jornal maranduba news #63

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Maranduba, Agosto de 2014 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 5 - Edição 63 Aves da nossa rica Mata Atlântica: Acauã (Gavião Cova) Foto: Toninho da Chica - PROMATA

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Notícias da Região Sul de UBatuba

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Maranduba, Agosto de 2014 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 5 - Edição 63

Aves da nossa rica Mata Atlântica: Acauã (Gavião Cova)

Foto: Toninho da Chica - PROMATA

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Página 2 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Editor Chefe:Emilio Campi

Jornalista Responsável:Ezequiel dos Santos - MTB 76477

Colaboradora:

Adelina Campi

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail [email protected]

Registro de Lobo Guará em Ubatubaé destaque em revista nacional

Por email, o biólogo do pro-jeto Estação Ecológica Dac-nis– Edélcio Muscat - informa que possui um artigo em im-pressão na revista científica do checklist sobre atropelamento de Lobo Guará em Ubatuba. Seu artigo já saiu como ma-

téria na revista Terra da Gen-te. Segundo Muscat, ainda no e-mail, “tal artigo terá uma grande repercussão científica e junto ao CENAP - Centro Es-pecializado de Carnívoros Bra-sileiros do ICMBIO”, ao qual segundo o biólogo, o Projeto Dacnis trabalha em parceria registrando e georreferen-ciando todos os carnívoros que encontrados por eles no município. Informa também que assim que for impresso enviará para conhecimento de todos. O tema é destaque e figura

como primeira chamada da capa. No destaque da matéria a revista descreve que “lobos invadem a praia na luta pela sobrevivência, o lobo-guará deixa o bioma de origem, o Cerrado, atravessa a Mata Atlântica e é cada vez mais avistado no litoral paulista. Também na Amazônia e no

Pantanal a espécie, vulne-rável, enfrenta perigos des-conhecidos e maior risco de morte fora do hábitat”, figu-

rando como matéria na página 14 do Terra da Gente. Agora é aguardar o restante dos tra-balhos.

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 3

Lucas Giraud conquista Sul Americano e garante vaga para o mundial de Jiu-JitsuEZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 21, o atleta de

Jiu Jitsu Lucas Giraud Ribeiro, 16 anos, conquistou o cam-peonato Sul Americano pela Confederação Nacional de Jiu Jitsu, categoria juvenil, reali-zado na capital paulista. A conquista se deve após

fechar o paulista e brasileiro com chave de ouro. Com apenas dois anos de

experiência e treinamento, seu potencial é reconhecido por grandes nomes deste es-porte. Lucas conta que tudo começou na academia da Maranduba com o professor “Cacau” – Ricardo de Oliveira Costa, onde ainda treina nor-malmente. Diz que, no mo-mento, representa o município de Caraguatatuba nos campe-onatos, cidade que abriu as portas para suas competições. Lá ele treina também com a renomada equipe Calasans, no centro esportivo daquela cidade. O atleta possui uma respeitá-

vel coleção de medalhas, haja

vista o pouco tempo em que pratica este esporte. “Entrei para o Jiu Jitsu pra pegar a molecada, eu era gordinho, lá mudei tudo – o corpo e mente, disciplina e respeito me trans-formaram”, comenta Lucas. Simples, educado e muito

ativo, o atleta fez questão de agradecer seus patrocinado-res como, o atual, Super Kort e o D’ menor, que já apoiou o atleta. Ele lembra muito é da “maetrocínio”, na realida-de ele fala de Cristina Giraud, mãe do atleta que dá o maior apoio “Ela é uma pessoa que sempre posso contar”, fala o campeão. O mundial está previsto para

o próximo dia 17 de agosto no Ibirapuera-SP, após a compe-tição, diz Lucas, ele mudará de graduação, para a faixa azul (branca, azul, roxa, mar-rom e preta). Lucas fala com muito respei-

to das competições e eventos beneficentes que participou e que também conquistou me-dalhas. “Tudo que aprendi foi

na Maranduba, na academia da Maranduba”, reitera o atle-ta. Aos amigos, conhecidos e

colaboradores fica a torcida para que este campeão con-quiste mais uma medalha pro

litoral paulista. Com colaboração de Eduardo

Pedroso

COMUNICAÇÃO PMUCamila Cássia e Geovane

Ferreira são os campeões da categoria Profissional da se-gunda etapa do Circuito Muni-cipal Ubatuba Pro Surf 2104, encerrada no último domingo em Itamambuca, costa norte da cidade.Apresentado pela prefeitura,

com organização da Associa-ção Ubatuba de Surf e super-visão da Federação Paulista de Surf, o evento reuniu a nata da modalidade em um dos picos mais famosos do li-toral brasileiro.Presidente da AUS, Carlinhos

Roberto faturou a categoria Long Veteranos e segue na

Camila Cássia e Geovane Ferreira faturam segunda etapa do Ubatuba Pro Surf

liderança do ranking. Inspira-do, Rodrigo Tremembé levan-tou dois canecos: Log Master e Long Open.Alexandre Moliterno foi ou-

tro atleta que surfou muito e também ficou com dois títu-los: Master e Gran Master. Na Júnior, Caio Cembranelli foi o campeão e na Open quem se

de deu bem foi Maicol Santos.Devido ao mau tempo, a pre-

miação desta segunda etapa acontecerá em breve em um coquetel organizado pela AUS.

O Ubatuba Pro Surf conta pontos para o ranking muni-cipal e é etapa classificatória para o campeonato estadual paulista.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

“Projeto Terra de Guaiamum” realiza bazar especial no Sertão da Quina

EZEQUIEL DOS SANTOSNo ultimo dia 12, sábado,

O Projeto Terra de Guaia-mum realizou na sede da PROMATA, Sertão da Quina, um bazar beneficente em prol dos trabalhos educacionais e ambientais de proteção aos guaiamuns na região. Com o subtítulo de “PROTEGER, PRE-SERVAR E EDUCAR”, o proje-to teve inicio no quilombo da Caçandoca e tem como obje-tivo desenvolver ações edu-cativas e sustentáveis quanto ao uso do meio ambiente, ma-nejo, preservação do mangue e principalmente dos guaia-muns.Para o projeto foi criada uma

personagem Guaiamum cha-mada Georgina e um peque-no encarte que já alegrou a criançada do lugar. O projeto não possui cunho repressivo e trabalha com a difusão do etnoconhecimento e a etno-proteção dos moradores em beneficio a espécie.O bazar, segundo os

organizadores, foi o maior su-

cesso, entre as doações e o bazar arrecadou cerca de R$ 750,00. Está programado, em data ainda a ser definida, um passeio com as crianças do projeto. Lá foram oferecidos roupas novas, sandálias, arte-sanatos, tortas, bolos e uma boa roda de conversa. Quem chegou cedo pode aproveitar melhor o evento.Segundo a responsável pelo

trabalho, Marlene Lopes Giraud Almeida, “foi uma boa oportu-nidade também de divulgar o projeto por aqui, também gos-taria de agradecer aos colabo-radores pela ajuda e parceria, como foi da PROMATA”, con-clui Marlene. Ela também es-tende os agradecimentos aos parceiros que não puderam comparecer, mas que ajuda-ram no caminhar do projeto até o momento.A organização espera suces-

so nos próximos bazares e conta com a ajuda da comuni-dade. A Georgina, a persona-gem desta história e do proje-to agradece.

