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in in Elin MIN-InN ýl 800 contos équanto vale o 10 primeiro prémio EZIZIZ]1000 lotaria especial do fim do ano 7 LLii3 1000 l } ,dr-donoprémios grande Q1.. õ: ...''=.=.,'''''=y'.¿.;'''. 10 consulte o plano da. extracção 1000 !/íIII1 5 "a 5 ~tçI#~~1000 Ca s pr-ta1y,_..«"c , Uma s. l3.- Olreat': Alvas Gomes; Redac~o: Antônio M onse Atlado Lapas. ""rtalomou Tors Coro$ Cardoo, Luís David. Mende. de veii, uéis Loph4ú or.144rciao Castnheira, Oflia Tob, re e arosae Git ea: ooa N, Danl6Gdimras. Naita Ussehe. Alberto Muianga. Armindo \A rns <colaborador); *quat çio: Eugénio Aldasse, Ivana Segali; Correspondes -Oinals: Nelson 4I(pýj iassa), Correspondentes Internacionais: Augusta Conch a '«,Agoa),fnae'B 1uamibia o Africa do Sul), Harry Boyte (Estados Unidos>i kabefuç o #1i"erI m «Tercer Mundos e G urdian (N.Y.); Agências: AIM P en in , * 001/INLD PUB:/78: Propriedade: Tempogrífica; Endereço Postal:- med Sekou Tour, 1078-A e 8. C.P. 2917; Telefs. 26191/2/3 Maputo, República Popular de Moçambique. Construir habitações sólidas para toda a gerite é uma tarefa constante. As casas pré-fabricadas ajudam a minimizar o problema. Pdginas 26 a 2.q. A selecção nacional de hóquei patins participou recentemente no Campeonato mundial da modalidade. Uma leitura politica da viagem. Pdgi nas 30 a 33. Os mercenários continuam a ser uma preocupação para os regimes progressistas de Africa. De onde é que eles vêm? Quem os recruta? Pdgtnas 43 a 47. A República Popular ~« do Benin tem duas coisas a defender a independência e a revolução. Pdga 51 a 53. PÁGINA POR PÁGINA

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in Elin MIN-InN ýl

800 contos équanto vale o 10 primeiro prémioEZIZIZ]1000lotaria especial do fim do ano7 LLii3 1000l } ,dr-donoprémios grandeQ1.. õ: ...''=.=.,'''''=y'.¿.;'''. 10consulte o plano da. extracção1000!/íIII15 "a5 ~tçI#~~1000

Ca s pr-ta1y,_..«"c , Uma s. l3.-Olreat': Alvas Gomes; Redac~o: Antônio M onse Atlado Lapas. ""rtalomou TorsCoro$ Cardoo, Luís David. Mende. de veii, uéis Loph4ú or.144rciaoCastnheira, Oflia Tob, re e arosae Git ea: ooa N,Danl6Gdimras.Naita Ussehe. Alberto Muianga. Armindo \A rns <colaborador); *quat çio:Eugénio Aldasse, Ivana Segali; Correspondes -Oinals: Nelson 4I(pýj iassa),Correspondentes Internacionais: Augusta Conch a '«,Agoa),fnae'B 1uamibia oAfrica do Sul), Harry Boyte (Estados Unidos>i kabefuç o #1i"erI m «TercerMundos e G urdian (N.Y.); Agências: AIM P en in , * 001/INLDPUB:/78: Propriedade: Tempogrífica; Endereço Postal:- med Sekou Tour,1078-A e 8. C.P. 2917; Telefs. 26191/2/3 Maputo, República Popular deMoçambique.Construir habitações sólidas para toda a gerite é uma tarefa constante. As casaspré-fabricadas ajudam a minimizar o problema.Pdginas 26 a 2.q.A selecção nacional de hóquei patins participou recentemente no Campeonatomundial da modalidade. Uma leitura politica da viagem.Pdgi nas 30 a 33.Os mercenários continuam a ser uma preocupação para os regimes progressistasde Africa. De onde é que eles vêm? Quem os recruta?Pdgtnas 43 a 47.A República Popular ~« do Benin tem duas coisas a defender a independência e arevolução.Pdga 51 a 53.PÁGINA POR PÁGINA

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Carias dos leitores ......... 2 Semana a semana nacional .......8 falando de Gado.... ...14Táxis Particulares: A legalização ... 18 Problema do Comércio privado ... 20Casas pré-fabricadas: Unia Solução 26 Cr6nica de Viagem ....... ..... 30Zimbabwe- Declarações Negabe/ k ... ... ... ... ... ... 34.Confrência de Reggio Eúlia . 39 Mercenários: De onde vêm? . 43Sahara: Uima escalada de manobras 48 Beanht dependêacia e Revoluçã 51OLP abre delegaçío em Meçabique ... ... ... ... ... ... 54Espanha: E ao Terceiro Ana Não Ressuscitou .......Noticiário Inlenclonal Tempo Livres ...... . flli iaPROIINCIA DE MAPUTO: Namuaclha .Mnhmiça, Moamba, Incoluane,Xinavane e -Soane; PROINCIA DE GAZA: Xai-Xai, Chicualacuala, C o ute.Ch,ôkwk, Massngir, Maniacze, Caniçado, Mabaldne e, Nhamavila; PROVINCIADE INHÃMIANE: Inhambane. Quissico-Zavala, Maxixe, Honolne, Morrumboee.Mambone, Panda e Mabote: PROVINCIA DE MANICA: Chimoio, Espungaberae Manca; PROVINCIA DE SOPALA: $eira, Dondo e Marromeu: PROVINCIADE TETE: Tete. Sngo. Angónia, Mutarara, Z6bué, Moatize .M&qoê;PROQi4ciA oE ZAMBIZIA: Quelimene, Pebane. G16. Ile, Magan>a da Costa,.Namacurra. Chinde. Luabo, Alto Molocué. Lugela Géru6,. Mocuba e Macuse;PROVINCIA DE NAMPULA: Nampul, Nacala. Angoche. Lumbo. Murrupula.Meconta e MossuriI: PROVINCIA DE CABOa DELGADO: Pemba. Mocfmboada Praia a Montepuez, PROVINCIA DO NIASSA. L;chinga e Marrupa. EMANGOLA: Luanda. Lubango. Huambo, Cabinda. Benguela e Lobito. EMPORTUGAL: Unhos.CONDIÇÕES DE ASSINATURA:PROVINcIAS DEc APUTO. GAZA a INHANmANII i ANO-t52 NÚmEROS)(Da t4úMErE~; 6, ( NUI«JMERP 47000; 8 MIIES (5 NÚ~EROS)OUTRAS PROVINOIAS. POR IA 1ÉREAs 5 ANO (<S NÚMEROS) .170-0O3 MESES (<= 5 NÚMEaOS) a ~f l a MES <I NÚ3mo ) a600. O pE*DI00 DE AS1NATURA DEVIE SU A= OMPANHADO DA IMPORTÂNCIAPESPECT5VA.-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

De E o Fovanhani Cossa,residente em Maputo, recebemos uma carta que nos alerta sobre os preçosdiferentes praticados pelos «táxis novos e daqueles velhos».Eugénio Cossa diz que no dia 5 de Novembro resolveu visitar o primo que morana Zona Ver de, Bairro Benfica.«Na minha ida apanhei a Rá" dio' Táxi a partir do Alto-Maé para a Zona Verde.».,Andei quase sete quilómetros. Nesses sete quilómetros paguei 64$00. Passeitodo o domingo UL.»Ao anoitecer Eugénio Cossa despediu-se do primo e foi até a paragem doautocarro para apanhar o machimbombo que o levasse de regresso a casa.(Quando cheguei na paragem todos os autocarros passavam cheios. Penseideslocar'me a pé até ao Bairro do Jardim mas nessa aLtura apareceu o táxi demodelo antigo. Mandei-o p a r a r para que me levasse até ao local on

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de resido.»«Quando arrancou o carro eu pedi ao motorista para pôr o contador. para marcar opreçoEle disse: «estd avariado!» Eu fiquei admirado e perguntei a ele: «como éque consegue dizer o prero que não esta estabelecido? Ele não me respondeu e eutornei a perguntar quantoe que iria pagar». Daqui até ao Alto-Maé vais pagar 80$0!»Eu fiz mais perguntas a dife rença do preço entre Rádio Táxi e taxi veiho :e ohomem disse: esses táxis 'ýantigos sao da Câmara e aqueles são da empresaestatal!»EugênIio Fovanhani Cóssa MaputoDifereiças de preços nãodeveriam existir. Como tal acontece trata-se, evidentemente dé pura especulaçãopraticada' por alguns taxeiros desOnestos.LembramQs ao 1litor .,qkýýno fim da semana passada a Brigada de Trânsito em co laboração com a ComissãoCoordenadora de Transpor> te Rodoviário e o Serviço Nacional de Viaçãomlevarn-i a cabo uma operação de cor.trolo e verificação dos ti xis privados. Leia o textonas pákinas 17 e 18.A AGRESSÃO UGANDESAOlhando para a Africa numa carta geográfica ou num globo terrestre, nasce-me um a ou mais ideias no que res peita à vida que os seus habitantes deviam levaremparticular neste momento enr que precisa ,de se libertar do jugo, do imperialismo.e da dominaão estrangeira na Africa Austral, bem como noutros continentes.Para conseguir, estes anseios. . é preciso que os ýpovos. deste Continente osvivam, evitando com isso as contradições e intervenções armadasentre governos epovos. Caso contrário, é pegar nos dois africanos e lutarem pelas causas injustas esem neces-sidade. Se é cssi m, qu3m mc e estas ideias?Estas violações do governo Ugandês à República Unida dã Tanzânia ligQmsecom as causas, portanto, está apresentar a sua posição já clara e aberto quando erapresidente de O.U.A. (Organização da Unidade Africana).Aquando do golpe de Esto do em 1971, o qual enganou o Povo ugandês, governosafrica nos e outros não africanos do Mundo - grande traidor africano no governoa representar o imperialismo. Se asua posi .ão não é de se identificar com Povougandês, deste e doutros. continentes, o povo &cessará as suas actividadespolíticas» para sair da boca desse governo pois quer viver sossegado com os seusirmãos da Tanzânia e dos outros países. com que fazem fronteira, o qiz,-acontece, (às defensores do imperialismo, do capitalismo, da dominação estrangeira no Mundo. em suma, os que defendem a - exploração do Homem peloHomem, ganharam bases, do ex-presidente d OUA para atacar os que estão contraimperialismo, capitalis, mo e dominação estrangeira, aqueles que «se sentemind,'penTEMPO N,' 427-- pág. 2

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aenes quano as suas Ironteiras; aqueles que aceitam sacrifícios apoiando material,diplomática, financeira e fisicamente a todos os irmãos que lutam pela causa justae dignidade dos seus Povos»,O senhor Idi Amin Dada é grande boxeiro e tem físico para isso., mas não é dissoque se governa um país; nãb é disso que se orienta um Povo; não é disso que sevangloria como grande defensor das riquezas naturais do solo e do suosolo dumt4rritório.É, pelo contrário, por saber ocupar a sua posição como um dirigente das classestrabalhadoras; é saber a classe que pertence; quais foram os sacrifícios dos-nossos antepassados e sua evolução até ao presente momento, ligando com osmomentos mais difíceis da invasão es trangeira neste Continente Africano enoutros,; da luta dos Povos de todo o Mundo para li quidá-los; as causas queoriginaram os fracassos aos nossos antepassados naquela invasão imperialista epor que agora conseguimos ultrapassá-los. O problema dos 1 800m2 é totalmentesecundário. (ver' a declaração do Governo da RPM face às agressões ugandesasao território tanzaniano).É uma brecha que o imperialismo encontrou para continuar a massacrar ederramar o sangue em África, levando os próprios africanos para lutarem entreeles. Devemos ver bem isso irmãos. Mesmo assim, a vitória, foi, é, e será dosPovos que defendem as causas justas.O governo da Uganda deve pedir imensas desculpas à Comunidade Internacional,em particular ao Governo e Povo do írmão da Tanzânia, não somente empalavras, mas sim retirando as suas tropas do território tanzaniano antes que s3jad--rotado no campo ae oataína lisicamente. Ao mesmo tempo deve esclarecer aossoldados e comandantes desse exército ugandês porque é que se retiram antes dealcançar os objectivos da invasão. Fazendo assim, permiti rã com que os vizinhospossam cumprimentar-se como irmãos do mesmo continente - Africano.Os soldados de Amin, aevem saber para que se ,destinam estas contradições entreirmãos e quem as encabeça. Não basta saberem pegar em armas, canhões, aviões ebombas para atacar o vosso irmão tanzaniano. 'Se um dia vos faltar o lu meenquanto que na Ta-a;niw, há, terão coragem de ir pedir se não acabarem porb.em estas contradições?O regionalismo e o feudalismo, são armas utilizadas pelos imperialistas ecapitalistas na sua dominação em Moçambique. Angola, Guiné mesmo em Portugal para melhor nos dividir e explorar, vivendo assim em contradições quandotodos pertencemos ao mesmo Continente. As fronteiras são necessárias paradistinguir onde começa e onde termina um determinado Pais, para melhorcontrolo dos seus bens. Não são para nos dividir e criar contradições quandopertencemos à mesma comunidade. Mesmo aqueles que vêm doutros continentessabem disso. É por isso que existem muitos continentes e países com as suascaracterísticas iguais ou diferentes segundo as circunstâncias da Natureza.Não somos descendentes de Adão e Eva. Somos descendentes de seres vivos queexistiram a.n.e. (antes da nossa era). É o trabalho físico e ideológico que nostornou aquilo que hoje so mos e o que queremos ser para o nosso futuro bem-estar. E por isso que estou contra a agressão

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ao governo ugandes ao territó rio tanzaniano.Feliciano GeiteMoamba - MaputoUSO E ABUSONo dia 4 de Novembro do cor" rente ano. taírigt me a bstaçuo Maganja da Costados C.T.M. em acima supracitada, a fim de ii emitir um vale postal para a minhafilha, que se encontra no Distrito de Pebane. vale este. na importancza cie 1:0<o.)ou ,Quinhentos Escudos). Quando lá cheguei, pedi um impresso apropriado e o funcionário em exer cicio dispensou-me. Porém; co mo não fosse otempo para aten der o público, em virtude dos sioados todos sectores de trabalhosó funcionarem a partir das 9 horas para diante, pois todos os trabalhadores daFunção Pública vão ao Estudo Político Estatal, disse-me para que voltasse dentrodo horário habitual.Julgando válida a sua hlpótí: se, assim fiz. Após o horáro es tabelecido, lá medirigi de novo a fim de entregar o impresso já preenchido, bem como a quantiaque nele escrevera -1 500$00 e. pela falta de trocos que se ve rifica no nosso País,entreguei mais 500S00, e como tinha que ir trabalhar no meu sector, pois que umamassa do nosso povo estava aguardar a minha chega da, deixei minha colega deserviço para que ficasse à espera de levantar o vale após a sua emissão e metrouxesse na Re partição.Quando passados 15 minutos ela me devolve o dinheiro, falta vam já 200S00 ealegando o mo tivo de que o chefe daqula esta çao queixar-se de não ler re. cebidocompleto, depois de &?u ter conferido perante o juncTEMP 0 N 427 3 .1

nário na presença ,das demais pessoas que naquela altura cer cavam o balcão afim de tratar assuntos do seu interesse.Faltavam precisamente 10 mnnutos, quando de novo larguei o público a fim de irsaber do melhor naquela Estação. Foi quando peguei numa motoriza" da acaminho daquela Estação, Postal. Tendo chegado na Esta ção acima citada, entreie pedi ao etemento que me, tinha atendido e que tinha recebido a importância emcausa, paraque me informasse o paradeiro do resto do dinheiro.Este, mobilizado-pelo seu chefe, julgo eu, limitou-se em dizer, que como haviaum movimento aesusao, não se re nrdava da quantia entregue por mini ý -ue nemtinha contado- No final disto só. se dirigiu ao Gabinece do seu, cnefe e deixou-me. O Ga binete fez cpm que o meu dinhei ro peraesse num espaço de 20 minutosao ~ imo. Será que o Gabóinete daqu3la E s t a ç a o contém ratos. Como épossível isso?Quando me dirigi àquela Estaçato Postal a perguntar, ainda com boas relações,relações de amizade, dum trabalhador igual a mim; não deu conta com o que ,eupedi, considerando, o respectivo caso como um c a s o acessório». Esimplesmente ia para me informar do melhor.Nem com isso tentou usar ter mos de ameaça, dizendo de ,que quando eu quisessepodia levantar. um, processo disciplinar pa ra ele ao tribunal. Em suma, cheguei à,conclusão de que o meu dinhetrb n~o tinha sido perdido em lado algum, mas sim

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desviado naquela Estação Postal. Existe um ditado muito telho que se diz: .0 Leãosó po de "rugit-depois de atacar uma vitima e comê-la. Então,- com a sua pana jácheia, põe-se a rugir».yaMPU t.- 4â? -~ pág. 4Está dentro da minha consct ência de que após a publicação desta minha carta narévista «Tempo», eu serei alvo de crítica em todas'as. sessões ao nível desteDistrito, Pois que é o que acontece cá quando um elemen to tenta expor umproblema que afecta o povo e para o conhecimento do mesmo do Rovuma aoMaputo, não queremos que ainda existam infiltrados, primos dos burgueses,parasitas, os quais só vivem em base a heran ça dos vestígios colonialistas eimperialistas.Ao findar, quero desejar bom trabalho e consciência política para ostrabalhadores dos C.T.M. da Maganja da Costa e os demais sectores de trabalhoao serviço do nosso Povo desde Rovuma até Maputo. E que estaÃ" crítica sirva de'estimulo de cans e o - e não teimo dedestruição dos mesmos. Mas sim, para que se liguem ao processo Revoluciondrio.Pedro MogoleMaganja da Costa ZambéziaO caso apresentado poreste leitor mostra para alêm de tudo o desrespeito, a f alta de consciênciaprofissio: nal, e a arrogância de certos trabalhadores do Aparelho de Estado. Ocaso apresen tadó pelo leitor é resolvido pelas Normas que recentemente oMinistério de Estado na Presidência divulgou.O leitor deveria utilizar ,esse Importante instrumentode combate à burocracia.FELICITAÇÕES DE UM ESTUDANTE NA TANZÃNIANão é minha intenção ocupar um, grande espaço na revistapois nem tenho %otíldaS suficientes para tal.Tenho acompanhado, embora de longe, o desenrokr da actawal Campanha Nacional de Aljabétização em curso no nosso País, na qual constatoque o nosso Povo não evita esforços em a participar massiva, a«ia e,conscientemente no processo.Dentro desse *contexto, ao escrever esta minha pequenaZ men" sagem querosimplesmente endereçar as minhas calorosas feli citações a todo o nosso Povo doRovuma ao Maputo pela sua activa e impressionante participação nesteimportante acontecimento histórico. Pois, a erradi-. cação do analfabetismo naRepública Popular de lMoçambique dependel de todos nós, nó nosso totalengajamento.Engajamo-nos resolutamente no enérgico combate contra o analfabetismo eignorância ensinando e aprendendo a fim de avançarmos firmes e decdidos naconstrução de um novo Estado Socialista.,Carlos Alfredo Fumo Institute of Adult EducationDar-es-Salaam - Tanz4niaUMA SUGESTAONo local onde se encontram as instalações do exBenfica de1 A -~

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Maputa e nas imediações existiram outrora 4 clubes de futebol, 3,dos quacs comnomes que poderuam ser aproveitados.Dos 4, 3 já desapareceram há muitos anos, sobrevivendo apenas um, o maisantigo e o mais prestzgzoso de todos., fundado em 29/14/1929 e chamado«ESTRELA AFRICANA». Possui até o mesmo equipamento encarnado, dierinctoapenas no emblema que em- vez de águia é mesmo uma estrela. É Ó Clube emque se iniciou o MOIANA (4$NIAIMO) jogador desse cluee cujo pai foitambém jogadói' e dirigente durante várias dcadas.-s outros chamaram.se tNOV 4 ESPERANÇA», NOVA INTERNACIONAL» e«ARMAS DO SUL. sendo este o nome que pensamos não poder ser aproveitadopor falta de enquadramento no nosso processo.O desporto popular sem alienação vencerá em Moçambique.M.C.A.MaputoA sugestão aqui transcrita deste leitor é apenas umaparte de uma extensa carta .onde é abordado o boato quese tentou espalh durante o Campeonato Nacional de Futebol de que o Desportivode Maputo teria um curandeiro para ajudá-lo a ganharo campeonatoO leitor aponta o perigode tal boato e denuncia a sua razão ae ser: «o clubismo e a consequente «clubite»que este ano transbordou para fora em doses maciças ...) as valas e os apuposque essa miudagem (os jovens que foram agitados para apuparem o Desportivo)levantou, são já fruto colhido desse exacerbado e doentio clubismo, sendo tantomais doloroso quanto é certo que essa mesma miudagem, há tempos muitorecentes, sobretudo de 1974 a 76 aplaudia as melhores jogadas no campo,independentemente dos clubes, vibrando e delirando com os golos e com asgrandes intervenções dos guarda-redes».PEDIDODE ESCLARECIMENTO CHEQUES NÃO VISADOSO que me leva a escrever, é para pedir um esclarecimento acerca dos chequesvisados e não visados. No dia 13 de Novembro de 1978, mandei o meu cunhado,para o Posto de Cb brança n.' 5 da APIE com um cheque de dois mil escudos parapagar as rendas de casa, de Setembro e Outubro. Ao voltar do trabalho a minhamulher diz-me que a APIE não aceitou o cheque porque não-estava visado.Fiquei bastante admirado com a atitude daquele Posto de Co brança, porque se eupassasse um cheque sem cobertura, tinhadireito a prisão julgo eu. Além disso têm nos arquivos deles, o,, meu nome, nomeda rua e do andar e da Flat. da minha casa. Portanto,' fiquei muito confuso com arecusa de aceitarem um cheque que não é visado.Agora para podçr ir visar o cheque, tenho que pedir uma dispensa da parte damanhã, irei quebrar a produção, o que não seria necessdrio, se o Posto &zCobrança n.< 5 trabalhasse como Electricidade de Moçambique, que aceitacheques não visados para pagamento de água.

