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Matchedip Matchedip Cp -op ý iy11 FLI Montepio ; Deposite as suas economias nos bancos para serem aplicadas em actividades produtivas contribuindo assim para a Reconstrução Nacional A NOSSA CAPA: Marcha do Congresso ,para o Socialismo Director Interino: Muradali Mamadhusen; Chefe da Redacçéo interino: Luís David; Redacção: Albino Mageia, Alvos Gomes, Calane da Silva, Carlos Cardoso, Luís David. Mendes Oliveira., Narciso Castanheira; Secretéria da Redacção: Ofélia Tembe; Fotografia: Ricardo Rangel, Koh Nam, Nafta Ussene. Armindo Afonso (colaborador); Maquetizaçio: Eugénio Aldasse; Correspondentes internacionais: Wilfred Burchet, Pietfro Petrucci; Propriedade Tempográfica; Oficinas, Redacção e Serviços Comerciais: Av. Ahmed Sekou Touré, 1978-Ae B (Prédio Invicta), telefones 26191, 26192. 26193: Caixa Postal 2917- MAPUTO - República Popular de Moçambique. MOCAi F PARTE MU IPÁGINA POR PGINA Cartas dos leitores....... Do Vietname para o Soweto Semana a semana nacional « Presidente Samora recebe patriotas da- clandestinidade - Novos horários de trabalho - criado organismo oara controlar distribuição de géneros. BIE ANA Semana a semana internacional Assassinato de Jason Moyo Amílcar Cabral assassinado há quatro anos-Morte do Primeiro. -Ministro jugoslavo- Smith reETNjeita novas propostas britânicas. Decisões do IV Congresso do Partido Comunista do Vietname IAldeias Comunais na Província de °N am pula (4) .. .. ... Majaca e Rieque : Honra ao tra. balha manual contando com as suasprópiasforças. Históricos documentos do 1 Con. gresso da FRELIMO . Povo estuda colectivamente Marcha do Congresso para o Socialismo Campanhas de Apoio ao IIL Congreso ... .. . .. NUA Alunos em actividades de férias Como foi abatido o avião rodesiano r--u "WMPKAK «TEMPO NAS SEGUIN TES LOCALIDADES;:

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Matchedip

MatchedipCp -op ýi y 1 1FLI

Montepio ;Deposite as suas economias nos bancos para serem aplicadas em actividadesprodutivas contribuindo assim para a Reconstrução Nacional

A NOSSA CAPA: Marcha do Congresso ,para o SocialismoDirector Interino: Muradali Mamadhusen; Chefe da Redacçéo interino: LuísDavid; Redacção: Albino Mageia, Alvos Gomes, Calane da Silva, CarlosCardoso, Luís David. Mendes Oliveira., Narciso Castanheira; Secretéria daRedacção: Ofélia Tembe; Fotografia: Ricardo Rangel, Koh Nam, Nafta Ussene.Armindo Afonso (colaborador); Maquetizaçio: Eugénio Aldasse; Correspondentesinternacionais: Wilfred Burchet, Pietfro Petrucci; Propriedade Tempográfica;Oficinas, Redacção e Serviços Comerciais: Av. Ahmed Sekou Touré, 1978-Ae B(Prédio Invicta), telefones 26191, 26192. 26193: Caixa Postal 2917- MAPUTO- República Popular de Moçambique.MOCAi F PARTEMUIPÁGINA POR PGINACartas dos leitores.......Do Vietname para o SowetoSemana a semana nacional« Presidente Samora recebe patriotas da- clandestinidade - Novoshorários de trabalho - criado organismo oara controlar distribuição de géneros.BIE ANA Semana a semana internacionalAssassinato de Jason MoyoAmílcar Cabral assassinado há quatro anos-Morte do Primeiro.-Ministro jugoslavo- Smith reETNjeita novas propostas britânicas.Decisões do IV Congresso do Partido Comunista do Vietname IAldeias Comunaisna Província de °N am pula (4) . . . . . . .Majaca e Rieque : Honra ao tra. balha manual contando com as suasprópiasforças.Históricos documentos do 1 Con. gresso da FRELIMO .Povo estuda colectivamenteMarcha do Congresso para o SocialismoCampanhas de Apoio ao IIL Congreso ... . . . . . N U A Alunos emactividades de fériasComo foi abatido o avião rodesianor--u "WMPKAK «TEMPO NAS SEGUIN TES LOCALIDADES;:

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PROYINCIA DE MAPUTO: Namaacha, Manhiça, Moamba, Incoluane,avane e Boane; PROVíNCiA DE GTAZA: Xai-Xai, Chicualacuala, Chibuto,Chó1kwé, Massingir. Maniacaze Caniçado, Mbalane e Nhamavila. PROVíNCIADE INHAMBANE: Inhambane, Quissico-Zavala, Maxixe, Hom<lne, Morrmsene,Mambone, Penda e Mabote; PROVINCIA DEMANICA: Chimoio, Espungabera eManica; PROVINCIA DE SOFALA: Beira, Dondo e Marromeu; PROVINCIADE TETE: Tete, Songo, Angónia, Mutarara, Zóbué, Moatize e Múgoé;PROVIN!CIA DE ZAMBÉZIA: Quelimane, Pebane, Gilé, Ile, M.gana da Costa,Namacurra, Chiado, Luabo, Alto Molocué, Lugela, G6rué, Mocuba o Macuse;PIROVNCIA DE NAMPULA: Nampula Nacal. Angoche, Lumbo Murrupula,Meconta e Mossuril; PROVíNCIA DE CABO DELGADO: Pemba, Mocfmboa daPraeiê e Montepuez: PROVíNCiA DO NIASSA: Lichinge Merrupa. EMANGOLA: Luanda, Lubango, Huambo, Cabinda. Benguela e Lobito. EMPORTUAL: Usboa.ii,.~MrKAK CTEMPO» NAS SEGUIIi~TES LOCALIDADES:I-ti.CONDIÇOES DE ASSINATURA:Províncias de Maputo, Gaza e Inhambane: 1 ano (52 números) - 740$00; é meses(26 números) - 390$00; 3 meses (13 números) - 190$00. Outras pro-. vin¢ias, porvia aérea: I ano (52 números) 84000; 6 meses (26 números) -420$00; 3 meses (13números) -210$00. O pedido de assinatura ¥eve ser acom. panhado daimportflncia respectiva.II--2 a561214 1624 3240 43 60

O q~e é a tabeea?Falamos de tabela porque vimos a especulação que existe aqui nas cantinas daAldeia da Barragem; assim como nas seguintes cantinas: Na cantina do Armindo,vendem-se pilhas por 12$50 a 15$00 cada, assim como o sabão é vendido a 15$00cada barra, e nós sabemos que na tabela está a 13$00 a barra e as pilhas 7$50cada.Na cantina do Varld Gé Punga, encara.se também com a mesma especulação emque - ele vende «bikinis» a 175$00 cada, enquanto que na tabela é marcada a75$00. Com isto, não só, essas coisas só denunciamos esses artigos maisprincipais, mais apurados, inclusivamente com as cantinas de Chirunzo que seencontram na mesma aldeia da Barragem na Província de Gaza.Ao terminar queremos mandar os nossos cumprimentos revolucionários efraternais, ao contribuir quanto a este respeito e agudizar cada vez mais a

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vigilância a fim de descobrir diversas actuações tendentes dos exploradores damdioria.Abaixo a exploração do homem pelo. homemViva a tabelaViva a vigildnçiaA luta continuaAmérico Joo DómbeJanudrio Inácio úepisso"lovos expeotadoL:es nos baza-res e nas tuas..:Presenciei uma cena multo lamentóvel e estranha no bazar de Xipamanine.Durante algum tempo havia falta de batata nas lojas da cidadeentão resolvi ir a sua procurM ne*e bazar. Depois de algumas voltas deparei-mecom uma senhora que -vendiá a população quatro batatas pequenas a dez escudosnão tive coragem de comprar pelo que continuei a minha rondagem quando denovo deparei-me com umas outras, a vender a mesmo preço a mesma quantidadede batata que nem corresponde a 1/3 de quilo quando elas vendiam a dez escudosque é o preço de quilo. Ora bem, sou da opinião de que devia haver umafiscalização rigorosa feita a todo o momento pelo que sugiro:1-A .câmara devia montar um controlo em todos os bazares com uma, vigilânciaaguda.2- Devia haver um posto de reclamações em todos bazares nos quais aspopulações teriam muiltas facilidades em denunciar os novos exploradores.3-Todos os comerciantes dos bazares, das ruas de qualquer parte deviam trabalharcom balanças, pois, se for para calcular deviam calcular para mais e não paramenos que é para o nosso bem.4- Todas as pessoas encontradas a explorar deviam, sofrer sansões que sãoaplicadas aos nossos inimigos.Camaradas, se eu falo de batata não é só a batata mas, também tomate e outrascoisas.Algumas pessoas aproveitam certas ocasiões para pôr em prática as suas acçõesde «Xiconhocas», não esta a razo que fez com que milhares de moçambicanostombassem durante os dez anos de luta.Permitir que estas continuem a explorar é admitir a teoria de Urias Simango... desubstituir explorador branco por um explorador preto.Este apelo é mais para as camaradas «donas de casa» que mais vivem osproblemas desta natureza todos os dias, o favor de se pronunciarem acercq. denovos exploradores nos, bagares, ias ruas, nas casas. dos mesmos. exploradores.CONTRA OS EXPLORADORES' A LUTA CONTINUA!,-, Moisés Portugal Dumbarão«TEMPO» n.- 330- pág 2

fla mahdba do povo descobtimos o segredo da nossa eutaNa machamba do PovoMedimos a nossa consciência polirica materializamos os nossos conhecimentoscientíficos encontramos o valor do nosso trabalho cumprimos o fruto do nosso

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suor descobrimos o nosso dever internacionalista sabo. reamos o segredo da nossaluta. A machamba do PovoIrá destruir para sempre a fome e a nudez no nosso País. Plantará igualdade ejustiça colherá a felicidade interna e o bem estar de todos os homens.Os anti-revoluciondrios encaram o «ir na machamba do Povo» como sendo umapunição, o que constitui um erro muito grave pois que ela é um padrãoindestruttvel onde vamos todos os dias planificarmos e registamos com enxadasos pontos negativos e positivos da nossa luta.Para nós o Povo esta machamba é a nossa arma essencial que tem como objectivosagrar vitórias sucessivas em todos "os campos e consolidar as restantes obtidasao longo do processo revolucionário o que garante à comunidade moçambicanauma boa revolução continua.Zacarias T. Mapulango NhanombeEscola Primdria do JardimApoiemos a campanhanacionae de 2~eha de papeO nosso Povo, viveu séculos mantido na ignorância, no obscurantismo e noanalfabetismo. O governo fascista de Salagar-Cae. tano, não se preocupou com aformação de quadros moçambicanos. Dizer que, o negro não era capaz de sabernada, era considerado massa brutaMas após a formação do Governode Tranição até a Independênia Na. eiona, o ensino em Moçambique pas. sou aser um direito e um dever para todo o Povo. Já no primeiro ano de Indeendnci, doRovuma ao Maputo, havia em todos os locais campa. nhas de Alfabetização,organizadas' Pelo nosso Governo e Partido. Esta experiência sintetizada, dasantigas zonas libertadas atingiu grandes êxitos e, já a maioria do nosso Povo, sabeler e ver o número do autocarro .sem ajuda de ninguém. Estes resultadosfabulosos demons. ram que o nosso Pais passou de centro discriminatório, parauma grande escola, onde todos aprendem independentemnte do sexo e da idade.O ano de 1977, será se-m dúvida, aquele que maiores facilidades ao nosso Povo.Como sabemos, neste momento está a decorrer.a Campanha Nacional daRecolha de Papel, para a feitura de cadernos dos nossos educandos.Esta é sem dúvida uma das grandes conquistas do Povo moçambicacano. Poisalém de facilitar o estudo da matéria aos alfabetizandos através dos respectivoscadernos, irá fa. cilitar o trabalho dos monitores, que terão assim livros para seorientarem a nível nacional.Camaradas moçambicanos, vamos pôr em prática criadoramente, a iniciativa darecolha do papel, para assim termos mais «armas», de combater o grande inimigodo nosso Pais- o analfabetismo.Viva o 3.' Congresso da FRELIMOViva o Socialismo CientíficoANGLO ZITAEstá ceo o que se passa, na Aluto Viaãà do Sue de Save?Eu tenho observado que as tarefas que a Empresa de Auto Viação do Sul de Save,estão a servir mal os inte-

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resses do povo.' Não beneficiam os passagelros.Um caso estranho que se tem processado comigo e alguns passageiros queestavam comigo no dia 27.12-76 na localidade de Chidenguele, quando euregressava de viagem para a cápi. tal do País (MAPUTO). Apanhamos a primeiracarreira que sai de Chidenguele às 5,30 horas e a carreira estava prevista parachegar em Maputo às 11,30 horas no caso de atraso 12 horas.Mas, pelo contrário, quando entrei, no autocarro fui cobrado 154$00 que é aimportância do trajecto completo. Foi uma vergonha ver as condições domachimbombo.Orá, não tinha janelas e era um'dia com chuva.. Quando chegamos em Xai-Xaieram 8 horas e deram-nos outra carreira em troca daquela. Mas foi pior. É umavergonha...A carreira que rendeu a outra é n., 19 com a matricula MLB - 30-86. Poucodepois de termos saido de Xai-Xai, chegamos em Chicumbane as 9.00 horas. Acarreira não conseguiu dominar a subida e que isso ia causar um acidente por faltade travões. O motorista foi obrigado a fazer recuar o autocarro até alcançar a partearenosa. Contudo consegui. mos salvar. Já não podíamos sair dali.Foram precisos mecânicos para porém o autocarro erf condições das 9.30 horasàs 11.30 à espera dos senhores mecânicos, só quando eram aproximadamente12.30 é que aprontaram o trabalho; o que nos fez sair daquele lugar deChicumbane com o senhor motorista conduzindo fracamente esquecendo que ospassageiros estavam saturados de tanto es perarem. Cheios de fome e cansaço Sóchegamos em Maputo às 18.30 Imaginem companheiros. Estar de viagem aonascer até ao pôr do sol sem necessidade. É bastante fatal...Terminando, apelo à Comissão Coordenadora daquela Empresa para tomemedidas a esse motorista e o critique. Apêlo também que a Comissão lhe decarreirai que estejam em boas condições o que fará com queJEMPO» n.- 330- p4q. 31

r-o povo pague sem receios e esteja confiante em chegar ao seu destino a horascertas.Hoje salvamos. Talvez na prióxima vez não teremos; a mesma sorte.ABAIXO OS COMPORTAMENTOS ERRADOS DOS MOTORISTAS DAA.V.S.S. E DE TODAS AS COMPANHIAS DE TRANSPORTES Q U E TEM OMESMO COMPORTAMENTO.VIVA A VIGILÂNCIA POPULAR; VIVA A DISCIPLINA COMPANHEIRADA REVOLUÇÃO.A LUTA CONTINUA.Benedito S. Quive Bairro da MatolaMAPUTOAedeías comunais1Antes de mais... Que são Aldeias Comunais? As Aldeias Comunais são aluz de Povo

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Lagos onde as sanguessunga& vau uber o veneno.Camaradas! Dissoldemo-nOs da divisão Da solidão... E sigqmos para a colmeia,camaradas!Lá seremos mais duros que o basalto E facilmente o leopardo Será esmagado.IVAs Aldeias Comunais são a luz do Povo:Lá cairão todas as máscaras E ver-se-á a realidade das, coisas.ORLINDO CARLOS DOS SANTOS Aluno da Esc. Ind. e Comercial «,EduardoMondlane»INHAMBANEn .. . .C téllyCARTA dos LeitoresA LUTA CONTINUA...Moçambique, minha terra: A LUTA CONTINUA!Meu bisavô morreu escravo Meu avô morreu nas minas Meu pai viveu exploradoMoçambique, minha terra: A LUTA CONTINUA!Minha mãe é analfabeta Meu tio é um alcoólico Meus amigos são todos burguesesMoçambique, minha terra: A LUTA CONTINUAPensei que nasci para sofrer Ensinaram-me que nasci para padecer Hoje sei quepara me libertar,Tenho que lutar...Moçambique, Minha Terra: A LUTA CONTINUA!Não é correcto tratar por desigual Aquilo que é igual. Também não é correctotratar por igualAquilo que é desigualMoçambique, Minha Terra: A LUTA CONTINUA!Contra a injustiça ainda existente Contra as manobras dos sabotadores Contra as«cunhas» Contra os xiconhocasMoçambique, Minha Terra: A LUTA CONTINUA!ei uta continíua...

V.,.U.: VIIN N PAR SU .;.. .Vu~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~ .4/-- Kin é umpeaveitmmrod oidd dsEcioes deúlcaScaito Vieta, - Mas no~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~~~, noad ot u sáe as etoetmsocned et om . do . Suoet asátc -um po,")fre as mai teríves h milaçõe, a mas bábars aresões o clonali mo eimp riaismoma a uem tamb m d-,,ch.)~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~~~,¿', log de três deea eao elt asvrohs ert o gneudasd rmegepl oz e u!us~~~~~~~~~~~~~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ poeta a> sua iden ifi açã to a a a1 c m a j sa l t e t n o o afi a o u ih d i a i a o p l a i m , col ri

CADA UM DE VOCÊS É HISiÉ UM MONUMENTO QUE FAIe Presidente SanMilitantes nacionalistas, patriotas que operavam, na clandestinidade, suportaramde maneira mais direta - na carne - a repressão sanguinária da policia fascista

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portuguesa e a crueldade dos pides, seus algozes, foram de novo chamados aio'engajamento consequente na luta pela destruição de todos os vestígios dasociedade de opressão que os torturou, onde se sacrificaram, e pela construção dasociedade nova, sobre suas ruinas.A mobilização foi feita directamente pela Direcção máxima da FRELIMO, numareunio com 40 desses sobreviventes da luta patriótica clandestina, realizada nopassado dia 21, presidida pelo Ca-L>ReIA, É UMA BI0 TECA[Ama~da Presidente Samora e à qual estiveram ain da presentes o Vice-Presidenteda FRELMO, Matcelino dos Santos, os membros do Comité Central e do ComitéExecutivo da FRELIMO, Joaquim Chissano, Joaquim Chipande ArmandoGuebuza, e Jorge Róbelo, pelo membro do Comité Executivo, Oscar Monteiro, epelo Ministro dos Transportes e Comunicações. José Luis Cabaço.A abrir a reunião, e precedendo a troca de imprssões e de experiências doPresidente Samora com alguns dos patriotas, o Camarada Presidente usou dapalavra para proferir o discurso que a seguir reproduzimos na integra»Presidente Samora aos patriotas: «Estamos convencidos que'a vossa participaçãoactiva fará de vós verdadeiros agentes de mobilização popular e,simultâneamente, dará um sentido cada vez mais vivo, cada vez mais útil à vossaluta e ao vosso sacrifício»Conheciam-se ainda?Há,.muitos milhafres agora. Os pides que nos prenderam estão dispersos. Estãocá fora, estão independentes também. Fazem parte ia nossa sociedade. Por isso épreciso que vocês se conheçam, vivam juntos, em conjunto tentem sintentizaraquele sofrimento comum que todos tiveram. Por isso pedimos este pequenoencontro. Para trocarmos experiências. Porque a Luta não terminou. CriouconJEMPO» n., 330- paJ. 6dições para ser desenvolvida, para o seu crescimento a nível superior, já. «É esta aprimeira vez que nos reunimos com os nacionalistas militantes que viveram naZona do Inimigo o nosso processo de Libertação. Temos hoje aqui connoscoalguns dos patriotas que, vivendo embora no seio do inimigo, souberam resistir àalienação, à despersonalização e se afirmaram Moçambicanos. Em condiçõesdifíceis. Em condiçõesem que não duvidávamos quando pensassemos um pouco da morte. Mas suberamafirmar-se como Moçambicanos. . Afirmaram-se Moçambicanos no desejo deverem a nossa terra livre e independente.Era o desejo de todos-nós. Aqueles que estavam na clandestinidade e aqueles queestavrn com armas na mão. O desejo era comum: a nossa terra livre, a nossa terraindependente.Afirmaram-se Moçambicanos quando se engajaram no movimento de libertação eaceitaram os sacrifícios da luta clandestina.Ao distribuir os' panfletos da FRELIMO, ao difundir a palavra-de-ordem deFRELIMO, ao difundir o desejo da liberdade, liberdade e independêncianaclandestinidade, em condições difíceis- faziam a vossa afirmação.

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Foram vocês, soldados sem farda, que ajudaram a difundir os, estatutos e oprograma da FRELIMO, que ajudaram a mobilizar o povo, que apoiaram osgrupos de reconhecimento e organização que a direcção mandava para os diver.sos pontos do País.Traziam recomendações, todos eles.Sabemos que também se afirmaram Moçambicanos nas cadeias da PIDE.&ANA A SEM

frente à humilhação, à chantagem, à fome e frio, à tortura, ao assassínio.A FRELIMO tem nos seus arquivos o relato minucioso das brutalidadescometidas pela PIDE contra o Povo Moçambicano. As descrições que algunsentre vós já nos fizeram, apesar do horror que possam causar, não acrescen. tampormenores ao quadro que conhecemos. Muitos de vós já estiveram longas horasconnosco, a detalhar, como é que a morte era. Apenas trazem a força de novostestemunhos.Estamos aqui reunidos cerca de 40. Não tivemos a preocupação de convidar atodos os vossos companheiros de sofrimento. Eles estão espalhados por todo opaís e contam-se em largos milhares.É impossível reunir todos aqueles que passaram pelas cadeias da PIDE, desde aPenitenciária, o Jamanguana e Mabalane, até Nhangau e Ibo.É impossível reunir todas as popula. ções que foram brutafizadas'nos numerososcampos de concentração -apelidados de aldeamentos- nas Províncias de Manica, -Tete, Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.É impossível reunir, afinal de contas a vasta maioria da população do nosso Paísque, de uma forma ou de outra exprimiu desde a fundação da FRELI. MO a suarecusa à opressão colonial e a sua adesão à causa da libertação nacional.É por isso que dizemos que o nosso combate contra o colonialismo teve muitasfrentes. A frente armada foi apenas aquela que resumiu de forma mais elevada osnossos objectivos e a nossa estratégia e aquela que permitiu a transformaçãoqualitativa que se realizou no seio da nossa organização.A vossa participação patriótica é um dos componentes do nosso combatevitorioso.Com a vossa presença aqui nós pretendemos homenagear os nacionalistas, ospatriotas que operavam na clandestinidade, particularmente aqueles que sesacrificaram nas mãos da PIDE.Além de conhecer e .sauda? os nacionalistas, nós pensamos que devemosaproveitar esta ocasião para falar aos militantes sobre os nossos problemascomuns.Ao dar provas da dedicação à causa da Independência Nacional, vocês contariram obrigações para- com a conso-«Vocês devem ser educadores da juve tude, devem ser parte integrante doexército de professores cuja tarefa é servir correctamente a nossa juvein. tude,inculcando-lhes os novos valores da sociedade em construção, com referênciasempre íntima com o nosso passado, cheio de ricos ensinamentos»lidação dessa mesma Independencia. Obrigações para com a reconstrução donosso Pais, devastado pela desenfreada exploração colonial-capitalista e por 10

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- anos de guerra. Obrigações para com a vasta maioria do nosso povo quecontinua a sofrer os efeitos da miséria e da, exploração.O engajamento político que tomaram, não comporta a ideia da reforma, dadesistência. Quem pensar de outro modo revela não ter assumido bem o altosignificado do risco da própria vida que envolve o trabalho clandestino.Só aceita arriscar a sua vida pela causa do povo aquele que,é militante. E osmilitantes não são funcionários públicos do tipo velho. São militantes-trabalhadores completamente devotados e entregues à causa do povo.Pode por vezes haver alguns que, por limitações políticas e ideológicas,considerem inteiramente realizados os objectivos por que todos nós lutámos.«Já ganhan'os a independência, quero descansar. Já chegou a independência devoter reforma... «O militante não. O militante devotado à causa da Revolução. ARevolução tem apenas começo ... e não termina. É um processo.Diriam:«Já provamos a nossa militância e hoje estamos independentes. É tempo degozar».Gozar com as bichas ainda aqui no nosso país? Com a miséria? Com a fome? Anudez?..Esses recusam-se a quaisquer sacrificios. Exigem comodidades e benefí cios, emnome do passado militante, em nome dos sofrimentos. «Porque eu sofri muito noJamanguana. Porque eu fui muito perseguido pela Pide, agQra devo gozar ...»A prisão é uma bandeira que nos chama para o engajamento total. Nós que somossobreviventes das prisões da Mechava e de outros sítios, a nossa tarefa -levantarmos a um grau mais alto a bandeira da Revolução. É a tarefa de todo omilitante. Recusam-se ao trabalho político. «Já não é preciso politizar o Povo».,Isto é assim porque alguns não viveram o processo de transformação. O processoque nos levou a erradicar das nossas ideias e da nossa prática o racismo, oregionalismo, o tribalismo e as concepções feudais.O nosso povo, sob a direcção da FRELIMO, já realizou muitas conquistasrevolucionárias. Essas conquistas revolucionárias dão conteúdo à nossaindepondência, valorizam os sacrifícios con. sentidos pelo Povo Moçambicano, ossacrifícios que a vossa presença hoje aqui testemunha.Mas a realização plenada -nossa independência requer a construção de umasociedade nova. Uma sociedade livre de todas as formas de exploração. Umasociedade em que o desenvolvimento económico não signifique aumento deriqueza para uns e aumento de «TEMPO» n.- 330- pág. 7

oobreza para outros. Uma sociedade em que não existam a fome. a ignorância, anudez.É isto que sempre nos galvanizou nos momentos difíceis. É isto que sempre nosestimulou na nossa Luta Armada. É isto que nos incentivou e fez-nos ganharconfiança em nós próprios de que derrotaríamos o inimigo.Hoje, apesar de independentes, sofremos de carências graves no nossoabastecimento, sobretudo no que respeita a alimentação.Particularmonte ao nível das grandes cidades - Maputo e Beira.

