jornal maranduba news #55

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Maranduba, Novembro de 2013 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 4 - Edição 55 1º Encontro Nacional 4x4 Fun de Automodelismo Offroad escala 1:10 reúne mais de 70 carros no Sertão da Quina Foto: Lufe Schubert/4x4 Fun

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Notícias da Região sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #55

Maranduba, Novembro de 2013 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 4 - Edição 55

1º Encontro Nacional 4x4 Funde Automodelismo Offroad escala 1:10

reúne mais de 70 carros no Sertão da Quina

Foto: Lufe Schubert/4x4 Fun

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Página 2 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563Nextel ID: 55*96*28016

e-mail: [email protected]: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi e Ezequiel dos Santos

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Banco do Povo em Ubatuba

COMUNICAÇÃO PMUA prefeitura de Ubatuba

informa que a agência do Banco do Povo Paulista fun-ciona normalmente na sede da Secretaria de Cidadania e Desenvolvimento Social, rua Paraná 374-Centro.

O banco concede crédito de até quinze mil reais para pequenos empreendedores, pessoa física e avalistas com juros de 0,5% ao mês.

Para obter o financiamento o candidato tem de desenvol-

ver atividade produtiva formal ou informal no município

Se for pessoa física tem de residir ou ter negócio no mu-nicípio há mais de 2 anos, ter faturamento anual de até R$ 360 mil, não ter restrições ca-dastrais.

O BPP pode financiar aber-tura e regularização de empre-sas, compra de mercadorias e matérias-primas, compra e conserto de máquinas e equi-pamentos, compra e conserto de automóveis e motocicletas

e compra de animais e insu-mos agrícolas.

As garantias exigidas são avalista (pessoa física, com nome limpo podendo ser pa-rente de primeiro grau que não participe do negócio), alienação fiduciária dos bens (quando se tratar de automó-veis ou motocicletas).

A ação é uma parceria da Prefeitura Municipal com a Secretaria do Emprego e Re-lações do Trabalho do Estado de São Paulo.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 3

Fotos: 4x4 Fun

Encontro de Automodelismo RC Offroad inaugura “Rodrigo Cupaiolo RC Park”Evento realizado no Sítio Santa Cruz (Sertão da Quina) inaugura atração inédita no Litoral Norte

EZEQUIEL DOS SANTOSAconteceu nos dias 9 e 10

de novembro na Pousadas das Cachoeiras (Sertão da Quina) o 1º Encontro Nacional de Automodelismo Off Road 4x4 Fun, organizado pela 4x4 Fun. O evento contou com a participação de 75 carros e quase uma centena de pesso-as entre pilotos e familiares. O encontro foi o primeiro na região desta modalidade de hobby que está ganhando es-paço entre jovens e adultos.

Na ocasião foi feita uma ho-menagem a Rodrigo Lourenço Cupaiolo, falecido há cerca de um ano, que era apaixonado pelo hobby. Seu pai Dagmar e seu irmão Beto, proprietários da Pousada das Cachoeiras se emocionaram com a home-nagem e ficou decidido que o espaço será denominado “Ro-drigo Cupaiolo RC Park”.

A atração principal foi a pista de obstáculos Off Road construída no Sítio Santa Cruz para a prática desta modali-

dade. Os participantes pu-deram enfrentar os desafios com seus modelos elétricos, todos na escala 1:10 de ve-ículos reais, atravessando pontes, lama, gangorras e trechos acidentados. A pista deverá permanecer no local à disposição dos hóspedes da Pousada das Cachoeiras

e também ao público externo que aprecia esse hobby.

Além da pista de offroad, uma pista para rally foi construída para quem aprecia essa modalidade, além das trilhas naturais e do percurso entre as pedras das cacho-eiras dentro do Sítio Santas Cruz. Muito participantes já

confirmaram retorno somen-te para desfrutar da infraes-trutura construída para dar suporte aos praticantes do automodelismo RC.

Um próximo encontro já está agendado para outubro de 2014 que, segundo Lufe Schu-bert (4x4 Fun), espera reunir mais praticantes do hobby.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

1ª Mostra Afrodescendente da Escola Nativa é sucesso de público e críticaEZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 19, a escola mu-

nicipal Nativa Fernandes de Fa-ria, realizou sua 1ª mostra Afro-descendente em comemoração ao dia da consciência negra.

O evento começou as 18 ho-ras com palavras da diretora em relação ao dia de homena-gem e ao esforço da comuni-dade negra em nosso país. As atividades apresentadas agra-daram pais, alunos, visitantes e curiosos. Até mesmo o corpo escolar admirou-se com os re-sultados. As crianças se diver-tiram com as apresentações.

O evento mostrou espetácu-lo dança com representação, ciranda de rodas – canto das lavadeiras, brincadeira canta-da de origem africana – Yapo, apresentação de capoeira com o mestre Portes, encenação do dia nacional da negritude e degustação de uma deliciosa paçoca e mungunzá oferecido pela escola. Os pais riam e até se emocionavam de alegria pelo belo desempenho dos fi-lhos nas apresentações.

O resultado positivo se deve a dedicação dos envolvidos: professores, auxiliares, funcio-nários e voluntários. Os pais participaram em massa valo-rizando assim o trabalho da escola, os esforços dos filhos e da representatividade em que a data se faz importante para a história local, regional e na-cional. De forma descontraída e com abordagem didática in-teressante a escola conseguiu passar em poucas horas a im-portância da temática negra na escola e os assuntos liga-dos a áfrica e a miscigenação do povo brasileiro na educa-ção formal à comunidade.

O dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto lei nº 10.639, no dia 9 de ja-neiro de 2003. A data trans-

formada em “Dia Nacional da Consciência Negra” pelo movimento negro unificado em 1978 – não foi escolhida ao acaso, e sim como home-nagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo dos palmares e símbolo da resistência negra, assassinato em 20 de novem-bro de 1695.

Segundo o IBGE, os negros correspondem a 6,8% da po-pulação brasileira, mas os chamados “pardos” chegam a um número próximo da me-tade da população brasileira. Não à toa, escolas e institui-ções diversas já reconhecem a importância de trabalhar a

cultura negra em seu dia a dia. Por aqui os números im-pressionam e não é diferente.

