jornal maranduba news #79

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Maranduba, Dezembro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 79 15 ª Romaria a pé Aparecida bate recorde de peregrinos Foto: Aguinaldo José/PROMATA

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Notícias da Região Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #79

Maranduba, Dezembro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 79

15 ª Romaria a pé Aparecidabate recorde de peregrinos

Foto: Aguinaldo José/PROMATA

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Página 2 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Editor Chefe: Emilio CampiJornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP

Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SPConsultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801

Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961

Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 3832.6688 - (12) 99714.5678

Bar do Pedro

Um estabelecimento que faz parte da história da Maranduba é o Bar do Pedro. Localizado de frente para o mar, próximo a praça do Sapé, centro co-mercial local, esse bar come-çou a funcionar na década de 70 como uma barraca de praia feita de bambú.Local pitoresco, sempre co-

nhecido como point badalado da região, foi muito frequen-tado pelos turistas que busca-

vam na Maranduba seu refúgio de férias e finais de semana. Por mais de 4 décadas o bar foi administrado pelo empre-sário Pedro Resende e sua fa-mília.Em novembro de 2014 o Bar

do Pedro passou a ter nova direção. Sob o comendo dos empresários Carlos Alberto Guandaline Alves (Carlinhos) e Rubens Mendes do Patrocí-nio (Rubinho), o Bar do Pedro

sofreu algumas modificações para melhor atender ao públi-co local. Além das porções e batidas, o local oferece um res-taurante com deliciosos pratos a la carte e uma pizzaria com forno à lenha. Nesse ambien-te aconchegante a beira mar também conta com música ao vivo nos finais de semana. Mais uma opção para quem

deseja desfrutar deste paraíso chamado Maranduba.

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 3

Prefeito desiste de projeto que dispensaria prédios na Maranduba de fiscalização ambiental pelo Estado

Leandro Cruz/Informar Ubatuba O prefeito Maurício Moromi-

zato (PT)acabou desistindo do Projeto de Lei 05/15, de autoria do próprio Executivo, que criaria uma Zona de Es-pecial Interesse Social (ZEIS) em um terreno na região da Maranduba reclamado por um empresário local. Se aprova-da, essa forma de regulariza-ção fundiária permitiria que futuros empreendimentos fossem levados a cabo sem a necessidade de Declaração de Conformidade Urbanística e Ambiental (DCUA), emiti-da pelo Governo do Estado e auto de regularização da Se-cretaria de Habitação.Embora o ofício assinado por

Maurício contenha carimbo do último dia 18, o pedido de re-tirada do projeto só foi torna-do público na última sessão da Câmara Municipal de Ubatuba, durante a leitura do expediente.

O PL 05/15 tramitava em regime de Urgência Especial, isso é, dispensando o pare-cer da Comissão de Justiça e Redação. A comissão ha-via recomendado que antes da aprovação do PL, fossem feito amplo debate com espe-cialistas e a sociedade, sobre-tudo os moradores da região.A retirada do projeto acon-

teceu após diversas manifes-tações contrárias por parte do Conselho Municipal de Meio Ambiente, de morado-res da região, de vereadores e de organizações de prote-ção ambiental. Esses mes-mos grupos também fizeram críticas a outro projeto, irmão deste, o PL 06/15 que pas-sa a permitir prédios de até quatro andares na região e foi aprovado a toque de cai-xa após também ser colocado em regime de Urgência Espe-cial.

Leandro Cruz/Informar Ubatuba O vereador Claudnei Xavier

(DEM) voltou a defender a aprovação de legislação que permite a construção de pré-dios de até quatro andares em uma área da região Sul de Ubatuba, próxima a um famoso posto de gasolina. Segundo ele, a supressão da mata nativa naquela área é necessária para atender à demanda habitacional do mu-nicípio, cuja população vem aumentando.Em sua avaliação, o desma-

tamento de determinadas áre-as se justifica devido ao fato

Xavier volta a defender prédios na Maranduba e chama InforMar e Reclama Aqui de ‘mídias nocivas’ e ‘retrógrados’

de o município ter mais de 85% de seu território cober-to por vegetação nativa. “Vai construir no mar?”, ironizou.Na tribuna, em seu longo

discurso de mais de 20 minu-tos, após falar também sobre questões relacionadas à Saú-de e defender a permanência de Ubatuba na Região Me-tropolitana do Litoral Norte, Claudnei disse que voltava a abordar o tema dos prédios na Maranduba para responder àqueles que, em suas pala-vras, estariam “batendo” nele na Internet. Xavier criticou os ambientalistas e falando sobre

o que classificou como “pen-samento retrógrado” citou o portal de notícias e turismo InforMar Ubatuba e o grupo de debates do Facebook “Re-clama Aqui, Ubatuba”, que conta com mais de 12 mil membros. Para o vereador, o site de notícias e o fórum de discussão online seriam “mí-dias nocivas”.Os debates iniciados nas

redes sociais que contiveram opiniões que desagradaram ao vereador foram gerados pela tramitação dos Projetos de Lei 05/15 e 06/15. Corfor-me noticiado pelo InforMar

Ubatuba, o projeto 06/15, já aprovado, permite prédios de até quatro andares e faz me-nos restrições ao uso do solo a uma determinada área da região da Maranduba.O projeto 05/15, que cria-

ria uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) em uma área de 120 mil metros qua-drados, dispensaria eventuais futuros empreendimentos de terem que receber aprovação de orgãos estaduais de fisca-lização ambiental e urbanísti-ca. O prefeito Maurício Moro-mizato (PT) acabou pedindo a retirada da pauta do projeto,

de autoria do Executivo, após receber críticas do Conselho Municipal de Meio Ambiente, de vereadores, de cientistas e de moradores da região Sul.Os dois projetos receberam

pedido do Executivo para tra-mitar em regime de Urgência Especial, isso é, passando por cima da Comissão de Justiça e Redação que havia dado parecer contrário a ambos os PLs. A comissão recomendava que antes de ir a plenário o assunto fosse debatido com a sociedade por meio de ins-trumentos como audiências públicas.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

