jornal maranduba news #68

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Maranduba, Janeiro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 68 Praias da região ficam lotadas para receber 2015 Foto: Ezequiel dos Santos

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Notícias da Região Sul de Ubatuba

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Maranduba, Janeiro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 68

Praias da região ficamlotadas para receber

2015

Foto: Ezequiel dos Santos

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Página 2 Jornal MARANDUBA News Janeiro 2015

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Editor Chefe: Emilio CampiJornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477

Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SPConsultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801

Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961

Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail [email protected]

Um grupo de mulheres e crianças da região teve uma ati-tude nobre em relação às pes-soas que realizam tratamento de câncer. Elas encaminharam cortes de seus cabelos ao Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (www.gapc.org.br) para a con-fecção de perucas. A iniciativa de Lívia e Letícia

de Deus Santos, 11 e 8 anos e Vitória dos Santos Freitas foi estimulada pelo exemplo de sua professora Ana Luiza, 24, que havia cortado o cabelo e en-viado a instituição para o nobre fim. A irmã da professora, Ca-mila Cristina, 23, também havia doado mechas de seu cabelo à instituição. O bom exemplo deu resulta-

do e outras crianças também aguardam o tamanho ideal de seus cabelos para realizar a boa ação. Outras meninas, Núbia e Mikaela também da mesma es-cola doaram seus cabelos. Segundo Ana Luiza, as crian-

ças que a viram de cabelo curto queriam saber por que do cor-te, pacientemente a professora matou a curiosidade das crian-ças e explicando as alunas o motivo daquela ação animou as crianças que gostaram da idéia. A professora diz ainda que uma

Mulheres e crianças caiçaras doam cabelo em solidariedade as pessoas com câncer

cabeleireira do centro da cidade encaminhou a ela vários cor-tes de cabelos prontos a serem entregues ao GAPC, comenta ainda que um motociclista, em data e horário combinados, se desloca para buscar a doação. Os pais estão orgulhosos de

seus filhos que, de forma es-pontânea, se solidarizaram com a causa servindo de exemplo as outras crianças em praticar esta nobre atitude. Elas também es-timulam e explicam da impor-tância da doação dizendo que o cabelo vai crescer novamente e porque não ajudar alguém que não tem cabelos. Para a con-fecção de perucas o tamanho mínimo é de 12 centímetros, suficientes para melhorar a au-

toestima que é baixa por conta da queda de cabelos enquanto realizam o tratamento. A cabeleireira Conceição

(Fon), do Sertão da Quina, foi quem cortou o cabelo das me-ninas e incentiva esta pratica. Para este fim geralmente estes profissionais realizam o corte gratuitamente. Aos que tem pouco cabelo ou

os que não tem o que cortar o GAPC aceita voluntários para realização de varias tarefas, também doações que podem ser em dinheiro utilizado para custear os tratamentos. Se de-pender destas mulheres de fi-bra, quer dizer de cabelos com-pridos, a espera por perucas poderá diminuir drasticamente.

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Praias da região sul ficam lotadas pra receber 2015A festa da virada de ano

(2014/2015) lotou as praias da região sul de Ubatuba. A maior concentração de tu-

ristas, visitantes e moradores ficou por conta da Praia da Maranduba, que a cada ano vem recebendo um número crescente de pessoas para o evento. O grande número de visitan-

tes não resultou em maiores incidentes, desta vez o palco ficou do lado de baixo - na praia - aumentando o fluxo de pessoas que circulavam na via de acesso descongestionando a rodovia. Uma fila de cones e policiais de prontidão estava lá para manter a segurança e o brilho da festa. Milhares de pessoas realiza-

vam “selfs” com celulares para marcar esta data. Os veículos estacionados se amontoavam pelas vias, calçadas e onde mais coubessem. As maiores concentrações de fogos foram vistos nas praias da Lagoinha, Pulso e Maranduba. A Companhia de Turismo

- Comtur apoiou os comer-ciantes oferecendo suporte à festa. O palco e o show piro-técnico haviam sido anuncia-dos pela prefeitura que cum-priu o combinado. Pela manhã do dia 1º fun-

cionários da Administração Regional Sul ainda limpavam o lixo deixado na noite ante-rior. A virada foi marcada por muitos dispositivos de lasers de cor verde, que embora pe-rigoso, desta vez interagiu de forma positiva com os fogos, alguns podiam ser vistos da Praia Grande do Bonete a 6 km da praia da Maranduba. Muitos turistas já se prepa-ram para enfrentar a estrada e voltar as suas casas, outros buscavam a cura da ressaca da noite da virada.

Fotos: Ezequiel dos Santos

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Janeiro 2015

DER instala novos dispositivos de controle de velocidade em rodovias do Litoral NorteO Departamento de Estradas

de Rodagem DER de São Pau-lo instalou nos últimos meses vários dispositivos de controle de velocidade e segurança na SP-55 no trecho do litoral nor-te paulista. Onde a rodovia corta a re-

gião sul foi instalado guard--rails, lombadas e pardais. Na Maranduba, por enquanto, existem dois pontos, um na entrada da Unidade Mista e Regional Sul, que já é possí-vel notar as defensas metáli-cas e o poste de energia que irá abastecer um conjunto de pardais (lombada eletrônica), também em frente à praia en-tre as duas lombadas próximo do restaurante Sinhá, um par de radares que atuarão na-quele local. Na Lagoinha já se

encontra instalado, depois da capela do bairro, um par de radares e na Praia Dura duas lombadas já estão instaladas. Usuários encontraram traba-

lhadores da rodovia realizando perfurações e medições que, provavelmente, destinam-se a novas instalações na pista. Por outro lado existem usuários que reclamam temendo que o transito torne-se mais lento e até perigoso, tendo em vista a demora, o calor que poderá ocorrer nesta temporada e a diminuição da fiscalização. Outra preocupação é com o

gargalo que existe por conta de obras na entrada de Mar-tim de Sá em Caraguatatuba. Com o aumento do valor da multas e um maior numero de dispositivos instalados as

autoridades esperam que o índice de acidentes nesta tem-porada reduza drasticamente. As instalações fazem parte de

um pacote de melhorias anun-ciadas pelo governo do estado em junho deste ano, totalizan-do um contrato de financia-mento com o Banco Intera-mericano de Desenvolvimento - BID de R$ 1 bilhão destinado às obras rodoviárias. Serão mais de 773 quilômetros mo-dernizações, divididos em 28 trechos de obras. Os recur-sos serão destinados ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem), órgão vincula-do à Secretaria de Logística e Transportes do estado de São Paulo que em alguns locais as obras encontra-se em fase de licitação.

