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01% 01% Director - Mofa Lopes; Chefe de Redacção- Albino Mag;a;i Chefe de Reportagem Ca!ane da Silva; Redacção e R portagem - Mendes de Oliveira, Luís 'David Alve Gomes, José $6; Notlciário, Actualidades e Secçõs- Maria Pinto Sé, Agostinho d Campos, Dpac Jaiantilal, Rosàr;o Fernandes; Fotografia - Ricardo Rangel. (chefe) Kok Nem, Armindo Afonso; Msauetização- Lourenço de Carvalho (chefe) e Eugénio A[dasse; Ag&ncias Noticiosas- Nova China, Novosti, ADN, France Press e Infer Nationes; Propriedade -TempogrAfica,. SARL; Redacção, Administraço, Serviços Comerciais e Ofiinas-Av. Afonso de Albuquerque, 1017- A e B, Prédio Invicta (Cave, Rés do Chão e 6.o andari. Te1efones-26191, 26192 e '26193 Caixa Postal 2917-ourenço Marqaes. Moçambique. ra somos independen,pendentes para diss de nós mesmos, ndentes para fazervançar a nossa revopopular, independentara dispormos dos ; recursos naturais, ssas terras, das nosisas. ,a somos indepenante cinco séculos fo;ubjugados pela bota lonialismo português. te quinhentos anoso povo foi vítima de as sevícias: deportaíndido como escravo, ãdo, humilhado, desializado, tratado coimal de carga. O costa português tinha símbolos do seu pomachila, a palmatória, ate a tudo iato &ra foi- to em nome da civilização ocidental cristã. Que grande civilização esta que vive à base do crime e da exploração! De facto o cristianismo serviu perfeitamenteo colonialismo português, durante todo o terrível pero,do colonial. Havia uma aliança estreita entre a espada e a cruz. Tal como o camarada presidente tem afirmado, os padres católicos funcionavam como co, missáríos políticos das forças colonialistas. Eles ti. ham um ordenado. A Igreja católica era previligiada. Em qualquer cerimónia importante do governo colonial estava sempre presente um elemento da Igreja. Mas o:colonialismo nos últimos tempos estendeu também a mão divisionista ao muCuimanfo. Comeceu a pegar viagens a Meca a certos representantes daquela religião, que depois afirmavam no estrangeiro e dentro do nosso país, que o colonialismo português era bom que os moçambicanos eram todos portugueses, Agora somos independentes. Não mais haverá religiões previligiadas no nosso país, muito embora cada -um possa escolher a religiáquê quer. Não permi. tií"os que para o futuro o nowpovo venha a ser subjgua» por outra força es. trangeira . Não admitiremos mais- ýý nosso país a exploração do homem pelo homem. Mas, como foi possievl que du ante 500 anos fôs semos subjugados por es- Estávamos divididos. Estávamos desunidos.

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Director - Mofa Lopes; Chefe de Redacção- Albino Mag;a;i Chefe de ReportagemCa!ane da Silva; Redacção e R portagem - Mendes de Oliveira, Luís 'David AlveGomes, José $6; Notlciário, Actualidades e Secçõs- Maria Pinto Sé, Agostinho dCampos, Dpac Jaiantilal, Rosàr;o Fernandes; Fotografia - Ricardo Rangel. (chefe)Kok Nem, Armindo Afonso; Msauetização- Lourenço de Carvalho (chefe) eEugénio A[dasse; Ag&ncias Noticiosas- Nova China, Novosti, ADN, FrancePress e Infer Nationes; Propriedade -TempogrAfica,. SARL; Redacção,Administraço, Serviços Comerciais e Ofiinas-Av. Afonso de Albuquerque, 1017-A e B, Prédio Invicta (Cave, Rés do Chão e 6.o andari. Te1efones-26191, 26192 e'26193 Caixa Postal 2917-ourenço Marqaes. Moçambique.ra somos independen,pendentes para diss de nós mesmos, ndentes parafazervançar a nossa revopopular, independentara dispormos dos ; recursosnaturais, ssas terras, das nosisas.,a somos indepenante cinco séculos fo;ubjugados pela bota lonialismo português.te quinhentos anoso povo foi vítima de as sevícias: deportaíndido como escravo,ãdo, humilhado, desializado, tratado coimal de carga. O costa português tinhasímbolos do seu pomachila, a palmatória, ate a tudo iato &ra foi-to em nome da civilização ocidental cristã.Que grande civilização esta que vive à base do crime e da exploração!De facto o cristianismo serviu perfeitamenteo colonialismo português, durantetodo o terrível pero,do colonial. Havia uma aliança estreita entre a espada e acruz. Tal como o camarada presidente tem afirmado, os padres católicosfuncionavam como co, missáríos políticos das forças colonialistas. Eles ti. hamum ordenado. A Igreja católica era previligiada. Em qualquer cerimóniaimportante do governo colonial estava sempre presente um elemento da Igreja.Mas o:colonialismo nos últimos tempos estendeu também a mão divisionista aomuCuimanfo. Comeceua pegar viagens a Meca a certos representantes daquela religião, que depoisafirmavam no estrangeiro e dentro do nosso país, que o colonialismo portuguêsera bom que os moçambicanos eram todos portugueses,Agora somos independentes.Não mais haverá religiões previligiadas no nosso país, muito embora cada-um possa escolher a religiáquê quer. Não permi. tií"os que para o futuro onowpovo venha a ser subjgua» por outra força es. trangeira . Não admitiremosmais- ýý nosso país a exploração do homem pelo homem.Mas, como foi possievl que du ante 500 anos fôs semos subjugados por es-Estávamos divididos. Estávamos desunidos.

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O colonialismo português aproveitou todas as pequenas contradições e diferençaspara nos dividir. Embora os nossos antepassados tivessem durante todo o períodocolonial oferecido resistência ao invasor, fomos perdendo muitas batalhas porquenos encpntrávamos divididos.O colonialismó dividiu-nos em tribos, em raças. em regiões, em religiões,alimentou a superstição, alimentou nos últimos 50 anos o fascismo, ou seja, omito de quê a raça branca era superior a todas as outras, utilizou a religião católicapara adormecer e tornar pacifista o nosso povo, fazer crer que tudo depende davontade de Deus e não da

força, da inteligência e da vontade humana.Agora somos independentes.Como conseguimos vencer a força bruta dos estrangeiros o invasores colo. nílistasportugueses?Através da unidade, através da luta popular revolucionária.Foi em 25 de Junho de 1962 que sob a presidência do camarada EduardoChivambo Mondlane, os partidos nacionalistas moçambicanos se uniram numaforça única para combater o colonialismo português. Esta unidade do povo foi umpasso gigantesco para a vitórip futura. Contudo, ao longo da Luta Popular deLibertação duas tendências foram-se desenhando entre os nacioalistasmoçambicanos.Por outro lado, o povo organizado pela FRELIMO começava a entender que a lutanão seria apenas para libertar o solo pátrio mas também para criar uma novanação, um Novo Homem, para construir uma nação verdadeiramente independente da tutela imperialista e capitalista; por outro lado, havia elementos quedesejavam uma luta armada breve, elementos tribalistas e racistas, que desejavamapenas uma independência para, como novos senhores virem a ocupar o lugar dcexplorador branco.Estas d u a s tendências uma reaccionária e outra re volucionária, i r i a m fazecom que os elementos triba listas e racistas, ao veren as s u a s ideias completamente combatidas no 1 Congresso da F R E L 1 M < (realizado na Província d,Niassa em 1968, e onde povo mais uma vez sobdirecção do Camarada Pn sidente Eduardo Mondlam definiu correctamente o inmigo em Moçambique) e aliassem desesperadameni 4. colonilismo portuguê!acabando por assassinar nríneiro residente da FreEstes acontcimnto, ao contrário do que os colonialistas pensavam aumentaram adeterminação do povo moçambicano - agora sob a direcção do CamaradaPresidente Samora Machel - e do Camarada Vice-Presidente Marcelino dosSantos e faria triunfar a li-, nha popular e revolucioná-ria.A partir de então o povo moçambicano viu a 1 u t a alastrar-se por todas asprovincias o a linha e os objectivos claros da FREIMO sarem implantados no solopátrio.O colonialismo português assanhou-se e, aliado ao imperialismo internaciOnal,intensificou os massacres e bombardeaments, mas a sua derrota era inevitável,como se veio a verificar.

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A derrota do exército colonial abriu caminho para as conversções e para aIndependência.Agora somos independentes.Ao dizermos que a FRELIMO venceu é o rmesmo que dizermos que e povomoçambicano venceuAgora somos lndependentes.Todavia, para a nossa independência ser completa, para a linha polticada 1FRELIMO triunfar definitii vamente, muitos sacrifíciose trabalhos nos esPOno Mas, a linha triunfará dOrque não foi em vão que millhares e milhares de meçambicanos deram a sua vida o r o seu sangue para alibertação total da oua terra..i Por isso, agora que s omos independentes e estaI mos unidos sob as Palavras >de ordem da FRELIMO, Unio dade, Trabalho e Viqiláiici, o havemos de liquidaro tribaa lismo, o racismo, o regionai- lismo, o neocolonialismo, o s, capitalismo, oimperialismo a- e a exploração do homem e polo homem. e Agora que somOsindes, pendentes, dizemos:A revolução continua A luta continua Venceremos!O Trabalhador do nosso País, descalço, roto e transpirou durante séculos a levarnos seus brai riqueza que os colonialistas pilhavam.

Em baixo: O Povo moçambicano desde a entra-. da do colonialismo, foi tratadocomo animal, como besta. Esta imagem só por si justifica a Luta Armada.«Serventes» e «Homens» ... Por isso os Serventes quiseram ser Homens norespeitante a tudo que não apenas na simples utilização de uma casa de banho.

Lutando directamente contra o colonialismo desde o Rovuma ao Maputo, o, PovoMoçambicano acabou por compreender a natureza do imperialismo Assim,transformou a Luto de Libertação Nacional em Luta anti-imperialistadirectamenteý ligada à Luta de todos os povos oprimidos do mundo, ,+ . * . . . . . . . .

E VIIORIA Do POVO MOCAMBICANONo dia 25 de Setembro de 1964 o Povo Moçambica. no cansado de humilhaçõesseculares, determl nado a libertar-se, pegou em armas. A sua vontade era de ferro

PÁGINA 6E VITORIA Do POVOMOCAMBICANOEM CIMA: O Povo Angolano, o Povo da Guiné, o Povo Moçambicano e o PovoPortuguês nunca foram inimioos. Não há contradições entre povos. Por isso, malse deu o 25 de Abril em Portugal os soldados portugueses, filhos sacrificados doPovo Português, procuraram por aqueles que lhes tinham ensinado sereminimigos e com eles se abraçaram. Ainda não tinham sido assinados osAcordos de Lusaka

EM CIMA: «Sentimos fome» e «Viva Moçambique». Duas realidades, duasconsciências que foram o motor da epopeia do Povo Moçambicano, da Revolução

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Moçambicana EM CIMA: Pouco depois do 25 de Abril em Portugal o PresidenteSamora disse num comunicado: «Vamos assistir à criação e reforço de gruposfantoches colaboracionistas... «GUMO FRECOMO, MOCONEMO, etc. etc.foram agrupamentos que visavam «semear a/ confusão», dividir o Povo, a fim decriarem a ilusão de que já éramos independentes e que por Isso já não devíamoslutar. A resposta do Povo está bem patente na inscrição«0 Povo disse não ao GUMO»...A ESQUERDA, Positivas ou negativas as greves foram as primeiras experiênclasde libertação que o Povo que vivia nas zonas ocupadas pelo inimigoexperimentou. Caóticas algumas, mal organizadas quase todas, mais do que lutaorganizada foram o descomprimir vulcânico do medo, retraimento. Nos temposáureos, da PIDE/DGS todos os trabalhadores das imagens teriam sido presos emassacrados

EM CIMA: Pouco depois do 25 de Abril em Portugal o Presidente Samora dissenum comnicado: «VamoS assistir à criação e reforço de grupos fantochescolaboracinistas. <GUMO FRECOMO, MOCOHEMO, etc. etc. foramagrupamentos que visavam «semear a confusão». ,dividir o Povo, a fim de.criarem a ilusão de que já éramos independentes e que por Isso já não devíamoslutar. A. resposta do Povo está bem patente na inscrição«0 Povo disse não ao GUMO»..A DIREITA:Ao lado dos grupos: colaboracionlstas ligados ao imperialismo, outros gruposconstituídos por ultra-cotoniatistas e ultra-racistas ,organizaram-se paraimpedir a Independência, de Mo.çambique. Na Imagem uma manifestação do agrupamento F CO» (FcarConvivendo ou Frente Indlependente deConvergência Ocidental).

EM CIMA:Militantes da FRELIMO desde os primeiros dias após o golpe de estado emPortugal, travaram dura batalha contra os reaccionários. Das ameaças és agressõesde tudo sofreram um poucoAO LADO:Joana Simeão,,cinica mulher vendida ao imperialismo que na foto apareceengajada no primeiro comício fantoche que organizou no Xipamanine, emLourenço Marques. De óculos e lendo num papel está Jorge de Abreu, capita listanioçcmbicano que despendeu muita energia em manobras neocoloniais. JpanaSimeão é, ap lado de Kanvana.meý e de outros traidores,:o simbolo do tr!ibIlímo,do regionalismo e do racismo.

7,4T2Tf

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EM CIMA, À ESQUERDA: Organizado por militantes da FRELIMO aMonumental <Praça de Touros) de Lourenço Marques abarrota com vinte milparticipantes na primeira grande manifes. ta ão de apoio à Frente de Libertação deMoçambique poucassemanas antes do acordo de LusakaEM CIMA:, A DIREITA: Durante três dias consecutivos uma multidão de maisde cinquenta mil pessoas por dia enchem o Estádio do Infulene em LourençoMarwues para dar o seu apoioà FRELIMO durante a discussão dos Acordos de LusakaA ESQUERDA: Na imagem um aspecto das primeiras conversações de Lusakaentre a FRELIMO e o Governo Português. Estas primeiras conversações nãodariam os resultados desejados pelo Povo Moçambicano. Poi isso o Povo quandofala dos Acordos de lusaka refere-se às segundas e não às primeiras

Aquando da assinatura dos Acordos de Lusaka em 7 de Setembro de 1974 gruposde racistas ultra-colonialistas tomam o Rádio Clube de Moçambique em LourençoMarques, provocam massacres e fazem provocações de todo o género. A reacçãopopular foi demolidora. Preparavam a intervenção militar do imperialismo emMoçambique com apoio do General Spínola, nessa altura Presdente da RepúblicaPortuguesa

PAGINA 13DOPOVOHOCAMBICANOAlguns dias depois chegou a Lourenço Marques o primeiro contingente dasForças Populares de Libertação de Moçambique, vindo directamente daTanzânla'

EM CIMA:Elementos das Forças Populares de Libertação e Exército Português, constituidosem patrulhas mist passaram a actuar conjuntamente em patrulhamentosárea de Lourenço Marques

Tomada de posse do Governo de Transiçio de Moçambique em 20 de Setembrode 1974. Um Governo de Transição constituido por elementos nomeados pelaFrente de Libertação de Moçambiqme e pelo Go. verno de Portugal segundo umprograma estabeecIdobeýecido pela FRELIMO, na voz do Presidente Samoralevaria o Povo moçambicano através do cumprimento da palavra de OrdemUNIDADE, TRABALHO, VIGILÂNClA. à sua Indenendência Total e Comnletaem 25 de Junho de 19751,* Conferência de Imprensa dada por membros do Governo nomeado pelaFRfLIMO em Moçambique: la primeira vez os Jornalistas moçambicanospuderam aprender pelas suas perguntas as respostascrrectas ao serviço dos leitores

r E VITORIA Do POVO MOCAMBICANO

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Sessões de Esclarecimento a partir de 20 de Setembro, a partir do monnto em queno Liceu 5 de Outubro, poucos dias ap6s a Formaçio do Governo de Transição oComissárIo, Politico Wacional, Armando Emilio Guebuza, lançou apelo a todo' osmilitantes para a mobiHzação e Organização de todos os traladores - no local detrabalho e no local de resIdênclam Grupos Dinamizadores

r E VITORIA o POVO MOCAMBICANOCamarada Joaquim Chissano, Primeiro Ministro do Governo de Transição deMoçambique, durante uma sessão de Esclarecimento por ele promovida numazona suburbana. Contacto directo com o Povo, contacto directo com asdificuldades e com as grandes necessidades do Povo.

no POVO MOCAMBICAlNIEM CIMA- forças reacclonérias a pelo cadladm durante a tarde do lide OutulPovo Moçambicano na baixa do Lou Um grupo de comandos ainda ao servi;tuguis depois de Inúmeres provocoçle,dii do crianças e adultos abriram fogo íobnças Popular#s da PRILIMO sem terem elevedo ndmero do populares que ali fki ossumi provociçíe. Na foi*, e depeis de permanecndo a baixa do Lourenço MINqseno a morto, o tal grupo de comands 1mo, fogo em debandadoiem a oieerar terem vertIlcn ias no lhes rei po pelo ImpoA DIREITA: A Interiorizaçio de linha polltica da PRLIMO 1 acontecendo hmedida que os Grupos Dlnnmlzadores se Orga savam, Consfantos e prolongadas,Suslls de !sclareclmen na tona urbana e suburbalnl, marcaram o poríodocompreendientro os mesos do Outubro do 74 o Janeiro do 75

Formação de Grupos Dinamizadores. Camarada Armando Panguene, mais tardeGovernador de Nampula, quando juntamente com os trabalhadores dos Caminhosde Ferro, esclarecia e Organizava

EM CIMA:Jornal de Parede: Em poucas semanas todo o Pais, em todo o lado, em todo olocal de trabalho, no campo, na fábrica, nas pequenas e grandes empresas, noslocais de residência, Jornal de Parede A DIREITANomeação dos primeiros Governadores pela FRELIMO. Na foto, e da esquerdapara a direita, o Ministro da Administração Interna camarada Armando Guebuza,o Governador de Cabo Deloado camarada Raimundo Pachinuapa, o Governadorda Zambézia, camarada Bonifácie Gruveta e o Governador da Beira camaradaCanqelade' Mendonça

Alfabetização. Com uma percentagem de 91,2% de analfabetos o Povo deMoçambique Organizado pela FRELIMO pròsseguiu, depois da nomeação deGoverno de Transição e da formação das estruturas do Partido nas zonas antes

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ocupadas pelo inimigo, a ofensiva contra o analfabetismo. A foto reporta umasessão de alfabetizaçãonos subúrbios de Lourenço MarquesInaugurmi de carreiras aéreas entre MoçambIque e os palses Irmãos da Tanzinla eZâmbla: o fortalecimento e prosseguimento de uma amizade forjada pela LutaArmada.. . ................... ....

Abertura da Universidade de Moçambique. Camiarada Ganhão, novo reitor daUniversidade, falando para os estudantes <A Universidade deve ir ao Povo».Ainda na foto e do lado esquerdo do camarada Ganhão pode ver-se o camaradaGideon Ndobe,Ministro da EducaçãoMME VITORIAD~o POVOPrOHOCAMHBICAHOEm Dezembrode 1974 uma delegação moçambicana chefiada pelo PresidenteSamora deslocou-se em visita i amizade aos países socialistas europeus. ARepública Democrática Alemã, a Bulgária e a Roménia foram os paisvisitados. Na foto o Presidente Samora durante a sua visita à RepúblicaDemocrática Alemã

PlIrb de Mocuba, No mis de Poverelro deste ano reunlram.e em Moeubadolenaçes re. pmentetlvas da FRIIMO, a nível de ceda DistrIto, e nível Na#conal.Do pIendrio de Mocuba saiu um Importante documento que viria a contribuirlargamente para uma melhor Implanta. ço da Linha Pofica da PRiLIMO no selodo Povo, para a Implantaço do Poder Popular em Moçambique>emmnaruo 0I alfabetlllh. De acordo com as nOecoslddes que o combate aoanolfabetIsmo Impunho, ruollzou.so um semlnírlo de alf1b0tlzoçUo em Ríbou,provIncli de Nompula, a fim de se estudar e dol sIlrem as formas correctas d seliquidar totalmente o nalfabetilsmo, melhorar os conhecimenfos ticnlcos dostrabalhadores e componesei, segundo a linha polífica da PRILIMO

Banco Nacional Ultramarino - um símbolo da exploração colonial e uma porta poronde saíram multas das riquezas Moçambique. A sua passagem a Banco deMoçambique resultou das conversações de imbito económico realizadas entre Ftugal e a FRELIMO1. Curso de Formação administrativa organizada pelo Ministério da Admi.nistração InternaMa sua luta contra a exploração e perante a fuga de Moçambique de algunspatrões, os trabalhadores ocuparam as empresas, garantindo o n o r m a lfuncionamentodas mesmas

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A convite do Governo Chinês, o Camarada Presidente Sarora Moisés Macheideslocou-se à China. No decorrer da visita, em que agradeceu ao Povo Chinês oapoio prestado ao Povo Moçambicano durante os dez anos de luta armada, oCamarada Smora Machel foi recebido pelo Camarada Chou en.LalO fim da exploração do homem assenta no trabalho colectivo, na exploraçãocolectiva da terra. Em muitos pontos do nosso Pais, o trabalho colectivo é já umarealidade, é a arma que há.de derrubar as duas montanhas que pesam sobre osombros do Povo Moçambicano e que são a fome e a nudez. É no decorrer do 1.*Seminário Nacional de Agricultura, realizado em Marrupa, que são traçadas asgrandes linhas da nova política agrária moçambicana

hpols de viagem de despedida ao Povo tanzaniano, o camarada Pre. sidenteKaunda honrou o camarada Presidente Sanmora com a condeco. raç o de«Grande, Companheiro da Liberdade». Num comício realizado em Lusaka, queteve a presença de cerca de 200 .mil pessoas, Sa. mora Machel manifestou asolida. rladade do povo moçambicano para com a luta dos trabalhadores zam.binos contra o capitalismoe Imperialismo'14o decorrer do perodo de transição, a revolução moçambicana -tambm atingiuas cadelas. PrisioneM em assemblelas u festaram o seu apoio h FREIIMO,criticaram o sistema prisonal em vigor e pediram para si o sistema de trabalhocolectivoposter!ormente, viria a ser superiormente autorizado e legalizado trvé,de, legI imç e pe.l..Em cima, h direito: Já com a independência h porta o povo moçambicanocomeçou a destruir as estátuas e simbolos do c nialismo. O colonIalismoportuguês era terrorista e sádico: que ria perpetuar em estátuas as Imagens dosseus crimes co o povo moçambicano e obrigava o povo a prestar homenagem aosassassinos Invasores1 'ý , 1 ý- I, :os 1 1 z

Os camaradas presidentes Juius Nyerere, Samora Machel e Ken neth Kaunda,respectivamente da direita para a esquerda, quando se encontravam no campo detreino político-militar de Nashingw ea, um mês antes da declaração daindependência de Moçambique. Estas três figuras importantes da libertação dospovos da África Austral, mais uma vez tiveram oportunidade de afirmar o seuengajamento total e dos respectivos povos na Luta de Li bertação dos povosoprimidos de África. Foi em Nashingwea que se forjaram as Forças Populares,armadas com a unidade ideológica da linha correcta da FRELIMO e que permitiuderrotar o colonialismo português aliado do imperialismo. Os dois presidentesconvidados sentiram isso naquele campo de treino político.mil itarDentro do espirito de solidariedade existente entre os povos de Moçambique e daTanzânia, forjada ao longo de dez amos de luta conluzida pela FRELIMO, iqmadelelação da TANU, partido da Tanz'nia no Poder. visitou durante alguns diasMoça~bique. No decorrer da visita, os camaradas da TANU estiveram em vá rios

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pmtos do nosso Pais, contactando de perto com as realidades e o PovoMoçmbi'ano

<À <A>AA AA A<AA<AAAAi ~<Á A>A>A>A ? A, AA, > A <À<ÇA~VA<ÀA>v«>X< <AA>,<'<'A A'AÁ À4'4''AA AA1<A, A Á<<A'"A"' A>' Á A'""A' 'A4

Nos fins de Maio o Camarada Presidente e o Camarada Vie-Presidente Marcelinodos Santos iniciam uma viagem de visita a todas as províncias do pais. Milhares emilha res de moçambicanos e moçambicanas, continuadores e Forças Popularesreceberam entusiasticamente Samora Machel, que nos seus diálogos com o povodefiniu e acentuou a necessidade da aplicação prática da linha cor recta daFRELIMO. Numa das imagens o Camarada Presidente é saudado peloscontinuadores e noutra o Cama Tadá Vice-Presidente saúda o povo num comícioApresentação dos traidores da revolução moçambicana. Estes traidoresconfessaram todos os seus crimes ao povo. Actualmente todos eles estão a serreeducadgs, no trabalho colecti vo. Na foto destinguem-se Joana Simeão deóculos, dirigente do ex-GUMO, partido fantoche a, serviço do imperialismo.Kavandame velho de cabelos e barba branca, um tribalista e explorador do povo,que se aliou aos colonialistas e indicava aos bombardeiros as escolas e hospitaisda FRELIMO para serem destruidas com «Napaln». Também se vê Uria

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Simango, que chegou a ser vice-presidente da FRELIMO, é tri balista e racista e écuhpado da morte do camarada Presiden teIduardo Mondlane. Todos estestraidores do povo foram também apresentados aos camaradas presidentes JuliusNyerere e Kauada quando da sua visita a Nashingwea

A prostituição é um dos grandes males que o colonialismo nos deixo, O combatecontra essa calamidade está a tomar cada vez mais fori no seio do povo. A RuaAraújo, na capital de Moçambique, era simbolo dessa exploração da mulher.Actualmente o povo consegufazer encerrar essa rua da corrupção

0 25 de Junho aproxima.se. A Chama da Unidade é acenda em Nangade Junto aoRovuma e pela mio de milhares de moçambicanos percorre todas as estradas dopais, acende outras tantas chamas em todas as capitais provinciais e avança até aoMaputo, onde chegará no dia 26 para o Festival da Juventude. Todo o PovoMoçambicano disputou ahonra de transportar a Chama da Unidade

O Povo Moçambicano, pela voz dos combatentes e aos continuad reafirmem quea revolução continua, que a luta continua pa aniZuilamento do colonialismo, dotrlbalismo, do racismo, do ca lismo e do imperialismo no solo pátrio. A Lutacontinua para indepepdência total e completa, para o fim da exploração do h<pelo homem

- ~DAQUI SAIEM oS-PB,*Emg.................... ý.: --.H xx. M .ý . . ...... .. ......... ... . ... .... Aý .,

1 EM MAICOPRA) BORORZAMBÉZIAPROGRESSO DO PAIS MffIS MODERNASrADORES ALCARNEDE ESCUDOSAS

DAR-ES-SALAAM, Junho de 1968, após o almoço. Marco o número do telefoneque me havia dado o meu bom amigo Tom P. M., ao qual chamo afectuosamente«D. Quixote», porque creio que o foi em Africa. Alô! -Fala o P. Pallete, o amigode Tom P. M., que já escreveu sobre mim ao Doutor. Mondlane. - Onde estávocê? No Hotel X. - Desligue, por favor. Chamá-lo-emos dentro de dez minutos. -Chegou com efeito a chamada. Eduardo Mondlane viria ao Hotel às três horas. E

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não devia esperá-lo à porta, mas sim numa das mesas do pequeno salão defrontedo bar do 10 andar. E enquando esperava a entrevista, fui recordando o que sabiade Eduardo Chivambo Mondlane.GUERRILHEIRO SEM ÓDIONI REVISIA POR MANDEL COMEZ PALLET,IRANSCR IETJA DA REVISIA ESPANHOLAVIDA NUIVA, [o 963Tinha nascido em 20 cisamente um ano,ele e meus irmãos mais ve- mos de pastores das vade Junho de 1920, emhavia dito a Helen Ki- lhos. Ao princípio, não cas, ovelhas e cabras.Manjacaze, ao sul de tche: p e n s e em ir estudar. Porémminha mãe eraMoçambique. Foi o últi- - Meu pai m o r r e u Apesar de meu pai ser umamulher decidida emo filho da terceira mu- quando eu a i n d a era chefe, ninguém da fami-destemida; empenhou-selher e última de seu p&i. muito pequeno; cuida- lia frequentára a escola. e mq u e e u recebesseNuma entrevista há pre- ram de mim minha mãe Meus irmãos e eu fazia-educação. Em 1931,- - - ------ ---.. . ..... . ....... ..

4. classe, que era o mdximo a que um africano podia aspirar então...Ainda muitos anos depois, as estatísticas sãoassombrosas: Número de alunos ir triculados ( a f r i cano nas Escolas de Moçaibique:292 199 56264084189 10 9419588400185860446818520 102'-'-'-IIPorém, em 1936 não havia nenhum africano matriculado no e n s ino secundário,mas apenas uns poucos no e n si no técnico.«-Ofereceu-se-me a oportunidade do ensino técnico e a ele me aferrei. Numaescola agrcola fiz o curso de agricultura de sequeiro. E, o que é talvez maisimportante, aprendi inglês. Depois de ensinar dois anos agricultura de sequeiro naregido de Manfacaae, consegui uma bolsa para ir estudar ensino médio no Nortedo Transvaal. Em 1948, com outra bolsa particular, entrei na Universidade deWitwatersrand, em Joanesburgo; porém, no ano seguinte o Governo da África doSul retirou-me a permissão de estudante estrangeiro e os portugueses prenderam-me e interrogaram-me acerca dos meus esforças p a r a organizar e m

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Moçambique u m a união de estudantes. As autoridades portuguesas chegaram à co n c lusãode que se fosse esU para u m a unlversid de Portugal, me cur do m e u «embrí 0esprito de nacionc negro». A Phelps St< Fund de N o v a lo concedeu-me uma :be fui para uma Uni sidade de Lisboa; p ld não me curei na1 Ao cabo de um anocitei que trasa'dk~ minha bolsa para universidade a i e em 1953 obtive a nha BAem Oberlin lege de Ohio».De Oho passou 1 diane a Evanstone Northwestern Unive para estudar Antrol gia eSociologia e Professores da catei de J. Melville Hei vits. Ali obteve a st cenciaturae seu d ramento, meta nada prezivel quando, es tura (1955), só hav.moçambicanos no no Secundário. Já tor, foi completi seus estudos em vardUniversity, da dois anos. Em 195' trou no Social Res~rtr -1961~498 88: 1200870 018 8 1685 197188 84 166891 184 94866897801 41 169

" ntar a ia do paisQ= Uje_usgo e cwcQrosQericýnccoeroom e8Qínro naccie ý,mi3oinoe gompeE oco seÁ-vioo oo Qw.BANCO DE MOCAMBIQUE

Department na ONU, onde esteve até 1961. Com este cargo pôdef a z e r umaviagem a Moçambique, tornar a ver sua mãe e os seus, que lhe pediram que seocupasse deles. E já então pensou seriamente se não haveria chegado aoportunidade. É verdade que em 1961 deixava a ONU para ocupar um posto ,decatedrático na Syracuse University de Nova Iorque. Porém, em fins desse ano, oTanganyika obtinha a independência e Mondlane começou a considerar c o m oeminente deixar a sua cátedra e passar, a trabalhar de uma maneira mais directa.Necessidade havia de que alguém da sua categoria se preocupasse.A FUNDAÇÃODA FRELIMONo principio de 1962, existiam vários grupos de nacionalistas, c o m muitoslíderes e pouco dinheiro.

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Os três -principais grupos nacionalistas eram a U n i á o Nacional Africana deMoçambique (MANU), a União Democrata Nacional de Moçambique(UNDENAMO), e a União Nacional Africana de Moçambique I n d e pendente(UNAMI). Necessitava M o n d lane de unir os diferentes movimentos numafrente uni-da e num único partido. Deixou o Professorado e, em 25 de Junho de 1962fundava a F r ente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), sobre a base deuma totalfusão de todos os movimentos.No primeiro Congresso da FRELIMO, em Setembro de 1962, foi eleitoPresidente, cargo que exerceu até ao seu assassinato em 1969. Em Maio de 1963,constituía-se em Addis-Abeba a Organização da U n i d a d e Africana (O.U.A.)com a qual a FRELIMO recebia um alento e um apoio que jamais lhe falharia.Nesta altura começa a entrevista:Chegou a hora e apareceu sorridente M o n dlane. Após poucas palavras eminglês, disse-me se não seria melhor para ambos que ele fllasse português e euespanhol, porque - disse- estou seguro de que nos entenderemos. «Claro que aceitei. E começou aentrevista, depois de pedir chá e bolos.- Doutor M o n dlane, na empresa em que você se envolveu de libertarMoçambique do governo colonial, c i n c o anos são a i n d a muito pouco tempopara que se v e j a m resultados. Não obstante i s s o, vê você sinaisesperançadores?,- Sim. Vejo-os e são muito mais do que se sabe. Há poucos dias regressei deacompanhar uma Comissão da O.U.A. de visita à parte libertada. Tudo funcionanormalmente e s u r preendeu-os ver que temos uma zona libertada até uma p r o fu ndidade de quase trezentos quilómetros, com todas as estrutgras em embrião:áldias que cultivam a terra, fazem as colheitas e ajudam o exército de libertação;meninos q u e vão n o r m a 1 m ente às s u a s escolas; dispensários médicos comas poucas disponibilidades que temos... - Mestres?- Muito poucos. O que temos são monitores. Já sabe você que isto, porinfelicidade, ocorre quase por toda a África. Em todo o Moçambique os chamados«mestres» não têm mais estudo que os três anos de Ensino elementar e umpequeno curso de adaptação. Ensino Secundário? Nada ainda na zona libertada.Só aqui - em Dar-Es-Salaam - p a r a onde trouxemos uns rapazes que prometemem seus estudos. Vivem mui pobremente. Porém est u d a m e aproveitam. D e sde o princípio me preocupou o ensino. Obtive bolsas de distintos países parafundar aqui o «Moçambique Institute, que infelizmente teveque fechar há quase tr6 meses.--Não tem suas var tagens esta libertaçgã feita pouco a pouco cor o que asestruturas d, futuro Moçambique livr se vão formando desd a base para a cúpula?- Creio que sim. provável que muitas da crises dos novos Estado africanos tenhamPC causa o haver começad desde a cúpula. Primeir foi o «presidente»; log os seus«ministros», e «governadores», etc., &i guindo sempre umas e, truturas herdadasda o lónia. Quero dizer qiý na realidade não hout mudança de sistema: qsómudaram as peças c maquinaria da admini tração colonial. Subs tuia-se a cadaeuroPa por um africano, poré1 continuava-se c o m «função», as «atribuiçóe do

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europeu. E, para vq gonha nossa o digo, 4 exigências e a explOr ção que tinha ouq1 lançávamos ao europe também contlnuavai Mudaram as peças, p rém amaquinaria seqi sendo a mesma. Por s pode ser providenO para Moçambique o 1(to de aue tenhamos , partir do zero para m tar o sistema admt trativo, começandop povo rural ou cam nos.

Mondiane, que tem 46 anos acabados de fazer, fala pausadamente pensando o quediz. Porém não vacila nem se encolhe. Uma barba não muito crescida é o seuúnico rasgo guerrilheiro. Estatura normal, não superior a 1,70 m; nada de nervos,nem de apaixonamento, nem de intentar convencer, ainda que, tenho queconfessar, que tinha uma simpatia sumamente atractiva e uma autêntica boaeducação: a de lograr que seu interlocutor se sen. tisse escutado e respeitado. Não.Não era como tantos «grandes» (e não tão granciesi) que sempre estão em planode «vedeta».-As vezes penso, doutor, que você segue a técnica de não libertar Moçambique,senão de lograr que a Portugal lhe saia mais caro o ocupá-lo que o deixá-lo emliberdade.- Não, padre. Você verd. A verdade é que eu quisera libertar, Moçambique, queeu estou contente de que haja libertado já uma parte e de que quisera vê-lo já todolibertado. Porém também é uma verdade uma verdade que não posso declarar empúblico - que me faltam as forças, as armas e o dinheiro que se necessita para alibertação total. Então, porém só então, subsidiariamente escolho o que vocêchama a «minha tdctica», que só existe porque não chego a mais.Tem você que recorrer a tomar represálias com os moçambicanos civissimpatizantes com a ocupação portuguesa e talvez delatores da FRELIMO?- Nunca usei esse meio e espero não fazê-lo nunca. Os moçambicanos estão decoração connosco. Se aludam o português, incluso es-piando por sua conta ou empunhando as armas contra nós, é só por medo de quenão triunfe a FRELIMO e passem a estar ainda pior. Ég também por medo àsrepresálias portuguesas. É o medo que faz que africanos e mestiços ajudem osportugueses. Porém nós não atacamos jamais as pessoas, nem sequer osportugueses que não são do exército. Atacamos só o sistema colonial que nosoprime.Ouvindo relações detalhadas de alguns m~ssionários, este mesmo ano em queescrevo esta entrevista - 1974 -- sobre as represálias do exército português sobrealgumas povoações de Tete, perguntei a estes se a FRELIMO não. empregavatambém represálias desta classe como as havia usado a Frente de Libertação daArgélia e tantos outros desse género. A resposta foi sempre a mesma: enquantoviveu Mondlane, nunca se tomaram represálias sobre os «colaboracionistas,.- E os missionários?- Você sabe que eu me eduquei na Igreja Protestante e a ela pertenço. Talvez porisso; ao princípio fazia uma distinção muito simplista e taxante, o que quer dizerque era inexacta. Dividia os missionários em protestantes e caflicos. Via osprotestantes mal vistos e a miude perseguidos pelos , portuoueses, enquanto oscatólicos eram pagos pelo Governo português e era a eles que se confiava o

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«ensino rudimentar» (aue agora se chama mais vomvosamente «ensino deadavtaco») e eram bem vistos -Pelas autoridades portuguesas- sobretudo "se. eram eles mesmos iortuqueses - e a conclusão surqia quaseesvontaneamente: os protestantesestavam connosco e os católicos contra nós. Pouco a pouco fui vendo o meuequivoco. Tanto entre os mssionários protestantes como entre os católicos os hdque crêem sinceramente que o melhor para Moçambique é seguir sendo colóniade Portugal, enquanto que outros de todas as igrejas pensam que Moçambique n ão tem solução sem um governo próprio.- Estou seguro, não obstante, de que você compreende que um missionário,pertencente a uma ordem ou congregação, não pode exteriorizar*os seussentimentos pelo dano que indirectamente causaria a seus irmãos de religião emPortugal.-Claro que o compreendo e que o sei, padre. A verdade é que em público ninguémfala jamais a nosso favor. E é natural que assim seja. Isso não tira que saibamosmuito bem quem esteja contra nós e quem são os que estão da nossa parte, aindaque nenhum diga nada a nosso favor. E a nenhum o move a md vontade. É sóquestão de critério. Buscam o melhor para Moçambique. E os hd que crêem -como antes lhe disse.- que o melhor para Moçambique é continuar a ser colónia ehá os que crêem que o melhor é a independência.- Tem você missionários na zona libertada?- Não. E bem que o sinto. Porém não encontrei nenhum que se arriscasse a isso, enão creio que seja por medo de perder a vida, senão pelo que você dizia antes.Melhor dito, tive um: um sacerdote secular moçambicano, porém que pensavamais como guerrilheiro que como sacerdote. Infelizmenteera um demente. E, quando há pouco nos deixou, senti-me como se me tivessemtirado um peso de cima.Creio que se referia ao padre Mateus Gwengere, cuja actuação foi nefasta paratudo o que significava moderação na política de Eduardo MondIane. A HelenKIitche lhe havia dito Mondlane:O nosso objectivo primdrio é o exército português e só .secundariamente oscentros administrativos, que apoiam o exército. Porém os projectos económicosnão são os nossos objectivos primordiais, porque os recursos de Moçambique sãonossos ainda que hoje sejam os portugueses que os controlam ... Não queremosatacar os civis de nenhuma classe, sejam negros, brancos, mulatos ou asidticos, anão ser que empunhem as armas contra a nossa classe ... Não lutamos contra osportugueses ..., senão contra o Governo português e sua organização exploradora,colonial e imperialista em Moçambique.Contudo o padre Gwengere tendia a identificar a todos os portugueses com arepressãocolonial e se opõs com todas as suas forças à política da FRELIMO, àqual taxava de «contemporazidora». Onde maior dano fez, foi no «MoçambiqueInstitute». Nesse Instituto havia professores portugueses, que não eramsalazaristas nem colonialistas. Porém o padre encontrou fáceis ouvintes da suapropàganda contra os sistemas de MondIane entre os mesmos alunos do Institutoaté que se declararam em greve em Março de 1968. A PolIcia da Tanzna teve queintervir e foi Dreciso encerrar o Instituto.

