jornal brasil atual - itanhaem 02

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Jornal Regional de Itanhaém www.redebrasilatual.com.br ITANHAÉM nº 2 Fevereiro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Mais de 300 atletas pedalam no 26º Torneio de Itanhaém Pág. 7 CICLISMO PROVA DA CIDADE Ilha Queimada Grande, um lugar que esconde cobra em extinção Pág. 2 EXPOSIçãO JARARACA-ILHOA REINTEGRAçãO DE POSSE Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos Pág. 6 UM VERDADEIRO CHOQUE DE HORROR Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e a união contra o desleixo Pág. 3 CONVENTO AINDA EM PÉ O PSDB comandou o maior roubo no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões BONS DE BICO PRIVATARIA TUCANA Verônica Serra Ricardo Sérgio FHC José Serra

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Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos reintegração de Posse prova da cidade jararaca-ilhoa exPosição ainda em pé verônica serra Distribuiçã o nº 2 Fevereiro de 2012 Pág. 6 José serra Pág. 7 Pág. 3 Pág. 2 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Itanhaém Mais de 300 atletas pedalam no 26º Torneio de Itanhaém Ilha Queimada Grande, um lugar que esconde cobra em extinção

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Jornal Regional de Itanhaém

www.redebrasilatual.com.br Itanhaém

nº 2 Fevereiro de 2012

DistribuiçãoGratuita

Mais de 300 atletas pedalam no 26º Torneio de Itanhaém

Pág. 7

ciclismo

prova da cidade

Ilha Queimada Grande, um lugar que esconde cobra em extinção

Pág. 2

exPosição

jararaca-ilhoa

reintegração de Posse

Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos

Pág. 6

um verdadeiro choque de horror

Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico e a união contra o desleixo

Pág. 3

convento

ainda em pé

O PSDB comandou o maior roubo no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões

bons de bico

Privataria tucana

verônica serra

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expediente rede Brasil atual – itanhaém editora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008Tiragem: 5 mil exemplares distribuição Gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

Jornal on-line

editorial

Há três episódios recentes da política estadual paulista que ilustram bem a serviço de que interesses pulsa o governo do Estado e para que serve a Polícia Militar: a invasão da Universidade de São Paulo e a consequente prisão de estu-dantes, a malfadada ação contra os dependentes de droga da Cracolândia e o choque de horror produzido pela tropa para desalojar mais de 6.000 pessoas do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba – vale lembrar que a ação foi urdida de maneira furtiva e rápida, pois as partes negociavam com o governo Federal quando uma reintegração de posse foi dada pelo juiz Rodrigo Capez, irmão do deputado federal Fernando Capez, do PSDB, a pedido da massa falida da empresa Selecta, do doleiro Naji Nahas.

Não bastasse a triste constatação revelada pelo livro A Pri-vataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., onde é con-tada, tintim por tintim, a história de um dos maiores roubos levados adiante na política brasileira durante a desditosa pri-vatização levada a cabo pelos tucanos – a matéria é tema de nossa presente edição e pode ser lida no site www.redebrasi-latual.com.br/jornais –, o partido revela agora a sua face mais cruel, o seu lado mais desumano. Os três fatos, melancólicos por si sós, são reveladores de um governo que vai chegando ao fim passando a sensação de total menosprezo à população, que se apaga deixando as trevas como rastro e a estultícia como pegada. É isso. Boa leitura!

Os Alckmistasestão chegando

exPosição

Jararaca-ilhoa, uma bela cobraIlha Queimada Grande é único reduto dessa serpente

Em janeiro, a exposição Ilha Queimada Grande: O Espetáculo da Evolução, no Gabinete de Leitura, reuniu fotografias e curiosidades so-bre a jararaca-ilhoa, colhidas por pesquisadores em expedi-ções à Ilha Queimada Grande, em Itanhaém. Localizada a 35 km da costa continental de Ita-nhaém, a ilha é o único lugar do mundo onde é encontrada a cobra Bothrops insularis, a jararaca-ilhoa, serpente con-siderada “em perigo de extin-ção” pela União Internacional para a Conservação da Natu-reza (UICN) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-nováveis (Ibama) – o desem-barque é proibido na ilha.

