para o acompanhamento das exposições a

risco da Instituição.

Também são disponibilizados aos membros da alta administração, aos comitês e ás

áreas de negócios, relatórios produzidos diariamente para acompanhamento das exposições

potenciais e tomada de decisão.

3.1.4 Análise Qualitativa do Risco de Mercado

No segundo trimestre de 2012, as perspectivas para a economia mundial se deterioraram

basicamente por três motivos: A continuidade da crise europeia; a desaceleração na China e a

incerteza sobre a sustentabilidade do crescimento nos EUA.

Nos EUA, a recuperação do mercado de trabalho local cresceu em ritmo abaixo do

esperado, com a criação líquida de 80 mil postos em junho, e os recuos da produção industrial e

das vendas no varejo em maio, de 0,1% e 0,2%, respectivamente.

No Japão, após crescimento de 4,7% do PIB anualizado no primeiro trimestre, prevê-se

desaceleração do ritmo da atividade, sinalizado pelo PMI composto, que recuou a 49,1 pontos

Relatório de Gerenciamento de Riscos

31

em junho e marcou a primeira contração no ano. Na China, prossegue a tendência de

desaceleração, o PMI composto de junho apresentou nova diminuição, influenciado,

principalmente, pelo desempenho do setor manufatureiro.

No ambiente global, constatou-se a continuidade do processo de desinflação global, em

especial nas economias avançadas, em que, sob o impacto do recuo dos preços da energia, os

índices anuais de preços ao consumidor (IPCs) declinaram, pela ordem, para 1,7%, 2,4%, 2,8%

e 0,2%, em maio, nos Estados Unidos, Área do Euro, Reino Unido e Japão. Em razão do

quadro de deterioração do cenário macroeconômico global, os bancos centrais das principais

economias optaram pela adoção de novas medidas de afrouxamento monetário. Em 20 de

Junho, o Federal Reserve dos EUA prorrogou por seis meses a Operação Twist, o que

significou a compra adicional de cerca de US$267 bilhões de Treasuries até o final do ano.

No Brasil, a taxa de crescimento acumulada em quatro trimestres recuou para 1,9%,

ratificando a visão de que a economia tem crescido abaixo do seu potencial. Do ponto de vista

da oferta agregada, o setor de serviços e a indústria cresceram 1,6% e 0,1%, respectivamente,

na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Sob a ótica da demanda agregada,

houve expansão de 2,5% no consumo das famílias e de 3,4% no consumo do governo, e

contração de 2,1% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), em relação ao segundo

trimestre de 2011. Por sua vez, a contribuição do setor externo foi nula, após nove trimestres

consecutivos de contribuições negativas, com expansão de 6,6% das exportações e de 6,3% das

importações. Em suma, a demanda doméstica, impulsionada pela expansão moderada do

crédito, bem como pelo crescimento do emprego e da renda, tem sido o principal fator de

sustentação da atividade.

3.1.5 Análise Quantitativa do Risco de Mercado

3.1.5.1 Análise de Sensibilidade da Carteira Trading

Buscando aprimorar a gestão de riscos e estar em conformidade com as práticas e

governança corporativa atendendo as exigências da Instrução Normativa CVM nº 475 de 17 de

dezembro de 2008, o Banrisul realizou a análise de sensibilidade das suas posições

classificadas na carteira de negociação (Trading Book). Foram aplicados choques para mais e

para menos nos seguintes Cenários: 1% (Cenário 1), 25% (Cenário 2) e 50% (Cenário 3).

Relatório de Gerenciamento de Riscos

32

A Carteira Trading consiste em todas as operações, inclusive de derivativos, detidas

com a intenção de negociação, ou destinadas a hedge de outros instrumentos financeiros. São

operações destinadas à revenda, obtenção de benefícios dos movimentos de preços, efetivos ou

esperados ou realização de arbitragens. Esta carteira tem limites rígidos definidos pelas áreas de

risco e é diariamente controlada.

Para a elaboração dos cenários que compõem o quadro de análises de sensibilidade

foram levadas em consideração as situações propostas pela da Instrução Normativa CVM nº

475, no qual seriam as seguintes condições:

Cenário 1: Situação provável. Foi considerada como premissa a deterioração de 1% nas

variáveis de risco de mercado, levando-se em consideração as condições existentes em

29/06/2012.

Cenário 2: Situação possível. Foi considerada como premissa a elevação de 25% nas variáveis

de risco de mercado, levando-se em consideração as condições existentes em 29/06/2012.

Cenário 3: Situação remota. Foi considerada como premissa a elevação de 50% nas variáveis

de risco de mercado, levando-se em consideração as condições existentes em 29/06/2012.

O quadro abaixo apresenta a maior perda esperada considerando os cenários 1,2 e 3 e

suas variações para mais e menos.

Para o Fator de Risco “Moeda Estrangeira”, foi considerada a cotação de R$ 2,0213 de

29/06/2012 (PTAX - BACEN).

