gerenciamento de riscos: uma metodologia …

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GERENCIAMENTO DE RISCOS: UMA METODOLOGIA REDESENHADA PARA A BUSCA DE MAIOR EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO TRANSPORTE DE CARGA DE CIGARROS NO RIO GRANDE DO SUL Diordio José Librelotto (UNISC) Simone Pradella (UNISC) Resumo O trabalho em questão aborda um tema que aos poucos vai ganhando espaço nas empresas brasileiras, frente à necessidade de gerenciar os constantes riscos que norteiam os seus processos - Gerenciamento de riscos. A ênfase aqui é sobre os inúmmeros riscos que as empresas enfrentam diariamente no transporte e entrega dos seus produtos para o consumidor final. Realmente existe um grande esforço de gestão, e também de emprego de investimentos por parte das empresas para que não tenham seus veículos depredados e seus funcionários agredidos física e psicologicamente frente aos constantes assaltos sofridos. Desta forma, procurou-se identificar os fatores de riscos que levam ao roubo no transporte de cigarro no Estado do Rio Grande do Sul, obedecendo aos requisitos da ISO 31000:2009 que define os princípios e diretrizes e ISO/IEC 31010:2012 e traz as técnicas para o processo de avaliação de riscos, juntamente com o Método Brasiliano de gerenciamento de riscos corporativos. Quais seriam os riscos? Ou melhor, como fazemos para minimizá-los e evitarmos perda? A pesquisa além de identificar os riscos, listá-los, classificá-los, procedeu com uma análise minuciosa, avaliando a causa raiz de cada risco e desenvolvendo alternativas para mitigar os riscos de forma mais eficiente e eficaz do que eram feitos atualmente. A metodologia utilizada neste processo foi à pesquisa-ação que demandou a interação dos profissionais que atuam no gerenciamento de risco da segurança do transporte de cargas da empresa “XYZ”, aplicando ao final o plano de ação e metas, desenvolvido para minimizar as perdas sofridas em algumas rotas de entrega de produtos na região do Vale dos Sinos, Estado do Rio Grande do Sul. O resultado pretendido foi melhorado e conseguiu-se 20, 21 e 22 de junho de 2013 ISSN 1984-9354

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GERENCIAMENTO DE RISCOS: UMA

METODOLOGIA REDESENHADA PARA

A BUSCA DE MAIOR EFICIÊNCIA E

EFICÁCIA NO TRANSPORTE DE

CARGA DE CIGARROS NO RIO

GRANDE DO SUL

Diordio José Librelotto

(UNISC)

Simone Pradella

(UNISC)

Resumo O trabalho em questão aborda um tema que aos poucos vai ganhando

espaço nas empresas brasileiras, frente à necessidade de gerenciar os

constantes riscos que norteiam os seus processos - Gerenciamento de

riscos. A ênfase aqui é sobre os inúmmeros riscos que as empresas

enfrentam diariamente no transporte e entrega dos seus produtos para

o consumidor final. Realmente existe um grande esforço de gestão, e

também de emprego de investimentos por parte das empresas para que

não tenham seus veículos depredados e seus funcionários agredidos

física e psicologicamente frente aos constantes assaltos sofridos. Desta

forma, procurou-se identificar os fatores de riscos que levam ao roubo

no transporte de cigarro no Estado do Rio Grande do Sul, obedecendo

aos requisitos da ISO 31000:2009 que define os princípios e diretrizes

e ISO/IEC 31010:2012 e traz as técnicas para o processo de avaliação

de riscos, juntamente com o Método Brasiliano de gerenciamento de

riscos corporativos. Quais seriam os riscos? Ou melhor, como fazemos

para minimizá-los e evitarmos perda? A pesquisa além de identificar

os riscos, listá-los, classificá-los, procedeu com uma análise

minuciosa, avaliando a causa raiz de cada risco e desenvolvendo

alternativas para mitigar os riscos de forma mais eficiente e eficaz do

que eram feitos atualmente. A metodologia utilizada neste processo foi

à pesquisa-ação que demandou a interação dos profissionais que

atuam no gerenciamento de risco da segurança do transporte de

cargas da empresa “XYZ”, aplicando ao final o plano de ação e metas,

desenvolvido para minimizar as perdas sofridas em algumas rotas de

entrega de produtos na região do Vale dos Sinos, Estado do Rio

Grande do Sul. O resultado pretendido foi melhorado e conseguiu-se

20, 21 e 22 de junho de 2013

ISSN 1984-9354

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reduzir-se o volume de ocorrências de roubos, comparando os meses

de Janeiro e Fevereiro dos anos de 2009 a 2013.

