jornal maranduba news #37

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Maranduba, 25 de Maio de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 37 Castelo, que era igreja, poderá virar resort Integrantes do grupo católico Arautos do Evangelho venderam imóvel a americanos

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #37

Maranduba, 25 de Maio de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 37

Castelo, que era igreja, poderá virar resortIntegrantes do grupo católico Arautos do Evangelho venderam imóvel a americanos

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 25 Abril 2012

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3832.2067 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:Valorização da Comunidade e novavisão através das lentes fotográficas

Com uma programação diver-sificada, o 3º Festival da Mata Atlântica segue até o dia 9 de junho, com o objetivo de sen-sibilizar a comunidade, envol-vendo-a na conscientização da importância do meio ambienteO 3º Festival da Mata Atlânti-ca: Florestas, Rios e Mar tem início nesta sexta-feira, 25, em Ubatuba, com a abertura da exposição Aves de Ubatuba, no Espaço Cultural Agricio Neri Barbosa, às 18h. A expo-sição contará com a presença do curador ambiental Antonio Carlos Matarazzo.Com uma programação diver-sificada, o 3º Festival da Mata Atlântica segue até o dia 9 de junho, com o objetivo de sen-sibilizar a comunidade, envol-vendo-a na conscientização da importância do meio ambien-te. O evento também acon-tece em comemoração a al-gumas datas especiais: o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e o Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho).A realização do Festival da Mata Atlântica, que já virou parte do calendário oficial de eventos da cidade, conta com a participação de escolas, en-tidades ambientalistas, Par-ques Estaduais, Secretarias Municipais, entre outros par-ceiros, oferecendo uma ampla

Abertura do 3º Festival da Mata Atlânticade Ubatuba acontece nesta sexta-feira, 25

programação com cursos, pa-lestras, caminhadas, oficinas, apresentações musicais, tri-lhas e muitas outras atrações.

Xangai e Fernando Gonsa-lesNo sábado, 26, duas atrações no Projeto Tamar Ubatuba fo-ram programadas para a aber-tura do III Festival da Mata Atlântica: o lançamento da ex-posição ‘A bicharada se espar-rama’ do premiado cartunista Fernando Gonsales, às 17h e o show do renomado músico Xangai, às 20h.Preservação ambientalConstam na programação ati-vidades que levam a um maior conhecimento sobre a conser-

vação das nossas florestas, rios e mar, com o foco na aprendizagem de como convi-ver em harmonia com a natu-

reza, preservando-a para o futuro. Tudo no sentido de dar a devida importância à proteção ambiental e pro-mover a sustentabilidade e a qualidade de vida para a população de Ubatuba. Um dos destaques da progra-mação será a palestra com o diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, sobre código florestal, no dia 1 de junho.Campeã em preservaçãoO “Atlas dos Remanes-centes Florestais da Mata Atlântica”, coordenado e publicado pela Fundação SOS Mata Atlântica/INPE em 2009, aponta o municí-pio de Ubatuba como cam-

peão nacional na preservação desse bioma, com 85% da vegetação original preserva-da. No levantamento realiza-do pelo Instituto Florestal-SP, este percentual é de 89,9% liderando o ranking estadual de preservação da Mata Atlân-tica. Todos esses números re-velam a riqueza deste bioma em Ubatuba e nos alertam para a nossa responsabilidade na sua conservação e preser-vação. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)

Por muito tempo nossas co-munidades eram mero objeto das histórias escritas por ou-tros. Alguns amigos com ideias comuns tinham vontade de re-alizar alguma coisa.Mas o que? E como? Várias foram às ideias urbanas para manifestar uma vontade, mas não era o objetivo princi-pal, já que nos encontros, os amigos manifestavam a edu-cação passada por seus an-tepassados, a respeitabilidade que deveria sem comum entre as pessoas. Foi aí que buscaram capacita-ções rurais daquelas que au-mentavam a satisfação pesso-al e comunitária muito mais do que a via financeira e econô-mica. Dos vários cursos foram escolhidas pessoas que tinham a mesma vontade e deu certo. Hoje a satisfação de ser home-nageado pela Câmara Munici-pal e reconhecido no AVISTAR 2012 mostra que o esforço va-leu a pena e tem gente ainda achando que é apenas só para ganhar dinheiro. É importante trabalhar e rea-lizar a atividade para ganhar dinheiro sim, porém a satisfa-ção que é proporcionada pelo reconhecimento é ainda maior quando se enxerga no suces-so alcançado aquelas pessoas que nos ensinaram, nos con-duziram, nos deram a chance

de sermos alguém e nós apro-veitamos. Hoje somos protagonistas de nossa história, muita gente quer aproveitar da situação e como “nóis é caipira, mas num é besta”, queremos compar-tilhar das mesmas vontades das pessoas que trabalham “o conjunto” e não “conjunto para atender a minha deman-da”. Difícil de explicar no pa-pel, mas fácil de entender na pratica.Sobrevive quem trabalha em conjunto, nossas comunidades antigas assim sobreviveram e nós só demos uma nova rou-pagem ao espirito destes lu-tadores. Com as lentes vemos os acontecimentos de outros ângulos e, portanto fácil de entender as investidas. Não somos melhores do que nin-guém, mas podemos dizer que observar aves significa valorizar a vida, a cultura, as tradições, a história, nossos professores e o espirito comu-nitário e fraternal, depois sim, dinheiro é consequência disto. Sabemos que somos capazes, só não sabíamos que trabalhar em espirito comunitário era tão prazeroso. Celebre frase de quem disse que “tem coisas na vida que o dinheiro não paga”, disso en-tendemos bem.

Emilio Campi

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 3

Ação de Frediani pode colocar Ubatuba em área de influência do Pré-SalO IBAMA, através de seu co-

ordenador de Petróleo e Gás, Cristiano Vilardo, anunciou em Caraguatatuba que o instituto irá protocolar na próxima se-mana o novo texto do Estu-do de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA/Rima) que in-clui as quatro cidades do Lito-ral Norte na área de influência do Pré-Sal. No litoral norte, apenas Ilhabela estava na zona de influência.

A pressão popular e o empe-nho das autoridades surtiram o efeito esperado. Em agosto de 2011, o vereador Rogério Frediani foi alertado por es-pecialistas no assunto que em reunião na Ilhabela, Ubatuba estava fora da área de in-fluência do Campo de Tupi. Frediani então encaminhou oficio à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Estado e ao IBAMA solicitando reavalia-ção da situação.

A solicitação do vereador se baseou em estudo do especia-lista da Unicamp, João Paulo Macieira Barbosa, apresentado no XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que des-creve a evolução dos eventos extremos de precipitação no

setor paulista da serra do mar. Na Ilhabela, a Petrobras havia apresentado estudo no qual transferia ao litoral sul a base de operações por conta das condições meteorológicas, que seriam mais favoráveis, com-paradas com as de Ubatuba.

Na ocasião, consideraram--se as condições climáticas para o uso do aeroporto, que neste caso seria de Ubatuba, mas a Petrobras optou pelo de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Itanhaém é responsá-vel pelo transporte dos funcio-nários da Petrobras até a Pla-taforma de Merluza (184 km de distância da costa paulista) e a Plataforma de Mexilhão (320 km), a 50 minutos de helicóptero, onde a Petrobras produz gás natural e conden-sado de petróleo. Contudo, o estudo do especialista apon-tava para uma revisão de da-dos e consequente revisão do EIA-RIMA (Estudo Prévio de Impacto Ambiental - Relatório de Impacto Ambiental), peça fundamental dos trabalhos da Petrobras e IBAMA.

A Petrobras respondeu, atra-vés de sua Gerência de Meio Ambiente da Unidade de Ope-rações de Exploração e Produ-

ção da Bacia de Santos, sobre o documento de Frediani (Ofi-cio CMU-RF 81/11), que não via obstáculo na inclusão de Ubatuba e demais municípios do litoral norte no EIA/RIMA, conforme escreveu Marcos Vi-nicius de Mello, Gerente Seto-rial de Meio Ambiente da Pe-trobrás.

