página sindical do diário de são paulo - força sindical - 24 de abril de 2015

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Foto: Alexsander Gonçalves Foto: Jaélcio Santana Miguel: “A regulamentação vai dar mais força aos Sindicatos” Dirigentes da Força Sindical em Brasília pela regulamentação O plenário da Câmara dos De- putados aprovou, na quarta-fei- ra (22), Emenda ao Projeto de Lei nº 4.330/2004, do deputado Arthur Oliveira Maia, do Solidariedade-BA, que trata da regulamentação da ter- ceirização, alterando alguns pontos do texto anterior. “A emenda preservou algumas propostas que consideramos funda- mentais. A empresa contratante terá que ser solidária com a contratada e garantir todos os direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores terceirizados. Além disto, esse traba- lhador continua na mesma categoria se for do mesmo ramo de atividade da contratante, o que lhe garante todos os direitos da Convenção Coletiva do sindicato”, afirma o deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presi- dente do Solidariedade. De acordo com emenda aprovada, a quarentena que o ex-empregado de uma empresa deve cumprir para que possa oferecer serviços à mesma em- presa no âmbito de uma contratada de terceirização diminuiu de 24 para doze meses. “A regulamentação vai dar mais for- ça para o sindicato negociar, mais força para o sindicato organizar a categoria e acabar com esse mito de que o traba- lhador terceirizado vai continuar sendo precarizado. Com estas medidas o tra- balhador terceirizado não será precari- zado”, diz o presidente da Força Sindi- cal, Miguel Torres. Tributação A emenda também determina que, nos contratos de terceirização não su- jeitos à retenção na fonte de 11% da fa- tura – prevista na Lei nº 8.212/91 para serviços de limpeza ou segurança, por exemplo –, ou às alíquotas relativas à desoneração da folha de pagamentos, a contratante será obrigada a reter o equivalente a 20% da folha de salários da contratada, descontando da fatura. O recolhimento antecipado do Im- posto de Renda na Fonte diminuiu de 1,5% para 1% para empresas de tercei- rização dos serviços de limpeza, con- servação, segurança e vigilância. Sindicalização Quanto à sindicalização, ficou defini- do que os terceirizados pertencerão ao mesmo sindicato da contratante ape- nas se ambas as empresas pertence- rem à mesma categoria econômica. No entanto, a emenda retira a necessidade de se observar os respectivos acordos e Convenções Coletivas de trabalho. Responsabilidade Quanto à responsabilidade, a emen- da torna solidária a responsabilidade da contratante em relação às obriga- ções trabalhistas e previdenciárias de- vidas pela terceirizada. Nesse tipo de responsabilidade, o trabalhador pode entrar na Justiça do Trabalho tanto contra a contratada quanto contra a contratante. O texto vai, agora, para aprovação no Senado. Com a regulamentação da terceirização, o trabalhador prestador de serviço não será precarizado TERCEIRIZAÇÃO Trabalho Publieditorial O Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização, foi aprovado, no dia 22, na Câma- ra dos Deputados. As emendas do deputado Paulinho foram incorporadas ao antigo texto do PL, que não garantia direitos dos trabalhadores. Agora, a regulamentação vai para o Senado e, se aprovada, vai estender aos mais de doze milhões de terceirizados do País os mesmos benefícios trabalhistas e previdenciários que têm os trabalhadores com carteira assinada. Se não forem pagos, a fornecedora de mão de obra – que terá de ser especializada numa só atividade – e a contratante poderão ser acio- Miguel Torres Presidente da Força Sindical Aprovado projeto que regulamenta a terceirização Opinião nadas na Justiça (responsabilidade solidária). O projeto regulamenta a terceirização das ativida- des-meio e fim, e faz com que o terceirizado seja re- presentado pelo mesmo sindicato da contratante, com direito à mesma Convenção Coletiva. A contratante – que só poderá terceirizar mão de obra para firmas da mesma categoria econômica – terá de fiscalizar se os encargos estão sendo pagos em dia (salários, 13º, fé- rias, FGTS, INSS etc). Com a regulamentação, mais empresas especiali- zadas e empregos serão criados, os sindicatos serão fortalecidos e não haverá precarização da mão de obra terceirizada. SINDICALIZE-SE PARTICIPE DO SEU SINDICATO! Regulamentação da terceirização passa na Câmara 1 – Para quem vale a terceirização? Para quase todas categorias, com ex- ceção da guarda portuária a cargo da administração dos portos, conforme emenda aprovada, além dos servidores públicos. No entanto, houve a extensão dos direitos trabalhistas e previdenciá- rios para os terceirizados de atividades- meio que prestam serviços no setor pú- blico. 2- Essa regra vale para todo o setor pú- blico? Não poderão ser terceirizadas ativida- des-fim nas empresas públicas, como Petrobras e Banco do Brasil. Mas as regras não se aplicam aos contratos de terceirização na administração pública direta, autarquia, fundações da União, dos Estados, Distrito Federal e dos mu- nicípios. 3- Os terceirizados podem ter repre- sentação sindical? Eles serão representados pelo sindicato da categoria da empresa prestadora de serviços. O sindicato poderá ser o mes- mo da empresa contratante quando a atividade terceirizada pertencer à mes- ma categoria econômica, valendo, as- sim, os mesmo acordos e Convenções Coletivas. A empresa que contrata a terceira precisa informar ao sindicato da categoria profissional correspondente os setores envolvidos até dez dias após a assinatura do contrato. 4- Os terceirizados terão direito a ali- mentação, transporte? Poderão ter acesso a transportes, refei- tórios e atendimento ambulatorial ofe- recidos pela contratante aos seus pró- prios empregados. 5- Em casos de troca de empresa, como fica a situação dos trabalhadores terceirizados? Devem ser garantidos salários e direitos do contrato anterior se a terceirizada admitir empregados da antiga contra- tada. 6- Como fica o pagamento de tributos? As contratantes deverão recolher 1,5% de IRRF, 1% de CSLL, 3,65% de PIS e Co- fins. Eles terão acesso ao crédito tribu- tário de 3,65%. 7- Qual a responsabilidade da empresa contratante? A responsabilidade será solidária, ou seja, poderá ser acionada na Justiça caso a terceirizada não cumpra os direi- tos trabalhistas e previdenciários. PERGUNTAS E RESPOSTAS A regulamentação vai dar mais força para o sindicato negociar, mais força para o sindicato organizar a categoria Miguel Torres

