11 p 4 1 1 1 n) i alfill if, jde e spaco . acro pta...

68
11 P 4 1 1 1 N) I 11 P 4 1 1 1 N) I pu I I Alfill If, .EMO DELOU TEMpc> CRITliRIO DE VENDA CR, ETMI, JDE E SPACO . ACro PtA ANUNCIAFK NÅ -TEMPC> TÅ 4o ALC^NcE LiýDE TODO-S. i2 N 0, 05,50 L l C i D^DE MAO SC p Up riB Lo Is- _ ENTENr>E: como um INvasTimWNTO PA RA OSTER.QRANDEs.Lucen( ýE L-A. F- A rARAAJ TIý '\p ISTRIJSUtCÅo JP05 ,-,pFODUTO.s pel-o rov A PRODucÄ0 F- -sr,^ A<=> SE R v i co jpo* Po vo 64 1), m. n40. po. IEDA Nbc Q) Alp@ 09 MVULökÄ9 O PAIS 1 , , Semana Nacional ............ 3 Músicos e cantores: Nem segurança profissional nem dieitos de autor ... 8 Libertação ....................... ...................... 12 O homem e a natureza: dois artistas/duas obras .................... 14 TBARN: mobilizar a natureza .... .............................16 GAZA: Baixo Limpopo prepara-se para a ceifa ...... .......... 22 I., de Maio * Discurso do Presidente da FRELIMO e da República Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel, nas celebrações do dia internacional do trabalhador. .... .... . ... (pág. 24) O papel da igreja católica em Moçambique (conclusão) 37 INTERNACIONAL Rodésia: Que perspectivas? .... . .... .. ... .. ... 41 Mulher Malgaxe ...... ..................................... 45 IRLANDA: IRA - 8 Séculos na Luta de um Povo ................. 47 Novas forças sindicais nos EUA .............. .............. 51 Semana internacional ............ 54 Cartas dos leitores ............................ .......... 57 Conto: «o velho, .... ........ .. ........ .. .... 1

Upload: buidat

Post on 28-Jan-2019

233 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

11 P 4 1 1 1 N) I

11 P 4 1 1 1 N) I pu I IAlfill If,

.EMO DELOU TEMpc>CRITliRIO DE VENDA CR, ETMI,JDE E SPACO . ACro PtA ANUNCIAFK NÅ -TEMPC>TÅ 4o ALC^NcE LiýDE TODO-S. i2N 0,05,50L l C i D^DE MAO SC p Up riB Lo Is- _ ENTENr>E: como umINvasTimWNTO PA RA OSTER.QRANDEs.Lucen( ýE L-A. F- A rARAAJ TIý'\p ISTRIJSUtCÅo JP05 ,-,pFODUTO.s pel-o rovA PRODucÄ0 F- -sr,^ A<=> SE R v i co jpo*Po vo64 1), m. n40. po.IEDA NbcQ) Alp@09MVULökÄ9

O PAIS 1 , ,Semana Nacional ............ 3Músicos e cantores: Nem segurança profissional nem dieitos de autor ... 8Libertação ....................... ...................... 12O homem e a natureza: dois artistas/duas obras .................... 14TBARN: mobilizar a natureza .... .............................16GAZA: Baixo Limpopo prepara-se para a ceifa ...... .......... 22I., de Maio* Discurso do Presidente da FRELIMO e da República Popular de Moçambique,Samora Moisés Machel, nas celebrações do diainternacional do trabalhador..... .... . ... (pág. 24)O papel da igreja católica em Moçambique (conclusão) 37INTERNACIONALRodésia: Que perspectivas? .... . .... .. ... .. ... 41Mulher Malgaxe ...... ..................................... 45IRLANDA: IRA - 8 Séculos na Luta de um Povo ................. 47Novas forças sindicais nos EUA .............. .............. 51Semana internacional ............ 54Cartas dos leitores ............................ .......... 57Conto: «o velho, .... ........ .. ........ .. .... 1

Page 2: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Data histórica: Françá-Maio de 68 2.... 2última página ....4.... .... . .... .. .... ... ... 84

editoralUma das maiores manifestações de massas realizadas no nosso País, o Primeirode Maio constituiu uma demonstração evidente do forta.lecimento organizativo daclasse operária moçambicana. A festa do 1. de Maio, como referiu o PresidenteSamora Machei, reflectiu o quan a classe operária cresceu em combatividade enível' de organização..A elevação do nível de consciência dos oerários resulta do seu engajamento naluta, qtuotidiana para produzir mais e melhor, para consIruir novas relações detrabalho). As suas estruturas :de enquadramento, os Conselhos de Produção,tornaram-se rapidamente numa grande escola revolucionária, onde sãoconcentradas e sintetizadas as experiências de luta dos trabalhadoresmoçambicanos.Esta luta de quatro anos contra as heranças, do colonialismo não 'é uma lutateórica ou abstracta. A resolução dos problemas concretos do trabalho e da vidanão se efectua mecanicamente. Exige luta perseverante que envolve gparticipação de todos. É uma luta.,ditada pelas exigências concretas: é precisoorganizar a fabrica abandonada, liquidar a sabotagem, aumet a a produção,*inventar soluções, descobrir novas formas de produzir. As experiências de luta,concretas e localizadas, fazem brotar a consciência de classe, fazem com que ostrabalhadores se apropriem do conhecimento das leis e dos mecanismos detranÉformação da sociedade em que vivem. ..Na CIFEL os trabalhadores criam peças que faltam nas fábricas de açúcar. Osoperários da Maragra inventam-e produzem uma máquina para melhorar aprodução de açúcar.'No importante sector da produção de castanha de cajuliquidámos completamente a dependêndia tecnológica com o estrangeiro. Oenvolvimento dos trabalhadores na planificação da produção, a participaçãomassiva nas campanhas de alfabetizaçao e na elevação contínua dosconhecimentos técnicos e científicos representam importantes conquistas sobre adivisäosocial do trabalho e do saber imposta pelo colonialismo.O discurso do Presidente da FRELIMO e da RPM percorre o interior desta lutaem que os trabalhadores moçambicanos, sob a direcção do Partido Frelimo,dominam progressivamente as condições em que vivem e trabalham.As orientações traçadas pelo Presidente Sa, mora Machel, que divulgamos naíntegra, sumarizam os princípios que norteiam o combate pela elevação do nívelde organização e consciência dos trabalhadores. As medidas anunciadas pelodirigente máximo da Revolução Moçambicana clarificam e preparam o terreno deconfronto-contra é inimigo de classe. Elas fundamentam a certeza que o próximo Primeirode Maio será uma jornada ainda mais, gloriosa de festa e luta daqueles que, tendosido objecto da exploração e da humilhação, são hoje os construtores de unimundo sem exploração, sem humilhação.TEMPO N.° 448-_pág. 2

Page 3: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

semana nacionalPR ESIDENTE SAMO CH RECEBE DEG ÇESO Presidente da República Popular de Moçambique, Samo. Tadahiro Ogawa,chefe do Departamento do Comité Anti. ra Moisés Machel recebeu, no Palácio daPresidência, No. -Apartheiá do Japão esteve algumas semanas no nosso raFrometa, Ministro da Indústria Ligeira da República de país.Foi também recebidopelo Presidente Samora Machel. Cuba. TadahiroOgawa esteve nas zonas libertadas em 1973Veio a Moçambique como enviada especial do presidente tendo feito, a partirdessa visita, um album de fotografias cubano Fidel Castro do qual trazia umconvite p'essoal que contribuiu bastante para a divulgação da Luta da para que oPresidente Samora Machel participe na próxima Frelimo no exterior. reuniãocimeira do Movimento dos Não-Alinhados, que se A delegação do Comité Anti-Apartheid esteve em várias realizará em Havana.províncias do nosso país na sequência desta visitaNa gravura, o dirigente máximo da revolução moçambi.cana e WNora Frometa EXTINTOS'-INDICATOS -COLONIAISDa mesma forma foi recebido Mohamed Mohamoud Warsane, enviado especial eportador de uma mensagem pessoal do Presidente d,9 Partido SocialistaRevolucionário Somali e Presidente da Somdlia, Siad Barre. Na gravura umaspecto do encontro, que ocorreu no Palacio da Presidência da RepúblicaSegundo revela um comunicado do Secretariado Nacional dos Conselhos deProdução. os trabalhadores dos Sindicatos Coloniais serão integrados nasestruturas dos Conselhos de Produção mantendo os seus direitos desde que nãoestejam em contraversão com as leis da RPMAs dívidas contraídas pelos sindicatos agora extintos deverão ser rigorosamentecomprovadas e serão por eles pagas sem nenhuma responsabilidade dosConselhos deProdução. Os responsáveis das finanças desses sindicatos deverão -contactarcom a Sede Nacional dos Conselhos de Prodtução ou as suas dele gaçõesprovinciais de forma a serem informados dos mecan¤smos provisórios de mo.vimentação dos fundos.Estas medidas vêm na sequência das orientações do Presidente Samora no seudiscurso do 1.o de Maio em Maputo em que extinguiu oficialmente os sindicatoscoloniais.TEMPO N. 448- pág. 3

DE SI10 Reuniões na Beira paraaumentoda Vigilância Popular«Antes de me enviarem para o interior de Moçambique. deram-me dois milescudos, prometendo-me que no regresso iriam ceder-mais cinco mil escudos» -Estas as palavras de um agente do regime rodesiano recentemente cap. turado naProvíncia de Tete por elementos do Serviço Nacional de Segurança Popular.

Page 4: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Hotífo Mapondero, também conhecido por Casseque, a troco daquela miserávelquantia ia tentar obter informações sobre a localização de quartéis das FrLM, decampos de refugiados zimbabweanos e áreas por onde passam os combatentesnacionalistas.Mapondero faz parte do exército de Smith, e recebéu treino militar. É tambémmembro do eSpecial Branch» designação dos serviços secretos do regime deSmith, nos quais ingressou em principios do ano de 1978.«Os elementos da tropa rodesiana que se infiltram em Moçambique são apoiadospor soldados do 'Bispo Abel Muzorewa. O seu objectivo ao-intensificar as agressões é procurar desmorializar -o Povo moçambicano no apoioà luta da Frente Patriótica. - Confessou ainda Mapondero,.Outro agente inimigo, de nome José Amone Macanga, preguiçoso e demasiadoambicioso, foi também detectado por elementos da Segurança Popular quando sepreparava para obter informações acerca de um centro escolar emChiuta, igualmente na proíincia de Tete. Caso tivesse conseguido estasinformações, aquele infiltrado iria transmiti-las aos seus patrões na Rodésia para posteriores operações de rapto dosestudantes ou mesmo de bombardeamento da escola.E s te indivíduo tornou-se agente activo do inimigo em meados de 1978. quandofoi recrutado por agentes dos serviços secretos rodesianos Contactaram-no nasáreas de Firancungo donde foi trans portado de helicóptero para -a Rodésia.VIGILANCIA NA BEIRAEntretanto tiveram lugar, em dez bairros da cidade da Beira, reuniões com aspopulações com vista à sensibilização e ao reforço da vigilância. Esses encontrosforam orientados por responsáveis das brigadas formadas por membros doPartido e do Governo e por quadros da Escola Secundária das FPLM, além,emembros das Organizações Democráticas de Massas.Durante as reuniões foram estudadas e analisadas as diversas formas de actuaçãoinimiga, desde os tempos da Luta Armada de Libertação Nacional, até aomomento actual. Finalmente foi recomendada a intensificação da vigilânciapopular revolucionária com vista à neutralização do inimigo da nossa RevoluçãoeUM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE,O navio «ELGAREN» que usa o sistema de manuseamento «RO-RO», partiu nopassado dia 2 com destino à Europa depois de escalar pela primeira vez os portosda Beira e Maputo.Esta operação foi realizada em cada porto em menos de 24 horas devido aosistema «RO-RO», abreviatura de «ROLL-ON-ROLL-OFF» 'que significa literalmente «rolar para dentro.rolar para fora».O processo «RO-RO» é bastante usado em portos de países com grandedesenvolvimento tecnológico, sendo distinguido dos restantes sistemas demanuseamento de carga pelos seus movimentos unicamente horizontais, pois amercadoria é levae a pré-estva, o qte faz com que o trabalho de 7 ou 8 dias seja feito em apenas 24horas ou menos. As eargas são unitizadas de maneiro a estarem prontas earrumadas no arma; zém e no cais em tabuleiros que são levados por veículos

Page 5: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

próprios, para dentro do barco e arrumadas organizadamente para entrarsegundo, o plano de embarque. É esta operação que é designada de «pré-estiva».«Este sistema de manuseamento 'de carga faz entrar 1000 a 1 400 contos emdivisas, em 24 horas de manuseamento, oque é importantepara o nosso pais, poisnesta operação cujo direcção está inteiramente entregue a quadros moçam,O navio «ELGAREN» com a rampa aberta. Ao fundo uma das viaturas nodecorrer das manobras de manuseamentoda para o interior ou para o exterior através de uma rampa neste caso de 12 metrosde largura e 53 de comprimento, por onde circulam viaturas de carga que vãofazendo o traba lho.Parte desta operação é levada a cabo por máquinas pertencentes ao barco,usando-se nela a unitização da cargabicanos, esperamos atingir uma produtividade, igual àquela que se alcança emtoda a parte do mundo com ,idêntico sistema de manuseamento - quer no referentea velocidade quer em relação ao ritmo de estiva nas mercadorias.» __ disse JoãoVieira director do porto de Maputo, que viria a salientar ainda:TEMPO N.' 448 - pág. f4

Mercadoria já" ,embarcad num dos com?artimentos do navio, podendo ver-se aforma de unitização da carga e os,respectivos tabuleiros«0 intercâmbio técnico que este processo oferece ao nosso país é uma vantagemque os nossos trabalhadores expressalram quando com grande admiração nossatrabalharam 10 a 12 horas seguidas. Admirou-nos também 'a aptidão com quemanejaram as máquinas e o interesse que mostraram pelo trabalho, em suma, oseu sacrificio.»Para se efectuar este trabalho foram feitas algumas remodelações nos cais daBeira e Maputo a fim de se adaptarem às exigências 'daquele trabalho.O Ministro dos Transportes e Comunicações do nosso país, José Luís Cabaçovisitou o navio onde dialogou com a tripulação demonstrando interesse pelaoperação de manuseamento e também pela contribuição que a vinda de tal tipo detransporte marítimo representa para nós.Aquele barco pertence à companhia armadora «Transatíantic» e esta foi a suaviagem ina:gural. OJtro íiavio gêmeo tem a próxima viagem programada paradaqui a 30 dias, e de futuro passará a escalar os nossos portos, num ritmo de 18 a18 dias.NOS ESTABXIEC DE ENSINO- Educar para um desporto sãoNaIV Reunião do Conselho Coordenador do Ministério da Educação e Cultura,recentemente realizado em Maputo, o Desporto Escolar foi um dos temas maisfocados e analisados por se tratar de um importante sector de actividadeeducacional tanto para crianças como para jovens.Sobre os Jogos Escolares- afirmou-se que eles são uma forma de massificar o DeEporto a nível das EscolasNo entanto esses jogos ainda não entraram na sua fase de massificação, e para

Page 6: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

isso é necessário que as Escolas não se preocupem em encontrar apenas osmelhores despertistasmas se preocupem com a participação de Vm grande número de alunosdesportistas. Para isso a nível dos estabelecímentos formar-se-ão Clubes Escolaresdurante o corrente ano lectivo em mais de uma centena de Escolas Secundárias doPaís. Esses Clubes funcionarão sob orientação dos res ponsáveis da escola e dosalu nos, cabendo-lhes a tarefa de fazerem a movimentação desportiva escolar.O Clube Escolar visa educar os praticantes no sentido de adq!:irirem uma visãocorrecta do desporto e aumentar os seus conhecimentos teóricos e práticos.Muito naturalmente o Clube Escolar terá um regulaa]XAWUA4A principal cultura de rendimento na província de Nampula é a produção dealgodão. Segundo revela o jornal «Notícias da Beira» este ano a produção deveráatingir 33 mil toneladas das quais 9500 produzidás pelo sector estatal.Segundo o mesmo jornal o sector estatal daquela província espera produzir 350toneladas de girassol e mais de irW1i toneladas de tabaco. Nesta cultura ascooperativas aumentaram este ano as áreas cultivadas (de 193 para 216).Pela primeira vez, no sector estatal semeou-se 96 por cent da área tOtal previstapa ra o sector, mas as condições climáticas-e problemas de apro visionamento,como maquinaria, adubos e insecticidas impediram que os rendimentos fossemmelhores. 'h' sector privado apresentou um grau elevado no cumprimento dasmetas, tendo emmento de secção desportiva indo este regulamento orientar o programa dainiciação dos treinos e competições des portivas. Cada membro do Clube Escolarsó poderá praticar duas modalidades ct!1erentes, uma colectiva e uma individualOClube Escolar admitirá sómente alunos maiores de 10 anos (inclusive). Todos ossócios pagarão mensalmente pa ra o fundo da mesma a quantia de 1$00.No ensino primário além do futebol também são consideradas modalidadesprioritárias o Atletismo, Andebol e Basquetebol.erelação ao algodão, elevado as áreas de cultivo em mais de 90 por ,ento.Na próxima campanha este sector deverá ser integrado no sistema geral doMinistério de Agricultura, no que respeita à planificação e apro visionamento.Apesar de grande insuficiência no apoio à produção familiar espera-secomercializar neste sector 17 mil toneladas de algodão, 3200 toneladas de arroz,630 toneladas de girassol, 3000 toneladas de milho o 5 mil toneladas deamendoim. Isto constitui um aumento con siderável em relação às metas"previstas, havendo uma baixa ligeira na produção de gergelim.O sector familiar, grande pro dutor de matérias-primas e de produtos alimentares,tem tido um apoio fraco por parte das estruturas da Agricultura principalmentedevido'à grande dispersão das machambas.TEMPO N. 448 - pág. 5AGCLA 79/80- *0 Aumento da produçãoem todos os sectores1

Page 7: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Açucareira de Marromeu: AVANÇO NA PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO* Trabalhos de recuperaçãono 1. de MaioFAZER DO AVIÃO UM VEICULO DE AMIZADEA falta de materiais sobres. salentos o peças. para máquinas industriais, máquinasagricolas para barcos e viaturas, é um dos problemas que a fábrica de Marromeú.província' de Sofala, enfrenta.Todavia os trabalhadores da ;içucareira de Marromeu irão prodt:-!ir 110 miltoneladas de açúcar na presente campanha. Para atingir esta meta estima-se queserão gastos cerca de 600 mil contos na recuperação das instalações fabris.Vão ser admitidos mais trabalhadores para a empresa, incluinda mulheres nastarefas çrodttivas, quer no campo, como nos escritórios e nas oficinas. Foram aliformadas briç>adas de òstruturação do Partid-, criadas estruturas das organizaçõesdemocráticas de massas o de grupos*de vigilância, para além de outros 'grupos dotrabalho que permitiram elevar a situação técnica e económica da empresa.Divorsas manobras inimigas, tais como a difusão de panfltos, colocação deobjectos nas 'máquinas, boatos, calúnias troca de cartões de trabalho e bebedeira,foram detectados e neutralizados.Na última reunião da assembloia geral dicidirse a cons. trução de um novo bairro,melhoria das casas do campo, ligáção telefônica e o forno¢imonto de produtosde primeira necessidade para os filhos das mulheres que traba.lham na fábrica em tarefas produtivas. Ainda relacionado com as crianças vai seraberta uma creche para educação infantilFoi, finalmente elaborado um plano derequisição de mate rial que faz falta aos trabalhadores, estando para breve aconfea-ç Q local de vestuário de trabalho, a utilização de capacetes,. capas, botas,óculos e luvas, que 'serão distribuldos gratditamente.TRABALHO NO 1, DE 'MAIOEntretanto os trabalhador*s da «Sena Sugar Estates» assinalaram o 1.o de Maio,ýdia Internacionsl dos Trabalhadoros com a recuperação da unidade fabril deMarromeu.Durante os trabalhos procedeu-se à montagem de um novo moinho, é reparaçãogeral de todo o equipamento e foz-se uma verificação geral das caldeiras.Salienta-se ainda que foram montados novos sistemas de elevação, de fornos derolos, plainas de oficinas entre outro tipo de material.Foram, igualmente, recuperadas varias espécies de materiais pertencentes àmaquinaria industrial, com a investimento que até ao final da presente campanhaaçucareira exigirá um gasto da ordem dos 400 mil contos.Cerimónia de entrega das licenças de voo os novos pfio, to-. Presidiu aoacontecimento José Luís 'Cabaço, Ministro dos Transportes e Comunicações daRPMA DETA, Unhas Aéreas de Moçambique, conta com oíto novos pilotos de Boeing737, os primeiros moçambicanos completamente formados pela companhia,depois da inde pendincia.Tal facto foi conhecido no passado dia quatro de Maio, quando o Ministro dosTransportes e Comunicações, José Luis Cabaço, reuniu com centenas de