Ubatuba possui cinco quilombos e uma população negra urbana considerável, porém ainda sofre varias re-sistências. A educação formal pode ser um caminho de trans-formação e resgate do olhar diferenciado aos afrodescen-dentes em se manifestarem em sua cultura original, sem pressões e sem preconceitos das mais variadas ordens.

A dedicação e imparciali-dade dos professores neste primeiro evento mostrou que tudo isto é possível.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 5

Moradores resgatam brincadeira de taco de rua EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 10, alguns mo-

radores da Rua Benedito An-tonio Elói, no bairro do Sertão da Quina resolveram realizar um campeonato de taco. Na realidade algumas pessoas já estavam praticando ao menos uma semana antes da reali-zação da competição, porém sem a devida organização como forma de campeonato. As crianças que nunca haviam brincado se interessaram pela brincadeira. Também partici-param adultos que há déca-das não arriscavam alguns ar-remessos de bolas ao castelo. O evento contou com 12

equipes de crianças e 10 adultos, totalizando 44 par-ticipantes, número alto para uma brincadeira que estava em extinção. Começa então o campeonato com direito a ár-bitros, observadores, técnicos, chaves e muitos palpiteiros. Durante as partidas os atle-

tas de taco tinham de parar por conta dos veículos que passavam no local, alguns, principalmente turistas admi-ravam a brincadeira, já outros chegaram a descer do carro e arriscar algumas jogadas com os moradores. Em duplas, o jogo é definido entre atacan-tes e defensores, são realiza-dos círculos que são a base do ataque. Dentro deste circulo é colocada a casinha ou castelo (feita de material disponível como garrafas pet, madeira ou algo similar). O espaço é definido pelos jogadores de acordo com a distancia da rua, do quintal, do espaço disponí-vel para a brincadeira. Para a origem do jogo de

taco existem varias versões, porém as mais plausíveis são as que dizem serem criadas por jangadeiros no Brasil du-rante o século XVIII ou a que

era praticado por ingleses da Companhia das Índias Oci-dentais, que jogavam taco nos porões do navio durante a viagem de travessia dos ocea-nos. O nome “bets” seria uma homenagem à rainha Elizabe-th I. Para essa tradição, o jogo

é descendente do “cricket” britânico. Há de se notar as semelhanças entre os jogos. Os dois, cricket e betes são

jogados entre duas bases, onde os jogadores estão a salvo quando em base, prote-gendo-as. Pontos são marca-

dos da mesma maneira, quan-do os jogadores alternam-se entre as bases. Uma possível origem do nome betes seria quando a expressão “at bat”, ou seja, no bastão (pronto para rebater). Para “bente--altas”, como é chamado em

partes de Minas Gerais, a expressão seria derivada de “bat’s out”, ou seja o do taco está eliminado, quando há a troca de duplas. Em Belém do Pará o jogo

é conhecido também como “castelo”, “casinha” ou “taco-bol”. Hoje existem várias re-gras e maneiras de jogar, co-nhecidas mais como “Taco de Rua”, mas, ainda tem aqueles que jogam com as regras ori-ginais conhecidas como “Taco Profissional”. Por aqui a pai-xão era tanta que as pesso-as roubavam lenha de quem quer que fosse para praticar o jogo. Alguns tacos ficavam famosos pelo seu estilo, forma e facilidade de manuseio. Ha-via até um cambio negro para compra e venda d os melhores tacos. Assim como a amarelinha,

queimada e pula corda, o taco iniciou-se nas antigas escolas, era um dos poucos lugares onde se encontravam a maioria das crianças e jo-vens a época e assim praticar algumas brincadeiras que já desapareceram como o passa--anel. Geralmente o jogo de taco

por aqui acompanha, ante-cedia ou precedia o jogo de malha, praticados pelos adul-tos. Era um período em que as pessoas boas, de família é quem ocupavam as ruas. Desta vez os vencedores ti-

veram direito a foto oficial e entregas de premiação, neste dia o evento foi aberto oficial-mente as 14 horas e encerra-do as 20 horas. Existe a ex-pectativa de se organizar um campeonato maior a ser rea-lizado na praia. Lá pelo me-nos existirá a possibilidade de um menor numero de janelas quebradas e bolinhas perdi-das, parte da brincadeira.

Crianças levam a sério a competição. Foto Elaine Cristina

Participantes organizando as chaves e vencedores no pódio para premiação. Foto Andréia Prado

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Página 6 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

AGRADECIMENTO

Agradecemos a todos os colaboradores do Bazar Beneficen-te e Mini-Expo Verde realizados pelo Grupo de Voluntários do CRAS, Regional Sul da Prefeitura de Ubatuba, Centro de Integração Rural e Sítio do Gengibre em 16 e 17/11/13, em especial a Ateliê Helenice, Importadora e Confecções Shirai, Confecções Omamori, Semi Jóias Takako, Família

Kamiyama, Família Giraud, Flora Obara, Produtores Rurais da Região Sul, Geovana Frediani, Hiramaq Implementos

Agrícolas e Comercial Agrícola Yoshida & Hirata, pelas valio-sas doações. A Amarildo Pazelli da Silva, Maria de Fátima F. Moreira e suas equipes pela coordenação dos trabalhos. O resultado do evento está sendo revertido em bolsas Escola,

cestas básicas e outras atividades assistenciais.

Ane KamiyamaGengibre de Ubatuba

EZEQUIEL DOS SANTOSParte da cultura negra do

país foi representada no últi-mo dia da Consciência Negra em Ubatuba. A Prefeitura de Ubatuba e a FUNDART pre-param varias atrações como capoeira, danças típicas afri-canas, degustação de comi-das típicas, pagode, represen-tações e atividades religiosas entre outras atrações, porém a atração da noite mais espe-rada foi à promoção do even-to intitulado a Mais Bela Ne-gra 2013 de Ubatuba.

Participaram do desfile doze belas jovens que abrilhanta-ram o palco do evento mos-trando todo charme da negri-tude feminina nacional. Com os pais sempre na torcida e na tietagem não faltaram gri-tos de apoio e dedos cruzados quando cada filha era anun-ciada. Grande parte é forma-da por meninas que em seus bairros passam despercebidas aos olhos do público comum, porém no palco mostraram para o que vieram.