Marcus Augusto Buonos-sato, biólogo e herpetólogo – que estuda répteis e anfíbios – explica o longo processo de evolução da jararaca, que levou 11 mil anos, adaptando--se ao novo habitat, na luta pela sobrevivência. “Podemos comparar Queimada Grande a Galápagos (ilha de estudos de

Charles Darwin). Nesses mi-lhares de anos de isolamento, a jararaca existente na Quei-mada Grande ficou menor, aprendeu a subir em árvores e a se alimentar de pássaros.”

O biólogo Aníbal Melgare-jo, chefe da Divisão de Zoolo-gia Médica do Instituto Vital Brasil destaca que o veneno de cobra tem muitos segredos, que precisam ser estudados – no início do século 20, Vital Brasil fez uso ético de animais e deixou uma grande contri-buição ao mundo científico. “O importante para preservar a população desta espécie é criá-la em cativeiro, oferecen-

do condições similares ao ha-bitat natural, que favoreçam a reprodução.” Wilson Almeida Lima, chefe da Área de Re-levante Interesse Ecológico (ARIE), diz que é preciso levar o conhecimento à população, como forma de despertar o in-teresse ecológico e a preserva-ção do patrimônio natural.

A transformação da Ilha em Parque marinho resultaria em maior fiscalização. “Isso inibiria a biopirataria. Itanha-ém possui um patrimônio eco-lógico rico, pouco conhecido da população. A transformação da área é importante para pro-teger, de fato, o ecossistema.”

Lixo em Vila LotyApesar das várias reclamações de moradores da Vila Loty, alertando sobre a não regularidade

da atuação dos coletores de lixo, observamos que providências não foram tomadas, pois as ruas continuam repletas de lixo espalhado pelas calçadas, meio-fio, etc. Apesar do alto valor cobrado juntamente com o IPTU, o serviço não é realizado a contento, pois não há regularidade nos dias em que o lixo deveria ser recolhido. Se durante a “temporada” o número da população duplica ou triplica, por que não há um planejamento prévio de ações? Todo ano é a mesma coisa. A res-posta da Prefeitura é sempre a mesma: “a população duplica, triplica”, mas ela não sabe disso?.

José Santaella Ruiz

vale o que vier

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convento

sem manutenção, estrutura do prédio fica em risco Coleta de assinaturas para reforma e preservação do Convento já está em andamento

A vereadora professora Re-gina Célia de Oliveira (PT) ela-borou um abaixo-assinado em prol da reforma e preservação do Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Só no último dia 3, das 10 h às 13 h, quando iniciou a coleta de assinaturas, a parlamentar conseguiu o apoio de mais de 500 pessoas. “Contamos com o apoio popular para pressio-nar os órgãos governamentais a tomarem providências efeti-vas, não apenas medidas palia-tivas” – disse.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artísti-co Nacional (IPHAN) e ícone da história, cultura e turismo de Itanhaém, o Convento Nossa Senhora da Conceição, ao longo do tempo, vem sofrendo com a falta de manutenção permanen-te e adequada. Conforme laudo

Política

contas de 2008 do prefeito Forssell são reprovadasTribunal de Contas do Estado desaprova falta de pagamento de precatórios judiciais

O prefeito de Itanhaém, João Carlos Forssell (PSDB), teve as finanças de 2008 re-provadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE). Dentre os mo-tivos da desaprovação cons-tam a falta de pagamento de precatórios judiciais e débitos não quitados até o final daquele ano. À decisão do TCE não cabe recurso e será encaminhada à Câmara Municipal, que fará o julga-mento político da ação. Não

recente do Ministério Público Federal, o prédio possui mui-tas rachaduras, infiltrações no telhado e fiação elétrica danifi-cada. Existe um pilar, segundo

o relatório do MPF, com a estru-tura bastante danificada, corren-do o risco de desabar.

Outro problema grave é que o edifício histórico até

hoje não tem um sistema de segurança contra incêndios em conformidade com o padrão exigido pelo Corpo de Bom-beiros. A área externa também

não recebe os devidos cuida-dos quanto a arborização, jar-dins e rampas de acesso.

