jornal maranduba news #19

16
Maranduba, 01 de Dezembro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 19 Destaque: No retorno à Câmara, Frediani dispara: “Vocês vão ter de me engolir” Notícias: CRAS começa atender famílias da região Bandeiras abóbora no encontro latino-americano do MST Alunas da Tiana Luiza ganham medalhas nos Jogos Municipais Show de talentos Gospel anima Maranduba Tecnologia genuinamente caiçara Um cérebro, três rodas e muita dedicação Quilombo lança CD de memória cantada Turismo: Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugar Maranduba a um clique do mundo Gente da Nossa História: Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contar Cultura: Saudade como fonte de emprego e renda as comunidades

Upload: jornal-maranduba-news

Post on 12-Mar-2016

269 views

Category:

Documents


30 download

DESCRIPTION

Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Maranduba News #19

Maranduba, 01 de Dezembro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 19

Destaque:

No retorno à Câmara, Frediani dispara: “Vocês vão ter de me engolir”

Notícias:

CRAS começa atender famílias da regiãoBandeiras abóbora no encontro latino-americano do MSTAlunas da Tiana Luiza ganham medalhas nos Jogos MunicipaisShow de talentos Gospel anima MarandubaTecnologia genuinamente caiçaraUm cérebro, três rodas e muita dedicaçãoQuilombo lança CD de memória cantada

Turismo:

Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugarMaranduba a um clique do mundo

Gente da Nossa História:

Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contar

Cultura:

Saudade como fonte de emprego e renda as comunidades

Page 2: Jornal Maranduba News #19

Página 2 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

EditorialEstacionamentoSegue abaixo ata escrita pes-

soalmente em reunião com o Sr. Geraldo (assessor do prefeito) em 27 de maio de 2010.

1 - Nós sugerimos que a Prefei-tura coloque no estacionamento placas informando a proibição aos veículos ali estacionados de acio-nar equipamentos sonoros assim como das penalidades, que variam desde multa até apreenção do ve-ículo.

2 - Colocação de correntes nos acessos ao estacionamento. Suge-rimos à Prefeitura regulamentar a utilização deste espaço no tocante aos horários de ingresso e perma-nência dos veículos sendo que a noite tais acessos estariam fe-chados por correntes. Lembramos que tal procedimento já foi normal e adotado rotineiramente pela Prefeitura a poucos anos atrás.

3 - Na reunião foi elaborado um croqui esquemático de parte do estacionamento e o Sr. Geraldo se dispos a enviar à Arquitetura para solução da questão.

4 - O Sr. Geraldo irá interagir com a Secretaria de Segurança e outros Orgãos no sentido de efetu-ar ações conjuntas na Maranduba.

5 - O Sr. Geraldo entrará em con-tato com o Sr. Moralino para solu-cionar sobre o acúmulo de água, em especial no piso de bloquetes na Avenida Tenente Manoel Barbosa da Silva - altura do n. 150 - e uma canaleta que represa as águas plu-viais. Conforme alertamos trata-se de um foco de Dengue e que infeliz-mente virou bebedouro de urubus.

Prezados leitores. O estacio-namento em questão está sendo alvo de delinquentes e drogados e a Prefeitura está ciente disto a muitos meses.

Após um ano de ida e vindas na Ouvidoria de Ubatuba e seis me-ses de conversa com o Assessor da Prefeitura eis o balanço -

O que foi feito até agora???? NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Muita incompetência e descaso com os cidadãos de Maranduba.

O posto policial de Maranduba continua fechado a noite que é quando necessitamos dele. O alto volume dos sons dos carros tam-bém continua madrugada a fora. Os urubus também continuam na praia de Maranduba. Também não foram colocadas nem placas nem correntes no estacionamento da prefeitura.

A mesma, foi informada de que lá (estacionamento zona azul - em frente posto BR - a 50 m posto po-licial) tornou-se ponto de uso de drogas, e o fato de não fazer nada a torna conivente com as drogas.

A dengue está chegando... e a Prefeitura continua inoperante.

Parece que se torna patente que o único instrumento que nos resta é uma ação junto a Procuradoria e Ministério Público.

Ainda desejo uma prestação de contas no que se refere ao destino do dinheiro arrecadado na zona azul e cobrado no estacionamento em questão.

Sem mais,Belinda Goldberg

Via e-mail

OrquídeasPessoal, precisamos ter aqui

na região sul, na Enseada do Mar Virado, uma estrutura que possa reunir muita gente, para se organizar eventos e expo-sições como da apresentação a seguir, onde poderemos ter produtores locais de orquíde-as, tudo a ver com atividades econômicas locais totalmente adequadas com o meio am-biente.

Saudações AmbientaisLuiz Carlos Lima

via e-mail

AgradecimentoQuero agradecer vcs por nao

deixarem de manter-me infor-mada dos acontecimentos de nosso Municipio.

Desdo falecimento de meu esposo NEY MARTINS sai mui-to pouco de casa, ate o fale-cimento da mãe dele fiquei em Sao jose dos Campos com ela, agora com seu falecimento es-tou aqui em

Ubatuba direto, mas saio muito pouco, ainda me tras muitas lembrancas, mas quero agradecer de coracao o cari-nho e atencao por me man-ter informada das noticias e aproveito para parabenizalos pelo belo trabalho de vcs, um trabalho serio e de uma forma inteligente de informarmos, obrigado de coracao.

Da leitora e admiradoraTeresa Goes Lemes

via e-mail

Carta do leitorA internet vem oferecendo

a cada dia mais facilidades e interatividade para todos. Nunca a informação esteve tão disponível como agora. O problema é a quantidade de informação é tão gran-de que o difícil é encontrar o que deseja. A tendência mostra que os sites mais procurados são aqueles que se especializam em determi-nado nicho ou assunto.

Seguindo esta tendência, estamos lançando no site www.maranduba.com.br que apresenta informações específicas da Região Sul de Ubatuba. Tudo concentrado num só lugar: turismo, hos-pedagem, cultura, história, mapas, fotos, vídeos e uma infinidade de informações que podem ser acessadas de qual-quer lugar do planeta.

Aproveitando a experiência do Litoral Virtual, desenvol-vemos um site limpo, de fácil navegação, com sistema de busca interna com palavras--chave que utiliza a tecnologia do Google para que usuário encontre o que desejar em nosso site.

Implantamos um sistema de mapas personalizados (tam-bém do Google) que mostra os principais pontos de interesse turístico com a possibilidade de encontrar endereços preci-sos, além de traçar uma rota a partir do endereço do usuário até o local apresentado.

Uma outra facilidade que estamos em fase final de produção serão as imagens em 360 graus, onde se tem uma experiência de imersão total no ambiente visitado.

Com as belas paisagens que a nossa região oferece, este será um dos principais atrativos para atrairmos tu-ristas e alavancar a susten-tabilidade local, que basica-mente vive do turismo.

Além das informações institucionais, também in-serimos os anunciantes do Jornal Maranduba News e do site Litoral Virtual, enri-quecendo ainda mais o re-sultado de quem consulta o site. Com isso promovemos os produtos e serviços da região, colaborando assim com o progresso local. Afi-nal, são os nossos colabo-radores, patrocinadores e anunciantes que proporcio-nam os recursos necessá-rios para as pesquisas, de-senvolvimento e produção deste importante meio de comunicação.

E você, vai ficar fora des-sa? Consulte o site e avalie o custo-benefício de ser nosso parceiro.

Aproveite que ainda dá tempo de colher ótimos re-sultados ainda nessa tempo-rada.

Emilio CampiEditor

Page 3: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 3

No retorno à Câmara, Frediani dispara: “vocês vão ter de me engolir” SAULO GIL

O vereador Rogério Frediani do PSDB era o único vereador que permanecia afastado da Câmara, em função do processo que apura irregularidades nas últimas eleições do Conselho Tutelar do município.

Em julho, o juiz de Ubatuba chegou a afastar seis vereado-res que estariam envolvidos no caso. No entanto, em outubro, o Tribunal de Justiça, que é ins-tância superior, reverteu essa decisão e determinou o regres-so de todos à Câmara.

Porém, pouco depois do re-torno, uma nova denúncia do Ministério Público local, relatou que Frediani teria ameaçado uma testemunha do caso. A promotoria impetrou novo pedi-do de afastamento, dessa vez, exclusivo ao tucano, e a solici-tação foi acatada pelo Juiz da cidade.

Rogério foi afastado pela se-gunda vez e teve de entrar com novo recurso na instância supe-rior. Então, nesta segunda-fei-ra, mais uma decisão foi rever-tida no Tribunal Justiça de São Paulo e o vereador teve garan-tido seu retorno à Casa de Leis.