Com a disputa acirrada a Mais Bela Negra 2013 de

Mais Bela Negra de Ubatuba 2013 é do Sertão da QuinaUbatuba e a grande vence-dora foi a jovem Maria Alice. Com apenas 15 anos ela é es-tudante do 1° ano do Ensino Médio, moradora do bairro do Sertão da Quina, filha do Val-tera e Simoni e irmã da Laví-nia.

Maria Alice participou do evento como candidata de última hora da Região Sul do município, fez bonito vencen-do a disputa. “Eu gostei muito de participar de um evento tão importante que nos leva a pensar em nossas raízes e valorizar a raça negra, mos-trando que o povo brasileiro é uma mistura de raças e por isso não deveria haver pre-conceito, e fiquei muito feliz em ter ganhado, pois estava concorrendo com meninas lindas e, mesmo assim, con-segui alcançar meu objetivo”, declara a vencedora que fala da sua conquista e da partici-pação neste evento.

Os pais e familiares mos-traram-se satisfeitos e felizes pela conquista da jovem que quem sabe poderá concorrer no próximo ano.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 7

Regional Sul abre portas para cursos de qualificação do SENAIEZEQUIEL DOS SANTOSA prefeitura de Ubatuba,

através da Secretaria da Edu-cação e Administração Regio-nal Sul efetivou convenio com o SENAI – Serviço Nacional da Indústria para realização de curso de pedreiro e revesti-dor. Com 18 alunos, o curso acontece nas dependências da ARS todos os dias das 7:30 as 11:30 das manhã na Maranduba.

Para que o curso aconte-cesse houveram tratativas iniciadas em julho deste ano, através do supervisor Paulo da Secretaria da Educação. Com 160 horas e certificação SE-NAI, os participantes estão sa-tisfeitos com o que aprende-ram, alguns apostam inclusive em arriscar serviços maiores.

O professor Wellington de Souza, de São José dos Cam-pos, diz que os alunos são dedicados e promissores. Na regional também acontece curso de informática pra duas turmas com 45 alunos inicia-

do em setembro. Através do Centro de referencia de Assis-tência Social - CRAS também aconteceram curso de artesa-nato duas vezes por semana

(terças e quintas). O tema aplicado foi o reaproveitamen-to de materiais, crochê, tricô e pintura em tecido. Também através do ITESP aconteceu

curso de marchetaria. O administrador Damião diz

que buscará, na medida do possível, outras parcerias ao atendimento da comunidade.

Os interessados podem procurar a Marcilia na Ad-ministração Regional Sul ou informações pelo telefone 3843-8480.

COMUNICAÇÃO PMUEvento disponibiliza workshop

no primeiro dia e as corridas de aventura, com distâncias varia-das, acontecem no segundo diaCom apoio da Secretaria de

Turismo de Ubatuba, a tercei-ra etapa do Circuiro Adventure Camp acontece no final de se-mana dos dias 7 e 8 de dezem-bro em Ubatuba (SP).Dedicado aos iniciantes de

corrida de aventura, o evento também oferece aulas teóricas e palestras sobre as modali-dades: canoagem, trekking, mountain bike e escalada ver-tical.No primeiro dia, acontece o

workshop. As corridas de aven-tura, com distâncias variadas, acontecem no segundo dia.

Terceira etapa do Circuiro Adventure Camp acontece em UbatubaAtletas profissionais são bem-

-vindos, já que o intuito é mes-clar experiências. Os atletas se-rão distribuídos em categorias conforme o nível de conheci-mento nas modalidades.Cada prova é desenvolvida

cuidadosamente para que os mais experientes testem suas habilidades em uma corrida contra o tempo. Os iniciantes experimentam

uma forma divertida e desafia-dora de desenvolver o corpo, o raciocínio lógico e o espírito de grupo em um ambiente de har-monia com a natureza.

InscriçõesPara obter mais informações e

fazer sua inscrição, acesse o site www.adventurecamp.com.br.

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Página 8 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

Integrantes do Centro de Pesquisas e História Natural de SP realizam Turismo Rural e Científico na região sul de UbatubaEMILIO CAMPI

Nem as constantes chuvas do último final de semana atrapalharam a visita dos inte-grantes do Centro de Pesqui-sa e História Natural de São Paulo. Vindos direto da capi-tal eles desembarcaram na Maranduba, lá foram realiza-das as boas vindas ao municí-pio, as apresentações formais e um breve relato dos lugares, dos perigos, das possibilidades e dos limites da atividade que iria ocorrer, principalemnte em tempo chuvoso. Em seguida o grupo rumou para realizar a visitação, observação e pes-quisas propostas meses antes.

A equipe visitante era for-mada por 24 dos 40 integran-tes que pretendiam realizar a visita. Dentre eles vários profissionais da saúde, da en-genharia, da biologia, da botâ-nica, do turismo entre outros e que segundo eles vários curio-sos e entusiastas da natureza.

Tudo começou com as incur-sões do produto Gengibre de Ubatuba as várias localidades deste país. Num determinado momento o produto e seus colaboradores começaram a se encontraram em feiras, exposições e apresentações, da qual se estreitou os laços entre os descendentes de ja-poneses que participavam dos vários eventos desta natureza.

Conhecendo as possibilida-des e o potencial de visitas a nossa região o contato foi re-alizado através de Annie Ka-miyama, do Sitio Recanto da Paz , que estendeu o convite à Promata para compor uma parceria à recebê-los.

Após as conversações, re-presentantes do CPHN esti-veram visitando o Sitio Lama Mole para verificar seu poten-cial de pesquisa. Neste dia

algumas plantas nativas, as de produção frutífera e agrí-cola chamaram a atenção dos pesquisadores, principalmente a laranja mexerica e o cará roxo. Após combinado a data, os dois lados foram realizando os preparativos para a visita.

Foram estudados os inven-tários da localidade e possí-veis trilhas para esta ativida-de. Por e-mail e telefone as equipes foram se ajustando ao objetivo.

A equipe do CPHN é com-posta por pessoas de grande experiência profissional e aca-dêmica, boa parte é turista de terceira idade e que viajam muito em busca de conheci-mento. Outra curiosidade foi saber do grupo que quanto mais fechado a mata e a trilha melhor para matar a curiosi-dade sobre a flora e a cultu-ra local. No dia da visita os cientistas foram levados até o bairro do Araribá.