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Dizem os nossos inimigos que as longas bichas que se formam nas nossas cidadessão o resultado da incapacidade dos moçambicanos, são o resultado daIndependência. Querem convencer-nos que éramos muito mais felizes sob adominação estrangeira.A falta de géneros é jústamente uma consequência da luta que travamos pa. ra aconsolidação da nossa independência.É a crise dum sistema económico construido para servir os interesses doimperialismo e da burguesia colonial. Não é para vocês. O que é para nós é o quevamos construir agora. Poderíamos dizer em poucas palavras, queRogério Daniel Jauana-Preso na Machava de 1964 a 28 de Maio de 1968.Actualmente Presidente da Cãmara da Matola. «Foi muito importante para nóseste encontro com o Camarada Presidente. Muitos sentiam-se desamparados. Apartir de agora os que não têm tarefas vão compreender que ainda são precisospara as novas tarefas da Reconstrução Nacional. Quanto aos pitles, penso que osque ainda aí andam não eram prápriamente oi opressores, mas sim pepoal dêsecretarias e de outras actividades assim, sem muita responsabilidades».,TEMPO,>n.- 330- páq. 8esta situação deve-se à crise profunda que o capitalismo atravessa no nosso pais.Vejamos: Quem eram a grande parte dos proprietários das unidades agrícolasdonde vinham produtos hortícolas, batatas, milho, arroz?Quem eram os proprietáios do gado e a quem pertenciam as grandes machambasagro-pecuárias?Quem detinha e ainda detém a rede de comercialização: suermercados, cantinas?Quem provoca o açambarcamento e a especulação?Todas estas questões devem servir de elementos de reflexão para podermosanalisar correctamente a situação e ultrapassarmos as actuais dificuldades.É um facto evidente que hoje assistimos a um abandono sistemático por parte dagrande Maioria dos proprietá-, rios das antigas unidades de produção agrícola oupecuária, provocando uma quebra total ou parcial da produção, afectando destemodo o abasteciménto' das populações.Aliado a este abandono, não raras vezes os mesmos proprietários., num acto dedesespero e 4qmonstrando o seu ódio para com as elesses trabalhadoras.procedem à destruição de equipamento agrícola, sistemas de regadio, etc.Por outro lado, o nosso engajamento na 'destruição das estruturas coloniais. acarência de técnicos e pessoal especializado não nas permitiu ainda a edificaçãodum eficaz plano de produção e a criação de uma correcta rede de distribuição ecomercialização, embora importantes passos tenham já sido dados. E é nestecontexto que muito em breve o Partido e o Governo, em colaboração com apopulação. tomarão as medidas que se impõem para resolver a crise.Este é um aspecto particular dos problemas que enfrentamos mas cuja resoluçãodepende do nosso compromisso em prosseguir vitoriosamente com' a Revolução.A poucos dias do III Congresso da FRELIMO é necessário que tenhamos bempresente que a sua realização resulta da necessidade que todos nós sentimos deaprofundar o nosso processo revolucionário.

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- Necessitamos de criar um Partido de vanguarda da classe operária que emaliança com o campesinato exerça o seu poder e que é o instrumento que vaipermitir construir o socialismo.Alguns falam entre nós: «oh, o socia-A direita, Cuféni Novela, preso na Machava de 18 de Março de 1965 a 1967 (doisanos, nove meses e 21 dias). Actualmente mora no quilómetro 15. «Não participonas actividades politicas do bairro oroue na nossa área não gostam muito dos ex-presos politicos. Porque não sei, não cheguei de compreender. Mas, penso quepara essas oessoas que não gostam de nós, e vara nós mesmos, tudo vai-semodificar a parttr de agora que o nosso Presidente está-nos a dar novas tarefas».À esquerda, Paulo Nhangave, preso da Machava de 28 de Julho de 1966 a 13 deMarço de 1970. Actualmente Secretário do G.D. do Bairro Tsalala e responsávelde Mobilização do G.D. da IMA. «Isso que este camarada diz é verdade. Hámuitas pessoas que não gostam de nós. Eu penso que a razão é que, quando foidada a palavra-de-ordem do Governo de Transição para a construção dos G.D.,muitos dos que avançaram eram próprios pides. Como eles eram pides nãogostavam muito da ideia de trabalharem connosco, Por isso ficamos isolados,Porque não denunciamos?.. Por falta de concreto. Há muitos que o Povo conhecemasnão consegue arranjar provas».GabrieL Mussavele-Preso na Machava de 14 de 'Setembro de 1965 a 31 deOutubro de 1969. Actualmente engajado na Sede Provincial do Partido emMaputo. ePen"o que a maior parte de nós estdo afectados a tarefas desta novafase. E. a preocupação que vamos ter agora é implementar ainda mais o nossoengajamento. Quanto aos pides, penso que é obrigaçdão de todos os mi|I4.tesdenuncid.los»ANA A SEM

lismo! O socialismo vai privar a iniciativa criadora de cada um» ... Vai libertar ainiciativa criadora de cada um.- A criação deste Partido exige que adoptemos e assumamos a ideologia científicada classe trabalhadora, a ideologia do socialismo científico.- É particularmente importante que, neste quadro, a nossa ofensiva no planoeconómico se desenvolva de maneira planificada, a fim de permitir um combatemais consequente contra o ca. pitalismo, e a edificação harmoniosa das basesmateriais para a construção do socialismoCamaradas,Ao dirigirmo-nos aos militantes antigos e companheiros de combate queremos,manifestar o nosso desejo em que se empenhem com determinação e semvacilações nas tarefas que vos cabem nesta fase difícil da reconstrução do nossopaís.Vocês são parte integrante da nossa história comum, do nosso passado rico ?dJeexperiências de luta e resistência popular contra a dominação estrangeira. ortantoconstituem património. E pouco valem essas experiências se se limi. tar *o seuconhecimento a um quadro restrito de pessoas.

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Por isso julgamos que é importante que a vossa experiência de luta fossetransmitida aos nossos jovens, particularmente àqueles que não viveram comintensidade a opressão colonial.Quando nós dissermos que fomos coIonizados, eramos 9 milhões oprimidos por270 mil, os nossos filhos, os nossos netos, não vão compreender ... Portanto cabea cada um de nós transmitirmos correctamente a nossa experiência. Sobretudo.àqueles que não vi. veram esta experiência da opressão colonial.Como é que ela se exercia.Por isso nós dizemos que vocês devem ser educadores da juventude, devem serparte integrante do exército de professores cuja tarefa é servir correctamente anossa juventude, inculcando-lhe os novos valores da sociedade em construção,com referência sempre in. tima com o nosso passado cheio de ricos ensinamentos.Cada um é História aqui. Cada um de vocês é história. É uma biblioteca da nossahistória, Cada um é um monu-mento, constitui um monumento - monumento que fala.Também pensamos que os militantes antigos se deverão mergulhar no estudo afim de elevarem a sua capacidade política e a sua consciência de classe.Se não fizeremi vamos-nos esquecer do nosso passado, vamos.nos esquecer danossa origem - origem dos oprimidos, origem dos pobres. É a nossa origem, detodos nós aqui.Estamos convencidos que com a vossa participação activa, como militantes quesão, nos locais de residência ou de trabalho fará de vós verdadeiros agentes demobilização popular e simultaneamente darão um sentido cada vez mais vivo,cada vez mais útil à vossa luta e ao vosso sacrifício.A LUTA CONTINUAi»NO VOS HORARIOS DE TRABALHOO Conselho de Ministros da República Popular de Moçambique aprovou umDecreto-Lei que. estabelece novos horários para o aparelho de Estado e funçãopública, escritõrios, actividade bancária, actividade seguradora e sector comercial.Dado o seu interesse, publicamos na íntegra o referido Decreto-Lei, que entra emvigor no próximo dia 1 de Fevereiro:Os diversos sectores da- actividade nacional regem-se actualmente por horáriosque não satisfazem as necessidades da reconstrução na nal e são um obstáculo aoaumento constante do rendimento do nosso trabalho e, consequentemento, daproduçãd e da produtividade,Os serviços do Estado, o comércio e a indústria estão sujeitos no essencial ahorários simultâneos.É certo que, dada a relação existente entre os vários sectores, o seu funcionamentotem de ser coordenado.Porém, horários idênticos para os diversos sectores de actividade criam aimpossibilidade de os trabalhadores utilizarem serviços sem quebra da produção eda produtividade."É o que sucede actualmente quando um trabalhador do comércio, da indústria oude um serviço do Estado, tem que interromper o trabalho para, por exemfplo,obter uma certidão ou para pagrar a renda de casa.Esta situação tem, ao mesmo tempo, reflexos negativos na disciplina.

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A situação actual tem outra consequência: o congestionamonto dos transportes,dado que a maior parte dos trabalhadores necessitam de se deslocar para o seulocal de trabalho às mesmas horas.A ofensiva pelo aumento:da produção e da produtividade em que o nosso po-vo, sob a direcção-da FRELIMO, está engajado, exige o combate contra estasanomalias., Esse combate é hoje intensificado no quadro da realizaç,io do IIICongresso da FRELIMO.Interessa assim adoptar um esquema de horários em que as horas de funcionamentda actividade comercial e de prestação de serviços ao público sejam dferentes dasdos restantes sectores. Se esses serviços funcionarem, por exemplo ao sábado àtarde, à hora do almoço ou após o encerramento da generalidade das açtivrdades,o conjunto dos trabalhadores terá mais possibilidades de tratar de assuntosparticulares sem quebra da produq5o.Por outro lado, os horários em vigor para a função pública, bancos e actividadeseguradora não estão de acordo com as actuais necessidades do país, constituindoum privilégio do sistema colonial que contraria o engajamento intenso de todos ostrabalhadores na reconstrução nacional.As exigências ditadas pelo a'menýo de produção e de produtividade e asnecessidades de uniformização de centros horários, nomeadamente ao nível dafunção oú'ilica, embora mantendo as diferenças de horas já apontadas,aconselham também a abolição dos chamados horári's Ún;os em q-ie '-s servicossó funcionam da parte de manhã ou da tarde.TEMPO» n. 330- ,g-.9

NA A SEINEstes horários repesentam não só uma diminuição de horas de trabalho, comotambém dificultam as relações destes serviços com outros que d e 1 e sprecisem.Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea c) do artigo 54." de Constituição, oConselho de Ministros decreta:ARTIGO 1. 1- O conjunto do aparelhI)de Estado e função pública, os escritórios, a actividade bancária, a actividadeseguradora e o sector comercial, passam a reger-se pelos horários constantes dosmapas anexos ao presente decreto-lei, que dele fazem parte integrante.2 - Exceptuam-se:a) Na função pública, a actividade docente, a qual continuará a reger-s e peloregime de horários actualmente em vigor para a mesma actividade:b) No sector comercial - as actividades que actualmente estão sujeitas a horárioespecial, em função do seu comprovado interesse público.3-O sector industrial mantém oshorários actualmente em vigor.ARTIGO 2., - Para os efeitos do presente decreto-lei, o conjunto do aparelho deEstado e função pública abrange os serviços públicos ou do Estado, incluindo osorganismos dotados de autonomia.ARTIGO 3." -As empresas do Estado e

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as empresas sob intervenção es-, tatal adoptarão os horários previstos para aindústria ou para o comércio, de acordo com o presente decreto-lei, consoante sedediquem a um ou a outro ramo de actividade, adoptando quanto aos escritórios, ohorário previsto para este sector.ARTIGO 4. 1-Tendo em vista evitar quebras de produção e de produtividade, osMinistérios fixarão horários especiais para os sectores deles dependentes que«TEMPO» .. 330- pág. 40prestam directamente serviçosao público.2- Com o mesmo objectivo, os bancos e empresas seguradoras criarão serviçosespeciais de atendimento do públicoARTIGO 5. - É abolido o horário único,adoptando os serviços públcos ou privados onde o mesmo se encontra em vigor,os horáriosprevistos no presente decreto-lei.ARTIGO 6. - As dúvidas a que a execução deste decreto-lei der lugar têmoseguinte tratamento:a) Sendo relativas ao aparelho de Estado e função pública incluindo empresas doEstado, serão resolvidas por despacho c9njunto do Ministro de Estado naPresidência e do Mi-MAPA 1 APARELHO DE ESTADO E FUNÇAO PCBLICA, ESCRITÔRIOSE SEGUROS SEGUNDA-FEIRA ATÉ SEXTA-FEIRA SÁBADO ENTRADA7.30 HORAS 14.00 HORAS 7.30 HORAS.SAIDA 12,00 HORAS 17.00 HORAS 12.00 HORASMAPA 2-ANCOS SEGUNDA-FEIRA ATÉ SEXTA-FEIRA SÁBADOENTRADA 7.30 HORAS 14.00 HORAS 8.00 HORASSAIDA 12.00 HORAS 17.15 HORAS 11.00 HORASMAPA 3 - SECTOR COMERCIAL

nistro responsável pelo serviço ousector onde surjam as dúvidas;b) Sendo relativas à actividade comer.cila e industrial, incluindo estabelecimento sob intervenção estatal, serãoresolvidas por despacho doMinistro do Trabalho;c) Tratando-se de dúvidas respeitantesia horários de actividade bancária eseguradora são resolvidas por despacho do Ministro das Finanças.ARTIGO 7."'-Este decreto-lei entra em, vigor no dia 1 de Fevereiro de1977.=CRLDO ORGANISMOPARA CONTROLARDISTRIBUIÇÃO DE GÉNEROSOrientada Pelo Ministro da Indústria e Comércio, Mário Machbngo, teve lugar noúltimo sábado, na Escola Secundária Josina Machel, uma reunião com osresponsáveis dos Grupos Dinamizadores da Matola e Maputo, que teve como

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finalidade encon'trar formas de solucionar os problemas de abastecimento degéneros de primeira necessidade.Durante o encontro, os representantes dos Grupos Dinamizadores denunciaramcasos de especulação verificados nos estabelecimentos comerciais, tendo oMinistro Mário Machungo exortado a uma maior organização e vigilância paraneutralizar os sabotadores.- Foi também anunciada a criação de um ýorganismo, a nível do Ministério daIndústria e Comércio, que ma-terá periodicamente informados os GruposDinamizadores de bairros sobre a quantidade de produtos de primeira necessidadea distribuir pelos estabelecimentos comerciais, cooperativas e Lojas do Povo, esobre as faltas de produtos e a forma de estas serem superadas.Este novo organismo tem como finalidade permitir que as populações, en.quadradas pelos Grupos Dinamizadores de bairro, possam'controlar toda adistribuição dos géneros de primeira necessidade e saberem quais os que nãoexistem no mercado.CAMPANHA DE RECOLHA DE PAPEL VELHOCom a campanha de recolha de papel usado materializamos o princípio de contar,com as pró~pras forças. Nos lugares onde não havia papel, onde não havia lápis,durante a Luta Armada de Libertação Nacional, o nosso Povo não usou isso parase frustar à materialização das tareias de alfabetização. Mandioca seca servia degiz, uma tábua, pequena que fosse, servia de caderno. Esse princípio correctodeve, presidir sempre todas as nossas actividadesA Organização Mundial de Saúde ofereceu à República Popular de Moçambique30 mil dólares (cerca de 900 contos) no âmbito do apoio aos programas dedesenvolvimento do país no sector da Saúde. A oferta- a que se reporta a imagem-foi pelo representante da OMS em M A P U T O, Boracillo Tommasi, erecebeu-a o Director Nacional Adjunto de Medicina Preventiva, FyanÚcsco Cabo.«TEM;P » n.ý 3j0- pág.

SEMANA A SEMO ASSASSINATO DE JASON MOYOE A OUESTÃO DA UNIDADEzimbabweanas em todos os níveis: militar, político e diplomático.É pois a unidade que está na origem do assassinato de Moyo, um dos ele. mentosmais progressistas da 'direcção da ZAPU. É prática constante dos inimigos dospovos tudo fazer para que as vozes que os representam não se unam na base deuma causa e estratégia de luta comuns. No que se refere ao Zimbabwe, o ZIPAprimeiro e depois a Frente Patriótica, têm vindo a ser o veículo principal para aunificação das forças nacionalistas.Em Genebra esse veículo mostrou-sg capaz de prosseguir a luta pela unificaçãototal e completa perante um inimigo mais do que nunca decidido a semear adivisão e a confusão em todos os campos para melhor conseguirJason Moyo, um dos nacionalistas Zimbabweanos que mais lutou pelaunificação da ZANU e da ZAPUJason Moyo, de 53 anos de idade e

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um dos vice-presidentes da ZAPU, foi assassinado nos escritórios do ANC emLusaka no passado dia 22 por uma encomenda-bomba. Eram cerca de onze etrinta da manhã. Ao abrir a encomenda Moyo activou a bomba que explodiu nassuas mãos matando-o imediatamente. A bomba feriu ainda várias pessoaspresentes no local e provocouelevados danos materiais.Nesta altura já terá sido organizadotodo o trabalho de investigação sobre a origem da bomba. Mas o mais importanteé saber porque é que Moyo foi assassinado. A resposta não é difícilde descobrir.Ainda recentemente em M a p u t o aZAPU (chefiada por Joshua Nkomo) e a ZANU (dirigida por Robert Mugabe)decidiram reforçar a Frente Patriótica e estabelecer um comité de dez elementosprovenientes das duas organizações cuja tarefa'é reestruturar o ZIPA Jason Moyoestava presente à conferência de imprensa em que a Frente Patriótica tornoupública esta decisão de intensificar todo o trabalho, de unificação das du a sorganizações nacionalistasTE IMPO, , 33C çag. 12uma alternativa fantoche para a Rod¿sia. A unidade ZAPU/ZANU dentro daFrente Patriótica, que o ZIPA reforçará no campo militar, e apoiada material ediplomaticamente pelos cinco países da linha da frente, foi difícil de conseguirpois teve que transcender grande parte da longa tradição de luta legalista baseadana prática reaccionária da luta entre personalidades.Como era de esperar o inimigo atacou outra vez essa unidade matando um dosnacionalistas que mais lutara par a ver realizada. Esperemos pois que a morte deJason Moyo sirva de inspiração à Frente Patriótica e ao ZIPA e venha a sersimultaneamente a palavra de Ordem permanente da luta e o critério pelo qualsejam rejeitados todos aqueles que persistem na sua política divisionista eoportunista de conquistar posições à custa dos que lutam de armas na mão pelaindependência do seu povo.AMILCAR CABRAL ASSASSINADO HA QUATRO ANOSCompletaram-se no dia 20 deste mês quatro anos sobre o assassinato de AmílcarCabral, perpetrado pelo colonialismo português que impotente contra os avançosdo povo da Guiné e de Cabo Verde no caminho da verdadeira independêncianacional, imaginava poder quebrar a unidade e firmeza do seu partido devanguarda, o PAIGC, roubando-lhe o seu dirigente mais prestigiado. A Históriaencarregou-se de provar além de odioso, o absurdo do crime.Amilcar Cabral nasceu a 12 de Setembro de 1924 em Bafatá, na Guiné Bissau.Depois dos estudos liceais em São Vicente (Cabo Verde) Cabral entra para aFaculdade de Agronomia de Lisbio, em Portugal. Aí empenha-se no lInçamentodas bases para a consciencialização de estudantes africanos participando emmovimentos internacionais e portugueses pela paz e contra o fascismo. A 19 deSetemibro de 1956, Amilcar Cabral e cinco dos seus camaradasfundam, em Bissau, o Partido Africano para a Independência da Guiné e CaboVerde (PAIGC). Um ano mais tarde toma a iniciativa da «reunião de consulta e

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estudo para o desenvolvimento da luta das colónias portuguesas realizada emParis, de onde sai o MAC (Movimento Anti-Colonialista).Após a brutal agressão em 1959, dos colonialistas portugueses aos estivadores,em greve do porto de Pidjiguiti, em que foram assassinados centenas detrabalhadores, inicia.se a fase que preparará a luta armada na Guiné, que em 1963já se estendia praticamente a todo o território.Em 1961, Cabral colabora na fundação da Conferência das Organizações,Nacionalistas das Colónias Portuguesas, CONCP. Em 1962 apresenta na ONUum trabalho intitulado «O povo da Guiné perante as Nações Unidas» onde expõea luta travada pelo seu povo contra o colonialismo.Três anos mais tarde, em 1965, es-

creve «As Palavras de Ordem», que é o mais célebre 'documento do PAIGC e emJulho do mesmo ano a convite da UNESCO, apresenta em Paris um dos seus maisimportantes textos teóricos «Sobre o papel da cultura na Independência».Em Outubro de 1972 é o primeiro representante dum povo em luta a usar dapalavra na, Assembleia das Nações Unidas.A 20 de Janeiro de 1973 e após ter. anunciado a breve proclamação daindependência do seu pais, Amilcar Cabral é cobardemente assassinado a tiro portrês agentes do colonial-fascismo português infiltrados no seio do PAIGC.MENSAGEMDO PRESIDENTE SAMORAPor ocasião do'quarto aniversário do assassinato de Amilcar Cabral, o Presidenteda FRELIMO e da RPM, Samora Machel, enviou a seguinte mensagem aAristides Pereira, Secretário-Geral do PAIGC e Presidente da República de CaboVerde e a Luis Cabral, SecretárioAdjunto do PAIGC e Presidente do Concelho deEstado da República da Guiné-Bissau:«No quarto aniversário do brutal assassinato de Amílcar Cabral curvamo-nosperante a memória do grande revolucionário africano, dirigente emérito da lutavitoriosa dos povos da Guiné-Bissau e Cabo Verde e nosso inesquecívelcompanheiro de armas.Ao assinalarmos o dia em que Amilcar Cabral sacrificou a sua vida para que acausa comum dos nossos povos e partidos, triunfassem, saudamos, em nome daFRELIMO, do Povo e do Governo da República Popular de Moçambique asvitórias do PAIGC e Governo da Guiné-Bissau e Cabo Verde, vitórias colhidas naaplicação, do pensamento fecundo de Amilcar Cabral. Alta consideração».PRIMEIRO-MINISTRO DA JUGOSLA VIA MORTO EM. ACIDENTE DEAVIAÇÃO.0 Primeiro-Ministro da Jugoslávia, Dzemal Bijedic, faleceu no passado dia 18,vítima de acidente de aviação.Segundo círculos autorizados de Bel. grado, o acidente deu-se nas proximidadesda cidade de Sarajevo quando o «Cessna> em que viajava o Primeiro-Ministrojugoslavo caiu no meio de for. tissima tempestade de neve. A mesma noticiaacrescenta que julga-se saber que pereceram também no acidente a mulher deBijedic e o piloto do pequeno avião.

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Bijedic, de 60 anos, exercia as fun. ções de Chefe do Governo desde 1971 eestivera na manhã do acidente no aeroporto militar de Batainica, a fim deapresentar cumprimentos de despedida ao Presidente Tito, quando este partia emvisita oficial á Líbia e ao Egipto.MENSAGEM DE CONDOLÉNCIASDO POVO MOÇAMBICANO.«Sua ExcelênciaJoseph Broz TitoFoi com profunda consternação que tomámos conhecimento do brutal aci-dente que vitimou o Primeiro-Ministro do Governo da República SocialistaFederal da Jugoslávia e membro da presidência da Liga Comunista da Jugos.lávia, camarada Ozemal Bijedic.Neste momento de dor, a FRELIMO, o Povo, o Governo da República Popular deMoçambique e eu próprio dirigimos a Vossa Excelência, à Liga Comunista, ao.Povo e ao Governo da República da Jugoslávia e em particular à família Bidejic aexpressão da nossa simpatia e solidariedade.Curvamo-nos perante a memória do dirigente desaparecido, combatente valorosodo socialismo,Alta consideraçãoSamora Moisés Machel Presidente da FRELIMOPresidente da República Popular deMoçambique- Maputo, 20 de Janeiro de 1977».eIAN SMITH REJEITANOVAS PROPOSTAS BRITÂNICASDepois de meia hora de conversações com Ivor Richard no fim da semanapassada lan Smith rejeitou as novas propostas bri, tânicas que aquele trazia para oseu segundo «tour» pela Africa Austral. Fontes ligadas ao presidente daConferência de Genebra afirmam que este afirmou não ver a possibilidade de aconferência prosseguir já que a perspectiva britânica compreendia a aceitação daspropostas por todas as partes envolvidas. Uma coisa é certa: Ian Smith não asrejeitou sem ele próprio ter orquestrado algum plano de «solução constitucional»com os seus «africanos responsâveis».<TEMPO» n. 330- pag. 13

GOVERNO, COLECTIVODO POVO 11)* Decame do IV Cems de PartidaCemnista de VietneOntem foi a luta armada vitoriosa e hoje a tarefa de construir uma modernasociedade socialista são os traços mais importantes do relatório e resolução finaladoptados pelo IV Congresso do Partido Cofnunista do Vietname que teve lugarem Hanói, entre 14 e 20 de Dezembro de 1976. Ali estão sumarizadas asrealizações da luta difícil e heróica contra o imperialismo Francês, Japonês e

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Norte Americano e registam um caminho confiante para a criação dum futurosocialista para o povo do Vietname.Realista, auto-crítico e modesto a resolução e o relatório reflectem asexcepcionais qualidades revolucionárias do povo Vietnamita, a direcção exemplardo falecido Presidente Ho Chi Minh e seus camaradas, e o espírito de sacrifíciopessoal e optimismo revolucionário dos quadros e povo que ganharam a guerra eque agora construirão uma próspera nação socialista.A resolução final sumarizou o relatório político do Secretário Geral do Partido, LeDuan, e do Primeiro Ministro P h a m Van Dong sobre «a principal orientação,tarefasý e objectivos do segUndo plano quinquenal». A reso4ução tambémacentou que os 1038 delegados do Congresso foram unãnimes em concordar queo Comité Central e o Bureau Político eleitos no III Congresso em 1960completaram com sucesso-as tarefas essenciais a eles delegados: «Levar a cabo a revolução no Norte; a lutaarmada para libertar o Sul: reünifíicar o Vietnáme; realizar a independência edemocracia para todo o pais.A resolução também declara: «A vitória do nosso povo na guerra da resistênciacontra o impe,ýr ýMPO,ý, . 33C - g, ý4rialismo americano é uma das mais brilhantes páginas da nossa história nacional,um aconteci,mento de grande importância internacional».A resolução será sem dúvida estudada pelos historiadores para investigar asrazões da vitória do Vietname, assim como pelos próprios leaders dosmovimentos de libertação na Ásia, África e Amé"riéa Latina que procurarãoaplicar as lições do Vietname para as suas próprias lutas. Sobre os problemas queo país tem de enfrentar, a resolução fixou os três seguintes objectivos nacionaisespeciais: 1) O nosso país ainda está no estádio de uma sociedade onde aprodução de pequena escala está generalizada, mas que está a avançar emdirecção ao socialismo, Saltando o estádio de desenvolvimento capitalista. 2) Onosso pas .goza agora de paz, está independente e reunificado. Todo o paísprogride em direcção ao socialismo com condições muito favoráveis, mastambém tem de enfrentar muitas dificuldades devidas às consequências da guerrae das sequelas do neocolonialismo.3) A revolução socialista tem lugar num contexto internacionalfavorável, mas a luta e a solução de se saber «quem ganhará» entre as forçasrevolucionárias e contra-revolucionárias à escala do mundo, é ainda uma questãomuito difícil e muito dura.A transição para o socialismo terá lugar sobre a «firme manu-tenção da ditadura do proletariado», mas o que está definido na resolução é «umregime de governo colectivo do povo trabalhador». O texto oficial em Francêsdistribuído pela agência de informação vietnamita refere-se a «un regime dumaitre collective du peuple travailleur» (um regime de autoridade colectiva dopovo trabalhador). As tarefas chaves deste regime será promover três revoluções:«Revolução nas relações de produção; revolução na ciência e tecnologia;revolução na ideologia e cultura, com a pedra angular da revolução na ciência etecnologia».