Neste último natal dois gru-pos de familiares e empre-sários fizeram a alegria de crianças e adultos no bairro do Sertão da Quina. Uma fa-mília se caracterizou de Papai Noel, montou uma equipe com personagens animados, deram um brilho na charrete que tra-balha Zé Belo e saíram à noite para distribuir presentes. A ou-tra família, que já faz o evento há tempos, contou novamente com a colaboração de morado-res e distribuiu brinquedos na manhã do dia 25. Foram centenas de presen-

tes de dia e a noite entre eles bolas, carrinhos, bonecas, jo-gos e doces. Como primeira vez na distribuição de brinque-dos a noite, o papai Noel ficou maravilhado com a alegria das crianças. Parecia que ele – Pa-pai Noel - era a criança. O bom velhinho do dia es-

tava de boa porque há anos diz “hou-hou-hou” em frente a capela Nossa Senhora das

Famílias e empresários se unem para distribuir presentes e alegria à moradoresGraças. Emoção foi quando o velhinho da noite foi surpre-endido com um pedido inu-sitado, uma das crianças se aproximou e com uma voz emocionada pedindo ao Papai Noel que trouxesse seu pai de volta. Lágrimas sinceras bro-taram dos olhos de quem pre-senciou este pedido. Todos se emocionaram com a criança, principalmente quem se fez de Papai Noel em cima de sua carruagem com sua rena. Bri-lhava tanto que a charrete que parecia uma nave espacial. A alegria e a felicidade de

quem recebeu algum pre-sente nessa data brilhavam muito mais, segundo os organizadores. A data ficou marcada, tanto

para quem promoveu o even-to, quanto aos pais que se emocionaram com a atitude dos voluntários, tudo porque muitos sequer tinham condi-ções de oferecer um presente aos filhos nesta data.

Os eventos tiveram a parti-cipação de famílias inteiras e muito voluntários, muitos de-les sequer sabem alguma coisa do lugar. É que algumas des-tas patrocinaram brinquedos para a alegria da criançada. A equipe da noite agrade-

ce as mães, tias, sobrinhos e cunhados, especialmente ao Zé Belo que cedeu a charrete e acompanhou todo o trajeto, aos voluntários que se vesti-ram como irmãos Mario Bro-thers, ao Zé do Saco, que cui-dou para que as crianças não se machucassem nas rodas da charrete. A equipe do dia agradece as

pessoas que ajudaram a dis-tribuir os brinquedos, aos mo-radores que todos os anos ce-dem a casa, aos empresários que doaram os brinquedos. A comunidade agradece e

aguarda ansiosa a fartura, principalmente de alegria, cul-tivada nestes dois eventos de distribuição de brinquedos.

Que ano que vem estas pes-soas colham melhores frutos

de que este ano que acaba, dizem os moradores.

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Tempo O Tempo é Senhor de tudo.

E Tudo Tem seu tempo.De tempo a o tempo.

Pois somente ele lhe dira sobre o futuro.Há tempo para tudo.

É a lei desde que o mundo é mundo.O tempo é o senhor das horas.Otempo é o senhor da solidão.

É um rei entre os reis.É o que conforta um coração.

Só o tempo ira cicatrizar.Só o tempo ira mudar seu modo de agir.

Seu modo de pensar.O tempo muda o tempo todo.

Tudo é uma questão do tempo lhe mostrar.O tempo é vaidoso.

O tempo é impiedoso.Não existe crime perfeito.

O tempo revela o criminoso.O tempo não perdoa.

O tempo não volta atraz.Eu errei, tu errastes.

O tempo pede para que não erres mais.O tempo mostra-te o que lhe fora ocultado.

E o tempo em tempo perceberas. Que há tempo de colher.Que há tempo de plantar.

Wellinton de OliveiraSertão da Quina

Esse marsupial (Gambá) mostrou que diferente de alguns hu-manos tem AQUILO ROXO, quase preto.

COMUNICAÇÃO PMUCentenas de milhares de

pessoas festejaram a virada do ano em um réveillon que vai ficar marcado na história de Ubatuba. Viabilizada pela Comtur, a queima de fogos foi um sucesso não apenas na orla central, mas também no Perequê Açu e na Maranduba.Pelo segundo ano os fogos

foram disparados de uma bal-sa atracada na baía Central da cidade, garantindo um espetá-culo de 25 minutos de duração. No Perequê-Açu e Maranduba as queimas também marcaram a passagem de ano de milha-res de pessoas.No Centro e no Sul, além da

queima de fogos, a prefeitura,

Réveillon em Ubatuba: fogos, alegria e muita gente!

por meio de Comtur, Fundart e Secretaria de Turismo, tam-bém garantiu música e diver-são para moradores e turistas. Na Praça de Eventos a dupla sertaneja Fernando e Fabia-no cantou e dançou com um público estimado em 50 mil pessoas. No sul, os talentos locais Divino Sununga e Ju-ventude do Samba agitaram outros milhares de turistas e moradores presentes na praia da Maranduba.“Fazendo o monitoramento

não identificamos qualquer anormalidade no planejado e tudo transcorreu bem como previsto. Fizemos contato in-clusive com a Santa Casa na manhã de hoje (01/01) e o

que nos foi passado é que o número de ocorrências tam-bém ficou dentro do espe-rado para a data. Fico muito feliz de poder ter participado desta equipe de trabalho que colaborou para o sucesso do réveillon em Ubatuba e espe-ro que este clima de alegria e paz se estenda por todo feria-do e temporada”, afirma o se-cretário João Corbisier.A festa hoje continua nos

dois palcos montados na Pra-ça de Eeventos do Centro e na Maranduba. Os destaques do sertanejo regional fazem a festa de turistas e moradores, com João Marcos e banda na Avenida Central e Nako e Ra-fael na região Sul.