Foram sancionadas pelo pre-feito municipal os projetos de Frediani sobre extração de areia e que viraram as Lei s3.533 e 3.534 Na pratica trata-se de duas leis que reconhecem a re-levância da atividade e dos pro-cedimentos que organizará o setor, bem como as formas de extração de areia artesanal. A lei em vez de perseguir, punir e constranger as pessoas organi-zará a atividade, que ainda é vis-ta por parte da sociedade como atividade degradadora e nociva ao meio ambiente. Vale lembrar

Lei permite licenciamento de extração artesanal de areia para associações ou cooperativasque a atividade para o Depar-tamento Nacional de Proteção Mineral-DNPM é reconhecida como Microminerador, também relacionado à Micro empreendi-mento e que suas áreas podem ser requeridas e outorgadas pelo órgão em tamanho me-nor ou igual a cinco hectares, desde que utilizada método de extração manual ou outro mé-todo em pequena escala. Após a aprovação do projeto de Lei na Câmara, o vereador Rogério Frediani recebeu da CETESB os procedimentos necessários para

licenciamento de micro empre-endimentos minerários. Trata--se de um procedimento padrão elaborado por técnicos gover-namentais á atividade. “Existe um grupo dentro da CETESB no estado que trabalha estes procedimentos, portanto é fato de que é possível sim exercer a atividade dentro da legalidade e que a atividade pode ser licen-ciada, faltava apenas uma Lei que reconhecesse e que apon-tasse critérios para a atividade artesanal”, comenta o verea-dor Rogério Frediani. Frediani

diz que muita coisa ainda tem de ser realizada, “na realidade é um fato novo em Ubatuba, a vida toda famílias inteiras foram perseguidas e constrangidas por trabalharem na atividade, agora a história mudou, porém muita coisa tem ainda de ser feita e um dos primeiros passos é a organização dos profissio-nais da atividade em associação ou cooperativa”, conclui o autor do projeto. O licenciamento desse método de extração será realizado em nome do detentor do título minerário (associação

e/ou cooperativa), que deverá providenciar toda a documen-tação e medidas técnicas ne-cessárias para a regularização da atividade. Frediani já solici-tou, através do Requerimento 036/12 encaminhado ao depu-tado federal Luiz Fernando Ma-chado, a presença do Superin-tendente do DNPM Ricardo de Oliveira Moraes para falar aos interessados sobre os temas re-lacionados à micromineração, já dentro dos procedimentos exis-tem competências do órgão re-lacionados ao tema.

O gerente informou ainda que aguarda a manifestação do IBAMA para que tal inclu-são seja formalizada, de modo que o estudo enviado por Frediani seja revisto nos ter-mos que regem os processos de licenciamento ambiental. O gerente afirmou também que assim que o IBAMA se ma-

nifestar sobre a inclusão de Ubatuba e dos demais muni-cípios do litoral norte, o vere-ador e demais Secretarias en-volvidas serão comunicados.

“Sabíamos que Ubatuba não estava incluída na área de in-fluência do Pré-sal. Por isso nos empenhamos em reverter a situação. Isso vai gerar re-cursos para o nosso município e para todo o litoral norte. Agora vamos aguardar os de-talhes para que a inclusão se efetive”, comentou o vereador Rogerio Frediani.

Frediani questiona a não in-clusão de Ubatuba na área de influência do Pré-Sal

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

Comunidade se comove na ordenação de Padre Manoel Família rememora brincadeira antigaEZEQUIEL DOS SANTOSNo primeiro dia de maio foram

ordenados, nosso querido diá-cono Manoel Leite e o Semina-rista Carlos Alberto. A missa de ordenação aconteceu na Matriz Diocesana em Caraguatatuba. Participaram paroquianos de todas as comunidades além dos convidados de outras paró-quias e familiares dos ordena-dos. O prefeito Antônio Carlos participou da missa. Todos os padres lá estiveram

e abrilhantaram a missa de or-denação sob a direção de Dom Altieri. Surpresa para Padre Manoel foi a visita da filha e do neto, que emocionados ex-pressaram a felicidade em vê--lo concretizar sua vocação. As testemunhas deram seu depoi-mento e o tão sonhado “sim” para os ordenandos. Os rituais de ordenação sacer-

dotal chamaram a atenção dos fiéis de tão belo. Ao final Pa-dre Manoel recebeu presentes, abraços e carinhos dos familia-res, amigos e paroquianos, que não conseguiam esconder a felicidade e a emoção pela rea-lização de padre Manoel. Após a missa foi servido um

almoço a todos que participa-ram deste grande evento cató-lico. De volta a comunidade ele realizou missas nas comunida-des de sua paróquia e também uma na capital, onde trabalhou por muitos anos na construção de uma igreja. Desta vez, no

retorno a região, padre Manoel foi o convidado especial dentre os amigos e fieis. No último dia 5, na Matriz Cristo Rei, conce-lebraram com padre Manoel, os padres Elimar Azevedo, reitor do Seminário Diocesano Beato José de Anchieta, Alessandro Henrique, Vigário Geral e Car-los Alexandre, nosso pároco. Estiveram também presentes o diácono João Marcos e o semi-narista Luís Henrique. O padre convidado a proferir

a homilia foi o padre Elimar que de forma muito bela e profun-da, falou da importância e da

grandeza do sacerdócio minis-terial na vida e na caminha-da da Igreja. “Disse São João Maria Vianney: se pudéssemos contemplar a grandeza e a sig-nificância do sacerdote, morre-ríamos não de pavor, mas de amor” - afirmou. Ao final da celebração o pa-

dre Manoel recebeu algumas homenagens da comunidade paroquial que expressou seu profundo carinho e gratidão a Deus pela sua vida. Ele tam-bém realizou missas nas ca-pelas que compõe a paróquia local.

Na tarde do último domingo, 20 de maio, descendentes de Tião Pedro, no bairro do Ser-tão do Sertão da Quina resol-veram “jogar taco”. Os gritos e as correrias são normais do jogo. Como numa final de campeonato, alguns até se ati-raram na lama para conquistar os preciosos pontos. A brincadeira estimula a ati-

vidade física, a coordenação motora, o espírito de grupo e a competitividade entre os parti-cipantes. No lado social agre-ga valores, descobre lideres e ocupa as ruas. Desta vez, ao que parece não houve nenhu-ma janela quebrada, como de costume, nem sequer alguém com galos na cabeça ou den-tes quebrados. O jogo é disputado entre

quatro participantes, que se revezam, conforme os pontos, em atiradores e batedores, o alvo é um “castelo”, que na

sua grande maioria é confec-cionada de gravetos ou latas. O taco geralmente é de madei-ra. Basicamente o objetivo do atirador é derrubar o “castelo” e do batedor é acertar a bola e mandá-lo o mais longe pos-sível para que possam realizar os pontos alternando na corri-da entre os castelos e baten-do os tacos para a contagem dos pontos. Houve épocas em Ubatuba de campeonatos sé-rios como as de pipas, corridas de carrinhos de rolimã, escor-regar de “totoa” morro abaixo, pega-pega, entre outros. Eram períodos em que as pessoas ocupavam a rua, onde desta forma as pessoas com má in-tenção não tinham voz e nem vez. A noite muitos retorrna-vam para outras brincadeiras, no caso do frio, contar história a beira da fogueira, estourar cana e experimentar alguns quitutes deliciosos.

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 5

Castelo, que era ‘igreja’, pode virar resort em UbatubaIntegrantes do grupo católico Arautos do Evangelho venderam imóvel a americanos

Diego ZanchettaO Estado de S.Paulo

Um castelo em estilo medieval construído em uma das praias mais isoladas de Ubatuba, no li-toral norte paulista, tem aguça-do a imaginação de pescadores e despertado a ira de ambien-talistas. Com quase 9 mil m² de área construída, a proprie-dade fica ao lado da paradisía-ca Praia do Pulso, cercada por Mata Atlântica e mar azul.

Mas, para erguer o empreen-dimento, o grupo católico Arau-tos do Evangelho não precisou de licença ambiental: o palácio foi classificado como “igreja”, o que livrou os responsáveis pela obra de pedir qualquer autori-zação à Companhia Ambiental do Estado (Cetesb).

Indignados, moradores da região moveram uma ação civil pública que pedia ao Ministério Público Estadual a demolição do imóvel. Mas o castelo, que estava misteriosamente fecha-do havia quase um ano, acabou vendido para um grupo do mer-cado imobiliário americano.

Com mais de cem cômodos e torres com guaritas, o lugar está em obras. Ninguém sabe dizer ao certo o que será feito ali.

Na prefeitura de Ubatuba, a obra consta como “ampliação de instalação religiosa” e ainda pertence ao grupo católico. Mas não é isso o que os funcioná-rios dizem. “Aqui é agora uma propriedade particular, não é mais dos padres. No momento adequado, os americanos vão divulgar”, diz o funcionário res-ponsável pela obra, que pediu para não ter o nome divulgado. “Não podemos falar sobre o que vai ser aqui com ninguém.”