“Por isso é vital que os ór-gãos públicos, tais como o Iphan, Ministério da Cultura, Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar-queológico, Artístico e Turísti-co (Condephaat), Mitra Dioce-sana de Santos e a Prefeitura de Itanhaém assumam a responsa-bilidade pela reforma e preser-vação do convento” – disse.

A vereadora professora Re-gina ressalta que o Convento Nossa Senhora da Conceição faz parte da história do Brasil e de Itanhaém. “Não pode ser re-legado ao abandono e à deterio-ração. Esperamos que as auto-ridades tomem as providências antes que seja tarde demais. Te-mos que zelar melhor pelo pa-trimônio da Cidade” – afirmou.

feito Forssell vêm sendo rejeitadas pelo TCE. “Desta vez, existe a possibilidade de serem rejeitadas também pela Câmara, o que o torna-ria inelegível. Espero que os vereadores façam uma aná-lise crítica e acompanhem a decisão do TCE. Não po-demos admitir tanta falta de planejamento e controle orçamentário. Não é um go-verno novato. Ao contrário, está no poder há mais de sete anos” – disse ela.

cativas apresentadas pela Pre-feitura no reexame das contas. A assessoria técnica do cole-giado entendeu que “qualquer despesa deverá ter a respecti-va cobertura financeira”, sen-do necessária “a existência de disponibilidade de caixa”.

O setor jurídico da Admi-nistração alega que enfrentava “dificuldades financeiras” e não conseguia saldar débitos. Se-gundo a Prefeitura, as dívidas de precatórios evoluíram 48% em pouco mais de oito meses –

saltaram de R$ 10.678.738,50, em abril de 2008, para R$ 15.745.356,08, em dezembro. Em nota, a Prefeitura ponderou que o “órgão emite pareceres técnicos que auxiliam o traba-lho do Legislativo”. Sobre a in-disponibilidade financeira para pagar os restos do exercício de 2008, ela diz que vai aguardar a manifestação da Câmara para julgar a questão.

A vereadora Regina Célia de Oliveira (PT) destaca que, ano a ano, as contas do pre-

há data marcada para votação da matéria.

Em sessão realizada no mês passado, os conselheiros do TCE rejeitaram as justifi-

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a Privataria tucana

Privatização: livro denuncia serra, família e amigosE conta como o PSDB comandou a maior falcatrua no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões

Os tucanos comandaram o processo de privatização das empresas públicas na década de 1990, que movimentou US$ 2,5 bilhões e distribuiu propinas de US$ 20 milhões, segundo o livro A Privataria Tucana, do jorna-lista Amaury Ribeiro Jr., de 320 páginas – 200 de texto jornalísti-co e 120 de reprodução de pro-vas. Baseado em documentos, Amaury mostra como o PSDB vendeu o patrimônio público a preço de banana. Entre a compra e a venda, funcionava a lavagem de dinheiro e suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Os envolvidos são gente do alto tucanato: o livro liga o ex--candidato do PSDB à presidên-cia, José Serra, a um esquema de desvio e lavagem de dinheiro e

o acusa de espionar adversários políticos. “Quando ministro da Saúde, Serra criou uma cen-tral de montagem de dossiês na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no governo FHC.” O livro afirma também que o esquema era feito por meio de empresas off-shore das Ilhas Virgens Britânicas, e foi ideali-zado pelo ex-diretor da área in-ternacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro da campanha de Serra e FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira. Outros esquemas se-melhantes eram realizados pelo genro dele, Alexandre Bour-geois, por sua filha Verônica – que mantinha empresa em socie-dade com a irmã do banqueiro Daniel Dantas – e pelo seu sócio, Gregório Marin Preciado.serra, verônica, Fhc, dantas, Preciado e as ilhas virgens britânicas: tucanos bons de bico

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a entrevista com o autor das denúncias