As análises de sensibilidade abaixo identificadas, não consideram a capacidade de

reação das áreas de risco e de tesouraria, pois uma vez constatada perda relativa a estas

posições, medidas mitigadoras do risco são rapidamente acionadas, minimizando a

possibilidade de perdas significativas.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

33

Tabela 19 – Valores resultantes do Teste de Sensibilidade

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco jun/12 mar/12

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Taxa de juros 111 2.738 5.422 158 3.904 7.719

Moedas 704 17.604 35.207 556 13.905 27.809

Ações 144 3.599 7.198 155 3.868 7.735

Total 959 23.941 47.827 869 21.677 43.263

Fator de Risco dez/11 set/11

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Taxa de juros 178 4.386 8.652 214 5.259 10.350

Moedas 1.120 28.009 56.017 730 18.258 36.517

Ações 128 3.201 6.402 113 2.820 5.640

Total 1.426 35.596 71.071 1.057 26.337 52.507

Onde:

Taxa de Juros – Exposições sujeitas a variações de taxas de juros pré-fixadas e cupons

de taxas de juros.

Moeda Estrangeira – Exposições sujeitas à variação cambial.

Renda Variável – Exposições sujeitas à variação do preço de ações.

Analisando os resultados, podemos identificar no Fator de Risco “Moedas Estrangeiras”

a maior perda esperada, que representa aproximadamente 74% de toda a perda esperada para os

três cenários. Do Cenário 1 para o Cenário 2, observamos um crescimento de 96% da maior

perda esperada considerando o total de exposição de todos os fatores de risco. Do Cenário 2

para o Cenário 3, a variação é de 50%. A maior perda esperada nestes Cenários do Teste de

Sensibilidade, ocorre no Cenário 3 (50%), no valor total de R$ 47.827 mil.

A análise apresentada representa as exposições que poderão impactar de forma

relevante sobre os resultados da instituição. Ressalta-se que os valores apresentados revelam os

impactos de cada cenário numa posição estática da carteira. O mercado é muito dinâmico e

volátil, alterando posições de maneira contínua e por isso não obrigatoriamente refletem a

posição demonstrada no Teste de Sensibilidade.

Também é importante entender que o Banrisul possui processo de gestão contínua e

ininterrupta que procura através do dinamismo de mercado, mitigar os riscos associados, com

as estratégias definidas pela Alta Administração. Em casos de alerta, ações proativas são

Relatório de Gerenciamento de Riscos

34

tomadas para minimizar possíveis impactos negativos, maximizando a relação entre o risco

versus retorno.

3.1.5.2 Backtesting da Carteira Trading

O Teste de Aderência (Backtesting) é calculado para validação do modelo adotado para

apurar o Risco de Mercado e atender ao órgão regulador - Bacen.

O modelo que o banco utiliza visa comparar o resultado do VaR calculado em uma data

t-1, com a variação real da carteira em uma data t, com um intervalo de confiança de 99%. A

variação da carteira ∆ MTM é dada pela seguinte expressão:

O principal objetivo do Backtesting é monitorar, validar e avaliar a aderência do modelo

de VaR, sendo que o número de rompimentos realizados deve estar de acordo com os testes

estatísticos realizados e com o nível de confiança estabelecido (99%). O gráfico acima mostra o

VaR e os resultados diários correspondentes aos últimos 8 meses, período em que os resultados

adversos superaram o resultado estimado no período de 167 dias, é importante este

acompanhamento para que se verifique a eficácia do modelo VaR para Carteira Trading Book.

Conforme o gráfico abaixo, podemos verificar o rompimento da linha de retorno do

VaR por seis vezes. O modelo está situado na zona amarela e continua aderente conforme o

resultado do Backtesting. Para exemplificar esse rompimento, usaremos a tabela abaixo:

Relatório de Gerenciamento de Riscos

35

Gráfico 2 - Backtesting

Para visualizar a eficácia do modelo, desenvolveu-se o quadro acima, onde consta o

número de falhas demonstrando o número de vezes que o valor a risco rompeu a linha de

retorno.

Conforme os resultados apresentados para o Backtesting, para que o modelo seja

considerado aderente, o resultado do teste deve estar situado na zona verde ou amarela. Se o

Backtesting apresentar resultados na zona amarela, o modelo deve ser acompanhado e se os

resultados do teste estiverem na zona vermelha, o modelo deve ser revisto.

-800

-600

-400

-200

0

200

400

Retorno Risco (em milhares)

Relatório de Gerenciamento de Riscos

36

Figura 1 - PRE - Intervalo do número de falhas - Backtesting

3.1.5.3 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Trading

Tabela 20 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Trading

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco jun/12 mar/12 dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 0,3 0,5 1,22

Taxas de Juros Prefixadas Estressadas 1,2 1,7 -

Cupom Cambial - - -

Cupom de Índice de preços - - -

Cupom de Taxas de Juros - - -

Total 1,5 2,2 1,22

3.1.5.4 VaR das Exposições a Risco de Mercado da Carteira Banking

Tabela 21 – VaR das Exposições a Risco de Mercado – Carteira Baking

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco jun/12 mar/12 dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 60,1 48,4 79,8

Cupom Cambial 9,5 1,4 6,1

Cupom de Índice de preços 1,5 0,6 0,6

Cupom de Taxas de Juros 79,5 77,3 55,5

Total 150,6 127,7 141,9

Relatório de Gerenciamento de Riscos

37

Gráfico 3 - VaR da Carteira Banking - R$ Milhões

3.1.5.5 Resumo de VaR global 1T2012

A tabela a seguir demonstra o resultado do VaR Global Consolidado, abrangendo as

carteiras trading e banking, na posição em 29 de junho de 2012.

