jornal maranduba news #28

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Maranduba, 20 de Agosto de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 28 Praia Dura Beleza de encher os olhos e o coração Foto: Emilio Campi

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Maranduba, 20 de Agosto de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 28

Praia DuraBeleza de encher os olhos e o coração

Foto: Emilio Campi

Página 2 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3832.2067 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:

O “Meio Ambiente” como ritual nazista à cultura formadora da nação

O Brasil que conhecemos é muito rico e a cada

etapa da história existe uma forma de explorar e destruir a cultura como remédio de to-dos os males.

A bola da vez é destruir várias riquezas por conta do apelo ecológico. Coisa de co-lonizador que nos dias atuais tem outros nomes, que de novo influenciado pela matriz européia e americana, por motivos de preservar o ver-de ($$$$$$) se enchem de patriotismo quando destroem uma cultura (?????).

Vale lembrar que uma das características próprias de nosso povo é a preservação, a utilização sustentável, a manutenção do meio ao seu redor, a respeitabilidade de tudo o que for utilizar, para utilizar pra sempre.

As condições ambientais que foram encontradas aqui é o modelo ideal de uso e preservação, vistas por es-pecialistas e cegadas pelos limitados colonizadores am-bientais. Para isto bastava separar o joio do trigo, mas será que eles sabem pelo me-nos o que significa esta me-táfora? Ao menos o que são estas espécies?

Parece até que o coloniza-dor ambiental quer formar um novo povo, um homogê-neo capaz de dizer apenas

“sim senhor!”. Povos estes que historicamente são co-nhecidos como brasileiros distinguidos pelo modo de vida, pela sua rusticidade, pelo seu patrimônio, dizeres, fazeres, pelo manejo ecoló-gico e econômico, etc. Povos que em suas diferenças se fa-zem iguais nas suas funções ecológico-regionais. Por isso ele é pluriétnico, pluricultural e riquíssimo em tudo que fa-zem e sabem, são nada mais que brasileiros que já, ecolo-gicamente falando, exercerem seus DEVERES cuidando da fauna e da flora para que hoje outros tirem o chapéu em seu nome, falta agora reconhecer

seus DIREITOS. Ou eles (co-lonizador ambiental) é que tão certo e errado continua a ser a Bíblia?

Vê-se uma estreita cama-da social privilegiadíssima, que do “Meio Ambiente” ga-nha muito dinheiro, status, manda e desmanda criando situações que aumentam as distâncias sociais intranspo-níveis, nos fazendo acreditar que o grosso destas popula-ções é que sempre tá errado. Claro que tá!

A cada nova saída pacifica e sustentável uma Resolução para transformar quem de-tinha o direito e a sabedoria em criminoso. Dá IBOPE, sai

na mídia, agrada outros colo-nizadores, dando de presente às comunidades tradicionais tensões jurídicas e adminis-trativas, a iminência de ter o nome no rol dos culpados, de-suniformidade étnico-cultural, criando um caráter traumá-tico aos homens e mulheres de bem: os sertanejos, os caipiras, os caboclos, os ri-beirinhos, gaúchos, pantanei-ros, indígenas, quilombolas, caiçaras, entre tantos outros brasileiros milionários miserá-veis, que por conta do colo-nizador ambiental encontram--se sem terra, sem canoa, sem história, sem cultura, sem vida, mas rico em sabe-doria natural.

Este “nazi-facismo-ambien-tal” trata, maltrata, destrata, destrói, ignora, explora, de-plora, abaixa, rebaixa, trata desigual seus iguais, é uma atitude racista e discriminado-ra deste povo como se fosse uma conduta natural, o pior sob os olhares das autorida-des, principalmente do MP (Ministério Público ou Priva-do?) e dos legisladores, salvos alguns “espécimes raros”. De-cisões que alojam, desalojam, realojam, realocam, deslocam famílias inteiras, como se fos-sem ratos de esgotos. Desta forma negam toda a façanha da formação e fusão cultural de nossos povos.

Será que se os colonizado-res aprendessem e respeitas-sem estes patrimônios, antes que acabe por completo, o meio ambiente não seria mais rico? Pobre deles, não pensam assim, não iam ter mais status e nem sair na TV. Estão atrás de dinheiro, voto e status.

Aprendi que a diversida-de biológica está dentro do dito Meio Ambiente e é tudo que está em nosso redor e não está associada somente as folhas, pelos e escamas. Por isso não entendem, não conhecem os que protegem, defendem e resguardam es-tes patrimônios. Salvos as au-toridades que vivem no mun-do real.

O judiciário e o MP materia-lizam as leis, mas em Ubatuba parece que eles petrificam e congelam estas regras de convivência. O que dizer a es-tas pessoas do qual o cérebro só nasce raiz e nenhum fruto, seria a mesma coisa que ensi-nar um porco a cantar, além de não cantar ainda vai mor-der a nossa canela. Melhor parar por aqui senão quem vai assinar a carteirinha de bandido no fórum e precisar de um advogado serei eu.

Ezequiel dos SantosCaiçara e Gente (Não bicho)

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 3

Projetos de Frediani em defesa da saúde,cultura e portadores de doenças graves

O projeto de Lei nº 17/11 de autoria do vereador Rogé-rio Frediani - PSDB que havia sido aprovado anteriormente e recebeu veto total do prefei-to municipal foi derrubado na sessão (02/08) por unanimi-dade dos vereadores.

O projeto autoriza o Execu-tivo municipal a instituciona-

lizar e a reconhecer os circui-tos turísticos no município. O projeto tem como objetivo a promoção e o reconhecimen-to dos circuitos conhecidos e outros que podem ser criados. Considera como circuito a ser explorado o conjunto de ativi-dades de uma mesma região com afinidades culturais, an-

tropológicas, sociais, ecológi-cas e econômicas que se unem para organizar e desenvolver a atividade turística local de for-ma sustentável. Trabalha ativi-dades continuas de integração das comunidades, consolidan-do uma atividade de relevante interesse social, cultural, eco-nômica e ambiental.

O projeto que é autorizativo prevê ainda a certificação do reconhecimento do circuito, que será expedida em conjun-to entre a Secretaria Municipal de Turismo, a Comtur, Asso-ciação Comercial de Ubatuba e o Sindicato de hotéis e restau-rantes do município. “O proje-to é para ajudar o circuito a

estruturar melhor a sua ativi-dade turística, como forma de atrair mais turista a uma de-terminada região e estimular a permanência dos moradores nos locais de atração turística, potencializando suas particu-laridades”, termina Frediani, lamentando o descaso do pre-feito com o projeto.

Câmara derruba veto do prefeito a projeto que trata de circuítos turísticos

Dos Projetos de Lei do verea-dor Rogério Frediani-PSDB em pauta da 23ª sessão, 09/08, dois haviam sido vetados pelo prefeito municipal, são eles o que institui a política munici-pal de valorização do artesa-nato regional (PL 16/11) e a que torna obrigatória a apre-sentação da caderneta de va-cinação no ato de inscrição de crianças em creches, escolas maternais, jardins de infância e pré escolar da rede pública do município (PL 26/11).

Posta em discussão o veto foi rejeitado por unanimidade dos vereadores que entenderam a importância da valorização do artesanato e da vacinação as crianças. O que trata da iden-tidade e da cultura através do artesanato foi fruto de conver-sas entre as comunidades que ainda possuem um vestígio da arte típica do litoral.

Para Frediani, “o fomento e a valorização ao artesanato e seu produtor é fundamen-tal para a construção de uma política pública voltada à ma-nutenção da identidade cultu-ral e histórica, bem como das tradições culturais, regionais e típicas de nossa sociedade endêmica, sendo também, principalmente um importante meio para a geração de traba-lho e renda que vem se adap-tando aos novos tempos sem perder o charme característi-co de nossa região, estado e

país”, finaliza o autor. No caso da vacinação a discussão foi mais acalorada tendo como pano de fundo a proteção à saúde do munícipe, unânimes foram as justificativas para a rejeição do veto. Foi citado ainda o acontecido no bairro do Rio Escuro e as muitas ci-dades que adotam este pro-cedimento como pratica de prevenção e estímulo a manu-tenção de uma vida saudável deste a infância.