Palavras-chaves: Gerenciamento de risco; Segurança no transporte de

cargas; Melhoria contínua do processo; Aplicação de norma técnica

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1 INTRODUÇÃO

O roubo de cargas - que está acentuado no Brasil e com indicativos de que piorará nos

próximos anos. O Brasil lidera ao lado de México e África os piores índices de roubo a

veículo transportando carga a nível mundial. Já no cenário regional, a situação assusta e

também aclama por atenção, uma vez que estão crescendo significativamente o número de

ocorrências e valores das mercadorias roubadas, chegando ao cúmulo dos criminosos primeiro

fecharem os negócios com os receptadores de cargas e após saírem para roubar os produtos

encomendados, conforme informado pelo Dr. Joel Wagner, Delegado titular da Policia Civil

gaúcha em entrevista a uma rádio da cidade de Porto Alegre (RS), (Dez, 2012).

A necessidade de mudança contínua para a obtenção de novos resultados norteou a

produção deste trabalho que busca os princípios e diretrizes da norma ISO 31000:2009 e as

técnicas para o processo de avaliação de riscos citados pela ISO/IEC 31010:2012, juntamente

com o Método Brasiliano de gerenciamento de riscos corporativos, visando auxiliar na criação

do modo de gerir os riscos de forma mais eficiente e eficaz na redução do roubo de carga no

Estado do Rio Grande do Sul. Segundo Brasiliano (2009, p. 09),

[...] Os riscos permeiam todos os níveis das atividades do negócio e, se não forem

gerenciados adequadamente, poderão resultar em perdas financeiras, deterioração da

imagem e reputação ou desencadear de uma crise [...].

Desta forma, a norma trouxe conceitos como: o que é risco; como identificar os fatores

de riscos; como estimar a probabilidade e as consequências dos riscos, como avaliar e tratar

os riscos, minimizando os seus efeitos, a fim de melhorar a capacidade de gerar valor para a

organização.

Assim, juntamente com a metodologia de pesquisa-ação que foi utilizada, foram

identificados, classificados e avaliados os riscos da operação de transporte de cigarro no

Estado do Rio Grande do Sul da empresa “XYZ”, sendo gerado ao final da pesquisa um plano

de ação e metas para aplicação direta nas rotas de entrega de produtos do Vale dos Sinos

(RS). O plano final trouxe de forma clara e objetiva ações que deveriam de ser tomadas em

tempos específicos para que fossem minimizados os riscos do processo, lembrando de que

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este não é estanque e que deve ser atualizado sempre que houver mudanças na organização,

nas formas de trabalho e até mesmo no cenário de riscos.

Por fim, os resultados obtidos foram melhorados e, conseguiu-se reduzir o volume de

ocorrências de roubos, comparando os meses de Janeiro e Fevereiro dos anos de 2009 a 2013.

Cabe salientar de que este período é um recorte para uma análise comparativa dos dados.

2 METODOLOGIA

O método utilizado para esta pesquisa de estudo foi à pesquisa-ação, visto de que o tema

ainda é muito recente quanto a sua aplicabilidade no meio corporativo, o que demandou

interação e participação da equipe de profissionais que atuam diretamente com gerenciamento

de riscos na segurança do transporte de cargas da empresa “XYZ”. A pesquisa-ação pode ser

considerada um estudo de caso, com a diferença que o pesquisador deixa de ser um simples

observador e passa a ser:

[...] um participante na implantação de um sistema embora simultaneamente queira

avaliar uma certa técnica de intervenção [...]. O pesquisador não é um observador

independente, mas torna-se um participante, e o processo de mudança torna-se seu

objetivo de pesquisa. Portanto o pesquisador tem dois objetivos: agir para solucionar

um problema e contribuir para um conjunto de conceitos para desenvolvimento do

sistema.” (BENBASAT, GOLDSTEIN e MEAD citado por MACKE, 1999).

Na pesquisa-ação, descreve-se a situação-problema “com base em verbalizações dos

diferentes autores em suas linguagens próprias” (THIOLLENT, 1997, p.34) – e de

intervenção – os conhecimentos derivados das inferências são inseridos na elaboração de

estratégias ou ações. Esta pesquisa visa aclarar e diagnosticar uma situação prática ou de um

problema prático que se quer melhorar ou resolver, formulando estratégias de ação,

desenvolvendo e avaliando estas estratégias, assim ampliando a compreensão desta nova

situação criada e procedendo com os novos passos até termos uma nova situação prática

aplicada.

Desta forma, na 1º fase (exploratória), foi realizada uma reunião e efetuado um

brainstorming com a equipe que atua na área de segurança, visando identificar e listar o

máximo de riscos pertinentes à operação de entrega de produtos que será analisada.