De volta, Frediani protago-nizou a sessão ordinária desta terça-feira, no Legislativo uba-tubense. Ele abriu o encontro negando as acusações de ame-aças e reforçando a tese de perseguição contra seu manda-to. “A testemunha que se disse ameaçada trabalha na prefeitu-ra e me vê como opositor. Ou seja, tudo isso não passa de uma situação armada contra

minha pessoa e contra minha atuação como vereador”, dis-se Rogério. O vereador tucano continuou como destaque da sessão, desta vez, reforçando seu posicionamento de oposi-ção ao prefeito Eduardo Cesar. Ele foi voto único contrário na aprovação de dois projetos de autoria do Executivo.

A oposição ficou evidente quando Rogério rejeitou o texto que concede o título de “Cida-des Irmãs”, aos municípios de Ubatuba e Benalmádena, da Espanha. O vereador do PSDB disse que na última viagem promovida por cidades irmãs da prefeitura nenhum resultado positivo foi apresentado à po-pulação.

“Da outra vez, o pessoal só curtiu e ninguém prestou con-tas de nada. Nunca mais ti-vemos notícias de possíveis acordos. Agora, os espanhóis dizem que querem produzir azeite aqui, em um município que tem mais de 90% do seu território de área preservada. É brincadeira!”, ironizou Rogério Frediani, criticando a Prefeitura por tanta atenção dispensada na recente vista dos espanhóis ao município. Como não podia deixar de ser, o político regres-so ao Legislativo ainda solicitou uma última palavra antes do encerramento da sessão. Com o espaço concedido, Frediani finalizou o encontro, parodian-do uma frase do ex-técnico da seleção brasileira Mário Lobo Zagalo: “Vocês vão ter de me engolir”, concluiu o tucano, ar-rancando risos da platéia.

O Tribunal de Contas do Es-tado de São Paulo divulgou, no Díário Oficial desta última quar-ta-feira, rejeição sobre a pres-tação de contas elaborada pela Prefeitura de Ubatuba, referen-te à gestão municipal de 2008. Apesar da publicação oficial, o relatório final do processo ain-da não foi concluído. De acordo com a assessoria de comunica-ção do TC, como os documen-tos estão sendo digitalizados, os detalhes do caso, como o parecer do relator e os votos dos Conselheiros ainda não es-tão disponíveis ao público.

No entanto, a assessoria de imprensa confirmou a rejeição das contas de 2008 da Prefeitu-ra de Ubatuba e citou a publica-ção do Diário Oficial do último dia 24 de novembro. O docu-mento traz a seguinte mensa-gem na página 46:

“Pelo voto dos Conselheiros Cláudio Ferraz de Alvarenga, Presidente e Relator, Antonio

Tribunal rejeita contas da Prefeitura de 2008 Roque Citadini e Eduardo Bit-tencourt Carvalho, a Câmara, diante do exposto no voto do Relator, juntado aos autos, de-cidiu emitir parecer desfavorá-vel à aprovação das contas da Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Ubatuba, exercício de 2008”, diz um trecho da de-cisão publicada, acrescentando que os autos serão remetidos à Promotoria local, para as devi-das providências.

“Determinando o encaminha-mento de cópia do parecer e das correspondentes notas ta-quigráficas à consideração do Ministério Público. Esta delibe-ração não alcança os atos pen-dentes de apreciação por este Tribunal”, conclui a mensagem contida no Diário Oficial nesta quarta-feira.

Além da apreciação por parte da Promotoria local, a decisão do Tribunal de Contas também servirá de base para a aprova-ção das contas de Eduardo Ce-

sar na Câmara Municipal. Caso o Legislativo local acompanhe o posicionamento do TC e rejeite a prestação do Executivo sobre as arrecadações e despesas do ano retrasado, o prefeito Eduar-do Cesar corre o risco de entrar na lista dos inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa.

Segundo a assessoria de co-municação do Tribunal de Con-tas de São Paulo, os detalhes sobre a decisão dos Conse-lheiros devem ficar disponíveis nos próximos dias, no próprio site do TC-SP (http://www.tce.sp.gov.br).

A reportagem entrou em con-tato com a prefeitura. A asses-soria de imprensa informou que estaria difícil de conseguir algu-ma informação, uma vez que o setor jurídico estaria mudando de prédio ontem, além do repre-sentante da pasta. O setor de comunicação ficou de averiguar, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Page 4: Jornal Maranduba News #19

Página 4 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Nos últimos dias 14 e 15, 68 integrantes do movimento MST América Latina estiveram na praia da Caçandoca para aprender sobre a organização social e política do Brasil. Dos países integrantes do Cone Sul só o Uruguai não man-dou representante. Segundo os integrantes visitantes o Brasil tem a maior e a melhor organização da América, prin-cipalmente no quesito propa-ganda.

As visitas são partes de um curso cuja duração é de quatro meses, onde os inte-grantes visitam todos os pai-ses latinos. O encerramento está previsto para o próximo

dia 29, onde mostrarão para as lideranças de seus países suas experiências. Todos se encantaram com Ubatuba, principalmente com a Praia da Caçandoca, já que costumam freqüentar as do pacífico, que tem águas mais frias e muitas pedras em suas praias.

Emocionante foi o reencon-tro de amigos que há tempos não se viam, o que aconteceu com um integrante brasileiro de Pernambuco que achou seu amigo no grupo latino americano. Ficaram ainda encantados com a diversidade do artesanato quilombola bra-sileiro aqui representado pela artesã Neide Antunes de Sá.

Bandeiras abóbora no encontro delideranças latino-americanas do MST

EZEQUIEL DOS SANTOSO CRAS - Centro de Referencia

de Assistência Social Maria Balio está atendendo ao lado da sede da Administração Regional Sul na Maranduba. O centro foi inau-gurado no último dia 28, aniver-sário de Ubatuba e começou a funcionar efetivamente no último dia 16 em seu próprio espaço.

Nos primeiros dias o atendi-mento foi realizado no espaço da regional sul. O espaço pró-prio do centro de referencia estava em fase de acabamen-to e adaptação dos pequenos detalhes ao atendimento da população. O atendimento fun-cionará das oito da manhã até as 18 horas. O Centro conta com uma assistente social, uma auxiliar administrativo e uma coordenadora. Em parceria com a saúde conta ainda com uma psicóloga que atenderá duas vezes por semana. O CRAS vai prestar apoio às famílias da região sul até alcançarem au-tonomia e não mais necessita-

CRAS começa atender famílias da região

rem do centro de referência. Os projetos sociais Renda Cidadã, Ação Jovem, palestras e outros cursos de capacitação serão concentrados no CRAS facili-tando o acesso das famílias da região, sem precisar do deslo-camento até o centro. Segundo os organizadores, as áreas de quilombos e aldeias serão aten-didas no local de domicilio já que é de responsabilidade das equipes o deslocamento até es-

tas áreas. Maria Balio é considerada uma

das personalidades feminina mais importantes do município e que para muitos foi considerada “Mãe dos Pobres”. Moradores aprovaram o nome de Maria Ba-lio e esperam que o atendimen-to seja a altura do comprometi-mento, da responsabilidade, da garra e da competência de que Maria Balio trabalhou com a comunidade.

“Nós “cambiamos” (trocamos) vários presentes e gentilezas, não deu para matar toda a nossa curiosidade sobre os países de origem”, comenta a artesã brasileira.

O que ninguém esperava foi a discriminação realizada por alguns membros da comuni-dade na colocação de bandei-ras cor de abóbora em pontos que serviam para delimitar aonde os convidados podiam ir e conversar. Muitos locais e comércios da praia foram excluídos. Moradores ouvidos pelo JMN não entenderam o porquê desta atitude que dis-criminou os próprios iguais no mesmo quilombo.

Alunos da escola municipal Sebastiana Luiza do bairro do Araribá se destacaram nos Jo-gos escolares. A melhor pontu-ação ficou por conta de Tainara Pereira Custódio, 10 anos, que conquistou prata na modali-dade pulo-extensão e Milena Pereira dos Santos da mesma idade que conquistou ouro na corrida de 75 metros rasos. Não é a primeira vez que a jovem atleta conquista o pódio. Mora-dores e conhecidos de Milena e Tainara encontram-se desa-pontados com a falta continua de incentivo e investimento a conquista de outras medalhas e até mesmo ao profissionalismo.

A escola participou das ati-vidades de atletismo, pulo-ex-tensão e queimada num total de 30 alunos. A queimada não alcançou pontuação, mas ani-mou a arquibancada. Tiraram até fotos como Secretario de Esportes do município. Os res-ponsáveis pelo desempenho e acompanhamento dos pe-quenos atletas foi o professor de educação física Woldney Moreira da Silva e do moni-tor de artes João Donizete. As crianças se animaram com a participação e aguardam para o próximo ano o tão esperado jogos escolares. A direção da escola parabeniza os alunos.