Brechas. Outro mistério para os poucos moradores vizinhos e donos de casas de veraneio,

todos acostumados a respeitar severas regras impostas pela Polícia Ambiental, é como al-guém conseguiu autorização para construir um castelo em um dos pedaços mais preser-vados de Ubatuba, ao lado da Fazenda Caçandoca. Trata-se de uma região quilombola tom-bada pelo patrimônio histórico nacional.

O que agora pode até virar um resort ecológico com 20 bangalôs, segundo uma das versões apresentadas por fun-cionários da obra, nasceu das brechas que existem atual-mente na legislação ambiental. Para a construção de igrejas e escolas públicas, não existe a necessidade de autorização prévia de órgãos ambientais do Estado.

Reconhecidos como ordem religiosa pelo Vaticano, os Arautos do Evangelho só tive-ram de pedir uma autorização para construção de um tem-plo ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Con-dephaat), em 2004. O grupo assinou um termo de responsa-bilidade com o órgão, assumin-do o compromisso de manter intacta a área verde nativa. A Secretaria de Meio Ambiente e a Cetesb não precisaram ser consultadas.

E assim nasceu o castelo, como igreja, apesar de seus enormes portões com 8 me-tros de altura nunca terem sido abertos a ninguém que não fosse integrante dos Arautos do Evangelho, uma dissidência

ultraconservadora da ala Tra-dição, Família e Propriedade (TFP) da Igreja Católica. Os pa-dres venderam há dois anos o imóvel para os americanos da Sunrise Homes International, um grupo que constrói casas para estudantes em Santa Bár-bara, na Califórnia.

Se quiserem fazer um hotel no local que era, na verdade, para ser uma “igreja”, os ame-ricanos também não vão preci-sar consultar os órgãos do go-verno estadual, pois esse tipo de empreendimento é liberado pela prefeitura de Ubatuba. O zoneamento municipal permite um empreendimento hoteleiro naquela área.

Rigidez. Desde que o caste-lo foi aberto, em 2005, a Polí-cia Ambiental nunca constatou

nenhuma irregularidade. “Mas eles cortaram muito da mata. Só que todos os guardas sem-pre fecharam os olhos para o que eles fazem”, acusa o pes-cador Adilson da Silva, de 32 anos, que leva turistas para passear de escuna a partir da Praia de Maranduba.

Desde que o castelo come-çou a ser construído, a Cetesb abriu cinco procedimentos para penalizar condôminos da Praia do Pulso, o loteamento bem ao lado do castelo, por infra-ções cometidas em áreas de preservação. “E, mesmo assim, deixaram erguer um castelo de arquitetura horrorosa no meio da floresta”, reclama a dona de casa Lucinda Cano, de 51 anos, proprietária de um imóvel no local.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

ANUNCIE:(12) 9714.5678 - 7813.7563

Sertão da Quina presentena rota de ciências de alto nível do país

A Xtreme eventos começou há muito tempo, quando seu idealizador desmontava re-montava peças eletrônicas de aparelhos que possuía. A curiosidade nesta etapa foi fundamental para descobrir sua aptidão. Os milhares de componentes fizeram com que a equipe da Xtreme hoje dete-nha um vasto conhecimento em eletrônica, precisamente no que se refere a equipa-mentos e montagens de som. De forma caseira, até mes-mo para atender os próprios amigos, a equipe passou anos realizando pequenos eventos e serviços, como a instalação de som automotivo. Com a

Xtreme, de mera curiosidade a um empreendimento de sucesso

crescente demanda a equi-pe resolveu abrir uma loja. Atualmente a Xtreme realiza serviços específicos como per-sonalização de veículos e de camisetas. Varias empresas tem buscado na Xtreme o algo a mais, prin-cipalmente na diferenciação com os uniformes. A equipe trabalha com som automotivo, iluminação, aluguel de equipa-mentos para eventos, empre-sas, casamentos, aniversários entre outros. A Xtreme está ao lado do bar do D’menor no bairro do Sertão da Quina. São 10 anos de bons relacio-namentos com os clientes e satisfação dos atendidos.

EZEQUIEL DOS SANTOSNa última semana de abril,

o biólogo Camilo de Lellis San-tos, do bairro do Sertão da Quina, foi convidado especial-mente para participar de uma reunião com o Governador--Geral do Canadá. O evento foi realizado num hotel luxuo-so de São Paulo, onde o jantar reuniu alunos cientista que fo-ram ou que estavam partindo para uma jornada de pesquisa no Canadá.

O governador-geral David Johnston, que é a represen-tação máxima da rainha da Inglaterra no Canadá, decidiu visitar o Brasil e promover um encontro para discutir as rela-ções internacionais de educa-ção entre o Brasil e Canadá. Durante o jantar o pesquisa-dor Camilo foi apresentado ao Governador-Geral e ainda teve oportunidade de conver-sar sobre as atividades que ele realizou durante sua estadia no Canadá por seis meses em 2009. “Primeiro ele perguntou para aonde eu tinha ido e res-pondi que havia morado em

Quebec. Como o idioma oficial dessa província é o francês, em seguida, ele me perguntou se eu falava o idioma, então, eu disse que tinha aprendido um pouco e mudamos ins-tantaneamente a conversa do inglês para o francês”, con-ta Camilo. Governador disse a Camilo que vinha de uma família muito pobre do inte-rior do Canadá e que graças a esforços pessoais e com a ajuda do governo estudou na Universidade de Cambridge e que, por suas contribuições em educação foi indicado para

o cargo. “Comentei sobre a importância do meu estágio no Canadá para a minha for-mação científica e sobretudo sobre o enriquecimento cul-tural que esta oportunidade me proporcionou”, enfatiza o jovem pesquisador.

Durante a conversa o go-vernador disse que pretende investir nos estudantes brasi-leiros e que o Canadá está de portas abertas para os talen-tos brasileiros. Camilo foi con-vidado para sentar do lado do Governador para a foto oficial do consulado canadense.

O Programa DST/AIDS, da Secretaria de Saúde da Pre-feitura de Ubatuba, realizará no dia 6 de junho, das 11 às 17h, no Quiosque do Calçadão da Avenida Dona Maria Alves, a Campanha Teste de Aids - Faça Sim. Neste dia, funcioná-rios do programa farão o teste rápido para HIV e desenvolve-rão ações educativo-preventi-vas, como forma de orientar e informar a população em ge-ral, quanto à prática do sexo seguro através da distribuição de panfletos e preservativos.

O teste rápido para HIV é

Programa DST/AIDS realiza campanha de teste para HIVum exame simples, rápido, gratuito e tão confiável quan-to os testes de laboratório. O resultado sai em 15 minutos e não é necessário estar em jejum. Os interessados pre-cisam apenas levar um docu-mento com foto. O diagnós-tico precoce é extremamente importante para garantir a qualidade de vida dos porta-dores do HIV/Aids e reduzir a mortalidade pela doença. Mais informações pelo telefone (12) 3832-5353.

(Fonte: Assessoria de Co-municação/PMU)

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 7

Atletas conquistam classificaçãoem prova de rua em Caraguatatuba

EDITAL DE CONVOCAÇÃOASPESCAMARANDUBA é uma associação civil sem fins lu-crativos e econômicos, democrática e pluralista de caráter ambiental e desportivo, de duração ilimitada, com sede e foro na cidade de Ubatuba-SP – Vem convocar a quem in-teressar possa para a sua reunião de fundação que será realisada a Rua José Antoni o do Prado nº 238, Bairro Maranduba - Sertão da Quina, as 10,00hs do dia 02 de ju-nho de 2012, fica neste ato portanto convidados todos os interessados a participar deste momento de fundação da ASPESCAMARANDUBA nos termos da Constituição Federal.Nome: ASPESCAMARANDUBA Local: Rua José Antonio do Prado nº 238, Bairro Maranduba - Sertão da QuinaData: 02 de junho de 2012.Horario: as 10:00hs

No final do mês de abril, 28, no aniversario de Caraguatatuba, aconteceu a corrida de rua do aniversário da cidade (7 Km). A corrida contou com 300 atletas dos 400 inscritos. Neste evento os corredores da região sul de Ubatuba Antonio Carlos Jesus Souza- o Buiú e o atleta sênior Jorge Antunes de Sá, 66, con-quistaram medalhas. Na cate-goria de Jorge 60-65, que ficou entre os 122 atletas no geral, conquistou na sua categoria a 5ª colocação. Buiú que no ge-ral chegou 23º conquistou a 5ª colocação em sua categoria.O evento distribuição meda-

lhas, camisetas e kits de pre-miação. Naquela cidade exis-

tem três competições por ano. No ano passado Buiú e Jorge participaram de duas das três competições alcançando bons resultados. Buiu é professor de educação física e Jorge quilombola da Caçandoca os dois são moradores da região e velhos conhecidos dos prati-cantes de esportes. Buiú res-salta a importância do esporte para a saúde e que atividade física não tem idade para ser praticada.Jorge já havia conquistado

uma competição na Maranduba o ano passado e é comum por vezes ver este senhor treinan-do por entre as estradas da região.