Projeto “Pescador Amigo” incentiva consumo responsável de pescados e valoriza pescadores artesanais

Ezequiel dos Santos O projeto que inicialmente

foi criado para reduzir a captu-ra acidental de tartarugas ma-rinhas e golfinhos, atualmen-te trabalha em parceria com pescadores do litoral sul de São Paulo na adoção de prati-cas de pesca responsáveis de forma interativa, respeitosa e incentivada do ponto de vista sustentável. Guia de ConsumoO projeto dispõe gratuita-

mente um guia de consumo responsável de pescados que pode ser baixado e impresso através da internet a ser uti-lizado na hora da escolha de pescados para consumo. Clas-sificado em três categorias – BOM APETITE, COMA COM MODERAÇÃO E EVITE, - a tabela apresenta 61 espécies de pescados, desde o consu-mo livre até o restritivo. As atividades do Projeto Pesca-dor Amigo são desenvolvidas por uma equipe de monitores, educadores ambientais, estu-dantes de Biologia e mestres para disseminar o conheci-mento em diferentes faixas etárias, grupos sociais e cul-turais.

CartilhaExiste também uma cartilha

ambiental e uma História em Quadrinhos, para atender cer-ca de 4 mil alunos da Rede Pú-blica da Baixada Santista. Com o título “Pescando Novos Co-nhecimentos”, a cartilha traz como personagens principais O Pescador, A tartaruga Ma-rinha e a Toninha (Golfinho). Este material pode ser dispo-

nibilizado através da internet e mostra a arte da pesca e medidas simples que vem aju-dando a diminuir os acidentes com espécimes que não fazem mais parte do cardápio huma-no. Com uma didática interes-sante o material em nenhum momento aborda a brutalida-de que vem ocorrendo com a categoria.Simples idéias Os depoimentos de pesca-

dores a respeito da impor-tância de práticas de pesca responsável fazem parte do documentário “Pescador Ami-go”. Idéias simples de pesca-dores como adoção de praticas de pesca com redes de fundo, que evita a captura de tartaru-gas, tingimento da rede usada no cerco flutuante, técnicas de

manejo cuidadoso de espéci-mes a serem retirados da rede também foram premiados. Ao que parece, o importante é sa-ber que o concurso é livre de influencias “ambientalóides e de pessoas biodesagradáveis” para que os profissionais da pesca artesanal pensem por si só – sem pressão- nas mu-danças que podem melhorar o trato, a técnica e o manejo das espécies para o futuro da pesca local e regional. Geral-mente os prêmios são sondas

e sonares para os primeiros colocados. Respeito em 1º lugarO texto fala de um roteiro

de visitas pautado na respei-tabilidade das partes e uma coleta continuada de dados a serem compartilhadas entre pesquisadores e pescadores, também como preenchimen-to de base de parceiros como o Instituto de Pesca de São Paulo (IP). A equipe de moni-toramento está treinada para efetuar uma abordagem amis-

tosa e didática aos pescado-res, interagindo de maneira a envolvê-lo ao projeto e não na desistência da atividade. Mos-tram alternativas positivas em compartilhar as informações de sua atividade como base estatística e principalmente pela oportunidade de melho-ria em sua atividade artesanal, para um sucesso na pesca ain-da em muitas décadas. Maio-res informações ou baixar os materiais de apoio acesse: http://pescadoramigo.eco.br

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 5

No último mês de novembro, a PROMATA, através de um de seus integrantes, recebeu o livro autografado “Imigran-tes Bessarabianos – Búlgaros e Gagaúzos” do pesquisador e escritor Jorge Cocicov con-tendo mais de 756 páginas da mais rica e elaborada história da imigração deste povo pelo mundo e pelo Brasil no terri-tório do litoral norte paulista, principalmente na Ilha Anchie-ta, onde morreram por inges-tão de mandioca ”brava”. Esta parte da história do país que os brasileiros não conhecem recebeu um capítulo inteiro sobre o ocorrido em nosso território na década de 1920. O livro, muito bem ilustrado,

busca informar de maneira simples e rica os detalhes da evolução deste povo no tra-to das causas da imigração e suas consequências devidos aos vários fatores durante seu curso na história mundial. Pode-se dizer que é muita in-formação por “metro quadra-do” de livro, por isso é consi-derando apaixonante. O autor soube registrar essa epopéia, com relatos de centenas de famílias, histórias de vida, ár-vores genealógicas, costumes, tradições, gastronomia, litera-tura, mais de 1000 imagens e diversos temas de interesse histórico-sociológico.Com vários recortes de jor-

nais e documentos antigos ele traça uma linha mestra na história local com ramificações internacionais ligadas ao velho continente - Europa. Segundo o autor “O livro conta a his-tória da Bulgária, sob o jugo otomano por 500 anos e que levou muitos dos seus filhos a emigrarem para a Bessarábia (Rússia) hoje Moldávia no sec.