Após os árduos anos de trabalho muitos pensam em achar uma cadeira, sentar-se, confeccionar peças de tricô e olhar os netos. Com a mora-dora Dalva de Oliveira Virgílio, 68, moradora da Maranduba, foi um pouco diferente. Não que ela não realizasse as tarefas mencionadas, mas também partiu para atividades mais radicais com um grau intenso de res-ponsabilidade. P e n d u r a d a

na parede de seu quarto as medalhas e certificados mostram sua insistência e determinação nas atividades físicas e psi-cológicas que renderam pó-dios em nome de Ubatuba. Quando se

aposentou em 2005 começou a participar de um projeto do grupo de ter-ceira idade. De cara, re-presentando o município, con-quistou o 3º lu-gar no jogo de baralho JORI - Jogos Regio-nais do Idoso, em Caraguatatuba. Não pa-rou por aí, depois foram às provas de corrida de 5 km. Em seguida a conquista na prova de caminhada – subida até o Morro de Santo Anto-nio. Hoje aos 68 anos, pratica

apenas as provas de cami-

Perseverança e conquistas na caminhada da melhor idadenhadas em trilha. Dalva nos fala que participam cerca de 10 pessoas de Ubatuba, sen-do ela a única representante da região sul nos campeona-tos. Os jogos em que partici-pa reúne, na grande maioria, atletas do Vale do Paraíba e Litoral Norte das mais varia-das modalidades. “Cheguei

a treinar para a competição de corrida três vezes por se-mana, das oito até as 12 hs. no estádio e no centro”, diz a atleta. Confessa ao JMN que para este treinamento gostava de correr, mas uma professora decepcionou a equipe, daí ela passou a re-

alizar apenas as provas de caminhada. Lamenta ainda que muitas

pessoas da melhor idade vem desistindo dos treinamentos – “a grande maioria realiza apenas o alongamento dei-xando a caminhada de lado”, referindo-se as pessoas que preferem apenas os traba-

lhos da aca-demia. Diz que conhe-ce muita gente nes-tas compe-tições e que acaba fa-zendo ami-gos. Tam-bém que por varias vezes foi conv idada atletas, de outras cida-des, a reali-zarem cami-nhadas nas trilhas exis-tentes em Ubatuba. Conta que

o grupo da melhor ida-de já foi maior e hoje é bem redu-zido, mas segundo a atleta, ain-da são com as pessoas que pos-suem muita

fibra e vontade. Dalva espera que muitos

retornem as atividades e que novos adeptos serão sem-pre bem vindos. Afinal saúde é que o interessa, com um pouco de emoção, compa-nheirismo e aventura é me-lhor ainda.

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 5

Bingo da Capela da Marandubamantém reformas essenciais

EZEQUIEL DOS SANTOSQuase sempre no último do-

mingo do mês, moradores, voluntários e visitantes partici-pam de um bingo no salão da Capela Santa Cruz no bairro da Maranduba. Estes pequenos encontros têm dado um subs-tancial resultado para o objeti-vo proposto. Quem passa pela capela per-

cebe que ela está em reformas e que tudo começou por con-ta da necessidade de adquirir bancos novos. Hoje ele é res-ponsável pelas portas novas, alguns sacos de cimentos e mão-de-obra. Também mere-cem destaques os voluntários e os doadores. Foram horas de serviço e material, também uma caixa de som e um proje-tor foram doados.

O bingo tem inicio às 14 ho-ras e as prendas são frutos das doações dos próprios par-ticipantes e de outros colabo-radores. A todos são servidos café e a doação de salgados, sucos e refrigerantes é vendi-da para engrossar a renda. A última benfeitoria foi a

compra e colocação das ca-lhas, agora, já no último sá-bado, 26, alguns paroquianos colocaram o telhado da área externa recém construída, após o término um deliciosos almoço aos colaboradores desta empreitada. Os organizadores solicitam

colaboração, pode ser de ma-terial, mão-de-obra, ajuda nos mutirões, prendas para o bin-go, recursos, enfim toda a aju-da é e sempre será bem-vinda.

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 11, na sede da

PROMATA no Sertão da Quina, o especialista da Universida-de Federal do Rio de Janeiro, professor doutor em geografia Antonio José Teixeira Guerra doou a representantes da asso-ciação 16 livros sobre geografia e meio ambiente. Os livros entregues fazem par-

te de um entendimento entre o especialista e a PROMATA no intuito de aprimorar, ajudar nos projetos e melhorar o conheci-mento, tanto dos guardiões dos livros, quanto da comunidade em geral interessada na região. Os livros agora passam a fa-

zer parte do patrimônio literário e cientifico da Biblioteca Doraci, que está sob a guarda da asso-ciação. No momento da entrega o professor falou sobre algumas particularidades como o término de um dos livros que havia co-meçado a ser elaborado por seu pai, que faleceu no meio do tra-balho, mesmo com a tristeza e a perda, ele e sua mãe concluíram os trabalhos. Também entregou

Especialista em geografia da UFRJ doa livros a PROMATA

publicações em parceria com a caiçara e mestra em geografia Maria do Carmo, esposa do es-pecialista. Outros importantes li-vros possuem participação de re-nomados estudiosos brasileiros. O momento foi festivo já que

a entrega era aguardada há tempos. Também em conversa informal foi combinado a possi-bilidade do lançamento de um dos livros do professor Guerra em São Paulo num evento a ser realizado na sede da PROMATA. O professor que possui uma casa no bairro do Araribá deu uma dica muito importante aos os leitores que não conseguem achar temas específicos ou li-vros cujas lojas encontram-se esgotados. Trata-se da vitrine de um sebo literário chamado “estante virtual” na internet (http://www.estantevirtual.com.br), lá é possível encontrar cerca de 12 milhões de livros a disposição da comunidade. O professor falou que até al-

guns de seus próprios livros não encontrou em lojas co-muns, já na estante virtual che-

gou a encontrar, o que causou risos a todos. Um dos livros foi autografado pelo autor e ficará em local de destaque na Biblio-teca Doraci. A PROMATA agradece o cari-

nho e a disponibilidade do pro-fessor e sua esposa no apoio que oferece graciosamente a esta associação, principalmen-te no entendimento e amplia-ção do conhecimento cientifico, didático e educacional a ser transmitida a comunidade e de-mais interessados. Os livros recebidos tratam de

temas como geomorfologia e meio ambiente, geomorfologia/geografia aplicada ao turis-mo, geomorfologia ambiental, avaliação e pericia ambiental, impactos ambientais urbanos no Brasil, Unidades de Conser-vação, erosão e conservação dos solos, gestão ambiental de áreas degradadas, dicionário de ciências ambientais e dicionário geológico - germofológico. Fica ao casal Professor Anto-

nio Guerra e Maria do Carmo os agradecimentos.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

Homenagens das crianças emocionam moradores

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 8, o casal José

Manoel dos Santos (Zé João) e Catarina Gaspar dos Santos (Catarina Branca), comemora-ram 52 anos de aniversário de união matrimonial.Nascidos no bairro do Sertão

da Quina, netos da família de fundadores da região, a fa-mília não poupou elogios aos aniversariantes. Aos conheci-dos, amigos e familiares trata--se de um dia muito especial, que segundo os familiares, são poucos os casais que che-gam a esta data de casamento ininterrupta. Também pela história de luta

e sacrifícios para criar os filhos e se estabelecerem como fa-mília respeitosa e respeitada. Este dia especial, segundo os filhos, foi daqueles que não se esquece, não deve ser apaga-do da memória e ser lembra-do com muita alegria e satis-fação. A lista de elogios é bem

grande e fala dos mais belos

Casal passa de meio século de casamento e comemora com festa

sentimentos passados e futu-ros, também dos desejos de todos que este aniversário de casamento se repita por mais cinco décadas, pelo menos. Na mensagem os filhos se

manifestam “do fundo de nos-sos corações por tudo, papai e mamãe, vovô e vovó, bisa e biso, sogra e sogro, por estes 52 anos de casamento, cujos frutos geraram 6 filhos, 12 ne-tos e um bisneto, que Deus os abençoe e que Nossa Senho-ra das Graças os cubram com seu manto sagrado, é que de-sejamos”, diz o texto. Tudo assinado pelos filhos

Alix, Sonia, Aguinaldo, José Geraldo, Monica e Eduardo, dos netos Diego, Janaina, Dirceu, Jonas, Denise, Joa-na, Andressa, Sofia, Nicaely, Anderson, Nathan e Amanda, do bisneto Pedro, dos genros e noras Arnaldo, Pedro, Doni-zete, Andradina e Roseli. Na foto oficial não podia faltar o sorriso de satisfação do casal.Prabéns!