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Por isso estou confuso, porque a maioria das Repartições do Estado aceitamcheques não visados e esta não, e por isso peço um esclarecimento. Porque é queo Posto de Cobrança n.o 5 não aceita cheques não visados tendo todos, os dadosdo inquilino no contrato e nos a,quivos deles,, portanto um inquilino que .vempagando a renda há muito tempo, já não é um desconhecido, que iria passar. umcheque sem cobertura.Aníbal Augusto Pais MaputoN.R.Na verdade e tal como oleitor exemplifica pelos métodos utilizados na Electricidade de Moçambique,pode-se fazer o pagamento de qualquer conta em chequesnão visados.Não há muitos meses oBanco de Moçambique emitiu uma informação onde regulava a utilização dochéque para pagamento de qualquer conta. Nessa nota era explicado que casoesse cheque não tivesse cobertura a pessoa que o tinha emitido estava sujeito adois anos de cadeia. Por esta razão não existe qualquer justificação para que oPostoýTMPO N. 427- í,ã,g

5 da APIE não tivesse aceiteo seu cheque.CAIXA COM SABÃOParece que a Fábrica de Sabão Saborel também quer começar com contradiçõesou quê?Verifica-se que a caixa de sahão Pioneiro é de 30 quilos. Cada caixa contém trintabarras ae 1 quilo inclusivamente ate traz escrito na caixa 30 barras de sabão 30quilos ,mas agora todo sabão sai com 800 gramas porquê? Senhores leitores asgramas quc nos tiram não é muito, mas dará pelo menos para 20 quilos de roupasuja. Peço à entidade responsável para tomar devida nota.António M.Manjate Xai-Xai,EM CIMADOS CAMIõESVou jalar sobre os ajudantes dos camiões, principalmente senhores motoristas delongo curso. É da minha obsrvação a respeito dos ajudantes. Epeço a observação de largas massas populares. Qual é a razão,ãos ajudantessairem de Maputo com destino à Beira ou mesmo de Maputo para Cabo-Delgado está em cima do camião e cujo esse camiãoestá bem carregado e bem tapado de lona e amarrado de cordas e ainda obriga oajudante e s ta r lá. Agoraeu pergunto, qual é a con sideração dos motoristas aseus ajudantes?Bem, os outros iriam-me lançar a seguinte resposta é porque ele é ajudante e temdireito de estar sempre atrás enfim de guarnecer a carga. De novo pergunto, comoé que guarnece essa carga »3 já está tapada de lona, e bem amarrada com cordas?!Esse ajudante não é alvo de todas as doenças? Bem, os outros vão-me dizer que a

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responsabilidade dele é essa assim mesmo que esteja pendurado. Acho que nãodevia ser assim.Se nós todos fôssemos condutores quem havia de ser ajudante? Se fôssemosajudalítes quem havia de conduzir?Seria melhor esses motoristas que têm zspírito racial de eliminar h a ve rConsideração com vossos ajudantes.Se no caso de estar ocupada a frente da cabina isso compreende-se, e ele sendo oseu ajudante vai compreender a situação. Mas isso tem-se verificado- muito maisnos de longo curso; além do ajudante ser alvo de todas as doenças, ele não é alvoda morte?De um momento para outro pode cair sem o condutor ver. Coisas que o condutorpodia evitar. Mas, qual é o combate que merece para acabarmos com essessenhores? Eu sozinho não consigo relatar as medidas que podemos iomar a essessenhores motoristas portanto apelo a observação da maioria do Rovuma aoMaputo.Francisco CuchaveneFPLM - Condutor militar BeiraO MEU ANO LECTIVOO ano lectivo 1978, não foi devidamente satisfatório para mim em particular.Tivemos uma turma não estruturada, com uma vida individual, sem a FRELIMOna sala de aulas, a não somente o que cada aluno trazia no seu interior.Professores bons, mas outros com falta de princípios pedagógicos, criando assimchoques entre alunos e professores. Mesmo que estes choques não fossem degrande releváncia, diminui o dinamismo de ambas partes.Durante o ano inteiro, vi professores que"chegavam à aula sem saber do programae as matérias para naquele dia, terminando' assim em fazer perguntas abusivas esem sentido, esquecendo que estavam a ensinar pessoas adultas que deixaramlares, filhos doentes para irem à escola com o fim de aumentar us seusconneczmentos científiCOS.Tive também sorte em apreciar o espzrito indomável dos professores,principalmente cooperantes que mesmo doentes iam às aulas, sacrificando as suasvidas para nos nos tornarmos mais ao que éramos.Em suma: não foi um ano tão frutífero, como se esperava, pois houve certadesorganização em ambas partes, espírito individualista, muitas faltas semjustificação dos alunos e certos pro fessores. Espero que a própria ComissaoDirectiva esteja cient,3.Fernando Carolino NampuhaTRANSPORTESAÚDEABASTECIMENTOQuando falamos dum Distrito, referimo-nos a um vasto aglo-TEMPO N.- 427 Pág, 0--Ew N>

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,,~, uu pupUtactonal, que nos impõe tários deveres em beneficio dele. Mesmosem meios de apoio, uma simples observação, conscientemente pronunciada, eparticipação na Reconstrução Nacional.Pebane, geograficamente é o último Distrito situado na zona litoral e que pertenceà Província da Zambézia, e limitado pelo rio Ligonha, quem vai para MornaProvíncia de Nampula.Em pormenor tentarei expor ,a situação.Saúae: As instalações deste sec tor vital para apopulação, não estão em condições,e os serviços a serem efectuados numa das casas ali existentes não tem condiçõespara tal. O Distrito não pos sui ambulância apesar de se distar da Sede Provincialde mais de 300 quilómetros. Falando das localidade4 que são Mualama eNaburi, vimos que não estão suficientementeý condicionadas para responaer àsnecessidades da população, pois, muitas das vezes entramos naqueles postos desaúde, e saímos sem encontrar pelo menos mercurocromo para curativõs.Educação: O Distrito, nomeadamente a localidade de Mualama, tem todascondições de garantir aos alunos o prosseguimento dos seus estudos pelo menosaté a sexta classe. Quando citei Mualama, refiro-me ao Centro Educacional d,3Pilima com todas condições. Ali onde os padres mandavam os internosproduzirem para fins comerciais, deveria-se converter numautêntico centro de ensino e produção para o benefício dos próprios alunos. Comcentenasý de hectares de cajueiros e palmeiras haveria verbas para apoiar aDelegaço distrital deEducaçao, a fim de adquirir ma terial escolar. No entanto vemos-alunos percorrem 52 quilómetros a pé para Mualama -e Naburi, a fim de nacabeça trazerem sacos de larn na para a sua alimentação em Pebane. Ora, umaluno que percorre esta aistancia num fim-de-semana em que devia preparar assuas týçoes para segunda-feira nada pode aproveitar. Por isso, vimos que muitosdos matriculados na quinta e sexta classe, em Pebane, desistem ficando em -casaimpossibilitados de estudar.Transportes: A única comunicação que leva o Distritoà Sede da Província é um ,machimbombo com duas viagens por semana, mas quesó há uns meses começou a circular.Futuramente voltarei para /alar sobre o problema de abastecimento, neste distrito.Para eva cuação de produtos da população, foi a Empresa Lojas do Povo. Aempresa Boa Viagem que ligava aquele distrito ao Distrito de Morna deixou de ofazer há mais de dois anos, motivos que de momento não estou em condições deexpô-los. Com isso.peço às estruturas competentez-, Sfim de viverem esta situação, dando apoiopolítico, material e administrativo.Alvaro M. Jufior NampulaPAGOU DUAS VEZES A RENOVAÇÃO DO B.I.Foi precisamente no dia 19 de Novembro de 1977 que fui eu mais a minha esposaao Arquivo da Matola a fim de renovar o Bilhete de Identidade da minha esposaque se encontrava caducado, onde depois de todas as voltas -. ir ao correio pagar o,ýostal e por fim o Arquivo disseram-nos para o ir buscar depois de três meses.Findo esse prazo a minha esposa foi novamente e disseram

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-lhe que ainda não veio, e assim deram-lhe mais um prazo e ma s prazos e no dia10 do mês de Novembro de 1978 a resposta sempre foi de que «aindâ não veio».Agora pergunto.Será que ultimamente a renovação dos Bilhetes leva um ano e mais seis meses?Será que os documentos foram extraviados?Onde foi o primeiro dinheiro?Ou é preciso pagar mais dinheiro?Em caso de extravio, isso sucede a um qualquer, mas sendo assim deviam fazercompreen der que são vários a reclamarem.Ainda uma coisa mais engraçada é dos Bancos não deixarem levantar qualquerimportância sem ter o próprio Bilhete. Qual será a finalidade disto?Justino Bandecane NhambeleC. Tâmega - Machava MaputoTEMPO N.° 427 --pág. 7

PUBLICADALI DA ORGAIÇÃO JUDICIÁRIAA Comissão Permanente da Assembleia Popular publicou ' Lei da OrganizaçãoJudi. ciária que regula a estrutura, composição e funcionamento dos TribunaisPopulares.O avanço do processo revolucionirio e a consequente destruição do aparelho deEs tado colonial.fascista, com vista à edificação do Estado Democrático Popular,tornou a criação do sistema judiciá-rio de tipo novo uma exigência do processo histórico. ,O estudo e a análise da experiência de justiça popu. lar alcançada até agora,nomeadamente no decurso da guerra popular revolucionária de libertaçãonacional, torna possível formular as regras e princípios. que devem reguiar aestrutura, composição e funcionamento dos tribunais populares.A recente realização de eleições e a constituição das Assembleias do Povo,órgão supremo do poder unitário do Estado moçambicano, cria ram as condiçõesfavoráveis ao funcionamento dos tribunais e indicaram o método popular a seguirpara a sua constituição.A Lei da Organização Ju. diciária, agora publicada, determina que a funçãojudicial,na República Popular de Mo] çambique, é exercida pelo] Tribunal PopularSupremo, Pe los Tribunais Populares Pro-] vinciais, Distritais e de Loca-. lidade.A referida Lei, que deter. mina igualmente a composição e competência dos ór.gãos da nova organização judiciária é mais um passo fundamental na edificaçãodo novo -Estado e constituirá uma escola e uma base per, manente onde se revivee se consolida a unidade do Povo moçambicano.PRESIDENTE SAMORA MACHELRECEBEU DELEGAÇÃO AMERICANAO -Presidente da República Popular de Moçambique, Samora Machel, recebeu natar de do passado domingo uma delegação do Departamento de EstadoNorte.Americano que incluía o Embaixador dos Estados Unidos nas NaçõesUnidas, Andrew Young, e o Subsecretário de Estado pa.

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ra os Assuntos Africanos, Richard Moose, que haviam chegado a Maputo na parteda manhã, provenientes de Dar-es-Salaam.Durante a parte da manhã, a delegação manteve conver sações com umarepresentação do Governo moçambicano liderada por Sérgio Viei-A dele'gç, norte-americana quando se avistava com o jPresidente da ZANU e co-Presidente da Frente Patt1iÓtíca-Robert MugabeTEMPO N. 427- P. 8O Presidente Samora Machel com o Embaixador norte-americano na ONU,Andrew Young.ra, membro do Comité Central do Partido.O encontro realizado à tar. de, na Presidência da República, em que participaramtambém o Ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Joaquim Chissano,e outros responsáveis do Governo, versou sobre assuntos relacionados com asituação na África Austral, comespecial incidência sobre o problema do Zimbabwe!Pouco antes, a delegaçãonorte-americana avistara-se com o Presidente da ZANU, Robert Mugabe.A delegação norte-americana, que na Tanzênia manteve conversações com oPresidente Julius Nyerere, seguiu para o Botswana, outros dos países da «Linhada Frente». o

AATR DIA 15 LISTAS DE ELEMENTOS COMPROMETIDOSo Comunicado do secretariado do CC da FRELIMOO Secretariado do Comité Central da FRELIMO emitiu no passado dia 1, umcomunicaão sobre a orientação dada, no dia 11 de Novembro pelo PresidenteSamora Machel no encerramento da Campanha Nacional de Estruturação doPartido, definindo a necessidade de vigilân cia sobre todos os elementos queestiveram comprometidos com organizações do colonial-fascismo.É o seguinte o texto do referido comunicado:«0 Presidente da FRELIMO e Presidente da República Popular de Moçambique,Samora Moisés Machel, anunciou no discurso pronunciado no dia 11 deNovembro, por ocasião do encerramento da Campanha de Estruturação doPartido, que deveriam ser afixadas nos locais de tra, balho e de residência, listasdos PIDES, GES, GEPS, comandos, AHPS, OPVS e elementos pertencentes aoutras organizações colonial-fascistas.Esta acção deveria iniciar-se ao nível dos ministérios e estenderseprogressivamente a todos os sectores do nosso Pais.Esta medida destina-se a permitir que todo o povo exerça uma vigilância rigorosae eficaz sobre estes elementos, muitos dos quais, ainda hoje., levam a cabo acçõescontra as nossas conquistas revolucionárias.Só conhecendo, controlando e acompanhando de per to a vida destes elementosestaremos em condições de libertá-los do compromisso com o inimigo ereintegrá-los na nossa sociedade.A presente medida devo, ser implementada impreterivelmente até 15 deDezembro de 1978, devendo as fotografias a afixar com as listas ser fornecidaspelos elementos abrangidos por esta medida.

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Maputo, 1 de Dezembro de 1978».NOVAS EMPRESAS ESTATAIS NO DOMINIO DO COMERCIOPor decisão do Conselho de Ministros da República 'Popular de Moçambique, foicriado um conjunto de empresas estatais que vão exercer as suas actividades nodomínio do Comércio Externo, encarregando-se, em regime de exclusividade, daimportação e exportação de matérias-primas, equipamento e acessórios para secto.res económicos considerados vitais.São as seguintes as empre sas criadas: Empresa de Comércio Externo de Equipa.mentos Industriais (INTERMETAL), ligada à importação e exportação demateriais pa ra os sectores da metalurgia, metalo-mecânica e electrónica; EmpresaMoçambicanade Importação e Exportação de Produtos Pesqueiros (PESCOM Internacional) querealizará a comercialização de peixe no exterior do Pais, Empresa Nacional deImpor-tação de Veículos Motorizados (INTERMECANO) a quem competirá todo ocomércio externo de equipamentos motorizados, motociclos, auto. móveis ligeirose pesados,máquinas para a agricultura e construção; Empresa. de Importação de ProdutosQuímicos e Plástcos (INTER.QUíMICA); e. Empresa Moçambicana de Importação de Materiais de Construçãoe M i n e rais (INTERMACON).Para além destas empresas o Conselho de Ministros decidiu criar a EmpresaDistribuidora de Materiais de Cons trução (DIMAC) com a atribuição dedistribuir internamente os materiais de ferragens e ferramentas para a construção,de acordo com as prioridades definidas pelo plano económico nacional. A criaçãoda DIMAC implica a suspensão da actividade das empresas de comercializaçãode materiais de construção que se encontram intervencionadas pelo estado.TEMPO N.° 427- Pág. 9

ACORDOS DE COOPERAÇÃOASSINADOS COM A COREIAo Previsto fabrico de bo"mbas de águae construção de estaleiro navalDois acordos e um prototocolo de cooperação foram assinados no passado dia 2,em Maputo, entre o nosso Pais e a República Popular Democ'rática da Coreia, emreforço dos laços de amizade existentes.Os três instrumentos de cooperação, foram assinados por José Luís Cabaço,memb)ro do Comité Central da FRE LIMO e Ministro dos Transportes eComunicações, em,epresentação do titular da ýpasta da Indústria, e Energia, epor Seng Ki To,Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Coreia em Moçambique.Um dos acordos de cooperação económica e técni ca prevê o fabrico de bombaspara rega no nosso Pais e a reparação de máquinaseléctricas, na Beira.O sector pesqueiro é visado no outro acordo, queTEMPO N.' 427 -pag 10

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projecta a cýonstrução de um estaleiro em Angoche, destinado ao fabrico debarcos de madeira.O protocolo de cooperação técnica abrange vários secto res de actividade,nomeadamente os de Obras Públicas, Indústria, Agricultura, Transportes eComunicações, Educação, Cultura e Saúde.Durante o acto, foram pos tos em relevo ps laços de fraternidade que unem osMomento em que o Ministro José Luis Cabaço e o Embaixador Seng Ki To secumpri.mentavam, após a assinat ura dos acordos e do protocolo de coopraCão entre a República Popular de Moçambique e a' República Democrática da Coreiadois Governos e povos, tendo o Embaixador coreano ma nifestado-a preocupaçãodo seu povo pela reunificação da Pátria.Em nome do Governo moçasmbicano, o Ministro José Luís Cabaço afirmou que«é agora nossa responsabilidade traduzir estes acordos em obras concretas queconsolidem as relações de amizade na-luta comum contrao imperialismo»O Presidente da FRELIMO e Presidente da República Popular de Moçambique,Samora Machel, recebeu no dia 29 do mês findo, em audiência de cortesia, oEmbaixador da República Islâmica do Paquistão, Mohammad Rhaim Khan. queapresentou cumprimentos de despedi.. da ao Chefe de Estad, moçambicano, emvirtude de terchegado ao termo das suas funções no nosso PaisADULTRA ÇÃODO EMBLEMA NACIONALO Ministério de Estado na Presidência divulgou uma nota em que se afirma que setem vindo a verificar a adulteração de um dos símbolos da República Popular deMoçambique- o Emblema.Acrescenta a nota que os impressos timbrados e carimbados apresentam, namaioria dos casos, emblemas que não correspondem ao adoptado oficialmente.Neste contexto, com vista a corrigir esta situação,o Ministério de Estado na Presidência esclarece que o Emblema Nacional temdois círculos concêntricos represen lados, contrariamente ao que aparece emalguns casoscom um círculo apenas.As letras inscritas têm formato arredondado e nãoagudo.

CONVERSAÇÕESFRELIMO-PCPTiveram inicio no passado dia 4, em Maputo, conversações entre delegações daFRELIMO e do Partido Comunista Português que visam, essencialmente, umatroca de informações, refor. ço da amizade e estreitamen to das relações decooperação que sempre existiram en tre os dois Partidos.A delegação do P.C.P. que se deslocou a Moçambique para uma visita de qua trodias, é composta por Car los Costa e Carlos Carvalhas, respectivamente, membro

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da Comissão Política Nacional e membro do Comité Central. A delegação moçambicana é chefiada por Joaquim Chissano, Secretário das Relações Exteriores emembro do Comité Político Permanente do CC da FRELIMO, e incluiu BonifácioGruveta e José GanânciO. ambos membros do Comité Centrál da FRELIMO.Na abertura das conversações, Joaquim Chissano que começou por saudar adelegação do P.C.P. recordando os laços de amizade e cooperação «cada vez maisfor. tes entre os nossos dois Partidos», afirmou a finalizar que «o nosso objectivo, o objectivo do Povomoçambicano guiado pela FRELIMO. é cri ar relações com todos os Partidosrepresentantes das classes operárias e exploradas.»Por sua vez, Carlos Costa. chefe da delegação do P.C.P. agradeceu as palavras deJoaquim Chissano e fez vo' tos para que «o estreitamen. to das relações dosnossos dois Partidos continuem a servir para a melhoria das relações entre osPovos amigos de Moçambique e de Portugal» Disse 'tambén que «todas as razõesdo passado e porventura do futuro. como alguns lamentáveis incidentesverificados em Portugal contra a República Popular de Moçambique, não alteramem nada o desejo de estreitamento das nossas relações de amizade e coopera ção»Aspecto do início das conversações entre as delegaçõcs do Pa e da FRELTMONo dia 21 do mês passado, teve lugar em Roma, no Ministério dos NegóciosEstrangeiros da República. Italiana, um encontro entre o Ministro do Plano donosso País, MarceliVo dos Santos, e o Ministro dos -Negócios Estrangeiros daRepública Italiana. Arnaldo Forlani, que era acompanhado pelo SubsecretárioLuciano Radi. No final do encontro, a que a imagem se refere, foi assinado umMemorandum de Acordo entre os dois Governos para a criação de uma Comissãode Cooperação Económica Mista. cu7o objectivo é o de coordenar e orientar asiniciativas no campo económico, em curso e a desenvolver entre os dois países. Aprimeira reunião da referida Comissao, terá lugar nos começos de 1979HUNGRIA APOIAVITIMAS DAS CHEIASA República Popular dá le País socialista em MjHungria ofereceu ao nossdçambique, Gabor Suto. a País cerca de 72 toneladas Shafurdine Khan, director dade géneros alimentícios e 50 Divisão Europa-América do tendas com capacidadepara Ministério dos Negócios Esseis pessoas, donativo este trangeiros queexpressando destinado a apoiar as vítimas o agradecimento por este das cheias doZambeze. apoio em nome do Partido,A entrega foi feita em Ma- do Governo e .do Povo moputo, no dia 30 do mês fin-çambicano afirmou que «os do, pelo Embaixador daque- nossos amigos sãoaqueles que nos ajudam tanto nos momentos difíceis, como nos momen tos defesta». Salientou também que este ano já era a quarta vez que o Povo húngaromanifestava o seu espírito internacionalista oferecendo-nos ajuda.Por sua vez, o Embaixador Gabor Suto enquadrou a oferta no âmbito das relaçõesde amizade que o Povo do seu Pais vem desenvolvendo com o Povomoçambicano já desde o período da Luta Armada de Libertação Nacional.rtido Comunista PortuguêsTEMPO N., 427- pág. 11

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BUSTO DE. GEORGES DIMTROV NA ZONA VERDEUm busto de i6eorges Dimitrov foi oferecido pelo Pre sidente da RepúblicaPopular da Bulgária, Todor Jivkov, à população do bairro da Zona Verde, emMaputo, e que se destina a assinalar a visita do dirigente máximo do Povo búlgaroàquele bairro onde, acompanhado pelo Presidente Samora Machel, dirigiu umcomício de massas, em 23 de Outubro findo, por ocasião da visita oficial queefectuou ao nosso Pais.Durante a tarde do passado sábado, realizou-se uma reunião para apresentação daoferta à população do referido circulo, em que estiveram presentes responsá veisda localidade de Benfica e das estruturas administrativas do Segundo Bairro.Durante o encontro, orientado pelo Grupo Dinamizador do Bairro da Zona Verde,foi salientada a importância da )oferta n>o âmbito doreforçoEM MOÇUma Empresa Estatal denominada Lojas Francas de Moçanbique(INTERFRANCA), foi recentemente criada pordecreto governamental.A INTERFRANCA, que ficasubordinada ao Ministério do Comércio Externo, tem por objectivo importar evender em moeda estrangeira com curso legal no Pais, artigos não existentes ouraros no mercado interno ou ainda artigos de exportação.A referida empresa propõe-se igualmente garantir e organizar o aprovisionamento de bens de consumo aocorpo diplomático e às embaixadas, bem como constituir armazénsde regimeaduaneiro paTEMPO N.* -427-pág. 12da amizade e solidariedade militante que une os Povos de Moçambique e daBulgária, tendo a população íncumbido a estrutura política do seu bairro paraatravés da Direcção máxima do nos. so Partido e Estado, fazer chegar os seusagradecimen tos ao PreSidente e ao Povo irmão da República Popular daBulgária.Foi ainda decidido nesta reunião que o busto oferecido será colocado nummonumentoa erguer em local des tinado junto à sede do Grupo Dinamízadordaquele bair ro.Georges Dmitrov foi um destacado combatente 'antifascista búlgaro, teórico erevolucionário consequente, e um dos fundadores do Partido Comunista daBulgária, que antecedeu Tdor Jivkov na direcção da Revoluçãobúlgara.UANCAS INDIQUEra depósitos das mercadorias em trânsito, destinadas à ven. da nos seusestabelecimentos.As facturas de venda em divisas, e mitidas pelas Lojas Francas, constituirãodocumanto bastante para ser autorizada a exportação dos p'odutos delasconstantes livres de direitos e isentos de formalidades de despacho.Na base do referido ,decreto encontra-se a intenção de criar novas fontes dedivisas, abrir. perspectivas ao turismo internacional e tornar conhecidos eapreciados no estran geiro os produtos moçambicanos, industriais ou artesanais.

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Realizou-se no passadk. dia 2, em Maputo, o Iuneral do combatente zimbabi-;cano, Tafirení zka Tichatonga, vi tima de um atentado bombista perpetrado pelasforças racistas da Rodésia, quando no dia 28 do mês findo explodiu um engenhopostal armadilhado, endereçado aos escritórios da ZANU, uma das forçascomponentes da Frente Patriótica. Ar imagens referem-se ãs cerimó. niasfúnebres, em que participou Mariano Matsinha, membro do Comité PoliticoPermanente do CC da FIELIMO e Ministro do Interior, em répresentáção'doPrtido e do Governo do nosso País. Presentes também, Robert Mugabe, coPresidente da Frente Patri $i-. mon Muzenda, VicePresidente da ZANU. EdgarTakere, Secretário-Geral da mesma organização, o Primeiro Secretário daEmbaixada da Tanzania em Moçambique e representantes do Comité deLibertação da OUA e doANC da África do StlCASA COM, CEM ANOS1 PARA MUSEU DA MOEDAA «Casa Amarela», cula existência está intimamente ligada à história dacolonização do nosso País e que foi a primeira casa construída no então«presídio» de Lou-' renço Marques, nos princípios da ocupação portuguesa emMoçambique, vai ser transformada em Museu Nacional da Moeda.Esta informação foi divulgada pelo jornal «Notícias» que acrescenta que commais de um século de existência aquela testemunha muda da opressão colonialportuguesa vai mostrar a toda a gente a variedade de moedas e notas que até aoMomento circularam em Moçambique. bem como objectos que serviram de meiosde troca no comércio antes do aparecimento do dinheiro.SAs obras de restauro foram já. iniciadas, as quais visam a introdução de pequenas adaptações necessárias, a um Museu Nacional ia República, Popular deMoçambique. Não será, derrubada nenhuma das paredes existentes e;exteriormente, será conservada a talha original do edifício. , ý - x, 1Entre outras de s aefectuar na 8dapt40, terior, será prevista a introdução de expositp es de Oãrede,vitrins e expostore em redoma, devendob o iMuseu Nacional da Meada contermostras de moedas re-, presentativas detodo ýo muni do - pelo menos natotalidade dos cinco continentes -, além das moedas, que cirau: laram emMoçambique e das peças que serviram como

objectos de troca, tais como enxadas, catanas e outros utensílios antes doaparecimento do dinheiro.A reconversão desto, edificio histórico do século XIX em museu enquadra-se namaterialização das directivas do Partido e do Governo, no que se refere àpreservação e valorização do património histórico-cultural do nosso Pais, deforma a assegurar a sua conservaçãò como monumento nacional.A «Casa Amarela» fica situada junto à Praça «25 de Jp nho» ,onde foi construídaem 186. dez anos antes da elevação do então pobrí povoado que era o chamado«presídio» de Lourenço Marques à categoria de vila. Ela foi edificada: com pedratrazida