Alunas da escola Tiana Luiza ganham medalhas nos Jogos Escolares Municipais

Page 5: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 5

Pequenos atletas de futebol de salão animam torcedores

Show de talentos Gospel anima Maranduba

EZEQUIEL DOS SANTOSNa última tarde do dia 20, cerca de 100 pequenos atle-tas participaram da 1ª rodada de um torneio de futebol de salão realizado pelo profes-sor de Educação Física Pérsio Jordano Monteiro. O evento contou como o apoio da Se-cretaria Municipal de Espor-tes. As disputas aconteceram na quadra da escola municipal Nativa Fernandes de Faria no Sertão da Quina. O torneio terá sua final no pró-ximo dia 27 e conta com qua-tro equipes masculino sub-10 e oito equipes feminino sub-

10/13/15. Sua torcida será muito importante na final que acontecerá no próximo dia 27. Pais das crianças agradecem a determinação do profes-sor Pérsio e dos professores voluntários Joel e Ivan aos quais deram seu brilho para o sucesso do torneio. Agradeci-mentos também à direção da escola. Muitos torcedores fica-ram roucos por conta da torci-da e para a próxima rodada é esperado um aumento de tor-cedores. O evento acontecerá a partir da 13:30hs. do dia 27. Vale a pena conferir. Traga os amigos e a bandeira.

No último sábado 27, a Igre-ja Assembléia de Deus Bom Retiro do Sertão da Quina apresentou o 1º Show de Ta-lentos da Musica Gospel da re-gião sul de Ubatuba. O evento que foi realizado na praia da Maranduba apresentou canto-res, bandas e músicos evan-gélicos e de outras religiões, o que agradou muita gente. Foi possível observar famílias inteiras no evento. O local também teve barracas de ali-mentação. Segundo Pastor Marcos, organizador do even-to, trata-se de mais uma opor-tunidade de exaltar o nome de Deus, além de revelar novos talentos para a música gospel. “É bom ver tanta família, as religiões participando, e que estes talentos estimulem ou-tros jovens na busca do Divi-no”, comenta o Pastor Marcos.

O evento conta ainda contou ainda com a Pastora Tatiana, Leila, Márcia Corrêa Eventos e Líderes da Igreja. Vale lembrar que a musicalidade e a religio-sidade desta parte do muni-cípio é muito forte, o evento deve aproveitar estes talentos

para estimular e reforçar os laços familiares e religiosos comenta a organização. Após o louvor foi apresentado coral, que em seguida foi anunciado o show de talentos. As crianças destacaram-se dando o ar da graça na apresentação e nos cantos. Percebeu-se o nervo-sismo nos competidores e na torcida dos familiares. Após a apresentação os jurados José Correa, Márcia e Carla deram suas notas. A premiação ficou o seguinte: 1º- Juliano (voz e violão), 2º - Bruno (play-back)

e 3º - Gabriel e Janine (voz e violão). O destaque mesmo fi-cou por conta do jovem Bruno que surpreendeu a todos com sua voz forte e doce. Nem o pequeno contratempo na qua-lidade do som tirou o brilho do evento.

Pastor Marcos agradeceu os colaboradores e principalmen-te ao Damião da Secretaria de Assuntos Comunitários da pre-feitura e a Regional Sul. Exis-te um sentimento de espera para o um segundo evento. É aguardar pra ver!

Moradores revoltados com a aplicação do BHC em seus rios realizaram manifestação em frente ao armazém do Sertão da Quina. Na ocasião um po-licial tentou sacar um revolver para intimidar a manifestação quando foi contido por um mo-rador de nome “Zé Jean”. Na confusão policiais solicitaram reforço. Com a chegada de mais policiais alguns morado-res foram algemados e condu-zidos a delegacia no centro da cidade. No camburão estavam os moradores Manoel Gaspar dos Santos, João Correia, José Jean, Benedito Félix e outros

Em 1967 moradores são presos por defenderem a naturezamoradores que não foram lembrados. No caminho outra viatura parou para dar apoio na condução dos “meliantes”. Quando anoiteceu foram libe-rados.

O doutor De Lucca encami-nhou um memorando conde-nando a aplicação, segundo o médico a continuidade do ve-neno nas águas causaria graves danos a saúde da população, além de matar todos os pei-xes, animais e aves que tam-bém se abastecem daquelas águas. Policiais também foram à casa de Antonio Gonçalo no Araribá reprimi-lo por apoiar a

manifestação. Na época o res-ponsável pela distribuição de material e pessoal do governo era um homem chamado Juca de Caraguatatuba. A aplica-ção era parte de uma campa-nha estadual para erradicar os pernilongos no litoral. O que se sabe foi que os rios levaram dez anos para se recuperar, muitos moradores trouxeram peixes e aves de outros lugares para o repovoamento. Muitas aves e pequenos outros animais foram encontrados mortos a beira dos rios de toda a região. Alguns chegaram a ficar doente tama-nha a tristeza em ver o rio mal-

cheiroso, cheio de limo verde e sem vida, as lágrimas corriam quando em um “praiado” viam piabas, jundiás e camarões mortos aos montes. O ciclo de uso foi quebrado, pois o lugar propiciava água e alimento de peixes a população e aos ani-mais da época. Moradores su-biam as montanhas, nas gran-des roças, para buscar água limpa em novos “olhos dáguas” e nascentes.

Para Manoel Gaspar, 75, foi a pior desgraça que eu já vi em toda a região. “São recordações que não gostamos de lembrar, no passado defendemos e fomos

presos, hoje não podemos usu-fruir o que cuidamos”, comenta Manoel Gaspar desapontado. O BHC é um inseticida e sua sigla advém do nome inglês - Ben-zene Hexachloride (hexacloro--ciclo-hexano)- é um produto que combate pragas na lavoura, seu uso está proibido no Brasil há mais de 20 anos. A equipe do governo depois reconheceu o mal que causou a natureza e a aquela população mudando a postura de tratamento ao povo dos lugares afetados e na apli-cação produtos no combate ao pernilongo. Desta vez aplicadas só aos pernilongos.

Page 6: Jornal Maranduba News #19

Página 6 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

No ultimo dia 28 aconteceu à missa de encerramento do IDE: Jovem Evangelizando Jovem na igreja de Nossa Se-nhora das Graças no Sertão da Quina. O Ide trata-se de um retiro de aprofundamento que realiza experimentos da realidade da própria região. Foi um trabalho de quatro meses de preparação. 33 jo-vens realizaram visitas a APAE e ao Lar Vicentino, também a casas para a tradicional reza do terço. Uma família recebeu alimentos e houve uma entre-vista com o Padre Carlos sobre sua vida sacerdotal.

Segundo o seminarista Die-go Serena, é um trabalho para que a palavra de Deus chegue as pessoas mais simples. Na missa de encerramento, reali-

zada pelo padre goiano Delton Filho, foi apresentado o pai do sacerdote recebido com mui-tas palmas pela comunidade. Foi apresentado ainda um vídeo de todo o trabalho dos jovens e seus organizadores além da musica campeã de um encontro em Caraguatatuba. Na pergunta do sacerdote aos jovens sobre a satisfação do encontro, houve um sonoro sim como resposta, que valeu a pena a experiência vivida. Por outro lado, a missa, por vezes animada e jovial arran-cava suspiros e risos com as colocações sobre a vida real com e sem Deus do padre Delton. Percebeu-se um ar de tristeza e despedida do se-minarista Diego, que ganhou uma grande família.

Segundo Letícia Amorim, “todos os jovens tem de agradecer o esforço de Die-go, ele é mais do que um amigo, um irmão”.

Diego conduziu e animou o Evangelizashow que aconte-ceu na noite do sábado 27 jun-to com a Banda do Araribá. O seminarista informa ainda que no próximo dia 4 de dezembro será realizada uma Cristotéca no bairro da Lagoinha com en-trada franca. Diego confirma sua partida em janeiro para a cidade de Taubaté no Vale do Paraíba. Com uma lista em mãos agradeceu cada um que colaborou no evento. Na igre-ja ficou um clima de despedi-da e que o jovem seminarista partirá com o dever cumprido, deixando muitas saudades.

Sentimento de despedida na missa no encerramento de retiro na região

EZEQUIEL DOS SANTOSOs extremos do município

tem inovadores e “professo-res pardais” que se utilizam da tecnologia da escassez para realizar alguma obra. No Uba-tumirim o morador Jorge Ino-cêncio criou através de pecas de caminhoneta, cambio de gol, pecas de maquina de la-var, chassi de rural, ferro elé-trico, tabuas e outras peças sem valor comercial um trator

Um cérebro, três rodas e muita dedicação

adaptado as roças da localida-de. De tão potente e útil o tra-tor tem o apelido de “Raçudo”. No sul o morador Ivanil-

do Schuks - Nildo há tempos vinha desenvolvendo outra maquina, uma de três rodas. A surpresa foi a qualidade da peça que não deixa nada a desejar das grandes monta-doras. Muitos curiosos que-rem saber onde comprou, a surpresa é quando a pessoa

descobre que não foi compra-da e sim produzida “em casa”. A informação é de que já esta em andamento o segundo protótipo da maquina esta em andamento. Além do talento, é necessária muita dedicação. O resultado é esta peça única e bela que desperta até um pouco de “inveja” nos curiosos e amantes de motores. Para-béns pela criatividade e pelo empreendedorismo!

