jornal maranduba news #16

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Maranduba, 04 de Outubro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 16 Eleições 2010: Geraldo Alckmin eleito governador de SP Dilma e Serra vão para 2º Turno Confira os candidatos eleitos Notícias: Creche do Sertão da Quina é alvo de vandalismo Zona Azul cobra estacionamento em área alagada Ônibus são assaltados e bandidos levam R$ 400 Gestor do parque estadual da Serra do Mar visita região sul Turismo: Brilhante: mistérios e belezas num só lugar Gente da Nossa História: Andrelino Perez: O homem São Cruzeiro Cultura: Lenda antiga renasce na horta de moradora A história do bolo de barro

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #16

Maranduba, 04 de Outubro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 16

Eleições 2010:

Geraldo Alckmin eleito governador de SPDilma e Serra vão para 2º TurnoConfira os candidatos eleitos Notícias:

Creche do Sertão da Quinaé alvo de vandalismo

Zona Azul cobra estacionamentoem área alagada

Ônibus são assaltadose bandidos levam R$ 400

Gestor do parque estadualda Serra do Mar visita região sul

Turismo:

Brilhante: mistérios e belezas num só lugar

Gente da Nossa História:

Andrelino Perez: O homem São Cruzeiro

Cultura:

Lenda antiga renasce na horta de moradoraA história do bolo de barro

Page 2: Jornal Maranduba News #16

Página 2 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial

CRISTINA A. DE OLIVIEIRANa época em que minha

mãe era pequena, a farmácia era muito longe de onde mo-rávamos e tinha de ir a pé. Mas como resolver ou aliviar algumas dores físicas e até psi-cológicas? Todas as mulheres recebiam conhecimentos es-pecíficos sobre nossa cultura, costumes, dizeres e fazeres.

A nossa humilde farmácia estava sempre na soleira da porta da cozinha e arredores. O bom é saber que as coisas (receitas) realmente funciona-vam. Você que nos lê agora já deve ter experimentado algu-ma destas receitas, que além da lembrança, nos remete a uma infância saudável e gosto-sa. Lembro-me que minha mãe era craque em chá caseiro. Di-zia ela que chá de erva curava tudo. Quando estávamos com dor de barriga ela buscava umas folhas de Erva Cidreira e Hortelã, secava e punha na caneca, fervia a água e deixa-va em cima do chá socado, um santo remédio.

Pra verme (a tal de “bicha”), bem cedinho, pegava umas fo-lhas de Erva Santa Maria (Ca-nema), socava com um dente de alho assado, misturava com leite e nos dava uma canecada logo cedo em jejum. Era tiro e queda! O dia que acordávamos tossindo, ela preparava um xa-rope de Canema: duas colhe-

res de açúcar em uma panela pequena, deixar em ponto de calda (amarelinha), misturar com folhas de canema e um copo de água, deixar ferver. Depois da fervura, deixar es-friar e ir tomando pequenas colheres durante o dia. Isso sempre acalmava a tosse.

Para diarréia, mamãe sabia que se socasse a Marcelinha e misturasse com água resolve-ria. Mesmo amarga era melhor que ficar sentado no trono por um bom tempo. Para desinte-ria, ela fazia um chá preparado com casca e broto de goiaba, nada podia com este chá. Até para os desconfortos femininos minha mãe tinha algum um chá na “manga”. Inflamação do ca-nal da urina e partes íntimas ela usava a Caninha-do-brejo e a folha do Capiá (planta da fa-mília do milho, que nasce perto dos rios, onde de sua frutinha faze-se o rosário e o terço tra-dicional).

A folha do Picão Preto era usada como antiinflamatório. Minha mãe dizia que fazia bom efeito, mesmo tomando como chá, como banho de assento ou lavando a parte machuca-da. Bendito era a Erva de São João com seu cheirinho gosto-so, que socado com sal é uma beleza para curar torção no pé e tornozelo, um machucado feio que “magoa” o osso. Esta erva junto com a Canema era usada como emplasto para do-res na “escadeiras” (coluna). Ela fazia assim: aquecia o em-plasto, colocava sobre o lugar, aquecia também duas colheres de óleo, molhava um pedaço de jornal, colocava sobre as ervas pra aliviar as dores. Meu pai sempre se utilizava deste método.

Quebra-pedra, aquela plan-

Chás caseiros ainda presentesna formação da cultura litorânea

tinha que nasce no quintal é uma beleza para quem sofre de pedras nos rins, é que ela ajuda a expulsar as pedras, en-quanto isto vai aliviando a dor. Minha mãe comentava sobre os chás sempre com sua co-madre, que vivia com folhas de café na testa, que servia para aliviar dores de cabeça. Usava também fatias de batata ao re-dor da cabeça, dizia que cozi-nhava na testa.

Esta comadre de mamãe era uma figura. Simples como era mamãe sempre de vestido de chita pregueado, de pés des-calço e roupa cheirando a anil, aquela barrinha azul igual a sabão, só que bem pequenini-nha, muito usado para clarear roupa. Não sei por que o pé de anil me lembra as folhas de Atroveram, uma erva que a planta parece com a de Alfa-vaca, mas tem cheiro de anil. As folhas são um santo remé-dio pra aliviar cólica menstrual. Alfavaca sabemos que é tem-pero, mas alivia também os brônquios, dizia mamãe.

Lembro-me muito bem do pé de pitanga que tinha em frente à porta da cozinha, que suas frutinhas e suas folhas, feitos com chá auxiliavam no comba-te a gripe ou constipado, era assim que mamãe dizia. Com o tempo descobri que além do conhecimento, havia outros in-gredientes que faziam os chás serem eficientes: era o amor, a dedicação, o carinho com que tratava o assunto, aliados a boa relação com a natureza, com respeito à floresta, que tudo tinha, tudo dava, mas que também de nós recebia.

Cristina Ap. de OlivieiraTécnica em Turismo Rural,

Artesã e moradora tradicional do Araribá

Imparcialidade e indepen-dência têm um preço. Alguns meios de comunicação têm como princípio ser imparcial e independente. Mostram sem-pre os dois lados de um fato, com total isenção ou tendên-cia para qualquer parte. Isso gera credibilidade e confiança do leitor para com o veícu-lo de comunicação. O Jornal Maranduba News foi criado com esses princípios.

Diferente de outros veículos de comunicação que são patro-cinados com recursos de gran-des grupos (ou do poder pú-blico), que apresentam apenas informações de interesse de seus patrocinadores, o Jornal Maranduba vem se mantendo fiel a seus leitores, apresentan-do informações com total isen-ção e imparcialidade. Mas isso tem um preço.

Para manter um jornal é ne-cessário um investimento fixo por edição que corresponde a custos de gráfica, equipamen-to, pessoal, manutenção e dis-tribuição. Sem contar os custos de levantamento e checagem das informações publicadas. Por mais enxuto que seja, exis-te um custo por edição.

Para manter a imparcialida-de e independência o Jornal Maranduba News tem como única fonte de renda seus anunciantes, todos empresá-rios, comerciantes e prestado-res de serviço da região. São eles que se beneficiam com as

informações divulgadas, pois assim a região se faz presen-te com mais força, proporcio-nando aos leitores informação, cultura, entretenimento e tu-rismo local. Mostra também o nível de progresso que a região atingiu. Os estabelecimentos, produtos e serviços disponí-veis, tanto para moradores como para turistas.

Diante da atual situação eco-nômica que vivemos, entende-mos a dificuldade dos atuais e possíveis patrocinadores em investir em publicidade. É frus-trante ao ouvir “Fiquei o dia in-teiro aberto para vender só 20 reais”, “Não tenho como anun-ciar agora”, ou então “Vamos anunciar uma edição sim, uma edição não”. O pior é ouvir “Va-mos ter que suspender o anún-cio”. Esse sim mata qualquer esperança de imparcialidade e independência. Mata o jornal.

Acreditamos que tanto os nossos leitores e patrocinado-res já perceberam a tendência do Jornal Maranduba News. Somos imparciais, e para man-ter essa imparcialidade neces-sitamos de independência. E essa independência necessita de anunciantes fiéis que acre-ditam no potencial da região. Sem isso, a única saída seria se sujeitar aos grandes gru-pos, ou pior ainda, ao poder público. Mas nós não quere-mos isso. Preferimos sacrificar o jornal.

Emilio Campi

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04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 3