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Foi recentemente inaugurada na cidade de Lichinga a primeira livraria do InstitutoNacipnal do Livro e do Disco ao nível da Províntía do Niassa.No decorrer da cerimónia, que contou com a participação de responsáveis doPar'tido e do Governo, a delegação do lNLD ofereceu o livroFR I k - ,..-:-.. <*.da Ponta Vermelha. penosamente carregada por escravos moçambicanos, sendopropriedade de um mercador indiano estabelecido na zona, cujo nome não seconhece, e quê se ¡supõe ter enriquecido 'à' cuáta do comércio de escravos e dediversos outros negócios.A excepção da fortaleza e do actual Arquivo Histórico, que foi a primeiraconstrução feita pelos portugueses. a «Casa Amarela» é o edificio mais antigo queexiste em toda a cidade de Maputo e dos mais antigos do Pais. No seu tempoapenas havia pequenos barracões de um ou dois pisos em madeira e zinco, dosquais nenhum con seguiu resistirao crescimento da cidade.gresso», ao Governador da Província, Aurélio Manave.Foi afirmado na ocasião, que a livraria abastecerá de cadernos, livros e outromaterial de carácter escolar toda a província, assim como de artigos para aindústria gráfica e fará a distribuição de jornais e livros de cultura geral./rGazaMTAALOSDA CAMANHA GRICOLAOs- trabalhos da Campanha AgricoíQ 1978/79 na Província de Gaza, encontram-se numa fase bastante adiantada tendo sido semeados já mais de dez mil hectaresno Complexo Agro-fndustrial, do total de 14 mil que deverão ser cultiva-Os dois principais sectores deprodução agrícola, designádamente o sector estatal eo cooperativo, naquela Província irão semear no decorrer desta campanha 23 600hectares de arroz para se tentar obter uma colheita estimada em cerca de 60 miltoneladas.Os dados actuais permitem adia'ntar que tais metas podem ser atingidas, mercê doesfor-' ço dos trabalhadores das unidades de produção que mobilizám 'todos osrecursos humanos e materiais disponíveis para apoiarem 'a implementação daCampanha Agrícola de 1978/79, tendo 'sido adoptado o sistema de trabalho emdois turnos para os tractores, que passam a operar dia e noite, com a finalidade dese tirar o máximo rendimento do equipamento técnico.Esta inovação ganhou novo alento apó$ o processo de Es-truturação do Partido e a criaçao de estruturas organizati[ vas dos trabalhadores,designa demente Conselhos de Produção, bem como a organização do Própriotrabalho e a divisão dos trabalhadoresem pelotões e em blocos. - :'»Foi também organizado e melhorado o sistema de manu. tenção do eqbipamentotécíÍ. co, de modo a garantir a reali. zação.das sementeiras na épo. ca propicia.Deste modo, prevê-se que até ao. dia 15 ou, 20 de Dezembro -toda a semente tenha sido lançada àterra,,ACIDENTE DE VIAÇÃO PVOUMMORTO E, 22 PERUDOSUma pessoa perdeu a vida e 22 ficaram gravemente

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feridas, em consequência de um acidente de viação ocor tido ao quilómetro 140da Estrada Nacional n. 1, noqual' esteve envolvido. um autocarro da «ROMOS»,quefazia a carreira-entre Maputo e Inhambane.O desastre ocorreu cerca das 9.30 horas' passadodia 1, no troço entre Magul e Macia, com um autocarro que transportava 86passageiros. De acordo com declarações prestadas pelo responsável distrital doCorpo de Polícia de Moçambique na, Macia, ao jornal <t4icias», estava a choverquando o acidente se deu e' o machim"bombo despistou-se e capotou, acabando por ficar voltado para o sentido contrárioàquele em que seguia.Hão estão apuradas' as causas, do desastre. de queresultaram também danos materiais na viatura, tendosido iniciadas averiguações nesse sentido.IEDUCAÇÃO SAN!TARIAE SANEAMENTO DO MEIOVai ser desencadeada brevemente no distrito de Palma, -Cabo Delgado, umacampanha de educação sanitária e de saneamento do meio ambiente nas diversasaldeias comunais daquele distrito.A referida campanha tem em Vista o combate e preven ção de doenças que sefazem sentir' naquele distrito, no-meadamente a tuberculose, bilharziose, malária e doenças venéreas, de acordocom o que foi revelado pelo résponsável de 'Saúde em Palma, que acrescentouque rmiitas pessoas estão ainda sensibilizadas para a importância dos hospitais o'centros sanitários.TEMPO N.' 427- pág. 13LVA DO INLDEM LICH. A

FALANDODE0.Pouco antes de atravessarmos a ponte que nos leva à vila de Magude um letreirode fundo branco com letras pretas desperta-nos a atenção. O letreiro indica aqualquer pessoa que ali passa que aquela zona foi afectada pela febre aftosa.A febre aftosa foi detectada em Outubro do ano passado em Mapulanguene - umadas melhores regiões de criação de gado, segundo a opinião de Armando Ferreira,responsável distrital de gado de corte pelo sector estatal o que obrigou ainterdição de entrada e saída de gado em certas zonas e simultaneamenteinstalaram-se p o s t o s de desinfecção. Hoje, segundo anunciaram os serviços desanidade pecuária, os focos de febre aftosa que atingiram tais regiões no Distritode Magude já se encontram sandosAntes de chegai..nos ao local onde está fixado o letreiro, du-rante o nosso percurso íamos deixando atrás pequenas manadas ýe gado quepastavam. Certamen¥> devido ao seu réduzido número, eram animais de criaçãofamiliar.

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«Os criadores familiares têm cerca de 124 mil cabeças de gado bovino' -informou-nos, já na vila de Magude, Armando Ferreira. A qualidade dos bois,vacas ou novilhos que os criadores familiares possuem é inferior à dos criadoresprivados e à do sector estatal porque são de <raça landim» - como a designam aspessoas que estão acostumadas a lidar com as raças importadas - e não merececuidados especiaisc0mo as outras raças.«Nós às vezes quando compramos algumas cabeças da raça lan dim descobrimosque elas têm no corpo ng-merosas carraças e outros bichos causadores dedoenças» - continuou Armando Fr-TEMPO N. ý27--p;9. 14

reira. Explica-nos que este tipo de gado né o mais resistente», porque estáadaptado à região e ao clima, por isso é de lácli crlaçao para as populações porquenão exige cuidados especiais nem grandes gastos financeiros.Mas evíentemente, como qualquer animal, também apanham do enças. «Oscriadores familiares utilizam métodos tradicionais pa ra curar certas doenças -como a névoa, por exemplo. Da parte aa veterinaria o gaao das populaçoes esubmetido a banhos nos nu merosos tanques que existem em ivíagude, bem comorecebem algumas vacinas» - esclarece-nos o responsável distrital, para logo aseguir apresentar-nos um problema já ultrapassado;«Quando o sector estatal de gado acabava de ser criado tivemos problemas comas populações que introduziam os touros da raça landim para as nossas cercasoriginando cruzamentos 6útre raças diferentes. Agora estão a nascer muitovitelos».As cabeças de gado que este sector tinha à venda eram comprados, tanto peloscriadores privados, como pela administração, a preços baixos. Armando Ferreiraapontar-nos-ia um ponto particular e interessante: *: . «Alguns criadores criamcabeças de gado sem objectivo económico. -É por isso que reparamos dentre elesque existem certas cabeças - pelas suas, carecterísticas particulares, chifres, cor dapele, cauda, etc. - que quase que são consideradas animais de estimação.»ANIMAIS DE ONTEM, ANIMAIS DE HOJE«Nas propriedades abandonadas só encontrdmos vacas. Os bois e novilhostinham sido vendidos pelos antigos proprietdrtos»-assim fez a introdução aofalar do sector estatal de gado de corte.Armando Ferreira adiantou-nos pormenores: os criadores privados com aansiedade de fugirem de Moçambique deparou-se-lhes um obstáculo: possuiammilharesTEMPO N. 427-pg. 15

AO LADO: Gado de criação familiar: um«peso» importante no Distrito de MagudeArmando Ferreira: «ó sector estatal Bernardo de Almeida: Roubam-nos oengloba seis empresas dos antigos gado!»proprietários ...»«Raça landim»: mais resistente, mas de inferior qualidade,TEMPO N.o 427- pag. 16

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de cabeças de gado que ao ulongo da sua carreira» lhes davam lucros. Pararemover o obstáculo venderam os bois e novilhos em disparidade aos matadourosda Provincia de Maputo. «Houve um criador que chegou a vender ao matadourode Maputo 80 animais para o abate, num só dia!» Só quando terminaram a vendadessas cabeças é que fugiram do País.«0 Sector estatal engloba seis empresas dos antigos proprietários, como o Mirandae outros. À semelhança dos sectores recém-nascidos este sector também temdificuldades resultantes da sua tenra maturidade.«Quando o Estado tomou conta dessas propriedades os trabalhadores que lá seencontravam ficaram assustados e perguntaram: «o que é o Estado?» Pensavamque o Estado era algo que ao tomar conta de uma determinada empresa ostrabalhadores ficavam sem emprego, sem salários, etc. Agora eles vêem que afinalnão é aquilo que eles pensavam.»O gado do sector estatal e também do sector privado, na suamaioria é de raça importada, diferente da «raça landim». Por isso exige mais c u id a d o s especiais: a sua alimentação tem de incluir rações industriais para lhesaumentar b peso e a qualidade da carne, tem de ser regularniente vacinado paraevitar cer tas doenças e aguentarem o clima, etc. Rações e vacinas essas que emtempos de falta escasseiam, apesar do apoio dos serviços da veterinária e deestruturas directamente ligadas à pecuária.ROUBOS«Magude tem excelentes condiçoes para a criação de gado»diz-nos Bernardo de Almeida empregado do ganadeiro José de Almeida, comoque desenvolvendo a opinião de Armando Ferreira. É um homem forte, deestatura normal, cara- coberta de barba espessa, esbraceja quando da sua boca saiuma voz rouca e arrastada:«Da propriedade do meu patrão estamos a aproveitar quase metade do terrenopara pastorear gado. Isto porque se nós alargamos demasiado a nossa zona aepastagem roubam-nos o gado.»Sobre este tema Bernardo de Almeida adiantou-nos o seguinte: tendo-severificado roubos na pro priedade do seu patrão prenderam-se alguns ladrões. Masos pre sos, três dias depois «eu vi-os aí soltas»! «Esta observação de Bernardo deAlmeida seria reafirmada por Armando Ferreira ao afirmar que «têm-se verificados roubos nas propriedades privadas».José de Almeida é um dos poucos criadores de gado que ainda continua emMagude ao contrário de muitos que ao fugirem daqui, como atrás assinalámos,cometeram actos de sabotagem eon tra a nossa economia.TEMPO N. *427 - -pbg-

Uma operação de controlo e verificação dos táxis privados foi desencadeada emMaputo, a partir da tarde do último sábado. com o objectivo de solucionar assituações de irregularidade exis tentes, nomeadamente a falta de .pagamento deimpostos e a existência de viaturas-cuja circulação punha em perigo a vida dospassageiros..

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, Das 76 viaturas fiscalizadas, 18 retomaram já a sua actividade normal. Quanto àsrestantes, 42 enconttavam-se em situação de completa ilegalidade, 10 tinhampequenas deficiências mecãnicas e seis estão imobilizadas tendo-se no entanto, osrespectivos proTEMPO N.° 427- pág. 18lntercepção dos tózis privados para legalização da sua situação

prietários apresentado para regularlzar a situação.No que respeita às 42 viaturas em situação de completa ilegali dade, a maior parteé constituída pelos táxis pertencentes à estrutura do Conselho Executivo daCidade ae Maputo. A solução deste problema será estudado em con junto entreaquela estrutura e a Comissão Coordenadora do Trans porte Rodoviário, queorientou esta operação em que participa ram a Brigada de Trânsito e o ServiçoNacional de Viação.Entre os diversos casos de irregularidade detectados, situam-se os de individuosque nunca pagaram as suas contribuições, os, da utilização de licenças de terceirose os de falsos taxistas que para se dedicarem à actividade pintaram as suasviaturas com as cores dos táxis.Exemplo deste último caso é o de um «taxista» que desde 1975 se dedicava a estaactividade para o que pintou a sua própria viatura com a cor dos taxis alémde a licença que utilizava para cir cuiar estar registada em none aie um antigoproprietario de tari que já nao se encontra no País. um outro falso taxeiro utilizavaperiodicamente licenças per£encentes a diversos proprietarios, enquanto umterceiro circulava sem livrete sendo reincidente dado que tinha um caso pendentepor ter cometido um acidente em Junho último, altura em que se verificou que asua viatura não estava coberta pelo seguro. Estes dois últimos indivíduos foramdetidos.As viaturas ioram vistoriadas com vista ao apuramento do seu estado delegalidade f, segurança na circulação, no recinto da FACiM, para onde eramencaminhadas depois de interceptadas por elementos da Briacla de TrânsitoApós a verificação documental e mecânica, em todas as viaturas consideradas emcondições foi afi xada uma vinheta de livre trânsito, permitindo que reiniciassemimediatamcntz a sua actividade.Aos motoristas das viat-aý. que não se encontravam em condiçoes para além doscasos já citado:, Ioi-lhes concedido um prazo para legalizarem a situação, porforma a poderem exercer a sua activi aade legalmente.A fim de se inteirar da iorma como estava a decorrer este tra balho, José LuisCabaço, meno bro do Comité Central da FRELIMO e Ministro dos Transportes eComunicações, deslocou-sý ao recinto da FACIM onde contzý tou com os taxistaspresentes, tendo transmitido algumas orien tações.A maioria dos motoristas de táxis privados que foram interceptados durante oprimeiro dia da operação manifestaram satisfação pelo alcance da medida tomadaque, em última anális2, be neficiou todos os que se encon, travam devidamentelegalizados e permitiu detectar os que circu lavam clandestinamente.TTEMPO N, 47.- p ág, 19

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DOo PAPEL PEQUENOCOMERCIANTEA resolução de conflitos no doninio do pequeno comércio privado deve ser*feita àluz do papel que desempenha o pequeno comerciante.Reunião em Palmeira, distrito da Manhiça. Nela participam tra balhadores dafirma Início de Sousa. Presentes uma brigacta de fiscalização popular. Urma coisaimportante vai ser discutida: o abastecimento de arroz às populações.A insegurança dos participantes ao encontro, a estranha'expressão que trazem noseu rosto e a confusão que se gera logo no principio nao deixam dúvidas de queali há conflitos. Quem levanta os problemas é uma minoria. Isto porque notaseque só alguns falam e os outros mafntêm-se passivos sem demonstrarconcordância ou discor dância perante as questões que são colocadas.«0 patrão vende aqui maior quantidade de arroz, nas suas cantinas, do que dá aosoutros comerciantes» - Rachil Seifo, um dos trabalhadores. O patrão é ocomerciante Inácio de Sousa, armazenista que tem à sua responsäbilidade o fornecimento de arroz aos comerciantes do Maputo, principalmente entre,Marracuene e Magude. Para ai. de armazenista Inácio de iousa é retalhista epossui uma iúbriea de moagem de milhoe arroz na Palmeira.«A.~s três cantinas quêe ele tem aqui - diz Antonio F!onseca-tem sempre muitaquantidade de arroz. Fornece pouco aos outros comercniantes, mas pelo- rhenõsnesta cantina que çle tem aq m Palmeira entram cerca de 100 sa0s por dia.»Esse arroz é ou nã vendido conenen ente ões?,,u arroz é todoi vendido» - e elarece ainda Antonio Fonseca que é empregado datal cantina a Palmeira.A PROCURA É SATISFEITAE ainda meio da manhã. En quanto aquela reunião decorre nura das salas dasinstalaõs' da firma Inácio de Sousa, lá fora há mulheres e crianças que organizadasna bicha esperam a Sua vez para comprar arroz. Ali esperase mas coffpra-s umaquantidade razoável de arroz. As distâncias que aquelas pessoas percorreram sãograndes vindo de muito longe como da localidade de Calanga. Para se vi.r d essalocalidade até Palmeira, não se conta com outro meio de transporte senão o«onze», ou seja as pernas.Mas todo esse sacrifíco é compensado, porque lá donde vémTexto de Nartiso ,Castanheira # fotos de Duil. i ~sr iCMPO W., 427-4.Çý 21>4ai..;

não há cantinas que vendam ar roz e quanto à farinha de milho é a mesma coisa.Por exemplo, entre Manhiça e Xinavane não há mais de cinco cantinas a venderarroz. As únicas que garantem un bom abastecimento daquele produto são as trêscantinas per teneentes a Inácio de Sousa.«Ele tem arroz nas suas cant: nas porque quer ficar com os lu cros todos» - dizainda Rachid Seifo na referida reunião.SERÁ VERDADE?

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As afirmações de Rachid Seifo, deixaram uma dúvida naquele en contro. Ao seindagar sobre se conheciam um caso concreto de algum cantineiro que tivesse idoaos armazéns de Inácio de Sousa,na Palmeira, e que não tivesse si do fornecido com a quantidade de arrozdesejada, a resposta de António Ferreira foii»«Essa pergunta é difícil responderaqui assim. Mas nós sabemos que isso acontece...»Não houve nenhuma resposta concreta sobre esta pergunta. Os restantestrabalhadores ficaram calados olhando uns oara os outros. Apenas um selevantou e colocou uma questão pessoal, pois a ele tinha sido recusada a venda deuma quantidade que pretendia para dar a um amigo do Maputo. Não era isso queestava, ou está em causa, mas sim se a população que afluí às cantinas do Ináciode Sousa é ou nãoconvenientemente abastecida e se não há especulação nos preços,OS FACTOSAs três cantinas pertencentes a Inácio de Sousa estão situadas numa zona onde ospostos de ven da de arroz não existem.Os poucos comerciantes que existem naquela zona não fazem o levantamentodaquele produto no armazém do referido comer ciante e uma das razões por elescolocada e a falta de meios de transporte.Portanto, as razões porque nas cantinas de Inácio de Sousa são vendidas maioresquantidades de arroz recaem essencialmente no facto de as pessoas nelasconfiarem e ali afluirem diariamente.TEMPO N. 42^7- p".22'

Parte do bananal com 150 mil pés de bananeiras, e o armázém de que o tambémfalaRecorde-se que aquando das cheias de 1976 e 1977, aquelas cantinas foram quaseas únicas que não foram atingidas pelas aguas. Todas aquelas centenas depopulações que abandonaram as zonas alagadas foram-se instalar na Palmeira epor conseguinte abasteciam-se nas cantinas da firma Inácio de Sousa. Desde lá atéao momento actual nenhum outro estabelecimento comercial conseguiunormalizar o seu serviço naquela zona. Consequentemente, para as pessoas que alivivem, tornou-se um hábito ir à Palmeira e comprar comida, não apenas o arrozmas também outros produtos.O CASO DA BANANAPara além das suas actividades cortierciais e industriais, Inácio de Sousa possuium bananal onde estão presentemente em fase de amadurecimento 150 mil pés debananeiras. Também sobre o bananal, outra questão foi levan tada ao longo dareunião com os trabalhadores daquele comerciante privado.«Temos ali banana a apodrecer no armazem que está na macnamoa. Mas o patrãodeixa ali e só v-nae na sua cantina. Não quer mandar aquilo para outroscomerciantes. »O que se verifica de facto é que nao na nenhuma banana a apodrecer no talarmazém. E se a oa nana é vendida nas cantinas de Inácio de Sousa é porqueainda não se podem tomar compromissos de venda em quantidades inaustriais. Eessa banana que está sendo vendida é aquele cacho ou outro que vai

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amadurecendo. Por outro lado, o sector administrativo da firma Inácio de Sousaesclareceu que logo que a banana esteja em condições de ser vendi da em grandesquantidades será escoada; aliás, para isso já estabeleceram contactos com estruturas de comercialização do Governo.UM PAPEL IMPORTANTEO Estado controla actualmente os mecanismos centrais da comercialização mas opequeno co merciante continua a ter um paTEMPO N.° 427- Páa. 23

de Sousa em Palmeirapel importante a desempenhar em Moçambique, particularmente, nas zonas rurais.Cada pequeno comerciante sig nifica uma ou duas cantinas, um camião oucamioneta, despesas de combustivel a cargo do próprio comerciante. Parasubstituir esta pequena estrutura o Estado em de montar toda uma redeburocrática, salários, gastos de transporte, uma outra estrutura que, além do mais,necessita de um controlo interno por causa dos ladrões que operam no interiordessa própria estrutura. O que é que ganha o pequeno comerciante? Ele tem umamar .gem de lucro na mercadoria que vende. Mas essa margem de lucro é fixadapelo Governo através TEMPO N.' 427- pág, 24de uma tabela de preços. Se o comerciante viola essa tabela de preços fica sújeitoàs punições previstas pela lei.Estas e outras razões levaram o 3." Congresso da FRELIMO a concluir que opequieno comerciante continua a ser uma entidade importante.E à luz desta apreciação que se devem resolver os conflitos que, como estedescrito nesta reportagem, levam por vezes à fuga do pequeno comerciante semque o Estado possa preencher imediatamente o vácuo criado.Um dos sectores da

osReunião com trabalhadores do comerciante Inácio de Sousa, em Palmeira. Osproblemas foram levantados por alguns-sem que houvesse discordncia ouccncordância por parte da ma'oria.Como esco poneses? -necessita de várias faceta divisãó adm Sobre Magu doDistrito . mal tida co ia o seguint o camponês vender o sei de carrinha «roubando>compete à Povo.D[a nossa surgiu o po ção. O Adm ia ainda qu carrinhas pr ses, um pre elevadoque as do PovoSegundo 1 da conver or, como d e m o respo ta das Loja ne s são s o r sultado lhoo cami o ca ponês para comp dutos alimer preços sãonheiro que venda de ur do seu traba que os indi lhes ofere porque por à especulaçlifera pelosPossivelm gueiros» o n que compraDf MOC'CANDONGUEIROS~ar o milho dos cam- milho do camponês e revenderáEis um problema que -no a«oitocentos e s e. u d QS s: u resposta. El tomna mais, o saco»... s conforme )

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nível da Por mais eficiente que seja a vinistrativa do País. giltncia - têm-sedetido alguns de, o Admini;tradcr - não se liquidam as causas do iuma conversainfor problema, pois os Armazéns das nnosco adiantar nos Lojas do Povo, peloseu lado so e: no fim da coiheiLa frem deficiências que não lhes tem a tendênciade possibilitam cobrir o escoamento j milho a indivíduos de toda a região. que porlá aparecem, Magude tem 11 Lojas do Povo assim a tar,ý.Ia que distribuídas por9 regiões: duas Empresa Lejas do lojas na vila de Magude, uma emChivonguene, uma em Maeaiene, parte, naturalmente, uma em Mohuine, uma emMarquê daquela situa- heL, uma em Mapulanguene e uma nistrador confiar-nos-em Mangondzo. e ««os indivíduos das No final da colheita deste ano opõem aoscampone- a empresa conseguiu comprar cer ço de compra mais ca de 30 milquilos de milho às o praticado pelas Lo populações. Nesta «operação es».coamento» deparam-se-lhes pelaudemos apurar, tan- frente, logo à partida alguns prosa com o Administra- blemas:a troca de impressões -Falta de camiões. A empresa nsável adjunto Distri- nãotem nenhum carro para este s do Povo os campo tipo de trabalho e, aproveita parausceptíveis de vender esta «operação» os camioes que de um ano de traba- «vêmde Maputo trazer merca)nista porque quando doria»; se desloca às lojas - aspopulações vendem o mirar vestuário ou pro- lho aos «candongueiros»; ntíciosverifica que os -- falta de lojas em toda a repesados para o di- glãopara poderemcobrir a comele conseguiu após a pra, etc. ma parte do produto Nesta,operaçao» os «candonlho.Por isso, o preço gueiros» conseguem ser maisauvíduos das carrinhas dazes porque na ânsia do lucro c e m são tentadores,percorrem zonas que são descuum lado respondera radas pelas Lojas do Povo.Será ão de preços que pro- escusado dizer que as estradas semercados rurais.gundo nos disseram. sã o umaente para os «candon- parte dos obstáculos para a «opeegócio é chorudo por-ração escoamento»...Lm a 5$00 o quilo deTEMPO N. 427-pág. 25

RESPONDERAO PROBLEMAD A HABITAÇÃOVai aumentar o número de casas.Muitas estão i sendo construídas em material pré-fabricado de betão armado.São tão resistentes quanto confortáveis como as outras em bloco's de cimento ouem tijolos. Mais ainda, a forma como se processa a sua construção é mais rápida eeficaz. Por essa razão elas foram escolhidas como uma das formas mais viáveis deresponder urgentemente às necessidades do pais, nesta fase que atravessamos emque conseguir uma casa é difícil ou quaseimpossivel.Algures na COOP, cidade do Maputo, há trabalho. Construção de casas pré-fabricadas. Por entre peças, material, máquinas e esqueletos de casas, cerca de 70trabalhadores movimentam-se. Os motores das betoneiras fazem aquele seu ruído

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característico, amassando e despejando amassa de cimento, pedra e areia.Enquanto isso, os operadores de duas enormes gruas manobram habilidosamenteas alavancas dos comandos dos motores. Um pormenor; todós usam capacetes.«Uma parte do trabalho consiste em às gruas levantarem peças que englobam paracima de 600 quilos - explica um operá rio - Por isso, ãeria um grande TEMPON.* 427- p g. 28perigo para nós, não utilizar capacetes.»O trabalho é diferente das outras obras de construção normais, isto é, em relaçãoàs de blocos ou tijolos. Colocar peças pré-fabricadas, com cálculos precisos e nodevido lugar, é uma ques tão que exige conhecimentos técnicos. «Por isso - diz ochefe das obras - a maior parte de nós fomos à fábrica de pré-fabricados, ou sejaa «Pré-Fabricados do Maputo E.E.», onde nos foram transmitidas as indicaçõesnecessárias para este tipo de trabalho».A empresí que está a construir aquelas 62 casas na COOP é estatal e chama-se«PRECOM» (Pr&

* Texto de Narciso Caslanheira . Fotos de Danilo Guimarãos«remos capscio~e para conàLruir iu casas por mês» - operdrios da PrecomTEMPO N.* 427- pag. 27

-a são coisa nova em Moçambique. E- Já no tempo colonial muitas esn- colas,centros sociais e outros foram construídos. Todavia, aquele- tipo de cofistruçO- nao era emmaioria e, principalmente no tocante a casas para habitação india- vidual oufamiliar.-lá Por outro lado a partir de uma m certa altura, mais precisamente le quando senota uma mudança da. :e situação política no país. a maiorparte dos construtores que mo-, nopolizavam a maior parte das empreitadas, maisos seus accio, nistas, abandonaram o pais: Esta foi uma das razões porque sedeixou de ouvir aquele frequente barulho das betoneiras'pela cidade.Novamente se começam a ver obras. E entre elas, casas pré-fa bricadas. Elassurgem porque as necessidades-de habitação no nos so pais são de uma dime3 pareaes, serao er dizer as caas de forma a a e conforto aotos e canCom quantas divisões ficará cada uma destas 62 casas e qualexactamente o tempo necessário para as construções?aHaverd aqui dois tipos de casas, com as referências técnicas B8 e G9. Cada umadelas tem 3 quartos, 1 sala comum, cozinha e casa de banho. Em condiçõesnormais, isto é, com fornecimento regular do material, podemos pro duzir a médiade 10 casas por mês» - explica-nos um trabalha dor da PRECOM.O APARECIMENTO DAS PRÉ-FABRICADASAs casas construídas com material pré-fabricado, e mesmo as do tipo betãoarmado que estão Um trabalho organizado, com muita preczsão. Tudo paragarantir con/orto esendo referidas neste texto, não segurança ao futuro habitante da casa.