O caminho do Sitio Lama Mole foi recheado de infor-mação sobre flores, frutos, sementes, coloração das plan-tas, DAP (diâmetro de altura e peito), famílias, gêneros, espécies, formação e muito mais. Os cinco sentidos eram poucos para matar a sede do saber. Era muita informação por metro quadrado. O inte-ressante foi a interação com os membros mais experientes da Promata que trocavam in-formações a todo o momen-to. As duvidas dos dois lados eram sanadas nas conversas sobre as plantas vistas, obser-vadas e catalogadas.

Para os condutores foi uma experiência única e muito va-lorosa, pois em campo, da-quela forma, foram sanadas, através destas aulas particula-res, as duvidas e mitos sobre

muitas espécies conhecidas. Por outro lado os pesquisa-

dores ouviram atentamente os nomes populares, seus usos e costumes antigos, quem os conhecia, como foi para na-quele lugar e a importância histórica, cultural e até antro-pológica daquele espécime.

Mesmo com o terreno mo-lhado, entre as varias subi-das e descidas, a vontade da equipe de caminhar na floresta empolgou integran-tes do Promata. A equipe do CPHN fez uma pausa na casa sede para um obentô (lanche), em seguida foi di-vidida em grupos, uns foram até o final da trilha, alguns ficaram na roça do meio do caminho e outros ficaram em local aberto próximo a sede do sitio. A eles foram mos-tradas arvores centenárias como um Paud´alho que a todos impressiona pelo diâ-metro de seu tronco. Varias folhas, flores e frutos foram

fotografados a fim de incre-mentar pesquisas ou apenas matar a curiosidade do povo. Com capa sobre os ombros e guarda-chuvas a turma não desanimou dando uma aula de persistência e vontade de conhecer.

O volume de informações sobre a biodiversidade de nos-sa região foi enorme e mesmo com as chuvas foi gratificante para os dois lados. Ao final, todo o grupo, visitantes e vi-sitados, interagiam como se já haviam se conhecido há tem-pos.

Na despedida foi informa-do ao grupo do CPHN que era a primeira vez em que a região, talvez Ubatuba rece-bia um grupo para a pratica do turismo cientifico. Para isto a Promata realizou uma capacitação através da UFS-CAR ( Universidade Federal de São Carlos) em parceria com o Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Picinguaba so-bre turismo cientifico. A visita terminou no sábado por vol-ta das três e meia da tarde, depois todos se recolheram a Pousada Ondas do Mar.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 9

Integrantes do Centro de Pesquisas e História Natural de SP realizam Turismo Rural e Científico na região sul de Ubatuba

O domingo começou cedo, mesmo com as chuvas a equi-pe de pesquisadores foram até o Sitio Recanto da Paz para uma atividade de Turis-mo Rural. Lá chegando foram apresentados aos parceiros e colaboradores, receberam as boas vindas da proprietá-ria do lugar e como primeira atividade uma palestra profe-rida pelo professor Doutor em geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro An-tonio Guerra e pelo mestrando Leonardo dos Santos Pereira, também da UFRJ, a qual fa-laram sobre o diagnóstico

ambiental da Bacia Hidrográ-fica do Rio Maranduba, que tem a participação da mes-tranda e pesquisadora Maria do Carmo, nativa do bairro do Araribá e também da UFRJ. A palestra chamou a atenção dos convidados, pois tratava da importância de se entender como a hidrografia e os solos trabalhavam para acontecer o que todos haviam visto, sen-tido e tocado no dia anterior, da importância do solo e da água para as plantas, fungos e principalmente dos dados e das curiosidades regionais em relação aos outros tipos de

terrenos, climas e vegetação. Falou da formação das mon-tanhas de mata atlântica, da sua composição e porosidade, além das suas varias particu-laridades. A palestra também foi muito importante aos mo-radores e freqüentadores da região, vista a qualidade das informações sobre nossa re-gião. Leonardo que é orien-tado pelo professor Guerra explicou sobre a importância do estudo que é realizado no Sitio Recanto da Paz à região. Explicou sobre os problemas de solo degradado, sua maior incidência, as propostas de

prevenção e recuperação das áreas, os estudos em trilhas e da difícil tarefa que realizam para manter estes dados.

Após a palestra os professo-res ficaram a disposição para tirar as duvidas levantadas pela platéia, em seguida cami-nharam até o local do experi-mento para ser mostrado no local como, porque e quando funciona, sua importância e principalmente sobre o volu-me de água que vem ocorren-do na região.

No retorno, como chovia muito o Sitio preparou uma atividade coberta, uma farta

mesa de produtos da roça, grande maioria a base de gengibre carro chefe da pro-priedade. Até tapioca de gen-gibre foi oferecido. O sorvete de gengibre e o gengibre com chocolate foi um dos mais co-mentados. Sucesso também foi a degustação de um tira gosto feito com o coração da banana. Os sucos de fru-tas como Cambuci não ficou para trás, o caldo de cana es-tava presente. Além de belo, a mesa era tão farta que não dá para descrever todo seu conteúdo. Os visitantes re-ceberam mudas de plantas e alguns aproveitaram para fotografar flores dentro da propriedade. Ao final todos ru-maram para o Sito Boca Larga para um almoço caiçara. Lá foi servido um peixe com banana verde. Antes, porém todos apreciaram a caracterização do lugar e as explicações so-bre a origem do prato e o por-quê de sua existência. O gru-po Promata se apresentou e serviu os convidados como se estivessem em sua casa. Ao final foi distribuído um brinde do artesanato local - um pei-xinho de palha confeccionado pelo Promata João Donizete. O evento contou com as par-cerias dos Sitos Recanto da Paz, Lama Mole, Boca Larga, Gengibre de Ubatuba, Auto Posto Maranduba, Regional Sul, Sindicato dos Trabalhado-res e Trabalhadora Rurais de Ubatuba, Pousada Ondas do Mar e Promata. Na despedida ficou a saudade e a certeza do retorno, também a criação de mais um laço fraternal e quem sabe profissional com estes pesquisadores que tem tanto conhecimento sobre a cober-tura vegetal de nosso país.