Atividade espiritual antes do encerramento do retiro

Tião Plácido é um daqueles caiçaras que representa bem o povo tradicional de Ubatuba. Assim como outros moradores tem varias qualidades e uma delas é a arte de transformar matéria prima em arte. Nos tempos vagos em sua peixaria ele vai aos poucos juntando fle-chas para produzir gaiola, me-ramente decorativas. Alguns de seu trabalho chegam quase a dois metros de altura e 1,5 m. de largura. Mas como pode? Como ele consegue? Muito sim-ples, os moradores tradicionais tem uma capacidade e visuali-zação em 3D (três dimensões). Ele visualiza a peça antes mes-mo de estar pronta. Tudo isto em fração de segundos. Come-ça assim, quando verifica-se a

Tecnologia genuinamente caiçara

lua já esta pensando no tipo de material, quando esta com o material, já está pensando no seu tratamento e assim vai. Quando está montando ele vê o passo seguinte antes mesmo de fazê-lo, com isto tem tempo e material para realizar alguma mudança.

Recentemente uma renoma-da arquiteta adquiriu um de seus trabalhos para construir uma casa em estilo de gaiola, ela quer utilizar o sistema de sustentação e espaços de que a peça proporciona. A profissio-nal ficou impressionada com a técnica e a capacidade de visu-alização de Tião Plácido. Este é apenas um dos exemplos da tecnologia genuinamente caiçara. Parabéns!

Page 7: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 7

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último final de sema-

na, 20 e 21, a Federação dos Quilombos do estado de São Paulo em parceria com a Associação do Quilombo da Caçandoquinha realizaram varias atividades para marcar o dia da Consciência Negra no litoral norte paulista. Par-ticiparam das atividades as comunidades quilombolas do Cafundó, Brotas, Jaó e Capão Redondo, além das centenas de amigos e simpatizantes da arte e cultura quilombola. A comunidade anfitriã recebeu os convidados com um café da manhã e organizou um almoço comunitário como de costume. Participou ainda o engenheiro florestal Clodoaldo Cajado do Instituto Luiz Gama.

Dois dias foi pouco para as atividades de divulgação do movimento. Ocorreram pales-tras sobre saúde, teatro sobre o combate as drogas, danças de Jongo de Cafundó e Bro-tas. As crianças do quilombo da região mais uma vez des-tacaram-se na apresentação das danças de roda e ciranda. Desta vez as mães participa-ram das danças abrilhantan-do ainda mais o trabalho dos organizadores e das crianças. A apresentação mais espe-rada foi o lançamento do CD intitulado TURIVIMBA (Terra de Negro) que é o resultado de anos de pesquisa sobre a memória falada e cantada de

Kimbomdo, território do nor-te da África de onde vieram os antepassados do quilombo Cafundó. Trata-se de seis mú-sicas na língua mãe da tribo. Vale lembra que o quilombo cafundó é o único do Brasil a manter o dialeto original e que segundo Regina Apareci-da, uma das representantes da comunidade, pretende tra-balhar a língua Banto dos ori-ginais do quilombo Caçandoca e outros.

Foi apresentada ainda par-tes do alfabeto Banto, o que causou curiosidade e satis-fação entre as comunidades. O CD contou com o apoio da Secretaria Estadual de Cultu-ra do estado de São Paulo. Interessante mesmo é ouvir os membros do Cafundó con-

versando no dialeto apresen-tado o que causou emoção nos mais velhos e curiosidade nos mais novos. A noite houve ainda um bailão e um micro-fone esteve à disposição para uma tribuna livre. Todos pu-deram se manifestar. No cen-tro da cidade a comunidade participou de uma missa afro como parte do encerramento das festividades sobre o tema, onde novamente as crianças se destacaram. Quem partici-pou e entende de cultura, arte e musica sabe que não é todo o lugar em que se pode apre-ciar um evento desta enverga-dura, principalmente num lu-gar paradisíaco como a praia do quilombo. Parabéns aos organizadores, já que esta ta-refa é muito difícil e cansativa.

Quilombo lança CD de memória cantadana semana da Consciência Negra

Crianças ensaiam com entusiásmo para a apresentação

CAMILO DE LELLIS SANTOSA famosa Ubatuba é interna-

cionalmente conhecida pela be-leza de suas praias e cachoeiras, por sua importância histórica, por seus campeonatos de surfe e nas últimas décadas por ofe-recer um vasto campo de estudo para pesquisadores.

Por ser uma cidade litorânea e devido a sua proximidade com a Serra do Mar, nossa cidade tornou-se o laboratório perma-nente de muitos cientistas, que interessados na biodiversidade de nossa fauna e flora, subme-tem vários projetos a agências de fomento para que estas pos-sam subsidiar seus respectivos trabalhos.

O Projeto Biota-Fapesp, é o projeto mais integrador, pois reúne diversos pesquisadores e muitas universidades, com o propósito de fornecer dados científicos sobre a caracteriza-ção, conservação e uso susten-tável da biodiversidade do Esta-do de São Paulo.

Como projeto integrante do Biota-Fapesp está o “Levanta-mento fisionômico das comuni-dades bentônicas de substrato consolidado do litoral”, coorde-nado pelo professor Dr. Flávio Berchez do Instituto de Biociên-cias da USP. Em seu projeto, é proposta uma nova metodologia de estudo da ecologia de cos-tões rochosos (conhecida aqui por costeira). Através da análise de imagens, já foram desven-dados quatro quilômetros da costa brasileira. E grande parte do litoral do Parque Estadual da Ilha Anchieta já foi estudada

Ubatuba é alvo de pesquisas

pela equipe. Além de fazer ciên-cia, o grupo mantém na ilha o Projeto Trilha Subaquática, que oferece atividades de educação ambiental no próprio ambiente marinho.

Outro caiçara por pesquisa é o professor Dr. Adilson Franso-zo, coordenador do Núcleo de Estudos em Biologia, Ecologia e Cultivo de Crustáceos do Ins-tituto de Biociências da UNESP de Botucatu, que publicou no ano passado um artigo científico sobre a composição e abundân-cia dos caranguejos nas regiões de Ubatuba e Caraguatatuba. Segundo o estudo, na região de Ubatuba foi encontrado um total de 33 espécies e o estudo pode servir de base para futuros monitoramentos ambientais na região e para mecanismos de conservação e manutenção da biodiversidade do litoral norte paulista.

Além desses projetos, muitos outros estão em andamento, e instituições de nossa cidade, como o Instituto de Pesca, Pro-jeto Tamar, Aquário de Ubatuba, entre outras, também realizam atividades de pesquisa. No en-tanto, quando se faz uma busca pela Scielo (uma biblioteca ele-trônica que abrange uma coleção de artigos científicos brasileiros) de trabalhos relacionados com Ubatuba, encontramos um total de 42 publicações, um número razoavelmente grande para a quantidade circulante de revis-tas científicas nacionais, porém minúsculo perante o potencial natural que nossa terra oferece.Camilo de Lellis Santos é biólogo

Page 8: Jornal Maranduba News #19

Página 8 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugarEZEQUIEL DOS SANTOSCheiros, sabores, sons,

temperaturas e texturas é o que de melhor a região pode oferecer. Numa esfera de re-gião praiana que por um lado tem vestígios da formação do povo brasileiro, consegue se modernizar sem perder a le-veza das flores e aves que a rodeiam. Por outro lado a roça mantém as tradições caboclas das rodas de viola, do feijão no fogão a lenha, das falas caiçaras e da vontade de li-berdade com a natureza que deixa tudo aparente.

A Maranduba está localiza-da a 25 quilômetros do cen-tro e possui vida própria, com centro comercial, quiosques, hotéis, pousadas, restauran-tes, lojas, postos de gasolina, bancas de jornais e sub-pre-feitura. Sua orla disputa com a Praia Grande como point mais badalado da região. Tem vida noturna agitada, barzinhos e quiosques com música ao vivo.