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multo grande. E porque os pré-fa bricados são o processo mais rãpido, «pensamosque eles poderão responder mais urgentemente às necessidades que temos»conforme. nos esclareceram na Direcção Nacional da Indústria de Construção.MEIOS NECESSARIOSPara que a construção, em termos de pré-fabricados, respon-da com maior urgência as necessidades do país, vários componentes sãoindispensáveis. E preciso que a fábrica dos materiais esteja em condições deproduzir em suficiente quantidade. Construção de mais fábricas no país, enfimuma série de re- quisitos.A «Pré-Fábricados do Maputo E E.), empresa estatal a funcionar desde Janeirodeste ano, formada através da fusão de 4 ex-empresasNa «Pré-Fabricados do Maputo E.E» ainda se vivem muitas dil4cuWdades, apesarde haver já um notável aumento de produção. Na foto urna dessas dificuldades.a falta de luvas para os operáriosprivadas, não está ainda a trabalhar em pleno devido a díficuldades de váriaordem, nomeaaämeante a falta de matéria-prima e ainda aos trabalhos dereorganização em curso.Todavia, se formos a considérar que por exemplo a produção de betão em Janeirodeste ano na quela empresa foi de 152 metros cubiCos e que em Setembro domesmo ano produziu 603,3m3;,nota-se que há um aumento de produçãoIstodeveu-se ao aumento de produtividade por parte dos trabalhadores que consistiunuma diferença de 142 horas para a produção de Janeiro para 59.55 ho ras emSetembro de 1978. segundo informações colhidas junto à, Direcção Nacional daIndústria de Construção.De apontar que apesar de tudo, nos meses de Junho e Jul . e mesmo em Agosto,houve unia baixa de produção que se deveu ao facto de nessa altura o mercadointerno de cimento ter estado fraco.0 FUTUROPor enquanto as casas pré-fabricadas quase que só se vêem quando se procuram.Mas daqui a alguns anos veremos muitas dessas casas em q u a s e todo o país.Também por enquanto ainda não é possível fornecê-las a titulo individual, querdizer chegar alguém pedir a casa e atribuiremlha. Isto porque nesta altura es tãosendo apenas fornecidas casas por solicitação do Governo que as canaliza para asnecessidades prioritárias.Existem já projectos no sentido de em 1980 todas as províncias terem pelo menos1 estaleiro com capacidade para fabricar materiais pré-fabricados estimados em1400 metros cúbicos por ano. Para 'além desses estaleiros, por exemplo em Sofalae em Gaza, em 1979 começarão a funcionar fábricas de pré-fabricados comcapacidade para 20 000 metros cúbicos de matérias de betão por ano, cada umadelas, O mesmo acontecerá na Zambezia.TEMPO N.' 427-Pâ~ No

CRONICA DE VIAGEMDia 23 de Outubro deste ano o nóquei patinado moçambicano en viava pelaprimeira vez uma representação nacional a um campeonato mundial da

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modalidade. A delegação moçambicana, composta por 16 elementos, iria ter adifícil tarefa de abrir o capítulo dos campeonatos mundiais para o hóqueimoçambicaTio; mas, principalmente, a tarefa ainda mais d i f i c i 1 de'exemplificar lá fora esta nova maneira de estar no mundo sintetizada nas palavrasRepública Popular .Depois de 10 horas e 30 de viagem o, avião que 'transportava a delegaçãomoçambicana aterrou no aeroporto de Roma onde a nossa representação pernoitoue TENMO W 427-pâo. 30onde teve a oportunidade' de presenciar de perto a efervescência política queactualmente agita a Itália; próximo do hotel em que os 16 moçambicanos estavamhos pedados rebentaram algumas bombas,. rebentamentos esses atri buidos pelaInformação italiana às Brigadas Vermelhas.A paragem seguinte foi Paris, mormente. o aeroporto de Orly Norte onde adelegação deu de caras com um problema, burocrático comum em voos detrânsito: a exigência de um «visto colectivo» para poder passar ao aeroporto deOrly Oeste que faz o escoamento dos passageiros para o estrangeiro. A distância apercorrer era apenas de uns 200 metrose dentro das instalações do aero porto mas mesmo assim os mecanismosburocráticos pareciam linamovíveis. Palavra puxa palavra mais uma espera de 5horas conseguiram resolver o milando.Depois de P a r i s foi Buenos Aires, capital da Argentina. onde a delegaçãomoçambicana teve de enfrentar problemas de uma natureza bem diferente dascomphcações burocráticas. 48 HORAS PARA ABANDONAR O PAIS Noaeroporto da capital argentina não se encontrava nenhum representante daComissão Organizadora do Campeonato para receber a nossa delegação. Portan-

to, o visto cte entracia tamDem ia gurança que ia semt não estava. Morais,Guimarães e legação, eles tinham Adrião, os três responsáveis pela gurança nohotel e7 delegação, explicaram à Polícia Quando chegamos ao ,Aduaneira o quese passava e dali panhados pelo hom» partiram para o Ministério das rança elemandoiuiu Relações Exteriores para obterem porta. Pega nas ch o visto.Receoidos pela secretária porta, revista a cas do ministro ela intormou-os ae ascamas, as malas, que o pecacio cie entraua nao es- Nos dias seguintes tava nosServiços Migratórios e «visitas» da Seguran que, por isso, os moçambicanos deAdrião e de João tinhan 48 horas para abandonar sua ausencia R e v i o pais.po» abertas numaJEsta «gafe» organizativa, apa- pagina apai'ecm a( rentemente inocente, revelar-se-ia abertas noutra, ma mais tarde como o primeiro de jadas, beatas de cig, umasérie cie episóios por detrás nos no cinzeiro da c dos quais havia o objectivo evi-O massagista da se dente de forçar a delegação mo- nal foi também meçamoican ayvolar as leis do país homnxs dia Segurançý o que serviria de extopara ber se na malad ] uma expulsão. co s cel trazia4rc0 primeero' gesto de amizade e truir na Argentinacs1jqae ajuda veio c[a oase vra, foi toda uma, s 05 motorista ao autocarro quecauções» policiais q transportava os moçambicanos ti samente. só abrang rnacompaníacto o proolema cen gação moçambicana, tímetro a centímetro e aconse-

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Algumas d as pr lhou uma visita à Casa de San que a nossa repre Juan em BuenosAires. Casa essa alvo demonstram c que representa a Província de San baixezade espírito) juan na capual. E foi la que a ti: praticou assim com( maca s e aesfez,d e uma forma sancionou. um tanto insólita; a nossa dele gação foi, pura esimplesmente, aconsemnaaa a seguir para a cida.e de San Juan onde se ira r8allzaro Campeonato Mundial. .,cias isso nao vai ter imptzcações graveý1'ý», perguntoa. fe r n a n a o Adrião. «Não, porque San Juan é outro pais. Nós lá mandamos»,toi a resposta.«DÊEM-NOS O MICROFONE QUE NõS CANTAMOSO HINO>,,«As pressões começaram logo a partir de Buenos Aires», conta-nos João deSousa que fez o relato dos jogos da nossa equipa para a Rádio Moçambique. «Opro blema do visto veio a prolongar-se sob outros aspectos. Por exem plo, umpequeno episódio que se deu comigo e com o Adrião.Para além do indivíduo da Se lloquistas da selecção nescola secundária de Sapt JuaniTEMPO N.- 427-PIg. 31

iora a jogo da equipa moao o corpna copo directivo dalel gação perguntou ao Comité bxecutivo se a banda militar es ava apta a tocar onosso hino. ý resposta foi uma série de evaavas. ,Então decidimos tomar imaatitude dura», conta-nos Feria do Adrião. «Dissemos aos oryanizadore : «Nãojogamos se ião tocarem o nosso Hino Nacioial e se não estão preparados lêem-nos o microfone que a dele,,ação inteira o canta no meio do ,ampo». Em 15minutos a banda aprendeu o H i n o moçambicano No9 último çia a chefia daioarpr e sent aç ão foi con-actad. pela comissão Organizalora que disse para a nossa equipa se preparar parareceber 3, Taça de Simpatia e Cavalheirismo. No último momento a Taça oien}tregue ao Japão. O que tinha acontecido? O Governador da Província de SanJuan e o respectivo Bispo acharam que seria politicamente perigoso entregar aTaça a Moçambique e decidiram dá-la à equipa japonesa. Houve uma reacçãobastante vi sível por parte do público contra esta arbitrariedade que contrariavatoda a corrente do Campeonato no capítulo do comportaeento, e algumas pessoasfizeram questão de mostrar aos moçambicanos o seu desagrado pela de cisão dadupla governador-bispo. «Quando estávamos a passear pelas ruas da cidade a vera população local a comemorar a vitória da equipa argentina», descrevenos Joãode Sousa, «chegou-Se ao nosso grupo um cidadão argentino que se identificoucomo director de uma escola para cegos; cha :n -me à parte e disse-me muitosimplesmente isto». Estou um pouco revoltado com esta situa,.ão. Vocês sabemporque é que não vos deram a Taça? Porque vo cês são uma República Popular».Dentro do recinto a equipa moçambicana tentou o melhor que sabe. Sobre isto jámuito se escreveu e se disse. Resta acrescentar que sobre os nossos jovenshociuistas pesava, muito normalmente, a enorme responsabilidade de umaprimeira actuação internacional. Isso provocou diversos erros de ordem técnica etáctica que por sua vez geraram desconsertos, psicológicos na equipa. TEMPON.* 427-p.- 32

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UM COMPORTAMENTOEXEMPLAR«Quando deixámos Moçambique o nosso objectivo era vencermos s o c i a l epoliticamente no campo do inimigo». É Fernando Adrião, o treinador da selecçãonacional, que assim perspectiva o substracto político da representação desportivamoçambicana. A única maneira de se conseguir isso era através de umcomportamento exemplar, sem afirmações bombásticas, evitando sempreresponder às provocações que se esperavam - e que aconteceramE, através dessecomportamento, transpiraram em pleno território argentino, algumas das novascon cepçóes de vida que vão definindo a fisionomia revolucionária da consciênciamoçambicana.Por exemplo, no último dia da sua estada em San Juan o corpo directivo dadelegação pediu à gerência do hotel onde se comiam as refeições que reunissetodos os trabalhadores, desde os criados de mesa aos cozinheiros, para osmoçambicanos lhes agradecerem a forma como tinham sido servidos durante asua permanência no hotel: uma acção que para nós vai sendo natural mas que numpaís como a Argentina é uma autêntica raridade.Um outro pormenor interessante: a responsabilidade de capitão da equipa foirotativa. Cada jogador foi capitão uma vezDe uma maneira geral, quer no estádio,quer no hotel ou nas ruas os membros da nossa delegação foram sempre apoiadospor gente anónima, particularmente, pelos estudantes. Uma coisa que nãoAssinandoautógralosfaltou foi o património artístico-cultural moçambicano. Todas as noites adelegação ia tomar um refresco a um restaurante perto do hotel e aí dançavam ecanta vam explicando depois às pessoas presentes o significado de cada xança ecanção.Mas o pormenor que mais «confundiu» o público argentino e as delegações deoutros países foi o facto de Moçambique, um país africano, apresentar umarepresen tação com pessoas de todas as cores e raças. Muitos foram oscomentários e respeito deste facto que entrou em choque com toda uma estruturapolítico-moral fei ta à base de análises racistas, análises essas espalhadasdiariamente pela Informação a que o povo argentino tem acesso e que foramgerando uma quantidade de preconceitos no seio das massas populares.Uma palavra, à laia de síntese, sobre o significado objectivo de um CampeonatoMundial - primeiro o de futebol e agora o-de hóquei-na Argentina. É José Car los,o número 5 da equipa nacional moçambicana, que dá a ideia de fundo trazida portoda a delegação: ,Estes ,,mundiais» na Argentina têm o objectivo claro deexacerbar o espírito nacionalista do povo desviando-o da consciência d o sproblemas internos. É também o que acontece com o actual conflito de fronteirasentre as Juntas militares argentina e chilena, um conflito que não interessa nadaaos dois povos, Portanto, para mim, o Campeonato Muhdial de Hóquei foiessencialmente um instante de carácter directamente político.»TEMPO N.*,427' pág. 33

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Frente Patriótica adverteCom o cerco a apertar no inkrior do Zimbabwe - onde se sucedem os ataques dosguer rilheiros às principais cidades, ou cada vez mais próximo delas - oimperialismo, na sua clássica atitude, lança nova inu3stida diplomática. É nessequadro que aparecem agora na África Austral, visitando os países da Linha daFrente e as capitais racistas, Cledwyn Hughes e Stephzn Low.Na sua bagagem de bordo, claro, os planos para uma nova «conferência alargadasobre o iimbabtve.Como resposta, uma vez mais a Frente Patriótica reafirma os princípiosfundamzntais por que se deve guiar qualquer tentativa de paz negociada. E lembraque esses princípios são alids a maioria debzs os consignados nas originaispropostas «anglo-americanas». Nos depoimentos que a seguir divulgamos, RobertMugabe e Joshua Akomo, co-dirigentes da Frente Patriótica comentam as novasiniciativas impzrialistas. O depoimento de Mugabe foi recolhido de uma« suaintervenção no programa «Voz do Zimbabwe», a de Nkomo de uma entrevista porele concdida à nossa correspondente em Angola, Jane ergerol.in útil falar enquanto>s britânicosião aceitarem que no há papelOs britânicos estão agora a falar de uma conferência alargada sobre o Zimbabwe,baseada em propostas diferentes daquelas avançadas em Setembro do anopassado, quando David Owen acompanhado por Andrew Young vieram ao nossocontinente. Na altura as propostas visavam um processo definitivo que incluía odesman telamento do regime de Ian Smith e das suas forças, cujo lugar seriaocupado pelas forças libertadoras, base de um novo exército do Zimbabwe. Nósaceitamos como Frente Patriótica. E dissemos: Nós aceitamos as propostas anglo-americanas como uma fase para discussão. Mas agora os briTEMPO N.° 427-Pâg.34para Smithtânicos modificaram a sua ideia. Eles já não aparecem com as suas propostasiniciais, abandonaram-nas. E é também por isso que nós ouvimos que DavidOwen já não é o homem com quem podemos discutir. É típico dos britânicos. Em1976 mantivemos conversações com Ivor Richard, em Genebra, e quando as suasiniciativas falharam ele foi posto de fora. E nós devíamOs.acreditar em novasiniciativas quando u m novo h o m e m apareceu no palco. Esse novo homem foiAndrew Young. No início nós confiamos, porque ele mostrou possibilidades detrabalhar connosco no sentido de obtermos uma so-Robert Mugabelução definitiva mas o presente desapontou-nos. Uma vez mais David Owenmostrou-se obtuso, sem definir claramente o caminho e finalmente, através dopróprio Owen concluímos e abandonamos as esperanças nele. O novo homem, nopalco, David Owen, não foi capaz de realizar um trabalho que trouxesse realmenteuma solu ção aceitável para o problema da independência do Zimbabwe. Agora aspropostas iniciais já não são boas para os britânicos eles abandonaram-nas e opróprio Owený

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Um terceiro homem aparece em cena, Cledwyn Hughes e o próprio primeiro-ministro britânico, James Callaghan, que passam a constituir a nova equipa denegociações da parte britânica.O que se espera que digamos ou façamos à luz das experiências anteriores?Primeiro as propostas anglo-americanas foram abandonadas e, nesse contextoesperam que nos guiemos pela honestida-

de dos britânicos na persecução de uma solução? Em segundo lugar nós temos emcontencioso toda uma história de desonestidade do lado britânico, nós nãopodemos acreditar mais que britânicos agem com sinceridade. De qualquer forma,porque deveremos nós acreditar que eles agora serão mais sérios que outrora? Eu,não os vejo a participar numa conferência, sem as exigências que foramabandonadas e que para nós constituiam princípios fundamentais.O que é que nós queremos ver feito no Zimbabwe? O estabelecimento de umprocesso positivo, inequívoco, de transferência de poderes da qutoridade colonial- a Grã-Bretanha - para a Fren-te Patriótica que representa o povo zimbabweano. Isto não significa só que deveser transferido o poder político, mas também o militar, e ao mesmo tempo o podermilitar, instrumento necessário à governação do país. Ele deve ir para nossasmãos. Não é uma questão de a maioria de ýotos ou a maioria de lugares noParlamento, a questão é de poder para nós o único instrumento capaz de garantir oexercício de qualquer poder político - são as armas, e *estas devem sertransferidas para nós. O exército deve ser o nosso exército e estas exigências nãosão aceites pelos britânicos. E se os britânicos pensam conseguir uma solução quenão contém todas as componen-tes do poder então nós decidimos não participar numa conferência que tem oobjectivo de criar um estado neocolonial no Zimbabwe. . é preciso ainda frisarque após a transferência de poderes, Smith e as suas forças não têm qualquerpapel a desempenhar - eles devem desaparecer. Se eles não saem, nós fá-los-emossair com os nossos próprios meios.É por isso que dizemos que e .inútil falar enquanto os britânicos não aceitaremque não há qualquer papel para Smith e o seu regime, nenhum papel para as suasforças, e a única força que tem o direito de representar o po vo do Zimbabwe é aFrente Ptriótica».Nada de conferência com Smitk Muzorewa, tal gente Josbua Nkomo«A conferência com todos os partidos é um ponto morto. Eu afirmei que aspropostas anglo-americanas morreram e quero repetir que estão bem mortas.Sejam as propostas anglo-americanas, seja a conferência multipartidária, seja oque for, é tudo um ponto morto. Chegámos agora a um ponto em que o regime deSmith está morto. Qualquer convocação para uma conferência neste momentoparecer-nos-ia uma tentativa para ressuscitar aquilo que já não existe. CledwynHughes pode vir. Falaremos com ele mas será melhor que ele saiba antes dedeixqr Londres que neste momento a tal confarência multipartidária é coisa quenão existe.'Estávamos preparados para a ela assistir no ano passado. e dissemo-lo.E aquilo que se tem vindo a passar durante os últimos meses é de modorepugnante pa-

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ra nós, as matanças que Smith e os seus colaboradores têm feito, fazem com queme seja impossível falar a essa gente. Eles matam em média 50 a 60 pessoas pordia. Depois decidem atacar os nossos campos de refugiados na Zâmbia»... «AGrã-Bretanha tem de compreender claramente que se houver quaisquerconversações será com a Grã-Bretanha.»«Que o Governo Britânico compreenda que connosco, a ZAPU, a FrentePatriótica, só falaremos com os britânicos quando eles declararem que vãotransferir o poder para os representantes do povo do Zimbabwe, a FrentePatriótica. Nada de conferência. Nada de conferência com Smith, Nuzorewa e talgente. Encontrar-nos-emos com Hughes, mas pensamos que deveríamos dizer-lheantes de deixar a Grã-Bretanha, que estamos a lutar e se a gentedeles tem andado a dizer que a guerra que temos estado a fazer é impossível deganhar então enganam-se. Nós tencionamos ganhar e ganharemos na primeirametade do ano que vem.»TEMPO N.' 427- p. 35

Alternativa contira guerra'" Numa entrevista quç nos concedeu no passado dia 3, o senador americanoGeorge McGovern a irmou-nos que em:Zímbabweé, «a alternativa paraas eleições livres é a continuação da guerra». $' Sobre as úl timas propostasapresentadas pela Grã-Bretanhia disse-nos .que. elas «não são realistas. Ignoram aFrente Patriótica, não reconhecem os avanços que esta tem feito»«TEMPO» -0 Senador McGovem foi um dos mais activos senadores a mobilizar aopinião pública nos Estados Unidos, contra a intervençáo americana 'noVietname. O seu interesse pela si tuação na Africa Austral enquadra-se nestaperspectiva?MCGOVERN - Estou em Africa pela segunda vez com o propósito de conheceros problemas políticos e económicos relacionados com a Africa Austral.Eu fui recentemente indicado para o Comité das Relações Exteriores para, Africa(dos EUA) e então pensei em vir. Alguns liberais e alguns democratas mesmo,criaram problemas, mas eu estou bastante satisfeito em ter vindo, e penso emvoltar de novo.T - Ao nível do Senado americano como é que é apreciada a situação na ÁfricaAustral?M -Eu penso que nesta altura continua a haver uma fraca compreensão noCongresso no que concerne às lutas em Zimbabwe e Namíbia. Africa não é umContinente bem compreendido nos Estados Unidos. Há mais, oposiTEMO ,N*427-pãg. 30ção do que apoio para a Luta Armada por exemplo.T - Na verdade isso pode-se ver: Smith visitou este ano os Estados Unidos, eBotha e Vorster foram convidados por Carter a" vzsitar o seu país...M - Eu acho que nos Estados Unidos não há tanto apoio a Smith e Vorster comopode parecer. O fraco apoio que existe para a Frente Patriótica não significa quehá um apoio forte para a Africa do Sul ou Smitht.