Seq Num Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos1 45145 * BRUNO COVAS PSDB - DEM / PSDB 239.150 (1,13%)2 45633 * PAULO ALEXANDRE BARBOSA PSDB - DEM / PSDB 215.061 (1,01%)3 45700 * FERNANDO CAPEZ PSDB - DEM / PSDB 214.592 (1,01%)4 14140 * CAMPOS MACHADO PTB 214.519 (1,01%)5 45100 * PEDRO TOBIAS PSDB - DEM / PSDB 198.379 (0,93%)6 13113 * EDINHO SILVA PT - PRB / PT / PR / PT do B 184.397 (0,87%)7 45545 * BARROS MUNHOZ PSDB - DEM / PSDB 183.859 (0,87%)8 15000 * BALEIA ROSSI PMDB 176.787 (0,83%)9 13156 * RUI FALCÃO PT - PRB / PT / PR / PT do B 174.691 (0,82%)10 13114 * ENIO TATTO PT - PRB / PT / PR / PT do B 161.170 (0,76%)11 43134 * RITA PASSOS PV 154.351 (0,73%)12 13570 * ALENCAR PT - PRB / PT / PR / PT do B 154.272 (0,73%)13 25558 * GIL ARANTES DEM - DEM / PSDB 145.128 (0,68%)14 45680 * ORLANDO MORANDO PSDB - DEM / PSDB 138.630 (0,65%)15 43007 * FELICIANO PV 137.573 (0,65%)16 25005 * ANDRE SOARES DEM - DEM / PSDB 136.919 (0,64%)17 12181 * MAJOR OLIMPIO PDT 135.409 (0,64%)18 13147 * GERALDO CRUZ PT - PRB / PT / PR / PT do B 131.206 (0,62%)19 45245 * SAMUEL MOREIRA PSDB - DEM / PSDB 130.865 (0,62%)20 13690 * CARLOS GRANA PT - PRB / PT / PR / PT do B 126.973 (0,60%)21 45400 * ANALICE FERNANDES PSDB - DEM / PSDB 125.116 (0,59%)22 20633 * RODRIGO MORAES PSC - PSC / PHS 124.278 (0,59%)23 45157 * CELINO PSDB - DEM / PSDB 123.667 (0,58%)24 45125 * MAURO BRAGATO PSDB - DEM / PSDB 123.283 (0,58%)25 13134 * SIMÃO PEDRO PT - PRB / PT / PR / PT do B 118.453 (0,56%)26 13121 * ANA PERUGINI PT - PRB / PT / PR / PT do B 115.342 (0,54%)27 23423 * ALEX MANENTE PPS 114.714 (0,54%)28 13622 * JOÃO PAULO RILLO PT - PRB / PT / PR / PT do B 111.822 (0,53%)29 13644 * JOÃO ANTONIO PT - PRB / PT / PR / PT do B 110.684 (0,52%)30 45321 * CARLOS BEZERRA JR. PSDB - DEM / PSDB 107.837 (0,51%)31 23623 * ROBERTO MORAIS PPS 107.145 (0,50%)32 25250 * MILTON LEITE FILHO DEM - DEM / PSDB 106.538 (0,50%)33 13913 * DONISETE BRAGA PT - PRB / PT / PR / PT do B 105.436 (0,50%)34 13800 * LUIZ MOURA PT - PRB / PT / PR / PT do B 104.705 (0,49%)35 23456 * GONDIM PPS 104.663 (0,49%)36 25118 * EDMIR CHEDID DEM - DEM / PSDB 104.602 (0,49%)37 25199 * ESTEVAM GALVAO DEM - DEM / PSDB 101.883 (0,48%)38 50789 * CARLOS GIANNAZI PSOL 100.808 (0,47%)39 13611 * ISAC REIS PT - PRB / PT / PR / PT do B 100.638 (0,47%)40 12345 * RAFAEL SILVA PDT 97.183 (0,46%)41 40789 * VINICIUS CAMARINHA PSB 97.028 (0,46%)42 10123 * GILMACI SANTOS PRB - PRB / PT / PR / PT do B 96.976 (0,46%)43 13310 * LUIZ CLAUDIO MARCOLINO PT - PRB / PT / PR / PT do B 96.594 (0,46%)44 45156 * ROBERTO ENGLER PSDB - DEM / PSDB 95.279 (0,45%)45 15113 * CARUSO PMDB 94.894 (0,45%)46 13199 * ANTONIO MENTOR PT - PRB / PT / PR / PT do B 94.174 (0,44%)47 45200 * CÉLIA LEÃO PSDB - DEM / PSDB 93.318 (0,44%)48 43001 * GIRIBONI PV 93.123 (0,44%)49 45555 * CELSO GIGLIO PSDB - DEM / PSDB 91.289 (0,43%)50 43477 * PASTOR DILMO DOS SANTOS PV 90.909 (0,43%)51 14235 * CORONEL EDSON FERRARINI PTB 90.466 (0,43%)52 13004 * TELMA DE SOUZA PT - PRB / PT / PR / PT do B 90.361 (0,43%)53 13112 * GERSON BITTENCOURT PT - PRB / PT / PR / PT do B 89.920 (0,42%)54 43135 * PADRE AFONSO PV 87.674 (0,41%)55 12123 * ROGERIO NOGUEIRA PDT 86.985 (0,41%)56 25122 * ALDO DEMARCHI DEM - DEM / PSDB 86.672 (0,41%)57 22999 * ANDRE DO PRADO PR - PRB / PT / PR / PT do B 86.346 (0,41%)58 65035 * LECI BRANDÃO PC do B 86.298 (0,41%)59 45780 * MARCOS ZERBINI PSDB - DEM / PSDB 85.678 (0,40%)60 14160 * ROQUE BARBIERE - ROQUINHO PTB 84.012 (0,40%)61 15622 * JOOJI HATO PMDB 83.855 (0,40%)62 45477 * ROBERTO MASSAFERA PSDB - DEM / PSDB 81.380 (0,38%)63 13290 * HAMILTON PEREIRA PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.963 (0,38%)64 14222 * HEROILMA SOARES TAVARES PTB 80.819 (0,38%)65 13632 * ANA DO CARMO PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.452 (0,38%)66 13131 * MARCOS MARTINS PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.131 (0,38%)67 15300 * ITAMAR BORGES PMDB 79.195 (0,37%)68 43363 * REINALDO ALGUZ PV 78.964 (0,37%)69 45610 * HELIO NISHIMOTO PSDB - DEM / PSDB 78.906 (0,37%)70 13222 * ADRIANO DIOGO PT - PRB / PT / PR / PT do B 77.924 (0,37%)71 25011 * GILSON DE SOUZA DEM - DEM / PSDB 77.664 (0,37%)72 45160 * ARY FOSSEN PSDB - DEM / PSDB 76.406 (0,36%)73 10321 * SEBASTIÃO SANTOS PRB - PRB / PT / PR / PT do B 73.805 (0,35%)74 25255 * MILTON VIEIRA DEM - DEM / PSDB 71.523 (0,34%)75 13123 * ZICO PT - PRB / PT / PR / PT do B 71.502 (0,34%)76 45232 * CARLÃO PIGNATARI PSDB - DEM / PSDB 70.337 (0,33%)77 13130 * MARCO AURÉLIO DE SOUZA PT - PRB / PT / PR / PT do B 69.485 (0,33%)78 43033 * CHICO SARDELLI PV 68.721 (0,32%)79 23123 * DAVI ZAIA PPS 68.658 (0,32%)80 13640 * JOSÉ CANDIDO PT - PRB / PT / PR / PT do B 68.202 (0,32%)81 45114 * MARIA LÚCIA AMARY PSDB - DEM / PSDB 67.804 (0,32%)82 65123 * PEDRO BIGARDI PC do B 67.758 (0,32%)83 20112 * PR. CARLOS CEZAR PSC - PSC / PHS 67.189 (0,32%)84 45451 * CAUÊ MACRIS PSDB - DEM / PSDB 66.412 (0,31%)85 20200 * ADILSON ROSSI PSC - PSC / PHS 64.646 (0,30%)86 45123 * WELSON GASPARINI PSDB - DEM / PSDB 62.679 (0,30%)87 45111 * GERALDO VINHOLI PSDB - DEM / PSDB 62.580 (0,29%)88 12133 * JOSE BITTENCOURT PDT 58.954 (0,28%)89 40123 * ED THOMAS PSB 57.853 (0,27%)90 11111 * CURIATI PP 57.727 (0,27%)91 20688 * MARCOS NEVES PSC - PSC / PHS 54.759 (0,26%)92 43333 * DR. ULYSSES PV 41.623 (0,20%)93 43433 * REGINA GONÇALVES PV 37.618 (0,18%)94 40023 * BOLÇONE PSB 31.274 (0,15%)

Deputado Estadual

Seq Num Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos1 2222 * TIRIRICA PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 1.353.820 (6,35%)2 4030 * GABRIEL CHALITA PSB - PSL / PSB 560.022 (2,63%)3 4585 * BRUNA FURLAN PSDB - PPS / DEM / PSDB 270.661 (1,27%)4 1212 * PAULINHO DA FORÇA PDT 267.208 (1,25%)5 1325 * JOÃO PAULO CUNHA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 255.497 (1,20%)6 1353 * JILMAR TATTO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 250.467 (1,17%)7 2525 * RODRIGO GARCIA DEM - PPS / DEM / PSDB 226.073 (1,06%)8 4515 * EMANUEL FERNANDES PSDB - PPS / DEM / PSDB 218.789 (1,03%)9 1370 * ZARATTINI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 216.403 (1,02%)10 4021 * LUIZA ERUNDINA PSB - PSL / PSB 214.114 (1,00%)11 4096 * OTA PSB - PSL / PSB 213.024 (1,00%)12 2010 * MARCO FELICIANO PSC - PSC / PHS 211.855 (0,99%)13 1322 * ARLINDO CHINAGLIA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 207.465 (0,97%)14 1452 * ARNALDO FARIA DE SÁ PTB 192.336 (0,90%)15 5050 * IVAN VALENTE PSOL 189.014 (0,89%)16 4545 * EDSON APARECIDO PSDB - PPS / DEM / PSDB 184.403 (0,87%)17 2299 * VALDEMAR COSTA NETO PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 174.826 (0,82%)18 4040 * MÁRCIO FRANÇA PSB - PSL / PSB 172.005 (0,81%)19 4586 * JOSÉ ANIBAL PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.957 (0,80%)20 4567 * VAZ DE LIMA PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.777 (0,80%)21 2500 * JORGE TADEU DEM - PPS / DEM / PSDB 164.650 (0,77%)22 1010 * ANTONIO BULHÕES PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 162.667 (0,76%)23 4000 * JONAS DONIZETTE PSB - PSL / PSB 162.144 (0,76%)24 2233 * PR PAULO FREIRE PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 161.083 (0,76%)25 1155 * MISSION. JOSÉ OLIMPIO PP 160.813 (0,75%)26 1301 * VICENTE CANDIDO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 160.242 (0,75%)27 4517 * MARA GABRILLI PSDB - PPS / DEM / PSDB 160.138 (0,75%)28 1321 * FILIPPI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 149.525 (0,70%)29 4500 * CARLOS SAMPAIO PSDB - PPS / DEM / PSDB 145.585 (0,68%)30 1387 * JANETE PIETÁ PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 144.529 (0,68%)31 1390 * VICENTINHO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 141.068 (0,66%)32 2345 * ARNALDO JARDIM PPS - PPS / DEM / PSDB 140.641 (0,66%)33 1331 * RICARDO BERZOINI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.525 (0,66%)34 4577 * THAME PSDB - PPS / DEM / PSDB 139.727 (0,66%)35 1332 * JOSÉ MENTOR PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 139.691 (0,66%)36 2325 * DIMAS RAMALHO PPS - PPS / DEM / PSDB 139.636 (0,66%)37 4565 * TRIPOLI PSDB - PPS / DEM / PSDB 134.884 (0,63%)38 1398 * PAULO TEIXEIRA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.479 (0,63%)39 1316 * CARLINHOS ALMEIDA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.190 (0,63%)40 6565 * ALDO REBELO PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT B 132.109 (0,62%)41 1312 * VACCAREZZA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.685 (0,62%)42 2255 * MILTON MONTI PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.654 (0,62%)43 4547 * LUIZ FERNANDO MACHADO PSDB - PPS / DEM / PSDB 129.620 (0,61%)44 1369 * DEVANIR RIBEIRO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 127.952 (0,60%)45 4554 * DUARTE NOGUEIRA PSDB - PPS / DEM / PSDB 124.737 (0,59%)46 2577 * ELI CORREA FILHO DEM - PPS / DEM / PSDB 124.608 (0,58%)47 2323 * ROBERTO FREIRE PPS - PPS / DEM / PSDB 121.471 (0,57%)48 1434 * NELSON MARQUEZELLI PTB 117.634 (0,55%)49 4074 * JEFFERSON CAMPOS PSB - PSL / PSB 116.317 (0,55%)50 4525 * DIB PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.823 (0,53%)51 4555 * JULIO SEMEGHINI PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.333 (0,53%)52 2545 * JUNJI ABE DEM - PPS / DEM / PSDB 113.156 (0,53%)53 2513 * ALEXANDRE LEITE DEM - PPS / DEM / PSDB 112.950 (0,53%)54 2590 * GUILHERME CAMPOS DEM - PPS / DEM / PSDB 112.852 (0,53%)55 1318 * NEWTON LIMA NETO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 110.207 (0,52%)56 1523 * EDINHO ARAUJO PMDB 100.195 (0,47%)57 2012 * MARCELO AGUIAR PSC - PSC / PHS 98.842 (0,46%)58 4300 * GUILHERME MUSSI PV 98.702 (0,46%)59 1023 * OTONIEL LIMA PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 95.971 (0,45%)60 6588 * DELEGADO PROTÓGENES PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 94.906 (0,45%)61 1345 * VANDERLEI SIRAQUE PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 93.314 (0,44%)62 4363 * RICARDO IZAR PV 87.347 (0,41%)63 1133 * ALINE CORREA PP 78.317 (0,37%)64 4343 * PENNA PV 78.301 (0,37%)65 4070 * ABELARDO CAMARINHA PSB - PSL / PSB 71.637 (0,34%)66 4344 * ROBERTO DE LUCENA PV 70.611 (0,33%)67 1211 * JOÃO DADO PDT 70.486 (0,33%)68 4315 * ROBERTO SANTIAGO PV 60.180 (0,28%)69 4311 * DR. SINVAL MALHEIROS PV 59.209 (0,28%)70 1250 * SALVADOR ZIMBALDI PDT 42.743 (0,20%)