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último domingo, 27, a

costumeira celebração de final de semana teve três agradá-veis surpresas – uma, o belo acompanhamento das crian-ças em todas as atividades da missa – duas, o horário di-ferenciado (mais cedo - às 8 horas, para aproveitar melhor o dia) e a terceira ficou para o final da missa. A criançada mais uma vez

emocionou os fiéis nesta de-monstração de obediência a Deus e fé. Embora chuvoso fiéis compareceram a cele-bração de domingo que co-meçou festivo com as vozes maravilhosas destas crianças. As leituras e os cânticos eram realizados com muita vonta-de e determinação. Embora pequenos, suas vontades se tornaram gigantes perante a responsabilidade do dia. Na ansiedade, algumas crianças até esqueceram o papel dos cânticos e da leitura, mas tudo correu na maior tranqüilidade. Foi uma semana de ensaio

e a chuva não atrapalhou em nenhum momento. As leituras, os cânticos e a homenagem foram observados com muita atenção por quem lá estava. O padre Daniel, com seu jei-

to descontraído arrancou risos da comunidade, por varias vezes também os chamou a responsabilidade. Uma delas foi sobre a história da Nossa Senhora das Graças, aos quais muitos paroquianos foram chamados de “herdeiros da Santa” pelo religioso, solicitou ainda que todos espalhassem a noticia do acontecido por aqui em 1915. Disse de sua experiência como morador de rua na cidade de Bertioga-SP. Segundo ele oferecerem-lha pinga e até maconha. Neste tempo, mesmo vestido de sa-

cerdote, foram os moradores de rua, os pobres e marginali-zados que ofereciam-lhe água e comida. Sobre a missa das crianças comenta que a falta de amor e carinho aos filhos é um prato feito pro “capeta”, depois só resta aos pais cho-rarem por saber que foram eles – os pais- que patroci-naram esta situação, também deu o exemplo da vergonha que os filhos possuem atual-mente dos pais, como buscá--los na escola e pedir a ben-ção, por exemplo. Confessa que pretende ver os bancos das igrejas lotados. Finalizan-

do fala de algumas mudanças de horários e solicita ajuda para organizar a festa social de setembro. Ao final, como a terceira sur-

presa da celebração, foi rea-lizada uma homenagem ao morador Arnaldo Giraud, em tratamento de saúde. Enquan-to realizava-se a leitura, a me-nina Lívia de Deus Santos, 10 anos, entrega à esposa de Ar-naldo, Alix Maria, seu belo de-senho, um terço e uma carta das crianças a ser entregue a Arnaldo. Este foi o momento mais emocionante da cele-bração, era uma geração de crianças lembrando-se de um paroquiano que merece todo o carinho da comunidade.Em toda a capela pode-se

observar lágrimas sinceras e cheias de esperança na recu-peração do paroquiano. A es-posa, emocionada, salientou que ele não pode estar na ce-lebração por que o corpo não agüentava e agradeceu a to-dos pela oração, pela manifes-tação de fé e carinho em que a comunidade tem oferecido. Padre Daniel abraçou Alix e

após as bênçãos finais cantou o cântico final com o coral das crianças.

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 7

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Festa da padroeira do Ingá acontece durante o diaEZEQUIEL DOS SANTOS

No ultimo dia 19, com a inten-ção de inovar, a comunidade do Sertão do Ingá realizou a festa de sua padroeira (Nossa Senhora de Aparecida) no pe-ríodo da tarde daquele sába-do. Os visitantes não reclama-ram do horário já que o mais importante havia sido mantido – os quitutes caseiros delicio-sos e a acolhida familiar dos organizadores. Na realidade a festa estava programa para começar as 14 horas só que por volta do meio dia já havia pessoas buscando seu lugar ao sol, quer dizer debaixo da cobertura. Havia churrasco, quentão de garapa sem álcool, doce de banana do Mané, salgados de palmito, bolinhos de mandio-ca, caldinho de cara roxo com carne seca, doce de mamão caseiro, doce de laranja e de leite e muito mais, tudo com um preço acessível e convida-dativo. Para o bingo foi oferecido vá-rios prêmios, entre elas duas cestas, uma pequena e uma grande, de produtos da região e uma casala de patos, mui-to disputado por sinal. Embo-ra a novidade fosse recebida com estranheza por alguns, a maioria aprovou a idéia, os organizadores dizem que este período, o da tarde, ainda esta em experimento. Engraçado foi saber que o fogão que pre-para as delícias da festa foi le-vado pela carroça de verduras do Zé Belo, já que os veículos estavam buscando as prendas e outras encomendas. O contexto da festa remetia as pessoas há várias lembranças agradáveis, parecia uma cena típica de interior, a família reunida, os conhecidos baten-do um bom papo, quitutes ca-seiros produzidos com muito

Fotos: Aguinaldo José e Ezequiel dos Santoscarinho, rodas de conversas sobre os mais variados assun-tos, pessoas que há tempos não se viam se reencontrando, um bingo em meio a beleza do lugar, cercado de um lado por pasto, bois, galinhas, floresta, do outro as montanhas, muito ar puro e no centro de tudo isto a capela de Nossa senho-ra de Aparecida. A rua, que possui poucos me-tros de extensão ficou cheia de veículos estacionados que a cada momento saiam e re-tornavam. Uma das organiza-doras falou que em princípio havia uma preocupação com os itens a serem oferecidos no evento. A grata surpresa foi saber que, conta a organiza-dora, as coisas iam chegando e não faltou nada, vinham até nós no tempo certo. A todo momento a comunida-de estendia os agradecimen-tos ao Comercial Blessa, Ca-mar Carnes, Blofor, Mercado Uba Oba, Mercadinho Tem D Tudo, Quiosque do Feio, Hi-drel, Quiosque do Joel, Ade-ga Maranduba, Auto Posto Frediani e Frediani, comuni-dade da Lagoinha e Sertão da Quina, Porto do Eixo, Mercado Adalto, Gelo Magnata e aos que não quiseram anunciar seus nomes pela colaboração deste evento.Havia ainda sorteios de brin-des nos intervalos dos bingos principais. Pelo entusiasmo da comunidade e dos visitantes a festa não acabaria tão cedo. A festa mostrou a unidade da comunidade em torno da pro-teção da cultura, da história e da fé deste povo nesta região do Brasil.

CapelaO evento tem por objetivo dar continuidade aos trabalhos de melhorias fora e dentro dela. Já é possível observar mudan-

ças, boas mudanças como o forro, o altar, novas janelas, equipamentos, calçadas por fora e o piso novo, que antes de mudar de paróquia havia sido mandado colocar pelo Pe. Carlos. Dentro da capela parece um canteiro de obras, o que é bom para a maioria dos visitantes e fiéis, sinal que algo de bom será realizado. Os organizadores agradecem aos amigos, colaboradores, apoiadores e voluntários que vem ajudando com a reforma e as melhorias da capela. O pretendido agora é a aquisi-ção de bancos novos, já que o piso foi colocado, a comuni-

dade conta ainda com a ajuda dos paroquianos e de quem quiser colaborar.

Quem não pode participar neste ano, prepare-se para 2015, vale a pena conferir.