Já o Projeto de Lei 29/11, que cria o quarteirão cultural como instrumento á cultura e desenvolvimento local foi apro-vado e compreende o espaço como instrumento de orga-nização urbana, destinado a ordenar a utilização do espaço público e incrementar o seu desenvolvimento, através do estímulo à integração, à convi-vência social e à atividade eco-nômica, em áreas da cidade com reconhecido potencial ou vocação para a difusão da cul-tura, da gastronomia e do tu-rismo. Outro importante proje-to aprovado foi o de nº 33/11, que autoriza o poder executivo (prefeitura) a isentar de paga-mento do IPTU os portadores de doenças graves ou seus res-ponsáveis legais. Frediani disse que é um projeto também liga-do a saúde. “Tem muita gente que gasta os poucos recursos que tem com algum tipo de tratamento levando ao desgas-

te toda a família, são doenças que precisam de cuidados e atenção constantes, este pro-jeto é em defesa da saúde e a da vida em primeiro lugar”, finaliza Frediani.

O vereador agradece as pes-soas que tem colaborado na elaboração dos projetos, que são fundamentados dentro da necessidade real e do convívio dos próprios moradores que

colaboram com o gabinete de Frediani. Informa ainda que seu gabinete encontra-se de portas abertas a população na busca de soluções e melhorias a toda a comunidade.

Página 4 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

Homenagem aos agricultores de Ubatuba

Endereço: Praça Teodorico de Oliveira, 38

VENDA DE SEMENTES COM QUALIDADE

Endereço: Praça Teodorico de Oliveira, 38Ilha dos Pescadores - Ubatuba

Telefone: 012 3832 1253

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Descarte de lixo em áreade preservação permanente

LAURA FURLAN LUVISOTTOE ARNALDO LUVISOTTO

O condomínio SAMOLA, na praia da Lagoinha, está sendo alvo de descarte de lixo em Área de Preservação Perma-nente APP. Os resíduos foram encontrados a uma distância de dez metros de uma nas-cente de água que forma uma pequena lagoa em área de pre-servação permanente.

Segundo moradores, um caminhão branco carregando uma caçamba própria para en-tulhos descarregou o lixo com alto potencial poluidor em ple-na rua nº 15 do referido con-domínio.

A maior parte do material descartado é composto por

Lixo jogado em área de preservação permanente pode causar poluição em nascente próxima na Lagoinha. Moradores ale-gam ter visto um caminhão branco descartando o lixo no local.

Jogar lixo em Área de Preservação Permanente é crime.DENUNCIE!

Disk Ambiente: 0800-113560Comando da Polícia Ambiental: 0800-0555190

itens não degradáveis, tais como: embalagens de isopor para marmitas, latas de refrige-rante e cerveja, garrafas pet e sacos plásticos. Também pode ser identificado no local certa quantidade de lixo orgânico em decomposição, como restos de comida que causam mau chei-ro e desconforto para aqueles que residem nas redondezas.

A regional da Maranduba foi comunicada por telefone, mas alegou, como de costume, não possuir máquinas disponíveis. A polícia ambiental, após ser informada do ocorrido, compa-receu ao local.

Os moradores da SAMOLA não sabem de quem aguardar providências.

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 5

Gengibre é destaque em TV regionalEZEQUIEL DOS SANTOSO Sítio Recanto da Paz no

bairro do Araribá foi destaque na Vanguarda TV no último dia 02 de agosto. A matéria trata do gengibre e seus sub-produtos, a equipe da TV foi justamente no período do ano que é o da colheita. Lá co-nheceram e registraram todo o processo que vai do plantio até a fabricação de produtos.

Destaque para o histórico positivo da produção, que na região foi muito forte para a exportação na década de 1980, só o sitio do Araribá, mandava por safra cerca de 100 toneladas a Europa, Es-tados Unidos e Arábia Saudi-ta. Ubatuba na realidade foi um dos municípios beneficia-dos por seus produtores, foi considerada a mais impor-tante e forte na produção do gengibre.

Em 2005, teve produtor da regiao que ganhou até pre-mio, como é o caso do agri-cultor Seu Sebastião. A maté-ria fala ainda da importância do plantio e do cuidado que o produto necessita. Seu plan-tio começa entre os meses de agosto e setembro.

O agricultor Amarildo Pa-zzeli comenta da paciência e da habilidade que o produto tem de ser trabalhado, para ele é preciso cuidado e aten-ção, principalmente na hora de lavá-lo, se quiser vender o produto inteiro. “É um clima quente e úmido, chove mui-to aqui em Ubatuba. O solo é argiloso e favorece o cresci-mento do gengibre”, comenta Amarildo a equipe de televi-são. Para a empresaria Anne Kamiyama, o sitio trabalhou até pouco tempo somente com exportação e há quatro anos atrás observou que o gengibre estava com uma do-

ença e por outro lado o dólar havia caído, foi o pontapé ini-cial para adaptarmos ao mer-cado interno, e deu certo.

Uma pesquisa da Universi-dade de Nagasaki, no Japão, realizada com aquela raiz de ardidinho inconfundível, mos-tra que a raiz atua como um bom antioxidante, antidepres-sivo, ajuda a prevenir gripes, resfriados, e pasmem, é afro-disíaco. Rico em ferro, cálcio e vitaminas é comum cada vez

mais encontrarmos produtos a base de gengibre.

Foram varias as visitas de alunos, estagiários e espe-cialistas a propriedade, que tem montada uma pequena cozinha industrial, onde criam receitas a base da raiz. Entre elas a raiz cristalizada, em conserva, desidratada. Tem também suco, sorvete, biscoi-to e suspiro além de boas no-vidades que vem por aí. Vale a pena conferir estas delícias.

“É um clima quente e úmido, chove muito aqui em Ubatuba. O solo é argiloso e favorece o crescimento do gengibre”

Amarildo Pazzeli - agricultor

Nos últimos dias 07 e 16 de julho aconteceram os Jogos Regionais em Pindamonhan-gaba. Destaque foi a equipe de futsal feminino de Ubatuba que desta vez levantou a taça no lugar mais alto do pódio. Nossas meninas sagraram-se campeãs da segunda divisão passando por equipes fortes e na maioria favoritas de todos os jogos. A equipe contou com as seguintes atletas: Maralina, Ana Carolina, Jéssica, Amanda, Helen, Dani, Marina, Thammy.

Na competição os bairros do Sertão da Quina e Araribá foram representados por Joyce, Núbia, Suellen, Hingrid e Gabriela. As meninas tive-ram orientação do conhecido professor de esportes Pérsio Jordano Monteiro, que foi o técnico da seleção munici-pal de futsal feminino nestes jogos. “Vale lembrar que ne-nhuma equipe de todo lito-ral norte havia sido campeã

Futsal feminino conquista ouro em Jogos Regionais do interior

dos jogos regionais, apenas Ubatuba havia conquistado prata em 2009 e agora o tão sonhado ouro em 2011”, co-menta o técnico campeão.

O orgulho está estampado no rosto das meninas e de seus familiares pela conquis-ta histórica e inédita no futsal feminino. A equipe campeã e suas famílias agradecem a colaboração do Mercado Su-pimpa e Calhas Norte que acreditaram no trabalho e no potencial das atletas. Agrade-cimentos também ao Secre-tario Municipal de Esportes Fabio Medeiros e a prefeitura pelo apoio.

Confira agora os resultados: Ubatuba 2 x 0 Canas – clas-

sificação/Ubatuba 3 x 1 Parai-buna-classificação

Ubatuba 3 x 1 Caçapava--quartas de final/Ubatuba 1 x 0 Aparecida–semifinal

Ubatuba 5 x 0 Campos do Jordão-final

Se destacando mais uma atleta da Maranduba em ar-tes marciais (kung fú). Letícia Christina, de dez anos, vem se destacando pela Associa-ção Long teh de Ubatuba nos campeonatos regionais. A atleta esteve no Campeonato Paulista 2011 em 15 e 16 de julho pela Federação Paulista de Kun fú no Ginásio do Gua-rani em Campinas onde nos trouxe 04 medalhas 01 ouro, 01 prata e 02 bronzes sendo assim classificada para o bra-sileiro que será em setembro em Brasília.