Integrante da PROMATA recebe livro internacional da história deimigrantes Búlgaros e Gagaúzos passados no litoral norte paulista

XIX, aonde no século seguin-te, forçados pelos invasores romenos vieram para o Brasil, em 1926.”, comenta Cocicov. “Essa imigração está ligada à história da Ilha Anchieta, e, portanto à de Ubatuba, pois nela muitos desses imigrantes ficaram segregados por cem dias, nos quais morreram 151 pessoas, na sua maioria crian-ças”, reforça o autor.LançamentoEm nota, o autor diz que o

lançamento do terceiro livro aconteceu no museu da imi-gração na capital paulista. Esta obra completa uma trilo-gia (2005-2007-2015) na qual o autor narra toda a epopéia desses imigrantes que vieram da Bessarábia (atual moldá-via) para trabalharem nas fa-zendas de café paulistas, de-sembarcando em Santos, no ano de 1926. O novo livro conta com pes-

quisas mais profundas que trazem à luz fatos mais es-pecíficos sobre a história que relata terem eles sido abando-nados à própria sorte e sem opção. “Eles mendigaram, submeteram-se aos fazendei-ros de café, trabalharam na construção civil, na Adutora Rio Claro, em Mogi das Cru-zes - SP e formaram colônias na Alta Sorocabana, em Santo Anastácio (incluindo o atual Mirante do Paranapanema), Tupã, Quatá, Norte do Para-ná, sul do então, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O livro estará à disposição

da comunidade na biblioteca Doraci na sede da PROMATA no Sertão da Quina mediante agendamento. Maiores infor-mações através do email [email protected] e boa leitura.

Cocicov não esconde a satisfação pelos anos de dedicação - merecida tarde de autógrafos

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Página 6 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

Capoeiristas de Ubatuba festejam reconhecimento internacional pela UNESCO

No último dia 25, umas das manifestações culturais mais conhecidas no Brasil e do mun-do – Roda de Capoeira, recebeu da Organização das Nações Uni-das para Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) o titulo de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. O reconheci-mento aconteceu durante a 9ª sessão do Comitê Intergover-namental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial na sede da organização em Paris entre os dias 24 e 28/11. La estava a presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Ma-chado; da diretora do Departa-mento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino; e dos diplomatas da delegação do Brasil junto à Unesco, capoeiris-tas brasileiros também acom-panharam a votação, entre eles os mestres Cobra Mansa, Duda Pirata, Peter, Paulão Kikongo, Sabiá e a Mestra Janja. O som do atabaque e do berim-

bau comoveu os representantes dos países presentes à apresen-tação. A presidenta do Iphan, Jurema Machado, presente na sessão do comitê, explicou que as políticas de patrimônio ima-terial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromis-sos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais, como a Roda de Capoeira. “O reconhecimento interna-

cional amplia as condições de salvaguarda desse bem”, es-clarece. A Câmara Municipal de Ubatuba pretende até a última sessão ordinária deste ano reali-zar uma homenagem aos grupos de Capoeiras em Ubatuba com-postos pelos grupos Mandinga de Angola Mestre Jequié (Jaldo Motta da Silva), Grupo Guelê Mestre Portes (José Portes), Be-

rimbau Mundo Mestre Formiga (João Caldeira Coelho), Liberda-de Camará Mestre Chicão (Fran-cisco de Holanda), Nova Maré Mestre Serginho (Sérgio de Oli-veira Marques), Mestre Pit Bull (José Carlos da Silva Dias), Arte Universal Mestre Leco (Rogério Elias Barbosa), Herança dos Ne-gros Mestre Japão (Noel Augus-to Nunes), Centro Cultural Capo-eiras Mestre Glauber (Glauber Fernandes), Unidos a Liberdade Mestre Nerci (Nerci de Souza), N’Golo Graduado (Marcos Saulo Gonçalves, Arte Negra Professor Kelé (Clementino Jacinto Oli-veira), Angola Peregrinos (Luiz Henrique Heparicio) e Arte e Vida Prof. Pézão (Mário Gabriel do Prado). A homenagem se dá como

extensão do reconhecimento in-ternacional dentro do território de Ubatuba. Vários grupos se manifestaram com festa ou com reflexões sobre a importância da manutenção desta cultura na-cional de origem afro-brasileira, praticada em cerca de 160 paí-ses, em todos os continentes.

OrigemOriginada em pleno período

escravista, a capoeira desenvol-veu-se como forma de sociabi-lidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estraté-gia para lidarem com o controle

e a violência. Atualmente é um dos maiores símbolos da identi-dade brasileira e está presente em todo território nacional. A Roda de Capoeira e o Ofício

dos Mestres de Capoeira tive-ram o reconhecimento do Iphan como Patrimônio Cultural Brasi-leiro em 2008 e estão inscritos, respectivamente, no Livro de Registro das Formas de Expres-são e no Livro de Registro dos Saberes. Hoje a capoeira é reco-nhecidamente uma ferramenta de transformação social, cultu-ral, esportiva, comportamental veiculo pedagógico nas várias classes sociais das escolas pú-blicas e privadas de Ubatuba. Em Ubatuba a Roda de Capo-

eira efetivamente se organizou e ficou mais conhecida a partir da década de 1970 reavivada pelo Mestre Jequié e que a cada ano os grupos de capoeira têm representado de forma positiva Ubatuba em eventos nacionais e internacionais, mantendo a identidade de um município que vem se esquecendo de sua his-tória raiz. O Ministério da Cultura e o

Iphan, através das redes sociais, acreditam que o reconhecimen-to deva aumentar o interesse na manutenção deste patrimônio que é um bem único. Fonte: MinC - Iphan

Renata TakahashiÉ na região sul de Ubatuba,

em dois bairros bem distan-tes do centro, que nascem as raízes, folhas e frutos do projeto Uilikandé. A iniciativa comercializa cestas com pro-dutos cultivados sem vene-no, recém colhidos nas roças da dona Cida, no bairro Folha Seca, e do seu Cido e da Lirca, no Araribá (conheça as roças no vídeo abaixo). Dona Cida e seu Cido são agricultores ex-perientes que, preocupados com a saúde deles próprios, dos consumidores e do meio ambiente, deixaram de usar agrotóxicos em suas planta-ções.A dona Cida não utiliza ve-

neno há 7 anos. A roça cuida-da por ela e por seu marido impressiona pela diversidade, e revela a dedicação de um casal de japoneses muito ín-timos da terra. Já o seu Cido começou a plantar sem fazer uso de agrotóxicos em 1993, tendo acumulado assim mais de vinte anos de conhecimen-to prático.Cestas padrãoToda semana, os consumi-