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Ezequiel dos SantosO casal de aposentados An-

tonio Fernandes da Silva, 80 e sua esposa Clarice da Silva Fernandes, 77, moradores da Pedra Preta – Sertão da Quina tiveram sua dignidade resta-belecida por uma decisão do Tribunal de Justiça da capital na retomada da ligação de energia elétrica cancelada no dia 10 de julho de 2007 pelo Ministério Público do Meio Am-biente em 2007. O casal que mora a mais de meio século na Pedra Preta, Sertão da Quina, havia sido contemplado com o programa Luz Para Todos de-pois de décadas sem energia elétrica. Na época, uma arti-culação entre uma jornalista de São Sebastião, que publi-cou uma matéria inverídica, a antiga gestora do PESM Eliane Simões e a promotora do Meio Ambiente Elaine Tarboda de Ávila utilizaram a matéria para concretizar uma ação e apre-sentar uma denuncia contra o casal de aposentados. Naquele ano o corte do for-

necimento de energia elétri-ca foi realizado pela Elektro – responsável pelo abasteci-mento de energia em Ubatuba – que alegou cumprir uma determinação da Fundação Florestal e da Promotoria do Meio Ambiente. O casal então passou do reconhecimento de morador tradicional a ser ta-xado pelos órgãos ambientais de “ocupantes”. A revolta de moradores, tu-

ristas, visitantes, conhecidos e até desconhecidos ultrapas-sou fronteiras, os atingidos receberam apoio dos quatro cantos do país. Na região todas as associa-

ções se manifestaram em fa-vor do casal encaminhando ao Ministério Público e a Funda-ção Florestal sua indignação,

Tribunal de Justiça devolve dignidade a casal de aposentadosalgumas por escrito. Foram colhidas em uma semana mais de mil assinaturas em favor dos moradores tradicionais.

A decisãoA Desembargadora Maria

Lucia Pizzotti julgou improce-dente a decisão do Juízo de Ubatuba alegando que a tute-la coletiva do ambiente não se sobrepõe ao serviço de ener-gia que, para ela, constitui pressuposto de dignidade da pessoa humana. “Inconteste a natureza essencial do serviço, cuja interrupção unilateral não pode ser justificada, qualquer que seja o motivo”, escreve a Desembargadora na decisão. Também diz que não questio-na a validade do laudo emitido pela Fundação Florestal, po-rém, segundo o documento, se o Poder Público pretendia impor tamanha restrição à propriedade na área de prote-ção permanente, deveria de-sapropriar o local. Reitera ainda ser inadmis-

sível supor a manutenção de propriedade privada sem luz elétrica. “Simplesmente negar a prestação do serviço, com fundamento nos documentos aqui apresentados se mostra, no mínimo precoce”. Diz ainda que o corte da ener-

gia entende-se apenas como o encaminhamento aos autores desta apelação os “pêsames”, cujo entendimento dos espe-cialistas seria para que todos reconhecem a morte cultural, histórica, religiosa, antropoló-gica e socioambiental do casal e seus familiares através de pessoas do dito meio ambien-te que desconhecem, ignoram a realidade histórica local e re-gional, cujos danos causados foram irreparáveis às famílias dos processados. Segundo a desembargadora,

o próprio laudo da Fundação

Florestal estabelece como ob-jetivo “compatibilizar ao má-ximo as ações humanas com a conservação e recuperação ambiental”. Deste modo, en-quanto as áreas em destaque não integrem o patrimônio estatal, como sugerido, de-verá a ré (Elektro/Fundação Florestal) prover o mínimo necessário à satisfação do ser humano. “Em outras palavras, o pedido inicial comporta aco-lhimento, devendo-se compa-tibilizar a propriedade com a tutela ambiental, garantindo--se a dignidade dos possui-dores, ao menos até eventual desapropriação”, diz a decisão do Tribunal.

Os anos de tristezaO casal sofreu nestes anos

todo tipo de pressão. No ini-cio era comum a visita roti-neira da Policia Ambiental, de vigilantes e funcionários do parque estadual na tentativa de causar um desgaste psico-lógico com intuito de se fazer manifestar no casal o estigma de bandidos ambientais. Foram idas e vindas ao fó-

rum para responder aos pro-cessos. De nada adiantava os documentos de que estavam lá antes da criação da unidade de conservação.

Dona Clarice, uma senhora muito conhecida e admirada pela comunidade lamentou ver sua geladeira, a primei-ra de sua vida, deteriorar-se depois de cinquenta anos por sua espera. Seu Antonio ficou doente, triste e sem vontade depois do acontecido. O casal tinha que descer a rua, pelos menos 800 metros para bus-car água gelada ou a mistura do almoço na geladeira de al-gum vizinho ou parente. Começava aí o calvário da

família e o desgaste físico e psicológico do casal.

A comunidadeForam muitas as especula-

ções, as fofocas e pessoas querendo usar a situação po-liticamente. Os interessados de fato não desistiram da luta, foram várias as comunidades tradicionais que em suas reu-niões e encontros relembra-vam o caso. O Sindicato de Trabalhado-

res e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba – STTR foi quem en-trou com apelação no Tribunal de Justiça através dos advo-gados Dr. Luiz Waldomiro de Godói e Drª Monica Lindoso Soares. A contribuição mensal ao sindicato pode colaborar no acompanhamento de todo

o processo. Os ex- vereado-res Charles Medeiros e Rogé-rio Frediani (PSDB) também acompanharam o processo em outras frentes. A colônia de pesca de Ubatuba, a associa-ção quilombola da Caçandoca, Catifó do Bonete, pescadores da Maranduba, Ong e asso-ciação do Ubatumirim, a Pro-mata, associação de morado-res da Maranduba, Araribá, Tabatinga e Praia Dura, além dos vários documentos dos ex-vereadores, do abaixo--assinado, das manifestações de autoridades, ambientalistas sérios, jornalistas, blogs, infor-mativos da cidade e fora dela mostraram não só força das comunidades, mas também queriam dizer que o casal nun-ca esteve sozinho nesta luta. A comunidade esta satisfeita

com a decisão do tribunal por-que fala a mesma língua que a comunidade tentou se fa-zer ouvir nestes sete anos de agonia e luta. O lugar foi para os moradores tradicionais um lugar que guarda muitas re-cordações das grandes roças e do estilo de vida comunitário e fraternal que tinha nas re-dondezas. A área, se não houvesse a

interrupção do estado, pode-ria se transformar em um lu-gar para o ecoturismo, já que a família se preocupou com a área reflorestando espécimes nativas que podem não existir num futuro próximo. O lugar guarda a antiga residência do casal, os vestígios das roças, os fornos de carvão, as água límpidas, os frutos, flores e animais que sempre transi-taram pelo lugar. Tudo ainda cuidado com muito carinho por quem sabia o que estava fazendo e sofreu por ter co-nhecimento sobre a floresta e seus manejos.