Muito orgulhos seus pais e únicos patrocinadores lhes desejam muita sorte porque garra e potencial você já tem.

Kung Fú: mais medalhas

Letícia Christina se classificou para o brasileiro em Brasília

Página 6 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

ALINE REZENDEUma equipe de pesquisadores

da Ong Dacnis está realizando o levantamento da avifauna presente no Sertão do Cambu-cá, uma área de recuperação na região norte de Ubatuba, que faz parte do Parque Esta-dual da Serra do Mar - Nucleo Picinguaba, administrado pela Fundação Florestal. Em dois meses de trabalho, o resultado já foi considerado surpreen-dente. Cerca de 170 espécies de aves foram registradas, sendo que duas delas nunca haviam sido avistadas antes em Ubatuba. São elas: a águia--pescadora (Padion haliaetus) e o mergulhão-caçador (Podilym-bus podiceps). O levantamento se estenderá por dois anos e a expectativa, segundo os pes-quisadores, é chegar a 300 es-pécies nesse período.

O objetivo da pesquisa, en-tre outros, é oferecer subsídios para que seja traçado um pla-no de manejo para a região, considerando que as aves são espécies bioindicadoras, ou seja, são capazes de revelar a qualidade do ecossistema, os impactos sofridos e os ca-minhos para a recuperação do meio ambiente local. Para tanto, os pesquisadores fazem registros fotográficos e sono-ros, por meio da observação direta do animal em liberdade, além de considerarem outros vestígios, como fezes, ninhos e pegadas.

O Sertão do Cambucá é um ambiente que sofreu degrada-ções por conta de uma fazenda que existia no local, onde era feita extração de areia e cria-ção de búfalos. Hoje, o local é administrado pelo Pesm-Pi-cinguaba e, além de ser uma área de recuperação, serve de base para pesquisadores dos

Pesquisadores registram duas espécies de aves nunca avistadas em UbatubaAs espécies foram vistas em área de recuperação do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, base Cambucá

mais diversos assuntos.Segundo o pesquisador

Edélcio Muscat, em apenas dois meses de pesquisa, a quantidade de aves avistadas no Sertão do Cambucá de-monstra que o ambiente tem uma excelente capacidade de regeneração. “O Sertão do Cambucá está se mostrando um paraíso de fauna e flora. Apesar de ter sofrido interfe-rência e degradação humana por vários anos, o local possui um ambiente salutar e grande potencial faunístico.”

A grande diversidade de es-pécies encontradas no Sertão do Cambucá, inclusive as duas aves que nunca haviam sido avistadas em Ubatuba explica--se, segundo os pesquisado-res, pelo fato de ser um es-paço geográfico relativamente pequeno, com características distintas. “O pasto desativa-do, o lago, a mata primária... Essa diversidade de ambien-tes cria condições especiais de alimentos para a ocorrên-cia dessas espécies”, explica o coordenador de campo da pesquisa, Carlos Rizzo. “Te-mos esperanças de muitas surpresas pela frente. Encon-trar espécies nunca avista-das na região é uma grande realização. Equivale a um gol em campeonato importante”, entusiasma-se.

Pesquisa com viés popularA Ong Dacnis está sediada

em Ubatuba e tem como en-foque de trabalho a defesa da Mata Atlântica e de seus habi-tantes. Por esta razão, o gru-po desenvolve projetos que focam não somente o estudo de espécies da mata, mas também envolve as comuni-dades locais, considerando o conhecimento popular como algo de extrema importância

para as pesquisas científicas.Segundo a presidente da

Ong Dacnis, Elsie Rotenberg, a ideia é desenvolver na co-munidade a valorização da Mata Atlântica como amiga da população e não um estorvo, algo a ser destruído. “O uso do saber popular aliado ao saber científico possibilita um trabalho que pode inserir os jovens e adolescentes em um mercado de trabalho ecologi-camente correto. Esta é uma de nossas metas: Traçar ca-minhos educativos para criar fontes de renda não extrati-vistas.”

Para Carlos Rizzo, que de-senvolve um trabalho de capacitação para guias de ob-servação de aves nas comuni-dades de Ubatuba, este tipo de pesquisa é de grande valia. “Os resultados da pesquisa científica e desse levantamen-to da avifauna são revertidos imediatamente para a comu-

nidade. Estamos conseguindo transformar ex-caçadores em guias, dando a eles uma for-ma de continuar vivendo no Parque sem serem tratados como criminosos ambientais. O conhecimento extrapola as paredes da sala de aula e leva as pessoas ao contato pacífico com a natureza, com possibi-lidade de emprego e renda.”

A sede da Ong Dacnis está situada em uma proprieda-de de 169 mil m² no bairro do Rio Escuro. A casa-sede e a oficina estão em reforma e serão oficialmente inaugura-das em breve, mas já podem ser visitadas. Para saber mais, entre em contato pelo e-mail: [email protected] ou por telefone: (12) 9158-0521.

Mergulhão-caçador ainda jovem encontrado no lago do Cambucá

A águia-pescadora foi registrada em pleno ar - Fotos Elsie Rotenberg

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 7

Mulheres do Bonete desenvolvemprojeto de resgate do etnoconhecimento

EZEQUIEL DOS SANTOSIntitulado de Projeto Saíras,

mulheres da Praia Grande do Bonete desenvolvem um pro-jeto de resgate da cultura, do conhecimento e da auto valori-zação feminina. O projeto come-çou com uma conversa informal entre a professora Ana Rosa, a arte-educadora Ana Carmem Nogueira e a psicóloga Vera Ma-ria Ferreti. Muito bem desenvol-vido ele trata da cultura local, da identidade própria e da trans-missão do conhecimento. Outra importância foi a de as ativida-des terem caráter voluntário e a maioria das peças adquiridas de várias formas, desde doação até a compra direta.

Sendo uma comunidade qua-se isolada, com acesso só por barco ou a pé, é difícil saber dos reais interesses de seus mora-dores. As facilatadoras-colabo-radoras tiveram, em principio, a preocupação de não haver ade-são das mulheres, mas o suces-so é crescente e tem recebido propostas de mais participantes. Atualmente o grupo possui 15 integrantes e vai para 18.

As atividades também envol-vem o trabalho da valorização enquanto esposas, mães, filhas e pilares do ambiente familiar. Lá elas compartilham suas an-gustias, suas necessidades, suas experiências, anseios e possibilidades. Também desen-volvem trabalhos artesanais, já que muitas se descobriram em suas habilidades. No dia da vi-sita do JMN, as mulheres mos-traram trabalhos com costura e retalhos, idéia surgida por conta delas realizarem estas ativida-des cotidianamente como o re-paro das roupas dos filhos, dos esposos e delas próprias.

A proposta agora é transfor-mar como produto para geração

de emprego, renda e reconheci-mento. Na realidade cada reta-lho produzido e costurado retra-ta um pedaço da historia destas mulheres de fibra. É um pedaço significativo da formação daque-le povo que, por vezes, se con-funde com a formação da nação brasileira, e que, até o momen-to, não vem sendo reconhecido. Para as facilitadoras trata-se de um aprendizado e tanto. “Cada dia um presente para nós”, co-menta Vera.

O interessante é que elas aprendem juntas e desenvol-vem mecanismos que facilitam o convívio naquela comunidade. O trabalho é pautado no respeito à regionalidade cultural, educa-cional e social, por isso é bem aceito por todas. Fora do traba-

lho, elas se reúnem uma vez por semana para tratar dos assuntos e resolver as coisas entre elas. Os trabalhos contam com tare-fas a serem resolvidos em casa.

Por conta dos trabalhos rea-lizados, as mulheres do Bonete transformaram-se em um grupo forte, organizado e atuante, ser-vindo hoje de exemplo a muitas pessoas. Depois de muita pes-quisa o nome escolhido entre elas foi o Saíras. Segundo elas é por conta de andarem em ban-do, juntos.