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T,- Mas na verdade, e através dos planos angl-americanos, os Estados,,Unidostêm tido um papel pouco claro lace à questão de Zimbabwe.M - Eu sinto ter que dizer que tem havido grandes fraquezas na resolução desteproblema pelo lado americano, bem como pelo lado dos britânicos. Eu penso quenão pressionaram Smith como podiam, nem como deviam.T - A Administração Carter não tem mostrado nas suas intervenções diplomáticasaqui na África Austral o dinamismo que afirmava poder trazer na solução doproblema de Zimbabwe. Qual é a sua opinião?M- Penso que a Administraçao Carter no que diz respeito à sua política africana éum melhoramento daquilo que foi o período Nixon. Mas, nao têm ido tão longecomo podiam e eu lameno que o Congresso não o tenha compreendido. Eu esperoque os congressistas americanos possam vir a desempenhar um papel mais activoe mais responsável ajudando o povo americano a compreender a importânciaabsoluta do governo de mai'-ria e da justiça racial para a ý..í'íca Austral.T - Ultimamente vem-se fatando bastante sobre a existência de duas linhas no querespeita à política externa, americana dentro, da Administração Carter. Refiro-meà linha Brzezinski e à de Vance...M -Eu penso que há divisões dentro da Administração 0Carter. Diz-se queBrzezinski forma a linha dura dos Estados .Unidos contra o envolvimento cubanoem Angola e especialmente por causa do recente incidente na província de Shabano Zaire. Então, deu-se o caso de Vance.T Muitos jornais norte-americanos atacaram todas as declarações e actos deYoung e parecenos que isso seria uma tentativa para o arruinar politicamente.

vo entanto ele surge novamente e ae forma activa na politica ei terna americana.M- Eu próprio temi durante algum tempo pela sorte -' Young, mas parece queconseguiu sobreviver a esses ataques. Ele consolidou a sua posição detro aaAdministração e continua a ser um dos conselheiros de confiança do Presidente.Isso sigpt fica que ele continuará a ser p nosso embaixador nas Naçõeês Unidas.T- Essa evolução estard Zigc da com a futura campanha eleito. rat e com o factode Carter estar a tentar assegurar a sua reete4 çao?,M - Não sei. Penso que -e* admira genuinamente Yong, e pode por vezes hãoestar de acordo com Young mas admira-o. São. grandes amigos.T - Os democratas perderam muitos lugares no Congresso .nas recentes eleições,não é verdacte?M'-Não foramü assim tantos. Perdemos 2 no Senado e 12 na Câmara dosRepresentantes o que não é' tanto, como pode ser a sua impressão. E, num ano emque não há eleições presidenciais, o partido no poder geralmente perde algunslugares.T -Isso significa que os Republicanos conseguirão eleger um PresidenteRepublicano?M :Não o creio. Acho que isso depende mais das condições económicas donosso país em 198ýO. Se ainda estivermos a sofrer os efeitos duma graveinflação, de uma elevada ,axa de desemprego, do declínio do dólar, de um deficitda balança de pagamento e utros deficits em geral, talvez nesse caso Carter não

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seja reeleito e os Republicanos possami ganhar. Note queeu não estou a fazerprevisões, estou apenas -a dizer que pode suceder.T - Mas 'os democratas perderam lugares- -importantes na C&' mara dosRepresentantes.M - Sim houve perdas sérias.T - Até Dick Clarke e Charles Diggs.M - Não ele ganhou, Diggs ganhou.T - Mas perdeu o seu lugar no Congresso. E, como senador?M - Não, ainda não. Ele foi reeleito.,Épor tudo isto que eu me debruço muito especialmente sobre os problemasAfricanos. Sou um dos conselheiros em assuntos Externos.George McGovern foõ um dos mais activos membros do Congresso americano aopôr-se contra a guerra do Vietname. Ganhou basta.nte fama por causa das -suasintervenções contra a guerra, acabando. por ser'h ído pelo Partido DemocráticoAmericano para se candidatar a Presidente*dos Estaoos Unidos da América em1972.Nessa campanha eleitoral ele foi vencido por Nixon que com sucesso convenceuos americanos que McGovern era demasiado radicai para os Esta~oí Un os.Desde a sua derrota nas eleições presideniais lutou bastante pela abertura derelações diplomáticas do EUA com Cuba e Vietname. A meio deste ano, duranteo conflito da pro-víncia de Shaba no Zaire, McGovern fez fortes desmentidos contra a acusaçãofeita pela CIA e o Conselho Nacional de Segurança (este encabeçado peloSecretário de Estado para a Segurança, Brzezinsky), de que Cuba estariaenvolvida. Ele foi bem sucedido contra estas infundadas acusações.Com a derrota nas eleições de Novembro deste ano, do Senador que no Senadochefipva os assuntos africanos (sem. Dick Clark), McGovern foi apontado paraocupar este lugar. É no quadro desta possibilidade de McGovern vir a ocupai estaposição que se deve enquadrar a sua recente visita a seis países africanosS..TEMPO N.* 427-pág. 37

Tý- No lugar que agora ocupa, que pode fazer a favor da resolução dos problemasda África Austral?R - Vou dizer-lhe algumas das coisas que penso fazer. Consegui que o Senado,antes de suspenoer as suas actividades aprovasse uma emenda de minha autoTíapara levantar as restrições sobre a ajuda a Moçambique, mas infelizmente aCâmara dos Representantes não o fez. Agora que as eleições terminaram voutentar de novo, logo no início de 1979; pois eu gostaria que o nosso país desseuma maior ajuda a Moçambique e que as nossas relações melnorassem.Poderíamos fornecer alimentos, e assistência médica e técnica e eu vou encorajaressa atitude.É óbvio que um senador apenas não pode alterár a politia externa dos EU sobre aFrente Patriótica, o regime de Smith, ou mesmo a questão da Namíbia. Mas, eutentarei convencer as pessoas que a lei de maioria tem necessariamente que setomar realidade, e que os EU têm de defender totalmente esse principio. TEMPON.° 427-pág. 38

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Sobre as propostas britânicas:«não reconhecem que o tempo vai passando e que não podemos fazer o relógiovoltar para trás»T E quanto ao problema do Zimbabwe: crê que se pode chegar ao, governo demaioria através do «acordo de todos os parucios», ou apenas pela Luta Armada?Qual é para si a imporiancia da luta armada?M -Eu creio que servia para co0nvence muitas pessoas de.que a alternatiýra paraas eleições livres é a continuação da guerra. De que esta não terminará a nao -serque se realizem eleições livres em que todos os partíidos tenham à liberdade departicipar. É essa a vantagem do plano Aúglo-Americano: é ier cria do ummecanismo oTdeiro pelo qual a .luta armada poderia terminar com eleições livrese pacíficas. Se isto é ou não possível de conseguir também eu não sei. É umapergunta que faço a mim mesmo.T - Conhece as últimas propos tas da Grã-Bretanha? As alternativas B e C?_M -Não são realistas. Ignoram a Frénte Patriótica, não reconhecem os avançosque, estatem feito, não reconhecem que, o tempo vai passado e que não podemos fazer orelógio andar para trás numa altura destas.T -- Creio que se encontrou hoje com Mugabe? A sua opinião sobre o Zimbabwemodificou-se após esse encontro?Sobre Robert Mugab4 «é um líder mais convoncente e forte ao que eu ima.ginara»M - Não, não creio que a minha opinião se tenhla alterado., Fiqaei impressionadopela maneira Lanca u alrecta como iÃe aisCUtiu os problemas. É um. lídermaisconvincente e forte do que eu imaginara; mas eu sempre apoiei os objectivos dalei de maioria e a abolição do ýregime de Smith bem como a realizaçao ae eeiçõeslivres, por isso não precisava de ser convertido por Mu gabe.T - O que sabe sobre o regime de Smith neste momento?M -Tudo o que sei é mau. E um regime que não faz sentido, é racista e nãorepresentativo, numa palavra, tem de acabar.T - Acha que ele conseguirá continuar a resistir à luta ar mada?M - Indefinidamente, não. Poderá apenas resistir por mais algum tempo.

ITALIAREGGIO EMILIA: Ser ocidentalsem apoiar Vorster nem SmithA denúncia do colonulzsmo, racismo &'seus crimes na África Austral por todas asforças e organizações progressistas democráticas do mun do, apelos a todos osgovernos para a aplicação das resoluções da ONU, nomeadamente para oembargo de armas aos regimes racistas da Rodésia e África do Sul, o apoiopolítico e ajuda material aos Movimentos de Libertação que lutam paraa c quistada dignidade humana e soberania nacional, são algu as das medidas salientad s nodocumento final da Conferência Nacional de Solidariedade para com os Povos daÁfrica Austral realizada em Reggio Emilia, na Itália, cujo texto publicamosseguidamente na integra.

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Esteve presente a esta importante conferência que se realizou de 23 a 26 deNovembro findouma delegação moçambicana chefiada po, Mar celino dos Santos, membro doComité Político Permanente do Comité Central da Frelimo e Ministro do Plano.Numa entrevista publicada, depois de saudar a atitud3 dos principais partidospolíticos e do Governo italiano pela iniciativa da conferência e as resoluções aítomadas, Marcelino dos Santos frisou que esta realização é um exemplo de que «épossível ser-se ocidental sem se apoiar os regimes de Vorster e Smith», acabandopor afirmar por outro lado, dirigindo-se aos países ocidentais, que «os povos daAfrica Austral, os Povos em luta na Africa Austral, querem uma independênciapopular e vão realizar essa independência popular».Vincando o profundo significado desta manifestação de solidariedade italianapara com os Povos em luta na Africa Austraél 'e ra com os Países da «Linlha daFrente», Marcelino dos Santor diria que o encontro provou, um,ý vez mais, que aslutas de liberta. ção São um grande factor de unidade.«Neste caso concreto - frisou unidade entre as forças políticas e as orgtnizaçõesde massas italianas, unidade para objectivos exteriores, objec. tivos de apoio aosMovimentos de Libertação. Mas também objectivos de luta contra o colonialismo,contra o racismo, contra o «Aparthieid». E nós sabemos que isso são cancros, ecomo o nosso camarada Presidente costuma dizer, o cancro é preciso cortarporque senã) afecta todo o corpo, e todo o coz1,o aqui é a comunidadeinternacional Objectivos externos, é ce'to, mas que ýafectam toda a humanidadeinclusive o próprio Povo italiano. «E nós dizemos que o facto de eles se unirem,mesmo que para objectivos externos, é uma luta contra a opressão. r. o facto derealizarem esta uni.dade deixa marcas, quer dizer cria hábitos cria tradições e, certamente, que issocontribuirá para o desenvolvimento necessário das forças italianas, para aconstrução de uma Itália popular. E, portanto, fica uma vez mais prova. do,porque nós tivemos esta experiên. cia também durante o tempo da nossa lutaarmada, que as lutas de libertação são urn factor de unidade de todas as forças quebuscam a paz, de todas as forçar que buscam a liquidação das forças da opressão».EXEMPLOPARA OUTROS PAÍSES OCIDENTAISMoi-" adiante, afirmou:«A Itália é i.m país europeu. Não nos esqueçamos disso. A Itáiia é um paísocidental, a Itália é um pais membro da Organização do Tratado do AtlânticoNorte. Por isso, para nós esta conferência - e nós dissemos isso lá - aparece comoum exemplo que se oferece aos partidos políticos, às orgarizações sindicais eoutras organizases ocidentais. De países como Françacome Inglaterra, República Federal Alemã, Bélgica e outros. Nós esperamos que'os partidos políticos desses países saberão compreender esta lição e este exemploque é dado.«Mas este exemplo e esta lição não são somente para os partidos políticos eu diriaque são 2ssencialmente para os Governos, e em particular para os Governos deInglaterra e dos Estados Unidos da América. Mas também, bem entendido, paraos Governos da França, ab República Federal Alemã, do Canadá, Bélgica e

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outros, para que elos vejam que se pode ser ocidental sem s( ser pró-Vorster semse ser pró-Smitl.«Durante a nossa luta, nós tivemos exemplos de posições corajosas, que foramadoptadas pelos países nórdicos, como a Suécia, Noruega, Dinamarca, Finýândiae Holanda E nós vemos e saudamos agora também a Itália a juntar-se a essespaíses. Pensamos que esta lição e este exemplo deviam sEr mui to bemcompreendidos, em particular por países como os Estados Unidos e a Inglaterra,para que eles cessem toTEMPO N.' 427-pg. 39

ITALIAdas ýa manobras que continuam realizanao para dividir os Movimentos deLibertação Nacional, para criar fan. toches, para dividir os «Países da Linha daFrente».Os países ocidentais devem, de uma vez por todas, aceitar o princípiofundamental do direito de cada Povo de cidi& do seu próprio destino em toda asua plenitude, com todas as suas consequências. O que quer dizer com todos assuas consequências? Quer dizer que todo e qualquer Povo tem o direitoinalienável de decidir se quer que a sua independência seja capita lista ousocialista, porque é preciso pôr os problemas bem claros.E nós dizemos aos países ocidentais: façan: o favor de aceitar esta grandereaLdade. Os povos da Africa Austral, os Povos em luta na Africa Austral.querem uma independência popular,e vão realizar essa independência popular.«Fei por isso que nós saudámos os nossos amigos italianos que souberam ser'ti-esta realidade, os partidos políticos, as organizações sindicais e outrasorganizações sociais de massas, assim como o próprio Governo italiano. Elesengajaram-se a assumir completa. meíte esta grande verdade e nós estamnrvdispostos a apoiá-los na implementação dessa decisão, na materialização desseengajamento».CONVERSAÇõESMOÇAMBIQUE.ITALIAEm seguida, o Ministro Marcelino dos Santos adiantou:«Isto é aquilo que nós podemos dizer sobre esta Conferéncia Nacional Italiana deSolidariedade pela Independência e Soberania de Apoio aos Povos da AfricaAustral Contra o Colonialismo, o Racismo e o «Apartheid», que os nossos amigositalianos realizaram e que nos permite dizer que Reggio Emilia é, realmentecapital da ami. zade e da solidariedade«Mas este era o primeiro ponto, o primeiroobjectivo da nossa missão à Itália. O segundo eram as conversações com oGoverno italiano e, talvez, nós possamos ligar as duas coisas- Por que éimportante sublinhar que a coincidência, digamos, agradável de yermos que é nomomento em que se re. aliza uma grande manifestação de solidariedade comoessa, de Reggio EmiTEMPO N.' 427-pg. 40lia, oue é exemplo piaa a Europa e para todos os vários paises do mundo, ésignificativo que nesse mesmo momeito entre o Governo italiano e o Governo daRepública Popular de Moçambique se estruturem e se desen. volvam as bases danossa cooperação no campo económico e ro campo cultur'41

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«As conversações com o Governo italiano tinham por objectivo a formação daComissão Mista de Cooperação 'Económica e, neste sentido, foi assinado entre onosso Governo e o Governo italiano um acordo.«A primeira reunião desta comissão terá lugar provavelmente em Março doproximo ano e a nossa cooDeraçãoque j8 existe em vários sectores desenvolvpr.se-á nos campos da indústria, daagricultura, transportes, do comércio v- noutros sectores. Tivemos conversaçõespara realização destes objectivos com o Ministro e Vice.Ministro dos NegóciosEstrangeiros da Itália, com o. Vice-Ministro das Indústrias Es tatas. assim comocom dirigentes das grandes empresas industriais italianas.»O Ministro do Plano informou ainda que todas as delegações dos Movimentos dfLibertação e dos países da «Li. nha dp Frente» foram recebidas pelo Presidenteda República italiana, Sandro Pertini, e pelo Presidente do Conselho de Ministros.Sobre estes encontros Marcelino dos Santos deu a conhecer que a nossa delegaçãoficou«muitc impressionada pela maneira firme como o Presidente italiano con. denoucom energia e vigor o colonialismo.,.«Ele disse - recordou o chefe da repiesenítação moçambicana referindo-se àspalavras de Sandro Pertini -que desde os 18 anos estava neste com bateparticipando na resistência do Povo italiano contra o fascismo. Hoje mantém.sefirme nas suas posições, e é sua determinação engajar a Itália nesta direcção deapoio completo aos Povos do Zimbabwe, Namíbia e Africa do Sul, condenandofirmemente os regimes de Smith e Vorster.»«TI azemos - concluiu Marcelinodos Santos - da parte do President< da República italiana, saudações pari ocamarada Presidente Samora Ma chel e para o nosso Povo. Trazemo, tambémuma saudação de amizade solidariedade dos nossos camaradas amigos de ReggioEmilia. Estamos jur tos neste combate conra o co lon'alismo, contra o racismo,contra < «apartheid» e contra o imperialismo para fazer impor a vontade dos Povos em luta, o que significa, o respei to dos legítimos representantes des se:3povos e dos seus dirigentes, dý ANC da Africa do Sul e do seu Presi dente OliverTambo, da SWAPO, da N míbia e do seu Presidente, Sam Nujc ma e da FrentePatriótica do Zimba bwe e dos seus co-Presidente Rober Mugabe e JoshuaNkomo.»

Comunicado final«Durante os dias 25 e 26 de Novembro de 1978 realizou-se em Reggio Emilia,promovido pelos Secretários-Gerais dos Partidos Dzmocraticos, Secretários-Gerais das Confederações Sindicais, Presidentes das Juntas Regionais EmiliaRomana, Lambardia, e da Toscânia, Sindicato e Presidentes da província dêReggio Emilia a Coh: jerência Nacional de Solidariedade para a Independência eSoberania dos Povos da África Austral contra o colonialismo, o racismo e o«apartheid».A conferência, cujos objectivos tiveram o amplo acordo das forças políticas,sindicais e sociais e o apoio do Governo italiano, expressou a firme condenaçãodos regimes colonialistas, e racistas da Rodésia e da África Austral e denunciou

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como um crime contra a humanidade o regime do «apartheid» e, a consequentenegação de qualquer direito civil, político ou sindical.A conferência empenhou-se em tornar sensível à opinião pública a justa luta dospovos dada conferênciaÁfrica Austral e dos seus movimentos de libertação, pelo direito de cada povo àindependêw cia, autodeterminação e construção de urna sociedade baseada norespeito da pessoa humana e dos principios de igualdade e justiça social.A conferência sublinhou o direito à independência económc a e a livre escolha emplena autonomia do regime político e social.Expressou em particular a firme condenação .dos governos, que violando asdecisões internacionais, pelas suas relações económicas, políticas e militaresreforçam os regimes, racistas e colonialistas no Zimbabwe e na África do Sul.Tendo em consideração o apoio e garantias assumidas pelo Governo italiano quepermitiram a realização da conferência, pede-lhe:1 - Para assegurar o seu apoio às iniciativas no sentido da aplicação dasresoluções da ONU.2- Para actuar em todas as sedes internacionais, particularmente na CEE e naNATO, pa-Ser do ocidentee apoiar Sith eVorsterDesafiando as Nações Unidas e a Organização da Unidade Africana, as eleiçõesque começaram segunda-feira na Namíbia giitam a concertação estratégica entrecinco países do Conseino ce íegurança e o regime no poder em Pretória.Estados Unidos, RFA, Grã-Betanha, França e Canadá trouxeram da reunião de«apelo» aos gestores do «apartheid» efectua da em Outubro uma promessa:mantendo as intenções de levar a cabo a farsa eleitoral por si montada o Governode Botha «deixava portas abertas» para que eleições supervisionadas pela ONU serealizassem da mesma forma no próximo ano.É previsível o resultado de qual quer acto eleitoral minimamente democrático quetenha lugar naNamíbia: vitória esmagadora da SWAPO, compercentagens que os próprioscálculos ocidentais colocam entre os oitenta e os setenta e cinco por cento.MANOBRA EM DOIS ANDAMENTOSA vitória de um Movimento que radica a sua acção nos interesses fundamentaisda população naimibiana contrariaria a lógica do Sis tema que, de uma forma oude outra, os seis intervenientes naquele e n c o n t r o representam. E por esta notacomum afinou o «sexteto» os seus instrumentos, numa melodia com dois«andamentos» principais. PRIMEIRO: Pretória instala dcisàe já o seu piãoprivilegiado que numa futura Namíbia «inde-pendente» funcionará como correia de transmissão dos seus ditames. Chama-seele Aliança Democrática Turnhalle, concebida nos gabinetes do Partido Nacionalsui-airlcanc. .6.11 .i;ý reor I(M lecida toda uma trama destinada a ... r portantode qualquer forma uma «vitória estrondosa» num sufrágio viciado do primeiro aoúltimo momento que está em curso no território.

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Depois, a DIA pintará obedientemente na Namíbia um quadro político e sócio-económico gêmeo do que os «boers» impuseram a ferro e fogo na Africa do Sul.A partir de toda esta encenação, destinada a obter impacto mundial, serão já «osrepresentarTEMPO N 427- pâg. 41

ITALIAra o isolamento dos regimes colonialistas e ra- cida desta conferênca, a promovertodas as ini. cistas da Rodésia e da África do Sul. ciativas tendentes a darpleno apoio políticoe3 - Para desenvolver o apoio, sob todas as ajuda material à justa causa dosMovimentos de formas, dos Movimentos de Libertação do Zim- Libertação daAfrica Austral: ANC da África do babwe, Namíbia e África do Sul. Sul,SWAPO da Namíbia e Frente Patriótica do4- Que exerça um controlo, para que seja Zimbabwe.vigorosamente respeitado o embargo de forneci- A conferência apela àsorganizações políticas mentos militares e o «Código de Comportamen- esindicais italianas para que se empenhem o o to» estabelecido pela CEE para asempresas eu- desenvolvimento as iniciativas de solfíariedade ropeias que tenhamfiliais na África do Sul. a nível europeu, a fim de que as instituições coAconferência apreciou a posição do Gover- munitárias, os grupos políticos doparlamento no italiano ao considerar como «nulas ou sem europeu e o CEE,fiquem directamente envolviexistência» as eleições preparadas na Namibia dosno apoio aos Movimentos de Libertação a pelo ocupante sul-africano,desprezando as garan- África Austral. tias democráticas e sem.o controlointernacional A conferência faz sua a iniciativa do .«Navio estabe,cido pelasNações Unidas. de Solidariedade Italiano» e confia sua completaA conferência apela aos partidos, organiza- realização à «Comissão Nacional deSolidariedações sindicais, entidades locais, cada organização de para com osPovos da África Austral. democrática, económica e social que se encontremna linha de, solidariedade, cooperação e luta nas- Reggio Emilia. 29 deNovembro de 1978».tes eleitos democraticamente pela. população» e não directamente a RSA quemfalará em nome dessa Narmíbia «independente».Em tempo, os líderes da DTA elucidaram que não se sentirão «obrigados acumprir» a promes sa de Pretória segundo a qual as e 1 o i ç õ e s supervisionadaspela ONU se seguiriam dentro dos proximos seis meses.SEGUNDO: Em nome do «realismo» e do «facto consumado» as cinco potênciasocidentais entabularão contactos com o regime lan toche de Whindoek. O pretextoserá precisamente a realização do escrutínio determinado pelas Nações Unidas.Essas negociações entretanto serão um reconhecimento de fac to de tal regime euma via para a sua consolidação a nível internacional.Prolongando embora um sistema de «apartheid»; e de bantustanização que serevela como um entrave ao desenvolvimento de formas mais sofisticadas elucrativas da exploração do homem pe

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lo homem, um- Governo - DTA apresenta muito mais viabiliade ae reconversãoaos esquemas dos cincos grandes do Capitalismo do que aquele que a SWAPOvirá a implantar.Por outro lado, graças ao sistema neocolonial criado, uma reforma do capitalismo«boer» em que a longo prazo apostam precisamente os «cinco» - trará a si ligada a«normalização» da Namíbia quanto a esse problema. Menos dores de cabeça paraa di plomacia do cifrão que assim matará dois coelhos de um só golpe.NO SENAO DAS ARMASResta a questão da luta armada cuja intensificação está na base das desesperadasmanobras urdidas sucessivamente para o território, e ainda a possibilidade devirem a ser mandataaas pela comunidade internacional sanções económicas contraa RSA. E se a pressão e eficácia destas últimas podem ser significativamentesabotadas pela hipocrisia oci-dental, a repressão da guerra de lioertação continuará entregue ao poderosoaparato bélico que os sul-africanos instalaram fio terri tório.Neste último capítulo o papel de «vilão» será aparentemente todo da RSAsalvaguardando uma imagem não intervencionista dos cinco grandes.Jogando no desgaste que tanto o prolongamento da guerra na Namíbia c o m o aradicalização das lutas internas na RSA provo carão a Pretória os «cinco» poderão adiantar outros esquemas que lhes reservem um controlo mais estricto cle umaestratégia neocolonial «menos descarada» para a Namíbia.Só que, em última análise, o escalonamento das guerras popu lares, como aHistória recente nos tem provado, traz normal mente a ultrapassagem dos projectos expansionistas do Capital por mais refinados que estes se apresentem.Miguéis Lopzs JúniorTEMPO N., 427 -pág. 42

AFRICAMercenários: donde vemA principal fonte: os países ocidentatsOs actos cada vez mais agressivos praticados por, unidades mercenárias contragovernos progres sistas, forças progressistas e movimentos populares delibertação que lutam pela libertação nacional e social em grande número de paísesmostra de novo que as velhas forças do colonialismo e neocolonialismo procuramreconquistar posições e proteger os seus interesses imperialistas a todo o custo. Erecorrem à utilização de assassinos contratados por que se está a tornar cada vezmais difícil para os estados impe rialistas cometer agressões declaradas contra osgovernos progres sistas e a paz em movimentos de libertação populares.'14o Zimbabwesão mercenários que em larga escala constituem o núcleo dasforças rodesianas racistas. As agressões imperialis-tas-colonialistas-racistas contra o nosso povo e contra os países vizinhos amigosnão são apenas levadas a cabo pelos colonialistas de Salisbúria mas por assassinoscontratados vindos dos estados imperialistas Ocidentais com com pletoconhecimento dos governos em questão.DONDE ELES VÊM

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Um certo número, de exemplos tirados ao acaso é suficiente para mostrar aextensão da utilização de mercenários estrangeiros nas agressões do Zimbabwebem como contra a Zâmbia, Botswana e Moçambique.a) Cerca de 100 Neo-.elandeses ofereceram-se como voluntários para servirem -no exército rodesiano, declarou um funcionário da Sociedaýz Nova-Zelãndia-Rodé-sia. Vinte tinham partido durante os últimos seis meses fingindo-se turistas (RandD a il y Mail 22/7/76)b) Entre 200 a 300 homens da Grã-Bretanha, Estados Unidos, Austrália,Alemanha (Federal), Nova Zelândia e Canadá foram recrutados para o exércitorodesiano durante os últimos três anos apesar das sanções internacionais. Umpequeno número de outros chegou da Escandinávia e Itália. Mas a maior parte dosestrangeiros que vieram ajudar a Rodésia a combater a sua guerra de fronteirassão jovens sul-africanos (Sunday Times 25/7/76)c) Documentos chegados ao «Morning Star», indicam a existên cia dumaimensa rede clandestina para o recrutamento de mercenários britânicos paralutarem para o regime ilegal branco daTSMPO N.' 427- pég, 43

ÁFRICARodésia. Sugerem que a rede seja bastante mais extensa do que até aqui se supôs,tendo possivelmente 100 000 nomes na sua lista de recrutas potenciais (M o r n i ng Star 19/8/76)d) Cuegou à Namibia o primeiro destacamento de mercenários chilenos.., cujopagamento é feito pelos E.U.A., Grã-Bretanha, Ale manha Federal e Israel. Sãopostos em acção por Pretória contra o movimento de libertação da Namibia(Algerie-Actualité, Abril 1977)e) SWAPO revela: 500 soldados de Pinochet na Namíbia do Norte. A SWAPOchamara ja a atenção para o emprego de solda,dos do exército da Junta Chilenacontra o movimento de libertação da Namíibia (ADN 13/1/78) 1) Pretendentes amercenários contactaram um homem chamado sr. Storm, que lhes disse estar àprocura de homens com experiência militar para lutar em Angola. Um rep6rter doRand Daily M a i 1 encontrou-se com o «sr. Storn» que disse... estar.na Africa doSul para fazer uma prospecção do mercado .... e lhes pagaria 200 libras porsemana (Rand Daily Mail 13/2/78) g) Cerca de 100 antigos membros da LegiãoEstrangeira Francesa estão a lutar numa unidade especial do exército do regime deSmith contra o movimento de libertação ao Zimbabwe, noticiou o jornal inglês«Guardian» (ADN 1/2/78)h) Antigos membros do exército da Alemanha Federal estão a lutar comomercenários contra o movimento de libertação segundo uma notícia no «Welt amSontag». O jornal publica uma grande fotografia dum antigo tenente do exércitoAlemão, Rolf Kaufeld. Aceíca dos serviços na Rodésia ele declarou: «Nas minhasprimei ras operações eu... atirava contra tudo que parecesse preto» (AlanWinnington. no Morning Star 14/2/78)i) Convidamo-lo a- juntar-se, anós, a visitar países longínquos,

