jornal maranduba news #23

16
Maranduba, 18 de Março de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 23 Prainha do Oeste e Perez Um lugar maravilhoso onde curiosidades naturais encantam os visitantes Foto: Ezequiel dos Santos

Upload: jornal-maranduba-news

Post on 15-Mar-2016

250 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Noticias da regiao sul de Ubatuba

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Maranduba News #23

Maranduba, 18 de Março de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 23

Prainha do Oeste e PerezUm lugar maravilhoso onde curiosidades naturais encantam os visitantes

Foto: Ezequiel dos Santos

Page 2: Jornal Maranduba News #23

Página 2 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Cartas a RedaçãoAgradecimentoQuero te agradecer pela ma-

téria do dia 18/02/2011 dizen-do que eu também, como es-posa do Waldir durante treze anos, sinto muito pela morte dele e que ele estará sempre presente em meu coração.

E modificando que foi falado na matéria, no dia do aciden-te ele saiu de casa no Sertão da Quina para ir ao Rio Escuro e não pela Fortaleza como foi falado.

MagaliSertão da Quina

Lei de AcessibilidadeTenho onservado a dificul-

dade das pessoas portadoras de necessidades especiais, tendando chegar até a Praia da Maranduba! Pensei em es-crever uma matéria sobre a Lei de Acessibilidade para o Jornal.

Acredito que “cabe” a divul-gação dos Quiosques que le-vam a sério a Lei mencionada e possuem a rampa de acesso para a Praia, como é o caso do Quiosque alo lado do banhei-ro público/Posto do Corpo de Bombeiros.

Creio que a valorização dos quiosques que possuem a adequação necessária, aca-bará incentivando os outros a fazerem as obras necessárias!

Forte Abraço!Eng.º Denis Ronaldo Pinto

via e-mail

Vacinação na LagoinhaSou enfermeira do bairro

Lagoinha e gostaria de pedir a colaboração deste precioso meio de comunicação para divulgar o cronograma de atendimento da comunidade Lagoinha em anexo, desde já agradeço.

Cronograma de Vacinação Bairro Lagoinha – 2011Local : Salão da Mia9:00 às 11:30 horas28/03/2011 - 25/04/201130/05/2011 - 27/06/201125/07/2011 - 29/08/201126/09/2011 - 24/10/201128/11/2011Cronograma Lagoinha 20112ª Feira – Visita Domiciliar(Última 2ª Feira do Mês: Va-

cinação no Salão da Mia)3ª Feira – Salão da Mia (9 Às 11 H)4ª Feira – Posto Maranduba:

Consulta Médica e Consulta Enfermeira

5ª Feira – Posto Maranduba: Preventivo e Consulta Enfer-meira.

6ª Feira – Posto: Pré Natal e Consulta Enfermeira

MárciaEnfermeira/ Lagoinha

AgradecimentosQuero agradecer ao Corpo

de Bombeiro que estavam de plantão por volta das 3 horas da tarde do dia 05/01/11 quando fui resgatada com uma luxação de joelho do rio na entrada da praia Maran-duba. O que me chamou at-enção foi a maneira com que eu fui atendida, pois sou en-

fermeira e vejo muito desca-sos com quem precisa nesta hora. Gostaria de agradecer a corporação daí, pelo pronto atedimento.

Se conseguir entrar encon-tato com eles por favor diga que tive lesão do LCA do jo-elho E e serei submetida em Cirurgia neste Mês.

Vitoria N de OiveiraCarmo da Cachoeira, MG

ParabénsParabéns por este maravil-

hoso veículo de comunicação da nossa região, fico sempre contando os dias para rece-ber a nova edição, tenho lido e arquivado desde o número 01 para encaderná-lo quando chegar no número 50.

Vocês estão sempre desco-brindo talentos, a edição de número 22 está linda.

Admiro muito este trabalho de Profissionais. Nossa Região é muito linda e tem pessoa maravilhosas começando por vocês deste Jornal.

Manezinho da Lagoinhavia e-mail

Terremotos e tsunamis têm arrasado várias cidades no Ja-pão. Podemos ver na mídia a tragédia que esses fenômenos naturais causaram ao povo ja-ponês. Sem falar na contami-nação por material radioativo das usinas nucleares atingidas pelos fenômenos naturais.

A história mostra que a cul-tura e a determinação deste povo podem superar crises e renascer das cinzas como aconteceu após a 2ª Guer-ra Mundial. A dedicação, o comprometimento, o respeito e a ética são características marcantes do povo japonês. Essa é a mola que poderá tra-zer luz ao país do sol nascen-te.

Já o Brasil, país abençoa-do por não ser atingido por graves catástrofes climáticas como terremotos e tsuna-mis, enfrenta casos isolados de desmoronamentos e en-chentes, arrasando cidades, matando pessoas e causando enormes prejuízos.

Assim como o povo japonês, o brasileiro também consegue

se reerguer, talvez não com tanta rapidez e eficiência que os japoneses, mas com deter-minação e teimosia acabamos chegando lá.

Dizem que Deus é brasileiro. Isso me faz lembrar uma fá-

bula onde Deus é questionado do porquê não existir no Brasil cataclismos como terremotos, maremotos, vulcões, fura-cões, etc. E Deus disse: “Vou livrá-los destas pragas, mas em contrapartida lhes darei outra praga pior, mais cons-tante, mais silenciosa, mais lenta e mais devastadora que acabará aos poucos com esse povo: os maus políticos”.

Pare um pouco para pen-sar. Compare a dedicação, o comprometimento, o respeito e a ética de muitos políticos e administradores públicos da sua cidade, seu estado e até do país. Quem dera que tives-sem o mesmo caráter do povo japonês.

A nossa tsunami vem em forma de marolinha.

Emilio CampiEditor

Editorial

Page 3: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 3

Sobre Quilombo Caçandoca - esclarecimento da Fundação Itesp A respeito da matéria

‘Itesp reconhece quilombo da Caçandoquinha e finaliza es-tudo sobre ‘nova’ comunidade em Itamambuca’, de Saulo Gil, publicada no jornal Maranduba News no dia 18 de fevereiro passado, a Fundação Institu-to de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) esclarece:

Não é verdadeira a informa-ção de que o Itesp publicou o reconhecimento de um novo quilombo, a ‘Caçandoquinha’, como informa a matéria.

O Quilombo da Caçandoca, em Ubatuba, foi reconhecido pela Fundação Itesp em 5 de agosto de 2000, com área to-tal de 890 hectares, para a As-sociação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoca.

Desde então, houve uma divisão de lideranças no ter-ritório e foi criada uma nova associação, chamada Asso-ciação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade.

Essa nova associação há tempos vinha solicitando ao Itesp o reconhecimento de sua existência, e portanto de duas lideranças dentro do território quilombola já reconhecido.

Em 26 de fevereiro de 2010, durante audiência das comu-nidades quilombolas do Litoral Norte com os representan-tes do poder público, realiza-da na sede da Associação do Quilombo Caçandoca, o presi-dente da Associação dos Re-manescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade solicitou, aos representantes do Itesp e do Incra, uma posição em re-lação a essa nova associação, solicitando o reconhecimento de sua existência.

Nessa audiência, o Itesp re-conheceu então a existência

das duas associações - a As-sociação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoca e a Associação dos Rema-nescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade - dentro de um único território: a área de 890 hectares já reconheci-da.

A Fundação Itesp lamenta não ter sido procurada pela reportagem e coloca-se à dis-posição para mais informa-ções.

Renata Corte MartinhoAssessoria de imprensa

Fundação Itesp

Outro lado A diretoria da União dos

Morros se manifesta surpre-

sa pela reação da Fundação Itesp, mais para “refrescar” a memória...

A Comunidade Quilombo Caçandoquinha, pela qual atu-ava na área da do Quilombo sob o nome de SABACA (So-ciedade Amigos do Bairro Caçandoca e Adjacencias) foi fundada muito antes da Cons-tituição Federal de 1.988 (an-tes de se falar de territórios quilombolas) nunca foi ouvi-da, mesmo assim fez questão de deixar claro no Relatório Tecnico elaborado pela Fun-dação Itesp sua insatisfação pela forma em que o proces-so estava sendo feito. A par-tir da publicação do Relatório Tecnico as brigas internas se acirraram, pois o nem o Esta-do e nem a União respeitavam

a vontade do quilombolas que não faziam parte de uma refe-rida associação.

