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APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE, BASEADOS NO CONCEITO DA CONSTRUÇÃO ENXUTA. Joyce Dias da Costa Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Elaine Garrido Vazquez Rio de Janeiro Setembro, 2016

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APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE

PLANEJAMENTO E CONTROLE, BASEADOS NO CONCEITO DA CONSTRUÇÃO

ENXUTA.

Joyce Dias da Costa

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenhar ia Civil da Escola Pol itécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessár ios à

obtenção do t ítulo de Engenheiro.

Orientador:

Elaine Garrido Vazquez

Rio de Janeiro

Setembro, 2016

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APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE

PLANEJAMENTO E CONTROLE, BASEADOS NO CONCEITO DA CONSTRUÇÃO

ENXUTA.

Joyce Dias da Costa

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

Prof.º Elaine Garrido Vazquez, D. Sc (orientadora)

Prof .º Gilberto Olympio Mota Fialho, D.Sc

Prof .º Eduardo Linhares Qualharini, D. Sc

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL Setembro de 2016

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Costa, Joyce Dias da

Apl icação na Construção de Técnicas e

Ferramentas de Planejamento de Produção e

Controle de Custos, baseados no Conceito da

Construção Enxuta./ Joyce Dias da Costa – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Pol itécnica, 2016.

XIII , 57p.: i l . : 29,7 cm

Orientador: Elaine Garrido Vazquez

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI /

Engenhar ia Civi l, 2016.

Referências Bibl iográf icas: p. 54 – 57.

1. Planejamento. 2. Controle. 3. Construção

enxuta. I . Vazquez, Elaine Garrido. I I . Universidade

Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de

Engenhar ia Civi l. I I I . Engenheiro civi l

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Dedico esse trabalho à minha filha Lara

Costa, que mesmo tão pequena já é uma guerreira.

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v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por me dar força em todos os momentos que preciso, por ter estado

ao meu lado nesta caminhada, e por ser a razão de minha existência.

Aos meus pais, Jorge e Márcia, por sempre estarem ao meu lado, me confortando, me ensinando os

verdadeiros valores da vida e por ser exemplo para eu me tornar o que sou hoje. Vocês são meus

eternos amores, minha base, tudo que sou devo a vocês.

A minha filha Lara por ser, simplesmente, a razão do meu existir, por ser esta jóia rara, um anjo

enviado por Deus para iluminar e alegrar a minha vida.

Ao meu marido e eterno namorado Hamilton, por todo incentivo e força nos momentos mais difíceis.

Pela companhia nas noites em claro, por além de tudo ser tão compreensivo e amoroso.

As minhas irmãs Jéssica e Julia, que sempre me respeitaram, me amaram e me apoiaram.

As queridas avós Eunice e Carola, que hoje representam meus amados avós (Odila, Antero e Hilton),

que já partiram desta vida, mas que com certeza estão orgulhosos de mim de onde estiverem. Se em

alguma vez pensei em desistir, foi pensando neles que mudei de ideia.

A minha família, por confiarem que eu seria capaz e por sempre entenderem as minhas ausências

nos eventos familiares.

A minha sogra Sandra e a prima Edilene, que me ajudaram a tomar conta da Larinha para que eu

pudesse concluir este ciclo em minha vida.

Em especial, à minha orientadora e amiga Elaine, por sempre ter acreditado que eu conseguiria e ter

me orientado. Por todo tempo e dedicação dispensadas a mim. Sem a sua ajuda, este trabalho não

teria sido possível.

Aos professores da Escola Politécnica da UFRJ, que estão representados em minha banca pelos

professores Fialho e Qualharini, e que se tornaram especiais em minha formação acadêmica. Minha

escolha não poderia ter sido mais assertiva.

Aos meus eternos chefes Luiz Eduardo e Vivian, por terem acreditado no meu potencial e terem me

dado uma oportunidade profissional. Devo a vocês todo o aprendizado prático que obtive.

Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado na conclusão desta jornada, em especial aos amigos:

Letícia, Ivana, Ulisses, Victor, Laize, Naiala, André e Amanda.

A todos que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente para conclusão deste trabalho.

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“Não desista enquanto ainda é capaz de um esforço a mais.

Nada termina até o momento em que se deixa de tentar”

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Pol itécnica/UFRJ

como parte dos requisitos necessár ios para a obtenção do grau de

Engenheiro Civi l.

APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO

DE PRODUÇÃO E CONTROLE DE CUSTOS, BASEADOS NO CONCEITO DA

CONSTRUÇÃO ENXUTA

Joyce Dias da Costa

Setembro / 2016

Orientador: Elaine Garrido Vazquez

Curso: Engenhar ia Civil

Com atual situação econômica do país as empresas têm investido cada vez mais no

planejamento do processo construtivo e controle na execução dos seus empreendimentos,

visando uma construção com menos desperdícios e levando a seus clientes a melhor

relação custo x benefício. A ideia é justamente de construir mais, em um menor tempo e

com o menor custo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é de apresentar técnicas e

ferramentas de planejamento de produção e controle de custos, baseadas no conceito da

construção enxuta, que utilizadas na construção de edifícios, irão agregar valor ao produto

final, ajudando a garantir um menor prazo de execução ao empreendimento, menor custo e

maximizar a qualidade de execução da construção. Será apresentada uma aplicação das

ferramentas que foi realizada em uma construtora que tem como principal lema a melhoria

contínua, e como esta aplicação agregou na melhoria de resultados.

Palavras chave: Planejamento, controle, construção enxuta.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a part ia l

fulf i l lment of the requirements for the degree of Engineer.

APPLICATION OF PRODUCTION PLANNING AND COST CONTROL TOOLS AND

TECHNIQUES IN CIVIL CONSTRUCTION BASED ON THE LEAN CONSTRUCTION

CONCEPT.

Joyce Dias da Costa

Setembro / 2016

Adivisor: Elaine Garr ido Vazquez

Course: Civi l Engineering

Considering the current economic situation of the country and due to the housing shortage,

companies have increasingly invested in the planning of the construction process and

controlling the execution of their projects, aiming at a building with less waste, leading to their

customers the best cost-benefit ratio. The idea is to build more, in less time and with lower

cost. Thus, this study aims to present planning and cost control tools that can be used in the

management of construction projects, based on lean construction concept. When used in

buildings, the tools add value to the final product, helping to ensure a smaller execution

timeframe, lower the costs and maximize the quality of the construction execution. A

application of the tools in a construction company whose main theme is continuous

improvement will be presented, and how this application contributed in improving results.

Keywords: planning, control, lean construct ion.

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SUMÁRIO

1. Introdução ...................................................................................................................... 1

1.1. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 1

1.2. Objetivo ................................................................................................................... 3

1.3. Justificativa do trabalho ........................................................................................... 3

1.4. METODOLOGIA ..................................................................................................... 4

1.5. Estrutura do Trabalho .............................................................................................. 5

2. CONSTRUÇÃO ENXUTA .............................................................................................. 6

2.1. PLANEJAMENTO DE OBRAS ...............................................................................10

2.1.1. FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO .........................................................19

2.2. CONTROLE DE OBRAS ........................................................................................21

2.2.1. FERRAMENTAS DO CONTROLE DE OBRAS ...............................................24

3. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE EM UMA CONSTRUTORA ..................................................................................................................29

3.1. HISTÓRICO DA EMPRESA EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO ENXUTA E PLANEJAMENTO .............................................................................................................29

3.2. O CICLO PDCA NA CONSTRUTORA ...................................................................29

3.3. IMPLANTAÇAO DA GESTÃO DE CANTEIRO ATRAVÉS DO PDCA ....................35

3.4. O PLANEJAMENTO APÓS O PDCA .....................................................................38

3.4.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS ................................................................38

3.5. CONTROLE DE OBRAS DA CONSTRUTORA ......................................................43

3.5.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS ................................................................44

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo Do Planejamento ..........................................................................................12

Figura 2: Gráfico de Gantt ....................................................................................................20

Figura 3: Exemplo Curva S ..................................................................................................21

Figura 4: Exemplo Curva “ABC” ...........................................................................................28

Figura 5: Definição de Método ..............................................................................................31

Figura 6: Definição de Metas ................................................................................................31

Figura 7: Definição de Problema ..........................................................................................32

Figura 8: Definição do diagrama de Ishikawa .......................................................................33

Figura 9: Exemplo do diagrama de Ishikawa ........................................................................34

Figura 10: Ciclo a ser seguido na construtora ......................................................................34

Figura 11: Ciclo PDCA implantado na construtora ................................................................35

Figura 12: Etapas da gestão de canteiro - PDCA .................................................................35

Figura 13: Iceberg Gerencial ................................................................................................36

Figura 14: Cronograma macro - Gantt ..................................................................................39

Figura 15: Curva acumulada de produção – curva S ............................................................39

Figura 16: Curva mensal de produção ..................................................................................40

Figura 17: Histograma de mão de obra ................................................................................40

Figura 18: Por que se deve estimar a produção mensal .......................................................42

Figura 19: AMP estimativa x real ..........................................................................................42

Figura 20: AMP produção por atividade ...............................................................................43

Figura 21: Relatório de Discrepância – Resumo dos principais gastos .................................45

Figura 22: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Serviços ...........45

Figura 23: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Materiais...........45

Figura 24: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos por atividade ...........45

Figura 25: Controle de medição de empreiteiro ....................................................................47

Figura 26: Evolução Com Custos com Materiais (Valores Por Apartamento) .......................47

Figura 27: Índices de fio .......................................................................................................49

Figura 28: Índices de Piso Cerâmico ....................................................................................49

Figura 29: Índices de Gesso .................................................................................................50

Figura 30: Índices de Argamassa .........................................................................................50

Figura 31: Índices de Textura ...............................................................................................51

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xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Motivos Para Se Ter O Planejamento ................................................................... 1

Quadro 2: Deficiências Do Planejamento .............................................................................. 2

Quadro 3: O Sistema 5S’s ..................................................................................................... 8

Quadro 4: Vantagens Do Planejamento. ..............................................................................11

Quadro 5: Razões Para O Planejamento Não Ser Seguido no Canteiro De Obras. .............13

Quadro 6: Falhas Na Aplicação do Planejamento. ..............................................................13

Quadro 7: Causas Da Deficiência no Planejamento. ............................................................14

Quadro 8: Estrutura do PDCA ..............................................................................................18

Quadro 9: Fases do PDCA ...................................................................................................18

Quadro 10: Objetivos do Controle. .......................................................................................22

Quadro 11: Quatro Etapas do Controle. ...............................................................................22

Quadro 12: Classificações do Indicador Global. ...................................................................25

Quadro 13: Finalidades do Diagrama De Pareto ..................................................................27

Quadro 14: Tipos de Diagrama de Pareto. ...........................................................................27

Quadro 15: Classificação da Curva “ABC” ............................................................................27

Quadro 16: Antiga Ideia de Gestão ......................................................................................30

Quadro 17: Tipos de Problemas ...........................................................................................32

Quadro 18: Nova Ideia de Gestão ........................................................................................35

Quadro 19: Benefícios do Método PDCA na Gestão de Canteiro .........................................36

Quadro 20: Conclusões Após Aplicação Do PDCA na Gestão de Canteiro ..........................37

Quadro 21: Vantagens Que O Planejamento Trouxe Para a Construtora .............................38

Quadro 22: Razões para o Planejamento não ser Seguido no Canteiro de Obras. ..............41

Quadro 23: Objetivos do Controle Realizados pela Empresa ...............................................43

Quadro 24: Quatro Etapas do Controle na Realidade da Construtora ..................................44

Quadro 25: Causas do Aumento do Orçamento Relacionado ao Gasto com Material ..........47

Quadro 26: Medidas para Minimizar os Prejuizos com Materiais ..........................................48

Quadro 27: Itens a serem Desenvolvidos em Trabalhos Futuros .........................................53

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1. INTRODUÇÃO

1.1. REFERENCIAL TEÓRICO

O crescente grau de competição entre as empresas da indústria da construção civil no País,

nos últimos anos, vem exigindo das mesmas mudanças substanciais na gestão de seus

empreendimentos. Em parte, isso tem sido motivado pelo aumento do nível de exigência do

mercado consumidor, pelo fenômeno da globalização e pela reduzida disponibilidade de

recursos financeiros para atender a tais necessidades. Com isso, a necessidade de

investimentos em gestão e tecnologia da produção tem estimulado as construtoras a buscar

melhores níveis de desempenho (FORMOSO et al, 1999.)

Neste contexto, o planejamento da produção e controle dos custos na construção civil vem

sendo utilizado como principal ferramenta para que as construtoras alcancem seus

objetivos, que é de melhoria contínua em suas construções, exigência do mercado atual. O

quadro a seguir mostra os principais motivos pelos quais se faz necessário ter um

planejamento.

Quadro 1: Motivos Para Se Ter O Planejamento Facilita a compreensão dos objetivos do empreendimento;

Define todos os trabalhos exigidos;

Desenvolve uma referência básica para processos de orçamento e programação;

Disponibiliza uma coordenação e integração vertical e horizontal (multifuncional),

além de produzir informações para tomada de decisão;

Com base em decisões atuais, contribui para evitar tomada de decisões erradas em

projetos futuros;

Melhora o desempenho da produção através da consideração e análise de processos

alternativos;

Aumenta a velocidade de resposta para mudanças futuras;

Fornece padrões para o monitoramento, revisão e controle de execução do

empreendimento;

Explora a experiência acumulada da gerência.