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pág.ý 44ver pessoas interessnt8eesG e t ,- ~ente... O Congo é um caso Ias (slogan dumaagência, de-,,ode nós defendemos a Europa crutamento mercenário em. . .... ocomunismo». Segundolem, New York, USA) .- â~tas recentesCongo Mueller.lemNèwYor;US)j! : ! : ....... « .... 4aa or -j) .Os recrutas de diferentes países são pagos numa só moeda- dólares. A fonte é hoje em dia de tal modo parte do coiecimen to público que atéo irector da CIA, George Bush deixou de negar que o seu departamento, está afinanciar o envio de mercenários para África (lona Andionov em New Times15/76) ,A distribuição de mercenários no exército rodesiano, excluindo cidacaosbritânicos, é a segn:teUSA: Veteranos doVietname . ... .... 00África do Sul: Veteranos da 2.« GuerraMundial....... 4600França: Veteranos da2.a Guerra Mundial 1 800(excluindo recrutasda, Legião 'Estrangei-ra)Alemanha F: ForçasArmadas NazLs da' ,Guerra Mu (idial (ex cluindo antigos meu :bros do exército Alemão) ...... ..... 1055Portugal: 'P I D E-Serviços'secretos .;,Z, Z8a0Israel: Comandos assassinos ... .......80013355CHEFES DO ASSASSÍNIO INC. CONGO-MUELLER(República Federal Alemã) Par ticipante entusiástico das agressões da Alemanhade Hitler a outros países. Em Joanesburgo, Áfri ca do Sul, Congo-Mueller disse*acerca das suas ,aventuras como mercenário: «. um pensamento de que meorgulho finalmente poder comandar alemães lutando por uma ideia». Numaentrevista para a televisão este mercenário alemão gabou-se «Lutdmos pelaEuropa no Congo, pela. ideia docet-iárias do regime de Smith,',M HAEL HOARE(Grãj-Bretanha e África do Sul)-onhecido por «Mike furioso» ou ,W«Mke o Louco» ou ainda o «Mons tro deStanleyville»'CRONEL JACQUES SVPHAMME,,(França) Percorreu selvaticamente o Congo comandando merce~rios soba oslogan: «Mesmo, se homens, mulheres e crianças im.,lorem misericórdia dejoelhos aos vossos pés, não hesitem! Dispajrem, matem!» O Coronel Jacques

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Schramme também apoiou a guerra separatista do Biafra. 2 opas mercenáriastomaram par ,te -na tentativa, apoiada pelo imperialismo, de separar o Biafra da.Nigéria através duma guerra civil em 1967. 300 mercenários ~brancos apoiaram ,os separatistO dinheiro para as armas foi Sfornecido pelo Banco FrancêsRobchild em troca de concessões de prospecção.ROLF STEINER(República Federal Alemã) Membro entusiástico da Juventu,e Nazi Hitleriana.Um, mercenário prototipo, Rolf Steiner participou em conspirações contra-revoluionárias em seis países: C o r e i a em 1950, Vietnam até 1 54, Algéria em1961, Congo em 1964,' Biafra-Nigéria de 1967 a 1969, no Sudão Meridional de1969 a 1970. Tendo sido condenado à morte pelo governo Sudanês, o governo daAlemanha Federal exerceu forte pressão para assegurar a sua libertação visto que'ele «teria direito a protecção como qualquer outro cidadão da .AlemanhaFederai». Em 1977 Rolf Steiner apresentou, um relatório das suas proezas comomercenário a oficiais e outras patèntes doexército Alemão Ocidental.

EDGAR A.D. THELENk epública Federal 4lemã) Tenente-Coronel no exercito racista rodesiano. Anti g omembro do exército da Alemanha Federal. Tem feito operações de recrutamentopara os racistas rodesianos na Alemanha Ocidental, Suíça, Grã-Bretanha e Africado Sul. Pôs anúncios para recrutas para prestarem serviço nos cServiços Gerais ede Seguran ça 'Rodesianos» utilizando a morada: Tenente-Coronel EA. Thelen,D-8000 Mu nich. Alemanha Ocidental; Hotel Holiday Jun.HANS GERMANI.(República Federal Alemã) Pra ticou selvajarias juntamente comQuando os regirmes neocoloniazs não conseguem preservar os interesses im.perialistas, o imperialismo recorre 'aosmercenáriosCongo Mueller quando este «co mandava alemães lutando p o r uma ideia».Enquanto jornalista, conhecido pelas suas atitudes racistas e de simpatia pelosregimes de apartheid de Pretória e de Salisbúria, Hans Germani tomou parte naagressão mercenária contra a República Popular de Angola como correspondentede primeira linha do «Axel Caesar Springer», o maior monopólio imperialista deimprensa na República Federal Alemã. Como correspondente daý'frente de combate Hans Germani conduziu uma guerra sistemática na imprensacontra o governo legítimo e a legitima luta do povo da República Popular deAngola.SÓCIOS N0'3 ASSASSINOS INC.Grandes quantidades de dinheiro são pagas pelos adeptos imperialistas do negóciodos mercenários através de vários canais, como a CIA. Destas quantias a maiorparte cabe aos recrutadores e o resto vai para os assassinos con tratados. No livro«Os prostitutos da Guerra» os autores Wilfred Burchet e Derek Roebuck contam-nos acerca dos rápidos lucros dum angariador de- recrutas, da seguinte maneira:«Incrivelmente franco sobre o seu próprio envolvimento, Chownes disse querealizara para cima de vinte mil libras com o empreendimento dos mer" cenários

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de Angola, a maior parte das quais com o último grupo de 40 sul-africanos eamericanos».Se é essa a quantia que um lacaio dos recrutadores pode realizar num só golpe,não é difícil imaginar a quantidade de ouro que vai forrar as algibeiras dos patrõesdo crime de recrutamento de mercenáriosLESLIE ASPINUm dos lideres do Serviço Britânico de Conselhos sobre Segurança. A tinta quecorreu sobre o julgamento de mercenários em Luanda, recrutados por John Banksainda mal secou. Contudo, em princípios deste ano, John Banks encontrou-se comtrês deputados conservadores na Câmara dos Comuns - John Davies a iminênciaparda do Ministério dos Estrangeiros, Julian Amery um antigo miínistro, eWilliam Shelton. O encontro foi mantido secreto durante duas, semanas. DonaldBelford, o representante da FNLA em Inglaterra; ,steve também presente nareunião. Foi ele que divulgou a notícia da reunião à imprensa e disse queconsiderava os deputados conservadores como «simpatizantes». Muitos dosmercenários no exército racista rodesiano foram forneci-dos através da rede em que estáenvolvido John Banks.DAVID BUFKINRecrutador nos E.U. e ex-membro do exército. Entre outras coisas faz propagandado seu negócio manchado de sangue através de entrevistas na TV e artigos nosjornais. O jornal «Fresno Bee» publicou um endereço no qual David B u f k i npodia ser contactado.MAJOR ROBERT K. BROWNDirige um jornal nos E.U. intitulado «Soldados da Fortuna». Duas companhiasreticentes, a «Phoenix Assocíation» e o «Omega Group LTD» apoiam o MajorRobert K. Brown neste empreen dimento. Em troca recebem aju da da CIA porserviços prestados O « Soldados da Fortuna» é um jornal duma espécie muitoespecial. Julgue você pelos seguintes anúncios:a) Procura-se: Emprego como mercenário - ful-time (a tempo inteiro) e comcontrato. De pre ferência na América do Sul ou Central, mas senão em qualquerparte do mundo...b) Procuram-se: Técnicos mili tares e aventureiros profissionais. Países doultramar utilizam &e preciam de tais técnicos ..~ Pierre Walt, World Wild GeeseAssocia tion, C.P. 33 Newark, OH 43055.Em Joanesburgo, ria Africa do Sul, o Wild Geese Club é um conhecido centropara mercenários e é dirigido pelo major «Mad Mike» Hoare. O anúncio que transcrevemos acima apareceu na al tura em que «Mad Mike» Hoare se gabava de quepodia pôr várias centenas de mercenários duros em Angola «em menos tempo doque leva a dizê-lo se o preço for bom».- (Editor)c) Empresa El Kama: PRECISAM-SE MERCENÁRIOS AGORA- pessoas com qualidades de inte ligência ou habilitações militares para umtrabalho compensador e bem pago em áreas do ultramar. Candidaturas devem serapresentadas já.TENMÍO N.' 427 - pág. 45

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Os anúncios de livros no «Soldados da Fortuna» têm títulos coImo -«Silenciadores, atiradores e assassinos», «O livro completo da Luta à Faca»,«Como Matar», «Explosivos da CIA para sabotagem». Há também um anúnciosobre onde e como pôr em prática os conhecimentos fornecidos pela literaturaanunciada.d) ARMAMENTO PARA O HOMEM DE ACÇÃO -incluindo ar masautomáticas, silenciadores e aparelhos especiais para a guer-a.ROY INNISNa 135.ý Rua em Nova Iorque, na parte Norte de Manhattan, Roy INNIS,negociando o problema dos desempregados, procura rm trutar mercenários negrosnorteamericanos para os empregar em-xrica. Iona Andronov no n. 15 do «New Times» de 1976. relatanos a sua visita aRoy Innis no seu misterioso escritório situado em 200 W 135 th Street. da seguinte maneira: «... Um dos homens gritava para o bocal dum tele fone «Menina! Nãome pode fa zer a ligação para o Zaire?» Os outros viraram-se para mim comolhares curiosos. «É verda. de que está a recrutar america nos para lutar na Áfricado Sul. Perguntei: «Sim, não fazemo., segredo disso» foi a resposta «Por acaso, oprimeiro grupo d várias centenas de recrutas está pronto a ser enviado ao seudestino dentro de poucos dias.» Iona Andronov falou com Roy Innis que lhedisse: «Ando à procura de bons oficiais e coronéis negros.. Estamos a recrutar umregimento. Gostava de oferecer alguns oficiais americanos negros. Temos umaforça pronta a fornecer funções policiais em África.»Quem paga a conta? Iona Andronov falou com o repórter nova iorquino ErnestVolkman que realizara um inquérito especial <~tN." 4fl' --pág. 46sobre as operações de recrutamento. Volkman disse que Roy Innis estavainegavelmente ligado com a CIA acrescentando ter informações absolutamenteautênticas provenientes de fontes afectas aos «Serviços Secretos Americanos»sobre a cooperação de Innis com a CIA.Mas, como relata a notícia do «New Times», n.° 15 de 1976, «O0 protestopúblico contra o recrutamento de. mercenários negros nos E.U. foi de tal modogeneralizado que recentemente 310 organizações negras, publicaram umadeclaração conjunta denunciando Innis como agente da CIA»Innis fizera tenções de alargar a sua agência de recrutamento à costa ocidentalmas um grupo de líderes negros de S. Francisco aconselhou-o a manter-se afasta-Será que Innis se retirou discretamente da sua suja actividade? Iona Andronovrelata: -Numa se gunda v i s i ta a o escritório de Innis em Nova Iorque descobrique elè empreendera sub-repticiamente uma viagem de inspecção à ÁfricaAustral... » os seus colaboradores admitiram relutante e furtivamente que o seupa trão se e n c o n t r a v a algures ao Norte da Rodésia».Mercenários brancos para a Rodésia são recrutados nos EUA* pela firma ElKamas em Anaheim na Califórmia. Roy Innis coloca as suas ratoeiras entre osdesempregados negros. O «New Times» número 15, 1976 notícia que um- repórter de S a 1 i s b ú r ia, David Ottaway, enviou uma nota dizendo queveteranos da guerra americanos recrutados para o exér-por inúmeras vezes dnunciód. Na foto, mercenários franceses desemba!cando umpais africano.

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do com o seguinte telegrama: «O seu recrutamente provocará problemasincalculáveis nas relações entre os africanos e os afro-americanos. O sangue dosafricanos não deve manchar as mãos dos americanos negros». Innis teve de cancelar a viagem j á planeada a S. Francisco. Subsequentemente veio.a desaparecerde súbito da cena dos EUA.cito rodesiano estavam já a chegar. Por enquanto só têm chegado americanosbrancos; o regimento de Innis tem sido mantido em reserva.KARL HEINZ HOFFMANAntigo mercenário rodesiano Karl Heinz Hoffman cqnstituiu o assim chamado«Hoffman Werhs-

port (desporto de defesa) Group» perto de Nuremberg na Alemanha Ocidental.Por vezes o grupo intitua-se a si mesmo «Legíao Negra». De que é que trataexactamente este «desporto de defesa? Será um exercício ao ar livre, saudável elimpo, para jovens vigorosos? Será um serviço público? Facilita o trabalho dapolícia como frequentemente se afirma na TV Alemã? A propria TV nos dá semquerer a resposta a estas perguntas, pois que através do líder do grupo, Karl HeinzHoffman divulga informações dele a gabar-se de que os seus homens estãopreparados para servirem na África do S u 1, significando com isto, que estãoprontos a agir contra a luta de libertação nacional.O grupo é formado por antigos membros da Bundeswehr, isto é, o exércitoalemão, com idades entre os 19 e os 35 anos. O seu desporto de defesa» consisteem exer cicios de estilo militar em condições simuladas respeitantes à Africa doSul ou qualquer outro sítio. O objectivo e intenção do grupo está por certomanifesta no seu símbolo - uma caveira e dois ossos cruzados, É precisamente omesmo emblema utilizado por Congo Mueller e o seu grupo de mercenáriosquando «defendiam a Europa contra o comunismo».Quem fornece o material para este assim chamado «desporto de defesa»? Aquiloque para todos os efeitos e intenções parece ser uma iniciativa privada de carácterdesportivo usa veículos e armas dos arsenais do exército da Alemanha Federal.Há amplas e segura provas de que as autoridades da República Federal Alemãestá a fazer mais que virar «o olho cego de Nelson» para estes preparativosmercenários: tanto o material como os fundos monetários provêm de fontesoficiais. Cerca de 2500 cidadãos da Alemanha Ocidental prestam hoje em diaserviço na Legião Estrarikira Francesa. Depois de 1945 cerca de 86 000 cidadãosAlemãesOcidentais foram atraídos ou pres sionados a fazer parte da Legião Estrangeira;até 1954 cerca de 46 000 deles foram parar ao Vietnam, outros f o r a m enviadoscontra o movimento de libertação da Algéria. E hoje em dia o recrutamentomercenário bem como o seu treino é levado a cabo em território da AlemanhaFederal com a conivência das autoridades.PAUL DANIELSDirige a assim chamada Força Britânica Militar Voluntária que foi fundada pararesistir à «sabotagem industrial pelos Comunistas». Por outras palavras foifundada como uma força de choque a ser utilizada contra os trabalhadoresbritânicos. Mas não apenas para isso. Um relatório publicado no jornal

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progressista britânico Morning Star em 18 de Abril desteano diz: «Em meados dadécada de 60... Mr. Daniels ofereceu um batalhão para lutar lado a lado com osamericanos no Vietnam... Crê-se que a mesmafonte forneceu mercenários para o Congo e para o Biara.»Enquanto se encontrava de férias em Lisboa, recentemente, Paul Daniels foicontactado por ex-oficiais do exército colonial português que lutaram contra osmovimentos de libertação de Angola e Moçambique, que lhe pediram quereunisse uma força de 1000 homens da Grã-Bretanha que se iriam juntar a outraspara intervir em Portugal. O «Morning Star» é de opinião que tal força seria usada«presumivelmente numa guerra civil para impor uma ditadura da direita». Os ex-oficiais disseram também a Paul Daniels que estavam a procurar recrutarmercenários da Itália, França e Alemanha Federal. «Há muito dinheiroenvolvido». Disseram eles.Paul Daniels respondeu que não estava interessado pois os seus homens erammais urgentemente necessários em Inglaterra Mas, acrescentou, «há mercenáriosna Grã-Bretanha que não são tão esquisitos e podem estar interessados».ITEMPO N.° 427- pág. 47

Uma escalada de manobrasCombatentes da F. POLI8ARIO: prosseguir a luta armada até à expulsão dastropas agressorasCo- a reunião em Kartun do Comité Especial da Organização da UnidadeAfricana para a quiestão do Sahara tornou se uma vez mis evidnte o poucoempenho do mesmo Comité e de Gãasar Nimeiri, Chefe de Estado co Su dãoQ,presoi entem ercíiro da OU4, e rs .svel directão o Comité, em avaniçar a resluçodo problema.Setal coo afirmaria a F. ?OLISARIO nu~ma dec~larazção posterior à reunuião,caberia ao Comité especial pressionar os países ,agressores no sentido deretirarem suas tropas do território nacional, da RASD, em vez disso o Comitélimitou-se a criar uma ouTEMPO N,' 427 - pâg, 48tra «subcomissão» êncarregue de «contactar as partes envolvidas», uma formainequívoca de protelar uma vez mais o assumir das suas responsabilidades.Entretato, e malgrado todos os esforços e boa-vontade de F. POLISARIO nosentido de encontrar uma plataforma para excluir a Mauritânia do conflito, porquenegociações após negociações não têm dado qualquer resultado positivo, é deprever o reacender da guerra no território da Mauritânia.E isto essencialmente por duas razões:a) primeira porque - tal como era de prever - o novo regimeda Mauritânia não tem qualquer possibilidade de fazer sair do seu território astropas marroquinas e francesas, garantia mínima para assegurar a sua nãoparticipação na agressão. O controlo militar do território mauritano continua a serjeito exactamente por esses contingentes militares estrangeiros. Com o cessar-fogo declarado pela F. POLISARIO em relação à Mauritânia, Marrocos e aFrança'têm aproveitado para réforçar'as suas posições na Mauritânia; '

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b) depois porque à própria proposta de conversações entre a Mauritânia e F.POLISARIO só tem servido para uma coisa -SANARA

criar uma falsa «dinâmica de pazý» que serve para apresentar a F. POLISARIOcomo intransigente, que serve para desmobilizar os países que apoiam a luta dopovo sahariano.Todo este yrocesso conduz-nos a uma análise das circunstâncias em que ocorreu ogolpe de estado na Mauritânia. Há em relação a isso dados que não têm sidoclaramente expostos.Ainda. ninguém respondeu como foi possível a una unidade de 200 homensefectuar um golpe de estado sem derramar uma gotade sangue. quando na capital mauritana h a v z a estaciónados dois- batalhões detropas marroquinas, havia tropas francesas?Ainda ninguém disse que o golpe surge exactamente no momento em que forçaspatrióticas mauritanas insinuam a possibilidade e a intenção de utilizar a luta armada para se libertarem do regi.,,c de Ould Dadah.A inclusão destes elementos, bem como a análise dos países envolvidos nesteprocesso de negociações como medianeiros (primeiro o Senegal, depois o Gabãoe agora o Mali - todos da «famí lia dos francófonos», fiéis defensores dosinteresses francese; na região) conduzem a duas conclusões essenciais:1) que continua a ser a França a controlar todo este processo de manobras paraadulterar o sentido imprimido à luta pela F. POLISARIO, para recuperar ocarácter revolucionário dessa luta,2) que apesar de tudo a França não estáinteressada na anexação da Mauritânia pelo regime marroquino (absolutamenteiminente quando do golpe de estado na Mauritânia).'Situação político militarDesde o inicio da luta armada que a F. POLISARIO estabeleceu, como áreasoperacionais para os seus combatentes todo o território do Sahara, o território daMauritânia e. o território de MarroCos.Dentro do Sahara a F. POLISARIO controla quase. inteiramente o territórionacional. Controladas polas tropas invasoras só estão algumas das principaiscidades, como por exemplo a capital El Aaiun, e as cidades de Bucraa. Dakla eAuserd.Noutras cidades, como Smara e Bucraa as tropas invasoras estão lá, mascompletamente cercadas pelos combatentes saharianos, impossibilitadas assim dese moverem, e só reabastecidas pela aviação. Em qualquer destes pontos as tropasinvasoras são na sua totalidade marroquinas. Isto mesmo na metade do territórioatribuída à Mauritânia. Não podendo aguentá-las as tropas mau ritanas foramsendo substituídas pelas tropas marroquinas, muitas vezesp -!plO, aviões deguerra franceses, muitas vezes apoiadas e enquadradas por militares franceses,quer como «con "selheiros», quer integrando uni^ dades operacionais.roda a iaixa Norte do território nacional sahariano sao areas totalmente libertadas.Mesmo nas cidades principais aí sítuaaas (coino por exemplo Hausa e Tfariti) ocontrolo cia F. POLISARIO é to tal. Como áreas lioertadas caracterizam-nas ocontrolo popular da vida político-militar e económica.

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Em todo o resto do território a situação e uma situação de guerra. As populaçõesfugiram em grande número das ciaades conuroladas pelas forças invasoras. oscombatentes cercam essas «i lha s», bombardeiam-nas tre frequentemente,sabotam e atacam todos os acessos, obrigaram à paralisação da economia, emparticular da exploração e exportação dos principais recursos, os fosfatos.As populações são enquadradas pelos combatentes, conduzidas primeiro paracampos de refugiados, depois de volta ao território, onde reconstroem as suasaldeias e a sua vida.Em qualquer parte do território os combatentes da F. POLISARIO circulamperfeitamente à vontade, dominam absolutamente o terreno.No território mauritano vive-se de momento a situação de cessar-Áreas totalmentelibertadasLinhza hipotética que separaria a parte do Sahara atrtbuída a Marrocos (Norte) daatribuída à Mauritânia (S)-fogo. como dissemos no texto anterior, trégua com carácter. pouco duradoiroque pode ser quebrada a qualquer, momento, -e que irá certamente ser quebradamuito em breve, na falta de quaisquer perspectivas de obter resultados palpáveisdas negociações entre a F. POLISARIO e o novo-,overno da Mauritânia.A táctica da F. POLISARIO foi responder à agressão atacando as tropas inimigasno seu próprio território., Primeiro para disper. sar suas forças, depois para mostrar aos povos dominados pelos regimes agressores que esses rTEMPO N.' 427 r-- páI 49

gimes os obrigavam a uma gXerta. fazê-los sentir essa guerra e levá-los aresponsabilizar os :seus governos pela guerra e pelas suas trágicas consequências.Porque a Mauritânia era o elo mais fraco, foi essencialmente ai onde a F.POLISARIO concentrou o seu fogo. Ao fim de menos de um anode acção nessesentido (onde atacou por duas vezes a capital mauritana, a quase 300 quilómetrosda fronteira com o Sahara) a F. POLISARIO conduziu o regime de Ould Dadahao total desmantelamento, situação que fez nascer o golpe de estado que odeporia.Como dentro do Sahara, em todo o território da Mauritânia as tropas da P.POLISARIO circulavam absolutamente à vontade. Saíam do Sahara com umbatalhão para realizar um ataque dentro da Mauritânia, chegavam ao objectivocom três batalhões, constituídos por desertores ou voluntários mauritanos.Controlando as vias de escoamento do ferro mauritano .a F. POLISARIO ficoucom a economia do regime nas suas'mãos, e foi-a estrangulando como quis.Aproveitando o colapso do regime mauritano, Marrocos - cujo regime inclui nosseus projectos expansionistas tanto anexação do Sahara, como da Mauritânia -ocupou militarmente o território mauritano. A altura do golpe de estado o regimede Marrocos tinha instalado na Mauritânia 9 mil soldados das suas tropas.Ainda hoje Z0uerate, capital da Mauritânia, é controlada pelas tropasmarroquinas. Marrocos possui lá dois batalhões, com cerca de 1 250 homens. I lá

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tamb.nque estão os aviões de guerra <Jaguar» com a que França intervémairectamente no Sahara, bem como nas unidades militares francesas.Aproveitando o cessar-fogo que a F. POLISARIO concedeu à Mauritânia,Marrocos, por um lado tem reforçado a sua presença no TEMPO N.° 427-pág, 50teritório mSIu-itano e, por outro, tem reforçado a sua presença no proprio terriíoiosahariano. E fia grante, por exemplo, o caso de Guelta Guelta é uma das cidadessanarianas ocupadas por Marrocos, em que as tropas marroquinas sofriam maisdesaires, tini-am mais dificuldades em subsistir ao cerco da F. POLISARIO e aosseus constantes 'ataques a qualquer abastecimento. Agora livres na Mauritânia osmarroquinos reforçaram a sua posição em Bir Mugrein, cidade mauritana a 90quilómetros da fronteira com o Sahara, onde se encontra localizada a cidade deGuelta. Esse é outro dos motivos pelos quais nao deve demorar o recomeço daguerra na Mauritânia.No território rmarroquino a F. POLISARIO ensaia fazer o que fez naMauritâríiaý o ano passado. Transferir para lã o principal 'do seu esforço militar.E, é o que faz, de momento.O exército marroquino concentrou grandes efectivos logísticos ao Sul do seuterritório,; junto à fronteira com o Sahara, para daí apoiar as tropas estacionadasnas cidades saharianas. ý Êpois aí o principal alvo dos ataques dos combatentes daF. POLISARIO.Tal como aconteceu na Máuritânia, também ai em Marrocos, a F. POLISARIOfaz acompanhar as suas acções militares de aniplas acções políticas junto daspopulações marroquinas. Hoje as po pulações marroquinas (não só dessa regiãoSul, mas de todo o país, pois que as acções militaresCom o falhanço das negociações está para breve o recomeço da,guerrano territórioda Mauritãxiados sabarianos tem sido realiza das a mais de 300 quilómetros no interior doterritório marroquino.) tem que estão em guerra, sabem que estão em guerra porcau sa dos desígnios expansionistas do regime no poder, sabem que a guerra deMarrocos contra o Sahara não é uma guerra justa, sabem que as grandesdificuldades que atravessam são culpa exclusiva do regime de Hassan II, estãocontra a guerra e estão contra o regime.Se as acusações de outrora de que as acções de guerra eram ataques da Argéliadeixavam essas populações confusas, hoje elas sabem que isso são mentiras, quequem luta contra o exército marroquino são os saharianos, é a F. POLISARIO.Embora o regime marroquino seja incomensuravelmente mais poderoso que omauritano o pro cesso de desgaste é cada vez mais notório. O sinal maisinquietante para o regime têm sido as manifestações antiguerra a partir do ,interiordo próprio exército, única força em que se apoia Hassan 1IEsses são resulLados da guerra imposta pela F. POLISARIO. da táctica da F.POLISARIO.Um outro palco de guerra é o m a r circunvizinho do Sahara. È frequente a RASDanunciar o ataque contra ou aprisionamento de um barco que violou as suas águas

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territoriais. Normalmente são barco. franceses, íriarroquinos e espanhois. Já lá foiatacado um barco sul-africano.