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

Divulgada a Ata da criação do Conselho Estadual de Educação Escolar Quilombola/CEEQ-SPEZEQUIEL DOS SANTOS No último dia19 circulou na

internet a Ata da 1ª Reunião de formação do Conselho de Educação Escolar Quilombola da Secretaria Estadual da Educação. Junto com ela tam-bém a Resolução SE 51/2013 (estadual) que dispõe sobre a criação do Conselho de Edu-cação Escolar Quilombola e a Resolução Federal que trata das diretrizes curriculares na-cionais para a educação esco-lar quilombola.

Segundo publicação do Se-cretário da Educação, a cria-ção da resolução e do conse-lho se baseia na necessidade de assegurar o acesso e a per-manência na escola, do aluno quilombola como cidadão que preserva sua identidade cul-tural e o conhecimento, na plenitude das condições indis-pensáveis à preservação de seu grupo culturalmente dife-renciado.

O texto acompanha vários dispositivos legais começando pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Decla-ração e no Programa de Ação da Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, re-alizada em Durban, na África do Sul, em 2001, da Conven-ção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada pelo Decreto federal nº 5.051, de 19.4.2004, mais outros vários dispositivos federais constitu-cionais, resoluções, decretos e por fim na Resolução CNE/CEB nº 08/2012, relativa ao Parecer CNE/CEB nº 16/2012 que define as Diretrizes Curri-culares Nacionais para a Edu-cação Escolar Quilombola. No decreto que cria o conselho

é definida como finalidade o acompanhamento, colabo-ração e apoio à proposta da educação escolar quilombola, nas escolas públicas do Estado de São Paulo.

O Conselho será coordena-do pelo diretor do Núcleo de Inclusão Educacional – NINC, do Centro de Atendimento Especializado – CAESP, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB, que terá a responsabilidade de adotar as providências ne-cessárias ao aprimoramento das propostas implementa-das, observada a legislação pertinente. Nas atribuições do conselho estão a de cola-borar, acompanhar e sugerir ações voltadas à política da educação escolar quilombola, garantindo a implementação

das Diretrizes Curriculares Na-cionais para a Educação Esco-lar Quilombola na educação básica.

Busca de parceriasNa ata fica claro que o de-

sejo e objetivos de todos é atender plenamente o que está disposto no texto das Di-retrizes Nacionais para Edu-cação Escolar Quilombola, o que, segundo o documento, ainda vai demorar alguns anos para ser cumprido em sua plenitude, porém fica cla-ro que o desejo da equipe é atender o maior número de demandas possível em curto e médio prazo, com solidez. O texto mostra a necessida-de da participação de todos os que trabalham com as co-munidades, importante frisar que o essencial para o conse-

lho é consultar os interessa-dos, os próprios quilombolas, diz a ata.

Os conselheiros citaram varias dificuldades e alguns resultados positivos. Do Li-toral Norte a comissão foi informada que movimento negro está enfraquecido, os que visitaram a comunidade da Fazenda da Caixa perce-beram a força das igrejas ne-opentecostais nestas comuni-dades quilombolas e que esta influencia vem prejudicando e apagando a cultura genui-namente negra destas comu-nidades, como os tambores, danças e cantos. Alguns des-tacam como uma esperança de fortalecimento a Educação Escolar Quilombola, pois al-guns alunos têm vergonha de assumir a sua identidade.

As pessoas da cidade, até mesmo os professores, des-conhecem a existência das comunidades quilombolas na região, comentam. O ITESP que faz parte do conselho des-taca que os produtos produzi-dos pelo órgão como mapas e gráficos estão disponíveis para utilização nas escolas. Informou que ao se pensar na implementação das políticas públicas para as comunida-des quilombolas é importante se considerar as comunidades que são reconhecidas pelo ITESP e não apenas que já possuem a titulação.

Assinando pelo Litoral Norte constava o nome de Amador Marcondes da Diretoria de En-sino Caraguatatuba. A ata está em analise e poderá receber alterações.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 11

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

Gastronomia histórica nacional no Dia da Consciência Negra na Caçandoca

EZEQUIEL DOS SANTOSNa hora do almoço do úl-

timo dia 20, quilombolas da Caçandoca ofereceram uma feijoada a comunidade e con-vidados. O esforço entre mo-radores e colaboradores da causa resultou na degustação de um belo e suculento prato típico da gastronomia nacional de origem negra escrava.

A feijoada, um dos pratos mais famosos da culinária bra-sileira, se originou por meio dos costumes dos escravos africanos. Resumidamente o prato consiste na mistura de feijão preto, carne de porco, farofa, entre outros ingre-dientes. Porém na época da

escravidão, os senhores de es-cravos não comiam as partes menos nobres do porco, como orelhas, rabos ou pés, eles atiravam tais partes aos seus escravos.

Como a alimentação dos mesmos era baseada ape-nas em cereais, como milho e feijão, resolveram pegar as partes do porco que eram re-jeitadas e juntá-las com o fei-jão, cozinhando tudo em um mesmo recipiente, além de adicionar água, sal e pimentas diversas à mistura.

Assim criou-se um dos pra-tos mais famosos e apreciados do mundo. Ano que vem tem mais, vamos aguardar.

ANUNCIE:(12) 99714.5678 - 38326688

Jornal Maranduba News

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Novembro 2013

Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 25

Fonte: PEQUENO DICIONÁ-RIO DE VOCÁBULOS E EX-PRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cul-tura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .

SEGUIDINHO - ( adv. ) - com muita freqüência.SEM GRAÇA - ( adj. ) - ficar sem graça ; ficar envergonha-do ; perder o fio.SEM-FIM - ( s.m. ) - espécie de pássaro noturno.SENTOU-LHE - ( v.t.d. ) - mes-mo que pregou-lhe;aplicou-lhe com violência.“ Sentô-lhe a mão nos cornos do outro . “SERRACIMANO - (adj.) – ro-meiro ou aquele que vem da região das serras.SETE-CORES - ( s.m. ) - espé-cie de pássaro.SETE-SANGRIA - ( s.f.) - nome vulgar de uma planta medicinal.SéVA - ( s.f. ) - lugar onde, costumeiramente, se coloca alimentos para atrair a caça ehabituá-la a comer ali, e, pos-teriormente surpreendê-la a abatê-la a tiro, de cima dotrepeiro construído sobre uma árvore que domina o local.SEVá - ( v.t. ) - ralar a mandio-ca na roda de sevá. Esta ope-ração consiste em submetera mandioca já raspada, ao pro-cesso de ralação, que é feito por meio de um engenho,composto de engrenagens, que impulsionadas pelo veio, manivela em espiral,movimenta uma roda de ma-deira de 0,50m. de diâmetro, contornada por uma lâminade ralo. Este dispositivo está erguido do chão cerca de 0,80m., e a roda é encaixadano banco de sevá, encimado pelo caIxote, que evita a dis-persão das partículas deman-dioca, encaminhando a massa ralada para o cocho, que fica rente ao chão. Uma pessoa vira e a sevadêra seva.SEVADEIRA - (s.f. ) - pessoa,

geralmente mulher, que, no fabrico da farinha de mandio-ca, coloca as raízes na chapa da roda para serem raladas. Ë a mulher que seva, pois no fa-brico da farinha, esse é um dos serviços mais leves.SIMBORA - (adv. ) - vamos simbora; vamos embora.SIMPATIA - ( s.f.) - ritual su-persticioso usado para preve-nir ou curar certos males.SINHIFICá - ( v.t. ) - significar.SIRGA - ( s.f.) - corda com que se puxa a embarcação ao lon-go da margem.SIRIRI - ( s.m. ) - lenha em gravetos; lenha ruim.SISGá, SIRGá - ( v.t. ) - sirgar; conduzir a canoa , ao longo da margem, puxada por uma corda.SOBEJá - ( v.i ) - sobrar; ex-ceder. “ Quando sobejava do gasto, eu vindia “ .SOBRECU - ( s.m. ) – mesmo que curanchim e sambiquira; apêndice triangular que reco-bre as vértebras caudais das aves, onde se inserem as pe-nas da cauda.SOCÁRIO- (s.m.)- socairo – corda feita de cipó que, enros-cada em um tronco de madeira, serve de apoio para “ desvarar ” a canoa. È uma variação do termo náutico socairo.SOLêRA - ( s.f.) – soleira; funda-mento da casa de pau a pique, que consiste num alicercede pedras ou de cerne de ma-deira, onde se apoiam as varas pauapicadas; parte inferior da porta ; que está ao nível do piso.SOLITáRIA - ( s.f.) - verme in-testinal.SONSO - (adj.) - dissimulado; disfarçado ; ruim da cabeça.SORDA - ( s.f.) sorda ou açor-da; espécie de papa de miolo de pão ensopado em leitequente, ovos e açúcar; mes-mo que açorda, comida típica de Portugal na região de Além Tejo; comida feita de miolo de pão misturado na caneca com café ou leite quente.SORUMBáTICO - (adj.) - triste; sombrio.SOVA - ( s.f.) - surra.SUMBARê - ( s.m. ) - planta donde se extrai excelente cola, muito utilizada na confecçãoda viola caipira.SUMITUMA - ( s.m. ) - o con-

junto de buracos feitos pelo tatu ; as tocas do tatu.SUNDARA - ( s.f.) - veja suin-dara; coruja; pássaro noturno.SUNUNGA - ( s.f.) - trovoada com ventos fortes, vindo do mar ; tempo ruim.SURéCO - (adj.)- rabicó; ave sem rabo; suro.SURFERINO - ( s.m. ) - solfe-rino; a cor escarlate ; entre o encarnado e o roxo. SURGI - ( v.int. ) – surgir, deixar ferver demais e derramar fora da va-silha.“ Fique de olho no leite prá ele não surgí. “SURUCá - (v.int. ) - afundar; atolar; desaparecer; cair em um buraco.“ Não pise nessa lama que tá surucando até o joelho. “SURUCUá - ( s.m. ) - espécie de pássaro.SURUí – ( adj.) – farinha de mandioca de má qualidade, mesmo que manêma; prova-velmenteeste vocábulo venha do tupi--guarani.SURURU - ( s.m. ) - barulho; confusão; rolo.SUSPIRO - ( s.m. ) - doce fei-to de clara de ovo batida com açúcar.SUSTANÇA - (s.f.) - o que ha de suculento ou nutritivo nos alimentos.TABIQUE - ( s.m.) - parede de madeira, divisória de quartos.TABÔA - ( s.f.) - espécie de bambu ou junco.TABóCA - ( s.f.) - espécie de taquara ; bambu.TABOCUUVA - ( s.f.) - espécie de madeira.TACANIÇA - ( s.f.) - viga que é usada nos telhados de quatro águas.TAFETá - (s.m.)- tecido de seda, lustroso e armado.TAIá - ( s.m. ) - mesmo que taioba.TAINHOTA - ( s.f.) - espécie de tainha pequena.TAIPA - ( s.f.) - parede de bar-ro ou cal e areia, com armação de pequenos pedaços e madei-ra, em forma de treliça.TAJARANA - ( s.f.) - espécie de arbusto silvestre.TAJOARA - ( s.f.) - monte de paus velhos, dentro d’água, que vira pesqueiro.TAJóVA - ( s.f. ) - diz-se da

mandioca, do aipim quando esta apodrecendo, estragando,ficando já passado.TALAGADA - ( s.f.) - quantida-de de bebida que ser toma de uma só vez.TALHA - ( s.f.) - vaso de barro, de grande bojo.TAMBURUTACA - ( s.f.) - espé-cie de lagosta.TAMBIJUá – ( s.m. ) – inseto de coloração verde ou marron, semelhante a uma barata e que tem um odor fétido.TAMéM - (adv.) - também.TAMPUME - ( s. m. ) - diz-se do dia nublado; sem sol, com ameaça de chuva. “ O dia hoje amanheceu que é um tampu-me só; não se vê a cara do sol . “TANAIS – ( s.m .) – espécie de pinça ou tesoura feita de bam-bu, para apanhar carangueijos.TANCHãO - ( s.m. ) - esteio ou estaca de madeira.TANINO - ( s.m. ) - substância da casca de algumas árvores e de frutos verdolengos,que “ apertam “ quando em contato com a boca.TAPERA - ( s.f.) - habitação rural abandonada; lugar feio e ruim.