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

Canto da Maranduba: belezas e encantos de um passado gloriosoFoto: Emilio Campi

EZEQUIEL DOS SANTOSDo lado silencioso impera o

som das ondas batendo nas pedras. Quando a maré esta baixa e vazia é possível apre-ciar duas pequenas praias, que parece ser particular. O clima de aventura é natural, já que a mata nativa, porém não primária alcança a areia. O ar de desbravador fica ainda mais claro nas crianças. É fácil des-cobrir porque, a frente o mar as ilhas e toda a baía. Do lado esquerdo o rio que desembo-ca no mar, a continuação da praia que vai até a Lagoinha e as pessoas se deliciando do outro lado. Ao fundo a conti-nuação do rio, as marinas, os barcos de pesca cheia de his-tórias. Do lado direito a mata, as areias que se misturam as pedras, a ponta do continen-te que quase alcança a ilha, tudo isso num só lugar onde os olhos alcançar em todo o redor. Neste último lado é possível encontrar troncos de árvores e restos de matas que ficaram a deriva e resolveram parar por ali.

Os mais atentos podem fa-zer das pedras um pequeno aquário, é que muitos seres vivos moram por ali, tantos os de água quanto os que sobre-voam a baía. Muitos destes se-res são inofensivos, mas todo o cuidado é pouco. Por vezes é possível avistar pegadas na areia de algum animal terres-tre que resolveu descer da mata e se arriscar em algumas braçadas na praia.

O local segundo os antigos já foi palco de muitos encon-tros, quer seja pela pelo amor ou pela dor. Eram por ali que as pessoas iam a Caçandoca e as demais praias, ao cemi-tério, e as casas dos morado-res daquelas bandas. Na maré

cheia as canoas de voga trans-punham a barra para o delírio dos moradores, já traziam as vezes muitas novidades e no-ticias de fora. Lá era o local da escola da vida, eram trocados várias informações sobre tudo. Ponto de referencia para ir a todos os lugares. Muitas vezes tinham de esperar a maré bai-xar para atravessar a boca da barra. As pescas começavam por aquela região. No cami-nho atual (estrada) ainda é possível ver na lateral a trilha que dá acesso ao canto des-ta praia. O local possuía tanto alimento que não precisava ir

longe para buscar o almoço. Poluição era coisa que nin-

guém sabia o que era. As mu-lheres “catavam” sapinhoá, corondó, pegoava, saquaritá, guaiá, siri, santola, rosquinha, praguaí (que as crianças guar-davam para brincar de escra-vos de Jó), marisco e pindá. Não era raro pegar lagostinhas no rio que descia ao lado do cemitério. Claro que era o su-ficiente para a alimentação da família e tudo de acordo com o calendário natural. Os ho-mens pescavam o suficiente para salgar o peixe, já que era a única foram de guardar o

pescado fora de época. A far-tura era uma benção, segundo contam. Quando não caçavam, pescavam. Quando não po-diam fazer nenhum dos dois, plantavam, quando não isto, coletavam. Quando não podia nenhuma das opções, comiam as reservas guardadas.

O rio era tão largo e fundo que era necessário uma balsa para atravessa - lá. Depois a transfiguração pelo desen-volvimento a qualquer preço mudou esta realidade. Mas ainda é possível ver o char-me deste canto, lá é possível mergulhar com snorkel e ob-

servar as belezas submersas, principalmente às crianças e os iniciantes, tudo observado por alguém responsável e ex-periente.

Local ideal para várias fotos dentro e fora dágua, trata-se, pois de um dos pontos mais ri-cos do passado e que goza de deliciosas férias no presente e no futuro quem sabe servirá de exemplo de beleza, sosse-go, tanto aos animais quando aos homens da terra, que quer matar a saudade do que é a natureza viva e intacta, parte do seu sangue e da sua cul-tura.

Page 9: Jornal Maranduba News #37

25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 9

Observadores de aves são homenageados e reconhecidosEZEQUIEL DOS SANTOSOs observadores de aves

Fabio de Souza e Roberto de Oliveira foram homenagea-dos na Câmara Municipal com uma Moção de Congratula-ções, de autoria do vereador Rogério Frediani, pelo registro inédito no estado de São Pau-lo e Ubatuba da Ave Arapapá (Cochlearius cochlearius). É o primeiro registro da espécie em todo território estadual, a descoberta causou repercussão nacional a sobre o grupo e os locais de observação. Especia-listas e observadores de todo país compartilharam o sucesso dos observadores de aves da região sul. Trata-se de um pro-jeto de sustentabilidade e res-peitabilidade que vem, depois de muito esforço, colhendo os frutos de um trabalho sério voltado as qualidades natas da comunidade, de forma que ela possa escrever sua própria his-tória, ser protagonista dos fa-tos relevantes da região. Com este registro Ubatuba recebeu destaque pela descoberta, já que a maioria dos guias de mostra de aves especializados nacionais e internacionais terá

de refazer seus trabalhos por conta da raridade registrada no bairro da Lagoinha.

AVISTAR 2012No último sábado 19 de maio,

o grupo de observação visitou pela primeira vez o AVISTAR 2012 na capital paulista. O Par-que Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, foi o cenário para a Avistar 2012, a maior feira de birdwatching (observação de aves) da América Latina, que aconteceu entre os dias 18, 19 e 20 de maio. O convite e o incentivo partiram de Carlos Ri-zzo que foi representar Ubatuba no evento. Lá os observadores foram recebidos como “celebri-dades”, segundo os integran-tes do grupo não esperavam tamanha receptividade. Para o observador Roberto de Oliveira, “trata-se de uma grata surpre-sa e o mais empolgante foi o reconhecimento de nosso tra-balho”, comenta.

já para o observador Antonio de Oliveira, “foi uma experiên-cia muito boa e interessante, conhecer nomes importantís-simos da atividade no país e ser elogiado e reconhecido por estes profissionais é de fato gratificante”. Carlos Rizzo, Fá-bio, Roberto e Cláudia foram entrevistados pelo canal espe-cializado Birdwatcher que tra-ta também de comunidades, curiosidades e atividades rela-cionadas a observação de aves. Surpresa foi para o mais jovem integrante da excursão , Renan Amaro, de 11anos, que recebeu de presente um exemplar do li-vro Insetos – Magia, Formas e Cores, autografado pelo autor Tomas Sigrist, livro este com 239 páginas de belas imagens e informações sobre a vida des-tes pequenos seres vivos. O grupo espera, para 2013, levar material para ser distribuído no evento.

Foto da turma toda no avistar com Guto Carvalho (organizador do evento) Elsie Laura (Dacnis)

Arapapá: ave rara registrada por Fabio de Souza e Roberto de Oliveira, os homenageados.

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Valorizando aCultura Caiçara

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

Ponte sobre o Rio MarandubaA ponte que ligasse a Av.

Sgt Alcides de Oliveira a Av. dos Expedicionários, dois im-portantes setores residenciais e muitas pousadas, sempre foi desejo de todos ao longo da história da região sul de Ubatuba, muitas foram cons-truídas e levadas por enchen-tes causadas pelas chuvas cí-clicas que acometem a região.

A construção da igreja ca-tólica acelerou a discussão de uma solução definitiva, que co-meçou no governo do Prefeito Paulo Ramos em uma reunião com a comunidade na Pousa-da Arco Iris, no ano de 2004, nesta reunião com o prefeito, além de moradores e donos de pousadas, estavam tam-bém dois Arquitetos, um Enge-nheiro Civil e uma Engenheira Agrônoma, que propuseram soluções técnicas para me-lhor realização da construção e destacamos a do Eng. Civil Sérgio, dono da Pousada Four Seasons, sugeriu a realização da construção dos berços da ponte e as estacas com con-cretagem “in situ”, aproveitan-do equipamento que estava sendo utilizado em uma cons-trução na localidade, o Arqui-teto Luiz Carlos Lima propôs que a ponte definitiva fosse em arco para facilitar a navegação de barcos de pesca e lazer, acompanhando o pensamento de antigos moradores, propos-tas avaliadas e aprovadas na reunião.