Como era o esquema de corrupção dos amigos e parentes de José Serra?O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinheiro do exterior, e eu descobri como funcionava o

esquema. Eles mandavam o di-nheiro da propina para as Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. De-pois, simulavam operações de investimento para a internação de dinheiro. Usavam umas off- -shores que simulavam investir dinheiro em empresas que eram deles mesmos no Brasil, numa ação muito amadora.Como você pegou isso?As transações estão em cartó-rios de títulos e documentos.Movimentou bilhões?Bilhões. Os banqueiros, li-gados ao PSDB, formados na PUC do Rio, com pós- -graduação em Harvard, sofis-ticaram a lavagem de dinheiro. A gente é simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas aprendeu a rastrear o di-

seguinte, estava na impren-sa. Eu achava que era coi-sa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (can-didato a vice-presidente, de-putado do PMDB, Michel) Temer. Aí veio a surpresa: era o fogo-amigo do PT, de Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).

amaury ribeiro Jr.

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nheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro, seguido por criminosos como Fernando Beira-Mar, Georgi-na (de Freitas que fraudou o INSS). Os discípulos da Ge-orgina foram condenados por operações semelhantes às que o Serra fez, que o genro dele, Alexandre Bourgeois, fez, que o Gregório Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez, que o banqueiro Daniel Dantas, que comandava a corrupção, fez.Serra espionava o Aécio?Está documentado. Ele contra-tou a Fence Consultoria, em-presa que faz varreduras contra grampos clandestinos, no Rio de Janeiro. O Serra gosta de espionagem e manda espionar os inimigos dele. Ele contratou

a empresa de um coronel baixo nível da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de con-traespionagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Para espionar o Aécio.E a ex-governadora mara-nhense Roseana Sarney? Está no Diário Oficial. O agen-te era o Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Mas a imprensa defen-de o Serra e não divulga. Dilma contra-atacou com arapongas também?Não. As pessoas que traba-lhavam na campanha da Dil-ma eram ligadas ao mercado financeiro. Me chamaram porque vazava tudo. Os caras faziam uma reunião e, no dia

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as perdas Por uma comissão Parlamentar de inquérito

O governo FHC arrecadou R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. Mas o país pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumi-ram esse patrimônio – R$ 2,4 bilhões a mais do que recebeu. O prejuízo veio porque o go-verno absorveu as dívidas das empresas, demitiu um monte de gente, emprestou dinheiro do BNDES aos compradores e aceitou como pagamento o uso de “moedas podres”, tí-tulos do governo que valiam metade do valor de face. A “costura”, feita por Ricardo Sérgio, envolvia o pagamento de propina dos empresários que participavam do proces-so. O dinheiro era lavado em paraísos fiscais. Promoveu-se um desmonte das empresas públicas, fazendo-as pare-cer mais inoperantes do que eram – assim, quase foram pelo ralo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Para a presidenta do Sin-dicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o livro prova a importância do combate do movimento sin-dical ao processo de privati-zação. “A velha imprensa não repercute as graves denúncias e mostra a sua parcialidade. Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem esses crimes de que trata o livro e retomem para os cofres públicos todo o dinheiro desviado.”

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Para proteger o país de ope-rações ilegais e dificultar novos desvios, a discussão precisa passar pelo Congresso Nacio-nal. O primeiro passo, porém, é a investigação. Depois da chegada aos pontos de venda, não tardou para parlamentares de diferentes legendas fazerem menção à publicação e entrar na agenda o pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. O fato relevante exigido pela Constituição para levar adiante a CPI da Privataria

está nos documentos contidos no livro. As 185 assinaturas – 14 a mais do que o mínimo de um terço dos 513 membros da Câmara Federal – colhi-das pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) incluem gente de todas as colorações partidárias.

Embora os líderes do go-verno, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PT, Paulo Tei-xeira (SP), tenham preferi-do não assinar para manter a “neutralidade” que a relação com outras legendas exige,

67 petistas subscreveram. A seguir, estão os governistas PMDB e PSB (18 cada), PDT (17), PR (15) e PCdoB (13). Alguns oposicionistas – DEM (5), PSDB (4) e PPS (4) – tam-bém aderiram.