Page 8: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

trabalhadores da companhia aérea nacional para lhes apresentar os novoscompanheiros de trabalho.Destes pilotos, àté à altura conhecidos como «AB INI TIO», sete já seencontram a voar, enquanto um último se atrasou por motivos de saúde.0 curso «AB INITIO» começou em Janeiro de 1977 e naele participaram jovens que, anteriormente não tinham qualquer espécie deconhecimento de voo. A experiência levada a cabo na DETA e que agoraculminou com sucesso, foi de tal forma apreciada que, segundo o Ministro dosTransportes e ,Comunicações «há já outros países africanos interessados emconhecer mais de perto este curso, conhecer melhor esta experiência».Antes de receberem, das mãos do Ministro José Luís Cabaço, as suas licenças devoo, os novos pilotos declararam, numa mensagem, a sua vontade de contribuirpara «fazer do avião um veículo de amizade entre os povos, fazer do avião umveículo que transporta solidariedade».TEMPO N.' 448-- pag, 6

BOLETIM PROVINCIAL N.0 4 DE CABO DELGADORecebemos, na nossa redacção, oferta que agradecemos, o «Boletim Provincial»ri,' 4 de Cabo Delgado - publicação oficial da Assembleia Provincial e GovernoProvincial. Este nú mero inclui:O Decreto Provincial 1/79- Recomendações da Comissão II da Assembleia Pro vincial (Aldeias Comunais eBairros Comunais). ,- Recomendações da Comissão III da Assembleia Provincial (Questõeseconómicas e linanceiras) e finalmenteMomento , gda a ao mznzslro caecosiovaco u wonusiav Chnoupek que, nagravura, se vê acompanhado do seulhomólogo moçcni bicano. Joaquim Chissan ,que estabelece as sanções a aplicar aos infractores à lei 1/79 do GovernoProvincial que.cria o Centro de Informação e Carga (CIC);- Recomendações da Comis são 4 da Assembleia Provincial (funcionamento dosórgãos do poder de Estado).'- Recomendaçõqs dla Co. missão V da Assembleia Provincial (Vigilância).Todas estas recomendações contêm propostas de trabalho para a estrutura máximada Província, a Assembleia Provinciale=MOAE Co OBohuslav Chnoupek, Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Socialistada Checoslováquia, chegou a Maputo no dia 3, para uma visita de quatro dias àRepública PopuJar de Moçambique.O visitante, que se deslocou a Moçambique no 'âmbito do estreitamento dasrelações de amizade e cooperação entre os dois Povos, Partidos e Governos, eraesperado no aeroporto de Mavalane pelo seu homólogo moçambicano JoaquimChissano,

Page 9: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Durante a sua vitita, o Ministro dos Negócios Estrangeiros checoslovaco foirecebido pelo Presidente Samora Machel e efectuou diversas visitas a unidadesprodutivas bem como ao Museu da Revoluçãoe ao Monumento dos Heróis Moçambicanos, onde depositou uma coroa de flores.Bohuslav Chnoupek chefiou a delegação checoslovaca que, no dia 4, elect:ouconversações com uma delegação mo çambicana dirigida por Joaquim Chissano.No final da visita foi publicado um Comunicado Conjunto no qual as duas partescondenam a escalada de agressões imperialis, tas na África Austral e reiteramincondicional apoio à Frente Patriótica, à SWAPO. e ao ANC.O comunicado salienta- que ambos os pa:ses «constataram que a actual situaçãointernacional se caracteriza por urna constante alteração 'da correlação de forçasno mundo, fa-vorável ao Socialismo, às forças da paz, do progresso e da libertação nacional. Elaresulta da consolidação e alargamento da Revolução Socialista Mundial, daintensificação constanté da luta dos povos».O comunicado refere tambéiý que «as duas partes con-Os trabalhadores da Mina de Mármore de Montepuez vão aumentar a suaprodução em 50 por cento do volume de mármore extraído até ao momento :,actual, informaram aor substituto legal do Governador de Cabo Delgado.Armando Guebuza.A decisão dos trab:alhadores em aumentar a ptoduçãodenaram veementemente a recente farsa eleitora) na colónia britânica da Rodésiado Sul, considerando os seus rosultados nulos e inexistentes e declararam nãoreconhecer o governo fantoche e neocolo nial que dela sair»eRELAÇESFRL-Foram firmados acordos concretos de cooperação entre o ,Partido FRELIMO eo Partido Comunista da União Soviética durante um encontro realizado no dia 24,entre o Secretário do Comité Cen'trai para o Trabalho Ideoló ,gico, Jorge Rebeloe uma delegação do Departamento de Propaganda do C.C. do PCUS,na Sede Nacional da FRELIMO.A delegação visitante era composta por P. Luftminskí. VicewChefe deDepartamento e Valeri Kuznetsov. O objectivo da deslocação era reforçar os laçosde amizade entre os dois partidos, e desenvolver a cooperação no plano dotrabalho ideológico.eInscreve-se_ no seu engajamentona campanha de emulação socialista.A minade mármore de Montepilez tem,30 quilómetros de comprimento e um delargura o o minério é extraído a cerca de 20 metros de profundidade.TEMPO N.' 448 -pág, 7&de MontepuAUMNTODA PRoDIJÇAO

Milagre e Zeca. Dois músicos que foram despedidos pela gereacia da «bote', ondetrabalhavam

Page 10: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

tS o cantor João Paulo quem começa «~â. muitos músicos que fo,-' ran, postos narua sem mais nem menos. É ó que se passou com o Zeca, Milagre, Pedro Ben,Abel Chemane, Waiimbo e Sox, entre outros, o que nós achamos injusto.Zeca - «Eu sou músico e gosto da minha arte, Por isso, quan49 ai gestão hoteleirame convidoupara ir tocar e requisitaram-me lã da Imprensa Nacional, onde trabalhava, aceiteicom satisfação. Aceitei porque eles garantiram-me cóntinuar, w trabalhar comofuncionário público e com um ordenado mensal de 18 conto.? que, aliás, nuncachegaram a pagar. O conjunto foi destruido e fiquei cinco meses sem trabalhara.Nas mesmas condições está Milagre que era trabalhador da Saúde. Foi requisitadopara trabalhar para a gestão hoteleira. Era chefe do conjunto onde também faziamparte os elementos mencionados por João Paulo que, por sua vez, estava integradono mesmo conjunto:«Um dia - conta-nos o responsável do agrupamento - o director artístico foi lábuscar o João Paulo durante a nossa actuação par, ir cantar no «Búzio». AssimmIesmo de repente sem nos dar qualquer satisfação. Levou também uma fichatripla e um microfone. Desta forma, os principais instrumentos estavamimpossibilitados de funcionar. Para tapar o furo fomos tocando e repetindo váriasvezes músicas soladas. Os clientes ficaram aborrecidos e alguns abandonaram a«boite». B quem ficou mal vistos fomos nós. Daí a gerência começou a dizer quenós estávamos embriagados. Entretanto, os clientes pediram o livro dereclamações que lhes foi recusado. No dia seguinte soubemos que seríamosdespedidos e assim foi».O FADO PREFERIDOÀ MARRABENTA«Um dia, por exemplo, a gerência disse que a marrabenta era uma dança corrupta,porque faz com que as mulheres mexam atrevidamente o corpo, provocando oshomens. Disse que isso é contra a nossa cultura mas, logo que o nosso conjuntofoi destruído, meteram lá fadistas para nos substituírem» - revelam-nos os artistas.E para pôr em prática essa sua posição, a gerência «fez com que as bailarinas quedançavam a marrabenta fossem despedidas, alegando que ali na ,boite» criavammau ambiente,,.Para os artistas não está apenas em causa a validade da argumentação da direcçãoda «boite, mas a arbitrariedade com que actuam. Os casos de despedimentos semjusta causa e remunerações qu: ficam por pagar são, actualmente, encaminhadosindividualmente pelos artistas afectados.A opinião unânime dos artistas de música ligeira é de que, nas actuais condições,a actuação nas «boites» não garante estabilidade profissional.UMA EXPERIÉNCIA DE ENQUADRAMENTOEnquanto aos níveis das estruturas directamente ligadas às omes tões culturais sepromovem debates para perspectivar a transformação da actual situação dos ar-

tistas do música ligeira, a Rádio Moçambique realizou uma interessanteexperiência, de enquadramen to destes artistas. Músicos que actuavam em várias«boites» encontraram na Rádio Moçambique o apoio seguro e estável quenecessitavam. Não é difícil compreendei que para fazer música que se pretenda

Page 11: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

popular são necessárias cordições 'profissionais que possihilitem a maiordedicação na arte de compor, tocar e cantar. É fundamental promover a ligação doartista com a vida das massas, fazer,,que se proceda à recolha organizada decanções e ritmos populares para elaborar os temas musicais com base nacriatividade e originalidade populares. Artistas de música ligeira que trabalhamenquadrados na Rádio efectuaram já este trabalho de recolha. Encontro entrealguns artistas e o p«." ali na Rádio que vemos a redacçao. Unperspectiva do nosso futuro», opinaram os músicos. Acrescenta-se que o trabalhona Rádio Moçambique pode facilitar a resolução de problemas de falta dematerial, nome4damente aparelhagem e instrumentos.Efectivamente, a acção de fiscali,,ação desenvolvida pelas estruturas da indústriahoteleira jun-' to dos conjuntos musicais que actuari nos restaurantes e «boites,,não pode resolver profundamente a sítuação atrás descrita. Em pri-(imeiro lugar, essa fiscalização não transforma radicalmente a natureza do trabalhoe o tipo de música produzida. A fiscalização pode apenas controlar as condiçõeseth que os artistas vendem a sua Ik fórça de trabalho junto dos gesAbeiChemane, organista e pianista do toreF e empresários das «boites». agrupamentoda R.M. Diz que agora se Em segundo lugar, e segundo asente mais prcfissional opinião dos músicos por nós contactados, essafiscalização não tem sido eficaz. Um dós artistas conta-nos:roprietávio da <Tcl Discos» na nossa rj diálogo di0íctl17azimbc c Sox. Outros dois artistas que oram despedidos de uma «boite», semrazão válida- « Há tempos atrás a indústria hoteleira 'mandou um elenento averiguar o que sepassava nas «boites». Parecia-nos que esse e' outros elementos passavam o tempon beber «whisky». A actuação dessa brigada levou mesmo a que bons conjuntosse, dissolvessem, como foi o caso do «Grupo Um», conjunto de música ligeiraque nos representou no XI Festival da Juventude e dos Estudantes emCuba».

Agrupamento da RM nos est>dios de gruvaçao da «1001». A segurança pro.iission1 e artísticaFabricação de discos na «Somodiscos». A herança colonial permite que aindasejam cometidas muitas fraudes pelas empresas gravadoras para com os artistasGRAVAÇÃO DE DISCOSInúmeras queixas existem entre os artistas, no que respeita às empresas produtorasde discos «Teal Discos e Somodiscos». Ainda não estão estabelecidas normas àscondições de pagamento dos músicos que gravam discos. Os artistas acusam asempresas de gravação de exploração e fraudes no pagamento. Gomes Leitão,gerente da Teal Discos, participou na con-versa mantida com artistas. Ele disse que «não tem culpa que os artistas nãoreclamem devidamente os seus direitos. Não tendo as condições de pagamentonão têm nado que andar para aí a mandar bocas, apenas porque os outros dizemque são mal pagos».

Page 12: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

O artistas levantaram a questão do album «Amanhecer» e sobre a forma como foiefectuado o pagamento.-Como resposta, Gomes Leitão alegou: aNão sei neste momento precisar quantofoi pago. Quem recebeu e tinha a responsabilidade de pagar aos artistas queparticiparam nessa gravação foi o Jaimito. Ele, para além de ter par ticipado comomúsico, foi pratica. mente o produtor do disco. E depois de o Jaimito ter Idoembora para Portugal os artias vieram reclamar pagamento e fui obrigado apagar».A percentagem que os músicos usufruem da venda de discos foi uma questão queacabou por ficar na indefinição. Os.artistas colocaram a questão da gravação dos«Planetas». de um disco que teve enorme saída e em que foi concedida uma«gratificação» pela em-, presa produtora. Gomes Leitão argumenta: %Esse discoteve uma saída de mais de seis mil exemplares. Como vimos que os lucros eramexcessivos, não precisávamos de tanto, achámos justo dar um2a prenda aos«Planetas,,. Essa prenda foi de 15 contos.Sobre esta situação, a dado passo da conversa, foi colocada a seguinte questão:«Isso aconteceu com os «Planetas». Acha que mais nenhum músico teve ainda umdisco que desse lucros ,,excessivos como o disco deles deu e que tivesse direito.àtal «gratificação».Discutiu-se durante muito tempo sobre os direitos de autor, cantor ou músico nasgravações, mas nada de concreto foi colocado pela «<Teal Discos».. Nem sobre aquantia máxima e mínima que aquela empresa paga aos artistas, nem em relaçãoàs percentagens que os músicos devem receber sobre a venda dos discos. Nãoobstante, Gomes Leitão agarrou-se ao facto de «nenhum artista ter reclamadoesses direitos". E como o mesmo frisou, «o João Wate tem recebido essaspercentagens porque ele as reclamou».De salientar que os artistas não só se queixam da «Teal Discos» come também da«Somodiscos» Esta, na pessoa de Jorge de Carvalho, recusou-se a conceder-nosqualquer informação ou esclarecimento sobre o assunto.Texto de Narciso CastanheiraFotos de Naíta UsseneTEMPO N. 448- pág. 11

LIBERPela tradição em todas as nossas provincias o homem não deve fabricar panelas;potes e outros objectos feitos de argila.Nioldar a argila só lhe é permitido e quanto adolescente e, mesmo assim, umamoldagem artística: fazer animais, tractores, etc. Nunca um utensílio porque isso étrabalho de mulheres.Estas, por sua vez, têm a feitura de objectoý domésticos com argila ligada ainúmeros tabus. Desse modo se no acto da cozedura do objecto este se parte issorepresenta um tabu. Se essa cozedura não for feita na machamba também é tabuporque o fabrico de panelas cnm argila andn ligado a conceitos de fertilidade damulher. Na fase da menstruação a ;.ulher nao deve nem fabricar nem cozeiutensílios de argila.

Page 13: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Mas eis que esta sociedade tradicional amarrada aos seus preconceitos e tabusconheceu a roda do oleiro. E com a roda do oleiro o homem esqueceu-se de todosos seus complexos e tabus e fez do fabrico de panelas, bilhas e vasos umaprofissão. E sendo a roda do oleiro uma máquina o homem reservou para si | emexclusivo o seu manejo ignoraido que a mulher tem mais experiência que ele nofabrico de objectos de argila.Pode-se dizer, e bem, ,,um passe p-ara diante dois para trás,,. Em todo o caso aroda do oleiro aparece como uma dasý formas de libertação da superstição.Falta treinar a mulher no seu uso.Fotos deDanilo GuimarãesTEMON 443 .- a 12

TEMPO N° 448- påg. 13

O HOMEME A NATUREAdois artistas Iduas obras! 10 último mural do pintor moçambicano Malangatana «O Homem Perante aNatureza» e a recente peça do conhecido- escultor Chissano «0 Homem na LutaContra a Face Hostil da Natureza» fazem agora parte do jardim do Museu deHistória Natural em Maputo.Em 1976 a Comissão Directiva que toma o controlo do entãoMuseu Alvaro de Castro decide, ao mesmo tempo que muda o seu nome paraMuseu de História Natural, criar uma «zona de transição» em torno do edifício doMuseu. A chamada «zOna de transição» não será então senão um jardimexuberante e calmo que tenderia não só a isolar o ambiente naturalista do Museuda cidade em si; como também a ser-vir de corredor de introdução dos visitantes.Logo que a intenção de criar tal «zona de transição» é divulgada, Malangatanaoferece-se para fazer um mural que com o- tema acima referido, ýdeveria cobrir aparede externa de um dos edifícios no centro do jardim. Malangatana começou aprimei ra parte do seu trabalho nos ini-TEMPO N.O 448 -pág. 14

cios de 1976, trabalho esse que viria a ser Interrompido primeiro até 1977 edepois finalmente a 1979.Por essa razão -se pode notar no mural terminado em 1979, uma nítida mudançade estilo que vai ganhando mais força a medida que se caminha da esquerda paraa díreita, sua parte mais recente.O escultor moçambicano Chissano começou a sua obra a um mês da data previstapara a finalização do mural.Uma frondosa árvore que se encontrava no jardim do Museu, um jacarandãexageradamente inclinado, é derrubado sob a coordenação de, Chissano que

Page 14: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

começou imediatamente o seu trabalho com a ajuda de dois carpiuteiros doMuseu, um dos quais conhecia já certas técnicas de escultura.Num mês de trabalho Intenso, dos ramos do jacarandá foram feitas pernas deeontorcidos homens e mulheres que sustentam um comprido tronco transformadoem esguios corpos cheios de movimento, e das raízes viradas para cima enormescabeças pendem em todos os sentidos num característico esgar de suspensão.Hoje, estas duas peças de arte moçambicana, passaram à disposição dos olhos doPovo, completando o Museu de História Natural com a inclusão de elementoshumanos no conjunto de elementos naturais de que já dispõe entre os animaisembalsamados, as aves vivas e as plantas da «zona de transição>.«O Homem Perante a Natureza». Os últdmos trabalhos dos artistas Malangatana eChissano acabam agora de introduzir o elemento humaiw no conjunto domeio animal e botdnico do Museu de História NaturalJosé Baptista Fotos: Kok Nam

TBARN:OBRILIZA A NATUREZAMoinhos de vento,, tijolo., de barro e tubagens em bambu são objecto de pesquisado TBARN - Técnicas Básicas e Aproveitamento dos Recursos Naturais.O seu objectivo é o estudo de uma tecnologia adaptada às realidades sociais eecológicas do nosso país, principalmente no campo das aldeias comunais. Pelasua natureza, o TBARN constitui um dos elos que ligam a Universidade aoprocesso d( desenvolvimento rural.Protó,ipo de construçã& para creche. no campo expr.mental do TBARN. naUniversidade Eduardo MondIane.Serteríor)

Vdrios tipo, de reservatórios para cereais. Os mais pequenos são modeladosrecobrindo de cimento um saco cheio de palha., Quando o cimento seca, bastaretira a palha e o saco..Criado há três anos e constituído inicialmente. por elementos ligados à Faculdadede História, o TBARN é um dos centros de pesquisa do Instituto de InvestigaçãoCientífica da Universidade Eduardo MondlaPelo próprio carácter do seu objectivode estudo, o. WBARN só pode ser compreendido no interior de uma amplaabertura da Universidade e seus centros de estudo sobre o conjunto da sociedademoçambicana. Neste sentido, o TBARN tem procurado ultrapassar o quadro dasActividades de Julho 9 estabelecer uma ligação operativa com o desenvolvimentorural (particularmente as Aldeias Comunais) e com os outros níveis de ensino,sobretudo a educação de adultos bem como acongregação das actividades dos diferentes departamentos da UniversidadeEduardo Mondilane em relação às Aldeias Comunais.As necessidades, de organização da investigação levaram à definiçýo, de umasérie de temas de trabalho, nomeadamente Energia, Produtos Alimentares,Conservação de Alimentos, Habitat, Sanidade e Agua:Energia - formas de aproveitamento de enerýgia a partir do fogo,, do sol, dosventos...