Projeto Uilikandé produz e comercializa alimentos sem

agrotóxicos na região sul

dores do projeto Uilikandé recebem por e-mail uma lista contendo os itens da cesta padrão, que variam de acor-do com o que está disponível para colher nas roças. São duas opções de tamanho. A cesta pequena contém apro-ximadamente 9 itens e custa em torno de 35 reais. A cesta grande é composta em média por 17 itens e custa por volta de 55 reais. Nesse valor está incluso uma taxa de 15 reais, para custos de transporte e gestão do projeto. Também é possível pedir itens adicionais além dos que já vem na cesta.Buscando uma logística de

menor impacto ambiental, o projeto conta atualmente com pontos em seis bairros en-tre a região sul e o centro de Ubatuba (Lagoinha, Fortaleza, Rio Escuro, Lázaro, Itaguá, Centro) onde os consumidores podem buscar suas cestas e realizar o pagamento. A ideia é descentralizar o acesso aos produtos sem agrotóxicos, e fazer com que eles viajem o menos possível até chegar ao consumidor. Mais informações: [email protected]

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 7

Grupo de Corrida da MarandubaClaudia Félix

É fato: a corrida é um efi-ciente meio de deixar o corpo saudável, tonificar os músculos e deixar o coração mais forte. O que os cientistas acabam de concluir é que os benefícios podem ser multiplicados se ela for praticada em grupo, pois os níveis de endorfina são libera-dos pelo nosso corpo em doses maiores quando corremos ou nos exercitamos em compa-nhia de outras pessoas. A ex-plicação está associada ao sen-timento de carinho, cuidado, afeto e amizade que tornam o exercício mais relaxante e pra-zeroso se fosse feito sozinho.No Grupo de Corridas IBS

- Maranduba não é só uma busca por vitória - de primei-ro, segundo, terceiro lugar. Esse é o espírito do grupo … melhorar a cada prova, supe-rar seus limites, sem esquecer que o que importa é celebrar a vida, se divertir, interagir com os outros e, mais do que nun-ca, dar um adeus ao estresse do dia a dia. Ir as corridas para brincar com os amigos, e dar apoio àquele que não está bem ou quase desistindo.Em suas últimas provas:Adrena Run – Independência

Set/2015 – 12 kms.Adrena Run – Nossa Senhora

Aparecida Out/2015 – 13 kms.Super 5k em São José dos

Campos Out/2015Circuito Oscar Running Adi-

das Nov/2015 – 10 kmsNa edição 76 do jornal

Maranduba News de setembro de 2015 , estão as provas an-teriores realizadas pelo grupo.Temos no grupo , atletas

em várias categorias (ida-des). Estamos estimulando, as pessoas de todas as faixas etárias a participarem. Tanto que na corrida da Adrena Run

Out/2015 , tivemos nossa atle-ta mais nova e o mais idoso da região sul participando: Giova-na Félix Prado (13) e o Sr. Jair Alves de Sales (60) conquis-tando 2º lugar, assim, subindo ao pódio.Sempre é bom ter cuidado.

Um dado alarmante merece atenção: 60% dos corredores ainda correm sem orientação técnica. Muitos acreditam não necessitarem dessa orienta-ção, basta ter um tênis apro-priado e um local adequado para literalmente saírem cor-rendo. As pessoas ficam tão motivadas quando começam a correr que acabam queren-do pular de uma distância para outra maior em um curto es-paço de tempo, sem levar em consideração que como todo esporte, existe um tempo para evoluir e de capacidade técnica para tal.Cada organismo reage e

adapta-se de maneira diferen-te ao exercício, e o seu cole-ga de treino não pode servir de referência, pois quem deve ditar o ritmo, volume e intensi-dade é o profissional qualifica-

do após efetuar uma avaliação. Pratique com profissionais da Educação Física que já atuem com corrida de rua, garantindo assim um acompanhamento mais eficiente e seguro.Na história das Olimpíadas

Antigas, a primeira prova ins-tituída foi uma corrida, embora curta, chamada pelos gregos de stadion de cerca de 200 metros. Entre as provas de rua, a mais conhecida é a marato-na de 42,195 km. Sua origem também remonta à Antiguida-de grega. Segundo a lenda, um soldado (Feidípedes) cor-reu da planície de Maratona até Atenas, para levar a notícia da vitória dos gregos sobre os persas. Sempre de acordo com a lenda, ele conseguiu a pro-eza, para morrer em seguida.No Brasil, no começo do sé-

culo 20, o atletismo dava seus primeiros passos. Mas as cor-ridas de rua já eram das com-petições mais concorridas. Por rival, em importância, havia as regatas. O futebol ainda engatinhava, antes de firmar-se como primeiro es-porte nacional.

