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0 SEGUNDO CONGRESSO DA PRELIMO---.. Discurso Oficial do Comité Central 1 Membros do Comité Central, Secretários Provinciais e Distritais, Secretarios das Seccoes do Exército da FRELIMO,. Quadros Provinciais do Exercito e da Organisac$o no Interior, Delegac oes das Provincias Nacionais, Representantes de Organisacoes Irmas e Amigas da Africa, Representantes da Imprensa,> .....-Observadores, Senhores e.Senhoras, Camaradas Militantes, Em primeiro lugar desejo saudar a todos os que estao aqui presentes em nome de todo, os membros da FRENTE DE LIBERTACAO DE MOCAMBIQUE (FRELIMO) e de todo o povo Mocambicano..- Quéro vos congratular por terem mais uma vez demonstrado a vossa devo.ào fé na luta de libertacäo em que agora o nosso povo se eicontra empenhado e por se terem aventurado para estas ..zonas, em. guerra. Aqueles que entre vos nunca na sua vida * foram soldados devem celebrar estes momentos porque agora mesmo o sao. A comecar do momento em que entraram esta zona de luta declararam guerra contra o colonialismo Portugues e se encontram em pé de guerra. 0 propósito desta alocucäo e para vos dar uma ideia do trabalho que o povo moçambicano quere que nos facamos durante os dias da duracão deste Congresso, para podermos ter uma visäo pouco mais ou menos clara daquilo que devemos fazer para que seja um sucessoo. Como todos sabem, esta e a segunda vez que o FRELIMO, desde ' sua fundadão em Junho de 1.962, realisa o seu Congresso e a primeira vez que o Congresso toma lugar em Mocambique. Mais importante ainda e o facto de esta ser a primeira vez que em toda a história de Moçambique se realisa um Congresso Político. Nesse sentido e necessdrio dizer-se que o nosso povo marca hoje um passo histõrico de grande valor. Em vista do tempo relativamente longo que passou entre o primeiro e o segundo congressos e necessaário que se diga algumacoisa sobre as razoes que fizeram com que a PRELIMO nâo possa realisar o Segundo Congresso em 1965, em conformidade com os estatutos da organisacäo. Como e do conhecimento de todosp.os primeiros

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0 SEGUNDO CONGRESSO DA PRELIMO---..Discurso Oficial do Comité Central1 Membros do Comité Central,Secretários Provinciais e Distritais,Secretarios das Seccoes do Exército da FRELIMO,.Quadros Provinciais do Exercito e da Organisac$o noInterior,Delegac oes das Provincias Nacionais,Representantes de Organisacoes Irmas e Amigas da Africa,Representantes da Imprensa,>.....-Observadores,Senhores e.Senhoras, Camaradas Militantes,Em primeiro lugar desejo saudar a todos os que estao aquipresentes em nome de todo, os membros da FRENTE DE LIBERTACAO DEMOCAMBIQUE (FRELIMO) e de todo o povo Mocambicano..- Quérovos congratular por terem mais uma vez demonstrado a vossa devo.ào fé na lutade libertacäo em que agora o nosso povo se eicontra empenhado e por se teremaventurado para estas ..zonas, em. guerra. Aqueles que entre vos nunca na suavida * foram soldados devem celebrar estes momentos porque agora mesmoo sao. A comecar do momento em que entraram esta zona de lutadeclararam guerra contra o colonialismo Portugues e se encontramem pé de guerra.0 propósito desta alocucäo e para vos dar uma ideia dotrabalho que o povo moçambicano quere que nos facamos duranteos dias da duracão deste Congresso, para podermos ter uma visäo pouco mais oumenos clara daquilo que devemos fazerpara que seja um sucessoo.Como todos sabem, esta e a segunda vez que o FRELIMO,desde ' sua fundadão em Junho de 1.962, realisa o seu Congressoe a primeira vez que o Congresso toma lugar em Mocambique. Mais importanteainda e o facto de esta ser a primeira vez que em toda a história de Moçambiquese realisa um CongressoPolítico. Nesse sentido e necessdrio dizer-se que o nossopovo marca hoje um passo histõrico de grande valor. Em vistado tempo relativamente longo que passou entre o primeiro e o segundo congressose necessaário que se diga algumacoisasobre as razoes que fizeram com que a PRELIMO nâo possa realisaro Segundo Congresso em 1965, em conformidade com os estatutos daorganisacäo. Como e do conhecimento de todosp.os primeiros

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II Congresso da FRELIM0--2dois anos depois do primeiro Congresso, os lideres da FRELIMO preocuparam-sepela execucâ°o do programa traçado pelo povo mocambicano, apresentado émforma de mandato nas resolucões aprovadas no fim das sessóe.s. .Esse..programaicluía, efitre outras coisas, a)>ó estabelecimento duma organisac'o políticaclandestina no Interior do nosso pais, estruturada de tal maneira a servir de bases6lida em.que se possa lançar a luta de libertacäo nacional; b) a preparacWo de.~quadros iflilitares se fõr pos.iv.el., no estrangeiro, ao redor dos quais seorganisaria um núcleó de militantes prontos a estabelecer o exército de libertacá°e comecar a luta armada; c) estabelecer uma estrutura executiva ê-administrativada FRELIMO que possa dirigir todo o .programa da luta;,d).,estabelecer .relacqes'.âlidas com os paises independentes da Africa, com os governos e organisacoespolíticas do resto do mundo externo que se interessasèm pela paz e pela nossaindependência e fórnec6-los todas as informacòes necessárias para lhes facilitar acompreencãb do nosso4problema de tal maneira a poder auxiliar-nos na nossa lutacontra o colonialismo português; e) preparar as condicões necessãrias paraeducação da nossa juventude, cria do êsolas1....criando escolas *primarias, secundárias, tecnicas, e facilitar a saida" pra oe.strangeiro dos jovens q-ue tiverèm ás q.alidade'àý intelectuais e morais parapoderem seguir estudos,. supeÉiores':* integrados na luta de libertacão.'1*De Sètembro'L1962 a -setembro1_964 o Comité Central .trabalhou àrduamentepara p8r em execuc'o este..programa, obtendo os seus primeiros frutos no dia.25.déSetembro de 1964, data em-,que se lançou o' primeiro ataque militar ás forcasde repressão' colonýialista portuguesas em Mocambique. Durante esse.mesmoperíodo" o Comiter Central se debrucou nos problemas da estruturacao dos corposcentrais dirigentes do povo emtodas as províncias de Mocambique, estabelecendocelulas clandestinas nos compos, nas povoaçods, vilas e cidades do nosso pais,organisando os camponese6,.os trabalhadores nas machambas dos colonialistas,nos portos e cais de Mocambique, nas fsbricas, minas e nas casas dos colonos.Para podermos ver com maior clareza o. trabalho que se f4z durante os últimoscinco anos e meio que passaram desde. que. se realizou o primeiro Congresso da.FRELIMO, acho melhor apresentar aa cinco secções do programa uma por uma.I. A Estrutura ao dum Corpo Executivo :da.FRELIMO. .Uma das tarefas mais difíceis a realisar, durante os últimos cinco anos e meio foia cr-iacão duma estrutura ou corpo executivo mocambicano que pudesse dirigir oprograma da"luta de libertaâo nacional tracado pelo primeiro Congresso daFRELIMO.

Ii Conre s so da PRELIMO--3Um dos factores mais importantes nas dificuldades que seguiram a formacã^o daPRELIMO, especialmente depois do primeiro Congresso, foi a falta deexperiýncia da maioria dos membros do Comit' Central da FRELIMO, mais ofacto de que todos eles°vinham 'ae partidos diferentes, com preparacoesintelectuais diversas e possivelmente linhas políticas diferentes. Por isso, nao foimuito fácil manter-se unido por muito tempo d corpo direct0rio»' eleito pelo

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Congresso. Quase que dentro de alguns minutos depois da última sessão solene doCongresso, enquanto o Pres'idente da nova organisacao ia do salab do Congressoao aeroporto, regressando para os Estados Unidos onde ia completar o seu'7trabalho como professor, alguns membros do Comiteý Central começaram amonobrar para expulsar do corpo directrio'certos indivíduos. Desde esse dia ate aofim do ano de 1962 o corpo executivo central da:FRELIMO nao conheceu paznenhuma. Facçoes opostas umas as outras desenvolveram-se dentro do * orpocentral: um grupo, dirigido pelo Secretario Geral da FRELIMO, David Mabunda,decidiu impedir a participacáo no trabalho de um outro grupo de membros domesmo corpo central. O resultado foi a expulsáb do Comité" Central oSecretárioGeral pro'prio tendo finalmente que sair de Tanganyika, acompanhadode um punhadode elementos dissidentes seus aliados e amigos tais como o PauloGumane e Joao Munguambe, o 4itimo dos. quais mais tarde foi persuadido aregressar. Em vista dessa siuacão triste o Presidente da FRELIMO foi forcado aprematuraménte terminar o seu contrato com a universidade em que ensinava evoltar para a Africa. Oriental para participar na soluco dos problemas que tinhamsurgido.Depois da expulsao do Secretário Geral e seus aliadosoutros problemas surgiram ainda. 0 tesoureiro da nova organisaç'o, MateusMmole e um dos seus antigos companheiros na MANU, Milinga Malingaambosnascidos e crescidos em Tanganyika, ,decidiram fazer da FFELIMO um meio deganhar à sua vida e de se enriquecer à custa da luta de libertaçàb nacional.Quando o resto dos membros do Comité Central se-aperceberam disso resolveramdisciplina*-los, e comon o aceitassem a disciplina, foi necdssário põ-los fora daestrutura central do movimento. Nais tarde estes e alguns outros seus amigosdesapareceram da FRELIMO, tendo se integrado completamente na vida do paisem que nasceram e cresceram.Preocupados pela impressão de divisão que a saida do Secrea'io Ge-al daFRELIMO e dos demais membros do Comit Central dava ao mundo, o ComiteCentral decidiu enviar o Presidente da organisacão para o Cairo, onde,algunsdeles se encontravam refugíados,-para tentar persuadi-los a regressar para o seiod.o partido. O Presidente foi ao Cairo e, depois de varios esforcos para osconvencer da necessidade de reconciliacao,

II Congresso da FRELIMO--4conseguiu obter uma promessa de que eles todos regressariam aDar--es-Salaam logo que se conseguisse.uma permissäo especial dogoverno tanganhicano que os tinha expulso. Também se comprometeram em näíoestabelecer uma outra organisaçäo política ,enquanto se negociasse areconciliacao entre eles e o ComitéCentral da FRELIMO. Mas em menos de dez dias depois do últimoencontro com os lideres do grupo, o Mabunda e os seus companheiros anunciaramà imprensa mundial que tinham feito reviver a UDENAMO, uma das trCsorganisacoes pol{ticas das quais originara a FRENTE DE LIBERTACÄO DEMOCAMBIQUE e acusaram o resto

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dos lideres da FRELIMO de iodo o tio ,de crimes que puderam imaginar. Maistarde os mesmos individuos, aproveitando-sedas divisoes constantes entre países independentes da Africae de outros continentes, aboliram a UDENAM e formaram aFUNIPAMO, deppis de um ano os mesmos indivíduos aboliram aesta e formaram a COREMO, depois de se terem fundido com umoutro grupo chamado MORECO que se tinha formado no ano anterior.Mais tarde ainda os mesmos vagabundos formaram uma outraorganisacãò chamada UNAR (Uniao Nacional de Rumbezia pondo a Sumane,vice-presidente do COREMO como presidente) com oproposito de desarmar o Exercito da FRELIMO para depois, alega um dos seuspanfletos, pacIficamente negociar a independenciada parte de Mocambique que se encontra entre os rios Ruvuma- e Zambézia.Entretanto os primeiros'líderes destes grupos divisionistasse cancaram das brincadeiras e decidiram safar-se por algumtempo deste tipo'de política. E o caso do Adelino Guambe, quepor muito tempo foi o inventor de novos nomes para o mesmotipo de organisaçoes; o David Mabunda, o primeiro SecretarioGeral de FRELIMO, que agora se encontra nos Estados Unidos daAmerica como estudante sub-graduado; o Mtemaganda, aliasGeneral Zodiac, primeiro oficial do exército da FUNIPAMO, queagora segue estudos secundários também nos Estados Unidos, etc.Ao mesmo tempo que*estaàýmanobras dos inimigos da luta de. libertação se processaram outro tipo de accã do mesmo inimigose operãva no seio do corpo central.da FREIMO.. Refiro-meaqui à ingerência de elementos estrangeiros na estruturacentral do movimento, tais como o Leo Milas, que, tendo sidointroduzido na organisaco pelo seu amigo Adelino Guambe,conseguiu por algumas ludibriar os membros do Comite Central e fazer-se passarpor um mocambicano, quando na verdade ele eraum Negro americano. So dépois de ele ter criado vários problemas dentro domovimento e que começou-se a suspeitar que oLeo Milas podia ser um dos agentes contra-revolucionarios queo inimigo de vez em quando empregava para destruir o nossomovimento. Foi entäo que se procedeu numa investigao ominuciosa do passado da Leo Milas e que resultou pela descoberta do suaverdadeira origem e nacionalidade?-Estados Unidos