Page 15: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Produtos aýi?ýentares- agricultura, fertilizantes naturafs, criação de pequenas espécies.Conservação de alimentos - Silos, processos de fumagem de peixe e carne.Habitat - Organização do espaço habitado pelo homem (construção de casas ecurrais).Sanidade- Latrinas, aguas domésticas...igua PrOsIe-," ão. captação, elevação, trans porte e purificação.No sentido de evitar o choque das técnicas sofisticadas transportadas parasociedades rurais que não se encontram preparadas para as assimilar, qualquerproposta de inovação tecnológica deve partir das realidades existentes. tantosociais comç ambientais.Neste sentido, qualquer actividade do TBARN baseia-se no levantamento eestudo dos processos tecnologicos tradicionais e suas interligaçõs com a es truturasocial e o habitat.Este estudo teve de tomar em consideraciaTEMPO N 448 fldÇJ,17

Cele ira èonstruído em. cime co trut¶ mdlafactores tão variados como a constituição fa»miliar ou o papel do colonialismona destruição da ;sociedade tribal. A Implantação do comércio cantifleiro, porexem plo, provocou o desaparecimento de tecnologias tradicionais como aproduçã,o de sal e a salga de peixe e carne; A evolução, da família no sentido daconsolidação da família nuclear (pai, mãe e filhos), actualmente em curso, influiforçosamente t am b é m na evolução da casa...Com a finalidade de testar os modelos executados, e aplicando as directivas doPrésidente Samora Machel sobre a Universidade, Eduardo Mondlane, o TBARNprocedeu à edificação do seu campo experi-Tanques para piscicultura, igualmente construidos no caimpo experimental doTBARN, nos locais universitários em Maputo.TEMPO N. 448-- pág. 18~Gu7.' csýý'fýýrU

mental, situado em pleno campus universitário em Maputo.CURSOS PARA CAMPOMESESHouve quem no gostasse... «Palh tas no meio d a Universidade! Mas o que éisto?,» No TBARN pensa-se que as duas coisas deviam, andar ainda muito maisligadas. Pensa-se mesmo que o verdadeiro terre-, no de teste dos protótiposconcebidos têm de ser as Aldeias Comunais. Os camponeses deverãoexperimentar eles mesmos os modelos elaborados pelo TBARN, proportransformações, difundi-los a unidades de produção vizinhas. Esse trabalho deve,no entanto, ser cuidadosamente preparado, para que possa ser significativo. OTBARN possui já experiência nesse domínio.No sentido de efectivar 4 ligação com o desenvolvimento rural, o TBARNorganizou um curso prático com oitenta camponeses de aldeias comunais de GazaDurante o curso, os camponeses foram postos em contacto directo com diversosprojectos técnicos e participaram na construção do campo experimental na

Page 16: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Universidade, além de receberem aulas teóricas de certos ramos, como mar caçãode terrenos.Apesar de não ter sido feito um levantamento sistemático dos resultados do curso,os investigadores do TBARN reconhecem as .limitações ,do método utilizado.Informações recebidas dos camponeses revelamForno par7 cozer pão com cobertura idealizada para recolha de água da chuva* ~ ,~ . ~ 1 1 - 1 ~ 1 M3pMý1ý ý- -

Modelo simples de filtro para água. Vertida no recipiente superior, a águaatravessa as camadas de areia filtrantes contidas nos dois vasos perfurados e podeser recolhida na parte inferiorque, de regresso às aldeias comunais, haviam deparado com grandes dificuldadesno processo de reprodução das ex periências recebidas. Ao tentar 'econstruir na.sua aldeia um celeiro em cimento cujo projecto aprendera durante o curso, ocamponês vê-se impossibilitado, devido à falta de cimento.A investigação desli- gada d ,« r'¿ ncretas do país é o grande perigo que se tenta evitar para que o TBARN se torneum cen tro de modelismo.Neste sentido, o TBARN definiu uma série de actividades em função da formaçãointerna d o s seus próprios quadros e da colaboração com outros níveis de ensino:Pela natureza do seu¶ PARN re-quere dos seus quadros conhecimentos extremamente diversificados, o que temdificultado e limitado as actividades. Este ao, pela primeira vez, o TBARN contacom a participação plena de uma equipa de quadros de investigação.O TBARN trabalha actualmente numa série de projectos, tentando intensificacoordenar-ção com outras estruturas para pontos concretos de pesquisa.*Um desses projectos, que contou com a colaboração do Centro de Estudos d e'Comunicação, da Direcção Nacional de Alfabetização e Educação de Adultos eda Direcção Nacional de Indústria e Construção, visa a experimelrentes tipos,com exclusão do cimento. Este projecto, efectuado em ligação com o Centro deFormação Acelerada de Magude, procedeu ao levantamento de técnicastradicionais que tinham, sido atilizadas até à instaiação de uma fábrica de tijolosna região.Este projecto levou à construção de uma oficina de olaria no campo experimental.Nesse domínio, foram estudados diversos tipos de recipientes para conservação dealimentos testados em ligação com um projecto de experimentação de fumeirospara peixe, no qual participou a Di., recção Nacional de Pescas,Um outro projecto do TBARN refere-se às técnicas de criação de patos, comutilização dos exerementos para fabricação de fertilizantes na turais do solo.Para além destes e de um projecto interno de organização de documentaçãotécnica, o TBARN participa igualmente em dois projectos d e acompanhamento,respectivamente s o b r e creches e águas.

Page 17: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

O projecto das creches, e m colaboração com a Direcção Nacioiial, de, AcçãoSori4ý, yÃi-.s,~e.-ast ~ r -TEMPO N ' 44P - -- . i (.... ,Z>1

sa o estudo de técnicas de construção e programas de actividade e arý ticülaçãocom as aldeias comunais.O projecto das águas, realizado em colaboração com a Direcção Na-cional deAguas, estudou a utilização de pequenas bGmbas de água em bam bu, bem comode tubagens em barro cozido para emprego em furoý de poços. Em colaboraçáocom a Direcção Nacional de Medicina Preventiva o projecto das águas estudouigualmente diversos modelos de filtros de areia.O projecto previa tam bém o estudo de revestimentos para cisternas, para o querealizou um levantamento da documentação de cisternas de barro remontando amodelos da Antiguidade.O TBARN consolida a sua colaboração com a Comissão Nacional de AldeiasComunais e com diversos Ministérios no sentido de, segundo as orientações doComité, Central da Fre limo, avançar para as Aldeias Comunais. «Estamos a criarcondições para ar~ rancar na segunda metade deste ano... » infor. marafl-nos nodecurso desta reportagem.Na verdade só tem razão de ser se for orientado no sentido da participação directano esforço de desenvolvimento rural.Nas Aldeias Comunais não falta que fazer. Mobilizar a natureza e confiar-lhetarefas con cretas é trabalho do TBARN.Texto: José Sá'Fotos." Kok N2mnTEMPO N.' 448 -pg 21Ãrnqulo de um 'modelo de habitaçã9 económica, venTdo.se a, utilizaçãn de vidrode garrafqs naç jonelasSARQUIm MISTúg0o DE Mo:AlIaI

BAIXO LIMPOPOPREPARA -SEPARA A CEIFANa Unidade de Produção do Baixo Limpopo, UPBL, na província de Gaza, ostrabalhadores tém vindo a movimentar-se para que no próximo dia vinte todos osrecursos humanos e materiais necessários estejam reunidos e en condições de darinície a mais uma jornada de ceifa do arroz, da campanha em curso, numa área decinco mil hectares.Elias Dimande Mondlane, Inácio Novela e Boris Mihalkov, ambos quadros dedirecção da UPBL, relataram-nos à Rádio Moçambi-. que todos os avanços edificuldades conhecidos desde o começo da campanha até à fase actual.A conversa verificou-se no passado dia trinta, quando nos deslocámos à cidade doXai-Xai, visando a cobertura oficial da festa do primeiro de Maio, na provincia de

Page 18: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Gaza. Aliás, a UPBL, desfilou, no dia internacional do trabalhador, com a suamaquinaria, entre autocombinadas e tractores agrícolas munidos de alfaias, gradese semeadores. Quer dizer, apresentou a vida de cada dia de trabalho do operárioagrícola naquela Unidade.Começando pelo princípio, podemos dizer que nesta campanha a Unidade deProdução do Baixo Limpopo encontra-se organizada em blocos\ brigadas,pelotões e equipas e segundo apurámos, is-to facilita muito o processo de trabalho no campo, ou seja: nas frentes deprodução localizadas nos distritos de Gaza, Chibuto e .Macia.Todos os blocos fizeram todos os possíveis, ao seu alcance para cumprir com asmetas que no ano passado haviam sido fixadas para a campanha agrícola de1978.'79. Assim, para a cultura principal que é o arroz, tinha sido estabelecida ameta de sete mil hectares. De milho iriam ser trabalhados mil hectares e outrosseiscentos para experimentação. da cultura do trigo, para além de cem hectares dealgodão.O estado do tempo que se viveu ao longo da campanha, ou melhor a falta- dechuvas, assim como a salinidade do rio Limpopo, única fonte de rega dasmachambas da UPBL através de várias estações de bombagem, são factores queestão na origem do não cumprimento de nenhuma das metas.«Este espiga Psta ja madzra e bem ca7i- egada. Estamos a esp.q ntar os pássarosqze nos duo cIo do arron Esta próxima a colheita dos nosso:3 cinco mil hectares»-Bois Míhallov.

Uma d!as trinta e cinco estações de bo, agem que conduzem água do Lilnr,opo,para as machambas chegando c regar cada uma delas exten areas de culturas. Elastem vindo a sofrer avarias nas motores a que a que a secçao de reparações daUPBL esteja em serviço permanentFazer a colheita do arroz em 35 dias, o objectivo a aungi r. Caso esta mnão seja atingida, poderao haver perdasPara já, o estado de seca nãopermitiu que (apesar do terreno preparado) se lançasse a semente do trigo. Dapouca chuva que houve, os camponeses semeraim seiscentos hectares de milhoque logo após a germniação, teve dificuldades 4e crescimento devido 'às razõesapontadas, pelo que metade da área secou ea outra arte está agora em faseadiantada de colheita. «Os restantes quatrocentos hectares estão preparoados sedentro de dias chover,lançaremos a semente demilho à terra porque, até ao fim da campawha, o tempo aind favorece» - disse-nosElias Mondlane. «Quanto ao algodão, continuou aquele trabalhador, também:semeamos os ,cem hectares no blocb três, em Makhalawane, no Chibuto, masquando as plantas começaram a florescer, lá estava a seca e, o resultado disso éque agora, 'esta colheita que estamos a fazer, o rendimento médio por hectare ébaixo. Tão baixo que não atinge sequer uma tonelada.P- Pensamos que é altura defalarmos da vossa princip2l cultura .que'é Õ arroz. Em que fase rio decrescimento se, encontra e consas mo é que encaram esta campaleva nha?

Page 19: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

teE.M.- Como sabem, em 1977,tivemos graves problemas de produção devido às cheias e sem querer serrepetitivo este ano também enfrentamos dificuldades de falta de chuva., Portanto,este ano também não nos foi f4vorável, mas foi sempre melhor' em relação ao anopasSado, em cuja campanha colhemos três mil e oitocentas toneladas de arroz.Nesta campanha nós tínhamos lavrado seis mil e quinhentos hectares para o arroz.Acabámos por- semear cinco mil. O arroz germinou mas.., faltou chuva paraajudar o seu crescimento. Não podíamos fazer, na altura, a rega porque o rioestava bastante salgado e quando a Barragem de eta Massingir começou afornecer-nos água já era um pouco tarde.Este estado de coisas afectou também a pulverização aérea,TEMPO N4 - pág. 23

Paro além (a ecifa nicanizaa. leita por 1:) autoco7nbinada'< cerca de 3 501)hiectares serão ceifodos manualmente. Este lhabalho será electuado pelos cerca tedez mil trabalhadores sa0 01/,s com o apoio dos camponeses das AldeiasComutno.s i 0 reqão e do oc,132daão em geralporque a experiência nos diz que onde se pulveriza deve, imediatamente, entrarágua seja ela da chuva ou da rega. Em algumas áreas isso não foi possível e, comoconsequência o capim começou a crescer até ter mais de cinco folhas, tornando-sedeste modo difícil combatê-lo por meio de produtos químicos. De qualquer formanão tivemos tantos problemas de monda como no ano passado.Voltando para a sua pergunta, devo dizer que a campanha está a decorrer, emboraas nossas estações de bombagem, sujeitas a levar a água para distãncias longas(sete quilómetros) tm ',vindo a sofrer avarias dos seus motores. A campanha está adecorrer. como eu disse o arroz já espigou e estamos neste momento a espantar ospássaros. Assim, lá para os próximos dias vinte ou vinte e cinco iremos começarmais uma jornada de ceifa. Mas em vez de tres toneladas por hectare, como eranossa previsão. pensamos qüe apenas iremos colher duas toneladas o que significaque a campanha ira render dez mil toneladas de arroz.P- Como irão fazer a ceifa este ano e em quanto tempo?Inácio Novela Nós pensamos fazer a colheita do arroz em trinta e cinco dias,porque depois desse espaço de tempo podemos sofrer perdas como aconteceu noano passado. Dispomos de quin7e autocombinadas para a ceifamecanizada mas estas apenas podem, dentro desse período, «limpar» mil equinhentos hectares. Quer dizer, temos que ceifar três mil e quinhentos hectaresmanualmente o que até certo ponto não é problema já que, para além de dez miltrabalhadores sazonaiscontaremos com a ajuda dos camponeses das aldeiascomunais na região e da população em geral. A questão de fundo para estetrabalho, é a dificuldade em meios de transporte (não basta cortar o arroz, énecessário transportá-lo para os centros de debulha) assim como em instrumentosde trabalho, nomeadamente, foices. A tentar solucionar estas dificuldades, -existejá uma comissão Provincial da campanha da ceifa do arroz em Gaza.

Page 20: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

P -E.m Março do ano de 1978 vocês disseram-nos que iriam começar, a partir deAgosto lindo. a co14er em Chirrame, na Barra do Limpopo, uma médi de viitetoneladas de banana por dia. Como vai a produção lá?I.N.- Depois da destruição da-propriedade pelas cheias de 1977 a preocupação central foi a sua recuperação. Ogoverno investiu e começámos com a plantação mas ainda não atingimos acolheita diária de vinte toneladas. Isto porque a produção tem vindo a obedecer aoprocesso de recuperação e à medida que vamos avançando no plantio a produçãovem também subindo gradualmente. Hoje, a meta mensal de 166 to-neladas de banana, estabelecida no início da campanha, foi ultrapassada neste mêsde Abril em nove toneladas. Com este ritmo, estamos em crer que assim que osnossos cem hectares começarem a produzir em pleno estaremos em condições deatingir uma média mensal de duzentas toneladas de banana, Logo que isto sejapossível, então, iremos mesmo exportar a nossa banana.P- Ainda no ano ;;assado, foi dito aqui, que o sector pecudrio da Unidade deProdução do Baixo Limpopo tinha, se a memória não nos falha, cerca deoitocentas e cinquenta vacas leiteiris nos blocos da ex-Companhia das Lezírias,em Novunguene e Lumane. Também falaram do problema da falta de zonas depasto que, i.x altura tinham ficado inundadas pela água das cheias. Qual é asituação actual deste sector?Boris Mihalkov - correcto. De facto, temos dois blocos que incluem gado leiteiroem quantidade aproximada à que acaba de citar. Em Novunguene a produçãodiária de leite varia de mil e cem a mil e duzentos litros. No bloco de Lumane,ordenhamos, por dia, uma média de mil ou, mil e cem litros de leite. Continuamosa ter falta de ração para as vacas leiteiras assim como para os vitelos. Mesmoassim, estamos a avançar e iremos mesmo avançar muito mais na reprodução da -espécie bovina, uma vez que acabámos de receber da Estação Zootécnica doMaputo, doze touros. No dia dois de Maio, dois colegas nossos seguirão paraMaputo (eles já se encontram neste momento na capital) para a frequencia de umcurso de inseminação artificial, o que revela o nosso interesse pela repro.dução dogado por métodos científicos na Unidade e na província.Rodrigues Bila -(Texto)Foto,, de Naíta Ussene- e arquivoTEMPO N.' 448 - pa9 24

"V D O- INIMIGO, DONDE VIERNOS O PUNIREMOSPresidente Samora Machel no 1.0 de Maio«Festejamos hoje o 1.° de Maio em todo o território moçambicano, territóriomoçambicano liberto, território moçambicano independente. territóriomoçambicano que constrói o Socialismo e que combate a exploração do homempelo homem.>, Com estas palavras o sPresidente da FRELIMO e Presidente daRepública Popular de Moçambique, Samora Machel, iniciou o discurso queproferiu no comício popular, na Praça da Indepen. dência em Mapute, por ocasiãodo i1, de Maio.

Page 21: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Ao longo desse discurso, o Chefe de Estado moçambicano referiu-se, entre outrosaspectos, àsnossas realizações e dificuldades, às actuações do inimigo apontanjdo como um dos seus agentes aacção subversiva da religião, bem como à necessidade de reforçar a vigilânciapopular. «Nós.festejanos o 1., de Maio porque somos um Transcrevemos naintegra as papovo que conquistou a sua independência, somos lavras -doPresidente Samora Maum povo que conquistou a liberdade» chel naqueladata festiva:TEMPO N. 448- pág. 25

Festejamos hoje o I., de Maio em todo-o território moçambicano, território moçam, biçano liberto, território:moçambicano inde. pendente, território moçambicano que constrói o Socialismo eque combate a exploração do homem pelo homem.E por isso, hoje, em todo o território nacional, é uma festa grande, festa grandedos oprimidos, esses oprimidos que soueram fazer da opressão, da exploração, dadiscr.minação, da humilhação, do sofrimento, fonte de inspiração para o nossocombate, h combate pelo Socialismo. Por isso hoje, na República Popular deMoçambique, o 1' de Maio é um dia grande, um dia d festa. E essa festa está nasavenidas, nas ruas, nas praças das nossas cidades. Essa festa 'está nos hospitais,está nas escolas, nos nossos Portos e Caminhos de Ferro, nas nossas Aldeias-Comuniise Cooperativas, nas fábricas, enfim, em todo o nosso Pais.Estamos aqui reunidos, em ambiente de festa e de alegria, representantes dagrande famllia que são. as classes trabalhadoras. E as classes trabalhadoras são osoperários, os camnoneses, os soldados, os professores, os tra-balhadores da Saúde, os pescadores, os intelectuais revolucionários, ostrabalhadores da Função Pública, os estudantes. Estão aqui representantes deWodos os trabalhadores moçambicanos. Por isso, dizemos, parabéns Povomoçambicano, parabéns todos os trabalhadores do território independente daRepública Popular de -Moçambique, que constitui hoje uma parte da zonalibertada da Humanidade. (aplausos)FESTEJAMOS O- 1. DE MAIOpOROUE SOMOS 1RESNeste dia, erguemos com orgulho as nossas enxadas, as, nosas foices, os nossosmartelos; os nossas livos, as nossas espingardas. Acarinhamos as nossas charruas,as nossas máquinas, as nossas armas. Empunhamos, com firmeza e determinação,estas armas decisivas da nossa luta pela construção dó Socialismo, Socialismo quesignifica liquidação definitiva da miséria, da ignof3nca e da superstição e de todosos males da sociedade.Estas, são as armas de -todos os trabaltadares do mundo, tom quem estamosunidos e solidários na mesma Irincheira, na mesma lula contra o exploração. Porisso alguns pergun.tarão: «Por que é que nós pdqo7f5ýja em alegria, em paz_i o m , çc mu04carinho, o 1.1 de _Mai?i 0utrs 0 iQ: íPor que é que há outros povo&,- r'o. podemfestejar o 1.. de Maio?»

Page 22: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Nós festejamos o 1.0 de Maio porque somos unm povo que conquiBtou a suaindependêncq. Somos um povo que conquistou a liberdade. E essa libe ldeexigiu sacrifícios. Essa liberdade e essa irý'endência ýexigiram de todos nós,velhos, jovens, homens e mulheres, sacrifícios. Uma pequena gota oe suor, umapequena gola de sangue que, no seu conjunto, conseguram esta grande vitória. Porisso podemos hoje celebraroo 1. de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.Festejamos o 1.o de Maio porque os trabalhadores moçambicanos conquistaram opoder. É isso que nós vos queremos dizer. Porque recuperámos' a nossadignidade, recuperámos a nossa personalidade, porque a aliança operário-camponesa dirige efectivamente a nossa sociedade.Duránte o colonialismo, estou certo de que fodos se recordam muito bem, osnossos trabalhadores não eram considerados seres humanos, mas simples animaisde carga. A classe operária era ignorada, era desprezada.TEMPO N. 448-pág. 26

E' nN 'só-desprezada, como*também era sedu<zida' peld 'cordý ,' e c.eombatida,era de'truida-Yepor is'soera difícilrõ nosso operário, o nosso atrabalha'anhar aconsciência da sua própria força,Durante o colonialismo não podíamos festejar o 1 de- Maio, porque éramo ,mpovo dominado, éramos um povo.pri éramosum povo escravo. No entanto, éramos obrigados a festejar o dia 10 de Junho -Dia da Raça. Que raça?!Éiamos, nq entanto, obrigados ä festejar o,5 de Outubro,dia, de uma República que não é a nossa.Hoje somos independentes. Celebramos em liberdade as nossas datas históricas enacionais, celebramos em liberdade o Dia Internacional dos Trabalhadores.Portanto, festejar o 1.* de Maio é uma coqquista e faz. parte ,da nossa Revolução,faz parte da ReClução Mundial, faz parte de todas as forças revolucionárias eprogressistas de todo o Mundo. (aplausos)Em Moçambique, como em todos ospaíses que constroem o, Socialismo, o 1 daMaio é. festa dos trabalhadores. Mas nos países :apitajistas, os trabalhadores nãopodem comemorar o 1.0 de Maio, ou só o fazem debaixo da repressão violentados exploradores - os patrões. Os patrões que não vivem senão do sangue, do suore da vida de seres humanos. fios, países capitalistas, o 1. de Maio é ainda o sanguedos trabalhadores a ser vertido, a ser derramado.Ao nosso lado, junto das nossas fronteiras,os trabalhadores do Zimbabwe, da África do Sul, da Namíbia, não festejam naalegria da liberdade o seu dia internacional. Eles ainda lutam contra o coloniali',eles ainda lutam £ontra o racismo, eles ainda lutam contra o «apartheid», elesainda lutam contra os regimes mais desumanos e retrógrados. Por issoo 1.' de Maio é também uma jornada de,solidariedade para com os trabalhadores expio.rados, oprimidos, humilhados, discriminados, que são diariamente assassinadosanonimamente.No 1." de Maio exaltamos na República Popular de Moçambique as nossasconquistas, conquistas dos trabalhadores moçambicanos, o resultado da suainteligência,. o resultado da sua coraqem, o resultado da sua

Page 23: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

<Saudamos todos aqueles que participaram na grandiosa campanha devIzInação»energia criadora, o produto das suas mãos, dos dez- dedos em volta do ýcabo daenxada, do volante do tractor, da máquinai do instrumento de precisão nohospital.Mas para nós o 1 . de Maio é também um dia de reflexão, um dia em que fazemoso balanço do nosso trabalho, um 'dia em que perguntamos: o que fizemios deMaio de 1978 a maio 'de 1979? Ouaiioram as nossas reaizações? Quais são asbossas perspeclivas? Quais são os nossos planos?Um dia em que reflectimos sobre o caminho que já percorremos e o caminho quevamos percorrer- no' domínio da agricultura; no domínioda indústria, no domíniuda saúde, no domínio daeducação, no domínio da construção civil, no domíniodos abastecimentos, no domínio da organização da nossa vida, no domínio daconstrução do' nosso progresso, noádomínio da edifica'o do nosso bem-estar e nodomínio da construção do socialismo.O .10 de Maio é momento também para refleclirmos sobre as nossasdificuldades, para aprofundarmos as razões da acção do inimigo.Então perguntaríamos:, Qais são as nossas realízações. Quais são as íssasdificuldades? AS NOSSAS REALIZAÇõESE AS NOSSAS DIFICULDAD.SA independência para nós, companheiros,amigos, camaradas operários, camponeses, soldados, estudantes, intelectuaisrevolucioná'rios, é nós já podermos ir à escola. Nós já podemos ir ao hospital, jápodemos viver em casas melhores, já podemos comprar mais do quecomprávamos dantes, já podemos vestir melhor e vestir melhor os nossos filhos. Éclaro que alguns dirão; «Há falta aí nas lojas, como é que vamos dizer que jápodemos vestir melhor os nossos filhos?» A esses responderemos São pessimistasque não sabem contar a partir do 25 de Junho de 1975 atéiunho de 1979 quatro,anos de independência. Para eles náo há progresso, para eles não há avanços, paraeles não, há realizações, não há conquistas? E quem são esses? Alguns estão aqui;infiltraram-se para desfilar entre vocês, infilriam-se aí encobertos pela bandeirada Frelimo e levantam-na bem alto, quando na realidade eles dizem: «Abaixo abandeira da F1elimo.» (aplausos).Nos primeiros anos de independência, a nossa preocupação era solucionar osproble,. mas imediatos, bloquear a sabotagem económica, impermeãbHizarmo-nos contra as infiltráções. Infiltração de veneno. E o veneno como. é? 'As ideias.O veneno é transportado pelas nossas cabeças, as cabeças produzem .boas coisas,mas também transportam o inimigo, transportam o Smitfi. Onde é que andaTEMPO N. 448- pág. 271

,'~3 Smith, de facto? Éi nas cabeças dos reaccionários. Smith existe nas cabeças dosex-Pides, dos vende-pátrias, para esses não há sucessos, o prestígio da RepúblicaPopular de Moçambique para eles é uma coisa má.