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Estas três revoluções devem ser levadas a efeito simultaneamente e «ligadas umasàs outras para produzir uma acção profunda e recípocra». «0 regime de autoridadecolectiva,, a produção socialista em larga escala, a nova cultura, o homem novo»são os ele mentos contados para se construir a Sociedade Socialista Vietnamita.«Socialismo com todos-ou também em cada um dos seus elementos só podenascer graças ao resultado de todas as revoluções socialistas em conjunto».Esperava-se já que os Vietnameses seriam originais e criativos na suaaproximação para construir o socialismo, trazendo a sua sabedoria colectiva eespírito independente, planeando modelos que satisfaçam as suas própriascondições, conceitos e temperamentos. Isto está reflectido na definição de«régime of collecti-ý ve rule» (regime de governo colectivo.). «Isso quer dizer serresponsável nos c a m p o s político, económico, cultural e social; ser responsávelda natureza e dele próprio; ser responsável ao nível nacional e na base do respeitoao nível dos direitos de cada região e de cada fundação básica; serresponsável dos seus próprios assuntos. E o direito de governo colectivo requere aautêntica liberdade do individual. A criação de um regime do colectivo, governosocialista, é um processo contínuo de desenvolvimento, indo do mais baixo aomais altoDa ciad de Ho Ch iesrveo nossoI corrL¶.espondente ii [-~i

nível, indo do imperfeito para o perfeito.«Nós devemos tentar construir um novo tipo de estado, um verdadeiro estadopopular; um estado verdadeiramente do povo para o povo e pelo povo'... O Estadoassim formado deve possuir as qualidades e as capacidades requeridas paraorganizar e dirigir as actividades da vida social em todos os aspectos; capaz dedirigir toda a revolução e as actividades sOcialistas. O Partido dirige o Estado semo substituir».«Isto é uma questão de desenvolvimento através das actividades do Estado e dasorganizaçõesjuntos. Todo o cidadão tem o direito de trabalhar, de defender a pátria, dedefender a segurança política 'e a ordem social; de salvaguardar a propriedadesocialista, respeitar e aplicar as leis do Estado, as normas da vida colectiva. Aigualdade entre o Homem e a Mulher deve ser garantida, assim como entre osdiversos grupos étnicos. Todos os cidadãos devem gozar dos direitosdemocráticos socialistas...«Para promover o governo colectivo na frente económica, é essencial abolir oregime de propriedade capitalista e transformar o regime de propriedade in-ECOCIDIO. Vista aérea de uma paisagem do Vietname desfigurada pelosbombardiamentos. Dois cientistas americanos especialistas em problemas deEcologia, calcularam que, algures na Indochina, foram disseminados 21 milhõesde crateras d-, bombas com uma profundidade média de metros e meio e a largurade 9 metros aproximadamente. «Os Estados Unidos sãoculpados de ecocídio», afirmou um daqueles cientistas.de massas, sob a direcção do Partido, a iniciativa e o espírito criador do povo delançar movimentos concorrenciais na produção; a prática da poupança na

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construção do socialismo de maneira que todas as actividades de massas setornem actividades organizadas em larga escala em conformidade com as leisobjectivas, ligando estritamente o§ aspectos revolucionários com característicascientíficas. Isto e sobretudo uma força poderosa será criada para tornar possível aeliminação do velho e a criação do novo ...«Para ser uma autoridade colectiva no campo político implica deveres e direitos.Eles caminhamdividual; instalar um regime de propriedade socialista em duas formas:propriedade de todo o povo e propriedade colectiva. Todos os principais meios deprodução devenm ser utilizados de acordo com as orientações e tarefas do planodo Estado -no interesse da sociedade como um todo ...Criar governo colectivo no campo cultural é criar uma rica vida espiritual paratoda a gente. É transformar todos os valores culturais em propriedade do povo ecriar condições pará o povo criar valores culturais.«Estabelecer relações correctas entre o colectivo e o individualconstitui um importante conteúdo na construção de um regime do colectivogoverno socialista, Para assegurar a unidade entre o colectivo e o individualbaseada nas inevitáveis necessidades da vida da comunidade e de um régime degoverno colectivo, os direitos individuais devem ser respeitados e garantidosassim como se deve assegurar um desenvolvimento fértil da personalidade;capacitar o cultivo e desenvolvimento das aptidões e dons individuais».O papel do indivíduo é constantemente acentuado através de todo o programa daconstrução do socialismo, dos direitos dele ou dela em participar total eextensamente na feitura e decisões processadas a todos os níveis, insistindo nofacto que o seu bem estar, (dele e dela), o seu desen volvimento material ecultural é o supremo objectivo nos planos político e económico. O balanço atinge-se em toda a parte entre os direitos e os deveres dos individuos de maneira aproteger e assegurar o processo da sociedade como um todo.Estas questões, como por exemplo a preservação da natureza reparar a terríveldestruição das florestas provocada pela guerra química utilizada pelos americanos-; a salvaguarda da anti-poluição nas construções habitacionais e industriais;cuidados com as pessoas idosas, jovens e fracas; medidas para assegurar aabsoluta igualdade entre mulheres e homens e entre as minorias étnicas e amaioria vietnamesa, são descritas em grande detalhe na Resolução.Enquanto por um lado não duvida que o Partido faz as decisões políticas finais,todo o encorajamento é também dado à hierarquia e membros para controlar aliderança e ao povo como um todo para controlar o Partido como um todo.Na política internacional a Resolução chama a atenção para o estabelecimento deuma ampla e unida frente anti-imperialista, dirígida especialmente contra osEstados Unidos como o «chefe de quadrilha do imperialismo mundial» e para aunidade do mundo socialista.Estas questões serão tratadas nos artigos seguintes.3«TEMPO» ,. 330- p,:g. 05

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lý 1 JW'JK,IIIIIffill

AO, ALTO E EM CIMA: Material para fabrico de blocos, madeira fabricadalocaidlade. Os camponeses da Aldeia Comunal de Najaca na construçao da sua.' «vlZ~~lè6n 'campo» contam com as próprias forças.Na Aldeia Comunal de NAJACA didas tal e qual aquilo que dizem. havia 5oasas de blocos em fase Depois de uma estrada principal adiantada de edificaçãoaquando apenas de areia, entra-se'numa'pida nossa visita. Se dizermos que cadade vários quilometros que a uma aldeia comunal é uma cidade dado momentotem, de um lado e no campo, uma vila no meio da ma- doutro, vasta florestaexuberánte ta é verdade para a maioria das de vegetação. Após um desvioapaaldeias que vimos, para NAJACA rece um grande círculo, uma enoýestasexpressões surgem no seu me clareira, onde estão a ser edisentido literal. Devemser enten- ficadas as casas. Essa clareira foiaberta à, mão pelos camponeses de NAJACA. Eles derrubaram e arrancaram comas respectivas raízes todas as árvores que ali se encontravam. O espaço aberto dápara um conjunto de dez casas com quintais e arruamentos.São 120 as famílias inscritas nesta aldeia. Do Governo Provincial: apenasrecebem o cimento. Todo o demais trabalho inerente à construção de uma casa dealvenaria é sustentado por eles contando com as próprias forças.UM FERREIROÀO SERVIÇO DE UMA ALDEIAEle não é, naturalmente, o segredo ou a chave da Aldeia Comunal de NAJACA.Mas, sem dúvida, tem um papel importante no processo do seu desenvolvimento.Trata-se de um ferreiro que junto à aldeia construiu a sua casa onde vive com afamília. Esse ferreiro construiu as enxadas com que se tratou a machamba, é elequem conserta os instru mentos de trabalho dos carpinteiros quando se danificam,é ele quem põe operacionais as catanas e os machados. Porque é tão importante opapel deste operário? É que o trabalho na Aldeia de NAJACA é essencialmentemtanual. Cortar uma árvore com'um machado, tirar-

-lhe as ramificações com uma catana, fender o seu tronco com uma grande serradivid#ndo-o, portanto, em dois bocados ou dois semi-troncos, voltar a serrarqualquer destes dois meios troncos até fazer um barrote e, sempre da mesmamaneira, chegar àobtenção de uma ripa e desta à esquadria de uma janela, nao é brincadeiranenhuma. As serraçoes fazem o mesmo mas fazem.-no com máquinas munidas de serrotes mecânicos. Os camponeses de NAJACAfazem-no à mão. E o ferreiro apoia-os com o ma-ME CIMA E EM BAIXO: Casas com paredes meio levantadas, casas com asfundações feitas, casas em que apenas falta a Obbertura, este é o ritmo de Najaca.teriol, ora limando, ora consertando. Por isso é muito importante o seu papel nestaaldeia.As árvores para obtenção da madeira são cortadas localmente. A suatransformação em barrotes e ripas também é localmente feita. A. construção de

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janelas e, portas também é feita localmente. É a isto que se chama contar com aspróprias forças.Os carpinteiros e pedreiros recebem apenas a alimentação dos camponeses. Comonoutras aldeias, eles trabalham gratuitamente para os seus aliados de classe-operários que são. Sete dos pedreiros vieram de outros circulos, não são deNAJACA. Mas eles deixaram as suas casas para irem dar a sua importante ajuda eo seu precioso saber.Em Janeiro de 1977 esperava-se ter cerca de trinta casas prontas. Cinco jáestavam muito adiantadas e mais um grupo de três tinha as fundações abertas.Depois de pronta na sua primeira fase esta aldeia terá 120 casas que, emprosseguimento do espírito de auto-suficiência, terão a

EM CIMA E EM BAIXO." Uma casa de Najaca vista em dois ánguLos apostos.sua cobertura feita de folhas de palmeira.MiA PAUSA PARA ANALISEFalamos já de quatro aldeias comunais desde que iniciamos esta série dereportagens. As de ODINEPA e MiEJUCO são construídas a blocos e a suacobertura será feita nos moldes clássicos de uma casa de alvenaria. Depoisfalamos da Ald*a Comunal Ofen.siva Generalizada na Frente da Produção(Aldeia de Itoculo) onJ.,e as casas são feitas de tijolosnão queimados, obtidos da própria terra e onde há uma casa rebocada a cimento atítulo de experiência.Também falamos da aldeia de Namiope cujas casas são feitas como as de Itoculomas que terão o soalho cimentado. Neste trabalho vemos a Aldeia de -NAJACAcujas casas são de blocos mas a coberturý é feita de folhas de palmeira que, diga-se de passagem, é um modo tradicional de construir telhados.Que descobrimos com i s t o? Que nos diz esta variedade deconstruções? Ela diz-nos que cada aldeia conta com as suas possibilidades. Oscamponeses, orientados pelos seus responsáveis, regra geral os AdministradoresDistritais, não param ä espera de melhores dias para iniciarem os trabalhos. Nãoparam à espera de ter este ou aquele material para avançarem. Eles avançamcontando com as próprias forças. Deste modo melhor podemos compreenderNAJACA.As casas desta aldeia têm 3 quartos e uma sala comum. Numa segunda fase terãocozinha e casa de banho. Uma coisa é cer-. ta: as condições materiais de vida das120 famílias inscritas melhoram aolhos vistos. Exclusivamente para servirNAJACA o Governo Provincial mandou montar' uma Loja do Povo numa cantinaabandonada que fica próximo da aldeia. Esta Loja recebe mercadoria nos moldesdas Lojas do Povo. Logo que puderem os camponeses ,de N#JACA substituirão aLoja do Povo (que é, afinal uma loja estatal) por uma loja comunal a exemplo deMEJUCO.VIDA NAS IDEIASVIDA NO FALARA reunião que, tivemos com os camponeses de NAJACA impressionou-nosbastante. É que eles ir r a d i a m militância, deixam transparecer claramente atransformação que sofreram no plano das ideias. Foram os únicos que

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encontramos a dizer «<Viva» e «Abaixo» na língua mãe, o macua: AnamalímaWazúlu! 4 vivam os camponeses!L Walatarau wathí! (abaixo os ladrões!). Eassim diziam abaixo a prostituição, viva o trabalho, etc.Também entoaram uma canção num coro afinadíssimo em que diziam que numdia como aquele não havia lugar para preguiçosos, num dia como aquele nãohavia lugar para os ladrões ... E por aí em diante variando sempre o estribilho..Depois das apresentações, depois de o Administrador do Distrito ter dito quemnós éramos, uma mulher já idosa usou da palavra apenas para dizer isto que revelauma forte consciência política:-~Eles tinham os seus jorna-

listas e os seus jornais, nós tam- nha sido convocada e organizada CA sai umabase revolucionária. bém queremos os nossos jornais numa questão de quinzeminutos Apesar de a sua aldeia estar ae os nossos jornalistas, ou um pouco mais. Os que esta- ser edificada junto aum vastísPalavras não eram ditas, foram vam longe e os que estavam per- simolatifundio abandonado (com logo coroadas pelos «mnculun- to aí seencontravam sentados or- 6000 hectares) os camponeses, lgoanos»das elots«ncres, deiramente no chão' com os ho- d e s s e s «domínios senhoriais», guanas»das restantes mulheres, mens de um lado e as mulheres a p e n a s aproveitaramos armafzma ulíuas e a me r do outro, como é habitual no zéns paraguardarem as suas cfaz com a língua e os dedos po- lheitas.Para a presente campanhalegar e médio a roçarem ritmica- campo. lavraram 12 hectares deterrenomente as faces. Se esta, força continua, se esta onde semearãogergelin, gírassolA reunião a que assistíamos ti- organização se aguçar, em NAJA- e milho.ALDEIA COMUNAL o DIEQUE:DINAMISMO. DE 555 FAMILIASDuzentos blocos por dia fazem o' camponeses de Rieque. Na realidade. o seudinamismo quase que se torna proverbial. Esta é a Aldeia «ue pelo dinamismo doscampone- boque não esia,vh seco! Esta [,roeza não 1'rdt' o seu s sugeriu aoGovernador Provincial o nome dc AI- va!or anesmyo atentemdo ao rudimentarda constr uýo. deia .Sajnmora Machel. Na realidade só gente cheia de Uma casa,de pau a pique não se torna fIYeiI de cu(sdinamismý pode construir um armazémde pau a pique alw'ias em cinco hora.s de temPo ficando apenas fruir uor sertratdicional. Exige -igas., Mus, palha. a pintura, para executar :... porque omatoúie do re- ete. Colectivamente construída, exige organiziação.

Arrancando ás drvores pela raiz, os camponeses de Rieque preparam um terrenopara machamba comunal.As mulheres da Aldeia do Rieque trazem para os tambores apoiando assim afabricação de blocos.Aqui também todo o trabalho é manual. As casas começaram por ser feitas pelométodo tradicional mais difícil mas que dá bons resultados. Elas começaram por

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ser feitas com tijolos. Já explicamos como se obtêm: molda-se o matope emformas próprias, amontoa-se, põe-se lenha à volta e queima-se. 'Sai um tijolo rijo.,EMPO, n. 330- pq. 22Este processo foi abandonado por algumas aldeias ou mesmo. posto de parteporque é bastante moroso e com a época dás chuvas corre-se o risco de tercentenas de blocos de matope danificados pois antes da queima, são bastantesensíveis à água.Mas os camponeses de RIEQUE estavam decididos a levar o tr-balho até ao fim. Foi quando o Governador após uma visita decidiu fornecercimento. Esta melhoria qualitativa do material deu mais ânimo às 555 famíliasinscritas. Começaram a fabricar 200 blocos por dia e puseram ao seu serviço 22pedreiros voluntários. O resultado ficou à vista: em dois dias põe uma casa dealvenaria de pé, com as quatro paredes e respectivas divisões prontas restandoapenas a cobertura.QUE É- QUE VOCÉS VIRAM?Esta a pergunta que nos foi feita pelos camponeses numa reunião breve deapresentação. Queriam saber como estão as outras aldeias, qual a que mais nosimpressionou, que achávamos do seu trabalho.M a i s de cinquenta crianças aquando da nossa chegada procediam à limpeza doátrio da sua escola que funciona junto ao terreno onde está a ser erguida a aldeia.;Essas crianças juntaram-se à reunião. Uma delas, usando da palavra ante a nossapergunta «Quais são as vossas dificuldades» disse que necessitavam muito decadernos (escrevemno chão) é esferográficas.Vimos em RIEQUE uma população camponesa tão dinâmica quanto a suapobreza. O distrito de Mogovolas, onde se situa a aldeia a pouco mais de umadezena de quilómetros da sede distrital, é o segundo mais populoso da provínciade Nampula. Se o Eráti com os seus 400 mil habi-. tantes é o mais povoado,Mogovolas não lhe fica muito longe com cerca de 300 mil habitantes. Tal como oEráti não tem indústria. Os seus braços ocupam-se da terra onde as melhoresparcelas estavam nas mãos dos latifundiários. Dai a extrema pobreza. Vimos umcamponês a colaborar na destronca tendo no corpo apenas duas peças de pano ataparem-lhe as zonas sexuais do corpo. E pensamos que seria bom que todos osmoçambicanos tivessem oportunidade de ver aquela imagem para que melhorcompreendam que quando se diz «Abaixo a Nudez» ou quando se diz que «onosso povo anda nu» isso não são apenas palavras de ordem, lindas:r~i:~v<. -

figuras de retórica. Elas são tão reais como a revista que o leitor tem nas mãos.As condiçes de vida do nosso povo são por vezes chocantes. Porisso,ANAMALiMA MALDEIA COMUNAL!UM ARMAZÉM COMUNAL E UM CENTRO DE CONVÍVIOA casa de pau a pique de que falamos no princípio do texto, construída das 7,30horas às 12,30 é um armazém comunal. Nesse armazém vende-se leite, açúcar.As crianças não ficam atrds dos seus pais. Encontramo-las a varrerem 9 dtrio dasua escola. Na troca de impressões que tivemos elas disseram que necessitavamde cadernos e esferogrdficas.

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peixe seco, sabão, tecidos, etc. É, de facto uma realidade novíssima no nosso país.Quem poderia imaginar uma casa tradicional a servir de loja? O primeiropensamento seria que esse tipo de casa não tem condições para funcionar comotal. Errado. As habitações tradicionais são frescas e muito mais frescas se tomamquando as suas paredes são conservadas com pintura como estão as paredes doarmazém 25 de Setembro, nome dado ao armazém de RIEQUE derivado do diaem que foi construído.É um armazém dividido em duas partes: numa funciona a loja propriamente dita,com o, seu balcão e produtos exibidos em prateleiras, e n o u t r a funciona umaarrecadação.A Aldeia Comunal do RIEQUE ou Aldeia Samora Machel tem, -na realidade,muitas originalidades. Uma delas é o seu centro de convivio que, se está previstopara qualquer aldeia comunal foi o único que encontramos já em-Luncionamento.E O TRACTOR CHEGOU!Estavam uns a fabricar blocos, outros a destroncarem aquando da nossa visita. Adestronca era feita na machamba arrancando-se as árvores pela raiz como, aliás, jáfora feito para a zona onde se ergue a aldeia. Mas encontramos um ambiente deexpectativa que nos foi transmitido pelo Administrador Distrital. Era necessárioum tractor para proceder a lavra uma vez que o tempo corria, era já tempo desemear e não de lavrar. Mas o tractor vinha e. não vinha ...Já nos dírigíamos*de novo para Nametil quando na picada nos cruzamos comuma potente máquina que ia lavrar a terra em RIEQUE...... O tractor chegou!«TEMPO» n.o 330- pág. 23

HISTORICOS DOCUMENTOSO Presidente Eduardo Mondiane, quando presidia a uma das sessões do 1Congresso da FRELIMO.Três meses após a decisão das três organizações nacionalistas então existentes emformarem a Frente de Libertação de Moçambique, teve lugar em Dares-Salaam,na Tanzania, o 1 Congresso da FRELIMO -- o único realizado fora do territóriomoçambicano, dado as condições então existentes tornarem impossível a suarealização em Moçambique.Dois anos após, esgotadas todas as hipóteses de o Povo moçambicano conseguir asua independência pelavia pacífica, teve início a Luta Armada de Libertação Nacional, que se viria atransformar em revolução e a terminar com a derrota do inimigo e a proclamaçãoda lidependência Nacional em 25 de Junho de 1975.Hoje, a pouces dias do início do III Congresso da FRELIMO, publicamos algunsdocumentos pouco conhecides do 1 Congresso, na certeza de que a suadivulgação poderá contribuir para uiha melhor compreensão do significadohistí*Aedo momento que vivemos.«TEM PO» . 330 p g. 24

_ICONGRESSO IA F[LIMO

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, " ''1 CONGRESSO DA FRELIMODe 23 a 28 de Setembro de 1962, realizou-se em Dar-es-Salaam, Tanganyka,. 1.oCongresso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A sessão deabertura desta importante Assembleia foi honrada pela presença de SuasExcelências os Senhores Rashidi Kawawa então primeiro Ministro deTanganyika, o Õscar Kambona, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da DefesaNaçional.Estas duas eminentes personalidades do Governo do Tanganyika sauaram oCongresso em mensagens calorosas e reafirmaram a simpatia e a solidariedadetotais do povo e do Governo do Tanganyika para com o povo moçambicano.Este Congresso constitui um acontecimento de alta importância na história deMoçambique.Durante seis dias, moçambicanos de todas as regioes do nosso país, analisaram asituação de Moçambique, estudaram os problemas que. se põem ao país edefiniram os princípios e métodos que permitam conduzir vitoriosamente a luta delibertação nacional.A importância do 1.0 Congresso da FRELIMO foi sublinhada ainda pelo facto deele ter sido também o, Congresso da UNIDADE.Com o efeito, pára o povo de Moçambique a unidade constitui uma exigênciafundamental E foi a expressão dos militantes das diferentes organz ções queexistiam então, que a .Frente se realizou.Os dirigentes das três organizações moçambicanas (União Democrática Nacionalde Moçambique, UDENAMO; União Nacional Africana de Moçambique,MANU; e União Nacional Africana de Moçambique Independente, UNAMI),souberam felizmente compreender a necessidade de satisfazer exigência popular,em 25 de Junho de 1962, tomaram-a decisão de se unir, fundindo-se numa sóFRENTE de luta unida.Assim, o Congresso que se realizou em Setembro de 1962, três meses após adecisão tomada pelas três organizações nacionalistas de criar a FRENITE, tevecomo objectivo a legalização da nova situação criada e a definição concreta doprograma da FRELIMO.O Congresso reafirmou a decisão inquebrantável do povo moçambicano deprosseguir com o combate até à liquidação completa do colonialismo português,até à Independência Nacional.O Congresso elaborou a linha geral da política da RELIMO, tanto no planointerior, como no plano exterior, e definiu os objectivos imediatos, assim como osmétodos de acção a utilizar para atingir esses objectivos.O Congresso proclamou a necessidade do estabelecimento de laços estreitos entrea FRELIMO e todas as forças anti-colonialistas do mundo. Mas especialmente oCongresso da FRELIMO conside-rou que era necessário estabelecer laços com paises vizinhos de Moçambique quese encontram também empenhados na luta libertadora. Ao reeditar hoje ostrabalhos do Congresso, o Comité Central está orgulhoso pelo trabalho realizado epelo caminho percorrido.