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- Portugal é nobre e rico numa história que me atreveria a chamar demasiadograndiosa. Digo demasiado porque durante séculos o bom, nobre e compassivoportuguês viveu deslumbrado pelo mapa mundi e pelo seu «século maravilhoso».Já sabe você que se chegou a dizer que o maior fruto que o português tirava dascolónias, era a satisfaçãode vê-las no mapa e que padecia de «história incurável». Tudo isso é compatível'om uma visão demasiado pessimista do mesmo Portugal. Não são poucos osportugueses que se sentem- sem razão - envergonhados de sê-lo, por serem desprezados do resto da Europa.Refiro-me sobretudo à classe elevada. O «povo» é muito mais simples, sensível ebondoso. Quando em Moçambique logra vencer o medo que o oprime, é o melhoramigo do africano. Não são poucos os portugueses que asseguram que não têmracis-no. Porém é um facto rue a maioria considera s moçambicanos como eusserventes e como ns pobres desgraçados, meio selvagens que merecem compaixãoe que se eduquem. Assim pensaram a maioria dos europeus sobre os nativos dassuas colónias. Mas o Estado português é diferente. Aferrase a falar de «missãocivilizadora», de «missão cultural» e de «Moçambique português» ou se prefere -de «Africa portuguesa», pondo sempre o acento no «português». Se de verdadeacreditasse o Novo Estado que somos uma só nação com igualdade denacionalidade, Portugal teria deixado de ser um país europeu, porque a imensamaioria dos portugueses seriam africanos. Não. Fala-se de Áf rica Portuguesa,porém nunca se fala ou se pensa num Portugal africano. Hoje os temposmudaram. E o mal é que Portugal está cego para ver esta mudança dos tempos.Interrompe-se um momento e logo acrescenta:-Exagerei. Não é Portugal o cego. São só alguns portugueses. Há bastantes quevêem aqui claro e que estariam dis. postos a ajudar-nos.- Dizem-me que as al. deias que outrora se viam dizimadas pelo trá fego deescravos, hoj( se vêem quase deserta,, pelos trabalhadore', «contratados», à forçapara patrões portugue ses de Moçambique, oi para fábricas, ou pare as minas daRodésia inclusivamente para e África do Sul. Pergunta va-lhe isto, pensando n4larga tradição moçambi cana de ter sido o gran de subministrador di mão-de-obra.A escrava tura teve o seu comérci em muito menor escal que a de outras colóniascomo Guiné e Angola. Precisamente ao abolir-se a escravatura pelas potênciasocidentais, é quando os árabes empregam portos de Moçambique para osembarques para a Arábia, Egipto e Pérsia. Os escravos provêm de terri. tórios forado controle português, porém às ve. zes também da compre de escravos aosrecrutadores portugueses d( Moçambique. Porque ainda que legalmente t escravaturaacabou na, colónias portugueses en 1878, tanto aos livre; (aos quais se consideravam como escravos, em bora não por legislação) como aos «vadios» s,recrutavam para traba lhar. Surgem árabes , portugueses que recrv tamtrabalhadores «vc luntários» que os ceder aos que melhor .pagar a um tanto porcabeçc Estes trabalhadores pai tem para o contrate ilhas Comoro ou Rei nião,

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países árabes e i< mais regressam. Ne? ainda a legislação do N< vo Estadologrará acabe com este mal endémic Mais de um milhão d trabalhadores de M,çambique existiam u Rodésia e na África d Sul em 1968. É certo qz eramtrabalhadores co tratados - com um sc " do muito inferior ao d(brancos e com comissý aos recrutadores muitos deles emigrac clandestinos queprej riam o soldo e o trai mento dos sul-africani ao soldo e trato das coi panhiasportuguesa Acerca disto tudo vinia minha pergunta.- Portugal tem a cc a vicção de que para evar-se e desenvolver-, 2 o africano necessarmente tem que tral lhar. A legislação insi e em que há-de trabalhde bom ou mau grac o isso sim, insiste em q 2 é livre de escolher o spróprio trabalho cc

entre a cariae a ua pelepetme...sabonete...,NYALA um aroma leve, delicado e personalizanta NYALA urna espuma macia,requintada, que cuida.da sua pelaum bom sabonete-o primeiro cosmético do seu dia.- -- -- --- - 1 -1~ - . 1.~ ý- 11, 1 . . ý: - ---- - . .... . . ........... . ....... . . . ........à à A 4-v,7 --- DIV

CULTURA NACIONALDO POVO PARA O *POVOnOOViSSOestamos engajados na vc Iorizacão da nossa músicaPRODUCOES Li$ EDITORA DE DISCOSPRÉDIO LUSITANA, 92ANDAR 920, TeL.22716 L.HARQUES

um soldo proporcionado. Como antes, quando eu era criança, existia a cláusula deque podia obrigar-se ao trabalho os vadios, as povoações ficavam desertas devarões - e ainda de menores - porque não era fácil justificar que um trabalhavapara a própria subsistência familiar. E também com o fim de ir buscar trabalhofora de Moçambique com leis mais humanas. Hoje o trabalho obrigatório só podeimpor-se por três motivos: para obras pú. blicas de interesse de Moçambique(programas de estradas, obras de saneamento, etc.); para cumprir uma sentençapenal, entre as quais se dão se não, puder provar que ganha o bastante com seuemprego familiar, e para cumprir a obrigação fiscal de pagar o impostodomiciliário. Em todos estes casos só se lhes pode obrigar a trabalhar seis mesesem cada ano. Porém na prática, o recrutador (ou o contratador para o estrangeiro)acode ao chefe da povoação, sempre pró-português, e lhe pede um certo número

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de trabalhadores, pagando a tanto por cabeça. Então o chefe da povoação entrega-lhe as cadernetas de identidade do número de trabalhadores que podeproporcionar-lhe e sem as quais todo o africano se encontra fora da lei. É fácilpara o chefe da povoação encontrar qualquer dos três motivos que autorizam orecrutamento forçado.E os que vão paraa Rodésia ou'Africa do Sul?Tenho de confessar que agora a maioria vai voluntária e clandestinamente.Preferem tudo ao trabalho aqui. Alguns voltam depois de três ou quatro anos,outros não voltam mais.- É certo que os salários são da ordem das 52 libras esterlinas anuais?- Não, isso não é certo, embora possa ser verdade nos anos da minha infância.Então ainda estava fresca a vida de escravatura. Porém hoje esses salários sãomuito variáveis e, como mínimo, hd-de pôr você o dobro ou o triplo.-'Uma última pergunta. Quando começou você a interessar-se pelos demais atéfazer da sua vida uma dedicação aos outros?- Você pergunta-me? Não lhe hei dito que me criei entre mulheres peladeportação de quase todos os varões de meu povoado? Ficaram. os velhos e ascrianças, como meus irmãos. Desde então comecei a interessar-me pelos demais.Quando em 1960 logrou a independência grande parte da; África, pressenti queestava perto a hora de fazer algo. E já ao .aceder em Maio de 1963 a ser nomeadoPresidente da FRELIMO, estava plenamente decidido a deixar a cátedra em NovaIorque e a dedicar-me por completo à libertação do meu país.Baixámos juntos ao «hall» do hotel. MondIane disse-me que seria in teressantepará mim conhecer Amílcar Cabral, o dirigente da Guiíé-Bissau que estavanaqueles dias, em Dar-es-Salaam. Desde o «hall» telefonou, porém AmílcarCabral acabava de sair de Dar-es-Salaam e não se sabia quando regressaria. Algoemocionado - confesso-o - por este guerrilheiro sem ódio, expressei-lhe as minhasmelhores felicidades e pedi-lhe que nos dessemos um abraço de despedida. Ao ira fazê-lo só então - me dei conta

.. .... .U t'T'esídente da rItLIMu, ýamora Moises Macnet, conceaeu uma entrevista aoplurifacetado mensário AFRICA, revista que é publicada pela «Africa Journal LtdLondon», e com centros distribuidores em lagos (Nigéria), Nairoby (Ouénia),Nova lorque (E. U.A.> e Londres (Inglaterra). Passamos a transcrever na íntegra areferida entrevista, visto realçar aspectos de extremaimportSncia e actualidade, naetapa histórica que ora vivemos, quer do poito de vista nacional, comointernacional. A ttadução é de exclusiva responsabilidade da TEMPO.A.t U . N ..U¿,. 5 formação em 1962, a FRELIMO tem sido uma F r e n t e deLibertação. Que tipo de mudanças julga ser necessárias depois da independência,para que a FRELIMO passe de Frente de Libertação a Partido?RA: A FRELIMO tem 1 nho i m e n s o prestig porque é uma organi! ção comestruturas c ras, e uma linha igu mente clara e bem dE nida. É uma organizaç quedesempenha a s tarefa no meio das mi

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de quadros; alta cons ciencialização das mas sas; porque o partid não é umpunhado d( pessoas: Diríamos, antei que é preciso conhecei os sentimentos dopovo a situação política inter na e o nível politico qu< o povo já tenha atingi do,para que seja possi, vel definir a ideologia que vai ser seguida, uma vez que adefinição de uma ideologia única é uma das características principais de um parti.do.Na FRELIMO, não pretendemos de modo algum significar que a nossa ideologiatem merecido o apoio de todo o povo. Mas o que é certo é que existe uma linhaideológica, um p e n s amento ideológico básico, formulado e s u b scrito portodos os membros do Comité Central. A questão fulcral, ou antes, a pedra angularque determina uma plataforma comum entre nós, é que nós somos anti-imperialistas, anti-colonialistas, estamos contra a exploração do homem pelohomem, e contra o capitalismo. Em Moçambique queremos o poder popular. Esteé o objectivo que nós devemos alcançar: deve ser austero, e deve sercompreendido e apoiado pelo povo. Se tal acontecer, estaremos em condições decriar um partido.AchamoÊ que um partido é necessário, já que ninguém pode dirigir um pais s e mum partido. Mas a sua formação dependerá do trabalho que a FRELIMO e os seusquadros forem levando a cabo. Será Igualmente o produto não só disto, massobretudo da extensão para que o nível de consciencialização d a s massas temsido elevado. É necessário que estejamos constantemente em contacto com aprática, a fim de conquistar as massas para essa ideologia. Por outras pa-.lavras, é através de uma luta permanente que novas ideias são criadas, e a únicaforça capaz de determinar a transforr mação é uma luta permanente.Deste modo, quando amaioria dos nossos qua- dros e do nosso povo ti- ver alcançado uma talconsciencialização, q u e os situe como elementos transformadores de sociedade,então estaremos em condições de ter um partido, um partido e ao mesmo tempouma vanguarda, apto a dirigir o pais, a orientar o governo na promoção dodesenvolvimento, estabelecimento de prioridades, e definição de tarefas para opovo.«Os quadrosnão vêm de postosacadêmicos»AFRICA: O que acaba de dizer é uma teoria do que efectivamente precisam defazer, e de como formar o vosso partido, mas quais são as etapas concretas queirao agora realizar, para tornar esse partido um facto?PRESIDENTE SAMORA: Antes do mais, precisamós de quadros; neste momentonão é possível dizer que temos muitos quadros. Só diremos que temos quadrosquando já tivermos transformado grande parte de mentalidade que aindaremanesce intoxicada pelo capitalismo, e pelo esp 1 r 1 t o Individualista,egoísmo, ambição e subjectivismo.Ainda estamos transformando essa mentalidade, é um esforço necessário, umaactividade constante no trabalho para que os quadros se criem. Os quadros não v êm (necessariamente) de postos ~caé~; énecessário q 2k iam forjados e temperados pela luta. E a luta

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não é propriamente a armada; é gma luta que vis a tránsformação de Ideias.Consequentemente, é necessário que exista uma política nas escolas, nos serviçosde saúde, na universidade, nas fábricas, nas áreas rurais, porque os quadros virãode todos estes lugares. São esses os quadros formados através da luta. Eles terãouma no v a mentalidade e uma nova concepção do m u n d o. São estes quadrosque estarão em condições de saber o que é que nos falta, e nessa base, o que é quepor nós é requerido. Eles saberão o que é que precisamos: Então, diremos: temosquadros. Na FRELIMO, chamamos quadros aos que assumem a política nacional;os que têm uma completa visão do mun. do: tanto no contexto nacional como nointernacional; os que têm concepções novas s o b r e o mundo, e os que sabemintegrar e combinar o particular com o geral. Queremos quadros que s ã.o livres,dotados deautoconfiança, Intransigentes enquanto agentes transformadores da natureza.«Temos a forçadecisiva: o povomoçambicano»AFRICA: Herdaram m u i t o s problemas do sistema colonial português. M a i sresumidamente, quais são os problemas económicos de Moçambique, e quais sftoas suas implicações?PRESIDENTE SAMORA: Depois de 500 anos de colonialismo e dez anos deguerra, a situaçao existente em Moçambique não é (contudo) alarmante; antespelo contrário, é muito normal. É uma situação que nos permite partir e avançarmais rapidamente para desenvolver Moçambique. Q u a n d o Iniciámos a guerra,não tínhamos praticamente nada, mas durante dez anos t r a n s formámosprofundamente o nossop a is. Desarreigámos o colonialismo português, transformámos homens, etornámos Moçambique conhecido ao mundo. E isto foi durante o período deguerra.Agora aos reconst r u i r Moçambique na paz. A nossa linha define a maneiracomo vamos reconstruir Moçambique. As prioridades estão já dadas, conhecemosperfeitamente a si. tuação real de Moçambique. È por isso que podemos declararcom firmeza que se alguma crise existe, dela nos desembaraçaremos rapidamente.A crise para nós é uma situação: excelente. Se o colonialismo deixasseMoçambique numa situação confortável, numa situação organizada, teria perdidoa sua natureza como -cólonialismo. Se deixasse tudo organizado, se deixassemuito dinheiro em Moçambique, suspeitaramos que o fizesse deixando no nossopais os seus representantes. O mesmo que dizer que teria deixado o mais altoestado de desenvolvi-mento de corrl , Moçambique.Assim, somos capa de distinguir quem i viu o colon.ialismo, qu beneficiou docolonia mo e, para o desenvo mento da nossa ecoi mia, saberemos meu dondepartir. Portam não estamos alarmad porque antes de tudo mos a força decisiva:povo moçambicano. ' mos uma linha corre que defineos nossos jectivos, que nosmos; como é que vamos construir Moçambiq Temos o território C<potencialidade suficei para desenvolver o pE

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Os trabalhadorda Africa do SÁFRICA: Aquando Congresso da FRELI> de 1968, a Frente mo 1estou-seseveramei contra o abastecime? de trabalho contrata às minas da Africa Sul...Serd que o cont topor força da situa presente fique revoça a partir de 25 de Jun ounão serd que ele nha aser novamente' gociado?PRESIDENTE SAIV RA: Até 25 de Junho r peitaremos os acort que osportugueses ti rar com os sil-afri nos. E o dia 25 de Jum permitirá que Moçam quee a Africa do ' discutam e revejam conteúdo d o s acord Além disso, temos n] tosproblemas priorJ rios a resolver no moi pais. Temos que cr condições para melhoía vida do nosso pO Temos essa grande r ponsabilidade. A Afr do Sul recebe 150(trabalhadores moçarn canos por ano. Os por gueses não criaram truturas paraessas P s o a s trabalharem < Moçambique. Por Is FRELIMO deve antes mal nadacriar es1

companhia nacional de navegacaoSOLIDÁRIOS COM O POVO MOÇAMBICANOSAUDAMOSMOÇAMBIQUEy AGORA INDEPENDENTE E LIVRE

.. .... .. :~~

...... ...... : .......

...... ....Não há homem nem povo que jamais tenha deixado de lutar pela liberdade. Aliberdade é um direito e um bem. O maior de todos os bens. O mais respeitável detodos os direitos. Vivemos em liberdade Trabalhamos em liberdade. Estamos emMoçambique Novo.

riu para. essas pessoas trabalharem em Moçambique. Não somos revo.11clonárlos histéricos, os dez anos de guerra tem. peraraim-nos.AFRICA. 9 certo qio realismo requer un certa dose de graduali mo; então em casos e, mo estegnificativo co, trato, que não revogan e 150 000 pesso ficai desempregadas paraMiçambtque?!PRESIDENTE SAM(RA: Respeitamos a prioridades do povo, e, nossa política é dirigid com base nasaspiraçõe do nosso povo. A políti ca da FRELIMO vem dl base para o topo, e vado topo para a base. Dis cutimos com o nosso po vo e perguntamos: se re.vogamos o contrato, que vão fazer? O povo res. ponderá.A nossa política externa é ditada pela situação interna. Não é a situaçãoInternacional, a externa, que dita a situa. ção política interna da FRELIMO. Esta éa nossa orientação. A política da FRELIMO vem do po. vo, é ditada pela situaçãoInterna. Fazemos o que o povo achar que é correcto. Foi dessa maneira queconduzimos a luta armada durante dez a n o s. Perguntaríamos ao povo: «Estamos

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correctos, podemos a v a nçar?» O povo diria: «Sim». Foi o povo quem decidiu,por exemplo, a política de clemência para com os prisioneiros de guerra.Relaçõescom os vizinhosao Zimbawe?PRESIDENTE SAMO. RA: Deixe que a prática responda por si. Pergun te-meisso depois de 25 de Junho.APRICA: Presentemente, tanto a Rodésia como a África do Sul.têm:representação dlplomdtca e m Lourenço Marques. Continuard essa situaçãodepois d a independêneia?PRESIDENTE SAMORA: A Rodésia já retirou s a sua representação diiplomática de Portugal. Não sabemos porque é que eles continuam emMoçambique.A Africa do Sul também está em Moçambique porque, falando emtermos precisos, este ainda é uma colónia. Contudo, e 1 e a (os Sul-africanos) ver-se-ão na obrigação de tomar medidas; fio dia 25 de Junho todos eles terão queapresentar as suas credenciais d i p 1 omáticas. Mas, para responder directamente:o Comité Central da FRELIMO vai estudar os países com quem nós vamosestabelecer r e 1 a ç õ e s afins, qual a posição a t o m a r relativamente à Africado Sul - relativamente aos trabalhadores moçambicanos q u e estão na Africa doSul.Mas posso responder categoricamente relativam e n t e ao Zimbabwe, porque fazparte da política da FRELIMO.AFRICA: Quais é que vao ser os princípios directivos prioritdrios da vossapolítica externa depois da independência?PJRA: clar,o potica externa canO.Udos.AFRICA: Qual é a vos. em sa política relativamente tosRESIDENTE SAMOA nossa política é a. Em primeiro tutodos os países afris emembros da .A. são nossos alia. Em segundo lugar,Africa, os movrnen. de libertação sãotambém nossos aliados. Em terceiro lugar os p a i s e s socialistas são nossosaliados. A base das nossas relações com eles têm figurado num nível destacado,mesmo quando. éramos ainda um movimento de libertaçãO, Em quarto lugar, ospartidos progressistas da Europa capitalista. Em quinto lugar, as forçasdemocráticas d o s países capitalistas. Em sexto, temos relações de solidariedade co m os países recentemente constituídos Independentes, que lutam pelaemancipação económica e consolidação da Independência. Finalmente, somospela paz: p o r isso, contra o expansionismo e o imperialismo.AFRICA: Durante a guerra de libertação, um bom número de países, enquantoaparentemente não se vos opunham por via física, faziam-no contudo através dassuas íntimas relações com Portugal. Penso concretamente na Grã-Bretanha,França, Alemanha Federal, no Japão, e nos Estados Unidos em particular. Qualserd a vossa atitde para com esses pates depois de 25 de Junho?

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PRESIDENTE SAMORA: Durante a luta definimos o seguinte: temos inimigosdirectos e inimigos indirectos. O inimigo directo (no plano externo), foi sempre ocolonialismo português. Os inimigos indirectos são os que sempre apoiaramPortugal. Con. tra o inimigo directo nós batemo-nos por via de uta armada. Nuncaiouve um combate di'ecto contra os inimigos ndirectos, que estavam nvolvidosquer por raões económicas, quer deológicas, ou mesmo t )or séculos de velhaslianças, como é o caso a Grã-Bretanha. - rPara os que se envol- p11r i:ezadveram por razões econó. micas, a guerra não pas. sava de negócio, tendo e 1 e sdesenvolvido os os seus países vendendo armamento a Portugal, causando destemodo a ruína deste país. Portugal. encontra-se hoje em crise, e estes países nãoquerem ajudá-lo, o que se compreende, já que foram interesses económicos que osmotivaram.Tomamos em conside. ração que há forças progressistas na Grã-Bretanha, quesempre nos ajudaram. Os povos da Bretanha, A m é r f c a, França, do Japão, etc.,sempre nos ajudaram na luta. Por conseguinte, não é nossa intenção isolar povos,queremos sim isolar governos (reaccionários). Mas estes governos «represen.tam» povos, «representam» trabalhadores. A ajuda que eles querem dar aMoçambique, não )assa de produto dos rabalhadores d e s s e s países, e o quequerenos é estabelecer boas 'elações com todos os 'Ovos. Devemos d iferen-

car: os governos pas- PRESIDENTE SAMOsam, os povos ficam. RA: Nuncadiscutimos esse problema, pois MoReconstrução çambique foi (e continua atéhoje) uma colóNacional nia. Mas se tal acontecer, será benvindo. SoAFRICA:Ouve-se fa- mos do parecer-que isso lar de federação econó- aconteça, porquepermimica, possivelmente en. tiria o rápido desenvol41^ ,,-,y4,,,- m~ N,,.,,,,4,,ovimento desta zona.Tantnia e Zãmbia. Como é que o Presidente examina esta sugestão?AFRICA: O Plano económico Geral tem sido estabelecido ainda dan-do priord aos sectores tais como a educação, as comunicações, mas haverd nele alguns aspectosatribuíveis ao que estd sendo imediatamente solicitado em termos de a~uda?PRESIDENTE SAMORA: Para começar, precisamos em Moçambiq u e de(aproximadamente) 10 milhões de contos, para serem usados em dois importantescampos: agricultura, que é a base, e indústria, que é o seu factor dinamizador.Quando fa1 a m o s de agricultura como base, e tomando em consideração q u eninguém pode viver passando fome, queremos acabar com a fome no nosso pais.Isto é uma prioridade. Queremos liquidar o obscurantismo em Moçambique,isto é uma prioridade. Queremos aumentar os serviços de saúde. E o resto virá.

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Os traidoresAFRICA: O que pensam fazer dos presos políticos (os traidores) que têm detidos,como.,d o caso do primeiro vice-presidente da vossa organização, Uria Simango?PRESIDENTE SAMORA: Os presos para nós s ã o preciosos; porque noseducam, e ao mesmo tempo aprendemos com eles como é que o povo se tomoucorrupto, como é que eles se tomaram agentes do imperialismo. A guerra emMoçambique era contra o colonialismo português. Muitos pensaram que osportugueses " eram uns colonialistas maus: massacravam o povo, concentravam-no em aldeias, exploravam cruelm e n t e os moçambicanos. Por isso, a apariçãode Uria Simango e Lãzaro Kavandame é uma escola para nós, que nosensina que a exploraçp não tem cor, não 9 raça, que o inimigo pÉ tem pátria, nãote: povo e, mais, não tei piedade.Uria Simango tem ar biçoes políticas, e Láz ro Kavandame ambiço económicas.Co m o i duas coisas são insep ráveis, tornaram-se ali dos imediatamente. mango,com o podi político nas mãos,, pE mitiria que Lzaro p desse explorar fac menteo povo. Ele pi cisava de poder politi para explorar o poç moçambicano.Por essa razão, depc do golpe em Portug não hesitaram em juntar ao inimigo pamassacrar o povo. 1 pois dos acordos e ci sar-fogo eles juntarm-se ao inimigo para q a guerra e o massac se prolongassem, ti nando-lhes possívelnhar dinheiro e vi% confortavelmente.Foi dentro desta pe pectiva que não tivern hesitações em se juni ao Spinola - umfas ta, agressor da Gu-Conakry, assassino AmIlcar Cabral. 1 isso, dizemos: é tu enorme lição para npara aqueles que du dam da nossa defini. do Inimigo. Em suma uma escola.Mestres escola negativa, eles virão para ajudar as vas gerações, que r saberão oque foi o c( nialismo - o que as 1 pediria de compreen a definição correctainimigo.

prduie exporta1 ý5,Um h~pouodsiges pel su sueirqulddat d ítracoaleW>541o cigarr certna hora ceta

1 1 1 M IL 1 1 wi -1 L 1

O Secretdrio-Geral da OUA, Eteki Mboumoua: «um certo humanismo»O novo Secrotério-O.ral da Organização da Uni. dade Africana, Aurellen EtekiMboumoua, é um homem tranquilo que gosta de vestir e viver bem. São estes,com efeito, os traços que mais saltam à vista num primeiro'encontro. Depois,ouvindo.o falar no seu francês perfelto o de pronúncia cuidada que por vezes fazrecordar a do falecido actor francês Gerlrd Philipe, nós começamos a comprenderque á também um homem profundamente engajado om os interesses de África,

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senhor das suas certezas o de algumas verdades. E, mesmo quando parcialmentediscordamos de algumas das suas opiniões- como quando fala da UNITA e lheatribui uma pretonsa representtividade em Angola-não podemos deixar deapreciar a lógica perfeita, cartesiana, dos seus raciocÊnios. 86 que, como acontecetantas vezes, a distância entre a lógica de um raciocínio político e a realidade podeser muito grande, intransponível mesmo.Com 41 anos de idade e natural dos Camarões, Eteki Mboumoua éfrequentemente descrito p e 1 a s pessoas que o conhecem bem como umtecnocrata. Quer dizer: um tecnocrata da políticaou na política - o que em termoscorrentes nem sequer. é um elogio. Mas talvez esta afirmação não seja muito justase citada fora de contexto: Eteki Mboumoua surge - me antes, ao longo da longaentrevista que concedeu a TEMPO, como um dirigente bem típico de grande parteda Africa dos nossos dias - uma Afri. ca que todos os homens de boa vontadeapoiam na sua luta contra o neo-colonialismo, na sua luta contra um domínioeconómico e político estrangeiro que aindaé extremamente opressivo. Com frequência, e a propósito de muitas dasafirmações que lhe escuto, o termo «um certo humanismo»- aiiás títulO de um livro de que é autor - surge-me como uma descrição muitomais adequada para este homem que, sem ser um revolucionário, participaactivamente, pelas suas funções, para a decisiva e completa libertação de todo ocontinente. Recebe o Repórter com toda a simpatia, dispõe-se a responder a todasas perguntas, as suas declarações põem o dedo na ferida de muitos dosverdadeiros problemas africanos dos nossos dias. Não é alheia a estapredisposição, sem dúvida, a circunstãncia de ter sido o jornalista Aqui-

no de Bragança, da Ajrique-Asie, que momentos antes nos apresentara.A entrevista que agora publicamos é uma síntese da longa conversa quemantivemos. V is a, fundamentalmente, iniciar o Leitor menos familiarizado coma realidade de Áfrina em algumas das princ -ais linhas de r um o da Or. anizaçãoda Unidade Africana que Etekl Mboumoua representou na tomada de posse doGoverno de Transição de Moçambique. Por isto -mesmo foram deixadas de ladoperguntas e afirmações que focalizam questões mais especificas sobre aactividade daquele organismo ao longo dos últimos dez anos. Questões como asque surgiram aquando da oferta de diálogo feita aos países africa.nos pelo regimeda RepúJblica da África do Sul ou como aquela que recentemente levou àdemissão do ex - Secretário - G e r a 1 Nzo Ekangaki, o chamado «escândaloLonrho». Foi o assento que esta última questão tornou extremamente incómodo equente que o nosso entrevistado veio a o c u p a r este ano - o que talvez ajude acompreender que o cargo que Eteki Mbounoua agora desempenha é um cargo tãodifícil quanto é delicada a tarefa que se propõe levar' a bom termo. Em traçosmuito gerais, poderá talvez acrescentar-se que esse «escândalo Lonrho» surgiuquando se comprovou que. o ex- Secretário - Geral Nzo Ekangaki tinha assinadoum acordo de cooperação com aquela empresa bri,tânica, em nome da OUA. ALonrho, que mantém estreitas relações e ligaçõescom os regimes racistas da África do Sul e Rodésia, é, nomeadamente, aproprietária do pipe-line Beir-Untáli entre aquele pais e Moçambiqueé Aliás, a

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própria designação Lonrho é composta pela% abreviaturas das palavras London eRhodesia. Ante a Indignação de toda a África, o acordo foi anulado e Ekangakllevado a pedir a sua demissão. Não obstante, esta questão abalou e fez oscilar atéaos alicerces toda a OUA. Eteli Mboumoua assumiu assim funções de um cargoque fora altamente desprestigiado e em plena crise. Sua primeira função: pôr acasa em ordem - uma função em que se empenha decididamente e para a qual asua formação de tecnocrata o parece talhar. Muito em bre-. ve, os primeirosresultados positivos da sua actividade como novo Secretário-Geral da OUA setornam visíveis. Numa trajectória de plena ascenção, a sua carreira de homempolítico prossegue.Esta trajectória fora, sem dúvida, desde há muito cuidadosamente t r a ç a da poreste advogado que, ainda durante os tempos do colonialismo francês no seu pais,se inicia na política ocupando diversos cargos administrativos. Entre estes, a suabiografia indica o que desempenhou como Prefeito-Adjunto da divisão de SanagaMaritime, uma região então muito afectada pela luta de libertação que omovimento revolucionário U. P. C. (Union du Peuple Camarounais/Untão doPovo dos Camarões) desenc a d e a r a c o n t r a o neo-colonialismo francês econtra o regime que Mboumoua sérvia. Em1961, derrotada a U.P.C. e num pais em que ascende à presidência El-HadjAhamadou hidjo, ele é chamado para Ministro da Educação Nacional, DesportoeJuventude. Deixando este lugar alguns anos depois, virá a ser Presidente daUnesco, em Paris, e novamente membro do governo dos Camarões, em 1971,como Conselheiro Técnico Especial da Presidência.A sua candidatura a Secretário-Geral da Organização da Unidade Africana foiprimeiramente apresentada em 1972, em Rabate, como sucessão ao termo demandato de Diallo Telli. Preterido então em nome de Nzo Etenketi, viria noentanto : conquistar esse cargo ao ser nomeado em Mogadoxo, este ano.Eteki Mboumoua é autor de dois livros: «Un certain humanisme», publicado em1971 e «Democratiser la culture», editado há alguns meses.Na entrevista que se segue, o Secretário-Geral da Organização da UnidadeAfricana começa por se referir à fundação e objectivos principais daqueleorganismo para depois responder a perguntas mais específicas sobre -as linhas derumo actuais e futuras da. O.U.A.OUA: A UNIDADE NA AUTO-DEFESA DOS INTERESSESDE ÁFRICAETEKI MBOUMOUA - A Organização da U n i d a d e Africana é umainstituição criada em 1963 à escala de todo o continente. N e s s e ano, um certonúmero dechefes de Estado african( reuniu-se em Adis Abeba, r Etiópia, para tentar orgarzar-se e fazer face aos pr blemas políticos, culturais económicos com que fri( sedefrontava. Deste mod esses chefes de Estado ch garam à conclusão que r mundoem que os seus pÊ ses se inseriam somente coesão de todos os pai africanospoderia constitu uma força de pressão cap, de influenciar um pouco : decisõesimportantes a niv internacional. «Mas havia uma outra raz fundamental: é que - aAI ca estava efectivamente m to dividida. Sobre o pla político, havia os estad quese diziam progrèssis os que se situavam ou er< colocados em posições centro e. os

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chamados es dos reaccionários. No pla linguístico, a África esta dividida entrepaíses fran, fonos, países anglófonos países arabófonos. Mas tava ainda dividida'e n t estados que eram indep dentes e estados que nãc eram. Então, os chefesEstado reunidos em A d concluíram que estas cl sões tinham importáncii razio deser mas que po riam ser com f acilida transcendidas com a ci ção de uma basecomi Assim, eles decidiram vo uma Carta, a Carta da t dade Africana, que dese,deou um certo número objectivos a alca n ç a r conjunto por todo o coi nente.«Entre esses objectivos, alguns que podem ser c siderados como princip alibertação total do co: n e n t e; o desenvolvime: económico,. social e cultu

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de África; a consolidação da unidade de todo o continente; a regulamnenta ç ã odos conflitos entre estados africanos através do diálogo e da conciliação; a nãoingerência nos' assuntos internos dos outros Estados;. o respeito pelas fronteirasque foram, digamos assim, cristalizadas pelo coloniálismo; etc.«Em poucos anos, e tendo esta Carta como base, toda uma Qrganização foi criada.Nomeadamente, o Secreta. riado-Geral da Organização da Unidade Africana queestá por agora instalado em Adis Abeba.«Eis, esquematicamente, o que em resumo pode ser dito sobre a fundação eobjectivos da (- U. A.«Acrescentarei, que os resultados obtidos no quadro da libertação total da Africase tornam cada vez mais evidentes e palpáveis: o número de países libertados temvindo a aumentar inegavelmente. O Comité de Libertação da OUA, com sede emDar-es-Salaam, é o organismo encarregado de receber e distribuir os meios e con-atPtoa

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nAEteki Mboumoua: Esteve presente na Tomada de' posse do Governoý deTransição, altura em que a entrevista foi realizada e publicada na revista «Tempo»n.* 211. Todo o texto aqui reproduzido é arepetição dessa entrevista.uxiliar os movimentos efec- tivamente, minimizar o auivamente empenhados noxflio que a OUA fornece aosirosseguimento desta liber- movimentos de libertação se aç o. Este é o aspectopoli - tivermos em conta os próico do nosso trabalho mas prios meios e o estadode s factos que poderiam ser desenvolvimento em que se pontados nos camposeco- encontra cada um dos paiórico e social são igual- ses representados naOrgaaente muito Importantes. nização. Como sabe, esses países têm orçamentosrelaO. U. A. tivamente fracos e, além deE A LIBERTAÇÃO participarem nas despesasda própria Organização, conHd tríbuem um pouco mais, eno entanto diversos co- segundo diversos estágios de mentadores políticos so-engajamento, para o sucesso bre assuntos africanos das lutas de libertaçãoafrique afirmam que o au- canas. I s s o, forçosamente, xfliõ que a Organizaçãoconstitui um total que pada Unidade Africana rece reduzido mas que épresta aos movimentos grande no quadro dos paide libertação fica mui- sesmembros da OUA.to aquém daquilo que «Por outro lado, os movipoderia ser. Trata-se, mentosde libertação não como.sabe, de uma afir- dispõem apenas destes mação muitorepetida e meios: p o a s u e m outros que é explicada através meios maisdirectos que são da.forte influencia neo- fornecidos por paisel ami-colonialistasobre mui- gos não africanos. Deste motos governos da África, do, eu penso queesses codos nossos dias. Qual é - mentadores políticos ao poa sua opinião sobreremo problema'do auxilioisto? Concorda com em termos'de suficiência ouesta acusação? não'suficiência o põem mal:o facto é que os países afriE. M. - A minha oniníão rýn^n Pnnh1igrí tan lQrr<.vel para a Xata dos movimentos de libertação.«Por outro lado, não é a n o s s a organização quem combate: o importante edecisivo são os próprios movimentos de libertação. 'A nossa função é de dar aesses movimentos a possibilidade de combaterem e os meios políticos para sefazei rem conhecer e aceitar dentro e fora da Africa. Tudo b mais lhes dizrespeito, incluindo a própria maneira como se organizam. 2 por isto que nósPodemos constatar muitas e profundas diferenças entre as diversas organizaçõesem luta: enquanto em Moçambique a Frelimo se organizou de modo admirável -,o que a levou a impor-se e a poder enquadrar o povo do pais- em Angola, por exemplo, os movimentos de libertação, que são da mesma formaauxiliados e aceites pela OUA, não conseguiram ainda criar uma frente comumcapaz de os conduzir a uma vitória decisiva. Citei a Frelimo: poderia ter referidotambém o PAIGC

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R'enião da, Organização da Unidade Africana: a luta contra o neo-colonialismocomo combateque tem que engajar toda a Áfricaindependenteque soube organizar-se e impor-se correctamente. «Portanto, o em resumo, afunção principal e decisiva de libertação pertence aos próprios movimentos e, s-depois, diz respeito à OUA. Nós temos que lhes fornecer os meios e, digamosassim, a intendência das condições necessárias ao prosseguimento da sua acção.CONTRAO NEO-COLONILISMO:A TOMADADE CONSCIÊNCIA- Ainda nestecontexto da libertação da África, mas num outro plano, poderá agora falar-nossobre a posição e acção da Organização .da Unidade Africana contra o neo-colonialismo? Julgo ser este um dos mais graves problemas que o continente hojeenfrenta, não é verdade?E. M. - É, com efeito, um problema muito importante. A tendência dos paísescolonialistas que libertaram os seus territórios em frica foi a de sair pela -porta dafrente para entrar pela porta de trás. Isto foi facilitado por um certo número defactores: os países que foram ascendendo à independência eram relativamentefracos a vários níveis. Em quadros suficientemente formados, por exemplo, por-que a colonização não facilitou em geral a formação de quadros competentes emnúmero adequado ou sequer suficiente. Por outro lado, e no plano de diversossectores, financeiros e c o m e rciais, principalmente, os novos países nãopassaram imediatamente a dominá-los. Acrescente-se a isto o facto de muitos dosproblemas ecoàómnicos com ,que se de-batiam - e debatem - ultrapassarem oquadro nacional para se inserirem no contexto de um certo número de arranjosinternacionais que' não permitem a, um jovem pais dirigir os seus própriosmecanismos e possuir os quadros necessários para o fazer.«Os problemas monetários, outro exemplo, escapam -totalmente ao controlo dospaíses que são actualmente independentes - quer porque se situam em zonasdominadas pelas grandes potèncias; quer muito simplesmente porque osprincipais mecanismos estão .fora dos respectivos âmbitos de influência directa.«Tudo isto cria uma situação tal que permite ao neo-coloniaismo cont i n u a r 'acontrolar esses mecanismos que nos ultrapassam e que são- verdadeiramenteirmiportantes, relegando os políticos para segundo plano. .«Como evitar tudo isto? Qgais as soluções? Estão dep2ndentes de vários factores,na minha opinião: o primeiro factor diz respeitoà preparação para a independênci4: é necessário que os. países que ascendem àindependência saibam realmente o que querem e que estejam determinados paraorganizar em todos os domínios programas que não levem forçosamente em contaas velhas heranças coloniais - sem todavia as rejeitar inteiramente: que retenhamdessa herança o que possa efectivamente beneficiár o seu própriodesenvolvimento. Em seguida: organizarem-sO e prepararem-se para poderem nofuturo dirigir e possuir os mecanismos da sua própria economia segundo métodos

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modernos, eficientes e adequados. Por último, é necessário que os novos países seempenhem na utilização dos seus próprios recursos, em saber utilizar essesrecursos para uma políticca consciente e efectivamente nacionalista. Nem todosos países reuniam e s t a s condições quando se tornaram independentes e é poristo que o neo-colonialismo é capaz de durar tanto tempo. «Nos nossos dias,felizmente, muitos países africanos estão conscientes desta situação e organizam-se para a combater. Justamente, um dos objectivos da O. U. A. é o de facilitar eContribuir para esta tomada de consciência, reunindo os estudos dos diversosproblemas que um único pais por si só não poderia efectuar, incentivando aintegração económica ao nível africano que permita ultrapassar a pouco e poucoos pelos europeus, americanos ou outros que cristalizam os fenómenos do neo-colonialismo, etc. N ã o posso dizer que a Organização já tenha obtido êxitosneste domínio mas os esforços prosseguem. A verdade, também, é que ascorrentes antigas são muito fortes e um pais não pode,' do dia para a noite,bloquear todo o seu sistema económico para instalar um outro. Assim- por vezes um pouco p reguiçosamente - continua a utilizar-se sistemas antigos eprejudiciais: mas pefiso que um dia, a pouco e pouco, através de diversasorganizações em diversos do>.ínios chegaremos a criar ao nível da África umcerto número de fenómenos que diminuirão os e f e i t o s do neo-colonialismo aon 1 v e 1 económico e ao nível cultural: Ao nível político, creio eu, já estáultrapassado...- E nesse contexto de ultrapassagem do neo-colonialismo ao nível de toda aÁfrica, qual poderá ser, na sua opinião, o contributo dos movimentos delibertação das colónias portuguesas? Trata-se de uma questão que eu ponho nãosó ao nível'da experiência histórica da luta armada revolucionária, mas também aonível da ideologia política por eles definida e do facto de, pelo menos nos casosde Moçambique e Guiné-Bissau, já terem conquistado a respectiva independên c ia ,nicional. Acredita, como nós acreditamos, que a entrada destes países na OUAvai decididamente contribuir para a destruição do neo-colonialismo em África?E. M.- A luta de libertação da Argélia, como sabe, já por si trouxe muitas coisasnotáveis a este contexto. A Argélia foi um país que ao longo de toda -a sua luta delibertação reflectiu sobre o que poderia fazer tão logo conquistasse aindependência nacional e é notável a maneira progressista como a seu temposoube passar a controlar os seus recursos .e o conjunto da sua economia.«Da mesma forma, eu penso que a Frelimo emp Moçambique apresenta e s s a scaracterísticas: eu conheço os seus dirigentes e sei que e 1 e s já reflectiramlongamente durante a luta armada pelo.que têm ideias muito concretas sobre oque vai ser o seu país. *«É isto que eu considero importante, muito importante, porque os países queascendem à sua independência sem saberem o que vão fazer, são paísescondenados ao neo-colonialismo - enquanto que aqueles que se preparam durantet o d o o período de luta estão aptos para modificar a estrutura e o sistemaprevalecente muito rapidamente.«É nesta perspectiva, e segundo penso, que os movimentos de libertação agora nopoder podem vir a aux i l i a r decisivamente, pelo seu exemplo, aqueles países

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que não estavam preparados para a independência que lhes foi concedida e quehoje continuam mergulhados em estruturas característicamente neo-colonialistas.

gEFXIERa...ao serviço daReconstrução Nacional.BANCO STANDARD TOTTA DE MOÇAMBIQUE

Mecanodexinformaticaao serviço de Mo¢ambiqueEQUIPAMENTO PARA INFORMÃTICA E ESCRITORIO:COMPUTADORES MIN I-COMPUTADORES TERMINAISMAQUINAS DE CONTABILIDADE CAIXAS REGISTADORAS MAQUINASDE SOMAR E CALCULAR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: CENTROELECTRÓNICO DE PROCESSAMENTO DE DADOS. SERVIÇOS DEANALISE E PROGRAMAÇÃO CURSOS DE PREPARAÇÃO E FORMAÇÃODE PESSOAL. SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOELECTRONICO E DE ESCRITÓRIO.Complete Computer SystemsW~ *9MECANODEX- MAQUINAS E SISTEMAS DE CONTABILIDADE, LDALOURENÇO MARQUES C.P 1510TELF 24052-PBX TELEX NQ6-378 NCR LM MOBEIRA C.P 1753 TELE26 091- PBX TELEX,N97 -437 NCR BRMONAMPULC.R587 TELF 2423

ÁFRICA AUSTRAL:UMA ÁFRICA A LIBERTAR- Falemos agora da situação na África Austral, sobret u d o sobre a África do Sul ea Rodésia. Sei que é um dos problemas mais graves que a Organização da UnideAfricana enfrenta mas, qual é a sua opinião pessoalsobre a questão? E quala posição da OUA?E. M-A minha opinião sobre essa Africa, é que se trata de uma Africa a libertar.Contrariamente ao que em geral se pensa, eu não situo o problema da ÁfricaAustral, 1,rincipalmente no que se refei P à República da Africa do ý 1 e àRodésia, em termos humanitários: é, antes, um problema de libertação nacional: pr e c i samos de fornecer os meios para que essa libertação seja possível. Penso, ain d a, que o facto de termos.sido bem sucedidos no que se refere às antigascolónias portuguesas de Moçambique e Guiné-Bissau nos livra de um certo pesoao mesmo tempo que permite que os meios e experiências acumu. ladas venham aser mais largamente canalizados e utilizados no sentido de ILbertar os últimos.bastiões do racismo e do colonialismo. Como se processará isso? ,ão o sei, ainda.Quanto tempo vai demorar? Também não. Mas trata-se de uma pre cupação que

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está na perspectiva constante dos nossos ol4jectivos em libertar totalmente aÁfrica.AS MAIORES AMEAÇAS À ÁFRICAINDEPENDENTE- Uma questão,embora relacionada com afirmações anteriores : falamos ld do neo-colonialismoem África e, conforme disse, a disposição actual é de o liquidar definitivamente.Nesta luta em que grande parte da África se tem que engajar com decisão edeterminação, quais são os grandes perigos a enfrentar? Por outras palavras: quaisas maiores ameaças para a África independente dos nossos dias?E. M. -Os maiores perigos? O maior perigo é, sem d, vida, o perigo económico.Num mundo que actualmente está, no seu conjunto, gangrenado pela inflação emergulhado numa crise de energia, a Africa encontra-se numa posiçãoextremamente vulnerável, porque já tinha sido anteriormente enfraquecida pelaexploração. Acrescentemos a isto que a economia africana - com algumasexcepções, claro - se baseia em geral sobre a agricultura e que os produtosdesenvolvidos pelo colonialismo são produtos de exportação e portanto sujeitosaos caprichos e à flutuação das correntes mundiais que nós vendemos,vendeSurge aqui o grave problema dos termos de troca, uma questão permanente:o que nós vendemos vendemos muito barato; o que nós compramos, compramosmuito caro. Então, na realidade, esta distorção das relações económicas, esta crisedo dinheiro, a inflação generalizada, tudo isto que são aspectos que a Africa nãocontrola, tudo isto no seu conjunto me parece constituir um grande perigo, operigo mais preocupãnte no imediato.«Além disto, as calamida, des naturais são inúmeras: a seca parece afectar apenasa África com tudo o que ela comporta de miséria e de privações.«2 portanto no domínio económico, na minha opinião, que nós teremos queenfrentar as maiores ameaças e é neste domínio, infelizmente, que, nós t em osvindo a organizar, mais deficientemente e com maiores dificuldades, umaestratégia .de conjunto. Isto é evidente porque embora nós possamos dispor deiniciativa política em África, no campo económico nós nem sempre podemosdefinir as nossas iniciativas devido ao facto de a conjuntura internacional ser tãoimbricada e interconexa. Deste modo os estados africanos nem sempre podemtraduzir na realidade os seus objectivos de unidade que pode constituir uma força,uma pequena'força, um elemento, favorável à Africa neste campo.«Digo que é este o maior perigo porque nós não vemos muito bem como vamossair desta situação: há uma infinidade de elementos não controlados por nós edificilmente controláveis por nós, pelo menos a curto prazo.MOÇAMBIQUE: UMA EXPERIÊNCIA ONICA E EXEMPLAR- Uma últimapergunta: co m o vê o presente e o futuro de Moçambique? O senhor assistiu àtomada de posse de um Governo que vai preparar a independência total ecompleta deste pais, conhece os antecedentes de uma luta de libertação nacionalvitoriosa, contacta de perto com os principais dirigentes políticos moçambica n os, tem um conhecimento profundo da África dos nossos dias. Qual a sua opinião,po'rtanto, sobre o momento histórico que Moçambique hoje

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tive?E. M. -Os c,'ementos fundamentais'da minha opinião sobre Moçambique sãoaqueles que foram referidos na mensagem do Presidente Samora Moisés Machelli da durante a tomada de posse do Governo de Transição.de Moçambique. Creio,na realidadç, que se está aqui em vias de criar uma experiência única. Ummovimento largamente representativo e que provou essa. representatividade aolongo de deg anos de luta armada de li. bertação está prestes a tomar o poder einclui entre os seus princípios essenciais a não discriminação, seja ela qual for.Mais se pro. põe trabalhár e reconstrüir Moçambique em colaboração com todasas forças deste pais sem distinção de origem, raça, religião ou etnia c na únicacondiçáo de que -toda a gente se integre na linha política que a própriaexperiência e as realidades concretas definiram. Pois bem: eu creio que não épossível assumir uma posição mais clara nem deixar, por outro lado de concordarcom os objectivos deste governo que é representativo d o s verdadeiros anseios dopovo deste pais.- pois necessário que todo o povo de Moçambique trabalhe agora no sentido deconcretizar o programa qtue ele traçou. Creio que não há grande coisa mais aacres. centar: à Frelimo competirá dirigir este trabalho, aplicar a sua política f -riar para todos os cidadãos um qua. dro de actividade e de vida convenienteparwao desen. volvimento de uma só Na,ção, para a consolidação é X edificação da Nação de Mo+ çambique. Pess o a 1m e n t e acredito que isto é possível mas que será necessário que determinadascam a d.a s da população esqueçam uní pouco os seus hábits&sdo passado e que,no cso dos não moçambicanos que cá estão de boa fé - quer dizer, sempreconceitos, sem ideias de ficar hipocritamente, continuando a dirigir os seusnegócios de modo a criar um enriquecimento ilegal ý- creio que todos aqueles queficarem em Moçambique se deverão decididamente engajar no seudesenvolvimento. Isto será um grande exemplo para outros países africanos ondeexis'tem, aproximadamente, as mesmas características e que se interrogam, tenhoa certeza, sobre o futuro. Gostaria mesmo de lançar um apelo aos portugueses quequerem continuar desta forma em Moçambique no sentido de se decidiremdefinitivamente no sentido de viverem num Moçambique novo, que esqueçamque houve uma situação colonial que lhes deu um certo número de privilégios eprerrogativas e que se disponham a participar nas co n di ç S es concretas que lhespossibilitam, indiscutivelmente, prosseguir com as suas actividades de trabalhonormais. Terão portanto que respeitar as leis estabelecidas, como todos oscidadãos, e de não esperar privilégios particulares só pelo facto de terem a pelebranca. Direi aos asiáticos a mesma coisa: o essenoial é sentirem-se como parteintegrande de um novo estado que tem o dever de construir a sua própriaestrutura, de organizar a sua própria legislação, de criar os seus próprios hábitos,de instalar uma nova mentalidade de modo a que todo o seu povo - negros,brancos, mestiços ou de origem asiática - se possam sentir bem. Este é um deverinalienável que tem que contar com a participação de todos, daqueles que tememe daqueles que têm a certeza das coisas e do futuro. Quanto àqueles que partiram,que não se sentiram seguros, pois bem, isso significa que eles não seriam capazes

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nem estavam preparados para participar na criação desta nova sociedade e, dessaforma, a sua saida talvez tenha sido um bem para o futuro».......... . ...... . .. . .......