Page 24: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Q nso problema nos primeiros anos de independência era liquidar a indisciplinagene ralízada nas fábricas, nas escolas, nos hospitais, nos mercados, nosescritórios, o individualismo, o burocratismo nos Ministérios que constituíam aherança deixada pelo nosso patrão. Quem foi o nosso patrão? (Foi ocolonialismo).Agora estamos mais organizados. Sentimos que começámos a avançar em muitoscampos. Começámos já a lançar os grandes projectos de desenvolvimento portodo o nosso País, o que aumentará a produção e dará emprego a milhares depessoas. Temos como projectos: o projecto agrícola do Chokwé, fábricas detecidos em mais três províncias, fábricas de alfaias agrícolas, montagem decamiões e montagem de trac tores. .Mas os nossos inimigos dirão: «Donde vêm esses camiões?».Nós diremos: Vêmda República Democrática Alemã. Eles dirão ainda: «São pequenos e altos, vãovirar e matar moçambicanos». Cabeça que'transporta o inimigo, representantespermanentes nas cabeças de alguns. Quem vai montar a fábríca de alfaiasagrícolas é um país socialista. ,1ecnologia alrasada» - vão dizer alguns. Mas euqueria dizer que é nees países onde não há desemprego. Onde está a tecnologiaatrasada? (aplausos) E nesses países onde todos têm possibilidades de teralojamento, como é que essa tecnologia é atrasada? É nesses países que amedicina é para todo o Povo, a água canalizada é para todos, a escola, a comida" aroupa, o cobertor, o -vestuário são para todos. Não há bandidos lá, como é queessa tecnologia é atrasada? Põdem responder?Onde eles dizem que a tecnologia é avan. çada todos os dias ercontramoscadáveres na rua, encontramos os «hippies». Encontramos os ladrões, as portasgradeadas, ferros para se protegerem dos bandidos e assassinos. E lá, onde elesdizem que ã tecnologia é atrasada, encontramos o povo como vocês estão aqui. Oque é que nós queremos então? Isto é osocialismo, meus irmãos! Quando nós falamos do socialismo é verdade que nãose, constrói com rebuçados, é com suor, é com sacrifício, com sacrifício nósconstruímos a vitória, construimos maravilhas a partir do sacrifício. Quem querconstruir o socialismo com rebuçados nós chamamos idealista. Dormir e sonhare no dia seguinte o socialismo está feito ...Mesmo para os religiosos há um pequeno sacrifício. Eles têm de rezar todos osdias para poderem, «entrar, â)céu», não é ver. dade?, «Deus expulsa-e lá do céuquando tu não rezas», Agora como é que tu vais cons,ruir o socialismo semtrabalhar?E temos já a produção de pneus no nosso País, os respectivos trabalhadorespassaram aqui. Assim já podemos «calçar» os nossos carros. Como se <chamamos nosss carros? BMW? São esses os vossos carros? São os «lkarus», os «papa-bichas», não é? Vêm de um país socialista - tecnologia atrasada. Mas aspessoas já chegam a tempo à escola, às fáb'rças, s.empresas, hospitais, comér:io eFunção Pública.ALGUMAS CONQUISTASEste ano, o consumo interno do açúcar vai ser O maior de sempre, mesmo emrcê.ão ao tempo colonial. Vamos cwnsumir 150 mil toneladas de açúcar naRepública Popular de Moçambique (aplausos). Isso significa aumento de mais de

Page 25: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

40,mll twoeladas. Este é o resultado da intervenção na «Sena Sugar» e podemosproduzir ainda mais.Temos grandes projectos agtícolas para todas as prQvínias, onde iremos produzircereais, oleaginosas, girassol e criação de gado. Mas tudo isso exige tempo. Nãose pode construir uma casa num dia, é preciso cortar caniço, é preciso cortarcapim, é preciso cortar estacas, é preciso cortar palmeira-para fazer as cordas, épreciso juntar água, é preciso recolher a terra e maticar a. casa.Agora podemos colher apenas alguns frutos. Nas escolas secundárias,' onde em1974 iam 33 mil alunos, muitos dos quais filhos de colonos, hoje vão 82 milalunos filhos de trabalhadores moçambicanos.Em 1974, quando o. Governo de Transição tomou posse,,a Universiade de ex-lourenço1AeMarques tinha 4500 alunos, mas moçambica. nos só eram 40, dos quais muitoseram trab. lhadores que estudavam'à noite. Hoje já temos a!gumas cenlenas.Morriam 25 mil crianas de sarampo. No ano passado, apenas tivémos 110 casosmortais de sarampo (aplausos). Na Campanha de Alfabetização, no ano passado,participaram mais de 130 mil pessoas. Nos serviços de transpor>as, no anopassado, entraram em funcionamento 50 novos machimbombos de 200 lugares epenso que na cidade de Maputo, os nossos condutores parece que já passaram ater consciência. Eu tenho verificado os lkarus», se já estão amolgados ou não. Jáchocaram? Ainda não? São vitórias, essas! ,dplausosE porque é que eles provocavam tantos acidentes? Guiavam embriagados!Falámos disto na abertura da Campanha de A4fabetização. Guiavaminconscientemente, como se transpor. tassem lenha atrás. Hoje telicitamo-losporque têm a consciência de que transportam seres humanos, e nós necessitamosde mais populàçao em Moçambique.O Povo moçambicano 'aprende pelo seu proprio esforço a trabalhar melhor,liberta aTEMO N.' 448 Ipág. 28

-~ ~«Á.s padarias devem ser abertas às 4.30 horas da manhã. Os talhos devem ser~tam)pém >abertos às 4.30 horas da manhãWua capacidade de irvenção e de inia1iva criadora. Neste ano. 3s trabalhadoresda, CIFEL conseguiram descobrir uma forma de produzir rolos que nos faziamfalta paro as fábricas de acúcar. 'Na MARAGRA, os irabalhadores inventaram econstruiamit lna máquina para melhorar <- produção do açúcar. lodo oequipamento de descasque de castanha de caju é já fabricado em Mocambique.Começámos a dar passos firmes com ýs nossas próprias pernas.Mas alguns eslarão por ai a dizer: ,nao fale :omenle das realizaç6es, fale também'das íiificuidades: d, bichas,,POqUE lI BICHAS!

Page 26: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

£ justo, correcto. E um cidadão que quer ouvir quais são as nossas dificuldades,qqais são as nossas preocupações fundamentais, a solução desses problemas debichas. E verdade que aFnda temos bichas, e todos n6s-devemos preocupar-noscom isso, Bichas para quê? Bichas para a compra do pão, bichas para a comprado arroz, bichas para a compra da carne, bichas para a compra do leite, bichas asvezes para a compra do <vogurte,, - não sei se já comem, vogurle ' Estas são asqran-des realidades que nós enfrentamos, as nos. sas dificuldades sao estas, :as úpreciso perquntar ainda: Porque é que eu não fazia bicha de carne no tempocolonial?, Nós encontraremos a resposta facilmenýe. Não estava na bicha porqueos talhos eram para os colonos. Vocês compravam pão do dia anterior. Nãocompravam o pão que acabava de sair, do forno, porque esse custava 2S50.Compravam o da véspera para vos sair mais bato, porque o dinheiro não chegavapara comer pão fresco todos os dias.Quem comia carne de primeira e de segunda no tempo colonial! Quem comia pãofresco no tempo colonial? Quem bebia1 leife fresco na tempo colonial? Quem iaao supermercado no_tempo colonial? Quem entrava na casa «Eduardo Silvas na época colonial?Quem entrava no supermercado «MK, no tempo colonial? Quem entrava na casav<John :rrs», na casa «Marfha da Cruz & Tavares), no tempo colonial, eramvotês.Já se esqueceram? Nos sãlados à tarde, por volta das 14 horas - eu ainda erajovem-assistia a colunas giandes de populações de Chamano, de Mafalala, deXipamanine, de Malhangalene, para virem comprar carnede terceira classe à cidade. Correcto? Não vinham? Vocês inclusivamente sabiamqual era a estrada que deviam tomar, não era qualquer estrada. Para viremcomprar carne de terceira classe, com ossos. E quando muito mão-de-vaca, nossábados, para comerem no domingo. Mas hoje já não! Não se recordam?Hoje no nosso País, meus irmãos, onsOne-se mais carne, mais pão, mais leite,mais arroz. Hoje, os trabalhadores moçambicanos em geral, podem comprar essesprodutos. Hoje o lrabalhÈ-or moçambicano tem mais dinheiro para comprar, querdizer, tem maior poder de compra. O que comíamos dantes? Tripas, recordam:se?Antigamente o burro da tripa partia da Missão José ' com dois caixotes, e omesmo burro vendendo tripas percorria os bairros do .Chamanculo, Xipamaníne,Mafalala até Malhangulene E nós tínhamos ficado já com esta caracterislica" bicade tripas. E o burro nunca pisou estrada acatroada para vender tripas, andava aespalhar moscas e o dono do burro tinha sempe uma vassoura para sacudir asmoscas dos caixotes. Nunca o burro pisou a estrada Caldas Xavier, nunca o burropiso a estrada do Alio Maé, nunca o burro piso u a estrada que limita Munhuana ea popula'ãoTFMP9 NW 4418-pág. 29

moçambicana. O burro não soube andar nessas estradas, andava na areia,transportando tripas e mosca também, espalhando a doença. E hoje Ia não.

Page 27: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

E como é que vocês cozinhavam as tripas nessa ura? Quando saía da, «MissãoJosé' a tripa estava fresca, quando chegava -a Matalala já estava adulterada,começava a decompor-se, a[pdrecer um pouco, Mas eu via como é que vocêscozinhavam. Como já estava um póuco adulterada, essa tripa deitava muitaespuma. E vocês diziam que isso não era nada. tiravam a espuma e deitavam umpouco.de pirípiri para poderem beber muita égua e assim encherem o estômago.Esse é que foi o -nosso passado, meus irmãos. Já não existe na República Popularde Moçambique!Hoje já não somos discriminados, podemos ir comprar em qualquer lugar osprodutos de que necessitamos. Por isso é que existem muitas bíchas, elas são oresultado da rapidez do nosso crescimento. Noutros casos, é certo, elas resultamdas dificuldades de escoamento dos nossos produtos e diticuldades decomercialização.Aqui também eu podia explicar muito. Ninguém linha loja aqui mesmo paravender amendoim, mesmo para vender ovos. Para vender ovos era preciso serportuguês colonialisia, para ter uma cantina, para comprar um camiãopara abastecimento da loja era preciso ser colonalista português. Por isso não háexperiência de comércio no nosso Pais. Para vender eslacs, para coistrução decasas, vender canie zinco, era preciso ser potuguês colonialista.COMO RfSOLVEREOSA QUESTÃO DAS BICHtASMas ,ensamos que resolveremos o problema. Com a criação e entrada emfutcionamento do Mhistério do Comércio Interno, estamos já a melhorar a nossaorganização neste sector. ,tas há também casos de bichas .provocadas, pela desorganização e máconsciência ,de certos trabalhadores. É o caso dos talhos e das padarias, que estãoaqui hoje também, Estes trabalhadores em vez de abrirem os talhoscomo eranormàl, em vez de abrirem as padarias çomo era normal às 5 horas da. manhã;'sócomeçama abrir os talhos e as padarias às 7 horas. Não trabalham nos turnos danoite, e porquê? Vamos concentrar a nossa atenção sobre esses elementos, sobreos talhos e as padarias, (aplausos)As Qadarias devem ser abertas ás 4.30 horas da manhã. Os talhos devem serabertos às 4.39 horas da manhã também (aplausos.«Nos serviços de transporte, no ano passado,, entraram em funzcionamento 50novos machimbombos de 200 lugares e penso que na cidade' de Maputo osnossos condutores parece que já passaram a ter cansciência»Outra caracteristica cto , zl3ope ; de talbos ç das padarias é-.a,0líeadezka e ore4peito pelos fregueses. Vocês têmWqSpassar a exi, g ýr, isso, porque serecebem soros nós que pagamos, recebem porque nós compramos a carne,recebem porque nós compramos o pão, O di4eýr1o que eles recebem não cai do é, e O noss" ' n',to devem 'ei rýspeiIadores, corteses para com todos aqueles quýentram nos seus estabelecimentos.Sabemos, que alguns desenvolvem corrup ção com mulheres casadas, comraparigas jovens e com outras senboras nos talhos i padarias. (aplausos)Mas a solução definitiva do problema da bichas passa necessariamente peloaumento contíinu da nossa produção, pela elevação permanente da nossa

Page 28: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

produtividade, nos vários sectores de trabalho. Precisamos de produzír mais chá,precisamos de produzir mais caju, mais açúcar, mais carvão, mais camarão, maiscopia para exportação. Precisamos de produ, zir mais arroz, mais milho maisalgodão, mais amendoim, mais girassol ýpara sermos auto,-suficientes. Assim, obteremos divisas para comprar o que ainda não podemosproduzir em Moçambique.Com mais fábricas muitos trabalhadores que estão desemrregados passarão a tertrabalho. Mas não podemos esperar pelas fábricas para resolver o problema dosdesempregados. A volta das nossas cidades os desempregados que nelas vivemdevem participar na criação de zonas verdes para produzirem verduras, frulas,galinhas, coelhos, porcos, perus, ovos para alimentarem a cidadk, e terão o apoiodo Elado. (aplausos)POR 0UE CO(OGUIMOS AVANÇAR?Podemos lizer com toda a firmeza que avançámos. Podemos dizer quecriámos,bases sólidas em Moçambique para avançarmos, mais e mais naconstrução socialista. Agora devemos perguntar: avançámos porqdê?Conseguimos estas realizaçães porquê? Primeiro, porque fomos capazes deorganizar a nossa força dirigente, o nosso Partido - Partido F(eimo. Ostrab:ilhadores moçambicanos assumiram .,que estruturar o Partido significa,melhor oigani-TEMPO N. 448- pág. 30

zar Í a Esssumiram a importânia do, Partido. Ees'egäjárinmse comdetermÍnaçã~e , ele drUconsciência política na Campanha Nacional deEstruturaçãodo Partido.Segundo, porque consolidámos o nosso Estdo, Criámos as novas estruturas doEstado de Democracía Popularestruturas qué mnaterializam o Poder das classestrabalhadoras. E quais são esses órgãos?' A As;embleia Popular, as Assembleiasdo Povo, os ConçAthos Executivos, os Tribunais Populares. Estas estrutu-&:R.cutam por aý urzt zanao a oawina, Mas nós temos' a força, nó5s temos opovo»tas criadas são outras grandes conquistas nossas e necessitam de serconsolidadas. São instrumentos das classes trabalhadoras.Com a implementação das decisões da Reunião Nacional das Cidades e BairosComunais o nosso Povo elevará o seu nível de organizaçâo. Através do Estado ostrabalhadores moçambicanos impõem 'os seus interesses, defendem as suasconquistas, impõem a realízação das suas aspirações, reprimem os seus inimigosde classe. Eu penso que tvemos uma viftria, por e.Qmplo, em relação aos antigos.PIDES», estão aí colocados. Antigos «PIDES e todos aqueles que pértenceram àsestruturas repressivas, estruturas fascistas, pareceque já estão identificados, não astlo? Agora, controlo sobre eles.d*terceiro, porque ançmsna organizaçoo da t:lsse operária e do campesinato.Mesmo aqui neste desfile a que acabamos de assistir constatámos i forçáa e aorgaqização crescentes das classes trabalhadoras. De 1971 para 1978 e de 78 para1979 melhorámos quantitativa e qualitativamente (aplausos). A participação dosinternacionalistas que desfilaram' aqui foi- um momento de grande emoção para

Page 29: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

nós, vimos a amizade, a solidariedade, através dos internacionalistas que aquidesfilaram. Vimos a força da Revolução, Revolução que triunfou há 62 anos,primeiro na União Soviética, e que 'se estende a todos os Continentes e comvelocidade. Por isso aqui também" consolidaremos o Socialismo. (aplausos)Nas Aldeias Com unais, os camponeses controem uma nova vida no campo.Portanto, aý Aldeias Comunais são futuras -cidades para nós. Elas modificarãocompletamente a face do nosso Pais, elas permitirão que a escola, o hospital, aelectricid'de a água, o gás, estejam ao alcance de todo o n sso Povo.Nas cooperativas, o campesinato une-se em novas relações de trabalho. Aprendeque do trabalh", colectivo nasce mais riqueza do que do trabalho índividual. Elevaa sua consciência politica e reforça a sua unidade. Do suor colectivo nasce maisproduçâo, com o suor colectivo reforça-se a consciência da nossa unidadenacional -força indestrutvel. Nasce a nossa unidade de classe.A classe operária demonstro dia a dia ser já uma'forç;a poderosa, que é esta queestá aqui (aplausos). E por que é que dizemos isso? Vemos que as fábicasabandonadas sío recuperadas e postas a funcionar pelos seus operários. Osoperários constroem peças' para pôr máquinas paralisadas a funcionar,A classe operária cabe o papel histórico de Ser a força de vanguarda que líquidaos fundamentos da ex91oração. Como já dissemos no 1. de Maio de 197 8, nestaPraça; a força, dirigente é a clas'e operária. E ela que força o capitalismo aencostar o pescoço ao tronco e o corta com um maèhado.F necessário que aclase operátia cresçae se fortaleça continuamente. Crescer no trabalho colectivo, na produçãocolectiva.Da construção da nossa base industrial crescerá uma classe operária mais forte eorganizada. Educada pelo Partido, educada na história e na prática da nossalutaieducada nos principios do marxismo-leninismo, a classe operáriamoçambicana assumirá decisivamente o seu papel dirigente. Ela assegurará odesenvolvimento socialista no nosso PaísA classe operária' é a principal fonte de quadros para o Partido e para o Estado.São os melhores trabalhadores, os mais conscientes e dedicados, que ingressamnas, fileiras do Partido. São esses trabalhadores que são chamados a funçõesdirigentes no Partido e no Estado.Para isso, é preciso reforçar a organizaça9 da classe operária.Neste processo.já se deram passos importantes, e os sucessos conquistados forampos-síveis porque, sob a direcção do Partido, enquadrada pelos Conselhos deProdução, a classe operária desencadeou vitoriosamente a luta pelo aumento daprodução eda produtividade; a luta contra a desorganização, a preguiça, a falta depontualidade, a indisciplina e o esbanjamento; a luta pela planificação e pelocontrolo da producão; a luta contra a ignorância, pelo domínio do conhecimentotécnico e científico; a luta contra a sabotagem, contra a corrupção e o suborno.Neste processo, a classe operária moçambicana elevou extraordinariamente o seunível de consciência política, de unidade de classe, de organização e disciplina.Ela tomou consciência do seu papel decisivo na Revolução.Agora importa traçar algumas orientações.OfIENTAtÕES PARA OS CONSELHOS.