O slogan ficou mais ou menos assim: “Em bando por um bem comum delas e pela comunida-de”. A ave escolhida -como lo-gotipo- está estampada no peito nas camisas brancas que elas vestem com muito orgulho.

SAULO GILA Santa Casa de Ubatuba in-

formou na última quinta-feira que as radiografias realizadas no hospital seguem restritas aos casos de urgência e emer-gência. No início de julho, o principal equipamento público de Raio X da cidade quebrou e, segundo a gestão da entida-de, o defeito não apresentou possibilidade de reparo. Mais de um mês depois do proble-ma, os pacientes seguem en-contrando dificuldades para a realização dos exames e a solução ainda deve demorar cerca de 45 dias.

Isso porque, o único apare-lho de Raio-X que atende de forma pública os munícipes ubatubenses tem um poten-cial reduzido e corre o risco de apresentar defeitos em caso de utilização constante. “Infe-lizmente, temos de aguardar a aquisição e instalação de um novo equipamento, pois, se começarmos a fazer todos os exames nesse aparelho me-nor, podemos ficar sem ne-nhum e aí teríamos um proble-ma muito mais grave”, explica o gerente de relacionamento da Santa Casa, Clovis Rotth, que espera a normalização do atendimento para o próxi-mo mês. “O novo aparelho já foi licitado e a aquisição está em andamento, mas é preciso respeitar os ritos necessários. Além disso, teremos de espe-rar que uma equipe especia-lizada realize a instalação do equipamento aqui no hospital. Acredito que em 45 dias já te-remos tudo pronto e o novo Raio-X funcionando”, prevê o representante da Santa Casa de Ubatuba.

Novo Raio-X só chegará emsetembro na Santa Casa e exame segue restrito às emergências

No entanto, mesmo com as impossibilidades e restri-ções anunciadas, os Postos de Saúde da cidade seguem en-caminhando os exames para a Santa Casa de Ubatuba. A reportagem confirmou a situa-ção em um PSF da região Sul. “Nós continuamos mandando para a Santa Casa. A gente sabe do problema lá, mas não podemos deixar de atender aqui”, disse a funcionária de uma Unidade do município. A gerência de relacionamentos do hospital admite os proble-mas com a demanda e diz que muitos pacientes só encon-tram uma solução mais rápida no meio particular. “É uma si-tuação temporária, mas quem quer um diagnóstico mais rápido está realmente pro-curando clínicas particulares para realizar o Raio-X. Quero até aproveitar para esclarecer que os exames realizados pela empresa terceirizada não tem nada a ver com a Santa Casa. Eles só utilizam as dependên-cias do hospital, mas o apa-relho é particular e não está sendo utilizado em nenhum atendimento do SUS”, com-pleta Clovis Rotth, explicando a situação dos conveniados e particulares.

Fonte: Imprensa Livre

Página 8 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

Praia Dura: riqueza de encher os olhos e o coração EZEQUIEL DOS SANTOSA Praia Dura tem seu acesso

pelo Km. 68 da SP-55 com cer-ca de 20 Kms. do centro, já foi composta de uma comunidade atuante, principalmente ante-rior às décadas de 60. Havia ranchos de canoas, roças, jun-dú, araçás, laranjas, bananais e em seu canto uma venda - armazém, que em sua maioria realizava o mucambo, a troca de mercadorias. Por ali passava muita gente que vinha do pla-nalto, da cidade e dos bairros costeiros e dos sertões mais ao sul.

O local tem seu nome pelas condições em que se apresen-tam suas areias. Trata-se de uma faixa continua de areias limpas, duras uniformes e mui-to concentrada. É uma das poucas praias que possui esta característica. No local é quase impossível fazer algum castelo de areia. Sua faixa de areia adentra suavemente o mar como num combinado natural aconchegante. Esta caracterís-tica faz com que seu visitante caminhe muitos metros aden-tro para ter a água pela cintura. No seu canto esquerdo desá-gua o Rio Escuro, que vem das varias nascentes de seu sertão. Ë um dos mais belos deltas que Ubatuba possui. É sem duvida uma das mais belas paisagens abertas ao público neste terri-tório municipal.

A praia não mudou muito, mas sua faixa sofreu interfe-rência quando na construção da rodovia, da ponte e da es-peculação imobiliária, que ain-da sofre. Existe ainda um gran-de mangue de rio navegável. Na maioria do tempo, propor-ciona uma viagem ao inexplo-rado passado Tupinambá. Uma particularidade é a areia de baixa radioatividade chamada

de monazítica, comum no lugar procurada por varias opções de tratamento.

Assim como o canto da Lagoinha, a Praia Dura ofere-ce também a visão do majes-toso, misterioso e imponente Pico do Corcovado. Esta praia deveria se chamar praia mansa por sua calma. De águas quen-tes, na maioria do tempo, ela proporciona banhos relaxan-tes, esportes náuticos, pesca e

nada. Isto mesmo nada, ape-nas sentar-se em uma cadeira e apreciar a natureza.

O local é mais indicado para famílias. Sua forma abobada-da compõe a enseada de For-taleza, formando um conjunto arquitetônico natural que só a criação divina pode executar. Considerada segura é comum a observarmos do continente para o mar, mas quem pode já realizar a experiência contraria

nota sua mejestuosidade quan-do ao desembarcar em suas areias. Imaginem como foi na época das caravelas e índios locais. Nesta praia é possível a pratica do surfe, mas só quan-do acontecem as ressacas que-brando ondas grandes em seu canto esquerdo. Ë lá que fica a trilha que leva à praia da Barra ou Palmira.

A praia é desprovida de quios-ques, estacionamentos, ambu-

lantes, sombras de amendoei-ras. De suas areias é possível perceber ela cercada de verde, de cheiros e sabores nativos. A primeira impressão já é possí-vel perceber que é uma praia muito bonita. A faixa do jundu hoje é habitada por um condo-mínio de alto padrão de frente para o mar. Este conjunto de luxo dificultou o acesso a praia, mas é possível alcançá-la sem maiores problemas.

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 9

Local tinha outros sentidos para a população caiçaraO local já possuiu outras ri-

quezas, antes das “demandas” de terras e seus capangas, tão conflituosas no passado. A re-giao já foi muito atrativa por suas belezas históricas e cul-turais.

Muitos moradores já pas-saram por ali e presenciaram as belezas culturais de que Ubatuba possuiu. Para um povo que não tinha o dinhei-ro como seu modo de vida, bastava ver o entardecer na praia, acordar as quatro da manhã para pescar com os compadres, repartir em qui-nhão os pescados ou trocá-los por farinha ou banana. Era de um povo que vivia da caça, da produção e da coleta.

Para as festas vinham gente de todos os lugares, vinham a pé, de canoa, a cavalo, prin-cipalmente por conta de seu carnaval. Era João Diogo quem organizava o carnaval na Praia Dura, segundo o caiçara Se-bastião Pedro de Oliveira, to-dos tomavam banho de pó de café e goma (polvilho de man-dioca). Na época os homens, sem a “poca-vergonha” de hoje, vestiam-se de mulheres e as mulheres se enfeitavam para dançar ao som das violas caboclas, comenta Tião Pedro. Enquanto os homens pesca-vam madrugada adentro, as mulheres se preparavam para buscar os pescados com seus samburás.

O local já teve fábrica de tamancos confeccionados em caxeta, madeira macia, tam-bém exportada para fabrica-ção de lápis. Até histórias de bruxas haviam por aquelas bandas. Sabe-se que foi um trecho de muita importância na formação do município.

O rio, que foi considerado as vias de acesso do passado, já

foi muito mais utilizável. Exis-tem muitas historias que con-tam trechos deste magnífico lugar, que tinha movimento e sentido para a população caiçara.

Atualmente trata-se de uma cultura de paisagem e que os olhos vem apenas uma parte de suas belezas, as verdadei-ras visões ficaram no passado, mas sabemos que por conta disso ela ainda é tão bela e cobiçada.