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Com efeito, hoje, um ano após a realização do Congresso, a constatação eWecialque todos podem fazer, é de, que, apesar dè" todas as dificuldades, movimentogeral de emancipação sólida, o guia lúcido e consciente do povo moçambicano naluta contra o colonialismo português. Criada pelo povo moçambicano, aFRELIMO é bem hoje, a organização do povo moçambicano.A FRELIMO, durante o ano findo, estendeu e consolidou a sua organização nointerior do pais promovendo a mobilização e enquadramento da população,elevando o nível da consciência política das massas e fortalecendo o seu justosentimento da revolta contra os ocupantes da nossa terra moçambicana.No plano exterior internacional a FRELIMO está hoje consagrada.Reconhecida pelo conjunto dos países Africanos independentes da Organizaçãoda Unidade Africana criada, em Adis-Abeba, por todas as organizaçõesnacionalistas Africanas, Pan-Africanas asiáticas, a FRELIMO impôs-seigualmente ao Mundo inteiro como a expressão da vontade de Independência dopovo moçambicano. Naturalmente, a acção libertadora do povo moçambicano nãoestá ainda terminada. Devemos prosseguir o nosso trabalho, fortalecer cada vezmais e melhor a organização da FRELIMO dentro de Moçambique, elevar cadavez mais o nível da consciência política.As nossas dificuldades não estão no fim, devemos consentir ainda, cada um denós e todos jun, tos, enormes sacrifícios para que a nossa Pátria seja livre eIndependente, e o povo moçambicano inteiro, feliz.A todos os militantes, a todos os moçambicanos, o Comité Central da FRELIMOsaúda e incita a continuar, sem desfalecimentos, o combate para a liquidaçãocompleta do colonialismo português e ,do imperialismo, e para a Independênciatotal e completa de Moçambique.Tenhamos coragem, audácia e perseverança; Em breve a Vitória será nossa!INDEPENDÊNCIA OU MORTE!VIVA A FRELIMO!VIVA MOÇAMBIQUE!O COMIT? CENTRALDar-es-Salaam, Setembro de 1963.«<EMFJ, , . 330- pag. 2b

DISCURSO PROFERIDO PELO DR.EDUARDO CHIVAMIO MONDLANE,PRESIDENTE DA FRELIMOCompatriotas:Sentimos um grande prazer por, mais una vez, vos ver reunidos nesta sala.Estivestes aqui presentes ontem feriado, e depois de um longo dia intè1so detrabalho, eis que vos vemos novamente.A vossa presença constitui em si uma prova indiscutível do interesse que tendespela árdua luta contra o colonialismo. Mostra ainda que nenhuma circunstância,por mais difícil que ele seja, vos impedirá de continuar a lutar.O povo da África e particularmente de Moçambique querem seguir para a frente.Fazemos para que mantenham esse espírito pois terão necessidade dele na luta delibertação de Moçambique.

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A sessão de hoje é de subida importância na.história do nosso País. Segundo oque supomos, é original, na história de Moçambique of to de um grupo denacionalistas se reunirem para apresentarem os problemas concernentes ao seuPaís, e procurarem soluções para eles. Sentimos um especíal prazer porparticiparmos neste momento histórico. Estamos aqui para estabelecermos asbases de acção que nos conduzirão à libertação do nossoPais.Durante muitos anos o nosso povo não percebia a razão porque os jovens deMoçambique não tentavam libertar a terra mãe. No exterior muitos também nãopercebiam. Naturalmente nós que participamos na luta tínhamos outra opinião.Desde que Portugal conquistou a nossa terra há umas centenas de anos, têm-severificado levantamentos esporádicos tendentes a libertar o pais do jugoestrangeiro. Muitos dos nossos avós recordam-se ainda das lutas que travavam naaltura em que os portugueses conquistaram a nossaterra eChegada de Eduardo Mondlane a Dar.es-Salaam, onde teveluVar o I Congresso da FRELIMO.330~ pdg. 26quando vários palses europeus partilharam o nosso continente,Recentemente vós fostes testemunhas dos massacres prepetrados pelos bárbarosportugueses contra o nosso povo, pelo simples facto de desejar a sua legítimaliberdade. Alguns morreram lutanlo politicamente, e outros em greves e outrasformas de rebelião contra a exploração dos imperialistas europeus. Mesmo agoratemos recebido notícias de Moçambique segundo as quais milhares de indivíduos-se encontram presos pelo facto de repudiarem o colonialismo português emMoçambique.Em poucos anos temos assistido à formação de partidos políticos tanto no exteriorcomo no interior deMoçambique. Há apenas três meses que esses partidos sefundiram num só momento, o únicó até à data. A FRENTE DE LIBERTAÇÃODE MO ÇAMBIQUE (FRELIMO). Este Congresso foi determinado pelaFRELIMO.No passado pairava certa confusão mas agora não podemos continuar a duvidar:Com a nossa UNIÃO e com a ajuda do povo de África destruiremos ocolonialismo e o imperialismo.Esta UNIÃO está cristalizada no poderoso movimento chamado «FRENTE DELIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE».Alguns de vós estarão ainda em dúvida sobre a nossa capacidade de UNIÃO. Oraa vossa participação neste momento sob o jugo do colonialismo português commilhares de indivíduos que se encontram nas prisões, com os que estão prontos alutar, com aqueles que morreram nas minas, com todos aqueles que sofrem.Nós estamos ligados aoS povos de Angola, Cabo Verde, da Guiné «Portuguesa» ede São Tomé e Principé, que sustentam uma luta sangrenta.Durante o ano passado foram mortos muitos patriotas angolanos, e hojecontinuam a ser assassinados. Nós devemos compreender que fazemos parte dessamesma luta contra o colonialismo português.

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Nós estamos unidos aos povos da África do Sul e da Rodésia do Sul, que ainda hápoucos dias foram proibidos de exercer acção política legalmente. Estamos unidosaos povos de toda a África e a todos aqueles que estão sob o jugo estrangeiro.A organização da África Oriental, a PAFMECSA, que compreende partidospolíticos de vários países, tem como sabeis, a sua sede em Dar-es-Salaam. Ora os-seus trabalhos não são mais do que uma parte do nosso esforço geral no sentidoda libertação da África.Assim pois, a libertação de Moçambique não terá nenhum sentido enquantohouver povos africanos oprimidos. Por Isso é também vosso dever consagrarem-se totalmente à liquidação da dominação estrangeira do nosso continente. Temosapoio de numerosos povos africanos e não-africanos. Tanganyika, que está aquirepresentado, é um deles. Apresentamos os nossos sinceros agradecimentos peloauxílio que o Governo de Tanganyika nos tem prestado. Estamos aqui reunidospara prepararmos o caminho que nos conduzirá à liberdade. Hoje à noite mesmoformaremos as comissões necessárias ao ,om andamento dos trabalhos. Bomsucesso aos trabalhos do nosso 1. Congresso.

>ECLARAÇAO GERAL1.0 Congresso da FRELIMO, reunido em Darâlaam, de,23 a 28 dé Setembro de1962, agrupelegados de Moçambique e procedeu a uma ise aprofundada dasituação vigente em Mobique. O Congresso constatou que o povo de amnbique seencontra ainda submetido à oprescolonial portuguesa, sob todas as formas poliõ,social e cultural.,nsiderando que a política do governo portus em Moçambique se caracteriza pelasupressão liberdades fundamentais; onsiderando que o governo português nãorelece a primazia dos interesses dos Moçambicae que, pelo contrário, se opóe aodireito dos ,s de disporem de si próprios, obstinando-se em lentar o mito de queMoçambique é uma «Pro.ia do Ultramar».)mentos após ter desembarcado do avião na capital da nzania, Eduardo Mondlanesauda moçambicanos e tanZianos que o aguardavam. Ao lada do PresidenteMondiane pode ver-se Marcelino dos Santos.Considerando que o governo português em vez procurar um solução pacífica parao conflito [e opõe o povo de Moçambique à administração ,lonial portuguesa,intensifica os métodos fasciss de repressão contra os patrí0pas, reforçando o>arelho militar e policial, pelo envio de contigens e pelo desenvolvimento daP.I.D.E., cometendo assacrés de populações inocentes, prendendo e 'rturando osnacionalistas, utilizando a intimidaLO, a chantagem e a corrupção. Considerandoque esta atitude anacrónica contra marcha da história e o bom senso, leva asmassas )Pulares a procurarem os meios eficazes para a Itodefesa activa.Considerando que o povo móçambicano aspira rdlntemente à auto-determinação eà Independên-HISIORICOS DOCUMINIOSDO 1 CONGRESSO DA FRELIMOi,ôoàiíeranào que as recentes reformas promulgadas pelo governo português sãomedidas que se enquadram no âmbito do mesmo espírito colonialista que temsuperintendido a acção portuguesa em Moçambique; que elas foram tomadas

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uhilateralmente sem consulta prévia do povo moçambicano, segundo, portanto,métodos antidemocráticos, inadmissíveis; que essas medidas visam a convencer apopulação portuguesa residente em Moçambique de que o Governo português estádisposto a aplicar medidas liberais, incitando-as assim a opor-se às reivindicaçõesnacionalistas do povo moçambicano; que nestas condições tais medidas sãoracistas porque contribuem para cavar o fosso que separa a população africana dapopulação europeia; e que, além disso, essas medidas constituem apenas novoselementos da propaganda política dos círculos colonialistas portugueses quevisam desencorajar o povo moçambicano de prosseguir o combate pelaIndependência e a enganar as Nações. Unidas e a opinião mundial.0 CONGRESSO DA FRELIMOCondena veemente o colonialismo português;Saúda todos os patriotas que combatem pelo triunfo da causa da Independência,da justiça e da liberdade em Moçambique.Proclama a união de todos os moçambicanos sem qualquer discriminação deorigem étnica, de condição de fortuna, de confissão religiosa ou filosófica, nem desexo, na luta por todos os meios para liquidação imediata, e completa docolonialismo português e para a conquista da Independência Nacional.Apela para todos os moçambicanos para que intensifiquem a acção quotidianacom vista à Independência, organizando-se cada vez mais e melhor no seio daFRELIMO, afim de desenvolver fortemente o combate contra o inimigo, ocolonialismo português.Exige que o governo português reconheça solene e formalmente o direito do povomoçambicano à auto-determinação e à Independência Nacional, condiçãoessencial para o estabelecimento de negociações entre o governo português e asforças nacionalistas de Moçambique a fim de definir a manéira do acesso deMoçambique à Índependýncia.O CONGRESSO DA FRELIMOConstatando a identidade das formas de opressão política, económica, social ecultural, entre Moçambique e as outras Colónias Portuguesas; Considerando que ocolonialismo português é o inimigo comum e director dos povos de Moçambi-

que, Angola, Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Timor:Declara que a unidade de acção entre organizações nacionalistas das ColóniasPortuguesas consiste numa contribuição inestimável no combate para a liquidaçãogeral do colonialismo português e para a Independência Nacional.O CONGRESSO DA FRELIMOConstatando que só a Independência Nacional pode permitir ao povoMoçambicano contribuir plenamente para o desenvolvimento da cooperaçãointernacional e para consolidação da paz entre os povos:Manifesta a sua adesão integral à Declaração Universal dos Direitos do Homem eaos princípios de coexistência proclamados pela conferência de BandoengConfirma as declarações e resoluções adoptadas pela Conferência dos povosAfricanos e pela Conferência de Solidariedade Afro-Asiática;Declara a sua solidariedade activa para com todas as forças anti-colonialistas doMundo;

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O CONGRESSO DA FRELIMOTendo em conta a declaração sobre a concessão de Independência aos povoscoloniais, adoptada pela'Assembleia Geral das Nações Unidas em 14 deDezembro de 1960:Convida todos os países e todos os homens amantes da paz e da liberdade, paraque o apoiem na justa causa da Independência do povo de Moçambique opondo-se eficazmente à continuação da utilização dos métodos de repressão por parte dePortugal.0 CONGRESSO DA FRELIMOConstatando que o combate contra o sistema geral do colonialismo está hoje nasua última fase;Constatando que as potências colonialistas, num último esforço, criaram umaverdadeira frente para manter o essencial dos seus poderes económicos e militaresem Africa;Constatando que essas mesmas potências usam de todos os recursos, inclusivé oassassinato cobarde de dirigentes, como sucedeu com PATRICE LUMUMBA,herói africano.Condena a política do governo Sul-Africano no Sudoeste Africano;Condena a política retrógada das autoridades da Rodésia do-Sul, protesta contrao.proibição da ZAPU. EXIGE a revogação dessa proibição e assegura o povo daRodésia do Sul da sua solidariedade total na luta que travam pela IndependênciaNacional;Denuncia, condena e exige a dissolução da Federação das Rodésias e Nyassaland,imposta contra vontade popular;Exige a Independência imediata para todos os territórios que se encontram aindasob o jugo colonialista;O CONGRESSO DA FRELIMOApós ter examinado as necessidades actuais da luta contra o colonialismoportuguês em Moçam-bique, declara a sua firme determinação de ver a organização eficaz do combatedo p< çambicano pela libertação Nacional, e ad seguintes medidas para que sejampostas ir mente em execução.1. Desenvolvimento e consolidação dtura da organização da FRELIMC2. Desenvolvimento da unidade entreçambicanos:3. Utilização máxima das energias edes de cada um e de todos os memFRELIMO;EM CIMA E AO ALTO: Centenas de moçambicanos gindo ao colonialismo setinham refugiado na T( aguardavam Eduardo Mondlane em Dar-es-Salaam. 1dísticos que estes moçambicanos exibiam distingu onde se lê: «Exigimos aimediata liberdade de bique».4. Promover a formação acelerada d,dros;5. Empregar todos os esforços para 1

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ver o acesso rápido de Moçambiqudependência;6. Promover por todos os meios, o deivimento social e cultural da mulhçambicana;7. Promover desde já a alfabetização ,

vo moçambicao criando escolas onde for GUAM Apossível;Tomar as medidas necessárias afim deaprovar as necessidades dos orgáos dós di 1ferentes escalões da FRELIMO;HISTORICOS OCU MNTOSEncorajar e apoiar a formação e consohlidaçáo.das organizações sindicais, de es- DO 1 CONGRISSO DA [HELIMOtudantes, da juventude e das mulheres; ,D Cooperaçao com as organizaçõesnaciona-listas das outras colónias portuguesas; :Coperaáo com as organizações nacionalistas africanas; o ovimentos naciona-Saúda a Conferência das organizações nacionacooperação com o uietsncoalistas de todos os países; listas das colónis portuguesas (CONCP),FRENTEO Obtençáo de fundos junto das organiza- unida dos povos das colóniasportuguesas no comçóes que simpatizam com a causa do po- bate para aliquidação geral do colonialismo porvo moçambicano, fazendo apelos públicos;tuguês e para a Independência Nacional; Obtenção de meios para a auto-dbfesa eAprova os princípios e as decisões adoptadas pepara manter e desenvolver aresistência la CONCP na Conferência realizada em Casablanca, Sdo povomoçambicano; :de 18 a 20 de Abril de 1961;Programa permanente por todos os meios, --Encoraja os povos dos países aindasob o jugo afim de mobilizar a opinião pública mun- colonial português aprosseguirem unidos o comdial em favor da causa do povo moçambi- bate pelaliberdade; Pede a adesão da FRELIMO à CONCPcano;Diligências junto de todos os países afimde realizar campanhas e manifestações pú- MENSAGEM AO POVOPORTUGUÊSblicas de protesto contra as atrocidadescometidas pela administraçáo colonial por- PORTUGUESES, tuguesa, assimcomo para libertação ime- Nestas horas graves da história de Moçambique diatade todos os nacionalistas que se en- a FRELIMO dirige-se a vós. contram nasprisões colonialistas portu- O povo Moçambicano, inspirado pelossentimenguesas; tos profupidamente humanos de liberdade ejusti1. Obtenção de ajuda diplomáti¿!a, moral e ça, está firmemente decidido alutar, se necessário, material, pýra a çausa do povo moçambi- com o holocaustroda própria vida, pela conquiscano junto dos Estados Africanos e de to- ta da suaIndependência Nacional. O governo pordos os Estados amantes da paz e liberda-

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fuguês, estendendo os seus tentáculos, mantem sob de. umaferoz opressão, o povo do nosso país. O nosso povo continua a viver submetido,forçado. O goSOLUÇÕES verno colonial-fascista dePortugal prossegue a.poOLUÇÃO SOBRE A CONCP liítica daexpropriação das nossas terras, de exploração do trabalho do nosso povo. Ora obenefíco desta exploração reverte apenas em favor dos coloCongresso da Frentede Libertação de Mo- nialista:ý lortugueses. que (FRELIMO), reunido em Dar-Es-Salaam Para tentar destruir o nosso amor à liberdade,28 de Setembro de 1962, o vosso governo não hesita em massacrar opovooiderando a identidade das formas de opres- Moçambicano: MUEDA eni Junhode 1960, XINAltica, económica, social e cultural que vgo- VANE em Fevereirode 1961, são exemplos da bárcolónias portuguesas; bara reacção dogoverno colonial-fascista perantesiderando que o governo português não reco- as legitimas aspirações do nossopovo.A-, . ,ine . --i.-. , cSmcntp Mocambiaue. mas.es destes países, e que opondo-se ao direito 'os de. disporem de si próprios,obstina-se entar o mito de «Províncias Ultramarinas». dlerando que o governoportuguês em vez de r uma solução pacífica que opõe aos pocolónias portuguesasà administração coortuguesa, intensifica os métodos fascistas essão contra osnacionalistas, enviando refilitares, praticando o genocídio e criando e guerra;deranão que os povos das colónias portugue.ram ardentamente àautodeterminação e à Ldência;1 todos os patriotas que combatem pelo da causa da Independência, da justiça eda [e em Cabo Verde, Guiné, São Tomé e PrinLgola e Moçambique;também Angola, Guiné, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, desejam ser livres eIndependentes. Foi para tentar quebrar a vontade do povo angolano de seremindependentes que o governo dirigido pelo Sr. Salazar desencadeou a guerra emAngola.Mas o povo angolano e o povo gutifeense não sucumbirão. Pelo contrário, arepressão colonialista conduz somente a uma reacção cada vez mais forte doconjunto dos povos de Moçambique, Angola, Guiné «Portuguesa», Cabo Verde eSão Tóré. e Príncipe.Por outro lado, a situação do governo português no plano internacional é de quasetotal isolamento, sendo apenas integralmente apoiado pelos governos fascistas daAfrica do Sul e da Espanha.«TEMPO» n.- 330- pág. 29

O Presidente Mondiane saindo do edifíczo onde, de 23 a 28 de Setembro de 1962,se realizou o 1 Congresso e em Dar-es-Salaam.Com efeito, a consciência mundial horrorizada revolta-se contra a acção bárbaraperpetrada pelo exército português em Angola. E agora, também, na Guiné«Portuguesa».

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A FRELIMO decLra a perda de- vida ou de propriedade por parte dosportugueses como consequência do possível conflito que o governo português estácriando entre as populações africanas e portuguesas de Moçambique.O povo Moçambicano espera pois que o povo português saiba tomar, nesteconflito em que se opõe o Povo Moçambicano à adminístração colonial-fascistaportuguesa, uma posição digna das suas nobres tradições democráticas, paracontribuir e evitar que a guerra tarmbém se desenvolva em Moçambiquc-MENSAGEM A SUA EXCPRIMEIRO MINISTRO DOiTANGANYIKAExcelência,Eis-nos no fim dos nossos trabaIO primeiro Congresso da FREL Dar-Es-Salaam, dirige a V. Exa. tos dehomenagem, respeito e alt: agradece o testemunho de solid Exa. e todo doTanganyika qui. pela causa do povo moçambican nobres ideiais de liberdade, de ícional, de justiça e progresso.

e momento em que nos preparamos para as decisões que tomámos, permita-nosEx a, solicitar o vosso apoio ao apelo, que fizeos chefes de Estado Africanos, afimde moem todas as forças ao seu alcance para der) colonialismo português. ra V.Exa. aceitar as calorosas saudações delegados presentes ao nosso 1.o Congressodereçam.O CONGRESSONSAGEM AOS CHEFES DE ESTADOPAÍSES INDEPENDENTES DE AFRICAngresso da Frente de Libertação de Mo[ue (FRELIMO), realizado em Dar-Es-Salaam Je Setembro de 1962, chama a atenção dos de Estado Africanos para operigo que corpopulações de Moçambique e das outras s portuguesas, em virtudedas medidas' topelo governo português, tendentes a incitar lação branca a reprimirdesumanamente as reivindicações dos Africanos. rngreso apela vibrantementepara todos os de Estado da África, para que, dentro do de solidariedade Africana,contribuam com is forças à sua disposição e com o máximo se, para liquidação docolonialismo e do alismo e português em Moçambique, o que iuirá umacontribuição importante para a ta emancipação da África e para a realizaUnidadeAfricana.*ngresso considera que a. aliança WELLENS7ERWOERD - SALAZAR e umaalança crique visa o extermínio do povo' africano e, :, acha que toda e qualquercooperação com er destes governos é de natureza a retardar esso dos movimentosde libertação nacional.AGM AO PAFMECSAigresso da Frente de Libertação de Moçamrealizado em Dar-Es-Salaam de 23 a 28de ,o de 1962,derando que as potências colonialistas cria->Mondilane quando falava aos "moçambicanos a Tanzania, No canto esquerdo dafoto pode al Mocumbi, actual responsdvel da Saúdeem Sofala.

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HISTORICOS DOCUMINTOSDO 1 CONGRISSO DA IRELIMOrai uma vedadeira frente contra os povos af ricanos, afim de manterem os seus -privilégios;Considerando particularmente o carácter criminoso da aliança WELLENSKY-VERWOED-SALAZAR;Considerando a necessidade da cooperação entre as forças nacionalistas na acçãocontra o colonialismo e o imperialismo;É Guiado pelos princípios da unidade africana: Saúda os nacionalistas quecombatem contra o colonialismo e o imperialismo;Saúda o Movimento Pan-Africano de Libertação Leste, do Centro e do Sul daÁfrica (PAFMECSA), e a luta contra os opresores da África. Pede a adesão àPAFMECSA.RESOLUÇÃO SOBRE A ONUO primeiro Congresso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO ),realizado de 23 a 28 de Setembro de 1962, em Dar-Es-Salaam.Considerando que apesar das resoluções tomadas pela Organização das NaçõesUnidas relativamente às colónias portuguesas, Portugal se recusa a eRecutá-las;Atendendo a que nenhumas medidas concretas foram tomadas contra Portugal pornão cumprir as resoluções da ONU;Convencido de que este procedimento, que compromete o prestígio da ONU, é ofruto do apoio de certos estados ao colonialismo português; Pede à Organizaçãodas Nações Unidas para que tome medidas concretas e imediatas afim de impedira guerra de genocídio que Portugal está a preparar em Moçambique, e para oobrigar a aplicar a declaração da ONU, de 14 de Dezembro de 1960, que permiteao povo de Moçambique dispor de si mesmo;Propõe que sejam aplicadas a Portugal as seguintes sanções:-Boicote económico por todos os países membros da ONU.- Expulsão de Portugal da ONU. Exprime a mais viva indignação do povo deMoçambique contra todos os países que fornecem ajuda a Portugal para manter oseu regime.«TEMPO>, . 330- p c. 31

o ODE, E um CONGRESSOeo L.XD ar4M H1.i*Gi, 2~' po de4t mc.y~ C e 01 s 44Em conjunto c,>m todos os órgãos de Informação nacionais reiniciamos hoje adivulgação de artigos que se destinam a apoiar os monitores na orientação dosGrupos de Estudo Colectivo sobre as Teses que irão ser apresentados ao IIICongresso da FRELIMO.Como devemos organizar o estudo colectivo.Primeiro, devemos escolher um local amplo, por onde passem muitas pessoas,como por exemplo um jardim, zonas abertas do nosso bairro, enfim todos oslocais onde possamos colpcar cadeiras, luzes, petromax, onde possamos colocarum rádio num ponto alto

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«TEMPO» n.o 330 - p6g. 32para que todos possam ouvir melhor. A têm o problema do falta de rádios, nosamos que os Grupos Dinamizadores po i facilmente se pedirem aos seus militantos seus rádios de casa.Há dois aspectos que devemos salie nização das sessões de estudo político.devemos forçar a que as pessoas assista oDutro lado, os monitores não se devemdesempenhar o papel da pessoa que sob pelo contrário: os monitores devem serdores do estudo, da discussão; devem

a exporem os seus problemas, as suas dúvidas. nitores devem tarnbém evitarexplicações muito idas dos conceitos, pois isto leva a que as pesquem confusas edesmobilizadas. Por outro lado, idas para as quais os monitores não tenhamresdevem ser canalizadas paro o Gabinete de Apoio 3nização do, 11 Congresso daFRELIMO, Caixa .n.' 954 em Maputo, ou telefone n.°- 744961,4962. Isto quer dizer que os monitores não fugir a mostrarem que não sabemcertos conou que não são capazes de esclarecer certas s, ou ainda, que osmonitores quando não sabem a coisa não devem inventor uma explicação, oudesviarem a conversa. Não saber não é mal i, mentir é que é mau. A verdade éuma coisa ar isso quando não sabemos devemos dizer que ibemos, mas que vamosprocurar esclarecer-nos irarmos as dúvidas.reuniões dos grupos de Estudo também devem organizadas. Isto é, devem sersecretariadas de a que no fim, os monitores saibam quais são dadeiraspreocupações das populações, saibam são as dúvidas que -não foramesclarecidas, ;am as suas insuficiências, saibam, oque devem ir para melhorarem,os seus conhecimentos, e de, tjido que conheçam-quais são os progressosungresso realizou-se quando o povo moçambicano K4 tinha expulsado ocolonialismo de algumas zoCabo Delgado e Niaska. Isto é, a FRELIMO tinha £doa tarefa que o I Congresso lhe havia -indicado: Unir o povo moçambicano.EVÍárV,que os seus grupos de estudo estão a fazer. A existência de uni secretariado é poismuito importante. Chamamos no entanto a atenção de que os secretariados nãodevem fazer um relatório completo do que cada pessoa disse, e sim um relatórioque aponte quais foram as principais dúvidas, quais foram as dúvidas que ficaramesclarecidas, e as que não ficaram esclarecidas.Para que os monitores tenham uma ideia de quais os temas que vamos apresentarnestes programas até(àuem convoca o Congresso é o Comité Central da FRELIMO. Isto significa queo Comité Central ao convocar o III- Congresso, achou que era necessário reunir oorgão máximo da FRELIMO para que novas tarefas fossem dadas à FRELIMO.à realização do III Congresso yamos dar a conhecê-los. Neste primeiro programafalaremos sobre o significado de Congresso; no segundo, .'abordaremos aimportância do I11 Congresso, internacionalismo e solidariedade, o que são teses;no terceiro programa falaremos sobre o que é a Revolução Democrática Nacional,Revolução Democrática Popular, Democracia popular, e socialismo; no quartofalaremos -sobre conceito de imperialismo; no quinto programa falaremos scbre