Mas foi aí que resolvemos agir para ter nossos direitos garantidos. Lendo e relendo o Relátório cheguei a página 58 de conclusão da antropologa, que dizia que no § 2 diz;

“Que a área de 890 hec-tares cuja titulação é reinvi-dicada pela Comunidade de Quilombo Caçandoca corres-ponde à quase totalidade do território históricamente ocu-pado pelo grupo, e esta deve ser titulada no nome da As-sociação dos Remanescentes do Quilombo Caçandoca. Se à época da titulação existir mais do que uma Associação com-posta por membros da comu-nidade quilombola, deve-se-á

dividir o território entre elas, de acordo com a vontade que os interessados manifestarem, em cumprimento ao Artigo 68 do ADCT. Alessandra Schmitt Antropóloga”.

Nos organizamos e hoje temos nossos direitos ga-rantidos, mas reconhecer de “boca” é facil, como a Srª Re-nata Corte alega ter reconhe-cido desde o princípio, peça a ela que aponte então hoje no mapa do Itesp a Comunidade Caçandoquinha. É isso é o que queremos, documentos, ma-pas, ações afirmativas, pois é assim que se faz justiça. Pergunte qual foi a ação do Itesp na ocupação da Praia da Caçandoquinha, pois a área é de responsabilidade do Esta-do.

Tambem vale a pena lem-brar que o pedido de reconhe-cimento foi entregue na data de 07 de Outubro de 2.009, não em 26 de Fevereiro de 2.010. Mesmo assim agrade-ço imensamente a coragem e dedicação do Sr. Marcos Pilla, Diretor Executivo da Fundação Itesp, pois ao assumir o car-go já reconheceu e publicou suas decisões. Assim vejo que as comunidades quilombolas terão muito mais atenção em seu mandato a frente da Fun-dação.

E quanto a “nova” comunida-de Itamambuca, o reporter se encontra certo pois enquanto não é publicado no Diário Ofi-cial o Relátorio Técnico, com demarcações, confrontantes e histórico, a comunidade e o processo não caminham.

Antonio Antunes de SáPresidente Quilombo

CaçandoquinhaMário Gabriel do Prado

Coordenador Geralda Federação Quilombola

de São Paulo

Page 4: Jornal Maranduba News #23

Página 4 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

Publicitário da região é destaqueem revista do interior

EZEQUIEL DOS SANTOSNa revista Bom Dia Ribeirão

Preto, edição 1.944 de janei-ro último, página 16, sessão Gente & Negócios, item Co-nexão, apresentou o jovem publicitário Marcio Fernandes de Oliveira Alves, 25 anos, da agência Guimarães Comu-nicação que vem nos últimos meses escrevendo artigos e publicações voltados para bra-sileiros que moram no Cana-dá.

Marcio é o mais novo colunista da publicação cana-dense “Brasil News” produzido exclusivamente para a comu-nidade brasileira que mora em Toronto, na província de Ontário, no Canadá. Tudo começou com a publicação de dicas sobre bem-estar da nutricionista rio-pretense Fla-via Pinto César, que falou da influência dos alimentos no humor. Ele também abordou yoga laboral, com informa-ções do coach e yogaterapeu-ta Salvador Hernandes.

Marcio faz parte a árvo-re genealógica da região sul de Ubatuba, sua família tem raízes no Sertão do Ingá e da Quina. Por muito tempo foi um dos responsáveis pela infância missionária da localidade e tornou-se mais um exemplo de sucesso nos estudos.

Ele que sempre estudou em escolas públicas conseguiu através do Pró-uni uma bol-

sa integral para cursar publi-cidade em Ribeirão Preto. Lá também participou de comer-cial de TV sobre o combate da dengue.

A família está orgulhosa de seu filho, embora a saudade aperte mais a cada dia, todos sabem que Marcio tem mui-to chão para percorrer. É por isso que a comunidade deseja muito sucesso.

A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) vai disciplinar a cessão de áreas públicas para implantação de equipamentos e empreendimentos de apoio náutico. O amparo legal está na Portaria 24/2011, apresen-tada nesta terça (15/02), em Búzios (RJ), ao Grupo de Tra-balho (GT) de Turismo Náuti-co, coordenado pelo Ministério do Turismo.

A portaria estabelece pro-cedimentos para a cessão de espaços públicos para instala-

Governo regulamenta cessãode áreas públicas para marinas

ção de portos, marinas, atra-cadouros, garagens de bar-cos, terminais de passageiros e outros empreendimentos. Além disso, define parâmetros para a cobrança de taxas de ocupação das áreas cedidas e estabelece gratuidade para as estruturas náuticas considera-das de interesse público.

“A portaria possibilita a re-gularização dos empreendi-mentos náuticos que estão ocupando águas federais”, disse Reinaldo Redorat, da co-

ordenação nacional do projeto Orla da SPU.

O objeto da portaria é a regulamentação da ocupa-ção dos espaços físicos em águas federais, prevista na Lei 9636/98 e no Decreto-Lei 2398/87. O documento esta-belece prazo de 180 dias para que os empreendimentos já instalados solicitem regulari-zação junto a SPU, vinculada ao Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão. (Fon-te: ASCOM/MTur)

No último dia 12, uma ado-lescente foi encontrada morta em uma pousada no centro de Ubatuba. A adolescente de 16 anos teve a causa da morte considerada preliminarmente como não determinada, mas testemunhas disseram que ela consumiu álcool e drogas na-quele dia.

De acordo com a mãe da menina, Pâmela Fernandes de Oliveira Gouvêa estava de-saparecida desde a noite de sexta-feira (11), quando pediu para sair com um amigo.

Segundo a Polícia Civil, a menina e dois turistas se hos-pedaram na pousada no iní-cio da madrugada de sábado (12).

Durante a manhã, ela pas-sou mal e os jovens pediram ajuda. “Um dos amigos ale-ga que eles consumiram uma quantidade grande de drogas antes de chegar na pousada, e na pousada consumiram mais”.

Segundo a família, a jovem era muito bem orientada e es-clarecida. A jovem foi atendi-da pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. A policia in-vestiga os “amigos” da jovem que estavam na pousada.

Segundo o laudo do Institu-to Médico-Legal (IML), a cau-sa da morte é indeterminada. Foi colhido sangue da garota para exame toxicológico. Não há previsão de quando have-rá o resultado.

O corpo da adolescente foi enterrado neste domingo.

Alerta aos PaisDesconfiem de certas atitu-

des dos filhos por mais que eles sejam esclarecidos sobre

Bebidas e drogas podem ser causa de morte de adolescente em Ubatuba

os vários temas. Explique aos seus filhos so-

bre as causas de experimen-tarem as drogas, fale clara-mente. É muito importante estabelecer um vinculo de confiança e de respeito.

Observe os colegas que seu filho está saindo, procure co-nhecer hábitos, família e locais de preferência.

Esclareça que ele tem o di-reito de dizer não as drogas e que amigo é aquele que o respeita e o quer bem.

No caso de seu filho usar drogas, converse abertamente com ele, tente mantê-lo den-tro de uma rotina saudável, participe das atividades de seu interesse sempre.

Peça ajuda aos amigos de verdade, eles podem ser bons aliados.

Com os professores descu-bra como está seu rendimento escolar.

Vá a escola em que seu filho estuda para descobrir se ele não está matando aulas e se fica no ponto de ônibus com desconhecidos e más compa-nhias mais tempo do que o necessário.

Lembrar de que você é o maior exemplo para ele é bom para ambos.

Procure notar seu compor-tamento com a família, com a saúde, com a alimentação.

Faca a sua parte, cuide do que é seu, se você não cuidar um traficante vai fazer isto por você.

Não tenha medo de cuidar de seu patrimônio, ou melhor como diz o ditado: “Quem ama cuida”.

