literatas nº 19 - 2012

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Artigo de Marcelo Soriano publicado na Pg 13.

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  • 1. Literatas PROPRIEDADE DODirector: Nelson Lineu | Maputo, 24 de Fevereiro de 2012 | Ano II | N19 | E-mail: [email protected] Literrio Kuphaluxa : dizer, fazer e sentir a literaturaPor uma retrica da razo

2. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 | LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 2Editorial 3. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012| LITERATAS| LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |3Apresentao Eduardo Quive Dois anos depois, quem somos ns?D istam-se dois anos do longnquo 2009, ano em quePaulina Chiziane foi a nossa primeira vtima, ao aceitar com foi criado o Movimento Literrio Kuphaluxa, umpoucos conhecimentos sobre ns, deslocar-se para uma esco- grupo de leitores e escritores em formao, que visala to distante do centro da cidade, Escola Secundria dedivulgar a literatura moambicana, brasileira e de outros pases Malhazine, no bairro com mesmo nome. Sem entrar em deta-de expresso portuguesa, bem como a promoo de novos auto-res, de modo a tornar possvel o sonho de se ter um Moambiqueliterrio.A infinitude da misso encabeada por jovens, que se designamleitores, no imperfeito tema que se chama Literatura Moambi-cana, na situao em que ainda no se sabe definir, revela a outraface duma faixa etria tida como problemtica, no s emMoambique, mas tambm em outras terras.Contudo, essa massa que move-se por um fenmeno esquisito,inverso de um verso, ilusrio que se chama vontade, tomouas foras, ainda que num nmero nfimo, para encontrar respos- Amlia, Eduardo, Japone, Francisco e Izidine, de p. Agachados, Lineu e Amossetas e caminhos de tornar Moambique um pas de leitores e decidados culturalmente activos e proactivos. lhes, a escritora, tomou conta do recado. Ensinou e encenouAlis, esses caminhos, na tentativa de encurt-los, mold-los ao aos estudantes. Ainda ofereceu um exemplar de Niketche estilo moambicano, corta-mato, acabamos nos envolvendoescola, para nossa surpresa.em outras alegaes, como as questes ligadas qualidade de Paulina deixou escola, um ensinamento que no me esque- o: encontramos a palavra em tudo o quanto nos rodeia. Nos livros, at de Matemtica, Qumica, Fsica entre outros. Por isso dominar a palavra a nica alternativa que se pode ter para singrar em horizontes perfeitos. Por isso, no se justifi- ca, que uma biblioteca escolar tenha apenas livros de interes- se das cincias exactas. H que considerar a cincia da arte. O imaginrio que leva o homem ao mundo da criatividade. Mas continuando nas vtimas. De seguida, vieram os escrito- res Marceloensino e principalmente do formando. Panguana,Ento abandonamos a nobre sala do Centro UngulaniBa KaKhosa,Cultural Brasil Moambique e imigramos Juvenal Bucua-para as escolas secundrias, numa viagem,ne que tambm, engrossaram-seem que tivemos a ousadia de induzir tam- da retrica des-bm escritores.tesMarcelo Panguana 4. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012| LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |4Apresentao Continuao Dois anos depois, quem somos ns? Eduardo Quivemidos que no se sabia as suas origens. Alis, JuvenalBucuane chegou a oferecer cerca de 15 livros EscolaSecundria Nossa Senhora de Livramento, na Matola.A escritora Llia Mompl entrou na lista dos escritores quepartilharam seus saberes com aspirantes. Muitas vezes aescritora, chegou a reclamar de cansao pela idade, mas nun-ca cansada de ensinar, por isso a todos nossos chamamentos,dizia incodicionalmente Sim.Rubervam Du Nascimento dando palestra na Escola SecundriaFrancisco Manyanga em MaputoDepois, veio a escritora brasileira Ana Rusche, que conheciaMoambique pela primeira vez. E pela primeira vez, levamosum escritor a uma escola tcnica. Levamos Ana Rusche paraEscola Industrial 1 de Maio, em Maputo. De seguida, mais umescritor pelas guas do Atlntico veio a desaguar no ndico elevamo-lo Escola Secundria Francisco Manyanga. EsseEscritoras Llia Mompl e Ana Rusche em conversa, acompanhadaspor Mauro Brito e Amosse Mucavele homem chama-se Rubervam Du Nascimento.Du Nascimento, ao estilo das suas misses na periferia da cha-mada Distanteresina, em Piau, pregou evangelhos literriosO facto de estarmos sediados no Centro Cultural Brasil aos alunos da Manyanga e ensinou que ler mais do que formar-Moambique e apadrinhados pelo actual detentor dose. informar-se sobre o mundo e sobre si mesmo.Prmio Nobel da Literatura Moambicana, ou, se quise-Passando por essas vias rumo a consolidao dos nossos objecti-rem, Prmio Jos Craveirinha, o maior Prmio da literatu-vos, chegamos a parar na cadeia. Em 2010, entramos nara em Moambique, contribuiu para a credibilidade do movi-Cadeia Feminina de Ndlavela, no municpio da Matola, com amento. Refiro-me ao Calane da Silva.misso de conquistar mais leitores para a literatura moambica-Eterno cmplice deste movimento que nasceu em suas mos.na. Com apoio de editoras, reunimos livros e revistas que ofere-Acolheu e deu amor de me no lugar de barbas de pai.cemos s mulheres daquela instituio prisional.Ainda oferecemos livros infantis s crianas da Escola Comuni-tria Imaculada Conceio de Hulene.Avanamos. Andando pelas ruas de Maputo, vimos que h algoque esta cidade tem em quase todo o lado as accias. Isso nosincomodava.Calane da Silva, declamando num sarau cultural do KuphaluxaMas ainda no se cumpriram as menes no assuntoLiteratura nas Escolas. Lus Carlos Patraquim, tambmfora nossa vtima nesse projecto. Destinvamos a sua presen-a, Escola Secundria da Zona Verde e infelizmente, ohomem escapou. No tnhamos dinheiro para alugar umaProjecto Poesia nasAcacias na Rua daviatura para cumprir com o sequestro. Como diz-se nestaRdio Moambiquegerao [da vi(r)agem?], barracou. 5. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 | LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 5ApresentaoEduardo Quive Continuao Dois anos depois, quem somos ns?Decidimos invadir esse pomar de rvores sem frutos. Leva- Participam em revistas, portais e antologias literrias, curiosa-mos connosco a poesia. Nossa e a dos j conhecidos e reco-mente, de fora do que dentro de Moambique.nhecidos escritores. Eu, Mia Couto, Calane da Silva, disput- Facto que nos leva a preocupao sobre os planos de incentivovamos o espao no Jardim Tunduro e na Rua da Rdioe promoo da leitura em Moambique, bem como de criaoMoambique, com mais de cinco defuntos proeminentes dade espaos onde se incentive a escrita criativa e literria.Durante as visitas com escritores nas escolas, pudemos perce-ber que nem sempre cabe a razo a justificao os jovens nolem, importante que se criem condies e facilidades paraque de facto, ler no seja um problema.Criar condies para se ler, no implica s, tornar o livro maisbarato. Implica tornar o livro amigo do cidado comum e aces-svel. Dar acesso, volto a repetir, no baixar os preos exube-rantes com que so vendidos os livros, fazer com que a esco-poesia moambicana: Jos Craveirinha nosso pai e a nossala, as casas de cultura, as bibliotecas, sejam os pontos certosme, Nomia de Sousa, o poeta vagabundo e desgraado, mor-para se dar a conhecer o valor de uma obra literria e que l,to pelas suas prprias harpas e farpas, Amin Nordine, Gulamoseja possvel encontrar os livros para o consumo em tempos deKhan rugindo aos sons do tombo no Mbuzini, Carlos Cardoso,lazer. Isso faz-me lembrar os projectos: Ncleos Escolares deentre outros. Pois . Eles proeminentes e ns iminentes.Leitura, Literabrincando e Biblioteca Mvel, o KuphaluxaEstavam l outros vivos: Amosse Mucavele, Nelson Lineu, saber melhor implement-los.Francisco Jnior, Japone Arijuane, Mukurruza Que com Mas continuo apresentando e questionando sobre quem somoscerteza no os conhecem.ns.Pois. Esses jovens desconhecidos no pararam. Ainda sur-Ento j nos conhecem? Ainda