Tabela 22 – Carteira Trading e Baking

Conglomerado Financeiro - R$ Milhões

Fator de Risco jun/12 mar/12 dez/11

Taxas de Juros Prefixadas 60,4 48,9 80,9

Taxas de Juros Prefixadas Estressada 1,2 1,7 -

Cupom Cambial 9,5 1,4 6,1

Cupom de Índice de preços 1,5 0,6 0,6

Cupom de Taxas de Juros 79,5 77,3 55,5

Total 152,1 129,9 143,2

jun/12 mar/12 dez/11 set/11

151

128 142

379

R$

Milh

õe

s

Relatório de Gerenciamento de Riscos

38

3.2 Risco de Liquidez

A definição para Risco de Liquidez consiste na possibilidade da ocorrência de perdas

resultantes da falta de recursos líquidos suficientes para fazer frente às obrigações de

pagamentos – esperados e inesperados, correntes e futuros – num horizonte de tempo definido,

e também, da instituição não conseguir negociar a preço de mercado uma posição devido ao seu

tamanho elevado em relação ao volume normalmente transacionado ou em razão de alguma

descontinuidade no mercado.

O risco de liquidez dos negócios bancários pode ter a sua origem no momento em que

estes são gerados, ocasionado pela dificuldade na captação de recursos para financiar os ativos,

conduzindo, normalmente, a acréscimo dos custos de captação; ou pelas dificuldades na

liquidação das obrigações para com terceiros, induzidas por descasamentos significativos entre

os prazos de vencimento residual de ativos e passivos.

3.2.1 Processo de Gerenciamento de Risco e Liquidez

Em busca das melhores práticas adotadas pelo sistema financeiro e aderência às

recomendações do Comitê da Basileia, o Banrisul estabelece limites operacionais para o Risco

de Liquidez consistente com as estratégias de negócios do banco, para os instrumentos

financeiros e demais exposições, cujos cumprimentos dos parâmetros de grandeza são

analisados regularmente pelos Comitês de Riscos Corporativos e de Gestão Bancária e

submetidos a instâncias diretivas, visando a garantir sua operacionalidade de forma eficaz pelos

gestores.

A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria e tem como objetivo manter

um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às necessidades financeiras no curto,

médio e longo prazo, tanto em cenário normal como em cenário de crise, com adoção de ações

corretivas, caso necessário.

3.2.2 Modelos de Gestão

a) Controle e Acompanhamento

Relatório de Gerenciamento de Riscos

39

No processo de controle são monitorados os descasamentos oriundos do uso de passivos

de curto-prazo para lastrear ativos de longo-prazo, a fim de evitar deficiências de liquidez e

garantir que as reservas da instituição sejam suficientes para fazer frente às necessidades diárias

de caixa, tanto cíclicas como não cíclicas, assim como também as necessidades de longo-prazo.

O Banrisul procura manter níveis mínimos de ativos com alta liquidez de mercado, juntamente

com o acesso a outras fontes de liquidez, assim como busca assegurar uma base de operações

de captação (funding) adequadamente diversificada, cumprindo os níveis mínimos exigidos

pelos requerimentos regulatórios.

A Instituição adota política de não gerar exposição relevante em moedas estrangeiras, e

em ativos e passivos referenciados na variação cambial, limitando sua exposição em 5% do

Patrimônio de Referência.

No âmbito de Contingência de Liquidez, a instituição tem como objetivo identificar

antecipadamente e minimizar eventuais crises e seus potenciais efeitos na continuidade dos

negócios. Os parâmetros utilizados para a identificação das situações de crises consistem numa

gama de responsabilidades e de procedimentos a serem seguidos de modo a garantir a

estabilidade do nível de liquidez requerido na posição diária das carteiras.

b) Premissas utilizadas para o tratamento de liquidação antecipada de depósitos que não

possuam vencimento definido

Depósitos à vista: Dados históricos revelam que o Banrisul mantém o volume de depósito à

vista em ascendência, demonstrando a capacidade da instituição em conservar um colchão de

liquidez adequado aos movimentos de saques diários.

Depósitos em Poupança: A migração histórica de depósitos em poupança para a conta

corrente não refletiu na redução do saldo em poupança, em montante equivalente ao incremento

verificado em depósitos à vista, face ao efeito de ampliação da renda e da tradicional

preferência dos poupadores por essa modalidade de investimento.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

40

3.2.3 Instrumentos Financeiros

No 1º semestre de 2012, o Banrisul contratou instrumentos financeiros derivativos com

o objetivo de mitigar os riscos decorrentes das oscilações cambiais da operação de captação

externa efetuada em fevereiro de 2012 no valor de US$ 500 milhões, resultando na conversão

das taxas contratadas em moeda americana para a variação da taxa CDI. Assim, as operações

com instrumentos derivativos acompanham o fluxo e vencimento desta captação externa.

3.2.4 Comunicação Interna

Periodicamente, relatórios são enviados aos Comitês e a Diretoria contendo as

exposições por fator de risco. Este procedimento garante um monitoramento tempestivo do

risco de mercado e liquidez por todas as partes relacionadas.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

41

4 RISCO OPERACIONAL

O Banrisul definiu Risco Operacional, de acordo com a Resolução 3.380/06, do Banco

Central do Brasil, como a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falhas,

deficiência ou inadequação de processos internos, sistemas, pessoas e eventos externos. Inclui

também o risco legal, que é associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela

instituição.