Seq Num. Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos1 451 * ALOYSIO NUNES PSDB-PMDB/PSC/PPS/DEM/PHS/PMN/

PSDB11.189.168 (30,42%)

2 133 * MARTA SUPLICY PT-PRB/PDT/PT/PTN/PR/PSDC/PRTB/PRP/PC do B/ PTdo B

8.314.027 (22,61%)

Deputado Federal

Senador

Seq Num. Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos1 45 * GERALDO ALKMIN PSDB-PMDB/PSC/PPS/DEM/PHS/PMN/

PSDB11.519.314 (50,63%)

Governador

Seq Nº Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos1 13 * DILMA PT-PRB/PDT/PT/PMDB/PTN/PSC/PR/PTC/PSB/ PCdoB 47.649.616 (46,91%)2 45 * JOSÉ SERRA PSDB - PTB / PPS / DEM / PMN / PSDB / PT do B 33.131.003 (32,61%)3 43 MARINA PV 19.636.095 (19,33%)4 50 PLÍNIO PSOL 886.805 (0,87%)5 27 EYMAEL PSDC 89.349 (0,09%)6 16 ZÉ MARIA PSTU 84.609 (0,08%)7 28 LEVY FIDELIX PRTB 57.959 (0,06%)8 21 IVAN PCB 39.134 (0,04%)9 29 RUI COSTA PCO 12.206 (0,01%)

Presidente - Dilma e Serra disputam 2º turno

*Candidatos eleitos segundo o site do TSE - http://divulgacao.tse.gov.br

Dados das Eleições no Brasil

Seções: 400.001 Seções Apuradas: 399.982 (99,99%) Eleitorado: 135.804.433 Apurado: 135.798.750 (99,99%) Abstenção: 24.608.548 (18,12%) Comparecimento: 111.190.202 (81,88%) Votos: 111.190.202 Brancos: 3.479.269 (3,13%) Nulos: 6.123.961 (5,51%) Válidos: 101.586.972 (91,36%)

Dados das Eleições em SP

Seções: 80.220 Seções Apuradas: 80.220 (100,00%) Eleitorado: 30.289.723 Apurado: 30.289.723 (100,00%) Abstenção: 4.979.456 (16,44%) Comparecimento: 25.310.267 (83,56%) Votos: 25.310.267 Brancos: 1.230.124 (4,86%) Nulos: 1.326.601 (5,24%) Válidos: 22.753.542 (89,90%)

Apuração em Ubatuba

A apuração em Ubatuba foi finalizada pouco depois de 01h00 da manhã.José Serra (PSDB) é o candi-dato mais votado, com 47,8%. Em segundo, Dilma Rousseff (PT), com 30%.Para governador, Alckmin (PSDB), já eleito, lidera com 60,4%. Mercadante (PT) vem em segundo, com 28,3%. Aloysio Nunes (PSDB), já elei-to, ficou com 34,2% dos vo-tos. A candidata do PT, Marta Suplicy, também eleita, ficou em segundo, com 20,1% dos votos válidos. Para Deputado Federal, Mau-rão (PSC) liderou, com 9,1%. Em segundo, Tiririca (PR), com 7,8%. Gabriel Chalita (PSB) ficou em terceiro, com 5,1%. Deputado Estadual: Gil Aran-tes (DEM) lidera, com 14,78%. Em segundo, o jurista Fernan-do Capez (PSDB), com 5,9%. Em terceiro, Bernardo Ortiz Jr (PSDB), com 5%.

ELEIÇÕES

2010

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Atletas representantes da Maranduba participaram da pri-meira etapado do XXI Campeo-nato Brasileiro de Kung Fu (wu--shu), realizada na cidade de São Jose dos Campos com re-presententes de varios estados.

Destaque para nossos atletas na categoria Sanshou (boxe chines) com medalha de bron-ze para o atleta Carlinhos. Na categoria mãos destaque para atleta Lara, que conquistou o quarto lugar.

Na categoria armas curtas e médias vice campeã Lara Luccas Barreiros. Na catego-ria masculino senior destaque para o atleta Valdir (Xaiulong), o nosso dragao vice campeao brasileiro 2010 em armas curtas e medias com um quinto lugar.

Agora vamos pra segunda etapa de Campinas no kung fu.

Artes Marciais destacam atletas da Região SulSerá lançado no próximo dia

8 de outubro o livro “Passos sobre Passos” de Edgar Izarelli.

Edgar Izarelli, nascido em Ubatuba no dia 07 de abril de 1.990, adotou para seu nome artístico o sobrenome Izarelli, provido da família de sua avó materna, por sentir grande identificação com a cultura Italiana. Desde o nascimento convive com limitações mo-toras, necessitando, para se locomover, de cadeiras de rodas.Já suas capacidades intelectuais e criativas são plenamente desenvolvidas. Começou sua vida literária, as 11 anos, escrevendo alguns contos infantis logo passan-do à criação lírica, aos 12. Em 2007 participou do XX Con-curso de Poesia Idalina Gra-ça, em Ubatuba, no qual se classificou emterceiro lugar com a poesia “Aquela Foto”. Essa poesia se encontra em sua primeira obra intitulada “Essência”, lançada em julho

“Passos sobre Passos”

de 2009, onde apresenta mais 43 poesias. Neste mesmo ano, participou do XIII Concurso Nacional de Poesia - Edição Castro Alves, organizado pelo CBE (Clube Brasileiro dos Es-critores e Poetas Independen-tes), classificando-se entre os 30 primeiros.

O lançamento do livro “Pas-sos sobre Passos” será no dia 08 de outubro, as 20.00 hs, no Casarão de Ubatuba.

Parabéns aos atletas que es-tão sempre levando o nome da nossa cidade lá encima, entre os melhores do país no quesito artes marciais. O atleta Valdir Xiaulong agradece o apoio de

alguns colaboradores: Mercadi-nho e Padaria Santa Cruz, Ban-ca do Sapé, Drogaria Renascer, Hotel Porto do Eixo, Secretaria Municipal de Esportes e Jornal Maranduba News.

Moradores fazem doação de Cadeiras de Rodas a PSF´s

Moradores da região sul de Ubatuba fizeram no último dia 29 a doação de três cadeiras de rodas aos Postos de Saúde da Família da Maranduba, Ser-tão da Quina e Araribá. A ação foi realizada por Cleber Fontes

(Chalés Mais), Pedro Carnei-ro (Cond. dos Coqueiros), B. Pedro Marques (Conveniên-cia) e Valdir (Maranduba Con-domínio). A população agra-dece o nobre gesto em pról da comunidade.

Na tarde do último dia 07 de setembro, a CEI Nativa Fernandes de Faria no Sertão da Quina foi invadida por vân-dalos, que além de bagunçar o local, roubaram brinquedos das crianças. Os vândalos en-traram na Secretaria, beberam os refrigerantes que foram do-ados pelos pais das crianças para o bingo do dia 09/10. A bebida foi jogada no chão, no computador, telefone e livros. Danificaram os livros pedagó-gicos que foram jogados pelo corredor da escola. As salas foram invadidas, notou-se si-nal de que crianças brincaram em seus interiores e também exteriores da escola.

Foram levados somente brinquedos, entre eles: um cavalinho, carrinho grande vermelho, fantoches, baú de legos, pasta de CD e DVDs, dedoches, bolinha de sabão.

Creche do Sertão da Quina é alvode vandalismo e roubo de brinquedos

A comunidade encontra-se in-dignada com a bagunça e com o roubo e caso vejam algum brinquedo como estes, entre

em contato com a creche, que já notificou a Delegacia de Polí-cia. Também podem acionar o 190, não precisa se identificar.

Foram levados somente brinquedos, entre eles: um ca-valinho, carrinho grande vermelho, fantoches, baú de le-gos, pasta de CD e DVDs, dedoches, bolinha de sabão.