* * *

Page 5: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 5

Festa do Bonete é incluída em calendário oficial de eventosEZEQUIEL DOS SANTOSNa Sessão de Câmara do

último dia 22 de janeiro, o projeto de Lei (04/11) que in-clui a Tradicional Festa de São Sebastião no Calendário Muni-cipal de Eventos foi aprovado por unanimidade. O projeto que é de autoria do Vereador Rogério Frediani atendeu o que já existe, comenta o au-tor do projeto. A festa todos os anos e no dia 22 de janei-ro. O evento tem atraído um grande numero de turistas e visitantes, além de manter os laços fraternais unidos daque-la população. Nas seis últimas edições da festa houve uma atração extra que foi a corri-da de canoa, na qual leva o nome de Valdir dos Santos, um dos maiores ganhadores desta modalidade e que no evento será todos os anos o homenageado. Na sessão a comunidade foi representada por membros da associação e segundo Frediani trata-se de uma justa homenagem a este povo que dentro das dificul-dades até mesmo de acesso, realizam uma grande festa.

“Isto já deveria ter aconteci-do desde quando fizeram à pesquisa de inclusão no ca-lendário de eventos oficiais do município. A Praia grande do Bonete tem muita importância

as nossas comunidades, que tendo de transpor uma trilha ou viajar de barco para chegar ao bairro realiza um festa con-siderada centenária e que é muito importante para a mu-

nicipalidade”, cometa Rogério Frediani.

A comunidade da Praia Grande do Bonete é formada por desbravadores que vieram de várias localidades, uns até

mesmo de fora do país. Sabe--se de que a festa é mais antiga do que a relatada pela tradição oral, ainda lembrada nos “lap-sos” de memória pelos mais antigos da região. Através da tradição oral seus moradores adotam como data original da tradicional festa o dia 22 de janeiro de 1848, antes mesmo do sombrio período da Fazen-da Lagoinha e do solar do Ba-rão João Alves da Silva Porto, por onde o barão e seus es-cravos, capangas, “capitães do mato” passavam, destruindo e perturbando os moradores li-vres daquele pedaço de terra. Foi por conta de uma pesca-ria realizada por escravos na qual os peixes foram pedidos temido Egydio Antunes da fa-zenda Caçandoca. Egydio não foi atendido. Por conta desta afronta ele quis comprar os es-cravos para matá-lo. Como o Capitão Romualdo não os ven-deu, os escravos, moradores de toda a região reuniram-se no Bonete para agradecer ao Santo, padroeiro da fazenda e protetor daquele senhor de escravos.

O Programa Escola da Famí-lia, tem o prazer de convidá--los para a Homenagem do mês da Mulher, que será rea-lizada no Programa Escola da Família da E.E. Áurea Morei-ra Rachou, no dia 20/03/2011 (Domingo), das 10h às 16h.

Atrações: sorteio de brindes, unhas artísticas, corte de cabe-lo, limpeza de pele, homena-gens as mulheres: exibição de vídeo clip, quiz das mulheres, bolo, pipoca, cachorro quente, refrigerante e muito mais. A sua presença é fundamental, venha e traga a sua família.

A escola Áurea fica na R: Pa-

dre João Bayle nº1763 – Ser-tão da Quina/Ubatuba-S.P

Tel: (12) 3849 8617/3849 8259ORKUT: pef.aureamoreira-

[email protected]

Mês da Mulher no Áurea

As cidades de São Se-bastião, Caraguatatuba e Ubatuba receberãoentre os dias 29 e 31 de março o Treinamento de Agen-tes Voluntários de Defesa Ambiental, criado e desen-volvido pela Petrobras para cidadãos interessados em contribuir com a sua comu-nidade.

Com a duração de apenas um dia, o curso tem um pe-ríodo total de seis horas. Na parte teórica, os participan-tes assistem às aulas sobre

Petrobrás abre inscrições para treinamento de defesa ambiental na região

os seguintes temas: sensi-bilidade ambiental dos am-bientes costeiros, utilização de equipamentos e técnicas de contenção, limpeza dos ambientes costeiros e segu-rança nas ações de respos-ta. Após essa etapa, haverá a realização da aula prática, na praia, em que os alunos aprendem a manusear os equipamentos.

Esse treinamento desti-na-se aos moradores das comunidades próximas às instalações da Petrobras

no litoral paulista, nos mu-nicípios de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. Com o curso, o cadastro dos voluntários se mantém atualizado, garan-tindo a prontidão de respos-ta em caso de emergência.

O evento é realizado em conjunto com o Terminal Aquaviário de São Sebas-tião (Tebar) da Transpetro. As inscrições podem ser re-alizadas pelo telefone 0800-774-1311 ou pelo e-mail [email protected]

Page 6: Jornal Maranduba News #23

Página 6 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

Fé no caceteJosé Ronaldos dos SantosNão tem como escapar

de uma verdade: a cultu-ra caiçara se fundiu num cimento religioso. Melhor dizendo: foi graças ao dis-curso religioso que os indí-genas, após o massacre de Yperoig (que é celebrado como paz no dia 14 de se-tembro de cada ano), fo-ram “domesticados”.

O mesmo ocorreu com os negros: ou aceitavam os dogmas dos portugue-ses ou sofriam demais por não poderem expressar a sua originalidade religiosa trazida da mãe-África. Da parte dos brancos pobres lusitanos vem a “moral de rebanho” (de aceitação dos sofrimentos nesta vida para uma recompensa no céu).

Regendo toda a massei-ra, emprestando o termo da construção civil, estava o rico grileiro português em parceria com a religião oficial. Patrões e padres re-presentam para a massa, na nova terra, a elite, os fundadores de uma nova cristandade; estavam aci-ma da ralé ao ponto de disporem das pobres vidas como quisessem.

Depois de misturar bem tudo isso estava pronta a cultura que passou a vin-gar entre a serra e o mar. Das demais culturas fica-ram vestígios, semelhan-tes aos filetes de água que escorrem pelas pedras das costeiras, mas que logo desaparecem na lambida das ondas. Porém, de vez em quando elas despontam como um galho de corticei-ra no mar revolto.

Eu fiz essa introdução para explicar como, na maior verdade do nosso ser

–o nosso instinto- está a fé em outros recursos que nada devem ao transcen-dental. Vou explicar melhor através de um fato na mi-nha vida.

Quando meu avô Este-van faleceu, passei a morar com a vovó Martinha. Pas-sava na casa dela algumas vezes por dia e nas noites estava lá para conversar um pouco mais e dormir. Sempre nos demos muito bem. Devo muito a ela das coisas que sei sobre a nos-sa cultura caiçara.

Com ela vivi fatos extra-ordinários e muitos outros engraçados. Um destes foi numa noite quando, che-guei para dormir por volta das vinte e três horas, ela me recebeu dizendo que escutara um rumor em vol-ta da casa. Até tinha pen-sado que fosse eu fazendo alguma brincadeira para assustá-la. Eu disse que não. Depois, já tomando um café antes de ir para a cama, perguntei:

- Vovó, a senhora não tem medo de ficar sozinha aqui?

Ela prontamente respon-deu:

- É claro que não, meni-no! Com a fé em Deus e aquele cacete de guatambu atrás da porta eu não tenho medo de nada!

E rimos juntos. A lógica era essa: se Deus falhas-se ela tinha o cacete como derradeiro recurso. Neste não havia dúvida. Era fé demais para a minha cabe-ça!

Sugestão de leitura: O que é religião, de Rubem Alves

Boa leitura!

José Ronaldos dos SantosNo início da minha carreira

no magistério paulista havia muita empolgação, sobretu-do porque as aulas de Histó-ria, Folclore e Sociologia do Turismo eram para alunos motivados pelo investimento do governo estadual no cur-so Técnico de Turismo (na escola Aurelina, no bairro da Estufa II).

Depois percebi que o meu idealismo dependia de uma série de fatores, inclusive econômico, mas o principal deles era o querer aprender dos alunos. Nisso usei – e uso ainda! – o argumento de que “a geração vindoura tem que ser melhor do que a mi-nha”. E, admito, tenho visto despontar alguns frutos des-sa direção.

Minhas sobrinhas orgu-lham-me muito pelo fato de sempre terem estudado na escola pública e de terem sido aprovadas em univer-sidade pública (USP). Vários outros ex-alunos causam-me igual sentimento. Agora é a vez de Jessé.

Conheci Jessé na escola Sueli (bairro da Estufa I), numa turma média na co-operação, mas aquém da média em aproveitamento nos estudos. O motivo prin-cipal era a preguiça de ler e a falta de perspectiva além dessa madorna que está entre a serra e o mar, nes-te pedaço de chão chamado de Ubatuba. Afinal, a quase totalidade deles descendia de migrantes da base da construção civil. Os poucos caiçaras da turma nunca de-monstraram entender muito sobre os desafios que hoje se apresentam à cultura lo-cal.