Fonte: Adaptado de Laufer (1990, apud BERNARDES, 2003)

Lira (1996) menciona que as deficiências no planejamento têm sido apontadas como causa

do baixo desempenho de empreendimentos de construção. No quadro a seguir temos as

principais deficiências do planejamento listadas.

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Quadro 2: Deficiências Do Planejamento

“O planejamento da produção não é encarado como processo gerencial, mas como o

resultado de uma aplicação de uma ou mais técnicas de preparação de planos e que,

em geral, utilizam informações pouco consistentes ou baseadas somente na

experiência e intuição dos gerentes” (LAUFER; TRUCKER, 1987);

“O controle não é realizado de maneira proativa e, geralmente, é baseado na troca de

informações verbais do engenheiro com o mestre de obras, visando a um curto prazo

de execução e sem vínculos com o plano de longo prazo, resultando, muitas vezes,

na utilização ineficiente de recursos” (FORMOSO, 1991);

“O planejamento e o controle da produção em outras indústrias são focados, em

geral, em unidades de produção, diferentemente da indústria de construção, na qual

eles estão dirigidos ao controle do empreendimento” (BALLARD; HOWELL, 1997);

“A incerteza, inerente ao processo de construção, é frequentemente negligenciada,

não sendo realizadas ações no sentido de reduzi-la ou de eliminar seus efeitos

nocivos” (COHENCA et al, 1989);

“Com frequência, existem falhas na implementação de sistemas computacionais para

planejamento, por vezes adquiridos e inseridos em um ambiente organizacional, sem

antes haver a identificação das necessidades de informações dos seus usuários”

(LAUFER; TUCKER, 1987);

“Existem dificuldades de se mudar as práticas profissionais dos funcionários

envolvidos com o planejamento, principalmente devido à formação que eles obtêm

nos cursos de graduação” (LAUFER; TUCKER, 1987 e OGLESBY et al, 1989).

Fonte: Adaptado de Bernardes (2003)

Sendo assim, é possível constatar a importância de se fazer um bom planejamento para a

construção de empreendimentos e não atender a isso pode colocar em risco todo um

projeto.

No Brasil, a evolução da área de planejamento ainda apresenta muita resistência em

relação a países desenvolvidos ou grandes empresas internacionais, que estão

constantemente criando novas regras e/ou linhas de gerenciamento de projetos com o

objetivo de baratear os custos de produção ou encurtar o tempo de execução tornando o

empreendimento algo mais lucrativo tanto para o executor como para o cliente. (Cattini

Júnior, 1982)

A partir da década de 70, as transformações dos sistemas de produção, que se verificavam

no Japão e a globalização da economia provocaram o aumento na competição mundial e a

produção passou a ser vista como área estratégica. As construtoras buscaram melhorar a

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eficiência dos seus processos produtivos, através da criação de um ambiente de

transparência em seus canteiros de obras, utilização de ferramentas, práticas de

gerenciamento e controle de produção. Desta forma, a apresentação dos conceitos da

Construção Enxuta contribuíram com a formulação de estratégias de melhoria e apoio

gerencial para estas empresas (KUREK, 2005).

Essa mentalidade sobre construção enxuta busca “enxugar” o processo produtivo,

minimizando desperdícios e reserviços, ou seja, produzir somente o necessário, com

qualidade e que agregue valor para os clientes.

Segundo Kotler (2000), o setor da indústria da construção civil vem experimentando

mudanças a partir da modificação do perfil dos seus clientes. Os clientes têm exigido

produtos de qualidade, preço competitivo e com prazos menores de entrega. A indústria da

construção civil tem tentado se adaptar à essas novas exigências de mercado, adotando

técnicas de gerenciamento e de produção com o objetivo de otimizar seus processos e

produzir produtos cada vez melhores e mais baratos.

A aplicação da padronização de processos, redução de desperdícios e aumento da

qualidade, mudando a cultura do modelo de construção e aplicando ferramentas no

processo do planejamento, controle da produção e alteração de técnicas construtivas

encaixa-se na construção enxuta, pois permite o uso de inovações ou métodos existentes

de sistemas aplicados neste conceito (SANTOS 2014).

Apesar de existirem várias definições de planejamento, este trabalho admite o formulado por

Formoso et al (1999), segundo o qual, planejamento “é um processo gerencial, que envolve

o estabelecimento de objetivos e a determinação dos procedimentos necessários para

atingí-los, sendo somente eficaz quando realizado em conjunto com o controle”.

1.2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é de apresentar técnicas e ferramentas de planejamento de

produção e controle de custos, aplicadas a uma empresa, baseadas no conceito da

construção enxuta, que utilizadas na construção de edifícios, irão agregar valor ao produto

final. Atualmente estas técnicas ainda não estão consolidadas no Brasil, e então a

apresentação delas contribuirá para a introdução de uma melhoria contínua, onde se

conseguirá redução de custos e prazos dos empreendimentos.

1.3. JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

No cenário atual da construção civil, a maioria das construtoras executam obras

estabelecendo prazos tendo com base obras anteriores, sem se preocupar em realizar uma

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4

análise detalhada de acordo com as especificações da obra que irá se iniciar, não

garantindo o cumprimento do prazo e do custo orçado. Assim, durante o andamento da

obra, quando a empresa percebe que não terminará a obra dentro do prazo, tenta reverter a

situação tomando algumas decisões, como aumentar o número de funcionários na obra, o

que na maioria das vezes faz com que haja aumento de orçamento. Sendo assim, a

principal justificativa da realização deste trabalho, é conseguir demonstrar a importância de

se fazer uma programação dos serviços a serem executados, financeira e de logística de

canteiro.

Dando resposta aos gerentes de projeto de maneira rápida, precisa atender a necessidade

que as construtoras possuem de realizar o planejamento e controle de obras com prazo de

entrega e de fácil entendimento, possibilitando uma maior visibilidade para o controle das

ações no dimensionamento dos recursos humanos e nos canteiros de obra, com possível

ganho financeiro através de alternativas táticas de planejamento (HERNANDES, 2002)

Muitas obras de construção civil ainda são executadas com base na experiência, a maioria

dos profissionais do campo da construção não se preocupa com o controle de execução do

projeto, ou como máximo, usam sistemas informais para controlar a chegada e saída de

materiais na obra. Quanto ao controle de execução, são raros os casos de controle

formalizado. Ocorre, normalmente um controle informal, realizado pelos mestres de obra e

encarregados, extremamente variável de um profissional para outro. (SCARDOELLI et al.,

1994).

O planejamento e o gerenciamento dos empreendimentos têm um papel fundamental na

tentativa de redução dos custos, e consequente aumento nos lucros das atividades

desenvolvidas pelas empresas da construção civil. Dentro deste contexto, a necessidade de

reformulação do modelo de gestão do planejamento e do controle dos recursos sem

comprometer a melhoria continua na qualidade dos produtos oferecidos tem sido o grande

desafio deste setor (SANTOS et. al., 2002).

1.4. METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão bibliográfica para desenvolvimento deste trabalho, em torno do

histórico de planejamento e controle, focando na importância da existência dos mesmos

para o bom desempenho das empresas no que diz respeito a prazo e custo. Mostrando as

principais ferramentas e novas filosofias da área presentes no mercado de hoje. Para isso

foram utilizados artigos, conteúdos na internet, monografias e teses, além do material

didático utilizado durante o curso de graduação de Engenharia Civil. Após isso foi feita uma

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5

aplicação das ferramentas de planejamento e controle em uma empresa e mostrado os

resultados obtidos.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta monografia está dividida em quatro capítulos, sendo eles: introdução, revisão da

literatura, estudo de caso e conclusões.

Este primeiro capítulo introdutório apresenta o tema estudado, abordando questões

relacionadas a objetivo, à justificativa, metodologia e à estrutura do trabalho.

No capítulo 2, é apresentada a revisão bibliográfica, a qual forneceu fundamentação teórica

sobre a construção enxuta, o PDCA ferramentas de planejamento e controle e importância

de se ter um bom planejamento e de controlar custos.

No capítulo 3, é mostrada uma aplicação do método PDCA, das ferramentas de

planejamento e controle, realizado numa construtora, onde foi possível mostrar como os

indicadores da empresa melhoraram após o investimento nas áreas de planejamento e

controle.

No capítulo 4, são apresentadas as considerações finais feitas com base no capítulo 3.

Demonstrando se os resultados esperados foram alcançados e como podem agregar para o

futuro das empresas de construção civil.

Por fim, são listadas as referências bibliográficas.

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2. CONSTRUÇÃO ENXUTA

O conceito de construção enxuta surgiu em 1992, com vistas a desenvolver técnicas e

ferramentas que viabilizasse o modelo de gestão da produção em obras do setor da

construção civil (SOUZA, 2010).

A construção enxuta é resultado da aplicação dos conceitos do Sistema Toyota de

Produção, também conhecido como produção enxuta. O Sistema Toyota de Produção foi

desenvolvido na Toyota Motor Company pelos engenheiros Taichi Ohno e Shigeo Shingo,

os quais propuseram novos conceitos básicos da produção aplicados ao contexto da

indústria automobilística japonesa, obtendo grande sucesso nos resultados. Esse sucesso

chamou a atenção de indústrias ocidentais que estimuladas com os resultados passaram a

utilizar os princípios do Sistema Toyota de Produção (ISATTO e FORMOSO, 1998).

A indústria da construção tem sido resistente à aplicação dos conceitos do Sistema Toyota

de Produção devido à concepção da indústria da construção ser bem diferente da

manufatura, à elevada complexidade dos projetos e ao elevado grau de incerteza que a

cercam (HOWELL, 1999). Antunes (1994 apud Isatto e Formoso, 1998) enfatiza que no

primeiro momento muitas empresas procuraram copiar esse sistema de produção. Antunes

afirma ser essa uma aplicação errônea, pois se deve compreender os princípios centrais

desse sistema de produção e adaptá-los às características locais, culturais e intrínsecas ao

tipo de indústria considerado.

Este sistema possui como princípio básico o estabelecimento de objetivos específicos para

o processo de entrega do bem ou serviço, almejando agregar máxima qualidade durante a

execução para satisfazer os requisitos dos clientes, ao mesmo tempo, em que busca a

redução dos desperdícios relacionados à produção e do seu tempo de entrega. Outro

princípio é a aplicação do controle da produção durante todo o desenvolvimento do produto,

desde o projeto à sua entrega (HOWELL, 1999).

A implementação dos princípios do Sistema Toyota de Produção na indústria da construção

é considerada mais complexa, Segundo Nakagawa e Shimizu (2004), devido as diferenças

existentes entre a indústria da manufatura e da construção civil. A primeira diferença é

quanto ao volume da produção, enquanto a construção civil trabalha com um único produto,

a manufatura produz em larga escala. Outra diferença é o fato da construção civil estar

sujeita às condições naturais uma vez que o trabalho é realizado ao ar livre, e a elevada

rotatividade dos trabalhadores da construção, que variam de obra para obra.

Koskela (1992) salienta, visto que a indústria da construção civil é bastante antiga, que

muitos de seus métodos são considerados defasados, mas desde o final da Segunda

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Guerra Mundial, diversas inovações tecnológicas foram introduzidas na indústria da

construção e diversas melhorias têm ocorrido. Alguns desses avanços foram a

industrialização nos canteiros de obra, o uso do computador como ferramenta essencial de

trabalho, a implantação de sistemas de gestão da qualidade total e o uso de ferramentas e

metodologias no planejamento e controle da produção.

Koskela (1998) conceitua a produção tradicional da construção civil como baseada no

modelo de conversão. Esse modelo consiste na conversão de entradas (matéria- prima) em

saídas (produtos) como único foco de atenção durante a produção, não atentando para as

outras atividades de não conversão que na maioria dos casos são grandes geradoras de

perdas. Este modelo não possui preocupação com o atendimento satisfatório aos requisitos

do cliente. Por essas e outras razões, Koskela considera o modelo tradicional de produção

ineficiente. O gerenciamento com base na construção enxuta busca a diminuição dos custos

através da redução dos custos dos sub-processos, ao invés da redução pelas atividades

que não agregam valor ao produto.

A nova forma de gerenciamento da produção na construção civil é a Nova Filosofia de

Produção, baseada no conjunto de abordagens tais como a Engenharia Simultânea, o JIT

(Just in Time) e o Gerenciamento da Qualidade Total (KOSKELA, 1992). O Sistema JIT tem

como objetivos principais entregar o bem ou serviço agregando a melhor qualidade, ao

custo mais baixo com o menor tempo de execução, aos seus clientes.

A construção enxuta, de acordo com Faniran, Oluwoye e Lenard (1997), destaca a máxima

efetividade de um processo de produção, ao mesmo tempo em que procura a máxima

eficiência do processo. Para atingir este patamar de eficácia e eficiência, deve-se fazer uso

de ferramentas adequadas para o gerenciamento da construção. Uma ferramenta adequada

deve satisfazer às necessidades do planejamento, ou seja, deve ser adequada ao tipo de

projeto que pretende programar, deve maximizar a utilização dos recursos e deve ser capaz

de detectar as incertezas e apontar as causas dos problemas.