- týongresso da PRELIMO--5da América do Norte, onde o Presidente da PRELIMO mais tarde conseguiucontactar os seus pais e confirmar a descoberta. gora o Americano Leo Milas seencontra em Cartum, Sudäo, donde manda panfletos anti-FRELI para todas aspartes do mundo financiado por nio sabemos quem.Entretanto a maior parte dos membros do Comité Central, eleitos pelo primeiroCongresso da FRELIMO continuaram a trabalhar, executando o programa tracado

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pelo povo mocambicano, J.ora tenho a honra de apresentaral ins deles ou queestao aqui presentes ou que, apesar de estar ausentes, se encontram r fazer o seudever em outros pontos da luta de libertacao-ycional:.ntre os primeiros membros do Comité Central que aindainuam na FRELIMO temos os sêguintes:l Eduardo 0. Mondlane, Presidente;2 Uria Simango, Vice-Presidente e Secretario dos NegóciosExteriores;3) Marcelino dos Santos, que foi o primeiro Secretario er,departamento da organisacao do interior e das relacÓ _, externas, mas que agora eo secretário do novo depar::mento dos assuntos políticos;4} Silvério Nungu, Secretario Administrativo;5) Lourenco Mutaca, Secretario das Financas, mas agora rencontra a estudarciências económicas na universidadede Estockhom;.6) Mariano Matsinha, que foi adjunto na Administracao masagora, depois da morte do camarada Jaime Sigaúke, foieleito Secretário do departamento da Organisacao noInterior; V7) Mzee Lázaro Kavandame, Secretario Provincial de CaboDelgado;8) Joao Munguambe, que foi o primeiro Secretário daDefesa e Seguranca, mas que mais tarde, depois derepresentar a FRELIMO em Argel por dois anos veio aservir de adjunto nas relacões externas e agora eestudante na Sulca;9) Feliciano Gundane, por algum tempo foi adjunto naDefesa e Seguranca, e agora se encontra na Sulca delicenca para completar os seus estudos;¼ ) Jacob Jeremias Nhambir, que foi adjunto na Defesa e Segurança mas queagora c nosso representante na CONOPem Argel;Namashulua, que chefia o departamento dos AssuntosSociais.

II Congresso da FRELIMO--6A. sada dos divisionistas e agentes do inimigo de que nos referimos acima, forçouo Comite Central a preencher as lacunas assim criadas, elegendo novoselementos, entre os militantes moçambicenos mais fiéis e capazes. E o caso dainclusão dos hequintes companheiros no seio do Coýnite" Central ou como chefesde departamentos ou como adjuntos ou assistentes:1) 0 falecido Filipe Magaia, que substituiu o JoaoMunguambecomo chefe do Departamento de Defesa e Segu-.ranca;

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2) 0 falecido Jaime R. Sigad5ke, que substituiu o Narcelinndo Santos como Secretario do DOI;3) Francisco Sumbane, que substituiu o Chagonga na chefiado Departamento da Saude, depois de este ter desertadopara o inimigo;4) Pascoal Mocumbi, e mais tarde Jorge Rebelo, que substituiu o MilingaMalinga na chefia do Departamento deInformacao depois deste ter desistido da luta e seintegrado na vida de Tanganyika;5) Depois da saida do camarada Lourenqo Mutaca para aEscandinávia foi necessário encontrar outros militantesmocamiboanos capazes de capitanear os complexos problemasfifianceiros da FRELIMO. Felizemente nesse:mesmo anoregressaram do estrangeiro os primeiros economistas Mocambicanos graduadosda universidade, os camaradasManuel dos Santos a Antdnio Boutscha, que agora chefin:o Departamento das Financas e Tesouraria.6) O Departamento de EducaAão por algum tempo foi dirig±d,:pela presidência. Mas desde 1964 foi necessdrio esta-belecer-se um secretariadoindependente, que tendo sidoprimeiro chefiado pelo camarada Joao Unhai, ýnais tarde veio a ser dirigido pelocamarada Armando Guebuza, que ainda ocupa a posicäo de Secretário daEducacao depoi,da saída daquele para continuar os seus estudos naChecoslovákia.7) Depois do falecimento do camarada Filipe Magaia o camarada Samora M.Machel foi escolhido para o substituircomo Secretário do Departamento de Defesa;8) Mas como sentiu-se a necessidade de se separar asresponsabilidades da Seguranoa das da Defesa, o camaradaJoaquim Chissano foi indigitado para dirigir o novoDepartamento de Seguranca responsDbilidades que j t tinhadentro da velha estrutura do DSD.Como adjunto do Secretário do Departamento de Defesase escolheu o camarada Raúl Casal Rebeiro, que ate'então era comissário politico do DSD. o

II Congresso da FRELIMO--7.Como se pode deduzir do que vai acima, a estruturacao dopresente corpo directõrio da PRELIMO so se conseguiu depois de, muitasdificuldades e vicissitudes.0 mdtodo de trabalha seguido pelo Comité Central da .FRELIMO e ademocraciaocentralizada, ist é, todos os membros tém o direito de tomar posieb'esindividuais em todos os assuntos, discutidos guiados por um propdsito único eprontos a ceder as decisões mairí-tárias. Uma .vez--que-a-amaioria dos çnkrçsoComíté Gentral' toma uma decisro sobre qualquer assunto, cada um dos seus

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componentes tem a obrigacao de a não sd executa-la mas tambdm defend6-laperante aqueles que, por uma razao ou outra, nao a compreender ou a aceitar. Estemetodo de trabalhar tem contribuido ao bom andamento do Comité Central,atraves de todos os cinco anos e meio desde que a FRELIMO se formou e fêz comque ele (o Comite Central) possa còntinui : a dirigir a luta de libertacao nacional.Com isto também se quere dizer que mem sempre õs'membros do Comit6 Centralconi cordaram em tudo. Mas cada vez que divergSncias de opiniào surgiram nomovimento sobre qualquer assunto ou problema, os membros do. Comité' Centralrepresentavam ui ermometro refinado 'por intermdIo do qual se podia medir atemperatura popular. Apesar de a maioria dos assuntos discutidos nas reunioesdo Comit& Central serem concluídos por acordos tacitamente decididos,muitos'terminai por um voto em que se aceita a posicão da maioria.', De vez emquando esse voto é~secreto, se o caso em questäb f6r muito serio..Funoes e Responsabilidades do Comite Central.Como todos devem saber, o I Congresso da FRELIO delegoutodas as responsibilidades da direcoão total da luta de libertação nacional aoComite' Central do-movimento, que de tr's em'trés anos teria que dar conta dassuas actividades aos membros do Congresso. Por isso, o Comite' Central daFRELIMO ate hoje tem poderes:legislativos jurídicos e executivos, funoes quenormalmente pertencem a pelo menos dois corpos diferentes na maioria dasorganizaces políticas do mundo. Ape'ar de este facto ter ate certó pontofacilitado o trabalho da direcçáo.da organizacäo, especialmente neste;períodoidaluta armàda, tambem tem contribu<do para a criaçao demuitos problema, que sóose podem resolver depois de se éstabelecer uma dívlsao de responsãbilidadesentre legislacao, e Execuca'o e jurispruencia, iem que trýs corpos distintos teraoque se especialisur nos trablhos involvidos.

II Congresso da FRELIMO--8por isso que no regulamento interno, que será apresentado neste Congresso para asua apreciacão'e aprovacá o, estabeleceu-se que hajam .corpos diferentes quelidarã"<com diferentes responsabilidades, bal.ancando os poderes dum corpocontra os doutro, dando assim ao pôvo mocambicano melhores possibilidades dese expressar com efeito e mélhor justica e trabalho mais produtivo das instánciLassuperiores do movimentb.II. Cria¢äo de Organisac'es Politicas no Interior.~Uma das responsibilidades do Comité Central, mandatado,pelo I Congresso da FRELIMO foi de criar organisacoes e éstruturas políticas nointerior de Mocambique, que mais tarde serviriam de alicerces sobre as quais selançaria a-luta armada e o resto do programa de reconstrucao econõmica e socialdo Mocambique Livre.Para pôr em execucão este programa o Comité Central teveque considerar objectivamente a situacäo«mocambicana: as condic;es de vidapolítica, económica e sociál do povo negro nmoçambicano e as possi ilidades queexistiam que podes'sem favorecer uma mobilizarão política mais ou menos rãpidado povo.Depois de uma analise da situaçao constatou-sé que a populacao

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-mocambicana se podia dividir em tres grupos, em conformidade com a suacondicãb socio-econdmica: a) os ctmponesesý,* que compreendiam a rãaioriaesmagadora,. talvez 95% da-populacão total do país; b) os obreiros migratorios,que sendo aprbximadamente 15% da população negra mocambicana, e tendo oseu domicílio permanente nas regioes rurais do. s , der iam d mesma populaç (-»qué os componeses acima mencionados. Neste grupo se incluem osmocambicanos.que trabalham nas minas de ouro e carvão na Kfricà do Sul, nasplantaçQes e fazendas dos brancos da Africa do Sul eda Rodebia. 0 terceiro grupo' composto do proletariado urbano, a maior parte dos quais trabalham nas casasparticulares dos colonos brancos e asidticos de Mocambique e os estivadores dosportos. Para cada um destes grupos socio-econdmicos foi necessário elaborar-seum programa espcifico, ;tomando em consideracaào as condicoes de vida-peéuliares a cada um. Em conformidade com esta situaçâo eos princípiosmodernos da luta revolucionária no terceiro mundo, à, organisaqro das massascamponesas mostrou-se-ser a mais indicada. Os colonos e a sua engrenagemecondmica, política, .administr.ativa,.apoiada pelas forças policiais e militares seencontram concentradas nas cidades e nas regib'es cirounvizinhas, ao longo dacosta mar tima e.-das grandes vias de7-comunicacäo terrestres. Em vista destasituação objectiva, era imperativo que a criacão de instituicbes poli'ticas daFRELIMO comecasse nos campos. Ali, o povo esta relativamente livre daobservaqcã

II Congresso da FRELIMO--9constante do inimigo, apesar-da presenca de alguns postos-w administrativos que tentam impor a .autoirid.,de,.portuguesa nas...p....ppúla oes trad-oesú-ruris, utilisando-se dos.-resíduos daç autoriaadegentí1ica, onde esta ainda continua.Nas areas onde ja existiam organisag'oes para-políticas., .tradicionais-oú modernas, a PRELIMO se'esforcou em incorpor.. las-na suaestrutura plítica e reorganisá-las de tal maneira ,-'a servir o prop0sito-principal daluta de libertacão"nacional.maior parte das organisac8es regionais ou .triba qpodiam converter ep estrutúras.da FRELIMO eram associacôes de:nútuo-auxíiosooiali cooperativas agrícolas, aquelas pr'e-*ponderando nas cidae' enquanto *que estas predominavam noscampos.. A ingrébssá na FRELIMó 1das organisacB'es de cooperativasdo,.póvó do planalto dos Macondes, em Mueda, representa um casocargcterístíco deste tipo de associacäo popular que veioy eheficiar a nossa acqäo' entre ,o.povo do.nordeste de Mocambique.Alguns dos mais devotâdos entre&os militantes da FRELiM0 vieramdeelementos que foram membros destes grupos regionais. FÕidos líderes de alguns destes'grupos associativos que a FRELIMO'.obteve ,elementos importantes entre os seus lideres. Das assoc"a bçrs. de mútuo-auxílio da regía, de Beira,..província deM anca. e Sofala, vieram- alguns dos membros; presentes do* Oomit ~Central, tais como os camaradas Dlhakama, Simango e

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DNungu. as associaçôe§ e-cooperativas agrícolas: dos Makondes: do. norte de Mocambique veram os camaradas Lazáro. Kavandameé.!èremias Namashulua, e outros; das associaco&es de.miItuoýauxíliodas cidades.de Lourenço Marques e Chai-Chai.,,n. Sul.,-vierx* tais lTderes comooý f lectdMáaYýüs. Mutemba,.-0 Francisco Sumbane-, eShaffrudin Khan. Muíos outros militantes daFRELIMO que agora se encontram no Interior ou nos campos de,concentracao e nas prisres poIýíticas do -.inimigo. U quê oontinuam'a trabalhàr clandestinamente em prepara o ao desencadeaméntoda luta armada nas suas areas pertecem a esta ólaÊsé de moc4m" . bicanos. É -justo incluir aqui também a.contribüÍä0,f eita elasassociacõ'es religiosas, desportivas e culturais que se;desenvolveram emMocambique desde o começo deste século.~ E o casodas varias associacoes maometanas'das regibesurbanas do.nbssopais, das associac'6èsde futebol'das várias localidades de Mocambique e dasassociac6es culturais, tais como o CentroAsãociativo dos Negros de Mocambique, a Associacäo Africana eo NUCLEO dos ESTUDANTES. Alguns dos líderes destas organizacoesainda hoje se encontram encarcerados nas pris"es do inimigo,acusados de ser membros da FRELIMO ou de ter auxiliado oestabelecimento de celulas políticas clandestinas com o fim de derrubar o governocolonialista e fascista de Salazar,..'0"trabalho da organização politica-da FRELIMO no Interior.especialmente nas regi es ondka luta armada ainda não co ecou,continua a.fazer-se neste nível de.estruturacâo popular. .