Ponto de partida para as praias do Perez, Bonete, Gran-de do Bonete ao quilombo Caçandoca, Caçandoquinha e do condomínio do Pulso. Ponto de partida para várias cachoeiras no Sertão da Qui-na como a do Corrêa e Água Branca. Para quem vem de Caraguatatuba, esta é a pri-meira praia de Ubatuba com acesso direto pela rodovia. Praia com 2 km de extensão, boa para banho, ela forma com a praia do Sapê e a praia da Lagoinha uma das maiores orlas contínuas de Ubatuba, com cerca de 7 Km de exten-são e uma bela vista para ilhas da Maranduba e do Pontal.

Maranduba e Lagoinha fo-ram palco de espetáculos so-bre o mar e seu povo. Ponto de encontro das comunida-des locais foi elo da forma-

ção cultural que marcou to-das as gerações. Todos têm o que falar desta praia. Nem só de vinho ela viveu, muitos pães amassou para mostrar--se como peça fundamental de desenvolvimento aliado a preservação histórica, cultu-ral e ambiental da região sul de Ubatuba. Seus parentes mais próximos são as ou-tras 29 praias, passando por quilombos, condomínios, co-munidades de pescadores, desertas e escondidas. Sua estrutura é pequena, porém caminhando ao profissionalis-mo de que tanto é necessário para o desenvolvimento ide-al. O mais importante é que as instituições privadas é que dão o ar da graça. Suas areias e marés têm diversidade em toda a sua orla.

Nem só de praia vive a re-gião. Em seu interior temos lindas cachoeiras, ruínas es-petaculares, flores e frutos ao alcance da mão. As aves dão um espetáculo diferenciado de tudo que você já viu. A região foi o maior exportador de gen-gibre do Brasil. Tem em suas matas vestígios da única es-trada de ferro de um século e meio atrás, tem matas com as maiores formações de bromé-lias e orquídeas já vistas. Tem canhões e muros de pedras que combatiam as tropas do governo no período do trafi-co negreiro. Tem artesanato de primeira. Tem opções de estadia, mercado, postos de combustíveis e serviços para todos os públicos. Tem ainda lugares que pararam no tem-po: corridas de canoas, festas

religiosas, atividades espor-tivas, trilhas, mergulho, pas-seios de barcos, gastronomia. Muitos pequenos empresários se qualificam por isso se des-tacam como fazem os produ-tores rurais e artesãos desta parte do paraíso. A região tem fazenda debaixo dágua, as de mexilhões. Tem praias onde as areias emitem os “ics, ics” tamanha pureza de suas águas e areias. Tem praias que formam verdadeiras la-goas que de tão próximas ao mar dá para ir com um pulo. Águas calmas e por vezes si-lenciosas. É possível se aven-turar na chuva, na fazenda.

O lugar tem tantas quali-dades que poderia ser um município. Ele é tão bom que muitos turistas vêm todo o ano do município vizinho para

apreciar nossas belezas. A serra possui uma rede de ca-minhos e trilhas que outrora foi utilizado pelos índios Tupi-nambás e reaproveitado pelos negros e depois pelas comuni-dades tradicionais, dá para ir ao planalto, ao Rio de Janeiro e a Santos. Até OVNIS foram recolhidos em nossas águas. A comunidade vai se adap-tando as novas tendências, mesmo pagando pelos pe-cados das grandes metrópo-les. Maranduba é assim, uma mulher bonita que vem sen-do cuidada aos poucos e que quando estiver pronta surpre-enderá muita gente. Gente que ajudou a cuidar deste lu-gar tão belo e tão importante para as pessoas, as plantas e os animais que aqui habitam e vem nos visitar.

Page 9: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 9

Maranduba a um clique do mundoDe forma pratica, simples

e produtiva o Litoral Virtual inova mais uma vez. O es-túdio colocou no ar o www.maranduba.com.br que é uma versão atualizada dos da-dos e fotos da região sul de Ubatuba. A diferença esta na qualidade das informações e nos colaboradores, que sua grande maioria são descen-dentes das comunidades in-dígenas, quilombolas, pesca-dores, artesãos e produtores rurais que viram em sua cultu-ra algo que pode se transfor-mar em negócio, geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da po-pulação da região. Os temas são variados e sempre atuali-zados. Algumas fotos podem ser observadas em 360 graus, onde o visitante busca deta-lhes numa sensação de real-mente estar naquele lugar.

Temas sobre turismo, cultu-ra, historia e meio ambiente dão a maior importância sobre o patrimônio material e ima-terial deste paraíso. A nave-gabilidade é fácil. O visitante virtual pode seguir varias se-qüências de visitas: pelo texto, pelas fotos, pelo menu ou por temas. A qualidade das fotos é outro atrativo que mostra as realidades e as belezas nuas e cruas deste paraíso.

Quando se navega no site as fotos não se repetem. Existe um mapa de satélite do trecho a ser visitado, guia local, hos-pedagens e também humor. Todos os anunciantes do Jor-nal Maranduba e Litoral Virtual fazem parte do site. Existem outras surpresas a serem co-locadas no site, principalmen-te sobre turismo diferenciado. Quem quiser anunciar e só entrar em contato via e-mail [email protected]

De fácil navegação, o novo site maranduba.com.br tem tudo que você quer saber sobre a região. Confira algumas telas do site

Page 10: Jornal Maranduba News #19

Página 10 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Gente apaixonada por Ubatuba: A saga Patural (parte VI)

Eis a última parte da Saga Patural. Foi com muita satis-fação que dei uma revisada, parte por parte, conforme ia sendo publicada. Agradeço aos editores (Sidney e Emílio) e aos leitores pelo interes-se na história de coragem de Jean-Pierre e Silvia. Creio ter alcançado o meu objetivo prin-cipal, ou seja, dar a conhecer um pouco dessa gente apaixo-nada por Ubatuba. Depois da conclusão da entrevistada, en-cerro com as últimas conside-rações que não posso omitir.

‘Infelizmente não tive sorte com a Sesmaria, pois o meu caseiro Melentino tentou uma ação de usucapião, mas sem nenhum êxito. Apesar disso declarou-se dono da Sesmaria e, há anos, vem vendendo pe-quenas áreas a compradores de Ubatuba que sabem perfei-tamente que o mesmo não é proprietário. A Patrícia, mi-nha primeira filha, assim que alcança os dezoito anos se vol-ta para a questão. Nós temos os documentos, os registros dos funcionários. Até indeniza-ção o Melentino recebeu.

Em 1992, Jean Pierre Júnior, sendo engenheiro civil, decide vir morar em Ubatuba, inician-do a construção de seu primei-ro barco de pesca de camarão e dedicando-se exclusivamen-te a essa atividade. É casado; tem uma filhinha. Aqui nesta casa somos nós: eu e Patrícia. Eu decidi, após me aposentar

pela Unitau, vir também para Ubatuba. Afinal o meu filho já estava morando aqui, além desta terra ter fascinado por tanto tempo a família Patural.

Atualmente não pensamos mais em mexer na questão do Ubatumirim. Porém, toda a documentação está em nosso poder. Há alguns anos estive-mos na propriedade; deu pena ver tudo aquilo sem nenhum investimento, as pessoas que se apoderaram estão vivendo numa situação de miséria e não têm nenhuma perspecti-va de vida. Vocês acreditam que eles continuam usando as duas casas que ainda foram construídas por nós, sem fa-zerem nada de melhorias?

Antes de concluir a minha fala, preciso dizer que até um estudo do potencial das águas das cachoeiras foi fei-to com muita dedicação pelo Jean Pierre; já tinha o projeto de energia gerada alí mesmo, tornando, certamente, uma fazenda-modelo.

Para finalizar: assim que os meus pais souberam do acorrido, me escreveram pe-dindo que retornasse à Fran-ça com as crianças. Eu pensei bem, refleti sobre a situação da Europa e sobre os sonhos em que eu e meu marido tan-to apostamos, me alegrei da nossa ousadia e coragem que se baseava num grande amor. Além do mais, eu estava em-pregada, ganhando razoavel-

mente bem e, as crianças es-tavam estudando e se dando bem no Brasil. É lógico que eu pensei: se voltasse para lá teria que recomeçar tudo de novo. E eu amo este país!”

Algumas considerações minhas: 1- o norte do muni-cípio teria lucrado muito se os sonhos do francês fossem concluídos, pois sua fazen-da demonstraria aos caiçaras as alternativas tecnológicas e as medidas mais racionais para acreditar no potencial produtivo que temos; 2- o povo caiçara teria uma outra perspectiva de vida e de re-sistência frente à especulação imobiliária que acompanhou um modelo de turismo pre-datório, ou seja, que condi-cionou melhoria de vida à re-núncia das terras ancestrais; 3- a cultura, continuando enraizada e circundada pela realidade próxima, se fortale-ceria mais e contribuiria para a preservação de todos os as-pectos implícitos no binômio natureza-homem; 4-um povo vivendo bem com suas raízes também ama a cultura erudita e fermenta as bases para uma sociedade mais justa, solidária e com mais amor, ou dizen-do de outra maneira, re-cria a Terra.