Página 10 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

Região Sul no Conselho Estadualda Comunidade Negra e Indígena

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 5, Ubatuba se

fez representar no Conselho Estadual de Participação do Desenvolvimento da Comuni-dade Negra e Indígena na ca-pital. O evento aconteceu no auditório Ricardo Alvarenga Trípoli na sede da Secretaria da Justiça e da Defesa da Ci-dadania e contou a presença de 35 participantes, sendo 29 votantes. O litoral paulista es-tava bem representado com conselheiros das cidades de Guarujá, São Vicente, Santos, Caraguatatuba e Ubatuba. A abertura foi realizada pelo ex-presidente do Conselho Dr. Antonio Carlos Arruda e pela secretaria estadual Eloísa de Souza Arruda que deu início a 1ª reunião ordinária de tra-balho. Dentre os conselheiros está Antonio Antunes de Sá, Presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoquinha e membro do tucanafro municipal.

Para o Conselho trata-se de um marco histórico, pois é a primeira vez que o colegia-do tem uma representação quilombola e indígena ocu-pando uma cadeira. Para a

secretaria Eloísa “a represen-tação quilombola é um marco nos avanços dos trabalhos em favor das comunidades ne-gras e indígenas, dando mais dinamismo e características próprias às propostas a serem apresentadas e implantadas a estas comunidades”. Frisou ainda de que o governador Geraldo Alckmim-PSDB dará maior atenção aos conselhos estaduais. Finaliza a fala colo-cando de fato a secretaria a disposição das comunidades negras e indígenas.

A eleição para a nova dire-toria tranqüila e vencida pelo advogado Marco Antonio Zito Alvarenga. O novo presiden-te do Conselho é procurador federal – carreira que passou a integrar por concurso pú-blico -, tem 58 anos, casado, três filhos e é avô de dois ne-tos. Para a vice-presidência, Ivan Renato de Lima, e Sueli Aparecida Gonçalves, para a secretaria. O Conselho é for-mado por 32 membros, sen-do 22 da sociedade civil e 10 indicados por secretarias do Estado, e o mandato é de 4 anos. Antunes aproveitou a oportunidade para realizar vá-

rios contatos para propostas afirmativas sobre as questões que vem ocorrendo no municí-pio de Ubatuba, tanto ao con-selho como aos membros do Tucanafro estadual. Nos bas-tidores foi possível “ventilar” a idéia de proposta para criação de uma pasta no conselho só para as questões indígenas e quilombolas. Outra questão foi à criação dos conselhos municipais da comunidade ne-gra e indígena, que no caso de Ubatuba, teve seu projeto vetado pelo atual prefeito de-pois da aprovação na Câmara do projeto de Lei do vereador Rogério Frediani-PSDB.

O estado de São Paulo de-tém a maior população negra do país, são 35% da popula-ção, cerca de 15 milhões de paulistas negros e indígenas. Participou também do even-to o quilombola Mario Ga-briel do Prado, Coordenador da Federação dos Quilombos do estado de São Paulo, vice presidente da Associação do Quilombo da Caçandoquinha e presidente da Tucanfro Ubatuba, que também repre-sentou o vereador Rogério Frediani neste evento.

Legislação-Parte IA Lei Federal 10.826, de

22/07/2003, também conhe-cida como Estatuto do De-sarmamento, entrou em vi-gor no dia seguinte a sanção presidencial. Antes, porém, foi regulamentado pelo De-creto 5.123, de 01/07/2004 e publicado no dia seguinte no Diário Oficial da União pas-sando a valer naquela data. O Estatuto, sob o titulo de Munição Legal regula, orien-ta, esclarece sobre o porte o registro de armas, munição, licenças e autorizações em todo o território nacional. Muito bem discutido e ela-borado ele trata de Deveres e Direitos dos homens de bem de nossa sociedade. Lá fica bem claro que não mais existem registros fornecidos pelos estados, ficando agora a cargo da Policia Federal as armas de uso permitido e ao Comando do Exército no caso de uso restrito. A lei é clara quando restringe alguns itens a maiores de 18 e menores de 25 anos, mas se tiver arma registrada anterior à lei terá o direito adquirido garantido, não prejudicando o ato jurídi-co e a coisa julgada. No caso de Registro de Caçadores de Subsistência (Artigo 6º, inci-so 5º da Lei 1.826/03 e artigo 27 do Decreto 5.123/04) ou Caçadores Desportistas (Ar-tigo 2º, parágrafo único, da Lei 10.826/03 e artigo 2º do Decreto 5.123/04) existem regras a serem cumpridas para a legalidade. A princi-pio a arma deve ser lícita e legal para ser registrada, com nota fiscal de compra, decla-ração de próprio punho, tes-temunha, formal de partilha, recibo, etc. Depois alguns itens devem ser analisados para preencher requisitos ao Registro e ao Porte de Arma para Caçadores de Subsistên-cia. A Lei garante armas de uso permitido (alma lisa) e a aquisição de 200 cartuchos por mês, garante o uso de arma portátil de tiro simples com um ou dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16, isto é qualquer

Estatuto do Desarmamento prevêregulamentação da atividade do caçador

espingarda de cartucho, ex-ceto as de calibre 12. Quem regula a atividade é a Policia Federal através do SINARM (Sistema Nacional de Armas). Os Caçadores de Subsistência estão isentos do pagamento da taxa de registro (artigo 11, inciso 2º, Lei 10.826/03 e ar-tigo 73, inciso1º, do Decreto 5.123/04).

Já o Caçador Desportivo deve procurar o Serviço de Fiscalização de Produtos Con-trolados da Região Militar de seu domicilio, é preciso ser associado a uma associação de caçadores e preencher os requisitos da legislação citada. Este pode possuir 12 armas, sendo quatro de uso restrito. Para quem não caça e tem armas a título de co-leção também existe regu-lamentação, que é através das normas baixadas pelo Exército Brasileiro (Artigos 83 a 93 do decreto 3.665/00, R-15 – Regulamentação para fiscalização de produtos con-trolados). Em todos os casos existem profissionais compe-tentes e até autorizados para realizar os procedimentos à legalização e regulamentação destas atividades. Todos de-vem possuir registro e porte das armas e munições, no caso os certificados expedi-dos pela Policia Federal ou Exército apenas habilita o de-tentor a adquirir e a legalizar armas e munições destinadas a treinamento, caça, defesa e a prática desportiva. No caso da licença para caça despor-tiva a autorização para sua pratica depende do Ibama. Para caçadores tradicionais de subsistência a luta é histó-rica e cheia de altos e baixos, o que vamos ver na próxima edição.

Fonte: Companhia Brasi-

leira de Cartuchos, Depar-tamento de Polícia Federal, Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Confederação de Tiro Prático, Diretoria de Fiscalização de Produtos Con-trolados/Comando Logístico/Exército Brasileiro.

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 11

Cantinho da Poesia

Sua ausência

Sua ausência é o frio de uma noite escuraÉ uma lágrima que me escorre no rosto sem eu querer

Sua presença seria a coisa mais puraDe todas as coisas que um homem pudesse crer

Na distância me vejo e me sinto sozinhoA procura de um sol que aqueça meus dias

Como pássaro errante a procura de um ninhoPreenchendo com seu sorriso minhas noites vazias

É bom sonhar um sonho impossívelTentando transformar o sonho em realidadeE escrever das histórias aquela mais incrível

Na vã tentativa de tornar o sonho numa verdade

Manoel Del Valle Neto

Eu Te Amo

Meu amor por ti é tanto, tanto, tantoque as vezes não sei se gosto tanto assim,

Quando, entretanto tu imaginas o significado do meu pranto As vezes tento te esquecer, na maioria das vezes é impossível,

pois o que sinto por Ti é inexplicável.Tudo me faz lembrar você e raramente me engano.

Eu?Eu simplesmente Te Amo.

Wellington Gomes de Oliveira

A luz que brilhava além da conta,contada por gente simples

CRISTINA DE OLIVEIRAEra comum em famílias sim-

ples os pequenos sentarem-se a soleira da porta e ouvir as histórias dos mais velhos que eram passados por gerações.