II Congresso da FRELIMO--lOE só depois de se estabelecerem as condiç'es assenciais políticas peloDepartamento da Organisacäo no Interior que o Comité Central decide lançar oresto dos programas da accjáo em cada região de Moçambiqúe, culminando pelaintervenção"militar contra as forças armadas e policiais dos portugueses. Uma veza luta armada ter comecado em qualquer distrito do nosso pais, a estruturapolítica~clandestina da FRELIMO aparece à superfície da sociedade e toma posseda liderança política e administrativa das massas, desafiando abertamentê asautoridades portugueses. A começar desse momento para diante, o trabalho daluta de libertaão nessa região toma um aspecto completamente diferente.entáoq%ý que as massas populares participam abertamente no trabalho da luta; osjovens se ingressam nas fileiras do exercito da FRELIMO, os mais velhosalistam-se nas milícias, o resto da populacãb participa nos programas de apoio daluta tais como a producãao agrícola, o carregamento do material de guerra,-de mantimentos e medicamentos, enquanto vigiam os movimentos do inimigoem toda a regiä.o.Mais tarde nesta apresentação analisaremos alguns dosdet9<lhes necessários para explicar como E' que os vários trabalhos aquimencinnados f9ram estruturados pelo Comité Central da PRELIMO, e como evas

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instituições que incorporam as funcoes de cada tipo de trablho cooperam'entre si.Agora passemos para o programa da accao militar.III. O Estabelecimento do Exdrcito da FRELINO.A necessidade da criação dum exercito na FRELIMO comoparte do programa de libêrtaçäo nacional foi nos imposta pela natureza docolonialismo poríuguês. Conio e do conhecimento de todos aqui presentes, oregime do Dr. António de Oliveira Salazar, que há mais de 30 anos governaPortugal, e fascista; por isso anti-democrÈ'ticQ. E se acrescentaimos a isto o factode o colonialismo, pela sua natureza, ser-um sistema de governagão opressiva eautoritaria duma minoria estrangeira sobre uma maioria nacional, pode-secompreender fàcilmente porque e que o I Congresso da FRELIMO não hesitouem mandatar ao Comit Central que se estabelecesse um exercito de libertaçäocomo parte integral do programa geral da luta pela in epend6ncia deMoçambique..Por isso, entre os primeiros departamentos da FRELIMOque foram estabelecidos pelo I Congresso e aprovados na Ultima sessão solene, seencontrava, bem à vanguarda da lista, o Dpartmento da Defesa e Seguranca, como camarada Joäo õe como o seu primeiro secretário e o falecido Filipe Ma-gaiacomo seu adjunto. Dentro de poucos dias depois do

II Congresso da FRELIMO--lICongresso o Comite Central despachou o camarada Filipe Magaia para a Arge liapara ir preparar as condiçdes necessárias para o estabelecimento dum programa detreinamento dos primeiros quadros militares da FRELIMO. No entanto oPresidente e o' então Secretário das Relacões Exteriores da FRELIMO.camáradaMarcelíno dos Santos, se encarregaram de contactar os lideres do governo daArge'lia, que acabava de ganhar a sua independência da Franca, depois duma lutaarmada de 7 anos, e que já treinava vários grupos nacionalistas de outras colóniasportuguesas. Pediu-se aos líderes argelinos a gentileza de incluir mocambicanosno seu programa de preparadäo de guerrilheiros, que ja estava em processo. 0primeiro grupo de aproximadamente 50 jovens mocambicanos foi a Argelia emprincípios de Janeirá de 1963,seguido por mais dois grupos de mais de 70militantes cada. Um pouco mais da metade.do primeiro grupo regressou para aAfrica Oriental em Junho de 1963 e o resto deles regresiu em princípios de 1964.Depois seguiu-se um per'odo de vais-e-vens da parte daqueles que tinham aresponsabilidade de juntar a todos os grupos atd entäo treinados na Argélia eestabelecer uma forca militar única que serviria de base para o desenvolvimentoda luta armada em Moçambique.O primeiro problema que se punha era encontrar um paisnas vizinhancas de-Moçambique que aceitasse o estabelecimento de pelo menosum campo para o treinamento militar dos nossos militantes que iriam encadearuma luta armada no nosso país. Os problemas que se punham eram muitos ecomplexos. Por exemplo, o problema de segurança interna desse país uma vez queele aceita a criacão duma forca militar que nãb estaria completamente sobseu'>controlo; o problema financeiro que adviria da necessidade da manunten'ào.dos treinandos; o proble. L diplomaýtico que surgiria logo que os portugueses

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souberem da existencia em Tanganhica duma tal força militar que se preparassepara derrubar o seu governo em Mocambique, etê. E por -isso que quando ogoverno tanganhicano aceitou hospedar os nossos soldados, providenciarfacilidades materiais para o estabelecimento de campos de treinamento para osnossos recrutas e facilitar a entrada de todo o equipamento militar e civil que vierde seja qual fõr a parte ou país do mundo, os lideres da FRELIMO ficaram muitoreconhecidos.As consequéncias dessa decisâo corajosa e revolucionária do governo deTanganhica s:o muito bem conhecidas entre os mocambicanos que trabalham emíntima cooperacào com os re'2ponsáveis máximos deste país irmão vizinho.'Desde que o governo português soube da exist9ncia do centros de treinamentomilitar em Tanganhica, com o fim de desencadear uma luta armada contra o seupoder em Mocambique, começou toda uma série de manobras tendentes aameaçar o governo do Professor Julius

II Congresso da FRELIMO--l2Nyerere, ameaças que éontinuam. até hoje. Essas ameacas incluem ataquesdip1omaticas nas conferéncias internacionais, ataques .appülãbes tanzanianas quevivem nas fronteiras do sul, resultanao em mortes de mulheres e crianqas ouincursoesaereas sobre-voando território nacional íanzaniano, espalhando panfletos anti-tanzanianos e anti-frelimos, e criando boatosentre as massas do país com a intenýâo de confundir e desmoral-sar o povo. Essasirritacões chegàram a tal ponto no ano de 1967 que o exército de Tanzania sugeriuao seu governo que o autorizasse para ripostar por uma acçob directa contra asforcas-portuguesas estacionadas perto da fronteira, ao longo do rio Ruvuma., Mas ogoverno de Tanzania, confiando na acção politico! militar da FRELIMO e emconformidade com as regras ci'ntíficas da guerra revolucionaria de guerrilhas,restringiu o entusiasmo patridtico do seu exercito, anunciando na famosadeclaraqo pública do dia 25 de Maio de 1967 (Dia da Africa)- que o governo de Tanzania por enquanto näo interferiria directamente na luta emque o povo moçambicano se encontra engajado porque tem confianca completa namaneira como o povo mocambicano luta contra os portugueses.Nos consideramos que a posição tomada pelo governo de Tanzania e justa ecorrecta, e que esta posicèo e muitas outras atitudes do governo e povotanzanianos, demonstra que.ha 1uma completa coincidencia de posico-es entrenos sobre a uta de libertaçãb em Mocambique e que existe estreita coleboracãoentre-os lideres dos partidos que dirigem a vida poliítica dos dois países vizinhos.Por isso desejo solenemente expressar o reconhecimento profundo (dos membrosdo Comit Central e atraves deste os agradecimentos do nosso povo ao Governo ePovo Tanzanianos.:Voltemos a análise dos problemas do desenvolvimento do nosso exército. Umavez encontrado a pais vizinho que fosse suficientemente independente com oespírito revolucionário necessario e que tivesse a coragem moral de aceitar ahospedagem dum movimento revolucionario como o nosso, o Comité Central se

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encarregou de intensificar o recrutamento de voluntarios mocambicanos,sujeitando-os à mais dura preparacao politica e mili-. tar possível, utilizando-sedos poucos quadros graduados da Argélia. Aqui e' justo assinãlar a parte jogadapelo Campo de Bagamovo, o nosso primeiro campo político-militar. A histõria dapovoacao de Bagamoyo e triste porque, conforme os fildlogos a palavraBagamoyo quere dizer Quebra-Espiritos, derivando do tempo da Escravatura, etalvez do facto de que Bagamoyo, tendo sido a primeira sede do Império Alemãona Africa Oriental, podia se ter referido aos esforcos que os hospedeiros daConferénciý de Berlin de 1885 fizeram para quebrar o espírito de liberdade dospovos desta costa da Africa. -pesar destas. referências tristes do seu passado,

II Congresso da PRELIM0--13para nos Bagamovo .quere dizer Esperança e Fe, porque foi em Bagamoyo-ondeos alicerces.da-nossa política revolucionária foram lancados. Foi em Bagamoyoonde a peneira do tempo nos ajudou a.elecç4onar entre.as çentenas de recrutasmocambicanos aqueles que eram verdadeiramente *nacionalistas e que estavamprontos a fazer tudo, incluindo o msa criXícÍ" ximo da suavida, para a libertacab do seu país. Essa.selecçaão e endureci-. mento dosmilitantes mocambicanos conseguiu-se depois de muitos meses durante os quaisse passou atravésde todo o tipo de difiouldades: escassez de comida, resultandoem militantes passarem dias comendo muito pouco e as vezes mesmo sem comernada;.falta de roupa e sapatos, fazendo com que muitos camaradas se vestissem defarrapos e fizessam exercícios duros, incluindo corridas e rastejos nas matasespinhosas, quase nus e descalços,e.serviços mddicos muito irregulares, etc. etc.Por causa disso, e em tentando abafar o efeito negativodesta situaçao material, oslíderes da FRELIMO foram obrigados. a intensificara.educacao política...dos recrutas e de imp6r uma disciplina militar tal que,apesar.e. falta do minimo de meios materiais,*incluindo a falta completa dematerial de.,'-" guerra, os que sobreviveram essas condicoes hoje se encontramentre as colunas de aco do'Exereito e .dã Organisaçao Política da PRELIMO.Os sucessos que-se obtiveram'no Campo de Congua, que seguiu o Campo deBagamoyo em 1964, derivaram em grande parte do tra-. balho e da experienciaganha em Bagamoyo. Quando mais tarde, em 1965, foi necessário esta elecer-séum outro campo mais ao sul de Tanzania a FRELIMO j aãna- reserva depessoal-cUo -(tinha) eperiência suficiente e caracter político correcto que foi facildispensar-se de quadros estranhos para o treinamento de militantes de base. :-Agora mesmo a preparaçao basica dos militantes da FRELIMO faz-se no Interiordo nosso Pais, dirigida completa e exclusivamente por quadros moçambicanos.No estrangeiro h4 ainda.anecessidade de se aproveitar da boa.,.:. vontade dospaises que tiveram longa experiência na luta moderna. Por isso o treinamento dealguns dos nosses quadros militares_. . e it áem O--COacao com_ peritos depaises amigos da frica, Asia, Europa socialista e Ouba. . .. .A Contribuic'o da OUA na Luta de Libertacao Moçambicana,.No mesmo ano e .ka, FRELIMO comecou o seu programa de treinamento militardos° seus militantes4.a Organisaçao de Unidade Africana '(0UA) Toi estabelecidaem Adis Ababa. Entre os primeiros programas indicativos do espírito de:.unidade

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que então'pairava sobre os povos africanosindependentes foi o estabelecimento doComite de Coordenaçä' paraäa Libertacäo da

.II Congresso da FRELIMO--14Africa, com a sua sede em Dar-es-Salaam, e um secretariado permanentecomposto de cidadäos de alguns dos países membros da OUA. Encarregou-se aoComite' de Libertaçäo, ou Comitd dos Nove, e mais tarde Comité dos Onze, aresponsabilidade de coordenar os recursos materiais e morais dos paísesindependentes~africanos e põ-los ã disposio' dos movimentos de libertaqâäo dospaíses que ainda se encontravam sob controlo colonial.A Frente de Libertacao de Mocambique foi uma das organisações nacionalistasque-beneficiaram e continuam a beneficiar bastante do auxílio que os paísesafricanos independentes dão aos que ainda lutam pela sua libertaçäo. A esterespeito merece-menção especial o facto de que, de todos os países que seencontrâm ainda em luta para a sua independência, Mocambique e o único em quea Organisaçao de Unidade Africana teve a perspicácia de identificar a coragemmoral de reconhecer o único movimento de libertaçäo--a FRELIMO. N'o hádúvida nenhuma de que a facilidade éom que. a 0UA conseguiu reconhecer aFRELIMO como o único movimento que verdadeiramente representa osinteresses e as aspiraçýÔes do povo mocambicano e devido a ac'o. do própriopovo, que nãõ se deixa facilmente enganar pelas manobras do inimigo. 0 inimigode vez em quando tenta criar confusWo entre as massas e países independentes,lançando nomes de organisacões dirigidas por fantoches sem ischúpulo, que n'orepresefitam nada mais do que as suas proprias barrigas. Cada ano, nas reunibesdo Comité de Libertacäo e dos Chefes de Estado da OUA, o inimigo tenta lancarnomes de novas orga'Isaoóes políticas mocambicanas, insistindo que sejamreconhecidos e dados auxLlio também. Mesmo agora que o comite de Libertaçáose reúne em Argel, estou convencido que, o inimigo mandou para la alguns dosseus fantoches para tentar multiplicar o número de movimentos que a OUA devesuportar em Moçambique, com- o prop'sito de diluir o valor material e moral doauxilio dos países independentes da Africa.Nos'àchamos que a única resposta a estas manobras típicasdo inimigo e'uma só: unidade dentro da FRELIMO e intensificacäo da lutapolítica e miitar no nosso pais.. Voltaremos a referirmo-nos a este ponto maistarde quando discutirmos os problemas das relacoes exteriores.Em relacao ..ao auxílio material e moral que ....e. cebemos 'dos paísesindependentes da África, desejo afirmar que sem ele a nossa luta ~nâo teriaatingido o nível presente. Entre os países africanos que nos auxiliaram econtinuam a auxiliar-nos bastante, se salientam quatro: a Tanzania, a que ja nosref&rimos várias vezes; a Argélia, pioneiro no treinamento do nosso