4.1 Política Institucional de Gerenciamento do Risco Operacional

A Resolução Interna 4354 de 20.06.2008 definiu a Política Institucional de

Gerenciamento do Risco Operacional de acordo com as diretrizes da Resolução Bacen

3.380/2006.

Esta política é aplicada a todo o conglomerado financeiro e tem o objetivo de

estabelecer as atribuições, papéis e responsabilidades, de cada envolvido no processo de gestão

do risco operacional, além de prover o Banrisul de parâmetros, modelos e métodos para a

identificação, avaliação, monitoramento, controle e mitigação dos riscos operacionais, bem

como, divulgação interna e externa dos níveis de exposição.

Com o intuito de envolver todos os colaboradores, a política prevê uma participação

compartilhada na gestão do Risco Operacional, ou seja, todos os empregados, estagiários e

prestadores de serviços terceirizados do Banrisul são responsáveis pela prática de medidas

comportamentais que evitem a exposição a riscos, no limite de suas atribuições.

A política atribui, também, responsabilidades para gestores, agentes de controles

internos, comitês, Diretoria e Conselho de Administração.

4.2 Modelo de Alocação de Capital

A metodologia utilizada para alocação de capital é a de Abordagem do Indicador Básico

(BIA), com cálculo definido pela Circular 3.383 de 30.04.2008 e Comunicado 16.913, de

20.05.2009, publicados pelo Banco Central do Brasil.

De acordo com essa metodologia o capital a ser alocado para riscos operacionais é

calculado semestralmente, considerados os últimos três períodos anuais.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

42

O Indicador de Exposição ao Risco Operacional (IE) corresponde, para cada período

anual, à soma dos valores semestrais das receitas de intermediação financeira e das receitas

com prestação de serviços, deduzidas as despesas de intermediação financeira, aplicando-se, a

todo este cálculo, um fator de alocação de capital (β) de 15%.

4.3 Processo de Gerenciamento

O Banrisul aborda o gerenciamento do risco operacional como um processo de

aprimoramento contínuo, visando sempre a acompanhar a evolução dos negócios.

O gerenciamento adequado do risco operacional está diretamente relacionado ao

conhecimento dos processos existentes na instituição. Todos os processos críticos devem ter

seus riscos operacionais identificados, avaliados, monitorados e controlados.

A metodologia utilizada para realização dos ciclos de avaliação de riscos operacionais

no Banrisul consiste em análises qualitativas, por meio da técnica RCSA (Risk and Control

Self-Assessment), que baseia-se na aplicação de questionários de autoavaliação junto aos

gestores.

Após a identificação os riscos são avaliados de acordo com os critérios de frequência e

impacto e, posteriormente, relacionados em uma matriz conforme a escala de criticidade de

cada um.

O resultado da análise é encaminhado aos gestores com o objetivo de gerar planos de

ação mitigadores para os riscos.

A Controladoria é responsável pela identificação e qualificação dos controles atrelados

aos riscos, bem como pelo acompanhamento da execução dos planos de ação.

O relatório final, contendo os riscos e os planos de ação, é encaminhado para

conhecimento e aprovação dos comitês deliberativos, Diretoria e Conselho de Administração.

Para a análise quantitativa, o Banrisul monitora e coleta eventos decorrentes de risco

operacional, consolidando em uma base de dados corporativa, objetivando prover o Banrisul de

informações padronizadas, abrangentes, consistentes e atualizadas.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

43

4.4 Gestão de Continuidade de Negócios

A Gestão da Continuidade de Negócios (GCN) consiste em uma atividade cíclica, que

tem por finalidade garantir a continuidade dos negócios do Banrisul em situações de

adversidade. Além disso, a GCN busca incentivar uma cultura de preparação da empresa para

evitar ou mitigar os riscos trazidos por uma situação de crise.

4.5 Comunicação e Informação

Os relatórios sobre eventos de risco operacional, os planos de mitigação elaborados e

seu monitoramento, bem como demais informações relevantes são disponibilizados

periodicamente às áreas de interesse.

No intuito de promover o aculturamento de todo o Banco acerca do risco operacional,

outras iniciativas de comunicação interna são realizadas pela área, como treinamentos e

workshops para públicos diversos na instituição, enquetes e fórum de discussão.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

44

5 GESTÃO DE CAPITAL

O Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio da Resolução 3.988/2011

determinou que as instituições financeiras obrigadas a calcular o Patrimônio de Referência

Exigido (PRE) devem implementar estrutura de gerenciamento de capital compatível com a

natureza das suas operações, a complexidade dos produtos e serviços oferecidos, e a dimensão

de sua exposição a riscos.

A Estrutura de Gerenciamento de Capital e a Política Institucional de Gerenciamento de

Capital foram homologadas pelo Conselho de Administração do Banrisul em 05 de Junho de

2012. A Estrutura de Gerenciamento de Capital é documento de acesso público, com revisões

de periodicidade anual, estando disponível no site do Banrisul <http://www.banrisul.com.br>

na aba Relações com Investidores, Governança Corporativa, Gerenciamento de Riscos,

Estrutura de Gerenciamento de Capital.