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04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 5

Aniversário de Motoclube é comemorado em alto estiloEZEQUIEL DOS SANTOS

Nos dias 24, 25 e 26 último, no campo do Sertão da Quina, o Motoclube Barbados do Asfalto comemorou seus 11 anos de existência. O motoclube come-çou em 1998 com a “carreira solo” do Diretor Presidente Jo-sué do Prado, 41. No ano se-guinte, outros integrantes mon-taram o motoclube que tem 17 amigos, sendo três de Corné-lio Procópio, um de Mogi das Cruzes, um de Guararema e o restante de Ubatuba. O even-to contou com show ao vivo da Banda BR 116, Blues Ubatuba e Bruno ao som de muito rock. Quem chegou na sexta foi recepcionado com um jan-tar regado a Carapau (peixe) assado, arroz e vinagrete. Mesmo com a chuva forte o evento recebeu cerca de mil pessoas. O ingresso era a do-ação de um quilo de alimento não perecível que foi doado a entidade religiosa São Vicen-te de Paula. No domingo foi oferecido café da manhã com frutas, pães, frios e churrasco. Famílias inteiras vieram sobre duas rodas para engrandecer o aniversario dos Barbados do Asfalto. Os motoclubes parti-cipantes foram: Cruz de Ferro, Puro Veneno, Cardume, Dose Letal, Nativos, Tamoios, Cava-lo Marinho, Abutres, Vira Lata, Lacraios, Serralheria Deus é Amor, Companheiros, Phan-tom, Sky Demons, Equipe Estrada, Cavaleiros Negros,

Mundo Loco, Kaipira, Guar-diões, Apolo, Abominados, Leões do Asfalto, Águia es-trangeira, Pertubados, Gêne-sis, Storvos, Pirata de Angra, Guardiões da Honra, Anjos da Noite, Canibais, Manha Negra, Os Muchachos, 22 Beleza, Os Motocos, Irmandade Estradei-ra, Falcões, Ong Dubem, Lost, Polvo do Asfalto, Apolo, Famí-lia Góes, que vieram dos mais diversos lugares: Ubatuba, Caraguatatuba, Angra, Ita-jubá, Mogi das Cruzes, São Paulo, São Jose dos Campos, São Sebastião, Guaratingue-tá, Biritiba Mirim, Águas de Lindóia, Campos do Jordão, Pedra Bela, Rio de Janeiro e

Guarulhos. Segundo Josué do Prado, os próximos aniversários serão comemorados um ano sim e outro não. O evento contou com o apoio da Prefeitura Mu-nicipal, da Regional Sul, Blo-for, Chalés Quero-Quero, Auto Posto Frediani & Frediani, Fa-rol das Tintas, Eletro Maringá, Jorge Mecamar e da Capela Nossa Senhora das Graças. “O Barbados MC tem como padroeira do grupo Nossa Se-nhora Aparecida e a festivida-de é para fortalecer a irman-dade sobre duas rodas, além de trazer os amigos para esta comemoração”, termina o di-retor presidente.

Na tarde do ultimo dia 21, 16 produtores rurais e quilom-bolas se reuniram no bairro do Araribá para uma importante reunião cuja pauta é a prepa-ração para o fornecimento de gêneros alimentícios para a merenda escolar. A reunião foi conduzida pelo Presidente do Conselho de Alimentação Esco-lar Tadeu Mendes e administra-dor do Sindicato dos Trabalha-dores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba – STR explicou so-bre o fornecimento da merenda as escolas do município. 30% da merenda escolar devem ser adquiridas de produtores da agricultura familiar local.

Tadeu explicou que são atual-mente 17 mil refeições todos os dias em Ubatuba e que existe o atendimento até com o açaí de palmito Jussara. No caso de alimentos orgânicos existe um acréscimo de 30% no valor dos produtos. Para o engenheiro da Cati Antonio Marchiori existe a possibilidade de aproveitar o que a região oferece. Marchio-ri leu ainda a lista de produtos que existe no cardápio, suas quantidades por ano e o valor médio por quilo pago. No dia 16 o STTR realizou outra reunião como o mesmo tema com ou-

Merenda escolar é tema de reunião de produtores rurais com Sindicato e CATI

tros 11 produtores. A aquisição de alimentos da

produção local é determinação de uma lei federal para aten-der aos pequenos produtores e oferecer alimentos de melhor qualidade aos alunos. A lei pre-vê 30% como inicial de compra, mas nada impede que haja um aumento de até 100% da com-pra local.

A Cati acompanha atenta a demanda de informações e tecnologia para melhorar a produção. Marchiori falou da construção de estufas, que no município de Ubatuba faz a diferença quando se trata de um tempo instável como o que ocorre na região. O comentário entre os presentes foi positivo, que segundo eles, buscarão mais detalhes para ingressarem nesta empreitada. Os produto-res que não puderam compare-cer buscaram informações com os que estiveram na reunião.

Agora é aguardar e trabalhar para que todos possam sair ganhando, principalmente às crianças. Os participantes agra-decem a Dona Annie Kamiya-ma pelo empréstimo do local e pelos quitutes de gengibre oferecidos que estavam mara-vilhosos.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Comunidade aprova estudo preliminar da cobertura para encontros do Emaús

EZEQUIEL DOS SANTOSA Comissão da igreja e os pa-

dres da comunidade de Nossa Senhora das Graças se reu-niram para ver o anteprojeto (estudo preliminar) da cober-tura do espaço para encontro no Morro do Emaús no Sertão da Quina. O estudo preliminar apresenta formas relaciona-das à identidade religiosa da região, preservando a espiri-tualidade e os segredos aqui revelados as quatro meninas em 1915. As obras que aqui foram

construídas no decorrer das décadas ao atendimento de fiéis, religiosos e visitantes,

sempre pareceram imponentes no começo, porém no decorrer dos tempos se tornou pequeno e insuficiente devido o gran-de número de peregrinos que aqui buscam o algo a mais. O estudo foi realizado por conta de um outro projeto que não atendia as expectativas da comissão da igreja e dos mo-radores. Segundo seus inte-grantes deixaria muita gente de fora, estava em desacordo com a história e a aptidão re-ligiosa do local, além de não atender num futuro próximo o crescimento de fiéis que virão. O anteprojeto apresentado

foi recebido com muita satis-

fação pela comissão e com festa pelos moradores. Todos foram unânimes na aprova-ção. “A idéia é preservar a his-tória, a cultura e a identidade religiosa desta região ofere-cendo algo diferente, porém sempre remetendo o visitante a espiritualidade, não só a um espaço comum, mas a um es-paço que dê mais sentimento a população, que ele se sinta realmente à vontade para ex-pressar a sua fé”, comenta o idealizador do estudo, arquite-to e urbanista Sérgio Cabral, 34. Segundo moradores ouvi-dos pelo Maranduba, o local ainda pode ser um atrativo a

mais para o turismo religioso. O estudo prevê capacidade

para sete mil pessoas em pé e 3.500 sentadas, possuem um palco, banheiros e vãos livres que não tiram à liberdade e a beleza do lugar. Sérgio reali-zou o trabalho gratuitamente à comunidade, foram dias e noi-tes de estudos e preparação, que para ele valeu a pena. O projeto foi visto também

pelo ex-secretario estadual de educação Gabriel Chalita, que gostou do quer viu. A comuni-dade agradece o ex-secretario pelo acompanhamento do processo. O arquiteto é des-cendente direto de uma das

meninas que foram agracia-das com a visita da mãe de Deus no Emaús. Sua avó foi uma das mais devotas servas de Nossa Senhora das Graças, por assim pode se dizer que seu entendimento e sentimen-to sobre o que ocorreu neste solo esta no sangue de Sérgio e de outros colaboradores. O espaço tem condições de

atender não só a eventos re-ligiosos, mas também eventos culturais, históricos e as fes-tividades. A comunidade que aprovou o estudo preliminar aguarda a decisão do Bispo de forma a tender aos anseios da comunidade.

Zona Azul cobra estacionamento em área alagadaApós períodos de chuvas,

comerciantes e usuários da Maranduba se deparam há mais de dois anos com uma enorme poça d´água em fren-te ao Quiosque Valerine.

Além de prejudicar o visual e o acesso à praia, a água ali existente demora para se es-coar devido ao afundamento do solo no local.

Segundo Luís Carlos Pedro-so, o problema seria resolvido se realizassem corretamente os serviços de nivelamento para escoamento para o final da área calçada.

Segundo o administrador da Regional Sul, Moralino Valim Coelho, esse é um problema antigo e que a administração já tem conhecimento, porém aguarda liberação de recursos e equipamentos para realizar as obras necessárias.

Enquanto isso vamos tor-cer para que o local não seja transformado pelo IBAMA em APA Marinha.

Em menos de 63 horas dois ônibus da Litorânea, que faz a linha Ubatuba- Caraguatatuba foram assaltos. Os bandi-dos levaram o equivalente a R$ 400 reais. O último caso foi registrado na noite de quinta-feira (30), no bairro Maranduba.

Segundo a polícia, por volta das 20h20, no ponto localiza-do na rodovia Rio-Santos (SP-55), três homens teriam subi-do no veículo, sendo que um deles estava de capacete e os outros com a cara limpa. Um dos bandidos apontou o revól-ver para o cobrador, exigindo que entregasse o dinheiro. Nesse momento, teria perce-bido a presença do cobrador, e do caixa retirou o dinheiro, em torno de R$ 200.

Na madrugada da terça-fei-ra (28), outro assalto foi regis-trado na mesma região, dessa vez no bairro da Lagoinha, às

5h30. O crime teria sido pra-ticado por um homem que também entrou no veículo ar-mado e levou também, cerca de R$ 200.

Em nenhum dos casos os assaltantes foram presos e a Polícia de Ubatuba investiga as ações.

Ônibus são assaltados ebandidos levam R$ 400

Em menos de 63 horas dois ôni-bus foram assaltados na região da Maranduba

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04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 7

Gestor do parque estadual da Serra do Mar visita região sul de UbatubaEZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 21 o novo

gestor do Parque Estadual da Serra do Mar - PESM, Adriano Melo, realizou visitas a região sul de Ubatuba acompanhado de moradores tradicionais para “sentir” a real situação e ne-cessidade dos moradores tra-dicionais. Adriano que assumiu há poucos meses a direção do PESM reconheceu que existe um “ranço” entre a comunida-de e o parque, porém acredita no diálogo para a aproximação e interação junto às popula-ções que tiveram suas posses centenárias inseridas nos limi-tes do parque estadual. Mora-dores que o acompanharam gostaram da postura para o diálogo e entendimento nestas questões delicadas.

Foram esclarecidos ao ges-tor as reais intenções e os prejuízos sociais, culturais e econômicos causados pela fal-ta de diálogo e entendimento

com o parque no passado, e que os próprios moradores tem se qualificado para esta nova empreitada. Adriano pre-tende ainda montar uma base na região para melhor conhe-cer a comunidade e com isto estreitar as relações entre as comunidades. Moradores ain-da estão desconfiados das intenções do novo gestor, mas estão satisfeitos com a visita positiva estabelecida por Adriano. As famílias tra-dicionais da região perderam cerca de 75% de suas terras quando foi criado o parque, muitas delas ainda possuem vestígios das antigas roças, como o plantio de arroz em partes altas. Há quem preten-da retomar as atividades, ou pelos menos alguma coisa que possa gerar emprego e renda, mas quando lembram da luta dos pais com policiais, proces-sos e outras dores de cabeça ainda se irritam com a idéia.