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Equipe de trilhas, esporte e aventura inaugura tirolesa na Mata Atlântica

No último final de semana do dia 20 de dezembro foi inaugu-rado na Cachoeira da Renata, Sertão da Quina, um conjunto de dispositivos turísticos que contempla aventura, esporte e trilhas contendo com tirolesa, bóia cross, trilhas, slackline en-tre outros. O ponto principal foi a inauguração da tirolesa que chama atenção de visitantes e moradores. A Ambiere Serviços Turísticos

e Aventura foi quem idealizou e executou o projeto. Para os

organizadores trata-se de for-ma de se integrar a natureza com muita adrenalina, seguran-ça e respeito ao meio ambiente. A equipe Ambiere está todos

os dias dessa temporada na Cachoeira da Renata e convida a todos a conhecer a tirolesa e outras aventuras na região Sul de Ubatuba. Os contatos po-dem ser através do facebook Ambiere Serviços Turísticos e Aventura ou pelos telefones (12)38498432/997520632/996254460 e bom divertimento.

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Lagos do Poço Verde: onde a natureza parou pra nos observarEZEQUIEL DOS SANTOSInseridos dentro do Parque

Estadual da Serra do Mar, Nú-cleo Caraguatatuba, os Lagos do Poço Verde são paradas obrigatórias para todas as es-pécies viventes de nossa rica Mata Atlântica. Até mesmo os humanos se derretem ao avistarem esta bela e memo-rável paisagem singular. Por um lado cercadas por árvores nativas, por outro, por árvores frutíferas vestígios de antigas roças. Animais de todos os tamanhos, répteis, insetos e aves abundam esta área pla-na que nos remete aos anti-gos bairros outrora existentes, antes da devastação pela es-peculação imobiliária e pela ignorância, em alguns aspec-tos, da criação ditatorial da Unidade de Conservação. O caminho é limpo, fácil de

realizar e muito bonito. Antes de sua realização é necessá-rio contatar o núcleo do par-que para solicitar autorização. Também existe a necessidade de se informar com o condo-mínio que circunda a área. Procedimentos realizados e

atendidos o ideal é realizar a trilha pela manhã bem cedo acompanhado de um guia. Neste horário outro espetá-

culo está para acontecer, é o que os observadores de aves chamam de paisagem sonora – conjunto de vozes de uma determinada região. No início da caminhada já é

possível ouvir varias espécies numa sinfonia de vida e dis-posição sonora. Lá a voz mais marcante é da nossa arapon-ga (Procnias nudicollis), con-siderada a voz típica da Mata Atlântica. Para um bom observador,

profissional ou não, que con-segue perceber o grande nú-mero de aves, rastros, insetos,

frutos e flores, é sinal claro da preservação desta área natu-ral e da vontade destes seres interagirem sadiamente com os humanos respeitosos. A entrada é um ótimo lugar

para se treinar os ouvidos e curtir os sons da floresta, como dizem os antigos. No caminho tanta coisa para se observar que é possível ficar o dia inteiro só catalogando o que não se vê mais em nosso meio comum. Outro aspecto marcante é o

cheiro da natureza. Um con-junto de flores, folhas, cascas, aromas e sabores experimen-tados pelos primeiros mora-dores do local. Daqueles que

nos remetem aos sentimentos mais primitivos – o aguçar dos sentidos para a sobrevivência. As grandes árvores também

se fazem presentes, mostran-do quão pequeno é a nossa existência, dadas as ações praticadas que destroem a cultura local e a função da na-tureza nela inserida. Triste é ver ainda vestígios

do homem animal como o lixo jogado no caminho e no rio por exemplo. Se no paraíso é encontrado lixo do humano, imaginem nos pontos de inte-resse turístico e cultural onde circula muita gente, como neste período de festas, como está e ficará.

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Paraíso de águas puras e cristalinascomprar”. Uma trilha nos leva a um lo-

cal privilegiado. Da vontade de sentar e ficar o dia con-templando esta paisagem que mais parece um quadro, só que é possível sentir a brisa e ouvir as aves que lá se ins-talaram. Para os amantes de aventura parece uma paisa-gem que mais lembra aquelas do filme Jurassic Park, aonde a floresta chega até a água, por vezes passa por cima dela. O lago deve ter cerca de 3 me-tros de profundidade, ao fun-do um grande banco de areia, por cima aguapés, taboas, juncos e todo tipo de vegeta-ção que há anos não são mais vistos. A frente uma árvore abriga

uma colônia de guaxes - ave (Cacicus haemorrhous), em-belezando o local com suas construções de ninhos em forma de bolsa, que embora aparente ser simples é muito eficiente e belo. Ao redor todo tipo de sons. O outro lago encontra-se mais próximo da trilha principal, também é possível avistar muitas árvo-res frutíferas e flores, como se por ali houvesse um casa-rão. Este lago é menor que o outro, mas em número de espécies em seu entorno é de igual conteúdo. Por este lago é possível avistar ao fundo o pico que leva até Ubatuba, precisamente nos bairros da região sul. A visita a este pedaço do pa-

raíso é um mundo a parte, a mistura de paisagem é algo pra se guardar pra sempre. Espetacular será a recordação dos sons da natureza, da água limpa e da diversidade de fauna e flora, aquelas que um dia ditou o ritmo natural do homem e que nós, hoje, faze-mos questão de destruí-la.