BEt4INIndependencia e RevoluçaoQuando o Major Mathieu Kerekou subiu ao poder na República do Benin emOutubro de 1972, os observadores não perderam tempo em declarar o seu regimecomo condenado a sofrer o destino dos-seus predecessores. Contudo, seis anosmais tarde, o Coronel Kerekou não só mantém a linha traçada como parecefirmemente lançado na consolidação, com a implementação duma novaConstituição, que responda às necessidades da revolução iniciada nesse pequenoestado da Africa Ocidental.Porque teve o Coronel Kerekou sucesso onde outros falharam?Nos 12 anos que se seguiram à independência houve uma ampla luta pelo poder.Altamente estimado no exército devido ao seu comportamento despretencioso, oadvento de Kerekou ao mais alto cargo do estado foi geralmente e o n s i d e r a do-como inevitável. A sua intervenção como Chefe ,do Estado Maior para pôr fimao governo do Conselho Presidencial justificava-se por uma série de mo tivos. OConselho - constituído por Justin Ahomadegbe, Hubert Maga e Migan Apithy -nasceu dum impasse eleitoral e tornara-se sujeito a crises permanentes efinanceiramente muito vulnerável.O júbilo generalizado que acolheu o golpe, imbuiu obviamente Kerekou com osentido duma mis são a cumprir e fortificou-o contra as ameaças inevitáveis queiriam marcar os primeiros três anos de seu governo. Uma conspiração dirigidapelo antigo Presidente Alphonse Alley foi desfeita; uma tentativa de golpe peloCapitão Janvier Assogba foi descoberta e, em Outubro de 1975, uma outraconspiração para derrubar o governo da autoria dos adeptos de outrò ex-Presidente,Emile Derlin Zinsou, foi denunciada. Um contribuição significativa para asegurança do governo foi a consciência de Kerekou Sdeviaa a sua experiênciapessoal das lutas políticas nos quartéis de que divisões dentro das forças desegurança dão origem a conspirações e que estas necessitam de medidas prontas edrásticas. No fundo havia amplas provas de tais divisões.E s t a situação levou o Presidente Kerekou a reorganizar por duas vezes as forçasde segurança. A primeira vez foi em fins de 1976 quando o exército, a polícia, apolícia militar e até as autoridades alfandegárias e os bombeiros foram reunidosde modo a constituir uma força de Defesa Nacional a funcionar simultaneamentecom uma Força de Segurança Pública e uma milícia popular, sendo as duasúltimas formadas principalmente por civis. A segunda reorganização teve lu-Prestaente KCrékou: iNa cond1ução do processo de luta pela independênciae pela revoluçãoquência do ataque à capital costeira do Benin, Cotonou, em 16 de Janeiro de1977, quando o sistema de comando separado foi abolido em favor duma direcçãogeral de comando das «Forças Armadas Populares».Esta alterações tiveram como resultado o fortalecimento do poder de Azinhiho nasua influente posição de Ministro do Interior. Correram boatos de que ele estaria

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prestes a auxiliar Aipke a con quistar o poder pouco antes deste ser assassinado.Azinhiho é hoje em dia o mais próximo apoio de Kerekou.No campo civil as coisas segui ram um padrão semelhante. Depois da prisão dostrês membros do Conselho Presidencial muitos políticos fugiram do país. Aoposicão foi assumida inicialmenteTEMPO N .427- páq. 51

pelos funcionários públicos cuja resistência passiva tomou a forma de absentismoe de trabalhar apenas o indispensável. O regime de Kerekou reagiu com levas deFiespedimentos. Em Novembro de 1974 a República do Benin foi declarada umestado Marxista-Leninista de acordo com a recomendação duma comissão de inqurito. Houve um surto de nacionalizações e tanto os homens de negócios nacionaiscomo os estrangeiros foram acusados de exportarem capitais. Muitos delesdeixaram o país ulteriormente à declaração.Mas a população em geral tem manifestado seu apoio ao regime O comércioprivado não foi abo-tanto é divulgada a ideologia Marxista.Mas enquanto que internamente a situação parece avançar segura, o governo deKerekou continua a ter de enfrentar uma verdadeira ameaça do estrangeiro. Umexemplo de mau augúrio foi a incursão mercenária& a Gtonou.O Benin não é rico em recursos naturais nem tem uma importância estratégicaóbvia. Os inimigos do regime, contudo, podem encontrar-se entre aqueles que foram condenados à morte «in absentia» por traição; entre os exilados cujaspropriedades foram Confiscadas depois que ultrapassaram a data limite impostapelo governo para regressarem à pátria; entre aqueles que amargamente se opõemà intenção declarada de introduzir um sistema16 de Janeiro de 1977: um bando de mercenários tenta derrubar o regime deMathieu Kérékou. O apoio popular ao novo reqTme não o permitiulido mas houve uma determinação governamental segundo a qual deve ser dadauma prioridade nos empréstimos às empresas estatais. cooperativas e indús triasnacionalizadas. O objectivo tem sido pressionar o sector privado de modo o fazê-lo desaparecer naturalmente e assegurar uma transição duma economia capitalistapara uma socialista. Entre TEMPO N.' 427- pág. 52baseado no MarxismoLeninismo; e até entre aqueles que não aprovaram aalteração, do nome colonial do país, Daomé, para Benin.Há três personalidades de vulto que se opõem ao regime: o Dr. Emile Zinsou queanunciou em fins de 1976 que estava a constituir uma organização para derru barKerekou. - Uma decisão a que ele veio mais tarde a renun-ciar publicamente; o coronel AIphonse Alley que aproveitou a oportunidadefornecida pela con fusão gerada com a morte de Aipke para se evadir da prisão; eGratien Pognon, um diplomata ex periente em Bruxelas que pediu a demissão doseu posto -e que, com outros diplomatas, aderiu aó movimento da oposição:FLRD (Frente para a Libertação e Renovação do Daomé) e que Kerekou crê tersido responsável pelo ataque a Cotonou.Com os exilados emboscados na Europa e no Togo, não se pode excluir apossibilidade de outra incursão.

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0 Presidente Kerekou tem procurado em vão, obter do presidente Eyadema agarantia de que o Togo não seria utilizado como base. Na realidade, esta questãojá levou uma série de vezes ao encerramento da fronteira entre os dois países e sófoi reaberta graças à mediação da Nigéria, o estado vizinho do Benin do ladoLeste.Aludindo continuamente ao ataque de Cotonot e em particular ao envolvimentodo Gabão, o Presidente Kerekou tem conseguido manter a atenção focada no peri:go duma invasão e em prevenir os países africanos contra uma oferta de auxilioaos oponentes do regime.Se exceptuarmos as ameaças ex termas, os seis anos do regime de Kerekou são noseu conjunto uma história de sucesso tanto no campo da economia como no dapolítica.Após ter dependido pesadamente durante os três primeiros anos. da ajudaestrangeira - sobretudo, francesa - as perspectivas económicas do Benincomeçaram a melhorar em 1976 quando foi de cididb concentrar todo o esforçona produção. Nesse ano, pela primeira vez desde a independência emi t960 oBenin adoptou um orçamento anual, sem ajuda exter na e assim se tem mantidodesde e n t ã o.Dèram-se subsíiios aos, agriqul tores para incentivar a produção.

Ar&escolas,:unidades do exército e outras,"nstituições têm sido encorajadas aproduzir os seus próptois alimentos. O resultado foi um aumento na área cultivadaque no ano passado era de 10 por cento e na produção de culturas industriaiscomo a palma, o algodao e o café. A produção alimentar, contudo, diminuiudurante os dois,ültimos anos devido à seca no orte do país e o Benin teve de.recorrer a importações, ýO seetQT industrial registou um ctescimento,particularmente na indústria de óleo de palma onde a produção aumentou de talmodo qúe tiveram -d ser instalados novos tanques:de, armazenagem na área daCompanhia estatal de õ 1 e o -emí Cotonou: SONACEOPEm princípios do ano passado o .gornoap ro vaou legislação que tornavaobrigatória uma semi~m e trabalhu ininterrupta de oito bo'as - cinco horas ao sábado ý- para ajudar o desenvolvimentonaiconal! Ao mesmo tem po foi levantadoo congelamento degsalários por dez anos de.modo a .lpermitir aumentos. Foitambém imposta uma proibição de aum ento de rendas . ~Houve uma notávelmelhoria na eficiência nos anos recentes. Efectivamente Ali m e d Mostefaour;dioector regional da UNI-A nova constituição nascerá de.uma'ampla discus são de todo o povo beninenseCEF, declarou' após uma rece te volta pelos projectos deajuda, no campo. que estava espantado com «a qualidade e realizações do quadrosdo B e n i n» nas propriedades agrícolas e plan tações.O regime de Kerekou tem gran de orgulho no facto de ter introduzido umaeducação grátis a todos os níveis e que tem conduzido a uma redução doanalfabetismo. O governo aboliu o sistema escolar colonial; o novo anoacadémico começa agora em Fevereiro e termina em Dezembro com três períodose apenas duas semanas de férias. Europeus de Leste têm gradualmente substituído

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o pessoal francês. O Benin tem laços com as Universidades jugoslavas de Zegrebe Belgrado.Logo desde a afirmação do Benin como Marxista em Novembro de 1974, foram -feitos rápidos progressos para o estabelecimento da estrutura para um governocivil Marxista. O 1 rimeiro grande passo foi a criação em Dezembro de 1976 dumpartido político de massas, o PRPB (Partido da Revolução Popular do Benin). Assuas raízes estão já plantadas nas seis novas províncias e já se realizou o seuprimeiro congresso na cional.A seguir, em princípios do ano passado foi publicado um esboço resumido dumaconstituição que reafirmava a orientação revoiu cionária do país. Enviaram-se convites a todas as camadas sociais, dentro e fora do pais, para que sugerissememendas, enquanto o Presidente Kerekou e vários dos seus ministros 1 a n ç a r am uma campanha para apelar ao debate do documento.Segundo fontes afectas ao go verno. muitas pessoas responue ram efectivamentecom sugestões de alterações ou acrescentos, por escrito e também oralmente emreuniões nas aldeias. Algumas de las foram incorporadas numa constituição finalque foi aprovada pelo Conselho Revolucionário Nacional em princípios de Setembro do ano passado.A constituição determina a elei ção por sufrágio universal duma AssembleiaRevolucionária Nacio nal que será o órgão supremo do estado, ea eleição doPresidente da República peldConselho Nacional da Revolução. As forças Armadas estão colocadas sob o controlo do PRPB. Através de toda a constituição osinteresses dos tra balhadores e camponeses têm im portância primordial.A nível local os poderes de es tado serão exercidos por concelhos de localidade(aldeia e -ca de), distritais e provinciais - que serão todos eleitos. O poder judicialé responsavel perante o Conselho Revolucionário.Ainda não foram fixadas quais quer datas para as eleições, embora se espere quevenham a realizar-se em breve, Fontes gover namentais sublinham, que quandoisso suceder o Conselho Revolucionário Nacional será dissolvido e um novoPresidente será eleito.Dado. que o futuro do exército não foi claramente definido pela constituição, éimpossível dizer se o Presidente Kerekou será candi dato presidencial ou se osmem bros militares do seu gabinete terão qualquer papel a desempe nhar nogoverno no futuroTEMPO N.' 427 pá, 53

PALESTINAOLP abre delegação em MoçambiqueA Organização de Libertação da Palestina, OLP, abriu no passado dia 28 a suarepresentação na República Popular ae Moçambique. situada na capital do pais,Maputo.«A abertura do escritório da OLP na capital da República Popular deMoçambique, Maputo, é evidente expressão política da soliídariedade e apoio quea OLP recebeu do-camarada Presidente bamora Moisés Machel» - subli nha amensagem lida no acto pelo chefe da representação da OLP, Hani Shawwa queexprime o significado do acontecimento.

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AspecLO cru LUTLfaIaJUI ue i w.r 'a concedida pelo chefe da aelegação da0LI> em Moçambzque por ocasião da inauguração da representação palestina emMaputo«A inauguração da Representação da OLP em Maputo prova ,que este movimentoé o único re presentante do Povo da Palestina. Onde quer que esteja recebe oapoio dos países socialistas, dos movimentos de libertação nacional e de todas asforças democráticas e da paz em todo o mundo. Ela prova também a capacidadeda OLP para enfrentar a conspi ração do imperialismo e da reacção árabe».A mensagem referiu-se tsmbém à traição de Sadat afirmando que TFOP() N 427~pá< 64os «poderes imperialistas e Israel sionista estão unidos ao regime do PresicenteSadat na tentativa de ignorar os direitos legítimos do Povo Palestino e de ignoraras vitorias já alcançadas pela OLP nas trenres política, diplomática e militar».Hani Shawwa voltou a subli nhar ao referir-se de novo ao si gnificado doacontecimento para as relações entre o Povo palestino e moçambicano, que ofacto contribui para o estreitamento e «fortalecimento dos indestrutíveis laços deamizade e solidariedade com o povo revolucionário de Moçambique na lutacomum contra o imperialismo, sionismo, ra cismo, «apartheid» e todas as ou trasformas de reacção»Após afirmar que os acordos ue Carnp David são um exemplodas manobras que o imperialismo e o sionismo opõe à aspiração a liberdade doPovo palestino, disse que as «maquinações de Be gin e de Sadat foram» forjadassob a direcção do Presidente Car ter dos EUA para assegurar a con tinuação daopressão e da exploração do mundo árabe pelo impe rialismo. O seu objectivo éforta lecer a ocupação sionista dos territórios árabes ocupados e liquidar a justaluta do Povo pales ino».O chefe da representação pales tina em Moçambique disse tam bém que Sadat nãotinha direito de pronunciar-se em nome do Povo palestino pois a OLP liderada porYasser Arafat-é a única entidade que pode falar.Recordou também ainda, os objectivos da luta da OLP esta, belecidos noPrograma político adoptado pelo 13., Congresso Na cional Palestino enr'rntcgítimo palestino nos territórios palestinos; o direito à autodeterminação e oregresso do Povo palestíno à sua pátria.tiani Shawwa denunciou as ten tativas do imperialismo no Libano para exterminaras forças que lutam pela liberdade da Palestina e as forças democráticas libanesas« Israel sionista e a reac ção no Médio Oriente apoiam dir'ecta ou indirectamenteos partidos fascistas libaneses, enviando-lhes técnicos, material militar e ajudaÉinanceira. Isto é feito no objectivo de levar a ponto morto a justa luta do Povopalestino con tra os seus inimigos».O responsável da delegação palestina em Moçambique salientou a determinaçãoda OLP em não parar de lutar até conseguir o es. tabelecimento do legitimoEstado palestino em território d o s palestinos.A OLP apoia a luta dos movimentos de libertação no mundo especialmente deÁfrica disse Shawwa. «Nós . apoiamos fortemente a Frente Patriótica do Zimbabwe e o movimento de libertação nacional na África do Sul.»Finalmente, a mensagem do re, poilsávte da delegação palestina referiu-se aoreforço da unidade e à intensificação da luta nos ter ritórios ocupados bem como à

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fi liação da OLP na «Frente Rapidey. e Firmeza» com vista ao combate amplocontra os acordos de Caml David e outras manobras, do im perialismQ. Osacordos de Camç David terão reflexos - em Afric2 advertiu Shawwa, «agoraaliadc com Israel, o Presidente Sadal sê-lo á em breve por certo do re gime daRodésia do Sul e do re gime do «apartheid» na África dc Sul»e

... e aoterceiro anonão ressuscitouOs militares presos na sequência da descoberta de urma conspiração para derrubaro açtal governo espanhol pretendiam instalar no poder um re. gime deextremad4iretü que iria salva. guardar os interesses a grande bur. guesia nacional.Com certa coincidência, o golpe iria realizar-se em vésper a do terceiroaniversa*rio da morte do generalissimo Francisco Franco e visava essencial. meite o restabelcimento do anterior regime fascista na Epaha.Sectores da. extrema-dre$Ja como os falangistas e a Fuerza Neva que ti. nh.1 t,concordado com o plano gover. namental de reforma para alcançar a democracia,consideram que o Primei. ro-Ministro Adolfo S i:z foi muito longe, ao ponto deprejudicar os in. teresses da burguesia acedendo cada vez mais s reiv ndicaç sdas for-as democ' átias.it assombroso o facto de não se ter dado qualquer relevo a um acontecimentc deextrema importância para umc. situação política tão crítica como a da Espaniha. AImprensa controlada pela burguesia e figuras proeminentes de sectores burguesesesforçam.se por minimizar ã importânucia da tentativa de golpe. Mas não é muitodifícil compreender porque, por exemplo, o jor. nal L'ilmparcial vinha há doismeses a incitar à rebelião e finalmente após o falhanço do golpe limita-se a dar amínima referência aos acontecimentos de 17 de Novembto em contradição com Gtípico carácter sensacionalista que cç stuma dar aos acontecimentos.A «operação Galáxia» (nome do café onde se reuniram os conspiradores), bercomo a crescentd crise no seio do exército e o recrudescimento inlpetuos, daactividades da extrema-direitt constituem um prelúdio do regresEo dofranquismo ao' poder na ,Espanha.Nunca se verificara uma tensão tão forte no seio dos militares. Todos os acontcimentos como o sequestro do presidente do Conselho de Estado, António Oriol odo tenente-general Villa Escusa nos fins de 1976, ou lega-lizacão do Partido Comunista na Páscoa do ano passado, não se comparam com cgrau de tensão que revestiu os-1Wrtmos acrntecimentos políticos na Espanha. A extrema.direita torna-se poroutro lado, mais activa, o exem pio está na manifestação de um quarto de milhãode neonaziS que exigiam aos militares 'o derrube do actual governo, claramentepara mostrar o aument, da sua força.No seio do exército operá.se uma divisão crescente. Recentemente verificou-se noquartel de Bilbau um conflito entre o Comandante da Guarda Civil da Zona deValência, general AltareF e o vice-presidente do Governo ministerial da Defesatenente.general Gulierrez Mellado quando decorria uma reunião com dezenas de

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oficiais em Cartagena para estudar a nova Constituição. Uma parte dos militaresque presenciaram o conflito apoiou o general Altares que atacou a Constituiçãoacusando-a de ser marxista enquanto a maioria apoiou o ministro da Defesa, queacabaria por mandar prender o adversário. De referir que os Senadores militaresvotaram contra u Constituição no Senado. Esta situação não se repercutira mui. toiora da vida militar mas com a revelacão da tentativa de golpe prevista para o dia17 passado, ganha outros efeitos.PLANEIO DA «OPERAÇAO GALAXIA»No dia 11 de Novembro, um tenente-coronel da Guarda Civil, António Tejero, ocapitão da Polícia Armada Saenz de Inestrillas, um outro capitão da PolíciaArmada e um major, cujos nomes são ainda désconhecidos encontraram.se nocafé «Galáxia» junto do Arco Triunfo no bairro da Moncloa em Madrid.D_,igiul a reunião, o tenente-coronel Antonio Tejero, um ultradireitistaintran1s'ente que ocupava funções burocrátlicýs. Esboçou-se o plano de «um golde n<ío 'poiado 5Que s,ru acompanhado de orne a<'çoneulializadora para evitar g interven. ção das forças policiais e do Exército.Devia-se ocupar o Palácio de Moncloa .tomai como refém o Primeiro-Ministro eobrigar à formação de um gover. no de «Salvação Nacional», impedindo aaprovação da Constituição. O monar. ca Juan Carlos, Chefe Supremo das ForçasArmadas estava fora, de viagem ao México.Tudo leva a crer que foram os oficiais contactados que, denunciaram aconspiração. o Primeiro-Ministro Adolfo Suarez, já informado, reúne-se comiiltOs Comandos das Forças Armadas nas vésperas do dia 17 de Novembro com aexcepção do Ministro da Defesa e toma as medidas adequadas. O ni. nistro deDefesa Gutierrez Mellado re. gressa urgentemente de Murcia e oiu. tros altoscomandos militares que se encontravam num curso em Ceuta eip Melil, chegamimediatamente a Mdrid. Analisadas as hipóteses míimas ou nulas para a operaçãoter lugar decide-se não interromper a viagem do rei Juan Carlos à América-Latina, sendo t-madas medidas especiais de se. gurança e feita uma investigaçãode emergência que resultaria na prisão do te-nente-coronel António Tejero e ocapitão Inestrillas.MOVIMENTAÇõES FASCISTASAntes da manifestação fascista que envolveuum quarto de milhão de neonazis realizada no passado dia 20 decorreu em Madrido chamado encontro da «eurodireita». Na manifestação realizada na Praça doOriente que envolvei. 250 mil ultrafascistas, comemorave-se o terceiroaniversário da morte de Franco. Os manifestantes empu. nhavem bandeiras nazisbem como vestiam camisas com emblemas nazis tende feito incitações à «defesada Pá. tria e do catolicismo e a saudação nazi. Muitos militares fardadoscriticaram o re; o Governo, as instituições e a e ição, considerada «ateia eTEMPO N.° 427- pág. 55ESPANHA

ESPANHANa sua visita aos países da América-Latina, México, Argentina e Peru o rei temprocurado estar dm contacto permanente com Madrid Houve rumores da saída daEspanha de seus filhos. O Primeiro-Ministro Adolfo Suarez realiza reuniões

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diárias com al. tos cargos militares. A excepção da Aliança Popular, todos ospartidos poli cos parlamentares manifestam apoio ao Governo na presentesituação e o Presidente do Partido Comunista Espanhol disse que o seu partido eas Co, missões trabalhadoras estão dispostas para ao lado do rei convocar umagreve geral. Por seu turno, Rafael Arias Salgado, dirigente do Partido SocialistaOperário Espanhol, afirmou que o processo de democratização é irrever sívcl einformou que a reunião extra. ordinária do seu partido decidiu que para além dasdiferenças políticas e programáticas está disposta a apoiar a actuação do Governona luta contra o «terrorismo» e o controlo da extrema-direita e na exigência dadisciplina das Forças Armadas.Todos pedem rigor na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que está acargo do coronel José Ballo Moreno, que em Março de 1976 interveio noprocesso contra militares da União Militar Democrática.No entanto a acusação aos dois ofi. ciais «cérebros» da abortadaconspiração.insubordinação, é bem menos grave que a que recaiu aos militares daUMD que foram julgados por incitação à rebelião.Franco e JuanCaÇrlos. Três anosdepois a burguesia quer de novoo franquismo.Na definição da pb6ição em relação, aos últimos acontecimentos' na Espa. nha asforças democráticas estão unidas A Aliança Popular atribui a res. ponsabilidadedo ocorrido ao Governo e afirma que o Ministro da Pefesa e o do Interior já nãotêm autoridade e 'confiança.Madrid, Valência e Burgos sã0 os pontos mais quentes. da tensão que se gera noseio de militares, Alguns militares enviam mensagens 4e apoio ao Ministro deDefesa e outros nãoOs acontecimentos veriffcados têm. lugar em vésperas darealização do referendo sobre a Constituição, no moment., em que a criseeconómica se aprofunda, 'aumenta a inflação, sobe a taxa de desemprego e seregista uma desmobilização política da? população.O Governo, a UCD, o PSOE e o PCE pretendem aprovar a Constituição com omaior número po9svel de votos o que iria afirmar o apoio popular àdemocratização do país. Por outro lado o PCE e PSOE desejamp que Suarezcompareça no Parlamento para contar o ocorrido e as medidas tomadas.<É evidente que determinadas incitações produzem excitação entre a oficialidade.Mas estou bastante tranquilo, pcrque em Espanha não haverã golpe de Estado,nem agora, nem no futuro. Parece que lzc gente que está triste por não havergolpismo no Exército» - esta foi uma resposta do tenente.general GutierrezMellado a umapergunta durarte uma conferência de Imprensa queconcedeu 14 dias antýs doalarme do golpe de 17 de Novembro.O Partido Comunista omeçou tempos antes do dia 17 a manifestar vivainquietação em relação. à agitação no seio dos militares denunciäXndo'as de.monstrações suspeitas e a possibilidade de um golpe de extremadireita.« Nu chefia de Apoio Logístico da Armcda, em Madrid, sucederam-se reu. niõesno fim do dia de trabalho. São reuniões de oficiais da Marinha. Diz-se que falam

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da política. Um dos organizadores é o capitão do navio Camilo Menéndez, aquelemarinheiro que em Janeiro de 1977 foi destituido plo tenente-general GutierrezMelado, do seu posto de drector da Escola Naval por não ter respeitado adiscipiIna no enterro de uns polícias armados assassinados p e 1 o s terroristasda ;,!'RAPO. É vrovável que estas fossem a" «(determínadàs reuniões» a que sereferiu Santiago Carrilo na sua interven ção no Congresso em 8 de Setembro. Oserviços de informação do Minis. tério do Interior não parecem, tê-las detectado»- estas palavras insert4s .num, página da, revista «La Call» próxima do PCEexprimem a sua inquietação face à grave ameaça que constituí para as forçasdemocráticas a agitaçár no seio do Exército.PORQUÊ GOLPE DE ESTADOA despeito de todas as tentativas de sectores burgueses para não dar importãnciaaos acontecimentos de 17 de Novcmbro, eles têm uma significativa importãnciana actual situação política espanhola. A classe dominante espanlola parece estar adeduzir que, fa. ce a correlação de forças favorável ãs força- progressistas a suaacção só será' eficaz ýom o endurecimento do regime, portanto b regresso aofranquisMO.Ao recordar outros factos que 'ehvoiverain os acontecimentos de 17 de Novembrocitamos que no dia 16, apare cean i nas ruas de Madrid, ultraf ascis tas da FuerzaNueva protegidOs pela polícia a colar cartazes de propaganda contra aConstituição e os falangistas iniciavam a propaganda para a manifestação que serealizaria por ocasião do aniversário da mor e de Franco e de José António Primo,fundador da Falange.e

fotiojâr*i, internaciuaRoméniaA República Socialista da Roménia celebrou io passado dia 1 o 60.° .aniversárioda união da Transilvânia ao território nacional. Em 1 de Dezembro de 1918 ocor.reu este relevante acontecimento para a história da Roménia, deteflminado pelaevolução da vida sócio-polítíca do pais, pela identidade da vida económica ecultural dos romenos de todas as províncias.A propósito da comemoração deste acontecimento que deu novas perspectivaspara o progresso económico, social e político da Roménia, o Embaixador destepaís socialista em Moçambique concedeu uma cOnferência de Imprensa nodecurso da qual descreveu os antecedentes históricos do facto e pormenores comeles relacionados, bem como falou da actual orientação da pqlítica externa do paisterido . sobre este último ponto se referido às relações com a República Popularde Moçambique.Os antecedentes históricos directamente. relaciona. dos com a formação do Estacoromeno, remontam há ce:ca de 2050 anos, quando se criou o. estado dáciocentralizado sob a direcção Burebista, considerado como o maior rei que reinouna Trácia. No século I da nossa era o centro político e militar da Dácia, dirigidopor Decebal situava-se nas montanhas de Transilvãnia, em Sarmissegetuza pertoda cidade de Orastie de hoje.