Por vezes me peguei diva-gando sobre os “causos” que ouvia de minha mãe. Muitas delas me despertavam os sen-tidos, outras me colocavam a questionar sobre o mistério dos acontecidos. Um deles ainda me chama a atenção, foi um ocorrido lá pra meados de 1950, tudo aconteceu em um sítio pras bandas de Var-gem Grande. Era um pequeno casebre de pau-a-pique que fi-cava na parte de cima de uma encosta que circundava o Rio dos Bagres, todo o terreno era um capinzal só acompanhado por moitas de pé de Camba-rá. Atrás da casa o galinheiro, um cercado onde eram cria-dos os porcos. Amarrado a um pé de Ingá um velho bode que acompanhava a família há anos.

Era uma tarde quente, céu sem nuvens, no ar apenas uma leve brisa vinda do capo-eirão logo acima de onde mo-ravam. Vovô foi levar um feixe de lenha, uns rolos de fumo, óleo de “bicuíba” pra lampari-na, tudo pra vender na cidade. Com o dinheiro iria comprar peixe seco, sal e “fórfi” (fósfo-ro). Vovó ficara com os filhos, tinha de terminar umas enco-mendas de esteiras e cestos.

Lá pelas tantas, preocupa-da com a demora do compa-nheiro, senta na soleira da porta com as filhas para rezar o terço e tomar uma “fres-ca”. Na história, minha mãe relatou que era noite escura como “breu”, céu “apinhado” de estrelas, noite de calmaria.

De repente, sem mais nem menos, em um ponto no céu aparece uma luz forte, bota forte nisso! Todas pensaram que era uma estrela maior que brilhava além da conta, lhéi só! Ou algo assim. Então ela foi descendo e tomando a forma de um grande ovo. As-sustadas como estavam não se mexiam, ficaram paralisa-das observando aquele objeto estranho e não identificado chegando mais perto, deu, se-gundo elas, para ver que abriu umas portas ou algo assim.

O ovo parecia agora o for-mato de uma grande cruz em meio a claridão que possuía. A luz era tão intensa que ilu-minava todo o sapezal assus-tando os bichos que estava atrás da casa. Mamãe dizia que dava para ver tudo como se fosse dia.

Depois de observar aque-le “tróço” estranho minha avó começou a rezar. Aquele

“tréco” brilhou por dez minu-tos e depois começou a se fe-char, transformou novamente em um ovo e subiu, sumindo em meio as estrelas. Aque-la sem dúvida foi uma longa noite.

Assim que surgiram os pri-meiros raios do dia, vovó cor-reu à cidade e lá “assuntou” com todos que via e conhecia, o conselho que recebeu foi para esquecer o que viu, ficar quieta sobre o assunto, não mais falar do ocorrido e assim infelizmente se “assucedeu”.

Mas este não é o único caso em nossa história de uma luz visitando nós rélis mortais. Muitos outros “causos” acon-teceram por aqui e não foi há muito tempo não. Neste caso a televisão se encarregou de sumir com os “causos” de ver-dadeiros brasileiros, daqueles respeitosos que a “forma” que os fabricou foi quebrada ou jo-gada fora.

Página 12 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

Edson Lima Melchior (Bengala) O homem do esporte

EZEQUIEL DOS SANTOSNatural da cidade de Guaru-

lhos, Bengala nasceu em 12 de outubro de 1956, pra Ubatuba veio em 14 de maio de 1974. Aqui chegando logo tratou de fazer amigos. Bengala conse-guiu uma casa de caseiro onde viveu até os últimos dias.

Apaixonado por esporte sem-pre acompanhou os eventos, principalmente os que trata-ram de futebol. Quando jovem, recebeu o apelido do Senhor Benedito Euzébio de “Bengala” por conta de ser cumprido, ma-gro e muito branco. Foi na rea-lidade uma forma carinhosa de apelido e que ficou conhecido até seus últimos dias.

Bengala vivia ajudando as pessoas, muitas vezes tirou de seu próprio bolso para não deixar ninguém passar necessi-dades, atendia a família de co-nhecidos e desconhecidos. Atu-ante, preocupado com o futuro da garotada fazia de tudo para que os campeonatos dessem certo. Enquanto estivessem dentro das quatro linhas do campo não estariam “fazendo besteiras”, dizia.

Edson foi casado com a Sra. Sonia Maria Oliveira Melchior, pai de dois filhos: Elisângela Aparecida Melchior e Cristiano Robson de Oliveira, Bengala tinha duas paixões: a família e o futebol, que o projetou po-sitivamente. Trabalhou muito para sustentar a família, suas principais atividades econômi-cas eram as pinturas e as jar-dinagens. Quem o conhecia achava que ele tinha tempo só para o futebol, mas não é bem verdade, o futebol o projetava para unir as pessoas e a família entendia seu papel social. Para dar bom exemplo dizia que o fu-tebol havia o transformado em homem de verdade, daqueles que não precisava roubar e nem fazer algo que Deus não gosta.

Edson era apaixonado assu-mido por Ubatuba. Achava seu município lindo e maravilhoso. Num passado recente tentou a candidatura a uma cadeira no legislativo, não venceu, tam-bém não desanimou, para ele a vida continua. Homem humilde era comum vê-lo de bicicleta ou a pé, não tinha vergonha de

ser simples, aliás isto não era defeito e sim qualidade. Era o homem que vivia para o “ser” e não para o “ter”, por isso era muito respeitado. Não se sabe de ninguém que havia conse-guido extorqui-lo ou comprá-lo com promessas.

Em 1996 fundou o Esporte Clube Marissol, dedicando-se a sua vida ao esporte e ao resga-te da cidadania tendo o futebol como pano de fundo. Assumiu também a presidência do Es-porte Clube Maranduba, aonde lutou por melhorias à seu cam-po na Avenida do Engenho, próximo a Regional Sul.

Continuou sua vida dedican-do-se ao esporte e a juventu-de, muitas vezes largava seus afazeres para ir depressa ao campo saber quem lá estava. Chegando abria um sorriso, era os alunos do professor Pérsio com suas crianças. “Pode ficar aí o tempo que quiser Pérsio”, dizia Bengala. Contente subia na bicicleta e ía continuar seus trabalhos, sabendo ele que ou-tros assumiram a molecada.

Bengala ao que se sabe foi bom pai, bom filho, bom ami-go. Na arte da simplicidade, humildade, sinceridade e ho-nestidade foi bom professor.

Dedicado dentro das suas li-mitações fazia o possível para que as coisas tivessem resulta-dos positivos. Tinha defeitos e muitas qualidades como qual-quer homem. Quantas vezes havia quebrado a cabeça que, sem dinheiro, tinha de resolver alguma coisa da noite para o dia. Foram varias as suas em-preitadas para o sucesso alcan-çado, mesmo que tímido.

Bengala era um verdadeiro

homem do povo, pois fazia tudo sem esperar nada em troca, gostava de ver as coisas resol-vidas e a felicidade do atendido estampada no rosto. De repente os amigos souberam que ele ha-via ido para o hospital enfermo, depois não se via mais o Bengala ao lado dos campos de futebol do município. O que será que havia acontecido com Bengala? Infelizmente um câncer o havia consumido e o deixado muito debilitado. Varias foram as vi-sitas realizadas pelos amigos, principalmente daqueles que havia ajudado. Nos seus últimos dias, no hospital, comentou com uma amiga da felicidade que sentia em saber da quantidade de amigos que fizera e que re-conhecidamente o estavam aju-dando. Parecia que sua vida era um teste para o dia final, pra ver se valeu a pena ser e não ter. Ao que tudo indica valeu a pena.