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Foto: Alexsander GonçalvesFoto: Jaélcio Santana

Miguel: “A regulamentação vai dar mais força aos Sindicatos” Dirigentes da Força Sindical em Brasília pela regulamentação

O plenário da Câmara dos De-putados aprovou, na quarta-fei-

ra (22), Emenda ao Projeto de Lei nº 4.330/2004, do deputado Arthur Oliveira Maia, do Solidariedade-BA, que trata da regulamentação da ter-ceirização, alterando alguns pontos do texto anterior.

“A emenda preservou algumas propostas que consideramos funda-mentais. A empresa contratante terá que ser solidária com a contratada e garantir todos os direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores

terceirizados. Além disto, esse traba-lhador continua na mesma categoria se for do mesmo ramo de atividade da contratante, o que lhe garante todos os direitos da Convenção Coletiva do sindicato”, afi rma o deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presi-dente do Solidariedade.

De acordo com emenda aprovada, a quarentena que o ex-empregado de uma empresa deve cumprir para que possa oferecer serviços à mesma em-presa no âmbito de uma contratada de terceirização diminuiu de 24 para doze meses.

“A regulamentação vai dar mais for-ça para o sindicato negociar, mais força para o sindicato organizar a categoria e acabar com esse mito de que o traba-lhador terceirizado vai continuar sendo precarizado. Com estas medidas o tra-balhador terceirizado não será precari-zado”, diz o presidente da Força Sindi-cal, Miguel Torres.

TributaçãoA emenda também determina que,

nos contratos de terceirização não su-jeitos à retenção na fonte de 11% da fa-tura – prevista na Lei nº 8.212/91 para serviços de limpeza ou segurança, por exemplo –, ou às alíquotas relativas à desoneração da folha de pagamentos, a contratante será obrigada a reter o equivalente a 20% da folha de salários da contratada, descontando da fatura.

O recolhimento antecipado do Im-posto de Renda na Fonte diminuiu de 1,5% para 1% para empresas de tercei-rização dos serviços de limpeza, con-servação, segurança e vigilância.