Ainda existe muita dificuldade em se alcançar melhoria na eficiência do processo de

construção, embora tenha havido grande avanço no desenvolvimento de métodos de

planejamento (COHENCA et al., 1989 e FANIRAN et al., 1994). Em vista disso, os

pesquisadores começaram a enfocar seus esforços de pesquisa no processo de

planejamento de construções, em vez de somente trabalhar em técnicas para melhorar a

efetividade da execução. Estas pesquisas foram direcionadas principalmente para identificar

meios de melhorar a eficiência do processo de planejamento da construção, facilitando,

dessa forma, o alcance dos objetivos do cliente.

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A construção enxuta, para Seymour, Rooke e Crook (1997), requer que as ocorrências

conhecidas do cotidiano das obras sejam vistas e revistas, e que as alternativas imaginadas

sejam transformadas em prática. Para que isto seja alcançado pode-se fazer uso de um

aparato conceitual, uma terminologia especializada e um jogo de ferramentas baseado

numa nova filosofia. Algumas dessas condições podem ser importadas de outros centros de

produção e outras são determinadas a partir de uma nova ênfase no processo construtivo,

como por exemplo, no fluxo de produção e nas atividades de conversão. Esses autores

sustentam um enfoque extremamente prático para as adaptações dos conceitos originários

da construção enxuta. No entanto, concordam que e também possível, necessário e útil

teorizar acerca dos conceitos e buscar meios para a difusão da nova filosofia de construção.

Portanto, a construção enxuta consiste em um conjunto de métodos da gestão de produção

visando um contato mais próximo com o consumidor final, que não é possível se a produção

for em massa. Para implantar um sistema enxuto a empresa precisa seguir os princípios do

pensamento enxuto: cadeia de valor, fluxo, produção puxada, perfeição e desperdício

(LINDGREN, 2001).

Nas palavras do autor (2001, p. 62):

O pensamento enxuto deve começar com uma tentativa consciente

de definir precisamente o valor em termos de produtos específicos,

com capacidades específicas, oferecidas a preços específicos,

através do diálogo com clientes específicos. (...).

A construção enxuta tem como objetivo o fluxo contínuo procurando agregar valor e eliminar

todas as perdas do processo. A Toyota utiliza o sistema 5 S’s (ALONSO, 2002).

Quadro 3: O Sistema 5S’s Seiri (Senso de Utilização) – Eliminar tudo o que não é absolutamente essencial para o processo de

manufatura;

Seiton (Senso de Ordenação) – Ordenar as áreas de trabalho, os equipamentos devem ser

arranjados de acordo com a sequencia do fluxo de produção;

Seiso (Senso de limpeza) – Todos os equipamentos, ferramentas, pisos e ambiente em geral devem

ser mantidos limpos;

Seiketsu (Senso de Padronização) – O ambiente deve ser mantido limpo e organizado, este deve ser

uma mudança cultural;

Shitsuke (Senso de Manutenção) – Manter o programa 5 S como um modo de vida. É errado

promover uma data para realizar o 5 S, as pessoas devem ter a cultura de manter a segurança,

ordem e limpeza.

Fonte: Adaptado de Alonso, 2002.

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Aplicada à construção civil, a construção enxuta é uma filosofia utilizada na indústria civil

tendo como princípios reduzir a parcela da atividade que não agrega valor, aumentar o valor

do produto/serviço final, reduzir variabilidade, reduzir o templo de ciclo, minimizar o número

de passos e partes, aumentar flexibilidade de saída, aumentar transparência do processo,

focar o controle no processo global, introduzir melhorias contínuas no processo, equilibrar

melhoria de fluxo, benchmarking (SOUZA, 2010).

De acordo com Paladini (2000), a melhoria contínua é essencial. Dessa forma, a otimização

do processo, que engloba a racionalização de atividades produtivas, como a minimização de

custos defeitos, perdas e falhas; e a generalização da noção de perda, ou seja, toda ação

que não acrescenta valor ao produto acabado é uma perda, são fatores fundamentais para o

processo de melhoria contínua.

2.1.1 O CONCEITO DE CONSTRUÇÃO ENXUTA APLICADO AO PLANEJAMENTO E

CONTROLE DE OBRAS

A produção de bens e serviços deve ser realizada de forma eficiente e com o mínimo de

recursos necessários para se entregar o que o cliente deseja e com o menor custo. Para

Ohno (1997), o desperdício é composto por todos os elementos da produção que não

agregam valor ao bem ou serviço entregue e apenas aumentam os custos e geram mais

desperdícios. O autor define categorias em que os desperdícios estão divididos por:

superprodução, tempo de espera, movimentação, transporte, processamento demasiado,

estoques e execução de produtos defeituosos. Ohno (1997) considera estoque em excesso

como um dos maiores desperdícios existente na produção, pois a empresa possuirá muitos

produtos para estocar necessitando disponibilizar espaço para armazenar esse material,

equipamento e mão-de-obra para transportá-lo e gerenciá-lo. Já o tempo de locomoção dos

trabalhadores na produção pode ser classificado em trabalho e desperdício. O desperdício

está relacionado aos movimentos desnecessários e repetidos, devendo ser identificado e

eliminado. O trabalho por sua vez está dividido em trabalho com valor adicionado e sem

valor adicionado. O primeiro tipo corresponde ao trabalho que efetivamente transforma o

formato ou a substância do produto, agregando valor ao mesmo. O segundo tipo é o

trabalho que não agrega valor ao produto, mas é necessário devendo ser diminuído o

máximo possível ou ser otimizado em termos dos recursos que emprega. Além disso, tem-

se como outro desperdício a superprodução. As empresas necessitam adquirir o bom senso

e produzir apenas o necessário, quando for necessário e na quantidade necessária.

A construção enxuta tem como propósito a eliminação dos reais desperdícios na produção

baseando-se em três visões básicas. A primeira é a visão do fluxo da produção que objetiva

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eliminar as perdas como os estoques, diminuir distâncias na movimentação durante a

produção, evitar retrabalho, fornecer as informações necessárias quando necessário para as

etapas de produção e redução do tempo de ciclo de produção dos materiais. Outra é sob a

ótica do valor que objetiva agregar valor ao produto a fim de atender aos requisitos dos

clientes. E a última visão é a conversão, ou seja, a realização da atividade de transformação

do produto com máxima eficiência em termos de uso dos recursos disponíveis (KOSKELA,

1998).

Com o intuito de desenvolver um sistema de produção que atenda às necessidades dos

clientes com o menor custo e o menor prazo faz-se necessária a implantação de um sistema

de planejamento e controle da produção capaz de estabilizar a produção.

Segundo Ohno (1997), é necessário acompanhar as variações da programação devido às

variações nas condições de produção e as necessidades do sistema produtivo. Portanto, é

preciso um eficiente sistema de informação e remover as restrições para a produção a fim

de obter respostas às essas mudanças.

O Sistema Toyota de Produção e o Planejamento e Controle da Produção (PCP) na

construção civil utilizam técnicas e conceitos para alcançar um objetivo unânime, a

eliminação dos desperdícios e a geração de valor para o cliente final. A partir do uso do PCP

como ferramenta e através do envolvimento dos colaboradores são desenvolvidas diversas

medidas na Toyota para eliminar os fatores que ocasionam perdas na produção. O maior

desses fatores é a incerteza oriunda da variabilidade nos processos e operações, e devido à

incerteza inerente a prazos muito longos. Nesse sentido, a hierarquização do planejamento

e do controle da produção é um dos meios para se evitar incertezas no processo produtivo

(ALVES, 2000).

Nakagawa e Shimizu (2004) salientam a importância de se ter bons procedimentos de

execução dos serviços e uma logística eficiente, visto que a construção baseia-se

principalmente na movimentação de materiais.

2.1. PLANEJAMENTO DE OBRAS

Planejamento é um processo que se utiliza de técnicas científicas, visando aumentar a

eficiência, a racionalidade e a segurança através de previsões, programação, execução,

coordenação e controle dos resultados, para atingir o que é desejado. Tem como principal

objetivo “capacitar a empresa a promover e conviver com mudanças ambientais a nível

acelerado”. Sua função é “analisar o meio ambiente, traçar novas diretrizes, analisar a

evolução de produtos e mercados, estabelecer procedimentos e metas e instrumentos de

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controle, com expressão direta no resultado dos exercícios, atual e futuros, necessários a

manter viva a empresa” (AVILA e JUNGLES, 2000).

As maiores vantagens do planejamento segundo Scardoelli et al (1994) estão mostradas a

seguir:

Quadro 4: Vantagens Do Planejamento. Maior previsibilidade do empreendimento;

Maior possibilidade de cumprimento de prazos;

Maior controle da mão-de-obra, materiais, e atividades;

Maior segurança para decisões financeiras;

Possibilidade de realizar o balanço de equipes de trabalho.

Fonte: Adaptado De Scardoelli et al., (1994)

A construção civil possui um dos processos produtivos de maior dispersão em torno do valor

esperado do prazo de conclusão ou do custo total de uma obra. O planejamento e controle

da produção são de extrema importância para o gerenciamento da construção e são

consideradas funções gerenciais básicas (LAUFER e TUCKER, 1987).

Para execução de qualquer projeto é necessário que exista um planejamento, para definir o

método de execução do projeto; uma programação, que definirá o cronograma da execução;

e um controle, que permitirá o acompanhamento e verificação do andamento do projeto

(LOSSO e ARAÚJO, 1995). A realização de um empreendimento exige a combinação dos

fatores tempo, custo e recursos. O estabelecimento da alocação eficiente de recursos no

tempo e a possibilidade de controle somente serão possíveis através de um bom sistema de

planejamento e programação.

Laufer e Tucker (1987) identificam, no planejamento, três níveis gerenciais: estratégico

(diretoria), tático (engenheiros de produção) e operacional (mestres de obra e

subempreiteiros). O planejamento estratégico está relacionado à alta gerência, sendo

bastante agregado e servindo de diretriz para os demais níveis. No nível tático são tomadas

decisões no sentido de equacionar os meios e procedimentos que serão utilizados para

executar a obra. O planejamento operacional está ligado à rotina do canteiro, ou seja, a

questões relativas à produção física do empreendimento (ASSUMPÇÃO, 1996).

Por sua vez, na programação realiza-se a ordenação estruturada do problema, são fixadas

as datas para realização das atividades, onde se estabelece o cronograma da obra.

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O princípio básico que usualmente governa a programação de atividades a necessidade da

construção de um empreendimento encerrar no menor prazo possível e com os recursos

disponíveis. Além disso, deve-se buscar uma constância na composição das equipes ao

longo da obra e a continuidade da tarefa de cada equipe deve ser assegurada (MENDES Jr.

e LÓPEZ VACA, 1998). A figura a seguir ilustra o ciclo do planejamento:

Figura 1: Ciclo Do Planejamento

Fonte: Laufer E Tucker (1987)

A primeira etapa do planejamento é planejamento do processo, onde ocorre o detalhamento

do planejamento, frequência de replanejamento e grau de controle a ser efetuado. Na

segunda fase ocorre a coleta das informações necessárias para realizar o planejamento. A

fase de preparação dos planos, a terceira fase, é a que recebe maior atenção dos

responsáveis pelo planejamento nas empresas de construção. Em seguida tem-se a quarta

fase: a difusão da informação. A informação deve ser transmitida de acordo com as

necessidades de seus usuários e o responsável pelo planejamento na empresa deve

discernir quem deve recebê-las e qual seu formato necessário. Caso a informação não seja

passada de maneira correta, é necessário se tomar uma ação e retornar na coleta de

informações. A última fase corresponde à avaliação de todo o processo de planejamento,

servindo de base para o desenvolvimento deste processo em empreendimentos futuros.

O planejamento realizado no escritório central ainda é pouco utilizado pelo pessoal em

canteiro. Isso ocorre devido aos seguintes motivos apresentados no quadro a seguir.

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Quadro 5: Razões Para O Planejamento Não Ser Seguido no Canteiro De Obras. Execução da obra no canteiro coordenada através de um planejamento de curto

prazo realizado pelo administrador da obra sem seguir o do escritório e em períodos

diferentes dos planos formais.

Dificuldade de atualização dos planos por parte dos responsáveis pelo

planejamento, por não disporem de informações do canteiro de obras para a

retroalimentação do planejamento.

Falta de integração vertical do planejamento.

Fonte: Adaptado de Laufer e Tucker, 1987.

Segundo Mattos (2010), algo que pode ser tristemente constatado no mundo da construção

civil é a ausência ou a inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é sentido

muito mais nas obras de pequeno e médio portes, em sua maioria efetuadas por empresas

pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietário.

Percebe-se, portanto que o planejamento não é indispensável apenas para empresas de

grande porte, com obras de grande complexidade e envergadura, mas que é altamente

aplicável e fundamental também para melhorar o desempenho, garantir competitividade e a

subsistência de pequenas e médias empresas (BUENO E MORAES, 2010).

Ferreira (2001), apresenta as necessidades, os problemas e as falhas apresentadas na

aplicação do planejamento na construção civil, mostradas no quadro a seguir.