Adriano recebeu da comu-nidade um DVD da história da aparição de Nossa Senhora das Graças que apareceu no Sertão da Quina para começar a entender como funciona a comunidade e da necessidade religiosa e interativa com a na-tureza. O sindicato dos Traba-lhadores e Trabalhadoras Ru-rais de Ubatuba - STTR luta há pelo menos uma década para se fazer ouvir pelos gestores do parque e que o entendi-mento que existe hoje tem seu mérito, pois insistiu na manu-tenção da cultura e da produ-ção diferenciada de alimentos no município. “Sempre mos-tramos a tese de que as tradi-ções antigas e as novas técni-cas se utilizadas em conjunto surtem o efeito esperado para os dois lados, entendemos que não é de hoje que desta forma a economia pode caminhar ao lado da ecologia, disso sempre soubemos”, comenta Luciano

Na tarde do último dia 21, o Gestor do Parque Estadual - PESM recebeu oficio solicitando o religamento imediato do re-lógio de energia na proprieda-de do casal Antonio Fernandes da Silva e Clarice da Silva Fer-nandes, no bairro do Sertão da Quina, retirado por uma ação espetaculosa entre o Ministé-rio Publico do Meio Ambiente, a Policia Ambiental, uma jor-nalista e o Parque Estadual na época. O bloco de documentos foi entregue anexado ao Oficio RF CM nº 58/10 assinado pelo vereador Rogério Frediani, que tem 790 assinaturas e os ofí-cios da Associação de Mora-dores e Amigos do Sertão da Quina - AMASQ, Associação de Moradores da Maranduba e Amigos - AMMA, Associação

dos Pescadores e Mariculto-res da Barra da Maranduba e Região Sul de Ubatuba - AS-PEMUB, Associação dos Re-manescentes da Comunidade de Quilombo Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade - APQCAQUILOMBO, Colônia de Pescadores Z-10 Ministro Fernandes Costa, Ami-gos na Preservação, Proteção e Respeito à Ubatuba - APPRU, Associação dos Moradores e Amigos da Folha Seca - AMAFS e do Sindicato de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba - STTR, que assina-ram em favor do casal. Várias outras associações se manifes-taram em favor da causa dos aposentados.

O martírio da família ocor-reu por conta da implantação

do Programa Federal Luz Para Todos as residências lá existen-tes. Após o término das obras, uma jornalista de São Sebas-tião publicou num jornal regio-nal que a prefeitura havia aber-to a estrada dentro do parque. Na época, a antiga gestora não sabia que as áreas tinham sido inseridas dentro dos limites do parque estadual. A denúncia foi através de um telefonema anô-nimo da localidade. A jornalista informou ainda de que a anti-ga gestora sabia da publicação antes do jornal ir às bancas. O caso foi do conhecimento de pessoas de várias regiões do estado e fora dele, que se ma-nifestavam em apoio à comuni-dade e ao casal.

Na primeira audiência, o ca-sal foi intimado a comparecer

no fórum, mas representantes do estado não comparecerem. A ordem da retirada da energia elétrica foi cumprida e todos estes anos o casal sofre com o frio e o descaso. A geladei-ra que Clarice comprou após quarenta anos de vida se des-gastou, virou prateleira. Na época a comunidade quis rea-lizar ações mais radicais, mais por conta dos moradores mais velhos nenhuma atitude foi posta em prática. “Não adian-ta ser igual ao parque: estúpi-dos, violentos, desrespeitosos e sem noção, se utilizarmos nosso conhecimento para o mal como eles, seremos iguais a eles, estaríamos por baixo também”, comentam os mora-dores P.F.S., 74 e J. M. S., 70.

Adriano Melo, atual gestor,

declarou que o problema é com a concessionária de energia que não solicitou autorização e que não vê problemas em restabelecer a energia na pro-priedade. No dia seguinte a vi-sita, técnicos e funcionários do parque estiveram na proprie-dade levantando dados sobre o local e deixando uma cópia do requerimento que estabele-ce a religação de energia elé-trica. Segundo os técnicos um documento será encaminhado à concessionária para o aten-dimento. Não é a primeira vez em que o estado interfere ne-gativamente no processo histó-rico, cultural, religioso e natu-ral da comunidade de Ubatuba. Moradores da região aguardam com reservas a efetivação do pedido.

Seiti Niyama, Presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Ubatuba.

No dia em que houve a vi-sita do gestor famílias inteiras se reuniram e buscaram infor-

mações sobre sua visita e suas intenções. Boa parte deles tor-ce para que o futuro possa ser diferente do passado que foi sombrio e triste para a comu-nidade.

Adriano (dir) com os técnicos do IF visitam propriedade antiga

Político e Sociedade organizada defendem casal de produtores rurais

Page 8: Jornal Maranduba News #16

Página 8 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Brilhante: mistérios e belezas num só lugar EZEQUIEL DOS SANTOSO local mais parece ter saído

de algum livro de aventuras escritas por quem realmente viveu cada etapa do percur-so. O Brilhante é um poço de mistérios, lendas e contos an-tigos, que muitos deles, mes-mo sem o visitante saber se arrepia só de chegar ao local. Tudo lá é dificultoso, o cami-nho inspira cuidados extremos e em alguns pontos o perigo literalmente mora ao lado. Mas apesar dos cuidados a se-rem tomados o trecho escon-de belezas raras e mistérios a serem desvendados.

O local recebeu o nome ain-da no período anterior aos primeiros colonizadores locais, que vem de uma pedra que brilha, também do brilho do sol refletido em suas águas, ou os dois juntos. Estranho mesmo é que o sol caminha por cima de um de seus rios o dia todo, parece que é a montanha que anda e não o sol. Existem re-latos pela tradição oral que o caminho já era velha conheci-da dos escravos das antigas fazendas da região, que com certeza só mantiveram o que os índios que aqui habitavam realizaram. Os mais antigos contam que muita coisa estra-nha aconteceu no perímetro, não é para menos, em seu quadrante há alguns anos caiu o helicóptero com o presiden-te da Avibras e sua esposa. Levou um ano para ser loca-lizado e só foi encontrado por moradores tradicionais que vi-nham do Vale do Paraíba para o litoral.

O percurso esconde o segre-do da entrada para seguir até o Brilhante, vale lembrar de que só uma pessoa preparada fisicamente pode transpor o paredão e que para se chegar lá somente com guias e matei-

ros locais experientes. A par-te baixa até que não é difícil caminhar, requer os cuidados de uma trilha em nível médio--alta, num dado momento tem de se descobrir à entrada para encarar o paredão. An-tes, porém, um descanso. É isso mesmo, é necessário um descanso para encarar uma subida de 120 metros de puro Granito Verde Ubatuba, é uma subida íngreme e requer mui-ta habilidade, os mateiros já sabem onde pisar e segurar.

No caminho você vai ou-vindo o som das quedas da Cachoeira da Água Branca e em alguns pontos de seguran-ça também se ouve e vê vá-rios pássaros, o mais comum é o Cavalo Froxô ou Frechó como dizem os mais antigos da localidade. O local inspira cuidados, a atenção na trilha também revela os sons da na-tureza, no silencio absoluto dá a sensação de poder ouvir o próprio coração devido ao es-forço para subir a montanha. Passado o paredão em seu cume tem-se a espetacular imagem da praia e de todo o vale entre a Maranduba e o Sertão da Quina. Neste pon-to é fácil descobrir onde real-mente é mata primaria e onde já foi utilizada para as gran-des roças. O local é chique, à frente parece uma pintura de uma imagem que parece nun-ca mexer, do lado direito uma enorme “plantação” natural de bromélias e orquídeas, muitas delas desconhecidas dos es-pecialistas, do lado esquerdo o som e pedaços das imagens por entre as grandes árvores da primeira queda da Água Branca, já no planalto.

São tantas flores e belezas que mesmo os mais experien-tes mateiros param para con-templar esta obra de Deus. A

fauna começa a mudar a esta altitude, lá em cima é possí-vel ouvir e por vezes observar com mais freqüência animais

como Anta, Onças, Porco do Mato, cobras, macacos e mui-to mais. As aves, pequenas ou grandes dão o ar da graça

sempre, todos estes animais vão aos rios do lugar para be-ber água, realmente é um es-petáculo a parte.

Com a névoa, que é comum no local, parece coisa do filme Jurassic Park

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04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 9

Cenário desafia a lógica e atrai curisososEZEQUIEL DOS SANTOS Seguindo o caminho é pos-

sível avistar árvores gigantes-cas. Naquele trecho é comum ver pés de xaxim ou Samam-baiaçu da altura das grandes arvores, elas tem de 30 a 50 metros de altura e de um di-âmetro por vezes da cintura de um homem adulto. Ë pos-sível perceber olhando atento no chão ao seu redor de que estas plantas já foram bem maiores no passado, algumas precisavam de pelo menos três pessoas para abraçar a planta.

Com a névoa o local parece coisa do filme Jurassic Park, plantas como a guaricanga, a imbira branca é visível no lu-gar. A neblina que desce dizem ser mística e estranha e tenta desviar a atenção dos visitan-tes, estas condições propiciam a pessoa a se perder na mata e não mais encontrar o cami-nho de volta. Os vários rios, alguns como o Água Branca, Brilhante, o Paciência. Uns têm coloração amarelada e outros totalmente brancos, algumas vezes eles se misturam, outras não. É difícil distinguir o rio que desce e o rio que sobe. Um a coisa é comum entre eles, a água é muito fria, até mesmo no verão. No inverno é chega a ser “cortante”. Lá você não sabe pra que lado ir, só com o acompanhamento de um ma-teiro experiente é possível sair com segurança.

Daquele ponto é possível ir para Vargem Grande, Campi-nho, Cachoeira do Poço Verde, Caraguatatuba, Armazém e na antiga linha de trem. Existem outros caminhos para sair no Corcovado, em São Luiz, Pal-meiras, o centro da cidade e assim sucessivamente. O legal mesmo é quando você encon-tra com o cerrado, vê o que é a natureza, o que Deus realizou,

de um lado as grandes arvores da Mata Atlântica do outro lado arvores pequenas e velhas, até o mato rasteiro é diferente. Já foram encontrados montes de tijolos no local, estranhamente colocados amontoados como se fosse o inicio de uma viga.

Um dos mateiros nos reve-la que na descida da Vargem Grande para o litoral, um dos membros da comitiva resolveu pegar um tijolo e colocar na mochila. Quando desceu o pa-redão, lá embaixo numa área de descanso, resolveu abrir a

mochila para ver direito o que tinha pegado. Ao abrir a sur-presa, o tijolo não estava lá, havia sumido. O interessante que ele tinha enrolado o tijolo num plástico e amarrado bem apertado e não pararam em ponto algum, mais a embala-

gem estava amarrada dentro da mochila e sem o tijolo. To-dos se espantaram, pois ha-viam visto o amigo colocar o objeto na mochila. Estes são os mistérios que por vezes o homem urbano não enten-de e que esta mística entre o homem, a natureza, a cultura seja imensurável para o mora-dor tradicional.

