jornal maranduba news #77

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Maranduba, Outubro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 77 Comunidade católica se prepara para comemorar o Centenário de Devoção Mariana no Sertão da Quina Anambezinho Iodopleura pipra Foto: Dimitri Matoszko

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Notícias da Região Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #77

Maranduba, Outubro 2015 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 6 - Edição 77

Comunidade católica se prepara para comemorar o Centenário de Devoção Mariana no Sertão da QuinaAnambezinhoIodopleura pipra

Foto: Dimitri Matoszko

Page 2: Jornal Maranduba News #77

Página 2 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Editor Chefe: Emilio CampiJornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP

Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SPConsultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801

Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961

Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

COZINHEIRO(A)Precisa-se de cozinheiro(a) com experiência. Ensino bá-sico e referências. Tratar: 3849.5401 ou 3849.8112.

Ainda em andamento e com uma programação de pouco mais de vinte dias de atividades, ob-servadores de aves, UC, escolas públicas e privadas, meios de hospedagem, instituições, comer-ciantes, comunidades e demais parceiros se mobilizam para fazer deste festival um evento de me-lhor qualidade em comparação ao anterior.

De inicio, o projeto contava com a parceria direta da secreta-ria municipal de turismo, que na elaboração do cronograma dos eventos dentro do festival retirou--se da proposta. O evento conta com palestras, saídas de campo e cidade, visita ao Centro de Ob-servação de aves do Cambucá, mostra de artesanato, River Cat, trilha do Guaiamum, Passarinha-da (observação), avistamento no-turno e de aves marinhas, busca do Tangará Dançador (Chiroxi-phia caudata), cine aves, almoço caiçara, plantio e distribuição de mudas e festa de encerramento previsto para o próximo dia 10 no Sítio Recanto da Paz.

O Festival contempla dias im-portantes dentro do calendário ambiental internacional, nacio-nal, estadual e municipal como os dias: Mundial de Limpeza de Rios e Mares, da natureza, dia munici-pal da ave símbolo de Ubatuba – Tangará Dançador, da arvore, da defesa da fauna, das aves. Tam-bém porque é o período do início da primavera.

Importantes nesta edição foram as visitas do grupo de gestores

XI Festival das Aves de Ubatuba ainda em andamento

de Unidades de Conservação e especialistas em meio ambiente da Bahia aos pontos de relevante interesse do território municipal, da palestra com Ricardo Martins que impressionou o público com sua experiência como amante da natureza, renomado fotografo e colaborador das comunidades em todo país e que sorteou um livro, de sua autoria, aos presentes, vi-sita de representante da secreta-

ria estadual de turismo para tratar do tema, acompanhamento da elaboração e regramento da ativi-dade de observação de aves para a pratica em UCs estaduais, dis-cussões entre educadores sobre a pratica nas escolas, entre outras. Até o encerramento outras ativi-dades de importância e relevância que envolve direta e indiretamen-te a atividade estão prevista até o encerramento do evento.

Dia das Crianças

Campo de Futebol do Sertão da QuinaDia 12/10/2015

a partir das 11 horasvárias atrações

traga sua famíliaVai ser uma grande festa!

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 3

Após duas noites, “mateiros” encontram grupo de perdidos na floresta Na última segunda, 21, os

mateiros João do Quito e Agui-naldo da Vargem Grande en-contraram Eloísa Leite, Ana Donizete e Manoel Teodoro que se perderam na Serra do Mar após o início da trilha que dá acesso ao litoral. Eles ha-viam partido de Vargem Gran-de no sábado por volta das cinco da manhã em direção a casa de parentes no bairro do Sertão da Quina em Ubatuba. Ao se confundirem no inicio

da trilha rumaram em direção ao norte de Caraguatatuba serpenteando a serra até para-rem próximos da cachoeira da Água Branca. Os três possuíam mantimentos para um dia de caminhada. Um deles disse que a situação

só não piorou porque estava com uma lanterna, um facão, fósforo, uma câmera digital, um celular e possuíam um mí-nimo de conhecimento sobre a floresta. Por celular, Gisele Maria -

moradora do litoral e sobrinha de Manoel e Ana - foi quem recebeu a noticia dos três que estavam perdidos na mata. Ela então passou a coordenar as primeiras medidas na bus-ca e salvamento. O Corpo de Bombeiros foi acionado e por celular conseguiram falar com as vítimas. Embora perdidos os três es-

tavam calmos e até riam da própria desgraça, o que cau-sou estranheza dos bombeiros achando que se tratava de al-gum trote. A busca envolveu equipes de Vargem Grande, Caraguatatuba, Ubatuba e Santa Virgínia. Quem não participou das

buscas rezou e torceu pedindo proteção tanto das equipes de busca quanto ao que ainda se encontravam sem rumo na flo-resta.

Chamados Os três haviam ligado na tar-

de do sábado para os familiares por volta de 15:40 hs. Então um grupo de jovens aventu-reiros saíram às 16 horas do Sertão da Quina com destino a Água Branca na intenção de localizá-los. Próximo a cachoei-ra eles chamavam os três pelos nomes e ouviam respostas, po-rém a mata densa dificultou a tentativa de localizar a direção das respostas. Sabendo que estavam por perto os jovens queriam transpor a floresta para uma busca mais minucio-sa, porém um deles lembrou que facilmente poderiam se perder também e seriam não um, mais dois grupos que es-tariam perdidos. No domingo às 5 da manhã, a

sobrinha em casa recebeu uma ligação da tia dando maiores detalhes de onde estavam - “vejo um paredão de pedra e uma cachoeira, estamos acima disso”, ouve Gisele por telefo-ne. Passado a informação aos voluntários estes continuaram as buscas, porém não era mais possível ouvir as respostas dos chamados realizadas pela equi-pe de busca. A equipe por um momento havia desanimado. Animal desconhecidoAos familiares foi dito que

enquanto tentavam dormir a noite eles avistaram a silhueta de um animal de porte grande que passava devagar por entre as folhagens próximo a eles e que só ouviam os galhos sendo quebrados possivelmente pe-las patas do animal. O animal não foi identificado.Para facilitar a busca resolve-

ram ficar num só lugar. Então resolveram ficar espremidos numa ponta de pedra a beira do penhasco. Lá fizeram uma fogueira, tanto para se aque-cer, quanto para facilitar a lo-

calização. Segundo os socor-ridos, depois de se perderem, acharam uma nascente e a seguiram chegando à ponta da pedra de onde podiam avistar o paredão da Água Branca. Naquele final de semana uma

densa neblina dificultava ainda mais as buscas. No domingo à tarde o helicóptero Águia da Po-licia Militar fez um sobrevôo no possível local na tentativa de avistar algo, porém sem sucesso. Fogos e reencontroPor volta das 21:30 de domin-

go a comunidade ouviu fogos de artifício com a suposta notí-cia de que haviam encontrado as três pessoas na floresta. Bo-atos diziam que os três haviam sido encontrados lá pelos lados da caixa d’água da Mococa, em Caraguatatuba. Neste dia uma equipe de

moradores, que se preparava para a busca, também ouviu os fogos, porém não acreditou

no suposto desfecho. Heroicamente adentraram a

floresta à noite tendo como re-ferencia a descrição geográfica dita pelos perdidos através do celular. Neste tempo também, devido à demora em achar o caminho de volta ou serem resgatados os que estavam na floresta começaram a se preo-cupar com seus familiares e as pessoas que tentavam o resga-te sem sucesso. Na segunda feira o alívio,

João do Quito e Aguinaldo en-fim acharam as pessoas ainda pela manhã e puderam enfim reencontrar seus familiares.Prova de FéA sobrinha Gisele resume

que, em dado momento, estas pessoas estavam andando em círculos, depois seguiram até o paredão da Água Branca. A tia Ana dizia que o ocorrido era uma prova de fé para seu irmão – Manoel - que não mais acredi-

tava em Deus. Ela – Ana – dizia ao irmão a todo o momento que se ele pedisse humildemente com fé a Deus para saírem dali isso aconteceria. Ana e Eloisa, de religiões diferentes, dobra-ram os joelhos e rezaram, até que Manoel se sensibilizou e atendeu a irmã. Era manhã de segunda feira, dia do reencon-tro com os mateiros. “Anta”Depois do ocorrido, passado

o nervoso e o cansaço os ri-sos. Numa brincadeira os três diziam aos familiares que se-guiram um “carrero” de Anta e quem agora quiser andar em um bastava seguir as três Antas que se perderam na flo-resta. Os familiares e amigos agradecem as pessoas que se empenharam na busca e nas orações para que o desfecho fosse do jeito que aconteceu – o reencontro aos lares sãos e salvos.