Entrevistada: Sílvia Polacco Patural

Relatório: José Ronaldo dos Santos

No último dia 20, sába-do, moradores da região realizam uma intensa pe-regrinação para socorrer um casal de turistas que perdeu a filha na praia da Maranduba.

Populares se sentiram in-dignados com a informação dada pelo 193 no socorro ao casal.

Do outro lado da linha fo-ram informados que havia apenas três bombeiros para o atendimento em todo o município. No momento das

ações o posto de bombei-ros da praia da Maranduba também estava fechado.

Moradores, comerciantes e ambulantes informam que não é a primeira vez que o posto fica fechado, além do mais em períodos de férias e temporada, são poucos os dias em que se vê a unida-de de resgate no local.

Segundo a moradora A.M.S., 34, os pais estavam muito nervosos a ponto de entrarem em choque. Feliz-mente a criança foi encon-

Moradores fazem peregrinação no socorro a criança perdida na praia da Maranduba

trada na praia da Lagoinha. Os pais foram conduzi-

dos até a criança no carro particular de um policial militar que estava em ser-viço. A praia da Maranduba e a Lagoinha formam a se-gunda maior faixa de areia do município, só perdendo para a do Ubatumirim.

A comunidade da região espera que nesta tempo-rada não falte bombeiros nem viaturas no atendi-mento a população e aos turistas.

Page 11: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 11

Cantinho da Poesia

Aos amigos Rui e Marilda

Caminhos um dia se cruzam,A gente nem sabe os porquês.Talvez idéias perdidas que ainda vivamE que acabam convergindo para vocês.

Gente, pessoas, corpos ou talvez apenas almas.Pedaços de alguma coisa que ficou no passado.Talvez ontem vidas intensas, hoje vidas mais calmas.Amor perdido que voltou a ser pensado.

Sabor de saudade num universo,Confissão de amor perdida no espaço.Sonhos escondidos num momento dispersoDirigindo meu ser por tudo que faço.

Sei que não sou o dono de meu destinoMas me permito escolher aqueles a quem amo.De detalhe escondido, e com certeza o mais fino,Meu coração me diz que quase nunca me engano!

Manoel Del Valle Neto

Aquela foto...

Antes de sair de casaOlho para ti, pendurada na parede do meu quarto,Passos lentos, dou, para trás, contemplando as paredes.

Daquele sonho, ainda tenho nossos olhares,Mas, sobrou, apenas, a imensidão dos sete mares,E, quando fecham-se as portas, sorrisos falsos aos pares.

Quero que saibas disto:Nunca rasguei aquela foto Que você não me deu, eu a roubei do vento... lembra??

Pois naquele simples olhar, ainda de menina, Me reencontro, sem saber bem onde....Por mais distante que você esteja, te encontro,Talvez, porque não saiba, eu, viver sem você,

Mas, essa foto, roubada, te devolverei,Não bem como ela era, pois no verso, escrevi meus amores por ti,Deixarei onde a encontrei, voando com o vento....Pedirei ao tempo para que lhe entregue, para que você possa ler...Os versos de um sonho e gostaria que viesse com a resposta...

Edgar Izarelli de Oliveira

*Encoraje seus filhos a an-dar e brincar sempre acompa-nhados;

* Diga-lhes para evitarem locais perigosos como prédios vazios, vielas, quadras, par-ques isolados, terrenos bal-dios, etc;

*Ensine as crianças a resol-ver problemas com palavras;

* Tenha certeza de que seu filho esta fazendo os per-cursos mais seguros de seus caminhos rotineiros (escola, casa dos amigos, lojas, etc). Faça os percursos e identifi-que pontos arriscados e pon-tos de apoio;

*Encoraje seus filhos a ficar sempre alerta e a avisar um adulto – professor, vizinho, policial, sobre alguma coisa que aparentar estar errado;

Criança na escola e no lazer*Evitar ficar parado em “ro-

dinhas” na porta da escola, entre assim que possível no colégio;

*Não aceite carona de es-tranhos ou convites para, entrar em casas, passear em carros, brincar em terrenos ou garagens, mesmo que atraí-das pela promessa de doces, refrigerantes ou presentes;

*Não aceite doces, balas, suco, refrigerantes, etc de es-tranhos e desconhecidos;

*Conduza seus filhos à es-cola ou entregue-as a pesso-as de sua confiança. Uma boa medida é que vizinhos ou pa-rentes se revezem na tarefa, semanalmente;

*Oriente-as para irem e vol-tarem das aulas sempre em grupo;

*Oriente-os a não pararem em casas de jogos eletrôni-cos, parques de

diversão, campos ou par-ques, especialmente sozinhos;

Manual de Auto Proteção do Cidadão da Polícia Militar do Estado de São Paulo Setor de Comunicação Social - Base de Segurança Comunitária da Maranduba

DISK DENÚNCIA

181VOCÊ NÃO PRECISASE IDENTIFICARAJUDE A POLÍCIAA AJUDAR VOCÊ

O microempreendedor indi-vidual (MEI) foi criado pela Lei Complementar 128/2008 e en-trou em vigor no dia 1º de julho de 2009.

Manicure, artesão, feirante, ambulante, sapateiro, mecâ-nico, encanador, cabeleireiro, pedreiro, pintor, até adestra-dor de animais, entre outros, podem se formalizar e virar um microempreendedor individual.

O objetivo da lei é legalizar a atividade informal e dar pro-teção previdenciária a esses microempresários. Além da re-lação de ocupações que podem aderir ao MEI, é importante informar-se sobre as leis da sua cidade. O ambulante ou quem trabalha em lugar fixo deverá ter autorização da Prefeitura com relação ao tipo de ativi-dade e ao local onde irá tra-balhar. A obtenção do CNPJ e a inscrição da Junta Comercial não substituem as normas de ocupação dos municípios que

Microempreendedor individualdevem ser observadas e obe-decidas.

Quem virar um microempre-endedor individual terá direito a oito benefícios da Previdência. Entre eles, licença-maternida-de, auxílio-doença e aposenta-doria.

A lei garante ainda vantagens como ter a tranquilidade de atuar regularmente no merca-do, ter a possibilidade de com-provar a renda e de participar de licitações, principalmente junto às prefeituras, maior fa-cilidade no acesso a crédito e divulgação da empresa como microempreendedora.

A formalização de pequenos negócios é feita pela internet no site www.portaldoempreende-dor.gov.br. O processo de lega-lização e a primeira declaração anual poderão ser feitas de for-ma gratuita, pelos contadores.

O CNPJ provisório sairá na hora, o que segundo o Sebrae, muda a vida do trabalhador.

“A partir do momento em que você está formalizado, você pode vender para outras em-presas, porque você pode, por exemplo, emitir notas fiscais. E você também pode comprar diretamente dos fornecedores e com isso ter vantagens por-que você vai ter produtos mais baratos”, diz Paulo Okamoto, presidente do Sebrae.

O microempreendedor terá 6 meses para adquirir o alvará definitivo junto à Prefeitura.

Atenção: No dia 09 de de-zembro, quinta-feira, às 9h30, na Associação Comercial de Ubatuba (Rua Dr. Esteves da Silva, 51- Centro), será realiza-da uma palestra gratuita sobre o tema.

Inscrições: Posto Sebrae de Atendimento ao Empreendedor de Ubatuba (PAE): 3834 1445.

A entidade oferece cartilha do MEI gratuitamente. (Fonte: Assessoria de Comunicação ACIU e Sebrae)

Page 12: Jornal Maranduba News #19

Página 12 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Gente da nossa história: Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contarEZEQUIEL DOS SANTOS“Amar pra ser amado” foi as-

sim, baseando-se nesta frase que foram criados junto com os familiares e amigos. Único casal vivo que guarda os reais segredos da aparição da santa Nossa Senhora das Graças no Morro do São Cruzeiro no Ser-tão da Quina, seu Fidencio e tia Maria possuem juntos 202 anos de vida e muita história pra contar.

Ele nasceu Fidencio Manoel de Oliveira em 16 de novem-bro de 1907 na Praia da For-taleza. Ela Maria Gaspar dos Santos nascida em 29 de junho de 1912 no Ser-tão da Maranduba (S. da Quina), filha de Messias Manoel Gaspar dos San-tos e Antonia de Amorim, neta de Manoel Gaspar dos Santos e Rosa Félix Gaspar de Jesus, um dos casais que fundaram a região. Ele, filho do se-gundo casamento de Manoel Zacarias e Maria Bernardina de Santana, seus irmãos são: João Zacarias, Valdevino, Sebastiana, Benedita e Maria Conceição. O ca-sal teve os filhos: José, Zacarias, Braz, Fidencio, Pedro, Sebastião, Maria Conceição, Maria de Oliveira e Manoel Fidencio. Todos cria-dos com muito sacrifício mais com muito amor para dar e distribuir. Maria foi até “ama” de leite de vários meninos, hoje alguns são avós.

