politicas publicas paulo freire

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2.3 E n s i n a r e x i g e r e s p e i t o à a u t o n o m i a d o s e r d o e d u c a d o

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Pedagogia da autonomia/Respeito ao ser educando.

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Page 1: Politicas publicas paulo freire

2.3

E n s i n a r e x i g e r e s p e i t o à a u t o n o m i a d o s e r d o e d u

c a d o

Page 2: Politicas publicas paulo freire

Outro saber necessário à prática

educativa, e que se funde na

mesma raiz que acabo de

discutir - a da inconclusão do

ser que se sabe inconcluso -, é o

que fala do respeito decido à

autonomia do ser educando.

Do educando criança, jovem ou

adulto.

Page 3: Politicas publicas paulo freire

Como educador, devo estar

constantemente advertido

com relação a este respeito

que implica igualmente o que

devo ter por mim mesmo.

Não faz mal repetir afirmação

varias vezes feita neste texto

- o inacabamento de que nos

tornamos conscientes nos fez

seres éticos.

Page 4: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

P R O F E S S O R:

Page 5: Politicas publicas paulo freire

"Nas reuniões com os

coordenadores eles exigiam que a

gente tratasse os alunos como

clientes, lembrando que freguês

tem sempre razão. Um absurdo. (...)

Uma vez um aluno me disse que não

ia me obedecer porque quem

pagava a escola era ele. Fiquei

furiosa. Não sei o que será desses

alunos, com valores morais

deturpados. Eles acham que podem

tudo."

Iole Gritti de Barros, 54 anos, professora de história aposentada.

http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/medo_alunos.htm

Page 6: Politicas publicas paulo freire

O respeito à autonomia e à

dignidade de cada um é um

imperativo ético e não um favor

que podemos ou não conceder uns

aos outros. Precisamente porque

éticos podemos desrespeitar a

rigorosidade da ética e resvalar

para a sua negação,

Page 7: Politicas publicas paulo freire

por isso é imprescindível

deixar claro que a

possibilidade do desvio

ético não pode receber

outra designação senão a

de transgressão.

Page 8: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

P R O F E S S O R:

Page 9: Politicas publicas paulo freire

Portugal (2005-06-23) Professor agride aluno por não fazer os deveresUm aluno, de sete anos, da escola EB1 do Calvário, Serzedelo, foi agredido em aula, pelo professor, e teve de ser assistido no hospital de Riba de Ave. http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=486848São Bernardo SP (15-09-2009) Professor xinga alunos dentro de sala aula Os alunos da 8ª série F da EE Maria Iracema Munhoz, acusam um professor de Matemática de tê-los xingado. As ofensas foram gravadas. No áudio o professor diz que os estudantes são idiotas, covardes e mal-educados, justificando que eles são filhos de vagabundos e, por isso, lhes falta educação.http://www.dgabc.com.br/News/5766669/professor-xinga-alunos-dentro-de-sala-aula-em-sao-bernardo.aspxLea Valley In (26.05.2011) Professor chama aluno de 'traseiro de babuíno' e puxa cabelo de alunaTrevor Goode, professor de ciências chamou um aluno de "cara de traseiro de babuíno" e puxou os cabelos de uma outra aluna enquanto se referia a ela como um "cachorro". Acusado de 'conduta profissional inaceitável' evitou a suspensão e foi levado apenas a realizar um curso de controle de raiva dos membros do conselho de classe local voltados para a boa conduta acadêmica. http://odia.terra.com.br/portal/mundo/html/2011/5/professor_chama_aluno_de_traseiro_de_babuino_e_puxa_cabelo_de_aluna_167031.html

Page 10: Politicas publicas paulo freire

O professor que desrespeita a

curiosidade do educando, o

seu gosto estético, a sua

inquietude, a sua linguagem,

mais precisamente, a sua

sintaxe e a sua prosódia;

Page 11: Politicas publicas paulo freire

o professor que ironiza o

aluno, que minimiza, que

manda que "ele se ponha em

seu lugar" ao mais tênue sinal

de sua rebeldia legitima,

Page 12: Politicas publicas paulo freire

tanto quanto o professor que se

exige do cumprimento de seu

dever de ensinar, de estar

respeitosamente presente à

experiência formadora do

educando, transgride os

princípios fundamentalmente

éticos de nossa existência.