Com bom humor, perdidos ainda fizeram uma selfie na floresta

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

Empreiteira retoma segunda fase da recuperação da Rua da Cachoeira

Na segunda semana do mês de setembro e agora no inicio do mês de outubro foi realizado o reparo e manutenção com mas-sa asfáltica do trecho da Rua da Cachoeira no bairro do Sertão da Quina.Embora signifique um pequeno

trecho de todo acesso a recupe-ração é bem vinda segundo usu-ários do trecho. Quem passa por lá, seja para acessar as casas ou as cachoeiras, ainda vê parte da obra em andamento. No úl-timo terço do acesso, ainda se vê uma “ferida” aberta por conta de uma pedra que dificulta a co-locação dos canos subterrâneos.Moradores estavam animados

imaginando que ao menos o re-paro do acesso fosse até a me-tade do trecho. Usuários temem que o reparo não seja realizado a tempo para a próxima tempo-rada e que a pressa faça com que a estrada receba um reparo de baixa qualidade. A comunida-de continua aguardando.

Durante os dias 24 e 25 de outubro, a Pousada das Ca-choeiras localizada na praia de Maranduba, em Ubatuba/SP, será ocupada por uma tri-bo fanática por carros de rá-dio controle 4×4, escala 1/10 e caminhões na escala 1/14. Participantes vindos de di-

versas localizações estarão presentes especialmente para os dois dias de evento.Durante o evento aconte-

cerão atividades para toda a família, passeios pela pista Truck RC Park Pousada das Cachoeiras, rolê pelo RC Park, caça ao tesouro, trilha notur-na pela cachoeira, concurso de fotografia mais realista e outras atividades dentro da pousada.

3º Encontro Nacional de RC 4x4FUN/Bardahl na Pousada das Cachoeiras

A 4x4FUN tem patrocínio da Bardahl. O evento também terá bolo na pista em comemo-ração aos 3 anos da 4x4FUN.Pousada das CachoeirasAv. Benedito Antonio Eloi, 935 Maranduba / Ubatuba-SPTels: (12) 3849.824412 / 3849.5331 / 3849.5494www.4x4fun.com.br ou Face-book 4x4 FUN

No último dia 8, o Assessor de Gabinete da Secretaria Es-tadual de Turismo, Sr. Arnaldo Rodrigues visitou a região sul de Ubatuba para conhecer os potenciais turísticos da região, principalmente sobre a ativi-dade de observação de aves. Em visita oficial a Ubatuba, Ar-naldo veio buscar informações sobre a atividade para integrar um rol de informações com o objetivo de fortalecer o inte-resse real da secretaria esta-dual em trabalhar a atividade para o turismo no território do Estado de São Paulo.Uma comissão de observa-

dores de aves e simpatizantes acompanhou seu itinerário e conversou sobre detalhes de como tudo começou em Ubatuba, seus potenciais, suas dificuldades e seus ob-jetivos. Em todo momento o assessor falou sobre o cresci-mento da atividade no mundo e usou os turistas dos EUA como exemplo de quem se interessa em destinos propí-cios. Ele menciona do grande potencial e da possibilidade real de Ubatuba entrar em um roteiro internacional por con-ta da diversidade enorme de aves que compõe a fauna da Mata Atlântica e com um ex-celente conjunto de atrativos. Arnaldo sentiu dos observa-

Representante da Secretaria Estadual de Turismo visita região

dores o pioneirismo da pratica em Ubatuba e que em matéria de legislação sobre o setor o município encontra-se bem avançado. O encontro foi rea-lizado na Pousada Manobra no centro da cidade. Na região sul Arnaldo e sua assessoria visitaram a referencia mundial em beija flores no Corcovado, depois almoçaram no Restau-rante Tropical, onde conheceu os proprietários – Beto e es-posa, também se encantaram com a quantidade de aves que interagem com os visitantes naquele restaurante. Em se-guida visitaram o Sitio Recanto da Paz onde se produz as deli-cias do Gengibre de Ubatuba, referencia no setor. Os visitantes puderam per-

ceber o potencial da região para atividade, foram troca-das experiências e gentilezas, algumas possibilidades tam-bém foram discutidas para a região. A Promata e Parceiros encaminharam ao represen-tante da secretaria estadual de turismo, através do Ofi-cio PROMATA PARCEIROS 008/2015 algumas reinvidica-ções e leis de Ubatuba para o setor no estado. Na despedida levaram lembranças do Gen-gibre para a capital. A visita foi produtiva e todos esperam que de bons frutos.

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 5

Monitores ambientais recebem capacitação no PE Ilha Anchieta

Fonte: Fundação FlorestalO Parque Estadual Ilha Anchie-

ta (PEIA) promoveu, em agosto, um curso voltado para monito-res ambientais credenciados e não credenciados de Ubatuba. A capacitação contou com a parti-cipação de 26 alunos. O objetivo principal foi aproximar os moni-tores da gestão do parque, bem como realinhar os procedimen-tos e regularizar a situação de uma parte deles.O conteúdo baseou-se na gra-

de curricular proposta na Re-solução SMA nº 32/1998, que regulamenta o processo de visitação pública e credencia-mento de guias, agências, ope-radoras e monitores ambientais, para o ecoturismo e educação ambiental nas unidades de con-servação (UCs) do estado. Além do conteúdo teórico, foram realizadas atividades práticas que enriqueceram o processo de aprendizado. A capacitação foi resultado de uma demanda apontada pelo Conselho Gestor da UC.Segundo a gestora do PEIA,

Priscila Saviolo, “o curso, soma-do com a atuação dos monitores poderão contribuir com a quali-dade do turismo ofertado no município de Ubatuba aos seus visitantes e munícipes, especial-mente, aos grupos direcionados à conscientização ambiental e ao ecoturismo.” Por email, encaminhado aos

conselheiros e parceiros do Peia, a gestora reitera sua sa-tisfação sobre a capacitação - “Lembrando que este trabalho foi uma demanda que surgiu no Conselho e contou com a par-ticipação/colaboração de todos para se concretizar. Que esta nossa conquista sirva de motiva-ção para continuarmos a traba-

Os próximos passos serão o cumprimento da carga horária de voluntariado, avaliação, credenciamento e recredenciamento. Estas novas etapas estão previstas para acontecer até o final de 2015.

lhar numa gestão participativa, buscando novas desafios que venham contribuir na melhora, preservação e perpetuação des-te patrimônio histórico, cultural e ambiental tão rico que existe no Parque Estadual da Ilha An-chieta.”

ParceirosPrefeitura Municipal de

Ubatuba, por meio da Secreta-ria de Turismo; Escola Técnica (Etec) Centro Paula Souza – Módulo Ubatuba; Escola Técni-ca Tancredo de Almeida Neves; Universidade de Taubaté (Uni-tau), Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta e dos Filhos da Ilha e Instituto Flores-tal (IF); ONG Ecosteiros; Em-presa MarAzul Turismo; Aquário de Ubatuba, Núcleo Picinguaba do Parque Estadual Serra do Mar, APA Marinha do Litoral Norte e ONG Consciência Verde.