TAPIOCA - (s.f. ) - fécula de-cantada do caldo verde da massa sevada da mandioca;biju de tapioca temperado com erva doce ou coco ralado.“ Pá fazê a tapioca é fáci, dêxa aquele cardo da massa secá na gamela, aí bota no forno é tapioca. ”TAQUARA - ( s.f.) - espécie de bambu.TARéCO - ( s.m. ) - utensílios de pouco valor; coisas velhas.TARIMBA - ( s.f.) -estrado de varas, usado como cama ou prateleira; cantareira.TARRAFA - ( s.f.) - espécie de rede de pesca circular, com chumbos nas bordas e uma corda ao centro, pela qual o pescador a retira fechada da água,depois de havê-laarremessado aberta.

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Novembro 2013 Jornal MARANDUBA News Página 13

Artista de região recebe prêmio em evento de automodelismoEMILIO CAMPI

O encontro de automodelismo RC realizado no Sítio Santa Cruz não teria sido o mesmo sem a participação do artista e artesão local Sérgio “Filé”.

Bem antes do encontro, enquanto ainda se construía o circuito off Road, Filé sou-be do evento e se apresentou como voluntário para auxiliar no serviço. Dotado de uma criatividade fora do comum, sugeriu vários detalhes que ajudaram a enriquecer o visu-al e o realismo da pista.

Com sobras de madeira e outros matérias recicláveis, Filé construiu várias maque-tes em escala que foram dis-tribuídas ao longo do circuito por onde passariam os carri-nhos: posto de gasolina, igre-ja com cemitério, banheiros rústicos e até um Night Club com dançarinas, luzes colori-das e musicas próprias para o ambiente se tornaram cená-rios concorridos entre os par-ticipantes que fotografavam e filmavam seus modelos dian-te desses cenários.

Tal esforço foi reconheci-do ao final onde o organiza-dor do evento, Lufe Schu-bert (4x4 Fun), concedeu ao artista o troféu “Espírito de Equipe”, não só pelos ce-nários, mas como também pela atuação que Filé de-monstrou enquanto pilotava pela pista, auxiliando outros participantes nos trechos mais difíceis.

Parece que o artista tomou gosto pelo hobby, tanto que já está dedicando parte de seu talento na pintura de bo-lhas (como são conhecidas as carrocerias dos modelos) personalizadas. Seu primeiro trabalho foi uma F350 esca-la 1:10 pintada com o tema “Vulcano”, onde a carroceria tem aspecto de rochas vul-cânicas expelindo lavas in-candescentes e fumaça.

Animado com o resultado, Filé afirma que não faltarão ideias e criatividade para enriquecer ainda mais tanto o circuito como futuras “via-turas” que ainda terão suas pinturas personalizadas.

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A cutia, o mundéu e o saci Cantinho da Poesia

Therezinha

Como é bom poder falar sem barreirasSem policiamento, sem freios, sem censuras

Com a certeza de que palavras não vão deixar esteirasE conversando fazer de palavras proibidas as mais puras

Colocar numa prosa velhos silêncios guardadosFazer da memória um doce momento presenteTrazer para hoje velhas passagens arquivadas

Dando-nos a liberdade de dizer o que nos vem à mente

Confiança é de todos o amor mais puroPalavras são como o pó soprado pelo vento

São pensamentos proibidos buscando lugar seguroEntre o carinho, a compreensão, à cata de um alento

Almas gêmeas se encontram no tempo e no espaçoCom a pureza de sentimentos na pele aflorandoSentimentos que formam de duas vidas um laço

Que não se desata ainda que a vida esteja se acabando

Manoel Del Valle Neto

Um Caso PerdidoÀ Leticia Soares

(nunca deixou de ser um bom poema)

Oh Louca, porque não me levas a sério?Porque, teus tapas já não mais causam dor?Porque de uma vez, não quer meu amor?

E porque teu sorriso permanece um mistério?

Não vê que te quero? Do seu jeito, mas sim!Não vê que sem tu do meu lado,

Os segundos passados é um martírio sem fim?

Porque esse jeito Pirata de me conquistar;Já passou, a muito de ser brincadeira.

E se a coerência acabar e for tudo besteira,Dos momentos silenciosos é que vou me lembrar!

Repara-te, oh moça como é simples o meu desejo,E verás que minha mente sã, não delira.

Pois só o que peço da boca Vampira: Um único beijo!

Guy Jann Terra 16 anos – Sertão da Quina

JANGO Era normal as pessoas da

época de meus pais e meus avós buscarem proteínas nas carnes de animais silvestres que por aqui existiam.

Para o caiçara havia tempo pra tudo, pra caça, pra pes-ca, pra roça, pras festas, pros resguardos, pro descanso, pra namorar, pra casar, pra tudo.

Porém havia alguns períodos em que a natureza pregava algumas peças e os “tempos” não funcionavam. Às vezes era tempo das roças, mas as chuvas não colaboravam, o tempo passava e a roça não era feita.

As pessoas como eram mui-to humildes dividiam o pão e o vinho com os compadres e teve alguns momentos em que não havia nada pra com-partilhar, daí batia o desespe-ro, pois o que todos faziam pensavam na sua família e nos outros. Quando isto acon-tecia às pessoas apelavam ao que acreditavam, uns aos san-tos, outros a “Virgi Maria”, os mais revoltos pediam ao saci ou coisa parecida. Foi o que aconteceu com o Luiz Gago, esposa de Bertolina, pais de Tiana Luiza – a benzedeira e parteira. Os camaradas iam

à floresta para buscar carne e nada.

Depois de uma “somana” nada, de duas “somanas” também nada. Era arapuca, séva, laço, bate, mundéu, es-pingarda espera-que-lá-vou, bodoque, estilingue e nada.

Teria que ser naquele tem-po, pois depois era a tempo de deixar os bichos criarem. Pois bem Luiz Gago zangado fez uma “combinação” com o saci, disse que se ele ajudasse a pegar alguma caça o mun-déu (armadilha) seria dele, do saci.