Page 13: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

P R O F E S S O R:

Page 14: Politicas publicas paulo freire

"Muitos pais acreditam em tudo o que

as crianças dizem e vêm procurar os

orientadores para tirar satisfação. Isso

é ruim porque, ao menor sinal de

deslize, os alunos fazem o que querem.

Por isso temos de ser duros. Sem

respeito com os professores, é

impossível qualquer aprendizagem e a

escola perde o sentido."

Neide Maria Negrini, 49 anos, professora de português na Escola Pueri Domus, em São Paulo.

http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/medo_alunos.htm

Page 15: Politicas publicas paulo freire

É neste sentido que o professor

autoritário, que por isso mesmo

afoga a liberdade do educando,

amesquinhando o seu direito de

estar sendo curioso e inquieto,

tanto quanto o professor

licencioso rompem com a

radicalidade do ser humano - a

de sua inconclusão assumida em

que se enraíza a eticidade.

Page 16: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

A L U N O S:

Page 17: Politicas publicas paulo freire

04.07.2007 - A Polícia Civil de Dracena SP, no Interior, começou a investigar o caso da servente Nair Silva Alves, 67 anos, que teve dois braços quebrados e ferimentos em um dos olhos ao ser pisoteada por estudantes de 5ª a 8ª séries da escola estadual Nove de Julho

21.06.2007 - A direção da Escola Estadual Darcy Pacheco, localizada em São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, decidiu não punir o aluno de 14 anos que, na tarde de terça-feira (19), queimou com um isqueiro o cabelo de uma professora. A informação é da Secretaria Estadual de Educação.

11.04.2007 - Alunos com idades entre 7 e 11 anos destruíram a Creche Municipal Maria Liberato Fraga Prates, no bairro Pontes, em São Sepé, no Rio Grande do Sul,

05.07.2007 - Professora de biologia foi colada em sua cadeira depois que alunos do 3º ano do ensino médio espalharam dois tubos de cola de secagem rápida em seu assento, dentro da sala de aula. O caso ocorreu na cidade de Macatuba, região central do Estado. Os responsáveis por espalhar a cola não foram identificados. A turma é de 35 alunoshttp://www.rainhamaria.com.br/Pagina/2543/Mais-desrespeito-na-escola

Page 18: Politicas publicas paulo freire

É neste sentido também que a

dialogicidade verdadeira, em

que os sujeitos dialógicos

aprendem e crescem na

diferença, sobretudo, no

respeito a ela, é a forma de

estar sendo coerentemente

exigida por seres que,

inacabados, assumindo-se como

tais, se tornam radicalmente

éticos.

Page 19: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

A L U N O S:

Page 20: Politicas publicas paulo freire

Aluna de 12 anos denuncia: "DESRESPEITO AOS ALUNOS"

From: [email protected]

To: [email protected]

Sábado, 3 de Setembro de 2005 - 10:03:29

Nome: P... Escola: EE L... Idade: 12 Grau: Básico Serie: 6ª Estado: SP

Assunto: DESRESPEITO AOS ALUNOS

Mensagem: Deixo aqui a denúncia (...), sei que não é fácil lidar com crianças e

adolescentes, mas ocorreu comigo um fato onde o coordenador de alunos gritou

pra mim o seguinte: “se eu era idiota,surda ou besta, porque ele me chamou e

eu não escutei” - faço parte da fanfarra da escola e no momento ela estava

tocando, minha mãe reuniu os alunos que viram ele fazer isso e foi na direção

da escola, não foi tomada nenhuma providência , então a minha mãe fez a

queixa na delegacia de ensino responsável pela escola (...)

http://educaforum.blogspot.com/2005/09/aluna-de-12-anos-denuncia-desrespeito.html

Page 21: Politicas publicas paulo freire

É preciso deixar claro que a

transgressão da eticidade jamais

pode ser vista ou entendida

como virtude, mas como ruptura

com a decência.

Page 22: Politicas publicas paulo freire

O que quero dizer é o

seguinte: que alguém se

torne machista, racista,

classicista, sei lá o quê, mas

se assuma como transgressor

da natureza humana.