Quadro 6: Falhas Na Aplicação do Planejamento. Informação incompleta sobre o projeto;

Orçamento executivo operacional não detalhado;

Desconhecimento dos critérios de aplicação das técnicas construtivas;

Falta de comunicação e integração da equipe de trabalho;

Saber como e quando aplicar as técnicas de planejamento;

Desconhecimento de uso de técnicas modernas (computadorizadas);

Ausência de planos formais;

Abandono prematuro do estudo previamente elaborado;

Visão de curto prazo;

Desconhecimento das técnicas de planejamento e/ou mal uso dessas técnicas;

Elaborar um planejamento desprovido da função de controle e planejamento.

Fonte: Adaptado De Ferreira (2001)

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Para Mattos (2010), a deficiência dos construtores se manifesta em graus variados. Há

empresas que planejam, mas o fazem mal; outras que planejam bem, mas não controlam; e

aquelas que funcionam na base da total improvisação. Enquanto algumas construtoras se

esforçam por gerar cronogramas detalhados e aplicar programações semanais de serviço,

outras crêem que a experiência de seus profissionais é o bastante para garantir o

cumprimento do prazo e do orçamento.

A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por

extensão, para a empresa que a executa. Não são poucos os casos conhecidos de

frustrações de prazo, aumentos de orçamento, atrasos injustificados, indisposição do

construtor com seu cliente (contratante) e até mesmo litígios judiciais para recuperação de

perdas e danos (MATTOS, 2010).

Como solução eficaz, Mattos (2010), discorre que a melhor maneira de minimizar esses

impactos é produzir um planejamento lógico e racional, pois assim se dispõe de um

instrumento que se baseia em critérios técnicos, fácil de manusear e interpretar. O autor

aponta que as causas da deficiência em planejamento e controle podem ser agrupadas em

função dos seguintes aspectos, mostrados no quadro a seguir.

Quadro 7: Causas Da Deficiência no Planejamento.

Planejamento e controle como

atividades de um único setor

Em vez de serem vistos como um processo gerencial que deve permear toda a estrutura da empresa, o planejamento e o controle muitas vezes são confundidos com o trabalho isolado de um setor da empresa ou com a simples aplicação de técnicas para a geração de planos. Outro problema como é a equipe fazer o planejamento inicial, mas não atualizá-lo periodicamente. Sendo a obra um sistema mutável e dinâmico. Planejamento sem controle não existe. Se um dos objetivos do planejamento e minimizar as incertezas da obra, onde é preciso um mecanismo de apropriação de dados de campo que permita ao gerente avaliar se seu planejamento está sendo frutífero ou se é melhor replanejar a obra.

Descrédito por falta de certeza nos parâmetros

A incerteza é inerente ao processo de construção em função da variabilidade do produto e das condições locais, da natureza dos seus processos. As incertezas, á medida que o tempo passa vão sendo incorporadas ao planejamento por meio de alterações e adaptações dos planos com utilização das corretas produtividades dos serviços nas diversas situações.

Planejamento excessivamente

informal

A falta de um planejamento global formal determina a inadequação dos planos de médio de curto prazo, acarretando a utilização ineficiente de recursos humanos e materiais da obra. Procedendo-se assim, perde-se o conceito sistêmico de planejamento, com a visão de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismos das atividades de curto prazo. De maneira geral, excessivas informalidade dificulta a comunicação entre os vários setores da empresa.

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Mito do tocador de obras

A falta de um planejamento global formal determina a inadequação dos planos de médio de curto prazo, acarretando a utilização ineficiente de recursos humanos e materiais da obra. Procedendo-se assim, perde-se o conceito sistêmico de planejamento, com a visão de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismos das atividades de curto prazo. De maneira geral, excessivas informalidade dificulta a comunicação entre os vários setores da empresa.

Fonte: Adaptado De Mattos (2010)

Este tipo de atuação profissional é caracterizada pela tomada de decisões rápidas, sem um

envolvimento com o planejamento das atividades e com crescimento contínuo da empresa e

de seus profissionais (KOSKELA,2000). A existência de profissionais “tocadores de obra”

tem sido identificada como uma das barreiras para desenvolvimento do processo de

planejamento e controle da produção nas empresas da construção civil, visto que, como o

planejamento não é considerado uma tarefa prioritária, é necessária a existência do gerente

“tocador de obras” (ISATTO et al., 2000).

É difícil alocar tempo para a execução do planejamento, principalmente durante a

construção do empreendimento, quando ocorre uma preferência pela atenção a operações

rotineiras, pois as atividades da gerência são caracterizadas pelos curtos espaço de tempo

utilizados para desenvolvê-las, além de serem consideradas breves, variadas e

fragmentadas (LAUFER e TUCKER, 1988).

Segundo ISATTO et al (2000), o planejamento é dividido em diferentes níveis hierárquicos,

tais como: longo, médio e curto prazo.

O planejamento de longo prazo se refere a datas globais da obra, tendo como produto

principal nessa fase um plano mestre e enfocando somente datas chaves, (por exemplo:

datas de entrega, conclusão de determinadas tarefas críticas) e que podem envolver as

etapas de coleta de informações, onde são necessárias para criar o plano mestre no início

da obra, e são oriundas em sua maioria da etapa de preparação do processo do

planejamento; e a de preparação do plano, onde são disponíveis várias técnicas tais como o

Diagrama de Gantt. O planejamento de médio prazo, o chamado planejamento tático, tem

como função ligar o planejamento de longo e de curto prazo. O planejamento de curto prazo

está relacionado à definição detalhada das atividades a serem realizadas, seus recursos e o

momento certo para sua execução, no dia a dia da obra.

A hierarquização do planejamento se refere à maneira como as metas de produção são

vinculadas aos horizontes de longo, médio e curto prazo. Neste caso, o detalhamento das

metas fixadas nos diferentes níveis de planos deve ser maior na medida que se aproxima a

data de execução da atividade. A utilização desta prática possibilita a minimização do

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retrabalho no processo de preparação dos planos, visto que para horizontes muito grandes,

planos excessivamente detalhados estão mais sujeitos a erros e atualizações do que planos

menos detalhados (LAUFER e TUCKER, 1988).

O sucesso de implantação de um projeto de planejamento não consiste somente na

aplicação de conceitos e ferramentas gerenciais, mas também através de mudanças de

caráter comportamental, ou seja, do envolvimento de todas as pessoas que compõem a

organização. Para, Isatto (2000) há duas barreiras para este envolvimento, a falta de

percepção por parte dos gerentes de produção quanto aos benefícios do planejamento e a

complexidade do gerenciamento de pessoas, fator humano.

O planejamento se mostra viável também em obras em que a disponibilização de dados

iniciais são insuficientes, pois mesmo assim é possível realizar o planejamento atingindo as

metas estabelecidas (OLIVEIRA, 2000).

A área de gerenciamento de materiais tem um importante papel dentro das empresas, tendo

como funções básicas a aquisição e armazenamento de materiais. Este setor assume

também, cada vez mais, um papel estratégico na empresa, na medida que envolve seus

diversos setores (planejamento, compras, financeiro, diretoria, etc.) e o relacionamento com

fornecedores externos (OLIVEIRA et al., 1995).

As principais causas para os problemas de gerenciamento são a pobreza nas

especificações e na comunicação dos detalhes do projeto, conhecimento técnico insuficiente

dos projetistas e falta de confiança em planejamento prévio para os trabalhos com projetos.

Estes problemas são mais recorrentes em obras de pequeno porte, sendo pouco

observados em obras de grande porte como barragens e pontes (KOSKELA, BALLARD e

TANHUANPAA,1997).

O importante é identificar as principais variáveis envolvidas no processo de planejamento,

destacando os aspectos organizacionais e a possibilidade da redução das incertezas com

um maior detalhamento dos planos, uma vez que a responsabilidade pelos diversos

estágios do planejamento é compartilhada e o envolvimento dos gerentes e técnicos varia

em função da fase ou área do projeto que está sendo executado (LAUFER, 1992).

O planejamento deve ser visto como uma antecipação às ações do gerenciamento, mais do

que um mero processo de tomada de decisões. É um processo hierárquico, desenvolvido

através de uma linha geral de objetivos, que permitem viabilizar os meios e as obrigações

necessárias para a consecução de um roteiro detalhado de ações. Nelas, estão incluídas

partes ou toda a cadeia de atividades, compreendendo informações (busca e análise) e

desenvolvimento, análise e avaliação de alternativas (LAUFER et al., 1994).

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Ghobril (1993), discute o uso de sistemas de informação para o planejamento e controle de

empreendimentos na construção civil. Segundo este autor, o planejamento operacional na

maioria das empresas está limitado à elaboração de orçamentos onde a programação é feita

com gráficos de Gantt.

Gerenciar é o ato de buscar as causas (meios) da impossibilidade de se atingir uma meta

(fim), estabelecer contramedidas, montar um plano de ação, atuar e padronizar em caso de

sucesso.

O método para a prática do gerenciamento é o PDCA ou também conhecido como ciclo de

Deming, que foi introduzido no Japão após a guerra. Segundo Daychoum (2007) o ciclo de

Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução

da gestão.

O PDCA (Plan, Do, Check, Action) é um método que visa controlar e conseguir resultados

eficazes e confiáveis nas atividades de uma empresa, podendo ser usado de forma contínua

para o gerenciamento das atividades de uma organização. Consiste em uma sequência de

procedimentos lógicos, baseados em fatos e dados.

É um eficiente modo de apresentar melhorias no processo, padronizando as informações do

controle da qualidade e tornando-as mais fáceis de manusear; também é uma maneira

muito eficaz de manter melhorias alcançadas (ROCHA, 2007).

Como define Werkema (1996) o ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões

para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.

Segundo Falconi (2013), “o PDCA é o método de trabalho que leva as pessoas a assumir

responsabilidades, a pensar, a desejar o desconhecido (novas metas) e, portanto, a ter

vontade de aprender novos conhecimentos”.

Para Arruda (1997) o PDCA é um ciclo que, implementado de maneira constante num

processo de trabalho, proporciona níveis elevados de melhoria contínua de desempenho. O

PDCA é um método de gestão.

De acordo com Falconi (2013), existem dois tipos de meta - metas para manter e metas

para melhorar. O PDCA utilizado para atingir ‘’metas padrão’’, ou para manter os resultados

num certo nível desejado, poderia ser chamado de SDCA (‘’S’’ para ‘’Standard” ou Padrão).

Existem duas maneiras de se atingir as metas de melhoria utilizando-se o PDCA:

projetando-se um novo processo para se atingir a meta desejada ou fazendo-se

modificações substanciais nos processos existentes. Este caso geralmente conduz a

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grandes avanços, bem como a novos investimentos; ou fazendo-se sucessivas modificações

nos processos existentes. Este caso geralmente conduz a ganhos sucessivos obtidos sem

investimentos. O PDCA voltado para melhorias deve ser da seguinte forma:

Quadro 8: Estrutura do PDCA

Fonte: Campos, V. Falconi (2013)

Segundo Werkema (1995), para atingir metas de melhoria de resultados utilizamos o ciclo

PDCA, que nesse caso também é denominado Método de Solução de Problemas.

Segundo Marshall Jr. et al (2008) o PDCA é uma ferramenta gerencial para promoção da

melhoria contínua e reflete, em quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo.

Ele permite que os processos sejam ao mesmo tempo avaliados durante sua

operacionalização e forneçam subsídios para melhorias, através do giro contínuo do seu

ciclo.

A área de engenharia e a área gerencial das empresas utilizam o PDCA para novos

processos mais frequentemente. As unidades gerenciais básicas utilizam mais o PDCA para

os processos existentes. As principais fases do PDCA são mostradas no quadro seguinte.

Quadro 9: Fases do PDCA Fase 1 denominada PLAN – Planejamento que representa o estabelecimento de objetivos e

metas, com base nas diretrizes da empresa. Normalmente as metas ou estratégias são

desdobradas do planejamento estratégico.

Fase 2 – DO (execução) que é a etapa de implementação do planejamento, para isso é

necessário treinar as pessoas para a execução;

Fase 3 chamada CHECK – verificação em que verifica se o planejado foi consistentemente

alcançado através da comparação entre as metas desejadas e os resultados obtidos;

Fase 4 – ACT (agir corretamente) em que se as metas sejam alcançadas, é necessário

adotar como padrão o planejado na primeira fase, caso isso não foi possível é necessário

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procurar alternativas para prevenir os efeitos indesejados. Neste último caso, volta-se a

primeira fase do PDCA e inicia-se o ciclo novamente.

Fonte: Adaptado De Falconi (2013)

O método de gerenciamento de processos da gestão da qualidade total é o PDCA, que é

chamado de ‘’método de controle de processos’’ ou método para o ‘’controle estatístico de

processos. Um processo é um conjunto de causas que provocam efeitos. Processo é sua

área de autoridade e os produtos são sua responsabilidade. De acordo com Falconi (2013),

fazem parte do processo: as matérias primas, os equipamentos de produção, os

instrumentos de medição, as pessoas, os procedimentos e as condições ambientais locais.

Gerenciar ou controlar um processo é o ato de buscar as causas (meios) da impossibilidade

de se atingir uma meta (fim), estabelecer contramedidas (plano de ação) e padronizar em

caso de sucesso.

Qualquer resultado que se melhora, deve, imediatamente, ser estabilizado nas operações

do dia a dia por meio da padronização e do treinamento no trabalho. Sempre que é preciso

gerenciar, deve-se utilizar o PDCA para melhorar em conjunto com o SDCA para manter.