Sobre o PEIACom 828 hectares de exten-

são, sete praias, natureza exu-berante e uma grande biodiver-sidade, o Parque Estadual Ilha Anchieta é a segunda maior ilha litoral norte do estado e um dos principais atrativos tu-rísticos de Ubatuba. Adminis-trado pela Fundação Florestal, o PEIA proporciona aos visitan-tes, um passeio cheio de encan-tos, mesclando o mar, a Mata Atlântica, a cultura e a história. Praias belíssimas, trilhas ecoló-gicas em meio à Mata Atlântica, passeios pelas ruínas do anti-go presídio e um dos melhores pontos para mergulho do Brasil são alguns dos atrativos ofere-cidos pelo PEIA.Para mais informações e

agendamentos, ligue: (12) 3842-1231, ou escreva para pe.i [email protected]

No último dia 3, o quilombo Caçandoca re-cebeu a Companhia Maru-lhos de teatro para apre-sentação e divulgação de um espetáculo teatral sobre a cultura caiçara. O evento aconteceu na escola do território e tem como objetivo atender ao público local e não só tu-ristas. Antes da apresen-tação, em março, os ar-tistas viajaram pelo litoral norte (inclusive Ubatuba) em busca de histórias de vida, histórias do tempo antigo e de violeiros, ra-bequeiros e mestres das festas populares para um levantamento de campo e estudos a elaboração da proposta, com o máximo de fidelidade histórica e cultu-ral adaptada a estes tempos. A peça escolhida fala so-

bre a cultura caiçara depois da chegada da estrada, um marco negativo na lembran-

Caçandoca recebe espetáculo teatral sobre a cultura caiçara depois da rodovia

ça da história da formação do processo civilizatório nacio-nal a partir das comunidades tradicionais deste território. Por email, como sugestão da equipe da companhia, o

intuito é apresentar os espetáculos em locais descentralizados, prefe-rencialmente aonde ainda haja comunidade caiçara. A fundo o projeto foi tra-

balhado para que as crian-ças conheçam, entendam e valorizem suas raízes. A apresentação é gratuita e custeada pelo Edital Pro-grama de Ação Cultural – Proac, da secretaria da cultura do governo do Es-tado de São Paulo. O projeto chamou a

atenção de outras comu-nidades que gostariam de vê- lãs em seus territó-rios. A equipe conta com Gilson de Melo Barros - fi-gurinista / cenário, Carol Bezerra- direção musical

e preparação vocal, Fabíola Moraes – atriz e Ernani Se-quinel – ator. Diferente, in-teressante e sugestivo o es-petáculo recebeu elogios de todos.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

FONTE: TAMOIOS NEwSFoi aprovada na última

terça-feira (29), em sessão da Câmara dos Vereado-res, a abertura do processo de cassação do prefeito de Ubatuba, Mauricio Moromiza-to (PT), por supostas irregu-laridades no contrato com a OS Biosaúde. Os vereadores acataram um requerimento assinado pela presidência da OAB-Ubatuba, solicitando a abertura do processo de cas-sação. Foram sete votos a favor, dois contra e uma abs-tenção.Os três integrantes da Co-

missão Processante formada foram definidos por sorteio, de modo a garantir a inde-pendência nos trabalhos. Fo-ram sorteados os vereadores Reginaldo Bibi (PT), que será o presidente, Flavia Pascoal (PDT), relatora, e Eraldo To-dão (PSDC) como membro. Os vereadores Adão Pereira (PDT) e Manoel Marques (PT) foram sorteados antes, mas recusaram-se a tomar parte na Comissão.“A Comissão Processante

tem cinco dias para notificar o prefeito de que será aberto o processo de cassação. O pre-feito tem outros dez dias para sua defesa”, explica Antônio Marmo, assessor de comuni-cação da Câmara. Após es-ses 15 dias, a Comissão terá mais 75 dias para concluir o processo. O papel da Comis-são é “fazer as diligências e audiências necessárias até o julgamento da procedência ou improcedência das acusa-ções constantes em relatório. Sendo procedentes, vota-se a cassação”, conclui Marmo.Em nota, a prefeitura de

Ubatuba considera a criação da Comissão uma “manobra

Câmara Aprova Abertura de Processo de Cassação do Prefeito de Ubatubados vereadores de oposição”, que têm por objetivo “única e exclusivamente desgastar a imagem da administração”. “Os vereadores ignoraram a decisão judicial que suspende os efeitos do relatório da CPI da Saúde. Ignoraram tam-bém que a contratação da organização social respeitou todos os parâmetros da legis-lação para esse tipo de con-trato”, diz um trecho da nota.Segundo a Câmara dos Ve-

readores, a CPI da Saúde, apesar de suspensa por limi-nar, não foi arquivada. Cabe-ria à Justiça acolher ou não o relatório final da CPI. “O rela-tório final foi encaminhado a todos os órgãos do Judiciário estadual e federal (Ministé-rio Público), aos Tribunais de Conta estadual e federal, à Ordem dos Advogados do Brasil e ao prefeito”, diz a nota da Câmara.A prefeitura também afir-

mou que a oposição e seus articuladores “buscam ante-cipar o cenário eleitoral de 2016”. “A convicção de que tenho feito um mandato em defesa da população me dei-xa tranquilo para enfrentar ações que tentam impedir a continuidade do trabalho in-tenso de reconstrução e hu-manização da cidade”, desta-cou o prefeito Mauricio.Entenda o casoEm fevereiro de 2015, foi

celebrado o contrato entre o prefeito Mauricio Moro-mizato, a ex-secretária de Saúde Ana Emília Gaspar e o Instituto Biosaúde, que fi-cou responsável pela gestão de alguns setores da Saúde no município. No começo de agosto, uma Ação Civil Públi-ca do Ministério Público orde-nou o bloqueio dos bens de

Moromizato e a rescisão do contrato com a Biosaúde, ale-gando irregularidades, como “terceirização indevida da administração da Saúde” no município, “ausência de pré-vio estudo para demonstrar a viabilidade” do contrato, en-tre outras denúncias.No dia 11 de setembro, a

Justiça concedeu o desblo-queio dos bens do prefeito Mauricio, afirmando que a decisão do Ministério Público era “uma decisão prematu-ra”. Na época, a prefeitura de Ubatuba disse, em nota, que

a “contratação da organiza-ção social seguiu os preceitos legais vigentes e foi discutida com o Conselho Municipal de Saúde (Comus)”. “A notícia do desbloqueio dos bens re-força a seriedade do trabalho que estamos fazendo para melhorar a saúde pública da nossa cidade e enfraquece o denuncismo irresponsável da oposição, que esquece ou oculta como antes era admi-nistrada a cidade”, disse à época o prefeito Mauricio.DiscussãoNa noite da última sessão

(29/09), o vereador Silvinho Brandão questionou a vota-ção que confirmou a abertu-ra do processo de cassação, lembrando que “existe uma liminar suspendendo os efei-tos da CPI”. “Minha questão é questão prática. O relatório é fruto da CPI, e os efeitos do relatório estão suspensos”, disse Brandão.Em resposta, o vereador

Reginaldo Bibi disse respei-tar a opinião do colega, mas afirmou que “a Câmara nem sequer foi notificada ainda acerca dessa liminar”.

Comissão criada para averiguar o caso tem 90 dias para concluir os trabalhos

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 7

Fotos: Aguinaldo José No último domingo, 27,

milhares de olhares se vol-taram para o céu para apre-ciar um evento raro dentro dos eventos raros – a Lua de Sangue. Muitos registros foram re-

alizados como recordação única pois o próxima even-to acontecerá só em 2033, muita gente pode não estar lá para vê-la novamente. A lua avermelhada traz a

tona teorias religiosas e apo-calípticas em todo o mundo. Desta vez ela pareceu 14% maior e 30% mais brilhante que o de costume e, segun-do especialistas, é parte de uma Tétrada, quando quatro luas de sangue ocorrem num período de dois anos (15 de abril de 2014, dia 8 de ou-tubro de 2015, 4 de abril de 2015, 27 de setembro de 2015), completando o que se chama de tétrade lunar. Esta foi à última deste ciclo. Para a maioria dos obser-

vadores do fenômeno, a Lua de Sangue é uma mera de-signação que descreve a co-loração avermelhada que a Lua adquire durante o eclip-se total, que ocorre porque os raios de Sol que iluminam o satélite, naquele momen-to, são filtrados pela atmos-fera da Terra e atingem a sua superfície com menos luz azul e mais vermelha, explicam os astrofísicos. Al-guns religiosos ao redor do mundo pregam que o quarto e último eclipse da tétrade lunar cumpre as profecias bíblicas do Apocalipse.Por aqui, desde a formação

dos povos locais, ela – a lua – associa-se a um calendá-rio de manejo dos bens na-turais, localização e tempo primeiramente. Depois aos

Lua de Sangue surpreende população

usos, costumes, dizeres e fazeres deste patrimônio imaterial popular, em segui-da aparece nas questões re-ligiosas e míticas, por último e não menos importante na musicalidade e na inspiração artística, pessoal e coletiva local.A lua, além de um indica-

dor de calendário, sempre exerceu fascínio por sua forma e beleza. Seu reflexo nos rios e mares despoluí-dos da intervenção humana era constantemente fruto de inspiração nesta literatura de vivencia direta com a na-tureza. Este satélite natural da Terra faz parte do ima-ginário de todo mundo, não é a toa que possui centenas de milhares de adjetivos. A lua fazia com que as pessoas se importassem com o meio em que viviam e com isso os faziam importantes, vivos e parte de algo maior. Só as-sim o povo tradicional podia continuar a transmitir viven-cia, algo que o dinheiro não pode pagar.