~1 i;111 J alguns anos que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNiUD) tem vindo a efectuar m vasto trabalho de auxilio a vários sectores d.povo oambcauo. Actualmente, o PHUD vem colaborando cm M INO e com oGoverno de Transição na míoi,&o de vios problemas sociais de gravidade,nmeadamete no auxilio Is vitimas do- ¿ . . ..Limpp e 100 M dosna reinstalaçio dos refugiados noçambicanos, quais já regressaram ao pais nosúltimos meses.Anthony Balensky, representante-permanente do P1U1 em Moçambique refeentre outros, estes temas no decurso daentrevista concedida a cTEMPO».11H 11

Anthony Balenski, representante residente em Moçambique do Programa dasNvções Unidas para oDesenvolvimento«~TEMPO, - No quadro do auxilio das Nações Unidas ao desenvolvinento deMoçambique, poderia esboçar para os nossos leitores um rápido panorama dasactividades do PNUD, no passado e no presente?Anthony B-lenski Nopassado, isto é, antes do 25 de Abril de 1974, o Programa das Nações Unidas parao Desenvolvimento aprovou, apedido da Organização de Unidade Africana e dos movimentos de libertação,vários projectos evidentemente localizados no exterior de Moçambique. Tratava-se sobretudo do probhcma dos refugiados moçambicanos obrigados a fugir da suaterra natal durante a luta pela-independência. Assim, existiam vários projectos desse tipo na Tanzânia e naZâmbia.A situaçdo modificou-se desde o ano passado e sobretudo desde a formaço doGoverno de Tranaiçao de Moçambique. Em Dezembro de 1974 -o chefe dodepartamento regional para Africa do Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento visitou Lourenço Marques e após onversações com o primeiro-ministro decidiu em primeiro lugar nomear para cá um rep r e se n t a nte-residente doPNUD e igualmente, uma vez feita essa nomeação, enviar uma comissãocomposta de v~'ias agências do sistema Nações Unidas para discutir com oGoverno de Transião" acerca dos projectos a pôr em marcha, o mais rapidamentepossivel.

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Existem pois duas fases na col.iboração do PNUD com a PRELIMO: a fase quecorresponde ao período da luta pela independência o a

A ESQUERDA: Cheias do Limpopo - a campanha do PNUD angariou um milhãode dólares para auxílio aos sinistradosAgricultura e pecuária: dois sectores vitais compreendidos no plano decooperação doPNUD para Moçambiquegunda fase, iniciada com a minha chegada a Lourenço Marques na qualidade derep r e 8 e n t a nte-residente do PNUD. ,Vamos, evidentemente, em direcção à terceira fase, que será permanente, logoque o governo totalmente independente esteja estabelecido, depois de 25 deJunho.O PNUD tem vindo a colaborar na resolução dos sérios problemas levantadospelo re.greso em massa o Cabo Delgado, Tete e Niassa dos refugiadosmoçambicanos em certos paesos vizinhos. Poderia estabelecer para «TMPO» umbalanço da situaçao nesse doCertamente. A missão queaqui chegou em Fevereiro último, composta por -representantes de váriasagências das Nações Unidas, tinha sobretudo por finalidade fazer face aos pedidosdo -Governo de Transição, e por preocupação o bem-estar dos refugiados. Comosabe, não se trata apenas do que chamamos re fugiados do ponto de vista legal,isto é, pessoas que abandonaram os seus países por outros da região, mas tambémdas pessoas que foram obrigadas a viver em aldeamentos e que, após o Acordo deLusaka, decidiram, alguns deles, regressar às suas localidades de origem. Istoprovocou um movimento de populações muito vasto e o governo pediu auxílioaossistemas das Nações Unidas para a resolução deste problema. A missão a que mereferi anteriormente era composta, àparte as Nações Unidas propriamente ditas,pelos representantes de agências tais como o Alto-Comissariado da ONU para osRefugiados, a U N I C E , o Programa Mundial de Alimentação, oDepartamento Internacional do Trabalho...., exactamente para\.poder atacareficazmente este problema.Em cansèquência, propusemos vários projectos concretos ao Governo deTransição, que foram aprovados. No que diz respeito aos refugiados propriamenteditos, o Alto-Comissário lançou um apelode fundos que permitissé conceder auxílio aos refugia. dos que regressam daTanzá. nia, da Zâmbia e do Malawi assim como ao que chamamo «displacedpersons» (1). Tra. tava-se de lhes conceder au. zílio sobretudo no que diý respeitoa sementes para no vas colheitas, ferramenta' agricolas e algum equipamen todiverso.Desde há duas semanas, P< temos em Lourenço Marque4 um representante «adinterim do Alto-Comissário das Na ções Unidas para os Refu giados que está atrabalha, com o Governo de T.ransiçã no estabelecimento de us programaconcreto que posse ser aplicado o mais depress, possível para conceder a ascJí temos em LourençO Marques m rqWesentmte <ad

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interim de Alto.Comlssário das Nações Unidas para os refugliados que está atrabalhar com o Governo de Transição no estabelecimento de um programaconcreto que possa ser aplicodo o mais depressa possível».<Existem duas fases na colaboração do PiIUI cm a FRE. LIMO: a fase a quecorrespondeu o período da luta pela idependncla e a segunda fase, Iniciada com aminha chegada a Lourenço Marques na qualidade de neresetateresldente doPNUD».

Com espírito renovadorparticipamosna tarefa de fazerum Pas NovoBANCO PINTO'& SOTTO MAYOR

A ýTECNICAAO SERVIÇO'. DA INDCSTRIADE MOÇAMBIQUEPRODUTORES DE: FABRICASEM LABORAÇÃO:* OXIGÉNIO GASOSO E LIQ WDO0 AZOTO GASOSO E LIQUIDO 0 LOURENÇO MARQUES" ACETILENE DISSOLVIDO 0 BEIRA" ANIDRIDO CARBÓNICO 0 NACALA" ELÉCTRODOS PARA SOLDADURA , TETE0 SOLDAS E DESOXIDANTESDEPARTAMENTOS TÉCNICO-CO ERCIAIS DE:. SOLDADURA OXI-ACETILÉNICA0 SOLDADURA ELÉCTRICA0 SOLDADURA AUTOMÁTICA E SEMI-AUTOMÁTICA* METALIZAÇÃO* COMPRESSORES0 MATERIAL DE EXTINÇÃO DE INCINDIOS* EQUIPAMENTO HOSPITALAR E MIDICOãCIRORGICO0 COZINHAS E LAVANDARIAS INDUSTRIAISSOCIEDADE MOCAMBICANA DE GASES COMPRIMIDOS,SARLC. POSTAL 501 -, LOURENÇO MARQUESC. POSTAL 840 - BEIRA - C. POSTAL 222 - NACALA - C. POSTAL 226 -TETE

A organização de campanhas nacionais de vacinação constitui um dos projectosem curso no âmbito da cooperação do PNUD com o Governo de Moçambiquesistência nas províncias que referiu na sua pergunta, isto é, sobretudo em CaboDelgado, Tete e Niassa.O PNUD coloborou Igualmento nos planos de auxilio és vitimas das Inundaçõesdo Limpopo meses a r

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Poderia refer as unhas seguidas pelo seu organismo nessa ~ i ?A questío do Limpopo surpreendeu-me no momento em que a mis6o chegava aMoçambique em pri i do mês de Março. Dado que a inundafio tomou umcar~ctr de desastre o governo dirig~-se, por nosso intormédio, ao departameodas Naeu,Unidas de soco~o aos casos de desastre, o que chamamos de modo colonialUNDRO, com sede em Genebra,A resposta de UNDRO foi i4iedi.ta e uma semna após o Iançamento do apelo umprimeiro a~io, alugado pelo governo britânioo, trazia i& qualquer coisa como 16tons-PAGINA 0llada de mediamntos, bertor. et..... Este avsdio foi depois seguido da compra dovostudrio s m t O apelo lançado por UNDRO teve tamfbém granderepero.u#do e devo dizer que, #e a mo. mória nio vi falha, obtivemos o°equivalente a dois milhiões de d~laree para a Umar as vtimas das inundaçõesdo Limpopo.A dietribui95o das o~ineu tos, aimentos, oobertoes e produtos fara foifa pela FRELIMQ e, devo dizer que raramente enconrei um eiiia tão 6empar nestetipo, de trabalho.Foi enuniado que. 0~vano do Tradçéo de Moçamique, o oPUDesto a organhiaruma campanha nacional de vacinaçi con'a a Cólera e varola. Ser posivolconcedor-no. uma ln ~ o mi detalhada obre . etet loto?É e t. O Governo, precisam nte o Mínietâ,-da Sas PübUca, diriu-nosesse pedido atra~ds do G,biete do Pimeiro-mi itro. O projeto foi aprovado empripo: hd ainda a~uias queet6e de organizaç o a resolver mas esperamos poderassin, em breve esse prole~ to que vai permitir l~ça ~ anha de va i o apari de Dezembro deste ano, se Woeou errado.Ruiste igualmente o problema do período do preparaçao, porque d ne sd einaras pessoas que o poderdo Wi em prdtic. Establcemos contactos directos e muitoprózimos com o Minitirio da Sad Pblia, com o Dr. Helder Martne , conheocdo jd aefic~a de que d#o provas os e ntos da PRELIMO, "o temos qualquer dávida deque eta campanha vai ser um rando su so.Qua. os projeto Murodo ~PND no quadro da cooperaç&o com o govorno de Moçambique?T emos vrios proSeotos além daqueles a que fi me referi Ainda no domInio dasa<1d Pública ~at um outro projeto, ígualmente em preparaçao, que diz reseio aforma94l de sambare oanidrioe sob os ampicos do Ministério da Saúdo.Um outro Projecto, quen minha opinido tem muito interesse, reci 6se COm acooperaço eassetncia ao que voeês chamam as «lalas do p"o». Alguns dias ards<EIs~. evdmtemt. probleins grove a reMle, maks uemus *futurede H0çdlue de -mi mJ, e t>

tive uma reunido com representantes das lojas do povo e esperamos, uma vez estep r o j e t o definitivamente aprovado, poder conceder-lhes equipamentos deque estio necessitados, om equipamento de trao e (cmiões, automóveis) eequipmento de'refrigeraãio; enfim coisas de que este programa necessita.

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Noutros domínios, esperamos conoretizar dois projec-que teve o nosso apoio m/ mua luta pela inden cTemos igualmente orgulho poder chamar ao Sr. Mondfr4 ne nosso colega i4 que,come4 sabe, -eleprróprio trabao para a 0«ae Unidas di rante um certo tempo.Exis tem evidentement, problemas graves a resolIve* mae nós vemos o futuro doMoçambique de uma maneira muito optimista. Estamos certos de queMoçambique p-<Esperams poder assinar em breve oe c qwe vipermitir lançar a campanha de vac ia ivei nacsd Lcontra a cler e a variol a partir de Dezembro deste I.tos: um sobre a questão da produçao agrícola (trigo, milho, etc....) e um outro nodomínio da cria~o de gado, que é igualmente um sector em que a nossaassistência pode ser útil.Enfim, discutimos igualmente a possibilidade de cooperar na construção de casaspara populafao afrca,a sobretudo no que respeita a entre-ajuda para a construçãodessas casas que terd, por agora, como ponto de partida as zonas de LourençoMarques e Beira.Estes sdo, como lhe disse, os projectos em princípio aprovados, mas cujaexecuçdo p o d e ainda levar algum tempo.derd, em pouco tempo, tom um grande impulso no s desenvolvimento. Isto 4 cl ronas declarações feitas p lo Presidente Machel, pe Primeiro-Ministro Chis 8anNesta grande tarefa desenvolvimento spe poder participar ao lado i Governo.Temos uma cor experiência de cooperap com países em desenvolt mento, porvezes desde incio das suas independb cias, e nós acreditamos que nossacooperaçgo pode 8 útil ao governo e é exact mente por isso que fui n meado paraMoçambique me mo antes do pais ser compl tamente independente: pa4 poderpreparar o terreno<Hós, nas ~Inoes tinis, temos um certo orgulo em poder dizer que, desde oprincipio, Moçamiue teve o nisso apoio na sia lta pela id~eIdncl. TemosIgunhuente #gIo em poder chamar ao Or. MondIane nosso colega.O problema habitacional'das populações economicamente mais desfavorecidasconstitui uma das preocupações do Programa das NaçõesUnidas para o DesenvolvimentoMoçambique oest a um m6s da sua ind*pendMcia total As nossas páginas estao àsua disposiçáo e desejar enviar uma mensagem ao povo moçambicano nesta datafundamental da sua .istõria.Certamente estamos todos extremamente comovidos por esta data, que é uma datahistórica para o povo de Moçambique e nós nas Nações Unidas, temos um certoorgulho em poder dizer que, desde o principio, Moçambi-começar um trabalho ver deiramente produtivo e efe, tivo de cooperaço.(1) NOTA: «Displaed poi sons» - literalmente «pe4 soas deslocadas»; refereaoselementos da'populaçi obrigados, por causas ext4 riores às suas vontades,abandonar os seus locais d residência por outros, no is terior do mesmo país.

Margarinas de Moçambiquewfabricadas com õleos

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refinados, puríssi mos.ESPECAÀLpara bolos e cozinhadospara mesa SUPER100% vegetal, indicada para fins dietecticosALFApara massas e foihadosIndústria Moçambicana, Lda.FABRICA DE MARGARINAS C.P 1232 TEL.731091 LOURENÇOMARQUES

le ivil

7,97lý

3 DE JANEIRO DE 1969: Lázaro Kavandame é suspenso das suas funções desecretário provincial de Cabo Delgado. Na resolução oue estabelece a punição doLázaro, o Comité Executivo da FRELIMO acúsa-o de ter organizado oassassinato do nosso camarada Paulo Samuel Kankhomba, chefe-adjunto daSecção de Operações do Departamento. de Defesa, e de estar envolvido emactividades de exploração do povo. Lázaro era um indivíduo absolutamentecorrupto, e desde o início foi um dos dirigentes do grupo contra-revolucionário noseio da FRELIMO. Quando se viu descoberto regressou para os seus patrões, oscolonialistas Portugueses.25 DE JANEIRO DE 1973: início do 10 Seminário Pedagógico Nacional, emTunduru. Os relatórios dos professores vindos das províncias em luta revelaramgrandes progressos na organização e número das escolas nas zonas libertadas, ummaior aproveitamento por parte dos alunos, e uma compreensão correcta por partedos professores e alunos da sua tarefa política. Em particular foi salientado ovigor e o sucesso com que nas escolas é travado o combate pela vitória da cienciasobre a superstição, pela emancipação da mulher, pela unidade ideológica e pelaafirmação da cultura moçambicana.JANEIRO 1975QUA. 8 15 22 29QUi. 2 9 16 23 30SEX. 3 10 17 24 31S'ÁB. 4 11 18 .25DOM. 5 12 19 26SEG. 6 13 20 27 _TER. 7 14 21 28

Hi erd adeTA]'TRAN5PIIRTEWAÉREOS PORTUGUESESA EUROPA E AMýRCAS

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FEVEREIRO 1975SÁBi. 8 15 22 DOM.2 916 23 SEG. 3 10 17 24 TER. 4 > 11 18 25 QUA. 5 1219 26 Qu,. 6 13 20 27 SEX. 7 14 21 28 ___No dia 3 de Fevereiro de 1969 o 10 Presidente da F REL1MO, camaradaEDUARDO CH IVAMBO MONDLANE, foi assassinado por agentes docolonialismo português .e do imperialismo.Foram várias as razões que levaram o colonialismo português e o imperialismo adefinirem o camarada Eduardo Mondiane como seu alvo principal:- O camarada Mondlane representava a unidade de todos os Moçambicanos. Asua personalidade nacional e a linha correcta que defendia permitiram unir osMoçambicanos patriotas de todas as raças, regiões, tribos e crenças religiosas naluta contra o colonialismo português.- Ele representava a compreensão de que só através da luta armada o colonialismoportuguês e o imperialismo seriam derrotados em Moçambique, e de que e.sa lutateria de ter necessàriamente um carácter revolucionário e popular, nos obj',3ctivosl e nos métodos.- Ele garantia que as nossas armas estivessem sempre apontadas para os alvoscertos, para os inimigos verdadeiros,, ao definir o inimigo não em termos de côrou raça mas na base de posições e actividades contrárias aos interesses do povo.- Ele assegurava a nossa independência completa nas relações com outros países,rejeitando o paternalismo de certas potências, e aceitando apenas o auxilio quenos era dado sem imposição de condições.JOSINA, VIVESE VIVERAS SEMPREIFoi numa madrugada límpida Sem nós esperarmo, lentamente Com teu sorriso deconfiança e fé Nos deixaste tão repentinamente Mesmo assim, deixaste explícitoTeus desejos da revolução da mulher Desprezaste tua vida junto a todos; família,amigos e tudo o mais E te entregaste sem receios Para servir uma causa real Nemas torturas te fizeram parar Nem a fome nem mesmo nadaHoje, depois de partires para sempre Choramos, e em tua coragem Vemos só arevolução da mulher Chamamos-te, Josina, a toda a hora para ouvires os nossosapelos Podes ter morrido sim Mas para nós... impossível Tu vives ainda em nósComo as crianças que sorriem Como as flores que se encontram no jardim Tuvives e viverás sempre Josia, foste e és uma causa Vives e viverás para sempre.

acça diamizada pre~eç no progresso apoio ao paí.aoservio die, moçambique

MARCO 1975 SAB. 1 8 15 22 29 DOM. 2 9 16 23 30 SEG. 3 10 17 24 31TER. 4 11 18 25 QUA. 5 12 19 26 QUI. 6 13 20 27 SEX. 7 14 21 284 DE MARÇO DE 1968: criação do Destacamento Feminino. Esta medida,representou uma grande vitória da linha popular revolucionária pela emancipaçãocompleta da mulher Moçambicana.7 DE MARÇO DE 1968: a FRELIMO recomeçou a luta armada de libertaçãonacional na província de TETE, que veio a servir de ponte para a extensão da lutaàs zonas mais vitais da dominação colonial-imperialista.

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4 A 16 DE MARÇO DE 1973: ,l Conferência da Mulher Moçambicana que, entreoutras medidas importantes, criou a Organização da Mulher Moçambicana(OMM) em cumprimento da decisão do CC de 1972.2~

Sociedade de Agências de Turismo e Transportes de Moçambique, Lda.LOURENÇO MARQUES1,BEIRAMATOLA1iIRMO IDlD

O dia 7 de ABRIL foi declarado pelo Comité Central de Dezembro de 1972.como sendo o DIA DA MULHER MOÇAMBICANA. Foi em 7 de Abril de 1971que faleceu a camarada Josinà Machel, e a eleição desta data pelo Comité Centralcomo dia da Mulher Moçambicàna representou precisamente uma homenagem àmemória daquela grande combatente da Revolução Moçambicana. «0 C.C.decidiu, sob proposta das prov<ncias e das mulheres moçambicanas considerar odia 7 de Abril, data do falecimento da camarada Josina Machel, responsável dosAssuntos Sociais e Chefe da Secção da*Mulher Moçambicana no Departamentodas Relações Exteriores, como Dia da Mulher Moçambicana, para recordar oexemplo de militantismo e sacrifrcio revolucionário que a vida da camaradaJosina Machel demonstrou tanto como militante clandestina sob a ocupaçãocolonial, como no seio do Destacamento Feminino, onde o seu trabalho pelarevolução e pela emancipação da mulher em particular, constitui um exemplo paratodos os militantes revolucionários.» (Resoluçio do Comité Central11 A 21 DE ABRIL DE 1969: O Comité Central da FRELIMO reunido depois doassassinato do Camarada Eduardo Mondlane, 10 Presidente da FRELIMOreconhece e declara públicamente a existência de 2 linhas opostas no seio daFRELIMO: uma revolucionária, orientada na defesa intransigente dos interessesdo povo; e outra reaccionária, preconizando a continuação da exploração eopressão em Moçambique, só que exercida por Moçambicanos em vez dePortugueses. O Comité Central identificou Uria Timóteo Simango, então Vice-Presidente e Presidente em, exercício, como sendo o representante principal datendência reaccionária, e recusou-se a confirmá-lo no cargo de Presidente daFRELIMO. O Comité Central criou o Conselho da Presidência, em que UriaSimango estava controlado por dois camaradas comprovadamenterevolucionários: Samora Moisés Machel e Marcelino dos Santos.COOPERATIVA AGRICOLADO LIMPOPO0.6PRODUTORA DE:- Arroz- Queijo e manteiga

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ABRIL 1975 - Produtos de salsicharia- Concentrados de tomate e tomateTER. - 1 8 15 22 29 QUA.-2 9 16 23 30 QU. 3 10 17 24 SEX. 4 11 18 25 sAB.5 12 19 26 DOM. 6 13 20 27 SEG. 7 14 21 28pelado-Farinha de luzerna e repiso detomateSEDE:- Aldeia de LiondeTelefone 17Trigo de MoraisDELEGAÇÃO EM LOURENÇO MARQUESRua da Electricidade, 25 a 29Telefone 24 651

9 a 14 de MAIO de 1970: O Comité Central da FRELIMO reune-se e tomadecisões de importância vital para o progresso da luta.- O CC tendo ýanalisado o comportamento político e moral de Uria Simangoýcaracterizado pel@ acção cohtra-revolucionária, pelo' oportunismo, ambição,corrupção e irresponsabilidade, concluíu que ele não reúne qualidadespnemsequer para ser membro da FRELIMO e decidiu expulsá-lo da nossa organização.- O Comité Central elegeu o Camarada Samora Moisés Machel para'o cargo dêPresidente da FRELIMOe o Camarada Marcelino dos Santos para Vice-Presidente. A escolha baseou-se no facto de serem eles quem, desde a morte docamarada Mondlane, tinham de.facto assumido a direcção da FRELIMO e lutadopara assegurar a integridade estrutural e ideológica da Organização.- O Comité,Central confirmou, clarificou e reforçou a definição dos objectivos danossaluta, que são a conquista da independência nacional total e completa, adestruição do sistema colonial, e o estabelecimento de um regime baseado nosinteresses do povo, construido pelo povo e para o povo.- O Comité Central reafirmou que a qualidade de inimigo para nós não derivanunca da côr ou nacionalidade ou raça ou religião de uma pessoa. É sim nossoinimigo todo aquele que explora ou cria condições para a exploração do nossopovo, seja qual fôr a sua côr, raça, nacionalidade ou religião.SFGUR OS?CONSULTEALLIANCEASSURANCECOMPANY LIMITED,MAIO 1975ALLIANCE ABRANGE O MUNDOTELEFONES: Geral ...... 27001 Contab. .... . 22326QUI. 1 815 22 29 SEX. 2 9 16 23 30 S.41. 3 10 17 24 31 DOM. 4 11 18 25SEG. 5 12 19 26 TER. 6 13 20 27 QUA. 7 14 21 28

JUNHO 1975DOM.1 8 15 22 29

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SEG. 2 9 16 23 30TER. 3 10 17 24QUA. 4 11 18 (2QUI. 5 12 19 26SEX. 6 13 20 27sÁs. 7 14 21 28- 16 de JUNHO de 1960: MASSACRE DE MUEDA. Neste dia milhares depatriotas Moçambicanos juntaram-se em frente do posto administrativo de Mueda,e exigiram dos colonialistas portugueses que estes devolvessem Moçambique aopovo Moçambicano.Apesar de se tratar de uma manifestação pacífica, os portugueses reagiram brutal:mente, metralhando a multidão e massacrando cerca de 500 pessoas. Esta datatem uma grande importância na nossa luta de libertação, porque foi o massacre deMueda que demonstrou absolutamente que qualquer tentativa pacífica dealcançarmos a nossa independência seria inútil e ineficaz: o único caminho era aforça, a violência revolucionária, a luta armada.25 de JUNHO de 1962: FUNDAÇÃO DA FRELIMO, resultado da fusão das trêsorganizações nacionalistas então existentes: UDENAMO - União DemocráticaNacional de Moçambique UNAM I - União Nacional para MoçambiqueIndependenteMANU - União Africana Nacional de Moçambique.25 de JUNHO de 1975: Data da Proclamação solene da Independência deMoçambique, resultado da derrota do colonialismo português em Moçambiquepela FRELIMO e do subsequente Acordo de Lusaca.20 A 25 DE JULHO DE 1968: 20 CONGRESSO DA FRELIMO. Este Congressorealizou-se nas zonas libertadas da Província do Niassa, tendo participado nele170 delegados e observadores.A sua importância principal reside no facto de ele ter confirmado a linha política\ revolucionária da FRELIMO, e condenado e rejeitado as posições contra-revolucionárias. trazidas ao Congresso por um grupo chefiado pelo Uria Simangoe Lázaro Kavandame (este último não tendo participado no Congresso). Essegrupo opunha-se à política de emancipação da mulher, à política de clemência emrela- tU ção aos soldados portugueses prisioneiros, à mobilização profunda dopovo, à criação de um exército popular, à estratégia da guerra prolongada; etc. OCongresso modificou também certas estruturas da F RELIMO, adaptando-as àfase correspondente da luta, e actualizou os Estatutos e Programa.25 deJULHO de 1972: Abertura da frente de MANICA E SOFALA.1 de JULHO de 1974: Abertura da frente da ZAMBÉZIA.

JULHO 1975 TER. 1 8 15 2229QUA.2 16 23 30QU.3 '10 .17 24 31t SEX. 4 11 18 25 s_, 5 12 19 26 DOM. 6 13 20 27 SEG. 714 21 28_UfiIiNs FIE[IUBIRni ua nova 4 ã sua casa.de Nmo.Lár. qj a ear renovar a decoao euacs com comodid d

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d en Ajru e 694da mais confbrto ao seu lar.1UM UM^ §IKEý RIUMLAZ UV NUV33 PAIS É A, PECUAO OTYNICO PRODUTOR DE CAUIIACCIDAS EM MOÇAMIQUE AO SERVIÇODO POVIO41I .1

AGOSTO 1975 SEX.1 8 5 22 29 sÁB. 2 9 16 23 30 DOM. 3 10 17 24 31SEG. 4 11 18 25 TER. 5 12 19' 26 QUA. 6 13 20 27 Qu,. 7 14 21 28 _SETESEG.,TER.,QUA. QUI. SEX.DOM.À JSOCIEDADE IÉCNICA D[ ARTES GRAICAS (MOÇ.), LDA.Fornecedores de toda a maquinaria e materiais para a indústria gráfica.Telfones: 29083/4 Telegramas: STAGa Caixa Postal 4224Avenida da República, 2600 LOURENÇO MARQUESa oriclorci" iOa Á * De UtIUIPAMINToI imo,

B RO 1975'815 22 299 16 -23 30 S10 17 2411 18 25 1219 26_ 13,20 2714 128 __16 de AGOSTO de 1968: As forças da FRELIMO atacam o tluartel de MUEDA,em Cabo Delgado, destruindo 12 aviões no solo.AGOSTO de 1966: O boletim de Informação das Forças Armadas Portuguesasem Moçambique revela- que num só mês (Agosto desse ano) as tropasportuguesas estiveram envolvidas em 9,460 acções e 145 operações contra«terroristas» em Moçambique.1 de AGOSTO de 1974: O posto de NAMATI L (Ornar) é cercado e capturadopelas forças daF R E LIMO. Os 137 soldados-do exército português quedefendiam ,o posto são capturados, assim como todo o material de guerra.23 a28 de SETEMBRO de 1962: 1P CÓNGRESSO DA FRELIMO. Realizadoem Dar es Salaam, o 10 Congresso elaborou os primeiros Estatutos e Programa daFRELIMO, definindo os órgãos fundamentais da organização, preconiz.ando ouso de todos os meios, incluindo portanto a luta.armada, para a conquista daindependência nacional, definindo o inimigo como sendo o colonialismoportuguês e o imperialismo, e caracterizando jâ o tipo de independência: uma

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independência total em que o poder, pertença ao povo, com liquidação de todas asrelações económicas, culturais, etc. de tipo colonialista e imperialista.25 de SETEMBRO -de 1964: Inicio da luta armada de libertação nacional.7 de SETEMBRO de 1974: Assinatura do Acordo de Lusaca entre a F RELIMO eo governo Português. Neste acordo, estabelecido depois de 10 anos de guerra,durante os quais as forças da FRELIMO inflingiram derrotas sucessivas às tropascolonialistas portuguesas, o novo governo de Portugal reconhece o direito dopovo Moçambicano à independência e compromete-se a transferir os poderes queainda detém sobre Moçambique, para a FRELIMO. A data da proclamação soleneda independência é fixada para 25 de Junho de 1975.20 de SETEMBRO de 1974: Um governo de transição dirigido pela FRELIMOassume a direcção de Moçambique. A FRELIMO fixa-lhe como tarefafundamenta] desmantelar a estrutura colonial-imperialista e estabelecer o poderpopular

VIVA A ESPERANÇA,Agora que estamos livres Podemos em unssomo gritar bem alto Que sempreesperámos por esta liber~ Por isso aguentámos Todos estes anos de sofrimentoPorque se não confiássemos Hoje não diríamos VIVA O POVO!VIVA A FRELIMO! Se antes trabalhávamos forçados Ioje trabalhamos juntosCom toda a força com o grito do nosso hino* vitória é nossa, irmãos Jamais alguém nos subjugará. Sabeis que não tememosninguém Porque Deus está comnosco. 'Todos com força diremos Viva arevolução do Povo Viva a esperança na Frelimo.OUTUBRO de 1966: Uma reunião do Comité Central toma decisõesparticularmente importantes, designadamente:- afirmação do princípio da emancipação da mulher como parte integrante dalinha políti:a da FRELIMO;- declaração de que as mesmas armas que combatiam o colonialismo portuguêsdeviam ser também dirigidas contra o tribalismo, regionalismo e racismo.3 a 8 de OUTUBRO de 1965, Dar es Salaam: 2a Conferência das OrganizaçõesNacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP). Esta Conferência redefiniu apolítica do' Organismo unitário, estabeleceu a modalidade de cooperação entre asorganizações membros nos vários domrnios da luta contra o colonialismoportuguês, e procedeu à reconversão da estrutura da CONCP.OUTUBRO 1975QUA.1 8 15 22 29QU,. 2 9 16 23 30SEX. 3 10 17 24 31SAB. 4 11 18 25DOM. 5 12 19 26SEG. 6 13 20 27TER. 7 14 21 28

NOVEMBRO 1975-I

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1NOVEMBRO DE 1970: Derrota final da ofensiva militar portuguesa denominada«NÓ GORDIO», lançada pelo General Kaúlza de Arriaga contra as forças da FPELIMO. Nesta ofensiva, iniciada em Maio, Portugal, segundo os seus próprioscomunicados, utilizou cerca de 35.000 a 50.000 soldados, além de caçadoresespeciais e comandos, equipados com 15.000 toneladas de armamento. Umgrande número de aviões a jacto, bombardeiros e helicópteros, carros blindados ecarros anti-minas foram mobilizados. Os bombardeamentos realizavam-se comuma média de 16 a 20 aviões e helicópteros em cada operação. Paralelamente oKaulza lançava uma grande campanha de propaganda declarando: "com estaofensiva liquidarei a FRELIMO dentro de algumas semanas"O tiro porém saíu-lhe pela culatra. Em Novembro as forças Portuguesas foramdefinitivamente repelidas das zonas da FRELIMO, depois de sofrerem enormesperdas em homens e material. Esta ofensiva foi extremamente útil para aFRELIMO, servindo de teste para medirmos o nível de desenvolvimento da nossaluta, a solidez da nossa organização, o nível político e espírito combativo dosnossos guerrilheiros e do nosso povo. Depois desta vitória, ficámos certos de quea.. vitória final já não estava longe.9 de NOVEMBRO de 1972: As forças da FRELIMO bombardeiam com armasestratégicas o aeroporto militar (Chingozi) e a cidade de Tete, destruindo 17aviões e grande parte das instalações.O BOATOTudo corre sem destino tudo foge apavorado atropela-se, não há perdão., Namultidão fugitiva murmura-se:-Há perigo! Alguém nos avisou! E a fuga aumenta Tudo corre, o boato vence. E omedo é tortuoso:-Não se vai trabalhar!A maldição paira no ar O boateiro vence! E a populaço não sabe lutar contra omal do boato e a força se lhe foge a unidade se esquece o trabalho põe-se de ladoa vigilância se esfumou tudo porque o boato tomou conta das mentes.sÁs. 1 8 15 22 29 DOM. 2 9 16 23 30 SEG. 3 10 17 24 TER. 4 11 18 25QUA. 5 12 19 26 QUl. 6 13 20 27 SEX. 7 14 21 28_

1 UBERO sol que vivia no escuro De repente surgiu E seu brilho ilumina Do Rovuma aoMaputo. Isto é a Liberdade!A terra que inculta estava Sem tratamentos nem água, Oanimal que se escondia detudo Sem casa sem comer ,Hoje a terra é remexida Pelas enxadas das nossas mãosMesmo o cão/não foge e come Isto é... Liberdade!Aquele sorriso irmão que perdeste naquelas grades tão sem luz E as torturas queem ti deixaram marca Hoje, o sorriso é largo em ti Grades não te assustam Astorturas são o passado com esperança De que um dia coisa certa viria *. é alibrdade!!!Ontem

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Moçambique chorou Pelos filhos que tombaram Que preferiram antes morrer Quepassarem p'ra 'a escravidão Pelos que tanto em calor chuva sem alimentocontinuaram a missão de libertar os irmãos Que na prisão se encontravam Hoje,Moçambique está, livre Seus filhos com as suas armas Vencendo o colonialista ecom seu suor e sangue Implantaram a vitória A vitória de seus filhos* uma causa justa de pureza Hoje. o novo está feliz Tem realizado o que sempreesperou A terra onde nascemos Por ela lutamos nossa luta Que é a certeza de umnovo País.DÉSI MORA4 A 30 DE DEZEMBRO DE 1972: REUNIÃO DO COMITÉ CENTRAL. EsteComité procedeu a um estudo profundo da situação geral da luta nos seusaspectos político, militar e da reconstrução nacional. Analisou criticamente todasas actividades da FRELIMO, do ponto de vista da sua eficácia e conformidadecom os princípios da Organização. Na base desta análise, e tomando emconsideração o desenvolvimento da luta e perspectivas para o futuro, o CCprocedeu à actualização de certas estruturas, formulou soluções para os problemasmais importantes e lançou a palavra de ordem fundamental que impulsionou a lutade de tal maneira, que em menos de ano e meio determinou a derrota docolonialismo português em Moçambique: OFENSIVA GENERALIZADA EMTODASAS FRENTES.DEZEMBRO 1975SEG. 1 8 15 22 29TER. 2 9 16 23 30QUA. 3 10 17 24 31QUI. 4 11 18 25SEX. 5 12 19 26SAÁ. 6 13 20 27DOM. 7 14 21 28DADE!!! 1ONTEM E HOJE! 1

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1- A NECESSIDADEDA FORMAÇÃO DE COMITÉS DOPARTIDO<...A política deve comandar a aç do Governo, e a acão do Governo nãopoderá ter sucesso se não for plenamente assumida pelas Dias^aA tarefa maior de todos os militantes da FRELIMO é pois a de desenvolveremo trabalho de organizaçáo das massas, o seu en4uadra, mento ao nível de cadafãbrica, de cada unidade agrícola, de cada desta-camento das F. P. L. H., de cada cooperativa, de cada bairro, de cada repartiço,para que a cada momento o* Governo conheça o sentir e o pensar do povoý Poroutras palavras: o trabalho dos militantes da FRELIMO é o de criar condiçõespara libertar a Iniciativa criadora das masswi, libertik-as da obedi&ncia passiva ecriar as eítrutaras e os canais através dos quais a vontade das massas determine ä,acção do Governo.Isto quer dizer também que se ião devem esperar passivamente assoluções que serão lançadas do alto- pelo Ministro sentado no seu Gabinete, masque se deve pelo contrário analisar ao nível de cada unidade produtiva, de cadapovo de cada bairro,de cada célula familiar o que pode ser feito imediatamente contando com aspróprias forças. Ao mesmo tempo é guiados pela Unha política da FRELIMO. Qu e devem ser estudadas e formuladas as sugestões de org za e melhoramentoaue contribuam-pOa o Drogress e aumento da produtividadePara que as ideias,as iniciativas e os esforços do povo se possam concretizar, é necessário que haja avários níveis órgãos coordenadores das ideias, iniciativas e esf o r ç o sindividuais ecolectivos.n.. ao nível dos locais de trabalho e da residência devem constituir-se Comités doPartido compostos pelos militantes mais dedicados e mais empenhados na cansada

SOIEDADE AGRiCDLA Do INOMATI, SUAR.Lindependência, do progresso, da democracia e da Revolução em Moçambique.É também tarefa destes Comités e de todo o povo a vigilánela activa e constantecontra as tentativas de sabotagem abertas ou camufladas dos agentes da reacçõcolonalista, que embora tendo perdido a batalha decisiva ainda não desarmaram econtinuam a contar com cumplicidades a vários níveis». - Camarada Samora M.Machel. Presidente da FRELIMO. -(Discurso da tomada de posse do Governo deTransição).H- TAREFAS DO COMI DO PARTIDOO Comité é um órgão MO que tem tivos:XINAVANIVIA LOURENÇO MARQUESdo Partido da FRELIcomo objec-

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1 - Estudar e difundir a linha político-ideológica da FRELIMO;2 - ,Velar pelo cumprimento da linha político-ideológica da FRELIMO;3 - Desenvolver trabalho d e mobilização, organização e enquadramento dasmassas populares da FRELIMO;4 - Estabelecer a ligação entre as massas e a Direcção da Organizaçião quer dabase para o topo quer do topo para a base;5 - Estudar e formular sugestões, que contribuam para o progresso e triunfo daRevolução Moçambicana;6 - Elevar a consciência política, promovendo o desenvolvimento cultural etécnico e combatendo t o d a s as formas de discriminação;7 - Elevar a produtividade do trabalho demaneira a consolidar economia nacional.H - ONDEMAMTÉSSE FOR OS COMI.De acordo com os Eý tatutos, a estrutura d FRELIMO compreendos seguintes níveis: Na ção, Província, Distrit< Localidade e Círculo.O Comité do Partid forma-se a diversos n veis.Nesta fase os Comi tés do Partido formar-se ao nível da Provir cia, do Distrito, da Lc calidade e do Circulo.Convém no entant ter em atenção que C í r c u lo na FRELIM( não é somente umadivi são geográfica..Segundo os Estatuto da FRELIMO «O Ch cuJo é a organizao -b se da FRELIMOe ex te nos lugares de trabo lho e da residência».Neste momento corr parando a estrutura d FRELIMO com a estrv turaadministrativa cc lonial podemos considera que, regra geral, exist a seguintecorrespor dência:Estrutura da FRELIMOProvincíaDistritoLocalidadeEstrutura administrativa colonialDistritoCircunscrição ou ConcelhoPosto AdministrativoO Círculo como dise mos existe nos lugarE de trabalho e de resid& cia.O Círculo no lugar d trabalho é constituld pela empresa ou serv ço público.O Circulo no lugar ¿ residência corresponc nas zonas urbanas a bairro enauantoque nE zonas rurais enLzlot aglomerados populaci,

NALIBERDADECONQUISTADA0 povo moçambicanovive a hora maior

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da suahistóriaNa paz do País que surge germina o Homem Novocontinuador da causa justa Falamos a sua linguagemtrilhamos o caminhoque nos apontaCOMPANHIA DE SGUROS TRANQUILIDADE DE MOÇAMBIQUE

- 4PRODAG AGRICOLAa PIONEIRA ao serviço da agricultura o pecuária NUM NOVO MOÇAMBIQUEACONSELHA O QUE VENDI Av. Fernão de Magalhães, 24LOURENÇO MARQUES$11 25nais definidos ou a definir pelos órgãos competentes da FRELIMO.A-Comité do Circulo no local de trabalhoCada empresa, seja ela agrícola, industrial ou comercial, e cada servi. ço público,constitui um Circulo.-Caso a empresa ou serviço público empreguem muito pessoal ou tenham umaestrutura complexa, 'cada Circulo subdividir-se-á em pequenos sectores quepermitam uma fácil comunicação e que tomarão o nome de Células.As estruturas têm que ser dinâmicas, flexíveis e operativas e por isso a divisão doCirculo em Célula será feita de acordo com as circunstâncias de modo acorresponder à especialidade de cada serviço público ou empresa.No caso de existir a subdivisão em células o Comité de Partido a nível do circuloserá constitudo por elementos representativos das diferentes células.D B-Comité de Circulono lugar de resldênciaD Para formarmos Comi* tés do Partido ao nível ' do local de residência te, mosde considerar fundamentalmente dois aspectos concretos:4 Zonas Rurais*o Zonas Urbanasa) Zonas Rurais: « Com base na. experiência 4 adquirida na organização # dasmassas nas zonas 4 rurais os órgãos da FRM LIMO competentes paratal (Comits Provinciais, Comissariado Político)definem a divisão dasLocalidades em Círculos.* O principio básico des,, sa divisão deverá naturamente atender à área* geográfica a cobrir e àdensidade populacional1b) Zonas Urbanas:As cidades e vilas constituem uma Localidade e cada bairro constituí um Circulo.Constituem excepção a esta regra certas cidades, como por exemplo LourençoMarques q u e pela sua vastidão e densidade populacional forma por si só umdistrito dividido em duas Localidadeo.O distrito da cidade de Lourenço Marques corresponde aos concelhos do 1.o e 2.0Bairros.

