página sindical do diário de são paulo - 19 de setembro de 2014 - força sindical

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Trabalhadores de Osasco se dispõem a ir à greve por reajuste Trabalho balhadores gráficos são prejudicados com a política das empresas de impri- mir livros na China, onde têm redução de custo. “Criam emprego lá fora e acabam com o emprego no Brasil. Fi- zemos um seminário na Praia Grande para discutir esta situação, falamos com parlamentares e governo mas, até agora, nada. Os trabalhadores es- tão apurando denúncias de que os li- vros não são impressos na China, mas em navios em alto mar”, diz Gildalvo. Reivindicações: Aumento real, repo- sição da inflação, 40 horas semanais, cesta de alimentos, horas extras, ma- nutenção do emprego, qualificação, combate à rotatividade e à terceiriza- ção, qualificação profissional e valori- zação do piso. Começou nesta semana a ne- gociação da CCT dos Gráficos do Estado de SP. São 40 mil traba- lhadores na Capital e 60 mil no Inte- rior, incluindo a Grande São Paulo, que reivindicam reajuste de 12% (6% de aumento real). “Vamos intensifi- car a mobilização da categoria com assembleias porque as negociações serão difíceis”, declara Gidalvo Gon- çalves Silva, presidente do Sindicato dos Gráficos de S.Paulo (Stig). São duas as datas-bases da maioria dos Sindicatos Gráficos no Estado: Jor- nais e Revistas – 1º de outubro e In- dústrias Gráficas – 1º de novembro. “Os patrões estão rindo à toa e com os bolsos cheios, pois tiveram muito lucro neste ano graças à Copa do Mundo e às eleições. Na Copa, as indústrias gráficas registraram bom desempe- nho, principalmente com materiais como panfletos, catálogos, jornais, revistas específicas e mapas para os visitantes, entre outros. As eleições também ajudaram a engordar a receita das empresas. Portanto, companhei- ros, o avanço da nossa Campanha Sa- larial depende muito mais dos traba- lhadores do que dos patrões. Vamos pressionar!”, diz Silva. Bom sinal – Para Leonardo Del Roy, presidente da Federação da categoria, o acordo fechado pelos Sindicatos de Santos e Região e do ABC, com datas -base em 1º de setembro, é um bom sinal. “Conquistamos reajuste de 8% (1,56% de aumento real) e vale-com- pra de R$ 65,00, reivindicado desde 1996”, informa Jorge Caetano Fermi- no, presidente do Sindicato de Santos. As três faixas de PLR foram reajusta- das: empresas com até 30 funcioná- rios pagarão PLR de R$ 543,00; de 31 a 100 trabalhadores R$ 670,00; e de 101 acima R$ 1.212,00. Outras con- quistas: quem tem um filho deficiente receberá R$ 115,20; quem tem dois R$ 207,04; e quem tem três R$ 287,55. O auxílio-creche será de R$ 370,92; o piso fica em R$ 1.236,40 e o piso di- ferenciado para trabalhadores em co- piadoras e comunicação visual será de R$ 952,40. China, a pedra no sapato – Os tra- Publieditorial Cerca de 7 mil trabalhadores metalúrgicos de Barueri e Cotia, das empresas Wap- metal, Jas, Aisin, Centigon, Wendler, Feva, New Oldany e Alvenius, entre outras, par- ticiparam das assembleias da Campanha Salarial 2014 realizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, e se dis- puseram a ir à greve caso os patrões não concedam aumento real. Foi o primeiro mutirão dos muitos que o Sindicato realizará durante a Campanha. O próximo já está marcado para o dia 23, nas empresas de Osasco Norte, Santana de Gráficos de SP intensificam luta por aumento real Avanço nas negociações dependerá mais da união dos trabalhadores do que dos patrões METALÚRGICOS Trabalhadores da Wapmetal aceitam parar contra a intransigência patronal Foto: Joícy Costim Foto: Arquivo Stig A Força Sindical sempre combateu o uso da Taxa de Referência (TR) como indicador para a atualização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Tanto que, em 2013, Sindicatos filiados à Central entraram com ação pela revisão do FGTS e correção monetária sobre as perdas de 88,3%, acumuladas desde 1999, na remuneração do Fundo com a TR como indexador (processos estes que permanecem parados na Justiça sem que o go- verno tome qualquer atitude para resolver a questão). Agora, enfim, surge uma luz no fim do túnel: a promessa de Luís Roberto Barroso, ministro do Su- premo Tribunal Federal (STF), de colocar, até o final deste ano, a al- teração do indicador que atualiza o FGTS em votação. Nada mais coe- rente. Afinal, a TR tem valor inferior, por exemplo, ao do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação e o índice pelo qual o mo- vimento sindical e o partido Solida- riedade, que também entrou com ação pela revisão, querem que o Fundo seja corrigido. Para se tenha uma ideia do tama- nho do prejuízo, um trabalhador que, em 1999, tinha R$ 1 mil na con- ta do Fundo com a correção pela TR, tem, hoje, cerca de R$ 1.400,00. Se calculado pelo IPCA, esse mesmo trabalhador teria, hoje, cerca de R$ 2.600,00 depositados. É ou não uma perda expressiva e uma injus- tiça que precisa ser sanada? Miguel Torres Presidente da Força Sindical FGTS: Supremo acende uma luz no fim do túnel OPINIÃO CAMPANHA SALARIAL Parnaíba e Vargem Grande Paulista (no dia 20, os trabalhadores se reunirão nas subsedes de Barueri e Cotia em seminários para reforçar a mobilização). “Não abriremos mão do aumento real e, se preciso, decretaremos greve geral. Conta- mos com vocês também nos seminários do dia 20”, reforçou Gilberto Almazan, diretor do Sindicato. A Campanha é unificada entre 53 sindicatos de metalúrgicos filiados à Federação e à For- ça, representando cerca de 700 mil trabalha- dores. Gidalvo: “Nosso avanço depende mais dos trabalhadores do que dos patrões”