II Congresso da FRELIMO--15Exército; Zambia, cuja compreensão dos nossos problemas e consequentecooperac"ão se ampliam de dia para dia, e a R blica Arabe Unida, cujo lídermaximo.Abdel Gamel Nasser, e .c dos mais devotados defensores da nossa causana Africa e no mundo externo. Outros países africanos tambdm he que, de vez em

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quando, nos dão auxílio dentro e fora da Organisacao de Unidade Africana, mascuja constáncia depende da regularid,. com que os lideres da FRELIMO oscontactam e os manteim informados do progresso da nossa luta.Como o dissemos posteriormente, uma parte importante do auxílio material eticnico que a FRELIMO cada ano recebe de países amigos de fora do continenteafricano vem da.República Popular Chinesa, da Uniäo das Repúblicas SocialistasSovieticas e de varios outros paises socialistas de Europa, Asia e de Cuba.Neste momento desejo tomar esta oportunidade para expressar os agradecimentosdo Comité Central da PRELIMO e dos militantes do poVo mocambicano aoGoverno e ao Povo da República Popular da China pelo trabalho incansável dosseus cidadãos que trein. aram e continuam a treinar muitos dos nossos quadrosmilitares na arte e ciència moderna de guerra de guerrilhas, desenvolvida eaáperfeiçoada pelo Presidente Mao Tse Tung e pelo muito nuxílio material que oGoverno da China Popular nos dá por intermédio do governo da Tanzania.Tambem-desejo aproveitar estes momentos para agradecer ao Comite' Soviéticode Solidariedade com os Povos da Africa e da Asiapela advocacia da nossa causaque tem feito e continua a fazer perante as instancias mais altas do seu partido edo seu governo que, durante os últimos anos, resultou em muito auxilio material.E por causa disso que o Governo Soviético cada ano nos concede facilidades paratreinar quadros moçambicanos em certas especialidades técnicas e militares.este respeito é justo dizer-se que, a,-pesar-de osdois * es acima mencionados nosterem condedido maior auxilio.-erial e técnico do que quaisquer outros países na'o-africano durante o mesmoperíodo de tempo muitos outros países amigos da liberdade nos auxiliarambastante, dentro das suas capaci-dades materiais e técnicas. Refiro-me aqui, entreoutros, ao auxílio que recebemos dos seguintes países: Bulgdria, que r.,. deu 4*que nos deu material de guerra; Checoslovaqua,que nos deu material de guerra; Húngria, que nos deu material de guerra, roupa emedicamentos; Republica Democratica Aleýd, que nos deu medicamentos, roupa,géneros alimenticios e equipamento para-militar; Corea do Norte, que nos roupa,e generos alimentícios. Da Ame'ricaLatina so" Cuba e que se t eminteressa,..muito material de guerra e generos alimenticios; Jugoslavia,...

II Congresso da FRELIMO--16do suficientemente pela nossa luta para nos auxiliar material e tècnicamente,mandando-nos material de guerra e treinando alguns dos nossos quadros. Paratodos estes e outros paises amigos que nos auxiliaram e continuam a dar-nos todaa ajuda que podem, o Comité Central da FRELIMO, em seu próprio nome e emnome do povo mocambicano desejamos expressar os nossos mais sincerosagradecimentos.Continuemos com a analise do desenvolvimento do Exército da FRELIM0. Umavez estabelecidos os alicerces políticos, militares e tecnicos no interior do nossopa'.d,1_depois do trabalho ãrduo da estruturacao das celulas clandestinas políticasfeito pela Organisacào no Interior, o Comité Central da FREL;Jx, na sua sessão deJunho de 1964, decidiu desencadear a luta armada do povo mocambicano contraas forcas armadas de Portugal em MoQambique. Depois de um estudo minucioso

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das condicces do nosso pais e da situácão militar do inimigo, o ComitÉ Centraldecidiu lançar os primeiros ataques contra os portugueses no dia 25 de Setembrode 1964. Assim dito, assim feito.Antes de entrarmos na descripcäo das etapas"mais importantes da luta armada,acho just. subliúhar aqui a parte jogada por dois dos nossos militanes..naformaçao do Exército da FRLI1O. Estes militantes moçambicanos sao, émprimeiro lugar o falecido Filipe Magaia, que, como se disse anteriormente,avancou sbzinho para a Argélia para estabelecer o primeiro programa detreinamento dos guerrilheiros mocambicanos. Mais tarde o falecido camaradaMagaia dirigiu os trabalhos do campo de Bagamoyo e serviu de oficial de ligaçãoentre a FRELIMO e o Exercito de Tanzaiia, que nos auxiliou e continua a nosajudar nos trabalhos prá ticos da luta. Apesar de o camarada Magaia ter estadoausente da Africa quando'a Comité Central decidiu desencadear a luta armada, elee que fora indigitado para chefiar o Departamento de Defesa e Segurança e dirigiua guerra com brilho ate' à sua morte dois anos mais tarde. Peco aos camaradaspara se levantarem em memoria do camarada Magaia. O outro militantemoçambicano, cuja contribuiçao merece menção especial neste momento, e opresente do Departamente de Defesa, Samora Moises Machel, que estabeleceu oscampos de treinamento politico/militar de Congua e Nachingweà em 1964 e 1966respectivamente. A linha politica e disciplina militar que o camaradp Samora foicapaz de inculcar no espírito dos militantes nestes dois campos aprofundou-setanto na vida do guerrilheiro mocambicano que agora mesmo servem como oselementos basilares da luta de libertacäo nacional sem os quais a nossa luta talvezn«o teria progredido tanto durante os últimos três anos e meio.

II Congresso da FRELIMO--17Os problemas que seguiram a formacío do Exército da PRELIMO, especialmentedepois do desencadeameiito da luta armada, säão muitos e por isso não medioponho de tempo suficiente para os analisar com a devida minuciosidade aui.neste discurso. Mas, apesar-de falta de tempo, acho necessário apresentar trés dosproblemas mais importantes do nosso Exercito, talvez típicos dos problemas detodos os exercitos de libertaçào nacional, 0 Primeiro e'o da estruturacã o centralde todo o corpo militar nacional que controla e dirige todas as forças. As vezesesse corpo chama-se Alto Comando, Concelho Superior Militar, ou QuartelGeneral, etc. O problema que se poe aqui d: como est;ruturar a chefia suprema doexercito de tal maneira a produzir o mãximo efeito possível contra o inimigo. Emsegundo, lugar se nos apresenta o problema da coordenaçao das forqas armadas,problema que se pIýe mesmo depois- 7 lvr oprimeiro. Dirigir uma luta armada,baseada na táctica de guerra .1de~-guerrilhas, fazendócom que todos os elementosinvolyidos, sejam eles indivíduos que actuam iisladamente, pequenos u .grandesdestacamentos de soldados armados ou de milícias, e--um -problema que -dreoupa os lídéres de todos os exercitos do.mudo. 0 terceir- problema queconsidero tambéminuit6cfs-ério e o de abastecimento das forças armadas comtodo o tipo de equipamento --deý-,que necessitar.Como se pode notar pela ordem em que apresentei estes problemas, ha uma.sequencia hierarquica na sua importancia, que tambem sug ere que a sua soluqão

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total ou parcial requere que se siga a mesma ordem. A nossa experiencia duranteos últimos tres anos e meio de luta em Moçambique, indica que sem um corpo decomando central no se pode coordenar com eficacia as varias forças que operamem tantos pontos distantes do nosso pais. Da mesma maneira não se poderesolver o problema de abastecimento num ex'rcito que não tem nenhumacoordenacäo ou cuja coordenaSàb deixa muito a desejar. .Durante os primeiros dois anos depois do desen-cadeamento da luta emMocambique, o Exército da FRELIMO não tinha uma estruturacäo de comandocentral, excepto no nível do Departamento, de Defesa e Segurança, chefiado por-um secretãýrio como qualquer outro departamento da organizacâWo. Comoconsequ&ncia disto, o trabalho de controlo, coordenaçäb e abastecimento fazia-sesem definicão de responsabilides certa e clara. Em outras palavras, o Exército daFRELIMO existia e operava sem um corpo de comando central, por isso semsecçóõ1es especializada" 0 chefe do DSD, como secretário de depãrtamento, sepreocupava por todas os detalhes do trabalho militar. De vez em quando delegavaa sua autoridade a um ou outro dos seus colegas militares, mas sem umapermanència de responsabilidade, que podesse garantir o mínimo deregularidade.- Enquanto as forcas guerrilheiras fossem muito poucas e'a sua accâbfosse fraca

II Congresso da PRELIMO--18e limitada, podia-se conseguir uma certa eficácia no contrlo . e direccão dotrabalho. Mas uma vez que o número-dos uerrilheiros activos e em treinoaumentou e a região em que se lutava ampliou-se, a necessidade doestabelecimento de um corpo central de comando militar tornou-se imperativo,,Foi assim que na segunda e última sess°ao do Comité Central de 1966, decidiu-seque o Exército da PRELIMO se reorganizasse de tal maneira a ter um AltoComando ou corpo semelhante, com uma sede em algum ponto do Interior ouExterior, dependendo das facilidades de comunicacâb com todas as regioes emluta. A implementacão desta decisao resultou na formac'o do presente Concelhode "Comando Nacional que agora está em funcäbo, chefiado pelo Secretario doDepatamento de Defesa (DD) e composto dos seguintes elementos: a) Secretáriodo DD; b) seú Adjunto, que e também Comissário' Político do Exército; e mais 12Chefes de Seccões do Exercito, a saber, 1) Operacõ es; 2) Recrutamento,Treinamento e Formaçäo de Quadros; 3) Logística (Abastecimento); 4)Reconhecimento; 5) Transmissão e ComunicaoõTes; 6) Informaçýào ePublicaçoé" Militares (que edica o jornal 25 de Setembro); 7) Administração;8)Finanças; 9) Saúde; l0) Comissariado Político; 11) Destacamento Feminino; 12)Milícias Populares.Apesar de a sede do Concelho de Comando do Exdrcito daPRELIMO ainda se encontrar em território estrangeiro, tanto o. Chefe doDepartamento de Defesa e seu Adjunto como todos os Chefes das Secq?íes doExército se encontram constantemente em movimento, visitando e dirigindo otrabalho em varias partes do Moçambique onde as operaçòbes militaresprogridem. Na sede do coinando, que agora se encontra em Nachingwea, oConcelho reune-se uma vez por cada duas semanas, presidido pelo Pres. dente oupelo Vice-Presidente da FRELIMO, se um ou outro destes oficiais da

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organizaQao se encontrarem na sede, ou pelo Secretário do Departamento daDefesa.regime de trabalho do Concelho de comando e, como o do Comiti Central daFRELIMO, a democracia centralizada, em que todos os Chefes das Secç6esapresentam os seus trabalhos em forma de relatorios e discutem todos os detalhes,no fim do que tomam decises que depois executam, em conformidade com asdirectrizes estabelecidas pelo Comité Central da FREIMO.Em cada província em que a luta armada já se desencadeou,o Exe'rcito da FRELIMO encontra-se estruturado da forma seguinte: i) ChefeOperacional Provincial, que etambem o Sécretario Adjunto da Provincia; ii)Comissário Politico Provincial, que e' tambdm Adjunto do Chefe Operacinnal;_'iii) Chefe-do Destacamento Feminino; etc., o resto da estrutura repete a EscalaNacional; idem.na Escala Distrital.