Juntamente com esta equipe, foi efetuado o levantamento dos riscos e classificação,

identificando também a sua motricidade, através da matriz SWOT. Nesta fase, também foi

realizado uma pesquisa bibliográfica sobre os conceitos, diretrizes e metodologia da ISO

31000:2009.

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Assim, na 2º fase (pesquisa aprofundada), foi desenvolvida uma matriz de risco, visando

à análise e avaliação crítica dos riscos, onde foram inseridos todos os possíveis riscos que

serão analisados e que norteiam o transporte de carga de cigarros.

A partir dos dados extraídos, na 3º fase (ação), foi confeccionado um plano de ação e

metas que terá seus resultados acompanhados por indicadores de desempenho. A metodologia

aplicada foi baseada nos conceitos ditados da ISO 31000:2009 – Gerenciamento de Riscos –

Princípios e diretrizes e norma ISO/IEC 31010:2012 – Gerenciamento de Risco – Técnicas

para o processo de avaliação de riscos, juntamente com o Método Brasiliano de

gerenciamento de riscos corporativos. As normas citadas são atualmente o que há no país de

mais moderno sobre o assunto de gestão de risco.

A partir do somatório dos resultados obtidos com as demais fases, na fase (avaliação)

foi realizada uma reunião explicativa com a equipe que efetua o gerenciamento de riscos de

segurança da empresa “XYZ”. Nesta oportunidade foi debatido o tema de aplicação do plano

confeccionado para contenção dos riscos de roubo de carga de cigarro no estado do Rio

Grande do Sul nas rotas de entrega de produtos das cidades do Vale dos Sinos, a qual é

composta pelos municípios: Novo Hamburgo, São Leopoldo, Estância Velha, São Sebastião

do Caí, Portão, Dois Irmãos, Sapiranga, Campo Bom, Montenegro e Taquari. O resultado

obtido, através dos indicadores de desempenho foi à redução do volume de ocorrências de

roubos nas cidades à epígrafe, comparando os meses de Janeiro e Fevereiro dos anos 2009 a

2013.

A pesquisa foi desenvolvida em uma empresa do ramo privado, denominada empresa

“XYZ”, localizada no interior da região Sul do Brasil.

3 ROUBO DE CARGAS

Quando se olha a questão do risco para transporte de cargas no Brasil, os números

assustam. Estima-se segundo dados da Fenatec (Federação Interestadual das Empresas de

Transporte de Carga) (Dez, 2012) e da NTC & Logística (Associação do Transporte de Carga

e Logística) (Out, 2012) que o roubo de cargas cresce em torno de 7% (sete por cento) ao ano

no Brasil e resulta prejuízos aproximados de 1(um) bilhão de reais ao país, sendo muitas

destas ações são praticadas por quadrilhas especializadas, muito bem preparadas, amparada

por alta tecnologia e que dominam bem os sistemas a qual utilizam para as práticas de ações

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criminosas, fazendo com que desapareçam cargas valiosas à luz do dia em diversas estradas e

rodovias do país.

O Brasil é um dos países que lidera o ranking mundial de roubo de cargas, ao lado de

México, África do Sul, Estados Unidos, Rússia, Índia e Reino Unido. A figura da consultoria

FreightWatch Internacional (2012, p.1), mostra em preto os países que possuem o risco mais

acentuado no transporte de carga. Este relatório tem como fundamento principal alertar

profissionais da área da segurança que atuam na indústria, sobre os índices, riscos e

preocupações globais que envolvem o transporte de cargas.

Figura 1 – Global Cargo Theft Risk

Fonte: FreightWatch Internacional, 2012.

Diante disso, ainda é importante desenvolver novas tecnologias e ações de gestão que

inibam o roubo de carga. Neste contexto, as denominadas “Gerenciadoras de Risco”, sob a

ótica de gestão de risco, têm trazido ao mercado de modo intensivo e sistemático, novas

tecnologias e metodologias a respeito do assunto.

Atualmente o Rio Grande do Sul, responde por 6% (seis por cento) dos roubos

ocorridos no país, conforme dados do Sindicato das empresas de Transporte de Cargas e

Logística do RGS (SETCERGS) (Nov, 2012), o que representou no ano de 2012,

aproximadamente 100 (cem) milhões de reais em perdas. Segundo levantamento realizado

pela Polícia Civil gaúcha, sobre os últimos três anos no Estado, a média anual é de 260

(duzentos e sessenta) ocorrências de roubo de carga o que representa um roubo à carga a cada

33 (trinta e três) horas no Estado do Rio Grande do Sul (Entrevista Dr. Joel Wagner, titular da

delegacia da Policia Civil – DEIC à rádio Gaúcha, 2012). Entre os produtos mais procurados

para o roubo estão: tabaco, alimentos, eletrodomésticos, eletrônicos e produtos de informática.