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as formas de exploração e o significado de trabalho; e, no sexto programaabordaremos o conceito de Partido, características de um Partido, falaremos sobrea acção do inimigo na fase presente da criação do Partido.O QUE É O CONGRESSO?Esta, continua a ser uma das dúvidas que persistiu mesmo depois de termosestudado as teses do nosso III Congresso. Muitas pessoas continuam a pensar queo Congresso é uma simples reunião onde estão o Presidente e Vice-Presidente daFRELIMO juntamente com os membros da FRELIMO para resolver os problemasque temos neste momento no nosso País. Ainda h outras pessoas, que. por-exemplodizem, «Ah... ISSO O IH CONGRESSO VAI RESOLVER». Muitospensam, portanto, que o III Congresso' vai rpso1ver «TEMPO» n.o 330- pác. 33

todos Os nossos problemas.O Congresso é o órgão máximo da FRELIMO A FR'ELIMO representa o Povomoçambicano, a FRELIMO existe para conduzir o povo na resolução dos seusproblemas principais. Isto quer dizer que a FRELIMO sózinhá não é capaz deresolver todos os problemas. Portanto, é no Congresso, que todos os membros.daFRELIMO se reúnem para discutir ýuais foram os nossos errose os sucessos danossa Luta, de modo a tirarem lições 'para o futuro que corrijam os erros para sealcançarem novas vitórias.Podemos recorrer à história da nossa Luta Armada. Vemos por exemplo, que osmilitantes da FRELIMO 3o reunirem - se no 1 Congresso estudaram o quedeviam fazer para u'nir todo o Povo moçambicano e ,lutarem pela IndependênciaQuanto ao II Congresso poderemos dizer que a FRELIMO o realizou quando aUnidade já tinha dado os seus frutos, isto em zonas donde os colonialistas tinhamsido expulsos Deste modo, no II Congresso reunem-se os membros dos ComitésCentral e Executivo do FRELIMO, elementos das FPLM e DestacamentoFeminino, delegados vindos ; das zonas em guerra e das zonas ainda ocupadaspelo , inimigo. Reuniram-se no Congresso para estudarem o que a FRELIMOtinha feito, estudarem quaisos erros :ometidos, estudarem se expulsar õscolqnialists de-ertas zonas signific.ava 3 fim da exploração, estudorem o que deveria ser aFRELIMO para que os colonialistas fossem derrubados, e darem orientaçõesconcretas a todos os militantes e ao Comité Central para que o colonialismo e aexploração fossem combatidas de maneira a que as classes exploradas pudessemganhar mais direitos. ,Podemos então dizer, que o 111 Congresso da FRELIMO é convocado quandoforam cumpriIdos osprincipais objectivos aefinidos pelo primeiro e segundoCongresso foi alcançada a Independência, a Unidade . do Povo moçambicano éreal, os operário, e camponeses, as classes exploradas têm o Poder político nas Csuas mãos, a Direcção da FRELIMO é formada por.servidores do povo.IAgora, vejamos quem vai assisrr ao III Congresso.Vemos que em cada distritoforam eleito ções enquadradas nos Grupos Dinmizad,para assistirem às reuniões provinciäis do I11 Congresso Depois, nessaý reuni(foram eleitos 20 membros do FRELIM participar no Congresso. E, esses 20 me

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sua maioria operários e. camponeses. P rem ao Congresso além de elementos dtacamento Feminino, quadros das FPL bros dos Comités Central e Executivotantes eleitos nas províncias. Quer dizei gresso está representado todo o Povo eserão os representarites eleitos pelo p estudar quais foram as razões ;porquedominação colonial e imperialista na Lu pendência; serão os delegados e os merecção da FRELIMO que baseados na e Luta Armado do Povo moçambicanb vãoé que a FRELIMO deve 'fazer nos próxin decidir quais são as tarefas que caberCentrol e acada militante do FRELIMC grandes problemas do Povo moçambicancvidas.Assim, vemos,que o Congresso é oeó da FRELIMO porque é o Congresso qunosso, futuro porque é no Congresso q. todos os militantes da FRELIMO eleitpara defenderem as conquistas que já a Unidade do Povo moçambicano, a lndeçiaocionalizações e outras grandes conquis sas trabalhadoras moçambicanasPodemo? que os interesses principais do Povo.r ;erão defendidos porque osdelegados ele víncias são das classes operária e campor-PLM, da OMM; porque sabemos que estudará quais serão os nossos passos p nosa exploração do homem pelo homi aís; po-que saberos que a Direcção «c íue nosguiou na conquista da Independ ironta a cuimprir e a levar a cabo.as h 1,Gonómuo lhe atribuir.APROFUNDEMOS AS NOSSAS mEIASSOBRE O OUE [ UM CONGRESSO1 , R .d.e stuo ooAntes de iniciarmos o 'nosso'-studo, gostaríamos ' samos com várias pessoassobra este ten de lembrar aos elementos dos grupos de estudo que o que nosdisseram sobre o significado dedevèrão apresentar aos monitores todas as suas dúvi-. «O Congresso é Mia novainfic die das, devem expôr as suas ideias, mesmo que pensem o o on estô muora m m .que elas são incorrectas. Só assim, os grupos de estudo gresso vai decidir comoé que nos haver poderão avançar nos seus conhecimentos políticit, só ,g zre parvivermos melhor mas o Cvg deste modo poderemos cumprir apalavra de ordemde ur n a anra d viver.os o bas e natransformarmos o nosso País numa escola onde olec, uma nova maneira deviver. É com base nativamente aprendemos e ensinamos. No programa de quehoje vamos estudar' o significado de og ièncio que' já temos desde quesomos in, que o Congresso vai tomar decisães sobreMuitos de nós continuam a ter dúvidas sobre o 55 como nos devemos organizarpara vencerr que é o Congresso. Durante os últimos dias conver- ,' sos problemascomo o fome o a nudez, q«TEMPO,, n. , - p&g. 341

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correcta. A única confusão é que não é o Presidente da República quem convoca oCongresso. Quem decide que o Congresso se deve realizar é o Comitê %Central da FRELIMO, quando verifica que o FRELIMO já cumpriu as tarefas quelhe toram indicados pelo Congýesso anterior. Quer dizer, o 1 Cor.gresso estudouque para :onquistormos a Independência o FRELIMO devia unir todo o Povomoçambicano. O il Congresso realizou-se quando o Povo moçambicano unido játinha expulsado o colonialismo de alguias-"onas de Cabo Delgado e Niassa, e como tal, reuniu-se o Congresso para seestudar.o quèé que a FRELIMO já tinha feito, o que é que a FRELIMO deveriafazer' para guiar o povo no conquista da Independêncio total e completa.-Hoje, já conquistámos a Independéncia. Por isso, reto da Conteréncia,,provincíalpreparatória do III ,esso da NRELLMO de Maputo. O Congresso é um oComíteoCentralreUniienaesuo 8.& Reunião convotento histórico:.Ia nossa vidaporque nele se vai de- cou o Congresso. Quer dizer, estamos numa nova faseeâtZMir o nosso futuro. porque a FRELIMO cumpriu as tarefas que lheti,.___nham sido indicados no primeiro e II Congressos9dos pela exploraçãocaWtalista. Quer dizer, o unir o povo, conquislor a Independência e combaterIgresso vai estudar para decidir a forma como os a exploração. Vejamos entãoquem participa no Con>alhadores e o Povo noçambicano se deve organi- gresso.«Os membros de princípio, há membros qui para desfruirmos o capitalismo@são permanentes .em por exemplo o Presidente daApesar desta explicação, ainda nâo sabemos o-que República, o Comité Central oposterioimernte são nomeados delegados provinciais * distriatis». Mos, oPresidente da República é que assiste ao Congresso? dia 3 de Fevereiro, que vaisair =me ne~, lei, que «É o Presidente daí FRELIMO, porque o "Congresso é sechama Congresso». Muitas'pessos, .como aca- da FRELIMO». Ficamos,portanto, esclarecidos que o ias de ver, confundem o Congresso com uma lei.Presidente da FRELIMO participo de direito no Con, o Congresso não é uma lei:é uma reunião, uma gresso. nião da FRELIMO onde está representado todó oPor outro lado, este companheiro disse-nos queo através da Direcção da FRELIMO e doe -delegaque foram eleitos nosProvíncias para decidirem re o nosso futuro.Quem está no Congresso;. «É o p<vo>». Mas, está lá todo o Povo moçamrbicano,estão lã dfez milhões de moçambicanos nessa reunião que 'nicio em Maputo nodia 3 de Fevereiro deste ano? ýO os membros dos governos e doutros países para dar como é que havemos deviver aqui dentro do &* Pais». Este companheiro quando respondeu que 111Congresso estava o povo, estava correcto. No anto, quando disse que no IIICongresso estão os rnbros do nosso Governo e dos governos de outros ses paraestudarem como havemos de viver em çambique, ele confundiu. Na verdade, vêmmuitos vidados de países e Partidos que nos apoiaram ante a Luta Armada, êmjornalistas estrangeiros ibém. Mas, convém não confundirmos: ós convios vêmassistir. Quem discute, quem vai tomar iSões são os militantes da FRELIMO enão os conJos quê vêm do estrangeiro. Quanto aos mems do nosso Governo,todos nós sabemos que os rnbros do Governo são também dirigentes ou militos da

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FRELIMO e corno delegados ao Congresso ticiparão nele de pleno direito. Isto é;porticipa- o discussão e votação de todos as questões quÉ £.o As tesesaapresentar ao congresso que se snicia em Ma. as e decididas pelo Congressoputo no próximo dia 3 de Fevereiro, são o resultado da. OCongresso, é ..., o Presidente da República deci- longa experiêncía adquiridapelo povo moçambicano duc~ *@iwnièncio de haver um Congresso quan- rantea sua resistência contra a dominação estrangeira, S tOs fio fim de uma fase evehos inicie' utou ~ são o resultado das experiências adquiridas pelas elasá esestrabalhadoras moçambicanas no processo da Lutafase, há necessidade de um Congresso poro Armada e neste período em que jáestamos livres da8n auscutar.se as opiniões de todos os membros dominação colonialísta.l"ados pelo Congresso», Esta resposta é quase

participam no Congresso os membros dos Comités Central e Executivo doFRELIMO e os delegados eleitos nas províncias. Como temos ouvido falar narádio e nos jornais têm-se realizado por todo o país uma vasta campanha demobilização das populações para o estudo dos teses do Congresso, deimplementação das tarefas preparatórias do Congresso. Neste trabalho, assimcomo desde o Governo de Transição, tem surgido nas estruturas da FRELIMOmuitos militantes de vanguarda: militantes que têm defendido intransigentementeos interesses das classes operária e camponesa, que se têm distinguido na lutacontra a sabotagem económica, na defesa e consolidação da nossa soberania, donossa Independência. Foi dentre estes militantes que as Conferências Provinciais,que' se realizaram em todos as províncias do nosso Pais, elegeram os delegadosao Congresso. Portanto, no Congresso estarão como delegados' os elementos devanguarda das classes operária e camponesa, e tom-IMPORTANCIA NACIONALE INTENACIONALo Iii CONGRESSO DA FREUMIO. . . : .." 9 ..... . " 11 21- :UM PoI. luiu : ? » : : z: %¥ : :.,i gresso foi o congresso da UNIDADE, osque aprofundou a linha política da FREL ý. claramente o inimigo, as tarefas pora|iqLnação colonial-imperialisto do nosso Paí i gresso, que se realizo após o conquistadêncio, depois de se terem cumprido os o1b . cos definidos pelo II Congresso, irásinte* riência vivida pelo Povo moçambicanoilibertação nacional, o vitória do Povo, I nialismo e definir as formas de desenvol'nómico e social do País, irá criar o Pai guarda da aliança operário-camponesçy> 1Io Povo moçambicno na construc&, daciolista.Nunca o "povo moçambicano pôde como hoje discutir os seus problemaslivremente. Este aspecto é uma das características da Democracia Popular.

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No artigo que hoje publicamos vamos onolisaro, importância do Congresso an[vel Nacional e Internacional. Iremos ainda abordar conceitos relacionados como Internacionalismo e Solidariedade epor último as Teses. Sobre o que são asTeses e. que relação têm com a luto do Povo moçambicano.No primeiro programa vimos o que é o:Congresso. E quando falámos disto vimosque o Primeiro Con«TEMPO» n.o 330- pág. 36Qual ,a importância do III Congresso, no plano Nacional e Internacional? Já IIICongresso vai dizer-nos o que devem< resolvermos os nossos problemas, e cornoror a nossa vida.Vemos que,' no entanto, existe a opir mas pessoas, de que o Congrsso irá res<tamente os problemas que existem. M vêm que há, bichas e falto de géneros apensam que no dia 7, o último dia do í este problema já não existirá. Os monicombater esta ideia. É preciso esclarece-resolve os problemas do Povo, é o própric nizado e ýonsciente. Ora o Congressoirá teý indicar-nos a melhor forma de nos c e de que maneira iremos resolvertodos . que nos preocupam. O Congresso por si os nossos problemas. Ele resolvdem partobém os trabalhadores da FRELIMO e<O Congresso é uma reunião em c o Presidente da FRELIMO, quadros da mentosda OMM, os membros que r Comités Central e Executivo da FRELIIh todos osdelegados eleitos nas provín CongresSo da FRELIMO, que se reali nosso País jáestá livre da domnação pois, uma reunião onde -os delegados tudor quais são astarefas que a FRELIt dcs seus membros devem cumprir para o problemas do Povomoçambicano sei, para decidirem qual deve ser a nossa e combatermos os nossosinimigos princi: mo, o imperialismo e todos os seus ager infiltrados no nossoseio..

ário de Educação e Cultura. O povo moçambicano rn decide através deSeminários, através de Reuprovinciais, através dos Conselhos de Produção, ouoperativas como é que se deve organizar em cadaum dos sectores da sua vida.,s as orientações para nós próprios devidamente izados ultrapassarmos eresolvermos as nossas Idades. E é nessa medida que ele é da máxima tância. OCongresso vai definir os tarefas que i aos membros do FRELIMO, e a todos osmocanos, nesta fase da edificação da Democracia ar. O III Congresso vaiplanificar as actividades, r uma política e formos de organização adequaara osdiversos sectores: do Comércio onde está da a questão dos abastecimentos, doIndústria, gricultura, Saúde, Ed;Jcação, Serviços Públicos. a, de modo a todosvivermos e trabalharmos de forma planificado. A planificação será pois umspectos que o III Congresso irá particulormenteIII Congresso irá definir a criação e organizao Partido, aprovar o novo Programo eEstatutos, :r a integração dos militantes nas estruturas do ]o, e a integração daslargas massas populares uas organizações democráticas, os Sindicatos, a nizaçãodo Mulher, do Juventude, dos JornaCongresso irá assim definir orientações paraas actividades da País a fim de liquidarmos a ração e assegurarmos a construção

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da Democraoular. Esta é a fase em que edificamos a base rial e ideológica para apassagem ao Socialismo, poderemos ver no próximo programa.MITÂNCIA INTERNACIONAL O III CONGRESSOelo que acabamos de ver o III Congresso 6 um 'eCflmento de maior importâncianacional, sem i o Povo moçambicano não terá as orientações formas deorganização adequadas à nova fase 'ivemos. Se não vejamos: i Congresso daFRELIMO já definira o estraa seguir para a luto contra a exploração e o riOlismo.O aparecimento das Zonas Libertadas, ao destruição das estruturas tradicionais ecolo. e a construção de uma nova vida, organizado-de uma forma colectiva. Este problema colocou umanova questão que foi o combate a todos os' que se opunham à construção do novaSociedade, isto é aos novos exploradores que então apareceram, como LázaroKavandame.No entanto, a questão principal no I! Congressocontinuava a ser a luto armada para a conquista da Independência Nacional.Conquistámos já a Independência Nacional. O Poder Político foi conquistado Masnão estamos ainda independentes economica.mente. Por isso a questão principal nesta fase é o liquidação de todos as formas deexploração e a organização do Povo para o conquista do Poder Económico, odesenvolvimento do País e a construção da nova Sociedade. Vemos assim que oIII Congresso, o pimeiro que se vai realizar depois da Independência, assume umpapel muito importante no contextoNacional.Mas será que ele é só importante para o PovoO III Congresso é também importante a nível SInternacional.Os trabalhadores de todos os países do Mundo, osPartidos de vanguarda, os países socialistas, os países progressistas e -as forçasdemocráticas internacionais, estão interessadas em conhecer ýas decisões queserão tomadas e acompanhar o desenvolvimento do risso País porque a nossa lutaé a sua luta e a deles é 9 nossa, assim como as suas vitórias são nossas e asnossas suas. É por isso que virão assistir ao nosso Congresso, como A FRELIMOCOSTUMA ASSISTIRTAMBÉM AOS CONGRESSOS DOS SEUS PARTIDOS!No entanto não são apenas os nossos aliados e $ amigos que estão interessadosem saber o que irádecidir o nosso 11I Congresso.Os nossos inimigos, os 1Viimigos do Liberdade, da ~Independência e doSocialismo, estão preocupadoscom o III Congresso e por isso têm os olhos postosem Moçambique neste momento.S E porquê? Vimos que a Independência do nossoSPaís e as conquistas revolucionárias do nosso povo, ' aumentaram aagressividade do imperialismo porquea nossa Independência, ao lado da libertação de outros povos corno os deVietname, Laos, Kampuchea, Angola, Cabo Verde e Guiné significou umaderrota para o imperialismo. A vitória do Povo moçambicano e dos outros povos,

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diminuiu a Zona de Influência do Imperialismo no Mundo, concorrendo por outroladoi para aumentarmos a Zona Libertada da Humanidade.Dizemos que a nossa Independência aumentou aagressividade do imperialismo. Como? Por um lado, a nível externo, através %lasagressões desencadeadas pelo regime racista rodesiano contra o nosso País e dapropaganda mentirosa da Imprensa reaccionária.Por outro lado, a nível interno, através da infiltração de agentes e da'1ção daburguesia interna, o imperialismo provoca a sabotagem económica na esperançade conduzir o nosso País à ruína e ao caos económicocomprometendo o nosso processo revolucionário.Neste momento o inifnigo lança uma forte companha reaccionária que tem por,objectivo retirar o verdadeiro significado e importância do Congresso.A propaganda reaccionária diz que o ýongresso é mais -uma reunião das muitas -que se fazem, tenta fazercom que as pessoas acreditem que vai resolver de«TEMPO)' n.o 330- páç 37

imediãto os prob1emas do povo, tentando criar insatisfação, lançando a confusão.E porque é que o imýerialismo faz isto?Porque ele sabe que o êxito do III Congresso assegurará a -libertação total deMoçambique do imperialismo. Porque ao definir a oriêntação .que nos conduziráao Socialismo, permitirá aumentar a Zona Libertada da Humanidade e como talreforçará o ,osso papel de retaguarda segura à luta dos Povos da Africa Austral doZimbabwe, Áfria do Sul e Namibia pela sua libertação. Vejamos.O III Congresso vai definir orientações exactas e as formas adequadas deorganização para construirmos o Socialismo: Com estas orientações o Povomoçambicano tem o instrumento para construir a Sociedade Nova. Ao trabalharmuito para construir mais escolas, mais hospitais, mais fábricas, ao produziÇmais' alimentos e assim conquistar uma vida melhor,. a sua experiência vaien'iquecer e constituirá um exemplo para a lutb dos Povos da África Austral pelasua libertação. Ao mesmo tempo as conquistas destes povos assegurarão alibertação total e o livre desenvolvimento do nosso País.O III Congresso é também preocupação para o imperialismo porque mais uma veza FRELIMO vai definir claramente quem são os nossos amigos e inimigos.Na luta que trava a FRELIMO, o Povo moçambicano não estão isolados. Talcomo na fase da Libertação Nacional. A seu ladona luto contra o imperialismo e areacção estão todos os Países Sociw4its. nossosaliados naturais, a classe operáriaInternacional e os seus Partidos de vanguarda e o Movimento de LibertaçãoNacional.AS TESES SÃO FRUTODA EXPERIINCIA DO NOSSO POVOEstas ideias de que temos vindo a fiProgramo, estão contidas nas Teses que isentadas ao III Congresso.Vemos assim que as Teses, são os prii

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tadores da' Revolução Moçambicana. Asi princípios serão discutidas no III Congre,da experiência histórica do Povo moçamnluta contra o colonialismo e o imperialisra experiência passada, a experiência qj,mos neste momento e apontam as perso futuro do nosso povo e do nosso País.Os monitores ao estudarem as Tesetodas elas estão intimamente ligadas da nossa luta. Os monitores devem esciýTeses não surgem de repente ou são 9 alguém. Quando por exemplo se fala nehclasses que se agudiza, isto não é invenç Podemos recordar a experiência da luInovos exploradores no seio da FRELIM a luta armado. Hoje a luta trava-se taosexp!oradores, a luta trava-se entre a.balhadoras e a burguesia. Vejamos oul quando se fala em criarmos forças arm sase modernas na 5 ' Tese não é po. ac invenção de alguém que neste momentomente som o s agredidos pelos racistasagentes directos do imperialismo?Os monitores deverão sempre pro<exemplos da luta no passado e do nosso neles verão a explicação das Teses e oTESES. Deverão portanto estudar as Tes< da FRELIMO, e a nossa realidadeactual.0111 CONGRESSO VAI DAR URIENTACOES PARA T-,xt par os h gr' de IsuoC*lNo artigo que hoje publicamnos e q se destina a todos os militantes, trabalhadoraso ddm que organizados em Griu;os de. Estudo Cof.*l, discutem as Teses o asprincipais ideias Que os mama encerram, em todo o Pais.o tema que iremos analisar relaciona-se com a Importância do CongressoNacional e Intemacional, a solidariedad o internaclonalismo e o que sío Teses queIrão ser íirresentadas. ao |il Congresso. Neste trabalho oprr ert amas agúlgadecl&a.aç5e que recolemos. Por exemplo falómo com um Cmpanheiro sobre aimportância do III Congresso a nível nacional. Eis o que ele nos disse:«Acho que o Congresso é Importante porque todos os problemas são problemasque afectam o Povo moçombican> Por isso é muito Importante parque vairesolver todos os Problemas do Povo moçambcano»,Este companheiro disse-nos que o III Congresso vai resolver todos os problemasdo PovO moçambicano. Mas será que no dia 7, o último dia d Congrelo, osproblemas vão ficar todos resolvilos?«Espero assim, no dia 7 não ,haver mais bichos nos "iachkIb~ , nSo.hWermalsbí nas mercearias», dissenos um outro nosso InterlOcutor. Mas,«EMPO» 1. 330- pég. 36será mesmo que o Cgresso resolverá 1 o problema das bichas? Eis o opinião diompanheiro: «NãO, não é isso, as bich acabar a partir do dia 3 ao dia 7 É só pcomo é que a gente pode viver, qual é a a gente pode cumprir. É isso que o no vaidizer a partir do dia 3».O Congresso não resolverá portanto de imediata o problema das bichas. Mas, ( vaidefinir os tarefas que cabem aos mi e como iremos organizar a nossa vida. Há,

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ainda um pormenor: as bIchos são uma e do regime colonial. Ora vejamos o quesern tos mil pessoas, o arroz, <>.açúcar que ha% e que chegava para estaspessoas, não para dez milhões de moçambicanos que boi comprar esses poodutos.É por isso que é m tanre aumentarmos o produtividade para mos produzir moiorquantidade de produti guem para todos nós. E só mais uma obser a opiniãomanifestada por este último- i Não é o Governo que vai definir os tarefa nizaçãodo Povo moçambicano. É a FREI Congresso que é o.árgão máximo da FRO IIf CongresMo. vai.pblificar'asý actlvk

nIr uma arita e orgaiizao, para af presente em rel*0oao Comércio êiIndúStria, Agricultura, Saúde, Educação. Defeso, enfim, para todos os sectores davida Nacional O III Congresso vai criar o Partido para melhor organizar osmilitantes para estes pode'rem ýervir melhor a Revolução e paro orjehtar o povonas tarefas da fase actual, fase da Democracia Popular Este ponto do Democ-ociaPopular será tritado no próximo artigo dedicado aos Monitores.O III Congresso vai definir também o trabalho das largas massas nas uazsorganizações democráticos, a Organização dos Traball-adores, da Mulher, daJuventude, dos Jornalistas. Por que dizemos então que o III Congresso éimprortante no plano nacional' Porque será ele que definirá orientações para todosos :sectores do vida do Povo moçambieano, a fim de liquidarmos a exploõraçõo econstruirmos a Sociedade Nova.Todo o nosso povo, do Rovuma ao Maputo, prepara neste momento o Ii1Congresso, estudando colectivpmente a linha polHtica da FRELIMO, as Tesesque serão apresentadas ao 11i Congresso, procurando apälicar ês'orJeritações daFRELIMO, aumentando a produção e desenvolvendo a vida colectiva nasfábricas, nas aldeias comunais. O nosso povo preparo também' o III .Congressoconservando as c as o$, fazendo a sua.: impeza e nos bairros- orranjando osjardins, limpando as ruas,' embeleza,-do todas as íocalidades do nosso País.Preparo também, colabrando com as brigadas de Trànsito para a preveço contra osacidentes; recolhendo papel para apoiar a feitura de cadernos para a Alfabetizaçãoe criando novas músicas e danças, enriquecendo a cultura moçambican.IMPORTÂNCIA A NIVEL INTIRNACIêNALAnalisemos agora qual a Importância do*1II Congresso a nível internacional."Seró que o Congresso é apenas importante para o Povo moçombicano? Nõo! Anossa luta contra a exploração e pela cri~o do Sociedade Nova é a luta de todos ostrabaO'nadores do Mundo. Por isso os trabalhadores de todos os países do Mundoe os seus Portidos de Vanguarda, os países Socialistas onde os trabalhadoresconstruiram já a Sociedade Novo, e todas as forças Democráticos Inter. nacionais,acompanham as decisões que serão tomadas neste Congresso parque estasdecisões fazem parte »da sua própria luta. Por Isso estão interessados norealiração do II1 Congresso, porque ele definirá o caminho que é necessáriopercorrer pa0à chegarmos ao Socialismo.Todos os nossos amigos estarão proséntes parE assistirem ao nosso III Congresso,assim como a FRELIMO assisté também aos seus Congressos. Recordamos queuma: delegação do FRELIMO assistiu ao Congresso do Partido SocialistaUnificado da Alemanha, dos nossos amigos da RDA, e ainda mais recentemente