Edson representa hoje uma imensa perda para a comuni-dade de Ubatuba, para a vida pública, esportiva e social do Município, bem como para seus amigos e principalmente aos seus familiares. Pode-se dizer que este homem humilde de grande coração, não bus-cou fortuna e nem fama, mas conseguiu deixar um legado de honestidade e paixão pelo que fazia. BENGALA foi home-nageado pela Câmara Munici-pal com uma Moção de Pesar. Ele é um dos ilustres homens que proporcionou grande bem a nossa terra e a nossa gente. Pela vida cristã deste cidadão exemplar, pela dedicação à fa-mília, aos filhos, pela comuni-dade ubatubense que o adotou e por todos os que o conhece-ram é que queremos prestar nossa homenagem a esse esti-mado cidadão.

Assim sendo, descanse em paz e muito obrigado por me dar a chance de te-lo conheci-do e descobrir que mesmo não sendo intimo da família existe sim a saudade. Homem que fará muita diferença na hora de empreender algo honesto, puro e verdadeiro. Que Deus o abençoe e te guarde sempre, pois quem o conheceu quando ver um campo de futebol lem-brará de você, amigo de todos.

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 13

Cananéia produz dicionário de vocábulos e expressões caiçaras

EZEQUIEL DOS SANTOSCananéia, SP, fundada em

12 de agosto de 1531 por Mar-tim Afonso de Souza no litoral sul de São Paulo lançou recen-temente um pequeno dicioná-rio de vocábulos e expressões do povo formador do país. Trata-se de um registro mui-to rico do modo de falar dos caiçaras. O trabalho, conside-rado pelo autor como “peque-no dicionário”, traz palavras que atravessaram os séculos de nossa história e junto a ela vem todo um modelo de vida, um saber, uma forma de interatividade com os quatro elementos da natureza, que o homem acrescentou a ela o quinto elemento - O Divino. É o resultado de um trabalho de pesquisa iniciado em 1987 junto aos cidadãos mais anti-gos de Cananéia.

O leitor irá se deliciar com os muitos vocábulos comuns em todo o litoral do Brasil, muitos deles ainda são usados por aqui de forma diferente, mas com mesmo sentido. A obra foi devidamente registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacio-nal do Ministério da Cultura. O autor Edgar Jaci Teixeira tem recebido muitos elogios sobre esta brilhante obra. Para não ficar com água na boca o JMN vai publicar, em cada edição, trechos do dicionário acompa-nhando a ordem alfabética.

A GARNé - ( loc. adv.) - a granel , a rodo ; em grande quantidade ; de montão; “Dessa fruitinha tem a garné, tem a rodo”A MóDE -(adv.) - como; igual-mente, tal como;“troxe arguma coisa a mode assim de um cestinho” A MUQUE - ( loc. adv. ) - com a força dos braços e das mãos; à força bruta. “a mandioca, a tár da rama que dizem né, a gente ranca a muque e cavoca c’a chibanca” A PODER DE - ( loc. prep.) – ( a podê de ) ; às custas de, com o auxílio de; “faiz vinte ano que tô criando meus filho tudo só a podê de roça, vivendo só de roça.” ABANáR - (v. t.) – ( abaná ) ; refrescar movendo alguma coisa à moda de um abano. “abane c’a tampa da panela ou c’o chapéu quele esfria”ABóBRA - ( s.f. ) – abóboraABRACá(R) - (v. t. d. ) – ( abracá ); mesmo que abra-çar, monopolizar. “Ta querendo abracá o mundo c’as pernas”ACABá(R) - (v.t.) - acabar com; exterminar. “Eu fui pegando as galinha e fui acabando cum tudo; aca-bei cum tuda raça de criação”ACANHAMENTO - ( s.m. ) falta de desembaraço; timidez.ACUá(R) - (v.i./t.) - ação dos cães que atacam a caça, se-guindo pelo faro, acossando- a. “escuite só ganiço do cachorro; tarveis seja caça que ele acuo” AÇúCA, AÇúCRA - (s.m. ) - açúcar. ADESPOIS - (prep.) - depois. “adespois de amanhá.”ADONDE - (adv.) - onde; aonde. “a gente não tem adonde ponha”AFINCá - ( v.t.) - fincar . AFUÇINHá (R) - (v.t.d.) – cair de cara no chão, enfiar a

cara em alguma coisa. AGARRAMENTO - ( s.m.) - apego excessivo; bolinação; carícias entre namorados. “más que pôca vergonha o agarramento desses dois” “ Esse minino é munto agarrado com o avo” AGáTE - ( s.m. ) – ágate: um espécie de ferro esmaltado, usado para fazer utensílios de cozinha. AGóRA-AGóRA - ( adv. ) - mesmo que agorinha. “Saiu daqui inda agora-agora” ÁGUA BORICADA - ( s.f.) - remédio composto de água com ácido bórico. ÁGUA DE BARRELA - ( s.f.) - diz-se do café fraco. “fomo obrigado a tomá aquela água de barrela que a mulhér feiz prá nós”ÁGUA DE CHEIRO - ( s.f.) - perfume ; extrato. “que qualhidade de água de chêro o sinhor tem pra vendê”AJUNTADO - ( adj.) - amiga-do; amancebado. “Largô da mulher prá se ajuntá c’a filha de Inácio” AJUTóRIO - ( s.m. ) - espé-cie de mutirão. “dumingo andêmo aloitando no ajutório de compadre Juão Caratinga “ AJUNTAMENTO – (s.m.) es-pécie de mutirão que dura o dia inteiro, mas sem fandan-go, sem Dança.ÁGUA-VIVA - ( s.f.) - nome vulgar das medusas. ALá - ( interj.) - olha lá. “alá a lancha da carrêra chegan-do, lá “ “ alá ó, tá vendo aque-le negocinho branco aboiando alhi perto da quebrança ? ALAGá(R) - ( v.t.) - naufra-gar; inundar; cobrir de água. “virô a canoa? Intão alagô-se, ora seja por caridade “ ALARIDO - ( s.m. ) - gritaria; barulho. ALHI - ( adv.) - mesmo que

ali. “pode ponhá alhi “ ALIDá(R) - (v.t.) - trabalhar com; labutar com . “tem gen-te que alida com treis, quatro tipití de cada veiz“ALINHAGEM - ( s.m. ) - aniagem; tecido grosseiro de juta para ensacamento. ALISá(R) - (v.t.) - amansar; acalmar; aplainar. “ O vento carmô e o mar tá alisando “ ALOITá(R) - ( v.t. ) - lidar com ; estar aos boléus com. “ Juão tá lá aloitando c’a roça.“ ALUMIá(R) - ( v.t.) - ilumi-nar. AMANCEBADO - ( adj. ) - amigado; que vive amasiado. AMANHá - (adv.) - amanhã. AMANHá DE MANHá - ( adv./s.m.) - amanhã de ma-nhã ; pela manhã. “ amanhá de manhá, bem cedinho ” AMARRANDO - (v.t.) - diz-se do gosto ruim que o tanino da fruta verdolenga deixa na boca. “Essa banana tá verde quíra ainda, tá amarrando na boca.” AMBORê - (s.m.) - espécie de peixe usado como isca , que vive em tocas e entre pe-dras. AMIGADO - (s.m. ) - mesmo que amasiado, amancebado. AMOLá(R) – ( v .t . d. ) – “ amolar os instrumentos“ ; mesmo que afinar os ins-trumentos de corda. ANCA - (s.f.) - quadris, cadeiras. ANDANTE - (adj.) - mendigo errante; andarilho ; fugido. “ durma aí senão o andante pega você”ANIQUIM - ( s.m. ) - ane-quim; cação de cor cinza clara, tido como um dos mais fero-zes do grupo, atacando tudo que encontra pela frente. Mede de 6 a 7 metros. “ O tár do aniquim é pirigoso como seja a tinturêra; eles tira um home da canoa fáci, fáci “

Página 14 Jornal MARANDUBA News 20 Agosto 2011

EZEQUIEL DOS SANTOSAntes da Lei Áurea sabemos

que eram mais comuns os maus tratos aos negros escravos. Eram castigos físicos extremos. Um dos mais fiéis retratos destas cruelda-des foi reproduzido pelo italiano Ângelo Agostini (1843-1910).