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Página 8 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

Bispo celebra cerimônia de troca de padres Fotos: Ezequiel dos Santos

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 12, sábado, na

capela da Matriz Cristo Rei, cer-ca de 750 pessoas participaram da celebração de transmissão de posse dos novos padres da região sul de Ubatuba. A ceri-mônia foi presidida pelo bispo diocesano Dom José Carlos Chacorowski e pelo Chanceler Diocesano Pe. Stanislaw Ciurkot que realizou os protocolos e os documentos para esta celebra-ção especial através de duas provisões canônicas. Deste importante aconteci-

mento participaram em peso os representantes das varias comunidades, lideranças da região, autoridades civis e pa-roquianos de Ilhabela. Os do-cumentos canônicos lidos tra-taram da substituição de Padre Carlos Alexandre e Manoel Leite pelos padres João Marcos da Silva – novo vigário e Daniel de Santo Inácio – novo pároco, que agora assumem a Paróquia Nossa Senhora das Graças – Matriz Cristo Rei da região da Maranduba. Na leitura dos documentos foi

esclarecido das responsabilida-des não só litúrgicas, mas ad-ministrativas, jurídicas, de zelo e representativas dos novos padres. Na realidade este docu-mento havia sido assinado pelo bispo no dia 23 de maio deste ano, faltava então realizar a ce-rimônia oficial de transmissão de posse. Ao anunciar os Pa-dres a comunidade excedeu nos aplausos, principalmente alguns paroquianos de Ilhabela que lá estavam para se despedir cari-nhosamente do Padre Daniel. O bispo se manifestou dando

um puxão de orelhas nos pre-sentes lembrando que o even-to não era um comício, exigin-do mais seriedade dentro da igreja. ”Ninguém recebeu um cargo honorífico, de honra, é

um chamado a trabalhar para chegar aos céus”, fala o bispo. Diz ainda da importância dos padres serem enviados como semeadores e não como colhe-dores, que eles têm de seguir o exemplo de Cristo cada qual em sua missão. ”Os padres tem diferenças humanas, mas na fé tem seu ideal real, o sacerdócio real, o verdadeiro chamado”, reitera D. José Carlos. Fala ainda que mesmo com as

mudanças dos padres o projeto diocesano construindo comu-nhão irá continuar. No decorrer da cerimônia os padres realiza-ram as suas promessas e aca-tamentos as responsabilidades para a doutrina da igreja, ao final o bispo assinou a ata de posse junto com os novos pa-dres e os declarou empossados. Acompanhou também a cele-

bração um padre dos Arautos do Evangelho, um diácono e o seminarista Marcelo. Tam-bém todo staff dos agentes pastorais, coroinhas, músicos e voluntários transformando esta celebração em um evento inesquecível do ponto de vista da fé. Aos recém-chegados fo-ram apresentadas as paróquias através da imagem de seus pa-droeiros, em seguida foram en-tregues flores como presentes e símbolo de boas vindas de toda a comunidade. O bispo antes do encerramen-

to diz que os padres vieram para obedecer porque, segundo ele, não existe paróquia sem fiéis. Fala que encerra naquele momento um ciclo de sete pa-róquias ao qual transmitiu as posses e que em várias comu-nidades, inclusive esta, chegou a se emocionar com a acolhida aos padres e a ele. Logo após se formou uma fila

pra abraçar os novos padres. Muitos fiéis aproveitaram a oportunidade para agradecer ao

Padre Carlos pelo que fez e tira-ram uma foto como recordação. Aos amigos Pe. Carlos pede que ajudem os novos padres e os acompanhem nesta nova cami-nhada. Depois das bênçãos finais a

comunidade ofereceu um de-licioso caldinho com suco aos presentes, alguns dizem que neste frio foi uma santa provi-dencia para aquela linda noite de festa, de dois ilustres mo-radores novos pra comunidade católica da região.

Bispo Dom José Carlos Chacorowski nomeia padres João Marcos da Silva e Daniel de Santo Inácio

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 9

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 15, o padre

Daniel de Santo Inácio, recém empossado, agora titular da Matriz Cristo Rei – Paróquia Nossa Senhora das Graças, re-alizou a primeira reunião com os agentes pastorais da região sul. O encontro aconteceu na matriz no bairro da Maranduba e contou com a presença de 60 agentes das várias comuni-dades. Após as orações iniciais Pe. Daniel se apresentou falan-do da sua formação religiosa, também relatou aos presentes de sua intenção solicitada ao bispo de se tornar um padre diocesano. Embora muito jo-vem, com apenas cinco anos de ordenação, já foi capelão e administrador, além de servir como padre nas comunidades do litoral norte paulista. Se diz um apaixonado por Jesus, sua missão é porque ama Jesus de verdade, frase que falou mais de uma vez aos ouvintes. “Não gosto de fofocas, não gosto de rodinhas, isto rasga o meu co-ração, também não gosto de trabalhar com exclusão, todos tem de participar, Jesus não exclui ninguém”, conta o reli-gioso. Em alguns momentos os agentes de pastorais riam com as palavras descontraídas do padre. Contou a todos como foi os passos para sua transferên-cia até esta paróquia e que, a todo instante, ele mesmo acha-va que seria outro padre viria para cá, que o acompanhava na reunião com o bispo. Des-contraído soube contar de for-ma alegre até cômica esta pas-sagem causando risos a todos. É objetivo em dizer que não sabe trabalhar sem projetos.Padre que não se iludePadre Daniel diz ainda que

sua visão de igreja é o céu. “Estamos dentro de um barco, o de Pedro”, referindo-se ao

Padre Daniel realiza primeira reunião com as pastoraisprimeiro papa da igreja cató-lica. Diz ainda que já realizou algumas conversas e que pre-cisa saber mais sobre a região, enfatiza. Que ainda precisa aprender muito com a comuni-dade. Fala a todos que não se ilude, que a partir do convívio diário todos poderão descobrir as decepções, tanto dele, quanto dos membros da

comunidade. Já sobre a dinâ-mica paroquial, diz que todos têm de assumir suas responsa-bilidades, o padre precisa dirigir a comunidade e precisa destas responsabilidades cumpridas, enfatiza. Enaltece falando que a paróquia não são as paredes, o templo, mas sim todo o povo paroquiano, a paróquia são as pessoas, explica Pe. Daniel. Questão financeira e projetosNeste quesito ele não pede,

ele exige a maior transparência de todos, também que todos exijam transparência da sua parte. “Quando as pessoas são honestas fica mais agradável os trabalhos e a convivência”, declara. Já sobre os projetos diz que todos estão dentro e ninguém está fora. Fala que seus projetos possuem a for-ma de um diamante, citando o PRODINE - Projeto Diocesano de Nova Evangelização como ferramenta. Já como orienta-ção diz que as pessoas devem ser de fato mensageiras de Je-sus, serem anunciantes da boa nova do Senhor, procurar se-rem todos irmãos e dedicarem aos pecadores muita oração. Também esclarece que quando se fala em dinheiro sua visão é puramente administrativa, pois leva muito a sério as questões econômicas, em resumo deu a entender que cada centavo deve ser registrado, contabili-zado e mostrado a comunida-de. “As coisas tem de ser se-paradas, o que é eclesiástico

do que é particular”, conversa. A comunicação em alguns mo-mentos era de maior seriedade, em outros de descontração, o fato é que todos estavam aten-tos aos projetos e ao anuncio da forma de trabalhar pelo novo padre. PaciênciaOs trabalhos que apresen-

tam bom resultado poderão continuar, diz Pe. Daniel. Con-ta ainda que irá registrar as ações, que pretende trabalhar em comunhão com a comuni-dade, fazer registros e quando possível estar junto às ações propostas, trabalhar em co-munhão, reativar o apostolado da oração e que tem alergia a gato, esta última fala causou mais risos aos ouvintes. Depois abriu a palavra a todos que realizaram algumas perguntas e questionamentos. Ainda em fase de testes anunciou algu-mas alterações e inclusões de celebrações, batizados no ca-lendário, entre outras. “Gosto de chegar cedo às celebrações e atender tranquilamente o meu povo”. Antes da oração final, pediu a todos que nestes primeiros meses tenham muita paciência. Os agentes pastorais se mostraram muito satisfeitos com o novo padre.