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assistiu 0o Congresso do Partido Comunista Portugus. Em Dezembro do anopassado uma delegação da FRELIMO assistiu ao Congresso do Partido dós Trabales do Vietname, hoje Partido Cormmista do Vhome. Estamos portnto a ver aimportância lnternacional do III Congresso e o carácter lnternacionalista da ~lua. No entanto, não sF4o apenas os nossos aliados e arbigos que estão inte-ressados em saber o qúe Irá decidir o Iii Congresso. Os nossos inimigos, osir»migos da Liberdade, dá Independência e do Socialismo, estão preocupadoscom,,o q"e vai decidir o nosso fi1 Congresso. E porque? por-' que sabem que oêxito do III Congresso é mais um oasso decisivo para a Libertação total deMoçambique. do Imperialismo. Porque ao definir a orientaçãoque conduzirá aoSocialismo, o Congresso vai contribuir para aumentar o Zona Libertada daHumanidade. £ por isso que o inimigp lança neste momento uma forte campanhareaccionária contra o III Congresso.Vejamos: as agressões armadas eon$ra as nossas 'fronteiras, d4eencadeadas peloregime de Smith. O que é que sig..ficam? Significam o dqsespgro'om que. seencontra o inimigo. Assim, lan Smith' .poderia alguma vez apóiar o f11Congresso? Ntmca Pofcue é nosso inimigo. Antes pelo contrário, ele combaterásempre o i1 Congresso porque combate a Revolução, porque é inimigo do Povomoçambicano, do Povo zimbabweano e de todos os povos.- Porque é aliado dosque querem continuar a exploroção.Vernos assim a acçao do inimigo a nível externo. Mas não é só a este nível que osnossos inimigos actuam. Actuam também a nível interno. No interior do nossoPaís, o ímperialismo tem os seus agentes que querem que nós não aumentemos aprodução, que querem que nós não sejamos independentes economicamente,fazem saboitagem, lançam, a confusão, pracurando impedir que o povo avance naconstrução da Sociedade Socialista. É a acção da burguesia interna, dos novosexploradores, moçambiconos que vivem entre nós.O QUE SÃO AS TESESE chegamos assim ao último assunto: o que são as Teses. Eis o que nos disse umcompanheiro:«As Teses é muito, muito da gente fazer mais machambas para termos maiscomida e outras coisas».Como vemos esta opinião diz-nos que teremos que fazer mais machambas, termais comida e outrõs coisas. Sim! devemos fazer mais machamabas para termosmais comida e outras coisas. Mas isto não são Teses. Isto é o que algumas dasTeses dizem. Assim como outras dizem que devemos criar o Partido, criar umexército forte, que vamos desenvolver a ogriculfura e a Indústria. Assim vemosque as Teses dão-ros as ideias para estudarmos e discutirmos a nível de todos ossectores da actividade, e não só na agricultura, nas machambas.Mas como é que as Teses surgem? Será que elas aparecem por acaso? Não! Comonos disse um trobalhador que entrevistámos elas são o fru~o da nossa experiência.«As Teses sao uma história do povo. A história que já jOssou que agora está a serresolvido. O problema dos Teses eu posso dizer está a contar a história do Povomoçambicano».Esta opinião é çorrecta. Mas sóum pormenor. As Teses de facto reflectem ahistória da luta do Povo moçambicano. Mas não é só isto. Elas sintetizam' a

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experiência do luta dos povos e apontam o caminho que devemos seguir na faseactual com base nessas. experiências, p a r a construirmos correctamente aSociedade Socialista.e«TEMPO» n.0 330--O¿g.-39

Momento em que era içada a bandeira na inauguração do monumento ao IICongresso em Matchedje vendo-se do lado esquer do em primeiro lugar adelegação do Comité Central composta por Marcelino dos Santos, Vice-Presidente da FRELIMO, Alberto Chipande Membro do Comité Central eExecutivo e Ministro da Defesa Nacional e Mariano Matsinha, membro doComité Central e Ministro do Trabalho. Vêm-se ainda na imagem quadros dasFPLM, elementos das estruturas política Provinciais e representantes políticos aopovo de Matchedje.De Norte a Sul do país o povo moçambicano encontrase actualmente a discutir'as teses do II Congresso da FRELIMO. Em reuniões desde a Célula ao Circulo,desde o Distrito à Província, quadros, militantes e populações contribuem assimpara o enriquecimento das teses daquilo que foi a luta de libertação, atransformação da luta nacionalista em luta revolucionária popular, a queda docolonialismo, a extènsão da democracia popular , todo o país, e actualmente ocaminho aberto da transformação da Frente em Partido de Vanguarda para a,construção da Sociedade Socialista.A abertura, do III Congresso aproxima-se e, paralelamente, as campanhas deapoio vão ganhando intensidãde em todo país.Finalmente, dando mais brilho e significado a estas campanhas e discussões foiacesa no passado dia 18 em Madjedje no Niaissa- exactamente no local onde serealizou o II Congresso da FRELIMO 'a chama da Marcha do Congresso para oSocialismo, tendo por outro lado sido ali também inaugurado um monumentoalusivo "quele importante acontecimeuto político que íéve lugar em 1968 emplena Ouerra de Libertação Nacional.~ O 3~ ' q. 0

~11 1M1 141wElÍ1Ed l'~1 1 11H18,1 1,k iIY1 1 11O ~mlernador do Nusaa, ÁW~ a ~ re r ~a Wddio de L:chng. a osagemProvincial que percorreu todos doa distritos::Mo Niassa. Em todas as Provtnciasdo pais haverd comício à chegada dos símbolos da Marcha para o Congresso doSocialismoAO LADO: O Vice.Presidente da FRELIMO, Marcelino dos Santos inicia, aMarçha do Congresso para o Socialismo transportando na mão a pasta com osdocumentos aprovados durante II Congresso ,cujo monumento alusivo, que se vêem parte na imagem, acabava de inaugurar.No momento em que as forças imperialistas mais se assanham contra a RepúblicaPopular de Moçambique, o povo Moçambicano dirigido e organizado pela

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FRELIMO prepara-se activamente para o IH Congresso que terá lugar em Maputode 3 a 7 de Fevereiro,Nesta fase fihal dos preparativos e campanhas destaca-se a «Marcha doCongresso para o Socialismo» com moçambicanos trans portando a chama darevolução por todas as Províncias do pais, actos que não são apenas simbólicos,pois traduzem e trazem consigo todos os sacrifícios consentidos, toda a vontadede um povo que de armas na mão, endurecido e experimentado na Guerra PopularRevolucionária dirigida pela FRELIMO, soube transformar o nacionalismo emrevolução, aniquilar o inimigo directo-o colonialismo- desfechando um golpecontra- o inimigo principal e perm-iriente dos povos -o sistema mundial doimperialismo.Será novamente a chama que traz consigo as mensagens de todo o povo doRovuma ao Maputo empenhado presente m e n t e na transformação do país, nainstauração do Poder Popular Democrático, já iniciado nas zonas libertadasdurante a luta armada, na li-quidação das sequelas do colonialismo ao nível não só das mentalidades, mastambém das estruturas do próprio aparelho de Estado herdado, na luta contra ocapitalismo e o imperialismo e contra todas as formas de exploração do homempelo homem.Em cada localidade por onde a chama tem vindo a passar realizam-se comíciospopulares sendo\ ali reafirmado o apoio à vanguarda política do povomoçambicano a FRELIMO e à realização do III Congresso.INAUGURAÇÃO HISTÓRICA DE UM MONUMENTOEm Madjedje, na Província do Niassa, foi inaugurado no passado dia 18 peloVice-Presidente da FRELIMO, Marcelino dos Santos, um monumento ao IICongresso ali realizado entre os dias 20 e 25 de Julho de 1968.Com a inauguração deste monumento em Madjedje o nosso povo assinala parasempre as históricas resoluções que ali foram tomadas e que contribuiram paraque a linha reaccionária de Urja Simango, Kavandame e outros traidores comvocação para novos exploradores fossem afastados da FRELI--MO o quepossibilitou novas e maiores vitórias para o nosso povo contra o colonialismo e oimperialismo.Marcelino dos Santos chefiava uma delegação do Comité Central da FRELIMOque era ainda composta por Alberto Chipande e Marriano Matsinha. Nainauguração do monumento o Vice-Presidente da FRELIMO fez um breve mashistórico discurso que pela sua importância passamos a transcrever na íntegra.CAMARADAS,Em 1968, objectivo fundamental definido pelo 1.o Congresso da FRELIMO, querdizer, a Independência Nacional, não estava ainda realizada.Mas tinham.se operado já transformacães profundas na vida do nosso Povo e donosso Pais.O desenvolvimento da luta armada revolucianária de Libertação Nacional tinha«TEMPO» n.o 330- p6g. 41

Todos os elementos da nossa população têm vindo a participar entusiastica mentena Marcha do Congresso para o Socialismo. A pasta contendo os dócumentos do

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II Congresso e a chama da revolução percorrerão Q país chegando a Maputo nodia da aberturado III Congresso.criado novas realidades, caracterizadaspela formação das zonas libertadas.Isto significa a necessidade de uma opção política clara para o desenvolvimentoeconómico e social das Zonas Libertadas.O Comité Central da FRELIMO, respeitando os interesses do PovoMoçambicano, impôs a orientação correcta, visando a construção de umasociedade 'livreda exploração do homem pelo homem.ÉI então que surge o grupo dos novosexploradores, e se desenvolve, no seio da FRELIMO, a luta entre os quepretendiam perpetuar o sistema de exploração o os que defendiam os princípiosrevolucionários que a própria luta tinha fecundado.Esta situação levou à realização do 2.°Congreoso da FRELIMO, Em Niassa, aqui em MACHEGE, o 2.* Congresso daFRELIMO téve lugar de 20 a 25 de Julho de1968.O facto de o 2.° Congresso da FfRELIMOse ter realizado no nosso País, foi, por si só, uma grande vitória do Povo Moçam*tbicano contra o colonialismo português,uma grande vitória das forças revolucionárias no seio da FRELIMO, e aafirmação de um nacionalismo consequonte que sesituava na perspectiva da ,Revolução.A realização em Moçanibique, do 2.'Congresso de FRELIMO,.1 " também e«TEMPO» n.' 330- p6g. 42ýýafirmaçâo," pelo Povo Moçambicano, de uma alta consciéncia da suaresponsabilidade histórica e da determinação e capacidade de a assumir.Foi por isso, também, uma afirmação da personalidade e da dignidadeMoçambicanas.O 2.' Congresso da FRELIMO definiu orientações novas e fundamentais que dãoa dimensão da sua importância, e significam a vitória da linha correcta erevolucionária, e a derota do grupo dos novos exploradores.O 2.? Congreso afirmou os princípios da estratêgia da luta e difiniu as orientaçõesno campo económico e social, Em especial, o 2.' Congresso sublinhou o princípioda luta prolongada, o princípio da colectivização da produção e a exigência daemancipação da mulher Mo. çambicana.As decisões do 2.' Congresso consolidaram as posições das forças revolucionáriase, pelo seu carácter popular, reforçaram a unidade do Povo Moçambicano.Os reaccionários ficaram isolados.Estavam assim criadas as condições para um novo desenvolvimento do processoda luta de libertação nacional.

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As decisões do 2.' Congresso provocaram a rápida agudização das contradiçõesentre o grupo dos novos exploradores que, ambora derrotados no Congresso,recusaram aplicar as decisões ali ton~adas, e os militantes revolucionários.O grupo dos novos exploradores, agorwisolado, age já em situação de desespero, e tenta dividir o 'País, procurandoseparar província de Cabo Delgado do restode Moçambique.Ao mesmo tempo, recorre à política deassassinatos, que culmina com o assas sinato do 1.' Presidente da FRELIMO,. oCAMARADA EDUARDO CHIVAMBOMONDLANE.,Porém, todas as tentativas para desvir.tuar o &onteúdo da luta de libertação donosso Povo, fracasm.O Camarada -Presidente Mondiane foifundador da FRELIMO e o construtor daunidade do Povo Moçambicano.O inimigo, ao assassinar MondIane, visava destruir a FRELIMO e parar a luta.Mas isso não sucedeu.'Na realidade, a morte de Mondianeconstituiu um novo e ainda mais forte cimento da unidade do Povo Moçambicano,e serviu de potente impulsionadorda marcha para a, Revolução.A terceira reunião do Comité Central,em Abril de 1969, procede à clarificação ideológica, expõe e sintetiza o processoe o conflito das duas linhas no seio da FRELIMO, e consagra a vitória da linharevolucionária.De vitória em vitória, chegámos hoje a i este momento em que nos preparamospara entrar numa nova fase da nossa História: A FASE DA MARCHA PARA OSOCIALISMO.CAMARADAS,Neste momento em que nos encontramos aqui reunidos em ,MACHEGE. preste.mos, em nome da FRELIMO e da Nação Moçambicana, homenagem à memóriadaqueles que tombaram para que os homens e a terra Moçambicana sejam livres,e possamos hoje, erguer- alto a estrela da Revolução.Observemos um minuto de silêncio à memória de EDUARDO CHIVAMBOMONDLANE, 1. Presidente da FRELIMO e construtor da Nossa Unidade.Viemos de longe Camaradas; fomos forjados, temperados, na dura luta contra aexploração e pela liberdade.Hoje, erigimos este Monumento, aqui, em MACHEGE, para marcar a grandeza ea importância histórica do 2.° Congresso da FRELIMO. E é uma homenagem queprestamos ao povo Moçambicano, aos trabalhadores moçambicanos, aos operáriose camponeses, à sua luta, aos seus sacrifícios; é uma homenagem aoDepartamento de Defesa, às Forças Populares de Libertação de Moçambicana,braço ar.. mado do -Povo; é uma homenagem aos nossos heróis; é una

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homenagem ao 1. Presidente da FRELIMO, EDUARDO CHIVAMBOMONDLANE.1 é também a reafirmação do nosso engajamento, do engajamento de todos nós.Povo moçambicano, em fazer a RevoluçãoContinuemos a nossa marcha Camaradas, uma marcha nova e renovadora, que doGLORIOSO ill CONGRESSO DA FRELIMO, nos levará ao SOCIALISMO.- VIVA A FRELIMO!- VIVA O 2.- -CONGRESSO DA FRELI.MO!-VIVA A MEMÓRIA INESQUECVEL DO CAMARADA PRESIDENTEEDUARDOCHIVAMBi MONDLANEI--VIVA A LUTA ARMADA REVOLUCIONARIA DE LIBERTAÇAONACIONAL!- VIVA O POVO MOÇAMBICANO UNIDO DO ROVUMA AO MAPUTO!-VIVA A ALIANÇA OPERÁRIO-CAMPONESA !VIVA, A FRELIMO, NOSSO PARTIDO DE VANGUARDA!- VIVA O SOCIALISMO CIENTIFICOI- VIVA O III CONGRESSO DA FRELIMOi- VIVA O COMITÉ CENTRAL DA FRE.LIMOI-VIVA O CAMARADA PRESIDENTESAMORA MOISÉS MACHEL-A LUTA CONTINUAI

4~ ~ .U~5W~ .%....47ADIiICONGRESSOFAAMOS oDrAiS INTIROEMESCOLAE TODOS APRENDEMOSE TODOS ENSINAMOS (ãDia 1 de Fevereiro será o DIA DA PRATRICANACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO. Nesse dia, em todas as unidades deprodução organi a, em todas as fábricas, em todas as aldeias comunais, em todasas cooperativas, em todas as machainbas colectivas, em todos os serviços e emtodas as empresas, em todos os bairros, portanto em todos os centros dealfabetização, promoveremos uia aula de alfabetização, comq forma dereadquirirmos a sensibilidade para as tarefas da Alfabetização, materializarmos apal de ordem da FRELIMO «FAÇAMOS DO PAIS INTEIRO UMA ESCOLAEM QUE TODOS APRENDEMOS E TODOS ENSINAMOS»!. "Esse será o princípio de uma Campanha que sóterminará com a alarbetização de todo o nosso Povo, condição imprescindível àsua compreensão profunda das grandes tarefas que terá executar na transformar

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ção da sociedade podre e miserável herdada do colonialismo, na sociedade nol'a,livre da migéria e daopressão, livre da exploração.Subordinado ao mesmo título--, Eý4SINAMOS E TODOS APRENFAÇAMOSDO PAIS INTEIRO DEMOS, palavra-de-ordem mobiliUMA ESCOLAONDE T O D O S zadora e orientadora da CampanhaNacional d e Alfabetização - publicamos na edição anterior um apintamentoreferente ao enquadramento dessa campanha no processo de Libertação dojiossoPov#:da opressão-exploraçao colonial e dó obscurantismo, iniciado' com aformação da FRELIMO e com o processo de guerra popular prolongada em quefoi transformada a Luta Armada de Libertação Nacional.Nele se salientava como aspecto fundamental o carácter político das tarefas dealfabetização e se .'procurava explicar como, p a r a além de resposta à situação deanalfabetismo generalizado herdada do colonialismo português, a alfabetizaçãosignifica e significou sempre para a FRELIMO um processo muito mais vasto doque o ensinar e aprender a ler e a escre«T£MPO»~ n.o 330- pág. 43

Com Q campanha de recolha de papel usado materializamos o princípio decontar coni as próprias ]orças. Nos lugares onde não havia papel, onde não havialápis, durante a Luta Armada de Libertação Nacional, o nosso Povo não usou issopara se frustar à materialização das tarefas de alfabetizaçãO. Mandioca seca serviade giz, uma tábua, pequena que fosse, serria de caderno. Esse princípio correctodeve presidir sempre todas as nossas actividadesver, um processo em que a alfabetização deveria conter todas as respostas para asquestões que as m a s s a s trabalhadoras encontrariam na prática deimplementação e materialização das palavras-de-ordem sugeridas pela suavanguarda para a transformação da sociedade e do seu modo de vida.Assim, nele se explicava que tal como na preparação para o desencadeamento daLuta Armada e na transformação das zonas de onde o opressor ia sendo expulsoem áreas libertadas, foi a alfabetização uma das armas fundamentais, para apopularização dos objectivos fundamentais a atingir, da estratégia a adoptar e danatureza do inimigo, também agora, perante a situação nova de extensão econsolidação do Poder Democrático Popular a nível de-todo opaís. da criação deum Partido de vanguarda que conduza a aliança operário-camponesa na edificaçãoda base material e ideológica para a construção do socialismo, a alfabe tizaçãodeverá ter um papel fundamental. Isto porque, tal como nos ensina o PresidenteSamora «a participaçãQ, pressupõe compreensão ».LM K ,( 4,1Porque sendo as massas, traba1 h a d o r a s quem efectivmente transformam asociedade, e porque só compreendendo elas os objectivos e a estratégia a açoptarpara a realização das. tarefas concretas de transformação estarão em condições deas realizarem, a alfabetização, para além de ser um meio de ensinar a ler e aescrever, deverá conter as respostas essenciais à compreensão e realização dessastarefas.Foi a partir-daí que no primeiro Seminário Nacional de Alfabetiza ção rqalizadoem Bagamoyo, em fins de Março, princípios de Abril de 1974, se definiram os

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objectivos correctos e as tarefas concretas para os trabalhos de alfabetização, foinesse período que durante o Governo de Transição se realizou em Abril de 1975em Ribaué o 2.' Seminário Nacional de Alfabetização, em que, após a síntese dasiniciativas isoladas e dispersas, se reafirmaram os objectivos essenciais daalfabetização e são propostas algumas novas orientações.Referia ainda aquele apontamento que para retomar de forma planificada eorganizada as tarefas de alfabetízação havia o Ministé-io de Educação e Cultura criado >m Fevereiro de 1976 a Direcção qacional deAlfabetização e Escoarização de Adultos, referia a; deinição de prioridadesestabelecida or esse novo organismo planificalor e coordenador e resumia as.ctividàdes já desenvolvidas, o ânito em que se enquadravam. Dele se depreendiaque o objecivo fundamental imediato era a 'ecuperação do entusiasmo com que onosso Povo recebeu no periodo do Governo de Transição as tarefas dealfabetização, a transformação desse entusiasmo numa força permanente e suaconsolidação.Para isso, e após o recenseameir to prévio da situação concreta a nível das.diversas províncias e dos diversos' centros de alfabetização, f oi desencadeada emSetembro uma campanha de reorganização das actividades, criação de estruturasque as orientem, coordenem e dirigem, sensibilização para as .estruturas doPartido e o Governo para os trabalhos da Alfabetização e seu carácter prioritário,se implemente no, centros de alfabetização o conteúdo fundamentalmente políticoda alfabetização e o princípio de que devem contar com as próprias forças namaterialização das tarefas de alfabetização.], nesse âmbito. que se desencadeia a campanha de recolha de papel: usado,É ainda nesse âmbito --e com base na recolha e estudo das experiênciasadquiridas - q u e - se preparou, está a ser impresso, e será divulgado nosprimeiros meses deste ano um novo livro que servirá, a nível de todo o país, deguia na$ tarefas de alfabetização.Integrada n a s campanhas de apoio ao III Congresso da FRELIMO, a Educação eCultura incluiu no seu programa uma Campanha de Alfabetização. Criada umasub-comissão para esse efeito, resolveu esta como caminho correcto nãopromover o lançamento de mais uma campanha isolada, mas aproveitar a altasensibilização política inerente à fase histórica que se vive a nível de todo o país,para a realização imediata das tarefas definidas como prioritárias no programavasto da Direcção Nacional de Alfabetização e Escolarização de Adultos.A campanha decorrerá, como foi anunciado, de 26 a 31 de Janeiro corrente.

Nela se procurará portanto implementar de modo decisivo a reorganização dasactividades de alfabetização, em particular aý nível dos centros de alfabetização,tanto nos locais-de trabalho, nos -centros de produção organizada, como noslugares de residência.A campanha assentará- na palavra-de-ordem do -Comité Político-Militar daFRELIMO «FAÇAMOS DO. PAIS INTEIRO UMA ESCOLA EM QUE TODOSAPRENDEMOS E TODOS ENSINAMOS», e na explicação a todo o Povotrabalhador da necessidade da materialização dessa importante palavra-de-ordemna edificação da base material e 'ideológica do Socialismo.