Assim, temos uma Super Lua quando ocorre uma Lua Cheia num momento em que a Lua está próxima do perigeu (pon-to da órbita mais próximo da Terra). Para sermos mais pre-cisos, podemos dizer que ocor-re a Super Lua sempre que na fase de Lua Cheia, a Lua está a uma distância da Terra infe-rior a 110% do perigeu. Isto faz com que aquela Lua Cheia pareça maior do que as outras Luas Cheias. Daí, por vezes, dar-se o nome a este fenóme-no de Super Lua Cheia.Porém é importante referir

que a diferença de tamanho e de brilho não é muito sig-nificativa, sendo que passa despercebido ao comum dos observadores. Assim, o nome pode ser considerado até um pouco sensacionalista. Apesar de tudo, com recurso à foto-grafia, é possível constatar que de fato, vista da Terra, uma Super Lua Cheia é um pouco maior que as outras Luas Cheias.http://www.siteastronomia.

com

No último dia 23, a Proma-ta recebeu em seu sítio no Corcovado alunos da Esco-la da Vila da capital paulista interessados em conhecer e vivenciar de perto as belezas e as curiosidades da Mata Atlântica. Desta vez a atividade estava

ligada a realização de uma tri-lha para um levantamento fito sociológico de uma parcela do interior da mata, que tem por objetivo a quantificação da composição florística, estrutu-ra, funcionamento, dinâmica e distribuição de uma deter-minada vegetação.

PROMATA recebe alunos da capital no Corcovado

A equipe que acompanhou os alunos e professores foram elogiados pelo conhecimento de floresta, pela acolhida e atenção as atividades. Foi ser-vido um almoço caiçara onde os alunos se deliciaram não só com o frango com mandioca, mas também com o suco do limão cravo, nativo da região de mata atlântica. No período da tarde foi rea-

lizada uma visita ao mangue para incremento dos estudos e da atividade proposta. O resultado foi positivo e a pro-messa de um retorno ficou mantida.

Alunos na floresta como sala de aula

Visita ao mangue

Page 8: Jornal Maranduba News #77

Página 8 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

Super Sup Brasil 2015 – Ubatuba Grand Slam – Praia do Sapé1ª Etapa do Circuito Brasileiro de Sup Wave / 3ª Etapa do Circuito Brasileiro de Sup Race

ROBSON E. VIRGILIONo últimos dias 18, 19 e 20

de Setembro, entraram defi-nitivamente para a história do Stand Up Paddle no Brasil es-tabelecendo a Praia do Sapé, em Ubatuba, no centro do cenário nacional de grandes eventos esportivos.Os melhores atletas do país

nas modalidades Sup Wave Pro Masculino e Feminino, Master Pro Masculino, Junior e Kids, Sup Race Pro Masculino e Feminino, Unlimited, Master, Supermaster, Race 14, Ama-dor, Fun Race, Junior e Kids garantiram um verdadeiro es-petáculo de superação física e alta performance no belíssimo point encravado na Enseada do Mar Virado.Entre os 174 inscritos, esti-

veram presentes, nada menos que o atual líder do ranking mundial de Sup Wave Caio Vaz, do Rio de Janeiro, o campeão brasileiro e mundial de Sup Wave Leco Salazar, de Santos, o gaúcho campeão brasileiro e mundial Master de Sup Wave Jeferson Comaru, a campeã brasileira de Sup Wave Nicole Pacelli, do Guarujá, o paulista Arthur Santacreu e a carioca Lena Guimarães, atuais líderes do circuito brasileiro de Sup Race Pro.Seis atletas locais se des-

tacaram nas competições e, com o apoio de uma forte e animada torcida, representa-ram Ubatuba com muita garra, determinação e importantes resultados: Aline Adisaka, nas categorias Sup Wave e Race Pro Feminino, Madu Lula Sup Wave Feminino, Ana Lucia Gil de Oliveira Fun Race Feminino, Kauan Terra Sup Wave Kids, Daniel Adisaka Sup Race Ju-nior e Rodrigo Banhara na Sup

Wave Master.As condições do tempo se

mostraram ideais durante todo o evento. O sol forte e intenso permaneceu no céu, aqueceu as batalhas no oceano e bron-zeou a massa de gente bonita nas areias. As ondas perfeitas ganharam força e tamanho nas finais, coroando de êxito e sucesso já aclamado Grand Slam.Para os organizadores, o

evento estabelece um marco na história do Stand Up Paddle no Brasil já que traz Ubatuba para o calendário oficial da Confederação Brasileira de SUP e cria a possibilidade de termos para os próximos anos a presença de uma etapa do Circuito Mundial nas lendárias ondas do Sapé, além do evi-dente aquecimento na eco-nomia local, especialmente nos setores de hospedagem e turismo esportivo. Segundo o dirigente da confederação “es-tão todos de parabéns e fica o gostinho de quero mais”.

Resultados:

Sup wave Pro Masculino1º Eric Miyakawa/SP2º Caio Vaz/RJ3º Ian Vaz/RJ4º Adriano Trinca Ferro/SC5º Alex Salazar/SP

Sup wave Pro Feminino1º Nicole Pacelli/SP2º Louisie Frumento/SP3º Aline Adisaka/SP4º Madu Lula/SP5º Liza Monteleone/SP

Sup wave Master Pro1º Rodrigo Banhara/SP2º Jeferson Comaru/RS3º Fabio Chati/SP4º Luiz Claudio Gralglia/SP5º Gilson de Moraes/ES

Sup Race Pro Masculino1º Arthur C M Santacreu/SP2º Luiz Carlos C Guida/RJ3º Guilherme B Souza/RJ4º Paulo dos Reis de Souza/SC5º Mario Cavaco Neto/SP

Sup Race Pro Feminino1º Lena Guimarães Ribeiro/RJ2º Aline Adisaka/SP3º Ariani G Theophilo/RJ4º Isttefanny Marli Moraes/SP5º Monica Jasiulonis Pasco/SP

Page 9: Jornal Maranduba News #77

Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 9

Desafio das 28 Praias e Prova de Ciclismo Cidade de Ubatuba aquecem economia localSectur - PMU

Mais de duas mil pessoas es-tiveram em Ubatuba no último fim de semana para as dispu-tas da maratona de corrida de montanha 3º Desafio das 28 Praias e para pedalar na 1ª Prova de Ciclismo Cidade de Ubatuba.Os eventos fazem parte

do calendário turístico Viva Ubatuba e movimentaram a cidade de norte a sul.A promoção de eventos pela

Prefeitura é parte das ações de combate à sazonalidade e tem objetivo de aquecer a economia local, gerar postos de trabalho e a contratação e consumo de serviços como hospedagem, alimentação e passeios fora do período de alta temporada.3º Desafio das 28 ProvasO 3º Desafio das 28 Provas

ganhou dois quilômetros a mais nessa edição e com 42 km teve status de marato-na, desafiando ainda mais os competidores pelas trilhas, praias desertas e montanhas da região sul ubatubense.A categoria solo largou às 7

horas na praia da Tabatinga e as demais categorias de reve-zamento largaram vinte minu-tos depois.Mais de 1.100 atletas, entre

homens e mulheres, correram por trilhas escorregadias pre-judicadas pela chuva do dia anterior, que exigiram disposi-ção e técnica dos participan-tes em suas passadas.Algumas horas depois, os pri-

meiros corredores chegaram à praia Dura e muitos atletas de Ubatuba subiram ao pódio, com destaque para Fabia-no Ramos de Souza. Com 26 anos e em sua primeira ma-ratona, ele terminou em pri-meiro lugar na categoria Solo e levou a bandeira de Ubatuba

ao lugar mais alto do pódio na principal categoria da prova.Fabiano é morador da praia

do Peres e faz parte da equi-pe Consertada, formada por caiçaras da região do Bonete. Eles começaram a correr por incentivo da Secretaria Mu-nicipal de Turismo, que dis-ponibiliza inscrições para as comunidades tradicionais da cidade.A prova também apresentou

um ponto positivo no quesito sustentabilidade. Pela primei-ra vez em Ubatuba, um even-to esportivo aplica um plano de gerenciamento de resíduos sólidos: coleta e organiza o manejo do lixo produzido.Segundo Claudinei Bernar-

des, diretor de Desenvolvi-mento e Turismo Sustentável da Secretaria Municipal de Turismo, a aplicação do plano tem objetivo de atender a lei municipal vigente e minimizar os impactos gerados pela ati-vidade, bem como despertar uma consciência nos atletas quanto ao descarte de emba-lagens ao longo do percurso.“É evidente que ainda te-

mos muito a evoluir no mo-nitoramento dos resíduos gerados nos eventos, mas o primeiro passo foi dado e com sucesso. Muitos pontos de descarte foram cobertos pela gestão da prova, dimi-nuindo significativamente a quantidade de material deixado nas trilhas e praias do trajeto. Agora é aprimo-rar até zerar a quantidade de material descartado fora das lixeiras disponibilizadas. Agradecemos a RunnerSP, produtora da competição, por apoiar a iniciativa, mos-trando-se responsável e comprometida com a defesa da natureza da nossa cida-de”, disse Claudinei.