II Congresso da FRELIMO--190 efeito desta nova estrutura do Exército, que se pos emýexecucà:oínos princípios do ano de 1967, foi o impulsion mento quase«imediatodo trabalho da acçao militar em todas as frentes. As comunicações que vinhamconstantemente das provincias e distritos ei luta comecaram a atingir a sede doExercito e do .Movimento com maior regularidade, o fluxo do material de guerrae outro equipamentoessencial para a luta ritimizou-se mais e mais, o recrutamentode novos elementos para as fileiras guerrilheiras atingiu maiores proporc'es; porisso as nossas forcas aumentaram em número e capacidade de engajar o inimigo eplanos pa a a criaçio de programas de acqão de maior envergadura contra oinimigo materialisaram-se. Em àuma, com a restrutu-. raab do Exército daPRELIMO da maneira acima desCrita, o programa militar de libertacao nacionaltornou-se mais claro e o inimigo sentiu mais o péso da nossa accao contra as suasforcas armadas.V. Centralizacäo da Administraçäo na PRELIMO.Ao mesmQ tempLo que os li deres da FRELIMO se esforgavam em regularisar otrabalho do Corpo Directdrio da organizacão que e o Comitýf Central,preocupavam-ee pela sistematizacão da burocracia central, a Administraco, sem aqual o fluxo das coisas dentro do movimento não se podia realizar. 0Departamento da Administracão, que desde o seu estabelecimento no I Congressoda FRELIMO foi., e continua a ser, chefiado pelo camarada Silver,..Nungu, quQ alguns militantes anti-burocráticos maliciosamente chamam "SenhorAdministrador". As respnnsabilidades deste Departamento importante daFRELIMO foram bem definidos no Regulamento Interno que sera apresentadoneste Congresso para a sua aprovçLcão. Por isso limitar-nos-emos à descripçèodoseu propósito e lógica geral de trabalho para assim ajudar .; a aqueles que,talvez por aversão natural, não aturam qualquer tipo da administracâo central,labelando-a burocracia no sentido pejorativo desta palavra.Para podermos compreender melhor o valor da centralizacao. administrativa emqualquer organizacâo devemos tentar recórdarnos das muitas confusões detrabalho que a FRELIMO conheceu nos primeiros dois anos depois da suaformaqão. Nio e mesmo necessário regressar-se a tantos anos atraz, para ver o que

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ainda se passa em certos departamentos da FRELIMO ,hoje mesmo, cujos chefesainda nio compreenderam o valor de contralizacao e sistematizacäo do seutrabalho. Aqui devo dizer os camaradas usar a sua imaginacao para evitarcomprometer alguns dos membr3ý3 do Corpo Executivo Central da FRELIMO,incluindo, ate certo ponZ. o proprio conferencista.

II Congresso da FRELIMO--20A Administraç äo da FRELIMO tem como responsabilidades principais, aOcontrolar o movimento de todo o pessoal civil da FRELIMO; b) controlar toda apropriedade mobiliária e imobiliária da organizacão incluindo o registo,transferência, compra, venda,entráda e saída de todo o tipo de equipamento,material e utensílios popsuídos pe].e FRELIMO, mantendo em data um inventáriode tudo que hd xa organizacao; c) preparar cartões da FRELIMO e.distribui-los atodós os pontos onde possam ser vendidos a novos membros da FRELIMO emanter uma lista de todos os membros da FRELIMO, incluindo o seu cadastro(curriculum vitae); d) controlar o movimento da correspondeneia na organizacao;e) engajar, controlar e despedir o pessoal civil da organizaão; representar aFRELDIO ém todas as relacoes e contactos com or'ganizaces e instituicesadministrativas é comerciais externas a orèanizacao.Aqueles entre nos que nos ultimos dois anos passaram alguns dias no EscritdrioCentral em Dar es Salaam, certamente foram expostos aos efeitos positivos- ounegativos do trabalho qúe as responsabilidades acima-descriptas implicam. Cadavez que;um militante chega emqualquer, ponto onde há um trabalho daFRELIMO e não eý bem servido, sempre se lembra com amargura e fàcilmenteacusa o Departamento da Administraco de o nao ter proporcionado-as facilidadede trabalho ou a's ienidades de que pensa ter. direito. Quantas vezes o Presidéenteda FRELIMO não recebeu telefonemas de curta QU longa distância, muitas vezesem alta noite, em que ouvia uma voz zangad4.,-que acusava o Departamento daAdministrac o de nàb lhe ter dado comidá, cama para dormir, guia depa4sagem'de um lugar para outro, um par de calcas ou sakatos para ele ou parasua esposa ou crianQa, etc.; etc. Não quero aqui mencionar o pre9o em dinheiroque estas chamadas custavam à organizaqào, Infelizmente aqueles que fàcilmentese irritam por alguns dos deslizos ,u mesmo simples ineficiência aqui e acola, seesquecem, e as vezes propositadamente ignoram, de que a maior parte do trabalhoadministrativo da FRELIMO corre muito bem. Aqueles entre nõ,queacompanharam o trabalho do Departamento da Administraço desde 1963 e queviram os grandes passos que se têm feitõ para se aperfeicoar o seu funcionamentoe eficácia, tem a obrigacao de apresentar os seus parabens ao "SenhorAdministrador", aliás o camarada Silverio Nungu, e-seus "amanuenses", oscamaradas Kawawa, Tembe e outros.

II Congresso da FRELIMO--21VI. A Educacâo e Cultura Nacional.Como todo--o mundo sabe, uma das caracteristicas do colonialismo portugue-8-ea-fa:lta de interesse quase absoluta na educacâo' cientifica e cultural dos povosque se encontram sob seu controlo. Esta generalizacao aplica-se no caso de

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Noyambique eomo col6nia portuguesa. .E pode ainda se afirmar, sem perigo deser contradito que na educaco do negro de todas as c olonias portuguesas daAfrica, Mocamibique tem sido a mais negligenciada pelo governo português.kntes da abolicão do sistema do,. indigenato em 1961, ,a crianga negramocámbicana que quizesse e pudesse estudar so podia encontrar lúgar nas poucasescolas missionarias; e como e'stas fossem muito poucas, a maioria esmagantedos nossos filhos näio tinham nenhuma possibili ade de mesmo aprender a ler eescrever. Nas escolas mis'sionarias os poucos que la iam, passavam a maior partedo seu tempo de'corando frases da doutrina cristã e a trabalhar nas machambasdas missdes. Ate 1961 só alguns dos filhos dos funcionarios publicos que viviamnas cidades e que encontravam lugares nas poucas escolas técnicas secondarias eacadeímicas da colónia.' Atd entã?o a situascä da educacäo da criança negra emMo9ambique era tao miseravel que mais de"80 por 'cento das nossas criancas nãoiam à escola, e menos de 200 criancas negras frequentav-m cursos liceaís, e sodois pretos tinham feito o curso liceal completo em Mocambique.Por isso, quando o I Congresso da FRELIMO se inteirou destes e outros factostristes da situacão da educacdo da criança negra em Moçambique, decidiu incluira Educ.cão e Cultura no seu prog§rama geral de accí'o contra o colonialismoportugu@s. Para a execuca0 deste pfograma o 1 Congresso mandatou.ao ComitéCentral'parà estabelecer um sistema de seleccäo de jovens mocabmicanos,capazes de continuar os seus estud'õs e de os prop6rcionar os meios de sair dopais para o estrangeiro, onde pudessem encontrar lugares nas instituicôõeseecondãrias e superiores.A aplicacao deste mandato do i Congresso da FRELIMO pelo Comité Central fez-se em varias etapas e desde 1962 sofreu muitas mudancas em reaccäo aosproblemas que.surgiram ao decorrer do empo. 'Por#'exemplo, a primeirapreocupação dos lideres da FRELIMO foi a de procurar bolsas no estrangeiro,para estudantes mocambicanos que quizessem continuar os seus estudos nosníveis secondario é.universit4rio. Mas, dentro de pouco tempo descobriu-se queenquanto que governos :)rganizacoés amig as ofereciam muitas bolsassecondarias e univer i..rias, o:numero de jovens negros mocambicanos que aspUdessErn aoeitar eram muito'escasso. Foi entaä õnecessario estabelecer-se um

II Congresso da FRELIMO--22programa especial de preparaqa o académica daqueles estudantes.--moçambicanosque tivessem a possibilidade de continuar os seus estudos superiores. Assimnasceu a ideia do Instituto Mocambicano, que foi estabelecido em Dar es Salaamem meiados de'1963.O propdsito original do Instituto Mocambicano era de estabelecer um centrocolegial em que jovens refugiados moçambicanos p¡,dessem viver, estudando nasescolas secondarias de Dar es Salaam, para depois poderem receber bolsas paracontinuar os seus estudos superiores no estrangeiro ou integrarem-se no trabalhoda luta de libertaýão nacional. Todavia, quando mais tarde se notou que o niveacademico atingido pelo jovem mocambicano, habilitando-lhe para. entrar ,noliceu .portuguê's, nâ6 era suficiente para lhe dar ingresso no liceu tanzaniano,decidiu-se criar condic6es que lhe pudessem dar os elementos acadêmicos

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necessarios parapreencher a lacuna que existe entre os dois sistemas liceais. E daíque nasceu o programa Secundaria do Instituto Moyambicano.Entretanto o Instituto Afro.-Americano estabelecia umaescola secondária para refugiados da África Austral em Dar es Salaam, incluindoestudantes mocambicanos. Por causa da lingua inglesa que e o veiculo deinstrucao na escola Americana, foi necessário incluir no nosso programa doInstituto o ensino acelerado daquela lingua.A.fonte de fundos com que custeámos a construca'o do primeiro edifício doInstituto Mocambicano foi a Fundacao Ford, dos Estados Unidos da America doNorte, que em Junho de 1963 nos deu uma subven9ão de aproximadamente Ro500,000. Como essa doacão não se tivesse repetido no ano seguinte, tivemos queprocu'ar outras fontes de apoio financeiro para podermos continuar o nossotrabalho. Felizmente em 1964 e nos anos que se seguiram até ao dia de hoje,tivemos a sorte de receber subvencoes da SIDA, que d uma fundapao sueca para oauxilio de países subdesenvolvidos. Mais tarde recebemos fundos de outrosgovernmos escandinavos e de organizaco"es humanitárias e religiosas de variaspartes do mundo. Dýs paises socialistas temos recebido auxilio tecnico e materialescolar,, tais como pr'ofessores e equipamento de laboratório cientifico.Desde 1963 até agora o programa do Instituto Mocambican:.sofreiýváriasmudancas e transformaci"es devido ao c escimento do trabalho geral 'a FRELIMOe a varios factores relacionados a luta. As mudancas mais importantes resultaramde decis"es do Comité Central da FRELIMO que, em Outubro de 1966, mandatouao Departamento da Educý?cáo que transformasse o programa do Instituto de talmaneira'a conformar-se com as necessidades

II Congresso da FRELIMO--23da luta. Agora mesmo funcao principal do Instituto e de servir deum.,centro.nacional de planifícagao, direccao e coordenacã0 dos programas deeducacão secúndária, ,primária e tdcniã'aá "aFRELIMO. 0 Instituto Mõcambicanotambém serve de condu.Cto de fundos vindos de varias fontes para custear aeducacão nas regiões libertadas do nosso pais.A organizacão e estrutura'oa do résto do programa da Educacão segue os. 6esmosmoldes que outros departamentos da FRELIO. tõ seio central da organizacão aEducacao e Cultura é'. dirigida e controlada pelo Departmento da Educaçào eCultura, chefiado pelo camarada Armando.-Guebuza. O Secretario da Educacaocontrola e dirige todos os trabalhos de educacão do Instituto Moçambicano,incluindo a Escola Secundaria, a Esc6la de Enfermaem eto.as as escolas.primárias do Interior e Exterior de Mocambique criadas p È :.RE1. ýIMO....Para terminar .este captulo, e necessario que se apresente, em breves palavras, a -filosofia que guia a PRELIM0 nos seus. esforcose'm tentando,p:ovidenciarfacilidades da educaçâo do jovem mogambicano. E preciso dizer-se alguma coisasobr.e este ponto .por que» de todos os movimentos de libertacao, a FRELIMOpreocupa-se muit o mais pelo estabelecimento de centros de " educagao. Parteda resposta ja se deu no comeco deste capitulo, quando se referiu ao facto de aeducacao em Mo6ambique ter sido negligenciado .pelo colonialista portugues.