No lançamento do livro, organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé na sede do Sindicato dos Bancários, Pro-tógenes afirmou que a inicia-tiva visa a proteger a integri-dade física do autor do livro. “Não poderíamos demorar

muito para não perder o ‘ti-ming’ e perder o Amaury”, lembrou. O jornalista corria o risco de “virar estatística”, segundo termos do delegado, “sofreria um ‘assalto’, diriam que reagiu”.

A expectativa é de que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), instale a co-missão em fevereiro, depois do recesso. “Se a CPI for mes-mo aberta, vou avisar que o que está no livro é pequeno”, adiantou Ribeiro Jr. O ano novo promete.

Silêncio ensurdecedor De pronto tropeço em

duas razões para o costumei-ro silêncio ensurdecedor da mídia nativa. A primeira é tradição desse pseudojorna-lismo arcaico: não se reper-cutem informações publica-das pela concorrência. Tanto mais quando saem nas pági-nas impressas por quem não fala a língua dos vetustos donos do poder e até ousa remar contracorrente. A se-gunda razão é o próprio José Serra e o tucanato em peso. Ali, ai de quem mexe, é a re-serva moral do País.

Mino Carta, revista CartaCapital

Censura combinadaEm 47 anos de trabalho

nas redações nunca tinha vis-to nada igual, nem na época da ditadura, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não dei-xavam publicar. Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que o mundo foi revolucionado por um negócio chamado in-ternet, em que todos nos tor-namos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qual-quer notícia.

Ricardo Kotscho, TV Record e portal R7

Propaganda políticaA chamada “grande

imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos indepen-dentes, mas que, na maio-ria, são sustentados pela verba oficial e fazem pro-paganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entra-rá, porque precisava ana-lisar com tranquilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas.

Merval Pereira, O Globo

Perda de critérioÀ perda de critério jornalís-

tico se somaram intenções co-merciais e políticas dos grupos jornalísticos. Como justificar o escândalo em torno de um avião alugado que transportou o Lupi, a denúncia de que Or-lando Silva recebeu dinheiro na garagem e ignorar docu-mentos levantados por Amaury Ribeiro Jr.? Os argumentos de Merval Pereira foram uma tentativa desesperada de con-vencer o procurador geral da República de que há critério jornalístico que impede que os jornais divulguem o livro.

Luis Nassif, jornalista

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reintegração de Posse

a desastrosa ação da polícia. e outros desastres

a Justiça dos ricos devolveu a terra a um criminoso

Tropa de Choque desaloja seis mil moradores do Pinheirinho, em São José dos CamposMadrugada de 22 de janeiro,

domingo. A maioria dos habi-tantes de São Paulo dorme. À socapa, com contingente cin-co vezes maior do que o usado para a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, dois mil soldados da Polícia Militar paulista iniciam uma operação de guerra, das maiores em tem-pos recentes. De repente, a tropa aparece com cavalos, cachor-ros, escudos, cassetetes, carros blindados, revólveres, pistolas com balas de borracha, sprays de pimenta, bombas de gás la-crimogêneo, tratores. E invade as casas. Os inimigos não são chefões do tráfico de drogas nem banqueiros flagrados em esquemas de lavagem de dinhei-ro. São 1.500 famílias – seis mil pessoas – do Pinheirinho, bair-ro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Elas não têm nem como pegar seus documen-tos, mas tentam resistir. Montam barricadas, atiram pedras e paus, queimam carros.

A história acaba com muita fumaça, gritos, choro e feridos.

Alvo de um imbróglio judicial, a área foi ocupada pelas famí-lias há sete anos. O terreno de 1 milhão de m² pertence à em-presa falida Selecta, do doleiro Naji Nahas (veja abaixo). Há pouco tempo, Edson Cury, pre-feito de São José dos Campos, do PSDB, solicitou à Justiça Estadual a reintegração de pos-se da área, a pretexto de cobrar uma dívida de R$ 15 milhões da Selecta em IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

No início de janeiro, a PM já tentara desocupar o terreno,

mas a resistência dos morado-res abortou a operação. No dia 20, a Justiça Federal suspendeu a reintegração de posse. Um acordo firmado entre a Selecta e os advogados dos moradores, na presença de deputados de diferentes partidos, garantia a suspensão por 15 dias. Porém, alegando “conflito de interes-ses”, o desembargador Rodrigo Capez (irmão do deputado fede-ral Fernando Capez, do PSDB), que respondia pela presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, ignorou a decisão fede-