Page 30: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

DE PRODU(AOOs Conselhos de Produção transformaram-se já numa força considerável deenquadramente dos trabalhadores. E;es são já uma grande escola, revolucionária,são um viveiro de quadros para o Partido e o Estado; são uma fonte inesgotável deenergia criadora,Os Conselhos de. Produção constituem uma grande. conquista dos trabalhadoresmoçami-TEMPO N. 448- pág. 31

«0 novo moçambicano continuará a apoiar a justa luta do povo do Zimbabwe,luta dirigida pela Frente Patriótica, até à vitória final»canos, e, em particular, da classe operária. Para que possam desenvolver mais asua acção. é necessário intensificar a sua organização. dotá-los de estruturascapazes.Os Conselhos de Produção devem implementar a linha do Partido, fazê-la viverem cada trabalhador. Devem promover a elevação contínua da consciência e daunidade de classe dos trabalhadores; devem assegurar, no quadro da emulaçãosocialista, a realização dos planos estatais e a participação activa e dinâmica detodos os trabahadores na sua elaboração; devem organizar o trabalho voluntário;devem organizar a formacão de quadros sindicais; devem promover a iniciativacriadora dos trabalhadores; devem elevar constantemente o nível de disciplina dos4rabalhadores: devem transmiti( as suas experiências ao campesinato e deleaprender também, nas cooperativas, nasAldeias Comunais, nas machambas estatais, materializando a aliança operário-camponesa. devem participar activamente na elevação do bem-estar social,material, espiritual do Povo; devem praticar o iMternacionalismo proletário.Na organização da Emulação Socialista, os Conselhos de Produção devem atribuirprémios materiais e morais aos melhores trabalhadores, aos maiN dedicados naprodução, aos mais disciplinados.As casas que construímos deven ser, em primeiro lugar, para esses trabalhadores.Devem ser os píimeiros a beneficiar dos campos de férias. (aplausos)Aqui vamos apelar aos bancos para emprestar dinheiro a essas fábricas que têmmelhores trabalhadores, trabalhadores exemplares, trabalhadores dedicados econscientes, para a construção de cidades industriais. E os pri-meiros a ocupar as casas são: os melhores trabalhadores. (aplausos) ý 1 ,Devem ser os primeiros &beneficiar dos campos de férias. Vamos construircampos de férias em Moçambique, como também estaremos ligados com outrasorganizações sindicais do mundo, particularmente dos países socia listas e mesmodos países capitalistas e então os melhores trabalhadores receberão férias lã, irão aesses países para conhecer o mundo e para consolidar a aliança dos trabalhadoresde Moçambique com os trabalhadores de outros países,Devem ser. os seleccionado; para programas especiais de estudo, de elevação dosconhecimentos técnicos .e científicos, no nosso País e no exterior. Enfim, osmelhoreS-trabalhadores vão ser condecorados com medalhas de Heróis deTrabalho e as suas fotografias colocadas no luadro de Honra no local de trabalho.(aplausos)

Page 31: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

qs Conselhos de Produção devem avançar na. sua estruturação por ramos deactividade. Os trabalhadoresý organizar-se-ão pelos grandes sectores deactividade.lodos os trabalhadores das empresas metalomecânicas estarão organizados no -mesmo ramo; o mesmo em.relação aos trabalhadores das empresas têxteis, daindústria química e de todos os outros ramos.Assim, os dactilógrafos não estarão separados do trabalhador do tear de fiação, oengenheiro químico não estará separado do contínuo, o operário de descasque dacastanha de caju não estará separado do escriturário. Portanto liquidaremosdefinitivamente o tipo de organização sindical fascista de base puramenteprofissional, que dividia os trabalhadores.Os Conselhos de Produção devem avançar na criação das suas estruturasnacionais e regionais. Para isso, a Direcção do Partido Frelimo decidiu:Extinguir -a partir de hoje os sindicatos coloniais e transferir. o seu patrimóniopara os Conselhos de Produção. (aplausos)Oue os Conselhos de Producão devem elaborar até ao fim do ano uma propostados seus Estatutos orgânicos, a apresentar à apreciação e decisão da Direcção doPartido.lmpleríentar as decisões do Partido, signi-

fica ¿bnsoliar, as nossas vitórias; significa e ilegal de lan Smith, os Pides,Comandos, caminhar em passos mais seguros na constru- OPVs, GEs, GEPs, ostraidores e desertores da ção do socialismo significa torfalecer o poderFREUMO, bandidos e marginais, utiliza elemenda aliança operário-camponesa naRepública tos ambiciosos, elementos inconscientes, merPopular deMoçambique. cenários e outros criminosos.Porque nos ataca o imperialismo? Ele atacaACÇÁO DO INIMIGO-nos porque somos realmente livres e indeE COMO COMBATI-LApendentes, porque temos o Poder Popular;porque tem medo das conquistas do nosso0 inimigo vai reagir a estas medidas que Povo; porque nãòd pode mais explorar onosso acabamos de anunciar aqui. Em primeiro lugar, Povo; porque estamos aenterrar o capitalismo o inimigo interno. O inimiqo interno tem as emMoçambique; porque estamos a construir mesmas tardas-que nós. Desfilouconnosco aqui. o socialismo, o bem-esar5 a justiça social, a O inimigo pararecrutar utiliza o vicio. Por- prosperidade, a paz e o progresso no nosso tanto, ovício conslitui base para o recruta- País; porque estamos a liquidar a lom., amento. Quando nós conhecemos os vícios do miséria, a nudez, a ignorância;porque somosnosso companheiro de trabalho, o nosso dever e continuaremos a ser uma basesegura da é de concentrarmos toda a nossa força para liqu - luta de libertação dospovos oprimidos. darmos o vício para que não constitua basedo.inimigo, para que nãoconstitua base do QUAIS OS ALVOS ESCOLHIDOSrecrutamento. PELO IMPERIALISMO!O inimigo reagirá a estas decisões, pro- O inimigo ataca as nossas AldeiasComucurando denegri-Ias, sabotá-las e, finalmente, nais e cooperativas para

Page 32: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

massacrar os camdestruí-las. poneses organizados, paradestruir o produtoEscolhendo como alvo, o imperialismo, qu6 do seu trabalho, para impedir queliquidemos vive do sangue e do suor dos povos, utiliza a fome, a ignorância e a-doença. Ele ataca nas suas agressões e acções criminosas contra as nossas vias decomunicação e destrói linhas a nossa República Popular, o regime racista térreas,comboios, machiMbombos, camiões,«Nesta mesma Praça da Independência, no dia 27 de Janeiro os trabalhadoresmoçambicanos organizados exigiram o mai severo castigo contra os agentes doinimigo»pontes, estradas, para impedir que o produto do trabalho dos camponeses sejaescoado;. para impedir que os camponeses sejam abastecidosL Dara travar odesenvolvimento económico do país; para impedir o fortalecimento da aliança,operário-camponesa.O imperialismo ataca as nossas fábricas, lança acções de sabotagem, destróimáquinas e matérias-primas, infiltra ,agentes no seio dos trabalhadores.O seu objectivo é travar o aumento da nossa produção e produtividade, impedir onosso progresso, desorganizar a classe operária moçambicana e colocar-nos natotal dependência do imperialismo.Ele ataca nas nossas cidades, lança o terrorismo, coloca bombas em lugarespúblicos, oromove a criminalidade e o banditismo para. criar o pânico e ainstabilidade sociat, para impedir que o nosso Povo tenha uma vida de paz e desegurança.Ele ataca os cooperantes internacionalistas que trabalham no nosso País, paraminar a solidariedade militante para com o Povo moçambicano. O imperialismqlança uma campanha de boatos e calúnias infames para sabotar o prestígio,internacional dó nosso Partido Frelimo e da República Popular cde Moca-bique.A ACCÃO SUBVERSIVADA, RELIGIÃOEle- utiliza a religião. Feiíc;amos Gs nos, sos jornalistas. Acompanhamos comvivo interesse, com rigor, estudamos com muita prfurididade, os artigos que estãosendo pblicados na República Popular de Moçambique. Sabem quais são ,no é?Felicitamos os nossos jornalistas. Saudamos, encorajamos, é um actorevolucionáro, é um acto de militância, é um acto de luta de classes, é um acto, dedisputa. Ou nós ou o inimigo. Mas nós temos que o combater e colocá-lo nadefensiva passiva e não activa. Por isso nós dizemos que c inimigo utiliza areligião, em particular a igreja católica. Existem estes bispos agora promovidosdevido ao sacrificio do nosso Povo, Dantes, eles não comiam ,com os bispos, nãocomiam com os padres superiores nas missões, comiam nas cozinhas. Nósproclamámos a Independêocia, eles foram promovidos a bispos e transforma-TEMPO N., 448- pág. 33

ram-se numa fora operacional de subversão política e ideológica (aplausos),Ontem, esta. vam com os colonialistas portugueses. Não era por acaso estaassociação. Aqui perto,? no dia 10 de Junho, Dia da Raça, estavam todos juntosaqui, No juramento da tropa portuguesa colonial, estavam todos juntos aqui. E

Page 33: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

hoje, falam em nome do Povo. Qual Povo?- Inconscientes antipariííticos! Avozdeles é o <Século de Joanesburgo». A voz deles é a «Quizumba» da Rodésia, avoz deles é o jornal «Diabo» de Portugal, a voz deles é o jornal «Reornado» dePortugal, são os jornais da reacção.Recusam a libertação, nem têm personalidade de Moçambicanos no nosso Povoheróico. Antipatrióticos! Querem lutar contra nós. Andam a subverter o Povocontra o socialismo, contra o bem-estar social, a vida organizada. Recrutam por aíutilizando a batina. Mas nós temos a força, nós temos, o Povo.O objectivo final do imperialismo é conseguir voltar a explorar a nossa força detrabalho utilizando 'esses agentes camuflados de batinas. Dizem que o Povo temfome! Desde quando? Dizemque o Povo não gosta das Aldeias Comunais... masque gostava dos campos de concentração dos portugueses. Que o Povo 'não gostado Serviço Militar Obrigatório, mas que gostava de ser Comando, GE, GEP...O objectivo final-do imperialismo é conseguir, voltar a explorar a nossa força detrabalho, é conseguir voltar a doíninar e oprimir o nosso'avo; ~é conseguir qúevoltemos a ser escravos; é levar-nos a tapitular; , obrigar-nos a deixarmos de seruma base segura da solidariedade ifternacional.Por is'so, a nossa luta contra o Imperia. lismo, contra o capitalismo, é uma luta devida.ou de morte.COM lNUARE4Os A PUNIROS A6BhES DO INIMIGONesta mesma Praça da Independência, no dia 27 -de Janeiro, os trabalhadoresmoçambicanos organizados exigiram o mais severo castigo contra-os agentes doinimigo. 0 Conselho de Ministros examinou a exigência popu-lar. A Comissão Permanente da Assembleia Popular estudou e aprovou a Lei dosCrimes contra a Segurança do Povo e do Estado Popular, porque era umaexigência justa, uma exigência necessária, por.qsue era uma exigência popular erevolucionária. Por isso não podemos ter contemplações para com os nossosinimigos de Classe - os agentes do inimigo, os mercenários, os traidores, oscriminosos que massacram o nosso Pnvo, os sabqtadores, em definitivo osrenegados.Hoje, as classes trabalhadoras moçambicanas possuem e utilizam - a Lei dosCrimes contra a SegmW,ça do Povo e do Estado Popular. Para materializar estalei, a Comissão Permanente da Assembleia Popular criou o Tribunal MilitarRevolucionário. Estes são instrumentos da justiça popular, instrumentos do Poderdas classes trabalhadoras moçambicanas para punir severamente, punirincansavelmente as acções criminosas dos agentes do inimigo.Queremos pedir ao inimigo que produza mais Cotóis, produza mais Conjanes,produza mais Armândos Jambos, produza mais Nunes ia Silva, ouviram?Queremos que o inimigo produza mais criminosos e pós os puniremos.Não importa de onde vierem. Venham daInglaterra, venham 'da Alemanha, venham da França, venham da Espanha ou dePortugal. Vêm para caçar gazelas em fiMoçambique e serão apanhados pelosbúfalos.Não hesitaremos, serão levados ao Tribunàl Militar Revolucionário e serãopunidos. (aplausos)

Page 34: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Venham de onde vierem. Queremos defender o nosso Povo, queremos defender aintegridade territorial, queremos defender a nossa independência, queremosdefender a nossa unidade acional. Em última análise queremos defender .Revolução, queremos queló socialismo em Moçambique triunfe e liquidaremos osnossos inimigos.REFOMiÇARA VGILANCIA POPULARE neste combate à acção do inimigo devemos reforçar a nossa organização,devemos reforçar a vigilância popular,. nas aldeias comiunais e cooperativas, nosarmazéns e Lojas do Povo, nas fábricas e machambas estatais. nos portos ecaminhos de ferro, nos ser-viços públicos--e nos ranspotei nat, escolas, nos bairros, nos htsp|Me' os prédios ecasasonde vivemos, nos recintos públicos, em todos os sectores da nossa vida e donosso trabaho o Povo deve exercer a vigilância popular. Não só a vigilânciapopular como -o, povo devoexercer efectivamente o poder popular. Por issosaudamos as acções' popti lares de vigilância.Exigência de cartão de vacina nos mercãdos, nos machimbombos, ias escolas.Devemosser vigilantes para com aqueles que querenf transportar as doenças.(aplausos)Há um regresso de certos vícios ... do tempo colonial.Queremes apelar à vigilância popular. h1á senhoras aqui que têm complexo doseu cabelo. Que importa que seja curto ou comprido, é cabelo. Que importa queseja enerapinhado, é cabelo, Cada um tem as suas características.Na Europa, na Ásia, na América Latina,«Os Conselhos de Produção devem implementar a linha do Partido Frelimo, fazê-la viver em cada trabalhador»TEMPO N. 448 - pág. 34-ý7

te it0una pate qo ndo ... cada continente tem as, suas cu4ltorísticas. Estamos aí aconstalar a existência do complexo de inferiorí dade. Escutem bem vocês, asmulheres, as Peninas, ouviram?: Os rapazes não vão gostar de vocês pordesfrisarem o tabelo.Há um grupo que anda aí, nã%ý,sei onde foi ,aprender. Cabelo desfrisado, énormal isso? Meus amigos, é normal isso? A sua filha em casa com cabelodesfrisado, a sua mulher em casa com cabelo desfrísado, o que é isse? E complexoisso. -E uma questão cultural. A quesião é mais profunda ainda. Hoje, terminouaqui,, ouviram? (aplausos) Não queremos cabelodesfrisado aqui na RepúblicaPopular de Moçambique.Queremos ser o que somos. O vosso cabelo é bonito, obedece a qualquerpenteado, porque é que andam a desfrisar? Encontrei uma negra, uma preta escuracom uma peruca loira. Acabou a peruca aqui, ouviram?Temos aí assistido também, e não sei quem são essas meninas ... Cosem saias tãocaras e rasgam-nas (aplausos). O que querem mostrail Outras usam calçasapertadinhas para mostrar os contornos ... (aplausos). Va.os para as escolas, éclaro que é inevitável a corrupção aí, não é verdade?_ O professor pode resistir?

Page 35: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Isso acaba hoje, não queremos ver essaý calças aperladinhas. Vestirdecentemente, correcto? (aplausos)Há jovens aí que andam sujos e de cabeleira: características de marginais,características de drogados. Podem ser seiva da Nação, esses? (Não). E onde,aprenderam, onde, é que foram buscar esses modelos? Pedimos mais uma vez quea vigiláncia popular os leve ao barbeirQ para rapar o cabelo todo. (aplausos)Por isso devemos, para esse trabalho reforçar a unidade dos trabalhadores e dasForçasde Defesa e Segurança. Devemos organizar mais e melhor a sua acçãoconjunta na detenção e captura dos agentes do imperialismo. São agentes esses,agentes morak., Osses que acabamos de enumerar. E uma infiltração; é umasubversão ideológica. É um desvio. O desvio começa desta maneira.Alguns perguntam, mas eu estava naEuropa, estava no país tal e também fazem isso, E depois? Esse país é a RepúblicaPopular de Moçambique? (Não). Deixem fazer; lã«Na Maragra, os trabalhadores inventaram e construiram uma mdquina paramelhorar a produção do, açúcar»nesses países, ýnão aqui. Por isso nós dizemos que o, inimigo. há,de quebrar osseus dentes venenosos cotitra a muralha de ferro do Povo organizado, conira avigilância popular, contra a justa violência revolucionária, contra ointernacionalismo militante do. nosso Povo.CONTINUAREMO$ A APOIARA LUTA NO ZIM8ABW.Temos que falar um pouco da Africa Austral, a quem estamo ligado. Falar -deste interncionaismoi consciente que o nosso Povo continua a praticar para como Povo.do Zimbabwe. Povo oprimido e explorado pelo colono inglês, lan. Smith,violentado nos seus mais justos e legítimos& direitos - a liberdade eindependência -, por esta farsa eleitoral a que assistimos. Por isso, deixou de sercamaleão branco para ýýer camaleão preto, mas não deixou de ser camaleão:continua camaleão,As chamadas eleições pretendiam enganar o Povo do Zímbabwe, mas este nã sedeixou iludir e contínuaia sua luta armada de liber< tação nacional.O Povo moçambicano continuará a apoiar a justa luta do Povo do Zimbabwe, lutadiri. gida pela Frente Patriótica, até à vitória final. A luta do Povo do Zimb4abweé a nossa luta. A vitórí, do Povo do Zimbabwe será a nossa vitória. Sem aindepajidência 'do Povo de Zímbabwe, nós também não leremos a realindependência.Este apoio estende-se aos Povos da Nam,bia e da Africa do Sul; dirigidos pela SWAPO e pelo ANC.JORNADA DE SOLIDARIEDADEO 1.° de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, significa jornada desolidariedade, traduz aý luta-comum dos trabalhadores de todo o mundo contra aexploração, alicerça o ideal dos trabalhadores que aspiram a viver em paz eprosperidade, significa que os pro4 blemas das classes trabalhadoras de um deter.minado país são sentidos e vividos profundamente pelas classes trabalhadoras dosoutros países, ccrno vimos aqui no desfile.