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3.1 Formas de combate ao roubo de cargas

Diante de um cenário alarmante em relação ao roubo de cargas, as empresas

transportadoras de cargas veem-se na obrigação de reduzir as ações dos infratores e,

consequentemente, diminuir os seus custos no faturamento. Segundo pesquisadores, o

combate ao roubo de cargas precisa passar por dois caminhos: O primeiro é institucional, que

compete ao Governo Federal e Estadual, com o envolvimento e fortalecimento da autoridade

policial competente, atrelado a uma legislação atuante e eficaz. O segundo fator, é a

prevenção realizada pelas transportadoras e indústrias. Muitas são as inovações tecnológicas

para o combate ao roubo de carga. Estas tem um campo de atuação bastante amplo no setor de

transportes, seja na utilização de tecnologias como o rastreamento que auxiliam na

roteirização da frota de veículos que aumentam a eficiência do processo, orientando o

motorista durante as entregas de produtos, seja com ações e metodologias próprias, visando

gerenciar os riscos do processo de transporte de produtos altamente visados para roubo,

devido ao alto valor agregado das mercadorias e facilidade de revenda, pois normalmente são

bens de consumo que despertam interesse na maioria das pessoas.

Neste viés, ganha força as metodologias que trazem a capacidade de gerenciar os riscos

de forma integrada e sistemática procurando minimizar os riscos de cada operação

implementando novos conceitos e formas de planejamento, operacionalização, medição e

monitoramento de resultados, juntamente a profissionais qualificados.

4 GERENCIAMENTO DE RISCOS

A palavra risco pode, geralmente, ser vista na literatura sob vários aspectos. Segundo o

autor (DUVOCA, 2004, 01),

[...] risco poder ser definido como sendo qualquer evento que pode adversamente ter

influência sob a performance das organizações e impedir esta de alcançar seus

objetivos [...]

Deve ressaltar ainda de que risco, além de oportunidade, representa incerteza e

ambiguidade. No entanto Bernstein (1997) atribui a origem da palavra risco ao italiano antigo

“riscare” que significa ousar. Sendo assim o autor é categórico em afirmar de que os riscos

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não provem do destino e sim de uma opção, ou seja, não há risco quando não existe ousadia.

Raz, Shenhar e Dvir (2002, p.101), possuem uma definição semelhante de risco, ou seja:

[...] os riscos são eventos indesejados, que podem causar atrasos, gastos excessivos,

resultados insatisfatórios, perigos ambientais, perigos de segurança e até mesmo o

fracasso total [...].

Desta forma, é necessário gerir os riscos para que não tenhamos surpresas indesejadas

no processo, evitando consequentemente prejuízos às organizações.

Neste contexto, podemos traduzir a gerência de riscos como sendo um processo de

planejamento, organização, direção e controle dos recursos humanos e materiais, no sentido

de minimizar os efeitos que os riscos trazem. Desta forma, este processo de gerenciar o risco

existente ou aceitável para Brasiliano “possibilita ao administrador tratar com eficácia as

incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melhorar a

capacidade de gerar valor” (2009, p.11).

O processo de gerir os riscos, não mais é do que – o como fazer? Desta forma, este

processo trás consigo a capacidade de aumentar a probabilidade do gerenciador em atingir

diferentes resultados dos que já estavam sendo obtidos, aumentando a sua gestão e

comprometendo seus membros com os resultados gerados, além de despertar para a

identificação e solução de novos riscos que venham a surgir ou que forem diagnosticados nos

processos. Assim, aprimoram-se continuamente os métodos de identificação das ameaças,

aumentando a confiabilidade no processo e a confiança das partes envolvidas. Todo este

processo a partir de nov’2009 está amparado pela norma ISO 31:000:2009 que não possui

finalidade de certificação, mas sim de definições e conceitos de gestão de riscos.

Para tanto, o processo de gestão de risco, descrito na norma, apresenta-se traduzido para

um viés corporativo que utiliza como fundamento básico os conceitos do ciclo de qualidade

PDCA (plan, do, check, action). Percebemos na Figura 2 de que o processo é retro alimentado

e que um componente influencia o outro, sendo que qualquer ação não efetuada no momento

oportuno influenciará as demais. Como exemplo: caso os riscos que permeiam o processo não

sejam contemplados no momento da identificação do risco, não serão analisados nas demais

etapas do processo, assim ficando evidente de que esta é uma etapa estratégia do processo e

que qualquer falha resultará no comprometimento do resultado.