O Pinheirinho era de um casal de alemães assassinado misteriosamente em 1969. A terra, sem herdeiros – portan-to do Estado –, caiu nas mãos de Naji Nahas, um libanês que chegou aqui nos anos 1960, trazendo muitos dólares na ba-gagem. Em 1980, Nahas já era bem mais rico do que quando chegou: era dono de haras e in-vestia na Bolsa de Valores do

Rio de Janeiro. Mas, em 1989, ele se sujou na quebra da bolsa carioca. Acusado de manipular o preço de ações para vendê-las por mais, Nahas acabou preso sob regime domiciliar. Conde-nado a 24 anos de prisão por cri-me de colarinho branco, contra a economia popular e formação de quadrilha, ele foi inocentado em 2004, mas voltou aos jor-nais com a operação Satiagraha,

acusado de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais.

Hoje, o Pinheirinho perten-ce à massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas, e vale R$ 180 milhões. Antes aban-donada, a área foi ocupada pe-las famílias agora despejadas. Nela havia ruas pavimentadas, energia elétrica, água, coleta de lixo, comércio e igrejas. Se o local fosse considerado

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), como o mo-vimento queria, o bairro se-ria de moradias populares, o que diminuiria seu valor de mercado. Mas a especu-lação está de olho na área, que está próxima a um setor industrial de alta tecnologia e faz fronteira com condo-mínios de luxo de Jacareí, cidade vizinha.

ral e fez prevalecer a decisão da juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que determinava a reintegração de posse da área. Confiantes na validade da limi-nar da Justiça Federal e no acor-do firmado com a Selecta, os moradores não se organizaram para resistir.

A imprensa internacional – o britânico The Guardian, por exemplo – divulgou mortes na operação. A informação não foi confirmada oficialmente. Nin-guém sabe o saldo de feridos. O

secretário nacional de Articula-ção Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, foi baleado na perna. “Pelas costas, recebi tiros de bala de borracha, que me atin-giram a perna” – disse. Jornalis-tas e deputados foram impedidos de entrar no Pinheirinho depois da ação. O governo tentou jogar a culpa nos moradores pela vio-lência – um dia depois da desas-trosa ação, a Secretaria de Segu-rança Pública divulgou que uma verdadeira fortuna em cocaína (338 quilos) fora encontrada na área desocupada.

A truculência da polícia pau-lista do governador tucano Ge-raldo Alckmin recebeu críticas da opinião pública internacio-nal. No dia 27, a relatora espe-cial da Organização das Nações Unidas (ONU) Raquel Rolnik cobrou explicações das autori-dades brasileiras sobre o caso. Ela disse que a operação foi marcada por “gravíssimas vio-lações dos direitos humanos” e que o país caminha para trás em questões de cidadania.

a polícia e sua violência costumeira: pôs fogo nas casas e rendeu o povo armado de paus

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escolinha de esPortessurFe

ciclismo

inscrições abertas salva surf resgate itanhaém

classificação

26º torneio de ciclismo, uma festa de rua da cidade

a lista com resultado final

Tem de tudo na Prefeitura. ProcureAtletas fizeram manobras radicais nas ondas do mar

Alex Diniz e Valquíria Pardial vencem prova de Elite, que teve outras duas categorias

Itanhaém está com matrículas abertas para as escolinhas de bas-quete, capoeira, futebol de cam-po, futebol society, futsal, judô, karatê, kickboxing e natação. Para fazer parte da equipe, o interessado deverá comparecer das 8 h às 12 h e das 13 h às 17 h, no Centro Municipal Tec-nológico de Educação, Cultura e Esportes (CMTECE), locali-

A prova foi acirrada. Quase 300 atletas de diversas cida-des paulistas, mais o argentino Francisco Chamorro disputa-ram no dia 11, na Avenida Wa-shington Luiz, no Centro, o 26º Torneio de Ciclismo de Itanha-ém. Na categoria Elite masculi-no, a vitória foi de Alex Diniz. No percurso, o atleta Chamorro, que já disputou provas interna-cionais na Turquia e na Espanha e também representava Soroca-ba , ficou quase o tempo todo na liderança. Mas, no final, venceu Diniz. “A disputa foi emocio-nante” – disse ele.

zado na Avenida Condessa de Vimieiros, 1131, no Centro. O aluno deve levar consigo duas fotos 3x4, cópia do Registro Geral (RG) ou da Certidão de Nascimento, comprovante de residência e um atestado médico comprovando a aptidão física. Confira a lista com os horários e os locais dos treinamentos no site www.itanhaem.sp.gov.br.