Page 36: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

E assim que, por todo o mundo, cresce a solidariedade militante das classestrabalhadoras. Sentimos esta solidariedade durante os duros anos da guerrapopular de libertação.Hoje continuamos a sentir essa mesma solidariedade, recebemos a simpafia e oapoio moral e material de trabalhadores do mundo inteiro.Também no próprio seio das classes tra. balhadoras moçambicanas se fortaleceeste elevado espírito de solidariedade. As cheias do Zambeze e as cheias de Gazaforam sentidas pelos trabalhadores em Maputo, Manicao Niassa, Nampula, emtodas as províncias de nosso País. A depressão «ngele» fi sentida pelostrabalhadores em Cabo Delgado, Gaza, Inhambane, Teta, Zambézia, .ofala, emtodas as nossas províncias.Quando uma provír,:ía é atingida p r iima calamidade natural, surge asolidariedade1 TEMPO N.' 448- pág. 35

entre cs trabalhadores, solidariedade que s9 traduz com o apoio às vítimas, emdinheiro, em roupas, em comida. Dn pouco que cada um dá, lorma-se a grandecodtr11!içao ce todos, o calor fraternal da solidariedade.A nossa unidade e a solidariedade internacionalista materializamr-e naconlribuição para o reforço -da capacidaoe defensiva do nosso País. Por issoarunciamos que, desde Julho de 1977 até agora, essa contribuição ascendeu a maisde 35 mil contos.Destacamos, pelo seu grande significaoo, a contribuição da OrganizaçãG daUnidade Africana (UOJAj, no valor de 16500 contos. Assumindo a dimensão danossa revoluçào, compreendendo as nossas dificuldades como se fossem suas,revelando o seu alto espírito internacionalista, cooperanles ,anzanianos,guineenses, chilenos, cubanos, coreanos. 'ingleses, porfugueses, suecos, b-,asiieirqs, italianos, participaram tanibémí no refofco da nossa capacidadedefeàive com uma contribuição de mais de 2 mil contos. (ap!auscs,Os países socilistas souberam conceder-nos o seu apoio moral e material de valorinestimável quando tornos atingido.s por calamidades naturais. ForneceInm-nosajuda militar para reforçarmos a' nossa capacidade defensiva.Através d6 FUndação deo AngolaComité e outras organiZações de amizade holandesas, também recebemos o calorda solidariedade de povo da Holanda.Nas suas contribuições para o reforço da capacidade defensiva, enviam-nosgéneros alimentícios, vestuário, calado, no vaor de mais de 3500 contos.Do Rovuma ao Maputo. as empresas, cooperativas, fábricas, n'achambasestalais, os trabalhadores da fu.ão pública, os ,.rabalhadores do ensino e da saúde,continuam a assumir o Banco de So!idariedade como fonte inspiradora da nossaunidadé e solidariedade, contribuindo voluntariamente e com elevado sentimentopatriótico e°i'ernaconaista, ei dinheiro e gneros alÍmentícios0uran1e o ano de 197&. as contribuições p ara o Ban.o de Solidariedade aingirammais de 130, mii contos. A provincia do Maputo foram concedidos 10 milcontos.,gual soma foi concedida a Provcsia 'de Cabo Delgado. Trezentosco1iosloram dejtínados à iocalidade

Page 37: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

de Chiúre, em Cabo Delgado. Aos fundos do tcmité Mundial Anti- Apartheid,cuntribuímos com cerca de 350 contos, nossa contribuição trimestral. k FRETIINdestinámos 2 mil contos. Está em estudo um vasto projecto de apoio esolidariedade a populações rocambícaías mais desfavorecida,. ' ':a u- de cerca de40 mil contos.Con:ribuir para este Banco significa !ortalecer a nossa unidade Gciona'SAUDAÇõESConstruir, o bem-estar, e a !elicidade dGs trabalhadores moçambicanos. dosnossos filhos, das novas gerações; é a tarefa que nos deixaram os nossos heróis,caídos na luta armada de libertação nacional,Ao darem as suas vidas no combate implacável contra o colonial-capitalismoportuguês e o imperialismo, eles deixaat-ms a pesada responsabilidade'ý dematerializar os ideais pelos quais caíram. Eles lutaram para que n.r nosso Pais seerguessem milhares de escolas. se contruissem centenas e centenas ce postosmédicos e hospitais; se edificassem casas que garantissem o bem-estar dos traba,lhadores; se erguessem fábricas, aldeias cotmunais; se liquidassem a fome, anudez, o analfabetismo, a doença.Os nossos Heróis deixaram-nos esta responsabilidade: construir em Moçambiqueo socialismo. E é isso que estamos aqui a fazer.O seu sacrifício jamais poderá apagar-se nas nossas memórias. O seu exemplo é ofarol que nos guia.Queremos saudar lodos aqueles trabalhadores q ue se engajaram dia e noite, àchuva e ao sol. com esnírito de sacrificio e abnp,gação, na construção doMonumento aos Heróis Moçambicanos.Saudamos com particular apreço os trabalhadores que reconstruíram os caminhosde ferro de Chicualacuala e a ponte de Messito.Saudamos os trabalhadores das Províncias ,de Gaza, Maputo, Tete, Manica eSofala, proví:inas mais agredidas em confrontação directa com o inimigo.(aplausos) Saudamos igualmente os heróicos trabalhadores dos depósitos decombustível da Munhava, na Beira. cuía determinação de combate foidecisiva para a eliminação da criminosa acçÇãQ do inimigo. (alausos)Saud,.amos os atletas, dsoaivas, os canmores, O osOeSerIVovem umanova vida, um novo desporto, uma nova cultura. A nossa cultura em resumo é osegredo da nossa personalidade. (aplausos)Saudamos os habitantes, a população, os trabalhado)es do Conselho Executivo dacidadp do Maputo, pelo grande esforço que têm feito de dia é de noite, 24 horaspor dia, paraque a nossa cidade seja limpa e bela.Saudamos os trabalhadores dos transportes. os que fazem dos seus aviões veículoque transporta a solidariedade entre os Povos. E aqui vieram e desfilaram. E porque é que vieram? Porque o l. de Maio .é o dia dos: Trabalhadores e nós sósabíamos que eles conduziam aviões, que também sabiam marchar não sabíamos.Portanto aprendemos dos nossos pilotos, hoje.Saudamos todos aqueles que oarticiparam na orandiosa Campanha de Vacinações.Saudamos Iodos aqueles que defendem o Poder Popular. Defender o PoderPopular, é defender as nossas conquistas; é consolidar as nossas vitórias; é criarcondições para o nosso mais rápido desenvolvimenlo; é exigência da nossa

Page 38: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

própria consciência como trabalhadores livres; é fortalecer o papel dirigente dsclasse operária e do seu aliado fundamental, o campesinato.Assim, queremos saudar as gloriosas Forças Pcpulares de Libertação deMoçambique, os nossos operários e camponeses fardados, -e todas as Fotças deDefesa e Segurança. A sua acção e crescente desenvolvimento são garantia de quea revolucão socialista no nosso Paýi se encontra solidameie defendida. (aplausosiSaudamos aqueles trabalhadores que pela sua dedicação ao trab3lho, pelo seuengajamento no aumentlo da produção e produtividade, pela sua elevadadisciplina, se tornaram exemplo do Homem Novo, do Herói Vivo, Saudamosfinalmente todos os traba!hadores moçambicanos do Rovuma ao Maputo.Viva o 1." de Maio, ,'Dia Internacional do Trabalhador!Viva a Frelimo, Partido da Aliança Operá. rio-CamponesalViva o Internacionalismo Proleláriol..Viva à Podei" PopWarlTEMP Y 440

O'PAPEUmA ,GA C TOLICA,,Publicamos a seguir a parte final do texto sobre «O Papel da Igreja Católica emMoçambique». que, por motivos de ordem técnica, não nos foi possível incluirintegralmente na nossa última edição. Esta parte trata especificamente das normaspara o funcionamento de certas actividades das igrejas.k0 FUNCIONAMENTO CIiTAS ACTIVIDADES SIQREJAA Igr'eja Católica em Moçambique foi, historicat aliada do colonialismo e dofascismo e coniU:-e, intrinsecamente, com toda a acção de doiçao sujeição,desculturização, opressão e mase (14o Povo. Ela esteve intimamente ligada àguer'lo de agressão para impedir a libertação do ' 'roambicano. Hoje aparece aolado das forçasque se opõem ao avanço da revolução, tenta gan-iar aquilo que o colonialismo e oimperialismG perderam no campo de batalha. Depois de ter assumido Q fascismo,depois de ter-se comprometido na agressão militar contra o Povo, a IgrejaCatólica em Moçamnbque tem vindo, desde a Iridependência. a combater asconquistas do nosso Povo a tornar-se o porta-voz da luta contra o socialismo.Porque não rompeu com a sua herança da Igreja Católica Portuguesa,comprometida com um Estado fascista, transporta consigo os vestígíos ,corrosivosde vasta e mal disfarçada ambição política, mantém a mentalidade medieval dasobreposição do poder espiritual ao poder temporal.Pensamos que, a Igreja deve libertar-se do seu passado para não continuar a serinstrumento deTEM PO N., 448- pág. .37EM i MOÇA.....I

subversão dos sai 4dsistas do colonialísrno., COmo instituiçãb na\ nossasociedade ela deve procàrar cooperar com o Estado que. a isso está. aberto. Amaioria esmagadora dos crentes,,é constituí Éi por trabalhadores que apoiam arevolução e o socialis mo, A lgreja em Moçambique deve-se identifícar a estes

Page 39: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

trabalhadores assumindo, assim; a face progressista e de libertação que pretende.Pa, Para clarificar e harnonizar o funcionamento de cprias actividades da Igrejaqueremos chamar a atenção sobre a necessidade de observar certas normasexistentes:A -ACTIVIDADE EDITORIALE IMPORTAÇÃO DE LIVROÇO Instituto Nacional do Livro e do Disco é a estrutura estatal 'ue coordena aactividade editorial dos autores individuais ou colectivos da RPM. Igualmente é oINLD que efectua a distribuição de livros e publicações e centraliza toda aimportação literária.Compete-lhe também receber originais ou cópias antes do seu envio àstipografias. pois só ele esta em condições de fazer cumprir as prioridadeseditoriais, de modo a que as matérias-primas sejam usadas racionalmente e acapacidade produtiva das tipografias não seja esforçada, devido à economia quese tem de fazer do parque de máquinas existentes.As crianças nas escolas necessitam de livros, necessitam de cadernos, necessitamde blocos. Os vários cuisos de formação de quadros necessitam de apoio emmaterial didáctico que Inclui broc huras e compêncios. Ostado definiu estas' questõescomo prioritárias, de ta modo que os seus vários sectores. incluindo osprprios Ministérios, sujeitam-se a esta realidade e é com o INLD que coordenamos träbalhos que pretendem executar.O Carceal Patriarca D. Gonçalves Cerejeira ao receber os padre , destacados paradar assistência religiosa aos jovens da org4nização fascista «MocidadePortuguesa»Portanto a Igreja e suas instituições devem, cumprir esta norma legal. A Igrejanão está à marge da legalidade. Po is, -deve: g. , roa) enviar ao Instlti ai edo Disco os o ais qcpi esti- i nadas à feitura de livros, bro ras e panfletos depropaganda, mesmo em ciclostilado como fazem todos os Ministérios todos ossectores de actividade do, País. Compete ao INLD publicar 'ou nao esses textos,,em função dos .seus: , próprios critér' .: ; b) distribuir esses livros ou pub icações,mesmo em ciclostílado através dos canaisexistentes que têm como.centro o INLD e como pontos de apoio as livrariaslegalmente estabelecidas. É assim que o fazem todos os Ministérios, todos osectores de actividade do País.c) importar livros, brochuras e outras publcações para a Igreja através do INLD, como fazem todos os sectores de actividadedo País, independentemente de o despacho desses volumes do lugar deorigem ter, sido oneroso ou gratuito...Essas publicações não deverão ser de natureza subversiva. A determinação daquota de importação, ou produção será fixada anualmente pelo sector doMinistério do Interior que regulamenta asactividades dos .cutos.

Page 40: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Procedendo assim, a Igreja Catlica evitará a presente actividade editorial e dedistribuição clandestina, a1iportação ilegal de livros e publicaçõe, e aeactuaidistribuição ilegal dos mesmos.B - DIREITOS DE 'ASSOCIAÇÃONa República Popular de Moçambique foram abolidas as associações baseadasem factores discriminatórios e divisionistas. No cumprimento da linha política daFrelimo e no disposto no artigo 27: da çonstituição, criaram-se organizaçõesdemocráticas de massas como a Organização da Mulher Moçambicana e aOrganização da Juventude Moçambi-' cana. Oujías organizações sociais estão emvas de estJuraçao.As organizações democráticas de massas e as organizações sociais aceitam comoseus membros moçambicanos de todas as origens étnicas, de todas as crençasreligiosas, independentemente do sexo ou profissão. Constituem instrumentospara a consolidação da unidade e das conquistas do ýPovo para o alargamentodessa unidade e acesso a iovas conquistas.Existem no seio da Igreja duplicações de todas esias organizações as quais sededicam, em última análise, a uma actividade divergente das organizaçõs,democráticas de massas e das organizaçõesTEMPO N.° 448 - p4g. 38

Umrý sorriso aberto para Arantes e Oliveira governador colonialistasociais. Essa duplicçao porque concorre para a divisão do Povo na base da crençareligiosa, díficulta a acção de unir e organizar o Povo do Rovuma ao Maputo.Podemos facilmente dividir a juventude e as mulheres e as crianças em centenasde organizaýões, sc cada agrupamento ou seita religiosa. quiser orgnízá-las nabase das crenças. Estas associações estão proibidas, as que se encontram emfuncionamento devem ser imediatamente dissolvidas, por serem contrárias asnormas em vigor.Igualmente não autorizamos associações, reuniões interconfissionais. Se diversasl,-,jas ou seitas se querem fundir que o façam, mas não o fazendo. não estãoautorizadas a promoverem reuniões ou assocíaçoes.-A experiência de unidade elogiada por D Alexa!ndre e D Januário quandovisitaram o campo de Tuduru na Tanzania. em 1975, resultam da nossacapacidade única em unir todos, para além das suas diferentes crenças origensetnias etc. A Igreja, que afirma defender a unidade, que até declara lutar pelaunidade. deveria apoiar este esforço que fazemos e não interpretar a unidade nemcomo uma arma contia a Igreja nem pretender criar uma frente unída contra oPovo, o Partido e o Estado. A unidade so é uma arma contra os inímigos do Povo.NORMAS PARA ACTIVIDADEDAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSASC-RECRUTAMENTO E FORMAÇÃO DE QUADROSO recrutamento de quadros para os seminarios ou outras instituições religiosasdedicadas à formação, de profissionais da Igreja e da Religião estaapenas depedente da consciência do candidato aceitar ou recusar esseengajamento. Todavia o candidato, como cidadão nacional, tem o dever deconciliar a sua vocação religiosa com outras obrigações estatais que lhe são

Page 41: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

impostas pela sociedade. Igualmente é dever -do Estado, e cremos isso tambémcorresponder a uma preocupação da Igreja, que a opção por uma vocaçãoreligiosa seja lúcida. Para salvaguarda# este aspecto o Estado impõe que a entradanos seminários só se pode fazer após o candidato ter completado 18 anos deidade. Para cumprimento do dever social, o Estado exige como a qualquer outrocidadão:a) Estar livre das obrigações militares;b) Ter fornecido o número de anos de trabalhoexigido, no caso de ter completado a 9."classe.As bolsas do estudo para o exterior do País devem estar em conformidade com osplanos defini-Os noçanbicanos traidores, aqueles que ajuc'aram a massacrar o PovQ foramcondecorados e abraçado coma bênção e palmas da Igrejados pelo Ministério da Educação e Cultura o qual estabelece as prioridadesnacionais na ulilizaç¢o dos poucos quadros existentes.D - ACÇÃO SOCIALA Igreja no passado procurou obter diversas formas de ajuda humanitáría paraapoiar o esforço de reconstrução nacional e neutralizar os efeitos das calamidadesnaturais de que temos sid.o vítimas. Esta é uma vocação louvável, de encorajar eprosseguir. Todavia, para que este esforço tenha o efeito desejado, importa queele seja coordenado e canalizado através das estruturas estatais que tendo umainformapão global podem, correctamente, defi. nir príorídades. A Igreja não deveutilizar a ajudaTEMPO N., 448-pág. 39

Uma Igreja ao servlçc da alienação da juventudc moçambicanahumanitária nem para dividir o Povo entre crentes e não crentes, nem paracorromper, seduzir ou fazer proselitismo.E- ACÇAO RELIGIOSA EM LOCAIS POBLICOSE FORA DOS LUGARES DE CULTOA Igreja tem toda a liberdade de nos locais de culto organizar as suas cerimónias,o ensaio da sua doutrina. Fora desses locais ela não tem o direito de organizar,actos de culto ou progelItismro. Por razões evidentes não é autorizada qualqueractividade religiosa ou instalação de locais ,de culto em unidades de produção.,centros de ensino, unidades militares, etc. As aldeias comunais, porque têm comobase uma unidade de produção,- estão abrangidas por esta disposição. As antigaszonas libertadas. voluntariamente desertadas pelas Igrejas. não estão abertas à suaacção fora dos.locais de culto. Ê autorizada, contudo. a assistência religiosa adoentes internados, desde que a pedido de.les, ou quando, incapacitados, a pedidode familiares directamente responsáveis. Esta acção deverá ser coordenada, caso acaso. com as autoridades administrativas do estabelecimento hospitalar, demaneira a não prejudicaro tratamento ou repouso necessário, quer do paciente emcausa, quer de outros doentes que junto dele eventualmente se encontrem.

Page 42: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Igualmente a celebração de serviços religiosos funerários nos cemitérios éautorrzada, desde que feita a pedido dos familiares directamente responsáveis enão contrarie qualquer disposição em contrário do defunto.F - ENTRADA E SAIDA DE RELIGIOSOS DO PAISA entrada e saí TEMPO N.' 448-pág. 40da do Pais de pessoal religIosode nacionalidade moçambicana é feita segundo as normas vigentes para todos oscidadãos. Chama-se a atenção que a ida a um pais com que a Repúblici Popular deMoçambique não mantém relacões-,, 1plomáticas, necessita de autorizaçãoprévia, a ser requerida às estruturas competentes.Os estrangeiros que pretendam wr a Moçambi. qqe, devidamente enquadradospela Igreja local e com a missão de prestarem serviço no campo religioso, devemsujeitar-se às normas definidas pelo Ministério do Plano e Miniíst,ério do Interiorpara a vinda e residêncía de estrangeirQs, com objectivo de prestar serviço dentrodo território moçambicano.C-CONSTRUÇÃO DE LOCAIS DE CULTOÉ autorizada a construção de novos locais de culto quando necesýários desde quesatisfeitas as regras administrativas próprias da construção civil Em todo o casosão de considerar as dificuldades graves que a construção civil atravessa, asprioridades no abastecimento em cimento ~e ferro para edificação de centros desaúde, educação e pro1ução. Por isso convinha que a Igreja se abstivesse, nostempos mais próximos, de novas Instalações. tanto mais que herdou docolonialismo uma exce. lente rede de locais de culto, que porventura estará atécom dificuldades de administrar e utilizar,Queremos a este nível informar: (nível dolocais de culto)1 - Que todos os locais de culto exlsenltes e seu recheio são considerados património nacional porque resultaram dossacrificios do nosso Povo. Nessas circunstâncias os bens, o recheio, etc... nãopodem ser vendidos, alenados, doados. objecto de qualquer tran.sacção. As Igrejas é confiada amisso de preservar, manter e administrarcorrectamente esse património.2 -Certos locais de culto, pelo signifloadoque assumem na HIstória do nosso Povo, serão declarados monumentos nacionaise por consequência abrangidos pelas regras e determinações que visam proteger epreservar essa capital histórico para as geracões vIndouras.-obre esta materýa o Estado promulgou legIstação adequada,Desde este momeno o Serviço dos Cultos ao nível Central funcionando noMinistério do Interior e ao nível local nos Governos Provinciais, constitui o canalpara a apresentação de todos os problemas das Igrejas e seitas em Moçambique,sejam eles pedidos de entrada e saída de estrangeiros, autorizações de constiuç¢o,importação. publicação, etc.1

RODESIA:QUE PERSPECTIVAS?Há três anos as perspectivas políticas de implantaçao de um governo

Page 43: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

neocolonial na Rodésia eram francamente pequenas. Hoje, consumada a farsaeleitoral, projectado um bispo pare a arena do poder, essas perspectivasaumentaram sensivelmente. HÁ três anos, o regime de Salisbúria, enfrentava umasituação, para a qual não estava devidamente preparado.Hoje, após três anos, o imperialismo conseguiu ganhar o tempo suficiente parajogar de maneira diferente, «recijperou» as figuras necessárias da burguesianacional e prepara-se para tentar que esses ganhos políticos se traduzam noterreno militar, neutraliz.ndo a acção da Frente Patrióticae a consequência dos Estados da Linho da Frente.No seu mais recente discurso, o Presidente Samora Machel, referindo-se àedificação do Socialismo na nossa Pátria, salientou que ele não era possível numdia, do mesmo modo que uma. casa se não constrói numa tarde.Este pragmatismo dimensiona-se na perspectiva de uma guerra popularprolongada - guerra militar, guerra económica guerra da alicerção das basesmateriais para a construção do Socialismo, que envolve todo o subsistema daAfrica Austral.Do mesmo modo, a alternativa do Povo zimbabweano está enraizadanuma guerra popular prolongada. Não é possível conquistar a independência doterritório de um dia para o outro. A luta armada de libertação nacional entra agoranuma fase mais complexa, na qual a unidade da Frente Patriótica e à coerência daComunidade Internacional e das organizaçõesprogressistas de todo o mundo são dois dos factores da vitória.Muzorewa e Sitho le: Um caminho comum cuja meta é a traição ao povo doZimbabwe. Agora que as «elei ções» foram favo. ráveis a Muzorewa Sithole dizter havido fraude. Quem vai decidir o «conflito» é o próprzoSmíth-As contradiçes evidenciadas por dois dos signatários do acordo interno -Muzorewa e Sithole permitem estabelecer de.uma forma mais precisa a realidadeda farsa eleitoral. Permite,, por exemplo, compreender que para o imperialismo,Abel Muzorewa é a garantia efectiva do modelo neocolonialista para a Rodésia,enquanto representante da forte burguesia nacional zimbabweana..Assim, acrescido ao facto de se saber quais os métodos coercivos empregues para'conseguir a alta taxa de vontades apresentada pelo regime de Salisbúrià (a fomecomo arma de guerra nas Tribal Trust Lands, os postos móveis de voto, os patrõesconduzindo os seu.; empregados em camiões para votarem e ainda as fraudes deTEMPO Nf 448- IMi l1 \,

áreas com mais de 100 por cento de votos registados num sistema que nãoregistou previamente os «eleitores») pode-se estabelecer que houve, outracoerção. Os votantes não, foram totalmente encaminhados para uma «escolha» dasua eleição, foram conduzidos a votar no bispo. O exército privado deste,constituiu aliás um factor de peso...Porquê, então, Abel 'Muzorewa e não Ndabaningi Sithole ou Chirau ou Ndiweni?n evidente que estes dois últimos, na sua qualidade de chefes tribais não poderiam