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Ao nível de cada bairro de uma cidade, que constitui um Círculo, formar-se-á umComité do Partido.Para facilitar a comunicação e o contrôle poderá igualmente dividir-se um bairroem zonas, isto é, o Círculo poderá ser subdividido em células onde igualmenteexistirão Comités do Partido.IV O GRUPO DINAMIZADOR E A FORMAÇÃO DOCOMITÉComo sabemos a estrutura da FRELIMO é Nação, Proíncia, Distrito, Localidade eCírculo.Ao nível da Naç ão existem os seguintes órgãos:O Congresso que é um órgão supremo da FRELIMO e que fundamentalmente tempor função definir a linha política da Organização.O Comité Central, o Comité Politlo-Mmlitar e. o Comité Executivo, cujas funçõesestão definidas nos Estatutos e que constituem a direcção da Organização. Nestemomento e da a necessidade urgente de consolidarmos a n o s s a Organização n as áreas até há pouco dominadas p e 1 o colonialismo serão criados os Comités dePartido ao nível da Província, do Distrito, da Localidade e Círculo.******************************

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FffenCÃ Di VESTUAiROSAFRICA, LOA.[V\aNa medida em que nessas áreas a FRELIMO actuou desde a sua fundação até 25de Abril na clandestinidade e a partir dai até 20 de Setembro actuou numasemiclandestinidade, era necessário que se encontrasse um modo eficaz quepermitisse a criação dos Comités do Partido. Esse modo consiste na formação degrupos dinamizadores.O grupo dinamizado" pode aparecer de duas formas:1) No local de trabalhoou residência os militantes da FRELIMO por livre iniciat i v a reúnem-se edecidem formar o grupo dinamizador;N2) Caso se afigure necessário a 'Direcção da FRELIMO nomeia o grupodinamizador ao ní v e l Provincial ou Distrital que terá como principal tarefamobilizar e organIzar as massas, de modo ' surgirem os grupos dinamizadores aonível do CIrculo.Em qualquer dos casos é a Direcção da FRELIMO queý nomeia' ou confirma osgrupos dinamI' zadores.A diferença entre Comité do-Partido e Grupo DÚ4amizador é a 's"l*,vte: o GrupoDinamizador tem precisamente a tarefa de criar condições,Fabricantes de roupas para Homens, Senhoras e criançasEMBASSYSAODA O POVO MOÇAMBICANORESTE DIA DA INDEPENDFNCIA NACIONALAvenida de Angola n.* 2081Telefone. 73 2395 Caixa Postal, 2437ligas metálicas, Ida.CO NST iAO E i POINAÃO Post M ~13AI7 NAO 95LOUREN l

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25DEJUNHODE 1975SONEFEUMA EMPR[SA MOÇAMBICANA AO S[RVI!O DE MOÇAMBIOUELOURFNÇO MARQUESnomeadamente através da elevação da consciência política de todos os membrosda FRELIMO no local onde actua, para a criação do Comité do Partido.Além disso nesta fase inicial de organização a formação dos gruposdinamizadores pode ser feita do topo para a base, isto é, o grupo dinamizadorpode surgir por nomeação. No futuro a escolha dos membros da FRELIMO auedeverão constituir os Comités será feita por eleicões. cuio resultado será ratificadop or órgrão hierarauicamente superior. S e r ã o t n d o s os militantes daFRELIMO ao nível do Círculo (local de residência ou de trabalho) nue ele-Pri.oos eus renresentantes. Decta mn.neira a representatividadefar-se-á no sentido inverso, isto é, da base para o topo.Os Orgios Nacionais (C o m i t é Executivo ou Comissariado P o1 ítico Nacional)indicarão o momento da passagem de G r u p o Dinamizador a Comité do Partido.V - POR QUEM É FORMADO O GRUPO DINAMIZADOR E POR QUEMSERAO FORMADOS OS COMITÉS DO PARTIDODe acordo com os Estatutos «podem ser membros da FRELIMO todos os .moçambicanos q u e aprovem os Estatutos e o Programa da FRELIMO e secomprometem a executar a politica da FRELIMO».2 importante n o t ar que a militância, isto é,

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as qualidades de um membro da FRELIMO, adquirem-se e desenvolvem-se narealização do trabalho prático da Organização. Ninguém nasce militante. AFRELIMO, sendo uma FRENTE, tem as portas abertas p a ta todos os queconcordem com os seus pontos básicos e militem pela sua realização.O Grupo' Dinamizador deve ser formado pelos membros da FRELIMO <masdedicados é mais empenhados na causa da independênci, do p r o gresso, da.democracia e da revoluço em Môçambique».VI - ESTRUTURA INTERNA E MODO DE ACTUAÇÃODOS COMITÉSEmbora, quer ao níveldo local de trabalho quer' de lugar de residência possam surgir casos que exijam um a estrutura específica e a este respeito recordamos as qualidades que umaestrutura deve reunir -s e r dinâmica, flexivel e operativá, considera-se que aestrutura base que os Comités deverão procurar seguir é a seguinte:- Secretário;- Secretário-Adjunto;- Responsável de Organizaçio;- Responsável de Inforn e Propaganda;- Responsável de Cultara;-~Responsável de AIfabetizaçio e Educação de Adultos;-Respnsvel de Assuntos Sociai.Não, se exclui a possibilidade de se alargar a estrutura de modo a inc 1 u i rresponsáveis por sectores, que com a concordância de órgão hierarquicamentesuperior se v e j a necessidade de criar.Tarefas a executar por cada um desses elementos:Secretário e seu Adjunto - Coordenar e orientar t o d o s os trabalhos do Comité,elaborando os respectivos relatórios e expediente em geral. Em c a s-o denecessidade o Secretário-Adjunto pode responsabilizar-se p e 1 a tesouraria.Responsável de Organizaço - Encarrega-se de elaborar programasde mobilização das massas e difusão da linha p o 11i t c o-ideológica daFRELIMO, assim como de programas de elevação do nível da consciênciapolítica dos militantes.Responsável de Inform oe PropagandaEstudar as melhores formas de propagar a política da FRELIMO e as actividadesdo Comité. Estabelecer o intercâmbio de informações sobre .as actividades deoutros Comités. Estudar e aplicar as formas de propaganda possíveis junto dasmassas populares, para melhor compreenderem a linha da FRELIMO, as tarefasdadas pelo Comité ou por órgãos superiores e para adquirir a participação activadas massas.Responsável de Cultura - Valorizar e dignificar a cultura moçambicana em todosos seus aspectos e manifestações. Elevar a consciência cultural das massas não ,anível da tribo ou da região, mas sim a nível Nacional.Responsável de Alfabetização e Educaão de Adultos - Encorajar o combate aoanalfabetismo, e criar condições para se levarem a cabo as campanhas dealfabetização.

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Elaborar programas de trabalho com o objectivo de aperfeiçoar o conhecimentotécnico-profissional do trabalhádor, como meio de valorização do trabalhador, e pa r a um aumento consequente da produtividade da Empresa ou serviço como me io de acelerar o progresso sócio-económico do nosso País.Assuntos SociaisEstudar e procurar soluções adequadas para os v á r i o s problemas que afectamas populações, nomeadamente o desemprego, o banditismo, o alcoolismo e aprostituição. Estudar os meios de combater c o m eficácia todos os males quecorrompem a nossa Sociedade.O Comité do Partido terá a missão de levar às estruturas hierarquicamentesuperiores os problemas que existirem ao nível do Círculo e que aí não puderemser resolvidos.Em cada localidade deverá existir uma sede da FRELIMO onde se procede àcoordenação dos trabalhos dos Comités de Partido dos Círculos que formam essaLocalidade.NOTA IMPORTANTE - Os Comités do Partido não substituem os órgãos doGoverno. Servem de base para a formação da linha a ser seguida pelo Governonas diversas actividades e completam o Governo naExecução.

ifUDmOfO Pnif novoA agricultura, o comércio

P A i,oo~' ~ ~O II Congresso da FRELIMO, reunido de 20 a 25 de Julho de 1968 na Provinciado Niassa, Moçambique, usando da competência que é própria como órgãosupremo da FRELIMO, aprovou os seus Estatutos e respectivo Programa:ienuinaiã, sede, definiçã e objectivos I. Denominação: Frente de Libertação deMoçambique (FRELIMO).II. Sede: Moçambique. U. Definição: A FRELIMO é umaM ........... ........... .......... . . . . .MOrganização p o lí t i c a constituída por Moçambicanos sem distinção de sexo, o rig e m étnica, crença religiosa ou lugar de domicílio.IV. Os objectivos da FRELIMO são: a) A liquidação total em Moçambique dadominação colonial portuguesa e de todos os vestígios do>0 5.~.. ~~~O4~ ~:~~ .~. o~ O''M

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RI. y

tosta BAH IAINDSIRIAS. RIALIO ,, 1LOURENÇO MARQUES 0 MOÇAMBIQUEcolonialismo e imperialismo;b) A conquista da independência imediata e completa de Moçambiquedesenvolvido, moderno, próspero e forte.Dos menirosV. Adesão:P o d e m ser membros da FRELIMO todos os moçambicanos que aprovem osEstatutos e o Programa da FRELIMO, e se comprometam a executar a política daFRELIMO.VI. São deve.res dos membros da FRELIMO:a) Conhecer profundamente os Estatutos. o Programa e o Regulamento (eralInterno da FRELMO:b) Zelar pela integral aDlicação dos Estatutos, programa e Regulamento GeralInterno da FRELIMO:e) Executar as directivas dos ór'ãos superiores da Organização;d) Difundir o Programa e o nome da FRELImo e trazer mais membros para aFRELIMO;e) Contribuir para a elevação do nível da consciência política i n d i v 1dual ecolectiva;f) Contribuir m a.t e rialmente para as actividades da FRELIMO de modo afomentar o desenvolvimento da Organização;g) Levar ao conhecimento dos órgãos imediatamente superiores da Organizaçãotodas as informações que possuam e possam interessar ao Movimento.VH. São direitos dos membros da FRELIMO:a) Ele%.er e ser eleito para todos os cargos da FRELIMO;b) Apresentar críticas construtivas sobre o trabalho < e todos os órgãos daFRELIMO;e) Defender-se expondo as suas razões De-res, quando estiver em causa a sua responsabilidade;d) Propor a entrada de novos membros para a FRELIMO e dar parecer sobre aspropostas apresentadas por o u t r o s membros;e) Beneficiar da assistência moral e material de que a Organização possa dispor.Métodos de trabebVIII. O sistema de trabalho na FRELIMO é baseado na:a) Livre discussão no interior da Organização;b) Observação por todos os membros das deliberações tomadas pela maioria;c) Cooperação solidária na execução dos trabalhos da Organização;d) Análise constante do trabalho realizado, e correcção dos erros cometidos;e) Voto pessoal, aberto ou secreto.§ único. Todos os membros dum órgão são solidários das decisões tomadas poresse órgão.

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1. No seio de cada órgão as decisões são tomadas por unanimidade ou caso nãoseja possível, 'por maioria.2. O quórum necessário para que um órgão possa reunir-se é de dois terços.Estrutura e organzaçãoIX. A estratura d a FRELIMO é a seguinte:Nação, Província, Distrito, Localidade, Círculo.a) No plano da Nação há um Congresso, um Comité Central, um Comité Político-Militar e um Comité Executivo;b) A Província, o Distrito e a Localidade tem cada um um Conselho e um Comité;e) O Círculo é a Organização de base da FRELIMO, e existe nos lu-

Em todos os sectores da econQmia onde o traalho e uma constante da revolucãoS1hll chega consigo.Em Moçambique a SueI 1 dá-lhe mais apoio

DECIDIDOS A COLABORARNA CONSTRUÇÃODO NOVO MOÇAMBIQUEQUE TODOS PRETENDEMOS, AFIRMAMOS~;A NOSSA VONTADE,FIRME E INABALAVEL,DE PARTICIPARNO FUTURO DO NOSSO PAIS.RISOBRESSALENTES DE AUTOMÓVEIS, LDA CAIXA POSTAL, 1531-LOURENÇO MARQUES

residência. O Círculo tem um Secretariado.X. Do Congresso:O Congresso é o órgão supremo da FRELIMO., da competência do Congresso:a) Definir a linha politica, aprovar e modificar os Estatutos e o Programa daFRELIMO;b) Analisar e criticar o relatório apresentado pelo Comité Central;e) Eleger os membros do Comité Central;d) Eleger o Presidente e o Vice-Presidente da FRELIMO, sob proposta do ComitéCentral;e) Em caso de morte ou incapacidade ou demissão do Presidênte ou do Vice-Presidente no periodo entre 2 Congressos, a eleição do novo Presidente ou Vice-Presidente compete ao Comité Central devendo' a eleição ser submetida,aratificação do CONGRESSO ulterior.As decisões do Congresso são válidas e obrigatórias para toda a Organização daFRELIMO, não podendo ser revogadas ou alteradas senão por um outroCongresso.Tendo em conta as condições específicas em que se processa a luta-de libertação nacional, a convocação do Congresso deve ter lugar quandocircunstâúcias particulares, políticas ou militares, exigirem uma alteração do

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programa de base da Organização, ou quando a linha política da Organização, talcomo foi definida pelo IICongresso, estiver gravemente posta em causa. A data e lugar da convocação doCongresso são da competência do Comité Central.Fora deste caso o Congresso pode reunir extraordinariamente a pedido de pelomenos dois terços do total das Províncias. O órgão competente para formular opedido de reunião, ao nível de cada Província, é o Conselho Provincial.XI. Do Comité Centrai:O Comité Central tem a seguinte composição:a) Os Secretários Provinciais;b) O Secretário do Departamento de Defesa e seu Adjunto;c) O Comissário Politico e seu Adjunto; , d) Um representante de cada uma dasOrganizações de massa;e) Um representante de cada Província eleito;f) Dezoito 'membros eleitos pelo Congresso.O Comité Central é responsável perante o Congresso.2 da competência do Comité Central:a) Formular a linha política da FRELIMO, dentro dos princípios definidos peloCongresso;b) Aprovar o Regua-. mento Geral Interno;e) Propor ao Congresso, para eleição, os candidatos a Presidente e a Vice-Presidente da FRELIMO, dentre os membros do Comité Central.§ único. A substituição do Presidente ouVice-Presidente falecido, inválido ou demissionário, no intervalo entre doisCongressos, é da competência do Comité Central.XII. Do Comité Polifico-Militar:O Comité Politico-Militar. é um órgão restrito constituído pelo Presidente, Vice -Presidente, Secretário do Departamento de Defesa e seu .Adjunto, Secretário doDepartamento de Segurança, Comissário Político ie por outros mem'bros adesignar pelo Comité Central., da competência do Couinté Político - Militar:a) Elaborar e propor à apreciação do Comité Central propostas para:1. Estabelecimento dos planos estratégicos, políticos e militares;2. Definição da Política da FRELIMO para cada' sector de actividade.b) Esclarecer os órgãos executivos sobre a linha política e as regras elaboradaspelo Congresso e pelo Comité Centraí;c) Ratificar a nomeação dos Secretários dos Departamentos e s eu s. adjuntos feitapela Pre: sidência.XLJ[. Do Comité Execuflvê:0 comité Executivo é composto pelo Presidente, Vice-Presidente, pelos.Secretários dos Departamentos e seus adjuntos, pelo Comissário Político e seuadjunto.Os Secretários de Departamentos e o Comis-sário Político e seus adjuntos são nomeados pela Presidência, sendo a nomeaçãoratificada pelo Comité Político-Militar.O Comité Executivo é responsável p e r a n t e o Comité Central.*

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"da competência do Comité Executivo:a) Pôr em execução a linha política traçada pelo Congresso e pelo Comité Central;b) Elaborar o Regulamento, Geral Interno, e submetê-lo a ratificação do ComitéPolítico-Militar.XIV. Da Presidência: A Presidência é constituída por um Presidente e um Vice-Presidente, eleitos pelo Congresso dentre os membros do Comité Central sobproposta do Comité Central.Durante o período decorrente entre as reuniões do Congresso a designação doPresidente e do Vice-Presidente, em caso de morte, invalidez ou demissão doPresidente ou Vice - Presidente anterior, é da: competência do Comité Central.São funções da Presidência da FRELIMO:a) Coordenar as actividades de todos os Departamentos;b) Representar a FRELJIMO no plano jurídico e político, nacional e internacional;e) Fazer observar, na actividade geral da Organização, o cumprimento das leis,dos princ-

pias e das resoluções da FRELIMO.FinançasXV. Fundos:Os fundos da FRELIMO provêm das quotizações dos membros, de subscrições, de donativos e de rendimentos próprios.OmissõesXVI. As lacunas nospresentes estatutos serão preenchidas:1) Pelo Regulamento Geral Interno;2) Pelo Comité Político-Militar;3) Pelo Comité Central.Modificação dos EstatutosXVII. Alterações:A modificação d o s princípios fundamentais contidos nos presentes Estatutos é-da compe'tência do Congresso.DissoluçãoA dissolução da FRELIMO é da competência exclusiva do Congresso. Estadissolução só pode ser pronunciada com a aprovação de uma maioria de doisterços pelo menos dos membros delegados do Congresso.PROGRAMAA luta do *Povo Moçambicano contra o colonialismo português, dirigida pelaFRELIMO, encontra-se numa fase muito avançada. Já duas Províncias, CaboDelgado e Niassa, estão quase completamente libertadas. Em 1968 uma Frente deluta armada foi aberta na Província de Tete, e em 1972 a luta armada estendeu - seà Província de Manica e Sofala. Nas restantes cinco províncias acelera--se a mobilização e organização do povo, o sentimento de resistência é cada vezmais forte e criam - se a s condições para a extensão da lutalonialistas e anti-imperialistas.I- Liquidar o colonialismo português.armada a toao o nosso O Povo Moçambicano

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País. quer viver em paz.O inimigo sofre der- O nosso Povõ quer gorotas constantes. Força- vernar-se asi mesmo, esdo a dispersar as suas colhendo ele próprio os forças por todo o-nosso seus dirigentes, quer elePaís, ele perdeu toda a var o seu nível de vida,capacidade de iniciativa, e construir ele próprio Em C a bo Delgado e o suaeconomia.Niassa e em certas zonas O nosso Povo quer a de Tete o inimigo encon-igualdade nas relações tra-se isolado nos seus s o c i a i s e económicas, postos,limitada a sua ac- quer seguir e desenvoção quase que exclusiva- ver a suacultura. O nosmente a raids aéros que so Povo quer viver num não conseguempertur- Moçambique independenbar a vida normal das te, próspero, evoluído,nossas populações. democrático.Nessas zonas ,liberta- Mas todas estas aspidas e semlibertadas um rações donosso Povo, extenso e intenso progra- que são comuns a todos ma dereconstrução na- os povos, têm sido concional está em curso, es- trariadas peloscoloniatruturando as bases do listas portugueses. Desde Moçambiquedesenvolvi- que os colonialistas pordo e forte de amanhã. tugueses c h e g a ramr ànossa terra o nosso PovoTodos estes sucessos não mais conheceu paz foram possíveis devido à -vítima da agressão d i r e c ç ã o correcta da das tropas portuguesas, FRELIMO, q u esoube vítimas das manobrasunir todas as forças pa- colonialistas que fomen-' trióticas moçambicanas; taramlutas, entre as triassegurar a harmonia bos para mais facilmen-entre as nossasforças. te as dominarem.- OPovo militares e as popula- Moçambicano deixou deções; encorajar as popu- poder produzir para si lações a participarem em próprio:re d u z i do à todas as tarefas de re- escravidão, a s u a força construçãonacional, de trabalhopassou, a serprimindo um espírito de- um instrumento para o mocrático a todos os tra-enriquecimento da burbalhos; e captar a sim- guesia portuguesa, ligapatia e oapoio dos ou- da às burguesias dõs outros povos e das forças tros paísescapitalistas; progressistas de todo o e às riauezas naturais de mundo.Moçambique, controladasNo II Congresso, .que e exploradas pelos invase reuniu em Móçambi- sores,passaram a servirque livre, na Província outros interesses, a sado Niassa, de 20 a 25 de tiRfa7eroutras ne.cesiJulho de 1968, a FRE- dades que não os interesLIMO decidiuadaptar ses e aý necessidades do um'novo programa,. nosso Povo.adaptado à nova realida- A discriinação racial de. Este programa põe foi;solidameite implanuma ênfase mais forte tada no nosso País - nenanecessidade de unida- gando auaisquer direitos de de todo o Povo, na aosAfricanos donos lereconstrução nacional e £«tifos da ter=a. e cerno reforço doslaços com rando de privilégios, a todas as forças antico- ý burguesia estrangeira.Anossa cultura foi reprimida e banida: no seu plano de destruição sistemática dapersonalidade Moçambicana, os colonialistas portugueses proibiram as

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manifestações culturais do nosso Povo e tentaram instalar entre nós a sua culturadecadente, corrupta, completamente alheia ao nosso Povo.O Povo Moçambicano está determinado a pôr fim a esta situação. Sob a direcçãoda FRELIMO o Povo Moçambicano liqudará o colonialismo português em todasas suas manifestações políticas, económicas, sociais e culturais.1 -Realizar a unidadede todo o povo mo~~bicano e mobilizá-lo para a luta de libertacienacionaLA luta de libertação que o Povo Moçambicano hoje trava tem raizes na suahistória. Nunca de facto o nosso Povo aceitou sem resistência a dominaçãocolonial. S A o bem conhecidas as derrotas que os guerreiros moçambicanos, soba direcção dos seus chefeE militares - Maguigwa4ie, Makombe, Bonga, etc.,infligiram às tropas portuguesas nos fins de século' passado.Os colonialistas conse guiram vencer,* 'essa ai tura, porque com as suas manobrastinham conseguido dividir o nosse Povo; e também dispu. n h a m d e armamen(]muito mais poderoso. ( nosso Povo, porém, cow siderou isso como sendc apenasuma batalha per. dida, não como uma derrota final. E preparou-se novamente paralutar.Mas a luta ia ser ag>ra mais bem organizada Uma análise das lutw passadas mostrou que í nossosfracss tinbi resultado da falta de o4 ganização e principa

INTEM'

mente de unidade entre as várias tribos de Moçambique. E quando a FRELIMOfoi criada, em 1962, ela fixou como uma das tarefas fundamentais a realização daunidade de todo o Povo para a luta, quer dizer, fazer com que todo o PovoMoçambicano participe na luta de libertação nacional para a independência eprogresso da Nação Moçambicana.A s s i m a FRELIMO, seguindo a linha já traçada no programa anterior, propõe:- Engajar a participação de todas as forças patrióticas moçambicanas, de todas ascamadas sociais, no campo, nas povoações, nas cidades;-Eliminar todas as causas de divisão entre os diferentes g r u p o s étnicosmoçambicanos; construir a Nação Moçambicana, na base da igualdade de, todosos Moçambicanos e do respeito pelas particularidades regionais;,-Desenvolver a luta armada de libertação, designadamente pela ampliação dasforças de guerrilha e das milícias populares.I -Construir umMoçambiaue i n denendente e prósnero, o n d e o poder pertenceao povo.O nosso País é um dos mais atrasados do mundo. Os colonialistas portugueses nãose preocuDaram nunca em desenvolver Moçambique-eles vieram para o nosso País só para roubarem as nossas riquezas, usando essasriquezas para desenvolverem o pais deles. Por isso é que não há praticamenteindústrias em Moçambique. Mocambique podia ser um País auto-suficiente emprodutos azrícolas; mas as nossas terrãs, embora sejam muito férteis, não estão

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aproveitadas,e porque os colonialistas não deixam o nosso Povo cultivar: queremas terras só para eles, mesmo que não as possam explorar,- ou forçam o nossoPovo a produzir só aquilo q u e seja útil para as indústrias deles, como porexemplo o algodão. A quase totalidade dos minerais de que o nosso subsolo éextremamente rico restam inexplorados. O Comércio encont r a - s ecompletamente nas mãos dos estrangeiros.O mesmo atraso verifica-se no campo da instrução e da assistência. Para maisfacilmente nos dominarem, os colonialistas portugueses negaram ao nosso Povoo acesso à escola, mantendo-o na mais completa ignorância. Assim é que o nívelde analfabetismo em. Moçambique é de 98 por cento. A assistência médica esocial por outro lado, nas zonas dos colonialistas, é restrita aos colonos.A Mulher Moçambicana foi sempre considerada um simples instrumento deprazer pelos colonialistas. As nossas mães, irmãs, filhas, são exploradas,oprimidas, violadas impunemente pelos colonos. A dignidade da MulherMoçambicana é espezinhada, o papel q ue tradicionalmente lhe pertencia no larmoçambicano n ã o mais pôde ser. preenchido.Mas o nosso Povo controla já as Províncias 'de Cabo Delgado e Niassa, e largasáreas de Tete. Com o desenvolver da luta, outras Províncias estão em processo deserem subtraidas à dominação colonial e vão sendo administradas p e 1 aFRELIMO. Nas reRiões libertadas a FRELIMO lança as bases de umMoçambique 'evoluido, próspero e democrático, promovendo o desenvolvimentode todas as ac-tividades económicas, culturais, sociais, realizando a emancipação da mulher,organizando o Povo num sistema de autogestão popular. Concretamente, aFRELIMO propõe-se continuar a:- Promover a construção nacional, desenvolvendo a produção agrícola, industriale artesanal, o comércio, e organizando cooperativas;- Substituir, a cultura colonialista implantada pelds portugueses por uma culturapopular e revolucionária, baseada nas tradições do nosso Povo. Divulgar a culturamoçambicana junto dos outros Povos, num sistema de intercâmbio;- Elevar o nível de instrução do Povo, criar mais escolas, liquidar o analfabetismo,acelerar a formação' de quadros;-Criar ou melhorar as condições de assistência médica áàs populações;- Estabelecer ou melhorar os serviços de assistência social aos órfãos, velhos,doentes e inválidos;- Promover a emancipação política, social, económica e cultural da mulhèrmoçambicana, realizar a igualdade de direitos entre o homem e a mulhermoçambicana e levá-la a participar cada vez mais na luta de libertação nacional.IV-Aplicar uma polUica externa de solidariedade e eooperaqo cóm todos ospovos, governos e organizações antelonialistas e antiA nossa luta tem porobjectivo construir a Nação Moçambícana, 'unir todos os Mo~ambicanos numa sóNação. 0 nacionalismo moçambicano, contudo, não é um ,nacionalismo fechado,hermético, que exclua a cooperação com outrasnações. A Revolução Moçainbicana quer construir um Moçambique independentee ao mesmo tempo progressista, desenvolvido e forte, sem possibilidade de ocolonialismo tornar a entrar, -seja sob que forma ele se apresentar. E para isso o

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Povo Moçambicano está consciente de que deverá cooperar com outras naçõesprogressistas, com os outros Povos que lutam também contra a exploração e ainjustiça social. Assim, a FRELIMO continuará a:Colaborar com todos os Povos Africanos que lutam pela sua independêncianacional, em particular com os Povos das outras colónias portuguesas e , daAfrica Austral;Colaborar na edificação da Unidade de todos os Povos do Continente. Africano,na base do respeito da liberdade, da, dignidade e do direito ao progresso político,económico e social desses Povos;- Reforçar as relações de amizade e solidariedade com os Países socialistas;- Apoiar activamente todos os Povos da Africa, Asia e Améri~a Latina que lutamcontra o imperialismo, o, colônialismo e o neocolonialismo;- Desenvolver a acção de mobilização das massas populares dos países ocidentais,em particular dos aliados de Portugal, com vista a que a sua acção política forceos governos desses Países a cessarem o apoio político, militar, económico ediplomático ao colonialismo português.

mlleiu,l-q

2UNI44 C~~ OMTEM4DOS]DIST,ITAIS.......... ..... A 1DEFVE ° 9I4 4 »%Comunicadoda primeiraem MocubaIe 16 a 21.de Fevereiro de MS, reallu.se m 0cuba, Crvca da Zapbézla, a PrimeiraR~euniH~ aciona dos Comi. Is Dstrtais que contou com a presenç de camaradaJoaquim Al oC , memubr do Comité Contral e Comité ExeL telo da FItIl40e PrtmeiroMnistro do ~oeo de Tran. Slk do çamwa 4ria#o Eml.o Gu6~a(oíissório Pai.final do encerramentoReunião Nacional dos Comités Distritais,tico Nacional e embros dos Comités Central e Executivo de FRUJI0 e de 401Delegados, repr tes dos 110Distritos d. Pa.ia sessão de abertura, o camroda Joauim Chissm,usou da paar para definir es objectivas da Reuni, tendo salientado a reorgautaçodas estruturas, atImplantação 4

Poder Popular Democrático dentro da disciplina da FRE.IMO, frisando aluda quea Democracia centralizada é a arma para combater a anarquia e o liberalismo, pois

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que a Democracia no caso da FRELIMO 4 método para levar as popuações aengaarem-se e a participarem na realização dos objectivos Nacionais. Na mesmasessão foram lidas mensagens das nove Provincias, contendo todas votos para oêxito completo da Reunião, na qual se concentrava a atenção de todo o PovoMoçambicano e expressando o reconhecimento pelo apoio recebid durante a lutaarmada de todos os países amigos e o sentimento de solidariedade com todos osPovos do Mundo que lutam contra o imperialismo e a opressão, nomeadamente,os Povos da Namibla, do Zimbabwe e da Africa do SuL Os relatórlos dasDelegações, que foram objecto de ompla critica e auto-critica, traduziram opanorama geral da situação geral do Pais. A troca de experiênclas polticas vividasnos iltimos cinco meses pela FRELIMO foi exaustiva. Os m4todos utilizados naformação dos Grupos Dinamíudores, as elações entre o Poder Poltilco e o PoderAdministrativo, os problemas da administração do Partido, os problemas daifiltração e a consequente purificação das fileiras, a necessidode de reorganizar asestruturas com o fim de consolidar o Poder Popular, centralismo democrático. aformação da Personalidade Moçanbicana, o papel da muiher na RevoluÃo, autilidade da riqueza Nacional em beneficio das massas trabalhadoras e o carácterinternacionalista da luta do Povo Moçambicano faça. os pontos mais estudados.Pela primeira vez, desde a libertação total do território Nacional, o PovoMoçambicano que reuniu, representado do Rovuma ao Maputo e trocou aberta efrancamente os seus pontos de vista, num sinal evidente de que está assmndorealmente a sua consciêcia política a sua posição no contexto Nacional e internac~. Analisou democraticamente as propostas apresentadas e contidas nos relatóriosdas Províncias e debruçou-se atentamente sobre as sujestíes apresentadas para asolução dos probimas mais urgentes (e a longo prazo.finda a apreciação e discussão dos me relatrios, foram criadas cinco Comissõesencarregados de estudar na odem geral e na ordem especifica os problemasapresetdes na Plenário. Mais uma vez a participação dos represetasotes de Partidofoi activa e

LI'rção progressiva das Massas para a tomada do Poder Popular e Poder Económicopara uma independênciacompleta;� ) QUANTO À VIGILÂNCIA REVOLUCIONARIA - Apurá-la eaguçá-la contra todas -as manobras de sabotagem Política e Económica dosreaccionários, dando assim cumprimento à palavra de ordem e comocomplemento das medidas legislativas do Governo de Transição;1) QUANTO A EMANCIPAÇÁO DA MULHER - Engajar e encorajar toda aMulher Moçambicana na luta contra todas as formas de ópressáo e exploração,pois ELA é a força motriz que dinamiza todo o processo dasua emnciaçio, na REVOLUÇÃO;e) QUANTO A CULTURA MOÇAMBICANA -.Criar Comissõespara a recolha e estudo de todas as manifestações culturais do País, baseando-sena vida do nosso Povo, antes do colonialismo, durante o colonialismo, na luta

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clandestina, durante a Luta Armada da Libertação Nacional, a derrota docolonialismo e as experiênciasadquiridas até ao momento presente.Incrementar o intercâmbio cultural a nível Nacional e Internacional.MOCUBA, 21 de Fevereiro de 1975.A LUTA CONTINUA!:449.4.w0ý

CAPITULO IOrganização dos Comités1. Grupos Dinamizadores1.1. Â reunjão de Mocuba, considera que é prematura a transformação de GruposDinamizadores em Comités, em virtude do Poder Popular não estar consolidadono seio das massas. O trabalho político ainda não é suficientemente profundoexistindo nos Grupos Dinamizadores elementos reaccionáriós, infiltrados eoportunistas e constata-se uma insufificiência de Quadros Políticos.Deve-se intensificar a politização e formação dos Grupos Dinamizadores em todoo País, com especial incidência no campo e nas zonas fronteiriças.1.2. Na Organiação dos Grupos Dinamizadores deverão aproveitar-se osmilitantes mais dedicados à causa do Partido e mais empenhados na causa daIndependência, do Progresso, da Democracia e da Revolução em Moçambique.Sempre que for necessário, deverão destacar-se brigadas dinamizadoras para osdistritos, a fim de trabalharem na formação de Grupos Dinamizadores, soborientação e em conjugação com o Grupo Dinamizador Provincial.clatura, deve ser submetida à concordãncia dos órgãocompetentes do Partido.c) A estrutura base para os Grupos Dinamizadores a nívede Circulos, Localidades o Distritos é a seguinte:- Secção de Secretaria.- Secção de Organização e Mobilização com a subsecção da O.M.M.- Secção da Informação o Propaganda.- Secção de Educação e Cultura com a Subsecçãde Alfabetização e Educação de Adultos.- Secção de Tesouraria.- Secção de Assuntos Sociais.- Secção de Produção e Comércio.Para os Grupos Dinamizadoras a nível Provincial:- Secretariado.- Administração e Tesouraria.- Organização e Mobilização.- Organização da Mulher Moçambicana.- Informação e Propaganda.

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- Educação e Cultura.- Saúde e Higiene.- Assuntos Sociais.- Transportes.a) Nas zonas urbanas deverão constituir-se também, bri- - Produção eComércio.gadas de militantes, a fim de motivarem a formaçãode Grupos Dinamizadores a nível de bairros e locais Nos Grupos DinamizadoresProvinciais deverão estar re de organização e acelerar a formação de Grupos Di-presentados membros dos Grupos Dinamizadores Distritai4 *namizedores.Paralelamente deverão realizar-se semi- que darão o conhecimento concreto dasituação dgs Distrito nãrios de militantes para elevação do seu nvel de de modo atomarem decisões mais concretas dos problema consciência politica.Deverá também funcionar um Secretariado com poderb) As estruturas definidas no livro «COMITÉS DO PARTIDO» executivos nointervalo das reunies dos- Grupos Dinamizacontinuam válidas. No entanto, recomenda-se a cria- dores Provinciais.ção da Secção de Produção e Comércio e a Subsecção As Forças Populares deLibertação de Moçambiqueda ORGANIZAÇAO -DA MULHER MOÇAMBICANA na devem estarrepresentadas nos Grupos Dinamizodares.Secção de Organização e Mobilização. Não se deve A organização dosGrupos Dinamizadores deve ser forexcluir a possibilidade de se alargarem as estruturas talecida pelaconsciencialização revolucionária progressiva da de modo a incluírem outrossectores eventualmente massas populares, através duma actuação prática no seinecessários. Qualquer alteração, mesmo de nomen- delas.