A conversa entre moradores, a troca de informações entre os mais velhos do que viu, do que conhece, de como proce-der, de como era no passado tem muito valor, não tem di-nheiro que pague, são ativida-des que o colocam dentro do contexto de uma cultura que ajudou a civilizar e a contar a história do país antes das leis e das posturas oficiais que o descriminaram.

Vários outros mistérios cer-cam o lugar. Lá existem ca-vernas que ainda não foram exploradas, buracos no chão que parecem não ter fim, mui-tos outros acontecimentos são guardados em segredos que se-rão passados de pai para filho.

Ah! Ía me esquecendo, para se chegar ao meio do períme-tro do brilhante um mateiro experiente leva em média cin-co horas e os próprios reco-mendam não deixarem sacos plásticos, garrafas e até peda-ços de panos. Muitos destes objetos são encontrados por moradores e trazidos para o lixo aqui embaixo. Eles sentem tristeza quando alguém não respeita a natureza, pois pa-rece que está sujando a nossa casa, o que é verdade, com isto são os moradores tradicio-nais que muitas vezes “pagam o pato”, como acontece no caso dos palmiteiros. Agora é se preparar fisicamente, espi-ritualmente para encarar esta aventura. Põe aventura nisso!

Após vencer o paredão, uma imagem magnífica da praia e do vale da Maranduba

Curiosidades: paredão de granito e cavernas fazem parte do mistério da trilha

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Gente apaixonada por Ubatuba: A saga Patural (parte III)

JOSE´RONALDO DOS SANTOSNa parte precedente, dona

Silvia descreveu a parte emo-cionante de iniciar algo novo em uma realidade totalmente es-tranha. Logo o casal percebeu que, os seres humanos, apesar de espalharem por todo o glo-bo e de apresentarem infinitos aspectos culturais, também têm vícios idênticos, cobiçam sem-pre, sentem inveja etc. Isso é tão desgastante como um vizi-nho que quer obrigar os demais a suportarem o mesmo “gosto” musical, no mesmo volume ig-norante, algo muito frequente em nossa cidade. Dependendo do tipo de vizinho vira “caso de polícia”, pois existe uma lei a ser cumprida não só por donos de quiosques, mas por qualquer morador ou visitante deste mu-nicípio. Afinal, nós pagamos im-postos que também incluem ter sossego em nosso próprio lar! Porém, o que nos interessa ago-ra é a continuidade da história da família Patural. Por altivez, compreensão, sobretudo com muita paciência, Jean-Pierre ultrapassou pequenos desgas-tes para poder voar mais alto. Tinha urgência em suas realiza-ções; talvez tivesse a intuição de que dispunha de um tempo exíguo a escapar como areia seca nas mãos. Vislumbrou o quanto seria útil um outro meio de transporte. Sua casa se tor-nou um ponto de referência aos moradores quando os recursos culturais, a sabedoria popular já se esvaía como esperança. Um morador daquelas paragens me disse em certa ocasião: “O meu filho é vivo porque o francês ti-nha um avião que o socorreu. Ele levou a Taubaté o menino picado de cobra”.

Imaginem um avião no jundu do Ubatumirim! Com a palavra, a corajosa e fiel companheira, dona Silvia:

“O barco ajudava, mas mes-mo assim, devido ao gênio de praticidade do meu marido, era necessário outra alternativa de transporte que diminuísse a perda de tempo. Havia também, no caso do barco, uma depen-dência das condições do mar. Nesse ínterim já tínhamos cons-truído a nossa primeira casa no Ubatumirim. Assim, Jean-Pierre resolveu adquirir um avião, ou melhor, encomendou as instru-ções de uma empresa francesa. Novamente o nosso quintal em Taubaté se transformou. Ago-ra era um hangar. Logo estava pronta a fuselagem; as asas de-ram mais trabalho. Um serviço que mais me impressionou foi a confecção da hélice: dos peda-ços de madeira marfim surgiram as pás com suas aerodinâmicas perfeitas. Depois de pronto ele saiu do nosso quintal seguindo o mesmo modo da retirada do barco.

Após aprovação do Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos, Jean-Pierre tirou brevê de piloto no Cam-po de Marte, em São Paulo. Aí foi uma maravilha!!! A partir de Pindamonhangaba, pois em Taubaté não havia campo de aviação, levávamos trinta e oito minutos até alcançar-mos a nossa área de pouso no Ubatumirim, que construí-mos na proximidade da nossa casa. Na cabine havia espaço para duas pessoas; a Patrícia viajava no colo.

Aproveitávamos as férias es-colares todas na roça. Quando a Patrícia tinha quatro anos, nasceu Jean-Pierre Patural Jú-nior. É, pois é! Ele nasceu no Ubatumirim!

Ele veio antes do previsto. Essas coisas acontecem; as mulheres entendem bem dis-so: as crianças não nascem no dia em que achamos que vão

nascer. Estávamos no Ubatu-mirim, na nossa aconchegan-te casinha, quando comecei a sentir as contrações. Só que eu não fiquei nem um pouco pre-ocupada, pois confiava muito no meu marido. Ele também era zootecnólogo; tinha sido o parteiro no momento do nas-cimento da Patrícia, em nossa casa de Taubaté. E, convenha-mos, cá entre nós: não existe muita diferença entre o parto de uma mulher e o parto de uma vaca. Além do mais eu pensava: muitas mulheres já deram à luz neste lugar, com condições mínimas de higiene; seus filhos estão todos vivos. Isso sem contar que tínhamos uma farmácia bem monta-da para atender, em casos de emergência, a população lo-cal. Ah!!! Quantas vezes ela foi usada!!!

Assim nasceu a nossa segun-da criança. A única inconveni-ência foi a falta de roupinhas e de fraldas para protegê-lo. Um lençol, que ainda era parte do nosso enxoval, foi cortado em pedaços regulares e resultou em oito fraldas. Ah! Nós man-tínhamos na praia um ponto comercial, uma “vendinha”, para atendimento, sobretudo, dos empregados. Lá tinha, in-clusive, o morim, que era um tecido muito barato. Foi de lá que o meu marido trouxe os panos que eu os transformei, costurando a mão, em várias pecinhas de roupas. Um balaio serviu de berço para o bebê. (Neste momento, a entrevista-da vai buscar uma peça de rou-pa infantil minúscula já amare-lada, dizendo que era azul. É uma relíquia feita com todo o carinho que só uma mãe muito sensível é capaz de conservá--la por meio século). É deste tempo a nossa relação com a caiçara Carmem”.

Page 11: Jornal Maranduba News #16

04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 11

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A criança que ainda há em mim

Uma vida seria, acordar todos os dias ouvindoo canto dos pássaros, o perfume das flores, o abrir a janela e notar, sempre uma flor diferente no jardim.Levantar, beber um gostoso copo de café quente, sempre acompanhado de alguns biscoitos.Sair para caminhar a beira do rio,pular as pedras, molhar as pontas dos dedos,apreciar os pequenos peixes e camarões.Cantar as frases sem sentidos, falar sozinho,brincar com folhas, ouvir estórias, contar estórias.Ver o pôr-do-sol e acompanhá-lo pelo caminho longo, Lembrando-me sempre desta vida.Destas lembranças que hoje é dividida entre você e eu.

Jéssica Oliveira Nascimento 15 anos - Araribá

Lenda antiga renasce na horta de moradoraEZEQUIEL DOS SANTOSA Moradora A.M.S., 34, do

Sertão da Quina, levou um sus-to na manhã do último dia 20 quando foi buscar tempero na horta que tem no quintal. Ela se deparou com duas “peças” que se elevaram próximo aos pés de cebola verde na leira do meio. O objeto estranho subiu da terra como se brotasse como algo que estava enterrado há tempos. Os parentes logo se deslocaram até a casa da mo-radora para tentar descobrir do que se tratava. Muitos especu-laram terem achado os pés do “Capitão do Mato”, lenda antiga que assustava os moradores de toda a região.

Segundo a lenda ele aparecia assustando os cães e as pesso-as que maltratavam a floresta e as pessoas que dela cuida-va. O local, que é próximo a um riacho, foi antigo trecho de trilha por onde fugiam os índios e depois os negros que eram perseguidos por capangas das fazendas. Segundo a moradora no dia anterior ao acontecido ela lembra bem que não havia nada no local e não tinha como alguém colocar o objeto em sua horta, já que tem um cachor-ro bravo no terreno. Estranho mesmo é que ela não ouviu o cachorro latir e nestes dias ele (cachorro) anda calado e fica só dentro de sua casa.

Os moradores mais velhos que viram o objeto estranho buscam tentar desvendar o mistério. “Mas só de ver ar-repia!”, comenta M.J.S, 70. O Capitão do Mato, segundo moradores antigos, trata-se de uma espécie de cachorro, que é muito estranho e inteligente, às vezes aparece e às vezes some. Ele aterroriza quem não obede-ce aos calendários na utilização dos recursos naturais. Houve um tempo em que um morador foi atacado por uma fêmea do Capitão do Mato e sobreviveu.

O Maranduba News está em contato com o morador para dar o seu depoimento e até o

momento não obteve resposta do sobrevivente. Os pés acha-dos ainda estão no quintal são muito pequenos e recebem to-dos os cuidados de que a tradi-ção manda realizar.

Quanto à moradora nada vai acontecer a ela, já que o local escolhido para aparecer está sendo tratado conforme a tra-dição. Agora não se sabe quem será aterrorizado pela lenda, basta saber quem está maltra-tando a natureza ou quem está maltratando quem cuida da mata. O local é mantido em se-gredo absoluto e as famílias não querem se manifestar sobre o caso. O mistério continua.

ACESSE O JORNAL MARANDUBA NEWS NA INTERNET

www.jornalmaranduba.com.br

Page 12: Jornal Maranduba News #16

Página 12 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Gente da nossa história: Andrelino Perez - O homem São Cruzeiro EZEQUIEL DOS SANTOSAndrelino Perez nasceu no

trecho compreendido entre a Lagoinha e o Bonete em 14 de fevereiro de 1906, filho de Valentim Perez, um viajante do mar e de Maria Francisca da Conceição uma lavradora e dona de casa. Desde menino souberam que ele seria dife-rente, e realmente foi, não só pela estatura, mas pelo cora-ção, pela alma, pela honradez e pela educação que possuía. Casou-se com Georgina Maria de Oliveira. Deste matrimônio nasceram os filhos Manoel, Maria, Benedito, Francisca, Rosa e Edna. Muitos netos e bisnetos caminham hoje pelas estradas que Andrelino ainda viu “carreiros” e trilhas. Sua família sempre foi sua primei-ra paixão. Chegou a morar na Caçandoca. Os mais respeita-dos membros do Sapé e da Maranduba na época eram: Andrelino, Nestor, Maria Balio e João Paulo.