5.1 Novo Acordo de capital – Basileia II

O principal objetivo do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Basel Committee

On Banking Supervision), com a criação do Acordo de Basileia, foi desenvolver um sistema

para mensuração e padronização dos requerimentos mínimos de capital, calculados a partir da

ponderação de risco dos ativos. A exigência de capital é um dos instrumentos mais utilizados

pelas autoridades reguladoras, para buscar a solidez e a estabilidade do sistema bancário

internacional.

Desde a introdução da primeira versão do Acordo de Capital de Basileia (International

Convergence of Capital Measurement and Capital Standards), Basileia I, que visou à

internacionalização de padrões de gerenciamento dos riscos na atividade bancária, definiu

mecanismos para mensuração do risco de crédito e estabeleceu a exigência de capital mínimo

para suportar riscos, ocorreram significativas mudanças no setor.

A revisão do Acordo buscou desenvolver uma estrutura de capital significativamente

mais sensível ao risco e ao mesmo tempo considerar as características particulares de cada

banco e de cada sistema de supervisão e contabilidade de cada país.

Portanto, o Acordo de Basileia , também chamado de Novo Acordo de Capital –

Basileia II (International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards: a

Revised Framework) veio complementar a estrutura relacionada aos riscos considerados no

Relatório de Gerenciamento de Riscos

45

cálculo da exigência de capital, que, além dos riscos de crédito e de mercado, já considerados

no acordo original, introduziu o risco operacional. Também passou a proporcionar maior

flexibilidade às instituições, permitindo a utilização de modelos próprios para o gerenciamento

e controles dos riscos. Em contrapartida, essa flexibilização deverá ser acompanhada por uma

supervisão eficaz e maior disciplina de mercado.

O principal objetivo de Basileia II é fortalecer a estabilidade do sistema financeiro

mundial por meio do aprimoramento das práticas de gestão e governança dos riscos nas

instituições financeiras com o aperfeiçoamento do acordo anterior (Basileia I).

Basileia II propõe um enfoque mais flexível para exigência de capital e mais abrangente

com relação ao fortalecimento da supervisão bancária e ao estímulo para maior transparência

na divulgação das informações ao mercado, baseado em três grandes premissas:

Figura 2 - Três Pilares de Basileia

O Banco Central do Brasil, em consonância com as disposições do Novo Acordo de

Capitais – Basileia II divulgou a Resolução 3.490/07 do Conselho Monetário Nacional,

estabelecendo que as instituições financeiras mantenham permanentemente seu capital

adequado à sua estrutura de riscos. A resolução instituiu modificações no cálculo do patrimônio

mínimo exigido para a cobertura dos riscos dos ativos e das atividades das instituições

financeiras.

O Banco Central do Brasil exige que o valor do Patrimônio de Referência – PR deva ser

compatível com os riscos assumidos, ou seja, superior ao Patrimônio de Referência Exigido –

PRE, cujo cálculo é feito pelo somatório das parcelas descritas a seguir:

Cap

ital

Mín

imo

Pilar I

O primeiro Pilar estabelece requisitos mínimos de capital para os riscos de crédito, mercado e operacional, permitindo a utilização de modelos internos para o cálculo de alocação de capital, mais sensíveis á estrutura das instituições. Su

per

visã

o B

ancá

ria Pilar II

O segundo Pilar diz respeito ao processo de fiscalização bancária. A nova estrutura exige que os bancos tenham capital adequado para dar suporte a todos os riscos em seus negócios bancários e também desenvolvam e utilizem-se de melhores técnicas de gestão de riscos.

Tran

spar

ênci

a

Pilar III

O terceiro Pilar estabelece maior disciplina de mercado por meio do aumento da transparência dos bancos, para que os agentes de mercado sejam bem informados e possam entender melhor o perfil de riscos dos bancos.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

46

PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR

PEPR - Parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de ponderação de risco a elas

atribuído. Circular n.º 3.360 de 12/09/2007 e Circular 3.563 de 11/11/2011, com efeitos a partir

da data de sua publicação.

PCAM - Parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira e em

operações sujeitas à variação cambial. Circular n.º 3.389 de 25/06/2008, Circular n.º 3.388 de

04/06/2008, Carta-Circular n.º 3.309 de 15/04/2008 e Circular 3.568 de 21/12/2011.

PJUR - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxa de juros e

classificação na carteira de negociação - Pjur1+Pjur2+Pjur3+Pjur4. Circulares 3.361, 3.362,

3.363, 3.364, ambas de 12/09/2007 e Circular 3.568 de 21/12/2011.

PCOM - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de mercadorias

(commodities). Circular n.º 3.368 de 12/09/2007 e Circular 3.568 de 21/12/2011.

PACS - Parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de ações e

classificadas na carteira de negociação. Circular n.º 3.366 de 12/09/2007 e Circular 3.568 de

21/12/2011.

POPR - Parcela referente ao risco operacional. Circular n.º 3.383 de 30/04/2008, Circular nº

3.476 de 24/12/2009, Carta-Circular n.º 3.315 de 30/04/2008 e Carta-Circular n.º 3.316 de

30/04/2008.