Porém, logo Jessé despon-

As pequenas alegrias e o nosso idealismotou como aluno exemplar, desejoso de aprender – e bem! Em diversas ocasiões apresentou trabalhos e fez ques-tões pertinentes. Tam-bém chamava a atenção dos colegas

que teimavam em atrapalhar as aulas porque sonhava em cursar um ensino supe-rior de qualidade.

Em 2010, ao iniciar o úl-timo ano do Ensino Médio, Jessé, sabendo que podia potencializar ainda mais a própria aprendizagem, pro-curou uma escola particular (MV) onde sabia que have-ria mais exigências e novos desafios para ele. Após con-tar a sua história, a diretora concedeu-lhe uma bolsa de estudo integral. Não se arrepen-deu!

Agora, em uma turma interessada e acolhe-dora, Jessé cresceu. Colabo-rou com o aproveitamento geral da classe. Encerrou o ensino básico com “chave de ouro”: foi aprovado em todas as universidades públi-cas em que concorreu. Ouso dizer que foi o aluno de me-lhor desempenho no muni-cípio na última temporada de vestibulares. Dele não se podia esperar outra coisa. Em todos os momentos es-tava lendo, tirando dúvidas, fazendo exercícios em grupo etc. De vez em quando ainda arranjava tempo para dedi-lhar seu violão.

Concluindo: Jessé já era bom desde a escola pública

(isso prova que os profes-sores estão fazendo a sua parte, mesmo vivendo uma fase crítica há tempos), mas ter encontrado um ano pu-xado na reta final foi de mui-ta valia para os resultados alcançados. Foi como uma alavanca.

Parabéns a este filho do Vale do Jequitinhonha que veio se instalar no bairro do Rio Escuro! Certamente ain-da teremos muito outros mo-tivos para nos orgulhar deste estudante. Nós, professores idealistas, precisamos de mais exemplos assim! Valeu, menino!!!

Um abraço! Zé Ronaldo (02/o3/2011)

Page 7: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 7

Cantinho da Poesia Onde era o jundu?Caminhos

Sonhar um sonho infinitoSofrer um sofrimento malditoAmar um amor tão queridoTemer um temor reprimido

Desejar um desejo inconstanteEsperar uma espera incessante

Beijar um beijo molhadoAcarinhar um carinho almejado

Doer uma dor incontidaMentir uma mentira fingida

Perdoar um perdão desejadoAmargar um amargor desprezado

Sorrir um sorriso esquecidoChorar um choro perdidoPerder a perda mais caraBuscar a busca mais rara

Desprezar o desprezo inútilRepudiar o repúdio mais fútilQuerer a querença esperadaAcalmar a calma sonhada

Caminhar o caminho traçadoCantando o canto louvado!

Manoel Del Valle Neto

José Ronaldos dos SantosJá se passou um bom tempo

desde 1972 quando, motiva-dos pela história do levante dos presos da Ilha Anchieta, fomos (alunos da escola do Perequê-mirim) ouvir depoi-mentos dos caiçaras mais antigos pelos arredores. Um deles foi o seo João Glorioso, dono de um armazém no Saco da Ribeira. Na semana pas-sada voltei a esse lugar para escrever as reflexões do pre-sente. Nessa praia, na atuali-dade ubatubense, é onde se constata a maior alteração no ambiente natural. É “um prato cheio” para os geógrafos tra-balharem a geografia natural e a geografia humana!

Nada mais lembra aquela praia tranquila, onde, na maré baixa, jogávamos futebol. Quando a maré estava alta, só restava um campinho de areia barrenta no meio da restinga. Ou era brejo? Oficialmente, aquele era o campo do time

do bairro: o Recurso Futebol Clube, de uniforme rubrone-gro, sob o comando do Paulo “Sabão”.

Naquele tempo, devido às características do fundo ma-rinho, era notório a grande quantidade de siris. Por isso que, das praias vizinhas, no serão, acorriam tantas pesso-as. Quem rejeita uma pane-lada de siris? Outra coisa que chamava a atenção de todos era o intenso movimento na marcenaria naval da colônia dos japoneses.

A colônia dos japo-neses é um capítulo à parte: trabalhavam unidos e diver-tiam-se no mesmo princípio. Unidos permaneceram por muito tempo. Até campeonato nacional de sumô trouxeram ao município em meados da década de 1970. Jovens ja-poneses desta praia, concor-rendo em diversas categorias, muito nos orgulharam nesse esporte. Mais tarde, a prospe-

ridade da ilha-mãe, somada à crise na economia brasileira, desarticulou o invejado grupo.

Em 1978, com a construção do píer da Sudelpa (Superin-tendência para o desenvolvi-mento do litoral paulista), o desembarque pesqueiro foi transferido do Cais do Porto (Itaguá) para o Saco da Ri-beira. Pronto! Nasceu a base do desenvolvimento náutico incontestável dos dias atuais!

Quantos empresários!? Quantos marinheiros!? Quanto de tecnologia ocupa o antigo espaço da areia e do jundu!? Porém, apesar de tudo isso, ordeno aos meus filhos:

- Fundeiem os pés nessas águas para assim se unirem aos nossos ancestrais que nas adversidades da natureza encontraram recursos e cria-ram condições para viverem entre a serra e o mar; se fi-zeram caiçaras e nos legaram um ambiente puro. Daqui em diante depende de nós!

Page 8: Jornal Maranduba News #23

Página 8 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

Prainha do Oeste e Perez, um lugar maravilhosoEZEQUIEL DOS SANTOSLocalizado num braço de

mata que avança até a praia, o local é de fácil acesso, quer por trilha ou por barco chega--se a este paraíso. Para che-gar lá o visitante parte do canto esquerdo da Praia da Lagoinha. Quando na trilha dá para perceber a diferença de temperatura, tamanha preser-vação. Por água, isto é mer-gulhando, também é possível chegar ao local, para isto é necessário um acompanhante que conheça bem o local. O primeiro monte de areias a ser pisado pelo visitante é a Praia do Oeste ou Encruzado.

O conjunto Oeste/Perez/Ponta do Jarobá trata-se de praias pequenas, pontos de mergulho e paradas bem som-breadas com mar calmo, mui-to parecido uma com a outra. Vestígio de um vilarejo de co-munidade tradicional também é possível ser visto, além de um bar com nome muito co-nhecido no litoral paulista – Bar Mar Virado - que foi de Hans Maier’s.

A trilha é conhecida com Trilha das Sete Praias e leva até a praia da Fortaleza, pas-sando pelo Bonete e Grande do Bonete. O local guarda belezas e espetáculos únicos que só a natureza de Ubatuba pode oferecer. Este conjunto de praias nos dão a exata cer-teza de que Deus colocou suas preferências pessoais ali, de-talhando e embelezando cada canto e recanto deste paraíso, formando um local muito bem abrigado.

Calmaria, tranquilidade e clareza, o lugar é excelente para a pesca, esportes náu-ticos e mergulhos, principal-mente para aqueles que estão aprendendo. Já para quem

não quer fazer nada, apenas contemplar o mar e a mata, este conjunto é o refúgio ideal para quem busca tranqüilida-de e privacidade. Até mesmo de olhos fechados é possível sentir o aroma da natureza que rodeia o lugar.

O caminho é rico em fauna e flora: bromélias, árvores centenárias, espécies raras de pássaros, pequenos roedores, peixes e crustáceos. Até as formigas de lá são diferentes dos outros lugares.

Na pequena praia do Oeste é possível sentir nos pés e em todo o corpo a areia monazíti-ca (preta), que dizem ter po-deres medicinais. O local ainda é recheado de pedras grandes e disformes com casas ajardi-

nadas, chalés e de veranistas. O local é tão sossegado que parece que parou no tempo. A monotonia só é quebrada pelo barulho do mar, pelo numero de visitantes em períodos de temporada e feriados e pela busca de mexilhões nas fa-zendas da região. O local já foi povoado por muitos caiçaras, onde o tão chamado progres-so veio a substituir as canoas de voga por barcos de alumí-nios motorizados; o fogão a lenha pelo fogão e geladeira a gás; a pesca artesanal pelas traineiras; a colheita de mexi-lhões na costeira pela técnica da criação, porém suas noi-tes ainda são iluminadas pelo lampião ao som dos animais e cantos de cigarras.