Page 23: Politicas publicas paulo freire

Não me venha com

justificativas genéticas,

sociológicas ou

históricas ou filosóficas

para explicar a

superioridade da

branquitude sobre

negritude, dos homens

sobre as mulheres, dos

patrões sobre os

empregados.

Page 24: Politicas publicas paulo freire

Qualquer discriminação é

imoral e lutar contar ela é um

dever por mais que se

reconheça a força dos

condicionamentos a enfrentar.

A boniteza de ser gente se

acha, entre outras coisas,

nessa possibilidade e nesse

dever de brigar.

Page 25: Politicas publicas paulo freire

R E A L I D A D E D A S A L A DE A U L A

A L U N O S:

Page 26: Politicas publicas paulo freire

SIM, EU JÁ FUI DISCRIMINADA EM SALA DE AULA. Esse ano nas aula de Biologia um professor constantemente usava o termo "Matricular o Robinho na natação" para se referir a defecar, (...) questionei se ele não pensava que tal "brincadeira" não era extremamente racista e desrespeitosa, alguns meses depois, em uma aula de matemática (...) tentei tirar uma dúvida, com o professor que olhou para o meu cabelo (dreadlocks) e me devolveu outra pergunta: “O que você fumou ?”Chegando ao fim do ano, pensei que as amostras (...) de desrespeito haviam terminado, mas (...) me enganei. Na Semana da Consciência Negra, na aula de uma disciplina chamada Atualidades, o professor iniciou o conteúdo sobre o continente Africano, citando o Tratado de Berlim e se preocupou em frisar que a África sempre foi explorada, (...) pra encerrar usou o termo "Continente Prostituta" para se referir à África. Sou uma jovem negra de 18 anos e tenho consciência de onde vieram os meus ancestrais e do que eles passaram (...) tenho noção de que estudo numa escola que tem como foco preparar os alunos para o vestibular, mas não vejo a necessidade da utilização desse tipo de termo durante as aulas e principalmente, acho que nenhum aluno vai responder a uma questão no vestibular se referindo ao continente Africano como "Prostituta".POSTADO POR NALUI ÀS 18:47   (16/12/2010)     http://herstoriapreta.blogspot.com/2010/11/sim-eu-ja-fui-discriminada-em-sala-de.html

Page 27: Politicas publicas paulo freire

Saber que devo respeito à

autonomia e à identidade do

educando exige de mim uma

prática em tudo coerente com

este saber.

Page 28: Politicas publicas paulo freire

O U T R O S O L H A R E S S O B R E

O M E S M O T E M A :

Page 29: Politicas publicas paulo freire

A grande responsabilidade para a

construção de uma educação cidadã

está nas mãos do professor. Por mais

que o diretor ou o coordenador

pedagógico tenham boa intenção,

nenhum projeto será eficiente se não

for aceito, abraçado pelos professores

porque é com eles que os alunos têm

maior contato.

O artigo 13 da LDB dispõe sobre a

função dos professores:

Page 30: Politicas publicas paulo freire

Segundo a LDB o papel do professor

está muito além da transmissão de

informações. Dentro do conceito de

uma gestão democrática, ele

participa da elaboração da proposta

pedagógica do estabelecimento de

ensino, decide solidariamente com a

comunidade educativa o perfil de

aluno que se quer formar, os

objetivos a seguir, as metas a

alcançar..

Page 31: Politicas publicas paulo freire

O professor só conseguirá fazer com

que o aluno aprenda se ele próprio

continuar a aprender. A aprendizagem

do aluno é, indiscutivelmente,

diretamente proporcional à

capacidade de aprendizado dos

professores. Essa mudança de

paradigma faz com que o professor

não seja o repassador de

conhecimento, mas orientador, aquele

que zela pelo desenvolvimento das

habilidades de seus alunos.

Page 32: Politicas publicas paulo freire

A parceria escola/família,

escola/comunidade é vital para o

sucesso do educando. Sem ela a já

difícil compreensão do mundo por

parte do aluno se torna cada vez mais

complexa. Juntas, sem denegar

responsabilidades, a família, a escola,

a comunidade podem significar um

avanço efetivo nesse novo conceito

educacional: a formação do cidadão.

Page 33: Politicas publicas paulo freire

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à Prática Educativa.São Paulo; Paz e Terra,1996.

CHALITA, Gabriel.Educação, a solução está no afeto.São Paulo;Gente, 2010.

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