Casaram no dia de todas as almas e todos os santos- 31 de novembro de 1928, isso mesmo possuem 82 anos de casamento. Seu Fidencio rela-ta que ganhou de presente de casamento 1.500 pés de café, 1.000 pés de laranja e dois al-queires de mandioca “pra ca-

piná”. Os noivos e convidados foram um dia antes a cidade para o casório, levaram quatro horas e meia a pé. Lá fizeram um pouso para casar na parte da manha para dar tempo de chegar em casa casado e fazer a primeira refeição como mari-do e mulher literalmente a luz de velas (fifó-lamparina). Na chegada tiveram de atraves-sar o Rio Grande (Maranduba) sobre um tronco talhado que servia de ponte. Os homens carregavam as mulheres no colo para não se molharem. Fidencio cavalheiro como era

foi atravessar com a Ana Cor-reia e como o tronco estava molhado os dois caíram na água e o agora marido molhou o terno branco que vestia.

Ele trabalhou na prefeitura com o prefeito Cel. Ernesto de Oliveira, sua função era ascender e apagar o pavio das lamparinas da rede pu-blica de iluminação no centro da cidade. Trabalhou ainda na Santa Casa e na fazenda Jundiaquara. Depois traba-lhou na Fazenda dos Ingle-ses na Vila de Santo Antonio

(Caraguatatuba). Lá jogou futebol na posição de ponta esquerda, aprendeu Kung Fu e Box, era 1925. Ela quando menina participou de todas as visitas da Imaculada a este território. Foi peça fundamen-tal na montagem do único do-cumentário em vídeo sobre a historia da aparição. Muitos outros depoimentos não fo-ram publicados por solicitação de Maria.

Ela é dona de uma musi-ca que aprendeu em sonho, foi por indicação da Virgem, também de uma oração para

rosário que só exis-te aqui em todo o planeta. Quando fala sobre o tema, lagrimas correm em seu lindo rosto, per-cebe-se que é pela descrença e perda do respeito sobre o tema e também pela felicidade que a aguarda. Suas orações e cantos saem de sua boca como se não fosse ela que esta dizen-do. Sai como doce e como canto de pás-saro.

Ela ainda recorda das grandes roças

na Pedra Preta, de mandio-ca brava para farinha, café, banana, dos feijões de corda como a fava, rama doce para acompanhar o café e da Mu-laé, segundo moradores a rama de mandioca mais anti-ga do Brasil, espécie que foi trazida pelos negros escra-vos. Maria é da Irmandade Sagrado Coração de Jesus e da Legião de Maria, devoção deixada a pedido da Imacu-lada em 1915-17, a qual não participa por conta das con-dições físicas, mas todos sa-

bem que participa na fé, que é inabalável. “É tanta pouca--vergonha hoje em dia, que se soubessem o que os aguarda pediriam perdão a Virgem”, desabafa Maria.

Perguntado o que eles aguardam a resposta foi curta: “DEUS”. Quando ca-saram as únicas coisas que compravam era a querosene, sal, “fórfi” (fósforo), sapato e fazendas de panos. Fidencio trabalhava com as tamancas (calçado) de madeira, algu-mas eram produzidas em Ubatuba na antiga Fazenda

Usina Velha. As mais chiques eram trazidas de Portugal, umas abertas e outras fecha-das. A fazenda Usina Velha tinha trazido do Porto de São Sebastião do Rio de Janeiro um automóvel que era a fas-cinação de todos. Um dia um pneu furou e o estepe tinha de esperar chegar de Portu-gal, mais um carpinteiro mui-to bom de Ubatuba providen-ciou uma roda completa de madeira, a fama do carpintei-ro cresceu ainda mais. Muita gente passava pelo carreiro

desta fazenda para ouvir o ronco do motor do “automó-ver”.

Ele ainda tem a replica de legítima Henrique Laporte, cartucheira de 1925 com pe-ças de vidro calibre 40. Sem-pre simples o casal é hoje Patrimônio da região. Quando Fidencio nasceu o Sertão da Quina tinha pouco mais de setenta anos de vida. Chegou a ver muitos escravos bisa-vós dos remanescentes qui-lombolas da Ubatuba atual. Seus detalhes impressionam. Ao conhecer a vida deles e

de tantos outros desco-brimos que mesmo com a vida dura a região era linda e as pessoas não eram tão gananciosas como hoje, que a nossa vida é cheia de frescura, com o dizia minha avó. Tratavam-se pessoas puras, mesmo com o ini-cio da especulação imo-biliária e a tomada das terras, como bem relata o livro Ubatuba Terra e População da Mestra Maria Luiza Marcilia.

Ao ver a paz que bus-cam neste tempo e o silencio mostram a sa-bedoria que cabe a nós tirar o chapéu e agrade-

cer a Deus pelo privilégio e a honra de të-los como teste-munhas oculares da história e da formação de nosso país. Principalmente a mim que ouviu, sentiu, abraçou, falou com Fidencio e Maria. Ao pedir a benção a este casal parece--me que pedi a todos que um dia conheci e partiram, num coro imagino ouvir o “Deus Te Abençoe, Te Guarde e Te Proteja Meu Filho”. Confesso que não tem dinheiro que pa-gue esta sensação, uma das prazerosas que vivenciei.

Page 13: Jornal Maranduba News #19

01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 13

Saudade como fonte de emprego e renda as comunidadesCRISTINA OLIVEIRAMesmo com a simpli-

cidade de nossas vidas, havia sempre alguma que nos marcavam. Muita de-las era sobre coisas sim-ples que não envolviam dinheiro e nem status. Em algumas situações, dinheiro nenhum neste mundo pagaria por este prazer ou privilégio. Lem-bro-me da comoção que era a visita da Folia de Reis e do Divino a nossa região.

A folia era como o jor-nal da época. Através de seus membros sabíamos o que acontecia em todos os cantos da cidade. To-dos paravam para acom-panhar os Reis. Eram ser-vidas boas bebidas, café com bolo, “escardado de galinha”. Tudo debaixo de muita alegria. Seus membros tinham casas marcadas para pouso. Outra festa boa foi a da Nossa Senhora das Gra-ças, daquela que tinha o leilão, bate-pé, Moçam-bique trazido da Serra Acima, tinha ainda seus moradores que faziam peças teatrais animadas. Era história, cultura e en-tretenimento tudo junto. Era bom porque todos participavam de todas as etapas. Para a festa os rapazes vestiam suas melhores roupas, aquelas de domingo, tudo passa-do a fero de brasa, pe-sadões, de difícil manu-seio. As moças com suas roupas de festa e com brilhantina no cabelo, es-tilo “cashimere bouquet” no rosto (pó de arroz). Programação boa mes-mo era fazer rodinha pra

contar e ouvir causos, os mais assanhados se chega-vam aos pais das moçoilas e ficavam papeando (o tal do xavéco). Se a menina desse um sorriso, a noite ia ser boa.

Naquela época era um escândalo ver a canela de uma moça. As modas de viola e rodadas de truco atraiam mais gente do que o campeonato brasileiro. Aos domingos as missas e depois o campo de futebol era o ponto de encontro do pessoal, ali você sabia de tudo, era um ponto de re-ferencia para tudo, princi-palmente para os mutirões. Tinha ainda o jogo de ma-lha que era na venda do seu Moisés, que tinha um uniforme padrão, sunga azul, camisa de botão e chapéu de palha, que utili-za até hoje. Família bacana deste homem.

Os primeiros doces com-prei no bar do “Zé Leal”. Lá tinha de quase tudo. Outro armazém que meu pai fala muito foi o do “Mané Gas-pá”, onde é parte do prédio da escola Tereza dos San-tos. Uma ou duas vezes por ano aparecia o barbeiro e o dentista. Era um aconteci-mento ”tirar” o dente. As romarias para Aparecida eram por vezes realizadas a pé, outras no pau de arara. As vias sacras eram repre-sentadas por atos, queria eu saber quem era aquela mulher que subia no ban-quinho e cantava “Por aqui passou um homem...”, e os soldados que batiam as lanças umas nas outras quando cruzavam a procis-são. Fé a parte, tratava-se de um espetáculo ao ar li-vre, assim como a missa

afro realizada no quilombo da Caçandoca.

As missas comemora-tivas eram aguardadas o ano todo. Era uma beleza, turistas vinham aos mon-tes ver a tradição e a pre-paração de um povo leigo, que se fosse profissional não faria tão bem. Isso era em todas as comunidades da região. O presépio, as luzes natalinas, as can-ções, os violeiros. As festas particulares também eram rodeadas de charme, be-leza e fartura, mesmo que a família fosse desprovida, algo acontecia e nada fal-tava.