Page 44: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

nunca competir com o prestígio de um bispo que se quer político de eleição daburguesia nacional compreendida no seu todo.Mas, para além deste factor, um outro é de peso. A escolha do modele dedesenvolvimento económico anunciada por Muzorewa e a demonstração do seu«realismo político», levam o imperialismo, representado essencialmente pelosEstados Unidos e Grã-Bretanha, a escolhê-lo como o interlocutor desejado no seioda burguesia zimba' bweana.Recorde-se que Abel Muzorewa, indagado sobre o futuro da Rodésia. afirmouque, fazer prova de sensatez política, era escolher uma via semelhante à doMalawi, mantendo estreitos laços económicos com a Ãfrica do Sul. (!) Esta afirmação, de Muzorewa não é apenas uma opção situada no plano 'dodesenvolvimento económico - deve ser entendida também como uma opçãoideológica. Muzorewa lew às últimas consequências a sua traição e declara a suaintenção de nada fqzer para libertar a Rodésia dos vínculos de dependênciarelativamente à África do Sul. A autêntica declaração de guerra à FrentePatriótica, finda a farsa eleitoral, é disso uma prova eloquente.Desta forma, os «resultados» apresentados por Salisbúria em nada espantam umobservador atento, à excepção talvez do facto de Chirau não ter obtidorepresentação parlamentar e consequentemente nenhuma pasta ministerial. Quant. ros, Muzorewa ob-O ex-pregidente norte-americano John Ford com Smith e Sithole: O imperialismodá cobertura àl farsa eleitoralteve 51 lugares e 10 pastas, Sithodle 1,2 e duas pastas e. Ndiweni' 9 lugares e umministério, o que totaliza os 72 lugares do chamado parlamento e as 13 pastasministeri ais reservadas aos negros. Porque Smith, como se sabe, tinha à parti da28 lugares garantidos e 5 ministérios, entre os quais :os que asseguram o exercícioefectivo do po der como sejam, a Defesa, a Administração Interna e a Justiça.Muzorewa: A alternativa do colonialismo clássico para a africanização doconflito no Zimbabwe1«CONTRADIÇõES ENTREFANTOCHES»Destes resultados derivam as «contradições» entre Muzorewa e um Sitholerelegado para um plano mais do que secundário. A aliança entre os traidoreszimbabvweanos mostra a sua natureza verdadeira, na manhã seguinte à farsaeleitoral. Sithole denuncia a «manipulação das eleições» por parte dos adeptos deMuzorewa, declara as eleiçõeýs fraudulentas e manifesta os seus propósitos denão reclamar os assentos parlamentares e as pastas ministeriais que lhe foramatribuídas. Mais: Re- clama a nomeação de uma comissao encarregada deaveriguar as irregularidades que apontou.Como se compreende que Síthole denuncie a estrutura de um acto eleitoral queele próprio ajudou a montar? Fundamentalmente pelo factc da aliança entre ossignatários negros do chamado acordo interno ser uma aliança para a conquista dopoder, compreendida na sua forma de satisfação de um complexo de mando. Êassim que, relegado para um papel secundá-' rio que não previa, Sithole abre umabrecha num espectáculo des-

Page 45: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

TEMPO N. 448 - pg. 42-"

Robert Mugabe e Joshua Nkomo. A Frente Patriótica denunciou a farsa eleitoraltirado a ser apresentado sem mácuías. A capacidade de recuperação do regime deSalisbúria é, no entanto, grande. A necessidade de apresentar ao exterior umaimagem democratizante leva imediatamente Smith a indicar uma comissão pararesolver as contradições surgidas.AS ESPERANÇAS DO OCIDENTEPara o Ocidente, é fundamental a projecção da burguesia nacional zimbabweana,apresentá-la como a facção moderada e dialogante, na medida em que é este ogrupo que vai assegurar a defesa dos seus interesses de classe e manter intactos osvínculos necessários à própria sobrevivência do regime sul-africano.Os «observadores» enviados para a Rodésia tinham uma missão específica -reportar para o exterior uma imagem das eleições capaz de servir aos padrõesociden tais de democracia. Assim, o Presidente dos EUA, James Carter,considerou, volvidos escassos dias após as eleições, que estas constituiam «umpasso na boa direcção», ou seja, que os Estados Unidos estavam dispostos areconhecer eventualmente a validade das eleições.O papel de Carter, para além dos motivos económicos e estratégicos já focados,enquadra-se numa redefinição ideológica do pa. pel dos EUA no mundo, tentativade expurgar a imagem do intervencionismo norte-americano directo. É, aliás, estaa diferença fundamental entre o executivo do actual Presidente norte-americano eo dos seus predecessores, Nixon e Johnson. Entre Brezezinski e Kis singer, um, orescaldo tardio da guerra fria, o outro, a imagemdo, EUA - policia da «humanidade livre».Se os Estados Unidos usam de uma certa prudência relativamente ao executivo deSmith/Muzorewa, já os britânicos são mais directos, particularmente agora que oGoverno Conservador tomou o poder. A dirigente conservadora, MargaretThatcher, mostrou claramente a sua filiação ideológica na campanha eleitoralbritânica e manifestou a intenção do seu Governo reconhecer o regime deSalisbúria e proceder ao levantameiito das sanções económicas. Neste capítulo, osnorte-americanos usaram de uma diplomacia mais subtil, declarando, através doseu embaixador nas Nações Unidas AndreW Young que as «eleições» levadas acabü por Salisbúria eram um ponto de partida para a realização de novas eleiçõegsupervisadas internacionalmente. A posição das três potências ocidentais - Grã-]3retanha, EUA e França - no Conselho de Segurança, ao absterem-se na votaçãoda proposta dó grupo africano e dos países Não-Alinhados de se declararem nulose mproce-k-TO . 448-06., 43Robert Mugabe nas zonas libertadas do Zimbabwe

dentes os resultados eleitorais, é uma prova eloquente das suas intenções.AGUDIZAÇAO DA LUTA DECLASSESApoiados pelas potências ocidentais e por uma África do Sul que vai agora alegarrelações entre Estados para justificar uma intervenção militar mais directa e

Page 46: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

massiva, os rodesianos de Smith/ /Muzorewa tentarão sacudir as pressõesinternacionais das organizações mundiais progressistas e dos Estados da Linha daFrente e as pressões internas da Frente Patriótica no *campo de batalha.Os dirigentes nacionalistas zimbabweanos, Mugabe e Nkomo, manifestaramabertamente o s seus propósitos de intensificarem a luta armada, recorrendoinclusive a material de guerra sofistica-do. Para o executivo de Salisbüria, quedeclarou, através de Muzorewa, a sua hostilidade aos guerrilheiros nacionalistas,existe uma outra alternativa que já começou a ser jogada. Os dirigentes rodesianosacenaram com uma campanha de propaganda dirigida aos guerrilheiros daFrente Patriótica no sentido de se terminarem as hostilidades e para que os «filhospródigos» regressem ao seio da família zimbabweana. Esta campanha insidiosatem os seus perigos, porquanto o que se pretende é exactamente apresenta-, os«terroristas recuperados,> ao mundo e provando deste modo e com os resultadoseleitorais divulados a legitimidade do governo constituído. Mugabe e Nkomoseriam então relegados para o plano dos irredutíveis incapazes de ouvii a voz: darazão. A coerência do apoio dos Estados da Linha da .Frente seria encarada comoo extremismo perigoso, particularmente no caso das Repúblicas Popularesexistentes. A República Popular de Moçambique, nesta conformidade, passará aser o principal alvo das pressões do imperialismo no sentido de abrir as fronteirasque encerrou com a colónia britânica em Março de 1976.A luta de classes que se trava e se . ente noA resposta essenrial às manobras neocolonialistas reside na intensitficação da lutaarmadaZimbabwe é, portanto, transportada para o exterior dimensionando-se numaperspectiva mais vasta em que os países africanos com regimes populares passama ser os alvos correlatoà do confronto.A alternativa dos guerrilheiros zimbabweanos não passa por uma conquista rápidado poder. No Zimbabwe, a guerra vai adquirir, cada vez mais, características deuma guerra popular prolongàda, com meandros que a nossa experiência particularnão conhece. Em Moçambique, .a altura em que se dá a ruptura do sistemacolonial português, a existência de um. burguesia nji~I n -ýVa suficientemente forte e representativa para que as tentativas neoéoloniaissurtissem efeito.No Zimbabwe, as condições são diferentes. Essa burguesia nacional forte existe 'eé ela o interlo, cutoi do imperialismo, que não pode admitir a ameaça do centro dosubsistemã da África Austral- a África do Sul. Por isso, no Zimbabwe, mais do que uma. luta pel libertaçãonacional, trava-se uma luta entre as aspirações populares e os interesses doimperialismo, entre as massas africanas exploradas e o Capital.1 Qoh,àd,~.TEMPO N. 448- pág. 44.4-. ~.,

Para se compreender a situação da mulher em Madagáscar é preciso colocá-la nocontexto de um país colonizado durante 65 anos e submetido à influência de

Page 47: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

várias religiões (católica, protestante, muçulmana e outras) que reforçaram astradições -da dominação da mulher pelo homem.Antes do período colonial, a mulher malgaxe mantinha um certograu departicipação na vida política. Madagáscar é conhecido como. «O País dasRainhas». Com efeito, no início do século 19, :várias rainhas se sucederam notrono, apesar do Poder pertencer de facto ao 1.2 ministro por elás escolhido.O caso mais curioso é o de Raintvoninahitriniony que além de 1.0 ministro ecomandante-em-chefe dos exércitos reais durante mais de 30 anosdfora suce-sivamente esposo das 3 últimas rainhas malgaxes,.Durante a colonização, todos os malgaxes, homens e mulheres,posta pelo imperialismo francês. No entanto, devido a razõeý económicasevidentes, a inferioridade da mulher em relação ao homente ,foi reforçada ao nívelda instrução. e formação profissioFrori.Os reflexos desta situação são claramente medido. nos números estatísticosrecentes (1973), ondpodemos ler que apenas 46 " da população femininafrequenta a escola primária, 43% frequenta o ensino secundário e 29'/ o ensinosuperior. No cnsino técnico e profissional, só encontramos. 7% de elementos dosexo feminino que são, quase que exclusivamnte, formados para actividadestradicionalmente tidas como «paraO regime neocolonial de Tsiranana que de 1960 a 1972 .stevno poder nada fezpara modificar esta situação. Ante- pelo contrário, um decreto por ele assinado em1962 afirmava: «o marido é o chefe da família; a mulher só o assiste paraassegurar a direcção moral e material da família e para criar as crianças». O únicopapel reservado às mulheres era o de ter filhos. Caso a união entre um casal fosseestéril, o homem tinha legalmente o direito d-- expUlsá-la do lar, pois aesterilidade era considerada apenas possível na mulher.A «Carta da Revolução Socialista» adoptada em 1975, ao definir a mulher como«ur dos pilares da Revolução», visa fazer-lhe tomar consciência do papel que eladeve ter na sociedade como mulher, cidadã e educadora. A Carta da Revoluçãoencora-TEMPO N.° 448 - pág -

organizarem-se no seio das organizações femininhs progressistas, para que «asmulheres possam percebe: que a sua situação é o resultaOýýe ýrio-,ý ,a tossituação econÓmica, política e social - que prevalece em determinada época».Essas disposições da Carta da Revolução socialista suscitam al guns problemas,originados pelo peso da tradi'So pela situaçã ý económica he. J . colonização.Concretamente, os homens têm dificuldades em aceitar igualdade ou asresponsabilidades superiores da mulher. Uma mulher malgaxe afirma que «oshomens em geral, não aceitam que uma mulher p. sa pq pi par cnrnele.s. ter 28sma ep7a~~eA Revolução malgaxe integra a mulher nas actividaaes políticas, sociais eeconómicas do pais )íara obter a sualibertação do meio tradicionalUma mulher rnalgaxe

Page 48: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

.1No plano económico, as mulheres, dado a sua falta de formação profissional, sãoas m::ais afectadas pelo desemprego,Assim, os objectivos prioritários da luta das mulheres malgaxes neste momento,são: a obtenção de empregos e o acesso às escolas,As organizações femininas têm muita adesão em todo o pais e têm conseguidomobilizar, com sucessos, as mulheres malgaxes. ,Elas militam, pelos seus direitos,nas organizações políticas, nos sindicatos e nas organizações de massas. Hoje,muitas mulheres ocupam cargos de responsabilidade e as mulheres malgaxes sãorepresentadas no Conselho Executivo da Federação Democrática Internacionaldas Mulheres.Ao mesmo tempo, foi criado em Madagáscar junto ao Governo, uma Comissãopermanente para a defesa dos direitos da mulher e da criança.Notamos que no quadro do Ano Internaeional da Criança, as mulheres têmdesenvolvido múltiplas actividade- Pm benefício das crianças. Assim, 1979'será oano da abertura do Palácio dos Pioneiros em Antananarivo, onde as criançasmalgáxes, de todo o pais, paralelamente a uma série de actividades culturais,recreativas, e educativas em geral, poderão iniciar a sua formação ideológica.As mulheres malgaxes reconhecem que ainda têm muito por fazer para que olugar que devem ocupar no seio da sociedade lhes seja reconhecido. Mas, têm acerteza que isto será feito ao mesmo tempo que desaparecerão os últimosvestígios sociais do colonialismo e neocolonialismo.Estão convictas que a luta das mulheres é inseparável da luta da sociedade para selibertar da exploração e vencer as- várias formas que assume o imperialis:no.Compilado e adapiadopor Pedro Pimenta

inda é um pequena ilhá, no noroeste européü exadao lado da Grã-Bretanha. iaextensão de 84 000 quiý quadrados e o seu índice onal ronda os 4rnilhões lehabitantes.3tituída ria sua maior parm terreno rochoso e mon embora de altitude moo quenão lhe reserva um lugar de destaque no ýárío europeu.,A única ci-tdo sul ecentro,Dúblin que constitui também o principal mercado na ilha, é a capital da Repúblicada Irlanda a parte independente da ilha que se estende sobre 21 dos 27 estados detoda a ilha. Belfast a mais importante cidade do norteindustrializado é a capitaldos seis estados ainda sob domínio colonial britânico, e vulgarmente denominadade Irlanda do Norte. A maior parte das exportações da ilha são destinadas à Grã-Bretanha que é também o seu principal fornecedor.A ilha da Irlanda foi invadida no século IV antes da nossa era pelos Celtas«Gaels», que se haviam já instalado na Bretanha península do extremo ocidentalda França actual. Os «GaeIs» constituem um Povo culturalmente bastantediferente daquele que invade a Grã-Bretanha vizinha na mesma altura. No incioda nossa era dominam a Irlanda cinco reinos «Gaels»: Ulster,. Munster,Connacht, North Leinster, e South Leinster. No início do século V da nossa era, adi-

Page 49: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

,?TEMPO N. 448-pág. 47AIlý situada tamentE Tem un lómetro populac é meioÉ con te por U tanhoso derada, portànt meio ag

nastia Connacht domina os cinco reinos da ilha, unificando assim a Irlanda. Porvolta do ano 461 o Povo da Irlanda é convertido ao cristianismo pelo bispobritânico St. Patrick.Nos finais do século VIII os noruegueses invadiram o país, e a sua dominaçãoestá prestes a estender-se a toda q ilha quando são batidos pelos guerrilheiros doirlandês Brian Boru em Clontarf.Em 1175 o rei, de Inglaterra Henry II lançou as suas tropas sobre a Irlanda,transformando a partir daí toda a ilha numa simples colónia britânica.-A dinastia britânica dos «Tudors», passa a concretizar a dominação da Irlandaatravés de uma política de co1 o nização denominada de «plantation» e que seconstituía na divisão e entrega das terras irlandesas a puros ingleses.A partir dessa altura o Povo irlandês soube organizar e lançarUm carro blindado bri. tânico em Belfast, uma imagem da vida de to dos os diasdaqueM c. dade. Que medidas to. mará o novo governo conservador britnicocontra o oovo irlandês?um movimento de resistência nacional que se alastrou a todo o País.Marcam os aspectos mais activos da resistência, as revoltas de 1569-1573/1579-1583 no estado de Munster e a de 1594-1603 no Ulster.Perante tais revoltas populares, os colonialistas britânicos lançam uma onda deferoz repressão no país, que culmina paralelamente ao majestoso aumento depoder dos colonos britânicos na ilha, com uma grave onda de fome que decorreentre os anos 1846-1848. Nessa altura 750 senhores britânicos na Irlanda possuemmais do que a metade de toda a ilha.As sociedades secretas irlandesas «Fenians» formadas a partir de 1858, marcam oinício-do movimento de libertação organizado. Da acção mobilizadora dosFenians surge a revolta popular da Páscoa de 1916 que obriga os britânicos aconvocar um referen-1EMIý'C N (

E-mbaixadi' da Grã-Bretanha em Dúblin capital da Irlanda na noite de 2 deFevereiro de 1972 como,,resultado de acções de 20000monifestantes naquela cidadeA rcsposta britnica à guerrilha urbana no Ulster irlandês. Tropas britâ.nicas barricando-se naq ruas de Belfastdo por eleições gerais, para saber se o Povo irlandês já não queria ou aindapretendia aceitar o domínio britânico.A vitória do referendo em 1918 coube como seria evidente ao partidonacionalista irlandês «Sin-Fein», que preconiza a independência total da Irlanda.O governo britânico não reconhece então a validade das eleições e porconsequência a independência da Irlanda, mas depois de dois anos de guerrilhageneralizada 1919-1921 é obrigado a aceitar a validade do referendo e lançar umamanobra de divisão. A 21 es tados seria dada a independência entregando-se o

Page 50: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Poder ao Sin-Fein, enquanto os seis estados mais industrializados na zona doUlster continuariam sob domínio britânico.A partir dessa altura o «Sin-FEin» que, em «Gaelic» língua originária irlandesa,significa «nós por nós mesmos» divide-se emduas partes: o «Sin-Fein The Wor kers Party» (Sin-Fein Partido dos.Trabalhadores) que toma Q poder sobre os 21 estados a que se dá a independênciae institucionaliza a República da Irlanda, enquanto o «Provisional-Sin Fein» vaiorganizar o braço armado do Povo irlandês, o IRA,-Exército Revolucionário Irlandês. A partir dessa altura o IRA passa adesencadear luta armada prolongada com vista à libertação total do país e àexpulsão do domínio britânico sobre o Ulster.Para tentar ocultar a clara situação colonial que o seu país mantém em i elação àIrlanda, os ingleses no poder têm tentado a todo o custo apresentar as acções doIRA como sendo acções de um fanático grupo de religiosos católicos (porque osirlandeses são na sua maioria católicos ao contrário dos ingleses que sáprotestantes) contra os seus pou cos compatriotas protestantes.~A1ICalhai GouícaLng líder máximo do IRA quondo era preso pela Scotland Yardem Fevereiro de 1972TEMPO N., 44S-nr

Mas o Povo irlandês conhece bem as causas da Luta do IRA, que é aliás a suaprópria luta, a luta de um Povo que já combate há mais de 8 séculos pela suaprópria independência.,0 IRtA organizou a luta armada em duas frentes; a frente rural que obtém o seuapoio no campo e se dissimula entre os camponeses irlandeses dos estados doUister e estados vizinhos -da República da Irlanda desencadeandoa mobilização política para a luta anticolonial, e a frente uwbana quedesencadeando a guerrilha urbana não só em Belfast (a capital) e outras cidadesdo Ulster, como mesmo nas grandes cidades' inglesas entre as quais a própriaLondres, com vista a desestabilizar a segurança política da metrópolecolonizadora.Em 1969, uma forte onda de acções do IRA põe em perigo .a segurança dossenhores coloniais.1no Ulster irlandês. Co posta os ingleses no podi ram para a Irlanda do merososcontingentes enquadrados por um sei pecial da «Scotland Yaro cia secreta inglesa,com tivo de aniquilar e des completo a resistência irlandês e o seu braçoo IRA.Hoje em dia, a Scotia inglesa e os seus contingi litares actuam não só nireprimindo o Povo irlai aí reclama a sua Indepd como mesmo no interio públicaIrlandesa contro, das as saídas e entrad país que por ýuma óbvia colonial ainda seprocess vés da metrópole coloi como mesmo toda a oc dência para e da Repúblilanda que passe pela Gý nha e que não é poucaTudo isto contribuíu isolamento da direcçáo e uma relativa desm certos sectores1apoiavam activamente o revolucionário. Porém, o foi aniquilado, e pelo coÊ uma

Page 51: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

situação de crise su situação de ressurgimen benta num alastramento rilha urbana,driando-se situação de ínstabílidad e mesmo militar para a colonialista no UIster emeça agora, com as ult ções, a tornar-se critica.Tudo leva a; crer, que, «Conservadores» tomadoi itWeffis ainda em Londr4 ticasmedidas» sejam por este' governo radica reita sobre a questão'.dq Se issoacontecer as p, vas podem ser inespérávE altura em que o IRA j contra temperadopela e cia de 1969.stes zrlandeses dizem: «Tirem esses honiéns arm;ados da Trlanda»e <A Irlanda sem liberdade ninca viverá em paz»no resr envialorte nunilita-c3 viço esa ,poliobjecruir po1 lo Povo¡armado,1d Yard ntes miý Ulster, Idês que ndência, 'da Rendo toýs deste Situação :imtraizadora, rrespon,a da Irã-Bret a-)ara uni dolIRIRA não trári, a-de uma o qu4ere :a guer~na nova política íotência que comas acendo os o poder s«drásornadas de di,Ulster. rspectilS numa pse en,perién-José Baptst1.