Fotos: Ezequiel dos Santos

Page 9: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 9

Curiosidades naturais encanta visitantesÉ no cair da noite em que o

caiçara transmite grande parte de seu etnoconhecimento. De dia observa o tempo, o mar, os bichos, os ventos, disto tudo se faz uma soma e descobre como serão os próximos dias.

As mulheres ainda se utili-zam de expedientes tradicio-nais no preparo do peixe, da galinha caipira, do pindá assa-do, do guaiá cozido, das ervas medicinais, dos temperos à soleira da porta da cozinha.

Pouca gente desta espécie so-brou lá mais posso lembrar ca-rinhosamente de três pessoas e suas respectivas famílias sobre-viventes deste novo tempo, são os caiçaras João, Julio e Luciano Lopes que com seu carisma e hospitalidade ímpar fazem jus a tradição da cultura caiçara.

Dizem que o nome a praia vem da família que morava aqui ainda no inicio do século passado. Dizem que por con-ta de um engenho de pinga, a da dona Mariquinha do Perez, que como todos os engenhos da época, tinha sua produção transportada em canoas de voga para ser comercializada no Porto de Santos.

Na trilha, principalmente em períodos de férias e tempora-da é possível saborear delicio-sos petiscos em alguns pontos onde o atendimento e a diver-sidade de pratos são maravi-lhosos. O ponto mais famoso, Bar Mar Virado - que foi de Hans Maier’s, ainda é possível ver muitos famosos desfrutan-do de sua beleza.

Mas nem de felicidades vi-veu seus moradores. Muitas tempestades destruíram as ro-ças e os ranchos, o local quase teve a rede de energia elétrica não autorizada pelas autorida-des por conta do grande nú-mero de problemas ambien-

tais e por causa do veranismo. Curiosidades naturais a par-

te, a praia também instalou de 1985 a 1990 uma fundição de esculturas de bronze do artis-ta Alberto Friolli, que produzia peças de tamanho natural de

animais e abstratas, expostas em galerias do Brasil e exte-rior. É possível ainda observar algumas obras no caminho e pedras frisadas que eram utili-zadas para dar forma ou deta-lhes as obras de Friolli.

No local ainda existe uma grande amendoeira que dizem ter muita história para contar, tanto de quem mora, quanto dos que por lá passam. É uma magia a ser vivenciada para poucos que é a combinação de Mata Atlân-

tica preservada com a exube-rância do oceano, de moradores hospitaleiros nos rende visuais, aromas e sabores espetacula-res na companhia da história da formação do Brasil, do oceano Atlântico e da Serra do Mar.

Page 10: Jornal Maranduba News #23

Página 10 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

ASCOM RFNo último dia 13, domin-

go, na Câmara Municipal de Ubatuba, aconteceu a con-venção do PSDB municipal. Vários empresários, políticos e ilustres compareceram ao evento. Em votação uma cha-pa única que foi aprovada por unanimidade dos convencio-nais. Muitos membros da ve-lha e da nova guarda lá esti-veram. O evento que correu em clima de festa e na mais tranqüila normalidade apos-tou em chapa única por conta dos entendimentos ocorridos, tendo em vista a visão futura de melhorias e possibilidades ao município. O presidente do partido, vereador Rogério Frediani destacou que a cha-pa única é fruto dos trabalhos que o partido vem buscan-do pela cidade e que conta com a participação de todos, agradece ainda aos partici-

PSDB de Ubatuba forma chapa única para Diretório

pantes e que a chapa mostra a unidade de pensamento e trabalho dentro do partido. Foram mais de cem votos favoráveis a nova chapa que tem dois anos para trabalhar. “Queremos é trabalhar para o município, temos que agre-gar valor em quem pensa na

cidade, queremos o melhor para ela.” Comenta Frediani. O partido está a disposição da população, qualquer in-formação, sugestão ou critica basta entrar em contato com o vereador Rogério Frediani pelo e-mail rogé[email protected].

CRISTIANE ZARPELÃONo dia 23 de fevereiro de

2011, a Associação Comer-cial de Ubatuba, atenden-do ao que determina o seu estatuto, divulgou um edital convocando seus associados para a eleição que seria re-alizada no próximo dia 25 de março e as regras para a formação de uma chapa para concorrer com a admi-nistração atual.

Os associados interessa-dos em formar uma chapa para concorrer nesta eleição deveriam retirar a ficha de inscrição na sede da entida-de até às 19h00 do dia 10 de março de 2011. Como não houve nenhuma outra chapa inscrita até o prazo determi-nado pelo estatuto da enti-dade, a chapa da situação continua na gestão da ACIU até março de 2013.

Pela primeira vez na his-tória da ACIU, uma diretoria permanece por tanto tempo. Já são seis anos à frente da entidade.

De acordo com o estatuto da ACIU, somente podem

Associação Comercial de Ubatubanão terá eleições neste ano

participar de uma chapa os associados filiados até março de 2009, sem nenhuma res-trição no nome, sem nenhu-ma interrupção na filiação neste período e que estejam com suas mensalidades em dia.

O atual presidente, Alfredo Corrêa Filho acredita que a não inscrição de outra chapa se deve por muitos motivos, entre eles, a satisfação dos associados com a atual ges-tão. “Nesses últimos 6 anos tivemos inúmeras conquistas históricas para a entidade e para o município, tornando nossa ACIU referencia em associações comerciais. De-clino à presidência por moti-vos pessoais e projetos par-ticulares futuros e não seria justo nem ético permanecer à frente de uma entidade tão representativa e forte como a ACIU e a FACESP regional.”, diz o presidente afirmando que continuará na atual diretoria que conside-ra maravilhosa e desejando boa sorte ao seu sucessor. “Desejo muita sorte ao meu

grande amigo Ahmad (Kibe), que tem totais condições de fazer a maior gestão que ACIU já teve” finalizou Alfre-do.

Para a gestão 2011/2013, a diretoria é quase a mesma. O atual presidente Alfredo fi-cará como vice-presidente e o atual vice-presidente, Ah-mad Khalil Barakat assumirá como presidente.

Barakat, que presidiu a ACIU durante as duas úl-timas gestões que antece-deram Alfredo, disse que pretende dar continuidade às ações já realizadas pela entidade. “Iremos apoiar e criar ações que fortaleçam o comércio local. Nossos man-datos anteriores reestrutura-ram a casa e modernizaram nossas instalações sem per-der sua essência e tradição, focaremos na integração e desenvolvimento, que serão os eixos para este quarto mandato, aliados à transpa-rência nas ações, participa-ção dos associados e fortale-cimento da gestão”, concluiu o novo presidente.

Page 11: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 11

A cultura do rádio da época dos programas e nomes curiosos AMILTON SOUZA

Em meados dos anos de 1960, meu pai, o senhor Ma-noel Milton de Souza da Praia Dura, ouviu em uma determi-nada rádio (a qual ouvia todos os dias) uns trocadilhos que o locutor da época fazia com os nomes de filiais de rádio e suas respectivas cidades. Ele homem de quase nada de “imaginação” começou a bolar comigo, nos raros tempos em que não tenho o que fazer, outros nomes engraçados de rádios. Estamos dispostos a negociar os nomes destas rá-dios. Confira no box ao lado.

Em uma outra edição anun-ciaremos com exclusividade antes da “Voz do Brasil” ou-tros nomes. Aguardem!

Nota do Editor: Havia no Sertão da Quina, um casal fã de uma determinada rádio, o fanatismo era tanto que quando, em qualquer lugar, ouviam o “reclame” (a chama-da) da rádio iam correndo pra casa. Era o senhor Zé Jean e sua senhora Mariquinha, que quando ouviam: “O Glooobo nooo aaaar!!!”, Zé Jean olha-va para sua senhora e falava: “Imbór, imbór (embora, em-bora) que o grobo tá no ar, que o grobo tá no ar!!”. Assim o casal “sovertia” (sumia) para sua casa, talvez temendo que o tal “grobo” caísse sobre suas cabeças.

Amilton Souza é músico pro-fissional e já tocou no praiado do poço bagre.