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Mas a razão mais importante e que os lideres da FRELIMO querem uma revlucaototal em Mocambique; quere dizer, para que o povo mocambicano possa se livrardos tentáculos do colonialismo e imperialiEsmo portugues devem mudar tudo oque foi implantado pelo inmigo, incluindo, as ideias reaccionarias que o inimigoinculcou. Nos pensamos que a escola e uma das instituicões nacionais,iu-e devemsofrer uma mudanca profunda para qúe o nosso povo se possa sentircompletaménte livre.No momèntho em que o nosso povo se encontra em luta contra as forcas armadasportuguesas, nos pensamos que. todas as pessoas devem participar. Isto- ed, toda--a gente, -j vêns,adultos, velhos, homens, mulheres e mesmo criancas, devemparticipar na luta de libertacào nacional. Os éstudentes que se encontram nasnosses escolas primarias no Interior e no Exterior; os estudantes que f:equentamas escolas técnicas e secundárias da FRELIMO, todos devem estar sempre prontosa' participar em qualquer tarefa imposta pela luta de libertacao nacional. Osestudantes que se encontram a seguir cursos' avancados .no estrangeiro tambémsâo afectados pela luta de liber'tacao nacional; por isso, em qualquer altura que aluta exigir a interrupcão dos estudos de qualquer deles, devem .aceitar e regressar para a Mae Pátria para participar ha, dentro e forade.Mogambique, muita gente que naocompreende por que,..,

II Congresso da FRELIMO--24activamente na sua defesa. Esta e a politica central da FRELIMO sem a qual n5ohá luta revolucionaria em Mo'ambique.jNo entanto,.apesar de esta politica ter sido claramenteanunciada a todos oral),ente, por escrito e por todos os meios de counicacàodisponíveis, ha( ainda individuos dentro e fora do pais que ou pretendem nãocompreendê-la ou de desconhecèla. A este respeito devemos ser francos, a atitudedaqueles que criam confusões e dificuldades na FRELIMO não deriva da sua'falta de compreensao ou do désconhecimento da linha oficial da PRELIMO sobreo prop3sito da-Eucacão.-Naro- 0 problenit é que estes confusionistasmocambicanos'discordam conosco. Eles näo que rem: a destruicão co<pleta e-t^otal dos vestigios do colonialismo e imperialismo português em Mocambique.Tambem o seu problema deriva do facto de eles não quererem fazer nada quepossa por em perigo as suas próprias vidas. Querem que outros lutem e que algunsmorram para que eles mais tarde, depois da independ'ncia, venham a governar.Em outras palavras, alguns mocambicanos querem privilegios agora e depois daindependZ ncia. A FRELIMO insiste em dizer a eles; aquí- ou e pau ou e pedra;ou sao revolucionários ou nãó são. ~ Se sao revolucionários devem estar prontos afazer tudo o que a Revolucao exige de todos os mocambicanos.Este problema se encontra a base da atitude da maioria dos estudantes secundáriosdo Instituto Mocambicano neste mómento, Querem estudar e ao mesmo tempoquerem a inaependéncia sem ter que participar na luta para atingir esse fim.Porque eles pensam que depois da independência não são aqueles que lutaram quevão governar o pais; mas ,sim aqueles que estiveram a estudar: os chamados

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intelectuais. Ai. se encontra a base da controvérsia que divide os líderes daFRELIMO de alguns dos estudantes e "intelectuais" mocambicanos.VII.. Problemas da Assistência Social.,Os problemas da assistência social durante a luta delibertacão nacional relacionam-se, ate" certo ponto, com os.~ problemás que sepoem na Educacâó, porque a grande proporcao deles resultam do disinteresse e dainsensitividade do sistema colonial português aos problemas do povo megro e dofacto de estarmos em guerra.Os problemas sociais mocambicanos que nos preocupam bastante, encontram-seprincipalmente nas regi6es afectadas pela luta armada. A maioria deles resultamda deslocacä0o das populacóês dos seus centros tradicionais de habitacão ou parao estraúgeiro ou para regiõês anteriormente desabitadãs. Qualquer movimento

II Congresso da FRELIMO--25forcada, de qualquer número de pessoas, cria problemas psi'dolgicos e sociais quesempre necessitam de atenc'o especialda~parte dos responsaveis-da FRELIMO. Este e" exactamente onosso caso.Mesmo antes do comeqo.da luta armada, logo que o inimigo seapercebeu de que a FRELIMO preparava-se para uma confrontacãocom ele, começou a perseguir uma grande parte das nossas*populäçoes camponesas e urbanas, pensando que desse modo as impediia departicipar na luta ou de apoiar as forças armadas da' PRELIMO. Sabe-se que entreJunho de 1962 e Setembro #de 1964dezehab, se nâo centenas, de milhares de Mocambicanos foramperseguidos, muitos deles presos, pelas autoridades colonialistasportuguesas em todas as províncias de Moçambique, Muitos delesainda se encontram nas prisõ'es e campos de concentrac-o d'o inimigo. Entre osmocambicanos entãb perseýuidos, algunsconseguiram escapar-se e refugiar-se nos países vizinhos. A maior parte dospresentes líderes da FRELIMO foram uma vez.* refugiados nos paises vizinhos.Por isso, desde a fundaçao da FRELIMO, foi sempre necessário estabelecer-se umsistema de assistência social aos. refugiados que se encontram em Tanzania,Zâmbia e Malawi. Nos princípios da nossa organizacão quase que todo o trabalhoda)RELIMO consistia em auxiliar os refugiados nestes três países-viízinhos. -Mais-tarde, 'quando a guerra começou, o número dos refugiados queentraram em Tanzania cresceu-tanto e em täo pouco tempo que era impossívelpara a FRELIMO dar-lhes a assist'ncia de que eles careciam. Foi necessárioapelar-se a organi',zaid'es humanit'rias e religiosas, que dispunham de melhoresre.cursos financeiros e humanos para, tomar posse das responsabilidades que seapresentavam.desênvolvimento do Depart nento da Assuntos Sociais tomouo seguinte trajectrio: a) Quando, em 1963, o DAS se estabeleceu, sob.chefia docamarada*Uria Simango, Vice-Presidçnte da FRELIMO,_:os problemas que nos preocupavam principalmente eram os dos

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- moçambicanos que se encontravam em Tanzania, Zanzibar e Mombasa. Otrabalho do departamento circunscrevia-se quase exclusivaçmnte na distribuiçaode viveres, roupa, dinheiro assistência medica e pagamento de rendas de casaspara os indivduos que se consideravam refugiados. b) Depois do comeco da lutaarmada. o DAS expandiu o seu trabalho para incluir ãssistýncia aos milhares derefugiados-que cada dia saiam de Moqambique para as regiões do sul deTanzania. Neste período os problemas dos .refugiados aumentaram-se tanto que aorganizaçä'o não podia atender mesmo ao mínimo .das suas necessidadesmateriais. 0 Comitê Central limitava-se a fazer contactos Com as instancias dogoverno de Tanzania que tinham responsabilidades sobr-è.- ...

II Congresso da PRELIMO--26refugiados e organizaç,ões'religiosas e humanitárias. 0 governo de Tanzaniaestabelecéu uma secço especial na Segunda VicePresid&ncia para tratar dosproblemas dos refugiados mocambicanos. Assim, a FRELIMO, em cooperacäocom esta secc-o'do governo de Tanzania e com as organizações religiosas ehumanitárias internacionais, tentou aiiviar-o sofrimento de muitos refugiadosmocambicanos que se encontravam nas regiões de Mtwara e Ruvuma. Em variasoperaoes de emergencia que se lancaram no apogeu do'flu das nossãs populaçqospara Tanzania, à FAELIMO lançou-se a so1uçaáo de varios problemas quesurgiam, tais como epidemias, falta-de roupa, e de comida e auxikiou noestabelecimento de campos de fixação permanente de Rutamba, Mbamba Bay eoutros. c) A terceira preocupaião da FRELIMO tambm se concentrou na situacãÓdos mocambicanos do Interior que por causa dos ataques constantes do-inímigo seencontravam deslocados das suas povoaqbes.. Esta deslocaqao f'z com que váriasdoenças epidémicas ~ atacassem muitas pessoas e era preciso que a ÊRELDIOfizesse algumq coisa para limitar o seu efeito e tanto quanto possivel limitar onúmero de mor.tos. Aqui também a maior parte da assistencia dada teve que sermedical. De vez emquando a FRELIM0 mandou roupa para as varias regióXesdo-nosso pais cujas.populaqTes se encontravam completamente desligadas doscentros comerciais do inimigo.Presentemente.o Departamento de Assuntos Sociais se encontra chefiado pelocamarada Jonas Namashulua.A poltica do Comitý Central sobre os refugiados e'a seguinte: a) quedurante aguerra todos os mocambicanos devem permanecer no Interior do pais paraparticiparem em todas as responsabilidades que são impostas pela luta.. Isto e', aFRELIMO, dirigindo uma luta revolucionaria de guerra de guerrilhas, necessitado apoio constante de todas as massas populares do pais. Por isso se opõe a saidavõluntaría de qualquer mocambicano para * fora do país. Por isso, osmocambicanos que se encontram refugiados nos países vizinhos-de Zãmbia,Malawi e Tanzania*estão sendo encorajados a regressar para Mocambique para participarem na lutacontra-o inimigo.Seria injusto se terminarmos esta analise sem fazermos uma menc~oespecial\contribuicao generosa e desinteressada dos serviços de assistýncia sócialaos refugiados mocambicanos que se encontra deslocado no Interior. A maior

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parte deste auxílio vem das organizaç'Zýes religiosas catdlicas e protestantes devarias partes do mud. A este respeito e' de assinalar o trabalho que o AltoComissariado das Nacbes Unidas para Refugiados em Tanzania e Zâmbia de quebeneficiam dezenas de milhares de refugiados mocambicanos que se encontramnaqueles

II Congresso da FRELIMO--27ídois países. 0 Alto Comissariado das Nacõ s Unidas para Refugiados -tambdm ddfundos as organizac¿-es humanitárias e religiosas que dirigem programas -deass{sté'ncia social aos mocambicanos que se encõntram nos vários campos derefugiados de Tanzania e Z!nibia.VIII. Problemas Financeiros e Economicos da FRELIMOA capacidade de a FPELIMO obter fundos adequados para custear os trabalhos daluta depende, 'em grande parte, da situaco econ.mica do povo negromoçambicano. Se a situacuo economíca do nossop.,ooyofoss.e'mais favorável doque e a organizacäo teria menos dificuldades em angariar fundos para suportar o §eu trabalho. Mas como o nosso povo negro se encontra numa situacã'o econfmicamiseravel, o angariamènto de .fundos suficientes para dirigir o trabalho da luta e'muito dificil.Numa guerra prolongada como a nossa, e necessario que opovo dependá de si pro'prio emtudo, inclundo o financiamento dos váriosprogramas da luta. Pàra isso e/ preciso que todos. os esforcos econÇmicas dasvdras camadas sociais de Mocambique sejam *conjugados: os camponeses queproduzem muitos géneros-..'alimentícios e outros produtos agrícolas. negociaveis,devem--. produzir mais para que -haja excesso; os que trabalham nas-industrias primarias e secundarias ou nos portos e caminhos de ferro, e queganham algum dinheiro, devem pagar quotiza- .. coes mensais a organizacaocentral, para qu esäpossa custear o trabalho. 0 mesmo aplica-se aos funcionari.osmesmo do ....governo colonial portugu's em Moçambique, estes devem contribuir-. mensalmente aquilo que poderem do saldrio que recebem regular-. mente. Eassim que o nosso povo podera aguentar-se ate a independýncia.Mas a luta moderna'*requer material e equipamento militar que custa muito maisdo que se pode pagar dos recursos financeiros e materiais do nosso povo.Consequentemente, é ainda necessario que os países que concordam com a nossaluta nos auxiliem com tudo.o que poderem dar, Pqr isso, nos esforcamossempre..em manter contactos com os paises e povos que sé interessam pela nossaluta, informando-os de" tudo quanto lhes poder facilitar a compreensão dosnossos problemas a ponto de po.derem nosconceder o auxilio de que carecemos.Presentemente o auxilio que a FRELIMO recebe dos paisesamigosdistribue-se da seguintemaneira: a) material de guerra,b) tecídos, panos eroupa;-c) viveres; d) medicamentos; e) * * tecnicos militares e civis; f)equipamento escolar, incluindo livros e material de laboratorio; g) fundos.

II Congresso da FRELIMO--28 .As fontes.deste auxilio dividem-se em três partes: 1)

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Países socialistas da Europa e Asia, que nos fornecem a maior parte dos artigosincluidos nos grupos a) b) c) d) e)acima; 2) paísep escandinavos e socialistas daEuropa, organizacòes humanitarias e religiosas da Europa e America do Norte quenos d«o as coisas alistadas nos grupos f) eg.) e os paises africano-3, que nos dáprincipalmente fundos por intermedio do ComitQ' de Libertac'oä e bilatera-lmente- -.omose pode verpela distribuic o acima, os países social'stas'nos fornecem aquelascoisas que, se tivessemos que as.. comprar, nos custariammuito dinheiro--omaterial militar. Por isso, -d correcto concluir-se que os p'ases socialistas daEuropa e Asla nos daio mais auxilio na nossa luta do qiýe quaisquer outros povos,sem com isso querermos menosprezar o valor daquilo que recebemos das outrasfontes.Sejam quais forem as possibilidades de continuarmos a receber auxílio material efinanceiro do estrangeiro, näo nos devemos deixar depender'dele. As.leis da lutaarmada moderna e da guerra prolongada exigem que o povo involvido dependamais e-mais de si mesmo. Para podermos fazer avanear a nossa luta com eficãciadevemos depender dos nossos proprios esforços morais e materiais e de maisninguém.IX. Relacõ4es Exteriores.Os problemas que acabamos de discutir em analisando a nossa mituaçäoeconomica se encontram intimamente ligados aos das, nossa6 relaýô és compaíses estrangeiros. Apesar da nossa. determinacao de mantermos uma politica deaato-suficigncia em.. tudo, nós 'nãó vivemos num mundo isolado: estamos nocontinente africano, ligados a ele por vínculos de raça, de cultura de condiçôesecondmicas e sociais, com todos os outros povos que habiiam este continente'. Ahistória do nosso povo durante os ultimos 5 séculos e a mesma que a aos nossosirmäos que habitam os territorios circunvizinhos. A nossa condicäosocio.economica,,no contexto mundial, e'a mesmà que a dos povos do . resto daAfrica, Asia e America Latina, Por outro lado, o nosso inimigo, Portugal, seencontra Intimamente ligado a toda uma engrenagem de relaco'es com outraspotências e forcas políti cas, economicas ê militares que abragem partes daEuropa, as Americas e Africa Austral. Por isso, desafiar Portugal equivale adesafiar a todos os seus aliados. Bem assim que o pbnto em litigiocom o governoportuguês, a nossa independ "cia, interessa nao so a nos, mas tambe'm a outrospaíses do mundo.