No último dia 17 a escola municipal Nativa Fernandes de Faria e EMEI Thereza dos Santos – Sertão da Quina apresentaram a III Mostra Afro Descendente com uma considerável programação cultural. A equipe escolar e os alunos

participaram em peso das ati-vidades, foram semanas de preparativos e planejamento. As apresentações surpreen-deram ao menos 150 pessoas que aplaudiram com fervor. O balanço da capoeira fez

requebrar a cintura dos ex-pectadores e pra fechar uma deliciosa feijoada encerrou o evento. Na parede do complexo es-

portivo estavam dispostas as bandeiras dos países que mandaram seus filhos a esta terra no auge do trafico ne-greiro. A arquibancada estava lota-

da de pais e mães que não es-condiam a expectativa e a “co-rujice” de verem seus filhos no palco desta mostra. Com uma hora e meia de apresentação

Escola Municipal apresenta a III Mostra Afro Descendente

e degustação o evento foi su-cesso de público e crítica. Sem tirar o mérito do evento, uma mãe de aluno comenta que “é uma pena que em reuniões escolares, na colaboração com professores e em atividades extras para os próprios filhos e alunos não se vê tanta gen-te, mas em festa aparece todo mundo”, a declarante não quis se identificar. Entre os alunos a mostra não

parecia apresentação e sim uma grande festa, todos se sentiam realizados em apre-sentar-se aos pais. Foi possí-vel perceber que enquanto um grupo se apresentava os que aguardavam sua vez ou já haviam se apresentado can-tavam e dançavam nos basti-dores. Assim ficou o organo-grama do evento: Abertura, Apresentações de “Barbatu-que Sambalele”, Olhos Colo-ridos”, “Palavra Cantada Áfri-ca”, “Berimbau Metalizado”, “Barbatuque Baiana”, “Cor do Brasil”, “Som da Liberdade”, Apresentação de capoeira e degustação de comida típica.

Imagem do vídeo onde as crainças dançam ao público

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Página 8 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

15 ª Romaria a pé Aparecida do Norte bate recorde de peregrinosAguinaldo José/PROMATA“Pelos prados e campinas

verdejantes eu vou... É o Se-nhor que me leva a descan-sar...Junto às fontes de águas puras repousantes eu vou...Minhas forças o Senhor vai animar...” Foi mais ou menos como na

musica de composição autoria de Frei Fabreti e Thomas que a romaria rumo a Aparecida

Fotos: Aguinaldo José/PROMATA

Parada obrigatória, falta pouco para cumprir o objetivo Pedidos e orações no primeiro trecho

Pico do Bomfim - quase chegando

do Norte começou no último dia 18 terminou no dia 29 se-guinte. Esta edição bateu re-corde de participantes. Foram contabilizados 648

peregrinos que toparam ca-minhar quilômetros a pé em nome da fé, da experiência do turismo religioso, do estimulo a autoestima, combate a de-pressão, elevação da moral e contemplação da natureza.

Entusiasmo e fé durante o percurso

Fortalecendo a fé em contato com a natureza

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 9

Experiência de um peregrinoAguinaldo José/PROMATATudo começou a acontecer

na matriz em Ubatuba, lá a o bispo é quem fez as honras e a missa de envio. Uniformiza-dos partirmos para o objetivo. Até o almoço do outro dia os peregrinos enfrentaram chu-va, nada que desanimasse o seleto grupo. Já nos primeiros quilômetros os participantes colocaram a prova sua supe-ração, foco e determinação de seus objetivos. Uns descalços, outros de chi-

nelos, muita gente de tênis, houve os que ficaram com os calos a mostra e teve que cobri-los. No caminho a desco-berta mais valiosa de supera-ção, um casal de senhores – Dona Tereza (76) e Sr. Pedro (86) mostraram nesta romaria o que é foco na vida, na fé e na caminha de uma longa his-tória de vida. Tirando as coisas corriquei-

ras: boa organização, almoço e jantar na hora programada, desta vez foram homens do exército que apareceram no meio do caminho realizando suas manobras. A medida que vamos che-

gando ao objetivo nos senti-

mos mais leves, cada um com sua forma de leveza. O grupo se aproxima mais a cada qui-lometro percorrido, mas não pela distancia e sim pela ami-zade criada na caminhada. Na realidade qualquer pes-

soa pode participar, não exis-te limite de idade, nem sexo, basta só ter força de vontade, muita coragem e fé. A partida e a chegadaA sensação da partida é

mais de dúvida se vai chegar ou não, o entusiasmo e a an-siedade também grudam em você. Aos poucos a calmaria,

Calos - parte do processo

nos primeiros quilômetros o cansado, que vai aos poucos ficando para trás a medida que o caminho vai encurtando e os apoios – religioso, moral e fraternal- lhe estendem a mão. A chegada é sempre um

evento e uma sensação inex-plicável. Você está cansado, sentindo dores, com sono atra-sado, poucas horas de sono, e ao mesmo tempo sente-se um vencedor e agradecido por ter chegado até ali, muitas vezes sem saber como conseguiu. Isso é fé, o resto é determi-nação.

Em direção à Basílica

Moradores partindo do Emaús - Sertão da Quina

Devoção e fé em todo percurso

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

AÇÃO SOCIAL APASU

LOCAL: Nova Sede Adega D’Menor R.Roberto Antonio Prado, 2.260 (ao lado da ponte/Com.Blessa) SERTÃO QUINA

1º PREMIO: R$ 500,00 2º PRÊMIO: 1 Bicicleta 26 marchas aro alumínio 3º PRÊMIO: R$ 300,00 4º PRÊMIO: 1 micro-ondas 5° PRÊMIO: R$ 200,00

Cartela: R$ 10,00

ADQUIRA CARTELAS E AGENDE UMA CASTRAÇÃO

Gato ou gata = 5 cartelasCachorro, fêmea ou macho ate 15 kilos = 07 cartelas

Cachorro, fêmea ou macho acima de 15 kilos = a combinar

PARTICIPE E COLABORE“SEM PARTICIPAÇÃO NÃO CABE RECLAMAÇÃO”

Desde 2004 já foram realizadas 4.408 castrações. Até 15/10/15 - 408 castrações neste ano, sempre sem a ajuda de qualquer poder público.

Estamos aceitando prendas, alimentos não perecíveis, assim como brindes, edredrons, cama, mesa, banho eletrodomésticos, cesta básica, etc...