Devoto de Nossa Senho-ra Aparecida, ele ajudava na acolhida do pessoal da Fo-lia de Reis e do Divino. Para ele a chegada desta tradição religiosa e cultural era uma honra e alimentava as espe-ranças na lida do dia-a-dia. Na época a sua casa era pe-quena e não cabia a acolhida, mais ele colaborava para que os foliões ficassem na casa do compadre Nestor ou Leôncio. Andrelino trabalhou por mui-tos anos nos bananais em Santos, época que iam a pé e levavam em média quatro dias até o serviço.

Quem o conheceu sabe que ele não era muito de pesca, mas presenciaram-no pescan-do nas puxadas de rede. Em Santos ele trabalhava muito, usava “Sapatão Bandarra” e ou “Colordino” (sapatos con-

feccionados de couro cru, cos-turado grosseiramente e com uma sola grossa e alta, que de tão duro machucava os pés e só depois de muito tempo ele amaciava) que duravam muito tempo, cerca de uma década de uso. Quando chegou aos bananais ele se assustou com o número de “musqui-tinho pórva” (mosquito pólvora), que de tanto, chegavam a “carregar” uma galinha grande em noite de lua cheia.

Certa vez fez uma aposta com os cama-radas dos bananais de quantos cachos de ba-nanas cada um conse-guia levantar (jogar no ombro). Muitos foram às especulações e ri-sos, mas ela conseguiu ganhar aposta, conse-guiu jogar ao ombro 17 cachos de bananas. Mas este monte de ca-chos nos ombros às vezes o atrapalhava. É que alguns moleques da época, que hoje são avós, se escondiam nos bananais e esperavam seu Andrelino chegar perto das pinguelas que atravessavam o Rio do Boi e ao pisar no meio da pequena ponte, os moleques arteiros ba-lançavam a ponte até Andrelino cair com os cachos e tudo na água. Pensa num homem bravo! Pensa!

Quando não era isto amar-ravam o capim para ele, e outros caírem no caminho. Ô molecada arteira! Hoje “ra-lham” com os netos. Andreli-no gostava mesmo é da roça. Mesmo quando sofreu o pri-meiro infarto ficava até a noite na roça, a esposa ia buscá-lo.

Na Maranduba e no Ingá ele saía de casa no cerão da noite e voltava depois que as gali-nhas subiam no poleiro. No Ingá sua roça foi onde atual-mente é o campo do Campo Beira Rio, sua casa de farinha ficava onde é a nascente. Cer-ta vez comprou um cavalo do

compadre Mané Belo para aju-dá-lo a carregar os cachos de bananas. O cavalo na realida-de o deixava furioso, é que o cavalo era velho demais para carregar peso e segundo o próprio Andrelino ele carrega-va bananas por dez metros e caía no chão, “arriava”. Andre-

lino dizia que já teve reumatis-mo, cansaço, mas o cavalo ia matá-lo, de raiva. Nesta roça no Ingá ele plantava de tudo. Tinha milho, feijão, arroz, ba-tata, cana, mandioca, cará, mamão, não faltava nada.

Andrelino foi um homem aci-ma da média de estatura para

os homens da época, tinha ainda uma força física invejável e uma força de vontade que sempre utilizava como exemplo para o bem, para a união e a cons-trução da comunidade. Sua estatura rendeu--lhe o apelido de São Cruzeiro, quando ele vinha pela praia da Lagoinha até o Sapé, todos sabiam quem era, diziam: “Lá vem o São Cruzeiro no meio daqueles homens.”

Na Maranduba, por volta de 1952, na Rua do Eixo existia a “venda” do Hipóli-to Alexandre da Cruz. Num dado momento os compadres Xico Pi-nhai estranhou Élcio Salomão. Começou a briga dentro da venda, derrubaram tudo que estava de pé. Vendo a situação Andrelino calmamente entrou no recinto, catou o Chico pelo “cóis” da calça e o lançou por cima do balcão que caiu na entrada do estabele-

cimento. O outro viu a cena, se levantou e caminhou para fora, ficou com medo de ser lançado por cima do balcão por Andrelino. A briga acabou ali como se não tivesse come-çado. “Que pôca vergonha, lhéi só, á mode!”.

Seu Andrelino por fora era

assim fisicamente: magro, alto e muito forte, mas dentro de toda esta rigidez escondia um homem bom que tinha como segunda paixão a roça. Justo, sério, calmo, gostava das coi-sas certas, não levava desa-foro pra casa, tirava a camisa para oferecer a quem não ti-nha. Homem de passos largos e firmes não tinha ninguém melhor para cobrir uma casa de sapé, o acabamento não tinha igual. Trazia nos ombros cargas de lenha que um ho-mem comum não conseguia carregar.

Contador de histórias, que mesmo não sabendo ler pedia aos amigos que compravam li-vros de cordel em Santos para que contasse a ele a história. Ele repetia a todos da rua os contos que ouvia naquela ci-dade. Não eram poucas his-tórias, ele lembrava de todas. Mas infelizmente a sua própria história não conseguiu contar. Seus contos da vida real ces-saram no dia 25 de setembro de 1987. Aqueles olhos que viram tanto sofrimento, mas também tanta alegria fecha-ram-se para sempre. Parece que até os bananais, as roças sentiram o trágico dia. Um in-farto levou este homem de fé e de muita coragem, que nos dias mais difíceis não fez faltar o essencial, carinho e muito amor em tudo que fazia.

Não tive o privilégio de tê-lo conhecido, mas a emoção de quem contou parte de sua his-tória me fez refletir sobre os homens bons que aqui exis-tiram e que merecem todo o nosso respeito e carinho. Nes-te final, tomo agora a liberda-de de pedir a sua benção seu Andrelino e muito obrigado por contribuir na formação de nossa história e de nossas vi-das. Que Deus o abençoe.

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04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 13

A história do bolo de barroROZALIA LUIZA

Quando eu era pequena, mo-rava no Araribá. Lá eu cuidava de meu avô Luiz Jesuíno de Oli-veira, mais conhecido como Luiz Gago, um italiano alto de pele clara, cabelos pretos de olhos bem azuis como o mar, faleceu com 109 anos. Ele que gosta-va de sentar em uma pedra no quintal da mamãe (Tiana Luiza) para “tomar” sol. Para chegar lá ele usava um “cacetinho” (bordão). É que o sol aliviava o reumatismo que tinha. Depois de cuidar da casa, punha água no fogão de lenha para ferver e sentava ao seu lado para ouvir suas experiências, seus causos, histórias que ele conhecia. Uma delas me chamou muita aten-ção.

Contou-me que há muitos anos na região era comum as fazendas de café, cana, banana. A fazenda tinha muitos “cama-radas”, alguns ainda eram es-cravos. Esses camaradas eram responsáveis por toda a famí-lia e quando um deles morria, toda a família era despejada da fazenda. Um destas famílias é protagonista desta história.

Quando ficou viúva, a mu-lher de um camarada teve que sobreviver a beira de uma tri-lha fora da fazenda, começou construindo uma casinha de taipa, ao redor uma pequena roça, tudo a beira de um riacho pequeno. Os filhos (que eram três) catavam frutas e lenha para a mãe, como não tinham outra opção, se sentiam bem com a forma que viviam.

Mas algo mudou para mãe quando a filha mais nova lem-brou-a de seu aniversário. Já que quando o pai estava vivo fazia ao menos um bolinho. A mãe começou a pensar como ia atender a filha, que não ti-nha nada, nem para comer. O desespero começou a bater na

mãe e aumentava quando se aproximava da data do aniver-sário. No meio do mato, ligada apenas por um riacho e uma tri-lha, como conseguir ingredien-tes para atender a menina?

Na manhã do aniversário a mãe acordou mais cedo. Lá fora começou a chorar bem baixinho, colocou a água para ferventar, cortou a cana para “virar no escaçador” (moenda de cana feita de cilindros de madeira fixados ao chão). Tris-te e sentida ela passava a mão no forno e lagrimas desciam de seus lindos olhos. A saudade do marido também apertava. Mas o que fazer para atender a filha? Mesmo triste ela pediu a Deus que a atendesse e começou a rezar para a Sua mãe (peça a Mãe que o filho atenderá).

Seus lábios molhados de lá-grimas e suas palavras doces a Nossa Senhora conduziam a mão ao chão fazendo um monte de barro que foi colocado numa forma velha e depois no forno

do fogão de lenha. Parada em pé olhando o que havia feito, pensou: “Não tenho farinha, mas ao menos um bolo de barro à minha filha”. Ouvi palmas na frente da casa, era uma senho-ra de cor, simples e muito bo-nita, disse que não tinha nada para oferecer. Ela só queria água, quando fui buscar ela pe-diu para ir ao fundo da casa que lá havia uma bica de água muito mais fresca. Como ela sabia?

Quando fui com ela ao fun-do da casa, ela me questionou sobre um cheiro de bolo. Fiquei assustada, pois achei que ela me “engabelava” (enganava) com aquela conversa. Mas eu senti o cheiro do bolo, corri para o forno, tirei as brasas, depois à forma e comecei a chorar de emoção.

Na minha mão o tão sonha-do bolo de aniversário de minha filha. Corri atrás daquela senho-ra que sorrindo me respondeu sem eu perguntar. Mas como? Eu não tinha nada. Ela me disse

que a farinha foi a minha fé, os ingredientes foram as minhas lágrimas e o recheio foi a minha esperança. “Filha, por tudo que você passou nunca perdeu a fé e esperança, e em lágrimas quis atender quem mais ama por isso Ele te atendeu”.

De joelhos ouvi que era mes-mo um milagre. Era Nossa Se-nhora, que a pedido de seu fi-lho vinha atender ao pedido de minha filha. “Peça a Mãe que o filho atenderá”, dizia meu avô. Dizem que a filha nunca sou-be de fato quem realmente lhe dera o bolo que a fez tão feliz naquele dia. O filho mais velho conseguiu ter seu próprio lote de terra e cuidou da mãe até sua morte. Mas uma pergunta ficava no ar quando tudo pare-cia perdido, que também serve para todos nós.

Aliás como vai o seu bolo?

Rozalia Luiza do Prado dos Santos é artesã, costureira e moradora do Sertão da Quina.

Page 14: Jornal Maranduba News #16

Página 14 Jornal MARANDUBA News 04 Outubro 2010

Desopilando o mau humorGrande MulherNuma ocasião, o presidente

dos Estados Unidos, Barack Obama, saiu para jantar com sua esposa, Michelle, e foram a um restaurante não muito luxuoso, porque queriam fazer algo diferente e sair da rotina. Estando sentados à sua mesa no restaurante, o dono pediu aos guarda-costas para apro-ximar-se e cumprimentar a primeira dama, e assim o fez.