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2. TarefasEsta matéria encontra-se tratada no livro «COMITÉS DO PARTIDO», capítulo II,cujas directrizes permanecem válidas, que a seguir se transcreve:TAREFAS DO COMITÉ DO PARTIDO1. Estudar-e definir a linha político-ideológica da FRELLMO; 2. Velar pelocumprimento da linha político-ídeológica daFRELIMO"3. Desenvolver trabalho de mobilização, organização e enquadramento dasmassas populares da FRELIMO:4. Estabelecer a ligação entre as massas e a Direcção daOrganização quer da base para o topo quer do topopara a base;5. Estudar e formular sugestões, que contribuam para oprogresso e triunfo da Revolução Moçambicana;6. Elevar a consciência política, promovendo o desenvolvimento cultural e técnicoe combatendo todas asformas de discriminação;7. Elevar a produtividade do trabalho de maneira a consosidar a economiaNacional.CAPITULO IIInscrições dos militantesAceitam-se inscrições de qualquer indivíduo para ser membro da FRELIMO,mediante preenchimento de «Impresso-Proposta», constando toda a identificação,habilitações fite-íDAÇO-ES.rárias, passado e presente político, seu comportamento moral e cívico. Paraconfirmação das declarações prestadas, os Grupos Dinamizadores deverãoinvestigar junto dos locais de trabalho, e residência. O nvó Memoro serásubmetido ao juramento perante duas testemunhas, que assinarão com ele aproposta de inscrição no acto.2. Serão membros da FRELIMO todos os moçambicanos ' que satisfaçam osrequisitos acima indicados.CAPITULO IIIForma de comunicaçãoentre os Grupos Dinamizadores

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Cabe aos Grupos Dinamizadores Provinciais encontrar as fórmulas decomunicações entre os Grupos Dinamizadores a nível de Círculo, Localidade -eDistrito e articulá-las com a Sede Provincial.Todos os Círculos devem periodicamente fazer canalizar até ao GrupoDinamizador Provincial as actas das suas reuniões, através das Localidades eDistritos. O Grupo Dinamizador Provincial, na base destas actas, faráregularmente um boletim informativo que será lançado a todos os níveis daEstrutura Provincial, devendo fazer também um sumário. dessas actas para a Sedea nível Nacional.Os Grupos Dinamizadores Provinciais devem apresentar relatórios das suasactividadés à Sede, periodicamente.A estrutura da Sede do Partido a nível Nacional deve acompanhar constantementea evolução da situação política ,de todo o País.Deve haver intercâmbio de elementos de Grupos Dinamizadores' a todos osníveis, através de visitas de estudo e outras formas de troca de experiência.CAPITULO IVInfiltração, detenç&o e denúnciados elementos reaccionários1. Toar-se necessário -proceder a uma campanha de purificação dentro daspróprias fileiras das Grupos Dinamizadores, para efeitos de detecção, denúncia eexpulsão dos elementos infiltrados. Paralelamente deverá utilizar-se um critériode selecção rigorosa dos membros dos Grupos Dinamizadores, procedendo-se àrevisão do seu passado polítiéo e do seu comportamento.2; Devem ser considerados como agentes reaccionários.ou infiltrados ou suspeitos e consequentemente não devem fazer parte dos GruposDinamizadores, as seguintes categorias de indivíduos:a) Que pertençam a organizações fantoches,b) Que estejam comprometidos com o capitalismo,c) Agentes da PIDE-DGS ou de qualquer forma ligados aesta organização criminosa:d) Operadores psicológicos;e) Envolvidos em casos de contrabando ou ligados a actosde sabotagem económica:f) Qu* preguem e pratiquem qualquer forma de explceraçãodo homem, que preguem e pratiquem o racismo, otribalismo e o regionalismo;g) Envolvidos em casos de contrabando de divisas, emquestões de .especulação e açambarcamento:h) Agentes do imperialismo,i) Venais e corruptas, nomeadamente as envolvidas emcasos de prostituição:,j) Que fazem ataques & nossa Linha;1) Que estimulem a greve, o divisionismo e o lucro fácil.3. Porque as populações activamente conhecem grandenúmero de elementos que durante a era colonial trabalharam contra os seusinteresees fundamentais e que no presente

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A VONTADEDO POVOfez de MoçambiqueO mais iovemiPas do Mundo.Agora no seiodas nações livressaibamos estreitaros laços que unemtodos os povosprogressistas.JAIME INÁCIOVASSALO(Água doJomba)REPRÈSENTANTE EM MOqAMBiQUEDAS FIRMAS:Jomba Industrial S.A.R.L.(Lobito -Angola)Empresa deTabacos de Angola SARL.(Luanda-Angola)AVANDRADE CORVO 1386TEL.29535 C..P 1113 LOURENCO MARQUESJA reunião de Mocuba considera que é prematura atransformação de Grupos Dinamiznadores em Comités, emvirtude do Poder Popular não estar consolidado no selodas massas. O trabalho politico ainda io é suficientemente profundo, existindo nosGrupos Dinamzdores elementos reaccionários infiltrados e oportunistas econstata-se uma insuficiência de Qaudros Polticos.continuam renitentes, devem os Grupos Dinamizadores colaborar com o Povo nadetecção e denúncia de tais elementos.a) Os elementos quie se declararem arrepoadidos ou simplesmente suspeitosdeveráo também ser impedidos do pertencerem a Grupos Dinamizadores. Esteseomentos poderão realizar trabalhos de bse junto das populações e só depois deresultados positivos comprovados.poderão ser admitidos nos Grupos, Dinaniadorp.b) Os membros dos Grupos Dinamizadores deVem ter umconhecimento profundo da linha politica d flRELIMO.devem proceder à discussão constante e franca dos problemas no seio dosGrupog'Dinamizadoreas devem utilizar constantemente a f6rmula de critica oauto.critica, contribuindo assim para a consolidação daOrganização.CAPITULO VA - Estudos dos tipos de desvios ideológicos, distinção entre astendências erradase as manobras do

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inimigo no seio dos Comités1. Deverão examinar-se as práticas dos membrõs dos Grupos Dinamizadores,determinando-se se tais práticas desvirtuam os princípios da FRELIMO, E peranteo comportamento de cada um, poderemos concluir se existe ou não desvio.Constituem práticas condenáveis, favoráveis ao aparecimento de desvio dosprincípik do Pàrtido. a prostituição, o alcoolismo, a droga, etc. Neste exame osaspectos disciplinares não devem ser desprezados porquanto a indisciplipa, criaum campo fértil para o inimigo.Perante um presumível desvio de membro de um Grupo Dinamizador, impõe-sefazer um estudo- atento e cuidado, a fim Z2 determinar:a) Se se trata de desvio de linha'resultado de uma ideiaerrada que pode o deve ser esclarecida e corrigida; em caso de persistência poderávir a ser tomada comodesvio ideológico.b) Ou se Se trata de uma manobra propositada,'de um"desvio conscieite.2. Deve-se distinguir ideias ou tendências, erradas como, por exemplo, -asuperstição, feitiçaria e poligamia - dos desvios da linha por manobra da reacçpcomo suced meaqueles que defendem a', necess;dade de conciliação das duas ideologias.Em muitos dos casos a distinção é difícil, já que nã ns aparecem claramente asfronteiras entre. desvio e erro: um mesmo acto ou conduta pode apresentar-secomo uma tendência errada e também simultaneamente como um desvio. Oinverso é também possível. Assim, é no caso de ambição do poder ou defavoritismo. Nalguns casos, o critério da distinção ser-nos-á dado pela conduta eanálise da intenç e persistência dos objectivos pretendidos.3. Constituem desvios ideológicos as seguintes atitudes, estados de espírito ouactos:a) A arrogância no saber, espírito de importãxcl apotência.b) Consciente: má interpretação de certos conceitos dRevolução, i 4,Pvras deOrd

c>Interpretação tendenciosa e individualist das decisõesa princípios colectivoz.d) Tend6ncias tribalistas. regionalismo, prepot6nciase) Favorecimento do favoritismo, designadamente dos Grupos Dinamizadores.1) Sectorismo, divisionismo e racismo.g) Toda e qualquer jormro de exploração do homem.h) Consciente mau comportamento do programa traçadopela FRELIMO e falta de disciplina revolucionária.A disciplina Revolucionária é a sentinela da linha política da FRELIMO. Todas asformas de indisciplina, tais como o chamado «esquerd smo», o liberalismo, a faltade respeito pelas hierarquias, fomentar o boato, a intriga, constituem desviosideológicos. Também o elitismo, a defesa de uma sociedade de classes, a

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campanha de descrédito contra os responsáveis da FRELIMO, critica fora dasestruturas do Partido fia luta contra o capitalismo e o imperialismoconstituemigualmente desvios da linha.Para evitar possíveis desvios da linha, por vezes até não intencionais, recomenda-se aos membros dos Grupos Dinamizadores e a todos os militantes em geral, aleitura, estudos o análiàes, colectivos da documentação da FRELIMO,4. Constituem manobras de reacção:a) Utilização das fraquezas dos membros dos Grupos Dinamisadores.b) Utilização de 9xoves como forma do criar o caos económico.c) Tentativas de suborno nos membros dos Grupos Dinamizadcres.d) A intriga o boato, como forma de criar o estado deinsegurança ou o terror.e) Actos de sabotagem económica. tais como o despedimento injustificado e emmassa de trabalhadores; o encerramento de 'fábricas, a especulação e a recusainjustifizada deconcessão de crédito por parte dabanca.1) Tentativa por parte de empresas capitalistas, de infil.tração de elementos no seio do Grupo Dinamizador.g) Despedimento de trabalhadores quando se encontremengajados nas tarefas de Revolução.h) Critica DESTRUTIVA no interior dos Gjupos Dinamizadores como forma deintervir na realização de trabalhos.i) Critica FORA das estruturas aos Grupos Dinamizadores.B -Desvios ideológicos da juventudeA Juventude desempenhou e ainda desempenha um papel importantíssimo na lutacontra o colonialismo, o imperialismo, o liberalismo e contra todas as manobrasreaccionáiias. Foi a Juventude que muito contribuíu e contribui para a criaçãoduma verdadeira Revolução nas zonas urbanas e muito espe,Aceitam.se inscriçõesde qualquer individuo paraser membro da FRELIMO, mediante preenchimento de «Impresso-Proposta»constando toda a identificação, habilitações literárias, passado e presente político,seu comportmento moral e cívico. Para confirmação das declarações apresentadasos Grupos Dinamizadores deverão investigar junto dos locais de trabalho eresidência. O novo membro será submetido 0o juramento perante duastestemunhas que assinarão com ele a proposta de Inscrição no acto.cialmente nos estabelecimentos de ensino, onde há luta no seu dia a dia, com overdadeiro espírito Revolucionário, tentando interpretar o melhor que pode aLinha Ideológica da FRFLIMO.Porém, também existem alguns aspectos negativos dessa Juventude. Vejamos:Na socieedade que estamos derrubando, a Juventude foi vítima do choque entre aeducaçãõ tradicional que recebeu da família e a educação corrupta e decadentetrazida pelo colonialismo. Especialmente nas grandes cidades, este choquemodas e confeç;espara ambos os sexos.perfumaria.cabeleireiro de senhoras

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Av.da Repúbka 1147 te1.24566 Lourenço Marques

é mais notório interpretado no vicio - droga, alcoolismo, ociosidade e todos osdemais hábitos decadentes, motivados pela falta de conhecimento das realidadesdo seu Pais.Não esqueçamos que esta Juventude não sofreu tão duramente a exploração, apalmatória, o carregamento da machila, o chibalo e deportações para S. Tomécomo a geração anterior. Daí a ideologia errada do elitismo que nasce na classeestudantil.Hoje o Povo Moçambicano caminha para uma efectiva implantação do, PoderPopular.Como forma de activar o espírito Revolucionário da Juventude, os GruposDinamizadores a nível Nacional, deverão dispensar uma especial atenção a todosos estabelecimentos de ensino por forma a encontrarem uma plataforma deengajamento de toda a massa estudantil, motivando-a a buscarToma-se necessário proceder a ma campanha depurificação dentro das próprias -fileiras dos Grupos Dinamizadores para efeitos dedetenção, denúncia e expulsão dos elementos infiltrados. Paralelamente deveráutilizar-se um critério de selecção rigorosa dos membros dos GruposDinamizadores, procedendo-se à revisão doseu passado político e do seu comportamento.experiências junto das massas, participando com elas, mais activamente naRevolução e Reconstrução Nacional.1. Sabotagem económica, especulção e desvio dariqueza nacionalA sabotagem económica manifesta-se pelas mais variadas formas, como seja:'- O açambarcamento de artigos de primeira necessidade;- A destruição deliberada dos nossos recursos;-O encerramento de empresas sem causas justificadase despedimentos maciços;- A não inutilização de selos dos correios, pelos funcionários;- Funcionários públicos, que por motivos de doença imaginários continuam aviver meses à custa do Pais sem, entretanto, darem os seus lugares a outros,até que, finalmente, se apresentem;- A recusa de créditos ao comércio e à indústria, porparte de certos bancos e grandes empresas;- A fuga ao fisco, pela falsificação de escritas, porparte de comerciantes e industriais.Muitos destes casos só serão reprimidos por uma acção cada vez mais decididados Grupos Dinamizadores.1.1. a) -Quanto ao açambarcamento, pensamos que os Grupos Dinamizadoresdeverão actuar directamente junto dos comerciantes em falta e, no caso de estespersistirem, apelar para as estruturas do Partido, para que tomem a acçãonecessária. O problema será radicalmente resolvido na medida em que novascooperativas de consumo ou lojas do Povo substituam o comércio privado.

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1.1. b) - Quanto à destruição de bens do País (queimada de culturas, como açúcar,abate ilegal de gado, destruição de coqueiros), só poderá ser evitada por umavigilância cada vez mais bem organizada por parte dos Grupos Dinamizadores,1.1. c) - Quanto ao encerramento de empresas e despedimento maciço, já seencontram prevenidos por legislação recente, mas os Grupos Dinamízadoresdeverão velar pelo exacto cumprimento da Lei.1.1. d) -Quanto à falta de inutilização de selos pelos funcionários dos correios,para que possam ser novamente utilizados, em prejuízo do País, os GruposDinamizadores terão que participar no controlo activo.1.1. e) - Quanto aos funcionários públicos que neste momento vivem inactivos àcusta do Povo, deverão voltar ao serviço, pelo que será necessário:- Cancelamento imediato das licenças graciosas:-A exoneração dos funcionários que, nao regressem aoPais dentro de um prazo fixado.l.1.1) -É necessário que seja publicada legislação areforçar a regulamentação sobre a consedo de oreditoa pelos bancos e grándesempresas comerciais, aos sectores de maior interesse para a nossa economia.1.1. g) -Quanto à fuga de empresários às obrigações fiscais, só poderá ser detidapela acção conjunta dos Grupos, Dinamizadores e de um corpo de ,fiscais, queoféreçam garantias absolutas e que deveria começar a ser formado sem demora.Deverão examinar-se as práticas dos membros dosGrupos Dinamizadores determinando-se se tais práticas desvirtuam os principiosda FRELIMO. C perante o cor.portamento de cada um poderemos concluir se existe ou não desvio. COnstituipráticas condeíveis, favorá.veis ao aparecimento do desvio dos principios do Partido, a prostituição, oalcoolismo, a droga, etc. Nesteexame os aspectos disciplinares não devem ser desprezados porquanto aIndisciplina cria um campo fértil parao inimigo.1.2. EspeculaçãoA especulação traduz-se, não só na venda de géneros e artigos, pelo comércio, apreços superiores aos tabelados, mas ainda em forma de recusa de venda degéneros essen-' ciais sem que seja acompanhada de compra de outros artigos demenos utilidade e dispendiosos.Uma das formas de pôr fim a essas práticas, será tal como o açambarcamento, poruma acção decidida dos Grupos Dinamizadores que deverão munir-se de tabelasde preços, exigir a sua fixação nos estabelecimentos onde não existam, controlar ocumprimento desses preços, a qualidade dos produtos e o seu acondicionamento,e socorrer-se das estruturas do Partido quando não consigam solucionar qualquercaso.1.3. Desvios da riqueza nacional1.3. a)- Fuga de capitais - É feita através da transferência de lucros para a sede dasempresas, no exterior, a corrigir pela exigência da transferência das sedes paraMoçambique.

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1.3. b) -Mercados negros de divisas -A destruir pela iniciativa dos GruposDinamizadores, através de métodos adequados às situações.1.3. c)- Falsa facturação -Seja na indicação de p:-eços de mercadorias importadas,seja na indicação de preço para menos na exportação, o que já se encontraprevenida pela lei, exigindo, no entanto, um controle apertado por parte dosGrupos Dinamizadores e corpos fiscais.Na sociedade que estamos derrubando, a Juventudefoi vítinli do choque entre a educação tradicional querecebeu da famíla e a educaçío corrupta e decadente trazida pelo colonialismo.Especialmente nos grandes cidades este choque é mais notório Interpretado novicio -droqa, alcoolismo, ociosidade e todas as ieias e hábitos decadentes,motivados pela falta de conhecimentodas realidades do seu Pais.1.3. d)- Exportação de produtos como gama de transferência de divisas quecontinua a ser praticada apesar da medidas legisladas, pelo que também neste casoos Grup Dinamizadores terão que reforçar a sua vigilância.VIGILANCIA POPULAR,ACÇÃO DOS REACCIONARIOS,1. Na fase actual que Moçambi efectiva implantação do Poder Pop tantedefinirmos correctamente, a,avessa, e pa 's Massas, é

...ESTEE o NOME DO JOGOFEIRA INTERNACIONAL DE LOURENÇO MARQUESIIE

A ALEGRADESERPode ser-se joveme alegre mesmo quando ja se temmuitos anos de vida.A alegria não çdepende da idademas da liberdade.MOÇAMBIQUEe'um país livreO seu povo esta alegre.Vivemos intensamente a alegria da liberdade do povo moçambicano.Distribuidora de Combustíveis SARL3j

exercer a vigilância popular,reaccionários.2. O ponto principal é defi As suas acções revestem-5forme as diversas fases que a Nesta fase, ele actua de modo a divisão toíeio dasMassas,s sequente ,escrédito do Povo e

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A Vigilâncýa deve pois set « mente esclaicido, sob a orientres. Pa isso, os Grupos Dina balhó contante e profundo deCAPITURelaçentre os Grupose o Quadro ¿1 Oý Poder Político deve coque Adinàämize a actuação do PAoas Grupos Dinamizadoresção, Mobilização e OrganizaçãoOs Grupos Dinamizadoresvista: político, todos os problenmdos. Quando não se consegue o]diata, deverão encaminhar taisniamos competentes.2. Cabe ao Quadro Adminiíadministrativa.Devem os administradorestarefas são também de naturez a necessidade da sua politizaçãOs Quadros Administrativelementos da confiança da FRT' . os responsáveis pelafrequent mente com as Estrut se estabelecerem formas de col tação política etarefas comun4. Deve adoptar-se como padministrativo que se recusa integrar'se na Linha Política verá ser substituído,logo queDeverão da mesma formamentos do Quadro AdministraPovo, designadamente por notado contra os interesses do PCAPITU1 Implatação dA grande maioria da classconisciêiçia da situação de expl o poder das mãos dos explor para servir os seuspróprios d novo, diferente, o poder da mexplorada, no qual o Povo épróprias decisões para o seu pPOPULAR.O Povo Moçambicano, vilexploração colonial, da opressimanifestação da vontade deFRELIMO , seu 4nico e legíl organiza,nýríse e lutá peIe i para estabêlecerýoXoeder PoPor Isso, o nosso, Poderl Povo traba.lhador, er4im ai

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e a actuaçào em relação aos ainça que, defendendo os interesses da nossa c"assecampo nesa e- operária, une todas as camadas e gruipos sociais, ani* nição doinimigo. mados de espirito patriótico e democrático.... citação do Ca.e de tácticas diferentes con1- marada Presidente Samora Moisés Machel, no livro«Estabeluta revolucionária atravessa, lecer o Poder Popular para servir asMassas», cap. I, pág. 22. camuflado, provocando assim Para a.implantação doPoder Popular em Moçambiquea 'sabotagem económica e con- teremos de partir da base para.o topo, através deestruturaE m relção, à FRELIMO. do Partido que são os GruposDinamizadores.,éxe;rcida pelo POVO devida- Devemos consolidar as estruturas da FRELIMO,canaiaçãó dos IGrupos Dinamizado* da VOZ, DO POVO, e definirem-se tarefas ondeas populainizadores, devem exercer tra- ções participem activamente. Isto implicaa destruição paraconsciencialização. lela das estruturas ultrapassadas.Estes Grupos Dinamizadorea para criar as condições neLO VIcessárias para a Implantação do Poder Popular, deverão desenvolver um trabalhode mobilização e organização e enqua;Ões dramento das massas.1.1. Devem despertar e dinamizar a consciência política Dinamizadoresdas massas exploradas.Ldministrativonstituir sempre uma sentinela A grande maioria da classe trabalhadora logoqueoder Administrativo. toma consciêcla da situaçã, de epbda unese luta ecabem as tarefas de Politiza- toma nsta é pd d suãs ode exploradares reorganizadas Massas.deverão analizar sob ponto de a sociedade para servir os seus pr6prlos destinos.,Surge as que lhes sejam apresenta-*ter uma solução política ime- eatão um poder movo, diferente, o poder'da maioriatraquestões aos órgãos ou orga- baiado, da massa explorada no qual o Povo équemtrativo as tarefas de execução toneal e executa as suas próprias decisões para oseu próprio beefii-1! 0 PODER POPULAR.ser esclarecidos que ,as suasza política, pelo que se impõeo.os devem ser preenchidos por 1.2. Organizá-las de molde a fazer chegar a suavoz àsELIMO. Estruturas Executivas máximas, libertando a suaimiciativaAdministraio deverão reunir criadora.uras da FRELIMO, a fim de 1.8. Levá-las a tomar a consciência do momentqpolíticoaboração e de definirem orien- histórico 4ue atravessamos através de combates nocampo p qeconómico, social e cultural. Organizar e incentivar o Povo

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rincipio que todo o funcionário para o trabalho colectivo. a colaborar com oPartido oudefinida pela FRELIMO, de- a) Lutar pela conquista do poder económico,levando asoportuno. ma prticipar em programas que visem o «aser substituídos todos os ele-, belecimento de uma economia popular livre deelotivo que sejam rejeitados pelo ração.sistema colonial haverem aten- b) Fazer com que as populações se engajem nacriaçao 'ovo. dos meios pa= « satisfçao' das suas netessidades.valogrxando o seu próprio desenvolvimento e o dêsenLO VIIvolvimento da Nação. Incutir às massas que devemser elas próprlas que resolver o os seus problemas eLo Poder Popular dirigir os seus destinos. Que o Povo devo ter asuapersonalidade, desonvolvi-l, no sentido revolucion !o.se trabalhadora, logo que toma conservando assim a sua cultura s~ ad«dorada, une-se, luta e conquistaadores, reorganiza a sociedade 2. Centrá smo democrático:estinos. Surge então um poderaioria trabalhadora, da massa É o processo de levar as massas a exercer opoder, foquem toma e executa as suas mentando a sua iniciativa através de umaparticipação resróprio benefcio,é o PODER ponsável, colectiva e organizada,prevalecendo sempre a vontade da maioria.tima durante cinco séculos da As estruturas que serão os instrumentosutilizadoslo, da miséria, da fome, numa permitindo que as tarefas definidas pelo Povo,sejam cumprise libertar, sob a direcão da das correctamente e permitindo aassociação em escalões progressivos, dos representantes do Povo, até ao órgãomáximo, devem ser constituídas por militantes de toda a confiança do Povo. Estaconfiança, este assumir de linha do Partido, daráSatravessa' e para autoridade política às decisões toffadas. Terá de haver umihaiçambique avadislina dos escalões Inferiores na aceitação dessas decises, SPoderPoplar nas Massas E é uma democracia porque fundada na discussãoobjecTectamente a impertinCIa e tiva, na resolução colectiva dos nossosproblemas. Todos, ecada um são chamados a exprimir os seus pontos de vista. a popular e aactuaãoCia dentro de uma disciplina revolucionária, sobre como melhorservir o Povo. Todos e cada um são responsáveis pela vida da Organzaçí1o, pelodesenvolvimento e consolidação da, luta e da Revolução.O nosso estatuto a definir os métodos e' ýrabalhos darimo representante, também se FRELIMO - capítulo VII-a) e seguintes -expressamente, tuquista da liberdade ~urpada, esabeleee uma série de pontos quepodem ser resuiidos na pular D ocrático. formas seguintes: livre discussão,s-ubmisso ,da minoria àpre ena os interesses <d o no oú t1naO responsabilidade colectiva, crtisc eautocrítica do Snossa vontUade de expulsar o ~aw comorfOtamenSto.

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11~a liss sniedais novirem 0 centralismo democrático no seo do Partido- visade-Na fase actual que Mo uma efectiva Implantação do émý hnrtante definirmos co,o modo de exercer a viqilim relaçã, aos reaccionários.

Agencia MercantilPRÉDIO LUSITANAAV. D. LUIS 0 CAIXA POSTAL 108 TEIS. 26307/27006127007/27017/27721LOURENÇO MARQUESINSTALAÇOES ELÉCTRICASMATERIAL ELÉCTRICO SISTEMAS CENTRAISDE AR CONDICIONADOELEVADORESSISTEMAS TELEFÓNICOSAPARELHAGEM ELECTRÓNICAAPARELHAGEM ELECTRO-DOMÉSTICA SISTEMAS DE VAPORTEMOS CONFIANÇANO FUTURO DEMOÇAMBIQUEelementos reaccionários possam assumir a direcção em prejuízo da vontadepopular.Por isso a escolha dos dirigentes do Partido deve recairnaqueles que de uma maneira dedicada e intransigente defende a classe exploradae com ela se comprometem para a realização dos seus programas. Por outro lado,estes dirigen> tes não devem de forma alguma descurar que, é do Povo quevêm as ideias correctas e que não se pode dirigir sem participar com as massas natomada de decisões e elaboração deestratégia a seguir.3. Democracia no seio dos ComitésA democracia é um factor fundamental no estabelecimento do Poder Popular. NosGrupos Dinamizadores não se deve confundir democracia com a anarquia, isto é,uma tendência que se manifesta frequentemente no seio da burguesia a qualinterpreta sempre a democracia em termos anti-populares para responder aos seusinteresses.As decisões tomadas nos Grupos Dinamizadores devemser democráticas, assim elas corresponderão aos interessesreais das largas massas.As largas massas devem participar na elaboração de decisão, senti-la como delas enão imposta de cima para baixo.Para haver democracia no seio dos Comités deverá havera livre discussão dos problemas. Que os elementos se conheçam nãoaparentemente mas em profundidade, pelo que é necessário haver sessões decritica e autocrítica para reforçara confiança e a união no seu seio,A análise e a execução das tarefas deve ser sempre umtrabalho colectivo.

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O Centralismo Democrático é o processo de levar as E massas a exercer o poderfomentando a sua iniciativa através de uma participação responsável colectiva eorganizada prevalecendo sempre a vontade da maioria.É uma democracia porque fundada na discussã, o5lectiva, na resolução colectivados nossos problemas.Todos e cada um são chamados a exprimir os seus poptos de vista dentro de umadisciplina revolucionária sobre como melhor servir o Povo. Todos e cada um sãoresponsáveis pela vida da Organização pelo desenvolvimento econsolidação da luta e da Revolução.CAPITULO VIIICultura0 colonialismo procurou esmagar a personalidade mcçanbicana pretendendoimpôr uma imagem falsa de um povo repartido por etnias e culturas regionais semqualquer comunhão entre si, examinando-se os hábitos e tradições ao nívelde cada região e sob aspecto de um folclore feito de exotismo.1. Valoriza~ão e difusão da cultura moçambicanaPara formação da verdadeira personalidade do nossoPovo é necessário criar condições que unifiquem os hábitos, costumes e -tradições, dando-lhes uma dimensão revolucionária.Para isso o Partido deve criar uma comissão ao nívelnacional para recolha e estudo de todas as manifestações culturais tais comohábitos; costumes, tradições e peças teatrais danças, cantos, canções, lendas,poesias, romance, literaturs desporto, etc., rejeitando o que nos divide e unindotodos os'factores comuns da nossa vida.A recolha e estudo-destes dados deve basear-se no passado da vida do nossoPovo, antes do colonialismo, durante o colonialismo, a luta clandestina, oaparecimento da luta armada de Libertação Nacional, a derrota do colonialismo eexperiências do momento presente., A Comissão Nacional apresentará o seu relatório aoórgãos competentes e por sua vez em colaboração com o Mi.nistério de Educação e Cultura, procederão à devida digação.11

2. Formas concretas de intercâmbio culturalO intercâmbio cultural pressupõe a criação de condições de forma a que p nível decada Província e através de Grupos Dinamizadores se desenvolva uma campanhade dinamização revolucionária $e toda a cultura moçambicana.Assim e a título de exemplo, deve-se preparar a nível provincial, grupos culturaisque em princípios de Junho se deslocariam a todas as Províncias, ondepermaneceriam em troca de-experiências, participando nas celebrações do Dia daIndependência, dia 25 de Junho.A troca de experiência dos grupos culturais deverá ser feita a todos os níveis omais frequentemente possível.3. Recol!a das experiências põpulare

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O centro experimental da nossa cultura está no Círculo. Sendo assim é dever detodos os camaradas responsáveis dos Grupos Dinamizadores, em especial os daEducação e Cultura, procederem à recolha de todas as experiências do Povorelativamente à nossa cultura, para a sua organização e difusão.4. AlfabetizaTemos em Moçambique cerca de 90 % de população analfabeta. O analfabetismodificulta a divulgação da cultura mocambicana, a transmissão ao Povo da LinhaPolítica da FRELIMO, a divulgação da ciência e o conhecimento directo dasexperiências dos outros povos.Todos os militantes devem sentir e viver esse problema. É um combate que deveser assumido por todos os militantes da FRELIMO.É também da*alfabetizaço que criamos condiçõea paraestabelecermos no nosso país o Poder Popular para servir osinteresses reais do Povo.Compete aos responsáveis dos Grupos Dinamizadores aonível de Círculo, Local de Trabalho, Localidade, Distritos- e Províncias, organizarmilitantes para darem cursos de alfabetização de adultos.Impõe-se assim o estudo a nivel Provincial das palavras geradoras'em português,dado que é o veículo de comunicação de acordo com as realidades locais.Os responsáveis políticos devem mobilizar todos os professores das escolas, doscírculos e localidades, para, en períodos livres participarem na alfabetização.Nesta campanha C de alfabetização o problema da falta de material poderáconstituir sério obstáculo. Devemos então suprir as nossas faltas através dautilização de instrumentos práticos, e, para além do auxílio do Ministério daEducação e Cultura na medida do pogsível, temos de contar com as nossaspróprias forças, as quais devem ir buscar à produção, a partir do próprio Círculo,os.recursos necessários.5. Educação e a disciplina de Formação PolíticaA disciplina de Formação Política tem um papel preponderante na formação dapersonalidade moçambicana. Para tanto, consideramos que:a) Seja sancionado ensino da Fozmqçâo Política em todosos graus do ensino;b) Esta disciplina seja orientada e controlada pela FREIMO. Os que vão dar estadisciplina devem ter a aprovaçao da FRELIMO, cabendo aos responsáveispolíticos dos locais zelar constantemente pela aplicação dalinha política nestes centrps populacionais.6. Actualização dos conhecimentos ao nível do povo,difusão das culturas de outros povosOs responsáveis pela Secção de Educação e Cultura dosGrupos Dinamizadores devem estimular a criação de círculos culturais e sessõesde programas radiofónicos, palestras e cursos intensivos para difusão de certasactividades (escultura, cerâmica, pintura, música e outras), para introduzirdimensões revolucionárias e científicas na nossa cultura, actuaLizando assim osconhecimentos políticos das populações.Éý também aconselhável a criação de núcleos de actualização orientadospelos'Grupos Dinamizadores a nível de Círculo, em locais que ofereçam

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condições, criação de campos de férias que teriam como actividades, a produção,a alfabetização, trabalhos de escultura e teatro para as massas, etc.Esteýs núcleos, funcionariam também como centros deaprendizagem, conscientes das experiências das massas, como cpýf, iý somi.qAs históriCas e culturais, orientados .nelos.ató no vestirIndependência= significa liberdade.Unidos homens e mulheressaibamos olhar o futuro com redobrada alegria...que também se manifestana forma de vestir.SL

Grupos Dinamizadores dos respectivos Círculos em colabora- É necessário que amulher ção com os responsáveis do Ministério de Educação e Cultura. de queatravés do seu engajameEstes campos ou núcleos de férias serviriam também tido 'libertará a sua iniciativacl para locais de troca de experiência com as delegações dos valioso para aimplantação do países amigos. Por outro lado deslocações de nossas delega- suacapacidade e o seu tempo à ções para países exteriores fariam chegar aoconhecimento do nosso Povo a situação política nacional e internacional. 2.Emancipação da mulherDe início, as deslocacões deveriam ser canalizadas paraos países vizinhos, como a Tanzânia, Zâmbia e outros.CAPITULO IXOrganizaç&o da Mulher Moçambicana1. A mulher moçambicana na sociedade tradicionale colonialA mulher moçambicana como é aliás sobejamente conhecido foi vítima de duasformas de opressão- a derivada do sistema tradicional e a imposta pelo sistemacolonial.Na sociedade tradicional a mulher foi objecto de educação viciada, vítima dosaspectos negativos da tradição, tais como os ritos de iniciação, os casamentosprematuros ou forçados, a superstição, as falhas na educação dos jovens quemuitas das vezes são abandonados, a tradição do lobolotudo concorreu para ainferiorização da mulher, para criação de sentimento de inferioridade, para umamistificação das realidades que impedem a mulher de interpretar correctamente asua posição na nossa sociedade.No sistema colonial, a desumanização da mulher acentua-se não só pelocontributo dos aspectos negativos, anti-sociiis, da tradição, como pela introduçãode outros aspectos mais graves de degradação da mulher moçambicana, aprostituição, o alcoolismo, a ociosidade e a ambição que a atingem na suadignidade e lhe recusam o seu valor humano, igual, criador, na construção danova sociedade.

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A mulher é ainda, neste momento, um elemento marginal da sociedademoçambicana e do processo de transformação em que estamos empenhados.Perante esta realidade, é evidente a necessidade imperiosa de um trabalhoprofundo que vise despertar a sua consciéncia perante todas as formas decomportamento que limitam a sua integração e participação nas tarefas definidaspela vanguarda do nosso Po.vo- a FRELIMO.A democracia é um factor funiamental no estabeletimenlo do Poder Popular. NosGrupos Dinamizadores não se deve confurdir democracia com anarquia, isto é,uma tendência ,ue se manifesta frequentemente no seio daburguesia a qual interpreta sempre a democracia em termos anti.populares pararesponder, os seus interesses.esteja claramente consciente nto total nas tarefas do Parriadora e dará umcontributo Poder Popular, colocando a disposição da causa do Povo.É necessário que a mulher moçambicana compreenda claramente o que é aemancipação.A EmQncipação da Mulher significa uma tomada de responsabilidade perante aSociedade, na sua qualidade de cidadã, filha, esposa e mãe.Ela tem vivido na carne todas as formas de opressão, de humilhação, dedesumanização, deve ser a força motriz que dinamize todo o processo da suaemancipação.Responsável, enquanto companheira do homem; responsável enquarito educadorada nova geração e responsável também enquanto que ser social que transforma ecria um novo tipo de relações entre os seres humanos. O diálogo entre marido emulher aumenta a compreensão entre ambos e consolida os laços no seio dafamília.Com o trabalho político e uma prática coerente e consciente, ela deve criarcondições para a reformulação de toda uma concepção e mentalidade quepresentemente a considera inferior.E é estudando e assumindo a Linha Política da FRELIMO que a MulherMoçambicana se poderá emancipar; engajando-se totalmente nas tarefas da nossaRevolução, poderá dinamizar o processo que a liberte de todos os complexos.O colonialismo procurou esmagar a personalidadeMoçambicena pretendendo impor uma imagem falsa de um povo repartido poretnias e culturas regionais semqualquer comunhão entre si examinando-se os hábitos e tradições ao nivel de cadaregião e sob o aspecto deum folclore feito de exotismo.É também da sua responsabilidade orientar uma educação correcta para o nossoscontinuadores, promover a educação sanitária, para que as famílias vivam emcondições de higiene necessárias. Na alfabetização, a mulher deve dar exemplo noduro combate contra a ignorância e obscurantismo.A Organização da Mulher Moçambipana deve sensibilizar e aguçar o sentimentode vigilância, moblizando as mulheres contra as espécies de corrupção, abebedeira e a especulação, a :infiltração de reaccionários no nosso seio. Devealertar as populações contra todas as formas de desvio da nossa Linha.

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T!UEVULI U, povo Vaí'jÉ imperioso realizar-se trabalho político de consciencialização sobre os males e asconsequências da prostituição, tanto no seio das próprias prostitutas como nomeio da população em geral, para mobilização de todos, incluindo os homens, naluta contra este problema.3. A libertação da mulher e a tendência para o liberalismoO liberalismo é um caminho que desvirtua e bloqueia a verdadeira libertação damulher. Náo é descuidando os seus deveres caseiros que a mulher se emancipa.Assim como não é por se vestir bem ou saber ler que ela se emancipa.A libertação não deve confundir-se com a libertinagem nem com a promoçãosocial. A er«ancipação da mulher é uma luta contra os prejnceitos de sexo, quedesprezam a sua qualidade humana. É luta contra os complexos de inferioridadeque limitam a sua iniciativa e atrofiam a sua inteligência., Para isso, ela deveestudar as causas desses complexos que vêm da sociedade tradicional, reforçadospela sociedade colonial.A libertação da mulher é saber definir que o seu combate não é dirigido contra ohomem, mas contra a herança do sistema de opressão e exploração colonial, econtra os aspectos negativos da tradição.É sentir que mulheres e homens têm de dar passos lado a lado no caminho davalorização da pessoa humana. É ainda luta contra os complexos que se dividemclassificando-se de analfabetas e instruídas, mulheres que falam português ou não,mulheres da cidade e do campo, complexos que as levam a desprezar os trabalhosde produção agrícola, etc. É combater contra todas as tendências divisionistas quenos enfraquecem.A Mulher Moçambicana, tem papel preponderante na Organização e Móbilizaçãodas Massas, onde reside também a tarefa importante de resolver os problemassociais que afectam as populações tais como o adultério, a prostituição, odivórcio, as crianças abandonadas, os velhos abandonados. Para isso ela própria

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deve aprofundar o estudo da Linha Política da nossa Organização para que estejaapta a interpretá-la correctamente.'ulher Mocambicana. intepLra-serepresentada nas estruturas do Partido. A Organização da Mulher Moçambicana,funciona a nível de Círculo, Localidade, Distrito e Província, com camaradasresponsáveis e suas adjuntas na Secção da Organização das Massas de cada GrupoDinamizador.Verificamos que na prática as estruturas da Organização da Mulher Moçambicanatem bastantes falhas.Há dois aspectos a considerar: - o caso das zonas libertadas e o das zonas apenasrecentemente libertadas.Nas Províncias libertadas durante guerra, as estruturas existem em actividade naprática. Acontece que, dentro da mesma Província existem zonas que, mesmo demenorTemos em Moçambique cerca de 90% de populaçãoanalfabeta. 0 analfabetismo dificulta a divulgação dá ciência e o conhecimentodirecto das experiências dosoutros povos.área e localizando-se à volta das cidades e vilas, não estavam libertadas até aoAcordo de Lusaka. Nestas Províncias, as estruturas da Organização da MulherMoçambicana das duas zonas, estão mal coordenadas. i .Nas Províncias recentemente libertadas as estruturas não são sólidas em algumaszonas.É necessário proceder-se à dinamização, uniformização e consolidação dasestruturas da Organização da Mulher Moçambicana que possam permitir ointercâmbio e troca de esperiências.É necessário encorajar a consolidação da Organização da Mulher Moçambicananas. Províncias onde as estruturas não estão sólidas. Promovendo-se reuniões deesclarecimento ,e seleccionando camaradas que possam ser preeàradas paradinamização nos seus Distritos, Localidades e Circulos.As ýeamaradas responsáveis da Organização da Mulher Moçambicana nosGrupos Dinamizadores a todos os níveis da Província, nomeadamente Distrito,Localidade e Círculo, deverão reunir certas qualidades que permitam a confiançadas Massas. Não _poderão estar envolvidas em qualquer forma de corrupção,como adultério, prostituição, devendo ser exem-CD0NTH1ýÃ

UMA NOVA DE0 VERDADEIROmrNa MCiIMuI5. obre a dfc , estrutura tarefas e demais as.SEN ÇÃ oComté Exeutivo da FRELMOiem Maide 1973, que formulou as seguintes soluçõ3es:FRESCURA 5.1. Drc

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SABOR DE MENTA A direccão da Organização da MulherMoçambicana seriaassumida por um Comité Nacional e um Secretariado-Geral.O Comité Nacional seria constituído pelos membros do o refei" teSecretariado-Geral e pelos responsáveis da O. M. M. em cadaoes apreciam Província ou Região e nos principais centros daFRELIMOd eno exterior.São funções do Comité Nacional, velar pela aplicação da linha política queorienta a O. M. M. e planificar as suas sctviddes.O'Secretariado-Geral será composto por: 5- Secrtetária-Geral.- Adjunto.- Chefe do Destacamento Feminino ao' nível Nacional.5.2. Tarefas da Orgaiaç da Mulher MoçambicanaNo que respeita às tarefas da O. M. M., prosseguindo na transcrição dasResoluções e princípios ditados pelo Comité Executivo do Partido, salientamos: AOrganização da Mulher Moçambicana é uma estrutura de enquadramento eorientação da mulher Moçambicana em geral, na batalha pela emancipação damulher e pela Revolução.S A sua tarefa central, além da anterior, é de mobilizar a opinião internacional afavor da nossa luta e exprimir a solidariedade da mulher e do Povo Moçambicanopara com a luta libertadora e revolucionária das mulheres e dos Povos do mundointeiro.a vitória é da juventude. Na sociedade tradicional a mulher foi objecto deagradável educação viciada, vitima dos aspectos negativos datrafresco l tição, tais com os ritos de iniciação, oscasamentosdelicioso. prematuros ou forçados, a superstição, as falhas na edu.como os continuadores querem. cação dos jovens que muitas vezes sãoabandonados, atradição do loboo -tudo concorreu para a inferiorizaçãoda mulher, para criação de sentimento de inferioridade,para uma mistificação das realidades que impedem a mulher de interpretarcorrectamente a sua posição na nossa sociedade.A O. M. M. surge na estrutura da FRELIMO como um novo braço da nossaRevolução que deve atingir as largas massas da mulher que até agora seconservaram à margem do processo de transformação que tem lugar na nossaPátria. É a O. M. M. que.deve trazer para a luta pela emancipação da mulher epara'a'luta revolucionária Nacional, os milhões de mulheres do nosso Pais.A mulher para se emancipar necessita de uma engajamento político consciente.Isto quer dizer concretamente, no nosso caso, que a mulher para se libertar deveassumir e viver criadoramente a linha política da FRELIMO, compreendida,assumida e vivida no detalhe do quotidiano, que fornecerá a Organização e amulher, o sentido necessário da vigilância, para detectar no embrião a maispequena ofensiva ideológica reaccionária.