Projeto Diocesano de Nova EvangelizaçãoPRODINE

A Importância de um projeto na paróquiaEm toda paróquia deve se cumprir os elementos básicos da missão de forma integral e sistemática. Por isso é necessá-rio ter um projeto que ofereça a realização de um processo dinâmico em etapas, por passos, e que tenha um objetivo definido com metas precisas.

Definição do PRODINEO PRODINE (Projeto Diocesano de Nova Evangelização) é um projeto de missão e pastoral integral da Igreja, segundo as exigências da nova evangelização. A diocese o propõe como projeto a ser implantado e desenvolvido em todas as suas paróquias por que: -entre outros projetos, este é o que mais responde à reali-dade de nossas paróquias; -diante dos apelos da V Conferência Latino Americana, vê que é o que mais atende aos apelos continentais.

Objetivos do PRODINEFazer com que a paróquia viva num estado permanente de missão, alcançando sistematicamente todos os habitantes do território (ir a todos), considerados em sua globalidade (ao homem todo), através de uma ação que envolva a todos (envolvendo todos), dando todos os elementos e passos da missão e pastoral da Igreja (dando tudo).

Atuação do PRODINEO PRODINE se propõe cumprir de forma sistemática e inte-gral os seguintes elementos e passos essenciais da missão e pastoral da Igreja, entendendo missão e pastoral como algo diferente e sucessivo, não como palavra sinônimas; portanto apresenta antes os elementos e passos próprios da missão, do “pescar” e, depois, aqueles próprios da pastoral, do “pas-torear.

Fonte: Diocese de Caraguatatuba

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

Grupo de Jovens realizam bingo para o grande encontro

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último domingo, dia 27, o

grupo de jovens da Paróquia Nossa Senhora das Graças or-ganizou um bingo para arre-cadar fundos a realização do IV Encontro de Jovens Thalita Kum (Levanta-te) que acon-tecerá nos próximos dias 1, 2 e três de agosto na escola municipal Nativa Fernandes de Faria, no bairro do Sertão da Quina. Mesmo com a chuva forte, moradores e convidados compareceram para participar deste momento de alegria e colaboração. Foi servido chur-rasco, refrigerantes, chás, ba-tata frita, salgados, bolos e muita alegria.

Os prêmios bons chama-ram a atenção. Segundo os organizadores, a meta será inscrever 130 jovens para este evento, no ano passado ha-viam 81 inscritos. O bingo es-tava farto de prêmios e até o fechamento da edição a meta estava sendo cumprida. Quem quiser colaborar é só

procurar os organizadores e se cadastrar. Também esta-rão prontos para receber aju-da para o café da manhã e da tarde, que será servido aos jo-vens nos dias do encontro. No bingo havia um casal de patos e uma galinha caipira além dos vários quitutes servidos. Agora é aguardar o resultado.

COMUNICAÇÃO PMUEvento explicou novidades da

interface no site da prefeitu-ra que permite, por exemplo, emissão de alvarás que chega-vam a demorar seis meses em apenas dez dias A Prefeitura de Ubatuba pro-

moveu, em parceria com a As-sociação Comercial de Ubatuba (ACIU), um evento nesta quinta-feira para discussão de ideias e realização de treina-mento para a classe contábil do município.O evento, organizado pelo

Secretário Adjunto de Fazenda, Wanderson Pires, aconteceu na sede da Associação e reuniu profissionais da área contábil em busca de informações so-bre iniciativas e novos sistemas da Prefeitura, em especial o novo sistema informatizado de gestão do Imposto Sobre Ser-viço de Qualquer Natureza, o ISSQN.Antes do início do treinamen-

to sobre o sistema GissOnline, a equipe da prefeitura fez uma exibição sobre alguns proje-tos em andamento. Diretor do Departamento de Sistemas de Informação da Prefeitura, Adriano Félix Narcizo fez uma

Novo sistema da prefeitura de Ubatuba permite emissão de alvarás em dez dias

apresentação sobre o novo Portal de Serviços ao Cidadão desenvolvido pela Prefeitura, que traz como novidade uma interface de consulta prévia para emissão de alvarás de ati-vidades diversas.Segundo Pedro Seno, se-

cretário de Tecnologia da In-formação, a nova interface, em parceria com a Equipe da Fiscalização da Prefeitura, per-mite que a emissão de um al-vará possa acontecer em até 10 dias. “Antes, uma emissão poderia chegar a demorar até 06 meses”, conta Seno.O Prefeito Maurício Moromi-

zato reiterou a importância do evento. “Esperamos estar cada vez mais próximos da classe contábil e dos setores diversos da economia municipal como um todo, buscando sempre fa-cilitar a vida do empresário e do contribuinte ubatubense”. GissOnlineO GissOnline, com seu módulo

de NFS-e, é um sistema moder-no que busca facilitar a tarefa de declaração dos contribuin-tes municipais, coibir a concor-rência desleal de sonegadores sobre aqueles que pagam cor-retamente seus impostos e me-

lhorar a arrecadação do muni-cípio, aumentando o volume de recursos aplicados em setores como saúde, educação e obras.Secretário Municipal de Fa-

zenda, Tarcísio Carlos de Abreu disse que a adoção desse sis-tema de emissão de notas fis-cais vai beneficiar, sobretudo, o contribuinte. Segundo Tarcí-sio, “os sistemas vão evitar a concorrência desleal, combater a sonegação e promover o au-mento de recursos destinados aos serviços básicos para a população de baixa renda do município”.O sistema de emissão de No-

tas Fiscais pode está disponível no endereço ubatuba.ginfes.com.br. Já o sistema de escrituração

e gestão de Notas Fiscais está disponível no endereço portal.gissonline.com.br.Para tirar dúvidas ou informa-

ções, o contribuinte ou presta-dor de serviços deve procurar o PAM – Posto de Atenção ao Munícipe pelo telefone (12) 3834-1051, ou o Departamen-to de Fiscalização da Secretaria Municipal de Fazenda, pessoal-mente ou pelos telefones (12) 3834-1005 e 3834-1017.

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 11

ANUNCIE:(12) 99714.5678 - 38326688

Jornal Maranduba News

Aves da nossa rica Mata Atlântica Carta aos mergulhadoresQuem somos nós?Toninho da Chica/PROMATA

Olá novamente. Como já informei nas edições

passadas durante as oportuni-dades oferecidas por esse im-portante jornal vou compar-tilhar os conhecimentos que possuo nessa interessante e apaixonante atividade de ob-servação de aves.Assim aos poucos irei inse-

rir nos textos informações e linguagens próprias para dos observadores e estudiosos em aves, sugestionando aos in-teressados em se aperfeiçoar através de estudos ou sim-plesmente do hábito de convi-ver com esses termos.Observação de aves, birdwa-

tching em inglês, é uma ativi-dade de lazer e turismo base-ada na contemplação das aves na natureza. Pode ser realiza-da por observação simples ou com auxilio de binóculo, lune-ta ou máquinas fotográficas. Falaremos nesta edição de

um curioso Gavião;Nome popular: AcauãNome científico: Herpetothe-

rescachinnansNome em inglês: Laughin-

gFalconNome Caiçara: Gavião CovaO “acauã” é uma ave per-

tencente à ordem dos Falco-niformes, da família Falconi-dae; conhecida pelo seu canto característico que dá origem ao seu nome “acauã” É uma espécie que habita as bordas da floresta. Ave de tamanho médio (43 a 52 cm) que têm as asas curtas e uma cauda longa, ambas arredondadas. No adulto, a cabeça e de cor branco-amarelada, com uma máscara facial preta e larga estende-se em torno da parte traseira do pescoço. A parte superior das asas e da cauda é marrom escuro; a cauda apre-senta barras estreitas em pre-

to e branco, terminando com pontas brancas; a maioria da parte inferior é amarela pálida e tem o bico de cor amarelada com a ponta preta.Alimenta-se de morcegos,

lagartos e cobras, ficando pa-rada em árvores isoladas a média altura observando por longos períodos para abater suas presas. Canta ao ama-nhecer e ao entardecer.Conhecido na região como

“Gavião-cova”, é tido como trazedor de mau agouro, onde seu canto atrelado à morte de algum morador local. Seu

canto também é indicador de mau tempo ou de intempéries relacionada a fatores climáti-cos (tempestades, vendaval, etc.).Espero que gostem da maté-

ria, minha intenção é produzir um livro contendo as histó-rias e estórias relacionadas às aves da região e sua relação com o povo caiçara. Assim que puder contribuir através de contos, causos ou histórias por favor me enviem por email ([email protected]).Obrigado e até a próximaTitio.