Figura 2 - Processos de Gestão de Risco

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Fonte: Norma ISO/IEC 31010:2012

4.1 Norma ISO 31000:2009 e ISO/IEC 31010:2012

A partir de 30/dez/2009 passou a ser válida a norma ISO 31000:2009 que aborda os

princípios e diretrizes da gestão de riscos. A norma, que não possui finalidade de certificação

surgiu com a necessidade de definir padrões conceituais integrando diversas metodologias e

terminologias para os processos de gestão de risco que de forma geral podem ser aplicados em

quaisquer organizações ou departamentos, sendo adaptável a qualquer área de atuação. O

próprio texto da norma aponta as possibilidades da gestão de riscos, sendo elas:

Aumentar a probabilidade de atingir os objetivos; Encorajar uma gestão proativa;

estar atento para a necessidade de identificar e tratar os riscos através de toda

organização; Melhorar a identificação de oportunidades e ameaças; Atender às

normas internacionais e requisitos e regulamentos pertinentes; Melhorar o reporte

das informações financeiras; Melhorar a governança corporativa; Melhorar a

confiança das partes interessadas; Estabelecer uma base confiável para a tomada de

decisão e o planejamento; Melhorar os controles; Alocar e utilizar eficazmente os

recursos para o tratamento de riscos; Melhorar a eficácia e eficiência operacional;

melhorar o desempenho em saúde e segurança, bem como proteção ao meio

ambiente; Melhorar a prevenção de perdas e a gestão de incidentes; minimizar

perdas; melhorar a aprendizagem organizacional; aumentar a resiliência da

organização. (BRASILIANO, p. 20-21).

Desta forma, com a aplicação do gerenciamento de risco de forma integrada e

sistemática a organização pode trazer maiores diferenciais competitivos ao processo,

utilizando os conceitos da norma. Sob a ótica deste tema, também em 04/05/2012 entrou em

vigor a norma ISO/IEC 31010:2012 que aborda de forma genérica, técnicas para o processo

de avaliação de riscos, utilizando também as diretrizes da norma anterior citada, cujo

fundamento principal esta ligado ao fornecimento de informações baseadas em evidências e

análises para que sejam tomadas algumas decisões sobre como tratar riscos específicos

identificados. A norma traz alguns benefícios, sendo eles:

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[...] Entender o risco e seu potencial impacto sobre os objetivos; Fornecer

informações aos seus tomadores de decisão; Contribuir para o entendimento dos

riscos a fim de auxiliar na seleção das opções de tratamento; Identificar os principais

fatores que contribuem para os riscos e os elos fracos em sistemas e organizações;

Comparar riscos em sistemas, tecnologias ou abordagens alternativas; Comunicar

riscos e incertezas; Auxiliar no estabelecimento de prioridades; Selecionar diferentes

formas de tratamento de riscos; Atender aos requisitos regulatórios; Fornecer

informações que ajudarão a avaliar a conveniência da aceitação de riscos quando

comparados com critérios pré-definidos; Avaliar os riscos para o descarte ao final da

vida útil [...] (PROJETO 63:000.01-002 (ISO/IEC 31010, Set’2011, p. 3-4)

Diante disso, para que seja feito um processo de gestão mais completo, além da escolha

do método a ser utilizado para identificação e tratamento do risco para cada caso específico,

há a necessidade de se avaliar os contextos interno e externos que são relevantes para o

negócio da organização bem como ter conhecimento sobre os riscos a serem avaliados.

Assim, cabe destacar de que a norma ISO 31010:2012 não trouxe uma fórmula única a

qual simplesmente aplicamos para a avaliação dos riscos e sim orientações conceituais de

vários processos possíveis de aplicação, conforme seus graus de detalhamento e profundidade,

a exemplo das ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas: Brainstorming, entrevistas

estruturas, Delphi, análise preliminar de perigos (APP), analise de perigos e pontos críticos de

controle (APPCC), técnica estruturada “e se”, entre outras.

Diante disso, para que possa ter iniciado o processo de avaliação dos riscos,

necessitou-se primeiramente proceder com a identificação dos riscos. Assim, utilizou-se o

método de brainstorming através de uma reunião com a equipe que atua na área de segurança

da empresa “XYZ”, cujo objetivo foi criar uma lista abrangente de riscos que norteiam o

processo, mesmo que remotamente e que de qualquer forma possam criar, aumentar, reduzir,

atrasar ou evitar à operação de entrega de produtos sob o olhar da segurança.

Após estarem os riscos identificados à análise de riscos vai fornecer uma melhor

compreensão. Sendo assim, este processo envolve a apreciação das causas e das fontes de

risco, suas consequências positivas e negativas, e a probabilidade de que essas consequências

possam ocorrer. Nessa etapa a organização deverá analisar todos os riscos identificados,

verificando quais são as consequências e probabilidade dos riscos, pois isso será insumo para

a etapa posterior.