II Congresso da FRELIMO--29Consequentemente, interessa à FRELIMO estabelecer relacoes mais ou menospermánentes com outros povos da Africa, Asia e outros continentes, para osmanter informados do que se passa no nosso pais,, das nossas preocupacoes,problemas e trabalho.Na estrutura central da organizaQo esses contactos com o mundo externo semant6m por interme'dio do Departamento de Relaçoes Exteriores, que, desde o ICongresso ate' ao fim do ano de 1967 esteve sabiamente chefiado pelo camaradaMarcelino dos Santos, mas gue agora se encontra nas maos do camarada Vice-Presidente Uria Simango.

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Os pontos de contacto que a FRELIMO tem com os povos da Africa e de alem-mar säo: i) o Comite' de Libertacâo da OUA, que como ja se disse, tem a sua sedeem Dar es Sälaam.; ii) as, organizações internacionais de solidariedade, tais como,a, Associaoao Afro-Asiatica, apoiada pelos comités de solidariedade Afro-Asiatica dos ,varios países da Africa e Asia; iii) a Organizaqa ó de SolidariedadeTri-Continental, que une as forcas .dos povos do Terceiro Mundo; iv) e relaqó^esb.laterais que a' PRELIMO >enta manter com organizacoes politicas,culturais,etc. progressistas ,oýresto do mundo.Para mantermos o interesse de todas es.tas foics--í.'.,o Departamente de .Relapär-xeriores estabeleceu..centros de representaqäo em pontos-e tjaètgifcos domundo, tais co*'0 Dar-es-Salaam, Cairo, Luããkä ,'rgel, Nova York, Moscovo,Stockholmo, etc.;' cada um dos quais controla a distribuicão de informaq'es sobre*nossluta a. rýegiõ'es circunvizinhas.' ...A nossa.politica externa definiu-se pelo I Congresso *comosendo o de solidariedade com todos os povos que sofrem do jugo da opressaocolonialista e imperialista, prontos a cooperar com todas as, forças quelutam,,contra o colonialismo e contra as forças que favorecem a exploraçao dohomem pelo homem. Desta basé pode-se deduzir que a FR,ÈLIM0 se, associa atodos 'os esforços exercidos pelos povos da Africa, Asia e América Latina, para selibertarem do -jugo racista,.:economico e politico dos brancos das Americas,Europa e Africa do Sul.A este respeito enecessário frisar que a FRELIMO condena a guerra genocídicaque o governo dos Estados Unidos esta levando a efeito no Vietnão. Nóspensamos que se houver. problemas internos a resolver no:Viétnäo 30os.vietnamianos os podem resolver e ninguem outrýo.-'Por isso nos insistimos ,queas forças armadas americanas e seus aliados saiam incondicionalmente do Vietnãoe deixem o povo vietnamiano resolver os seus proprios problemas.

II Congresso da PRELIMO--30Também nos associamos a atitude dos Negros ;mericanos que agora se encontramempenhados na luta cQntra o racismo do Americano. Nós cremos que o Afro-Americano tem direito aogozo completo dos direitos que a cidadania americana conferea todos sem discriminacao.NXo que diz respeito aos povos Lfricatnos que, como nos,.ainda sofrem sob o jugo do colonialismo ersimo, 'europe,,a FRELIMO faz causa comum com eles.e está pronta a cooperar~ com asorganizacoes reyolucionarias que lutam pela libertacaodo seu povo.X. Problemas de Informaçýo, Publicidade e Propaganda.0 último mas näo o menos importante problema ,da estruturacaoe desenvolvimento do trabalho da FRELIMO e° do rec'lhimento,compilaçä0o e difusäo de informacão a todo o povomoçambicano .e para todos os povos estrangeiros que se interessam-em apoiar a nossa luta contra o colonialismo e imperialismo portugues. Para issoo Coinitd Central da FRELIMO estabelece.u o

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Departamento de Informaçäo e Propaganda, que, depois de por ..algum tempo serdirigido pelo camarada Pascoal Mocumbi, ede ser chefiado interinamente pelo camarada Judas Honuana,agora se encontra. capazmerite secretariado pelo camarada JorgeRebelo.A funq.ío principal do Dep.artamento da Informaçco e Proépaganda e ae manter onosso povo bem informado sobre 1) o trabalhQda FRELIMO, 2.) a parte que o povo deve jogar na implementacÍäo dessetrabalho, 3) as manobras propagandistas e divisionistasdo inimigo e como .combat'-las, e, em cooperaçao com a Educacao e Cultura,tentar elevar o nivel cultural do nosso povo. Ale&mdisto, o Departamento de Informaçao e Propaganda deve servirde fonte permanente de informacò e publicidade para todos ospovos que se interessam pela ndssa luta, fazendo uso dosservicos abundantes da.Imprensa internacional, das embaixadasestraiigeiras .em cada capital onde temos uma representacaopermanente, etc,Na FRELIMO o trabalho que se tem feito até agora inclui,entre outras, a) a publicacao.periddica dum buletim emPortuguês, Inglês, Mocambique Revolution, e Francas; b) edicosemanal de um despacho de noticias militares, c) e publicacaode vários panfletos de propaganda, em Portugué's e em algtumas'das linguas mocambicanas mais importantes. O Departamento daInformaçào e Propaganda tambem.se encarrega de preparar, e,etirigir-os trabalhos da Secç'o dos Servicos Externos da RadioTanzania para Mocambique e Angola que sa'o rãdio-difundidosdiariamente e escutados com muito interesse no Interior do nosso

II Congresso da FRELIMO--31pa{s. Estes programas de informaçao e propaganda da PRELIMO saoapresentados em varias linguas africwnas, alem do portugues. Incluem,_ entreoutras, noticias diarias do mun. doda luta de libertaçao em Mocambique e nasoutras colónias portuguesas, palestras especiãlmente preparadas e gravadas sobrevarios temas deýinteresse .politico, económico, cjentifico e cultural.E talvez supefluo dizer-se que, sem os serviços da informação, publicidade epropaganda, seria difícil para as massas polulares de várias p3.rtes do nosso paísacompanhar de perto o desenrolar da'luta de libertacao nacional. Portanto, enecessrío que todos os esforços possiveis sejam feitos para facilitar o movimentode toda ã informacao sobre tudo o que se passa e que tem valor revolucionário nanossa luta, para que os nossos serviqos de informacão, publicidade e propagandapossam enriquecer os seus programas.XI. Sumário e Conclusao.Camaradas Delegados,Camaradas,:Visitantes e Observadores,Os problemas que a FRELIMO encontrou em tentando estabelecer umaorganizacao bem estruturada e dirigida säo muitos e complexos. Nestá. exposicão

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demasiadamente sumarizada, tentamos dar-vos uma ideia doá corpos que desde oúltimo Congresso .;j se criaram, as personagens que jogaram parte positiva ounegativa na criaqào deles, os problemas que surgiram e a maneira como CComite4 Central os encarou.Como devem ter notado, não nos aprofundamos na análise denenhum dos problemas aqui apresentados excepto talvez sombreá-los um poucopara facilitar a sua identificacao. Esperamos que durante as discussoes que seseguirao, os camaradas delegados poderão analisar com mais cuidado cada umdos problemas sugeridos,Em suma, o Comité Central que foi eleito pelo I Congressoda FRELIMO cumpriu o seu mandato da seguinte maneira: a) criou e fézfuncionar um Corpo Central que dirigiu e continua a dirigir a luta de libertaçaonacional; b) para poder executar os detalhes dos varios trabalhos, para levar aefeito o programa total da libertacàb nacional, o Comite Central estabeleceu eestruturou varios departamentos; c) cada um destes departamentos, chefiado porum dos seus membros, assistido por um ou mais militantes mocambicanos, fêztodo o possível para interpretar o mandato do povo, e criou condiçes favcrá(veisao desenvolvimento do trabalho revolucionario9 d) Depois de ter criado ascondiíoes poiíticas mínimas no Interior do Pais, o Comité Centra.L

II Congresso da FRELIMO--32"procl4mou o inicio da luta armada em Moçambique; e) a seguir estabeleceucentros de treinamento politico/militar, escolas primarias e secundarias; f) paraaumentar as forcas do povo, o Comitý Central estabeleceu relaçôes, amigáveiscom todos os povos do mundo amantes da liberdade que depois souberam, põ9rintermédio dessas relaçoes, providenciar o auxilio. moral, material e financeironecessário; e agora, g) quase a metade do territorio nacional se encontra emguerra renhida contra as forcas colonialistas.portuguesas.'Camaradas Delegados,"Mocambicanos,Sos últimos seis anos o nosso povo, com o seu sangue escreveu umas pdginasnovas no livro da história da luta do Homer. pcla sua liberdade. Essa luta ainda seencontra no seu comeco t'ntq aqui em Mocambique como no resto do Mundo.~.Para que ess'aý. luto possa continuar, progredir e suceder, nós todos devemossaber jogar a nossa parte, unindo-nos com outros individuos, unindo-nos comoutros grupos Jtnicos e tribais, unindo-nos com outros povos, deste e de outroscontinentes, marchando juntos e triunfantes para a Vict6ria que e Nossa.

1- 0 co~'sooonstata que a conGt-ru7,w.- de ulavida nova nas zonas libert&dCas, 6u.ia oxi,ý.ncia da lut_- do libertaçao nacional.As zonas libertad-s devezi conititLuir a.- boGc meiatoriais Cto Aesenvolvii.en-'oda rios,<a luta ar.ý.ada revolucieiria de líbertaao nacional.Neste senitidlo, o doo envolvi:.-,(onto da Yiroduçao reveste ui-aiapornciaespecial.ncc coý:sári' d i novrcs rreiuct a prod.uçao dos, bens uateriais de quenece2sitautoo p:ara o -pro,2resso da luta aríaada.

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DecVýLLos proLove-r o d1esenvolvia_.canto da a,6ricultura., d as industrias, dioarte2,anato, orietc-ndo i.peo nospo trabalho no sentido da' satisLaçFto doointeesso$ da nos-a rcvoluçao 1,opular.A pr d prduao, d evcxo e.- nu~ o coL±rcio, tantointerno coa,-o exturno.DevCYL05 taýAbé. poLtv o desenvolvi:cntu do o serviços de educaçao e desaudte.Ao Liesoao teiiyo devcLos taLd~L-Lj proa over o desenvolvi-monto da culturanacional, atrav6s do Llrucaetocos valoreo positivos das cultur&s reeionais,enriquecicdos pela luta p)ara-a criaçao do uuia nova realidade: uaw çu.iu unido olivre.Tod.kos, estes as1pectos da nosec, acçao de rcconctruçao nacional estaoinLiLaLiente li,-ados, e, paaa bG)aiirh dos trabalhos, imlperativo quc haja ulaa (.,,ei ýit cooru enaçac Entre todos os sectores da nossa actividade, soa-- o 'aue,todos o os esforços serao inúteis.Para levaraos a cabe a nossa ao çao, devios vencer diversas dificuldades e resolverprbeaalgun dos quais decpt iiaport^mcia, tais couo a d'iapqCrsao onora'c daspo-,uLlaçoes e'1, peqtýC1£aSa~oaraoe s1~raaspor !,-grandes dio3t,^-.Cias, a car^3ncia dos Lielos decoLiunicaçao, e a escas2oz de quadros.Para fazer face a, estes I)robleL-as, dcvorao scr toaýadas" iicdidas no sentido de:a) Promover, se-dpýrc que poQssivkul, o rca,ýruJaLiento das pob) i3ncorajar osrefuG iadC.os Lu.ocabio anos q.ue so cncontraE,nos paísý_es vizinhos, a raejrssar 1para, 11,çaL.bique a fLi de partici-pareLi nootrabalhos 0.c reconstruçao nacional.c) Intensificar a for --c.ç o dos udros iccasýro pra_ exe.uçao da diver3as t=rJes iinpýoatas 1eLa Revoluçao.SPLupre quo Ler ncecessáirio e iindisipensãvol, peuderao ser recrutados quadrost6cnicos e3trcn6eiroo, devendlo estcas ser indivíduos que aprova-,-; a linhapolítica o a acçao dai FR1bJLI1IO.2- Duia. LUancira Liais epcfco Con,-rcsýso decide:A. Sor a Prod o Coý_éýrcioà) Desenvolver a procduç5ão agrícola, a LiaÁ do obtúrruosos produtos necussãzrios a alinaaassiu couýýo

aclucleý, ýjue sej- ýiteis pýýrýý o f,-brico de ý-rti---0 - . iu,:ý, ý u[1.baoý -ýý;ciJO2P (ýýtc. 9 out para a3 nceessidad,,s ý.0CO,- ,trcio cx%(ýrne-..b Pruý.LovUr o de n-Lvcl tc'ciiico 0 cient1-1-ice)rý)dug L-W.c Com;o1iC'ýar v(ýz a Jtefescý doý,- c,,.Iýil)cs cull"-iv-- 'U- 0d Dý,2envolver u, or,,ý;,arizaý,ao 'das coo*,,)era.-Livýý,s a,-2rýcolas,COnerciais c indwitriais.B. So br ea) Acclerar o des(ýrivolviý_=to das escolas 'rias;