Como todos os seres humanos, nascemos no coração marrom da mãe-terra. Temos braços e pernas e respiramos oxigênio que entra em pequenos pul-mões. Passamos grande parte da nossa vida na posição verti-cal que nos dá uma maior auto-nomia e um maior conforto na terra.Vistos superficialmente, somos

iguais a todos os seres huma-nos. Mas analisando um pouco mais fundo, alguma coisa nos faz diferente.Nascemos com os olhos acos-

tumados ao azul das águas.Temos um corpo que anseia

pelo abraço do mar. E um pul-mão que aceita grandes priva-ções de ar apenas para prolon-gar nossa vida no mundo azul. Somos homens e mulheres de espírito inquieto. Buscamos na nossa vida mais do que nos foi dado. Passamos por grandes provas para aproximar-nos dos peixes. Transformamos nossos pés em grandes nadadeiras, se-guramos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos até a levar um novo pulmão em nossas costas.E tudo isso para quê ? Para po-

dermos satisfazer uma paixão. Um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma maneira, fo-mos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, de calma, de mistério, de respeito e de amizade. E esta calma e este silêncio nos fizeram esquecer da bagunça e da agitação do nosso mundo natal.O mistério envolveu nosso co-

ração sedento de aventura. O respeito que aprendemos a ter

pelos verdadeiros habitantes desse mundo. Respeito esse que, só depois de ter sentido a inocência de um peixe, a inteli-gência de um golfinho, a majes-tade de uma baleia ou mesmo a força de um tubarão, podemos compreender.E a amizade ? Quando vamos

até o fundo d o mar, descobri-mos que ali jamais poderíamos viver sozinhos. Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companhei-ro ou simplesmente amigo, pas-sa a ser importante para nós. Porque além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo o que vimos, tudo o que sentimos. E de duplas, passa-mos a ter equipes. E estas equipes passam a ser

cada vez mais unidas. E assim entendemos que somos todos velhos amigos, mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior do que todos os outros que já encontramos.E isso faz de nós mais do que

amigos, faz de nós mais do que irmãos. Faz de nós... mergulha-dores.Por: Jacques Yves Cousteau

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 5Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

EZEQUIEL DOS SANTOS“Jornal Última Hora - Edi-

ção 4 (1º caderno) São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1952”, na edição anterior terminamos com a descrição do soldado Celso de Jesus então meteu o pé na porta gritando pelos apo-sentos: “Capitão! Capitão!”. Na continuação a casa pa-

recia estar abandonada. Ca-deiras e mesas derrubadas, cortinas estraçalhadas. Na-quele momento o soldado se sentiu abandonado, se sen-tiu pavorosamente só, conta ao repórter, podia-se ouvir as batidas de seu coração ao longe. Sentia ele que a qual-quer momento um bando de facínoras poderia entrar pela porta e sangrá-lo até a mor-te, tamanha sede de sangue que tinham os amotinados. Não teve dúvidas, teve de

fugir antes que os prisionei-ros, agora livres, viessem buscá-lo. Então pensou que o melhor seria sair da casa do capitão e fugir da ilha. Apavorado diz que ouvia ain-da tiros e gritos medonhos, não sabia se era de gente ou de animais, não conseguia distinguir tamanho pavor que sentia. Depois foi saber que eram gritos de humanos sendo estripados miseravel-mente parte por parte, pe-daços a pedaços, por outros humanos, uma cena lamen-tável e ainda nunca vista. Ainda estava ferido a balas,

perdendo muito sangue, na adrenalina dos acontecimen-tos e com o corpo quente ainda tinha forças, porém, as pernas já lhe faltavam,

então começou a se arrastar até a praia, aproveitando os coqueiros para se esconder vez ou outra, cambaleante viu que deixara um rastro de seu próprio sangue as suas costas no caminho. Ao olhar pros lados viu maltrapilhos outros soldados na mesma situação e mesmo lugar – o inferno na terra. Eram o cabo da Força pú-

blica José Franco e os solda-dos José Maria e João Batis-ta Alves. Naquele momento um sentimento de alivio por encontrar outros na mesma situação e com uma chance maior de se protegerem uns aos outros. Juntos tentaram se esconder nos coqueirais como irmãos abandonados. Um deles, tomado pelo ter-ror, me tocava e me dizia repetidamente: “Vamos! Va-mos!”. A verdade é que se passassem mais meia hora ali iriam enlouquecer. Celso mesmo apertava os lábios para não gritar, seu braço latejava de uma maneira Barbara, narra o sobrevi-vente. Sentia como se um ferro em brasa remexesse seu braço, causando tama-nha dor. Finalmente avis-tou uma casa de pescador, este quando nos viu sujos no nosso próprio sangue, maltrapilhos, com caras de loucos, pensou logo em algo pior, num assalto. Os atirados tiveram de

explicar tudinho antes de ganhar a confiança do pes-cador. Tive de gritar com todos que teríamos que sair da daquele inferno. Corre-mos para a praia e paramos.

O pescador então parou e apontou a nossa frente di-zendo: “Olha! Olha!”. Ins-tantaneamente nos joga-mos no chão. Era a lancha a motor que traria gêneros alimentícios a ilha Ela estava abarrotada de evadidos que fugiam da ilha, eram apro-ximadamente 200 prisionei-ros, diz o soldado em seu depoimento. Em silencio e rentes ao

chão assistíamos este espe-táculo macabro. Atrelados a grande lancha, havia ainda cinco canoas também trans-portando os fugitivos. Diz ele que naquele momento eram todos fugitivos, tanto os presos quanto os carce-reiros. Na realidade os guardas

sobreviventes esperavam a sua vez de sair da ilha, conta o soldado ferido. “Pisando na areia daquela ilha como um chão maldito, digo viva eu mais de 200 anos eu nunca me esquecerei da passagem

daquela lancha e do acompanhamento das canoas”, desabafa Celso ao repórter. Os fugitivos nas embarcações faziam uma

algazarra infernal, uns berravam, outros cantavam, outros faziam gestos. Só dava pra saber que de um momento para o ou-tro a vista, o cheiro e o gosto de sangue enlouqueciam os amotinados. Na próxima edição você vai saber um

pouco mais sobre o grito de guerra dos presidiários “Vamos soltar todo mundo!”, também as preliminares da orgia e sangue e muito mais, aguarde!

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 13

Fidencio velho e alguns de seus “causos” - Parte 2 ZECA PEDRO

Ainda como continuação das histórias de “Seo” Fidencio, melhor, Fidencio Manoel de Oliveira, nascido em 16 de no-vembro de 1907, passo para as linhas abaixo algumas que me lembrei no último mês e que gostaria de compartilhar com os leitores deste informa-tivo.