RBAN - Além destas parcelas, o BACEN passou a exigir, por parte das Instituições

Financeiras, a manutenção de Patrimônio de Referência suficiente para a cobertura do risco de

taxas de juros das operações não incluídas na carteira de negociação, na forma da Resolução nº

3.464/07. Resolução n.º 3.490/07, e Circular n.º 3.365/07.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

47

5.2 Basileia III

Dando prosseguimento ao processo de implementação das medidas prudenciais

recomendadas pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, divulgado no Comunicado nº

20.615, de 17 de Fevereiro de 2011, o Banco Central do Brasil divulgou o Edital de Audiência

Pública nº 40, de 17 de Fevereiro de 2012, contendo propostas de resolução que regulamentam

a implementação no Brasil das novas recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de

Basileia, conhecidas por Basileia III. As novas regras aprimoram a estrutura e os requerimentos

de capital aplicáveis às instituições financeiras, conforme compromissos assumidos no âmbito

do G-20.

A minuta da norma propõe a exigência de três requerimentos independentes de capital

que devem ser observados continuamente pelas instituições financeiras. Os três requerimentos

mínimos dizem respeito ao:

Capital Principal, composto principalmente por ações, quotas e lucros retidos;

Capital de Nível I, composto pelo capital principal e outros instrumentos capazes de

absorver perdas com a instituição em funcionamento; e

Total do Patrimônio de Referência (PR), composto pelo Capital Nível I e por outros

instrumentos capazes de absorver perdas em caso de instituição em liquidação.

As definições, da terceira versão do Acordo de Capitais – Basileia III, visam introduzir

medidas mais severas para aumentar a estabilidade do sistema financeiro internacional, após a

crise financeira global iniciada em 2008.

O Comunicado 20.615/11 ainda prevê novas regras não contempladas no Edital nº 40.

Serão agregados ainda dois índices: um novo indicador de alavancagem, que leva em conta o

valor nominal dos ativos (sem ponderação por risco) e outro de controle de liquidez. Está

prevista a exigência de um valor mínimo para o índice de alavancagem, inicialmente previsto

em 3%.

O Índice de Liquidez de Curto Prazo (LCR-Liquidity Coverage Ratio) vai exigir em

eventual cenário de estresse um montante mínimo de ativos cujo estoque deve permitir a

sobrevivência do banco por 30 dias. Também deverá ser apurado o Índice de Liquidez de

Longo Prazo (NSFR-Net Stable Funding Ratio), que busca incentivar as instituições a

financiarem suas atividades com fontes mais estáveis de captação.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

48

A seguir, quadro resumo das medidas e o cronograma de implementação divulgado pelo

Banco Central no Edital de Audiência Pública nº 40:

Tabela 23 - Cronograma de implementação - Basileia III

Parâmetro/RWA jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 jan/17 jan/18 jan/19

Fator F 0,11 0,11 0,11 0,09875 0,09875 0,08625 0,08

Capital Principal 4,500% 4,500% 4,500% 4,500% 4,500% 4,500% 4,500%

Nível I 5,500% 5,500% 6,000% 6,000% 6,000% 6,000% 6,000%

PR 11,000% 11,000% 11,000% 9,875% 9,250% 8,625% 8,000%

Capital Adicional (parte Fixa) - - - 0,625% 1,250% 1,875% 2,500%

Capital Adicional (parte

contracíclica) - 0,625% 1,250% 1,875% 2,500% 2,500% 2,500%

PR + Capital Adicional Parte

Fixa 11,000% 11,000% 11,000% 10,500% 10,500% 10,500% 10,500%

PR +Adicional de Capital

(Parte fixa + Parte

contracíclica Máxima)

11,000% 11,625% 12,250% 12,375% 13,000% 13,000% 13,000%

5.3 Patrimônio de Referência

O Patrimônio de Referência representa o patrimônio base para cálculo dos Limites

Operacionais das instituições financeiras, definido pela Resolução do CMN nº 3.444/07 e

consiste no somatório do Nível I e do Nível II, excluídas as deduções, previstas no normativo.

De acordo com a Resolução do CMN nº 3.490/07, o Patrimônio de Referência deve ser

superior ao Patrimônio de Referência Exigido – PRE.

A seguir o detalhamento do Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro e do

Consolidado Econômico Financeiro:

Relatório de Gerenciamento de Riscos

49

Tabela 24 - Detalhamento do Patrimônio de Referência

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Data-Base jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Patrimônio de Referência 5.811,7 4.396,1 4.248,6 4.149,2 3.973,0

Patrimônio de Referência Nível I 4.626,2 4.547,0 4.397,4 4.296,8 4.116,0

Patrimônio Líquido 4.653,0 4.401,6 4.400,3 4.117,9 4.118,9

Contas de Resultado Credoras - 2.223,0 0,0 2.435,2 -

Contas de Resultado Devedoras - 2.073,3 0,0 2.254,2 -

Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos 16,7 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Dividendos e bonificações a distribuir - - - - -

Patrimônio de Referência Nível II 1.332,2 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Instrumentos de Dívida Subordinada 1.315,5 - - - -

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos 16,7 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Deduções do PR 146,7 145,0 141,6 139,6 135,7

Ações emitidas por Instituições Financeiras e

Demais Instituições Autorizadas a Funcionar

pelo Bacen

146,7 145,0 141,6 139,6 135,7

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro apresentou crescimento

durante o período em análise, totalizando R$ 5.811,7 milhões em Junho de 2012, superior em

32,2% ao PR do trimestre anterior e 46,3% superior ao valor registrado em Junho de 2011.