no? Ento explico j de formapreendem. Foram vencedores de um prmio Mundial de Poe- resumida, mas com bons e importantes detalhes: somos osia na Itlia, venceram um concurso literrio de crnicas, con- Movimento Literrio Kuphaluxa, dizemos, fazemos e senti-tos e poesia do Brasil e ainda barrabatissaram novamente os mos a literatura, e pronto.brasileiros, uma classificao no Prmio Poetize-2012, entreD ois membros do Movimento Literrio Kuphaluxa, nomeada-mais de 2.000 participantes. mente, Eduardo Quive e Amosse Mucavele, vo participar emE so mesmo midos, estes? Maro prximo, da Bienal Internacional da Poesia em Luanda,So o Movimento Literrio Kuphaluxa.capital da Angola.Ambos, participam deste evento que acontece pela primeira vez no pas, aDizem que Kuphaluxa - e soletro: K, U, P, H, A, L, U, X, A.convite da Unio dos Escritores Angolanos, quem organiza a bienal.Significa Disseminar. Mas disseminar, em Ronga, esse do KaNa referida Bienal, sero reflectidas questes ligadas a poesia, entreMpfumo, Kupaluxa - e soletro: K, U, P, A, L, U, X, A. outros assuntos.Kuphaluxa sem H. Mas esta juventude, tal como outra juven- Ainda de Moambique, tomaro parte os escritoires Dinis Muhai, Lustude, tem os seus problemas e o seu maior problema, chama- Cezerilo e Filimone Meigos. E dos pases da CPLP, consta que estarose criatividade e inovao, por isso chamaram-se Kuphaluxa presentes escritoires como Lus Serguilhas, Melo e Castro (Portugal),Corcino Fortes (Cabo Verde), Odete Semedo, Tony Tcheca (G. Bissau),com H.Conceio Lima (S. T. e Prncipe), Cludio Daniel (Brasil), para almJovens que mais do que ensinar os outros a gostarem de ler,dos angolanos, Abreu Paxe, Joo Maimona, Lopito Feij, Joo Melo eensinaram a si mesmos a beber dos livros, os segredos da outros.sabedoria. E hoje o verbo se encarna. Nascem novos autores. 6. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 |LITERATAS| LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 6CrnicaEsse e outros Aos leitores da Revista Literatas tempos num s FICHA TCNICAENelson Lineura numa tarde, o sol levando Ede volta a luminosidade quedera por emprestado terra, nquanto o Gabito ia casa dopor aproximadamente 14 horas inin- Nhanga porreiro, reflectia sobreterruptas. Era crepsculo vespertino.o que lhe motivava a tal in-Vinha a ordem divina, da descida dacurso, a sempre conversa do pai e comescurido sobre a terra, mas oscolegas de trabalho, copos entre outrosPropriedade do Movimento Literrio Kuphaluxa homens da cidade desafiavam tal ordem acendendo abundantes lmpadas, afazeres ou desfazeres. Onde figuravamDireco e Redaco alimentadas pela electricidade. E, com auriculares de rdio calcando-me os palavras como: a juventude vai venderCentro Cultural Brasil - Mocambiqueo pas, no saberiam vestir os valores ouvidos, escutava o evoluir da depresso tropical Giovanna que se abatiaAv. 25 de Setembro, N1728,que lhes fizeram lutar pela independn- sobre as terras malgaxes e que em breve ameaava arrasar a costa sul e cen-C. Postal: 1167, Maputocia, o orgulho nacional nos putos no tro de Moambique. tem ptria, duvido que saibam entoar oDe sbito, o meu telefone-celular toca. uma mensagem que assomou hino e saibam o significado das coresTel: +258 82 27 17 645 / +258 84 07 46 ao ecr do celular, exigindo-me o servio dos olhos. Li a mensagem, sei l da nossa bandeira.603de quem era, a pedir o servio do papel e da esferogrfica, desse secular e O pai que se chamava Pedro Vivo,Fax: +258 21 02 05 84mais perfeito casamento, do qual devia frutificar algo a respeito do Movi-mesmo com brigadas de mobilizaesE-mail: [email protected] Literrio Kuphaluxa. Concretamente a mensagem dizia: a prximaclandestinas, s teve conscincia de queBlogue: literatas.blogs.sapo.mzedio da Literatas o sobre o Movimento Literrio Kuphaluxa. Se puder tinha que lutar pela independncia a escrever algo a respeitoagradecemos. Atnito fiquei a imaginar a serieda-partir dos textos do Rui de Noronha, de do teor da mensagem. Escrevo ou no? Antes devo vos segredar que Nomia de Sousa, Craveirinha que via DIRECTOR GERALdetesto escrever por encomenda, muito menos para o pblico. Um bbado nos jornais, a censura da PIDE era ine- Nelson Lineuno bebe seno para ele mesmo, para excitar o seu crebro, se evadirficaz porque para ela at podiam cortar ([email protected]) momentaneamente dos problemas da vida, ser extraterrestre. A escrita oos textos mas no os sentimentos.Cel: +258 82 27 61 184 meu vcio, o meu mau hbito, a que me desliga da terra. J com o curandeiro na sua frente. Ou- DIRECTOR COMERCIAL Cogitei, por fim, escrever o pedido. Alis, na situao de algum neces- viu-lhe dizer que essas acusaes eram Japone Arijuane sitar de mltipla ajuda, enquanto o agricultor oferta cereais, o pescador o defesas de homens como seu pai, se ([email protected]) pescado, o escritor d a escrita. No o fizesse e eu estaria a vender ao desba- vocs so assim porque eles no ensi- Cel: +258 82 35 63 201rato a minha parca ingratido. Sim, estaria a agir de m f, desvalorizando o naram como devia ou porque ensinaram exmio trabalho dos outros. Faz isso quem pe os culos de madeira: diriamassim. Quando a juventude vai lutar EDITOREduardo Quiveisso talvez os polticos. E eu no me afeio com tais culos, no fao vista pelos seus direitos como eles fizeram([email protected]) grossa e muito menos ouvidos de mercador. Me informo a par e passo do chamam de marginais, vndalos. ComoCel: +258 82 27 17 645 grande trabalho que este movimento exerce em prol da literatura moambi- exemplo tenho o caso de um jovem do cana e lusfona. Ainda de modo platnico, relegando as vantagens materiais kuphaluxa que recebeu ameaas, co-CHEFE DA REDACOvardes como sempre foram, a pessoaAmosse Mucavelepara o segundo, terceiro, quarto, enfim, talvez para o derradeiro plano. ([email protected]) no se identificou e ligou de umConheci a revista Literatas, a filha unignita do Movimento LiterrioCel: +258 82 57 03 750 nmero privado. Kuphaluxa, quando corria, clere, para o fim o vizinho ano de 2011. Era no - Por falares em kuphaluxa, como que ms de Outubro e acabava de sair a pblico pela dcima segunda vez. Sim,REPRESENTANTES PROVINCIAIS eles conseguem se manter em p nesseDany WambireSofala12 edies j tinham sido consumidas pelo pblico leitor interessado de toda cenrio?() comunidade dos pases de lngua portuguesa, incluindo Moambique cla- Lino Sousa MucuruzaNiassa - O amor pelo que fazem faz crer que as ro. coisas andam as mil maravilhas, mas()Mauro BritoZambziaO encontro com a revista no foi programado, ao acaso, assim comoestamos a falar de um sistema literrio() surgem as gravidezes indesejadas. Pesquisava sobre literatura moambica-em nascimento ou seja desafiando uma na na internet e de inopinado apareceu-me uma sugesto, um link em quetentativa de abortos, as dificuldades so COLABORADORES FIXOSIzidine Jaime, Pedro Do Bois (Saranta Cata- provavelmente teria o que precisava. Nesta hiperligao me veio a revista imensas, a partir dos meios, e o que a rina-Brasil) , Victor Eustquio (Lisboa)literatas, repleta de informaes de consagrados escritores moambicanos emim deixa expatriado o facto das in- no s. Depois pululavam poemas extraordinrios de jovens escritores, stituies e intervenientes a fim no seCOLUNISTAsobretudo.fazerem sentir, sem um fio que lhes en-Marcelo Soriano (Brasil) Me apaixonei pela revista, humildosamente falando, primeiro pela qua- rede. Os literatos dia-a-dia vo acor- lidade de informao de que a revista dispunha, e segundo pelo facto de a dando a jovialidade neles e nos outros, FOTOGRAFIA Arquivo Kuphaluxa revista estar a ser coordenada por jovens, grupo que ultimamente severa-acima de tudo mostrando aos mais vel- mente satirizado pela antiga gerao por ter pouca ou quase nenhuma afei- hos que existem e esto prontos para o pela leitura e escrita. O Movimento Literrio Kuphaluxa no vem provarjuntos literarem. Se queres que as PARCEIROS coisas melhorem como futuro que a o contrrio?! Ah, deixo isso para debates, acesos de preferncia. Centro Cultural BrasilMocambique Depois da paixo, de imediato pedi para colaborar com a revista, pelo anos nos prometido. que o patrono da mesma, o Movimento literrio Kuphaluxa acedeu amavel- O que tens que fazer chegar a casa, Portal Cronopiosmente. A partir de ento passei a escrever para a revista at hoje. tirar do ba onde contm os textos que www.cronopios.com.br Em jeito de fecho, apelo a todos intervenientes da rea literria que se teu pai ti falou, e pedir que leia, as coisas s esto assim porque ele seRevista Blecaute atentem aos jovens escritores que da revista brotam, desbastando-os at se esqueceu do que l vem escrito. Veras tornarem verdadeiros escritores. Ainda, apelo aos mesmos intervenientes Revista Culturas & Afectos Lusofonosque o dito ser feito. que se inteiram das actividades deste exemplar grupo e auscultem os empe-culturaseafectoslusofonos.blogspot.com cilhos que, porventura, estejam a fazer do trabalho do movimento um pande- mnio, um autntico martrio. Um abrao de Dany Wambire / Beira 7. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 | LITERATAS| LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |7Poesia Outras Margens MedoRelgioNas Baixas doNiassaAmlia Matavele*Mauro Brito*Mukurruza *Quando o silncio fica mudo Tempo que veste-se de nadaLargas opinies dos refgiosNas Baixas do Niassa...Parece que tudo agita-seH sempre uma belezaPrefiro dizer que muitas vezesA nota musical minguando asDos pinheiros e montan-sinto falta do silncio.tribos do solBertolde Gomes Francisco has,Hora Madeira, nasceu aos 29 deFlores e matagaisPalpitando o oxignio do mofoMaro de 1989 na cidade de Aves e flores________________queMaputo. Concluiu os estu-E a prpria beleza de ex-Amlia Margarida Matavele Enegrece um quarto sem parto dos secundrios na Escolaistir.nasceu a 08 de Dezembro deAntropofagia de quem manda naSecundria Josina Machel Nas baixas do Niassa...1991 em Maputo. Frequenta o manada em 2009. Os rios se abraamcurso de Qumica na Universi- Regista-se os quem nunca membro fundador do As riquezas se escondemdade Pedaggica e membroApadrinharam custicos raptosMovimento Literrio Kupha- Os olhares se encontramdo Movimento Literriodos ponteirosluxa e destaca-se como de- Reflectidas no mais puroKuphaluxa.A pressa do mar atravessando clamador em noites de poe- espelhoOs seus poemas so publica- os ps do Zambezesia. Tem seus textos publi-De onde o amor brota e sedos com frequncia na Revista Beleza do tempo nem tanto, cados na Revista Literatas.espalhaLiteratas.venceu o minuto Nas Baixas do Niassa...Fugiu tudo do olhar supremo H feitio, ao som das ma-Miam latejantes olhares pudicos rimbas, Quintal do silncioEm abraos nos chapas 100 Percolado na saborosa,Que nunca contampolpa dos pssegos,Izidine Jaime Que j estrumou coraes,_____________________ Outrora ridos de amor.Olho-me por dentro da almaMauro Brito Combo, nascido aosNas Baixas do Niassa...Silncios em jeito de conversa17 de Fevereiro de 1990 em Nam- H sempre um tempo livre,ondulam pensamentos de-sassossegados. Agarro um teropula, actualmente a residir emQuelimane onde cursa Ocean- GulasH katxolima a rasgar gar-gantas dos nossos paisde mim no vazio por onde as ografia na Universidade Eduardo E nossas mes de capu-lgrimas nascem empregandoMondlane. Membro doFrancisco Junior*lana cantamsorrisos. Um estranho vento finge Movimento Literrio Kuphaluxa Profecias escondidasser calmo na brisa Enquanto o desde a sua fundao e membro No apocalipse das Xiwodassol cai em slabas. A noite ven-do Movimento Humanista. Gulas Que previram o poder doscida deixa uma luz apadrinhar o Embora sem livro, as suas crni-consumimosMatakasmundo. Que noite vencer o sol? cas, poemas e ensaios so publi-L nas baixas do Niassa...aos sorvosPenso! No quintal uma folha mecadas em revistas literrias, a de- Onde o povo se encontrapalavralembra a cor da natureza. Naso stacar, revista Tarja Preta daa ______________________de novo. Nascer de novo vencerAcademia Onrica de Piau, re-palavra Mukurruza, pseudnimoo que nos mata por dentro. Deixovista Blecaute do Brasil e RevistaLiteratas.a dialcticade Lino Sousa Mucuruza,em mim viver algum que diz sereu. Sentado defronte a uma pal- anacrnicanasceu em Quelimanehota, Falo comigo para no me daonde moldou a sua vida eesquecer. Meus olhos roam o A espera nossa a maneira de sentir ascoisas que formam ocu num gatinhar de nuvens. fomeMas o qu procuram? Um galo dehomem (Dor, Amor, Helga Languana*Paixo) e reside na cidadesolteiro contempla o vazio da ca- cada dia.poeira, Engana a si prprio At quando, frica! Minha xiluvade Lichinga, provncia denamorando o cho Preguioso perdida no meio da escurido. Ate Niassa.durmindo no seu ltimoquando te subjugaras ao medo? membro de direco do_____________________ (CEPAN) Clube de Escri-aconchego, No canta? Diz ter Porque tens medo da tua fora?Francisco Celestino Jnior, tores poetas & Amigos doesquecido a cano da madru-At quando ficaras jogada no meioda rua mendigando o que j tens?nascido ao 23 de Agosto deNiassa.gada1988, residente no bairro deO teu cu s tu podes fazer e o que Costa na colectnea des ningum pode roubar te Ali-infulene, subrbio de poesia, (Noite Amanhecida)____________________Maputo. Estudante de con-Izidine Jaime Poeta, membro menta teu filho, esta nova frica tabilidade e finanas na Uni-publicada em 2009. Edo movimento Literrio kupha- recm nascida. Para que se torne aainda membro fundadorversidade Eduardo Mond-luxa, nasceu em Nampula aos 23 me o filho e o filho a me Concluado movimento Gincanaesta profecia que a muito j foilane. Colaborador da revistade arte Lichinga.de Janeiro de 1993 e residenteTarja Preta da Academiaem Maputo. Possui artigos e tex- esquecida frica, surge et ambula! tambm membro doOnrica Piau Brasil e da re-tos literrios publicados em revis- ____________Movimento Literriotas nacionais e estrangeiras. Foi Helga Rita Custdio Languana, vista Literatas.Kuphaluxapublicado numa antologia de jov- nasceu no dia 15 de Maio de 1990ens escritores de Nampula doem Maputo, cidade onde reside. grupo Os Pensadores (2010), pre- estudante de Medicina na Univer-miado no XXVII Prmio Mundial sidade Eduardo Mondlane.de Poesia Nsside da Itlia (2011)na categoria de Mencionado. 8. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 | LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 8IntercmbiosBrasil Moambique Luana Antunes da Costa Allan da Rosa escritor bra- professora e pesquisadora sileiro. Mestre em histria en- na rea de Literatura Afri- quanto didica-se adramatur- cana de Lngua Portuguesa gia, cinema, jornalismo e tem edoutorandaem literatura di n am i z ad o c ul t ur a n as comparada na Universidade periferias de So Paulo. de So Paulo. Veio a Maputo em Setembro noDe viagem para Maputo com mbito do projecto Brasili- Allan da Rosa, ambos movidos dades e Africanidades onde pelo projecto Brasilidades e Afri- orientou com a organizao do canidades orientou palestras e lanou a obra Pelas guas Mes- Kuphaluxa, palestras sobre a tias da Histria, uma leitura de O cultura negra no Brasil. Outro P da Sereia de Mia Couto.Ana Rsche escritora, advogada e dinam-izadora cultural no Centro Cultural Alemo. doutoranda em Literaturas Africanas deExpresso Portuguesa na Universidade deSo Paulo.Esteve em Maputo entre os dias 1 e 5 deAgosto de 2011 para um intercmbio literriocom o Movimento Literrio Kuphaluxa e durantea sua estadia na capital do Pas realizou umaoficina de escrita criativa, palestras nas esco-las, entrevistas com escritores e ofereceuvrios livros ao Movimento.Rubervam Du Nascimento poeta e professor de direito naUniversidade Federal do Piau. Labora como jurista no Min-istrio do Trabalho do Brasil. Esteve em Maputo para actividadesligadas a sua rea professional de trabalho, mas foi inevitvelque fugisse para conhecer o Movimento Literario Kuphaluxa,com realizou uma palestra na Escola Secundria FranciscoManyanga e no dia 19 de Agosto, marcou amantes de literaturede Maputo com uma Noite de Poesia e fez o lanamento do seulivro Esplio, cujo valor das vendas o autor ofereceu gentil-mente ao Movimento. 9. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012|LITERATAS| LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |9Testemunho POETAS DO NDICO 35A Morte de mim e o nascimentoANOS DE ESCRITA Ftima Mendona do Eu enquanto Ns() Houve fatores a Fonte: Revista Mulemba (UFRJ)determinar algumanovidade, nas duas ltimas dcadas, relativamente ao que foi o contedo dasNo quero morrer no queropropostasanteriores,nomeadamente de Charrua, Xiphefo e Osis. Em primeiro lugar, observa-Apodrecer no poema se o desaparecimento progressivo de grupos constitudosQue o cadver de minhas tardes em torno de projetos sob a proteo de instituiesJapone Arijuane No venha feder em tua manha feliz Ferreira Gullar dependentes do Estado (AEMO, etc), para dar lugar a iniciativas individuais de poetas que, quer atravs de [email protected] cursos literrios, quer atravs de edies de autor ou ini- ciativas editoriais comerciais, patrocinadas em geral porntes queramos mudar o mundo, fazer um mundo literrio, mais humano eagentes econmicos (operadoras telefnicas, bancos etc), emergem ou reemergem na cena literria, dando lugar aintelectual, mas aprendemos que ningum e nada pode mudar, hoje muda-uma recepo mais alargada. Para tal, contribui, sem dvida, uma maior rede de distribuio, principalmente emmos a ns mesmo, para que esse mundo no nos mude. Foi pensando em Maputo, aliada a um melhor apetrachamento das bibliote- cas provinciais; alm disso, os interesses das muitas livra-fazer o bem e dizer a verdade, que nos vimos na diferena da maioria, por essas aces que rias existentes voltaram-se para a promoo de textos moambicanos. Tambm a interveno dos diversos cen- tros culturais, criados na capital moambicana, tem cola-fazemos de graas ao rcio, perpetuam-nos uma conotao como extra-terrestres, o facto borado quer para a dinamizao da atividade potica, por parte de grupos de jovens constitudos em torno dessede pertencermos uma sociedade onde as pessoas promovem a regresso mental, e os objetivo, quer para uma interao cultural mais ampla. Cabe dar destaque a grupos de poesia que promovemrgos de comunicao que seria educativos divulgam e acreditam na mesma demncia, recitais: o Graal Moambique, com a realizao das Tertlias de sbado, desde 2000; o Teatro Avenida, queguiados por geraes e esteretipos banais que fazem o crepsculo mental colectivo. Nsacolhe o grupo Arrabenta Xithokozelo, desde 2006; o Centro Cultural Brasil-Moambique, onde est sediado oque a N milhas distanciamo-nos deste exorcismo patolgico, destes preconceitos, aparece- grupo Kuphaluxa e o ICMA (Instituto Cultural Moambi- que Alemanha). Com intervenes mais alargadas amos no como extra-terrestres, mas como terrestre-extras, extras desta sociedade que a outras artes, projetam-se o Instituto Cames e o Centro Cultural Franco-Moambicano. No quadro de ao estatal, a revista PROLER, do Fundo Bibliogrfico de Lngua Por-pique caminha para o precipcio, sociedade desbotada em regime de cegueira. Ns como tuguesa, tem cooperado, numa vertente mais pedaggica, para a promoo da leitura.enviados de sei l quem, munidos pelo mesmo ideal (no ideias como muitos: caixas deSaliente-se que o aparecimento de alguns dos novos autores encontra legitimao na publicao em livro ouressonncia) fazendo, dizendo, e sentido a literatura, divulgando-a, como activistas liter- nas antologias organizadas pelos poetas Nlson Sate e Rogrio Manjate (tambm narrador, ator, encenador) 14. Arios, isentos de qualquer coeso, ns enquanto ns, independentemente dos meios esua divulgao nas redes sociais, nomeadamente noFa- cebook, em blogs (ver ma-shamba blog) ou sites de poe-momentos, somos limpos tal e qual nossas lnguas, que as no sujamos por mais de quemsia, indica uma criativa adaptao a novos tempos e novas formas de fazer circular textos e de lhes dar visibili-sejam as botas, alis a lngua o nosso instrumento de trabalho, por esta outras razes dade.Entre as mais recentes revelaes esto: Amin Nor- din (falecido em 2010), com Vagabundo desgraa-preservamo-la. Os mais atentos diro ento porque a morte de mim e nascimento do Eu do (1996), Duas quadras para Rosa Xicuaxula (1998) e Do lado da ala B (2003); Eusbio Sanjane, com Rosas eenquanto ns?lgrimas (2006); Sangare Okapi, com Inventrio de angstias ou apoteose do nada (2005) e Mesmos barcosBom, sei os contrastes mentais que um labirinto potico-filosfico pode vs submeter, masou poemas de revisitao do corpo (2007). O ressurgi- mento, agora, com outro amadurecimento, de Celso Man-fao jus aos apurados mentais, alis esse um dos objectivos do Kuphaluxa, o tal Ns, guana, com Ptria que me pariu (2006), e de Chagas Levene, com Tatuagem de estrelas (2008), que tinhamsubir a literacia no sentido intelectual a sociedade, obvio enquanto homem individualestado ligados Gerao 70/Osis, mostram o potencial contido nesta poesia mais recente, opinio que partilhomorri para dar vida a Eu potico que fez nascer o Ns Kuphaluxa. com Carmen Secco: () alguns dos poetas egressos da Gerao 70, embora no tenham logrado publicar seus livros, no param de escrever. E por qu? Em nossa opinio, porque, apesar de se terem declara- O qu que dirs?do poetas do real, da denncia direta da fome, identificando-se como herdeiros de distopias e guerras, no abandonaram a uto- pia do fazer literrio e sabem, no ntimo, que ainda precisam Vsaprimorar seus versos. Notamos que o descontentamento frente ao contexto econmico, social, poltico e cultural do pas gran- Minha alma separa-se de mim de, refletindo-se no quadro atual da poesia. Vrios poetas Vai indo por ai densa de eu!alguns que pertenceram Charrua e outros que surgiram parale- O qu que fars?lamente ou depois revelam, em seus ltimos poemas, uma ctica lucidez em relao realidade de Moambique, mas pros-Se esse ser ilusrio cansar de ser,seguem no encalo das "paisagens da memria" e dos Chamars o destino para destinares-me?"subterrneos dos sonhos" (SECCO, 2008, p.30) () 10. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012| LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |10TestemunhoAmosse Mucavele DIZER, FAZER, E SENTIR A LITERATURA: POR UMA RETRICA DA RAZO Os remos dispensamas suas ricas analises, ensaios e publicaes a uma dzia de nomes. Ex: Mia Temos as mos Couto (Moambique), Pepetela (Angola), que de uma ou de outra forma limi-Para a navegao ta os anseios de um universo de 7 pases vistos como perifricos (os AfricanosSangare Okapi- in Mesmos Barcos ou Poemas de Revisitao do Corpoe os Asiticos), todavia em Moambique guarda(va)-se uma distancia de scu- los sobre a literatura brasileira contempornea(1990-2011) ,pois as obras que existem nas livrarias continuam as do Jorge Amado, Carlos Drummond deEu escrevo para adiar a minha a morte , apartir desta voz do escritor Argen-Andrade, e.t.c., e sobre a literatura Portuguesa(Jos Saramago e Antnio Lobotino, Jorge Lus Borges, que estes jovens cumprimentem-se a caminhar de ouvidosAntunes) e Angolana( Pepetela,e Luandino Viera).abertos para o lugar onde a palavra se enamora com a lngua. Este lugar deencontros constantes entre a realidade e a fico. Dada a esta paragem no tempo da literatura lusfona, criamos um espao ( o blog do kuphaluxa, uma espcie de relatrio das nossas actividades, achamosJ que De facto, por mais heterodoxos ou abrangentes que sejamos, no podemos nos pouco e mais tarde nasceu a Revista Literatas) de dialogo intercultural, dearticular directamente com a tradio mundial, que alis no existe em estado pronto.divulgao da literatura lusfona, que logo a priori deixou de pertencer aoTodos nos articulamos nalgum lugar, retomado ou inventando tradies parciais. sen-Kuphaluxa(Moambique) o Brasileiro Pedro Du Bois foi o primeiro a acredi-do lugar naturalmente uma noo varivel ,que no momento devido a nova onda de tar no projecto ,a Lurdes Breda( Portugal) e seguiram-se mais outros escrito-internacionalizao , esta passando por uma redefinio decisiva .res experimentados nos seus pases e alm fronteiras ( graas ao facebook conseguimos angariar mais colaboradores) a juntarem-se a estes jovens des-Esta voz estimula-nos a escutar o orgasmo da nossa capacidade leitoral, a ler o manual conhecidos vindos de uma nao que ainda no existe e logo tornou-sedas nossas verdes mos , isto Kuphaluxar (divulgar, dinamizar) de braos abertos num lugar de convvio, e divulgao da cultura lusfona.com os ps assentes no cho do nosso solo ptrio e interpretar sem nenhum vinculopolitico as maravilhas do mundo da literatura, como um mecanismo de assimilao eIIa aprendizagem para com a prpria vida.Esta aprendizagem no comea quando se percorrem distncias, mas quando se atra- Os discpulos tm sombras no corao e a realidade da carne ameaada dovessam as nossas fronteiras interiores.