ARAÇARANASeo Fidencio tinha um bana-

nal no Taquari e para atender a demanda local foi bem ce-dinho abrir mais um espaço para plantar suas bananeiras. Só que no meio do caminho havia uma grande árvore cha-mada Araçarana, havia uma Araçarana no meio do cami-nho, coisa pequena, só uns 10 metros de altura, dizia Fiden-cio. “Amolei meu machado e bardeei (baldeei – de balde-ação) pra bandas do morro”, contava o prosador. Naquele lugar começou a cortar a árvo-re. Era na beira de um morro, meio perigoso, lugar inclina-do, mas ele não tinha medo e continuou. Enquanto cravava o corte do machado na arvo-re, ouvia um barulho estranho por detrás dele. Que diabos seria isso? – o barulho. Pensa-va ele. Vejam a situação, es-tava ele de pé sobre as raízes enquanto fazia os cortes no “pédiarve” (pé de árvore) que estava perigosamente em um terreno inclinado. Bom! O ba-

rulho era a árvore saindo da terra, era o barulho das raízes se desprendendo do solo, a árvore começou a virar “cam-bóte” e “despinguelou” piram-beira abaixo e Fidencio não largou nem o machado e nem o tronco da arvore. Quando parou estava de cabeça para baixo no topo da arvore, quer dizer ela havia caído de cabe-ça pra baixo com as pernas pra cima, digo com as raízes pra cima e lá se encontrava nosso homem. E agora pra descer? Pensou o camarada, pular não tinha jeito, poderia se machucar em meio aos ga-lhos quebrados e o chão de pedras. Voar? “Mascustas! De jeito maneira! Capaizmémo!” (impossível). Gritar? Tava longe, numa grota ninguém o ouviria. Chegando perto do almoço com as lombrigas se alvoroçando, começou a olhar em volta, no tronco e no ma-chado que tinha nas mãos, descobriu um jeito simples de descer, se aprumou de jeito e com o machado começou a fazer degraus pra baixo na árvore em forma de espiral, do tipo rodeando a árvore até chegar ao chão e desceu tran-quilamente. Ainda bem que foi o Fidencio senão outra pessoa não sobreviveria.

DUAS IRARASNuma bela manhã, Fidencio

acordou e já viu sua esposa Maria Gaspar colocar o “car-deirão” com água no fogão a lenha pra esquentar, era mais cedo e eles precisavam sair, então os preparativos anteci-param. Era responsabilidade de nosso personagem trazer a mistura, seja ela qual for. Bom! Saiu pro mato com sua cartucheira e demais petre-chos. “Ahome! Seja se Deus quiser!” Dizia ele. Soverteu

CHEGOU PRIMEIROTava acabando o tempo de

caça, os preparativos pras ro-ças estavam começando, mas seu Fidencio não ia deixar um macuco no meio do caminho dando sopa. Voltou em casa, pegou a espingarda e foi até o bicho num galho de pau. “Amirei e sapequei fogo!” Quando foi buscar não achou a mistura. Perdeu, pensou odestemido.

Na volta não percebeu que mesmo ferido o bicho havia passa-do por cima da sua cabeça e fugido. Che-gando em casa com ar de desanimado, sem a mistura pro almoço ia con-tar pra mulher o ocorrido. Mas viu sua mulher alegre, já tirando as panelas pra mesa. “O que é essa felicidade mu-lher?”. “Marido achei um fran-go meio morto, meio vivo caído no quintal, daí peguei, limpei e coloquei na panela pra nós e os filhos.” O ma-rido deu a meia volta até o tanque de água e viu as pe-nas do suposto frango, que era na realidade o macuco que ele havia atirado e que tinha fugido, que caiu no quintal e virou almoço nas mãos da esposa. Isso que é sorte, hein!

* * *

pro lados do Peixe Galo. Pas-sado algumas horas volta ele com o saco nas costas, den-tro a surpresa pra mulher. Na sala abriu o saco e derrubou no chão duas Iraras (animal onívoro da família dos muste-lídeos, aspecto semelhante às martas e fuinhas). Quando a mulher viu desconjurou. “Bo-nito de coisa que trouxesse, lhéi só! Eu queria era uma paca e não essas coisas!” Cha-teado, Fidencio logo retruca: “Se Deus deu também pode devorvê!”. Nisso, conta o ca-çador, que as Iraras levanta-ram a cabeça, olharam pra sua mulher, ainda fez miau e fugiu pela porta da sala. “Tá vendo! Visse! Foi castigo lhéi só! Deus deu a Irara e bóis não quises-se, agora elas pincharam pro mato de novo. Puro castigo! Hã!hã!hã! a móde!”

CHEIA DE AGUAPros lado do Morro da

Onça, onde poucos se aven-turavam foi Fidencio, no espi-gão ele viu um bando de dor-minhoco. O tempo tava ruim, o chão liso, as folhas molha-das, tava frio, “tava um des-gracera só!”, dizia. Pra piorar começou a chover. Insistente como era continuou a cami-nhada. Precisava levar mistu-ra pra casa. Seguiu o bando e num ponto estratégico se armou, porém percebeu que os pássaros estavam muito no alto, falando bem na pon-ta dos galhos. De qualquer forma arriscou, carregou sua quarentinha e apontou pra cima. “Ah! Home! Levantava a espingarda e a chuva en-chia o cano, baixava a espin-garda e a água escorria, daí apontava de novo pro bando e a chuva enchia o cano, bai-xava a espingarda e a água escorria...”

Zeca Pedro, 74, é caiçara da gema e personagem real de nossa história regional, homem que acompanhou e guardou muitas recordações e histórias de nossa rica cultura, também é de uma geração que acompanhou muitas transfor-mações de nossa terra e nas horas vagas é colaborador do Jornal Maranduba News e que na próxima edição contará ou-tras histórias de Fidencio.

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Página 14 Jornal MARANDUBA News Agosto 2014

“Nosso lanche na escola era uma cumbuquinha com farinha e peixe assado pra tomar com água” EZEQUIEL DOS SANTOSO documento data exatamente

de uma quarta-feira, 23 de no-vembro de 1949, onde mostra o resultado dos exames finais dos alunos na Escola Masculina da Maranduba, cujo professor era o homem enérgico, muito bravo, por vezes um pouco des-controlado, quase um carrasco, o senhor Lauristano e a diretora era a professora substituta Nelly Maria Alves de Mello. Na lista, como primeiro aluno da cha-mada está o nome de Aristides Félix, por aqui carinhosamente conhecido como “Canéco” e que em uma boa prosa conta esta parte de sua história.Filho de Martinha Zumira Ca-

bral dos Santos e Estevão Félix dos Santos é o 5º filho de uma “ninhada” de oito homens. Acordava as seis da manhã,

lavava a cara no rio, tomava café com farinha de mandioca e peixe assado, fazia um cum-buquinha como marmita, abria o caixão de madeira tipo baú e colocava a roupa de escola, se despedia dos “véios” e ficava no “carrero” esperando os ou-tros meninos pra irem juntos a escola.Sua casa era na Praia do Pulso,

mas tinha alunos da Caçandoca, mais longe ainda. Subiam pelo canto da “préia”, desciam o caminho (que hoje é a estrada municipal), antes do cemitério desciam o caminho até o canto da praia da Maranduba, em se-guida seguiam até a balsa para atravessar a barra do rio que era muito fundo. Na época o balseiro era o se-

nhor Antonio do Prado, balsei-ro do DER e pai do Diomar da Maranduba, depois seguiam a praia até chegarem próximo a casa do Anastácio Mesquita, rumavam à esquerda e chega-vam à escola da “Tia Brandina”, sogra do Chico Romão, que foi erguida junto a uma mangueira. Esta senhora havia dividido sua casa em duas partes, a frente o salão da escola, aos fundos onde morava. O salão era um espaço de 48