Cumprida mais esta etapa, é o momento de avaliarmos os riscos já catalogados e

identificados. Este é o momento de dizer, por exemplo, se um risco deve ou não ser tratado e

com qual prioridade, estabelecendo o seu grau de complexidade. Portanto é necessário que

sejam feitas algumas perguntas como: Quais riscos precisam de avaliados? Qual a prioridade

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para implementação do tratamento? A avaliação de riscos envolve comparar o nível de risco

encontrado durante o processo de análise com os critérios de risco estabelecidos quando o

contexto foi considerado. Com base nesta comparação, a necessidade de tratamento pode ser

considerada. Para isso, foi utilizado neste processo a matriz SWOT (Strenghts, weaknesses,

opportunities, threats) e também a diagrama de causas e efeitos (Diagrama de Ishikawa)

Diante disso, depois de cumprida as demais etapas do processo, percebe-se a

necessidade de tratamento do risco que neste caso ocorreu através da elaboração de um plano

de ação específico. No plano foram descritas as metas identificadas no inicio do trabalho,

juntamente com as ações e contramedidas necessárias para que o problema seja resolvido.

Ao longo do processo de gestão de riscos a melhoria contínua deverá acontecer. Assim,

caso haja necessidade, ao longo da utilização da metodologia os critérios de riscos poderão ser

alterados, novas ocorrências poderão incrementar as listas de riscos e oportunidades poderão

ser criadas e consideradas. O contexto interno e externo podem sofrer alterações e a

organização aprender com seus sucessos e falhas. Desta forma, aplicou-se ao final do trabalho

como forma de medir os resultados almejados, alguns indicadores de desempenho para

servirem como itens de controle e verificação das metas propostas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção serão apresentados os resultados práticos obtidos com a identificação,

avaliação, classificação e tratativas dos riscos do processo de transporte de cargas da empresa

“XYZ”, desenvolvido para minimizar as perdas sofridas em algumas rotas de entrega de

produtos na região do Vale dos Sinos, Estado do Rio Grande do Sul.

As ferramentas de gestão utilizadas são as sugeridas pela norma ISO 31000:2009 e

ISO/IEC 31010:2012 e estão suportadas pelas seguintes fases: reunião de brainstorming com

a equipe de profissionais que atuam no gerenciamento de risco da segurança do transporte de

cargas da empresa “XYZ”; confecção de diagrama de causa e efeitos de cada risco

identificado no processo de brainstorming, cujo somatório atingir pontuação acima de 20

(vinte) pontos; desenvolvimento de uma matriz SWOT, apresentando a classificação de

magnitude e importância conforme a classificação de cada item relacionado ao processo;

criação de uma matriz de risco que definirá as formas de identificação e priorização dos riscos

catalogados no processo, apontando classificação do risco em probabilidade e consequência;

classificação dos riscos conforme parâmetros já definidos na matriz de risco criada para este

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processo. Sendo que ao final será apresentado o plano de ação de metas com identificação de

prioridades e itens de medição/controle.

Diante disso foram discutidas diversas ações que causam impacto para a geração de

resultados, apontando-se para as mais relevantes que serão descobertas, classificadas e

tratadas para que o resultado seja mais eficiente e eficaz, traduzindo-se em ganhos concretos

ao processo.

5.1 Resultados do brainstorming

Inicialmente foi realizada uma reunião com a equipe de 05 (cinco) profissionais que atuam

diretamente com gerenciamento de riscos na segurança do transporte de cargas da empresa

“XYZ”, cujo objetivo era a participação de todos para explicar a metodologia a ser utilizada

no projeto. Após, realizou-se um brainstorming, conforme Tabela 1, visando identificar os

riscos do processo de segurança na entrega de produtos no Vale dos Sinos – RGS.

Tabela 1 - Processos de Brainstorming

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Fonte: Autor, 2013

O brainstorming foi classificado em seis fatores de ação a qual originaram-se mais seis

subitens de cada fator. Procurou-se ser claro e objetivo na identificação de fatores que

ocasionam ou contribuem para os riscos do processo de entrega de produtos no Vale dos

Sinos – RGS.

Os itens dos fatores identificados foram classificados em três pontuações: 1 (um) para

itens de baixa importância, 3 (três) para itens de média importância e 5 (cinco) para itens de

alta importância. Após a classificação de todos os itens, foi multiplicada a quantidade de

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votos recebidos para cada fator vezes o grau de pontuação, o que resultou ao final em uma

nota para cada item dos fatores. Desta forma os itens estão classificados conforme a

importância entendida pela equipe.

5.2 Resultados da matriz SWOT

A técnica da matriz SWOT foi desenvolvida por Albert Humphrey na década de setenta.