Com manobras radicais, surfistas da região partici-param da primeira etapa do Salva Surf Resgate Itanhaém, realizado dia 11, na Praia do Centro. Os 40 atletas foram divididos nas categorias ini-ciante, open e master. Todos demonstraram habilidade nas ondas. Na categoria iniciante, o primeiro lugar ficou com Luan Kawani. Na open, a vi-tória foi de Isaac Pereira. E na categoria master, o vencedor foi o atleta conhecido como Eduardinho.

Iniciante Open Master1º Luan Kawani 2º Thiago Araújo3º Gabriel Leite

1º Isaac Pereira2º Eduardinho

3º Danilo Corona

1º Eduardinho2º Cheyne Kawani

3º Alexandre Mariano

Na categoria Elite feminino, Valquíria Pardial, de Pindamo-nhangaba, cruzou em primei-ro lugar. “É uma prova tradi-cional e venho todos os anos. É praticamente a abertura do calendário de ciclismo, válido

pelo ranking nacional” – disse a atleta, que concluiu com uma mensagem aos novos competi-dores: “O importante é gostar e fazer por amor. O ciclismo é um esporte sofrido em que o atleta tem de treinar muito”.

Valquiria Pardial Elite feminina

Alex Diniz Elite masculina

Fernando Sikova Júnior

Douglas Garces Nunes Sênior

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Foto síntese

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Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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horizontal – 1. (Geom.) Diz-se de linhas ou superfícies equidistantes em toda a extensão de outra linha ou superfície 2. Ficar amarelo, empalidecer 3. Diz-se de algo sem manchas ou sujeira; Seguia 4. Sigla de Moçambique na internet; Elevação das águas em mares, em virtude dos ventos e das marés; (Sigla) Observatório Tecnológico 5. (Sigla) Escritório de Arquitetura; Grupo formado por uma única família 6. Anos de vida; (Sigla) Antigo Testamento 7. Profissional que produz reportagens 8. Falta de exatidão, falha; (Informática) Programa que converte arquivos de imagem em dados digitais onde cada ponto do desenho é representado por sua coordenada 9. Canal de televisão do Brasil; Município de Minas Gerais 10. Satanás, demônio; Raspa, sobra 11. Qualquer período de tempo, como parte de um período maior; Cada um dos membros anteriores das aves, que servem para voar.

vertical – 1. Torcedor do Palmeiras 2. Sentimento de estima ou de solidariedade entre pessoas; Banda alemã de rock 3. Memória do computador regravável; Apuro 4. Nome de uma praia do Rio de Janeiro; (Sigla) Antes de Cristo; 5. Prenome de Trotski, revolucionário bolchevique; (Fem.) Resultado de errar 6. Forma antiga do artigo o; Quarta letra do alfabeto; Grande tronco de madeira 7. Percorra com a vista o texto; Cada uma das duas partes do corpo humano que ficam nas extremidades das pernas; Bolo de farinha de arroz e azeite de coco 8. Casa Indígena; Roçaduras 9. Igreja episcopal; Expressão usada para chamar alguém; Nome de um Estado do Norte do Brasil 10. Obras de engenharia de estradas, feitas para facilitar o trânsito nos cruzamentos de duas ou mais rodovias.

sudoku

598671243423958671617234598346892715281745936759316482835469127174523869962187354

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7 3 5

Palavras cruzadas

PARAlElOSAMARElECERlIMPOIAOMzONDAOTEAAEClAIDADEPATREPORTEROEERROOPRNBRARAçAISATAAPARAEPOCAASAS