2.1.1. FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO

Existem vários métodos de programação para a construção civil, dentre os quais pode-se

citar o Diagrama de Barras ou Gráfico de Gantt que será explicado posteriormente. Sua

utilização é necessária para evitar o inconveniente da tomada de decisões ao acaso e a

escolha de ações e soluções adotadas emergencialmente, facilitando também a

visualização da programação e melhorando o fluxo de informações em toda obra.

2.2.1.1 GRÁFICO DE GANTT

Os gráficos de Gantt são um dos recursos visuais mais utilizados na atividade de

gerenciamento de projetos (MEDEIROS, 2007).

Trata-se de um instrumento utilizado para representar as etapas de um projeto, incluindo

seu início, duração e fim. As tarefas de cada membro da equipe são representadas por uma

barra sobre o eixo horizontal do gráfico (FIGUEIREDO, 2009).

De acordo com Santoro (2007), esse tipo de instrumento serve para representar programas

de produção, mas vem sendo empregado intensivamente para programação. Apesar da

facilidade de operação, seu uso pode representar um fator de risco já que conta apenas com

a experiência dos executores do programa.

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Os gráficos de Gantt representam o tempo e trabalho em um eixo só, diferentemente dos

gráficos cartesianos, onde tempo e trabalho são representados em eixos diferentes. A

comparação entre o que foi planejado e o que está sendo realmente executado torna

possível ações corretivas (MEDEIROS, 2007).

Algumas vantagens do uso destes gráficos são sua simplicidade, facilidade de entendimento

e um bom impacto visual. Porém, não representa relações de precedências, assim como

folgas e caminhos críticos (MEDEIROS, 2007). A seguir temos a ilustração do gráfico de

Gantt.

Figura 2: Gráfico de Gantt

Fonte: Baia, Miranda e Luke (2016)

2.2.1.2 CRONOGRAMA - CURVA “S”

A Curva “S” é uma ferramenta gerencial de acompanhamento de projetos, e por sua

concepção é possível identificar claramente os desvios entre o planejado e o realizado, de

forma instantânea. Pelo histórico e o status atual pode-se visualizar tendências, uma vez

que seus resultados contemplam todo o ciclo de vida do projeto (RESENDE, 2013).

O desempenho das atividades que compõem o projeto ou empreendimento não ocorre de

forma linear, sendo muitos os fatores que contribuem para estes aspectos. Dentre eles,

pode-se citar o objetivo do projeto; o contexto no qual o projeto está sendo desenvolvido; a

quantidade de recursos; tempo, dinheiro e o próprio planejamento O trabalho executado,

distribuído em um espaço de tempo, via de regra, aumenta gradativamente até atingir um

máximo (que na maioria das vezes acontece entre 50% e 60% deste período), tornando a

baixar gradativamente, até o término do empreendimento. A forma gráfica do somatório

destas parcelas (o valor acumulado), possui um traçado semelhante a um “S”, daí o nome

curva “S” (RESENDE, 2013). A figura a seguir ilustra esta curva.

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Figura 3: Exemplo Curva S

Fonte: Resende, 2013

2.2.1.3 BRAINSTORMING

Na tradução literal, significa tempestade de ideias, e trata-se de uma ferramenta gerencial

utilizada para estimular a equipe e levantar ideias em torno de um problema. Os funcionários

são convidados a participar de uma reunião onde os problemas são descritos e então cada

um expõe suas opiniões sobre possíveis causas daquele problema. Tudo o que é falado é

levado em consideração, e nada deve ser considerado errado, não se deve ter preconceito

com as respostas e nem ser feito pré-julgamento, estimulando os participantes a não se

conter por timidez ou medo de falar algo errado. Então, buscam-se soluções usando a

criatividade em um curto espaço de tempo.

2.2. CONTROLE DE OBRAS

Controle pode se definido como qualquer processo que orienta as atividades dos indivíduos

na direção da realização de metas organizacionais. Pode ser estratégico quando projetado

para apoiar os administradores na avaliação do progresso da organização com sua

estratégia e, quando existirem discrepâncias, na formulação de ações corretivas

(BATEMAN, 1998).

Já para Maximiano (1995), controle é o processo de produzir e usar informações para tomar

decisões, sobre a execução de atividades e sobre os objetivos. As informações e decisões

de controle permitem manter uma organização ou sistema orientado.

Os sistemas de controle destinam-se a medir o progresso na direção de um desempenho

planejado e, se necessário, a aplicar medidas corretivas para garantir que o desempenho

esteja alinhado com o objetivo dos administradores (BATEMAN, 1998).

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O controle de obras não constitui uma atividade avulsa, empírica, esporádica que explore

somente os pontos aparentemente críticos da construção, quando estes se nos apresentam.

Pelo contrário, é uma atividade que visa exatamente não permitir a ocorrência de pontos

críticos, evitar as distorções e desvios de parâmetros em relação ao programado. É,

portanto uma atividade que, em alcançando sua plenitude, será de caráter preventivo e

raramente corretivo (QUEIROZ, 2001).

O controle auxilia as tarefas de utilização de recursos e facilita o processo de planejamento.

Tem objetivos claramente definidos, e seu foco é o acompanhamento diário da execução

dos serviços, no que diz respeito à produtividade e aos custos (QUEIROZ, 2001). A seguir,

apresenta-se os objetivos do controle.

Quadro 10: Objetivos do Controle. Apuração de prazos e custos, comparando-os com os previstos;

Tomada de decisões em caso de haver desvios de prazos e custos;

Realimentar o sistema com os novos dados obtidos de custo, prazo e produtividade.

Fonte: Adaptado de Queiroz, 2001

Quanto mais racional e rigoroso o sistema de controle, maior segurança e confiabilidade nas

programações física e financeira e maior progresso nos índices de produtividade e redução

das perdas, melhorando os custos reais (QUEIROZ, 2001).

O controle é dividido em quatro fases, como mostrado no quadro a seguir:

Quadro 11: Quatro Etapas do Controle. QUATRO ETAPAS DO CONTROLE

FASE DESCRIÇÃO

Estabelecimento de

parâmetros de

desempenho:

É o nível de desempenho esperado para cada

meta. Os parâmetros servem como pontos de

referência em relação aos quais é possível

avaliar o desempenho real.

Medição de

desempenho:

Em geral, os dados de desempenho são

obtidos de três fontes: relatórios por escrito;

relatórios verbais, e observação pessoal. Estas

fontes fornecem informações úteis sobre o

desempenho.

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QUATRO ETAPAS DO CONTROLE

FASE DESCRIÇÃO

Comparação do

desempenho com o

parâmetro:

Nela, o avaliador avalia o desempenho.

Desvios pequenos são aceitáveis, já grandes

desvios podem ser graves

Medidas corretivas: Esse passo garante que as operações sejam

ajustadas, para que sejam atingidos os

resultados inicialmente planejados.

Fonte: Adaptado de Medeiros, 2007.

As construtoras buscam melhorar o controle de seus processos, devido ao aumento da

competitividade no setor. Dessa forma, diminui-se os retrabalhos e custos extras, além de

melhorar a qualidade de suas construções e formar um banco de dados que auxilie a

execução de novas obras (MEDEIROS, 2007).

Ohno (1997) faz uma analogia entre o planejamento e controle da produção com a coluna

vertebral do corpo humano, afirmando que o departamento de planejamento e controle é o

centro do sistema de produção, pois é quem determina seu presente e futuro através do pré-

estabelecimento de planos e metas.

Finalmente, é importante o entendimento de que planejamento, programação e controle são

atividades interligadas e interdependentes e não se desenvolvem sequencialmente, mas se

sobrepõem no tempo. Não há, portanto, sentido em se pensar no desenvolvimento de uma

só delas sem as outras (QUEIROZ, 2001).

O controle de obras constitui-se de uma forma de se evitar perdas. As perdas de materiais

podem ter origem em diferentes momentos dentro da vida de um empreendimento.

Simplificadamente, pode-se distinguir três grandes fases do empreendimento: a concepção,

a execução e a utilização. Assim, um superdimensionamento da estrutura poderia ser

considerado perda de aço, na medida em que se estivesse especificando uma quantidade

de material excedente em relação àquela preconizada pelas normas técnicas. Da mesma

maneira, a utilização de maior quantidade de tijolos que aquela estritamente necessária para

a vedação dos vãos representaria uma perda na execução. Um repintura, a pequenas

idades, apenas para mudar a cor da fachada de um edifício, poderia ser considerada uma

perda gerada na utilização (SOUZA, 1998).

Já Agopyan et al., (2000), cita, quanto à concepção, o caso de um projetista estrutural não

explorar adequadamente os limites que o conhecimento atual permite e gerar, assim, uma

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estrutura com consumo de concreto por metro quadrado de obra muito elevado. O mesmo

pode ocorrer quando a definição do traço para a argamassa de contrapiso leva a um

consumo desnecessariamente alto de cimento.

Agopyan et al., (2000) cita também, para o caso da execução, que são várias as fontes de

perdas possíveis: no recebimento, o material pode ser entregue em uma quantidade menor

que a solicitada; blocos estocados inadequadamente estão sujeitos a serem quebrados mais

facilmente; o concreto, transportado por equipamentos e trajetos inadequados, pode cair

pelo caminho; a não obediência ao traço correto da argamassa pode implicar sobre

consumos na dosagem dela (processamento intermediário); o processo tradicional de

aplicação de gesso pode gerar uma grande quantidade de material endurecido não utilizado.

No caso da fase de utilização do empreendimento, por exemplo, a repintura precoce de uma

fachada pode representar um consumo de tinta maior que o esperado (Agopyan et al.,

2000).

2.2.1. FERRAMENTAS DO CONTROLE DE OBRAS

Os métodos de combate ao desperdício de uma empresa envolvem a utilização de

ferramentas que visam reduzir ao desperdício, que se empregam no processo produtivo,

tornando-o mais eficiente e eficaz.

2.2.1.1. INDICADOR DE PERDAS E CONSUMOS

À expressão numérica das perdas ou consumos de materiais dá-se o nome de indicador.

Enquanto o indicador de perda tem um caráter relativo, pois mede o distanciamento do

desempenho quanto ao uso dos materiais em relação a uma situação de referência, o

indicador de consumo ou de produtividade pode ser entendido como a relação entre a

quantidade de materiais efetivamente utilizados e a quantidade de serviço executado

(Agopyan et al., 2000). O cálculo desses indicadores é feito através das seguintes

expressões:

���%� =������

�� �100 Eq. 1

�� =���

�� Eq. 2

Onde ����� representa a quantidade realmente utilizada de determinado material para

execução desse serviço e QS é a quantidade executada do serviço.

A relação entre esses indicadores é expressa por:

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�� =��

��� − 1 Eq. 3

Onde ����� é o indicador de consumo de referência.

Os indicadores de perdas e consumos de materiais podem ser classificados segundo a sua

abrangência, que está relacionada ao escopo do fluxograma elaborado e à natureza do

material estudado. Esse aspecto fica evidenciado ao se compararem, por exemplo, o estudo

das perdas do cimento e o do concreto usinado. Enquanto o fluxograma dos processos

relativo ao segundo material contempla as etapas de recebimento, transporte e aplicação, o

do primeiro contém, além destas etapas, a de estocagem e processamento intermediário

para a conformação de uma argamassa ou concreto produzidos em obra. Além desse fato, a

argamassa, a qual possui cimento em sua constituição, pode ser utilizada em vários

serviços simultaneamente (Agopyan et al., 2000).

A partir de tais especificidades, a mensuração das perdas e consumos de materiais pode

ser feita levando-se em consideração todas as etapas do fluxograma dos processos ou,

ainda, levando-se em consideração apenas parte do mesmo. Isso significa dizer que se

pode estabelecer indicadores abrangentes ou específicos, denominados, respectivamente,

no presente trabalho, de globais e parciais (Agopyan et al., 2000).

Os indicadores globais podem expressar os valores de perdas de um determinado material

na obra como um todo, apenas em um serviço ou, ainda, apenas nas etapas subsequentes

à sua estocagem (Agopyan et al., 2000).

Nesse sentido, define-se indicador parcial como a expressão dos valores de consumo ou

perda de materiais associados apenas a uma etapa do fluxograma dos processos. A

expressão dos valores das perdas e consumos associada a mais de uma etapa do

fluxograma dos processos denomina-se indicador global (Agopyan et al., 2000). O indicador

global pode ainda ser classificado em:

Quadro 12: Classificações do Indicador Global. Indicador global de perda de material por obra: consiste na expressão da perda total

considerando o uso do material em todos os serviços executados durante o período de

coleta, como, por exemplo, a perda de cimento em toda a obra;

Indicador global de perda ou consumo de material por serviço: consiste na expressão da

perda ou do consumo de material num único serviço, abrangendo desde a etapa de

recebimento até a de aplicação final, como, por exemplo, a perda de bloco no serviço de

alvenaria ou o consumo de blocos por metro quadrado de alvenaria executada; e

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Indicador global de perda ou consumo de material por serviço pós-estocagem: consiste na

expressão do valor da perda ou de consumo de material considerando apenas as etapas do

fluxograma subsequentes ao estoque. Por exemplo, o caso das perdas de cimento no

serviço de contrapiso, ou o consumo de cimento por metro quadrado de revestimento

interno (emboço).