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Mas no combate da mulher os obstáculos maiores provirão da própria mulher,pelo seu hábito de dependência, pela suã passividade, pelo peso que traz da velhasociedade: impõe-se unir a mulher. A unidade é a arma fundamental de combate,a força motriz.A linha política da FRELIMO é a plataforma da unidade da Mulher Moçambicanamas, contra ela se erguem o tribalismo, o regionalismo, o racismo. [ U A h AO tribalismo e o regionalismo, impedem assumir a granm1.1. deza donosso Pais e da luta, não permitem compreender acomplexidade da nossa Pátria e sobretudo, dispersam as1

O inimigo não tem cor. O racismo só serve no nosso caso e em qualquer combate,a dificultar a definiço do verdadeiro alvo, criar confusão para dividir as forçasrevolucion4rias e progressistas nacionais, enfraquecê-lase levá-laís aoaniquilamento pelo inimigó comum explorador.' O 'osso combate fiea isolado docombateý mundial das forças piogressistas contra. a exploração do homem pelohomem.É necessário desencadear, no seio da mulher, o combate ideológico que lhe façaconhecer claramente os males dessas, concepções reaccionárias. Paralelamente,um outro esforço de explicação deve ser feito, para levar a mulhera compreenderque'a sua experiêcia de sofrimento, de e x ploração e de opressao, em CaboDelgado e Gaza, no Niassa e Inhambane, em TQte e no M1aputo, na Zambézia eManica e Sofala e em Namiula, são as mesmas, Todas, trazem os mesmos calos,todas conheceram a mesma fome, a mesma miséria, o mesmo sfrimenito, amesma algema, a mesma viuvez, a mesma orfandade, as mesmas lágrimas,provocadas pelo colonialism, pela- exploração. ' .Descobrimos as feridas e cicatrizes mútuas, unem-nos, mas sobretudo a unidadeconcretiza-se no esforço comum, os laços criados pelo trabalho colectivo, peloestudo colectivo, pelo combate inteno colectivo, pela crítica e autocr1tia,-.pelaacção contra o colonialismo.Devemos ainda aprender das experiências das nossas irmãs do mundo iteiro, dospovos do mundo inteiro. Isso ajudarnos-á a compreender que não existem raçasou povos que sejam exploradres, opressores. Não há povos ;racstas, não há povoscoloniílistas. Abrindo-nos ao estudo das experiências dos outros, não sóbeneficiamos de lições úteis como ainda que compreenderemos que todos os,países, todo, os povos, todas as raças,, travam o mesmo combaté qúe nós; ocombate contra os colonialistas, que não tem Pátria, o combate contra osexploradores que não têm raça nem povo.Precisamos abandonar o hábito pernicioso de só encontrarmos a identidade comaqueles que vêm da mesma povoação que nós, ou falam a nossa língua, ou têm amesma cultura e tradições, o mesmo nível educacional. Encontremos identidade,encontremos irmãs, saibamos dar a nossa amizade e carinho, a nossa ajuda efraternidade, a todas aquelas que como hós são exploradas e oprimidas, connoscoestã no grande combate da libertação da mulher, da Pátria e do Povo trabalhador.5.3. As estruturai da Orgaadzçâ da Mulhfer Moçambicaa

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Neste 'ponto atentemos uma vez mais- ias resoluç.ões tomadas pela ComitéExecutivo da FRELIMO, entre as quais se destacam:Para :poaer funcionar, levar a cabo a sua tarefa de enquadrar e conduzir a mulherna luta pela sua emancipação e engajá-la cada vez mais nas tarefasrevolucionárias, a O. M.M. necessita de estruturas adequadas.No engajamento de toda a mulher Moçambicana no combate pela emancipação epela Revolução, a O. M. M. deve mobilizar, organizar, e unir todas as mulheres,que até a este momento se mantiveram à margem do processo de transformaçãoda nova sociedade, jovens e velhas, solteiras e casadas, instruídas e não instruidas,militantes e não militantes.A O. M. M. deve organizar a mulher Moçambicana, 1á onde ela se encontra, noslugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos destacamentos, nascooperativas, nos infan-. tários, deve organizar a mulher na base, em cada circulo,em cada povoação.Mas, para produzir este processo requer-se uma direcção.experiente, que tenha compreendido e tenha assumido a linha, que a tenha vividono processo de engajamento nas tarefas quotidianas da Revolução. Retjuer-se paraisso que os membroz da direcção tenham uma experiência político-militar, baseindispensável para poder compreender a complexidade da situação e podercontinuamente ver como clareza a via a seguir.O Destacamento Feminino, porque engaja a mulher na tarefa da fase presente, ocombate directo contra o inimigo colonialista e imperialista, e a estrutura principalde participação da mulher, na luta, a estrutura que desempenhará neste momento opapel mais 'activo na transformação da sociedade. Por isso, ele constitui o núcleomotor da Organização da Mulher Moçambicana, a sua principal fonte de quadros.No entanto, o Destacamento Feminino não é a Organizao da MulherMoçambicanã e esta não é o Destacamento Feminino. 0 Destacamento Feminino éuma parte integrante do nosso exército, das Forças Populares de Libertação deua idade PcA D14S COE1^ n l ÉA Ir

Moçambique, é um corpo político-armado. A O. M. M. em A prostituição nonosso País, predominantemente, fcontrapartida, engaja todas as mulheres, das que até hoje de exploração colonial,apresenta forte incidência em espe se encontram à margem da luta, até àquelasque são com- nas cidades, vilas, algumas áreas das zonas costeiras e batentes nafrente da Saúde, da Educação, da Produção, todas as regiões onde se instalaramtropas coloniais. do Exército, ete.Entre os dois sectores, as relações são de complementa- 1. Causa da prostltuição esuas consequências riedade e ajuda mútua, o Destacamento Feminino aparecendocomo uma força motriz, uma fonte de quadros, a O. M. M. como uma forçamobilizadora que faz crescer a nossa base, que fornecerá novas forças aoDestacamento Feminino.No sistema colouial a desumanização da mulher

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acentua.se não só pelo contributo dos aspectos negativos anti-sociais da tradiçãocemo pela introdução de outros aspectos mais graves de degradação da mulherMoçambicana, a prostituição, o alcoolismo, a ociosidade e a ambição que aatingem na sua dignidade e lhe recusam o seu valor humano igual criador naconstrução da novasociedade.Para que a O. M. M. esteja em condições de assumir e realizar, as importantestarefas que lhes são confiadas pela FRELIMO, o Comité Central da FRELIMOdecidiu organizar um curso de preparação de quadros femininos, a realizar sob adirecção do Comité Executivo.Integrada na FRELIMO, alimentando-se da linha política revolucionária daFRELIMO, agindo como um corpo harmonioso da nossa família revolucionária,no quadro das estruturas da FRELIMO, a 0. M. M. levará a cabo a difícil tarefaque o Povo, a mulher e a revolução lhe incumbem.5.4. Posiçã> da Organiza~ão da Mulher Moçambicana- na estrutura global da FRELIMOSobre esta matéria, o Comité Executivo da FRELIMO formulou os seguintesprincípiós:A O. M. M. é uma Organização de massas da FRELIMO, da qual recebe asdirectivas e as palavras de ordem, comportando-se como um instrumento daFRELIMO para realizar a sua política no campo das mulheres.a) MEMBROSPodem ser membros da O. M. M. todas as mulheres que sejam membros daFRELIMO.b) DISPOSIÇÕES DIVERSAS1- A Secretária-Geral da O. M. M. 4 membro doComité Central da FRELIMO (artigo XI dosEstatutos da FRELIMO).2-O Comité Executivo proporá ao Comité Centralque aprove a admissão da Secretária-Geral Adjunto também como membro doComité Centrai.3- A O. I.LM. trabalhará em estreita cooperaçãocom o Comissariado Político, devendo a sua acço integrar-se dentro dasperspectivas desteó&gão.4-A O. M. M. apresentará o relatório das suas actividades ao Comité Executivo daFRELIMO.5-A Secretária-Geral da O.M. M. e sua Adjuntosao nomeados pela Presidência da FRELIMO, devendo a nomeação ser ratificadapelo ComitéPolítico-Militar.CAPITULO XProblemas sociais - Aspectos geraisPROSTITUIÇAO

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A prostituição é um mal social que se verifica em todos ospaíses colonizados ecoionialistas, e que fazem do corpo da mulher objecto de venda, destruindo adignidade da mulher e corrompendo o homem.ruto ecial emEm Moçambique, a prostituição tem como suas causas determinantes a influênciada corrupção da',sociedade colonial e os aspectos negativos da tradição.Numa sociedade capitalista assente na exploração do homem, concorreraneficazmente para o aparecimento e pos,terior desenvolvimento da prostituição aatracçãô ,exercida sobre as Jovens das zonas rurais, pela vida aparentemente fácile cómoda das -cidades, agravado pela necessidade da-mulher manter a sua< subsistência. Também a dominação colonialý a preguiçae a ociosidade, a ausência ýprolongada ou definitiva dos maridos que pornecessidades económicas são obrigados a emigrar a par da irresponsabilidade ecorrupção dos homens, foram outros tantos factores da prostituição.Em Moçambique, a presença do exército colonial promoveu a venda do corpo dasraparigas, em certos casos recrutadas de várias áreas do país e concentradas pertodos quartéis. Nasciam assim zonas de prostituição em regiões onde atérecentemente este problema não se constatava, influenciando e contribuindo paraa corrupção das populações locais.A prostituição é também favorecidã.¿ pelos aspectos negativos da tradição quesubmete 'a mulher a princípios e instituições dadas como válidas, enquanto atingea sua dignidade, tais como os casamentos prematuros ou forçados pelos pais, osentimento de inferioridade por parte da mulher, criado pela sociedade tradicionalem que a voz do homem detém a razão e o poder.Estes aspectos degradam a mulher, conduzem à sua passividade e submissão;reduzem-na também a objecto de satisfação sexual. de simples geradora d4efilhos; enfraquecem os laços do casamento que é feito na base de interessesmateriais e não do Amor, de escolha consciente, querida, tanto da mulher comodo homem.Da prostituição surgem aspectos determinantes e imediatos, de perversão socialao facilitar a proliferação activa do banditismo, ociosidade, alcoolismo, alteraçãoda saúde pública pela propagação das doenças que contribuem para o nascimentode crianças defeituosas e siflíticas.Também as discórdias no seio dos casais que muitas vezes levam ao divórcio e àdestruição dos lares, as crianças abandonadas, a concentração de reaccionários ede parasitas da sociedade nos locaisde profissão e de residência das prostitutas, e acorrupção gradual da mulher e do Homem, Mergulhados no vício, recusando-seao trabalho produtivo, são outras tantas consequências graves da prostituição quecondicionam ainda, uma inversão de valores muito acentuada na época daadolescência, acelera a cobiça perdendo-se o sentido de vigilância no seio daspopulações, determina uma diminuição de produtividade, conduzindo ao luxopessoal, indi-Numa sociedade capitalista assente na exploraçãodo homem concorrem eficazmente para o aparecimento e posteriordesenvolvimento da prostituição a atracção exercida sobre as Jovens das zonasrurais, pela vida aparentemente fácil e cómoda das cidads agravado pela

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necessidade da mulher mantei? a sua subsistência. Também a dominação colonial,a preouiça e a ociosidade a ausência prolonflada ou definitiva dos maridos quepor necessidades económicas são obriqados a emigrar a paroutros tantos factores da prostituição.vidualismo e roubo. Através da prostituição o inimigo pode infiltrar-se.1.1. VadiagemA vadiagem é um inimigo da sociedade nova que queremos construir. Degrada anossa personalidade dando campo a roubos, assassinatos e inúmeros crimés.Destrói o progresso do Pais e semeia a desconfiança.]É um factor dominante da prostituição.- -

COMPANN1IA , ýINDUSI, RlAi DA m A o A Ae E e

LUSOTUFO,'ýINDOSTRM TEXTPS DE MOÇAMBIGUE MCaiw "t91 2V3 * Telo" 71933 * E.d Tolýq.: -LUSOTLJFO"*Aý. de Mc>c..bq.ýKý 13 L~nço Marq~otçalcátifas

1.2. OciosidadeA ociosidade é outro inimigo na sociedade, s do esta a mãe de todos Q. vícios.Muitas vezés é consequência da falta de orientação dos pais e da tendência decertas pessoas de conseguir meios fáceis de subsistência sem esforço algum. Umocioso é potencialmente um ladrão, boateiro, criminoso e reaccionário, sendo porisso muito perigoso. -.Este é outro factor dominante da prostituição.1.3. Combate à prostituiãoPara combater'a prostituição recomenda-se:a)-Ao nível dos Grupos Dinamizadores, a realizaçode um trabalho político e intensivo de conscienclalizaçao sobre os maios e asconsequências da proatituição, tanto com as próprios prostitutas como~no seio dpopulação em geral para mobilização de todos. incluindo o homens na luta contraeste graveproblema.b- Criação de centros onde as prostitutas possam sertransformadas por uma formação politca, produção- agriola e formaçao profissional, tonando-se elementos fútels à nossa sociedade.*c) -Promoçio de campanhas de esclarecimento sobte omatrimónio para evitar casamentos prematuros e a compra de esposas por forma aque o casamento seja um engajamento consciente entre o marido e a mulher nabase do amor. As dificuldades materiais nã deveriam em caso algum constituirobstáculos a casamentos conscientes queridos, quando existe amor de mbas aspartes. Também o reforço dos laços no seio do casamento aumentando aconfiança mútua contribuirá para a luta contra a prostitUição.

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d) - Campanha contra o afluxo de jovens de ambos ossexos para as cidades, mostrando-lhes os perigos e os vicios sociais que osespireitam restaurando-se a dignidade e o valor do trabalho do campo paraa economia da Nação.Haverá ainda a realizar um trabalho de consciencialização dos pais, exigindo-lhesuma maior responsabilidade; facilitar empre.os que permitam uma vida decente&s,prostitutas recuperadas; combater os bailes organízados com fins dUvidosos -combate que deverá ser feito através de um trabalho político de esclarecimentojunto das massas é dos proprietários. Deverá também proceder-se & tentativa deencerramento das casas de pLostituição públicas ou camufladas, dos cabarés e deoutros locais similares !onde se exalta a sexo e se favorece a lascividade, aprostituição e o alcoolismo.2. Desemprego, afluxo urbanoUm dos problemas- que mais aflige actualmente no nosso Pais é o desemprego,cujas consequências não podem deixar de apresentar preocupações para todosnós.O problema afecta essencialmente os centros urbanos para onde as populaçõesafluem em grandes quantidades em busca de melhores salários, de condições devida mais fácil ou em busca de possibilidades de trabalhar de dia e estudar denoite.2.1. Entre as causas principais do desemprego, apontamos:-ACÇýAO DO COLONIALISMO:a) A sabotagem económica.b) O encerramento de estabelecimentos industriais e comerciais e de propriedadesagro-pecuárias por abandono dos proprietários.c) Falta de reservas financeiras, dado o carácter parasitárioda economia colonial e a consequente política de exportação de capital, o quelevou empresas a umadiminuição da sua produção.d) Dificuldades na obtenção de matérias-primas com aconsequente diminuição de produção das empresas.e) Continuaç&o de afluxo de população às cidades.gravíssimas, especialmente dando origem ao aparecimento de bandos demarginais organizados, criando Q banditismo e fornecendo campos derecrutamento de reacção.Por enquanto, devido'à grande mobilização Popular em curso, tem sido possivelevitar o aparecimento deste fenómeno. Porém, torna-se necessário enfrentar oproblema através de medidas Políticas e administrativas. Para isso é'necessário:a) Incrementar o processo de consciencialização a doisníveis: ao nível das Populações da cidade no sentido de as fazer compreender anecessidade de regressarem ao campo; ao nível das populações rurais, no sentidode as consciencializar da inutilidade e perigo daemigração para as cidades.Este processo de consciencialização passa atravésda retribuição de dignidade ao camponês e ao seu tx r]galho e da explicação daimportância do trabalho

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no contexto económico da Nação.- TAMBÉM SE RECOMENDA AO GOVERNO, OSEGUINTE:,i) Criação de cooperativas agrícolas e granjas estatais,devidamente apoiadas por parques de máquinas associada técnica, etc.b) Criação de cooperativas e de empreendimentos estataisno campo de pesca e de pecuária.c) Reactivação do funcionamento das fábricas encerradase auxílio técnico e econ6mico aos sectores de actividados de interesse para aeconomia Nacional e que, comprovadamente, dele careçam para o seufuncionamento.d) Dar prioridade, no desenvolvimento, às zonais maiaafectadas pelo fenómeno da emigração para as cidades e para o estrangeiro.CAPITULO XITrabalho colectivo e cooperativas-,Generalidades

tivo, que é a nossa força de actuação em Moçambique. Este trabalho contribuimuito para que as populações se conheçam, isto é, na colectividade as populaçõesvivem em conjunto os problemas de cada um, reforça a nossa unidade, elimina oindividualismo e todo o tipo de complexos que o homem possa criar. O trabalhocolectivo beneficia a quem trabalha, a partir deste até ao Governo. Aumenta aprodução acelerando0 desenvolvimento da reconstrução Nacional.Para tal existe a necessidade de aglomerar em povoações as populações dispersas,o que permitiria uma assistên'ia mais eficiente por parte do Governo a fim desolucionar problemas de saúde, educação, abastecimento de água e luz,omunicações e outras que possam beneficiar as nossas popu]açõe.o trabalho colectivo deve ser incentivado e assegurado em todos os níveis, pelacriação de cooperativas. A cooperativa é uma das melhores formas de defender osinteresses do Povo contra a exploração.A assistência técnica e económica que o Governo possa dar na formação decooperativas deve visar em particular as antigas zonas libertadas porque aíexistem estruturas criadas pela FRELIMO durante a luta de libertação, e ainda atodas as outras zonas onde essas estruturas se vão estabelecendo. As cooperativasdeverão ser controladas pela FRELIMO, para evitar infiltrações de reaccionários,sendo imprescidível que o Governo decrete Leis que orientem o funcionamentodas cooperativas.VAPITULO XIISolidariedade internacionalMoçambique constrói a sua própria personalidade, baseada na Unidade de todo oPovo do Rovuma no Maputo, mas que não se fecha num. nacionalismo.É necessário aprender de outros Povos a sua história, na medida em que atravésdela compreendemos que existe uma relação no combate geral contra aexploração do homem pelo homem, pela edificação de uma sociedade nova ejusta.

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É esta a dimensão internacionalista que nos permite assimilar as experiências deoutros países e eontribuir com as nossas experiências, levando assim à criação dopatrimónio R~evolucionário de toda a humanidade.E necessário aprender de outros povos a sua históriana medida em que dela comprendemos que existe uma relação no combate geralcontra a exploração do homem pelo homem, pela edificação de uma sociedadenova ejusta.Na fase actual em que o Povo Moçambicano caminha para a sua independência,torna-se mais necessária esta solidariedade para um melhor enriquecimento nocampo cultural, científico, material e ideológico.1. Campo cuturalNeste campo concretizar o intercâmbio através de:a) Música, dança, teatro, poesia, contos, artes plásticas.cinema, arquitectura, etc.b) Desporto.c) Estudo etnológico.QUE SE REALIZE A NIVEL INTERNACIONAL:a) Exposições: b) Seminários,c) Viaogens de estudo.,2. Campo cientificoa) Troca de experiénclas científicas.3. Campo materiala) Apoio t6cnico e .con6mico aos Movimentos de LIbtaça paíeo organizaçõea prores~Ja«.A fORÇA 1DO POVO !C STA M

4. Cwnpo da solidariedadea) Expressão de solidariedade para com as vitórias dospovos oprimidos na sua luta justa:b) Comemorações de datas históricas importantes na lutados povos progressistas do mundo.Finalmente a Reunião de Mocuba:Saúda a República da Guiné-Bissau e a luta do seuPovo pela unificação nacional Iísob a direcção davanguarda revolucionária, o PAIGC.Saúda o Povo Angolano, pela primeira vez governadopelos seus representantes, na caminhada vitoriosa para a independência nacional,e em particular os camaradas do M. P. L. A. que em 4 de Fevereiro de 1961iniciaram o processo de libertação que agoraestá em vias de se concretizar.Exprime solidariedade 'para com os povos da ÁfricaAustral que, como nós, lutam contra o imperialismo e em especial os quecombatem, de armas na mão, como o povo do ZIMBABWE unificado no A. N.C., o povo da NAMIBIA representado pela SWAPO e o

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povo-da Africa do Sul sob a direcção da A. N. C.Regozija-se com as vitórias dos Povos Africanos noseu permanente combate contra o neo-colonialismo e o imperialismo, pelaconsolidação aa independência integral é unidade do nosso Continente. Essasvitórias criam condições favoráveis para a nossa vitóriatotal.Saúda os povos da TANZANIA e ZAMBIA, os seusPartidos TANU e UNIP e os seus goyernos, chefiados pelo Presidente JULIUSNYERERE e Presidente KENNETH KAUNDA que, em condicões extrema-povos da GUINÉ, CONGO e ZAIRE, que igualmente contribuíram para o sucessoda luta contra o colonialismo português.Congratula-se com o povo português que, sob a direcçãodas forças democráticas e progressistas, derrubaram o aparelho de Estado fascista.A sua atitude patriótica encoraja-nos na nossa luta e reforça os laços de amizade esolidariedade entre o Povo Moçambicano e o Povo Português.Apoia a luta dos povos árabes e da Palestina, contraa agressão sionista e à ilegítima ocupação do território palestiniano.Solidariza-se com a longa luta dos povos da Indochina-Vietname, Laos e Camboja- cujas vitórias continuam a constituir um exemplopara todos os povos oprimidos. A sua luta demonstra que o imperialismo, mesmoquando presente com o seu poder militar mais forte e cruel, não pode vencer a lutapopular organizada e consciente.Congratula-se com as vitórias alcançadas pelos nossosaliados naturais, os países socialistas, na sua luta pela criação de uma sociedadenova e de um homem novo e salienta a elevada noção do dever internacionalista ecaracteriza a sua acção.Sauda a luta das forças progressistas dos países capitalistas pela libertação dasclasses trabalhadoras e o fim da exploração do homem pelo homem e destaca oimportante contributo dado à nossa vitória. Saúda enfim a luta dos trabalhadoresde todo o mundo pela sua liberdade, contra todas as formas de opressãoimperialista.,ENDnNCIA OU5d

IDADES OMITÉnRO CENTRALITRODUÇÃOPara melhor compreender as qualidades que um membro do Comité Central devepossuir é necessário começarmos por falar das qualidades que um militante daFRELIMO em geral deve reunir, porque o membro do Comité Central é antes demais nada um militante da FRELIMO.

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No passado, a FRELIMO seguiu a característica de muitos movimentosnacionalistas de África e em esPecial da Africa Oriental e Austral onde nós nosencontramos, em que o movimento era constituído pelo total das massas do povoque aderiam por uma simPles compra de cartão. Aos chamados militantes doPartido não. eram exigias qua-lidades especiais Quanto muito eram obrigados a possuir um cartão, pagar asquotas e aceitar a palavra de ordem mais geral da organização.Mas desde que na FRELIMO as nossas tarefas directas, tais como a luta armada,exigem a olservância de uma disciplina da Organização, toma-se necessáriocaracterizar um militante e exigir dele o cumprimento de deveres estabelecidos.Assim se diferencia o militante do resto das massas do povo que apenas apoiam aOrganização sem no en-. tanto se submeterem à disciplina desta.Contudo, as massas populares é que são o apoio da FRELIMO, são o reservatõriode mlitants para a Organização. Da mobilização e educação das massas vãoaparecendo dia apósdia os militantes que Ingressam nas fileiras da Organização. Então o que é omilitante da FRELIMO?1- Militante é aquele que estando afecto às tarefas da Revolução Moçambicanadirigida pela FRELIMO, e cumprindo os seus deveres estatutãrios:- Tem a consciência de responsabilidade perante si, perante as massas e perante aOrganização, como indivíduo e como homem da colectividade.- Tem espírito de iniciativa.- Adquire qualidades novas.- Tem o espírito de camaradagem.- Segue os princípios e alinha política da FRE.LIMO.- Põe em prática o programa e decisões d aFRELIMO.- Defende a FRELIMOmesmo à custa de sacrifícios.-É. servidor das massas,e sacrifica-se pela maioria.- Procura superar todasa dificuldades e sacrifica-se pelo bom cumprimento do seu dever, agindo compaciênciae perseverança.- Sabe respeitar-se e respeitar os seus camaradas superiores e inferiores.-Sabe ser tolerante.Ouve os críticos e censuras com calma e vontade de se emendar.OaoU E¸ALU

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c

arÃ'*',.14-2--Faz autocrítica e critica com o fim de construir.-Combate todas asideias tendenciosas tais como tribalismo, regionalismo e individualismo.-Combate o grupismo, aintriga, o nepotismo eo racismo.-O militante possui educação e consciência revolucionárias e s t ando assim àaltura das suas r e s p o n sabilidades. O militante da FRELIMO precisa de teruma consciência de responsabilidade perante si e perante a Revolução e deve-sedistinguir pelas suas virtudes revolucionárias.A nossa luta mostrou-noS que os Indivíduos que não têm estas qualidades de ummilitante e que não fazem nenhum esforço para as adquirir ou acabam por serultrapassados pela Revolução e começam a sentir-sedesprezados ou esquecidos pelos restantes camaradas e vivem isolados, oudesertam das filas da luta. Por outro lado, o desinteresse, isto é, quando umcamarada não se sente responsável pelo trabalho que está a executar, pela boadirecção do seu trabalho e da organização, nasce o: espírito burocrata, espíritocontrário à Revolução.2 - A primeira característica de um militante da FRELIMO é, por definição, estarafectado às tarefas da R e v o 1 u ç ã o Moçambicana. Esta exigência necessita deser bem observada porque por vezes encontramos moçambicanos que procurandoganhar os benefícios da Revolução, q u a n d o lhes convém, deturpam osignificado desta exigência. Há indivíduos que mesmo trabalhando para ganhar asua vida individual (empregados com salários), acham que estão afectados àstarefas da Revolução quandoencontram qualquer ligação entre o seu trabalho e a Revolução, mesmo quandonão se submetem às ordens da FRELIMO. Até alguns há que procuram obter taisempregos usando o nome da Revolução. Estes indivíduos muitas vezes nãoprosseguem a sua militância logo que' percam os proveitos materiais que isso lhesdá, Estes indivíduos não estão de modo algum afectados às tarefas daRevolução.Contudo, o facto de um indivíduo estar empregádo e ser remunerado, nãosignifica que esse Indivíduo não possa estar afectado ao mesmo tempo às tarefasrevolucionárias.* Mas só poderá ser militante se a sua remuneração não écondição para executar tais tarefas, isto é, quando não tem medo de que se deixarde executar aquelas tarefas perde o emprego e por conseouência o salário.Para a execução dos trabalhos revolucionários hácondições mínimas que se devem satisfazer.

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O militante como qualquer ser humano precisa de comer, vestir-se, deslocar-se,etc. Muitas vezes é necessário dar-se um subsidio material ao militante para asatisfação dessas condições mínimas e para o uso deles na execução do trabalho.Este é por exemplo o caso le um estudante consciente que sabe que a bolsa deestudos não é um meio de fazer fortuna, não é um luxo, nem privilégio mas simum meio para satisfação das necessidades impostas pela sua tarefa Revolucionáriaespecífica, que neste caso é estudar para bem servir o povo e a Organização.Estar afectado a um trahqlho revolliinnirnrio sinfica estar afectado no trabnlhoque lhe é designado pela Organizacão Revolucionária (a FRELIMO), mastambém significa executar esse trabalho apenas para o bem da Revolução e nãoler-~, 1 - 1 IK ~_~ __~~~A

Ter,1e so disco e cultura cultuira e liberdade41liberdade de escolhera mQsicciautênlticaemdiscos fabricadospela 4kTealCompanhiade díseos8 de ioçanabqu, Ldã.AV DAõS INDÚSTRtAS, TAÃ N*409 *TELEIF 752309 *Ç.POSAJ 2828 *MACHAVA

para os interesses pessoais. Dissémos trabalho que lhe é designado pelaFRELIMO, e é o que é mais importante, mas não nos esquecemos que sãoigualmente dignos de respeito como militantes aqueles que militam por iniciativaprópria quando não possam estar em contacto directo com a Organização. Hácasos em que militantes surgem em vários lugares do pais executando tarefasindividuaisou colectivas com sentido de responsabilidade revolucionária tal como setivessem sido encarregados pela Organização de as executar. Muitos destesconhecem os objectivos da Organização através dos meios de propaganda quenão exigem contacto directo entre a Organização e o indivíduo e realizam assuas tarefas por iniciativa própria. Outros são os que encontrando-se nos camposde con-centração, nas prisões, etc., conhecendo já a FRELIMO, tendo já militado naFRELIMO, executam tarefas revolucionárias lá mesmo sem no entanto terem sidodes i g n a d o s especificamente pelo partido. Esses t o d o s são igualmentemilitantes.A designação das tarefas revolucionárias é feita conforme as capacidades domilitante e conforme as necessidades de trabalho.Sucede muitas vezes quecamaradas aceitam certatarefas- para justificarem permanência em determi nadolugar confortável ond podem levar uma vida fácil Executam a tarefa sob cordição. Por isso, o estar afec tado a uma tarefa revolu cionária não é só por si su

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ficiente para determinar ( militante. Não basta ter ca pacidade técnica que o habilite a aderir a uma tarefk específica. É necessário tei as qualidades acima enumeradas além de ter outrai qualidades morais exigida pelo senso comum.Achamos conveniente ela borar um pouco sobre aI gums aspectos destas qualidades.1 - Consciência de res ponsabilidade individual E colectiva. Ter consciênci deresponsabilidade, signi fica que o indivíduo sabE avaliar a tarefa que lhe (incumbida e cumpri-la dE forma a satisfazer as neces sidades para as quais aquela missão foi dada. Signi fica ao mesmo tempo sabei cumprir a sua tarefa dentrcdo espírito dos princípio da Organização .O militante ao executai a sua tarefa tem em pre sença o sentido do resul tado dassuas acções.O militante deve ter cons ciência de responsabilidade tanto individualmente com(colectivamente.Individualmente, o mili tante tem a preocupação d< cumprir bem o seu dever defazer bem o trabalho 0 tem satisfação quando consegue.Colectivamente o militaR te faz todo o possível pa tornar num sucesso o tra balhoda colectividade en que participa. Não bastý que um indivíduo faça ber a parteque lhe foi indicada É necessário sentir-se re ponsável pelo trabalho d< conjunto.Deve' consideral que o seu trabalho não ten valor quando o trabalho dl conjuntonão tem sucesso Toma os fracassos do con junto como seus fracaso individuais eprocura corr gir os erros e melhorar trabalho.Um militante deve prec cupar-se em fazer bem trabalho, e trabalhar o mal quepode por compreensw da necessidade disso, pel consciência de que está fazer umtrabalho revol1 ciofiário e nunca porque 0 seus superiores o vão lo var, ou pormedo de se punido em caso de má exO cucão.Quando, por exemplo, c1 maradas no exército ao fI zerem o reconheciment o.J,'

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uma posição inimiga recolhem somente as informações capazes de justificar aapresentação de um relatório ao chefe, não estão a f a z e r esforço necessário para

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satisfazer as necessidades para que a sua tarefa foi traçada. Estes camaradas nãotêm espírito de responsabilidade.Espírito de responsabli. dade inclui os métodos uti-lizados para a execução das tarefas. Não é permissível o uso de métodos imoraisou de corrupção para a realização da missão, especialmente quando isso possatrazer conseqüências desastrosas a missões futuras ou a missões realizadas poroutros militares ou a tarefa geral da colectividade. A responsabilidade individual,também diz respeitoà sua conduta ou à conduta da colectividade. Os camaradas que não medem asconsequências que o seu comportamento pode t e r sobre a colectividade sãoirresponsáveis. São irresponsáveis também os camaradas que não se interessampelo bom encaminhamento dos seus camaradas ou pela conserva-ção do moral comba destes.O militante da FRELI nunca deve contentar-se ver os outros a proce mal sóporqué isso o c, ca .a ele «que proce bem» em lugar de desta, perante ossuperiores. Em suma, um milita tem o espírito de respoi bilidade quando individmente age para atingir

Objectivos da colectividade, Utilizando métodos correctos conforme os princípiosda Organização, assumindo a culpabilidade de todos os erros individuais ecolectivos e preocupa-se pela sua correcção.2- o militante segue os Princípios e a linha politica da FRELIMO, põe em Práticao programa e deci-sões da FRELIMO e-defende-os mesmo à custa de grandes sacrifícios, usando oespírito de iniciativa.Ter uma forte convicção política é o escudo que defende o militante da vacilação.Para tal o militante preocupa-se pelo estudo dos princípios e linha política queguiam a Organização e procura confinar as suas acções a eles. Sem convic-ção política forte, sem uma educação política constante, um Individuo nunca podeser um bom militante da FRELIMO porque não pode defender os interesses daFRELIMO. É . exemplo desta falta de convicção aqueles que quando são presospelo inimigo revelam os segredos, traindo os iríteresses da maioria à mínimaameaça.Um indivíduo que se diz membro da FRELIMO, se não estuda os princípios e osobjectivos da FRELIMO deixa-se apenas guiar pelos seus próprios princípios epensa que estes são os únicos princípios correctos Não os alia às causas daformação da Organização nem ao programa desta porque não os conhece.Com efeito, a FRELIMO tem uma causa que a fez existir - a vontade do povoMoçambicano de se libertar do jugo colonialista.A FRELIMO tem um fim a atingir e traçou um programa. Para alcançar os seusobjectivos, a FRELIMO age segundo um plano de acção e segundo certas normas.É pois necessário conhecer estas normas e contribuir para o seu aperteiçoamento esegui-las.Os camaradas que querem seguir somente as normas concebidas por eles e julgamtudo segundo os seus pontos de vista, não podem ser militantes da FRELIMO.

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Os princípios da FRELI. MO devem ser seguidos por todos os militantes, semmurmúrios, e devem na base deles pôr em prática da melhor maneira possível oprograma da FRELIMO.Os princípios da FRELIMO são baseados na vontade popular, eles baseiam-se nahistória da sociedade Moçambicana e na evolução histórica das forçasprogressistas do mundo in. teiro.Desta maneira estes princípios não são individuais e não pertencem a um grupoisolado. Por isso eles não podem ser alterados por vontades individuais ou porforças de pequena convicção revolucionária.É por isso que o militante da FRELIMO não pode hesitar em seguir osprincípios da FRELIMO. Antes pelo contrário, defende-os a todo o custo epropaga-os.O programa da FRELIMO corresponde aos objectivos-que a Organização pretende atingir, indica os passos a seguir para- alcançar taisobjectivos e apoia-se nos princípios revolucio n á r i o s da Organização. Oprograma deve ser posto em prática por todos os militantes da FRELIMO. Paratal, devem ser seguidas instruções de órgãos de execução da Organização.Para a realização do programa, é necessário seguir normas de trabalho quecorrespondem às etapas da luta.As etapas da luta, por vezes, exigem que as regras sejam modificadas, permi-

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VILA PERY BEIRA NAMPULA

tindo-se assim a modificação dos métodos de acção. E:stas modificações sãofeitas através dos órgãos de direcção do partido, dentro do princípio docentralismo democrático.Dentro deste principio, todas as opiniões dos membros activos da Organizaçãosão respeitadas, tomadas em consideração para a orientação, a direcção daOrganização. É por isso que as decisões dos órgãos superiores devem serobedecidas, porque contêm em si as opiniões dos membros activos e as conciliamcom os objectivos a atingir e a fase de luta.As opiniões individuais podem muitas vezes representar as soluções ideais paraos problemas, mas que elas não correspondam àquelas soluções adequadas aomomento e que tomem em consideração as opiniões gerais.A direcção não só deve ouvir as opiniões dos membros mas também 'deve estudá-las, corrigi-las para as adaptar às necessidades reais e práticas da luta ao mesmotempo que as coloca dentro dos princípios gerais revolucionários da Organização.Pode ser que um ou outro órgão da FRELIMO cometa erros. Pode ser que um ououtro camarada cometa erros na direcção ou no cumprimento dos seus deveres.Na FRELIMO a correcção dos erros politicos faz-se pela critica e autocrítica. Masé necessário saber que esta critica é feita dentro das estruturas da FRELIMOsempre no sentido construtivo.Não é na rua ou no ar que se faz a critica e autocrítica. Este principio só é válidono selo das estruturas da FRELIMO e quando é conscientemente utilizado pormilitantes activos.Há camaradas que pensam que o facto de a aderência à Organização ser um actovoluntário, só podem obedecer às decisões quando lhes aprouver, segundo os seuscaprichos. Pensam que não devem pôr em prática as decisões que não seguiamtotalmente ou parcialmente as suas opiniões. Esses comaradas es. tão errados.Devemos tornar claro que a voluntariedade da aderência à Organização significa aaceitação total dos princípios e programa da FRELIMO por vontade própria.Significa também o, com-. Promisso voluntário de seguir esses princípios&, deassegurar a integridade da Organização, e* pôr em prá-tica diariameníe o programa da FRELIMO. Por isso não sepode deixar deexecutar as decisões dos órgãos da FRELIMO sem se ser traidor à causarevolucionária.... A reprovação das atitudes ou decisões de um órgão ou de umresponsável superior por parte de um militante, não pode nunca justificar adesobediência. A critica construtiva é a> única forma de expressão válida pelaqual um militante pode condenar as decisões de um órgão ou responsãvel daFRELIMO. Não' se deve, ; como 4alguns, dos nossos camaradas o fazem,confundir a calúnia ,e o detcrédito lançados contra os dirigentes, ou rtra osôrglã0os Superiore cOm acri'tica construtiva.A calúnia e o descrédito, têm corno efeito, a destruição dos camaradas calunia:dos e muitas vezes ý faz-se. fora das estruturas da Or-. ganiza«o, impedindogeralmente o camarada a quem se refere de conhecer o que se diz dele paradepois o apresentarem como um elemento mau. Mas quando estes caluniadoressão apanhados em flagrante, costumam esconder-se por detrás da cortina da

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critica. Acham que têm direito de criticar, e que criticar significa apenas enumeraros males do dirigente ou de qualquer outro camarada. Geralmente estes espíritosconfusos não apresentam nenhuma solução aos problemas. Não ajudam ocamarada de qUe falam, a corrigir-se.Não os apresentam às soluções alternativas. Quando por vezes o fazem saem dosprincípios da FRELIMO. Apresentam soluções q u e vão mesmo contra osprincípios da FRELIMO. Muitos fazem este género de «critica» quando não estãodispostos a executar uma tarefa. Chegam multas vezes a procurar apoio emgrupos, por meio de uma propaganda falsa baseada em rumores e intrigas. Destamaneira vão destruindo a própria Organizaçâo, até que, por fim, se achamrejeitados pela própria revolução, da qual traem os princípios. Assim desertam, eentregam-se ao inimigo, ou criam grupos ,dvisionistas por vezes com nome dePartido, Conselho, União ouMovimento.O Militante da FRELIMOpara bem executar as tarefas, para bem realizar o programa da FRELIMO eexecutar as decisões da Organização, usa de iniciativa.Mas o uso de iniciativa não é uma çoncessão de direitode o militante mudar os princípios da Organização. Por vezes é difícil realizaruma tarefa dentro dos princípios da FRELIMO. Não é desculpável um militanteque descure os princípios da FRELIMO para facilitar a execução de uma tarefa. Oespírito de Iniciativa não significa liberdade de fazer valer os seus princípiosindividuais quando se encontra sozinho, fora do controle dos outros camaradas.Espírito de iniciativa, significa saber escolher os métodos e meios adequados paraa realização das tarefas incumbidas. Quando um camarada recebe instruções decomo executar uma tarefa não deve correr a modificar essas instruções sem quetenha chegado à conclusão concreta da sua impraticabilidade.Mas deve sempre procurar encontrar soluções para a realização das suastarefas, quando longe da voz de comando superior, constata que as instruçõesrecebidas são inadequadas à situação concreta. O espírito de iniciativa implica osaber responsabilizar-se pelas acções cometidas e pelas decisões tomadas. Multasvezes, camaradas não tomam Iniciativa na solução de problemas porque têmmedo de se responsabilizar e deixam as coisas por vezes estragar-seirreparavelmente. Para justificar, dizem que não têm ordens superiores, mesmoque vejam que a decisão imediata é indispensável. Assim demonstram o seuespírito burocrata e falta de responsabilidade.Para se manter a passo com o progresso da Revolução, o militante deveconstantemente preocupar-se em refazer as suas qualidades de militante. Deveadquirir atributos n o vo s que o permitam estar com uma predisposição adequadanra execução das tarefas revolucionárias de acordo com as novas exigências daluta.Estas qualidades novas que incluem a educação do sentido de coragem, dodesprezo de si próprio em beneficio da maioria, maior atenção p e lo s problemasdas massas, o espírito de camaradagem, etc., são cria. das pela participação activaem todas as actividades da Organização e pelo estudo constante dos problemasnacionais e internacionais que interessam à luta de libertação nacional.

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3 - Espírito de camaradagem.O espírito de camaradagem faz aparecer os cama-radas, aqueles que com preendem e têm fé nos nossos ideais e os realizamconnosco de uma forma ou de outra, dentro de uma firme convicção políticaobjectiva.É útil falarmos um pouco desta característica. A nossa luta exige que todosestejamos unidos para podermos combater com eficácia. É necessário, que se crieuma confiança mútua entre os camaradas, permitindo assim uma maioraproximação e unidade tanto na acção, como na ideia. Sem confiança mútua, osmilitantes têm tendência a criar preconceitos uns nos outros e a repulsar quaisquerpontos de vista de seusý camaradas mesmo que estes sejam construtivos.A confiança mútua, além de permitir a aplicação do principio de critica eautocrítica, cria o espírito de camaradagem.O espírito de camaradagem cria-se no trabalho colectivo onde aprendemos aconhecer a maneira de agir de cada um, a sua maneira de pensar, e descobrimosos talentos e os seus efeitos. Aproveitamos os talentos uns dos outros paramelhorarmos os nossos conhecimentos e as nossas qualidades combativas.Corrigimos os nossos erros e ajudamos os nossos camaradas a corrigir os seus.Trabalhando colectivamente, aprendemos a conhecer as intenções uns dos outrose os seus ideais. Os mais lúcidos ajudam deuma maneira 'ou de outra os menos lúcidos.Os de ideias mais progressistas convidam os menos progressistas e procuramcriar em todos a mesma fé inabalável na causa justa da luta que travamos. Oespírito de camaradagem, repetimos, faz aparecer os camaradas, aqueles quecompreendem e têm fé nos nossos ideais e realizam connosco de uma forma ou deoutra dentro de uma firme convicção política objectiva.Quando existe verdadeiramente um espírito de camaradagem cada militantereconhece que o seu camarada é um elemento que contribui directamente para otriunfo da causa comum. Por isso, todos preocupam-se pelo melhoramento dasqualidades uns dos outros e em exigir um do outro um comportamento exemplarna reali.ação0das suas tarefas e interessam-se pela saúde dos seus camaradas. Osmilitantes da FRELIMO devem ser exemiplares às massas populares não sópelas palavras mas também

pela acção. O militante deve reflectir os bons alvos da FRELIMO perante asmassas.Os militantes da FRELIMO devem tratar-se com simplicidade dentro de respeitoe disciplina da Organização, devem ser sinceros e honestos uns para com osoutros e para com as massas populares.Merece aqui vermos em algumas linhas o que significa ser sincero. Quando se diza uma pessoa, é-se sincero. Mas não basta isso para tomar esta sinceridade no quetem de bom como qualidade. É necessário entrarmos em linha de conta com asintenções do que se diz. Não se diz uma verdade a não importa quem, só peloprazer de conquistar a reputação de sincero. Tudo o que se diz tem uma causa eum efeito. A causa pode ser subjectiva ou objectiva e pode dar bons efeitos oumaus efeitos para a Organização. É a análise desses efeitos que deve dar ao

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militante a alegria de ter sido sincero quando resultam positivos. A nossaOrganização está cheia de segredos que muitos camaradas divulgam só porquequerem ser «sinceros» e não medem os perigos que isso traz à Revolução.A honestidade e a sinceridade não só diz respeito ao que se diz. Diz tambémrespeito ao que se faz. Um militante quando executa uma tarefa, por vezesexecuta-a bem e perfeitamente, mas no fundo recente tê-lofeito porque não satisfaz os seus intereses pessoais. Executa-a porque tem receiode ser criticado. Este militante não está sendo honesto. Como dissemos, ummilitante deve executar um trabalho convencido do valor que tem para aRevolução e não no valor que ele pessoalmente dá ao trabalho.4 -Espírito unitário.A unidade é a arma fundamental na nossa luta contra o colonialismo e naconstrução do nosso pais.Muitos há que repetem estas palavras várias vezes mas sem convicção devido àfalta de fundamentação correcta do conceito de unidade. Falta-lhes dar o devidovalor à unidade nacional. Pensam que a tribo deve ainda ser a base da nossaNação. Pensam que a Nação deve ser apenas um agregado de tribos. Sabendo queesta maneira de pensar não é correcta, utilizam-na apenas para aproveitar àsreminiscências de sentimentos tribais, às reminiscências do orgulho ou poderio decertas tribos sobre as outras para ganhar um apoio às suas ideias políticasreaccionárias. Ora nós sabemos que a Organização tribal é uma forma caduca deOrganização social que no momento presente em que vivemos impede oprogresso, porque impede a expansão das relações humanas por todo o nosso pais.A tribo, num mundo de grande desenvol.vimento industrial, agrícola e pecuário, em que potências imperialistas se lançamna rapina das colónias, já deixou de ser uma forma organizacional de defesa e dedesenvolvimento económico e cultural. É uma forma retrógrada que favorece adominação e a exploração das próprias tribos e da naçao.É neste sentido que o militante da FRELIMO deve repudiar o tribalismo' efortalecer o seu espírito unitário.Estamos certos que se o colonialismo não tivesse imposto a separação geográficaforçada, o processo natural de assimilação social e cultural que estava tomandolugar em toda a Africa Austral teria resultado na fusão dos diferentes gruposétnicos num único povo, escreve o Dr. Eduardo C. Mondlane, Presidente daFRELIMO. Isto é verdade para toda a África Austral em conjunto; mas interessa-nos neste momento notar isto no nosso pais, onde «as relações económicas delonga data entre os vários grupos étnicos Moçambicanos facilitaram o intercâmbiocultural que continua até hoje e em ... todo o co!ltacto social (casamentos inter-tribais, fusões forçadas por conquista, etc.) deu como resultado uma mistura efusão de usos e costumes».É fácil ver que o tribalsmo é apenas fomentado como um jogo político, comodissemos, por reaccio-nários. O nosso President Dr. Eduardo C. Mondlan deixou-nos escritas páginivalorosas sobre este ter que vale a pena reproduz para que o militante cFRELIMO possa compree der melhor o que deve cor bater do tribalismo e po quê.