ASSOCIAÇÃO PROTETORA DOS ANIMAIS DA REGIÃO SUL DE UBATUBA

DIA 05/12/2015 – 19HS

G1 Vale do Paraíba e RegiãoMoradores do bairro Sertão da Quina, em Ubatuba (SP), encontraram uma forma inu-sitada de protestar contra os constantes alagamentos na-

Morador usa bote e manequim paraprotestar contra rua alagada no litoral

Protesto rua alagada de Ubatuba (Foto: Polyane Guimarães/Vanguarda Repórter)quela região. Da última vez em que a chuva criou poças nas ruas, eles colocaram um bote e um manequim “pesca-dor” no meio da rua Recanto da Paz. Os problemas com

ruas que alagam e ficam in-transitáveis após fortes chu-vas em Ubatuba são constan-tes. Pelo menos nove bairros da cidade tem ruas de terra com este tipo de problema.

Moradores tem nas últimas semanas notado uma diferente e colorida idéia estampada no portão principal do colégio Áu-rea Moreira Rachou no Sertão da Quina. A obra é fruto de um concurso de desenhos promo-vido pelo colégio em parceria com integrantes da seicho-no--ie, onde se valeu as melhorias no ambiente escolar. Foram premiadas as três pri-

meiras colocações e a aluna do 6º ano A, Camilli Catharina, 11 anos, ficou com o topo do pódio desta vez. Como premio recebeu um tablet para aju-dar nos estudos, porém em-polgação mesmo foi ver seu trabalho sendo desenvolvido por grafiteiros profissionais no portão principal do colégio. Não faltaram os pais corujas, que acompanharam todo pro-

Obra vencedora de concurso de desenho vira mural da entrada de colégio

cesso e até uma “self” fizeram como garantia da “corijice”. A aluna conta que não plane-

jou o desenho, apenas execu-tou a idéia no papel e o resul-tado foi a premiação. Do papel para a pratica, muita gente ajudou, o resultado surpreen-deu até a vencedora.

A menina, que é só sorriso, agradece as pessoas que cola-boraram com a arte do mural e na entrevista não parava de sorrir. Agora todo que passa em

frente ao colégio não tem como não admirar seu traba-lho. Parabéns pra Camilli!

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 11

No último dia 19 a PROMATA finalizou o projeto de iniciação a observação de aves “Cantos da Mata” reali-zado dentro do GT - Grupo de Trabalho do Conselho do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba em parceria com a Escola Municipal Bernardo Ferreira Louzada de Caraguatatuba.A visita aconteceu no Sítio

do Sr. Jonas, no bairro Folha Seca (sítio dos beija-flores). Cerca de 20 alunos partici-param da atividade. Com eles os PROMATAS Aguinal-do José, Antonio de Olivei-ra – Tio, Sandra Chinaia, a coordenadora pedagógica Leontina S. P. Almeida (Lila) e dois professores da escola Louzada. Como todo amante da ob-

servação de aves, alunos e professores se impressiona-ram com a qualidade, quan-tidade, diversidade (tama-nho e cores) e a agilidade dos beija-flores em um único lugar. Durante a visita foram disponibilizados binóculos e câmeras fotográficas que garantiram a melhor visuali-zação dessas lindas criaturas e a diversão responsável dos alunos. O proprietário do lugar, Sr.

Jonas, simpático e disposto na colaboração da educação ambiental, contou sua histó-ria como cuidador das aves da mata atlântica, tirou du-vidas das crianças sobre as aves, realizou uma pequena oficina sobre como montar bebedouros para beija-flores com material reciclado (gar-rafas pet, tampas, arrebites e plásticos). Após o lanche, as crianças

participaram de uma cami-nhada na estrada cênica que passa ao lado do sitio. Lá pu-

PROMATA finaliza Projeto “Cantos da Mata”deram observar com calma e maiores detalhes outras espécies de aves, insetos, flores, além da grande di-versidade de plantas e árvo-res. Ao final, na despedida, uma foto com todo o grupo e a certeza que, no sorriso de cada aluno, o objetivo foi cumprido com sucesso. O projeto atingiu a meta de

estimular o interesse de fu-turos observadores de aves, protetores da natureza ou aos menos cidadãos respon-sáveis. Agradecimentos a Sr. Jo-

nas que proporcionou uma gentil recepção e disponibi-lizou sua residência para re-ceber os alegres visitantes, que pelo visto levarão uma memorável lembrança deste passeio-pedagógico. Acima foto oficial - Abaixo a chegada, orientações relembradas ao longo do projeto

Caminhada ecologica em estrada cenica

Sr. Jonas explica a importancia de se cuidar bem das aves

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 20Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

Ezequiel dos Santos Revista Ultima Hora – Edição

Extra nº 90, Rio de Janeiro, quarta-feira, 2 de julho de 1952, na pagina 2, a conversa continua, os repórteres e au-toridades queriam saber mais, qual era a versão de Pereira Lima sobre o motivo real da rebelião. “ Os motivos de nos-sa revolta e da nossa fuga fo-ram antes de tudo a fome e os maus tratos. Na Ilha Anchieta não éramos tratados como homens, mas como animais. “Passamos dias sem comer e quando alguém reclamava metiam-lhe a “lenha” ou então nos davam peixe podre”. O capturado faz uma pausa e

recomeça a contar – “Enquan-to isso a Ilha vivia em ver-dadeira festa. Todos os dias eram verdadeiros banquetes e churrascadas para os políticos amigos da direção do presídio. Parecia até sede do diretório político. E o peixe que nós pescávamos era todo vendido pra fora”, conclui o capturado. Sobre amores a ele também

perguntaram, se havia algum amor no meio da fuga, da sua principalmente. “Nada de mu-lheres, o que nos guiou e deu coragem foi a fome e as injus-tiças”. As perguntas não cessa-