Tabela 185 - Detalhamento do Patrimônio de Referência

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Data-Base jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Patrimônio de Referência 5.960,3 4.542,0 4.393,2 4.289,6 4.170,7

Patrimônio de Referência Nível I 4.628,1 4.547,9 4.400,4 4.297,7 4.177,9

Patrimônio Líquido 4.403,7 4.402,4 4.122,1 4.118,7 3.856,3

Contas de Resultado Credoras 4.227,9 1.963,3 3.803,8 1.959,4 3.285,6

Contas de Resultado Devedoras 3.938,7 1.813,6 3.455,1 1.778,4 2.960,4

Ativo Permanente Diferido 10,1 10,1 10,1 10,1 10,1

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos 16,7 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Dividendos e bonificações a distribuir 38,0 - 67,4 - 0,7

Patrimônio de Referência Nível II 1.332,2 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Instrumentos de Dívida Subordinada 1.315,5 - - - -

Ajuste ao Valor de Mercado - TVM e

Instrumentos Financeiros e Derivativos 16,7 -5,9 -7,2 -8,1 -7,2

Relatório de Gerenciamento de Riscos

50

O Patrimônio de Referência do Consolidado Econômico Financeiro apresentou

crescimento de 31,2% comparado ao mesmo período, totalizando R$ 5.960,3 milhões em Junho

de 2012. O aumento registrado no Patrimônio de Referência, tanto do Conglomerado

Financeiro quanto no Consolidado Econômico- Financeiro, deve-se a incorporação de lucros e

a emissão de Instrumentos de Dívida Subordinada.

Em janeiro de 2012, o Banrisul emitiu títulos de dívida subordinada no exterior, cujo

valor foi somado ao Patrimônio de Referência Nível II no mês de Abril de 2012, conforme

autorização concedida pelo BACEN. O volume total captado foi de US$500 milhões. Os prazos

e vencimentos do Instrumento de Dívida Subordinada são descritos na tabela abaixo:

Tabela 196 – Instrumentos de Dívida Subordinada

Conglomerado Financeiro - R$ Mil

Nível II jun/12

Emissão Vencimento Remuneração Principal Valor

Instrumentos de Dívida

Subordinada 2012 2022

7,375% +

variação

cambial (US$)

1.045.200,00 1.315.467,97

5.4 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e adequação do Patrimônio de Referência

(PR)

O Patrimônio de Referência Exigido é o capital mínimo exigido pelo Banco Central do

Brasil e deve ser compatível com a estrutura dos riscos da instituição.

A seguir tabela contendo as informações referentes à alocação de capital para o

Conglomerado Financeiro e Consolidado Econômico-Financeiro, incluindo a apuração do

Índice de Basileia e a margem para aplicação em novos negócios.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

51

Tabela 20 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido

Conglomerado Financeiro R$ Milhões

Data-Base jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Risco de Crédito 2.799,5 2.610,5 2.368,9 2.336,9 2.150,0

Operações de Crédito - Varejo 684,9 625,0 640,7 566,9 648,5

Compromissos Varejo 148,2 184,6 186,0 183,8 178,9

Operações de Crédito - não Varejo 1.339,8 1.194,0 1.060,7 1.104,3 838,3

Compromissos - não Varejo 70,3 69,2 63,6 63,9 61,0

Garantias Prestadas 76,0 77,1 69,0 59,6 50,7

Adiantamentos 73,8 64,0 62,0 57,0 57,2

Credito Tributário 84,8 80,0 77,1 73,7 70,7

Outros Ativos 321,6 316,4 209,8 227,6 244,7

Risco de Mercado 73,0 4,3 3,3 198,3 384,4

Risco de Câmbio 69,15 - - - -

Risco de Juros - somatório 1,6 1,8 1,2 196,5 382,4

Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,6 1,8 1,2 196,5 140,3

Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - - - 5,5

Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - - - 3,7

Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - - - 232,9

Risco de Commodities - - - - -

Risco de Ações 2,3 2,5 2,0 1,8 2,0

Risco Operacional 442,0 442,0 408,2 408,2 375,5

Patrimônio de Referência Exigido 3.314,6 3.056,8 2.780,3 2.943,3 2.909,9

Patrimônio de Referência 5.811,7 4.396,1 4.248,6 4.149,2 3.973,0

Rban - Carteira Banking 150,6 127,7 142,0 379,4 21,4

Margem = PR - PRE - Rban 2.346,5 1.211,6 1.326,3 826,5 1.041,8

Índice de Basileia 19,29% 15,82% 16,81% 15,51% 15,00%

O Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro apresentou aumento

de R$ 257,8 milhões no último trimestre, totalizando R$ 3.314,6 milhões. Comparativamente a

Junho de 2011, o PRE, apresentou incremento de 13,9%, contra aumento de 46,3% do

Patrimônio de Referência.

Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco operacional,

apresentou aumento de 17,72% em comparação a Junho de 2011, ocasionado pelo aumento das

receitas do período, totalizando R$ 442 milhões no último trimestre apurado. A parcela de risco

de mercado apresentou aumento de R$ 68,00 milhões no último trimestre devido ao aumento

das exposições ao risco de taxas de câmbio (Pcam).