1ª Prova de Ciclismo Cidade de Ubatuba

Válida pela sexta etapa do Campeonato Valeparaibano de Ciclismo 2015 e estrean-do no calendário de eventos turísticos do município como a primeira de ciclismo com a assinatura de Ubatuba, a pro-va reuniu um bom público na praça de eventos da cidade, local da largada e chegada da competição.Cerca de 250 atletas percor-

reram 94 km pela belíssima ro-dovia Rio-Santos: da praça de eventos até a divisa com Para-ty – ida e volta – com o retor-no na cachoeira da escada.Durante o percurso, os atle-

tas foram escoltados e ampa-rados pela equipe da Policia Rodoviária Federal, que dis-ponibilizou viaturas e soldados para garantir a seguranças dos ciclistas, sendo de extre-ma importância na prevenção de acidentes.

O destaque da prova ficou para a primeira colocação da atleta Valéria Acedo Scor-za. Ela teve por duas vezes o pneu de sua bike furado e mesmo assim superou as ad-versárias para subir ao pódio e representou Ubatuba com muita garra.Combate à sazonalidadeA equipe do Observatório de

Turismo esteve nos dois even-tos, aplicou a pesquisa com os atletas e coletou informa-ções sobre o perfil e hábitos de consumo de quem visitou Ubatuba no último fim de se-mana.As pesquisas do OT mostram

a eficiência dos eventos em gerar divisas para a economia da cidade e o impacto positivo sobre setores como hospeda-gem, alimentação, passeios e compras.Segundo Claudinei Bernar-

des, coordenador do progra-ma, já é possível a compara-

ção de dados, como no caso do Desafio das 28 praias, que em sua primeira edição em 2014 gerou uma entrada de recurso muito expressiva para um fim de semana de baixa temporada.“Em 2014, tivemos 916 atletas

inscritos. Neste ano, passou de 1.100. Isso mostra a qualida-de do evento em atrair públi-co para a cidade. Outro ponto significativo é o aquecimento da economia local. Sempre apli-camos um percentual de en-trevistas com 10% do total de atletas. Em 2014, a estimativa de gastos dos atletas na cida-de apresentou um valor de R$ 54.810 mil. Fazendo uma proje-ção por 50% do total de atletas, esse valor salta para aproxima-damente R$ 270 mil distribuídos nos serviços de hotelaria, ali-mentação, compras, passeios, além da contratação de mão de obra local como os staffs e vans de apoio” conta Claudinei.

Equipe Concertada da Praia Grande do Bonete - Comunidade local representada no evento

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

PL prevê Dia de Observação de Aves no território paulistaNo primeiro dia de outubro foi

publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, na sessão do Poder Legislativo, o Projeto de Lei (PL Nº 1304 / 2015) que inclui no calendário oficial do estado o Dia Estadual de Obser-vação de Aves a ser comemo-rado no 4º domingo de outubro de cada ano. Ainda em regime de tramitação ordinária, isto é, aguardando a ordem dos tra-balhos para ser aprovado pela assembléia paulista já é consi-derado um ganho enorme aos praticantes, simpatizantes e amantes da natureza que reali-zam esta atividade. O projeto foi apresentado pelo

deputado estadual Chico Sardelli do Partido Verde/SP. O PL foi levado à apreciação da ALESP no último dia 29 de setembro e publicado dois dias depois. Na justificativa o propositor fala da reunião que aconteceu no últi-mo dia 03 de setembro na Se-cretaria Estadual de Turismo. Lá estavam vários representantes do setor de observação de aves, entre os quais o Instituto Bu-tantã, Fundação Florestal, Save Brasil, Ubatuba Birds, Maritaca Expeditions, Centro de Estudos Ornitológicos, Conteúdo Brasil, Brazilian Adventure Association, Avistar Brasil e personalidades de reconhecimento internacio-nal na ornitologia e observação de aves. A reunião serviu para tratar

do tema e na oportunidade foi solicitada pelos representantes da atividade a oficialização de uma data para o dia estadual proposto, chegando ao quarto domingo de outubro. Esta data coincide com a primavera no Es-tado de SP e também atende o calendário internacional da ati-vidade. Por outro lado trata-se de uma data em que a atividade é mais ativa. CensoO documento ainda aponta

dados positivos para o setor turístico, engrandece a conser-vação da natureza através da atividade e fala da reocupação de postos de trabalhos no pe-ríodo. Fala ainda de números impressionantes que ainda não foram totalmente explorados e investigados. O deputado descreve ainda que junto ao SEBRAE Nacional, recebeu a informação de que a entidade discute com diferentes atores observadores de aves para re-alizar um levantamento sobre os números do setor no Brasil. O SEBRAE Nacional prepara

um projeto para um levanta-mento censitário para essa ati-vidade e, que pretende envol-ver também a cadeia produtiva direta e indireta, relacionada ao setor. As comunidades iso-ladas foram citadas no docu-mento reforçando que esse tipo de turismo possui vanta-gens que o diferencia de mui-tas outras categorias, como o impacto mínimo ao meio ambiente e às culturas locais, propiciando benefício econômi-co para essas culturas, contri-buindo para a empregabilidade e elevação do IDH regional, inclusive quando o assunto tra-ta de formas sustentáveis das comunidades isoladas.Destaque Ao final da propositu-

ra e tomando como exemplo

os dados publicados sobre o Global Big Day 2015, o Estado de São Paulo, contribuiu com o maior número de espécies enviadas – 475 espécies, bem como de listas – 215. Sem ob-jetivo de ranquear os países e sim de fazer um levantamen-to de listas de aves do mundo inteiro em apenas um dia, ao olhar os resultados desse dia mundial, verifica-se que o Bra-sil desponta na dianteira e que os municípios de maior partici-pação estão no Estado de SP, destacando-se Ubatuba e Pe-ruíbe, como participantes re-conhecidos internacionalmente como de grande importância para fundamentar o dia de ob-servação de aves mundial. Ubatuba foi o município que

saiu primeiro com uma legis-lação que estimula, incentiva, declara e reconhece a ativida-de. Foi o primeiro município do país a criar o dia municipal de observação de aves, por exem-plo. Para Carlos Rizzo, que participou desta histórica reu-nião na capital foi um “ganho considerável e um dia histórico para os praticantes da obser-vação de aves em geral”, co-menta. O PL está à disposição de todos no sitio da internet da Assembléia Legislativa Paulista no seguinte endere-ço - http://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1279171.

No último dia 25, na Universida-de do Vale do Paraíba - UNIVAP em São José dos Campos a Fun-dação Florestal - FF reuniu um grupo de entusiastas dos vários setores para discutir uma Minu-ta de Portaria que dispõe sobre a atividade de Observação de Aves nas unidades de Conserva-ção administradas pela Fundação Florestal. A conversa foi coorde-nada por Carlos Bedusc e Mauro Castex do Núcleo de Negócios e Parcerias para a Sustentabilida-de da FF. O grupo contou com a participação de pesquisadores, gestores, ex-gestores, pratican-tes da atividade, setor empre-sarial, representante do turismo estadual, de centro de estudos e a PROMATA representando as comunidades tradicionais e do entorno das UCs. Os ânimos se exaltaram varias

vezes tendo em vista a minuta que foi desenhada sobre o do-cumento que trata da pratica do mergulho em UCs, uma espécie de copia e cola. Os coordenadores deixaram

bem claro que havia muito que avançar, porém sofreram resis-tência sobre vários itens polê-micos e controversos no corpo do texto que segue uma linha repressiva para o observador de aves. Existem itens aos quais o

PROMATA participa das discussões sobre a regulamentação da atividade

de observação de aves nas Unidades de Conservação de SP

observador é tratado de modo diferenciado com guardas as cos-tas e monitores ambientais para acompanhá-lo, o que ficou claro sua contratação para praticar a atividade, ao menos as empresas. Também que o cadastro de clien-tes, que é de cunho particular das empresas e dos operadores, terá de ser disponibilizado junto a gestão da unidade por dois anos. Outros itens que incomodaram

observadores e órgãos de re-presentatividade ainda estão em discussão. Por email estão sendo encaminhadas as propostas de alteração. Sobre a questão das pessoas que residem no entor-no e membros de comunidades tradicionais nada consta do do-cumento. O texto refere-se apenas a ativi-

dade turística, não enxergando a difusão do conhecimento, a trans-missão de saberes e costumes e a simples vontade de observar e contemplar a natureza. Os con-selhos dos parques sequer foram citados. A reunião, que teve seu inicio às 9 da manhã terminou às 16 horas, caminhou sem avançar muito e levantou questões de toda ordem. Os integrantes da sociedade civil saíram da reunião incomodados. Agora é juntar as novas propostas e aguardar o próximo debate.