Quando o dono do restau-rante se afastou, Obama per-guntou a Michelle:

- Qual é o interesse deste homem em te cumprimentar?

Michele respondeu:- Acontece, que na minha

adolescência, este homem foi muito apaixonado por mim durante muito tempo.

Obama disse então:- Ah, quer dizer que se você

tivesse se casado com ele, hoje você seria dona deste restaurante?

Michelle respondeu:- Não, meu querido, se eu

tivesse me casado com ele, hoje ele seria o Presidente dos Estados Unidos.

* * *Receita MédicaUm jovem médico, viajando

de carro, percebeu que estava ficando sem combustível. En-trou num vilarejo e dirigiu-se a um posto de gasolina para abastecer o carro. Não viu uma viva alma no posto e, apesar de buzinar várias vez-es, ninguém vinha atendê-lo.

Finalmente apareceu um ra-pazinho que lhe disse:

- Não adianta buzinar, porque o posto está fechado; a filha do dono morreu ontem e todos estão no velório.

O jovem médico pensa uns segundos e chega à seguinte conclusão:

- Se não posso prosseguir

e não sei a que horas irão retornar, vou até ao velório também, já que não posso fazer mais nada. Lá chegando, aproxima-se do caixão por mera curiosidade, e de re-pente, observa algo extrema-mente raro. Chama o pai da ‘falecida’ e diz-lhe:

- Olhe, sou médico, a sua filha não está morta, está em estado catatônico; parece morta, mas está viva!

O pai, nervosíssimo, per-gunta:

- O Sr. pode fazer alguma coisa?

O jovem médico, explica-lhe que há uma possibilidade, embora remota, de trazê-la à vida. Para isso, teriam que submetê-la a uma sensação muito forte.

Pergunta então ao pai:- A sua filha tinha namorado? Embora estranhando a per-

gunta, o pai respondeu sim, e que ele se encontrava presente.

- Bem - disse o jovem médi-co - então tirem o corpo do caixão, levem-no para uma cama junto com o namorado e deixem que eles façam sexo.

Ainda que com algumas reservas, o pai dá ordens para que seja feito tudo o que o doutor disse, mas pede para que ele fique, a fim de com-provar o ‘resultado’.

Passadas quatro horas abre-se a porta do quarto e, como por um milagre, a moça apa-rece vivinha da silva!

Foi uma grande alegria para todos, que logo programam uma festa e convidam o jovem doutor.

Este se desculpa, alegando que tem de ir visitar um famil-iar que se encontra doente, mas promete passar pela al-deia na viagem de regresso.

Tanque cheio, o médico prossegue sua viagem.

Passados 15 dias ele re-gressa e decide cumprir o que prometera: passar pela aldeia para ver como estava a jovem ex-defunta.

Ao chegar ao posto, avista o mesmo rapaz, que desta vez esta ali tomando conta do negócio.

Assim que reconhece o dou-tor, o rapaz corre desesperado ao seu encontro e lhe diz:

Graças a Deus o senhor voltou! Não sabíamos como encontrá-lo e estávamos a sua espera!

O Sr. Engrácio, pai da meni-na que o senhor salvou, mor-reu há 10 dias!

Metade do vilarejo já comeu o velho, mas nada do homem ressuscitar!

Moral da História: O mesmo medicamento não serve para todos!

* * *Para tudo dá-se um jeitoUm fazendeiro resolveu

ir a pé da cidade, de volta para sua fazenda. No camin-ho, comprou um balde e um galão de tinta,dois frangos e um ganso vivo. Quando saiu, parou e ficou matutanto sobre como levar as compras para casa.

Enquanto coçava a cabeça, apareceu uma velhinha que lhe disse estar perdida e lhe perguntou:

- Pode me explicar como chegar até a Estrada das An-dorinhas, 1603?

- Bem, minha fazenda fica próxima a esse local. Eu a le-varia até lá, mas ainda não re-solvi como carregar tudo isto.

A velhinha sugeriu:- Coloque o galão de tinta

dentro do balde, carregue o balde em uma das mãos, um frango sob cada braço e o ganso na outra mão.

- Muito obrigado, – disse o

homem – é uma boa idéia.A seguir, partiram os dois

para o destino.No caminho, ele disse:- Vamos cortar caminho e

pegar este atalho, pois econo-mizaremos muito tempo.

A velhinha o olhou cau-telosamente e disse:

- Eu sou uma viúva solitária e não tenho marido para me defender. Como saberei se quando estivermos no atalho você não avançará em cima de mim e levantará minha saia pra transar comigo?

- Impossível, estou carre-gando um balde, um galão de tinta, dois frangos e um ganso vivos. Como eu poderia fazer isso com tanta coisa nas mãos, sendo que se soltar as aves elas fugirão?

- Muito simples: coloque o ganso no chão, ponha o balde invertido sobre ele, coloque o galão sobre o balde e eu se-guro os frangos…

* * *Mentira Espetacular O mineirinho saiu do es-

critório, encontrou a sua se-cretária no ponto de ônibus e caía a maior chuva. Ele parou o carro e perguntou:

- Você quer uma carona?- Claro... respondeu ela, en-

trando no carro.Chegando no edifício onde

ela mora, ele parou o carro para que ela saísse e ela o convidou para entrar no seu apartamento.

- Não quer tomar um cafez-inho, um whisky, ou alguma coisa?

- Não, obrigado, tenho que ir para casa.

- Imagine, o Sr. foi tão gentil comigo, vamos entrar só um pouquinho.

Ele subiu, atendendo ao pedido da moça. Ao chega-rem no apartamento, ele to-

mava seu drink enquanto ela foi para dentro e voltou toda gostosa e perfumada.

Depois de alguns gorós, transou com a secretária e acabou adormecendo.

Por volta das 4:00 hs da manhã ele acordou, olhou no relógio e levou o maior susto. Aí ele pensou um pouco e disse à sua secretária:

- Você me empresta um pedaço de giz?

Ela entregou-lhe o giz, ele pegou, colocou atrás da orel-ha e foi pra casa..

Lá chegando, encontrou a mulher louca de raiva e ele foi logo contando....

- Quando saí do trabalho dei carona para a minha secre-tária. Depois que chegamos no prédio onde ela mora, ela me convidou para subir e me ofereceu um drink; em se-guida, ela foi para o banho e retornou com uma camisola transparente e muito linda, e após vários goles acabamos indo para a cama e fizemos amor. Aí dormi e acordei agora há pouco...

A mulher deu um berro e falou...

-Seu mentiroso sem ver-gonha, estava no bar jogando sinuca com os seus amigos. Nem sabe mentir, até esque-ceu o giz aí atrás da orelha...

* * *

Page 15: Jornal Maranduba News #16

Túnel do Tempo 04 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Por Adelina Campi

Largo do Sapé, principal acesso ao Sertão da Quina

1942 1938Trilha do Eixo, esquina com a trilha do S. da Quina

Casa de farinha próxima ao atual campo do Ingá1957

Maranduba, Caçandoca e Sertão no mesmo ônibus1965

Rancho de descanso utilizado em viagens a Vargem Grande e Palmeiras

1965Conceituado PM em seu aniversário

1990

Hora do rush em plena temporada da pesca da tainha

1946Não disse que a gente ia sair no jornal Maranduba?

1991

Um filósofo e seu discípulo resolveram fazer uma pesquisa e saber como viviam as pesso-as na sua região.

Chegando à primeira resi-dência, foram recebidos pelos moradores: um casal, cinco filhos - todos com roupas lim-pas, porém rasgadas.

Depois de servir um cafe-zinho (tão fraco, que quase não conseguia sair do bule), dispôs-se a responder as per-guntas do visitante.

- O senhor está no meio des-ta floresta, não há nenhum comércio nas redondezas. - observou o mestre ao pai de família - Como sobrevivem aqui? E o homem, calmamen-te, respondeu:

- Meu amigo, a situação é muito difícil. Mas, graças à Deus, temos aqui uma vaqui-nha que não nos deixa passar fome. Às vezes sobra um pou-co de leite e, com essa parte, fazemos um pouco de queijo e vendemos na cidade vizinha. E assim vamos sobrevivendo.

O filósofo agradeceu pela in-formação, contemplou o lugar por m momento e foi embora. No meio do caminho, disse ao discípulo:

- Jogue a vaquinha deste po-bre homem no precipício.

- Não posso fazer isso, é a única forma de sustento da fa-mília! - espantou-se o discípulo.

O filósofo permaneceu cala-do. Sem alternativa, o rapaz fez o que lhe mandara o mes-tre, e a vaquinha morreu na queda. A cena ficou gravada em sua memória.

Muitos anos depois, já um empresário bem-sucedido, o ex-discípulo resolveu voltar ao mesmo lugar, contar tudo a fa-mília, pedir perdão e ajudá-la financeiramente.

Chegando lá, para sua sur-presa, encontrou o local trans-formado num belíssimo sítio,

com árvores floridas, carro na garagem e rapazes e moças bem vestidos e felizes. Ficou desesperado, imaginando que a humilde família tivesse pre-cisado vender o sítio para so-breviver.

Apertou o passo e foi recebi-do por um caseiro muito sim-pático.

- Para onde foi a família que vivia aqui há dez anos? - per-guntou.

- Continuam donos do sítio - foi a resposta.

Espantado, ele entrou cor-rendo na casa, e o senhor logo o reconheceu. Perguntou como estava o filósofo, mas o rapaz nem respondeu, pois se achava por demais ansio-so para saber como o homem conseguira melhorar tanto o sítio e ficar tão bem de vida.

- Bem, nós tínhamos uma vaquinha, mas ela caiu no pre-cipício e morreu - disse o se-nhor. - Então, para sustentar minha família, tive que plantar ervas e legumes. Como plan-tas demoravam a crescer, co-mecei a cortar madeira para vender. Ao fazer isso, tive que replantar as árvores e precisei comprar mudas. Ao comprar mudas, lembrei-me da roupa de meus filhos e pensei que talvez pudesse cultivar algo-dão. Passei um ano difícil, mas quando a colheita chegou, eu já estava exportando legumes, algodão e ervas aromáticas. Nunca havia me dado conta de todo o meu potencial aqui: ainda bem que aquela vaqui-nha morreu. Era um atraso em nossas vidas.

É necessário ver como está a sua vaquinha. Não lastime se ela cair no precipício. A vaqui-nha pode estar representada por um emprego, um relacio-namento ou uma sociedade. Erga a cabeça e lute. Você vai vencer.

A vaca no precipício