Fonte: Adaptado de Agopyan Et Al. (2000)

2.2.1.2. DIAGRAMA DE PARETO

“Em 1897, o economista italiano Vilfredo Pareto apresentou uma fórmula mostrando que a

distribuição de renda é desigual. Uma teoria semelhante foi apresentada pelo economista

americano M.C. Lorenz, em 1907. O Dr. J.M. Juran aplicou o método gráfico de Lorenz

como uma forma de classificar os problemas de qualidade nos poucos vitais, e denominou

este método de análise de Pareto. Ele demonstrou que, em muitos casos, a maior parte dos

defeitos e de seus custos decorre de um número relativamente pequeno de causas” (KUME,

1993).

As perdas constituem uma grande preocupação de quem procura gerir um processo

produtivo. Dessa forma, para que seja possível melhorar qualquer sistema ou processo é

necessário antes dispor de uma ferramenta que permita entender o que está realmente

ocorrendo (COSTA, 2006).

O Diagrama de Pareto é uma das ferramentas da qualidade e permite uma fácil visualização

e identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de

esforços para saná-los. É uma ferramenta que permite determinar as prioridades dos

problemas a serem resolvidos, de acordo com sua importância, através das frequências das

ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Isso não quer

dizer que nem todos os problemas sejam importantes, mas sim que alguns precisam ser

solucionados com maior urgência (RODRIGUES, 2015).

O Princípio de Pareto, também conhecido como princípio 80-20, segundo a publicação de

BASTIANI et al. (2012), afirma que para muitos fenômenos, 80% das consequências advêm

de 20% das causas. Essa lógica pode ser muito útil para tratar não conformidades,

identificar pontos de melhoria e definir que planos de ação devem ser atacados primeiro no

que diz respeito à prioridade (RODRIGUES, 2015).

Para Cortivo (2005) um Diagrama de Pareto é uma descrição gráfica de dados em ordem

decrescente de frequência, para que, com a presente informação, se possam concentrar os

esforços de melhoria nos pontos onde os maiores ganhos podem ser obtidos.

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Pimentel (2007) enumera as finalidades de um Diagrama de Pareto como:

Quadro 13: Finalidades do Diagrama De Pareto Mostrar as contribuições relativas das falhas que produzem um problema.

Separar as poucas causas críticas das muitas triviais (tipicamente, 80% das ocorrências de

um problema deve-se a 20% das causas).

Identificar onde os esforços devem ser priorizados.

Fonte: Adaptado de Pimentel (2007).

Existem dois tipos de Diagrama de Pareto, apresentados no quadro seguinte:

Quadro 14: Tipos de Diagrama de Pareto. Diagrama de Pareto por efeitos: este é utilizado para descobrir qual é o maior problema

entre os resultados indesejáveis. Bastante utilizado para estratificar problemas de qualidade

(defeitos, reclamações), custo (gastos, montantes de perdas), entrega (atrasos, falta de

estoques) e segurança (acidentes).

Diagrama de Pareto por causas: este se refere às causas no processo. É utilizado para

descobrir qual é a maior causa do problema, como: operador (turno, grupo, idade), máquina

(equipamentos, ferramentas), matéria-prima (fabricante, fábrica, lote) e método de operação

(condições, ordens, preparativos).

Fonte: Adaptado de Costa (2006).

2.2.1.3. CURVA “ABC”

Esta ferramenta baseia-se no principio do Diagrama de Pareto, onde estima-se que 80%

das problemas sejam provocados por 20% das causas. No entanto, Segundo o livro de

MATTOS (2006), a Curva recebeu este nome em decorrência da metodologia utilizada, pois

os itens são classificados como:

Quadro 15: Classificação da Curva “ABC” I. Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do

total;

II. Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do total;

III. Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total.

FONTE: ADAPTADO DE MATTOS (2006)

É uma ferramenta utilizada, em geral, no controle de custos e de estoques, mostrando os

itens que mais são relevantes e que devem ser controlados, pois são os que mais têm

impacto no orçamento da obra. Sendo assim, tendo foco nos principais itens, pode-se

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montar planos de ações que evitem desperdícios de tempo, esforço e dinheiro com

atividades e ou materiais que não compensam o investimento, como ilustra a figura a seguir

(Henrique, 2010).

Figura 4: Exemplo Curva “ABC”

Fonte: Henrique, 2010

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3. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE EM

UMA CONSTRUTORA

3.1. HISTÓRICO DA EMPRESA EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO ENXUTA E

PLANEJAMENTO

A construtora ao longo deste último ano, identificou que para se manter entre as maiores

construtoras do país, precisava melhorar os prazos e custos de suas obras, para que não

fosse afetada pela crise e mantivesse o número de unidades em construção. Foi constatado

que os estoques dos empreendimentos não possuíam uma logística e que com uma

quantidade maior que o necessário, a forma de produção não estava padronizada e que

existia bastante desperdício (controle pouco efetivo). A construtora então quis implantar a

ideia da construção enxuta, focando em itens que agregassem valor. Sendo assim, a

empresa buscou uma forma de melhorar seu próprio sistema, e utilizou o método PDCA

para identificar problemas e traçar metas, como será demonstrado ao longo deste capítulo.

Após rodar o método PDCA, contratou uma empresa de consultoria com foco em

planejamento, e assim reestruturou a equipe, investiu em treinamentos e em novas

ferramentas que visam o cumprimento dos prazos e diminuição dos custos. Neste momento,

na empresa, foi criado o PDE (programa de desenvolvimento de engenheiros).

A seguir serão apresentadas as novas diretrizes e ferramentas adotadas.

No cenário atual da construção civil, torna-se essencial conseguir terminar os

empreendimentos dentro do custo e no prazo. E como uma construtora está entre as lideres

do mercado da construção civil, e com o objetivo de construir mais, em menos tempo, com

um menor custo e com qualidade, precisou então adequar seu planejamento e controle e

passar a seguir os princípios da construção enxuta. Serão apresentadas as ferramentas de

planejamento e controle que a construtora implantou para atingir seu objetivo.

3.2. O CICLO PDCA NA CONSTRUTORA

Foi constatado pela construtora que era necessário aumentar a capacidade crítica e

analítica das lideranças das obras para que estes pudessem conduzir a resolução de

problemas críticos e alcançar as metas planejadas.

E então, desenvolveu-se o método de resolução dos problemas que seja adequado à

realidade da obra e eliminando tudo que não agrega valor.

Através de uma reunião (realizada no início de 2016) com os principais líderes e gerentes da

empresa foram levantadas três questões sobre o gerenciamento da empresa, conforme

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listado no quadro a seguir:

Quadro 16: Antiga Ideia de Gestão Como está a GESTÃO nas obras da construtora?

R: Falta de elaboração do planejamento, definição de metas e gerenciamento da rotina do

dia a dia.

Existe oportunidades para melhorarmos nosso GERENCIAMENTO?

Sim. Fazendo o gerenciamento da rotina da obra (apuração de resultados, registro de

anomalias, plano ação).

Qual MÉTODO estamos aplicando nas obras para alcançarmos nossas metas?

Não temos. O método é importante para mostrar o caminho e juntar todos os esforços para

um mesmo objetivo.

Fonte: Dados Internos Da Construtora Xpto

Portanto, definiu-se a implantação da gestão de canteiro pelo método PDCA, e que está

demonstrado a seguir.

Foi adotada a estratégia de implantar um método (neste caso o PDCA) visando melhorar o

gerenciamento. Na definição da própria construtora, a gestão tem como objetivo principal a

resolução de problemas com foco no resultado. No contexto da Produção da construtora,

gerenciar é ATINGIR METAS garantindo a execução do projeto conforme o PRAZO, o

CUSTO e a QUALIDADE, planejados para cada empreendimento.

O método é o caminho para se alcançar uma meta (o método mostra o que fazer para atingir

o objetivo). Sem o método cada pessoa direciona esforços para um lado diferente, fazendo

com que cada um tenha sua própria prioridade, haverá pouca comunicação e alinhamento.

Desta forma fica muito difícil obter o resultado esperado. Baseado nisso, surge o

pensamento de existir um método comum, para que todos ajam da mesma forma e que o

objetivo comum seja alcançado. A figura a seguir ilustra este pensamento.

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Figura 5: Definição de Método

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

A partir do momento que ficou definido que seria aplicado um método, e sabendo-se a

definição do mesmo, foi necessário introduzir a definição de meta, que é o resultado a ser

alcançado e assim foi mostrado como se deve determinar uma meta, conforme figura que se

segue:

Figura 6: Definição de Metas

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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Para determinação da meta (resultado a ser alcançado), é necessário entender o problema

o qual será necessário resolver, pois segundo a definição, problema é uma meta a ser

atingida. E conforme quadro a seguir, o problema pode ser dividido em dois tipos.

Quadro 17: Tipos de Problemas Problema bom: Quando existe uma diretriz para a melhoria do resultado (mudança de

patamar).

Problema ruim: Quando os resultados estão ficando abaixo da meta padrão por algum

motivo.

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

A seguir é demonstrado através de um gráfico o problema ruim e o problema bom, onde

este segundo seria uma melhoria do resultado que foi atingido anteriormente

Figura 7: Definição de Problema Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Com base nesta definição de problema, a construtora passou a identificar as falhas que

ocorriam para poder verificar como corrigir e melhorar. Como exemplo: O custo de alvenaria

alto em relação a meta é um problema (isto é um efeito indesejado). Este efeito indesejado é

causado no meio (canteiro de obra) por um conjunto de causas (material não chega na obra,

absenteísmo, funcionário ineficiente, logística ineficiente da obra etc.). É importante

identificar as causas raízes para que o resultado (efeito) indesejado seja impedido de

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continuar ocorrendo.

A seguir, nas duas próximas figuras, são demonstrados o diagrama de espinha de peixe,

conhecido como, Ishikawa, que é utilizado para identificar as causas dos problemas.

Durante o brainstorming, são levantadas todas as ideias de todos os participantes, sem

preconceito ou eliminação.

Figura 8: Definição diagrama de Ishikawa

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Após isso, é feita a análise dos cinco porquês, onde as causas prioritárias vão sendo

exploradas com maior profundidade e detalhamento, buscando identificar a causa raiz. Após

isso é montado o diagrama com suas causas, conforme a figura a seguir

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Figura 9: Exemplo diagrama de Ishikawa

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Após chegar nas causas, montasse um plano de ação, onde é necessário ter as ações que

serão tomadas, quem será o responsável e os respectivos prazos.

Complementado a ideia de resolução de problemas, a empresa definiu que para obtenção

dos resultados, era necessário que existissem três pilares, apresentados na figura 8 a

seguir, e que juntos ajudariam na obtenção dos resultados.

Figura 10: Ciclo a ser seguido na construtora Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Após a apresentação de definições de método, meta, problemas e dos pilares importantes

para obtenção de resultados, é demonstrado na figura a seguir o ciclo do PDCA e que foi

implantado na construtora.

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35

Figura 11: Ciclo PDCA Implantado Na Construtora. Fonte: Dados Informados Pela Construtora Xpto

3.3. IMPLANTAÇAO DA GESTÃO DE CANTEIRO ATRAVÉS DO PDCA

O primeiro passo dado pela construtora após a consultoria sobre planejamento foi a

implantação o método PDCA em suas atividades e a primeira delas foi a gestão de canteiro.

Conforme figura a seguir, e descrição logo após no quadro 18, a gestão de canteiro ficou

divida em cinco etapas:

Figura 12: Etapas da Gestão de Canteiro – PDCA.

Fonte: Dados Informados pela Construtora

Quadro 18: Nova Ideia de Gestão Iniciar: Lançar o empreendimento, registro de incorporação, alvará do empreendimento

etc;

Planejar: Definir cronograma, orçamento, materiais, equipe, serviços e máquinas;

Executar: Mobilizar recursos humanos e materiais para a execução da obra;

Monitorar e Controlar: Gerenciar o planejamento e execução da obra: garantir prazo,

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36

custo e qualidade);

Encerrar: Desmobilizar os recursos da obra.

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

O uso do método PDCA traz inúmeros benefícios para uma empresa. O quadro seguinte os apresenta.

Quadro 19: Benefícios do Método PDCA na Gestão de Canteiro Avaliação do desempenho (real x planejado);

Identificação das características dos problemas;

Identificação das causas dos problemas;

Elaboração de ações corretivas robustas;

Acompanhamento da eficiência das ações implantadas;

Desenvolvimento de conhecimento para melhoria dos

resultados das obras no futuro;

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Com a aplicação do método PDCA foi possível analisar itens que antes era difícil de ser

enxergar, conforme divisão da figura a seguir.

Figura 13: Iceberg Gerencial

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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37

Finalizando a aplicação do método PDCA na gestão de canteiro, a construtora realizou um

levantamento com os funcionários que foram treinados para que os mesmos listassem a

conclusão em torno de algumas perguntas. Estas questões estão apresentadas no quadro

seguinte.

Quadro 20: Conclusões Após Aplicação Do PDCA na Gestão de Canteiro

Qual é o método da CONSTRUTORA para

resolver problemas?

PDCA

O que é Gerenciar? Resolver problemas e bater metas

O que é Método? É caminho para atingir a meta

O que é um problema? Problema é o não atingimento da meta

De que é composta a meta? Objetivo + Valor + Prazo

O que foi melhorado com a gestão de

canteiro nas obras?