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b) Deý3envolver o -,ýwo-rauica de dýý profc"Ssorcýs ",,)riTiarios, 8ý :CiLI deelovar o scu e 0 scu.,nýv,ý1 tý-enico;c) Iýroiiover u.,,a vasta de al-fa-betizýgýo das -aassasd) po-pularcs, ho-Itens c, ilulheres, J(ývens e vcýllios;Or,ýcaniz=. c=ýoG -pc.ra- a clevagýo rý'Qida donivel de con11cei,,ento dos iiilitu,,:ýntes;e) -hcor-jar a jový.1 4*ýoý,ý,ý,L.'-bicýuia a coýiplotar t-, instruýao prir..aria,.,Olo 1jonos;f) Cri-r cýýntros de proaug-o junto dle, cada cscolaq -,ý= seuauto--wbastcciý,,tontoEst:,belecer ulý1 sisýciýa cue pcrýiiýu-ca, aos est,,,dantes interronperos ostudos par,- participarýý1-.ý nascaw.panhas de ensi-ý-io c dnh) n dever de todo2; os estudantc.s i-toý,ýbicanos partici-par,for necossa'rio, nas v'ýLrias tarefas d,,, luta de libcrtagao nacion2ý1;i) ProLover o deýý;envolvit.ýcnto das escolas de forLiagoo polýtica,C. Sobrc a SaýdePro-move.r 'vastas ca:-.,Panhas -t)axý,_ a ob tený-cLo deatrav6s do ;:iundo in-t-eiro;de tcýria1 -icdico-hos u i- - ub) 1)ro,-,-ýovc:r o cotýý.bel-cL-.ento de postos Li6dicos nas rcGIøý,Sque vao libortadýýs;c) Decenvolver -ý organizaýao do tran:s1jorte de --icdicai.,entosp-ara as diferentý_s rC-11,10(_Ics.

RESOLUÇ7,O SOBRE A LUTA ARý-ÀDA1- O governo português 6 um govcrno colonialistaý e fascista, que persiste emmi:=ter o iiito de que :1"oçaLibique 6 uj.aa Provino ia Portuguesa, e, porconsequencia, "Parte integrante de PortuGal".Ele continua a nao r,_conhe uer o direito cdo povo ~LÇbcano à independâýncianacionLal.As Unift.st[Lçoes nacionulistas sao violcnteaiente rejrri,-.idas coi~ riassacr(;s,prisoere,, torturas e assassin&ýtoo.NTes tascondiçoc-sI para continuzr a Lazer fa-ce a todas asforunias de opresseio o de represeso. coloniali:stas, o povo -coçaLlbicanoprossý_guir. resoluta:.ý.,nte a luta, araada, travando uý_1ia, Luerra ren1';c-a deIndepenà!Zý'cicL ou &"sorte.2- Os colonialiotas portuZuescs douinarai o, ex,,llorarau 1..oçai--ibique ý?or uuitote..po. Hoje, eles tê-ý-í ainda o controlo dos neios de p)rodugao nas reé, o3es deL4'oçaý_biaue onde conti'inuai:. a ex-ercer a sua dominaç ao.A sua força tailitar 6 poderosa. iíýl&i do exóército, elesoonta:m tauliLi coriu:. a força a6.reQt e ui.úa _-ý.rJInha de guerra. Apesar dorapi.do crescLento do nosso poder m.ilitar, os colonialistas pori..uZueses saoainda cltreti:isfortes. Por outro lado, nos %eiÀlos ainda Gran,:es flecessicIat(.sLarii.Precisaz,ýýos dle sris.nto, iiedicafuentos, ií.cios de tr_-ný;Io:ýtcs etc., quc,

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nesta fase da nossa. luta teLmos que obtor CI-1 exterior. ?_,recisai.os tzaubéu detécnicos. Quer dizer, no que d'iz respýeito ao abastcciiýento '-ý_aeri--al e J Vori-taçao de técnicos, con--inuareL-os lior alu.i te.u-po a de.pender do auxilio exte-. rior.Iis ainda~. A ,3itu&,ç o Geo-;rfica o politica. do nosso país, assiL-ý co-o a,situ,:açHo p)olit uicca dos pas iiítrofeu: Suazilandia, Africa do Sul, Ziiubabue,. ,ala;zi, torna-i. a xan da luta -.ara 1o sul dificil. Para in-filtbraru.óo :tra pr s ,,-rovínci.as da Zaub6zia, í,oçaý.4iiaue, Ihanica L, -1-ofaleL, 'Inho.aýýban.e, Gaza eLourenço Diurques, teý..os que vencer ;-randes dificuldades.Todos, eot.s factores reunidos f=(zeu cou_, 1-u e haja ainda ui.1 desequilíbrio deforças- entre nós e o iniL.iid-o. ZLhbor -L~e poilticaihlen~te, e oitos ainda frucosLlilitari:oentc.Para alccnçarl..os a vitória nZco te.ý.os outro ceaainh-o senãoo de iLiudar±Los o swntido do desýequilí'brio, o que coriseGuireilos sea dúvida,mas que e2xi(ý do nós ui..!~n~ esforço.A nossa 6-uorra scorá p-ois u,-a, ,,uc-rra- dura e lonca.3- A nossa luta 6 ua luta popiular. Ela exi-o a p£articipaçýýo total das 1assaspopularos.

Por i---so 6, a ý_cbilizaqZo e- a OrU,nizaqý,ý.o do povo, tamto naGzonas liberadas, couo nas regiocs ondo a luta arý.-_clda airffic, n-0 col~eV.011.c.irectU. de todos xna lut,- ariýivtda, 6 pois uLi dos obbjectivos ,,rincipais uotralbalhw de iacbilizagco do ljovo.Na fase actual da nossa lutå, as forgv.s ariadýD.s principnis sao constituidýýsforgas rcý:,,ulares de guerri111a2, -nis as 1:1i11ciwj populares deseL.-,,)cýnhai-ita--'bki uU papel iuljjcx-IV~cnn-I-c.As iiilicias jjopuliýres 'Lý,:jeii pz.-rte inteGrante das poy)ulaguec.. S.-o forgasvuxilijres das e uncontrc.-_,i-se fixas no territ 6.rio ondo trabalhai.i.Toda a velho;3 e jovýnsu, -Liulheres e hoions, quonao fazeii parte das --Lerrilhus, Cleve,-.-, fa.scr parte das L-dlIcias.As rdlicias ,,)opulcýxes deýic-n, wtisfazer ao tci-L-po as neccssidades deproý.,uqacq vi,,i-iäý--nclaNas zonas lib_rt'---,das e se,~i--libertadis, as,'iýilicias populares faze-£-i, e,ý_iparticular:- o transporto de iiaterial c de doentes;- o reconhecl;.-ýaiito e.o jpatr'ul'hfýý-.._,ento das zonas vf.1 quo tratrJ, at.infiltragäo dos soldados inii2_i ýos c- de balhaý,i, con ýj)'todlo e qualqgcr arcntc. do in-L.tiåo;- coLLbates, quaaido o iniii,:,'o invade aAs ililicias -.ý-o-,,)ulares el.ý ccjý_-tbcýtes de Grjnde en~vergadura, 'cju,ýmw-o isso fore- chu-..i,-dac.A"organizuqao das i:-iill'cias po-pnu:tlanres e uf..la -Lýorý-1,1 '1 LIportante daintegraqýýo das iiassa:-, na luic% ar-..-iad2-.Desta iLancdr,ý sc crijý-i ci-, todos o.s lugares, forgas suficienteuente pre-,jaradasao pois forgas.de rQserva,

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4- Voxa reali*7ý,x _cJs c(,i-*ýple-ta e eficient- o a 1,3articipageto d3 nulherLioc 'i na. luta, foi criado o ýl-e.-te.c.-,,,ento feLii-' nino, cujas fungoesa) nobilizaqý_'0 C 0 r,!,*:,^ C, 111 Z ý' 9 610 id a s s 1) o p u 1 ar e sb) rei:ruta-.-i-nto de jovenu de abos os sexos, )ara enGaj'-los na luta ar-_adzý.;c)producao;d trans-,,orte dee) -ý)rotccg,-,.o --ilitar populagoos.0 ConGreý3so diri c w-a saudag.7o csý)-_cisal ao Cwitg Central, Por ter criaG.oo Destac2,_ýäento Fe- iinino conOtona os quo se opoeiixa existe-ncia destc, c louva as cý:uiaradjýs do Dcstac'--ý.ý-jcnto Feuinino pclostrabalhos JLeitos nl-s zonas onde se encontraii afcc-IU-adws.

5- 0 fen&_icgno d,!' deserç.-w ný,ýo 6 wjeý caractýýriýýtica especifica da luý,-_dP libýýrtuçao deH,ýF CLc2cýrçocs na j)ý?rte dos i)aí,es, ý-;(ýsLio quando CssC'ý i)& ses nýýoesý;co eL, ý;uerrw..Yw -ovíi_;.onto ~e 3_íbcrtaçýý -0ao Nacional de ÇC.12biclue as desorÇ3CS cau,ýa;3,na luta pý)rLju-_ tZU realIýCnteu»,*iýa bon3ci!ýncia- ljolftio., nacionalis-ýGa.1.las h.I'ý'. outreâ cujo nacionalis ta ý fraco. Ilá outroýýain(ýa quo co-,.-ctidc) -infracý,oeo r,,ýceiwi scr condenado,.:-, pelas au-L',oridades -,jor-ýý ' uý,ojýs. L' pzýxýý :ýuGir à -íýuiiiçE,.o que se enýýajaíi no!Àoviý,í-cnto, nacionzý.!ista. Os individuos co~,L w1 p_ýssado, co-iio o (ýes'eszios, ý"Luitzs vezcs JCr<-_iquý;jai-.ý, ýiao conýýc,,ucý_-_ su.,ýort&r zýýsdificuldaCtes da vide, dos GuerrílIiciros c li;Ftó cliegaLi a ýIanhar a consciênciaU ,ca nacion&lista. ffitao deserta-,-.I.Uý:ia vez fora do ---oviL.ýý;nto, coLàýça_. a invczzi-tai- desculpas para sejustifJLcareiýi. Uns lança;.ý boatos para desacreÜitex os separá-los dos ýý-assao,e C,.esinte,.,rar a luta. Outros entreý,'--a'-_1-;Se ýýos portu,,;ueses.As deserçoes sao crí-ýies --raves. Os dosertorec sZýIo iniLii--os do povoLwý,abicmo.6- Os prisiorieiros "-,e ,ucr-ma týký, uiýía Lýi-portýneia política para n6s.DeveLio8 -;GrE.Icá-los Aluxav6s deles, poCLe-'.ýos obter inforLag3es sobre oini-id.-c. Deveuoc iceducá-los tanto ý.,uan-U'-o possivel; e, de acordo có-m osnossos interesses, pô-los eventuaLien-ýe eLi liberdade..-)odCýaos ta:L-ýbéLý' ser-ý,ir-nos Co3 prisioneiro,- coýýIo refýns, para sereritroc.~do3 por caãaradas nossos que estýo presos nas doscoloni&liqtcýsProcedcndo desta fc>r-,ý;a, estýýre,-:ios a de-Lonstrar ao -Lundoque n6s lut.-ý-_ws o coloni,-li.-LLo por-buZuclls e nao contra o -.)ovo ,oortu,,-uês, o os,'rito de co-ibtividade elo ex6rcito inimiGo, e encorzý.jar---.;os osscus ooldýýdos z:ý deýýert.,rci.0 Con!-resso decide- -Qois c4ue a continue E.ý -ý,.jlicar

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a polI-ýíca de clc,ýtýncía e~_~_, relaçao aos soldodos iiliLiiL;os.7- A noosa ýuerra 6 c-sscncial-,-:cnte política e, a sua, oricntaç&o 6 de.finida -,elo ,-íov'íx."_Iíýn-Go.0 'ex6reito ý2opular ýS parte inteý,ýrante do e osplanos eý;trat'_;,,,icos sao traça('-,os pela direcçao su,,>erior do -L.'icviiýicnto.

Para que, ý:,. direogýo d-ý luta cowrcctci, toll:oýý os,Zon-ýe.3 dcve,,ýi es-ýr cnvolviu,ý!os luta --rLiýda. S6 82:ýiilicýo luta 'a par epasso, .joderao rc,ý;olver todos os j)robl(-ýýl.s doý3 que0 eXlrej-Lo 1,01)Ular realizzý: a sua acý,ýo obedece.,ido linha politicEý, dýý