vam, Pereira Lima inteligente respondia com clareza e cer-teza que fazia dos curiosos sua garantia de vida, que suas palavras entrariam para os anais policiais e jornalísti-cos. Sobre a falta de comida e maus tratos exagerados, os sobreviventes ouvidos pelo JMN contam que se trata de um fato exagerado. A vida era mais dura naquela época, mas muitos, a grande maioria go-zava até de mordomias que não existiam em outros siste-

mas prisionais do estado e do país. Mas isso é um fato que veremos a frente. À Pereira Lima perguntaram

também sobre os detalhes de sua jornada através das ma-tas: “depois que sai da ilha não disparei um único tiro” – afirma calmo e sereno. Na mesma página recebe

também grande destaque a história do “Sargento Cabo-clo”. Um integrante do Exér-cito Brasileiro que se mis-turou a moradores. Estava ele disfarçado de caboclo na tentativa de descobrir e cap-turar integrantes do levante. Diz a matéria que o Sargento do EB “Souza” havia descon-fiado de um homem que gas-tava demais em uma “ven-da” local. “Em 1º de julho de 1952 – terça-feira – 16:30hs o repórter Norberto Esteves descreve a trajetória do dis-farce com o seguinte título de matéria: “Coroa” delatou o esconderijo dos companhei-ros- Concedidas as garantias de vida – O chefe presidiário se entregou”. O texto fala do local onde

tudo começou e terminaram – nas matas que circundam a comunidade de Monjolo, em Cunha, onde foi capturado João Pereira Lima, cercado pelas tropas do exército sob o comando do major Pedro Silva Neto Uste. O tenente Amorim desta

mesma tropa teve uma idéia brilhante. Ele solicitou a um de seus comandados que se disfarçasse de caboclo e an-dasse pelas redondezas onde supostamente estivessem os foragidos, principalmente os mentores da evasão. Então o sargento Souza foi até a “ven-da” de Lazares Ferreira Men-des, onde ficou “assuntando”

os possíveis rebelados. Che-ga uma camarada de apelido “Coroa” fazendo perguntas excessivas sobre a região, as tropas, as estradas, o caboclo sargento desconfiado deu voz de prisão e detido ali mesmo começou o interrogatório. Queria o militar saber onde

estava Pereira Lima, o cap-turado logo abriu o bico di-zendo que estava a poucos metros dali. Com mais ho-mens o sargento fez com que o delator o levasse próximo ao mentor. Estava sobre uma elevação montanhosa já sen-do cercada por tropas, pes-soal de vigilância e captura e investigadores. Os agentes da lei eliminaram quase todas as possibilidades de fugas, também com o numero de homens ao redor da mon-tanha, tornaram inviável ao pequeno grupo de fugitivos um confronto direto, que se-ria muito perigoso e quase suicida. Foram momentos de extrema cautela, ansiedade, estresse e nervosismo. O suor corria na face de

quem quer lá estivesse. O sargento caboclo, um cabo e “Coroa” aproximaram-se va-garosamente do grupo, que segundo o repórter, estavam em uma saliência do terreno protegido por arvores. Foram momentos de pavor para os lados – ou morriam ou sobre-viviam todos, não havia meio termo. Surpreendentemente Pereira

Lima se apresentou e pediu garantias de vida ao delegado Centola dizendo estar disposto a se entregar sem resistência. Assim o major e o delegado ofereceram as garantias em nome do secretario Estadual de Segurança Pública da épo-ca – Elpídio Reale.

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 13

Posto de saúde promove dia de conscientização sobre diagnóstico precoce do câncer a moradores aproveitando campanha do Novembro Azul e Outubro Rosa

No último dia 16, o posto de Saúde do Sertão da Quina – Isabel Félix dos Santos- reali-zou um dia de conscientização e orientação sobre um dos males que mais tem atingido a população nas últimas déca-das – o câncer. Aproveitando as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul os profissionais de saú-de do PS agregaram as duas campanhas em um único dia. Nem mesmo as chuvas impe-diram os usuários da unida-de de saúde de participar de um saboroso café da manhã, palestras, orientações, dis-tribuição de brindes e muita informação sobre doenças se-xualmente transmissíveis, mé-todos de prevenção, mamo-grafia, câncer de colo de útero e de próstata, auto-exame de mama, entre outras dúvidas. O objetivo proposto foi o de atingir o maior numero de mu-nícipes locais com orientações e exames preventivos e mes-mo com as fortes chuvas pode

se dizer que as metas foram cumpridas. Num clima descontraído, par-ticiparam 21 mulheres e 19 homens, que realizam um bate papo bem franco com o Dr. Jorge Estefan. No Outubro Rosa, a campa-nha visa conscientizar e orien-tar as mulheres atendidas na rede pública de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, que pode ser feito por meio do auto-estame e mamografias periódicas. Já a do Novembro Azul, pre-tende alertar os homens sobre a importância dos exames re-gulares de próstata, um dos tipos de câncer mais comuns entre a população masculina. Embora o programa aconteça nos meses da campanha, pro-fissionais de saúde informam que a atenção com a saúde é permanente, qualquer dia é dia de fazer o auto exame ou procurar um médico para sanar sua dúvida.

Equipe realizadora do evento

Isso pode valer uma vida muito importante – a sua.