Moradores da região cos-tumavam se consultar com Dona Quininha (Joaquina), mãe do João Américo, que fazia remédios caseiros a base de ervas da localida-de. Outros iam a cidade consultar com o Seu Juqui-nha, antecessor do Seu Fi-lhinho. Juquinha tinha uma Botica no centro, vendia remédios por doses, tinha também o “suador”, mé-todo usado para expulsar a doença do corpo. O pa-ciente tomava chá quente e um comprimido, depois se enrolava num cobertor ou numa esteira de palha, ficava quietinho por horas deitado até o suador pas-sar. Pronto resolvido!

O que mais me dói é sa-ber que não trata de sau-dosismo e sim de formulas antigas que com roupagens novas podem muito bem substituir este marasmo que está nossa cidade por algo que, além de animar o povo e o visitante, poderá proporcionar a geração de emprego e renda a muita gente. Quem se habilita?

“Juquinha tinha uma Bo-tica no centro, vendia re-médios por doses, tinha também o “suador”, método usado para expulsar a doen-ça do corpo”

Page 14: Jornal Maranduba News #19

Página 14 Jornal MARANDUBA News 01 Dezembro 2010

Cinco vidas em uma só: experiências edesventuras de uma jornalista em livroIzabela Vasconcelos, de São Paulo

A vida reservou para ela mo-mentos inéditos, um conjunto de situações que pouca gente viveu em 34 anos de vida. De jornalis-ta a imigrante ilegal na Europa e técnica de enfermagem em clínica psiquiatra no Brasil. É assim a vida nada comum de Cláudia Canto, que, de cada aventura e aprendi-zado, fez um livro.Empregada doméstica, enfer-meira, freelancer e escritora

Chegar à Europa com 500 eu-ros do bolso, viver como imigrante ilegal, trabalhar como emprega-da doméstica em cárcere priva-do são algumas das lembranças que a jornalista tem para contar. “Cheguei a fazer frilas na Europa, escrever para jornais, e a vender anúncios também, mas não podia mostrar minha cara, porque eu es-tava como ilegal”, conta Claudia, que encontrou na função de em-pregada doméstica um caminho para o sustento.

De um ano que ficou na Euro-pa, oito meses foram em cárcere privado em um Palácio em Lisboa, onde trabalhou cuidando da man-são. Entre as experiências vividas, essa foi a mais difícil. “Trabalhava e cuidava de dois idosos na casa, não tinha praticamente folga, nem podia sair pra nada, nem pra tele-fonar”. Não voltar de “mãos aba-nando” foi o que motivou Claudia a continuar na “prisão”.

A jornalista, que só tinha algu-mas horas para sair no domingo, recebeu propostas para se pros-tituir, conheceu algumas pessoas da noite, mas se negou a entrar nessa vida. “Tive sim a opção de ter me tornado uma prostituta, mas descobri que, para tal, o ta-lento é primordial, e me falta este recurso, felizmente, ou infelizmen-te”, revela.

Foi dessa “aventura” que nasceu

o “Morte às vassouras – Diário de uma jornalista que se tornou em-pregada doméstica em Portugal”, publicado em 2002 pela editora Edicon, que, de acordo com ela, “retrata a mediocridade humana”.

O livro foi lançado em Portu-gal e está sendo traduzido para o espanhol. Apesar dessas vitórias, Claudia critica a imprensa, por não dar espaço aos projetos alternati-vos. “Não saiu nada sobre o meu livro na grande imprensa euro-péia. Houve uma certa censura. Foi publicado só nos jornais alter-nativos”, desabafa.Transtornado e escritor: todo mundo tem um pouco

Depois dessa obra, Claudia mal imaginava que estava prestes a passar por outra experiência que lhe renderia mais um livro, a de técnica de enfermagem, uma de suas formações, em uma clínica psiquiatra. No primeiro dia em seu novo emprego, foi recepcionada por um homem que apresentava todos pelas suas respectivas doen-ças mentais.

“Agora você deve estar queren-do saber o que eu tenho, né?! Eu sou o genro do George Bush e só não saí com a Madonna porque eu não quis”, apresentou-se o ho-mem com transtorno bipolar. “Isso é para eu escrever de novo, pen-sei. Eu creio nas oportunidades. E esse foi até um livro didático, de acordo com os conhecimentos que tenho desses casos”, diz a jornalis-ta, que publicou seu segundo livro, o “Bem-vindo ao mundo dos raros – Contos e crônicas de uma psi-quiatra”. Depois da passagem pela clínica, Claudia também participou de palestras sobre o tema, onde, vestida como paciente, interpreta-va os casos que presenciou.

“Mulher Moderna Tem Cúm-plice”, uma provocação aos ma-chistas, de palntão. No livro, a jornalista aborda o drama dos

relacionamentos atuais e violência contra as mulheres.A cidade dormitório virou mulher

Nascida e criada em Cidade Tira-dentes, periferia da zona leste de São Paulo, a jornalista faz do bair-ro, conhecido como “cidade dormi-tório”, sua nova obra. “Cidade Ti-radentes, de menina a mulher”, a região é tratada como uma perso-nagem que cresce entre desafios e conquistas.

“Faz tempo que eu queria fazer um livro sobre o meu bairro. Fui então convidada pelo Instituto Po-lis para montar um site sobre Ci-dade Tiradentes e reunir material sobre o bairro para o site. Essa foi a oportunidade”, explica Cláudia, que sempre atuou e ainda trabalha em projetos e veículos alternati-vos, palestras, saraus, e com tudo isso, divide também espaço entre a enfermagem e o jornalismo, em veículos da zona leste da cidade.

Arrependimento por alguma das experiências? Nunca. “Não me ar-rependi com nada. Pelo contrário, estou caçando outros assuntos polêmicos. Essas experiências me trouxeram maturidade e humilda-de”, diz a jornalista, imigrante ile-gal, empregada doméstica, enfer-meira e escritora, com suas “cinco vidas”.

Claudia CANTO Jornalista MTB 32.809

F 9881 1451

Page 15: Jornal Maranduba News #19

Túnel do Tempo 01 Dezembro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

No começo todos remavam na mesma direção...

Qual o segredo do amor?

2000 2002Já exportamos Folia de Reis para o Vale do Paraíba

Naquele tempo, bolo de 3 andares, só com mutirão

1973Passeio de caiaque nas enchentes da Maranduba...

1993

Nós continuamos os mesmos, mas os nosso cabelos... cairam!

2001Esse não buzinava para sair na foto com a família na moto

SPA caiçara incluia sauna seca, biju, café e banana assada

1985

1995

Já tivemos bom candidato...

1990Capela antes do incêndio criminoso. Será que os autores dormem sossegado?

1999

2000Famlia de colaboradores deste jornal e reunião secreta

Daqui saiu namoros e casamentos1988

1996Se alguns não tivessam casado, hoje estariam jogando na Eurocopa

Capitão Nascimento começou assim, bem cedo já era orgulho da mãe

1986

No dia de hoje trago uma mensagem que nos emociona pela grandeza de uma peque-na criança com seu gesto.

Reflitam!!Foi num dia desses. Eram

dois irmãos vindos da favela. Um deles deveria ter cinco anos e o outro dez. Pés des-calços, braços nus. Batiam de porta em porta, pedindo comi-da. Estavam famintos.

Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam.

Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: Vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos.

E voltou com uma caixinha de leite. Que alegria!

Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: Você é mais velho, tome primeiro...

Estendeu a caixa e ficou olhando-o, com a boca se-miaberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos.

O menino de dez anos le-vou a caixa à boca, no gesto de beber. Mas, apertou for-temente os lábios para que nenhuma gota do leite pe-netrasse. Depois, devolveu a caixinha ao irmãozinho: Agora é a sua vez. Só um pouco, re-comendou.

O pequeno deu um grande gole e exclamou: Como está gostoso.

Agora eu, disse o mais velho. Tornou a levar a caixinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada.

Agora você. Agora eu. Agora você...

Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzi-nho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.

Foi nesse momento que o extraordinário aconteceu. O menino maior começou a can-tar e a jogar futebol com a cai-xinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria.

Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fa-zer coisas grandiosas sem dar importância.

Observando aqueles dois ir-mãos e o Agora você, Agora eu, nossos olhos se encheram de lágrimas.

Que lição de felicidade! Que demonstração de altruísmo! O maior, em verdade, demons-trou, pelo seu gesto, que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe.

Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo.

Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em nossa mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados.

Fazer ao outro o que gosta-ria que lhe fosse feito.

O óbolo da viúva.Amai-vos uns aos outros...

* * *

Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade.

* * *

Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.

* * *

Faze o bem, sempre que possas. E, se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felici-dade estará esperando por ti.