(Mia Couto-O outro P da Sereia )Mestre mais forte do que o testemunho da palavra. Mas o Mestre acredita queA tonalidade deste chamamento exprime-se nas harpas e farpas que esta aventura as aparncias morrem e que certas mortes so o comeo da vida.apresenta ao longo do seu percurso e desperta- nos ateno aos voos que os nossossonhos podem querer descrever nesta infindvel distncia.Perante este triste cenrio de ser residente de uma nao que ainda no exis-Eduardo white reflecte esta dicotomia nos versos deste poema:te com os seus problemas ( vive-se uma realidade exterior a nossa, onde as tempestades ocidentais apoderam-se da nossa cultura ),revestidos de umEscrever uma droga antiga quotidiano (i)real, (in)caracterstico, dentro deste cenrio h uma voz queUma bebedeira que queima com a lentido a cabea,Traz a luz desde as vsceras fala verdades ,ela que a voz do povo , a fora revisitadora , e ressuscitadoraO sangue a ferver veias tubulantes da nossa cultura dos contos orais na tpica maneira de contar estrias ( karin-Traz a natureza estimulantes das paisagens que temos dentro. gana ua karingana) No ser esta preocupao reflectida neste hipottico exerccio de escrita cria-As imagens que compem as nossas fronteiras interiores, o brilho das paisagenstiva desenvolvida por estes jovens?que temos dentro e os instrumentos de que a escrita se serve(a droga), se alimentaSintetizo: escrita criativa, pois ainda no so escritores, indo na acepo do( a bebedeira), se aconchega (a natureza), se ilumina ( a luz), se move (o san-Alcir Pcora sobre a ideia da criao literria afirma:gue),mostro- nos o quo difcil , e longa a viagem neste() espao essencial (aNo parece haver nada relevante sendo escrito ,essa a mais provvel razoliteratura -o bold meu)que necessrio cercar de altos muros como pedia Pessoa .desse poo ,desse mar de coisa escritaPorque ai que ns somos o que somos, ai que somos tais que no podemos vender, Ainda na esteira de Pcora:nem ningum nos pode comprar. ou se quisermos rasgar os ltimos vus de sis e serhumildes, l que habita alguma coisa que, em ns mesmo melhor do que ns(). Exactamente porque no preciso, escrever pode ser tudo menos uma actividade entreOlhando atentamente para as nossas leituras, e sendo ns o tipo de leitores que no outras quaisquer. Escrever um acto que, de sada, j deve uma explicao: ele tem de reinventar sua prpria relevncia , a cada vez , ou ento se condenar a ser apenas umapodem ler livros sem se lerem nos livros. Ou antes sem que os livros os leiam. ideia torta de novidade; o retorno do mesmo, piorado.Assim comeamos a por os remos a navegao (dinamizando a cultura e decla- Este kuphaluxa um pequeno ncleo dotado de ideias progressistas, visomando de forma activa) e a cada dia o nosso rio chamado tempo aumenta(va) os realista, universalista, solidariedade social, privilegiado por uma retrica daseus afluentes ,dai que sentimos a necessidade de dispensar os remos e comear- razo. Este ncleo revisita todos os projectos literrios que acompanharam amos a utilizar as mos para a navegao. histria do Pas.As nossas mos detm uma escrita em construo que poucas vezes surpreende pela Alis Ftima Mendona na sua proposta de periodizao da literatura moam-sua fraca qualidade esttica e artstica, assim sendo concorrendo a nenhum espaobicana, de 1986, afirma que nas mais jovens geraes de escritores moambi-nos jornais (quase com poucas paginas destinadas as artes e letras). canos encontram-se hoje ressonncias de metfora e da parataxe do Craveiri-As mesmas que logo a priori tem um sonho de resgatar do silencio total em que esta nha, do verso seco e angustiado do Knopfly () h uma herana literria aembrulhada a literatura moambicana que comparada as grandes, a nossa literatura construir-se. pobre e fraca, mas ela, no a outra, que nos exprime. Se no for amada, no revela- ___________________________________________________________________r a sua mensagem, e se no amarmos, ningum o far por ns. Se no lermos as obrasque a compem, ningum as tomar do esquecimento. Descaso ou incompreenso. BibliografiaNingum alm de ns, poder dar a vida a essas tentativas muitas vezes dbeis, outrasvezes fortes. Robert Scharwz Sobre a Formao da Literatura Brasileira in Sequencias Brasilei-E nesta perspectiva que o kuphaluxa promete acelerar substancialmente o progresso ras pag.22-Companhia das Letras 1999sociocultural deste Pas: Eduardo Loureno in Carta melanclica aos Leitores Jovens do nosso Pas pag-Democratizar a literatura, divulgar a literatura 17,17-30 de Junho j.letras 2009moambicana, criar o gosto e o habito de leitura,ibidem Robert Scharwz in Sequencias Brasileiras pag 22 op.cit.usar a palavra como arma de intervenosocial ,tornar a escrita como uma charrua e o papelJos Craveirinha Eduardo Loureno artigo citadoem branco como os sulcos que esperam a semente(melhorada pelo musculo erudito e adubada pela 2006 pag pag 93-op cit por Andrea Catropa in Escassos Vasos Comunicantes A relao entre critica e poesia Brasileira Contempornea pag 35 in Protocolos Criti-transpirao.cos-Itau Cultural 2008 2006 pag. 97Foi devido aos escassos meios de divulgao da literatura moambicana seja dentro oufora, ou mesmo da prpria literatura lusfona (onde os editores, crticos, e Professores Sangare Okapi Um Projecto Chamado Oasis-Da Existencia Colectiva Afirmacaode literaturas Africanas de expresso portuguesa cingem os seus prestigiosos estudos,Individual:in Memorial AEMO pag-57 11. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 | LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 11Publicidade Maputo capital poltica e econmica deMoambique Em Agosto de 2012Homenageando a me dos poetas moambicanos, Nomia de SousaSer a capital da LiteraturaFestival Literrio de MaputoSaiba como participar em:http://festivalliterariodemaputo.blogspot.com [email protected] ser parceiro ligue:+258 82 57 03 750+258 82 35 63 201 12. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012|LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 12MomentosEcos duma noite potica com Rubervam Du No h minudnciassobre o KuphaluxaNascimento em Maputo E CEduardo Quive assim intitulo uma incurso que o poeta Rubervam Du Nascimentoonheo-os h dois anos [email protected] pelas terras que albergam a histria dos homens frica. Esta, dedo cancro literrio entrar-memos abertas, entregou-se na alegria de ver o seu filho, entregue longi-tude por onde se localiza, Piau, e reuniu outros filhos, ao estilo do meu frico pas, para celebrar a sua vinda.no crebro. Mas antes deixa-Na noite que s foi recebida no dia 19 de Agosto de 2011, depois de anos de audincia marcada, naquela que foi a sua pri-me dizer que h muitos bons quemeira presena fsica pelo continente que O bero da Humanidade, o poeta Rubervam Du Nascimento, peando pelas fazem poucos e h poucos bons queareias de Maputo, ofereceu aos moambicanos uma noite de poesia e universalmente mgica que at hoje Moambiquerecorda. Falo de universo, porque as noites no se comparam, seja em Moambique, no Brasil, em Angola, nos Estados fazem muito.Unidos ou na China. Cada noite uma noite. E cada noite um universo para quem a vive de forma diferente. Fazer muito o mesmo que fazer mui-Na sagrada sala do Centro Cultural Brasil Moambique, o filho da terra cognominada Distanteresina hasteou a sualrica poesia exotrica, que obrigou ao pblico afluir em massas naquele espao em to escura noite. Algo j mais visto: a to bem, podemos colocar um adjectivosala empessoada de gente ao mais de 100; ouvidos deflagrados na sucumbncia do seu manifesto potico que durou cerca ou substantivo, antes ou depois dode 40 minutos, alm do Esplioque se recusou sobrar nas prateleiras das livrarias moambicanas. Alis, esta obra se queresteve numa prateleira. Esgotou no mesmo dia em que teve a dura tarefa de autografar e tirar fotos com os novos leitores grau. O Kuphaluxa, nome com signifi-da sua poesia. cado que est a ser usado na sua verda-E eu disse a sua poesia exotrica, volto a afirmar, sem remorsos. A poesia de Du Nascimento, embora difcil de se encon- deira literatura, um daqueles movi-trar, comum e conhecida e, j me ponho a justificar:Rubervam Du Nascimento escreve na voz de um frico personagem. mentos que s vemos sua aparnciaA poesia do Rubervam Du Nascimento mesmo um Esplio. E de qu composta esta frica nossa? De restos, lem-em pas do capital, mas no, aquibranas, postumidades e atalhos. Uma histria que se descobre todos dias. Uma histria que se nega a si mesma. Porisso, um escrever potico dramtico, altas e baixas, faz com que qualquer africano se encontre, se descubra e tenha um esto, no pas devedor de bancos culti-ponto de partida. A poesia do Rubervam, leva-nos a isso, em particular na obra que tenho vindo a citar.vando na massa os vrios alicerces daRubervam Du Nascimento, embora brasileiro no podia ser, de modo nenhum, um imigrante nas terras negras. A sua lin- cultura literria, do quotidiano, sempreguagem extraordinariamente mtica tal como o bero que o acolheu nesses dias. A prova disso pode se ter na palestraque orientou numa das mais antigas e maiores instituies de ensino do Pas, Escola Secundria Francisco Manyanga, relembrando os clssicos.dia antes da noite potica.Quando chegaram os bons duvidaram,J no me cabem nomeaes.Isto para ilustrar algumas alegaes que esto por detrs do sucesso da noite potica, que o poeta brasileiro proporcionou os melhores apoiaram em tudo, porqueao pblico de Maputo a quando da sua visita em Agosto do ano 2012. tem na mente culta-literria que o pasAntes da leitura do seu manifesto potico, o evento foi brindado com o recital de um dos escritores que um smbolo da no se faz sem culturas ou no se fazliteratura moambicana. Falo-vos do professor, romancista, poeta, ensasta e jornalista, Calane da Silva, actual detentor doPrmio Jos Craveirinha, o maior prmio moambicano de literatura, agora tambm designado Prmio Carreira. sem um livro na mente. ReceberamCalane da Silva, que no mesmo dia, recebeu Rubervam no seu escritrio do Centro Cultural Brasil Moambique, onde vrios ensinamentos sobre a literaturadirector, recitou um poema indito de Jos Craveirinha, numa autntica exaltao do clssico da poesia moambicana.De seguida, foi a vez do Rubervam Du Nascimento, que para a surpresa de todos, no seu manifesto potico, dialogava com e nunca chegaram a considerar-sevrias figuras da literatura moambicana, dentre os quais passo a nomear, Jos Craveirinha, Ana Mafalda Leite, Calane da (ironia da metfora) os que melhorSilva, Rui de Noronha, Rui Knofli, Eduardo White, Sulemane Cassamo, entre outros. Ainda chegou a recitar alguns versos fazem, deixaram que os seus acompa-destes autores, numa interaco entre o clssico, moderno e contemporneo, nesta ltima, a considerar, a poesia de KhiriaWakria, ainda sem livro publicado e Eduardo Quive, participante de diversas antologias como premiado, mas sem livro nhantes achem.publicado e jornalista.Kuphaluxa, vocs brincamsrioLogo, estvamos numa noite onde, para a surpresa de todos, brasileiro, era apenas o sotaque, do resto, Rubervam Du Nas-cimento era nosso. Moambicanizado e Africano. A olhar pelo cenrio que aconteceu na noite potica - sala escura, apenas demais e se esquecem que sofrem decom uma lmpada vermelha no centro do palco improvisado, o autor sozinho no palco e circundado de espectadores - leva- um sindroma: literatura. Vocs some a comparar s noites do Nkaringana Wa Nkaringana que so estrias contadas numa noite, com pessoas em volta da srios demais que me deram cancro elareira atentas a um nico apresentador, ou, se quisermos, o artista que faz o espectculo. Ao estilo moambicano. Com oRubervam foi a mesma coisa, num cenrio cuidadosamente desenhado por si e com a cumplicidade do Movimento Liter-agora vou espalhar aos meus alunos.rio Kuphaluxa, agremiao que o acolheu literariamente, durante os dias que passou em Maputo.Assim, foi a noite de poesia, em que o poeta brasileiro, Rubervam Du Nascimento, proporcionou ao pblico, a magia dapalavra e o prazer da lngua. Rubervam Du Nascimento deixou um legado em Moambique e uma dvida eterna de voltar a Dizer, fazer e sentir a literatura.brindar aos fs que ele mesmo conquistou com mais noites, agora no s de poesia e manifestos, mas de aprendizagens eIzidro Dimandede convivncias.Caro poeta, tenho f que um dia Maputo voltar a lhe ter em seus braos, tal como o tive. 13. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012|LITERATAS |LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ | 13Revoluo literria moambicana o paradigma Movimento KuphaluxaFilosofoniasMarcelo Soriano BrasilRicardo Riso Brasil Um sculo de paz sobre a Face da TerraQ uase o tempo de existncia do Movimento Kuphaluxa foi o incio do meu contacto com alguns dos seus inte- grantes, dentre os quais destaco Mauro Brito e AmosseMucavele, este j um parceiro de projectos literrios.Desde o seu incio impressionou-me a determinao de seuscomponentes em tirar da inrcia a cena literria moambicana,ainda que diante das limitaes do pequeno ambiente das letrasno pas, dos impedimentos que a nova gerao sofre para adqui-rir seu espao e obter o respeito das geraes anteriores, assimcomo o parco apoio financeiro e tecnolgico para o desenvolvi-Imagem sob licena Creative Commons Atribuio - No Comercial - Sem Derivados 2.0 Genrica (CC BY-NC-ND 2.0). Autor: Neil Carey, "Mother Earth". Fonte: http://www.flickr.com/photos/mrbultitude/21433726/mento de seu projecto de maior ambio, a revista electrnicaE is o modo como eu sinto, vejo, leio, a arte dos actores sociais, sejam elesLiteratas. moambicanos ou brasileiros, tenham eles a nacionalidade que seja, eles que escrevem, escrevem, desmedidamente, sem visar lucros pessoais e crditosAps dezoito edies, Literatas hoje uma importante publi-financeiros a partir de suas letras inspiradas (e inspiradoras): "Um sculo de paz sobre acao de integrao das literaturas em lngua portuguesa. UmFace da Terra". Vejo muito de mim, do que j fui e, tambm, deste que, ora, sou, em algunsprojecto ousado, a mostrar a coragem de um grupo de jovensjovens, meninos e meninas, que se expressam livremente atravs da literatura nas suasapaixonados pela literatura e aptos a promover o fim do silen-comunidades locais, nas suas cidades, regies, pases e continentes, assim como emciamento comunicativo das nossas ilhas lusfonas espalhadas meio as suas amizades, famlias e redes sociais. E, assim, mirando-os como num espe-lho, no concebo isso tudo que vejo como imagem utpica, iluso ou aparncia, pura epelo globo terrestre. Uma manifestao literria que em sua cur-simplesmente. Vejo a alma que suponho ter e pela qual luto e reluto para no deixar queta durao j semeou e colheu melhores frutos do que as pfiasse extinga. E personifico o que vejo na figura de um barqueiro nocturno, em meio tor-menta, sem medir esforos para sobreviver, manter o rumo e no deixar que a luz depolticas dos nossos governos e seus ministrios