A sigla, definida por uma terminologia em inglês, acrónimo que define as forças (Strengths),

Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) do processo,

também por objetivo efetuar uma síntese das análises internas e externas que impactam aos

riscos do processo, sendo que auxilia na questão de identificar as estratégias para que sejam

resolvidos os problemas que afetam o processo. Desta forma, a matriz SWOT, Figura 3, foi

utilizada para conhecimento da motricidade dos fatores de risco ou seja, quais são os fatores

que podem potencializar perigos ao processo.

Figura 3 – Matriz SWOT

Fonte: Autor, 2013

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Assim, utilizou-se como critério na matriz SWOT, itens de magnitude e importância,

sendo que para a magnitude atribui-se a pontuação de +3 (três) positivo, para magnitude alta

positiva à -3 (três) negativo para magnitude alta negativa. Para a importância, atribui-se

valores como 1 (um), sendo de pouca importância, 2 (dois), sendo de média importância e 3

(três), sendo de máxima importância. Após classificação fica evidente na matriz, Figura 3,

quais são as variáveis que receberam maior importância, tanto positivas quanto negativas.

Desta matriz também podemos obter informações de quais variáveis são controláveis, pois

estão representadas no ambiente interno e quais são incontroláveis, pois dependem de ações

externas a qual não obtemos a gestão.

A vantagem da utilização da matriz SWOT é que conseguimos visualizar todo o

processo e o que está impactando para o seu desenvolvimento.

5.3 Matriz de risco e resultados da classificação do risco

A matriz de risco é uma ferramenta que deve ser utilizada para classificação de cada

tipo de risco do processo, sendo seu principal objetivo determinar os elementos críticos para o

negócio que poderão ser afetados por falhas ou erros no processo. Na matriz apresentada na

Figura 4, foi utilizada a classificação de probabilidade de acontecimento dos eventos versus a

consequência resultante para o processo, caso o mesmo viesse a ocorrer. Assim utilizou-se a

matriz representada nesta figura

Figura 04 – Matriz de Risco

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Fonte: Autor, 2013

Para o enquadramento do risco, conforme sua pontuação (probabilidade vezes

consequência) utilizou-se como parâmetro a seguinte classificação: risco menor ou igual a 4

(quatro) o risco é controlável, para risco maior do que 4 (quatro) e igual e menor do que 8

(oito) deverão ser criados formas de monitoramento ou melhorar a gestão sobre o risco

identificado para que sejam evitados danos futuros ao processo. Já para risco maior do que 8

(oito) e igual e menor do que 12 (doze), a ação deverá ser média e de curto prazo, pois caso

contrário o risco poderá se transformar logo em um risco com probabilidade certa de

acontecer e consequências impactantes para o processo. Na última classificação, sendo o risco

maior do que 12 (doze) e igual e menor do que 25 (vinte e cinco) explana de que este item

requer uma ação mediata de tratativa, pois a probabilidade de ocorrência é quase certa e sua

consequência pode ser catastrófica para o processo.

Sendo assim, é necessário de que seja também classificado o risco, com os conceitos de

probabilidade e consequência para que estatisticamente possamos definir qual é o grau de

probabilidade do risco acontecer e se este acontecer qual é o consequência que o mesmo trará

para o processo. Assim informou-se a probabilidade de cada item e multiplicou-se pela

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consequência informada, resultando em uma numeração que foi confrontada com a tabela de

risco confeccionada. O resultado de cada item requer uma tratativa de ação, conforme

apontado no anexo A.

5.4 Tratamento dos riscos do processo - Plano de ação e metas

No plano de ação e metas, estabeleceu-se ações baseadas na classificação dos riscos, ou

seja, definiu-se ações baseadas nos riscos classificados como tratativas de ação mediata ou

mais urgentes de serem resolvidos para que não causassem um descrédito no processo e

pudesse promover o resultado esperado. Aproveitou-se para também definir metas para a

equipe de profissionais que atuou na aplicação deste plano de ação, correlacionadas

evidentemente com as ações propostas para o processo. As metas serão medidas através de

indicadores de desempenho informados na parte inferior do plano. Ao centro do plano de ação

definiu-se ainda quais são as prioridades de solução para cada item da meta, utilizando o

conceito: ação pode afetar a meta (símbolo Y), quer dizer que a não realização da ação no

prazo ajustado poderá ter algum reflexo quanto ao não cumprimento da meta definida; ação

afeta a meta (símbolo O), ou seja, que a ação afeta a meta definida caso não seja realizada nos

na data aprazada e ação afeta diretamente a meta (símbolo X), sendo que se não for concluída

a meta com certeza não será atingida. Com base nos conceitos informados e no modelo de

plano de ação de FALCONI (2004), apresenta-se a Figura 4, que é plano de ação e metas a ser

seguido para este processo.