Falou a esposa em tom de brincadeira que chegou a pro-por ao saci seu mundéu, mas disse que falou na raiva, era brincadeira. De qualquer jeito continuou a procurar caça, es-tava terminando a temporada de proteína animal e ele esta-va preocupado.

Num dado mo-mento ao caminho de um mundéu percebeu que a armadilha havia de-sarmado, correu mais “adiente” e viu que tinha pego uma Cutia.

“Ah home Lhei só! Vo tê uma carne pra levar pra mu-lhé cume hoje!”.

Luiz “soverteu” pra casa com o bicho na mão, lá foi alegre mostrar pra esposa que o indagou sobre a combinação com o saci:

- Home de Deus, bóis num déste os mundé pro saci?.

- Mulhé... eu dei o mundé e não a cutia, ele que coma os paus e as pedras do inferno do mundé que a cutia e minha lhéi só!

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Coluna da

Adelina Campi

CasualidadeMichelly Kinai

Uma tarde se encontraram, em um desses becos da vida, onde olhares foram cruzados, sorrisos trocados e depois dos cumprimentos, dos “de onde você é?” e ” o que você faz?” surgiu algo há mais entre me-ros desconhecidos.

Ele era bonito, encantador pode-se dizer; ela, lhe fitava com seu ar misterioso, seus cabelos cor de fogo que bri-lhavam ao sol; tinha um char-me natural, inegável, daque-les que te laçam a alma e você nem vê. Se esbarraram algu-mas vezes, ele sempre lá a procurá-la na mesma mesa de bar, a personificando em cada pessoa, sonhando em revê-la, se iludindo com as lembranças que ela deixava à cada gole de cerveja.

Ela, que sumia sem motivo aparente, do nada ressurgia para confundir seus pensa-mentos, embaralhar, exaltar, inundar qualquer sentimento que ele por ventura viesse a ter. Não parecia justo, um jogo em que a balança sem-pre pendia pra um lado só, onde ele se doava, ela fugia, ele se doía, ela lhe arranhava. A moça o tinha por carência, mais uma meia pra lhe aque-cer os pés num dia frio, uma entre tantas outras guardadas numa gaveta, que usava e de-susava a hora que bem enten-desse.

Certa noite, com o coração batendo forte, a viu sentada num canto do bar sozinha,

inquieta a olhar o relógio, e quando finalmente tomou coragem de ir em sua dire-ção, viu um moço, de cabelos dourados sentar ao lado dela, até ele tinha de admitir que o sujeito não era de todo ruim, melhor do que ele próprio até temia.

Enraivecido de ciúmes, es-tufou o peito e cego, foi tomar satisfações. Eis que ouviu ” nós não temos nada, eu gos-to de você, mas não sou de ninguém”. Ah! Ele não podia acreditar no quanto ela era banal. Vadia sem coração, tão fria…Como algo tão meigo e atraente não passava de uma armadilha pra trouxas?

Que encantava, desencan-tava sem a menor culpa e que agora o quebrava com tais palavras, desfi-lando com outro alguém, lhe fazendo querer morrer com cada toque, cada pala-vra, cada sussurro que não era em seu ouvi-do, mas de outro.

Com o passar do tempo, ela conti-nuou, perdida entre tantos amores, iludindo um dia cá, outro lá, ocu-pando seus dias com romances que eles chamam de “esta-ção”.

Ele, humilhado, desiludido, ainda procurava algo pra pre-encher o vazio dos seus dias e enquanto não achava, se sus-tentava nas memórias do dia em que se conheceram. Ás vezes fechava os olhos e em um segundo era como se no-vamente pudesse ver seu ves-tido azul bordado, o sorriso tí-mido de quando se viram pela primeira vez e formalmente se apresentaram:

Ele - “Oi, meu nome é Amor e o seu?”

Ela - “É Casualidade.”* * *

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 14, a Procu-

radora do Ministério Público Federal, Drª Maria Rezende Capucci reuniu-se com INCRA, ITESP, Prefeitura, Policia Ambiental e Câmara Muni-cipal de Ubatuba na sede da associação daquela comuni-dade. Em pauta informações e esclarecimentos sobre o atendimento e andamento de processos relacionados a qua-lidade de vida, bem estar dos quilombolas e principalmente sobre as possíveis soluções a que os moradores vem rei-vindicando há tempos. Temas como estrada, luz, transporte, saúde, educação e licencia-mento de roças foram deba-tidos em busca de soluções rápidas e viáveis ao desenvol-vimento daquele povo.

Capucci ouviu varias recla-mações sobre todos os temas e propostas, alguns exemplos bem sucedidos outros nem tanto assim, mas todos foram colocados a mesa. Um deles foi o entendimento positivo entre os órgãos ambientais e a comunidade quilombola do Vale do Ribeira sobre o licen-ciamento de roças, que pode-rá orientar os processos nesta região.

Foram propostas palestras e capacitações relacionadas ao uso e manejo dos recursos naturais no território e outras informações sobre o que pode e o que não pode mais ser re-alizado por impedimentos am-bientais.

Ministério Público Federalorganiza agenda positiva no quilombo Caçandoca

Às autoridades foi lembrado que tudo por ali foi roça e que só não continuou por falta de reconhecimento das ativida-des tradicionais e pelo con-gelamento do território num passado recente. Foram solici-tadas novamente informações sobre a titulação do território e que moradores propuseram que sejam retirados do pro-cesso de discriminatória os casos em que já tem quilom-bolas na área, isso agiliza o processo de titulação.

Um dos objetivos da reunião foi à proposta de determinar aos envolvidos datas para apresentação das tarefas, o que surtiu resultado positivo entre os moradores.

Segundo Capucci, a associa-ção tem de cobrar o que foi acordado entre os órgãos nes-ta reunião, caso um deles não cumpra a sua parte ela (asso-ciação) poderá contatá-la pra formalizar uma reclamação.

Órgãos que não puderam comparecer ou naquele mo-mento não faziam parte das negociações serão oficiali-zados pelo MPF a fornecer subsídios e informações às resoluções propostas, cada um dentro das suas compe-tências.

Ao final ficou bem claro que a procuradora vai cobrar re-sultados.

No geral, quem participou viu que a conversa foi aberta, franca e objetiva. Resta ago-ra aguardar o andamento das agendas.

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