Relatório de Gerenciamento de Riscos

52

Tabela 218 - Detalhamento do Patrimônio de Referência Exigido

Consolidado Econômico-Financeiro R$ Milhões

Data-Base jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

Risco de Crédito 2.810,9 2.621,3 2.380,3 2.347,3 2.159,9

Operações de Crédito - Varejo 684,9 625,0 566,9 566,9 648,5

Compromissos Varejo 148,2 184,6 183,8 183,8 178,9

Operações de Crédito - não Varejo 1.347,8 1.219,4 1.104,3 1.104,3 838,3

Compromissos - não Varejo 70,3 69,2 63,9 63,9 61,0

Garantias Prestadas 76,0 77,1 59,6 59,6 50,7

Adiantamentos 73,8 64,0 57,0 57,0 57,2

Credito Tributário 84,8 80,0 73,7 73,7 70,7

Outros Ativos 325,0 301,9 238,1 238,1 254,6

Risco de Mercado 73,0 4,3 3,0 198,3 384,4

Risco de Câmbio 69,15 - - - -

Risco de Juros - somatório 1,6 1,8 1,2 196,5 382,4

Pré-fixadas em Real - Pjur 1 1,6 1,8 1,2 196,5 140,3

Cupons de Moedas Estrangeiras - Pjur 2 - - - - 5,5

Cupons dos Índices de Preços - Pjur 3 - - - - 3,7

Cupons de Taxas de juros - Pjur 4 - - - - 232,9

Risco de Commodities - - - - -

Risco de Ações 2,3 2,5 1,8 1,8 2,0

Risco Operacional 444,2 444,2 420,2 420,2 388,9

Patrimônio de Referência Exigido 3.328,2 3.069,7 2.803,6 2.965,8 2.933,2

Patrimônio de Referência 5.960,3 4.542,0 4.393,2 4.289,6 4.170,7

Rban - Carteira Banking 150,6 127,7 142,0 379,4 21,4

Margem = PR - PRE – Rban 2.481,6 1.344,6 1.447,6 944,4 1.216,1

Índice de Basileia 19,70% 16,28% 17,24% 15,91% 15,60%

O Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico-Financeiro apresentou

aumento de R$ 258,4 milhões no último trimestre, totalizando R$ 3.328,2 milhões.

Comparativamente a Junho de 2011, o PRE, apresentou incremento de 13,5%, contra aumento

de 42,9% do Patrimônio de Referência.

Em relação às demais parcelas que compõem o PRE, a parcela de risco operacional

apresentou aumento de 14,21%, se comparado ao mês de Março de 2011, ocasionado pelo

aumento das receitas, totalizando R$ 444 milhões no último trimestre.

Relatório de Gerenciamento de Riscos

53

5.4.1 Evolução do PR e PRE

A seguir gráfico com o acompanhamento da adequação do Patrimônio de Referência em

relação ao Patrimônio de Referência Exigido.

Gráfico 4 - Evolução do PR e PRE - Conglomerado Financeiro

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Financeiro encerrou o primeiro semestre

de 2012 em R$ 5,8 bilhões, 75,3% superior ao Patrimônio de Referência Exigido de R$ 3,3

bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de 19,29%, superior ao mínimo exigido pelo

Banco Central do Brasil de 11%.

Gráfico 5 - Evolução do PR e PRE - Consolidado Econômico-Financeiro

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

3,3 3,1

2,8 2,9 2,9

5,8

4,4 4,2 4,1 3,9

em

R$

Bilh

õe

s

PRE

PR

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

3,3 3,1

2,8 3,0 2,9

6,0

4,5 4,4 4,3 4,2

em

R$

Bilh

õe

s

PRE

PR

Relatório de Gerenciamento de Riscos

54

O Patrimônio de Referência do Conglomerado Econômico-Financeiro encerrou o

segundo trimestre de 2012 em R$ 6,0 bilhões, 79,1% superior ao Patrimônio de Referência

Exigido de R$ 3,3 bilhões o que resultou em um Índice de Basileia de 19,70%, superior ao

mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil de 11%.

5.5 Índice de Basileia

O Índice de Basileia representa a relação entre o Patrimônio Base - Patrimônio de

Referência (PR), e os riscos ponderados - Patrimônio de Referência Exigido (PRE), conforme

regulamentação em vigor, demonstrando a solvência da empresa. O percentual mínimo

estabelecido pelo BACEN no Brasil é de 11%. A seguir os gráficos para acompanhamento da

evolução do Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro e do Consolidado Econômico

Financeiro.

Gráfico 6 - Índice de Basileia - Conglomerado Financeiro

O Índice de Basileia do Conglomerado Financeiro encerrou o primeiro semestre de

2012 em 19,29%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco Central do Brasil o que

possibilita um incremento de até R$ 21,33 bilhões em novos negócios.

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

19,29%

15,82% 16,81%

15,51% 15,02%

Relatório de Gerenciamento de Riscos

55

Gráfico 7 - Índice de Basileia - Consolidado Econômico-Financeiro

O Índice de Basileia do Consolidado Econômico Financeiro encerrou o primeiro

semestre de 2012 em 19,70%, sendo superior ao mínimo definido pelo Banco Central do Brasil,

o que possibilita um incremento de até R$ 22,56 bilhões em novos negócios.

jun/12 mar/12 dez/11 set/11 jun/11

19,70%

16,28% 17,24%

15,91% 15,64%