de cultura, oseu lampio se apague como se fosse, aquela, a luz da vida (A vida, neste caso, aque me leva a confirmar a anlise do ensasta brasileiro Silviano literatura). Vejo no espelho que se apresenta a minha frente, a diviso de esforos emultiplicao de talentos. Vejo a parte boa, a metade s, a poro redentora de umaSantiago acerca do cosmopolitismo do pobre e sua actuaorealidade difcil, complicada e atribulada que enfrentamos diariamente neste, como bemcomo agente reprodutor de cultura e reivindicaes: traduziu Shakespeare, "imenso cenrio de dementes". E quando me refiro literatura,abordo o conceito produtivo, dinmico, persistente de letramentos, construtivismos,No plano dos marginalizados, a crtica radicaladaptaes, releituras, inovaes e superaes da (e pela) palavra criativa.aos desmandos do estado nacional, tal como esteest sendo reconstitudo em tempos de globali- Amo ao ponto de comparar a um beijo de paz sobre a Face da Terra esta litera-zao, no se d mais na instncia da polticatura e seus agentes vivificadores, principalmente a literatura juvenil que sempre e comoficial do governo nem na instncia da agenda tons de esperana aborda temas altos, como amor, paixo, liberdade, luta, sonhos eeconmica assumida pelo Banco Central, emvida. De um modo objectivo e efectivo me vem mente, neste contexto, os jovens doacordo com a influncia coercitiva dos rgosfinanceiros internacionais. Ela se d no plano do Movimento Literrio Kuphaluxa, com os quais venho me correspondendo e produzindodilogo entre culturas afins que se desconheciamliteratura lusfona colectivamente, desde a metade do ano passado (2011). Penso, aquimutuamente at os dias de hoje. Seu modo sub- no conforto da minha cela temporria chamada existncia: como cheguei at estesversivo brando, embora seu caldo poltico sejajovens? Como eles chegaram at mim? Que sorte do destino esta que uniu nossasespesso e pouco afeito s festividades induzidaspela mquina governamental (SANTIAGO, redaces, idias e ideais? Ns, com nossas lnguas semelhantes, porm, no idnticas.2004, p. 61). Cada qual com sua identidade... Comunicando e captando mensagens transmitidas deuma mente para outra, de um indivduo para um colectivo (e vice-versa)... Movimento...Literatas ainda apresenta-se incipiente em seu projecto grfi-Mover-se... Movimentar-se num sentido e direco a prprio modo... Um caminho comco e linha editorial, porm, condizente ao processo de formao indicadores vectoriais que apontam para a CPLP - Comunidade dos Pases de LnguaPortuguesa... Kuphaluxa, o Movimento jovem que se prope ideolgica e com cidadanialiterria e intelectual de seus idealizadores que procuram apri-transcontinental "Dizer, Fazer e Sentir a literatura". O que fao eu, aqui, em meio a estesmorar a revista a cada edio. Minha nica ressalva se d para ameninos e meninas? Ora, fao o que posso de melhor, isto , escrevo como um velho edefasado homem que acabou, por uma injeco de nimo cultural, de se redescobrir eausncia de representantes da literatura negro-brasileira, poismotivar como parte integrante e integrada de um Movimento sem fronteiras que o desa-com a integrao de seus partcipes em suas pginas, visto quefia de modo contnuo a propagar e repercutir a Literatura em sua forma mais nobre;como ferramenta de cidadania, desenvolvimento e intercmbio cultural de uma socieda-esses escritores so invisibilizados por aquilo que se considerade livre de todos os males que a impedem de se tornar imagem e semelhana de amor ecomo literatura brasileira, a comunidade lusfona teria outra perfeio. O que fao eu aqui? Pratico a expresso da alma pela escrita. Pratico o docedimenso da pluralidade da produo literria do Brasil.e saudvel exerccio da Eterna (e contagiante) Juventude. Kanimambo, Kuphaluxa!Para finalizar, minhas congratulaes para este colectivo ....................................................................moambicano que concretiza um novo paradigma para o inter- Frase semanal:cmbio das literaturas em lngua portuguesa. Eu toro sempre para que os optimistas sejam admirveis orculos eLonga vida revista Literatas e ao Movimento Kuphaluxa! no idiotas inconsequentes. 14. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012 |LITERATAS |LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |14Voz Activa O Impacto do Kuphaluxa para poetas de LichingaNa histria do Movimento Literrio Kuphaluxa, destaca-se a partir de 2011, com a criao da Revista Literatas, pela suaexpanso pelo pas. Assim, iniciou uma luta para reverter o cenrio em que, de Moambique que , o Kuphaluxa era maisconhecido fora. Nesse trajecto de sermos conhecidos e atingir com os nossos projectos jovens de outras provncias, o nossorepresentante na cidade de Lichinga, capital do Niassa a norte do Pas, trs o relato dos acontecimentos. OMovimentoLiterrio no intuito de enqua-Lino Sousa Mucuruza Lichinga Kuphaluxa tem vindo a drar as [email protected] ocupar um espao que nun- Niassa se fez repre- ca tinha sido ocupado no panorama sentar em 2011 noliterrio do nosso pas, assim como mundialmente atravs da sua revista literria. projectoPoesiaCom expresso nos pas falantes da lngua portuguesa a revista Literatas tem sido um dina- nas Accias commizador da repesca dos escritores jovens e ou emergentes, estes que tem vindo a afirmar-se quatro poetas:na ilustrao mxima da nossa jovem literatura.Mukurruza, Eduar-Exemplos concretos apontam a provncia do Niassa com grande enfoque nos distri- do Tocoloua, Zefe-tos de Lichinga e Cuamba onde foram chancelados escritos de alguns poetas no rino Massingue, ecaso de Arsnio Mpissa novo talento daquele distrito sul do Niassa. Alguns exem- Francelino Wilson atravs de poesias estampadas em algumas accias daplos ainda vem a recair na cidade capital, Lichinga, com uma vasta gama de poetas Rdio Moambique no Maputo e um Msaho realizado no Jardim Tunduro.publicados, refiro-me concretamente Zeferino Massingue, Humberto Joo, Eduar- Eduardo Tocoloua, Zeferino Massingue, Octvio Dinala, em entrevista ado Tocoloua, Ernesto Carlos, Octvio Dinala e Mukurruza, motivo suficiente para Literatas, contam ter conhecido o Kuphaluxa, atravs da sua revista que lhesapostarem neste movimento literrio com apenas dois anos a actuar no Pas e que j chegou das mos da representao da mesma a nvel da provncia do Niassa.deixa atrs alguns movimentos considerados antigos.Os poetas acrescentam ainda, que alm de electronicamente a revista deveriaEm Niassa, por exemplo, o Movimento Literrio Kuphaluxa tem se feito presente sair em verso impressa, de modo que, todos possam a ter acesso.atravs dos grandes eventos que em levado acabo a nvel do Maputo,Cartas de LeitoresCaro Leitor, amigos e simpatizantes da Literatas, voc podeopinar sobre os contedos publicados e ou assuntos em desta-que na lusofonia. Para isso, escreva-nos pelo e-mail:[email protected] amigos do Kuphaluxa, saudaes!Antes de mais, votos de ptimas realizaes na vida social, cultural e sobretudo pessoal.Bem hajam neste 2012!Ora, no vou entrar com verbos nem provrbios.COMENTRIOS:Meu Caro Eduardo:- tei do novo aspecto gr 1. Agradeo a revista Literatas (que no recebi por vossa via, mas podem adicionarem- do LITERATAS. GosObrigado pelo envio me aos contactos e jaz, manda-me logo o PDF); pre-fico.ractivo. Parabns! Est realmente "decara lavada" e mais ate 2. Parabns pelo RETURN;s olhos tambm comemciso no esqu ecer o ditado de que o 3. Sugesto: julgo que desta at a prxima edio tomem em ateno ao envio de corres- verdade! tudo o que desejo.pondncia (o endereo de e-mail fidedigno, sempre). Recomendo a porem os destinat- Sucesso para a vossa publicaorios em BCC (aparece como "Cco" no Gmail). Assim preservam a identidade de todosos vossos contactos. (imaginem se algum deles tiver um vrus ou spam, pishing e por ai,ficamos todos na (****imaginao);Com o apreo do4. Quanto ao PDF. Parabns pelo esforo. Mas altura de arregaar mangas. Peo portrliaAfonso Brando / Ausisso autorizao para usar esta