Para alcançar os lagos, pelo menos um deles, é necessário atravessar um rio. Existe um caminho antigo que mostra o quanto aquele local já foi mo-vimentado, é possível avistar áreas ainda limpas com vege-tação rasteira e conjunto de plantas onde teve alguma re-sidência. Outros dados são as grandes arvores cujo solo tem marcas de pisoteio de muitas décadas atrás. Para se alcançar um dos la-

gos, o visitante atravessa uma pequena pinguela por onde corre água por baixo ao qual abastece o lago. Sua clareza nos faz refletir como ainda existem pessoas que querem poluir os rios em nome de tan-tas besteiras e bobagens. Como dizem os moradores

antigos “à água é algo que se não cuidar ninguém poderá

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Janeiro 2015

Para o carnaval 2015 na re-gião sul de Ubatuba, um gru-po de amigos preparou um samba enredo que tem como tema principal a inspiração nas belezas e riquezas natu-rais do Sertão da Quina, além de citar personagens de nossa história local. Intitulado como o 2º CAR-

NASERTÃO, o evento é a materialização de uma idéia que começou numa conversa informal entre amigos, volun-tários e empresários da capital e da região. Uma força tarefa por informações sobre a lo-calidade foi montada, todos queriam participar, um senti-mento de orgulho misturado a uma vontade de homenagear o lugar tomou conta dos idea-lizadores e parceiros. O carnaval segue a mesma

organização do ano passado, segundo o autor da letra do samba, Nilson Rodrigues, “a idéia é que as famílias parti-cipem da festa. Ele – even-to- foi pensado em trazer as boas pessoas de volta as passarelas, que muitas vezes ficam em casa porque temem as barbaridades que aconte-cem neste período de festas”. Foram mais de quatro meses de preparação, desde a busca por opiniões, dados diversos e lembranças para realizar esta primeira etapa do evento. A letra e a melodia foram

elaboradas e compostas na capital pelo cantor Ronaldo Monteiro com Arranjo Musi-cal de Rogério Monteiro. Os organizadores são categóricos em afirmar que o evento pla-nejado é para atender famílias inteiras, principalmente aque-las que conhecem e as que convivem com as belezas e as pessoas da região.

Samba do Carnaval 2015 fala das belezas e cita personagens da região

A vontade é superar as ex-pectativas e o sucesso do ano passado. O pré- roteiro do carnaval

2015, ainda em estudo, pre-tende percorrer a estrada principal entre o Sertão da Quina e Maranduba. A possibilidade de confec-

cionar abadás (camisetas-in-gressos exclusivas do evento) esta sendo estudado, logo po-derão estar à disposição dos interessados e a data desta

Letra - 2° CARNASERTÃO

Sertão da Quina vai saindo na miúda. Mostrando samba e garra pro povão de Maranduba. Você não sabe , nem imagina, Do que é capaz o Sertão da Quina. (Bis)

Vem atrás da gente que a tristeza passa É só encher o caneco com cerveja ou cachaça. Com toda sua garra, botando pra quebrar, Sertão da Quina em Maranduba vai passar. Pessoas que estão gravadas em nossos corações, Tião Pedro ,Seu Cabral e Maria Balio. Exemplos de vitórias e conquistas, Sangue sertanejo na veia. Veeem can - tar, sacode levanta a poeira, e se a ressaca te pegar , Toma um banho lá na cachoeira. (Bis) Autor: Nilson Rodrigues Cantor : Ronaldo Monteiro Arranjo Musical : Rogério Monteiro

grande festa ainda não esta definida. Os idealizadores do evento

aguardam ansiosamente o dia de soltar a garganta na ave-nida, já que desta vez o tema retrata passagens marcantes da história local e regional. Estão todos convidados a sol-tar a voz na avenida, melhor na estrada. Para acompanhar a festa o JMN conseguiu com exclusividade a letra do próxi-mo samba enredo.

O casal Sebastião Pedro de Oliveira, 90, e Maria Gaspar, 85, realizou no último dia 7, a celebração de 65 anos de matrimonio. Eles, que se ca-saram também no dia sete de dezembro, porem no anos de 1947, figuram entre os casais do estado com maior período de matrimonio ininterruptos juntos. Na realidade as festivi-dades começaram no dia ante-rior com uma grande festa em sua residência. Muitos comes e bebes, música ao vivo, amigos, parentes e convidados de longe vieram fazer a alegria do casal. Todos os anos a família se re-

úne e presta uma justa home-nagem a Tião Pedro e Maria. No domingo, na celebração o padre Daniel se sentiu honra-do e abençoado em renovar o matrimonio deste casal. Conta o padre que é a primeira vez que realiza uma cerimônia des-ta natureza com um casal com tantos anos de vida juntos. Os filhos organizaram e realizaram grande parte do rito da celebra-ção. Para o momento da reno-vação dos votos do casamen-to dois bisnetos entregaram a cada um a rosa que continha a aliança do casal. O padre se mostrava entusias-

mado a cada palavra ao casal. Em sua fala, na oportunidade da chegada das festas de fim

Casal realiza celebração de Bodas de Safira

de ano, Pe. Daniel diz aos fiéis “que a salvação é comunitária e que o maior marketing destas festas chama-se Jesus Cristo, basta ver as lojas no final de ano”. O religioso reforça que o anunciado por Jesus esta mui-to distante do praticado. Hoje a pergunta que se faz é - Ele é o meu senhor ou são as mi-nhas percepções particulares?”, diz Padre Daniel. “Com a devi-da atenção mesmo diante dos espinhos encontraremos uma trilha”, reforça. “Como o casal que agora renova os laços ma-trimoniais, fraternais e religio-sos, temos que nos deixar ser conduzidos por Jesus, temos que viver em comunhão. Até na natureza podemos provar cien-tificamente que vivemos em co-munhão”, acrescenta o padre. Diz ainda que todos dependem de todos, que ela – a natureza - vive interativamente. Para o padre o homem parou

de contemplar a vida, perdeu a vida contemplativa e passou a contemplar exclusivamente o dinheiro, os negócios, as cons-pirações e a falta de fé, princi-palmente. A família agradece a todos que

participaram desta grande his-tória e que colaborou para que este belo e grandioso evento ocorresse com sucesso. Agora é aguardar o próximo ano.