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«A facilidade relativa coi que os portugueses conqui taram e controlaram mi taspartes do nosso pa desde o século XVI, a co quista do sul de Moçamt que desde oséculo passac e a imposição da sua aut ridade até Setembro de 196 foram emgrande medic devidas às divisões triba e étnicas do nosso povo. C portuguesescientes das co: tradições culturais e hist, ricas entre nós, utilizaralí-nas, manobrando uma ti bo contra outra. Assim, p la política de dividir e rý narconseguiram destrui sistematicamente o noss poder político e conquistE todo opaís. Enfrentado coi esta táctica tipicamente iri perialista, o nosso povo nã soubedefender-se, e só re giu contra o inimigo ei grupos isolados.» «H ouve contra-ataque contra os portugueses ei várias regiões, mas fracm saram porque, cada forçde resistência era uma fo ça local, inspirada e lança da isoladamente - faltam-nos ainda a consciência iu cional. Enquanto os porti gueses nos oprimiam a t<dos igualmente, enquant os colonialistas nos expli ravam a todos sem distq

4;,NO NASCIMENTO DO NOSSO PAÍS INDEPENDENTE, REITERAMOS ANOSSA VONTADE DE PARTICIPAR NO DESENVOLVIMENTO DE UMMOÇAMBIQUE NOVO < PARA TODOS OS MOÇAMBICANOS.UNIAO COMERCIAL DE MOCAMBIQUEL. MARQUES e BEIRA a QUELIMANE *TETE

PENDRAY, SOUSA & CIA. LDA.LOURENÇO MARQUES-BEIRA- QUELIMANE -NAMPULA-MAXIXEV.CABRAL-TETE-VILA PERYAGÊNCIAS MODERhLOURENÇO MARQUES-BEIRA==eUA=eeEEe 1========e a SERVINOO OIAS, LDA.

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SENCA A ASUL O DO MNBIQUEI

ção, enquanto os europeus os escravizavam a todos, 0ós, Africanos, sofríamosseparamente e reagíamos isoladamente.»«Levou-nos longo tempo para compreendermos que s carga pesada da escravaturaque oprimia a cada uni de nós, era a mesma. Levou-nos muitos anos para aprenderque sem nos unirmos primeiro, e agirmos contra os opressores, nunca estaríamoslivres. Esta lição aprendêmo-la através da experiência de muitos séculos desofrimento sob o jugo do colonialismo português. Foi uma lição aprendida à custade muito sangue, nos campos de concentração, nas plantações, onde nós éramosforçados a trabalhar juntos e onde as nossas costas eram tatuadas comchicotadas; nas prisões onde milhares dos nossos irmãos morreram, em muitoscasos somente porque não poderam pagar um dos Impostos; na administraçãoonde nós sofremos juntos as palmatoadas da viciosa palmatória perfurada.Aquelesque tiveram que se alistar como trabalhadores comprados noutros países,aprenderam a lição da unidade, suando e sufocando juntos nas profundas minas deouro da frica do Sul, nas plantações de açúcar do Natal, nas plantações de tabacoda Rodésia ou nas quintas dos colonialistas boers e britânicos no Transvaal.Levou-nos muito tempo e muito sofrimento para nós, Moçam'bicanos,aprendermos a lição da unidade nacional. Se nós tivessemos compreendido maiscedo a necessidade da unidade nacional contra os portugueses, não teriam si. ocapazes de derrotar as forças de Gungunhana nos fins do século passado; a guerrade Makombe em Tete, teria sido o inicio da luta de libertação nacional; e omassacre de Mueda em 16 de Junho de 1960 não tel1ia sido tão fácil.» Aquivemos quão perigosa é a divisão, seja ela tribal ou regional. O PresidenteMondlane continuou dizendo-nos qual é a linha a seguir no que se refere àconsideração dos grupos étnicos de Moçambique.«A FRELIMO é uma Organização nacionalista política com membros de todas aspartes de Moçambique. Portanto reconhece a existéncia de tribos ou de gruPosétnicos. A Nação Moçambicana, como a maior Parte das nações do mundo écomposta de gentes com diferentes tradições e culturas, mas unidos pela mes-ma experiência histórica e os mesmos fins políticos, económicos e sociais,empenhados na mesma tarefa sagrada, lutar pela sua libertação.»Isto explica-nos que a tribo e o grupo étnico se bem. que tenoam existência real,já não são entidades políticas nem económicas nem sociais. A história já uniu osseus interesses n e s t e s campos.«No passado, os portugueses aproveitaram-se das di. visões naturais que separama população de uma região de outra ou de um grupo cultural de outro. Utilizaramo antagonismo tradicional entre as tribos para alcançar os seus objecti. vos.»«Hoje, a FRELIMO está empenhada na tarefa de unir o povo contra os invasores,transformando as energias acumuladas durante séculos de separação im. postaspelo colonialismo, numa força invencível contra o inimigo comum, uti-lizando ostalentos de cada tribo para o sucesso da luta.»Portanto a tribo já não guarda os seus talentos para si, a tribo serve a nação, já nãohá razão de antagonismo tribal. E torna-se mais forte que se a tribo é umarealidade, o tribalismo não é senão uma manobra política reaccionária.

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A FRELIMO está criando uma nação que se está libertando a si própria do jugoportuguês. «A luta de libertação nacional é ela própria um processo de criaçãode uma nova realidade». Enquanto o nosso passado era caracterizado por divisõeslinguísticas, culturais e históricas, o nosso futuro estd sendo estabelecido embases de unidade. A nossa Organização política é una, tal como é una a nossaforça militar; nós temos uma estrutura administrativa única, que estáestabelecendo as bases da nossa economia e ordem social.«Os elementos positivos da nossa vida cultural, tais como as nossas formas váriasde expressão linguística, a nossa música e danças, as Idiocincranias regionais nonascimento, no crescimento, no amor e na morte, continuarão a florescer e aembelezar a vida da nossa nação depois da independência. Não há portantoantagonismo entre a existência de um número de grupos étnicos e a UnidadeNacional. Nós lutamos juntos; juntos reconstrui. mos o nosso pais, criando umanova realidade, um no-vo Moçambique unido e livre.»Esta última frase indica-nos que não basta um militante falar de unidade oudesejá-la para se dizer que ele tem o espírito de unidade Nacional. É necessárioque participe nh luta comum, e no trabalho comum de reconstrução, assimdemonstrando o seu espírito unitário na ideia, isto é, nos princípios e na linháorientadora e na acção da nossa luta.É com esta compreensão que um militante deve saber dar valor aos valores, aoselementos p0ositivos da tribo e' do grupo étnico, ou se quisermos, -da região ouprovíncia, mas combatendo firmemente qualquer atitude divisionista, seja ela decarácter tribalista, seja ela de' carácter regionalista.Os outros aspectos do espírito unitário, vimo-los quando falámos daresponsabilidade colectiva e quando falámos da camaradagem. Achamos que nãovale a pena repeti-los.5-O militante combate o racismo.O racismo é uma política de negação do direito de igualdade étnica, social epolítica de uma raça por parte de outra. Seja el4 de que direcção for, do negropara o branco ou do branco para o negro, o racismo é uma política reaccionária,de opressão e exploração do homem pelo homem.Se bem que a maior parte dos colonizadores são brancos e os colonizados sãonegros em Moçambique, não devemos perder de vista que a nossa luta não écontra o homem em si por ser branco, mas sim contra o sistema de colonização. Oresponsável da opressão que sofremos não é a cor do homem. O responsável é osistema económico, social e político, defendido pelo homem contra o qualestamos a lutar. Nós matamos o homem branco na medida em que ele defende aopressão e exploração no nosso pais. Da mesma maneira matamos um negro quedefende a opressão e exploração do nosso pais.No mundo houve e há brancos que colonizaram outros brancos. Estes lutaramcontra os colonizadores. Se negros colonizassem outros negros, uma luta entre siseria inevitável. Além disso temos a notar que entre os nossos aliados contamoscom brancos, mesmo de Portugal; que combatem o colonialismo Português. Poroutro lado entre os nossos inimigos, contamos com ne-141

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Lgros mesmo de Moçambique que combatem voluntária e activamente contra alibertação de Mogambi que. É por estas razões que o militante da FRELIMOrepulsa o racismo.Pensamos que seria impossível descrever todo o comportamento de um militanteda FRELIMO pois que falamos sempre na flexibilidade, na criação de qualidadesnovas. Há limite no melhoramento das qualidades de um militante, masesperamos ter indicado a s características mais importantes.CONCLUSAOÉ dos militantes que realizam de uma maneira mais saliente estas qualidades .domilitante, que se devem escolher os membros que devem dirigir a Organização eem particular os membros do Comité Central. O membro do Comité Central devevir das fileiras da luta. O membro do Comité Central deve distinguir-se pela suadevoção à luta de Libertação Nacional, pelo abandono de si próprio para entregar-se à luta e para servir os interesses do povo. É pela maneira como ele interpreta apolítica da FRELIMO, e pela maneira como ele respeita e faz respeitar asestruturas da Organização, que se salienta o membro do Comité Central.Além de conceber as qualidades de um militante da FRELIMO, o membro doComité Central deve ser capaz de conhecer a estratégia da FRELIMO, saberadaptá-la às condições, realizar as tarefas com flexibilidade. Deve ser capaz deconceber e dar valor à unidade e àquilo que beneficia o nosso povo e ensiná-lo aonosso povo e aos militantes. Deve saber distinguir o inimigo da nossa Revoluçãoem todas as fases.Em suma, o membro do Comité Central deve ser capaz não só de possuir,conceber e realizar as qualidades e os deveres do militante em geral, mas tambémensinar, interpretar a política da FRELIMO perante o Povo e as unidades, dirigiro povo e os restantes militantes. O critério para a escolha dos membros do ComitéCentral não deve ser a instrução, a antiguidade na Organização, a tribo, provinciaou região. Cada membro do Comité Central deve representar no Comité Central,na Organização e no mundo, os interesses de toda a Nação e não de um grupo emparticular.

26VEntra em vigor às zero horas do dia 25 de Junho de 1975, a Lei da Nacionalidade,cujo projecto já se encontra elaborado.É o seguinte o texto integral do Proiecto da Lei da Nacionalidade:Da nacionalidade origináriaArtigo 1.o - 1. São Moçambicanos, desde que hajam nascido em Moçambique:a) Os filhos de pai ou mãe nascidos emMoçambique;b) Os filhos de pais apátridas, de nacionalid a de desconhecidaou incógnita;c) Os que tiverem domicílio em Moçambique à data da independência;d) Os que vierem estabelecer domicílio, n o pais até um ano após aIndependência. O Presidente da República poderá em casos devidamente jus-

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tificados conceder i nacionalidade or i g i nária mesmo depoi: de decorrido e s tprazo.2. Os indivíduos referidos na alínea c) do número anterior, quando filhos de pai emãe estrangeiros, não terão a nacionalidade moçambicana se declararem, por sisendo maiores de 18 anos, ou pelos seus legais representantes sendo menoresdaquela idade, que não querem ser, Moçambicanos.3. O prazo para a declaração referida no número anterior é de 60 dias e conta-se apartir da data da proclamação da independência.Art. 2.* - 1. São 'Moçam"bicanos, todos os indivíduos

que nasçam em Moçambique após a proclamação da independência.2. Exceptuam-se os filhos de pai e mãe estrangeiros quando qualquer deles seencontre em Moçambique ao serviço do Estado a que pertence.3. Os indivíduos referidos no n.o 1 do presente artigo, quando filhos de pai e mãeestrangeiros, somente terão a nacionalidade Moçambicana, se declararem por sisendo maiores de 18 anos, ou pelos seus legais representantes sendo menoresdaquela idade, que querem ser Moçambicanos.4. O prazo para a declaração referida no número anterior é de 60 dias e conta-se apartir da data <lo nascimento ou daquelaem que o interessado completar 18 anos, conforme a declaração seja feita,respectivamente, pelo legal representante ou pelo próprio.Art. 3. - São Moçambicanos os individuos que prenchendo os pressupostos deaquisição de Nacionalidade originária Moçambicana não a tenham adquirido porvirtude de opção dos seus representantes legais desde que sendo maiores de 18anos e até um ano depois de atingirem a maioridade declarem - por si quepretendem ser Moçambicanos.Art. 4.* - 1. São Moçambicanos, todos os indivíduos que não estando abrangidospelos artigos anteriores estejam domiciliados em Mo-çambique à data da independéncia e que contem pelo menos 20 anos de domicilioem Moçambique, desde que declarem, no prazo de 3 meses após a independência,que desejam ser Moçambicanos.2. Não podem adquirir a nacionalidade Moçambicana nos termos do númeroanterior os indivíduos que tenham sido membros dirigentes de organizaçõespolíticas colonial-fascistas, hajam sido funcionários ou informadores de políciaspolíticas do Estado Português, e os condenados por sentença judicial pela práticade crimes contra o povo Moçambicano ou contra a descolonização. Art. 5.° -1.São Moçambicanos, ainda que tendo nas-cido em território estrangeiro, os filhos de pai e mãe Moçambicanos.2. São Moçambicanos, ainda que tendo nascido em território estrangeiro, osfilhos de pai ou mãe que tenha participado na luta de libertação nacional,integrado nas estruturas da FRELIMO.Art. 6., - O Presidente da República poderá conceder, sob proposta do Comi t éPolítico-Militar da FRELIMO, a nacionalidade originária a indivíduos que nãoestando incluídos em nenhuma das disposições anteriores tenham prestado

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relevantes serviços à causa da Revolução Moçambicana, desde que renunciemexpressamente a outra nacionalidade.Art. 7." - Adquire a naçonalidade Moçambican a o estrangeiro ou estrangeira quecase com uma Moçambícana ou Moçambicano desde que renuncie ànacionalidade anterior, declare querer adquirir a nacionalidade Moçambicana,estabeleça domicílio em Moçambique e ofereça as garantias refi4"das na alínea c)do artigo 8. Art. 8."-O Governo poderá conceder a nacionalidade Moçambicanapor naturalização aos estangeiros que à data da apresentação do pedido reúnamcumulativamente as 'seguintes condições:ia) Residam habitual e regularmente há pelo menos cinco anos emMoçambique;b) Serem maiores; c) Oferecerem garantiaspolíticas e morais de integração na sociedade Moçambicana.Art. 9." - A naturalização será concedida por portaria do Ministério do Interior arequerimento do interessado, e depois de organizado o processo em termos queserão regulamentados.Art. 10.° - Através do acto de naturalização a nacionalidade Moçambicana podeser concedida aos filhos menores solteiros do estrangeiro naturalizado. Os filhosmenores que, à data da naturalização, tivessem menos di 18 anos, podemrenunciar à nacionalidade Moçambicana a partir dos 18 anosý até um ano depoisde atingirem a maioridade.Da perda e da reaquisiçãode nacionalidadeArt. 11.- Perde a nacionalidade Moçambicana: a) O que voluntariamente aquireuma nacionalidade de estrangeiro;b) O que, sen licença dGoverno aceite pre tar quaisquer fu ções a um Estado etrangeiro;c) Os que sendo tambérnacionais de outr Estado, declarem qu não querem ser M( çambicanos, ou scomportem de fact( sendo maiores o emancipados, comnjestrangeiros;d) Aquele a quem, sendincapaz, 'tenha sid atribuída a nacion, lidade Moçambicari por efeito de declEração do seu reprE sentante legal, se d, clarar, quando paz, que não quer seMoçambicano, e s provar que tem ottra nacionalidade.Art. 12."- Por deliberaçãi do Conselho de Ministro pode o Governo decretar perdada nacionalidade M( çambicana aos indivíduo que tenham exercido exerçamactividades contrý rias aos interesses do pov Moçambicano.Disposições diversas "]Art. 13.-Lei especial finirá as condições de exei cicio . de funções públic ou defunções privadas interesse público por d trangeiros, ou por cidadãoMoçambicanos não origi rios.

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Art. 14.'- Não será ree< nhecida nem produzirá efe tos na ordem jurídica intei naqualquer outra naciorw lidade aos indivíduos qu nos termos do ordenamentjurídico em vigor em M( çantbique sejam Moçamb canos.Art. 15. -O registo e prova de nacionalidade si rão objecto de diploma r(gulamentar.Art. 16.Y - Este diplon entra em vigor às 0 hora do dia 25 de Junho de 197!Lourenço Marques, 21 d Maio de 1975.

A previdência social e a nossa principal finalidade...MONTEPIODE MOÇAMBIQUE...também concedemos o credito predial para conslruçao de casas populares.MONTEPIO DE MOÇAMBIQUE

11mlIrill'%m;4ý nauticus

Disposições geraisARTIGO 1.o1. Depois da independência 08 servidores do jEstado, dos Serviços autónomos oudos corpos administrativos, de nacionalidade portuguesa colocados emMoçambique poderão continuar a prestar serviÇo para o Estado de Moçambiquenos termos do presente ordo.2. As pessoas singulares referidas no número anterior passarão a ser designadas,no presente acordo, pelo termO «servidores».3. Disposições especiais a acordar entre as partes interessadas regularão a situaçãodos servidores que, em face do processo de descolonização, em curso, venham aadquirir outra nacionalidade que não a moçambicana e percam anacionalidade portuguesa.ARTIGO 2.oOs funcionários que adquir i r e m a nacionalidade moçambicana ficarãoautomaticamente integrados no funcionalismo de M o ç a m bique, deixando delhes serem aplí-cáveis as disposições do presente acordo.Dos contratosARTIGO 3.01. A prestação de serviço a que se refere o n.' 1 do artigo 1.0 será objecto decontratos com início à data da independência e a duração de dois anos, renováveispor períodos de um ano, e outorga-

dos entre 'o Estado de Moçambique e os servidores nos termos de modelo a fixar.2. Os servidores contratados nos termos deste acordo permanecerão a prestarserviço sem interrupção e sem necessidade de quaisquer formalidades de visto ou

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posse, devendo, porém, prestar o compromisso de honra a que se refere o artigo6.'ARTIGO 4.0Os contratos de prestação de serviço referidos ao artigo anterior poderão serrenovados pelo Estado de Moçambique por períodos sucessivos de um ano, desdeque o servidor interessado o requeira até 120 dias antes do termo da pres-tação de serviço. Neste caso, o Estado de Moçambique deverá decidir o pedido dosyrvidor no prazo de 60 dias, findos os quais, se não houver decisão, seconsiderará que foi dada anuência à renovação.Da rescisão do contratoARTIGO 5.o1. A prestação de serviço poderá ter, mediante um pré-aviso de seis meses, umtermo antecipado, por decisão unilateral, quer do Governo de Moçambique, querdo servidor.2. 0 servidor que não recorrer ao pré-aviso para *a denúncia do contrato ou dequalquer das suas renovações,perderá os direitos e garantias previstas no p r e s e n t e acordo para o fim daprestação de serviço.3. A prestação de serviço poderá terminar, porém, antes de findo o prazo respecti-vo, por acordo entre o Gover no de Moçambique e o servi dor.Deores oigõese compromissos dos. sorvidoresARTIGO 6.o1. Os servidores deverã prestar um compromisso di honra, obrigando-se a, durante o período em que a mantiverem ao serviço de Mo c a m b i que,desempenhar aý suas funções com inteligêncis zelo e aptidão e a respeita osprincípios orientadores cl Estado de Moçambique e a leis moçambicanas.2. Aos servidores fiea ve dado dedicarem-se a activida des políticas semautorizaçý do Governo de Moçambiqu ou praticarem actos que pr judiquem osinteresses mate riais ou morais do Estado d Moçambique ou que afecter as b o a srelações existente entre o Estado Português e Estado de Moçambique.3. Os servidores não pode rão exercer qualquer activi dade profissional remunerada, salvo com permissão d Governo de Moçambique.4. Os servidores ficam s jeitos à regulamentação gera definida para ofuncionalism de Moçambique, com ressalv, das disposições do present acordo.Poderes e garantiasdo Estado de MoçambiquARTIGO 7.oO Governo de Moçambiqu pode utilizar os servidores es quaisquer funções esegund as competências, ao serviç, 'do Estado de Moçambiquê.ARTIGO 8.o1. O Estado de Moçambl que garantirá aos servidore abrangidos pelo presentacordo um tratamento nã menos favorável que no me mento da indepezidênciareliDepois da independência os servidores do Estado, dos Serviços at6nomos ou doscorpos administrativos de nacionalidde portuguesa colocados em Moçambique

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poderão continuar a prestar serviços para o Estado de Moçambique nos termos dopresente acordo. Essa prestacão de serviço será objecto de contratos com Inicio àdata da independência e a duração de dois anos, renováveis por periodo de umano e outomados entre o Estado de Moçambique e os servidores nos termos demodelo a fixar.

Metalãfrica, Lda. >empermanente expansãoaoserviçodo povodestacamos da nossa linha de fabrico:* Mobili-rio de ferro cromado. zincado,e pintado, para crianças, casa, campo,praia, escolas e hospitais.* Artigos de cutelaria* Artigos para a agricultura.* Fechaduras e demais artigos para a construção civil Palha de aço e esfregões deaço.* Cromagem brilhante até 55 mts de comprimento.* Zincagem.* Latonagem.M ETALAF RI CA\LDA.

Uma presenca constante,no progresso de MoçambiquePresentes em todos os sectores que constituem a economia da Nação,contribuímos para o progresso dum Moçambique Novo, apoiados numa rede dedistribuição em permanente expansão, para servirmos, com crescente eficiência, aforça realizadora do Povo Moçambicano.sonap/sonarep

tivamente aos vencimentos e remunerações a e e a sórias de c a r á c t e rpermanente, bem como ao subsídio para, renda de casa ou direito a habitar casado Estado.2. Aos servidores serão concedidos pelo Estado de Moçambique abonot defamília, bem como assistência médica e medicamentosa nos mesmos termos emque tais direitos forem reconhecidos aos funcionários moçambicanos.Férias dos servidormARTIGO 9.o1. Os servidores terão direito a trinta dias de férias por cada ano de serviçoprestado. 2. Os servidores p o d e r & o descontar em cada ano um terço das fériasanuais, acumulando-as até um máximo de três anos, para o efeito de seremgozadas juntamente com as férias anuais.3. Se por conveniência de serviço ou rescisão do contrato o servidor não forautorizado a gozar a licença de férias a que tiver. direito no decurso do contratoou das

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suas renovações, terá direito, findo o período respectivo, ao recebimento de umabono correspondente às remunerações devidas pelo número de dias de licençanão gozados.Regime disciplinardos servidor.sARTIGO 10.o1. Os servidores ficarão Mijeitos ao regime disciplinar dos funcionários do Estadode Moçambique.2. Dos processos discipinares que tenham dado lugar à punição dos servidoresserão remetidas cópias ao Governo Português aquando do regres5o definitivo aPortugal desses servidores.Pi ioç ~s tm Wrnciasde dinheiro, bens Soutras garantiasARTIGO 11.oO Estado de Moeambique Poderá, no decurso da presta«o de erv promover osServidores ou aumentar a rerauneraçaão definida no contrato, sem com istovincular o aý Esta prn.tninãmR rne n&^ fl-promoção aquando do regreso dos servidores.ARTIGO 12.1. No decurso da prestação de serviço a que se refere o presente acordo, osservidores terão o direito de transferir para o seu país uma importância emdinheiro correspondente a vintí, e cinco por cento dos vencimentos eremunerações acessórias de carácter permanente, líquido de impostos, auferidospelo exercicio das funções do seu cargo. Essa imnortáncia poderá ser transferíOã:mensalmente ou aquando do regresso definitivo dos servidores.2. Na altura do regresso definitivo dos servidores, correspondente ao termo docontrato ou suas renovações, os seus 'b e n a mobiliários que constituam, a normalbagagem e recheio da casa, e uma viatura automóvel utilitária que pelos mesmosservidores tenha sido adquirida há mais de um ano, ficarão isentos de tributaçãoou da aplicação de quaisquer direitos de exportasão.8. Os servidores que viaJem por conta do Estado de Moçambique ou do E s t a d oPortuguês nos termos referidos no presente acordo, terão direito ao transporte dassuas bagagens por conta do respecivo Estado ou Estados com os limites decubicagem estabelecidos p~la leis vigentes à data da independência deMoçambique.ARTIGO 13.o1. Os servidores que, após a independência de Moçambique. não permaneçamneste Estado, contratados nos termos do presente acordo, terão direito àopassagens de regresso a Portugal ou território "ie origem, por conta do EstadoPortuguês, para si e fam4l]ares que, antes da independência de Moçambique, aelas tivessem direito.2. Os servidores que, após a independência, i n i c i e m o contrato a que se refereo presente acordo e o e.xercam sem solução de continuidade, terão direito, finda aprestação normal do contrato, a passagem de regresso a'Portugal ou território deorigem, nes termos do número anterior. O encargo destas pasa vens será da.res~osabilida-

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tuguês e de Moçambique, em partes i g u a i s. As viagens efectuar-se-ão emlinhas de navegação aérea ou marítima das duas partes que intervêm no presenteacordo, mediante uma distribuição equitativa.3. Os servidores cuja prestação de serviço tenha sido renovada terão direito, findoo período da ou das renovações, a passagens de regresso a Portugal ou territóriosde origem para si,-bem como para o cônjuge. Terão também direito a passagensde regresso para os pais e filhos menores de 25 anos deles dependentes. Oencargo destas passagens será da responsabilidade do Estado de Moçambique.Reformas, pensõese. indemnizaçõesARTIGO 14.0O Estado Português e o Estado de Moçambique assegurarão o pagamento dereformas, pensões e indemnizações a quç os servidores doEstado e dos corpos administrativos tenham direito, pela forma acordada entre asPartes Contratantes, independentemente de opções de nacionalidade que venhama tomar.ARTIGO 15.oO Estado de Moçambique assume a responsabilidade de versar à Caixa Geral deAposentações d,, Portugal as importâncip. a descontar para efeitos de reformas,pensões e indemnizações nas remunerações dos servidores que continuem aprestar serviço em Moçambique, contratados ao abrigo do presente acordo.ARTIGO 16.oO Estado Português assume a responsabilidade pelo pagamento das reformas epensões já concedidas, à data da independência de Moçambique, aos militares eex-militares, ou familiares que a elas tenham direito, que prestaram ou prestamserviço nas Forças Armadas Iortugue-Os servidores contratados nos termos deste acordo perc a prestar serviçosem interrupçío e som necessidade de quaisquer fomalidades de visto ou possedevmb restar o compromisso de honra obrigd-se, dereite o periodo em que seantiverem ao serviço de Mo,ambique a dasen lar as suas funções cominteligência, zelo e ~ ' e a respeitar os prinioos orlentadores de Estado deMoçambque e as Is mçmbcan.Aos servidores fica vedado dedicarem-se a actividades potcs -sem aur doGovern, de Moçambque oupraticarm actos que prejudiquem os interesses materiais ou morais do Estado deMoçambique ou que afectem as boas relaçõs existentes entre o Estado Português eo Es. tado de Moçambique.Os servidores no poderão exercer. qualquer actividade profissional remuneradasalvo permissão do Governo deOs se~ir ficam sujeitos à rguamntação geral definida para o funcionalismo deMoçambique com ressalva das disposiçíes do presente acordo.0 Estado de Moçambique poderá, no decurso de prestação de serviço promover osservidores ou aumentar a remneraão definida no contrato sem co. isto vincular oEstado Portuauês que não ficará obrigado a reconhecer a prmção _quando doregresso dos servidores.

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Os servidores que adquidrem a nacionalidade moça.. bicana ficarãoautomatkamente integrados no funcioalismo de Mça e d o de lhes seremaplicáveis asdisposi~ies dó presente acordo.

O Estado de Moçambique garantirá aos servidores abrangidos pelo presenteacordo um tratamento não menos favorável que no momento da independênciarelativamente aos vencimentos e remunerações acessórias de carácter permanentebem como ao subsidio para a renda de casaou direito a habitar casa do Estado.sas, i n d e p endentemente da da data da independência de nacionalidade ou dolocal da Moçambique, mas só entrarão residência dos respectivos be- em vigor àdata da mencioneficiários, e devidas ao cum- nada independência. primentodaquele serviço. 2. O compromisso de honra 4Os servidores ficarão sujeitos ao regime disciplinar dosfuncionários do Estado de Moçambique.Dos processos disciplinares que tenham dado lugar à pu,nição dos servidores serão remetidas cópias ao Governo Português aquando doregresso definitivo a Portugal desses servidores.Disposições finaisARTIGO 17.01. Os contratos referidos no presente acordo deverão ser assinados até trinta diasa que se refere o n.' 1 do artigo 6.0 deverá ser prestado nos dez dias seguintes àdata da independência.CIFELCOMPANHIA INDSTIRIAI DE FuNDIÇÃOACIARIA:Aços LigasFerro FundidoMetais não FerrososLAMINAGEM.:VarãoVergalhão PerfisTREFILARIA:Arames crús Recozidos GalvanízadosLAMINAGEMDEFORMAÇÃO A FRIO:SAÚDA O POVO DESTA NOVA NAÇÃO PerfisA QUEM ASSEGURA O MAIS COMPLETO APOIOPARA A RECONSTRUÇÃO DE MOÇAMBIQUEUMA INDÚSTRIA BÁSICA 'AO SERVIÇO DO PAIS

PALAVRAS I) JOAQUIM CHISSANODURANTE A ASSINATURA DO ACORDO ENTRE O ESTADO DEMOÇAMBIQUE E O ESTADO PORTUGUÊS, O PRIMEIRO-MINISTRO DOGOVERNO DE, TRANSIÇÃO CAMARADA JOAQUIM CHISSANO,

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PRONUNCIOU BREVES E IMPORTANTES PALAVRAS QUE PASSAMOSA TRANSCREVER NA INTEGRA:Senhor Alto Comissário da República P o r t uguesa emMoçambiqueM em b r o s da DelegaçãoPortuguesaCamaradas e Amigos:O acordo que acabámos de assinar com o Governo Português é testemunho danossa vontade de estabelecer laços de cpoperação e amizade com o povoportuguês, por forma a que os nossos povos consolidem a aliança histórica quenos :uniu na luta contra o fascimo e a opressão.Podíamos ter s i m pI e smente indicado as condições que o Estado deMoçambique iria oferecer aos funcionários portugueses e deixar que estes asaceitassem ou não. Mas preferimos discutir com Potugal 0, em conjunto, procurare acordar soluções a fim de Podermos encontrar as melhores condições poss'veis,Para que os funcionários Portugueses não fossem Prejudicados e fossem si.Multaneamente salvagquardalos os interesses do povoOçambícano.Estamos satisfeitos com os resultados o seguros de que o documento queacabámos de assinar constitui mais um importante marco histórico deste períodode transição.O espírito que esteve s e m p r e presente na discussão deste acordo caracterizou-se pela compreensão com que ambas as partes souberam entender as reciprocasdificuldades e pelo espírito construtivo com que se enfrentou a solução dasquestões mais difíceis.A lg u n s queixam-se de que a solução levou tempo; que o acordo deveria ter sidoassinado e publicado há mais tempo.A esses, queremos lembrar que a demora significou cuidado e preocupação noestudo de uma matéria que sabíamos ter reflexos psicológicos e até materiais navida de muitas pessoas e no futuro de muitas famílias. Ceder à pressão dosoportunistas que p ed i a m uma resposta urgente antes que terminasse a graciosaou a licença da Junta de Saúdo, significaria nã pon-derar devidamente os justos anseios dos que continuarem, nos serviços públicos, atrabalhar com consciência e, muitas vezes, acumulando funções de quem sefurtara ao cumprimento do dever.Foi para -estes funcionár i o s conscienciosos e honestos que trabalhámos; foi paraeles que as duas partes deram o melhor de si na procura de uma justa solução.E é a esses funcionários que quero dirigir uma breve mensagem:A FRELIMO o o Governo de Transição sabem que os funcionários que ficaremem Moçambique o farão de bom grado, firmemente dispostos a servir o povomoçambicano e a reconstrução nacional. Ninguém d ovo rá ficar contra a suaprópria vontade. Os f u n c i onários portugueses que decidirem trabalhar para onosso pais deverão Ser conscientes de que têm a cumprir uma missão que,transcendendo as próprias obrigações p ar a com o povo moçambicano, constituium dever para com a sua própria pátria: Portugal. Sabemos que correspenderão ao

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que a História espera deles e que, com o seu trabalho hdnesto e de. dicadó'contribuirão para o reforço das relações entre o povo português e o pov omoçambicano.Quem não tiver a capacidade de assim entender o processo que temos diante denós, está irreversivelmente ultrapassado pelos acontecimentos.Gostaria por ú 1 t im o de aproveitar a ocasião para anunciar a todos osmoçambicanos que, embora se não conheça ainda a Lei de Nacionalidade, o seuconteúdo será tornado público muito brevemente, de modo a permitir que todossejam informados em tempo do acesso que lhes é dado à nacionalidade m o ç ambicana. Porém, o conhecimento desta Lei não condiciona a decisão de assinar ounão , contrato que agora acaba de ser definido por este acordo.Para terminar, não posso deixar de assinalar a acção de V. Ex.1, Senhor AltoComissário da R e p i blica Portuguesa em Mo ç ambique, e a forma franca e lealcomo soube conduzir a participação da delegação portuguesa na d i s c u ssão dopresente acordo.Foi por um diálogo assim franco, digno, leal, baseado na igualdade e no respeitom ú t u o - que a FRELIMO lutou durante dez anos.

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NóS SOMOS A FREI/MOAcordem!É nosso o dia O Sol brilha mais alto Não perguntem porquê ... Irmãos! A terra énossa a tormenta findou. A Frelimo 'veio ter connosco Embora nós com opensamento E a esperança Vivêssemos dentro dela. Não olhem para essa núvemescura que já passou. Enquanto a Frelimo viver Essa Frelimo que somos nósNinguém nos vai desunIi. Trabalhemos Unamo-nosVigiemos, irmãos A bem de Moçambique Que é o nosso Pai...DESI MORACARTA A UM REFUGIADODeixa lá fora os anos de Infortúnio Dias contados no passar das horasHumilhações que te caiaram fundo E a saudade que não foi embora.

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Podes voltar amigo, que este é teu o MOÇAMBIQUE de agora bem mudadoOnde faremos todos o futuro E iremos TRABALHANDO LADO A LADO.JOSÉ CARLOS FERREIRAIRMÃO MOÇAMBICANO!Irmio Moçambicano Venha ver o sol a pôr Que deixa a terra colorida Como umcanteiro florescido Agora é noite já não há sol Só as luzes é que iluminam Aquelacidade.IIIrmão Moçambicano Venha ver o mar todo azulado Ouvir as suas gigantes ondasQue rugem ao s9prar do vento-Ai que murmúrio romântico Dessas ondas gigantescas.Podes voltar amigo, que este é outro MOÇAMBIQUE que te espera bem diferenteOnde a seara cresce e o pão é livre E o amor há-de crescer no coraCio da gente.