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Para isso f o r a m constituídas brigadas de dinamização. Constituem-nas 40elementos destacados pelos Secretariados da Juventude Moçambicana e daOrganização da Mulher Moçambicana.Após um período de preparação política virada essencialmente para o problemada educação no contexto do processo em que nos engajamos, e para os problemasespecíficos dos sectores e zonas onde irão actuar, esses elementos foram largadospor todo o país para a realização das suas tarefas.As funções que lhes foram atribuidas f o r a m essencialmente a criação deestruturas aos diversos níveis da Província do Maputo, a dinamização da criaçãode, estru-turas ao nível das restantes províncias.O objectivo imediato- dentro do âmbito do programa das brigadas constituídaspara a campanha- é a formação de 250 novos elementos em cada capital provincial e 100elementos em cada distrito.Chegados à província os elementos das brigadas terão como res ponsabilidadeimediata a formação dos delegados distritais (que para o efeito se deslocam àcapital da Província) e a formação de entre 40 a 50 elementos da capital da*Província.,Os campos de recrutamento des ses elementos serão essencialmente as escolas,secundárias e os trabalhadores alfabetizados das unida-A alfabetização é uma tareia que cabe a todos e só terminará quando todo o nossoPovo estivrealiabetizado. É úme tarefa essencialmente política e como tal deve serencarada« 'LMPO, n. 3.30-- P0. 45

des de produção. A sua primeira tarefa é percorrer os centros de produçãoorganizada, as aldeias. comunais, as cooperativas, os bair ros, as machambascolectivas, os seyviços, o n d e promoverão reuniões explicativas da campanha,dos objectivos e tarefas- concretas dos centros de alfabetização e daAlfabetização, da materialização da palavra-de-ordem do Partido.Dia 1 de Fevereiro, como também já foi anunciado, será o DIA DA PRÃTICANACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO, com que culminará a campanha.O programa desse dia inclui a realização a nível de todos os centros dealf4betização de uma aula de alfabetiz;ação, em que, segundo a palavra-de-ordem,todos devemos aprender, todos devemos ensinar, fazendo do pais inteiro umaEscola.As brigadas, e cada um dos elementos delegados distritais, promoverão nesse, dia,respectivamen te a nível da capital da Provínciae de cada sede distrital, uma aula de formação pedagógica, em que uma liçãopreviamente preparada na formação dos elementos das brigadas, mostrará ométodo correcto de alfabetizar. Assim, só nesse esquema, 250 elementos em cadacapital de Província e 100 em cada sede distrital ficarão conhecendo os métodosadoptados como correctos para alfabetizar o nosso Povo.A partir daí -e esse é o aspecto fundamental - a campanha prolongar-se-áindefinidamente, até que todo o Povo esteja alfabetizado. Ao receberem essa lição

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esses elementos aceitarão c o m ela o compromisso, perante o nosso Povo, de aespalhar a todos os cantos do nosso país o que aprenderam, espalhar a todos oscantos do nosso país que deveremos ensinar o que aprendemos, e deveremosaprender sempre mais, como condição para que o nosso avanço na Revolução sejaconstante e obra de todos.ESTUDEMOS PARA DOMINAR A CIÉNCIA E A TÉCNICA! JAçAMOS DOPAIS INTEIRO UMA ESCOLA EM QUE TODOS APRENDEMOS E TODOSENSINAMOS!As escolas pertencem-nos. As escolas já não são os lugares onde os filhos dosburgueses iam aprender tý explorarnos.Nas fábricas, o controlo da produção pertence aos operários. No campo aorganização da produção pertence aos operários. No campo a organização daprodução é feita pelos camponeses das cooperativas e AIdeias Comunais.Os técnicos não estão para chefiar, mas para ensinar. «O estudo é como umalanterna à noite, mostra-nos o caminho.Trabalhar sem estudar, é andar às escuras, pode-se avançar é certo, mas grandessão os riscos de tropeçarmos, de nos enganarmos no caminho».e-.~.ri',..'4:4:».......................................riri4, 44» 44<4: 4'""U OOUE ÃO SER AS CASAS DE CULTURAA ideia foi pela primeira vez apresentada na reunião nacional dos responsáveisprovincias de Educação e Cultura: usemos como estratégia de trabsformação edesenvolvimento da capacidade de criação artística e cultural das largas massastrabalhadoras a edificação de «casas de cultura».Voltou a ser abordada, a nível mais amplo, numa palestra promovida no dia daprática nacional da cultura, e orientada por Rui Nogar, da Direcção Nacional deCultura.'É com base nessa intervenção, mais propriamente com extractos dessaapresentação, que procuramos divulgar e popularizar ainda mais qual a ideia daDirecção Nacional de Cultura para o lançamento das «cosas de cultura», tarefaque, como também é recomendado na exposição deveremos assumir desde já.«Falemos de Pintura. Situemo-nos numa Casa de. Cultura. O que poderá ser feitonela para se «democratizar» a pintura? É fácil de imaginarmos alguns artistas queinteriorizaram as experiências de natureza ideológica impostas pela nossare«TEMPO» n.o 330- pàg. 46volução. Eles irão certamente conseguir fazer obras de arte para as massas, «paratodos». Quantos serão esses artistas? Meia dúzia, uma dúzia? Quantos somos nósmoçambicanos? Quase dez milhões. Se Uma dúzia de artistas fazem quadros comtemática revolucionária, atingiremosa democratização cultural? Certamente que não. Mas então os dez milhões demoçambicanos terão de produzir quadros revolucionários para nos podermos

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vangloriar de termos democra, tizado a nossa cultura? Claro que nãol Isso seriaabsurdo e impraticável.interessa sim que numa Casa de Cultura existam os instrumentos de produção àdisposição de todos aqueles que se sentem predispostos por sensibilização oumera curiosidade a tentarem produzir uma obra de pintura, sem que se sintamlimitados por obstáculos de natureza èconômica, social ou educacional, ou dequalquer outra natureza, e que não sejam senão os impostos pela sua própriainapetência ou incapacidade consciente.Assim numa Casa de Cultura devemos p.4r à disposição dos interessados pincéis,espátulas, tintas, cavaletes, telas ou outro material de fixação cromática e aexperiência dos artistas (da tal meia dúzia) que dominam a técnica específica dapintura.

r à. disposição da colectividade os meios de pr tercãmbio crítico entre os artistas eas massas, íadé de experimentar é criar, são os caminhos çy.o e democratização daprótica cultural,, objeiEstes artistas explicarão como se utiliza aquele material, discutirão o conteúdodos quadros por eles produzidos, analisarão a legitimidade das suas próprias obrasface a crítica do Povo»,Só com este exemplo eram apontados dois meios fundamentais ,para, através dasCasas de Cultura se obter a democratização da cultura, a prática não somente da «c ítura para todos», mas sobretudo da «cuííltura por todos». Primeiro, acolectivizaçao dos meios de produção. Segundo t.roca ,de experiências entre osartistas e as massas trabalhadoras.Qual a situação herdada?«Em Moçambique, durante a dominação colonial-fascista portuguesa, como emtodos os países capitalistas, a produção artística sistematizada era privilégio dumaelite. Só ,os filhos da burguesia podiam criar obras de grande envergadura. Estasituação aplica-se em relação ás artes plásticas (como pintura, gravura, cerâmica,batick, escultura em bronze, mármbre ou outros materiais diferentes dos troncosde árvore utilizados pelos nossos artesãos) bem como ao teatro, ao cinema, àfotografia, ao ballet, á música executada com instrumientos importados d o u t r os países, etc.~Porque é que isto aconteceu? É fácil de se deduzirem as razões desta situação.Quem, é que podia comprar tintas, pincéis, telas e outro material de Pintura?Quem podia ir ao estrangeiro aprender as técnicas da gravura e da cerâmica emanter aqui em Moçambique uma actividade- nesses campos?E o batick 'e a escultura em bronze e mármore, quem podia comprar o materialartfístic, permitir um estas também oportuais para a popularizass casas de culturapróprio para materializar sua necessidade de criação artística? Eram somente osfilhos da burguesia».Salvo, raras excepções (nascídas de atitudes de messenato por parte de algunsdesses artistas da burguesia) que deram a alguns moçambicanos a oportunidade deaprender e praticar algumas técnicas, a situação era essa.Os artistas moçambicanos de um modo geral que actividades desenvolviamentão?

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1 «Na música fabricavam os seus próprios instrumentos, que adjectivamos detradicionais, e compunham, e executavam músicas e canções em que transparecequase sempre a resistência cultural à invasão estrangeira.Um fruto seco e oco (a cabaça por exemplo) ou uma lata de azeite de oli veiravazia, um tronço fino um arame e pronto. Era o suficiente para se obter uminstrumento musical. Depois, bastaria apenas o sofrimento para se inspirarem.Neste campo, quase atingimos uma tessítura orquestral da envergadura do concerto com os timbileiros de Zavala, considèrados pelos especialistas como a maisalta expressão musical de toda a Africa.E porque é que não atingimos um estágio superior no campo musical?Primeiro, porque os colonialistas hão permítiam a caracterização Moçambicanasexpressões culturais do nosso Povo pois, a dar-se isto, eclipsaríamos os elementosculturais portugueses e doutras nacionalidades que eles queriam nos impor (porex: o fado, o corridinho, a balada, o samba. p rock n' rolíl. Com odesenvolvimento da nossa música, com a satisfa-ção plena da inspiração dos .nossos compositores, o Povo sentir-se-iadimensionado- nas suas obras e deixaria de ser atraído às fdrças musicaisestrangeiras Era isto que os colonialistas procuravam evitar sempre limitando aomáximo a libertação do poder criador do nosso Povo.Depois, porque consolidar-se-ia a nossa personalidade moçambicana distinta eantagónica dos padrões coloniais, e, desta maneira,- teríamos em nosso poder umaarma invencível, incólume e revitalizada. nossa cultura. Nenhum sistema poderaimpor-se determinantemente a um povo sem o domínio dos seus veículosculturais.Referimo-nos apenas à música. Mas estas considerações aplicam-se a qualqueroutra actividade cultural.Vejamos o que aconteceu na escultura. Neste campo o nosso Povo restringi usequase que exclusivamente aos limites artesanais.Porquê? Porque bastava um tronco, um pedaço de metal afiado ou um canivete eo poder imaginativo do nosso Povo para criar as suas obras de Arte Popular.Faltaram as escolas de arte. Faltou o intercâmbio cultural. Havia interesse porparte da ctasse dominante em manter os nossos escultores numa, fase repetitiva,tematicamente controlável.Mesmo assim, desenvolverarv-se em Moçambique zonas artesanais de projecçãointernacional. Por exemplo: a estatuária maconde, ou a prata Iligranada na província de Nampula, sobretudo na ilha de Moçambique.Vejamos agora o cinema que é uma das armas mais poderosas de intervençãocultural. Podiam ser produzidas pelo nosso Povo, obras cinematográficas? Claroque não. Quanto custa uma máquina de filmar e os rolos de filmar?Podia o nosso Povo espalhar nas telas as formas de exploração colonial, a queestava sujeito? Que filmes eram projectados nos cinemas das chamadas zonassuburbanas?Todas as respostas a estas questões colocam-nos perante uma realidadeindesmentível, a de que também o cinema servia apenas a classe dominante, aburguesia colonial distraindo-a e alienando o nosso Povo.

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Sistematizando 'podemos e n t o' concluir que, durante a vigência do regimecolonial, existia (o que é aliás absolutamente'lógico), uma cultura de classe. A daclasse dominante, ou seja, a da burguesia colonial. Esta -detinha em seu poder osmeiosde produção artística. Impunha os seus preços aos instrumentos de trabalho(Preços que só ela podia pagar., Preços inacessíveis às bolsas da classetrabalhadora. Preços que as massas não podiam pagar). Assim, as massas«TEMPO» n.o 330- pág. 47

Conjugação do teatro e da pintura. Conjugação dos artistas e do Povo. As casas decultura deverão ser polivalentes, isto é, integrar diversos tipos de, actividàdesartísticas e culturaistrabalhadoras ficavam privadas de produzir culturalmente segundo as suaspróprias capacidades. Viam-se limitadas a um campo de intervenção culturalmuito restrito».Coi a implantação das Casas de Cultura, pondo à disposição das largas massas osçneios de produção iremos democratizar a cultura.Cada província tem características próprias. Numa desenvolveu-se mais oartesanato. Noutras a música foi favorecida. Noutras ainda é a dança que atingiujá uma elevada expressão. Numa outra existe unía grande concentração deriquezas arqueológicas. E haverá também aquela que conta com grandes centroseducacionais, com estudantes ávidos de leitura. E assim por diante.Portanto teremos que conhecer bem as nossas Províncias. Caracterizá-lasculturalmente Definir zonas de actuação. Estabelecer prioridades, e, ao se pensarem criar uma Casa de Cultura, tomar em consideração toda esta sondagem prévia.Assim, por exemplo, quando estivermos numa determinada zona duma Provínciaonde haja uma grande concentração de estudantes do ensino secundário seriaracional pensar-se numa Casa de Culutra onde se desse importância prioritária auma biblioteca.Noutra província onde houvesse muitos objectes representativos dos nossosantepassados, seria bom pensarmos num museu em primeiro lugar.Onde o artesanato atingiu grande incremento optai-se-ia por um centro artesanalcom oficina de trabalho, salão-armazém, salão de exposições, stand de vendas,etc.TEMPCýO n. 330- pag. 48Mas, o que serão efectivamente as casas de cultura?«0 que deve caracterizar uma Casa, de Cultura é sobretudo a consciência polí~tica dos seus animadores; a percepção clara de que numa Casa de Cultura todosdevem ser elementos determinantes da transformação cultural da socielede emque vivemos, rumo ao Socialsimo.Uma Casa de Cultura não é apenas um salão social onde se dança, se canta, sedizem poesias, etc.Uma Casa de Cultura é um centro formativo, onde a dança, o canto, a poesia, eoutras manifestações culturais são levadas a cabo sempre com sentido crítico,sempre com a intenção de valorizar essa prática, sempre procurando impregnaressas experiências com um novo conteúdo ideológico imposto pela Revolução.

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Assim iremos tranformando a nossa Cultura; assim iremos determinando urnanova sociedade; assim iremos construir o socialismo.Uma Casa de Cultura é um local, um espaço onde iremos criar condições quepermitam não só a promoção de actividades culturais como também umapermanente troca de experiências entre artistas e as massas trabalhadoras, amboscriadores do património cultural Nacional. Este diálogo é a razão de ser das Casasde Cultura.Estas, virão a ser os centros básicos da vida cultural a todos os níveis - dascidades às aldeias comunais. Nelas será favorecido o encontro entre as massaspopulares e os bens culturais de toda a natureza, selam eles do passado ou dopresente. Desta maneira, toda a população, além de poder apreciar os tesourosculturais moçambicanos, contribuirá também para a sua preservação evalorização.As Casas de Cultura devem ser polivalentes. Nelas devemos desenvolver váriasactividades culturais.Por uma questão de princípio e também por razões económicas, não devemostransformar as Casas de Cultura em locais onde se dará exclusividade só a umadeterminada actividade cultural.Portanto devemos criar condições especiais de maneira a que na Casa de Culturase possa participar o teatro, se possa d esenhar ou pintar ou expor obras de arte, sepossa juntar um grupo de músicos com, os se'ós instrumentos e tocarem emconjunto, discutindo sobre este ou aquele aspecto da música moçambicana.Enfim, se possa nela recriar permanentemente todos os valores da nossa cultura.Deve-se pois, pensar que o povo quererá circular Junto dos artistas para trocarimpressões com eley, transmitir-lhes as suas experiências, tentaremý tambémaprender a sua arte».Quanto à construção e localização:«Várias vezes nos tem sido dito pelos nossos responsáveis que devemos contarcom as nossas próprias forças. É precisamente o que teremos de fázer tambémneste campo específico.Vamos exemplificar com um tipo de construção. o mais mcfdesto possível,,própria para uma aldeia comunal.Alguns troncos direitos que servirão de pau-à-pique, uma cobertura igual à que seusa nas casas da área em que queremos edificar a Casa de Cultura, o chão batido,e uma pequena arrecadação para guardarmos o material, os instrumentos detrabalho. O esforço colectivo dos habitantes da aldeia e pronto. Temos uma Casade Cultura..Esta é a mais simples Casa de Cultura que se pode imaginar. Claro que nãoservirá para todas as actividades culturais mas levantaremos mais uma ou duasparedes, faremos duas ou três divisões a mais, utilizaremos um material deconstrução mais duradouro, sempre que virmos necessidade disso e tivermospossibilidades de o fazer.Nas cidades devemos por enquanto utiliz4r edifícios que nos sejam cedidos eadaptá-los o melhor que, pudermos aos fins que idealizarmos.Nas zonas rurais, mais propriamente numa aldeia comunal. a sua localização serádefinida pelos responsáveis na sua concepção mas é lógico que as Casas ýde

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Cultura fiquem no meio das casas, no sítio de fácil acesso para todos e com umátrio (ou mesmo junto duma praça) para se poderem aglomerar os habitantes

Sendo a casa de cultura um centro de convívio, um local de encontro 3para todos,nela também, devem elistir condições para reuniões de massas, festivais de dança,espectáculos de canto, poesia, teatro, música, leituras colectivas, discussõespolíticas. Tudo isto tem cabimento numa Casa de Cultura.Nas cidades, a experiência de todos os países que têm casas de cultura ensinouque estas devem estar implantadas nas zonas habitacionais. Nestas áreas apermanência dos habitantes é mais prolongada e, junto das residências toda afamília poderá pariicipar na dinamização das ,tasas de Cultura.Isto não quer dizer qué não edifiquemos também Casas de Cultura junto dasfábricas e doutros locais de- trabalho. Mas devemos sobretudo fazer incidir onosso esforço prioritariamente nas zonas habitacionais».Quanto à formação de quadros que orientem o lançamento das Casas de Cultura, eseu funcionamento:«Nós sabemos que ainda nãb. existem quadros preparados para orientar aspopulações nas suas actividades culturais, valorizando-as e enquadrando-as noprocesso evolutivo da nossa Revolução. Es-tamos ainda numa fase em que nos repetimos em cada manifestação cultural.Quase sempre as mesmas danças, as mesmas cançQes e pouco mais. Temos queultrapassar esta situação de impasse. Teremos que estudar em profundidade- estaquestão.Para já, só entrevemos uma possibilidade de superarmos rapidamente esta barreira- com o funcionamento no próximo ano lectivo, do Centro de Estudos Culturais,aqui no Maputo. Neste centro formativo que funcionará no antigo «Pa. godechinês» serão ministrados vários cursos cujas características serão divulgadasoportunamente. Foi considerado prioritário o curso acelerado de formação deANIMADORES CULTURAIS.No primeiro destes cursos intensivos pretendemos que venham ao Maputo 5camaradas de cada província que após o frequentarem durante 6 semanasregressarão aos seus locais de origem sensibilizados para agirem no campocultural com uma visão mais ampla de potencialidades do nosso povo. Estarãocapazes de intervir, transformando o processo quotidiano repetitivo dos nossoscantores e dançarinos.Mas ainda não temos esses animado-res culturais e mão~mos ficar à espera que eles- se formem para levarmos avantea nossa política cultural. E o que faremos então durante este tempo?Utilizaremos os responsáveis dos sectores culturais sejam das estruturas doPartido ou ligados às Direcções Provinciais de Educação e Cultura. Esteselementos orientarão o funcionamento normal das Casas de Cultura onde estas seforem pouco a pouco implantando.Numa primeira fase há que melhorar o próprio nível de execução das nossasmanifestações culturais tradicionais. Chegaremos então a uma fase em que nóspróprios sentiremos necessidade de nos superarmos, de evitar a repetição.Discutiremos colectivamente como transformar as nossas danças, o nosso teatro,

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os nossos instrumentos tradicionais, pondo todo o nosso poder criador ao serviçoda Revolução.Nas casas de cultura a criar será difundida uma prática cultural correspondente àsexigências da nossa Revolução. As novas fontes de inspiração alterarãoprofundamente todas as formas de expressão cultural popular».eTATÕI MOCAMBICANOS NA ESTMA?Só no ano passado perderam a vida em acidentes de via~íê em todas as estradasdo país 437 cidadãos, entre homem, mulheres e crianças. Por outro lado há aindaa registaei 4681 pessoas graves ou ligeiramente feridos.Porquê esta autêntica carnificina e a perda de milhares de contos de bensmateriais particulares e do Estado?O desrespeito pelas regras de trânito, onde ~ivultam a embriaguêz, a altavelocidade, a impercia4 o lamentável estado mecânico de muitas viaturas, oliberalismo e indisciplina na estrada, de peões e automobilistas são as causasprincipais de maior parte dos acidentes. Há também a assinalr o mau estado demultas estradas e a falta de sinalização.Mas porquê este desrespeito, indisciplina e abusotApenas uma resposta: eolonialismo mental de muitos peões e automobilistas!AtN,)plemantos ceifam a vidaa muitas crianças e adultos. Na casa, no bairro e -naescola é preciso eýzsinar' as criaftças como atravessar as ruas-como-andar dentroda cidade;. Mutot,.condutores abusando da velocidade dentro da cidade ndoconseguem evitar os atropelamentos.«TEMPO» n.° 330- pág. 49POROUÉ

O desrespeito pelas regras de trânsito causamdiàriamente vitimasentre os moçambicanosEm apoio ao III Congresso da FRELIMO está neste momento a decorrer no paísuma campanha de prevenção aos acidentes de viação estando a colaborar nelaelementos da população e sobretudo estudantes destacados e 'enquadrados porelementos da Polícia de Trânsito.Os resultados obtidos com esta campanha ainda não foram totalmente divulgados,mas pode-se já afirmar que já foram detectadas inúmeras infrac. ções,nomeadamente de individuos não habilitados a conduzir e de carros semcondições mecânicas mi n 1 ma s para circular.Há a assinalar por outro lado que na capital do pais e dentro desta ofensiva contra.os acidentes na estrada em apoio ao III Congresso a Brigada de Trânsito iniciouno passado dia 19 uma campanha de verificação de luzes dos carros. A operaçãode verificação e -afinação das luzes era absolutamente grátis e teve a colaboraçãoe a participação dos técnicos da «Bosch».Esta iniciativa, teve grande êxito junto dos automobilistas que foram unânimes emafirmar que se se conseguir uma disciplina e empenhamento dos condutores emter em condições técnicas ideais o sistema de luzes dos carros, muitos acidentespodem ser evitados. Outros condutores houve que denunciaram o facto de não ser

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correcto virem ali verificar o sistema de iluminação dos respectivos carros edepois não atender ao que está determinado por lei relativamente ao uso das luzes.A Campanha de Prevenção de Acidentes tem tido larga repercursão e tem sidomotivo de discussão pelas populações nas suas reuniões com os respectivosGrupos Dinamizadores. Em muitos jornais do povo já começaram a aparecercriticas sobre o modo como alguns conduzem e por outro lado chama-se a atençãoda maneira como os peões devem proceder quando andam na cidade, comodevem atravessar as ruas, como proceder nos sinais luminosos, etc.W.ý a

Dentro da actual campanha de prevenção contra os acidentes a Brigada deTrânsito do C.P.M.-fez uma ofensiva para a verificação de luzes e consequente eImediato arranjo. A verificação e arranjo eram absotutamente grátis e estacampanha contribuiu para conscienciaUzar muitos condutores.Regístaram-se em todo o pais no ano passado 4.176 acidentes dle viação.Perderam-se centenas de vidas e milhares de contos de prejuízo em divisas que oEstado gastou para importar esses veicuos.AS NECESSIDADES E AS INSUFICIÉNCIASPara. além de todo o apoio que se deve dar à actual campanha é necessáriorecordar que ela não vai parar no fundamental, quer dizer: finda esta campanha háque continuar a consciencializar e mobilizar automobilis-tas e peões para o grave problema do trânsito, para se poder minorizar o nível dosacidentes que ceifam vidas diariamente deixando outras tantas pesscas estropiadase aleijadas para o resto dos seus dias. Por outro lado projectar-se-ão «Slides»relativos a Prevenção Rodoviária nos cinemas e nas escolas as crianças

Ditrante o ano passado morreram 437 pessoas entre homens mulheres e crianças eoutras 4 681 ficaram grave ou ligeiramente feridas. Temos de ser todos cada vezmais rigorosos no combate contra a indisciplina e liberalismo na estrada.passarão a ter possibilidades e est' dar as regras básicas de trânsito. Sabe-setambém que est-á para br ve a promulgação de uma lei de alt ração das multas quede certo irÉ ajudar a refrear o liberalismo, a i disciplina e o desrespeito pelas regrde trânsito.Todavia um dos problemas que pre cupa a Brigada de Trânsito é a fali de quadrose de material especializ do para um bom controle do tráfeg velocidades, luzes,condução em est do de embriaguês, ete,Há também que acentuar a realiz ção de reuniões que as estruturas p líiícas e aBrigada de Trânsito fizera: eirão fazer com motoristas ao nív de várias empresasde transportes r doviários, dentro desta campanha prevenção contra os acidentes.u- DANOS MATERIAIS AVULTADOSe- Já vimos o número avultado de vi. ,e- das que se perdem e outro muito maiorão de feridos que ficam normalmente n.hospitalizados durante muitos meses, Istranstornando a vida familiar, provocando graves lacunas nas suas unidata des deprodução a- Por outro lado grande parte das viao: turas ficam completamentedestruídas a- somando anualmente milhares de contos de p'rejuízos. São milhares

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de cona- tos em divisas que o Estado perde, o- pois foram necessárias divisasestran.mel geiras para importar esses carros que o- Moçambique ainda não fabrica. te Osgaragistas são unãnimes em afirmar que cerca de 30 por cento dosveículos que recebem para conserto são acidentados, Por outro lado a maiorcâmara municipal do país, a do Maputo, afirma que gasta cerca de 900 contos nareparação de postos de iluminação e de sinalização que são destruidos pe lo sautomobilistas em acidentes,Ora, temos efectivamente de fazer com combate rigoroso 'e consequente contra odesrespeito pelas regras de trânsito, contra a indisciplina e liberalismo na estradatanto de peões como condutores a fim de salvarmos muitas vidas demoçambicanos e pouparmos per outro lado milhares de contos de prejuízos atodos os níveis.

Elemen~os da O. M. M, na altura em que preparavam cara de amendoim degalinhaIntegrado nos preparativos do III Congresso decorreu de 18 a 24 deste mês acampanha de culinária.Esta campanha, cujo objectivo foi a divulgação de pratos moçambicanos deRovuma ao Maputo, foi levada a cabo por iniciativa do Grupo Dinamizador daIndústriaHoteleira. Mas, como os trabalhadores da indústria hoteleira, dada situaçãoherdada no colonialismo estão mais habilitados na confecção dos pratos europeus,convidaram a 1 g u m a s responsáveis da O.M.M. dos Bairros e algumasfuncionárias ligadas ao sector de Educação e Cultura para preparar osA parte dos dentes do ralador. Um dos instrumentos da cozinhapratos moçambicanos no restau rante Matchedje (ex-Tamila) que foi abertorecentemente ao público.Deslocámo-nos àquele restaurante onde contactamos uma das res ponsáveis daO.M.M. que em poucas palavras elucidou-nos como foi feita a organização.Disse: «Comecámos por ter reuniões com elementos do Grupo Dinamizador daIndústria Hoteleira, às segundas e quintas-feiras, para estudarmos vários pratos e amaneira de fazê-los. Elaboramos muitas receitas do nosso pais, donde se vai fazerum livro que estará à venda brevemente».A t r a v é s daquela responsável constatamos ainda que participaram nas reuniõesque tiveram com os elementos da Indústria Hoteleira elementos vindos dasProvíncias de Manica, Sofala e Tete.Entretanto, tivemos uma conversa com um elemento da subsecção de culináriaque nos disse: «De facto estão cá elementos das Províncias mas elas não sabemconfeccionar p r a t o s moçambicanos. Nesse caso, ficarão a ajudar na confecçãodos pratos europeus. Para pratos moçambicanos solicitamos a ajuda doselementos da F.P.L.M., que conhecem pratos das várias províncias. Foram' estes eas responsáveis da O.M.M. que ela-

boraram receitas de pratos, moçambicanos do Rovuma ao M puto».