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Janeiro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 11

Guia da Marandubae Região Sul de Ubatuba 2015

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Miami, 29 dez (EFE).- A So-ciedade Interamericana de Imprensa (SIP) repudiou nes-ta segunda-feira o assassinato de Marcos de Barros Leopol-do Guerra, de 51 anos, que foi morto no último dia 24 em Ubatuba, no litoral de São Pau-lo, assim como o ataque com granadas contra o jornal vene-zuelano “El Siglo”.O presidente da Comissão de

Liberdade de Imprensa e Infor-mação da SIP, Claudio Paolillo, condenou o quarto homicídio de jornalista neste ano no país e cobrou que o crime seja es-clarecido, para que os respon-sáveis sejam identificados e presos.“São os mecanismos mais se-

guros para a proteção dos jor-nalistas e combate da impuni-dade”, afirmou.Marcos foi morto na terça-feira

SIP condena assassinatode jornalista em Ubatuba

e cobra investigaçãopassada, e seu corpo foi locali-zado na cozinha de casa. Teste-munhas viram dois homens fu-gindo em uma motocicleta após efetuarem os disparos contra o jornalista, que mantinha o blog “Ubatuba Cobra”, com cobran-ças às autoridades da cidade.A entidade, com sede em Mia-

mi, nos Estados Unidos, ainda cobrou a identificação dos res-ponsáveis pelo atentado contra a redação do jornal “El Siglo”, localizada em Maracay, no es-tado de Aragua, na Venezuela, que aconteceu neste domingo.Duas granadas foram lança-

das contra as instalações da publicação e ocasionaram da-nos materiais. Câmeras de se-gurança do prédio em que o jornal está instalado registra-ram dois homens lançando os artefatos. Nenhum grupo assu-miu a autoria do atentado.

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Jornal Maranduba News

O Jovem Guy Jann Terra, 17 anos, morador do Sertão da Quina, foi um dos vencedores do Concurso Literário de 2014 promovido pela Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – Fundart neste final de ano. O concurso teve o objetivo

de incentivar a produção li-terária entre os estudantes e moradores do Litoral Norte de São Paulo e Vale do Paraíba. Dividido em quatro catego-

rias: XXVII Concurso de Poesia “Idalina Graça”, XXVI Concurso de Poesia Estudantil “Idalina Graça”, XXI Concurso de Con-tos “Washington de Oliveira” e XII Concurso de Textos de Teatro “Tia Helô”, esta edição contemplou 18 participantes com tablets, pen drives, livros de autores renomados, cursos profissionalizantes e de idioma. A Comissão Julgadora foi for-

mada por Iracema Portela de Oliveira Magion, Sonia Maria da Paz Botteon Bergamaschi e Cá-tia Almeida. Os critérios anali-sados foram criatividade - “sair do lugar comum”, estrutura do texto, originalidade - aborda-gem e desenvolvimento - e lin-guagem - função literária. Guy conquistou o primeiro e

terceiro lugar do concurso estu-dantil de poesia Idalina Graça. O pano de fundo de seus textos no concurso foi o bairro onde mora, a valorização da família e o esforço da comunidade em defender seu patrimônio. Segundo o vencedor, a pri-

meira medalha veio com o poema “Inércia” (publicado no Maranduba News), que segun-do o poeta, descreve os últi-mos dias de sua avó – Renata Jann- falando de sua solidão - vivenciada por ela em seu leito de morte - com um toque de sonhadora igual a uma meni-na, contempla o autor. O outro texto, terceiro co-

Morador da região vence concurso literário 2014

locado, intitulado “Monstro Ctônico” (também publicado no JMN) expressa à reação do autor, de modo coletivo, com o evento do inicio das obras da Sabesp na Cachoeira que leva o nome de sua avó. Em seus textos pode-se perceber a pre-ocupação do autor em mostrar a força do povo caiçara e a im-portância deste local para os moradores antigos. O evento aconteceu no man-

dato de Isabella Viana Vassão, Presidente da Fundart, que “acredita ser importantíssimo a divulgação de tal evento para

os jovens de Ubatuba, uma vez que com as tecnologias existentes muitos ainda se interessam pela cultura. Uma boa leitura voltada principal-mente as suas raízes riquís-simas como no caso de toda família do litoral é um prato cheio a produção de bons tex-tos”, finaliza a presidente. A solenidade de premiação

aconteceu junto com o lança-mento do livro Antologia 2014 que contempla a publicação dos trabalhos premiados. O evento aconteceu na sede da Fundart no centro a cidade.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Janeiro 2015

“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 9Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

Ezequiel dos Santos“Revista O Cruzeiro - Edição

38, Rio de Janeiro, sábado, 5 de julho de 1952, ano XXVI”. Conforme edição anterior, con-taremos alguns dos detalhes sobre o acontecido. A revista, nas entrelinhas, conta aconteci-mentos de semelhantes aos de guerra, em sua grande maioria. Noticia o soldado que teve o co-tovelo esmagado num combate com os presidiários. Levado ao precário hospital do presídio, examinado, descobriu-se que estava em estado gravíssimo, teve que se levado a capital o mais rápido possível. Outro detento foi descoberto

no Morro do Papagaio, ele, com medo de morrer entrega-se ao Coronel Hidalgo, que o tratou como homem. As páginas destacam o capi-

tão Fauto Sadi Ferreira entre alguns presos, que teve sua vida garantida por Pereira Lima – um dos líderes da rebelião. Fugitivos escoltados por poli-

ciais e por detentos fiéis a ad-ministração cada qual com seu fuzil levando-os a contagem na administração, diz-se que os fugitivos estavam amedronta-dos e trêmulos temendo que a morte estivesse próxima. A tragédia era tanta que alguns fugitivos, ao serem capturados, davam explicação ao tenen-te Ovídio falando que haviam dormido no mato aguardando este inferno passar: “Dormi no mato uma noite sozinho. Não matei ninguém, quis me ren-der. Não agüentava mais”. Ou-tra imagem retrata um soldado levando um preso de volta ao presídio cuja legenda se lê: “De volta ao xadrez do presídio, de-pois de ver frustrados os seus anseios de liberdade. Fracassou na tentativa de fugir”. Uma das cenas que mais cha-

ma a atenção é a de quatro soldados carregando uma maca por entre a alameda da ilha re-tratando o último ato da tragé-dia para o defundo, o texto fala do corpo sendo conduzido pelos irmãos de armas, cujo soldado da Força Pública de São Paulo deixa a ilha, para ser sepulta-do como herói em Ubatuba, junto com as demais vitimas da rebelião sem precedentes na história do país. Mais abai-xo fala da morte e desolação de quem lá ficou para assistir a tragédia onde, diz o texto, que na disputa sangrenta por liber-dade os sentenciados da Ilha Anchieta varreram a metralha-dora os que pretendiam des-mantelar seus sonhos de fuga. Onze funcionários – soldados e civis- pagaram com a vida a resistência. As imagens são de dor e lágrimas. Atacados alguns de surpresa, mortos outros em combate, estes caíram sobre as balas e foram varridos pelas baionetas dos facínoras. Mostra