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 11

Gestores de Unidade de Conservação da Bahiabuscam exemplos sobre observação de aves em Ubatuba

EZEQUIEL DOS SANTOSNos últimos dias 30 de setembNos

últimos dias 30 de setembro e 01 de outubro, Ubatuba recebeu uma comitiva de gestores e especialis-tas em meio ambiente da Bahia. O objetivo foi à busca de modelos e exemplos sobre a atividade de ob-servação de aves de Ubatuba a se-rem replicados nas UCs que geren-ciam naquele estado. Carlos Rizzo, entusiasta e precursor da atividade em Ubatuba foi quem convidou a equipe de especialistas a vir conhe-cer o trabalho realizado neste lado do país. A equipe é composta por Fabio Faraco – gestor do Parque Nacional do Parque Nacional Pau Brasil - Reserva da Vida Selvagem de Trancoso, Adriano Mello e Taís Lucílio da International Conser-vation, Renata Botelho Machado – RPPN Rio Brasil, Virginia Londe de Camargos e Renato Carneiro da RPPN Veracel.

ConviteNo início do mês de setembro

Carlos Rizzo atendeu um convite da ONG International Conservation para conhecer Unidades de Con-servação e RPPNs (Reserva Par-ticular do Patrimônio Natural) de Porto Seguro no sul do Estado da Bahia. O objetivo foi realizar uma analise da viabilidade dos locais para a implantação da observação de aves nos moldes do trabalho existente em Ubatuba.

Carlos Rizzo conta que foram 100 km em uma semana de caminhada nas trilhas das unidades, tudo para traçar o perfil geomorfológico e o potencial da avifauna no Parque Nacional do Pau Brasil, Reserva da Vida Selvagem de Trancoso, RPPN Veracel e RPPN Rio Brasil. Tam-bém visitou as várias comunidades e escolas do entrono dessas Uni-dades. “Fiquei impressionado com o potencial dos lugares que tive a oportunidade de conhecer, os traçados das trilhas são perfeitos

e a diversidade é impressionante, inclusive com espécies raras como o gavião-real (Harpya harpyja) que tive o privilégio de ver e fotogra-far”, comenta Carlos Rizzo entu-siasmado. Depois dos levantamen-tos e da constatação do potencial dos gestores daquelas UCs Rizzo acompanha a vinda dos especialis-tas a Ubatuba para conhecerem os principais atrativos em observação de aves do município.

Agenda No primeiro dia visitaram o Cen-

tro Cambucá de Observação de aves e o Centro de visitante da Praia da Fazenda no Parque Esta-dual da Serra do Mar, o Itamambu-ca Eco-resort, a Fazenda Angelim e a Escola Simeão do bairro do Taquaral. À noite participaram de uma reunião com jantar no Palace Hotel com as professoras Cristia-ne Gil (ex-secretaria municipal do Meio ambiente) Andrea Santana da escola Skill e Teresa Rodrigues da escola Simeão. No dia seguin-te foram a região sul do município onde conheceram a trilha do Ser-tão da Folha Seca, trilha das ruínas da Lagoinha, trilha do Sitio Recan-to da Paz no Arariba, em seguida foram almoçar no restaurante Tro-pical, que possui um movimentado comedor para aves. À tarde vie-ram conhecer a sede da PROMATA com uma roda de conversa com alguns integrantes da associação e os moradores Manoel Gaspar, Mi-guel e Carmem da Matta. Lá Adria-no Melo engrossou as prateleiras da biblioteca Doraci doando um livro que trata das memórias da rede de gestores das UCs do corre-dor central da Mata Atlântica inti-tulado “Uma Rede no Corredor”. O livro foi autografado a associação.

ImpressãoCada vez mais Ubatuba consoli-

da sua posição de referencia na-cional em observação de aves, haja vista a impressão dos es-

pecialistas e gestores visitantes. Todos voltaram encantados com as belezas naturais de Ubatuba e com o trabalho realizado. Coinci-dentemente no hotel que a equipe estava hospedada havia dois gru-pos estrangeiros de observadores de aves. Na trilha da Folha Seca encontraram mais três pessoas observando e no restaurante mais quatro observadores. “Este é o início de um grande aprendizado e futuras parcerias”, comenta Fa-bio Faraco do Parna Pau Brasil. Já Renato Carneiro, da Veracel, diz que a “recepção e atenção foram excelentes. Ótimas informações e muitas idéias”, conclui. “Foi muito inspirador conhecer a observação de aves de Ubatuba”, comparti-lham Virginia da Veracel e Renata Botelho da Rio Brasil.

Adriano Melo que já foi gestor aqui no Núcleo Picinguaba e atual-mente na ONG Conservação Inter-nacional disse estar realmente en-tusiasmado com a implantação do projeto em Porto Seguro e deseja que a parceria realmente se efetive durante os dois anos de duração do projeto. “A observação de aves está na atmosfera de Ubatuba, no hoteleiro, nas escolas, no artesão, na associação comunitária, fan-tástico! Isso se deve ao trabalho de muitas pessoas e instituições. É certamente um exemplo a ser replicado para muitos municípios como Porto Seguro por exemplo”, finaliza Adriano. Tais Lucílio, Tam-bém da Conservação internacional disse que Ubatuba é realmente inspiradora “há muito tempo eu não lembrava como era importan-te pertencer, esta experiência me trouxe este sentimento”, conclui Taís. Além das milhares de possibi-lidades sobre a atividade Ubatuba serve de modelo pra dizer que vem realizando direito seu trabalho de casa, mesmo a trancos e barran-cos.

Uma foto de recordação na sede da PROMATA antes do café com polenta

Adriano Melo autografa livro para a biblioteca da Associação

Idéias, porpostas e muito exemplo sobre as comunidades e a observação de aves como ferramenta de transformação cultural e ambiental

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 18Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

EZEQUIEL DOS SANTOS“Revista Ultima Hora – Edi-

ção Extra nº 90, Rio de Ja-neiro, quarta-feira, 2 de julho de 1952, na capa a primeira frase que se lia já como título foi bem sugestivo – “Avisem minha família: Estou vivo!”- esta foi uma das primeiras falas de Pereira Lima quando foi capturado. A matéria trata o término desta caçada sem sangue nas matas de Cunha, em seguida o subtítulo “Sem disparar um só tiro entregou--se Pereira Lima”. Ao repórter – enviado espe-

cial Norberto Esteves - o eva-dido declara que desde que fugiu da Ilha Anchieta não havia disparado um só tiro sequer, sendo este repórter o primeiro a falar com Lima. Foi um furo de reportagem e tanto até porque o capturado estava meio “sisudo” devido ao cansaço, a fome e as per-turbações de todo ocorrido. Ele só se expôs porque queria falar com o major Silva Neto, diz o repórter. Ele ainda disse que “apesar

de não conseguir a liberda-de, sinto-me conformado por ainda me encontrar com vida depois desta aventura. Assim, avisem, por favor, a minha fa-mília, estou vivo”. Embora cansado Pereira