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Entre os séculos IV e X formaram-se núcleos de estados denominados voievo.datos e em seguida de estados feudais romenos no território da antiga Dícia.Posteriormenté formaram-se estados feudais centralizados Transilvânia, Moldáviae Terra Romena (Valáquia) no seio dos, quais ao longo de séculosdesenvolveram.se estreitos laços eco-nómicos, culturais, políticos e militares o que alimentou a unidade da sua origeme língua. Na sequência do estreitamento destes 1 a ç o 5 muitos voievodasromenos começaram a encarar o problema da unificação do pais. Pela primeiravez em 1600, o príncipe Miguei Valente conseguiu unir os três principadosromenos, Valáquia, Ardeal, (Transilvânia) e MoIEntre Moçambique e a Roménia desenvolve-se uma ampla cooperação Na foto oPresidente Samora Machel é recebido pelo Presidente da República Socialista ' daRoménia, Nicolae CeausescuA visinhança de grandes impérios como o otomano, tzarista e habisburgo com osprincipados medievais romenos influênciou a evolução histórica do Povo romenoque foi submetido a guer. ras pilhagens, a agressões de vastadoras o que -retardoua sua evolução económica e social e ao mesmo tempo temperou e fortaleceu a suadeterminação de viver em liberdade e independenteA conquista da independência e unidade do Estado veio a tornar-se uma questãoaguda a partir do sécu. lo XIX durante o qual decorreu uma revolução burgueso-democrática na Transilvânia, Valáquia e Moldávia em que um dos ob tivosprincipais da luta revoluciô. nária era precisamente esse fim.O primeiro passo decisivo para unificação do Estado romeno foi dado em 1859com a união da Valáquia e da Moldávia conhecida na história como União dosPrincipados Romenos. A in-dependência viria a ser proclamada pelo Parlamento em 9 de Maio de 1877 como corte de relações de subordinação ao Império Otomano durante a guerra russo-romeno-otomana.O surgimento do movimento operário e socialista na vida social e política daRoménia no último quarto do século XIX aumentou as forças que se pronunciampela liberdade e unidade nacio. nal. O Partido social-democrata dos trabalhadoresromenos fundado em ,1893 levanta-se contra a exploração burgueso-latifundiáriae a do minação estrangeira, proclamando o direito da liberdade e independênciada Roménia.Em vésperas da primeira guerra mundial, a unidade do Estado romeno tornou-seuma necessidade para o desenvolvimento económico e social do pais. O país en-contrava-se na etapa inicial do seu desenvolvimento industrial sendo exploradopor grandes potências imperialistäs que o consideravam fonte de matérias-primas.A Roménia filiou-se na Aliança que prometia a sua união estatal tendo combatidoas tropas de Potências Centrais as tropas alemãs que ocuparam grande parte dopaís durante a 1.1 guerra mundial. Circunstãncias internas e internacionaisfavoreceram finalmente a forja do estado nacional uni. tário.Em 1918 devido à luta de libertação dos povos oprimídos e como consequênciadas derrotas militares de Potências Centrais, verificou-se o desmantelamento doimpério hansburgico. Confirmou-se deste modo a previsão de F. Engels que

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ainda em 1888 considerava que «se amanhã o despotismo de Petersburgo cair,depois de amanhã na Europa não existiria mais Austr.-Hungria.»A luta pela união do Estado romeno terminou comsucesso em 1 de Dezembro de 1918 quando 100 mil cidadãos da população daTran silvânia expressaram numa grande assembleia popular levada a cabo poriniciati. va do Conselho Nacional Romeno Central - a vontade da união doEstado. Aquela assembleia realizada em Alba Lulia decidiu solenemente «a Uniãoda Tran silvãnia k Roménia para todos os séculos.»Desde então, a Roménia conheceu u m desenvolvimento nunca visto na suahistória passando sucessivas etapas de transformação social. A transformação doPartido Socialista em Parti do Comunista em Maio de 1921 que contribuiu para avitória da luta da classe operária rómena e de todos os trabalhadores. Foi sob adirecção do Partido Comunista que o Povo romeno veio a infligir uma derrota aoexército invasor nazi e entrou depois na luta pelo desenvolvimento económi cosocial e cultural.«Entre, a República Socialista da Roménia e a República Popular de Moçambiqueassim como entre. o Partido Comunista Romeno e a FRELIMO há relações deestreita amizade e cooperação estabelecidas desde o tempo da luta armada deliberta ção nacional» - disse Mirceia Zara, Embaixador romeno no nosso país.Estas relações enquadram-se na orientação da política externa da Roménia que.desenvolve uma ampla cooperação internacional como estado socialista,independente e -o berano e que se afirma novos princípios entr,. tados, pelaedificaçuma nova ordemT0>11O -'N. 42

Noticirm IaNotid" laeIRoménia mantém relaç diplomáticas com amaioria dos Estados do mun do. Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Romenotem relações com 90 partidos comunistas e operários, 50 partidos socialistas,social-deMocratas e outros partidos e agrupamentos políticos progressistas depaíses capitalistas, bem como- com cerca de 75 partidos ,governamentais, ououtros partidos e agrupamentos políticos progressistas de países do terceiromundo e movi. mentos de libertação.Guiné-ConakryRepública Popular e Revolucionária daGuiné é a nova designação da Guiné-Cona1ry, segundo decisão do XI Congresso do íP.DG.No Congresso, que terminou no passado dia 21 foi elaborada nova Constituiçãopara o Pais e Ahnmed Sekou Touré foi .reeleito como Secretário-Geral do Partidoe Presidente da RepúblicaAtMea Sekou TouréO Partido Democrático da Guiné definiu novas orienm tações políticas,económicas e culturais e traçou directrizes para a sua actividade. Reafirmou aindaos objectivos de prosseguir com uma política de reformas píogres sistas no

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interesse das massas tr,?alhadoras e melhorar a direcção do EstadoTEMPO N.°427- pág. ,59Durante o Congresso foi decidido a eleição de novo bureau político composto de15 membros. O Comité Central será eleito em meados de 1979.O P.D G. reafirmou por outro lado a intenção de se aplicar no país uma políticaorientada para o desenvolvimento não capitalista. Durante o encerramento doCongresso Sekou Touré sublinhou a determinação do Partido em lutar pelaedificação de uma sociedade de justiça social, sem exploração do homem pelohomem.MaliUm encontro internacional sobre Técnicas de Exploração de águas subterrâneasteve início no passado dia 21 na capital do Mali, Bamako.A abrir a conferência, o ministro do Desenvolvimento Industrial e do Turismoreferiu que no decurso da reunião seriam expostas questões relacionadas compesquisa, exploração e utilização de águas subterráneas no intuito de melhorar as:necessidades fundamentais de populações das zonas rurais.NicaráguaEden Pastora, cognominado «comandante Zero» declarou em entrevista ao jornaldo México «Uno mas Uno» que a Frente Sandinista de Libertação Nacional,apoiada por outras organizações de oposição a Somoza, vai, lançar brevementeuma nova ofensiva militar contra a Guarda Nacional.Nós somos obrigados a relançar a luta armada pela restauração da liberdade e dademocracia na Nicardgua» - disse o dirigente da FSLN.«Os sandinistas recebem ajuda material de operários o camponeses; de estudantesindustriais e mesmo de grandes empresários».Entretanto, face às manobras que o governo estadunense enceta para perdurar.. . . . . . .o regime de Somoza a FAO, q u e agrupa organizações opostas ao governo deManágua, decidiu cortar ligações com a Comissão de mediação da OEA(Organização de Estados Americanos», praticamente controlada pelos EUA).NamibiaDia 4 de Dezembro 'foram iniciadas na Namíbia as elei. ções fantoches realizadascontra a vontade do Povo e da sua vanguarda revolucionária a «SWAPO, bemcomó em desrespeito das decisões da ONU.A um dia para o início da farsa eleitoral realizou-se uma grande manifestaçãopopular 'de repúdio no centro da capital namibia, Win. dhoek que se prolongouaté 'ao subúrbio de Kututura. AI o regime do «apartheid» não conseguiu conter oseu carácter que provou não existir qualquer aspecto democrático na realizaçãodestas eleições. Centenas de pessoas integrando dirigentes da ala interna daSWAPO foram presos.As personalidades do movimento de libertação nacional da Namibia presos são: oVice-Prestdente D a n i e 1 ;riongarero, o Secretário pa-ra a Informação e Propaganda, Mkganedi Tlhababnelle, a secretária para os'ASSúUl tos Jurídícos, Ltcia Hamu. tanya, o secretário Administrativý AxeLJohannes KanJore. Todos eles começaram a ser julgados no dia 5. As prisões

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foram feitas ao abrigO da lei contra o «terro. rlsmo» que permite às autoridadesdo «apartheid» doter pessoas sem culpa formulada e por tempo indeterminadoPor outro lado verifica. ram-se -uma série de explosões de bombas, Xkn dia antesda referida manifestação, que feriram 14 pessoas e cau saram elevados prejuizosmateriais. Uma potente lom ba rebentou num supermercado de colonos e além d..destruir parcialmente o estabelecimento, danificou viaturas estacionadas perto.Outras deflagraram perto de organizações fantochesTodas estas acções,manifestações e acções bombistas enquadram-se nos esforços da SWAPO parasabotar as eleições fantoches e prosseguir a Luta Armada para libertar a Namíbia.O movimento apelou ao povo pata procurar recusar votar bem * como -advertiujornalistas estrangeiros para não aceitarem ser corrompidos pelo «apartheid»cobrindo eleições legais.O regime do «apartheid» apoiado pelas potências ocidentais rejeitou as derisõesda ONU sobre a concessão da inidependência da Namibia e planeou a realização as «eleições» unilaterais que vão terminar no dia 8 e três dias depois iniciar-se-

Noficianoi. teima m.-á a contagem 'de «votos» que dura uma semana. A primeira «assembleia consti.tuinte» vai ainda realizar-se antes do fim de 1978. O sucesso das «eleições» serágarantido pelo trabalho de 1500 agentes de repressão apelidados de«conse4ieiros» e pelo exército.Vigiadas pelas forças do «apartheid», 1093 assemblei. as funcionam mnoprocesso da farsa eleitoral para 400 mil eleitores, pouco menos de metade dapopulação total, que vão «¿votar» quer queiram quer não. A «AliançaDemocrática de Turnhale «fdundada pelo regime do «apartheid» e o «ACTUR»,grupelho de colonos, são os candidatos com maior possibilidades de tri. unfarOsEUA, a Inglaterra, França, RFA e Canadá. colaboraram estreitamente com' oregime do ,«apartheid» para a realização da farsa elei toral. Foi o seu apoio quepermitiu que o regime desrespeite plenamente as decisões e resoluções das Na.ções Unidas. Esta atitude do ocidente de cumplicidade com o «apartheid» foicomParada pela revista «Mayibuye» do ANC da Africa do Sul numa das suasúltimas edições, à política da «pacificação» que estes mesmos lPaíses tentarammanter há 40 anos com o regime nazi de Adolfo Hitler em véspe. as da 2.a GuerraMundial. O ocidente opõe-sa a qual quer medida que visa desta. ilizar aeconomiado «aparheid», como seja, sanções conómicas, embargo de combustivel e armas, formas efi cazes de pressionar o gover no racista a respeitar asdecisões da ONU.Recorda-se que o Conse.lho Geral de Segurança ha. via decidido que em 1976 de, via cessar a presença dc«apartheid» na Namíbia com a realização de eleições livres supervisadas pelaONU, a libertação de todos os presos políticos o desmantelamento daadministração ra. cista e a retirada das forças de, Pretória. Contudo, a comunidadeinternacional não desiste de ajudar o Povo namíbio a com bater pela liberdade einiciou no dia 4 uma reunião de emergência do Conselho Geral de Segurança para

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deci. dir a aplicação de sanções económicas contra a RSA a fim de punir adesobediên. cia do regime do «apartheid» que realiza «eleiçõss» ilegalmente.Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do «apartheid» regressou aPretória proveniente de Nova Iorue onde entaýulou conversações com oSecretário .Geral da ONU_ Kurt Waldheim, e o Presidente Jimmy Carter e oSecretário de E s ý a d o norte-americano Cyrus Vance. Durante oitinerário da viagem o ministro do «apartheid ncon. trou.se com o chefe da diplomacia inglesa, D a v í d Owen, em Londres, coi quem abordou questoes"relativas à Namiia e a Ro d sia.O -.hýbfe d - isaa do«aparth ed» c hf, 1Kurt Waldhein que e za todas as decisões toma-das pela comunidade inter. nacional contra o plano da farsa eleitoral.Jimmy Carter disse após o encontro com o mnistro racista que procurou«persuadir» Bòtha a aceitar o plano da ONU para a independênèia da Namíbia aoque, segundo dizia ele, Ro. elot Botha respondeu que ia consúltar o seu governo.VietnameQuinhentos mil hectares de arroz no sul do Vietname estão inundados pelo rioMekong, desviado do seu curso por um tufão, o que agrava a situação deste paissocialista, atingido por calamidades naturais desde Se tembro último.Mais de 45 milhões de habitantes da República Socialista do Vietname foramafectados pelos flagelos que- destruíram três milhões de toneladas de cereais, segundo apuraramfuncionários do Programa Mundial das Nações Unidas para a Alimentação queobservaram no local o acontecido.Ho|anJaO chefa do grupo parlamentar da coligação cristã-demoír ta no parlamentoholandês Willem Aantjes, de 55 ios de idade. abando)iou a sua actividadepoli!i;a quando foi conoluida ainvestigação acerca da sua participação no exército de HitlerO Instituto Estatal de Documentação de Guerra da Holanda, provou que WillemAantjes pertenceu às forças alemãs nazis que inva diram o país em 1944. .Aantjes era uma figura de grande prestígio no seio da vida política holandesa,onde ingressou na década 50. Numa conferência de Imprensa, Willem Aantjesconfirmou os resultados das investigações e acrescentou que o seu partido delastin ia conhecimento há lofiga data.Segundo a lei em vigor na Holanda qualquer cidadão que se aliste num exércitoestrangeiro perde a naciona lidade holandesa, o que tor. na assombroso queWillem Aantjes tenha alcançado a função de deputado nessas condições. O maisinteres sante, é que as autoridades holandesas só se lembraram de revelar opassado de Aant jes porque necessitam de da sembaraçar-se dele, neste momentoem que assumi,uma atitude de oposição ao governo.InglaterraDentro de seis anos as reservas de petróleo na Inglaterra estarão esgotadas. Esta aconclusão a que che gou um grupo de capitalistas britânicos que investigou a

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quantidade do combus, tivel existente nas costas britânicas do Mar Norte, instigado pelo sonho governamental de auto-abastecer o país até 1990, sem carga deimportações.No- documento, elaborado por 20 companhias petroli. feras inglesas, é reveladoque os . ., ,í,, r-:centemen te descobetos são muito mais pequenos que os aber tosem princípos da década corrente, o que não permite uma exploração rentável.TEMPO W- 427- pág. 59

=temp1os lvePALAVRAS CRUZADASHORIZONTAIS - - Organizar. 2 Pano branco, inglês, muito 1 2 3 4 5é 9 ío ,1 1.2usado no Brasil para fatos de homem; Nota musical; Aparência. (plural). 3 Camareira; Cento e um romanos; Refeição noc- 2turna (plural). 4 - Dominár. 5 - Botequim; Enfraquece; Sala - .... -que nos aeródromos é reservada às altas individualidades. 6 - ._Nome masculino; Desacertara, 7 - Tunda; Prefixo de aproximação; Divisão (invertido). 8 - Realização. 9 - Une; Espécie "de rã; Afasta-te'. 10 -,Existe; Aplaude; Prefixo que significa - - -aumento, intensidade, etc., (invertido). 11 - Liada; Campo 612 - Supressão. 7VERTICAIS - 1 Apresenta; Peleja. 2 - Encrespado; Embar- -- -cação de recreio. 3 Fecha as asas para descer mais depressa; - .Lima; Símbolo químico do Alumínio. 4 - Símbolo químico do 9Tálio; Abismo; JunLei. 5 ~ Toro; Calculam. 6 - lIquido excrementício segregadopelos rins e levado à bexiga pelos ureteres; - -Alegre (invertido). 7 Símbolo químico do telúrio; Ingénua.J8 - Comer; Sepultura. 9 Vassourar o forno depois de aque- 12cido; Rale; Heroína francesa que foi queimada viva. 10 - Fú--------------------ria (invertido); Caminhamos; Em partes iguais. 11 - Protestara; Pátio. 12Santíssimo; Facção.Se resolveu completamente este problema procure (Colaboração de Daní1 deCastroagora decilrar uma palavra de ordem nele contida. pula)SABIA QUE...O termómetro foi inventado pelo italiano Galileu Galilei,. ...Ocm óm 103?100O submarino foi inventado pelo americano David Bushnell.em 1776. e que mais tarde viria a ser aperfeiçoado %elos -'.americanos i.P. iolland e Simon Lake, em 1900?1926?:A máquina de costura foi invení da pelo americano EliasHowe, em 1846?O disco de longa duração vulgarmente conhecido por «long play», foi inventadopor Peter Goldmark, em 1948?

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.'Colaboração de Prakash e Uday - Nampula)TiMPO N.* 42,?~ pág. 00)

SABER NÃO OCUPA LUGARSublinhe com um traço a resposta correcta1 - ODia da Mulher Sul-Africana é9 de Agosto 3 de Março25 de JUnho2 O distrito de Palma fica na Provncia deCabo DelgadoNiassaInhambane3 - A Empresa Estatal «CARBOMOC»fica situada na Provínci deSofalaZambéziaTete4 - O distrito de Chemba fica na Provncia deSofala Cabo Delgado ManicaFRASE FIGURADASerá capaz de decifrar este enigma?ADIVINHASQual e a coisa Qual e ela. Mal entra em casa Põe se logo a jagela? "iColaboração de Luís Chibota7ie --- Maputo)Cobrinha brilhante Daqui para lá Cada passo que dou A cauda perdendo vou.Quem sou?Colaboração de Gaspar Nhan ,(ahde - Choku'éQual a diferença que exi.ste entre um balde de água e um homem que saiu (tatropa?,<U'hboração de Alberto Betilitfi; M(illc'8sí, (hibuto )Um menino com um casaco todo roto em que tempo está?O que e que estamos sempre a mostrar com a ponta do dedo?(Colaboração de Ana dos Anjos Cassamo -, Maganja da Cos0000000 o(Colaboração de Prakash e Uday - Nampula)TEMPO N. 427-p g, 01

empOSivresHIERÓGLIFOS COMPRIMIDOSHá 'Prefixo latino6 letrasUtensílio Medida inglesa 505 letras5IJnic Profere

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Estudei 5 Préfixo latino6 letras4Parceira Ementaco Atra,6.vCor Andar6-Ietras 5 letras,(Colaboxqção de Ismael Taibo Mahomed - Maputo)RESTAURÂNTEPor favor- pode fechar aquela ianela?Incomoda-o o vento?- Não, mas receio que ele me leve o bife!(Colaboração de João Ernesto Magalhães - Nampula)ANEDOTAS ENTRE PAI E FILHO- Olha, lá, o teu professor perceberá que sou eu que faço os teus cxercício; de casa?Deve perceber, pãi. Ele já me disse que não era possível eu sozinho fazer aqueleserros todos!(Colaboração de Titos António de Long - Mapüto)NUM DIA DE CALOR...Faz um calor tremendo e uma nuvem esconde por instantes o Sol.Diz então a Natália ao pai:-Vê, paizinho, faz tanto calor que até o Sol se põe à- sombra!(Colaboração de Zito PauloBeira)TEMPO N.' 427- pág. 62

MUITO RAPIDO!QUESTÃO DE PARENTESCOUm garoto de oito aons pergunta a um pequenita da mesma idade se ela queramais tarde casar com ele.Resposta 4a -miúda:- Sintor muito mas é impossível. Namipha casa. casamo-nos sempre em família... O meu pai casou com a minha mãe,o meu avi com a minha avó.e até o tio casou com a tia...Tu não me és nada...(aolabora)ãoMaputo)- da rompanhia de aviação?-É, sim. Faz favor de dizer.- Podia informar-me quanto tempo demora um avião de Maputo a Dar-es:Salaam?...- Um minuto. - Diz o empregado preparando-se paýa consultar o horário.-Muito obrigado! Nunca pensei què fosse tão rápido!(olab oração de Odete Vietra de

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Sousa Lahèr - Tete)'de' Gutda Valy -CONTAS CETAS-,Ouve lá, Francisco: Se eu te dercinco escudos e o teu pai dez, comquanto ficas no bolso?- Com vinte escudos! . Com vinte?- Sim! [ .que cinco já eu tenho cá nobolso!(Colaboração de JoãoAlcântara Palha - Quelimane)SOLUÇõES DOI NMERO ANTERIOR'QUADRADO DE PALAVRAS:TiA U � .LAGsU Hl Ao-r4DESCUBRA AS FRASES - 1 Contra a ignorância. analfabetismo eobscurantismw, a luta continua; 2 - À cultura é uma arma eficaz para a conquistada personalidade; 3 - Vamos fazer do País inteiro uma escola em que todosaprendemos e todos ensinamos.JOGO DE PALAVRAS ---- Marte; Vénus; Saturno; Mercúrio; Urano; Terra;Júpiter Plutão.,MA:AA5ceosAo Li'1AATEpo N.7 42-,p*g. 03

UI" pausa no tr~albo Amaýskã sera no. refeítórío.,

TçýMPO.

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il ik 1MimílÍfifimIUMi"11