[email protected] Milton de Souza

(vulgo Mané Mirto) é caiçara profissional e já participou de mais de 482 excursões pra Aparecida do Norte além de difundir o uso medicinal da folha de boldo (vulgo chá de bordo).

[email protected]

SUGESTÕES DE NOMES DE RÁDIOS

RANCHO DE VACARIAESCAMA DE PARATYENXADA DE CUNHAMOEDA DE CRUZEIROCARREIRO DE TATUAPÉFERRUGEM DE MARESIASCOLÍRIO DE BOA VISTABARBA DE QUEIXODANTECOLAR DE OURINHOSASILO DE VILA VELHARETORNO DE VOLTA REDONDAGARRAFAS DE AGUÁS DE LINDÓIACASA DE SOBRADINHOAGULHA DE PONTA GROSSAPÔR-DO-SOL DE BELO HORIZONTE

FAFÁ DE BELÉMANESTESIA DE TIRADENTESCERVEJARIA DE PETRÓPOLISRUÍNAS DE PORTO VELHOPENA DE PATO BRANCOESPINHO DE ROSEIRAMARCAS DE PIQUETESANDUÍCHE DE BAURUGARAPA DE CANADÁLOJA DE BERMUDASAREIAS DE CAÇAPAVAPAMONHA DE PIRACICABAGLICOSE DE SOROCABAELEIÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTECASSASSÃO DE GOVERNADOR VALADARESORAÇÃO DE LADAINHA

CONVERSÃO DE SÃO PAULOESPERA DE SALVADORSENTENÇA DE JUIZ DE FORAÁRVORES DE FLORESTASBREGA DE XIQUE-XIQUEFÓSFORO DE QUELUZFEITIÇO DE BRUXELASMORREU DE PRAGALINGUIÇA DE BRAGANÇAPEITO DE PERUKIOPARTA DE OHIOPRAGA DO EGITOPEPITA DE OURO PRETOTETO DE LAJESCEMITÉRIO DE SANTA CRUZ

Page 12: Jornal Maranduba News #23

Página 12 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

Gente da nossa história: André Pereira dos Santos um homem grandioso

EZEQUIEL DOS SANTOSAndré Pereira dos Santos nas-

ceu no bairro da Ressaca em 1878, mas há controvérsias, já que segundo a tradição oral André foi andando ao cartório para ser registrado junto com os outros irmãos. Era comum na época o filho mais novo comple-tar até dez anos para irem todos num só dia tirar a certidão de nascimento. Neste lugar ficou muito conhecido por conta de um triste episódio como André da Ressaca.

Na infância André sofreu uma grande perda, foi uma experi-ência que ele carregou até sua morte e que por muitas vezes relembrava do acontecido. Por volta dos quatro anos de idade (1882) sua casa era muito sim-ples, parecia uma óca, o telha-do de sape vinha até o chão, no fundo uma “empreitada” (grandes trançados) de sapê, a frente era aberta a beira de um rio próximo à mata. Dentro ha-via uma única rede. Nesta noite chovia muito quando foi acorda-do de madrugada por gemidos de uma criança, era a de sua irmã Henriqueta de sete anos que estava na única rede: - “Um bicho cabeludo tá carregando a gente...” Depois disso o silêncio.

Quando André percebeu viu sua irmã mais nova sendo car-regada por uma onça pintada. Ela estava dormindo com seu vestidinho de batismo. O animal tinha abocanhado a irmã pelos ombros e levado para fora de casa. Desesperado correu até outros moradores que de ime-diato puseram-se a procurar. Aos primeiros raios de sol a irmã, ou pelo menos o que so-brou dela, foi encontrada. Esta-va a pouco mais de vinte metros da casa, por entre umas árvo-res na toca da onça lá existen-te apenas a cabeça da criança coberta por folhas da mata. Foi um episódio marcante. Dizem que a onça era fugitiva de um circo de Paraty.

A família que vinha do Pu-ruba, depois Ressaca chegou por estas bandas (Região Sul) entre 1894 a 1900. André veio com seu pai Antonio “Cavaco” e a mãe Mariana ou Maria Tereza de Jesus. Sua primeira parada foi na Praia Dura, foi lá que, de-pois de muitos anos, casou-se com Albina.

Depois veio morar no Beira

Rio. Neste lugar chegou a ven-der de “barrelada” (muitos ba-laios) ovos a cidade de Santos. Lá plantou muita coisa, mas a fartura era a cana: a “Jabra”, depois a Caiana, Piracicabana, Sete Folhas, Manteiga e por último a Mirim, que era muito utilizado como remédio para as mulheres que estavam de res-guardo.

Depois morou onde hoje está é a escola Tereza dos Santos, pouco mais abaixo montou um comércio, uma “venda”,.Lá tinha sal, querosene, carne seca, pa-nos, “fórfi” ou “fósco” (fósforo) e o Vinho Muriti, que era doce e abundante em sua época. Lá também eram abatidos os bois da região.

André tinha roça no Morro da Onça, próximo ao Morro do Taquari na Pedra Preta. Junto com os compadres Salustiano Felix e João Baitaca plan-tavam de tudo. Em sua época era tudo realiza-do por “bitirão dijutório” (mutirão), quando cha-mavam dez homens vin-te apareciam, eram para chegar as cinco da ma-nhã, as quatro estavam prontos. Chegavam a plantar 70 sacos de rama por dia. Plantava ainda o arroz agulha no morro, o da espécie vermelha que tinha cachos enormes. No tempo de tainha, enquan-to trabalhavam no morro, ouviam a buzina produzi-da pelo Joaquim Amorim pra buscar as tainhas. Numa determinada época André ficou acometido de uma doença desconhecida. Ficou por muitos meses deitado numa esteira de palha. Emagreceu, perdeu as forças, quase se en-tregou. Foi aí que os compadres puseram mão a obra e começa-ram a tranbalhar na casa do An-dré. Tratado com chás caseiros e ervas do mato, este homem foi melhorando até sarar de vez. Em seguida quem caiu doente foi sua esposa que não agüen-tou e faleceu. Dizem que tudo aconteceu depois que ele veio de Santos, de lá para cá enfren-tou um vento “excomungado” (não enviado de Deus).Parece que ele pegou uma “doença tro-pical”. Sua primeira ida a San-tos foi à época em que estavam

colocando as primeiras pedras no cais do porto. Alguns anos depois ele conheceu Benedita Januária, que também era viúva com dois filhos: José e Januário.

André casou-se com Didita no civil e só seis anos mais tarde casou-se no religioso. Neste dia, no casamento da igreja, casa-ram-se André Pereira dos San-tos com Benedita Januária e os compadres João (Cabral) Baita-ca e Conceição Cabral. Foi uma grande festa. Detalhe: O filho de André e Didita teve o privilegio de participar do casamento dos pais. Era ele Antonio Pereira dos Santos. Os dois casamentos fo-ram realizados pelo cônego João

Alemão – João Beil, aqui conhe-cido por João Bayle.

André já morava no Sertão do Ingá e foi o primeiro a en-trar em uma casa coberta com telhas de barro. André tinha um porte diferente, digamos, quase sobrenatural, era branco, alto, largo, sentado tinha a metade da estatura de um homem alto, uma mistura de francês, italiano e português. Sua mão possuía 27 centímetros de puro calo, le-vantava um homem com apenas um braço e tinham um dom co-mercial. Poucas vezes se meteu em confusão, uma delas quando ia a pé para a cidade, próximo ao Rio Praia Dura, a tardezinha, um homem foi assaltá-lo, ele insistiu para que o homem de-

sistisse e que não levava valor algum, era apenas para dar um recado na cidade. O assaltante insistia em levar seus poucos pertences, aproximou-se com o facão e num deslize tomou um tapa com as costas da mão e dizem que só acordou no outro dia com a cara inchada. “Mas foi só um tapinha!” explicou ao Ins-petor de Quarteirão.

André era “letrado”- um dos poucos que sabiam ler e escre-ver na época.

Adorava realizar os preprati-vos para os Foliões.

Na Vargem Grande ía com a bandeira da Santa Rita para “esmolar” (solicitar colabora-

ção) para a folia. Lá foi conduzido por um tal de “ Guéde matador”. Como ele não conhecia nin-guém Guéde o levava até a casa do pouso e pela manhã vinha buscá-lo. Moradores do lugar te-miam Guéde, porque já havia matado pelo menos cinco pessoas. Mas André não tinha medo, pois não havia feito nada a ele e a ninguém. André tocava viola nestes eventos.