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Dos pratos que estão a ser pr parados salientamos: Matapa co caranguejopreparado com coc cacana; mbowa, caril de ame doim com peixe, com galinha, cocarne de vaca., com caranguejo c camarão; Ndesi (feito com banara verde),bambana feita com farinha de mandioca e peixe de água doce, Xiguinha. E algunsdoces para sobremesa como (batata-doce feita com leite de coco e açúcar, comcanela e lache).Publicamos a seguir, algumas das receitas que brevemente serão editadas emlivro, e que serão preparadas para os delegados e convidados ao III Congresso daFRELIMO.UPSWA (farinha de milho)Numa panela, ferve-se cerca de 1 litro de água. A parte faz-se uma mistura deduas chávenas de farinha de milho com'duas chávenas de água, que se junta àágua que se enconrta a ferver. Deixa-se a mistura cozer durante cerca de15 minutos. Acrescenta-se mais farinha e mexe-se bem com o auxílio de umacolher de pau. Tapa-se a panela, levando-se ao lume deixa-se cozer. Serve-se como auxílio de uma colher remedecida em água. Nota: Pode-se fazer esteprato com farinha kde mandioca de mapira ou de arroz como a Cetsbve.Pila-se um quilo de milho. Tira-se o farelo. Volta a pilar-se para que o farelo saiatotalmente.Põe-se o milho ao lume numa panela com água suficiente para o cozer. Quando omilho estiver quase cozido, junta-se-lhe duas chávenas de amendoim inteiro econtinua a cozer. A parte mói-se um quilo de amendoim. Re. tira-se do lumemistura do milho com amendoim e separa-se em duas partes aproximadamenteiguais. Introduz-se no meio delas o amendoim em pó e vai novamente ao lumedurante 15 minutos. No fim deste tempo mistura-se tudo muito bem e serve-se.XIGUINHA DE MANDIOCADescasca-se um quilo de mandioca. Lava-se e corta-se aos bocados. Vai ao lumea cozer num tacho com água sufi. ciente para a cozedura. Depois desta cozidajuntam-se folhas de cacana. Pila-se um quilo de amendoim e deita-se sal e serve-se.NOTAS:, Podem-se substituir as folhas de cacana pelas de abóbora e de feijãocafreal.XIGUINHA DE BATATA-DOCEDescasca-se um quilo de batata doce e corta-se aos bocados: Junta-se-lhe chávena,e meia de amendoim em pó e duas chávenas de água. Vai ao lume a cozer. Deita-se sal a gosto e serve-se.«TEMPO>ý' n.o 330- pág. 54Outro enolhelro a temperar caril com colaramXIGUINHA DE ABOBORA:Descasca-se um quilo de abóbora. Retiram-se as sementes, corta-se aos bocadoslava-se e põe-se a cozer com uma chávena de água. Tira-se parte da água quecresceu da cozedura. Junta-se-lhe chávena e meia de amendoim e coze duranteaproximadamente 15 minutos. Acrescenta-se sal a gosto.CHIKHUTELACoze-se um quilo de carne de guisar que tenha ossos com tutano. Põe-se sal agosto. Depois da carne bem cozida, retira-se do lume e esmaga-se numa tábua-de

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bater bifes. Retira-se o tutano dos ossos e põe-se ao lume onde se deita a carnedepois de esmagada. Este prato deve ser comido bem quen te e acompanhado deupswa.TIHACANACoze-se 250 gramas de castanha de cajú previam3nte assada. Do fruto da cacanaretira-se as sementes lava-se e junta-se a castanha de caju que já se encontra acozer. A parte, pila-se meio quilo de castanha já assada que se junta aos restantesingredientes que, se encontram ao lume. Coze cerca de 15 minutos e serve-se.CARIL DE CARANGUEJO COM AMENDOIM OU COCO* Abre-se o caranguejo e põe-se a cozer numa panela com 1 chávena de água.Deita-se uma cebola média e 4 tomates picados.Junta-se em seguida duas chávenas e meia de amendoim coado da seguintemaneira. Primeiramente desfaz-se o amendoim em três chávenas de água e passa-se num passador. Ao amendoim grosso que não passou junta-se-lhe mais duaschávenas de água e volta a coar-se. Coze por fim durante uma hoxa põe-se sal agosto e serve-se. NOTA: O leite de amendoim pode ser substituído por leite

de coco e a execução é a mesma. Deve-se ter .o cuidado de mexer sempre apanela para não coagular.CARIL DE CAMARAOEste'caril é feito da mesma maneira que o de caranguejo tendo o cuidado dedescascar o camarão. E deve-se deitar umas gotas de limão.CARIL DE CARNE COM AMENDOIM OU COCO 1Coze-se em água 'e sal um quilo de carne de guisar cortada aos bocados. Depoisde bem cozida deita-se leite de amendoim feito do seguinte modo: Desfaz-se,duas chávenas e meia de amendoim em três chávenas de água, Passa-se numapenetra fina e volta-se a juntar duas chávenas de água fria ao amendoim que nãopassou. Vai ao lume a cozer durante cerca de uma hora.e serve-se acompanhadode upswa ou arroz cozido.NOTA: -0 leite de amendoim pode ser substituido' pelo de coco. Para estaquantidade de carne deve-se ralar dois cocos.CARIL DE AMENDOIM OU COCO IIEste caril é feito como o da receita anterior devendo acrescentar na carne depoisde cozida mas antes de se deitar o amendoim ou coco, uma cebola média picada e4 tomates também picados.ÁGUA E SAL DE GALINHA 1Corta-se a galinha aos bocados, lava-se muito bem e põe-se a cozer em água e sal.Deixa-se o molho apurar deitam-se umas gotas de limão e piri-piri e serve-seacompanhado de upswa, ou arroz, segundo a preferência.ÁGUA E SAL DE GALINHA IICorta-se a galinha aos bocados e lava-se. Vai a cozer numa ,panela com poucaágua.Na loto ê_se daS ~ ~aeirseom ~,ndioca descascade cortada, pront para ser cozida

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Acrescenta-se uma cebola média 3 tomates pelados cor-. tados aos bocados.Junta.se dois dentes de alho picados: e umas gotas de limão. Assim que o molhoesteja apurado serve-se acompanhado de upswa ou arroz.PEIXE DE AGUA DOCE EM AGUA E SALDepois de esc@mado e limpo um quilo de peixe corta-se-ao meio ou maisconsoante o tomate o tamanho do peixe.Coze-se em água e sal, acrescenta.se gotas de limão, sal e piri-piri a gosto. Serve-se acompanhado de farinha4 de mapira, mandioca, upswa ou mesmo arroz.NOTA: Pode juntar.se cebola picada ou tomate a gosto.GALINHA ASSADA NA BRASA COM (õleo deMafura) MUNHATSiDepois de limpa a galinha corta-se pela frente tiram-se as véceras, lava-se etempera-se com sal. Vai a assar nas brasas. Quando estiver assada deitase porcima óleo de máfura e serve-se ainda quente.FRANGO ASSADO COM MOLHO DE COCOLimpa-se um bom frango, abre-se pela frente e limpa-se as viceras lava-se eenchuga-se. Num almofariz desfaz-se uma cabeça de álho, piri-piri sal, junta-selimão e esfrega.se a galinha com este molho. Rala-se um coco o espreme-se parase obter o leite de coco espesso. A este molho junta-se o molho com que setemperou o frango e vai a assar nas brasas tendo o cuidado de barrar sempre ofrango com o molho do coco e dos restantes tempêros.MATIAPA (Folha' de Mandioca)Lavam-se as folhas frescas de mandioca. Pisam-se num pilão ou passam numamáquina de moer vegetais. Ao pilar deve-se acrescentaýr sal e alguns dentes dealho. Em seguida põe-se a cozer Rala-se um coco, deita-se nele uma <hávena deamendoim pilado e vai a coar acrescentando-lhe. duas chávenas de água quente.Assim que esteja bem cozido e o V'olume de ãgua diminuído, serve-se.CARIL DE CARNE SECACorta-se a carne aos bocados. Lava-se e põem a cozer. Prepara-se uma chávena emeia de amendoim pisado da seguinte maneira. Junta-se ao amendoim as trêschávenas de água fria. Coa-se o leite que resultou da mistur 2. Ao amendoim quenão passou no peneiro junta-se-lhe mais duas chávenas de água e volta a coar-se.Deixa-se cozer tendo o cuidado de mexer sempre o tacho.Põem-se assar na braza bocados de carne seca. DepDis de assados bate-se muitobem a carne para retirar a cinzn ou bocados de carne que porventura se tenhamqueimado. Desfiam-se e juntá-se-lhe a seguinte molho: piri-piri moldo sal e limãoe cebola picadinha.Come-se acompanhado de mandioca ou batata-doce docida.«TEMPO» n.o 330- pág. 55

AIPRENDER ATRABAIILHARTRABALHANDO PARA O POVOTrês alunos sob a orientação de um enfermeiro, participaM nos trabalhos dobanco de socorros do Hospital Cen.tral, enquadrados nas actividades de férias.

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Engajaudo-se em conjunto com os trabalhadores dos diversos sectores deprodução, bs alunos desenvolvem as suas actividades de férias, participando destaforma na sua própria transformação ao nível da mentalidade pequeno-burguesaã ecolonial capitalista.O estudante considerava-se, ou era considerado, umler nem escrever. Actualmente, o aluno demoínstra na prática que é umtrabalhMdor como os demas par ticipando activa e colectivamente na discussão eexecução dos trabalhos.Numa visita que efectuamos em alguns sectores de produção, encontramos alunosde mbos os sexos, executando vários tipos de trabalho sem discriminaa n, o« aa. f orblharv fohglhg.njn nnvntou dos campos, porque a 'maioria destes não sabe o Povo». 1, NA PO. v:Z -w.kw: diii lê

Entre os operdrios, os alunos desenvolvem as suas actividades, participando nadiscussão e -execussão dos trabalhos.Alunos de ?bdas as escolas têm vin,dO, como passou a ser nestes últimos doisanos, à trabalhar em vários sectores de produção, enquadrados nas actividades deférias.As actividades de férias, além de serem realizadas nos próprios estabelecimentosde eiLino, têm lugar no campo, nas fábricas, nos hospitais, nas oreches, nasrepartições, nas cooperativas e outros sectores de trabalho, onde os alunos emconjunto com os trabalhadores, vão conhecendo os vários processos de produçãoparticipando activamente neles.Não se trata somente de adquirir experiências nos vários ofícios, mas também umprocesso de transformação de mentalidades neste caso, dos próprios trabalhadorese estudantes, que eliminam os complexos de superioridade e inferioridadetornando-se unidos, e conscientes de que só em conjunto serão capazes dereconstruir o pais. O aluno, por exemplo numa fábrica, não se sente estranho, e 'ooperário sabe que não está sózinho, pois' aquele aluno irá transmitir as suasexperiências aos demais para em conjunto discutirem e- analisarem asdificuldades encontradas -nos diversos tipos de trabalho, de forma a que noseguinte período de férias exponham as suas propostas aos trabalhadores doslocais onde serão colocados, com vista a melhorar as condições de produção.Por exemplo na cidade do Maputo, visitamos alguns sectores de trabalho, ondeem conversa com os alunos ali destaéados, inteiramo-nos das diversas formas dasua participação nos trabalhos.HOSPITAL CENTRALNo Hospital Central do Maputo, encontramos alunos colocados nas diversassecções ali existentes, tais como o banco de socorros, triagem e enfermarias, ondeorientados pelos funcionários daqueles serviços, prestam o máximo do seu zelonas tarefas que lhes são confiadas.

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No banco :de socorros, os alunos ajudam os enfermeiros a fazer pensos nosferimentos dos doentes, registam as entradas e airJa servem de guia aos quenecessitam dê receber mais tratamentos noutros sectores.Felisberto Joaquim, aluno da Escola Comercial e responsável peles alunossocorristas que desmnvolvem as suas actividades naquele hOspital, disse-nos: Jásei fazer alguns trabalhos aqui, porque não é a primeira vez que venho emactividades de férias para o«'- 4PO» h.~" 330 - pàg. 57

Sos Ás alunas que vêm aqui es~ ainda a anhar experiências neste tipo detrabalho que e=eutam pela Primeira -~* Lpntretan elas lá fazem alg, m pensos».zEtre alunos da Escola Comercial, ~eavm também algurs. da cla SecundáriaFrancisco Mannga, t~n4 um deles afirmado que durante o tempo que ali estão. atrabalhar, não sõ vIo conheosndo alguns trabalho de enfermagem, mas-também outras coisas como «os feri-dos'que tém vindo aqui. muitas vzes, sendo na maior j>*te deles vitimas deatropelamentos e crianças que bebem petróleo». Explicu-nos que através dasconversas que têm tido com os doentes que vão ao banco de socorros, procuramsabeý. as causas dos acidentes, no caso dos atropelamentos, que são originadospela distracção dos peões; muito embora hajam automobilistas que conduzem male ainda por oima não respeitam os di-Transportar os doentes para as enfermarias, é também um dos trabalhos eecutadospelos alunos em actividades de férias no hospitalUma das aunas e atunos que se encontram em actividades nas oficinas gerais dosCaminhos de Perro de Moçambique. Ela verifica na prática, a utilidade docompasso que 14 conheceu na escola.reitos dos peões, como por exemplo nas passadeiras das avenidas Ond passam emaltas velocidades. Sobr a questão das crianças que bebei petrõleo, uma estudantedisse que «9< as mães tivessem mais cuidado co as suas crianças, não se haveriamd< registar tantos casos destes. Isso te-se falado muito e mesmo nos jornal e na r dio, mas não compreendo a ra Éãoporque cada vez aparecem mal pessoas assim. Antigamente nós viviamos osproblemas do hospit mas agora além dos trabalhos de fermagem, ficamos aconhecer os pr blemas dos doentes».Num outro canto da sala, onde doentes permanecem em regime d observação,encontramos alunos quo fam as camas e ao mesmo tem limpavam o chão emconjunto com serventes do hospital. «Combatemos divisionismo acompanhando oproces so da luta de classes» -salientou un dos alunos que encontramos naquelsecção.Clara Sitói, aluna que encontramo na sala de tratamentos lnformou-n que aexperiência que ali adquiri «permite-me dar comprimidos e ot tros medicamentosaos doentes, cd, forme vem na receita passada pel médicos e, quando é preciso irbusca outrob medicamentos na farmácia e acompanho o doente». Em seguida iformou-nos também, sobre a questã da indisciplina por parte de al trabalhaddresque chegam tarde serviço, assunto que tem sido abord do em reuniões com ostrabalhadore Portanto, os alunos também assister às reuniões dos trabalhadores do

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h« pital, e segundo o que nos irforma têm participado na resolução de váriproblemas que ali são discutidos.No sector de triagem, onde vário doentes 6e aglomeram para a mare ção deconsultas, os alunos trabalh" na elaboração de fichas e arquivo po ordemalfabética, contribüindo desm forma para dar maior avança ao tro balho, dada afalta de quadros. <Apren demos a trabalhar, trabalhando par o Povo»- disse-nosum estudante qu ali encontramos.FABRICAS, REPARTIÇÕES E CREHESNa Cajú Industrial, situada nos ar redores da cidade do Maputo, encon tramesalunos da classe primrála i orientados pelos seus professores, qu com os operáriosdaquela fábrica, tta balla no sector de descasque da cas ta"i de ajú, Emboratrabalhan~d em turnos que são divididos pela par te da manhã e da tarderespectiva

Nas oficinas dos :aminhos de Ferro, este aluno aprenae a trabalhar em chumbo.mente, os alunos acompanham o mesmo horário que os operários, e é nos mesmosbancos e entre eles que os alunos trabalham, conseguindo por vezes quase amesma quantidade que os operários produzem. Aqueles alunos, informaram-nostambém que ,tinham estado a trabalhar anteriormente nuMa cooperativa decarpinteiros, próxiMa daquele local, e ainda no Jardim ZoológicQ onde além deterem tido oportunidade de conhecer melhor os animais, inteiraram-se da formacomo estes devem ser tratados de maneira a serem bem conservados.Quase da mesma idade que os anteriores, entre sete e -doze anos outro grupo dealunos estava a trabalhar na fábrica de vestuários «Manufatos», divididos entre osvários sectores de trabalho da mesma, dentre os quais uma creche onde asoperárias têm os seus bébés. Nessa creche, os alunos vão aprendendo desdecriança, quais os cuidados que se devem dedicar aos bébés, 'bem como asdificuldades que as mães atravessam com os filhos. Dirigimo-nos também aosCaminhos de Ferro de Moçambique, onde contactamos com estudantesafectadosnas oficinas gerais daqueles serviços, Alunos de ambos os sexos trabalham sob aorientação dos operários, em carpintaria, soldadura, chumbo e fundição. Tambémsão acompanhados pelos professores que orientam os turnos de trabalho. Segundonos informaram aqueles alunos, existe uma èstreita colaboração entre eles e osoperários daqueles serviços, que além de lhes darem tarefas aprontam-se a tirar asdúvidas que os alunos apresentam. Durante o trabalho, os, alunos tambémdispõem dos materiais de protecção que os operários utilizam, tais como máscarase luvas. «Trabalhei na' secção de fundição, onde aprendi como se fazem as juntaspara o engate de vagões e carruagens e ainda como se dobra um ferro grosso»-disse-nos Elisa Francisco, uma das estudantes que ali encontramos, e que na alturatrabalhava na secção de tubos de cobre. Um trabalhador que na altura orientava ostrabalhos dos estudantes, informou-nos do seguinte: «Os alunos já saber fazeralguma coisa e é muito bom para nós a vontade que neles verificamos ao tentaremaprender cada vez mais, fazendo perguntas sobre as dúvidas que se lhesapresentem».

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Por fim visitamos a «Empresa Moderna», onde os alunos trabalham em tipografia,mecânica de máquinas e escritórios. Assim como noutros sectores quevisitamos,.ali desenvolve-se o trabalho colectivo, e o aluno demonstra na prática,que ele é um trabalhador como os ,outros, que luta pelo mesmo fim, contra aexploração do homem pelo homem.Por outro lado, os estudantes em conjunto com os trabalhadores, tOm estudado ediscutido os textos das teses para o III Congresso da FRELIMO, nos quais osalunos têm contribuído para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da línguaNacional.Entretanto, os alunos que não foram destacados para os trabalhos externos,desenvolvem as suas actividades nos estabelecimentos de ensino a que pértencem,trabalhando na pintura das paredes, limpezas gerais, desenvojvimento da culturamoçambicapa, e ainda em algumas escolas com a aproxtmação da realização doIII Congresso da FRELIMO, os alunos dedicam-se à pintura e ornamentação dosestabelecimentos, com disticos e palavras de ordem alusivas ao grandeacontecimento.Soube-se também, que encontram-se muitos alunos nas machambas estatais, entreoutras as da Moamba, onde têm desenvolvido o trabalho manual no campo.«TEMPO» n.o 330- pág. 59

MIh'ÃII1III,III'~*4

1'*'da do inimigo, canhões e morteiros, a fazerem fogo intenso sobre as ruas e casasda vila. O primeiro obuz rebentou com um dos quartosdo quartel que seencontrava desabítadò. Os outros obuzes procuraram alvos diferentes: as casas, asruas,. os tanques de água, a estação de caminhos de ferro; um deles caiu sobreuma das 1i n h a s férreas rebentando com ela.Dems una volta a pé pela vila acompanhados por elementos das FP"M aliestacionadas. Buracos em todos os lados, buracos por onde podem passar corposhumanos ou mais pequenos provocados pelos estilhaços das bombas.Aqui e acolá vemos os milícias a limpar as ruas, a trabalhar naestação ou a caminho de mais uma missão de patrulha na periferia da vila. Sobre oombro direito pousa a arma, fôlego de um povo e da sua linha política.E a população?O comandante sorri levemente e da sua boca a as palavrasinevitáveis: «O povojá está habituado. Muitas vezes, o trabalho nem' pára. Nós jásabemos quando é que é provocação e quando é mesmo a sério».Seguimos o caminho por aquelas ruas de areia que contam tantas histórias daresistência popular ao agressor racista. O comandante volta a falar dos ataques ediz que os rodesianos também usa aviação para amedrontar

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Clacuala. «Naquele dia em que abatemos o avião passarampor cint da vila 4 jactos do inimigo que largaram bombas. Eram mais ou menosduas Ioras da tarde. As bombas não chega ram a tocar no chão. Rebentaram no arporque os aviões voavam a grande t̂ude».Por ~ezes as bombas tocam o solo h e r, 1 e o de Chicualacuala mas raramente osestragos materiais são acompanhados por mortes porque o poVô está bem orga,nizado.A 400 metros da estação a fronteira e do outro lado a Vila Salazr, nome de ditadorapropria, do para o local de onde partem quase todas as agressões contra aquelavila moçambicana. 400 me tros que os rodesianos não bu. sam percorrer por terrapor cau sa das EPIM, por causa das MiTanque de dgua rebentado por um obuz de canhão langado de vila Salazar,povoação fronteiriça no lado rodésiano.Linha de caminho de ferro cortado ao meio por um obuz de canhão. Por toda aestação de caminhos de ferro hí sinais debombardeamento idênticos a este.

Mais uma marca da guerra.Aspecto de uma casa que foi destruida pelas bom.bas inimiga.,ias, por causa de uma «coisa» Ue se chama povo organizado. DeixamosChicualacuala c o m m pensamento feito de pedra a artelar-nos o cérebro: p o d e roItar uni dia para ficar uma,duas, três semanas e estudar a cualas se formam erguendo história material e&psicológica novas zonas libertadas para moda resistência popular às bombasçambicanos e para a humanidado racismo smithiano. de.E neste país que vai do Rovuma ao Maputo, outras Chicuala-MILiCIAS POPUIARIES EM MAPAITal como em (Jbicualauala e outras vilas da proccia de am também Mapai(estação) tem Milícias opulares compostas essencialmente por camponeses Iquelaárea e U dores dos caminhos de ferro.As duas horas que permanecemos nesta vila ferroárkia situada a cerca de 50quilômetros da frouira rdesiana - n»o foram suficientes para trazerAs Milícias Populares têm um chefe e um adjunto que coord,arn todo o trabalhodo Corpo de Miliias em conjunto com os Chefés e respectivos adjuntos demos de lá um trabalho. aprofundado sobre as Milícias Populares. Falamossomente com Rodrigues MaXuleque, secretário do GrupoDinamizador da vila echefe do Corpo de Milicias, e dele recebemos algumas, informações que aindanão divulgamos nesta revista, nomeaMdamente, no capítulo da estruturainterna.das Milícias.cada secção - cada secção tem ticularmente no que diz respeito doze elementos.à defesã'da vila.A estrutura das Milícias é in- Qual o trabalho das Milícias? dependente dasFPLMI mas am- perguntamos a RodriEues Malubas connram estreitamente, par-leque.«TEMPu» n.o 330- Pág.63

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EM CIMA: Rogrigues Maluleque. secretário do Grupo Dinamizador de Mapai echele do Corpo de Milícias da vila.«Nós fomos formados para trabalharmos aqui dentro da nossa célula.Controlamos as pessoas que"entram e saiem,, pedimos as guias de marcha,fazemos o trabalho de controle das estradas e p i c a d a s, patrulhamos a zona.Também fazemos a ligação entre as células do distrito e temos a nossa ligaçãocom as FPLM».Tempo: «E sobre a organização das populações, nomeadamente a sua, preparaçãopara os ataques do inimigo?»R. M.: «Sim, nós também realizamos esse trabalho. Reunimos com as populaçõese explicamos como devem fugir e onde se devem esconder em caso de ataque.Estudamos em conjunto isso e outros problemas do povo».Em seguida quisemos s a b e r quando e como é que as Milícias «TEMP O» n.- 3 -Pág. 64tínfam sico iormactas. kmocrlgues Maluleque disse-nos o seguinte: «Em Agostodo ano passado as Forças Populares aqui estacionadas receberam a tarefa deorganizar Milícias Populares. Primeiro houve trabalho político; as FPLM,explicaram a situação de guerra, disseram que era preciso reforçar a defesa ehaver participação do povo nessa defesa. Depois perguntaram quem é que queriaser voluntário para as Milícias Populares». Tempo: «E houve resistência daspopulações à formação das Milícias?»R. M.: «A maioria quis participar logo mas houve alguns que tiveram medo. Hojeainda há algumas pessoas que continuam a ter medo mas a maioria não tem.Houve também alguns homensque recearam pelas suas mulheres e mandaram-nas para outras partes maisseguras da província».Tempo: «As Milícias já tomaram parte nalgum combate?» R. M.: «Sim.Participamos no combate contra aquele ataque do inimigo no dia 31 de Outubrodo ano passado. Dois dos nossos camaradas milícias morreram nesse combate».Por último pedimos a Rodrigues Maluleque que nos dissesse porque é que entroupara o Corpo de Milícias.R. M.: «Houve aquele ataque ao Mapai (rio) no dia 26 de Junho do ano passado eeu vi que a invasão do inimigo era muito avançada. Por isso resolvi ser voluntáriopara as Milícias».

Litografia, Tipografia, Encadernação e EmbalagemAv. Ahmed Sekou Touré. 1078-A e B (Prédio Invicta). Telefones 26191/2/3 C.P.2917 MAPUTO

produzireconomizardepositarpara desenvolver MoçambiqueAumentar a produtividade é PRODUZIR mais em menos tempo. ECONOMIZARé evitar despesas desnecessárias, gastar menos do que ganhamos.

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DEPOSITAR é garantir a segurança das nossas economias. As economias de cadaum depositadas no INSTITUTO DE CRÉDITO DE MOCAMBIQUEtransformam-se na força que contribue para a reconstrução nacional.