Melhoramos a comunicação por meio

do ritual de gestão, temos planejamento

e metas bem definidas, verificamos

como esta o realizado em relação ao

planejado, identificamos os problemas

que impactam no resultado,

identificamos as causas destes

problemas, elaboramos e executamos

ações para corrigir e bloquear as

causas dos problemas e os

conhecimentos e melhorias são

registrados para serem implantados em

outras obras. Desta maneira

perseguimos as metas e obtemos como

resultado a obra no prazo, custo e

qualidade.

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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38

3.4. O PLANEJAMENTO APÓS O PDCA

Após a construtora ter inserido o método para resolução dos problemas para atingir metas,

foi realizada a restruturação do setor de planejamento e controle, no que diz respeito a

equipe e ferramentas de trabalho.

A principal mudança foi o pensamento de que o planejamento de um empreendimento inicia

aproximadamente um ano antes do mesmo ser lançado para vendas e assim ficou dividido

entre pré-obra, durante a obra e pós obra.

E assim ficou definido que um ano antes do lançamento do empreendimento, começam as

reuniões de pré-obra, onde são verificados os itens relacionados a licença, registro de PJ,

viabilidade de ligações provisórios e inicio da contratação dos projetos, trata-se do

planejamento de longo prazo. Estas reuniões tem a participação de diversos setores da

empresa, tais como: comercial, desenvolvimento imobiliário, planejamento, projetos e

habite-se. E quando faltam seis meses para inicio, é incluído a compatibilização dos projetos

e a analise logística do canteiro.

Logo após, é realizada uma reunião com a equipe de engenharia da obra, para que seja

feita a programação de execução dos serviços e construção do PGO (planejamento geral de

obra), que é a ferramenta da empresa que mostra o Gantt dos serviços, a curva S e o

histograma de mão de obra. Neste momento é feito o book do empreendimento, que é uma

forma de apresentação do empreendimento e que mostra dos os itens analisados na pré-

obra.

Quadro 21: Vantagens Que O Planejamento Trouxe Para a Construtora Maior previsibilidade do empreendimento;

Maior possibilidade de cumprimento de prazos;

Maior controle da mão-de-obra, materiais, e atividades;

Maior segurança para decisões financeiras;

Possibilidade de realizar o balanço de equipes de trabalho.

Fonte: Dados Internos Da Construtora Xpto

3.4.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS

3.4.1.1. CRONOGRAMA DE SERVIÇOS – GANTT

Trata-se do cronograma macro do empreendimento, onde consta os principais serviços e

quando deverão ocorrer, listando também a quantidade do serviço a ser executado.

Mensalmente, após a apuração da produção real, é lançada na PGO (planejamento geral de

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39

obras, e que alimenta o Gantt) e automaticamente feita a reprogramação de forma que não

ultrapasse o prazo inicial da obra. O cronograma está apresentado a seguir.

Figura 14: Cronograma Macro - Gantt

Fonte: Dados Internos da Construtoran Xpto

3.4.1.2. CURVAS DE PRODUÇÃO

Ainda dentro da PGO, é apresentado a curva S de produção acumulada prevista x

real+projetado, e tendo como base de dados as informações do Gantt. Através deste gráfico

é possível analisar onde se deveria estar e onde realmente a obra está em termos de

produção acumulada. Havendo muita discrepância, é montado um plano de ação para que a

curva do real atinga o planejado (baseline).

Figura 15: Curva Acumulada de Produção – Curva S

Fonte: Adaptado pela Construtora

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40

A curva de produção mensal nos mostra os “picos de produção”, que é planejado, para que

seja feita a programação de material e mão de obra necessária para cumprimento daquela

meta. Nela também temos o real + projetado. A figura a seguir apresenta a curva mensal de

produção.

Figura 16: Curva Mensal de Produção

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Com base nas curvas de produção (mensal e acumulada), é possível montar um histograma

de mão de obra, determinando através de produtividades que a empresa tem (base de

dados histórica da empresa), qual a quantidade de profissionais serão necessários para

cada atividade. A figura a seguir apresenta o histograma de mão de obra.

Figura 17: Histograma de Mão De Obra

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Com esta nova ideia de planejamento sendo difundida pela empresa, e após ter sido

0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 03 0 3 0 1 0 1 0

22

0

22

0

22

0

22

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0

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16

0

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0

16

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6

0

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0

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0

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0

86

0

Prev Real Prev Real Prev Real Prev Real

jun/15 jun/15 jul/15 jul/15 ago/15 ago/15 set/15 set/15

HISTOGRAMA - PRINCIPAIS TAREFAS

FUNDAÇÃO BLOCO E CINTAMENTO LAJE TIPO E FORRO ALVENARIA MASSA EXTERNA

GESSO CORRIDO PISO AZULEJO PINTURA INTERNA PINTURA EXTERNA

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41

implantado o planejamento macro (longo prazo), mais uma etapa precisava ser

concretizada, que era a implantação do planejamento de médio e curto prazo baseado no

planejamento macro já feito, junto a equipe de obra, que anteriormente não seguia o

planejamento, conforme quadro a seguir.

Quadro 22: Razões para o Planejamento não ser Seguido no Canteiro de Obras. Execução da obra no canteiro coordenada através de um planejamento de curto

prazo realizado pelo administrador da obra sem seguir o do escritório e em períodos

diferentes dos planos formais.

Dificuldade de atualização dos planos por parte dos responsáveis pelo

planejamento, por não disporem de informações do canteiro de obras para a

retroalimentação do planejamento.

Falta de integração vertical do planejamento.

Fonte: Adaptado de Laufer e Tucker, 1987.

E então, foi criada uma parceria entre o setor de planejamento que antes ficava no

escritório, para se ter um planejamento de curto prazo, chamado também de micro

planejamento, e este foi feito através de desdobramentos das metas globais em metas

mensais e até semanais, com a ferramenta chamada de AMP (acompanhamento mensal de

produção). Assim, com este acompanhamento, são realizadas reuniões semanais, onde é

possível verificar necessidade de aumento de mão de obra, analise da produtividade dos

funcionários (planilha de gente) e até se será necessário realizar uma reprogramação dos

serviços ou montar um plano de ação para resolver o problema.

3.4.1.3. AMP – ACOMPANHAMENTO MENSAL DE PRODUÇÃO

A AMP (acompanhamento mensal de produção) é uma ferramenta que foi criada como

forma de se medir o que está sendo realizado e assim comparar com o previsto. Trata-se de

uma ferramenta que desdobra sua meta macro em metas micros, para que assim, os

gerentes de obra possam ver, a curto prazo, qual o foco a ser dado. Todo início de mês a

obra realiza uma reunião de produção e faz a estimativa do que pretende produzir. Durante

a reunião, levantam-se algumas ideias, como mostrado na figura a seguir.

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42

Figura 18: Por Que Se Deve Estimar a Produção Mensal Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Ao fim desta reunião, preenche-se a ferramenta com os serviços e quantidades que serão

realizados e a produção real vai sendo alimentada semanalmente, até que ao final do mês,

seja feito a análise do que foi feito versus o que deveria ter sido feito e então repete-se o

processo, e sempre verificando os problemas que ocorreram para que possam ser tomadas

ações para que os mesmos não se repitam. As figuras a seguir apresentam os

acompanhamentos mensais de produção.

Figura 19: Amp Estimativa X Real

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Semana VP UP

1ª 0,32% 1,45

2ª 0,69% 3,12

3ª 0,15% 0,67

Anterior 4ª 0,59% 2,66

Acum. Mês Acum. Mês Acum. 5ªBloco 58,65% 84,96% 2,10% 87,05% 2,96% 87,92% 0,86%

ASC 38,47% 87,24% 1,32% 88,55% 1,49% 88,73% 0,18%

Pré Projeto 2,87% 100,00% 0,00% 100,00% 0,00% 100,00% 0,00% Previsto Real Meta

Total 100,00% 86,34% 1,74% 88,00% 2,31% 88,58% 0,58% 0,46% 0,44% 0,58%

7,81 396,00 10,40 398,59

AMP - RESUMO

DiferençaPesoAtual Previsão

AMP

VP Semanal Médio

MÊS

PARQUE RECREIO

OBRA

Junho

ACUMULADO ATÉ

24/06/2016

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43

Figura 20: Amp – Produção por Atividade

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

3.5. CONTROLE DE OBRAS DA CONSTRUTORA

Na implantação da nova filosofia de planejamento, baseada na construção enxuta, é

necessário que se tenha controle sobre os itens que estão abrangidos dentro do planejado,

para que se possa detectar possíveis desvios e para que se possa manter o real o mais

próximo do previsto. Como visto no PDCA, o controle faz parte do ciclo de gerenciamento e

representa justamente a etapa de acompanhamento, onde é medido se esta sendo feito de

acordo com o planejado.

E assim, para checagem para ver se o real está de acordo, foi implantada uma reunião em

todos os empreendimentos, chamada de “reunião de discrepância” onde nesta reunião foi

feita uma análise dos resultados, comparando-os com o planejado com intuito de determinar

o avanço, e detectando as discrepâncias ocorridas e estabelecendo condições para sua

correção, através de uma analise contínua do sistema de planejamento e controle. Nesta

reunião foi verificado o que de ruim pode ser eliminado e o que pode ser traçado um plano

de ação para reverter uma tendência de resultado ruim. O quadro 23 apresenta os objetivos

do controle, realizados na empresa. O quadro 23 apresenta as etapas do controle.

Quadro 23: Objetivos do Controle Realizados pela Empresa Apuração de prazos e custos, comparando-os com os previstos;

( X )

Tomada de decisões em caso de haver desvios de prazos e custos;

( X )

BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO

01 02 03 04 05 06 07 08 09

PERCENTUAL EXECUTADO 58,65% % 70,70% 79,04% 78,54% 93,54% 95,08% 83,78% 98,18% 87,03% 97,81% 87,05%

FUNDAÇÕES 3,94% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Atividade - Marco Início Fundação 0,00% Blc 0,00

Fundação em Estaca 3,94% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Execução de Estacas 95,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Arrasamento de Estacas 5,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

BLOCO,CINTAMENTO,ARRIMO BLOCO, PISO POBR 4,49% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Blocos e Cintamentos 3,96% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Escavação 8,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Formas 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Armação 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Concretagem 30,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Aterro 2,00% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Piso Pobre 0,53% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Fiada Zero 17,32% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Aterro/Regularização 24,20% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

Concretagem 58,47% Blc 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 9,00

ALVENARIA,ESC,CANLT,VIGOT,VERG,PLAT,EMPE 10,60% % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Alvenaria,degrau escad,canal,vig,ver,cve 10,31% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Alvenaria Estrutural 86,41% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Shaft a Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Grauteamento Canaleta 10,04% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Alvenaria Convencional 0,00% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Escada do Pavimento 2,23% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

Corrimão 1,32% Apt 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 450,00

TOTALELEMENTO PEP / ATIVIDADE PESO (%) UNIDADE

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44

Realimentar o sistema com os novos dados obtidos de custo, prazo e produtividade.

( )

Fonte: Adaptado de Queiroz, 2001

Quadro 24: Quatro Etapas do Controle na Realidade da Construtora QUATRO ETAPAS DO CONTROLE

FASE DESCRIÇÃO 1- Estabelecimento de parâmetros de desempenho:

É o nível de desempenho esperado para cada meta. Os parâmetros servem como pontos de referência em relação aos quais é possível avaliar o desempenho real.

( X )

2- Medição de desempenho: Em geral, os dados de desempenho são obtidos de três fontes: relatórios por escrito; relatórios verbais, e observação pessoal. Estas fontes fornecem informações úteis sobre o desempenho.

( X )

3-Comparação do desempenho com o parâmetro:

Nela, o avaliador avalia o desempenho. Desvios pequenos são aceitáveis, já grandes desvios podem ser graves

( X )

4-Medidas corretivas: Esse passo garante que as operações sejam ajustadas, para que sejam atingidos os resultados inicialmente planejados.

( )

Fonte: Adaptado de Medeiros, 2007.

3.5.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS

3.5.1.1. RELATÓRIO DE DISCREPÂNCIA

Para a empresa, a discrepância talvez seja o documento mais importante do Departamento

de Controle, pois através dele é possível ter todo o histórico da obra até a data em questão,

dividido por atividade.

Ela é gerada entre a primeira e a segunda quinzena de cada mês, sempre contemplando

todas as informações da obra até o final do mês anterior.

Em síntese, neste documento é possível ver todos os materiais e serviços que já foram

realizados até a data base. Podem-se visualizar os materiais e serviços desejados tanto

separadamente, quanto por grupo. Por exemplo, pode-se ver tudo o que foi comprado de

brita 0, pedido por pedido ou verificar na aba resumo um apanhado de todo o grupo de

pedra britada que além de brita, engloba bica corrida, pó de pedra, entre outros materiais.

O mais interessante desta planilha é que ela faz projeções físicas e financeiras dos grupos

de materiais e serviços utilizados na obra, fazendo uma previsão se tal insumo trará

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45

economia ou prejuízo ao final da obra, levando-se em consideração o saldo físico. Este

recurso permite que a obra fique em alerta e tente reverter a tempo a situação caso algum

material ou serviço esteja tendendo a estourar.