PÁGIN9A 1841rmão Moçambicano Chegue aqui e venha ver o colorido da nossa Terra Do nortea sul é tudo belo Moçambique que maravilhoso tu és.FERNANDO VIC~N¶'E PEDROMOÇAMBIQUE NOVO1Terra Minha! Amante passageiraTão hipocritamente atraiçoadaPor muitos, que te diziam fagueira, E que hoje te deixam abandonada!HAlma é grande! Todos os nue ficarmosLutaremos Dela reconstrucãoDe Mocambiq¥je, sem arredarmos na luta. Essa é a determi o! i! IIIMocambicsno! O futuro é promessaDe um radioso e feliz porvir,Para um Povo fue agora comeck A levantar a cabeça, e a sorrir!IV,Juntos. de mãos dadas, na UNIDADEDum nuerer forte. não esqueceremosAs re, da. VIGIl NCIA e TRABALHOA luta continua! VENCEREMOS!MANUEL AUGUSTO DE CARVALHO CORREIAABAIXOO COLONIALISMOAcabou a era do colonialismo Colonialismo significou e significa Trabalhoforçado. Para todos é descriminação racial, Ainda é a segregação económica, Eé.a Impossibilidade da ascensão politica popular.Acabou a era do colonialismo Cumnre as ordens do povo moçambicano. Ocolonialismo que inventou o tribalismo para melhor explorarQue Inventou o alcoolismo para melhor trair Que inventou o chibalo para melhornegociar, Sem distinção de sexo recrutam para S. Tomé.O mãe Africa

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Chegou a época de esouecer o passado. Vós irmãos de Zimbabwe AzAnla eNamiblaNós oferecemo-nos para enfrentar o colonialismo, Irmão do Imperialismo. OhAfrica abraga os tens filhos Do Mediterrineo ao Cabo e do Atintico ao Indio Ozrande Combate Continua Até à vitória, finalBMARCELAO MARO MANDHAT1MEMóRIA IMORTALMONDLANE, neMquecivel Mondlne Teu nome verdadeiro é: EduardoChivambo Mondiane Que belo nome. Um nome de luz e esperança LibertasteMoçamblaue Inteiro do Rovuma ao Maput do domhdo eolonl]-fascleta de Salazare CaetamChoramos por ti Mondiane Que para nos liberta- das garras:-Da m~sérla, da fome e da nudez Em que durante quinhentos anos de- Escravidãe, opreuui. e represálias*ramos totalmente submetidos. Para isso, teu precioso sague deste.Oh. Mondiane, o povo chora por ti. Que fulminado pela bomba do Inimigo daliberdade, da paz e do povo Tombaste sem ver o teu sonho realizado. Mas, oh;kAfrmaste que nodias morrer feliz Poroue a revolucko e a luta continuam E comfirmeza, assim continua e continuará sempriOh, Mondilane a tua alma Imortal De gera em gerJamais ser esquecida.Viva Mondlane!DANIEL SEBASTIAO MAPOSSO GUERRILIRODe arma libertadora em punho, Palmilhando léguas sem fim, Ele é do povo e dopovo cunho.Ele é o moambicano exemplar Que marchou à frente da Revolução. Graças ao seucarácter e forca Sabemos hoje viver em paz Nesta terra de tenras auroras. Comolhe pagaremos o tributo Que por n6s pagou à natureza?!...Libertador de Moçambique e seu povo Esquecendose de amigos e parentes Elelutou humildemente Por um Moçambique próspero e novo Comendo e dormindono rude chão Ele semeou terror nas fileiras opostas. Com bruta carga e corpo sãoEle andava nas zonas pré-libertadas1-1~, - -- ----------

Combatendo o inimigo esperto Mesmo de perto; porém, hoje anda descansadosem nada mesmo a temer pois o Inimigo foi derrotado pelo guerrilheiro nocombate.LUCAS ANTÓNIO FRANCISCO MANUELPÁGINA 1MM4ULHER MOÇAMBICANADepois da crise que tanto sofreste Durante, longos anos no sistema colonial Quete tinha como objecto de explor E meio de produção tanto nas tradiçõesreaccionrins Que te tinham privado de iniciar uma vida na sociedade E tereduziram para o homem como simples instrumento Mulher Moçambicana Hoje

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pôs-se-termo a tudoisso. Essa expressão do sistema colonial-eapitalista Onde teucorpo vendias por vezes como necessidade inabalável tudo isso findou MulherMoçambicana Grita hoje com toda a força Tens direito és ouvidaÉs respeitada e andas a par de tudo o que diz respeito à tua Pátria. Viva a O. M.M. Viva a Mulher [MoçambicanaDepois de tantos anos de luta. Luta - politica - social - eéOnómlea Pela liberdadeda nossa terra Passados por tantos calores, fome e sede implantou-se por fim avitória cantaremos sempre a vitória Por nós pela Frelimo. Um só povo, doRovuma ao Maputo Um só poder, o povo Viva a liberdade. Terra roubada e jánossa Nosso abrigo és tu Moçambique que terás sempre a defender-te Teus filhosMoçambicanos depois de dez anos de luta.DESI MORA~FILMAFRICA, LDA. lIMPORTAÇÃO DISTRIBUiÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FILMES,.*..umna empresaseetbe ao servço de M:ambiqueO CINEMA É O MAIS PODEROSO MEIO [DE COMUNICAçAO SOCIAL ENOS MAIS DO QUE NINGUEM TEMOS A PERFEITA CONSCIENCIA DEQUE ASSIM É. MAS O POVO FAZ O CINEMA E NÓS DESEJAMOS QUE OPOVO DE MOCAMBIQUE FACA COM QUE APRESENTEMOS NASNOSSAS TELAS, OBRAS CINEMATOGRAFICAS DE VALOR CADA VEZMAIOR.A exportação do filme é uma riquezapara Moçambique.,N'-UUUUUUUUu000, oo00o00000000000000000000II.""'I0o0000 O OOO'O OIO Ooo 000000,OO000OO OOFILMAFRICA, LDA.Av. PinheiroChag,1296,60dt. *Telefone, 2 2295 * Lourenço Marques0000000000*099II.'00000000 O OD OOS* Moçambique 1

Moçambique do Rovuma ao Maputo Avante Povo Trabalhador e Nobre Porquedo trabalho colherás o fruto P'ra teus filhos, que não querem Povo pobre.IIMocidade generosa mostra garbo, Unida, Vigilante, Trabalhadora, Não consintasqu'o povo seja escravo Acaba com Inimigos de Samora.muAvante, ergue a tua Pátria Mocidade, Com o teu trabalho, honesto e leal Luta pelajustiça e igualdade.IVNunca na vida confundas o bem e mal, Nem a opressão co'a linda Liberdade Queconquistaram Moçambique e PortugaL

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GERALDESCAMARADA, IRMA JOSINAEste dia, Josina, teu dia Is clamada como outrora Jamais te esqueceremos Comomodelo de MULHER Que conheca todos os campos ... Aonde se encontrava ...Em nós tu fizeste A revolução. Por ti nós continuamos O trabalho que deixaste.Josina, camarada e irmã O que tu plantaste Não morrerá jamais Nós rogamos commais força Para realizar o teu desejo Este dia para nós Tanto é de felicidade Comotambém de tristeza Porque abriste o caminho em nós. Não estás presente Mas emnossos corações Vives como sempre como Camarada, e irmã JosinaDÉSI MORATU.Que te arrastas sem rumo.. Que a Massos lestos, Caminhas para o emprego, Ou aoencontro da namorada... TU.Que sentiste na pele e no espírito A dor, a hu a , O sabor das lágrimas. Tu.Que sem vontade própria, Foste instrumento de Instigação, De perseguição Ao teuirmão moçambicano. Tu.Que feito trobot», Comandaste opera~ões crimi~osas, Alojaste irmãos, No palácioda dor da Maehava, Ou nas masmorras do Ibo... Perseguidor e perseguido:Anima-te!Esquece:O colonialismo, o fascismo, a explora~ã... Põe de parte o ódio, a Inveja, oraeismo... Anima-te pois! OuveA voz de comando da revolução; E luta:Pela UNIDADE, TRABALHO E VIGILANCIA!GOMES MATIMEI]MOÇAMBIQUEDoÓhorzonte nasce o sol Com uma luz fraca de manhã E com seus primeirosraios Reflecte a beleza de uma terra E, essa' terra é nossa querida. Pátria.IIMoçambique tu és Bela Todos os Moçambicanos orgulham-se de tiE te amam porque tu és a querida mãeÉ S, a pátria amada.IIIMoçambique que és uma Nação Africana Na costa sul oriental de Africa Todo oMundo te admira E teus, filhos te amam... . ... .......... . .. ......... ....... ... . ....... - .,

IVEnquanto o sol brilhar o orgulho dos teus filhos vai se aumentar Teus camposfloridos Ts florestas enriquecidas Teus rios que correm prra o Indico Tudo o quehá em ti é beleza.vts a me das nosas almas l todos os teus filhos te amam pois são MoçambicanosEnquanto em ti Moçambicanos viveremui Serás sempre me querida E Pátriaamada.FERNANDO VICENTE PEDRÕ

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IBERDADE!como o despertar de um novo sol de uma nova vida de uma infinita estrada de umpuro sorrisoliberdade!É como um grito é como um sinal de vitóriaé como uma fonte nova é como o xadrez que se desfezliberdade!E a esperança'ina"ável é a música que vibra sem fim é o acorde de viola retinidasem mais confusão nem dorliberdade!é o limpido e acordar alegre de uma flor jovem é uma estrela tranformada emlonga estrada da vidaliberdade!é despertar para a certeza é saudar o presente é abraçar o futuro é esquecer opassado.DÉSI MORAOLIVEIRA, SANTOS & C9, IDA.Av. General Machado 828 - C.P1475 *Telef. 20828 - Lourenço Marques--- --------

RELATóRIOPus o meu irmão debaixo da Terra Porque desde ontem o meu irmão não falavamais E não queria comer, não queria limpar a Kalachnikof Com os olhos muitoabertos e leves de sono.Este meu irmão ficou ontem muito diferente Quando uma pequena aveimperialista Um simples assobio cego e sem penas Que vinha voando do outrolado da Alegria Resolveu estupidamente ninhar naquele coração Quando meuirmão estava mesmo na metade mesmo De um passo, Camarada Comandante.Está aqui tudo o que não era meu irmão O cinturão, o camuflado, doiscarregadores, a arma boa O bornal, o cantil, o facão, esta pequena moedaestrangeira.está tudo em perfeito estado de conservação Faz favor dá ordem para pôr dentrooutro irmão Camarada Comandante.INIMIGO?"Esteve aqui uin inimigo sem fome, muita. Deixou-me este inimigo uma Não decombate com formigas E dois pedaços de papel de jornal com excrementos Evinte e duas latas de cerveja vazias E capim pisado.Contou-me muita informação preciosa este inimiqo Sei que há três meses faziafrio em Lisboa (Portugal) Caetano está hom na legenda mas só tem meia cabeçana foto E o seu sorriso acaba onde começa mais excremento Caetano está bommesmo e o Povo Português muito triste Hoje há três meses pois Eusébio nãoalinha por ter menisco E São Francisco de Paula é senhorio em Lisboa dos pobres.Sei ainda que este inimiqo tem a doença da sêde para esuueter Tem pouca fomepornue ainda não sabe aprender a esquecer Tem diarreia, tem lombrhia temsolidão F só sabe fumar metades de cigarro.

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Este inimigo deixa muita informação e rasto Não pode ser um ininmo tão assimtanto É um camarada trabalhando no campo inimigo É pelo menos um agenteduplo.ESTOU TRANQUILCEstou tranquiloEste inimigo morto não é inimigo Não posso chamar inimigo a quem assim mesorri E lamento quesó agora pela mão da morte Viesse para o mesmo lado daVida.Este inimigo morreu com Ignorância Ignorando mesmo a sua doença mortal Jávinha morto quando a minha arma falou Foi a Voz da minha arma que lhe deu aVida E o sorriso com que 'assim me sorri.Sorrio-lhe também com amizade e muito respeito. Retiro-lhe a documentaçãomilitar Porque nasceu agora e tem nome próprio Deixo-lhe as cartas e fotosporque hoje nasceu na família Ajeito-lhe melhor a cabeça no bornal de campanhaE não lhe fecho os olhos porque nasceu e está vivo. .Aluguma parte tem uminimigo. Não era ainda este.PÉS DA MESPUm camponês, um operário, um pescador, um estudante Discutiam quem émelhor, quem é mais, quem é que é. Era um estudante. Era um pescador. Era umoperário. Era w [camponêsSem eu camponês não há colheita, não há pão de comer Sem eu pescador não hápesca, não há carne de peixe Sem eu operário não há ferramenta para fazeremcomer Sem mim estudante, não haverá nada disso nem ciência par [organitaEstavam os quatro pés da mesa a discutir Eu eu eu eu é que seguro a Mesa de pé.Xi! Por isto há tampos de mesa pesados Que mete os pés no chão dentro com opeso.Um soldado do Povo veio do calado dizer: .omos todos pés da Mesa da PátriaPara servir o Futuro bem cozinhado aos Continuadores E afinal somos todosfazendo a mesma coisa Semear, foriar, pescar, estudar, lutar Caa um trabalhadiferentes càras da Natureza fnm diferentes maneiras e diferentes utensílios Aenxada é anzol é martelo é livro é arma O martelo lavra, cria, estuda a manobra doferro, luta co [o ferriA rede, faz colheita, molda o mar. aprénde do mar. vence o mai n livro semeia arabeca. foria a Intelinência da Mão Pesca o Conhecimento. lta rom a Ignorância.O nuerrilheiro Semeia a tlnidade. Edifica o Trabalho Naveqa na Vigilância,Estudo o Serviço do Povo, luta com i rDivisãqOnde está essa tanta diferenca nue é ser mais e melhor? Há ai alnuém tanto assimmuito enorme? ~ 1;

AUTO VIAÇÃO DO SUL DO SAVE, LDA.Caixa Postal, 639-LOURENÇO MARQUES FILIAIS:JOÃO BELO-INHAMBANE-BEIRA-VILA PERY-TETE0 c'AMN H0S NOVOS,. DO NOVO MOÇAMBIQU'E

INDEPENDÊNCIAI

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Independência É. um marco na história De uma luta em que os oprimidos saíramvencedores. Independência É a vitória sem discussão de um povo que duranteséculos viveu na exploraão humilhação e opressão. independência É o fim de umregime colonial É o começo de uma vida nova É o momento em que novas ideiasoriginarão novo trabalho Criarão, nova vigilância Semearão nova unidade Entretodos nós. Independência! É deixar de parte o tribalismo o regionalismo,individualismo... É saber crer que a partir deste momento tudo que foi do passadoficará p'ra trás Sem vingança nem rancor mas sim esquecimento EstaIndepndência irmãos marca a vez de gloriarmos o nosso Moçambique Para queoutros povos com o mesmo fim Tenham como exemplo A nossa dignidade eresonsabilidade. Independência É a voz do povo Unido do Rovuma ao Maputo Éa voz do trabalhador É o grito de alegria do povo É a unidade jamais desunida É oPoder do povo que reina Viva Moçambique Independente A luta continua!Venceremos!DÉSI MORAFINALMENTE MOÇAMBIQUE VOLTOUEra de manhã mpuito cedinho Quando fui acordado pelo cantar de um passarinhoque estavaàbeira dainlnha janela a deliciar os primeiros raios do solIISaí fora do quarto e fiquei a contemplar o passarinho que tão Indeferentecontinuava a cantar alegremente,; então olhei para o céu, vi pássaros que voavamtão alto: significam a tempestade.IDirigi-me outra vez para o quarto mas antes de entrar ouvi uma voz a dizer, VivaFRELIMO, Viva Moçambique; Fiquei tão assustado que depois nem soube o quese tinha dito procurei compreender o significado das frases, mas já não melembrava, mas a mesma voz repetiu:IVViva FRELIMO, Viva Moçambique Desta vez compreendi bem mas não quisacreditar que eu continuava vivo porque nessa altura quem dissesse uma palavradestas era morto logo.VPorquç a palavra, FRELIMO era o sift da morte para o povo oprimido deMoçambique.Apalpei-me e senti que estava vivo então pensei que estivesse a sonhar mas par omeu desapontamento vi que também estava acordado.VICorri para a estrada de onde vinha a voz encontrei uma populaão tão grande eperguntei a um que encontrei ao meu alcance, comecei por dizer: Fkz favorsenhor pode-me dizer o que se passa?VilEle respondendo a minha pergunta disse: não sou senhor sou camarada quanto aoque se passa é que a FRELIMO venceu Moçambique voltou para os seusverdadeiros filhos.Vil

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Então comecei a pensar, aquele passarinho à beira da minha janela e aquelespássaros que voavam tão alto estavam tão felizes por sentir a liberdade.19-5-75SALOMAO DIXONE

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a ONÉ rý'ok41

Viva a Yreliio , qýie é a vangue2 De todo o Povo 3Moaubicaxno; VivaMoparnbiqu.ep quedeti a proý De horoýcidade ató a vit6ria.SOPRANOS .ALTOS TEIXOMt6-r.ia.

2, O Povo unido pela PreliIo 3.Desde o Rovuma até ao MaputoContra a opressao ea explorapo0 POvo lata d'ermas na =ao.N6. j venoemos o colonialisláo Nýs venoeremos o imperialismo;A nossa Pátria erá O túmulo P'ra o capitalismo e a explorapao.4. 'Stazos unidos ao mundo inteiroQue está lutando contra os burguesesPelo poder que sirva o Povo:Os operzrios e os oomponeses.

L)Ku 1 u, 2 kuna wnur,.,A kuna wensati , Hínkwerhu h£ vana va Masambi'A lú khoriení tlhamela esV HI famba ntirhweníA hí khomen! r3asikela HI fcmba ntirhweni Hinkwerhu hI vana va MusmbLrign muli v v 1 1) 4. A kuna vakhuwa,A kuna vantxhar4-,an-., HInkwerhu hi vana va Musaubij A kuna valungu,, Akuna vantíma,Hinkwerhu h£ vana va musembii

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A kunavakulus A icuna vatsongo,:ýer Hinkwerhu hi vana vá Masaub:Lk, ýkA hikhomení mabuku Hi famba ntirhweniA hi khomeni iucsikela HI feýýba ntirhwen! H:Lnkwerhu lií vana va MusambikA hi khoneni tih,ýriela' Hi famba ntirhwerLi A hi. khomeril masikela « Hi fwbantirhwen:L.Hínkwerhu hi vana va Musenbik Hinkwerhu hl vana va MusaDbíld

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LANÇO MAXIXE/RIO SAVE ....................... 352 Quilómetros6-CONSTRUÇÃO DA ESTRADA NACIONAL NUMERO UM,LANÇO RIO/SAVE RIO REPEMBE ........... 50 Quilómetros7 -CONSTRUÇÃO DA.ESTRADA NACIONAL NÚMERO DUZENTOS ECINCOENTA E DOIS, ENTRE A ESTRADA NACIONAL NÚMERO UM EVILANCULOS .................... 12 Quilómetros9-CONSTRUÇÃO DA ESTRADA NACIONAL NUMERO UM,LANÇO INCHOPE/VILA PAIVA DE ANDRADA 76 Quilómetros t0 -CONSTRUÇÃO DA ESTRADA MAROEIRA/ESTIMA/CHIS.SUA .......................................................... 30 Q uilóm etrosi . CONSTRUÇÃO DA ESTRADA NACIONAL NÚMERO CENTO ETRIS, LANÇO MOATIZE/ZOBUÉ8 ................ 97 Quilómetros12 - CONSTRUÇÃO DOS ACESSOS A CABORA BASSA- LOTEDO IS ............................................................... 68 QuilómetrosOUTRAS EMPREITADAS EXECUTADAS POR ESTA EMPRESA1. PONTES1.1. CONSTRUÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO SAVE, NA E!DA NACIONAL NÚMERO UM.1.2. CONSTRUÇÃO DE PONTES NA ESTRADA NACI1NÚMERO UM, NO LANÇO MAXIXE/RIO SAVE.1.3. -CONSTRUÇÃO DE PONTES NA ESTRADA NACIONAlMERO UM. NO LANÇO RIO SAVE/ RIO REPEMBE.1.4. CONSTRUÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO GOVUROESTRADA NACIONAL NÚMERO DUZENTOS E DOZE. 1.5. CONSTRUÇÃODA PONTE SOBRE O RIO GOVUROESTRADA NACIONAL NÚMERO DUZENTOS E CINOUE DOIS.1.6. CONSTRUÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO ZAMBEZEESTRADA NACIONAL NÚMERO CENTO E TRÊS.1.7. CONSTRUÇÃO DE PONTES NA ESTRADA NACIONALMERO CENTO E TRÊS, NO LANÇO TETE/FRONTEIR,RODÉSIA.2. CAIS2.1. CONSTRUÇÃO DO CAIS DE MINÉRIO DA MATOLA.2.2. CONSTRUÇÃO DO PROLONGAMENTO DO CAIS GOI(280 METROS)3. AEROPORTOS3,1. PAVIMENTAÇÃO DO AEROPORTO DE NACALA.3.2. CONSTRUÇÃO DA BASE EM SOLOCIMENTO DO APORTO DE VILANCULOS.3.3. CONSTRUÇÃO DAS ÁREAS OPERACIONAIS DO ADROMO DO SONGO.

41v V2. Fo-ge, reac-cí6-nã- rio; Foges reac-cio-nã~rio

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3. Fo-ge ex-plo-ra-dbr Póge,,explo-ra--dbr4. Fo-ge am-bi--ci-oso Foge am-bi-ci-oso5. vi-va a, u- ni-dade Viva a U--nI--d,,ýde ...A A A Av1. ÁO~9 bi 9 ae ý 'Mo pan-bí qu ev vDó Iýo- vu --- lua ao Ma--ýuto.kO-ý ft -i,)-ýj-qDa Pá PinQerdf o-&-,o--

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Li-berdade Do nos--ao Mo-,çim-- --bi----que,da -d Do >no a-ao Mo-pami--bi---que.21., 0 Aia 3 de F~ev'zreIro 13.90 teu sangue, PalMoIdl ane,Sdia de lu-to Irriga MopwbíqueJ'ciro todo o nosso 'oVo, ýQue os fritos já veLi. colhendo:'Qu.e luta ptra venoer., Liberde# Pa.o h- Paz.40 teu exeLiplo nos cu.ta, Nossos passos alUE2ia,0 Ideal, que tu vtv-este:SO 0 POVO SERVI.1 1

O1 No Que----d- o~-10 /9V0 (tr *- as fo r- a d O-a 3- ao k\U flw a

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1 M A - Uma empresa nova, dite da reconstr%ica, ao serviço de Moçambique > Nacional

2. Lutando com firmeza contra as ideias velhas,Ignorância, obscurantismo, poligamia Ou lobolo;Levando no olhar a certeza da vitória,Sabendo que a vitória se oonstr6i com osacrifícío.Quem 6Aquela que ergue alto o farol da LiberdadeQuem 6 ?Que grita ao mundo inteiro Que a nossa luta é a mesmaÉ a Mulher Mocambicana emanoipadaQue traz o Povo no seu coragão.3. Do Rovuma ao IVIaputo, unamos nossas forpasCimentemos a unidade ideológica do Povo;A Frelimo já tragou a Política do PovoQue deve ser vivida e difundida, noite e dia.Avante, Mogpambicanos,Avai te, HOMens o MulhereB,Na unidade, no trabalho e vigiltýncia:Vencerepios. a, exolora4o.-

SOPRANOSCONTRALTOS5TENORESBAIXOSA~::3 _______11/. Asi- ku. ).e-gi ý'a nya- rnu----t1Aa I si1. Ga nyau-tlha, Va--ra- ka--bye,se- teen~t e a-t-i.'1Seteli-ta, e im- - - ........ . ......ý 1)

ku lo eýi Ga ku a --- 1le Ga ho --- be ncýu --- vu; A --- la --- ka--nyalo ga ho --- be iVýu--vul A --- laýka---nya00v1 e za ýýho ---- be ncu- vu;r "a v, + ---- ni va Mu-sp-r3bi-ki. Ha l-ZÉiiti- ro Wc. vo --- na va na ---- nciw- ni.o 0

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wo-nc liti- ro Wa vo --- na va na ---- ua- ni.NF IN N N i1wo- na nti-ro Vcýý- ria- -,,ýn 11,4u--k, ---- a nt r o it ZUa ta-ke ro IY.-WR hiLnàHa tsa-ke-la m-na ntiro 1._ V-nU imwu hi >a na zwe IL, à 1 lý A N N 11Ha tAnkr- 1 n a Lo-wu hi-nga na41wu; va-r'-,~ na ------- ni VaA àÈ a to,ý*c-_,ny,ý- WDZ1 ký) u tla,--ku ----- sha Va-r,4f 1AyiZNi; Ku tlalcusha va- Lia-ria--ni)Ku tlýJcushX vaýl'À,---Va liA ýft4yo--nc. 2 ;i Elp, We S a- nan1 Mu-sari-bi -kl'.iviu-scr.i-bí--ki,N!viniVo--nrý a

paz, amor&Mustang

A nova cor do mundoAté hoje tinhamos do mundo uma visão convencional. Viamos o mundo como ele«devia ser», através de representações feitas pelo homem. Hoje já conhecemos averdadeira face do mundo. Conhecemos um mundo novo e temos o dever de lhedar uma nova cor.lebialacé vida novaFABRICA NA MACHAVA-LORENÇO MARQUES

2. Toakelomi,9 d.umi.saniA gondzo letyipswa,.Y1 tisaku livoníngo vaý2wciní musambíki.Hatockela viona ntiroLowu hinga nam nyauutlha zwezw:LWa ku tl'akashaVanamani YlrlPiniwe Sauorat ha konbela

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U hí nyika yona gondzo lelyípswaHi ta tlhatlliisavamauani MusanbikJ..3.. Vamarjn19 ha fanela.Ku tihita neuvuHi lwela tlhatlhiseleloVamaxiani MusanbIki.BAIXOS2. Tsakelami, durilsani A . gondzo lelyipswayi tisaku livoníngo vál2amà-úI Musambiki.Ha tsakela ça ntiroLOwu hinga nam nywutlha zwezw:Lyu tlakusha vwwari Va lwayona a yínpi;samora., ha konbelaU hi nyika yona gondz0 letyípswaHi ta fela ku UhatlhisaVanamen1 Muoc.«ribiU,3.- vauwani, ha faxiela Ku, tihí-ta nguvul nguva HI lwela tlhatlliiu,-leloVamwaní Musamblki.2.; A hit's,--,keleni, hi du:lis,,A'gondzo lel yipswayj. ',ti scýku yona livoningo Ka vwcý2ani va Musambiki.Ha tscNý.kela a ntírOLowu hinga nawu:Ku tlakusha vaxnWan-I Vaý 1wa yoýia a yimpí;wa Samoral ha 1ýombela.4 gonzo yipswayHI ta fela ka tllÀatlblsaVanamaní Musaýnblki*3. Hina, vam-u:iani,.ha fenelaKa t:Lhita nguvu, nguVu;H! lwela tlhatll',iselelo.N1 wuý3wana ga Musaublkie,TENORES2, Tacacolani, dmúscni ,A gOndZ0 le' yipswa, yj.tisaku livonineo .Ha ta,-.kelà wona ntiroLowu hinga nawu zwezwl:y1à ku tlalcusha vanamarliYirapini Musambiki;We Senora, ha konbelaU hi nyika yo gondz0HI, ta fela ku t1h4.lh:LsaVanamani mixsamb:Lkí..Veiriariniý ha fanelaKu tihíta ngavu'Hí lwela tlhatlh:Lselelo

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Vazamani Musambikie,'

2. A nossa bela BandeiraRepresentante de toda a História,Do passado e dó fturo,Do progresso do Pdas.

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&LRQNOSre-11-rio ye ----- tu Ili cha-ne, chcýFro- --li-r.10 yc ----- tu#ocha-i-la cha Luz§.. vli--mo i-lldc tv/0ubo--la FI? o niv,,0 -li--no ni cha-m,1 ný t mbo --- la.,:L-- 1 nda, tw012bo--ia.Khuma Rovuma mpaka Mapu tO NI Frelimo weka 1 lotaà 'OmbOla Venentete ut1 va ndi . kiý 1UPIla Yrolimo Inda.twombola.

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1 1001 A A=4=V1) výHi dzu-ni--sa Pre-xi-1 e Pfu--ka=ni, Va-ncýý-.-ýwo-ru:-É- . o 1 o 1) p 1) 1)yIN -17 1) v2. Hi tlcngela MondlaneIii tlangela úsinaHi tlangela hinkwe.vuVa nb-fa fela Muscanbiki.3. Hi tlrngela PrelimoHi tlangela SworaHi tlangela hinkwavuVa nga lwela Musambiki.5. Fli tl.-aigela UNIPHi tlangela KaundaHi tlýngela hinkwavuW, nga Pfuna Musambiki.4. Hi tlcaigelcý a TANUHi tl=gela NyerereH! U,~la hiikwavuVa nga pfuna Ilusaxiýt)llci.

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1, Moqof4b1que, nossa P&,tr±a adorada,Ema teu, sol.o regado bel.o sangueDos her61s que tobrmna guerra,Instauráimos o Poder que serve o Povo; 11,, Do RovuLia to Maputo 6s belo efortesacudindo com, víolêãnoía a explorep'ao,#Construindo em paz um Mundo NOVO,Mundo livre sob a Nacionel Bandeira.Cinc séculos de escravaturas De ch.tcbte, chibalo e palmatõrIa,' Nosso Povosofreu hQrôioo Aguardando a Revolu4çb02. Foi a. Frelimo que unlndo o..-£,ovoDestruindo o triblismo,Nova pflgi.na abriui na. nossaH.tstõt14Pazendó a Revolu;iáo

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I:As-sim que nd s povos em luta Te--- o oh0 0 jJaa'E)de_ _ _ _ 4J _2. Pa~voa unidoo por uma causaA no0ssa forga 6 a unidarde:Então esta ganha a Liberdade.- u v V v v3, 0 nosso elo nacion~alistaSerá ouvi4o em todos os bosquxesLibèrdade, IndependbniL.,>11 drde~ 1 11 k tA-van-te:1 v VEýJ JOa 1,,., n 1

istosoos nosLItLrA nossa qualidade gráfica promove a venda dos seus produtos CONTACTE-NOS.Litografia, Tipografia, Encadernação e EmbalagemAv. Afonso de Albuquerque,1078-A e B (Prédio Invicto).Telefones 26191/2/3. C.R 2917 Lourenço Marques

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NTINUADOI.RES DEPENDENCIA.

CoQ p ..........P2o ...........Ra.......... . . . . . . . . . . ........................ ...................... . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .

PAGINA 14Os continuadores são o futuro da Revolução.Nos bancos da escola eles hatem-se, com livros e cadernos, pelo Moçàmbique deamanhã, como os seus pais se bateram, durante dez anos, de armas na mão, contrao colonialismo e o Imperialismo.. Os depoimentos que se seguem são extraídos de redacções escritas pelos alunosda Escola Primária da Avenida do !Rrasil, nos subúrbios de Lourenço Marques.Para além da magnífica lição poltica que estas linhas encerram, a utilização dalíngua portuguesa, Idioma da unidade nacional, atinge muitas vezes o nível dacriação poética. A sintaxe e ortografia 'originais foram escrupulosamenterespeitadas, para que o carácter livre e inovador permanecesse WItacto. Hoje, diamaior da nação moçambicana, que outras vozes melhor poderiam falar-nos dofuturo do que as vozes os continuadores!? Elas são as vozes do futuro............... ............. . . . . . . . ............ .. . ... . . . . . .

Estas crianças nasceram e viveram em contacto directo com a realidade concretado colonialismo. As taras do regime colonial constituíam o seu dia-a-dia; o«caniço» era o seu mindo e as suas vivências infantis foram povoadas pelosespectros ómnipresentes da fome, do desemprego, do banditismo, da prostituição.A brutalidade policial, factor indispensável de sobrevivência dosistema, não era mais que nar, derrubadas as fronteio outro polo da miséria, ras,um libelo acusatório uma miséria que universa- apontado ao capitalismo e lizouas crianças do «ca- suas faces nos cinco continiço» e as tomou irmãs dos nentes.miudos de Bombaim, de A independéncia é muitoHong-Kong, de Saigão, de bom não podemos ficar esHarlem ou das favelas doplorados não podemos traRio. balhar sem receber nada,O seu quotidiano, magni- não podemos sofrer não poficamente presente nestesdemos levar purada com trabalhos dos continuado- cavalomarinho, palmatória,res, adquire uma dimensão trabalhar de força sem queextra nacional, para se tor-rer. (Lilcia Buque -3" cla&

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se).E os nossos pais tra lham na machamba e qu do chegar o dia não rece nada. Masisso há de ai bar. (Helena Francisco ( me - 3.' classe). Quando a liberdade. sur dastrevas do colonialisrr o grito de esperança te ressonância colectiva: Eu queria serlivre se nenhum facista que vai c tear o povo mocambicas. . . .........

11I I .I<Moisés Bernardo Mutenba quando vai ser lndependen- português é também ospre- 3.1 classe) e te vai ser melhor porque an- tos os brancos e os asiáOdia.a-dia da criança co- tigamnente havia bandidos, titos. (João Munguna-4"lonizada surge perfeitamen- ladrões e assassinos. Mas classe). te definido eexplicado, e a esses bandidos eram criado Ao retraçarem a lo n g aIndependência adquire uma por colonialismo. Muitos in- ascenção para aliberdade, profunda justificação polí- dividuos que andavam a tra- estas criançassão colocadas tica: balhar recebiam poucos or- face a face com atemáticaEsta inde eltandiA' « é denados isto era a explora- do papel da FRELIMO comopara Moçam tlque estar li- ção do homem pelo homem. v a n g u a r d arevolucionáberdade. Quando Moçambi- O inimigo do povo moçam- ria. Assimacatam o estudo que vai ser independente vai bicano era o colonialismo edefinição da Frente e da ser muito melhor. Quando português. Mas o inimigodO sua prática no contexto da eu 4i9 nuo moý Meiluçãpovoa rçamb ican o não é só, R ção, sem afastaremde vista as causas e os efeitos.A independência de Moçambique será no dia 25 de Junho de 1975. Moçambiquequer ser Independente para ficar sossegadinho. MOçambique foi uma colóniaPortuguesa durante cerca de 500 anos. A Frelímo iniciou a luta armada contra ocolonialismo Português em 25 de Setembro de 1964, apenas com 250 homenspreparados

q ~ina Argélia. (Felizardo Aurélio Langa-4.' classe).O que é Frelimo? Frelimo é o povo.O que é o povo? O povo somos nós. (Mateus Alfredo Gomane - 2.' classe).A FRELIMO é o Povo e a dinâmica da libertação é irreversível:Se os colontalismo continuar a guerra nós também tem que a lutar mais. Só queroo Independência e nada mais: E o Simango foi por a bomba para a matar opresidente da Frelimo Camarada Edzúardo Mondlane. Ele. pensava .ue quando amatar nao hd outro. Hd Samora Machel. (Helena Franclsco Come - 3 " clasíe). Anoção de movimento revolucionário define-se: O que d a Frelimo?A Frelimo é uma organieaço das pessoas políticas que lutaram pela líbertaçao deMoçambique e o povo. O povo é um grupo d pessoas que formam sentidoorgânico e tem uma certa deter minaçdo. (Maria Helena Armando-3.1 classe).

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DEFINIÇÃO DO INIMIGO E LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONALPara que a luta de libertação nacional ultrapasse o nacionalismo estreito echauvinista, impõe-se uma definição exacta do conceito de inimigo. Por outraspalavras, é indispensável sabermos precisamente quem devemos combater e ondequeremos chegar..... ..... ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........... .lUIUN

A Frelimo não lutou-con- A Frelimo combateu a tra o povo português lutouguerra durante 10 anos. (Rocontra, o sistema colonial gério Manbule - 4.1 classe).contra o zistema analjabetis- A Independência desenhamo contra a exploraçãoetc. -se como objectivo primeiro (Ricardo Paulo Mazonda- e natural da luta deliberta4.' classe). ção.Os moçambicanos não lu- A Frelimo lutou muito- patou com os portugueses, lu-ra Moçambique ter boa tertou contra o colonialismo. ra moçambicana. (MateusOs moçambicanos lutaram Alfredo Gomane - 2. ela&para ficarmos todosliberta- se).dos. Seja português ou mistisso. A Frelimo quer que o povo moçambicano e opovo português continuarem a ser amigos desde o Rovuma ao Maputo. (AugustoHenrique Dimande - 4.1 classe). A Frelimo não lutou contra pessoas lutou contrao governo português. (Lázaro Ernesto Come -3: classe). Por outras palavras:No decurso da guerra do povo certas contradições internas e externas agudizam-se, certas concepções tombam enquanto outras se corrigem. O desenvolvimentoda luta de classes no interior da FRELIMO varre o tribalismo e estabelece avitória da unidade nacional. A Frelimo lutou com a Pide e Frelimo venceu. Mo-

%1,4~çambIque Ommqa do momê m ao Maputo. (,osi Oon. lalvelao - 1' elasem),£I# aabaram dea ano no Maio de note e de dia, (Josd Albino Tinga,9,' @ias, 09),Moçambiqu 0~0mIl0-a8@ deido o lOVUma ao_aputo, (Suino Uimillo Chibite= 4., olm"),A LODZPUNDfNCUIAnalmnte,' a Zndopendndi/zta data sMug almu' 3tanoamente como dufecho natural d4 da anos de luta amada popular e aomo ni,cio do uma nova luta, diiria, ti@na e n§o m@nos deotiva o fundamntal; este novocombate d fr@quentomente invooado nos trabalhoe doi continuadores, do parcom au palavras do ordem da PREUMO para a presente etapa'de rcontru qao na@@tonal, O m ~rento, a no va tae da luta p@l Uberd do ngo se oircusreve aoscampos do batalha o ao mo tralhadoru J nÃo marcam o ritmo dos cantares do povo, Os campoa, a cidados, as filbricas, os escritoÍrio os campos do trabalho, aseocolan e a ca do cada um Ao varridos pela luta de oluae, pela i"nplantaçÃo do

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socialitmo, Os continuadorm atilo agora na primeia linha do fogo no combatecontra a obsurantismo e a Ignorincia e pela oria ão do novo moçambicano A Indo.pendóncia toma de #$ss o pensamento de too Feta grande e paragoem ra fager abalanço e 1IM1 as armas,Nu g000 doe indppnd n Porquo Moçamhiquo o h Porque cai 108er iginliecarapinfiro pitar x010et,(Amorico jochuAi ndopenddefcia trqoo h( oaa * Para P#tudar et xar ae brt"cadeira,. (Edu deAmé~rica Masusa==4* eli

i~ak~ ise).A independência será no dia 25 de Junho de 1975 é para governar o povomoçambicano desde Rovuma ao Maputo para falar à vontade para não ter medoda pide porque é com a Frelimo vai viver bem. (Tiago Ruben David - 2., classe).O dia 25 de Junho é muita festa.O dia 25 de Junho Independência.O dia 25 de Junho é umdia bom, na estrada música a cantar dançar. (António Francisco Finga - 2., classe).Na boca dos continuadores nasce a impaciência de ver chegado o dia daIndependência,Moçambique estará independente em 25/6/75. Eu quer que ficasse independenteantes do dia 25 Junho de 1975. Mas como marcaram para 25 de 6 também estábem feito, porque foi

dia, que a Freltimo começou a combater. Os Moçambca. 0nos lutando paralibertar Moçambique. Mas como eles estavam a lutar com boa vontade venceramcom certeza. (Orlando Samuel Magila - 4.1 classe), já que nós gostamos de viverpara ver a Independên. cia (Madalena Fumo classe).Mais ainda: Eu gosto de ver o que iai pa.'sar depoisda Indepenadncia. (Octi Chipanga - 4.' classe), que No dia 25 de Junh camaradaSamora vai trn os socialistas. (Arlindo temba - 3,, classe). A Ii pendência é paranós gan a nossa terra. É para i trabalhar no serviço e machamba etc. A Indezdéncia é para nós ganha serem rico, é para nós vý rem bem na nossa terra'Independência é para,1

ganhar a nossa terra. (Vitõria Catarna Sitól - 3. classe). A Independéncia é bomporque não vamos sofrer. (Lucrécla José Macuácua - 3.1 classe).OS MILITANTESFACEA INDEPENDÉNCIAo dia da Independência será a data mator da HiôtÕ-ria de MOçambique. No dia 25 de Junho hd de ter alegria, rir saltar cantar agarrarbandeira para cima. Porque Moçambique é livre com a Independ¿dia, (Tiago José

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-2? classe). Para os continuadores, a realidade e o sonho fundem-se no fantãsticorealismo da libertação tão esperada. Eu no dia da Independência de Moçambiquevou comprar 100 caixas de Coca-cola e entregar aopovo moçambicano. (Elias Pedro Cuma - 3., classe). Mas se a data é festiva, nempor isso o povo deve abrandar a sua vigilncia. Mais do que nunca osmoçambieanos devem estar prontos a combater e evitar qualquer prov ocaO r~cionária e a consolidar as vitórias obtidas. Os continuadores estão alerta:Eu penso que no dia da Independncia -de estarmuitos reacciondríos q u e sdo aqueles que nêlo querem que Moçambique fiqueindependente. Mas se todos nó1, queremos que Moçambique fica independente osreacciondrios não vão conseguir nada porque ninguém pode vencer um povounido. (Raimundo Franice Chivavele 3? classe).Eu penso que a Independência vai passar bem. Todo o povo moçambicano vai es-

tar contente, Ma@ c eNMa nfo deixam de beber a bebida vai pasar mal, porqueelea não vdo saber o que é a Zndepend*ncia. Alguns que nfo bebem ele é que udover o dia da ndepondanci como vai er ou vai ser bom pu mal, Os que n4o bebemvuo defendor.noa e nde v moa eatar unidoa para de. 1ender o povo moçambioano, Asim a IndependMota ird maia melhor, (.) Nu ponao que ssa gente que anda abeber ndo quer cer bom moçambicano, (er.nndo Timne - 3,' VCIme).E ainda.,Su penao que no dia 1 de Junho queria que todo# a# pessoas, aIIam- brancos,pretos, amarelo@, acaitanha.doa, lerdo todoa mogamb. oanoa, Necce dia eu queria que ninguém beba moaoutroa udo beber cervea IM, cerveja laurentina. (,,0) quando ningudm não bebiacerveja era muito bom. Nu também *licaa muito oon tente a gritar a caltar et,(Armindo António Chile Tmn - L, GolaM.A obberv&glo da palavra de ordem de vigIlãnoia pie si pela detiniçqI oorreota doInimigo:A independlncia ndo é partir cantina, não é quei, mar o# carros, jaco ndo éIndependdnoia, -A liberdade é trabalhar tratar "da' c0a vida, Nd devemoa ir ao a#eviço, n o ter nenhum medoi A. ndependdnoia não é di. a#r ao branco que Ou vaipara a tua terra icso nO é indapendéncia, (Juli|ta LitolNo dia 55No de JuoM eou queria acabar os @olonfalia, to que andam por aiectragar a nos#a terra, MO a@ d #do colov'ialistam có, há tom: b#m o.moqambimmfn# que

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são fascistas porque anda a estragar as coisas diz, que é do Estado pode estr garnão faz mal. Mas os al nos também andam a bri car e dizer que eu poc brincar nãofaz mal porqi ninguém que me laça m, porque todos são moçamb canos. Isso de

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estragar c coisas que é do Estado feio, camaradas. Não dev, mo, estragar a nossaterr( Moçambique é nosso, não teu nem meu, camarada, é nosso. No dia 25 deJunhi

eu pensava arranjar uma coisa para oferecer ao meu camarada Samora Machel.Para o Moçambique novo ser mais grande devemos cultivar qs terras etrabalharemos para nós vencer.(Ruben Abílio Melianga3. classe).No dia da Independência tem que aver vigiantes. Se não haver vigldncia, OScolonialistas podem entrar nos nassas bairros matarem Os nossos irmãos ou quesejam camaradas, matarem e des-

CASA DA BORR buem:UM MUNDODE BORRACHAliboa[ýolonial de Borracha, Lda.. SOCIEDADE ULTRAMARINA DE BORRACHALIMITADA

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tfrir as nossas casas. E podem matar os soldados da FRELIMO. (Silvestre daSilva Dombo - 4.1 classe).UNIDADE, TRABALHO, VIGILANCIAMas a Independência nãorepresenta o fim da lu tória gigantesca cons( após dez anos de luta dependêncianacional, senta o virar. de uma 1 no combate pela liberc contra a exploração. rtanto, a luta contini verdade que O gorema

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povo moçambicano que vive desde o Rovuma ao Maputo.(Emilia Valente Sitói - 2? classe), mas a reacção interna e externa não desar,ma eaguarda a minima quebra de vigiláncia para voltar a atacar.Foi para a Indepn cque os Moçambicanos estiveram dez anos a combater o Regime ColonialPortuguês. Eu gostava muito de ver todos os moçambicanos trabalhare~á paragIesenvolvermos o nosso paip que os colonialistas nos conquistaram. Devemossermos tra-balho, vigWl assim é que litantes da 1 vigilantes m um chicote mos porrad fazermal. 4 nial Portugi dia 25 de Aidos, vemos combater o coloniami- lismo, fascismo e boateiro, ,mos assim é quehaverá paz e com fraternidade no nosso pais.d (Viriato Hélder Antóniotá,a Manhique - 4? classe). l . Prieira linha do nosso:povo é a unidade, trabalhoDe e tu$gfláneia. 0 dia da Inde-

pendência não há-de ter luta e boatos nem barulho por,que a terra é nossa. Estaterra não foi roubada e também não foi emprestada.(Jossefane José Suto - 3. classe).Nós só quer a nossa terra e mais nada (Roberto - 2f classe), rhas para criar umMoçambique devemos trabalharmos, cuidarmos das nossas casas, esclarecer aosmal politizados a linha da Frelimo para que possam colaborar connosco, sabermosdist ntguir os malfeitores dos camaradas e audálos a conduzir-se bem. Aplicarmosos nossos esPílrtos e as nossas itPeisig.-;cias na linha poltica d Frelimo paraserm- alunos9 mii4tantes e para con stfrrmo um Moçambique novo. (d, doManjate - 4.' classe).

Para o progresso de Moçambique precisamos de trabalhar, se não trabalharmoscaminharemos p ara trás. (Joaquim Eugênio Pires - 4.1 classe). Toda a gente vaitrabalhar cultwvar as plantas para nós copiermos. (Antônio Muiocha2. classe).Agora não há preto e preto é o carvão. (Boaventura Sango -- 2.1 classe), e é nestenovo espírito que vamos trabalhar estudar e ter vigilância, não ter medo dapolicia. (Júlio Silvano Chemane - 2.- classe).Não vamos lazer como o governo de Salazar e Caetano de se sentar »na cadeira eoutros trabalharem. Vamos todos trabalhar. (César Alfredo Muchanga - 4.'classe).

Com os olhos postos nas tarefas futuras e nas lições do passado de luta, oscontinuadores celebram hoje a Independência.Até me parece que vou gritar muito alto:Viva a Frelimo!Viva Presidente Samora!

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Viva a memória do Mon dlane!Viva Josina Machel. <Jaime Francisco Muchanga2.- êlasse),

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Ivberdadec.1 gé alegria25 de Junho. MoçambiquJe. Dia da Independência. Dia de festa em paz Corolãrioda liberdade conquistada. Despontarde uma nova era Inícioda caminhada ao encontro do amanhã que a todos pertence.Identificados com o futuro sentimos a alegria do dia da libertação., i .a a3*.::t- ?a4* .: ( : : * . ., iiii:i!i !; - - *i

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