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Figura 05 – Plano de ação e metas

Fonte: Autor,2013

Com base na aplicação integral do plano de ação e metas as ações propostas foram

atingidas e conseguiu-se reduzir o volume de ocorrências de roubo na região do Vale dos

Sinos, comparando os meses de Janeiro e Fevereiro 2013 ao demais períodos apresentados,

conforme representado pela Figura 6.

Figura 6 – Gráfico de medição de resultados

Fonte: Autor, 2013

A partir da aplicação desta metodologia, aumentou-se satisfatoriamente a possibilidade

de produzir resultados, sendo que através de dos conceitos traduzidos da norma ISO,

conseguiu-se aplicar a gestão e desenvolver critérios para a identificação, classificação e

tratativa do risco.

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O diferencial da aplicação desta metodologia, nas questões de risco, para a tratativa

convencional é ditada pelos resultados que se pretende atingir, pois, com aplicação das tabelas

de gestão é possível identificar a causa raiz e tratá-la ou pelo menos identificar quais são os

riscos críticos de cada processo. Sabendo dos seus riscos com antecedência, a empresa poderá

estar ciente e assumir os seus impactos ou transferi-los. Assim a aplicação desta metodologia

só traz ganho ao processo, pois identifica os gargalos e detalha as suas fases, visando-se

traduzir-se em iniciativas que ao final representam o resultado.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As constantes dificuldades enfrentadas com os riscos da segurança do processo de

entrega de produtos na região do Vale dos Sinos – RGS, fez com que o mercado de segurança

se profissionalizasse cada vez mais e buscasse novas alternativas de combate aos constantes

roubos de produtos ocorridos, pois estes penalizam constantemente as empresas que decidem

expor e vender seus produtos nesta região.

Com base no problema apresentado, o volume de roubo de cargas na região do Vale dos

Sinos – RGS e seguindo os conceitos da norma geral ISO, conseguiu-se diminuir o volume de

roubos na região estudada. Desta forma, ressalta-se a importância do uso do gerenciamento de

riscos em processos críticos, onde é possível minimizar os riscos de perdas e frustrações,

evitando-se custo e tempo desnecessário para as organizações e proporcionando um melhor

desempenho nas suas atividades, aumentando a gestão e comprometimento dos membros com

o resultado a ser gerado.

No plano de ação desenvolvido, conseguiu-se ter uma visão clara e objetiva de todo o

processo, o que permitiu desenvolver com propriedade as ações para o cumprimento das

metas, sendo assim o êxito do projeto foi alcançado e, conseguindo-se trazer mais eficiência e

eficácia operacional e estratégia ao processo de entrega de produtos na região do Vale dos

Sinos - RGS.

7 REFERÊNCIAS

ABNT ISO GUIA 73:2009, Gestão de riscos – Vocabulário.

ABNT/CCE 63:000.01-001, Gestão de riscos – Ago, 2009.

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Engenharia). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP, 1999.

ARAUJO, C. E. F.; QUEIROZ, M.P.;SILVA, F. G. F. Análise Exploratória de Roubo de

Cargas em Rodovias Federais no Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira Risco e Seguro,

Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 129-144, out. 2008/ mar. 2009. Disponível em:

<http://www.rbrs.com.br/paper/_download/RBRS8-6%20Marcelo%20Pereira.pdf.> Acesso

em: 15 set.

BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Gestão e análise de riscos corporativos: método

Brasiliano avançado. Ed. Sicurezza, 2º ed., 2009.

CASTILLO, Ricardo; TREVISAN, Leandro. Racionalidade e Controle dos Fluxos Materiais

no Território Brasileiro: O Sistema de Monitoramento de Veículos por Satélite no Transporte

Rodoviário de Carga. In: DIAS, Leila; SILVEIRA, Rogério (Org). Redes, Sociedades e

Territórios. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2005.

GUERRA, Giane. Rio Grande do Sul tem uma carga roubada a cada 33 horas, 2012.

Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br/acertodecontas/2012/11/19/rio-grande-do-sul-tem-

uma-carga-roubada-a-cada-33-horas/?topo=52,1,1,,171,e171>. Acesso em 15 fev 2013.

NBR ISSO/IEC 31010:2012. Iso/Iec 31010:2012. Disponível em: <http://www.iso31000

qsp.org/2012/05/publicada-finalmente-nbr-isoiec-31010.html>. Acesso em 11 Mar 2013.

PADULA, Rafael. Transportes: fundamentos e propostas para o Brasil. Brasília: Confea,

2008.

THIOLLENT, M. Pesquisa-Ação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 1997.

WAGNER, Joel, Entrevista com rádio gaúcha, 2012. Disponível em <http://wp.clicrbs.com.

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horas/?topo =52,1,1,,171,e171>. Acesso em 20 fev 2013.

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Anexo A – Tabela de classificação do risco

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