Pela manhã as mulheres foram as primeiras a chegarem

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Página 14 Jornal MARANDUBA News Dezembro 2015

Infância Missionária arranca aplausos de fiéis na missa do dia 8

Dia de Cristo Rei

No último dia 08/11, na tra-dicional missa da história reli-giosa local, o grupo da Infân-cia e Adolescência Missionária da Capela Nossa Senhora das Graças preparou um grande evento teatral que retratou o evento religioso de 1915 por estas paragens. Embora as chuvas anuncias-

sem um fracasso de público e critica isto não aconteceu. As crianças se transformaram em grandes atores para contar o que foi vivido, em partes, pelos próprios antepassados. Com a capela tomada de fiéis, visi-tantes, turistas e até curiosos a apresentação emocionou a todos, até mesmo quem já co-nhece a história. No total foram mais de 20 minutos de tensão e lágrimas. Ao final, aplausos sinceros e comoventes dos pa-roquianos e visitantes. Era um emaranhado de ce-

lulares, câmeras fotográficas e pescoços que iam e volta-vam para registrar e ver cada detalhe da atuação. Para este acontecimento as crianças se vestiram a caráter e deram mais uma vez o ar da graça. A réplica da imagem foi toda

enfeitada com pedras brancas e rosas aos pés e os efeitos de som e imagem ajudaram a fi-

delizar o acontecido dentro da capela. O locutor e as vozes gravadas tornaram a mensa-gem mais clara e objetiva. Como encerramento do te-

atro foi cantado uma versão caiçara do tributo a Nossa Senhora de Fátima “ Treze de Maio” com letras relacionadas a experiência das meninas vi-vidas nas décadas de 1910 a 1920. Após o encerramento da ce-

lebração podia ser visto no rosto de cada ator mirim a satisfação do dever cumprido, a alegria dos colaboradores e grata emoção dos pais e co-ordenadores das crianças. O padre agradeceu também a Banda Conversão pela gracio-

sa participação nesta celebra-ção e pediu que, quando pu-dessem, alegrassem com mais apresentações ao público da região. A banda que é formada por

integrantes de varias paró-quias de Ubatuba começa a procurar espaço na agenda para atender as demandas. Ao final foram muitas fotos

tiradas dentro da capela e ao centro um amontoado de crianças – da infância mis-sionária – alegres e vestidas como os primeiros moradores da região, seus avós, bisavós e até tataravós. Quem viu foi unânime em

afirmar que foi uma celebra-ção memorável.

Nem as fortes chuvas atrapalharam a festa social da Matriz Cris-to Rei na Maranduba que aconteceram entre os últimos dias 19, 20 e 21. Foram varias barracas com comes e bebes e prêmios como TV, moto e dinheiro. Muita gente aproveitou para sociali-zar e rever os amigos em grande estilo.

No dia de Dia de Cristo Rei Dom José Carlos Chacorowski cele-bra a missa da unidade na matriz Cristo Rei na Maranduba. Lá ele abençoou os Coordenadores de Pastorais e Movimentos de Comunidade da Nossa paróquia. As coordenações foram apre-sentadas individualmente ao bispo e em seguida abençoadas.

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Dezembro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Fernandes

Crônica de Natal

Peregrinos refazem caminho da fé entre do centro

até capela da região sul

Aguinaldo José/PromataNo último dia 8, um grupo

de fiéis peregrinos realizou uma caminhada do centro da cidade até a capela de Nossa Senhora das Graças no bairro do Sertão da Quina debaixo de chuva. O grupo sai da igreja São

Francisco e rumou pela antiga estrada até o objetivo. Carros de apoio acompanhavam o grupo. Na saída uma oração solicitando sucesso nessa em-preitada. O objetivo era chegar a tem-

po da celebração do dia 8 na

capela do Sertão da Quina. Também de experimentar a

emoção da caminhada reali-zada por antigos moradores quando a fé era mais fervoro-sa na região e que não havia outra forma, além dos cava-los, de alcançarem os bairros periféricos, seja lá pra qual intenção fosse. O grupo não se intimidou

com as chuvas e seguiu via-gem. Ao final do dia a cami-nhada valeu a pena. Para o próximo dia oito há quem já se organize para esta cami-nhada, mesmo que chova.

Saída da Igreja São Francisco no Centro de Ubatuba

Devoção e fé mesmo debaixo de chuva

Parada para o lanche

Desde a ascensão de Hero-des, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina se-não no Salvador que viria, en-fim...Mais forte que Moisés, mais

sábio que Salomão, mais su-ave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido.Por isso, judeus prestigiosos,

descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.Velhas profecias eram lidas e

comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito.Dos Confins do Mar Morto

às terras de Abilena, tumul-tuavam notícias da suspirada reforma...E mãos hábeis preparavam

com devotamento e carinho o advento do Redentor.Castiçais de ouro e prata

eram burilados em Cesaréia, tapetes primorosos eram teci-dos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pér-sia... Negociantes habituados

à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jeru-salém, após ouvirem as predi-ções dos sacerdotes, e filhos tostados do deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a contribuição espon-tânea com que desejavam formar nas homenagens ao Celeste Renovador.Tudo era febre de expecta-

ção e ansiedade.Palácios eram reconstruídos,

pomares e vinhas surgiam cui-dadosamente podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o regozijo esperado. Entretanto, o Emissário Divi-

no desce ao mundo na som-bra espessa da noite.Das torres e dos montes, he-

breus inteligentes recolhem a grata notícia... Uma estrela rutila no firmamento.O enviado, porém, elege pe-

quena manjedoura para seu berço de luz.E porque as vozes do Céu se

fazem ouvir, cristalinas e jubi-losas, cantam eles também...- “Glória a Deus nas alturas,

paz na Terra, boa vontade para com os homens!...”

Ali, na estrebaria singela, es-tão Ele e o povo...E o povo com Ele inicia uma

nova era...É por isso que o Natal é a

festa da bondade vitoriosa.Lembrando o rei Divino que

desceu da Glória à Manjedou-ra, reparte com teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.Recorda que Ele, em sua di-

vina magnificência, elegeu por primeiros amigos e benfei-tores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza ignorada e singela.Não importa sejas, por en-

quanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia. Pouco a pouco, apren-derás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida.Então, serás o irmão abnega-

do e fiel de todos, porque, em cada manhã, ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:- Jesus nasceu! Jesus nas-

ceu!...E o Mestre do Amor terá re-

almente nascido em teu cora-ção para viver contigo eterna-mente.

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