Numa época ele foi vender mercadoria (fei-jão, arroz, etc..) em Caraguatatuba. O homem que comprou suas mer-cadorias usou uma lata como medida, este méto-do facilitava o roubo das mercadorias.Com isto o comprador o havia passa-do a perna, mas não por muito tempo. André foi até o prefeito e reclamou.

Este lhe deu uma carta para cobrar a diferença roubada. Na carta dizia que todas as medidas teriam de ser em madeira e que a diferença disto teriam de ser devolvidas. A carta dizia para não mais usar a lata, de forma que não era admitido apertar a mercadoria e colocar a mais. De posse da carta foi até o nego-ciante que havia comprado sua mercadoria e cobrou-lhe a dife-rença, este vendo a carta pagou o que lhe devia. O prefeito na época era José Bonifácio.

Quando fez cem anos, uma grande festa foi realizada. Um ônibus veio de Santo André cheia de amigos e parentes. André ti-nha uma irmã conhecida como “Tia Nésta” que vivia dizendo a

ele que tinha mais uma irmã e este lhe dizia que era “bobage” (bobagem). Mas não era não, quando o ônibus chegou seus fa-miliares trouxeram uma senhora de nome Antonia, uma irmã que sempre ouviu falar, mas não tinha visto ainda em todos estes anos, foi muita emoção. Na ocasião um outro irmão dizia que não eram cem anos que André fazia, pois ele que era um irmão muito mais novo já tinha 102 anos. Para o irmão André naquela data tinha pelo menos 115 anos. A a espo-sa Didita se foi. Alguns familiares tiveram o privilegio de visitá-lo ainda com aquela toalha branca por entre o pescoço sentado em sua cadeira, à mesa uma caneca de café e uma cumbuca de fari-nha de milho.

Aquela voz cansada, porém calma, ainda contava contos e acontecimentos de quase um século e meio atrás. No quintal muita fruta, lembro-me da mis-tura de sabores como o da ca-rambola, da jaca, da mixirica, da goiaba, da pinha em seu quintal, daquela casinha de pau-a-pique com uma grande porta na en-trada, da sombra gostosa das grandes arvores no entorno. Um dos parentes, que fui eu ainda criança, gostava de ouvir aque-le homem grande, que quando ficava de pé parecia um gigante pra mim. Meus pais me deram esta chance, hoje sei do valor que tem este privilégio. A minha maior recordação deste homem é um pé de carambola que meu pai plantou. Foi um presente de Tio André a minha casa e que to-dos os dias tenho de olhar para ele. André foi chamado por Deus no dia 19 de março de 1983. Na-quele dia tudo parou, a natureza, os homens, os peixes, os santos. Provavelmente quando chegou ao céu havia foliões dos reizados que tanto ele tratou bem aqui na terra. As pessoas que o amavam antes de ele ir de nosso mundo o recepcionaram. Pra nós a tristeza de sua partida, mas para outro lado a sensação do dever cumpri-do e muito bem cumprido. Deus só leva os preparados e assim foi com ele. Sinto-me realizado em saber que este homem eu conhe-ci, pedi sua benção, ouvi sua voz. Saudades ainda é pouco como retribuição, o que posso dizer ou pelo menos pedir humildemente tio André é sua Benção. Obrigado por fazer parte de nossas vidas.

Page 13: Jornal Maranduba News #23

18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 13

Telefone: O milagre que vinha do fioCRISTINA DE OLIVEIRAMinha mãe, uma pessoa

muito simples como quase to-dos da época nunca tinha vis-to um telefone, só ouvira falar. Ela sabia que na cidade havia esta “modernidade”, mas por mais que alguém a explicasse como funcionava, ela não en-tendia como alguém ouvia e ao mesmo tempo falava. Pra ela, e com todo o respeito, parecia coisa de “espiritista”, ouvia-se a voz das pessoas de longe. Pra ela coitado era de quem berrava do outro lado para que outro pudesse ouvir.

Com o tempo ela ia se acos-tumando com a modernidade, foi ouvindo relatos cada vez mais desta coisa nova. Assim ela foi se “inteirando” do as-sunto, principalmente quando descobriu que era fruto da tal “teclogia” (tecnologia), para ela o telefone era o milagre que vinha do fio.

Em certo momento minha mãe teria que ser apresenta-da ao telefone, uma hora ou outra ela teria de usar aquela coisa. Lembro-me de quando minha irmã mais velha ia se casar. Todos os preparativos estavam sendo trabalhados. Mata o porco, as galinhas, en-comenda o chopp, faz o bolo, os doces, corta bambu pro en-feite... Ah! O mais trabalhoso mesmo foi engomar o saiote do vestido da noiva. O nego-cinho que deu trabalho! Ia ter o almoço de família, mesa posta, enfim o casório. Tudo dentro dos conformes, até que lembraram de convidar os parentes de Ilhabela.

E agora? Bom ir até lá na-quele momento ia ser dispen-dioso e mamãe e papai não estavam em condições de lar-gar os afazeres do casamento para convidar os ilhéus. Até porque estava na “somana” (semana) de “forneá” (fa-bricar farinha de mandioca no forno), tudo estava meio atrasado. Então não teve jei-to, meus pais tiveram de pe-dir “dijutório” (ajuda) a nosso vizinho, o dono do alambique Néctar Araribá. Ele tinha o tal de telefone. Não deu ou-tra, papai conversou com ele que prontamente se dispôs a

ceder o tal “aparelho”. Papai mandou a mamãe fazer a liga-ção. E agora?

Em Ilhabela o telefone fi-cava num bar, aonde o dono intermediava a ligação, isto é, ele atendia o telefone, depois pedia para avisar o fulano que alguém quer falar, quando era muito longe pedia para ligar depois de alguns minutos. Quando era perto dava para ouvir as conversas ou o baru-lho do mar enquanto aguarda-va a pessoa.

Mamãe além de cansada chega nervosa, mais nervo-sa de que todo o trabalho da preparação do casamento a casa da dona do telefone. Depois de explicar a situação passa o número a ser ligado. A dona da casa faz a ligação e pede para chamar minha tia, a da ilha, e fica aguardando o retorno. Daí a pouco minha tia atende e a dona da casa passa para minha mãe. Meu Deus! Quando ela ía pegar o gancho dava para escutar seu coração. De posse do “tróço” ela fica: Alô? Alô? Alô?, Diz

uma ou duas palavra a mais e desliga o telefone muito desa-pontada.

A dona da casa meio assus-tada pergunta a minha mãe se ela ao menos conseguiu dar o recado, mamãe toda centrada responde:

- Não deu não dona! Não consegui nem falar com ela direito por causa do barulho do mar, o negócio tava uma cheira só! Lhéi só!

Balançando a cabeça em si-nal de negação ela comentava o porquê foram inventar uma coisa que vive com “chieira no peito”. “Hum! Hum! Hum! Ma-lemá dava (de qualquer jeito, mal dava) para escutar quem falava do outro lado”, dizia.

De qualquer forma o casa-mento foi uma grande festa. Dentro de nossas possibilida-des foi uma grande festança e o telefone continuou a ser um mistério para minha mãe que gostava de falar bem perto a quem era para transmitir o re-cado.

Por muito tempo, moradores atendiam com o ganho de ca-

beça para baixo, outros diziam que era um tal de “tutu” do outro lado da linha (tu...tu...tu..., quando cai a ligação), outros “ralhavam” (brigavam) com o aparelho que não fun-cionava, outros não saíam de casa no caso de o parelho to-car e não ter ninguém para atender: “A home! E deixar a pessoa do outro lado esperan-do! Vou ficar em casa, assim ele tem com quem falar!”.

Outros ainda tinham noção do telefone, já que muitos visitavam a Casa do Telégra-fo em Ubatuba e conheciam mais ou menos como funcio-nava. Neste episodio de minha mãe, telefone só com consór-cio, ter uma linha de telefone era um grande investimento, era muito caro.

Como diz o escritor, prêmio Nobel de Literatura José Sara-mago - “Chega-se a lua, mas não se chega ao próximo”. O que será que mais vale hoje em dia, uma ligação ou uma conversa cara a cara com al-guém que há tempos você não vê?