m2, erguida de pau-a-pique e o piso era um tablado só, as car-teiras já eram chiques, eram de madeira, cabiam duas pessoas e possuíam pernas de ferro, as tampas abriam-se e no canto

havia um espaço para o tintei-ro, os lápis eram de madeira, as folhas, por vezes eram os de pão. O tablado servia por vezes para algumas funções (bailes) como o Bate-pé e a Chiba. O uniforme era camiseta branca e shorts azul para quem tinha, quem não tinha colocava a me-lhor roupa da “somana” (sema-na). O que faltava pro uniforme e pros restos de pano de bunda da época eram as cuecas e que por isso,com a sua ausência, “fi-cávamos com os “badulaques”, “as parte” batendo pra lá e pra cá”, conta Canéco aos risos.A aula era das oito ao meio

dia, o intervalo acontecia entre os horários das 10 e 10:30 da manhã. A classe possuía qua-tro turmas: 1º ano A, 1º ano B (os repetentes), 2º e 3º ano, o professor usava camisa, calça e sapato naquela areia, os alunos sempre descalços. No meio do caminho catavam as mais varia-das frutas para “matar as lum-brigas, era goiaba, jaca, coco pindoba, cana, o que achasse”, descreve o ex-aluno. As maté-rias em sala de aula eram lingua-gem escrita, aritmética, leitura e linguagem oral e conhecimentos gerais. A diretora vinha a cada três meses para fazer suas ava-liações, quando chegava, os alunos eram dispensados as 10 horas para que a reunião entre os letrados tivesse inicio. Canéco lembra que o profes-

sor pagava pensão na casa do João Pimenta e um certo dia eu (Aristides), Dito Antunes, Dito Ramiro, Leovigildo, Toni-co, Ouvídio Cabral chagamos no horário de sempre e ela estava fechada, esperamos um pouco e como o professor demorou, se-guimos o rumo de nossas casas. Ao longe, lá pelas nove horas o professor nos avistou sem que o víssemos, “daí ele anotou e no dia seguinte nos deixou de castigo depois da aula até as duas da tarde sem comida, sem nada”, fala o caiçara. Os alunos que foram no horário certo avi-saram nossos pais. “Pra que!”, exclama Canéco, os irmãos mais velhos preocupados e irritados com a atitude do professor fo-ram tirar satisfação, literalmente o pau comeu na escola, quebra-ram quase tudo. O que se sabe é que a escola ficou fechada por

uma semana e quando abriu os irmãos mais velhos acompanha-ram as crianças por um tempo pra ver se o professor chagava no horário. “O nosso lanche na escola era

uma cumbuquinha com farinha e peixe assado pra tomar com água, hoje a escola é do lado casa dos alunos e eles não vão, quando vão não estudam”, de-sabafa O personagem.Com a permissão do professor

José Ronaldo incluo ainda tre-chos de sua conversa com seus irmãos realizados sobre a rede de João Zacarias depois de um “lanço” de gonguito na praia da Maranduba. Sobre o mesmo tema, na conversa descreve-se que em duas ocasiões os alu-nos das duas escolas (também a da escola mista no quintal da tia Balbina) se encontravam, que era no Dia da Pátria e no Dia da Bandeira. O professor comandava um desfile na praia. Os alunos tinham de marchar primeiro, depois podiam brincar à vontade. O interessante foi sa-ber que naqueles dias especiais até coca-cola o professor distri-buía. Também veio a minha surpresa

assim como a de José Ronaldo e muitos outros em saber que já existia coca-cola naquela época. Era uma garrafinha bem peque-na, onde um barco entregava para ser vendida no armazém do João Pimenta. Anos depois a escola mascu-

lina foi fechada.”Era um tempo muito difícil, mas de boas lem-branças”, finaliza Canéco.

Resultado dos exames finais dos alunos naEscola Masculina da Maranduba de 1949

* Aristides Félix dos Santos, 74 anos, caiçara, artesão, que nas horas vagas é contado de histórias e sua caixa de ferra-mentas é uma geladeira branca, duplex, desativada de marca Dako.

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Agosto 2014 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

O nó do afeto

Essa é para a vida toda!Enviada por Dilma CássiaUm professor de filosofia pa-

rou na frente da classe e sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio e o encheu com pedras de uns 2 cm de diâmetro. Olhou para os alunos, e perguntou se o vidro estava cheio. Todos disseram que sim. Ele então, pegou uma caixa

com pedregulhos bem peque-nos, jogou-os dentro do vidro agitando-o levemente, os pe-dregulhos rolaram para os es-paços entre as pedras. Tornou a perguntar se o vi-

dro estava cheio. Os alunos concordaram:

agora sim, estava cheio! Dessa vez, pegou uma caixa

com areia e despejou dentro do vidro preenchendo o res-tante. Olhando calmamente para

as crianças o professor disse: - Quero que entendam, que

isto, simboliza a vida de cada um de vocês. As pedras, são as coisas im-

portantes: sua família, seus amigos, sua saúde, seus filhos, coisas que preenchem a vida. Os pedregulhos, são as ou-

tras coisas que importam: como o emprego, a casa,um carro... A areia, representa o resto:

as coisas pequenas...

Experimentem colocar, a areia primeiro no vidro, e ve-rão que não caberá as pedras e os pedregulhos... O mesmo vale para suas vi-

das. Priorizem, cuidar das pedras,

do que realmente importa. Estabeleçam suas priorida-

des. O resto é só areia! Após ouvirem a mensagem

tão profunda, um aluno per-guntou ao professor se pode-ria pegar o vidro, que todos acreditavam estar cheio, e fez novamente a pergunta: - Vocês concordam que o vi-

dro esta realmente cheio? Onde responderam, inclusive

o professor: - Sim está! Então, ele derramou uma

lata de cerveja dentro do vi-dro. A areia ficou ensopada, pois

a cerveja foi preenchendo to-dos os espaços restantes, e fazendo com que ele, desta vez ficasse realmente cheio. Todos ficaram surpresos e

pensativos com a atitude do aluno, incluindo o professor. ENTÃO ELE EXPLICOU: NÃO IMPORTA O QUANTO

SUA VIDA ESTEJA CHEIA DE COISAS E PROBLEMAS, SEM-PRE SOBRA ESPAÇO PARA UMA CERVEJINHA !!!!!!

Em uma reunião de Pais, numa Escola da Periferia, a Di-retora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-Ihes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.Ela entendia que, em-

bora a maioria dos pais e mães daquela comu-nidade trabalhasse fora, deveriam achar um tem-pinho para se dedicar a entender as crianças.Mas a diretora ficou

muito surpresa quando um pai se levantou a ex-plicou, com seu jeito hu-milde, que ele não tinha tempo de falar com o fi-lho, nem de vê-lo durante a semana.Quando ele saía para

trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dor-mindo. Quando ele volta-va do serviço era muito tarde e o garoto não es-tava mais acordado.Explicou, ainda, que ti-

nha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tem-po para o filho a que tentava se redimir indo beijá?lo todas as noites quando chegava em casa.E, para que o filho soubesse

da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.Isso acontecia, religiosamen-

te, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acor-dava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.E ficou surpresa quando

constatou que o filho desse pai era um dos melhores alu-nos da escola.O fato nos faz refletir sobre

as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem pre-sentes, de se comunicarem com o filho.

Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais Importante é que o filho percebia, através do nó afeti-vo, o que o pai estava lhe di-zendo.Por vezes, nos importamos

tanto com a forma de di-zer as coisas e esquece-mos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples ges-tos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.É válido que nos preocu-

pemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sin-tam isso. Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos “ouçam” a linguagem do nosso co-ração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.É por essa razão que um

beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de

cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro. A criança pode não entender o significado de muitas pala-vras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.E você... já deu algum nó no

lençol de seu filho, hoje?

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