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Destaques: Capanha salarial: 'Gráficos de SP intensificam luta por aumento real'; Opinião Miguel Torres: 'FGTS: Supremo acende uma luz no fim do túnel'; Metalúrgicos de Osasco: 'Trabalhadores de Osasco se dispõem a ir à greve por reajuste'

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Trabalhadores de Osasco se dispõem a ir à greve por reajuste

Trabalho

balhadores gráficos são prejudicados com a política das empresas de impri-mir livros na China, onde têm redução de custo. “Criam emprego lá fora e acabam com o emprego no Brasil. Fi-zemos um seminário na Praia Grande para discutir esta situação, falamos com parlamentares e governo mas, até agora, nada. Os trabalhadores es-tão apurando denúncias de que os li-vros não são impressos na China, mas em navios em alto mar”, diz Gildalvo.

Reivindicações: Aumento real, repo-sição da inflação, 40 horas semanais, cesta de alimentos, horas extras, ma-nutenção do emprego, qualificação, combate à rotatividade e à terceiriza-ção, qualificação profissional e valori-zação do piso.

Começou nesta semana a ne-gociação da CCT dos Gráficos

do Estado de SP. São 40 mil traba-lhadores na Capital e 60 mil no Inte-rior, incluindo a Grande São Paulo, que reivindicam reajuste de 12% (6% de aumento real). “Vamos intensifi-car a mobilização da categoria com assembleias porque as negociações serão difíceis”, declara Gidalvo Gon-çalves Silva, presidente do Sindicato dos Gráficos de S.Paulo (Stig). São duas as datas-bases da maioria dos Sindicatos Gráficos no Estado: Jor-nais e Revistas – 1º de outubro e In-dústrias Gráficas – 1º de novembro.“Os patrões estão rindo à toa e com os bolsos cheios, pois tiveram muito lucro neste ano graças à Copa do Mundo e às eleições. Na Copa, as indústrias gráficas registraram bom desempe-nho, principalmente com materiais como panfletos, catálogos, jornais, revistas específicas e mapas para os visitantes, entre outros. As eleições também ajudaram a engordar a receita das empresas. Portanto, companhei-ros, o avanço da nossa Campanha Sa-larial depende muito mais dos traba-lhadores do que dos patrões. Vamos pressionar!”, diz Silva.