O artista chegou ao Brasil em maio de 1859 aos 16 anos vindo de Varcelli, no Piemonte. Ele ha-via estudado desenho e pintura em Paris, na época a imprensa ilustrada engatinhava. O artista foi o mais importante artista grá-fico do Segundo Reinado, consi-derado um ícone da história em quadrinhos no mundo e do jor-nalismo ilustrado, chique para a época. Foi responsável pela produção de “Scenas da Escravi-dão”, obra esta que surpreendeu a corte e as províncias, foram pu-blicadas até nos Estados Unidos.

O retrato de Agostini da cruel-dade aos negros do Brasil ainda é lembrado por historiadores e especialistas de que apenas se-tenta anos depois das figuras retratadas, as mesmas cenas foram revividas nos campos de concentração do regime nazis-ta. As imagens do trabalho são impressionantes nas riquezas de detalhes, revelam casos do-cumentados com datas, nome e sobrenome de quem participou das atrocidades.

Na época em que o analfabe-tismo no Brasil era de 80% da população, a revista que publicou as imagens era chamada de “Re-vista Ilustrada”, com tiragem de quatro mil exemplares, um recor-de para época. O periódico pos-suía oito páginas sendo quatro de textos e quatro de ilustração em tamanho 26,5 cm por 36,5 cm e existiu entre 1876 a 1895. Numa época em que a fotografia não era impressa em papel, o realis-mo dos desenhos impressionava.

Reproduzimos pra você o de-senho de duas adolescentes es-

Retrato fiel das mutilações, assassinatos e torturas a negros

pancadas e publicadas em 18 de fevereiro de 1886, na qual se refere de que o fotografo Hei-tor tirou o retrato das infelizes e copiados por Agostini a lápis em suas páginas. No texto era explicado que as duas escravas, Eduarda, 15, e Joana, 17, “ha-bitavam, com sua proprietária, a Exma. Sra. D. Francisca de Castro, o aristocrático bairro de Botafogo”. A história prossegue dando detalhes dos castigos so-fridos pelas duas: “As pancadas brutais reduziram os olhos (de Joana) a duas postas de sangue, a testa apresenta o aspecto de um tumor, as cartilagens do na-riz estão quebradas (...), enfim estes rostos juvenis estão mu-tilados em todos os sentidos”. Depois de noticiar a morte das duas, o texto finda a matéria la-mentando o fato de que “durante anos, este martírio inconcebível ficou fechado entre quatro pare-des de um quarto”.

O pior é que depois de nove meses, em 6 de novembro a no-ticia de que a justiça, que parece ser igual a de agora, por unani-midade resolve absolver Francisca

de Castro. Na edição 29 de outu-bro de 1887, narra a fuga de 150 escravos das fazendas de Capiva-ri-SP. Os escravos venceram dois contingentes da polícia. A fuga era para Santos onde 15 foram re-capturados. A este caso o seguin-te comentário: “Apesar de todos os horrores, não se vê um senhor nas prisões do Estado. Em com-pensação, elas estão cheias de infelizes que se revoltaram contra seus algozes. Santa Justiça!”.

Vários outros desenhos foram publicados, graças a este ítalo-

-brasileiro temos a exata noção da realidade do que acontecia com os negros no Brasil. Os dados mostram que a luta dos negros não era por tendência, moda, mas para defender o patrimônio mais importante que conhecemos - o direito a vida e a liberdade. Sabemos que não mudou muito, temos a vida, a liberdade não sei. O que você acha? Agostini retrata as várias facetas dos ricos poderosos da época em forma de um ditado que conhecemos bem: “por fora bela viola, por dentro pão bolo-rento”. A crua e nua realidade ainda é desta forma, a “justiça” e os “poderosos” não mudaram muito, ou quase nada.

Tem muita gente que ain-da não reconhece o sofrimen-to alheio, alguns inclusive não reconhecem a luta travada por seus ancestrais, vivem olhando o próprio umbigo e esquecem de erguer a cabeça pro certo e verdadeiro criado à custa de muito sangue, suor e lágrimas. Graças a Agostini não dá para pular a história de um povo que literalmente construiu o Brasil e ainda assim sofre muito. Por que não respeitar um povo que deu o sangue por nós. E se fosse da sua família?

Fonte: Folha de São Paulo

20 Agosto 2011 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Ser chique sempre

Curtas

Maranduba em foco

A praia da Maranduba é a que mais oferece atrativos turisti-cos aos seus visitante do Litoral Norte. Passeios de escunas pe-las ilhas, eco-trem caiçara na trilhas da cachoeiras,a luguel de caiaques, passeio de banana boat, toboagua e agora tambem escola de parapente. Possuí aguas tranquilas própria para fa-mílias, tudo para proporcionar momentos inesqueciveis em um dos lugares mais belos do mundo, segundo os próprios turistas que aqui frequentam. O comercio local completo se esforça para atender moradores e turistas, tudo isso sem o devido apoio da prefeitura.Temos história encravada na região sul com primeira fabrica de vidro no brasil, as ruinas da Lagoinha, que na minha opinião pouco cuidado e divulgado. A Mata Atlantica Exuberante com sua fauna e flora e sua cachoeirtas que lavam a alma. Temos total condição de ter turismo o ano inteiro mesmo no inverno.Mas o que falta então? Hugo Churros - acredite nesse nome!

Dia dos pais com prêmios do Supimpa

Foi realizado no último dia 14 o sorteio do dia dos pais do Su-pimpa. O sorteio dos cupons foi realizado no interior da loja. Para este processo foram convidados dois clientes que esta-vam no mercado, uma criança e um adulto. A criança buscou os cupons e o adulto lia, conferia e confirmava o sorteio. Na promoção foram contemplados os seguintes clientes e seus res-pectivos prêmios:1º Premio – Ezequiel dos Santos – 1 Sky Livre2º Premio – José Antonio dos Santos – 1 Bicicleta Monark3º Premio – Pedro Luiz Freitas - 1 Aparelho de Som Toshiba4º Premio - Gilberto Ramos da Cruz - 1 Kit Ferrementas5º Premio – Sidnei Sapatini Ribordin – 1 Kit Boticário A família Supimpa agradece a todos os amigos e clientes que participaram desta promoção. Lembrando que no final do ano tem mais uma promoção. Confira e participe!

Salvem os lambaris

Paulo, 28 anos, casado com Sônia, grávida de 04 meses, desem-pregado há dois meses, sem ter o que comer em casa foi ao rio Piratuaba-SP a 5km de sua casa pescar para ter uma ‘misturi-nha’ com o arroz e feijão, pegou 900gr de lambari, e sem saber que era proibido a pesca, foi detido por dois dias, levou umas porradas. Um amigo pagou a fiança de R$ 280,00 para liberá-lo e terá que pagar ainda uma multa ao IBAMA de R$ 724,00. A sua mulher Sônia grávida de 04 meses, sem saber o que acon-teceu com o marido que supostamente sumiu, ficou nervosa e passou mal, foi para o hospital e teve aborto espontâneo. Ao sair da detenção, Ailton recebe a noticia de que sua esposa estava no hospital e perdeu seu filho, pelos míseros peixes que ficaram apodrecendo no lixo da delegacia.Quem poderá devolver o filho de Sônia e Paulo?

Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pes-soas como nos dias de hoje.

A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algu-mas boas coisas da vida, infe-lizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso mui-to mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italia-no. O que faz uma pessoa chi-que, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura cha-mar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem preci-sa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.

Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, por-que se tem brilho próprio.

Chique mesmo é ser dis-creto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta. É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no ele-vador. É lembrar-se do aniver-sário dos amigos.

Chique mesmo é não se ex-ceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na ma-neira de se vestir.

Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É “desligar o radar”, “o telefo-ne”, quando estiver sentado à mesa do restaurante, pres-

tar verdadeira atenção a sua companhia.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o home-nageado da noite!

Chique do chique é não se iludir com “trocentas” plásti-cas do físico... quando se pre-tende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosse-ria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo... falsidade.

Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma ma-neira, mortos sem levar nada material deste mundo.

Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pes-soas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qual-quer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.

Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mes-mo é Crer em Deus! Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos!

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