Lima estava forte e robusto, em seu corpo não havia se-quer um arranhão. Gentil, ri-sonho, conformado, atende a todos – autoridades e repór-teres – com educação, como se nada houvesse acontecido. Ele confessou que estava na

região há quatro dias e que sentira a inutilidade de qual-quer resistência. Durante as buscas, o avião do ultima Hora lançou milhares de panfletos contendo cópia de uma car-

ta com apelo da família para Pereira Lima se entregasse.Intitulada ”Volte meu filho” o panfleto chegou a cidade e a mata de Cunha. A reportagem escreve que foi reduzido o nu-mero de fugitivos que deixa-ram de ler o apelo lançado por avião. A equipe de reportagem re-

cebeu do comando do 5º R.I. um mapa com as posições dos homens que cercavam alguns evadidos, na realida-de mostrava a posição exata dos militares. Os fugitivos que viram a movimentação não esboçaram nenhuma resistên-cia, como descreveu Pereira Lima, e se entregaram. Entre eles estava o temido Pereira Lima. “Vi quando os soldados se aproximavam e vendo-me cercados por todos os lados achei que era tolice resistir”, conclui o capturado. A reportagem escreve ain-

da que, naquele dia por volta das 13 horas, um sedan ver-de escuro parou na porta da penitenciaria do Estado. O de-legado Mario Nicolao Centola estava agitado, ele viajava no banco dianteiro, junto à por-ta se reportou ao sargento da policia marítima que estava de sentinela dizendo: “Trago um preso importante. Abra a porta”. O sargento verificou os ocupantes do veículo: o de-legado a frente no banco da frente como passageiro, do outro lado o motorista, atrás três pessoas – dois soldados e um homem ao centro. Então o sentinela pediu ao delegado que entregasse o oficio senão não poderia receber o preso. “Mas é o Pereira Lima, temos que entregá-lo”, reclama o delegado. “Nada posso fazer. Só posso deixar o Sr. entrar se entregar o oficio”, insistiu o

sargento. O sedan que levava o mentor da rebelião dava vol-tas pelo lado externo do pre-sídio para passar a hora, até que o impasse fosse resolvido. Chega Joaquim Seco, diretor

do presídio. Este foi acorda-do por outro militar e vinha à porta saber do que se tratava. O diretor foi informado sobre o ocorrido, nesta o delegado desembarcou do carro e foi em direção do grupo. Centola explica que conduzia o chefe da rebelião na Ilha Anchieta e que tinha que colocá-lo urgen-te numa cela. Antes mesmo de cumpri-

mentar o delegado o diretor foi dizendo: “Você é afobadi-nho hein Centola!” -” é que eu trago um preso importante. Trago Pereira Lima...” –” Sim, mas vamos com calma. Cada coisa em seu lugar. Calma rapaz.” Depois da conversa o diretor deu ordem ao sargen-to para que abrisse o pesado portão de ferro e desse entra-da do sedan. Depois de entrar o prisionei-

ro foi colocado em uma cela incomunicável dentro da peni-tenciaria do Estado.

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 13

Foto: Ezequiel dos Santos/ PROMATA

Aves da nossa rica Mata Atlântica - Coruja OrelhudaToninho da ChiCa/PRoMaTa Bom dia Titios e Olá nova-

mente. Mais uma vez fui con-vocado a escrever nesse nosso jornal regional sobre as aves. Desta vez escolhi falar de uma linda ave que costumamos mais em ouvir sua vocaliza-ção (som) do que admirar sua cara redonda. Acostumados a vê-la em livros, desenhos ani-mados e em filmes, quando a vemos de frente descobrimos que se trata de uma ave que impressiona. Embora as corujas carre-

guem uma fama de sábias, elas também estão associadas à bruxaria, magia negra e sím-bolos demoníacos. As corujas também são usadas por seres humanos no esporte de falco-aria, comum na Europa. Elas são treinadas para ca-

çar e retornar com a presa. A nossa personagem - Coru-ja Orelhuda - Asio clamator (Vieillot, 1808), do (latim) asio = tipo de coruja orelhuda; e do (latim) clamare, clamator = gritador, aquele que grita. Então podemos chamá-la de Coruja orelhuda gritadora, o que faz jus ao nome. Seu gri-to a tardezinha e a noite pode assustar os desavisados, por isso pode estar no imaginário de muita gente. Esta beldade da natureza

atinge até 37 cm de compri-mento e possui dois longos penachos na cabeça, confun-didos com orelhas, de onde

vem seu nome comum. Além de ter uma poderosa visão, seu proeminente disco facial (do tipo antena parabólica), branco margeado de negro, tem a importante função de ajudar a amplificar os sons que chegam até a ave, ajudando--a a localizar suas presas. Ela possui “orelhas” bem destaca-das, o que também lhe con-fere a aparência de gato. Por isso, no estado de Pernambu-co, é chamada de coruja-gato.Este pássaro vive toda a

América Central e do Sul, ex-ceto as áreas florestais amazô-nicas. Habita bosques, bordas de matas e até perto da sua casa, pois também são encon-tradas em cidades bem arbori-zadas. Tem hábitos noturnos, tornando-se ativo ao entarde-cer. Durante o dia, permanece oculto nas árvores. Sua vo-calização soa como uma se-qüência prolongada de “áut--áut-áut”. Possui campo visual limitado compensado por um giro de cabeça em até 270º. Alimenta-se de roedores, rép-teis, gambás, morcegos, inse-tos grandes , lagartos e rãs.Sua reprodução merece mui-

ta atenção, esta coruja faz ni-nho no chão ou em ocos de árvores. A fêmea põe de dois a quatro ovos, embora em ge-ral só um filhote sobreviva, e permanece no ninho chocan-do por aproximadamente 33 dias, praticamente sem se au-sentar, sendo alimentada pelo macho durante o período de incubação. Filhotes são capa-zes de voar entre o 37º e o 46º dia de vida. Aos 130 -140 dias de vida os jovens são ex-pulsos do território pelos pais. Frequentemente apenas um filhote é criado. São bastante territoriais, os pais defendem ativamente o ninho na época reprodutiva, emitindo vocali-

zação de alerta e dando vôos rasantes sobre os predadores. Em situação de perigo ela cos-tuma inflar o corpo para eriçar as penas e estalar o bico como forma de intimar seu oponen-te ou predador. Embora seja eximia caça-

dora, ela também é presa. A coruja-orelhuda costuma ser caçada por aves de rapina maiores e é ameaçada pela caça predatória, atropelamen-tos na estrada e por linhas de pipas que se enrolam em seu corpo, podendo causar inva-lidez permanente ou morte, especialmente quando reves-tidas de cerol, mas o princi-pal indicador de sua predação ainda é a destruição de seu habitat. O grau de estado de sua

conservação é o pouco preo-cupante, isto é ainda não está extinta e nem ameaçada de

extinção, mas não custa nada admirar e cuidar desta bela espécie. Moradores tradicio-nais dizem que ela não é tão arisca e que tolera uma me-lhor a aproximação das pes-soas. Algumas curiosidades - Uma coruja pode ouvir um

rato pisar em um galho a 22 metros de distância. - Corujas também tem um

incrível senso de elevação de som, o que significa que po-dem detectar a altura de onde o som está emanando, porque um furo de sua orelha é mais alto que o outro. Tudo isso para identificar a localização exata de sua presa, tão bem que o pássaro pode fazer cor-reções de curso durante o vôo para atacar sua vítima.- É um caçador noturno que

usa este sentido afinado de audição para pegar uma presa

que não pode sequer ver- Elas possuem penas ser-

rilhadas especiais, que lhes permitem voar silenciosamen-te. Além disso, elas têm a me-nor relação asa-carregamento de qualquer ave, o que signi-fica que podem voar em ve-locidade extremamente lenta em caso de necessidade, ou carregar grandes cargas.- O som do vôo de uma coru-

ja é próximo de zero ou zero, cientistas comprovaram que não é possível detectar o som do vôo das corujas, principal-mente quando caçam.Para girar a cabeça 270º, ela

conta com 14 vértebras, ao invés das habituais sete en-contradas em aves “normais”. Estas vértebras adicionais for-necem uma amplitude de mo-vimento fantástica.- Cientistas descobriram

também que as corujas pos-suem um sistema circulató-rio especial que alimenta o cérebro e os olhos quando o movimento da cabeça corta a circulação. Além disso, seus vasos sanguíneos possuem uma espessura maior em lo-cais específicos para que não se rompam durante movi-mentos bruscos.- Seus grandes olhos permi-

tem que elas enxerguem em forma de tubo, centralizando o foco na presa e aumentan-do sua percepção de profun-didade- Já a grande Coruja-da-igre-

ja (Tyto furcata) tem uma vocalização peculiar, sendo muitas vezes confundida com gritos sobrenaturais. O seu vôo silencioso e fugaz e o seu grito fantasmagórico levaram à sua associação a diversas superstições, frequentemente em seu desfavor.Fonte: Hype science – curio-

sidadeuniversal.blogspot.com

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Página 14 Jornal MARANDUBA News Outubro 2015