SindicalizaçãoQuanto à sindicalização, fi cou defi ni-

do que os terceirizados pertencerão ao mesmo sindicato da contratante ape-nas se ambas as empresas pertence-rem à mesma categoria econômica. No entanto, a emenda retira a necessidade de se observar os respectivos acordos e Convenções Coletivas de trabalho.

ResponsabilidadeQuanto à responsabilidade, a emen-

da torna solidária a responsabilidade da contratante em relação às obriga-ções trabalhistas e previdenciárias de-vidas pela terceirizada.

Nesse tipo de responsabilidade, o trabalhador pode entrar na Justiça do Trabalho tanto contra a contratada quanto contra a contratante.

O texto vai, agora, para aprovação no Senado.

Com a regulamentação da terceirização, o trabalhador prestador de serviço não será precarizado

TERCEIRIZAÇÃO

TrabalhoPublieditorial

O Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização, foi aprovado, no dia 22, na Câma-ra dos Deputados. As emendas do deputado Paulinho foram incorporadas ao antigo texto do PL, que não garantia direitos dos trabalhadores.

Agora, a regulamentação vai para o Senado e, se aprovada, vai estender aos mais de doze milhões de terceirizados do País os mesmos benefícios trabalhistas e previdenciários que têm os trabalhadores com carteira assinada. Se não forem pagos, a fornecedora de mão de obra – que terá de ser especializada numa só atividade – e a contratante poderão ser acio-

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Aprovado projeto que regulamenta a terceirizaçãoOpinião

nadas na Justiça (responsabilidade solidária).O projeto regulamenta a terceirização das ativida-

des-meio e fi m, e faz com que o terceirizado seja re-presentado pelo mesmo sindicato da contratante, com direito à mesma Convenção Coletiva. A contratante – que só poderá terceirizar mão de obra para fi rmas da mesma categoria econômica – terá de fi scalizar se os encargos estão sendo pagos em dia (salários, 13º, fé-rias, FGTS, INSS etc).

Com a regulamentação, mais empresas especiali-zadas e empregos serão criados, os sindicatos serão fortalecidos e não haverá precarização da mão de obra terceirizada.

SINDICALIZE-SE

PARTICIPE DO SEU SINDICATO!

Regulamentação da terceirizaçãopassa na Câmara

1 – Para quem vale a terceirização?Para quase todas categorias, com ex-ceção da guarda portuária a cargo da administração dos portos, conforme emenda aprovada, além dos servidores públicos. No entanto, houve a extensão dos direitos trabalhistas e previdenciá-rios para os terceirizados de atividades-meio que prestam serviços no setor pú-blico.

2- Essa regra vale para todo o setor pú-blico?Não poderão ser terceirizadas ativida-des-fi m nas empresas públicas, como Petrobras e Banco do Brasil. Mas as regras não se aplicam aos contratos de terceirização na administração pública direta, autarquia, fundações da União, dos Estados, Distrito Federal e dos mu-nicípios.

3- Os terceirizados podem ter repre-sentação sindical?Eles serão representados pelo sindicato da categoria da empresa prestadora de serviços. O sindicato poderá ser o mes-mo da empresa contratante quando a atividade terceirizada pertencer à mes-ma categoria econômica, valendo, as-sim, os mesmo acordos e Convenções Coletivas. A empresa que contrata a terceira precisa informar ao sindicato da categoria profi ssional correspondente os setores envolvidos até dez dias após a assinatura do contrato.

4- Os terceirizados terão direito a ali-mentação, transporte?Poderão ter acesso a transportes, refei-tórios e atendimento ambulatorial ofe-recidos pela contratante aos seus pró-prios empregados.

5- Em casos de troca de empresa, como fi ca a situação dos trabalhadores terceirizados?Devem ser garantidos salários e direitos do contrato anterior se a terceirizada admitir empregados da antiga contra-tada.

6- Como fi ca o pagamento de tributos?As contratantes deverão recolher 1,5% de IRRF, 1% de CSLL, 3,65% de PIS e Co-fi ns. Eles terão acesso ao crédito tribu-tário de 3,65%.

7- Qual a responsabilidade da empresa contratante?A responsabilidade será solidária, ou seja, poderá ser acionada na Justiça caso a terceirizada não cumpra os direi-tos trabalhistas e previdenciários.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

A regulamentação vai dar mais força para o sindicato negociar, mais força para o sindicato organizar a categoria Miguel Torres

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