Na época, era Administra-dor da Regional Sul um ir-mão do Pref. Paulo Ramos, foi construída uma ponte de ma-deira sobre estrutura de tronco de eucaliptos doados pelo Pa-dre José Ailton, mas com vá-rias precariedades numa ponte com vão de mais de 25 metros. No ano seguinte, em 2005, no primeiro governo do Prefeito

Eduardo Cesar, foi feita uma passarela para pedestres com estrutura de aço, a montante da ponte, pelo então Adminis-trador da Regional Sul, o Sr. Mário do Açougue.

Apesar da considerável altura da ponte e passarela (esta com base mais forte e a montante), com a deslocação de árvores pelo rio, formou-se uma bar-ragem represando o alto volu-me de água e espalhando por todo o bairro, em ambos lados do rio, com reflexos em todos os afluentes do rio Maranduba. Uma situação como essa, fica ainda pior quando há a conjun-ção de chuva forte, maré alta e lua cheia.

Agora temos a construção da ponte definitiva, e o que deveria ser motivo de muita alegria, transformou-se em fato de grande preocupação, pois a adequada estrutura em aço “cortain” (resistente a ferrugem), com quatro pesa-das vigas de 23,45 metros de comprimento por 1,20 m de altura, apoiadas a berços de concreto armado sobre esta-cas, resumindo, uma ponte muito sólida, pesada e forte-mente ancorada, mas a face inferior das vigas à somente 90 centímetros da linha dágua (medidos na maré cheia do dia 23 de abril de 2012, as 15:30 h, com bom tempo e fase de lua nova); naturalmente esta ponte, além de não permitir a

circulação de barcos, se trans-formará numa grande e sólida barragem no rio Maranduba num dia dessas chuvaradas cí-clicas, cujas águas se espalha-rão por uma área muito maior, ampliando o seu reflexo de prejuizos aos moradores, vera-nistas e negociantes.

O ponto agora é: aumentar a altura da ponte em relação a linha dágua do rio.

Considerando que o sul de Ubatuba, a região da Enseada do Mar Virado, com Caiçaras que tem o mar como sustento através da pesca e usam o rio Maranduba para guardar suas embarcações em águas abriga-das, mais os moradores, vera-nistas e turistas que também o usam para a pesca esportiva e o lazer náutico, e Ubatuba tem no Turismo sua maior ativida-de econômica, as obras que se façam neste rio e em outros lo-cais, têm que se adequar a es-ses fatos culturais e interesses dos moradores, veranistas e turistas, assim, temos propos-tas concretas para se adequar a ponte ao tráfego de veículos e pedestres, respeitando as necessidades que a natureza impõe e que permita a nave-gação de barcos, tudo isso nos padrões técnicos da constru-ção civil, basta que considerem nossos argumentos.

Este é o nosso parecer.Luiz Carlos Lima

Arquiteto e Urbanista

A Prefeitura de Ubatuba, atra-vés da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, vem dando prosseguimento a mais uma im-portante obra: a construção da ponte sobre o Rio Maranduba (conhecida como Ponte do Pa-dre). O perfil metálico da ponte tem 10 metros de comprimento por 24 metros de largura.Na Rua Sargento Alcides de

Oliveira, a Secretaria de Obras está realizando serviços para captação de águas pluviais e

Secretaria de Obras prosseguecom construção de ponte na Maranduba

pavimentação asfáltica. “Com a nova ponte, os moradores da Maranduba poderão utilizar o local com mais tranquilidade, principalmente os estudantes que voltam da faculdade e mo-ram nas redondezas”, disse o estudante Renato Danilo Souza Santos. “Uma estrutura metá-lica como essa vai contribuir com a comunidade do bairro e beneficiar todas as pessoas”. (Fonte: Assessoria de Comuni-cação - PMU)

Na solenidade da Ascensão do Senhor e no dia Internacio-nal da Comunicação, aconteceu na Comunidade São Maximi-liano Maria Kolbe, o encerra-mento do II Thalita Kum, cujo tema foi: “Te conhecia Senhor somente em palavras, mas hoje meus olhos Te viram!” Jó 42,5. Durante dois meses cerca de 40 pessoas entre os jovens do Grupo Apóstolos de Cristo e vários membros da comunida-de paroquial, trabalharam para que esse encontro pudesse ser realizado com êxito. Como par-ticipantes desse encontro esti-veram 48 jovens que puderam viver momentos de oração, adoração, dinâmicas, palestras e muita animação, em uma

II Thalita Kum na Lagoinha

forte experiência com o amor de Deus e com a comunidade. Os jovens participantes agora passarão a ser inseridos nos encontros do Grupo Apóstolos de Cristo e nas atividades pa-roquiais.

O próximo encontro marca-do com a juventude e toda a comunidade é no próximo sá-bado, 26/05, na Comunidade da Lagoinha na Vigília de Pen-tecostes, a partir das 20h en-cerrando-se com a Santa Missa as 23h.

Ficam aqui os agradecimen-tos a todos os envolvidos com esse encontro paroquial dos jovens. Sejam derramadas bençãos abundantes de Deus sobre a vida de cada um!

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 11

Aquecimento Global é uma mentira, diz Climatologista – Professor da USP EZEQUIEL DOS SANTOSNa noite do último dia 02 de

maio, no Programa do Jô, o professor do departamento de geografia da USP e climatolo-gista Ricardo Augusto Felício concedeu uma entrevista reve-ladora sobre alguns temas con-temporâneos e que no decorrer da entrevista descobrimos que não são tão atuais assim e que nos remete aos questionamen-tos sobre a destruição de uma cultura apenas para sustentar hipóteses, como a que por aqui aconteceu. O professor afirma que “o aquecimento global é conversa pra boi dormir”. Abai-xo trechos da entrevista.

Das “supostas” teoriasComeça que nem é uma teo-

ria, é uma hipótese, então não carece de prova cientifica. São três mil anos desta história. Dis-cutiam isto na Grécia antiga, se cortassem árvores iam mudar o clima do planeta, no senado ro-mano se discutia ou não a cons-trução dos aquedutos senão poderia mudar o clima.

Geleiras: O gelo derrete e congela de novo, tem seu ciclo natural conhecidos desde o final da segunda guerra. O cenário de guerra da época era o ce-nário polar, portanto já havia o conhecimento do gelo na épo-ca militar, já que os pólos eram os pontos mais próximos para uma possível guerra, “Eles vão se matar por mísseis por cima do atlântico? Não! Eles vão se matar por cima dos pólos”, diz o pesquisador, se referindo a idéia de que os EUA e a Rús-sia poderiam lançar mísseis não pelo atlântico, mas sim pelos pólos. O próprio ano geofísico internacional 1957 até 59, a pri-meira missão era atravessar o pólo e inclusive colocar um sub-marino nuclear para esta tarefa, embaixo da calota polar. Os mi-litares já sabiam onde estavam

as políneas (aberturas no gelo) para que o submarino pudesse vir à superfície para colocar a arma de guerra sobre o ártico.

Nível do mar: O nível do mar continua no mesmo lugar, dizem que está subindo, real-mente tem esta história, dizem que as calotas polares estão derretendo. Primeiro se tivesse que derreter alguma coisa teria a Antártida, aí sim você teria uma elevação do mar conside-rável. Mas para derreter a An-tártida teria de ter uma tempe-ratura aqui na terra uns 20 ou trinta graus mais elevado do existente. Como exemplo, só o El Ninho pode variar a altura do mar em meio metro. São as pequenas variações naturais do planeta. O pior cenário do IPCC (Painel Intergovernamental so-bre Mudanças Climáticas em portugues) sobre o clima, mos-tra que o mar subiu 50 centíme-tros em cem anos. Por volta de 1780 houve uma medição reali-zada pelo Capitão Cook e de lá para cá o mar está, pasmem, no mesmo lugar.

Situação mais engraçada: Conta que foi fechar sua conta em um banco que se diz sus-tentável e etc..,, quando foi in-dagado do que trabalha: “Sou professor de climatologia”, do outro lado da mesa ouviu “Nos-sa! O mundo vai acabar!”. As pessoas estão apavoradas, o mundo vai acabar... As pes-soas chegam a tampar todo e qualquer espelho em casa com medo do reflexo do aquecimen-to global, risos....