Na casa de “Ferreira” o espeto é de pau

EZEQUIEL DOS SANTOSAo invés de limpar o terreno para cobrir de grama, alguns moradores começam a colocar em pratica algo que já está em seu DNA e não sabia - fazer do quintal um jardim comestível ou sustentável, ou os dois. Embo-ra muitos pareçam bagunçados eles seguem uma ordem cultural e produtiva lógicas. Além de criar um ambiente apenas para olhar – cultura de paisagem – alguns moradores o deixam com carac-terísticas funcionais e de viven-cia, como foi a idéia do morador tradicional Benedito “Ferreira”, 66, do Sertão da Quina. Para melhor aproveitar um quintal ele cultivou “pé de café” como que-bra vento e aproveitando a “épa” (época) para plantar alguns pi-ques de rama de mandioca que servirão para consumo, troca de gentilezas e manutenção da tradição agroecologica mais a frente. Ferreira então realizou o que é comum em muitos países – reaproveitamento mínimo dos espaços para algo de fato útil. No Brasil era comum o rodízio das terras para sustento das fa-mílias e as trocas de mercadoria agregado aos demais valores

culturais e ambientais associa-dos. A farmácia, por exemplo, há décadas encontrava-se sempre na soleira da porta da cozinha, hoje num amontoado de caixas dentro de algum armário. Por aqui ainda se produz um pouco desta cultura, porém é comum a intervenção da lei ambiental em continuar destruir e desestimular a pequena produção ou sua ten-tativa como se fossem os maio-res criminosos do mundo. O agrônomo e especialista em agroecologica, extensionista da CATI Antonio Marchiori, junto com outros especialistas publicou um trabalho onde explica bem esse resgate de cultura e produ-ção de forma sustentada na re-alidade local e regional. Intitula-do “Extensão Rural Pública para Viabilizar Ecoagriculturas Para além da Visão Sistêmica Rumo as Estratégias de Convivência no Cotidiano” retrata muito bem o compartilhamento de tecnologias de base agroecológica apropria-das para o desenvolvimento de uma conjuntura regional favorá-vel para o aproveitamento sus-tentável dos recursos naturais. Resumindo trata-se da “Ecoa-gricultura”, que segundo a defi-

nição de McNeely & Scherr são atividades no meio natural asso-ciado à gestão de paisagens para a produção de alimentos e para a conservação de serviços ecossis-têmicos: produção de matérias primas diversas de forma susten-tável, conservação do solo e da água, manejo da biodiversidade e redução de risco de mudança climática. Isto é, embora na casa do “Ferreira” o espeto seja de pau, sua adaptação a profissão do futuro “produtor de ecoagri-cultura” é de ferro, ele só não sabia que tinha estes nomes e que seu exemplo, assim como de muitos outros será tão importan-te a vida, mas uma vida saudável a todo ambiente. Quem disse, por exemplo, que folhas de arvores amontoadas são lixo, são matérias primas, só precisamos saber o que fa-zer com elas antes de mandar para o lixo comum. Perguntem ao Ferreira e outros moradores tradicionais se eles não sabem o que fazer com o material que a natureza transforma e que olha-mos como rejeito, às vezes como sujeira, outras como lixo. Na próxima edição falaremos das

frutas no entorno de florestas.

Entre meados do mês de setembro e a primeira quin-zena de outubro o grupo da Infância e Adolescência Mis-sionária – IAM - da Capela Nossa Senhora das Graças realiza novenas nas casas de moradores que se sentem na necessidade de um contato mais intimo com a fé cristã. Estas novenas são em honra a Santa Terezinha do Menino Jesus - padroeira da Infância Missionária- com previsão de término no próximo dia 12 de outubro.As crianças levam rosas,

velas e o terço para as ora-ções. Nem as últimas chuvas interferiram no projeto das crianças. Foram várias casas e famílias que receberam de braços abertos as crianças que serão as futuras famílias em formação.Cada dia uma família recebe

o grupo, que se encontra em pontos estratégicos, e que não desanimou mesmo com tempo ruim. Vários morado-res viram pais, coordenado-res e um considerável núme-ro de crianças caminhando pelo bairro, muitos até acha-ram que se tratava de uma grande festa de aniversário ou algo do gênero. Na rea-lidade eles se encontram na capela e caminham em pro-cissão, rezando, cantando em direção a família escolhi-da, aproveitam um momento de dialogo entre eles. O movimento conta com 80

integrantes, sendo destes,

Infância Missionária:Missão crianças que evangelizam

15 são pais e responsáveis, além dos voluntários. Uma das coordenadoras fala que foi muito importante a par-ticipação dos pais que, num dia de chuva, se mobilizaram para que as crianças chegas-sem secas e a tempo para cumprir o objetivo. É parte de um trabalho que

conta com a missão de visi-tar os mais velhos, doentes, necessitados, levar uma pa-lavra de carinho e de fé, os que se afastaram da igreja, como o próprio nome diz In-fância Missionária – crianças em missão. Existe um senti-mento de valorização religio-sa entre os visitados tendo em vista o número de pesso-as que os acolhem. Para quem não recebia se-

quer mais a visita de um amigo, parente ou religioso, se emociona em ver tanta criança em uma causa nobre. Melhor! Sem nada para pedir e sim para oferecer, de gra-ça e por vontade própria. De outro lado, para as crianças a experiência desta missão, sobre o tempo de Deus, a sua Vontade, tem um valor imensurável, porque além de trabalhar dentro da igreja – templo - agora se encon-tram em missão trabalhando nas cercanias da paróquia, em lares que necessitem da palavra de Deus através das crianças. Como diz uma anti-ga canção religiosa: “Só en-tra no céu quem for como as crianças...”

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Outubro 2015 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Fernandes

A Criança e o Futuro

E chegou a primavera, veio outubro e está aí o Dia da Criança. Primavera, tempo de renovação, de vida que desabrocha, de esperança de tempos melhores. Isso tudo não e sinônimo de criança? A criança é a única esperança de que o ser humano tem de ser melhor, ter uma vida com me-nos violência, com mais saú-de, educação e meio ambiente preservado, de aprendermos a cuidar melhor da natureza, para que haja um futuro. O mundo precisa de muitos

e muitos meninos para ensi-narem aos homens a salvar a natureza... Se os adultos de hoje souberem cuidar de nossos meninos e meninas, proporcionando uma educa-ção decente e uma vida digna, com bons exemplos - nada a ver com o que vemos, hoje, em nossa sociedade, na polí-tica, na justiça, etc. - as nos-sas crianças terão perspectiva

de poder lutar por um mundo melhor amanhã. Mas temos que começar agora.Não queria dar brinquedos

de presente, apenas, para as crianças, no seu dia. Queria poder dar, para as crianças de hoje e de amanhã, rios vivos, limpos e claros, ar puro, ali-mento sem contaminação de agrotóxicos e produtos quími-cos, estações definidas, climas amenos, natureza preservada.No entanto, não posso evi-

tar que nossas crianças vejam desastres ecológicos por des-respeito à natureza, violência e falta de moral, falta de hu-manidade e de consciência, decorrentes da ganância e da miséria.Os adultos, todos, até os do-

nos do poder - principalmente eles, talvez - deviam ser mais crianças, para serem mais honestos, mais humanos, mais sinceros. E quanto às crianças, se eu pudesse dar-

-lhes um conselho, pediria que crescessem, sim, mas que não se transformassem em “gente grande”: que sejam apenas GENTE. E que nunca, jamais, deixassem morrer a criança dentro de seus corações, seja qual for a idade que tenham.Pois é da criança que emana

a vida, alento, felicidade, poe-sia. É isto que brota de mãos pequeninas e faísca dos olhos de luz de pequeninos seres que chegam a este mundo que temos o dever de tornar melhor, para que eles tenham um futuro mais promissor que o nosso.Pequeno grande mundo que

pode ser mais feliz, pois en-quanto houver criança, tere-mos a certeza de que Deus ainda tem esperança no ser humano...

(Crônica publicada no jornal A Notícia, de Joinville - Por Luiz Carlos Amorim – Escritor)

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