Bom sinal – Para Leonardo Del Roy, presidente da Federação da categoria, o acordo fechado pelos Sindicatos de Santos e Região e do ABC, com datas

-base em 1º de setembro, é um bom sinal. “Conquistamos reajuste de 8% (1,56% de aumento real) e vale-com-pra de R$ 65,00, reivindicado desde 1996”, informa Jorge Caetano Fermi-no, presidente do Sindicato de Santos. As três faixas de PLR foram reajusta-das: empresas com até 30 funcioná-rios pagarão PLR de R$ 543,00; de 31 a 100 trabalhadores R$ 670,00; e de 101 acima R$ 1.212,00. Outras con-quistas: quem tem um filho deficiente receberá R$ 115,20; quem tem dois R$ 207,04; e quem tem três R$ 287,55. O auxílio-creche será de R$ 370,92; o piso fica em R$ 1.236,40 e o piso di-ferenciado para trabalhadores em co-piadoras e comunicação visual será de R$ 952,40.China, a pedra no sapato – Os tra-

Publieditorial

Cerca de 7 mil trabalhadores metalúrgicos de Barueri e Cotia, das empresas Wap-metal, Jas, Aisin, Centigon, Wendler, Feva, New Oldany e Alvenius, entre outras, par-ticiparam das assembleias da Campanha Salarial 2014 realizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, e se dis-puseram a ir à greve caso os patrões não concedam aumento real.Foi o primeiro mutirão dos muitos que o Sindicato realizará durante a Campanha. O próximo já está marcado para o dia 23, nas empresas de Osasco Norte, Santana de

Gráficos de SP intensificam luta por aumento realAvanço nas negociações dependerá mais da união dos trabalhadores do que dos patrões

METALÚRGICOS

Trabalhadores da Wapmetal aceitam parar contra a intransigência patronal

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StigA Força Sindical sempre combateu

o uso da Taxa de Referência (TR) como indicador para a atualização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Tanto que, em 2013, Sindicatos filiados à Central entraram com ação pela revisão do FGTS e correção monetária sobre as perdas de 88,3%, acumuladas desde 1999, na remuneração do Fundo com a TR como indexador (processos estes que permanecem parados na Justiça sem que o go-verno tome qualquer atitude para resolver a questão). Agora, enfim, surge uma luz no fim do túnel: a promessa de Luís Roberto Barroso, ministro do Su-premo Tribunal Federal (STF), de colocar, até o final deste ano, a al-teração do indicador que atualiza o FGTS em votação. Nada mais coe-rente. Afinal, a TR tem valor inferior, por exemplo, ao do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação e o índice pelo qual o mo-vimento sindical e o partido Solida-riedade, que também entrou com ação pela revisão, querem que o Fundo seja corrigido.Para se tenha uma ideia do tama-nho do prejuízo, um trabalhador que, em 1999, tinha R$ 1 mil na con-ta do Fundo com a correção pela TR, tem, hoje, cerca de R$ 1.400,00. Se calculado pelo IPCA, esse mesmo trabalhador teria, hoje, cerca de R$ 2.600,00 depositados. É ou não uma perda expressiva e uma injus-tiça que precisa ser sanada?

Miguel TorresPresidente da Força Sindical

FGTS: Supremo acende uma luz no fim do túnel

OPINIÃO

CAMPANHA SALARIAL

Parnaíba e Vargem Grande Paulista (no dia 20, os trabalhadores se reunirão nas subsedes de Barueri e Cotia em seminários para reforçar a mobilização).“Não abriremos mão do aumento real e, se preciso, decretaremos greve geral. Conta-mos com vocês também nos seminários do dia 20”, reforçou Gilberto Almazan, diretor do Sindicato. A Campanha é unificada entre 53 sindicatos de metalúrgicos filiados à Federação e à For-ça, representando cerca de 700 mil trabalha-dores.

Gidalvo: “Nosso avanço depende mais dos trabalhadores do que dos patrões”

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