Aquecimento Global & Efeito Estufa: Este tema virou “bode expiatório” para todos os males da humanidade. Efeito estufa, este é o pior de todos! Trata-se de uma física impos-sível. O mundo terminar em 2012, de jeito nenhum!

Efeito estufa é a maior falácia

da cientifica que existe na his-tória, que é baseado num con-ceito cientifico que não existe. A terra tem esta temperatura por-que ela tem atmosfera, recebe a energia do sol, tem uma in-teração com a atmosfera e pela lei dos gases: pressão, tempe-ratura e volume, então por cau-sa de termos uma atmosfera nós temos uma temperatura.

Aquecimentista: Numa dis-cussão, um “aquecimentista”, pessoa que trabalham para o lado do aquecimento global, um destes aí disse que o maior exemplo de que o CO2 acabaria com o planeta terra é Vênus. O professor explica ao “aqueci-mentista” que a pressão atmos-férica na superfície de Venus é 90 vezes a pressão atmosférica da terra, portanto a temperatu-ra lá é de 400 graus na superfí-cie e qualquer alteração lá não é por causa do CO2 é sim por causa da pressão atmosférica da atmosfera de Venus. Estes “aquecimentista” trabalharam com cenários de caos, então eles só conseguem trabalhar com estas imagens. São pes-soas que trabalharam para as guerras em função delas, que alguém ou os governos de hoje tinham de colocar em algum lu-gar, por isso os cenários conti-nuam.

O “pum” dos carneiros pode acabar com a cama-da de Ozônio? : Já ouvi falar, parece ser uma quantidade tão absurda de “puns”, do jeito que eles falam vai causar o “apun-calipse”... A camada de ozônio é uma coisa que não existe isto significa que o carneiro pode dar “puns” a vontade. A historia do Ozônio é, para os cientistas sérios uma coisa séria, para os chapas brancas que trabalham para governos, empresas, etc outra coisa. O próprio pai da coisa, do ozônio, o Dobson que

no ano geofísico internacional propôs ir para a Antártida jus-tamente para saber qual era a variação do ozônio na calota polar. Ele já sabia que o ozô-nio desaparecia completamente na Antártida, de lá para cá os caras desaparecem com estas informações e dizem que é o seu desodorante que destrói a camada de ozônio. Quando você ver o que acontece, é a quebra das patentes dos CFCs - os gases refrigerantes. Então em 87começam a terminar as patentes, elas começam a se tornar públicas, não precisa pa-gar royalties para elas. Então a indústria toda, que detém estas patentes, lança um substituto que é o HCFC, os organofluo-roclorados como qualquer ou-tro. O CFC passa então a custar US$ 1,38 o quilo, o substituto (HCFC) custará US$ 38,00 quilo e que não funciona em ar con-dicionados e refrigeradores dos modelos anteriores e tudo mais. Então é extremamente susten-tável você vender ou jogar tudo fora e comprar tudo novo. Hoje as patentes vencem em 25 anos e o discurso agora será que os HFCs, descobriram milagrosa-mente, que também fazem mal a Camada de Ozônio e aqueci-mento global (risos)...

O melhor é saber do preço que vai ser o substituto, que agora garantem que não vai dar mais problema ao planeta ao custo de US$ 128,00 o quilo, que também não funcionará em outros equipamentos. Vale lem-bra que para isto tem que tro-car parques industriais inteiros. Muito sustentável né!

O CFC veio para resolver os problemas das fábricas que ex-plodiam nas décadas de 40 e 50 e se vocês perceberem agora os produtos tão passando a buta-no de novo. Com isto estamos voltando ao começo do século

20 de novo por uma mentira de novo de que este “gasinho” destrói a camada de ozônio. O butano não destrói a camada de ozônio até alguém arrumar um problema com ele e assim por diante.

Catástrofes: Sempre acon-teceu algo pior em relação a catástrofe. Os registros paleo-climáticos mostram coisas mui-to piores dos da atualidade, por exemplo, o nível do mar subir 50 metros em cem anos e a temperatura subir, em 50anos , oito graus. O pessoal tá falando que vai subir meio grau em cem anos, só pode ser piada.

Pulmão do mundo: Influen-cia do desmatamento no clima global não existe, no clima lo-cal mais ou menos. A Amazônia não é e nunca foi o pulmão do mundo, essa teoria foi derruba-da nos anos 80. O pulmão do mundo são os oceanos. O apor-te dos ambientalistas são em cima das pessoas que negam a hipótese do aquecimento glo-bal, eles costumam colocar to-dos num saco de gatos e dizem que estes estão autorizando a derrubada de uma floresta por exemplo.

Novo Aquifero: Recente-mente descobriram seis mil qui-lômetros embaixo da Amazônia - um novo aquifero, ganha do Guarani. Quem manda no pla-neta são os oceanos, que por acaso existe continentes, ¾ da superfície do planeta está com água, a maior parte de troca de energias são feitas com os oceanos, então eles ficam com penas daqueles “continente-zinhos” e jogam um pouco de água neles. A vegetação res-ponde ao clima, então as flores-tas virtuososas respondem aon-de chove muito, então de novo, vale lembrar que a floresta está lá porque chove e não chove porque tem florestas.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

Gente da Nossa História: João Zacarias de Oliveira - Uma perda irreparável em nossa história

EZEQUIEL DOS SANTOSEm sua homenagem vamos

relembrar a rica história desse grande pescador. Nascido em 29 de agosto de 1916, João Zacarias de Oliveira era um da-queles homens que esbanjada lucidez no que relatava. Era considerado, assim como ou-tros, um dos pescadores mais experientes do seu tempo. Nas-cido na Prainha do Perez, onde os antecessores tinham adqui-rido terras. Filho de Benedita Rita de Jesus e Zacarias Antão de Oliveira, neto de Manoel Zacarias e de Rita Ingracia de Jesus, começou a pescar com cinco anos, de lá pra cá jun-tou muitos amigos e história. Boa parte de sua vida foi criado num ambiente difícil, mais mui-to rico e belo junto aos irmãos “Mané”, “Bastião”, Maria, Ana, Inardina e os falecidos que não se lembra. Casou-se com Luzia Paula de Jesus de quem enviu-vou muitas décadas mais tarde, deste matrimônio nasceram os filhos: Maria, Odete, Cleuza, Zacarias e Celeste. Hoje deixa viúva a Sra. Maraina, que foi sua dedicada companheira nos últimos anos.

Quando criança, a base da alimentação fazia e faz inveja a muita gente: peixe, banana verde, mandioca, batata-doce, cará, sopa dágua, caranguejo da costeira, lagosta, marisco da pedra, laranja cravo. Sua casa era junto a pedra da Ba-leia. Tinha tanto cação, de toda “culidade” (qualidade), que fi-cava difícil entrar no mar. Lá dormia e acordava com a ba-tida do mar. Havia muito ca-brito do mato que comiam o marisco nas pedras. “As caças de tanto! de tanto! O porco do mato dava para matar com os pé”. Pro lado dos sertões tinha muita caça, passarinho e cobra. “Ainda me alembro disso filho”, diz João.

Quando pequeno lembrava de três fazendas na região: a do Braz Porto (referindo--se a de João Alves da Silva Porto), dos Antunes de Sá (Caçandoca) e do Capitão Ro-mualdo (Lagoinha). De descen-dência portuguesa e espanhola, ele nos conta que tem ligação genealógica com o Capitão da

fazenda Lagoinha. Conta que seus pais moraram no local de-pois do abandono. O fisco do governo da época cobrou cer-ca de 800 “Mi Réis” pelo uso da área, como não tinham esta quantia também abandonaram a fazenda. “Depois veio um tal de Schimidt e ajudou a bagun-çar a região”, termina Zacarias.

Seu segundo “visavô” (bisa-vô) foi comandante do navio da Marinha do Brasil Almirante Barroso, que chegou a ancorar lá fora desta baía (Maranduba). Mudou-se 35 vezes em sua vida, da Prainha foi para a Praia Grande do Bonete, depois para o Mar Vi-rado, no loteamento Maranduba (casa da Sueca), na casa do João Rosa, Maranduba, pra Enseada, pra San-tos, pro Rio de Janeiro, pra Bahia, pra Guara-tinguetá. Já foi cami-nhoneiro, teve “venda” (mercado) no Bonete, restaurante em Guará, indústria de pesca na Enseada, mas nunca esqueceu sua paixão pela pesca. Durante a vida foi muito requisi-tado e visitado por sua experiência, também colaborou com vários livros sobre canoas, cultura, pesca e até so-bre plantas medicinais. Já foi homenageado pelo poder público.