a foto do Chefe de Disciplina, maior visado pelos criminosos, que nele extravasaram sua rai-va. Teria causa para isto? Diz a revista. Também lá a típica foto das

pessoas que estavam na escola da ilha, com os dizeres anun-ciando as viúvas e os órfãos, a miséria e o terror. As crianças e as mulheres, embora respeita-das pelos presidiários em fuga, foram lançadas a miséria e a dor pelos bárbaros acontecimentos. A revista mostra ainda mais fo-tos de rostos dos combatidos e mortos. Mostra cinco da Força Pública já sem vida onde depois

de seis horas de intensos com-bates caíram varados de balas, atrás deles um rastro de san-gue e morte. A este momento a policia bloqueou as estradas até as encostas da serra do Mar e caçava os revoltosos. Um dos capturados ganhou destaque porque foi logo reconhecido por uma tatuagem de um coração sangrando e dentro dele os di-zeres “amor de Geny”. Com as estradas bloqueadas

ninguém passava sem uma rí-

gida revista. Sem documentos o cidadão era levado para um exame mais extenso e rigoroso. Caminhões, jipes, tudo para pa-trulhar e não deixar sem revista pedra sobre pedra. Os captu-rados eram anunciados como bandidos que haviam levado uma grande surra, espancado e surrado barbaramente. Na próxima edição um resumo

completo, com maiores deta-lhes, sobre como tudo come-çou. Não percam.

Page 13: Jornal Maranduba News #68

Janeiro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 13

Prefeitura de Ubatuba adia concurso e avisa candidatos pelo Facebook

Nicole Melhado/G1 A Prefeitura de Ubatuba,

no litoral norte de São Pau-lo, adiou o concurso público e avisou os candidatos pelo Facebook na manhã do últi-mo dia 17/12. O comunicado, também divulgado na página da prefeitura, a menos de quatro dias da prova, revoltou os candidatos. Mais de 12 mil pessoas se inscreveram para prestar o concurso e não há previsão de nova data para aplicação das provas.De acordo com a nota

publicada pela prefeitura, a prova foi adiada pela neces-sidade de alocar de forma adequada os candidatos. A previsão era que o concurso, aberto em outubro, atraísse apenas 5 mil interessados.A empresa responsável pela

realização do concurso é o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assis-tencial Nacional (Idecan). A prova tem como objetivo o preenchimento de 471 vagas nas áreas de saúde, educa-ção e administração no mu-nicípio.Candidatos ao concurso pos-

taram reclamações na página oficial da prefeitura no Fa-cebook, onde foi colocado o comunicado do adiamento da prova. “O povo está revolta-do. Imagina que tinha gente que reservou hotel e tinha

Candidatos ficaram revoltados; prova seria aplicada dia 21/12/2014

comprado passagem para vir para Ubatuba”, afirmou o can-didato Leonardo Cavalcante, que é de Ubatuba, ao G1.O sociólogo Erik Gonçalves,

que mora em São Paulo, dis-se que obteve a confirmação da data e hora da prova no site da Idecan e, por isso, fez uma reserva em um hotel na cidade para o período do con-curso.“Fiz um adiantamento de R$

100 para deixar reservado a hospedagem, devido a alta demanda que há essa época na cidade. No site, ainda nes-ta quarta-feira, havia o local de prova. O link foi removido e no lugar eles colocaram o comunicado de adiamento”, disse.IdecanA Idecan informou, por meio

da assessoria de imprensa, que não há previsão para a nova data de aplicação das provas. A empresa destacou que informou no edital do concurso que o dia 21 de de-zembro seria a data “prová-vel” para aplicação da prova e que, portanto “tratava-se de uma possibilidade que pode-ria ser confirmada ou não”.A empresa informou também

que só adiou a aplicação das provas a pedido da Prefeitura de Ubatuba e que o ofício foi entregue pela administração municipal no último dia 16/12.

Na temporada 2014 e 2015 o Corpo de Bombeiros, que além de disponibilizar os serviços de guardas vidas, disponibiliza um grupamento de incêndios para atendimento dos bairros do Lazaro até a Tabatinga, co-brindo assim as regiões sul e centro-sul de Ubatuba. Ao que parece a instituição

deslocou pra esta área dois bombeiros permanentes em escala de 24 horas, uma viatu-ra e um caminhão auto tanque com capacidade de 6 mil litros de água atendendo ocorrên-cias tanto de salvamento em águas locais quanto de incên-dios. No caso de uma eventu-al maior necessidade poderá ser deslocados mais homens,

Neste verão Grupamento de Incêndio dos Bombeiros fará atendimento regionalizado

equipamentos e um caminhão auto bomba para atender a ocorrência. Os moradores ouvidos pelo

JMN se mostram contentes com a iniciativa já que o tem-po de resposta destes profis-sionais pode cair pela metade com a instalação de um grupo mais próximos das ocorrên-cias na região. Informações preliminares apontam que a viatura de atendimento rápido é aquela destinada a operação verão, o combustível e ma-nutenção são realizados pela prefeitura de Ubatuba. A base de operações é uma

estrutura cedida pelo empre-sário e proprietário do res-taurante Delícias da Cabocla,

no bairro da Lagoinha. Lá os profissionais recebem alimen-tação e alojamento. A comu-nidade agradece aos empre-sários que colaboram com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros a ajudar a cuidar da segurança e das pessoas que aqui estão e que visitam as praias da região. Agora é aproveitar este ve-

rão, sem excessos, não su-jando as áreas de praias, rios e cuidando para que embora vários profissionais estejam de prontidão para atender a po-pulação eles não sejam acio-nados por conta das varias imprudências e irresponsabi-lidades que acontecem neste período de festas e temporada.