Page 14: Jornal Maranduba News #23

Página 14 Jornal MARANDUBA News 18 Março 2011

HumorO CÃO FOFOQUEIRO...Um rapaz maranhense vai

para os Estados Unidos para cursar a Universidade, mas já na metade do 1° semestre acaba o dinheiro que o pai lhe deu. Aí ele tem uma idéia brilhante. Telefo-na ao pai e sai com esta:

- Pai, você não pode acredi-tar nas maravilhas da moderna educação neste país. Pois não é que aqui eles tem um curso para ensinar os cachorros a falar?

O pai, um sujeito simplório, fica maravilhado:

- E como é que eu faço para que aceitem o Rex aqui de casa?

- É só mandar ele para cá com U$5.000 que eu faço a matrícula.

E o pai, é claro, cai na conver-sa, e segue a orientação do filho.

Passados mais alguns meses, o rapaz torra a grana e liga outra vez:

- E daí, meu filho? Como vai o Rex?

- Fala pelos cotovelos, pai. Mas agora abriram outro curso aqui, para os cachorros apren-derem a ler.

- Não brinque! E podemos ma-tricular o Rex?

- Claro! Mande-me U$ 10.000 e deixe comigo!

E o velho, mais uma vez, man-da o dinheiro.

O tempo vai passando, o final do ano vai chegando, e o rapaz se dá conta que vai ter que ex-plicar. O cachorro, é claro, não fala uma palavra, não lê porra nenhuma, enfim, continua como sempre. Sem nenhuma consi-deração, solta o pobre bicho na rua e pega o avião de volta para casa.

A primeira pergunta do pai não podia ser outra:

- Onde está o Rex? Comprei uma revista sôbre animais em inglês, para que ele leia para mim.

- Pai, você não imagina... Já tinha tudo pronto para a viagem de volta, quando ví o Rex no

sofá, lendo o New York Times, como fazia todas as manhãs. E aí ele me saiu com esta:

“Então, vamos para casa... Como será que está o velho? Será que ainda continua comen-do aquela viúva que mora na casa da frente?”

E o pai, mais do que rapida-mente:

- Mas que cachorro lazaren-to... Espero que você tenha metido uma bala nesse filho da puta, antes que ele venha falar com tua mãe!

- Mas é claro, pai. Foi o que eu fiz!

- É assim que se procede, filho!Dizem que o rapaz se formou

com louvor e tornou-se um po-lítico de renome no Maranhão. Seu nome é José...

TELEGRAMA DO JUVENALO Juvenal estava desemprega-

do há meses... Com a resistência que só os brasileiros têm, o Ju-venal foi tentar mais um empre-go em mais uma entrevista.

Ao chegar ao escritório, o en-trevistador observou que o can-didato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?- “Salário mínimo”, respondeu

Juvenal.- Pois se o Senhor for contra-

tado, ganhará 10 mil dólares por mês!

- Jura?- Que carro o Senhor tem?- Na verdade, agora eu só

tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!

- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua espo-sa! Tudo zero!

- Jura?- O senhor viaja muito para o

exterior?- Que nada! O lugar mais lon-

ge que fui foi pra Belo Horizonte,

visitar uns parentes, mas já faz tempo...

- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 ve-zes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.

- Jura?- E lhe digo mais.... O empre-

go é quase seu. Só não lhe con-firmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um tele-grama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO re-ceber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o em-prego é seu!

Juvenal saiu do escritório ra-diante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse ne-nhum maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não po-deria haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto... Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.

Dez horas, e a mulher de Ju-venal aflita, achava tudo um exagero... A vizinha gostosa, in-teresseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastara horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salá-rio. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.

Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos, vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela...

Era do Correio!A festa parou!A banda calou!A tuba engasgou!Um bêbado arrotou!Uma velha peidou!Um cachorro uivou!Meu Deus, e agora? Quem pa-

garia a conta da festa?- “Coitado do Juvenal”! Era a

frase mais ouvida.- Joguem água na churras-

queira!O chope esquentou!A mulher do Juvenal des-

maiou!A motoca parou!O cara desceu e se dirigiu ao

Juvenal:- Senhor Juvenal Batista Ro-

mano Barbieri?- Si, si, sim, sô, sô, sou eu...A multidão não resistiu...O O O O O H H H H H H H H H -

HH!!!!!!!!!!!E o cara da motoca:- Telegrama para o senhor...Juvenal não acreditava...Pegou o telegrama, com os

olhos cheios d’água, ergueu a cabeça e olhou para todos.

Silêncio total.Não se ouvia sequer uma

mosca!Juvenal respirou fundo e abriu

o envelope do telegrama tre-mendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama.

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelo-pe, abriu e começou a ler...

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:

- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, le-vantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o en-carava...

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico

- Mamãe morreeeeuuu!- Mamãe morreeeeuuu!!!

Page 15: Jornal Maranduba News #23

Túnel do Tempo 18 Março 2011 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Quando esses três se reuniam para pescar, faltava peixe no mercado...

2005 1978Aniversário de 100 anos dele, mas diziam que tinha mais...

1923Festa de N. Sra. das Graças: uma “somana” de atividades religiosas...

2001Dona Catarina embala neto. Que colinho gostoso... Saudades...

1966Pense numa turma “arteira”... Três horas só para ajuntar para fazer a foto

Com essa cara feroz, ninguém chegava perto da panela...

2004

1965Na foto parecia um “Dotô”...

Seriado Chip´s inspirava mo-toqueiros da região...

2005

Antes de ir para os bailes na Cachoeira havia o aque-cimento e o ensaio dos passos (passito pra la...)

Pensaram em montar uma banda, mas havia tanta concorrencia que acabaram desistindo...

1997 1997

Nos tempos aureos do Sertão da Quina a juventude era bem mais comportada do que a de hoje

1993 1998 1995

Quando tudo parece cami-nhar errado, seja você o pri-meiro passo certo.

Se tudo parece escuro, se nada puder ser visto, acenda a primeira luz.

Traga para a treva, você pri-meiro, a pequena lâmpada.

Quando todos estiverem chorando, tente você o pri-meiro sorriso, não na forma de lábios ardentes, mas na de um coração que compreenda, de braços que confortem.

Se a vida inteira for um imenso não, parta você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se.

Quando ninguém souber coisa alguma, é você mesmo, corrigindo-se a si mesmo.

Quando alguém estiver an-gustiado na procura, observe bem o que se passa.

Talvez seja em busca de você mesmo que este seu ir-mão esteja.

Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la.

Quando a flor estiver mur-cha, seja a primeira a separar o joio, a arrancar a praga, a afastar a pétala, a acariciar a flor.

Se sua porta estiver fecha-da, de você venha a primeira chave.

Se o vento sopra frio, que seu calor humano seja a pri-meira proteção e o primeiro abrigo.

Se o pão for apenas mas-sa, e não estiver assado, seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento.

Não atire a primeira pedra em quem erra, de acusadores o mundo está cheio.

Nem, por outro lado, aplau-da o erro.

Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu, dê sua atenção primeiro para mostrar o caminho de volta,

Atire a Primeira Flor

compreendendo que o perdão regenera, que é a compreen-são edificada, que o possibili-ta, e que o entendimento re-constrói.

Toda escada tem um de-grau, para baixo ou para o alto.

Toda estrada tem um pri-meiro passo, para frente ou para trás.

Toda vida tem um primei-ro gosto de existência ou de morte.

A vida é uma estrada onde só se pode rodar num sentido.

Não há desvio ou retorno que nos conduza para trás.

Se soubermos aceitar este fato, a vida se torna mais sim-ples e só então poderemos ti-rar o melhor proveito do que temos e do que somos.

A vida é muito preciosa, nunca se esqueça disso.

Você tem apenas uma vida e pode até não dar o valor que realmente ela mereça, mas com certeza há pessoas que dão este valor para a sua vida.

Muitas vezes, nossa vida parece um pouco complicada, mas é tudo passageiro...

São barreiras que aparecem para se vencer, e aprender cada Vez mais com elas...

Viva para o bem, que o bem será feito à você.

Atire pois, você, com ter-nura e vontade de entender, quando tudo for pedra, a pri-meira e decisiva flor...