Uma curiosidade contada por ele foi sobre a origem do nome Mar virado, o nome da ilha é por conta de um portu-guês de nome Mar Virado. Era um sujeito ruim que vivia indo a África para comprar escravos e vende-los no Brasil. Em sua ilha preparava os bons e ma-tava os que não tinham valor comercial. Lá havia um local de matança chamado “buraco do negro”, onde eram lançados vivos os que não “prestava” ao comerciante. Mar Virado era matador, então um “coroné” do tipo prefeito o convidou para uma viagem ao “estrangeiro” (Portugal) e nunca mais voltou. A Ilha por muito tempo ficou abandonada até os moradores reaproveitarem as roças. Outro

parente, 1º “visavô”, morava na Bahia e veio para a Ilha dos Porcos (Anchieta) de canoa de voga trazendo muitos cocos, lá plantou os primeiros pés de cocos da Bahia que se tem no-tícia, criou ainda muitos porcos domesticados. Mas infelizmente foi tirado de lá pela Marinha.

Conta ainda que viu um ho-mem matar dois peixes com uma enxada na “préia” (praia). O homem era das bandas do Sertão da Maranduba (Quina, Ingá, Araribá) e que vinha pela picada com uma enxada na mão para trabalhar ali depois

onde hoje é o CCB, entrou pela praia e começou a caminhar. Ali no “pontá da Lagoinha”, o camarada viu uma caçoa ten-tando pegar uma tainha graú-da. A tainha para fugir se bateu até o raso e encalhou e a caçoa foi atrás encalhando também. O homem mais do que rápido “socô” (bateu) a enxada na ca-beça dos dois peixes. Depois dos peixes mortos o homem fez questão de repartir o “quinhão” (porção) com os compadres da região. “Não havia ridiqueza (miséria) entre as pessoas”, co-menta.

O peixe na região era tanto que quando a maré baixava fi-cava perigoso andar na praia. Muitos moradores espetavam o pé nos peixes. “Cada Bagre com espinho assim ó!”, se re-

ferindo ao tamanho do espinho no dorso do peixe. Com tanto peixe, as vezes havia crise de pesca. Ë que muitas ferramen-tas de pesca eram rudimen-tares, as pessoas não tinham dinheiro para comprar rede, li-nha, corda ou anzol para pesca. O camarão como era muito lev

ava cardumes de peixes para fora. Muitas mulheres tinham fiandeiras para fazer linhas (fio) para pesca e para roupas, que não era tão resistente. Alterna-tiva foi o uso de um mato, uma espécie de palmeira entouce-rada com espinho que nasce

no brejo chamado de Tocum ou Tacum, de onde eram confeccio-nadas linhas resisten-tes como o aço para a pesca. João foi o homem que trouxe de Santos uma novidade - o nylon (linha), para a região. Com este novo material confeccionou a primeira rede tresma-lho de que se sabe. Ele lembra ainda de outro episódio em que esta-va com o amigo Ege-no (irmão de Manoel Inocêncio do Bonete) visitando o “espinhé” quando viram muito sangue na água em volta da canoa, ao pu-xar o espinhel tiraram uma Cambéva (cação) decepado na altura do

umbigo. É que um turbarão havia mordido o cação no espi-nhel e o decepado. Cortaram a linha e “viraram um cisco” para terra. Na Enseada venderam o que sobrou do peixe ao Altino Maciel, a peça tinha 75 quilos. Outro episódio foi da visão do cardume de Anequins (tubarão azul), de todos os tamanhos, uns de até 200 quilos, que pas-saram por trás do Mar Virado, totalizando cerca de cinco mil peixes. Nesta mesma época houve uma desgraça no mar do Ubatumirim, é que havia uma procissão de canoas de um ca-samento, muitas canoas foram atacados por um cardume de Anequins, muitos morreram, só não se sabe se houve relação com o cardume visto no Mar Vi-rado. Na ilha precisamente na

parte de cima da roça de me-lancia do Constantino foram testemunhas de outro cardu-me de tubarões, estes eram os “galhas pretas” que íam em sentido da Baía da Maranduba. De cima via-se o mar escuro e “grosso” de tanto tubarão. Era uma imagem assustadora, mas espetacular, comenta o fi-lho Zacarias, que também foi testemunha ocular junto com o pai. A espécie era tão farta que na época era comum tirar do espinhel até 1.500 quilos de cação por vez.

Havia muita pobreza, mas ninguém morria de fome, o ci-clo natural era respeitado. Ti-nha a “épa” (época) da caça, da pesca, da roça, do artesa-nato, da coleta, tudo era res-peitado. “Só nós não era res-peitado as vezes”, desabafa. Em determinada época veio um senhor e comprou a Ilha do Mar Virado, era um “doutor delegado” Sr. Moraes Novaes. Zacarias ajudou a fazer mui-tas estradas, ajudou o poder público sem cobrar um centa-vo. Na época havia comenta-do sobre a maior tempestade ocorrida em Ubatuba, porém não deu tempo para escrever esta história. Reconhecido, homenageado e lembrado por quem viveu e o conheceu, Seu João nos deixou na madruga-da do dia 22 de maio de 2012. Porém tanto ele, quanto nós, sabemos que nada nesta terra vive pra sempre. Caiu aqui na terra uns dos pilares mais anti-gos de nossa história regional, o esteio mais forte daquela fa-mília, fechou-se as paginas de um livro aberto, fechou-se os olhos de homem bom. A co-munidade compartilha a dor e a tristeza desta grande perda. Mais uma vez agradeço a Deus pelo honra e pelo privilégio de tê-lo conhecido em vida, e que a mim contou 95 anos de histó-ria. Agora nos resta o alento de saber, quem sabe esteja com outros pescadores, buscando outros mares. Obrigado Seu João Zacarias por esta honra e a oportunidade de contar aos meus semelhantes que o co-nheci e ter, graças ao senhor, história pra contar. Que Deus o abençoe, sempre.

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 13

Durante o 10º. Congresso Paulista de Diabetes e Meta-bologia, realizado na cidade de Ribeirão Preto, o jovem pes-quisador Camilo de Lellis apre-sentou os resultados de seu projeto de pós-doutoramento sobre a utilização de compos-tos de frutos brasileiros para a prevenção ou tratamento do diabetes. Este congresso é o mais importante do país para a discussão dos problemas e soluções relacionados com a doença diabetes. Em sua apre-sentação ele pode apontar alguns frutos que podem aju-dar no combate ao crescente número de casos de diabetes, principalmente a do tipo 2, que está relacionada com o aumento de açúcar no sangue por conta do aumento do peso da população.

Após sua apresentação, a plateia, composta pelos melho-res médicos endocrinologistas e cientistas do país, aplaudiu seus resultados e fez diver-sas perguntas. Além de seus dados, sua aluna de Iniciação Científica Ingrid (aluna de bio-logia da Universidade Federal de São Paulo) apresentou os resultados obtidos a partir do extrato de Araçá, fruto este coletado no sítio Lama-mole do proprietário Vital Celestino do bairro do Araribá.

Camilo comenta que os re-sultados ainda são prelimi-nares e que devemos tomar cuidado para não iniciarmos o

Araçá do Araribá é utilizado em pesquisa de combate ao diabetesconsumo desses frutos antes de resultados mais conclusi-vos. Estes experimentos foram realizados em animais de la-boratório e células em cultura e muito tempo levará para se iniciar os testes em humanos, mas os resultados são bastan-te promissores. No entanto Ca-milo salienta algumas conside-rações evidenciadas durante o congresso: “O grande proble-ma da doença, discutida por entre os médicos do congres-so, é o aumento de peso do paciente. Portanto, qualquer esforço que o paciente fizer para reduzir seu peso ajuda-rá no combate à doença. Isso quando pensamos nos diabéti-cos do tipo 2.

A única solução apresentada é o hábito de praticar ativida-de física. Não adianta tomar apenas remédio, é necessário se exercitar por no mínimo 5 vezes na semana com uma caminhada moderada de 40 minutos. A dieta deve ser re-gulada, e deve-se investir no consumo de frutas vermelhas, azeite extra virgem, peixe co-zido e chá verde ou chá preto.