Edio para moldar e enviar-vos uma Proposta de Layout. aveirinha. Ele estgeado o Poeta Jos Cr PS - Foi oportuno ter em homenaO nunca gos-5. Visitei recentemente os vossos trs blogs. Devo reconhecer o crescimento e dedicao s e porque a FRELIM muito esquecid o por razes poltica que depositam no trabalho...apesar da falta de ferramentas! Ora, utpica possibilidade deicar por- vir formalizar o meu pedido de parceria (queria usar uma expresso como simpatizante), tou muito dele. apas na lngua", e expl preciso dize-l o abertamente, sem "ppa,para ajudar a moldar algumas questes estticas, por favor considerem este e- mpula), o Antnio So , o Vasco Fenita (de Napodem dar o seumail. Devo recordar que tenho um blog mas que por falta de matria anda s moscas... qu. O Calane da SilvaSerra so pessoas queNo entanto vejo que o Kuphaluxa tem muito a dar e gostava de dar o meu singelo contri-o ou mesmo o Carlos a coragemo Mia Coute o assunto. H que ter buto. Caso se interessem simples, mediante confirmao escrita explicarei exactamentetestemunho, que podem escrever sobrs no ter emr todas. Foi pena voco que proponho.de por os pontosnos "ii" de uma vez po s Zeca e Stliol as opinies dos filhoinc ludo neste destacve o.Espero ter trazido neste e-mail algo que possa ser tambm do vosso interesse. inalizado pelo primeir (este ltimo um pouco margEstou igualmente aberto a criticas e sugestes, comentrios e algo piri-pire!Mrio Eduardo / Maputo 15. SEXTA-FEIRA, 24 DE FEVEREIRO DE 2012|LITERATAS | LITERATAS.BLOGS.SAPO.MZ |15ltima HoraCorrentes dEscritas 2012 na Pvoa de Varzim de 23 a 25 a Fevereiro com elenco de luxoA rranca no dia 23 de Fevereiro de 2012 a13. edio das Cor- rentes dEscritas, evento literrio na Pvoa de Varzim que vai reunir mais de cinquenta escritores nacionais e estrangeiros,Lanamentossendo sem dvida o mais importante do gnero em Portugal. Vo22/02 22h00 Hotel Axis Vermarmarcar presena autores como Rubem Fonseca, Manuel AntnioBalada dos Homens que Sonham, vrios autores (Clube do Autor)Pina, Luis Seplveda, Ins Pedrosa, Rui Zink, Valter Hugo Mo, Rosa Palavras, versos, textos e contextos: Elos de uma corrente que nos une, vrios autoresMontero, Gonalo M. Tavares, Miguel Real, Eduardo Loureno, Jlio (Literarte)Magal h es, etc. 23/02 22h00 Hotel Axis VermarNa Sesso Oficial de Abertura das Correntes, que ter lugar no Casi-Lgrimas na Chuva - Rosa Montero (Porto Editora)no da Pvoa s 11h00 do dia 23, sero anunciados os vencedoresCinzas de Abril - Manuel Moya (Sextante)dos quatro prmios literrios em disputa, entre os quais o ambiciona- Travessa DAbenoada - Joo Bouza da Costa (Sextante)do Prmio Literrio Casino da Pvoa, assim como o Prmio Corren-Uma Fazenda em frica - Joo Pedro Marques (Porto Editora)tes dEscritas/Papelaria Locus, o Prmio Correntes dEscritas/s vezes o Mar no Chega - Sofia Marrecas Ferreira (Porto Editora)Fundao Dr. Lus Rainha e o Prmio Conto Infantil Ilustrado Corren-24/02 12h30 Casa da Juventudetes dEscritas/Porto Editora. Na Sesso de Abertura ser ainda lana- A Cor da Memria - Care Santos (Planeta)da a Revista Correntes dEscritas 11, dedicada a Eduardo Loureno.O Murmrio do Mundo - Almeida Faria e Brbara Assis Pacheco (ilustraes)Para o prmio principal, no valor de vinte mil euros e que ser entre-(Tinta da China)gue no encerramento do evento, no dia 25 de Fevereiro, s 18h00, o24/02 17h00 Casa da Juventudejri, constitudo por Ana Paula Tavares, Fernando Pinto do Amaral,ltimas Notcias do Sul - Luis Seplveda e Daniel Mordzinski (Porto Editora)Jos Antnio Gomes, Patrcia Reis e Pedro Mexia, escolheu, entre25/02 12h00 Casa da Juventude200 obras, estes livros como finalistas: A Cidade de Ulisses, TeolindaRostos na Multido Valeria Luiselli (Bertrand)Gerso (Sextante); As Luzes de Leonor, Maria Teresa Horta (DomHumilhao e Glria Helena Vasconcelos (Quetzal)Quixote); Adoecer, Hlia Correia (Relgio Dgua); Bufo e Spallan-25/02 18h00 Casa da Juventudezan, Rubem Fonseca (Sextante); Do Longe e do Perto - Quase Di- Nova Teoria do Mal Miguel Real (Dom Quixote)rio, Yvette Centeno (Sextante); Dublinesca, Enrique Vila-MatasUm Piano Para Cavalos Altos - Sandro Willim Junqueira (Caminho)(Teorema); O Homem que Gostava de Ces, Leonardo Padura (Porto27/02 - 18h30 - Instituto Cervantes (Lisboa)Editora); Os ntimos, Ins Pedrosa (Dom Quixote); Tiago Veiga Rosa Montero e Ins Pedrosa conversa a propsito do livro Lgrimas na Chu-Uma Biograf ia, Mri oCl udi o(Dom Q uixot e). vas 15h00 do dia 23 ter lugar no Auditrio Municipal a Conferncia28/02 18h00 Instituto Cervantes (Lisboa)de Abertura, proferida por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto.ltimas Notcias do Sul Luis Seplveda e Daniel Mordzinski (Porto Editora)PROGRAMAPrmios de Edio LER/BOOKTAILORSMESA 123, quinta-feira, 17h00 (Auditrio Municipal) No sbado, 25 de Fevereiro, s 19h30, no Auditrio Municipal da Pvoa de Var-Tema: A Escrita um risco total Eduardo Loureno Participantes:zim, vo ser conhecidos os vencedores da 4. edio dos Prmios de Edio Almeida Faria, Ana Paula Tavares, EduardoLoureno, Hlia Correia e Rubem Fonseca Moderador: Jos CarlosLER/BOOKTAILORS, uma iniciativa que conta com a parceria da Secretaria dede VasconcelosEstado da Cultura (Direo-Geral do Livro e das Bibliotecas) e das CorrentesMESA 2 dEscritas. Vo ser distribudos nove prmios nas reas do design, fotografia e 24, sexta-feira, 10h30 (Auditrio Municipal) ilustrao. Os vencedores podero participar no concurso mundial Tema: O fim da arte superior libertar Fernando Pessoa Partici- de design editorial The Best Book Design from All Over the World. pantes: Alberto S. Santos, Fernando Pinto do Amaral, Jos JorgeLetria, Lus Quintais, Sofia Marrecas Ferreira e Care Santos Modera- Alm dos prmios de edio, sero entregues 11 prmios especiais dirigidos a dor: Joo Goberntradutores, editores, livreiros, livrarias e jornalistas/crticos literrios. O final daMESA 3cerimnia ficar marcado pela entrega do Prmio Especial da Crtica, que distin- 24, sexta-feira, 15h00 (Auditrio Municipal) guir o melhor livro de 2011.Tema: A Poesia o resultado de uma perfeita economia das palavras Participantes: Jaime Rocha, Joo Lus Barreto Guimares, ManuelAntnio Pina, Manuel Rui e Margarida Vale de Gato Moderador: IvoMachado Prmios de Edio MESA 4Melhor Design de Capa Literatura24, sexta-feira, 17h30 (Auditrio Municipal)Melhor Design de Capa No-ficoTema: Toda a literatura pura especulao Participantes: EduardoSacheri, Ins Pedrosa, Joo Bouza da Costa, Manuel Jorge Marmelo,Melhor Design de Capa Coleo Pedro Rosa Mendes e Rosa Montero Moderadora: Bia Corra do Melhor Design de Obra Infantil e JuvenilLagoMelhor Design de Obra Arte e FotografiaMESA 5 Melhor Design de Obra Gastronomia 24, sexta-feira, 22h00 (Auditrio Municipal)Melhor Design de Obra Livro EscolarTema: A escrita um investimento inesgotvel no prazer Participan-tes: Afonso Cruz, Ana Lusa Amaral, Jlio Magalhes, Manuel Moya, Melhor Fotografia Original Rui Zink e Valter Hugo Me Moderador: Henrique Cayatte Melhor Ilustrao OriginalMESA 6 25, sbado, 10h30 (Auditrio Municipal)Tema: Da crise da escrita no se pode fugir Participantes: Carmo Prmios EspeciaisNeto, Joo Pedro Marques, Miguel Real, Sandro William Junqueira,Valeria Luiselli e Salgado Maranho Moderador: Onsimo TeotnioEdioAlmeidaDesigner/Artes GrficasEditora Revelao MESA 7 25, sbado, 16h00 (Auditrio Municipal)Editora do Ano Tema: As ideias so fundos que nunca daro juros nas mos do Tradutortalento Antoine Rivarol Participantes: Eugnio Lisboa, Gonalo M.Tavares, Helena Vasconcelos, Joo de Melo, Luis Seplveda e On-Livreirosimo Teotnio Almeida Moderadora: Maria Flor PedrosoLivraria Independente Jornalista ou Crtico Literrio MESA 8 28, tera-feira, 18h30 (Instituto Cervantes, Lisboa) Blogosfera e Internet de Edio Tema: Traos de crise enriquecem o texto literrio Participantes: Campanha de Divulgao de Autor PortugusAfonso Cruz, Ana Paula Tavares, Care Santos, Manuel Moya e Vale-ria LuiselliPrmio Especial da Crtica