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Página 14 Jornal MARANDUBA News Janeiro 2015

Prefeitura encerra apoio a produtores rurais na inscrição do Cadastro Ambiental Rural - CAR

A prefeitura de Ubatuba, através da Secretaria Muni-cipal e Agricultura, Pesca e Abastecimento - SMAPA en-cerrou no último dia 17 o apoio que vinha prestando aos produtores rurais para realiza-rem os procedimentos na ins-crição do Cadastro Ambiental Rural – CAR. A prefeitura havia disponibi-

lizado orientador para o uso do computador e internet, no intuito de que os produtores pudessem acessar o sistema e se cadastrar. Os atendimen-tos foram gratuitos e realiza-dos nos dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro. O CAR - Cadastro Ambiental Rural, criado pelo Novo Código Florestal – Lei nº 12.621 de 2012 consiste no ca-dastro declaratório que o pro-prietário/possuidor fará para registro das informações am-bientais do imóvel rural, com sua localização, perímetro, áre-as de vegetação nativa, rios, Áreas de Preservação Perma-nente (APPs) e Reserva Legal. A inscrição é realizada por

meio de sistema eletrônico onde todas as proprieda-des rurais devem se inscre-ver. Segundo a prefeitura a não inscrição no CAR poderá

trazer prejuízos para obter crédito rural e insegurança jurídica. Também sua reali-zação trará um rol de vanta-gens como acesso a créditos e comprovação de regularidade ambiental. Embora o apoio da prefeitu-

ra tenha encerrado a Smapa encontra-se a disposição dos produtores para as devidas informações e outras delibera-ções que se fizerem pertinen-tes sobre a agricultura, princi-palmente a familiar.

Sindicato aindarealiza o CAR

O Sindicato de Trabalhado-res Rurais de Ubatuba ainda esta disponibilizando agen-da para a realização do CAR. Basta solicitar através do email: [email protected] ou pelo telefone 12 – 997273793 (Tadeu). Todo imóvel rural, seja qual for seu tamanho, seja propriedade ou posse, deverá ser cadastrado no CAR. Pequenas propriedades ou

posses rurais familiares, ou seja, com área menor ou igual a quatro módulos fiscais (64 hectares ou 64.000 m²) preci-sam se regularizar. Agende e regularize-se.

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Janeiro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Fernandes

Feliz Ano Novo aos amigos

Claudionor CostaDiferente do resto de sua

família, um membro resolveu viver como caboclo. Não era chegado a tecnologias e as “bestage” do povo da cidade. Dizia ele que este pessoal era muito complicado, sem pala-vra e não entendia a nature-za. Em meio às roças e ani-mais ele sempre primava em ser simples e objetivo, tudo que precisava tinha nas mãos, bastava plantar pra depois co-lher, simples assim! Só que um dia recebeu um

recado de que membros de sua família, que há tempos não via, viria no final de “so-mana” (semana). “Faze o quê?” Dizia nosso caboclo. Realizou os preparos neces-

sários, limpou a casa, deu ba-nho nas “criação”, capinou o quintal, enfim, fez tudo que achava necessário pra rece-ber a família. Quando chega-ram, os visitantes observavam tudo. Olhos pra cá! Olhos pra lá! No outro dia, curiosos que só, realizaram uma volta pelas roças, pelo rio, viram os bichos e se preparam pro almoço. A mesa posta, muita fartura

entre os fogões a lenha e a gás, as pessoas se espremiam entre as panelas, as caçarolas, os cachos de bananas pen-durados, o pilão no canto da cozinha, galinha andando pra lá e pra cá. Com tanta fartura gatos e cachorros aguarda-vam alguma rebarba de comi-da dos visitantes. “Mas este povo comia de-

mais e ainda riam da minha cara, da minha simplicidade”, questionou o caboclo. Então ele começou a dizer pra não comerem muito porque depois do almoço tinha murundanga. “Devagar aí pessoal, depois

Calma gente! Depois do almoço ainda tem murundanga!

do almoço ainda tem murun-danga! Daqui a pouco tem murundanga!”. O grupo começou a cochichar

o que seria isto, deve ser so-bremesa, disse um deles. En-tão pisaram no freio na comi-da e ansiosos esperavam a tal murundanga. Alguns partiram só pra salada, outros comiam como passarinhos, um “cuí” (pequeno quinhão, pequena porção) de cada vez. Ao passo que uns iam diminuindo a co-milança, outros olhavam feio para que estes parassem de comer pra então receberem a tal murundanga. Depois que todos tinham pa-

rado o caboclo recolhe as so-bras dos pratos e das panelas, junta tudo num “cardeirão” e com um assovio chama: “Mu-rundanga vem! Vem fia, vem cume! Esse pessoal educado deixou um monte de comida procê! Lhéi só!”. Murundanga era a cadela

mais velha do sítio e era sa-bida que só! Tava tudo com-binado.

* * *Claudionor Costa, 49 anos,

é morador de Ubatuba e nas horas vagas conta causos que conhece ou ouviu dos mais antigos. Também é um difusor da tradição oral e contribuiu com este causo.

O nosso caminho é feito pe-los nossos próprios passos… Mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco!Assim, neste novo ano que

se inicia possamos caminhar mais e mais juntos… Em busca de um mundo melhor, cheio de paz, saúde, compreensão e muito amor.O ano se finda e tão logo o

outro se inicia… E neste ciclo do “ir” e “vir” o tempo pas-sa… E como passa! Os anos se esvaem… E nem sempre estamos atentos ao que real-mente importa.Deixe a vida fluir e perceba

entre tantas exigências do co-tidiano o que é indispensável para você!

Ponha de lado o passado e até mesmo o presente! E crie uma nova vida… Um novo dia… Um novo ano que ora se inicia! Crie um novo qua-dro para você! Crie, parte por parte… Em sua mente… Até que tenha um quadro perfeito para o futuro… Que está logo além do presente. E assim dê início a uma nova jornada! Que o levará a uma nova vida, a um novo lar… E aos novos progressos na vida! Você logo verá esta realidade, e assim encontrará a maior felicida-de… E recompensa…Que o Ano Novo renova nos-

sas esperanças, e que a es-trela crística resplandeça em nossas vidas e o fulgor dos

nossos corações unidos in-tensifique a manifestação de um Ano Novo repleto de vitó-rias! E que o resplendor dessa chama seja como a tocha que ilumina nossos caminhos para a construção de um futuro, repleto de alegrias! E assim tenhamos um mundo melhor!A todos vocês companheiros

(as) que temos o mesmo ide-al, amigos (as) que já fazem parte da minha vida, desejo que as experiências próximas de um Ano Novo lhes sejam construtivas, saudáveis e har-moniosas.Muita paz em seu contínuo

despertar.Um feliz Ano Novo!

* * *

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