Temos de pensar que o gran-de vilão da história é a glicose (açúcar) e precisamos lembrar que ela vem principalmente do pão, macarrão e arroz, por isso devemos reduzir o consumo desses alimentos, sobretudo durante o jantar.” Outro pro-blema citado foi a falta de per-cepção do indivíduo com dia-

betes ou com a glicose elevada e com sobrepeso a respeito do perigo da doença. “As pessoas simplesmente não tem medo de morrer de diabetes ou obe-sidade porque são doenças silenciosas. Isso acontece por falta de educação pública para saúde. Por que todo mundo no Sertão tem medo de cobra?

Porque nossos pais e a esco-la nos ensinam que o veneno delas pode matar. Assim fica-mos com medo e alertas para evitar o perigo. Alguma vez seu pai te falou que diabetes mata? Acredito que não, por isso você não tem medo e por isso você não se protege, con-ta Camilo.

Aproveitamos o momento para comunicar que o pesqui-sador Camilo da Universidade de São Paulo ajudará na orien-tação do trabalho de conclusão de curso dos alunos William Roberto, do Sertão do Ingá, e Juliana Ramos, do Sertão da Quina. Este trabalho pretende explorar plantas medicinais da nossa região para o tratamen-to do diabetes, obesidade e in-flamação.

Assim, se você conhecer al-guma plantinha ou fruto que as pessoas usam para baixar o açúcar do sangue e melhorar o diabetes ou para perder o peso, por favor, entre em con-tato com os pesquisadores.

A Comunidade Nos-sa Senhora de Fátima da Tabatinga celebrou com bas-tante entusiasmo e alegria sua padroeira. A festa social iniciou-se na quinta-feira com barracas e o tradicional bingo.

As celebrações acontece-

Festa de N. Sra. de Fátima na Tabatingaram também desde a quinta--feira com o tríduo em honra a Nossa Senhora de Fátima. No primeiro dia do tríduo o padre Carlos Alexandre, nos-so pároco foi quem celebrou. O segundo dia contou com a celebração do padre Manoel e o terceiro dia houve a cele-

bração da Palavra.No dia da festa a Missa

Festiva foi celebrada pelo pá-roco padre Carlos às 18h.

A Imagem de Nossa Se-nhora saiu, mesmo em meio à chuva, em procissão com as pessoas da comunidade rumo à Capela onde, no en-

cerramento da Santa Missa, foi coroada pelas crianças da comunidade. Forte momento de fé e devoção à Mãe de Fá-tima no dia das mães. Ficam aqui os agradecimentos do pároco padre Carlos a todos que se empenharam para o êxito dessa linda festa.

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 25 Maio 2012

Minha dúvidaDe que valho eu perdido em meus caminhos,Se mesmo estando em meu sonhado paraísoAinda sinto a falta do calor de seus carinhos?

De que vale estar em paz com a natureza,Se você não está comigo quando preciso?

Meus horizontes não substituem a sua beleza.

Sonho mesmo acordado com o seu semblante.Penso que talvez esteja perdendo o meu juízo!

Mas, mesmo louco, quero ser seu eterno amante...

ManoelSetembro de 2002

Cantinho da Poesia Ônibus na valeta

Devido a estar muito escorregadia, um ônibus escolar que faz o trecho do Sertão do Ingá perdeu o controle em uma curva e caiu na valeta, obrigando os alunos a seguirem à pé o resto do trajeto. Moradores indignados cobram solução.

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25 Maio 2012 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Aproveite cada momento

“Skate na Praça” reuniu pessoas de todas as idades no Itaguá

O evento “Skate na Praça”, realizado no último sábado, 19, na Praça Olavo Bilac, no Itaguá, foi um sucesso de pú-blico, reunindo pessoas das mais diversas idades para uma tarde de lazer, com esportes, música, cultura e cidadania.

Realizado pela Yesk8 Pro-duções e AM Produções, com apoio da Prefeitura de Ubatuba e Fundart, o evento teve como principal objetivo incentivar a união dos moradores do bair-ro, a cultura local, o cooperati-vismo e a prática de esportes, principalmente do skate.

Exposições de carros anti-gos (Museu do Automóvel) e tendas culturais.

O evento contou com as se-guintes apresentações: Cia de Teatro e Circo Aries Marioto, Escoteiros de Yperoig, Guarda Mirim de Ubatuba, oficina de Jiu Jitsu “Ratos de Tatâme”, PKDV Le Parkour, grupo de break Insanos Crew, DJ Whi-te, grafite com Léo Reis, Sla-

O evento contou com diversas apresentações culturais e ações de cidadania, além da competição de skate

ckline (Bola de Neve Church), automodelismo, fingerboards, Associação Long Teh, Banda Complexo B e pocket shows dos MCs de rap Tubaína, Dal-sin e Distúrbio Verbal. Ainda houve prestações de serviços com o Banco do Povo, Projeto Blablablá Posthivo com orien-tações sobre AIDS e DSTs, NASF, Mata Sede da Sabesp, lan house itinerante da Spot Cyber Café, educação no trânsito com a cidade mirim, palestra sobre salvamento de crianças com Sidney Tavares, da Cruz Vermelha/Força Tare-fa de Santos, entre outros.

Competição de skateDurante a competição, que

foi disputada pelas catego-rias Iniciante, Open e Femi-nino, participaram skatistas de Ubatuba, Caraguatatuba, Guaratinguetá e São Sebas-tião, dando seu melhor na modalidade “mata-mata”.

Na categoria Iniciante, des-taque para os atletas locais,

tendo como campeão Bruno, mais conhecido “Bochecha”. Na categoria Feminino, foi disputada uma “jam session”, na qual todas meninas fize-ram uma apresentação de dez minutos, elegendo juntas as primeiras colocadas, tendo a atleta Jéssica faturado com larga vantagem.

Já na categoria mais espera-da, a Open, skatistas de várias cidades e estilos realizaram confrontos de alto nível técni-co, com destaque para o uba-tubense Jeferson “Gambá”, que mesmo deixando escapar o título para Alan de Caraguá, foi o nome do dia.

A organização do “Skate na Praça” agradece o apoio do prefeito Eduardo Cesar e de toda a equipe da Prefeitura de Ubatuba, além dos diversos comércios que colaboraram com mais este evento. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)

Um amigo meu abriu a gave-ta da cômoda de sua esposa e pegou um pequeno pacote em-brulhado com papel de seda:“Isto - disse - não é um sim-

ples pacote.”Tirou o papel que o envolvia

e observou a bonita seda e a caixa.“Ela comprou isto na primeira

vez que fomos a Nova York, há uns 8 ou 9 anos. Nunca o usou. Estava guardando-o para uma ocasião especial. Bem, creio que esta é a ocasião.”Aproximou-se da cama e co-

locou a prenda junto com as outras roupas que ia levar para a funerária.Sua esposa tinha acabado de

morrer. Virando-se para mim, disse:“Não guarde nada para uma

ocasião especial. Cada dia que se vive é uma ocasião espe-cial”. Ainda estou pensando nes-

tas palavras... já mudaram minha vida. Agora estou lendo mais e limpando menos. Sen-to-me no terraço e admiro a vista sem preocupar-me com as pragas. Vivo mais tempo com minha família e menos tempo no trabalho.Compreendi que a vida deve

ser uma fonte de experiências a desfrutar, não para sobrevi-ver. Já não guardo nada.Uso meus copos de cristal to-

dos os dias. Coloco uma roupa nova para ir ao supermercado, se me dá vontade.Já não guardo meu melhor

perfume para ocasiões es-peciais, uso-o quando tenho

vontade. As frases “algum dia...” e

“qualquer dia...” estão desapa-recendo de meu vocabulário.Se vale a pena ver, escutar

ou fazer, quero ver, escutar ou fazer agora.Não estou certo do que teria

feito a esposa de meu amigo se soubesse que não estaria aqui para a próxima manhã que todos nós ignoramos.Creio que teria chamado

seus familiares e amigos mais próximos. Talvez chamasse alguns amigos antigos para desculpar-se e fazer as pazes por possíveis desgostos do passado.Gosto de pensar que teria

ido comer comida chinesa, sua favorita.São estas pequenas coisas

deixadas por fazer que me fariam desgostoso se eu sou-besse que minhas horas estão limitadas.Desgostoso, porque deixaria

de ver amigos com quem iria encontrar, cartas que pensava escrever “qualquer dia des-tes”.Desgostoso e triste, porque

não disse a meus irmãos e meus filhos, com suficiente freqüência, que os amo. Ago-ra, trato de não atrasar, adiar ou guardar nada que traria risos e alegria para nossas vi-das.E, a cada manhã, digo a mim

mesmo que este será um dia especial.Cada dia, cada hora, cada

minuto, é especial.

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