As figuras a seguir (19, 20, 21 e 22) apresentam os relatórios referentes aos custos de

acordo com as atividades ou grupo de materiais, estes relatórios são analisados

mensalmente nas reuniões entre setor de controle e engenheiro da obra

Figura 21: Relatório de Discrepância – Resumo dos Principais Gastos

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Figura 228: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Serviços

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Figura 93: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos dos Materiais

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Total (R$) % sobre Orçado: R$ / apto

Orçado: 1.255.460,82R$ - 2.092,43

Realizado: 173.572,83R$ 14% 289,29

Saldo 1.081.887,99R$ 86% 1.803,15

Projeção 1.306.375,13R$ 104,06% 2.177,29

Total (R$) % sobre Orçado: R$ / apto

Orçado: 1.788.824,19R$ - 2.981,37

Realizado: 23.826,42R$ -99% 39,71

Saldo 1.764.997,77R$ -1% 2.941,66

Projeção 1.637.882,49R$ 92% 2.729,80

Total (R$) % sobre Orçado: R$ / apto

Orçado: 3.716.364,49R$ - 6.193,94

Realizado: 632.735,00R$ -82,97% 1.054,56

Saldo 3.083.629,49R$ -17,03% 5.139,38

Projeção 3.986.010,68R$ 107,26% 6.643,35

LOCAÇÃO EQUIPAMENTOS

INSTALADORA - MO

INSTALADORA - MATERIAL

FÍSICO m² 56.475,75 0,00 56.475,75 56.298,83 99,69% 176,92R$ Vl. Unit. 24,12R$ -R$ R$ Vl. Total 1.362.443,81R$ -R$ 1.362.443,81R$

FÍSICO m² 1.889,77 72,36 1.817,41 1.956,21 103,52% -66,44R$ Vl. Unit. 25,13R$ 32,29R$ R$ Vl. Total 47.488,69R$ 2.336,54R$ 45.152,15R$

49.676,46R$ 104,61% (2.187,77)R$

FINANCEIRO 1.358.175,67R$ 99,69% 4.268,14R$

SERVICO DE ALVENARIA BLOCO CHEIO

0,31%

Projeção Projeção % Saldo Projetado

SERVICO DE ALVENARIA 0,31%

Descrição Unidade Orçado Realizado Saldo % Grupo

FINANCEIRO

FÍSICO kg 349.832,82 176.229,10 173.603,72 468.725,76 133,99% -118.892,94R$ Vl. Unit. 3,00R$ 2,96R$ R$ Vl. Total 1.049.514,93R$ 520.877,89R$ 528.637,04R$

FÍSICO sc 52.457,92 620,00 51.837,92 52.810,16 100,67% -352,24R$ Vl. Unit. 15,27R$ 19,28R$ R$ Vl. Total 800.965,34R$ 11.956,35R$ 789.008,99R$

FÍSICO m³ 6.406,74 2.333,50 4.073,24 7.397,63 115,47% -990,89R$ Vl. Unit. 245,03R$ 213,71R$ R$ Vl. Total 1.569.857,04R$ 498.701,31R$ 1.071.155,73R$

FINANCEIRO 1.739.576,03R$ 110,81% (169.718,99)R$ Concreto Estrutural Usinado 20,96%

Cimentos 0,51%

Saldo Projetado

Aços para Construções 16,39%FINANCEIRO

FINANCEIRO 808.833,41R$ 100,98% (7.868,07)R$

1.398.381,62R$ 133,24% (348.866,69)R$

Descrição Unidade Orçado Realizado Saldo % Grupo Projeção Projeção %

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46

Figura 24: Relatório de Discrepância – Acompanhamento dos Custos por Atividade

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

3.5.1.2. CONTROLE DE MEDIÇÃO

Na construtora, existe um relatório denominado Critério de Orçamento x Medições. Este

documento serve como um guia e é de fundamental importância, sendo obrigação dos

engenheiros e estagiários da construtora compreendê-lo, pois mostra todos os serviços que

podem ser executados pela obra, indicando de que maneira eles podem ser contratados, ou

seja, por empreitada, via Suprimentos ou mão de obra própria.

O Controle de Medição é uma planilha do Excel criada pelo Departamento de Controle e

enviada para as obras. Ao recebê-la, o engenheiro e sua equipe a alimentam com os dados

(serviço, local, quantidade e preço), segundo o levantamento do Departamento de

Orçamento.

O objetivo desta tabela é fazer com que a obra tenha um controle maior sobre os serviços

executados no canteiro, ou seja, nela encontram-se todos os serviços que serão executados

durante o período de obras, evitando assim o risco de se pagar por duas vezes a mesma

tarefa.

À medida que os serviços vão sendo executados, o responsável pelo Controle na obra vai

preenchendo a planilha com o empreiteiro que realizou o serviço, o período no qual está

sendo medido tal serviço, a quantidade executada e o preço unitário praticado, gerando-se

um valor total.

Em todo o período de medição, que acontece quinzenalmente, após a obra lançar as

medições no sistema padrão da empresa, deve-se enviar a planilha de Controle de Medição.

Um exemplo desta planilha está apresentado a seguir.

Descrição da Etapa Valor Orçado % Exec. Você Gastou

Você Poderia

ter Gasto Você Pode Gastar

Desembolso

Projetado

Saldo

Projetado Status

EQUIPAMENTOS LOCADOS 1.255.460,82R$ 9,77% 173.572,83R$ R$ 122.658,52 R$ 1.081.887,99 1.306.375,13R$ -R$ 50.914,31 ACIMA DO ORÇADO

ADMINISTRAÇÃO E DESPESAS 2.397.577,63R$ 9,77% 373.382,30R$ R$ 234.243,33 R$ 2.024.195,33 2.536.716,60R$ -R$ 139.138,97 ACIMA DO ORÇADO

FUNDAÇÕES 1.120.796,63R$ 57,00% 726.575,58R$ R$ 638.840,39 R$ 394.221,05 1.208.531,82R$ -R$ 87.735,19 ACIMA DO ORÇADO

BLOCO,CINTAMENTO,ARRIMO BLOCO, PISO POBR672.397,25R$ 33,00% 88.532,41R$ R$ 221.902,25 R$ 583.864,84 539.027,41R$ R$ 133.369,84 OK

ESTRUTURA PILOTIS E CAIXÃO PERDIDO -R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ R$ 0,00 OK

ALVENARIA,ESC,CANLT,VIGOT,VERG,PLAT,EMPE4.570.207,01R$ 0,00% 31.853,86R$ R$ 0,00 R$ 4.538.353,15 4.602.060,87R$ -R$ 31.853,86 ACIMA DO ORÇADO

LAJE TIPO E FORRO 1.820.549,25R$ 0,00% 251.857,93R$ R$ 0,00 R$ 1.568.691,32 2.072.407,18R$ -R$ 251.857,93 ACIMA DO ORÇADO

ASSENT. MARCOS,JANELA C PEITORIL,PT ALUM799.297,33R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 799.297,33 799.297,33R$ R$ 0,00 OK

MASSA INTERNA 886.127,19R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 886.127,19 886.127,19R$ R$ 0,00 OK

GESSO CORRIDO 676.829,33R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 676.829,33 676.829,33R$ R$ 0,00 OK

PISO,RODAPÉ,SOLEIRA,FILETE - APTO 1.037.369,32R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 1.037.369,32 1.037.369,32R$ R$ 0,00 OK

PISO,RODAPÉ,SOLEIRA,FILETE - HALL 76.307,85R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 76.307,85 76.307,85R$ R$ 0,00 OK

AZULEJO - APTO 350.209,26R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 350.209,26 350.209,26R$ R$ 0,00 OK

FORRO GESSO,MOLDURA LAJE SOLTA -APT HALL298.849,53R$ 0,00% -R$ R$ 0,00 R$ 298.849,53 298.849,53R$ R$ 0,00 OK

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47

Figura 105: Controle de Medição de Empreiteiro

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

3.5.1.3. CONTROLE DE PERDA E CONSUMOS

Um dos itens que a construtora focou, baseado na construção enxuta, foi a implantação de

um estoque mínimo (ter apenas o necessário para que a produção não pare e que atenda

ao ciclo de produção, de acordo com a previsão de de entrega), visto que foi verificado que

as obras possuíam estoques altos o que demandava mais espaço para armazenamento e

possibilitava grandes perdas em movimentações e desperdícios de materiais.

Fazendo uma análise do orçado x real do custo com materiais por apartamento, obtivemos o

resultado conforme figura a seguir.

Figura 116: Evolução Com Custos com Materiais (Valores Por Apartamento)

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Utilizando parte do aprendizado do método PDCA, foram realizados brainstorming para se

chegar as possíveis causas do aumento do orçamento, conforme demonstrado no quadro a

seguir.

Quadro 25: Causas do Aumento do Orçamento Relacionado ao Gasto com Material Estava sendo comprado mais caro que o orçado

Pedido feito com quantidade errada

Roubas: na entrega ou na estocagem

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48

Perda: ao transportar ou armazenar

Desperdício na execução

Fonte: Adaptado de Laufer E Tucker, 1987.

Assim, para minimizar o problema de perda de dinheiro dos principais materiais, foram

propostas algumas medidas e que a construtora adotou visando uma minimização dos

desvios do real x orçado.

Quadro 26: Medidas para Minimizar os Prejuizos com Materiais Realizar a apuração dos índices de consumo

Divulgar mensalmente os índices apurados, para que estando discrepantes do previsto,

possam ser traçadas ações para correção do desvio

Validar áreas a serem aplicados os materiais

Verificar nas demais regionais quais são os materiais que possuem menor índice de

consumo e comprar para a regional Rio de Janeiro

Realizar incertas nos recebimentos de materiais

Dividir responsabilidade com o empreiteiro e dar preços especiais para aqueles que tiverem

menor consumo de material

Solicitar consultoria dos fornecedores

Melhorar o armazenamento e transportes do materiais, baseados na logística do canteiro

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Após estas medidas entrarem em prátrica, foram acompanhados alguns indices dos

principais materiais e serão apresentados alguns deles em seguida, sempre sendo

comparado ao valor orçado ou de referência.

As figuras a seguir apresentam os índices de consumo que foram apurados nos

empreendimentos da construtora. Pode-se verificar que ainda é um ponto de melhoria, pois

está diretamente relacionado com desperdício.

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Figura 27: Índices de Fio

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Figura 128: Índices de Piso Cerâmico

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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Figura 13: Índices de Gesso

Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

Figura 30: Índices de Argamassa Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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Figura 31: Índices de Textura Fonte: Dados Internos da Construtora Xpto

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52

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A nova filosofia de produção enxuta é caracterizada pela capacidade de reduzir os

desperdícios em cada etapa do processo e as oportunidades de melhoria contínua,

agregando valor ao produto final.

Foi mostrado que a empresa a qual foi analisada, substituiu o antigo pensamento por esta

nova filosofia, mudando não somente as técnicas e aplicando novas ferramentas, mas

principalmente a forma de enxergar o processo de planejamento e controle, com relação a

desperdícios e melhorias no sistema de produção, que resultam em diminuição de prazo e

custo, passando a analisar o processo de produção como um todo, onde cada etapa

contribui com seu valor.

As técnicas Just-in-Time associado ao método PDCA e as ferramentas de planejamento e

controle foram os fundamentos que usados como base conceitual para a construtora. Dessa

forma, foi verificado que é possível minimizar perdas e desperdícios, reduzir custos e

otimizar processos na execução das atividades de um empreendimento.

Após estas mudanças em torno do planejamento, a construtora considerou que os

resultados melhoraram. Como não era feito um planejamento a longo prazo de maneira

apropriada, eram definidas metas de acordo com experiências anteriores, e para piorar, no

canteiro estas metas não eram seguidas e assim, juntando os dois problemas, as produções

reais ficavam bem diferentes das “previstas” e quando o prazo de um empreendimento

estava tendendo a não ser cumprido, colova-se mais gente na obra para realizar

verdadeiros mutirões, o que no fim não resolvia o problema e ainda comprometia ainda mais

o custo. Com a difusão na empresa do método PDCA, voltado a implantação da construção

enxuta, foi possível identificar problemas, levantar as causas (nas reuniões de

Brainstorming) e montar planos de ações. Com isso foi possível fazer com que o ciclo do

planejamento passasse a ser seguido (o que não ocorria anteriormente). Sendo assim, um

grande alimentador desse sistema contínuo é o planejamento macro e antecipado de tudo

que se pretende fazer, com visão crítica e analítica de cada atividade a fim de entender

como a mesma pode contribuir para a melhoria de todo o processo.

O presente trabalho demonstra como as construtoras podem pensar e agir sob a ótica dessa

nova filosofia, obtendo uma visão integrada, mostrando as ferramentas e métodos que

contribuem para o bom planejamento e controle, otimização dos processos, fundamentados

pela construção enxuta.

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53

Para trabalhos futuros, e a partir de todos os conhecimentos que foram adquiridos durante a

realização dessa pesquisa, pode-se elencar itens a serem desenvolvidos, tais como

demonstrado a seguir:

Quadro 27: Itens a serem Desenvolvidos em Trabalhos Futuros Pesquisa mais ampla sobre o tema de planejamento;

Realizar acompanhamento (estudo de caso) em uma construtora, que tenha objetivo de

implantar um planejamento baseado no conceito da construção enxuta, onde seja possível

acompanhar desde o início da obra até a entrega da mesma, apresentando seus resultados

obtidos

Fonte: Criado pela autora deste trabalho

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