NOVAS FORCAS SINDICAIS NOS lUAEstados . Unido;,Onde os estátuas falím de líberdade e ode direito<ý cívicosA história da luta dos trabalhadores para organizar sindicatos nos E.U.A. estáperpassada, de violência, militância e frequentemente. de heroismo. -Através doséculo XIX e inícios do século XX, os' impiedosos magnates - que eram tambémautênticos ladrões- das indústrias petrolífera, siderúrgica, automóvel e mineira, tal como outras,combatiam todos os esforços de sindicalização, por meio de exércitos privados demercenários, metralhadoras, listas negras e a utilização do aparelho de Estado,para deter e aprisionar os líderes da classe trabalhadora. Em mais nenhuma outragrande nação capitalista houve tantos mortos nas lutas laborais. Poucos outroslocais houve em que os trabalhadores tivessem mostrado tanta solidariedade,imaginação e coragem nos seus esforços para se organizarem. Os operáriosamericanos ocuparam fábricas, organizaram contra-milícias para proteger os seuslares e comunidades e por vezes em-preenderam gigantescas greves gerais e boicotes q nível nacional, pelo simplesdireito de organizar um sindicato.Mas apesar de todo o heroismo e espírito belicoso dos trabalhadores, omovimento operário dos E.U.A. foi gradualmente absorvido pela estrutura docapitalismo moderno. Depois da Segunda Guerra, Mundial, no contexto dum«bolo», económico em rápida expansão, alguns sectores importantes da liderançalaboral vieram a adoptar a perspectiva de Samuel Gompers, arquitecto dosindicalismo pró-capitalisa do século vinte. Quando um repórter perguntou uma

Page 52: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

vez a Gompers o que é que os operários desejavam, ele respondeu simplesmente:«um pouco mais da mesma coisa». Prosseguindo na mesma tradição limitada eegoísta, George Meany, dirigente da mais importante federação laboral (a AFL-CIO), há mais de três décadas, gabou-se uma vez de nunca ter marchado numpiquete de greve. Quandoalguém lhe perguntou, há vários anosatrás, o que pensava doeleva ,do número detrabalhadoresý que' ainda não se encontravam sindicalizados (mais de 3/4 'daforça 'de trabalho), Meany replicou: «~Para. mim isso não tem qualquersignificado." A maior parte, dos líderes laborais americanos apoiaram a guerra deagressão d o Vietname. MuItos tinham estreitas relações com as agências deespionagem--dos E-. U. A. e auxiliaram na supressão reaccionária de movimentosradicais de trabalhadores em muitas partes do mundo.Na década de 70, contudo, combinaram-se vários factores para provocaralterações: em largas partes do movimento laboral. Trabalhadores mais jove nsque tinham participado nas lutas pelos direitos civis, 'contra a guerra e pelalibertação da mulher nos anos 60, reintroduziram um espírito de idealismro emilitància na base dos sindicatos. Trabalhadores agrários migratórios, auxiliaresda in-TEMPO N«' 448-Pág. 61

dústria têxtil 'e funcionários do sexo feminino, começaram a organizar-se emsectores não organizados da mão-de-obra. E as dificuldades económicas a longoprazo do capitalismo norte-americano resultaram numa mudança na estratégia dogrande negócio. Executivos das Corporações, mesmo em indústrias onde ossindicatos existem há dezenas de anos, já não procuram «comprar» os seustrabalhadores e dirigentes sindicais. Em vez disso, ingressaram numa ofensivadesesperada. Mudam as ýsuas fábricas para zonas da nação onde não hãsindicatos ou mesmo para fora do país, num esforço para destruir os sindicatos.Procuram destruir as protecções legais que os trabalhadores obtiveram ou então osseus direitos a organizarem-se. E tentam recuperar regalias que os trabalhadorespensavam serem seguros como salários. medidas de segurança, tempo de fériasoóu outros 'direitos.Um resultado importante foi a demissão de Douglas Fraser, pre-sidente do imenso sindicato dos Trabalhadores Unidos da Indústria Automóvel(United Auto-Workers - UAW) do *-Grupo de Administração Laborat,»,Organização de alto nível, no Verão passado. Fraser declarou que não se sentariamais à mesma mesa quJe os seus inimigos de classe que tinham declarado guerraàs pessoas que ele representava. Desde que pediu a demissão, Fraser reuniu umacoligação de organizações sindicais, de direitos civis, de. mulheres, de bairros eoutras, que se intitula «Aliança Progressista». A Aliança Progressista tem vindo alutar contra os cortes feitos pelo Presidente Carter nosserviços sociais e outras medidas.Outra evolução muito importante foi o aparecimento de William Winpisinger,novo presidente da Associação Internacional de Maquinistas, que conta com ummilhão de membros, como líder ,radical socialista da ala esquerda dos sindicatosamericanos.

Page 53: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Winpisinger, conhecido entre os amigos como «Wimpy», é originário da classetrabalhadora. O seu pai era tipógrafo no «Plain Dealer» de Cleveland, um jornalda zona centro-ocidental dos EUA. Winpisinger nunca terminou o liceu, tendodesistido depois do terceiro ano para lutar contra osUM2 novo1 movimento reivindicativo es.tó a surgir nos Estados, UnidosTEMPO N.' 448.-pãg. 52

te a concwzir o si[1uiuaiu e mniuvas direcções. Embora osMqi nistas teríhammais membros entre as indústrias militares (mais de 100 000) do que qualqueroutro sindicato, Wimpísnger tornou-se um advogadode clarado dodesanuviamento, da edução nos gastos militares e do corte das vendas de armaspelos E. U. A. por esse mundo fora. Por vezes as suas posições criam-lheproblemas com os membros do set pró-I -, W Durante muito temvo os líderes sindícais oranm servidores do sistema.prio sindicato dentro dessas indústrias,, e que receiam pelos seus postos detrabalho. Mas a sua habilidade em comunicar com as bases tem conseguidosuperar tais dificuldades. Por exemplo, quando a administração duma gigantescacompanhia de construção aérea chamou os membros locais do sindicato para sequeixar do facto de o seu presidente se ter oposto à venda de bombardeiros a umanação reaccionária, Winpisinger dirigiu-se imediatamente de avião para o localpara ajudar ele próprio o sindicato local. Explicou a sua posição, ganhou o apoiodos trabalhadores e tomou parte na coluna de protesto numa greve contra acompanhia.Assim que assumiu as suas funções, Wirnpisinger apelou para a demissão do líderda AFL-CIO, George Meany. Argumentou que Meany tinha perdido o contactocom as bases mais jovens e que presidira ao declínio do sindicalismo (narealidade, perante o ataque das corporações, os sindicatos perderam 500 000membros desde 1975). Anunciou que ia formar um «bloco esquerdista» noconselho executivo da AFL-CIO, composto de 35 membros, o qual lutaria pelaorganiz ão dçs, não organizados, por u mificação social básica e por u oposiçãoao domínio dos E.U.A. no -àitramar.Winpislger é também um socia-lista que exige a nacionalização de todas as mais importantes corporações norte -americanas. É membro, e agora vice-presidente, dum novo grupo socialista nosE.U.A., -o Comité Organizador Socialista Democráti o. Tal como Douglas Fraser,do UAW, além disso, Wínpisinger ter vindo a ajudar na organização djecoligações de forças progressistas. Em 1977, os Maquinistas ajpdaram a unir asforças dos sindicatos a grupos de cidadãos e,de comunidade, numa nova forçachamada Coligação Energética dos Operários e Cidadãos. A Coligação luta contraos gigantesços monopólios e centrais de energia. Este ano encabeçaram uma.tentativa que foi em parte coroada de êxito, para impedir as companhias decortarem a electricidade a famílias demasiadio pobres para poderem manter ospagamentos mensais. Um esforçq mais recente também organizado pelosMaçuinistas, foi o grupo «Cidadãos Órganizados Contra a Inflação dos Produtosde Primeira Neessidade» (COIN), uma alia que luta contra as subidas de

Page 54: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

preços por parte dos monopólios, subidas-essas que têm vindo a destruir o nívelde vida e ranças das famílias anerin s.Deste modo, contra o cenário da selvajaria do mundo do grande negócio nadécada de 70, começou a constituir-se uma ala radical da mão-de-obra americana.Frequentemente aliados a ele surgem movimentos de bairros, os quais semultiplicaram através do país ros anos 70, à medida que os cidadãos foramtomando a iniciativa de lutar contra o declínio dos serviços públicos, a decadênciaurbana, a deterioração das casas e putras condições. O tema do movimento debairros é o <poder popular».'E tal como as organizações laboriais e outras for masde organização, a luta nos bairros dá a milhões de pessoas pobres e trabalhadoras,antigamente invisíveis, umq nova eperança, autoconfiança e a habilitação econhecimentos para lutar pelo controlo dos seus próprios destinos.Harry BoyteTEMPO N., 448 - pág. 53

semana internacional,AFRICATANZANIAO Presidente tanzaniano, Julius Nyerere, presidiu no dia 7 em Arusha, à aberturada conferência Pari-Africana sobre a condição de refugiados no nosso continenteO encontro tem como objectivo debater questões relacio nadas com os problemassociais, económicos, institucionais, administrativos e finan ceiros dos refugiados .RUANDADoze mercenários belgas detidos desde Fevereiro lo-UGANDAFontes da capital ugandesa indicaram que as forças doram submetidos a julgamento numa cidade nortenha do país. Os doze homens,que se faziam passar por agentes de viagens, confessaram após aex-ditador Idi Amin se encontram em fuga estando a internar-se no Sudão e noZaire. As forças governamentais controlam mais de dois terços do território,prosseguindo o seu avanço sem encontrarem grande resistência.O Presidente Yuý,s'tf Lule amnnciou, entretanto, a reorganização das ForçasArmadas. Num esforço para abolir o tribalismo, que era uma das característicasdo exér-sua prisão, serem mercenários. O Zaire e a Bélgica pediram a sua extradição, maso presidente Habyarimana recusou afirmando que serãocito de Amin, o novo Presidente ugandês anunciou que os recrutas do novoexército serão provenientes de todas as regiões do país.O antigo chefe de Estado Milton Obote (derrubado por Amin em 1971), foinomeado para um posto diplomático no estrangeiro, de acordo com o jornalqí:eniano que cita fontes diplomáticas tanzanianas.julgados num processo público, convidando os países interessados e a OUA aenviarem observadores.SAHARA0 Presidente Olusegun

Page 55: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Obansanjo (da Nigéría) e Moussa Traore (do Mali) iniciaram uma viagemdiplomática que os levará aos diversos países implicados na questão sahariana. Osdois Presidentes estiveram já em Marrocos e na Mauritânia pai ses que ocupam aRASD, esperando-se que se desloquem a outras capitais da Africa do Norte para,aí, se avistarem com as partes engajadas na libertação do Sahara. Os generaisObasaj jo e Traore foram designados por um comité «ad-hoc» ,de cinco, mem.,bros, criado pela cimeira da OUA ýem Julho do ano passado na capital do Sudão,Kartum.O secretário geral da OUA, Edem Kodjo, acompanha os dois presidentes.Entretanto, o chefe do governo espanhol, Adolfo Suarez, encontrou-seno passado dia 1, em Argel, com o Secretário-Geral da Frente Polisário,Moahamed Abdelaziz, com quem discutiu a descolonização do Sahara Ocidental.Entretanto soubecse que as negociações entre a F. Polisário e a Mauritánia sedeverão iniciar no próximo diã 26 de Maio em Tripoli na sequência do protocoloassinado, no mês passado. entre os governos da Líbia e da Mauritânia *Ould Salek, que deu esta informação, precisou que segundo aquele protocolo aMauritánia se compromete a evacuar a parte por ela ocupada na RASO.O responsável da pasta da Informação da RASO disse, no passado dia 4, que alocalidade de Angala, situada no interior do país, caiu, noMohamed Abdelaziz Secretário-Geral da Polisário, seguido de Brahim Ghali,Ministro da Defesa c Mohamed Lamning, Pr'meiro Ministropassado dia 29 de Abril, nas mãos da F.Polisário. A libêrtação daquela cidade foipossível após vários dias de grandes batalhas de posição.Um comunicado do Minis-tério da Defesa da RASO confirmou, passado pouco tempo, a ocupação, tendoadiantado que a F Polisário controla também toda a região onde a cidade se encontra.TEMPO N° 448- pág. 54w

Africa, AustralAFRICA DO SULTrês guerrilheiros sul-africanos atacaram um posto da polícia num bairro ao sulde Joanesburgo. Um polícia foi abatido e três feridos.ZIMBABWENa altura em que o Partido Conservador ganha as eleições britânicas, AbelMuzorewa (denunciado pelasNAMiBIAFontes afectas à SWAPO indicaram, a semana passada. que cerca de 40 membrosda organização de libertação namíbia foram presos pelas a;torídades coloniais dePretória, no âmbito de uma campanha repressiva interna. Entre os presosencontra-se o Secretário da SWAPO em Windhoek. A campanha iepressívasurgiu na altura em que se pretende lançar a imagem 'de a Aliança DemocráticaTurnhalle, DTA. é a alternativa para uma «independêhcia» da Namíbia. Rec orde-se que esta organização neocolonialísta está em vade lançar, com o bene-Vorster

Page 56: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

autoridades iranianas por haver recebido dinheiro da pfolícia secreta do ex Xá, aSAVAK), enviou à dirigente Margaret Thatcher um pedido de reconhecirientodo seu executivo acompanhado dí um subseuente levantamento de sanções.Entretanto, o Com:té de Descolonízação da ONU rea-plácito de Pretória, uma independência unilateral que vai contra os planos daONU para o território.A SWAPO indicot que as autoridades sul-africanas estão a concentrar armamentoao longo da fronteira entre a -Namíbia e Angola, numa preparação paraposteriores taques a campos de refugiados namíbios na RPA.A denúncia foi feita pelo Se cretário para as Relações ý-xterires da SWAPO,Peter Mweshihange, ntna entrevista concedida na capital tan zniana, Dar-Es-Salaam.Entretanto, as Nações Unidas protestaram contra as prisões arbitrárias dospatriotas namíbios, através de umTerminou o julgamento de onze jovens acusados de liderarem a revolt-a estudantilde Soweto em 1976.Os jovens (dez rapazes -e uma rapariga) encontram-se presos desde 1977 e foramcondenados a pesadas pena3 de prisão.O jornal sul-africano «Johannesburgo Sunday Timesn indicou que a CIA, agênciade espionagem norte-americana, vem realizando diversas acções em várias partesdo continente africano a pedido do governo de Pretória. A BOSS, polícia secretasul-firmou, mais u;ma vez, a improcedência e ilegalidade da farsa eleitoral erecomendou à Comunidade Internacionalnão reconhecimento doda luta armada a todo o território a Frente Patriótica ata cou um luxuoso hotel nascomunicado A reunião do Conselho da ONU para a Namibia declarou, por suavez, o ano de 1979 como o Ano Internacional de Solidariedade para com o Povo-africana, recebeu fotos tiradas por ayióes espiões dos EUA, na sequência doprograma de , colaboração que dura há já muitos anos.O Presidente sul-africano, John Vorster, foi acusado de se encontrar envolvidodirectamente no escândalo originado pelo fornecimento de fundos estatais a umjornal de língua inglesa destinado a projectar a imagem do regime- A acusação foifeita por Connie Mulder, na ai fura do- escândalo, ministro da Informaç~o dogoverno de ,Pretória.omontanhas Inyanga, na parte leste da colónia. Recorde-se que a FP tem atacadopontos sensíveis d3 indústriaminuíçã,o sil9nificativa do turismo sí -africano no ano passado.namíbio. Nesta conformidade,, os países socialistas na ONU exigirama imposiçãode sanções mandatadas contra Pre tória.TEMPO N,' 448 - pád. 55

AMERICA LATINANICARÁGUA

Page 57: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Seis crianças e suas mães foram assassinadas pela Guar da Nacional da Nicaráguano decorrer de uma bi-sca casa a casa electuada na cidade de Condega - revelouumamulher que assistiu àquele acto repressivo.Maria Levi Garcia disse aos jornalistas que membros da Guarda Nacional daNicarágua procederam a uma busca relâmpago antes de começarem a dispararpara as mulheres e as crianças que aindase encontravam nas suas camas.A Frente Sandinista de Libertação Nacional lançou uma-palavra de ordem aos, trabalhadores nicaraguanos com vista á realização de umagreve de protesto contra os massacres perpetrados pelaGuarda Nacional de Somoza No comunicado tansmitido pela emissoraclandestina «Rádio Sandino», os guerrilheiros sublinham que'o movimentogrevista à escala nacional deve conduzir ao desmoronamento do 'regime.,ARGENTINAA detecção de vários dirigentes sindicais argentinos foi denunciada por diversasorganizações dos trabalhadores daquele país.A junta militar argentina prendeu a maioria dos dirigentes da comissão dos 25candidatos por convocarem a greve geral que decorreu recentemente.CHILEqm comando armado interrompeu recentemente, duran-te duas horas e meia, as emis sões da Rádio Mineira, uma das principais estaçõesemissoras do Chile.Antes de abandonar o local, o comando identificou-se como pertencendo a umaorganização de resistência clan destina e explicou os objectivos da soq luta.SÃO SALVADORElevaram-se a quatro o número de mortos provocados pelos recontros entre as forças guerrilheiras e tropas go-EUROPAvernamentais de São Salvador.Registaram-se baixas entre as tropas governamentais.As acções guerrilheirastêm vindo a ser reivindicadas por três organizações que levam a cabo a lutaarmada contra o governo: Trata-se do Exército Revolucionário doPovo, (ERP), as Forças Populares de Libertação (FPLS) o o Bloco PopularRevolucionaro, (BPR).eGRÃ-BRETANHAO Partido Conservador, chefiado por Margaret Thatcher ganhou as eleiçõesbritânicas, tendo conseguido mais alguns lugares que o Partido Trabalhista, o sermais importante rival.Dirigentes sindicais ingleses alirmaram tratar-se de «um dia triste para o pais».Coñm uma maioria parlamentar, os conservadores irão certamente pôr em práticaa limi-Dois polícias ingleses revistam um carro de bebé: A vi. tõria dos conservadoressignificará uma Ântensificação da repressão

Page 58: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

tação do envolvimento estatal na vida económica nacional, reduzir os imposos derendimento, restringir o. poder dos sindicatos e reforçar a «defesa» da Grã-Bretanha.Mas a maior apreensão surge para as forças de libertação da nossa zona uma vezque os conservadores afirmaram o seu desejo de reconhecer o governo fantochede Smith/ /Muzorewa, tendo o bispo jáfelicitado a senhora Margaret Thatcher pela sua vitória eleitoral.O novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Lord Carrighton já disse que o seugoverno poderá vir a reconhecer a farsa que foi denominada de «é;eições para aRodésiaiZimbabwe».e-q

dos leitoresARBITROS MAL EQUIPADOSAssisti a uma facto estranho, durante um jogo de futebol entre as equipas doFerroviário de Nacala e o Clube dos Desportos de Inguri ex-Benfica de Angoche),realizado no dia 8 de Abril. Esse jogo estava integrado no Campeonato Provincialde Nampula.O'que sucedeu naquele estádio chamado Zararu-Zaza? Vimos um árbitro e fiscaisde linha particulares que iam ao campo com o objectivo de assistir ao futebol.Passados 15 minutos do inicio do jogo, vimos um árbitro entrar no campo dechinelos, fato de banho camisa branca e os seus fiscais d linha, ambos, vinhamcom cal ças e camisas diferentes entre si, o que, julgo eu, está em contradicãocomo as regras. Ainda mais,FRIAS FRUTUOSASQuero por este meio endereçar os meus agradecimentos às populações das cidadesde Pemba, província de Cabo Delgado, e de Nampula. Fui aí recebido com grandeentusiasmo e espírito de. ý.N o.,o ,.' -. 1. , __,,sendo um jogo do campeonato provincial, os árbitros e fiscais deviam apresentar-se devidamente equipados dentro do rectângulo e perante os espectadores.O público, os responsáveis distritais todos lamentamos o acontecimento.camaradagem durante as férias que gozei recentemente.Desloquei-me àquelas duas províncias para, ao mesmo tempo,- que gozava as minhas férias, trocar experiências com grupos culturais. Estiveem Pemba de16Eu acho que ninguém ignora essa necessidade de boa apresentação.Aboo Mahando Mangi Maugi (Nampula)a 20 de Março. Dirigi-me em seguida para Nampula no dia 21. Em Nampula, tiveocasião de participar num concurso, participando na dança e contos tradicionais.Por ter ficado bem classificado, ganhei o direito de ir às festas que se realizaramna Praia das Chocas no dia 24. Na praia realizaram-se actividades desportivas:natação, atletismo, ginástica, Quanto aos prémios também recebi uma fotografiada Praia das Chocas e uma medalha. Portanto, quero por este meio agi adecer oapoio recebido pelas estruturas daquelas duas províncias e do meu próprio bairro

Page 59: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

do Aeroporto que permitiram que, durante as minhas férias, pudesse trocarexperiências com vários grupos culturais.Sebastião Muchine Massingue(Trabalhador dos CFM Maputo)TEMPO N., 448- pág. 57

SMITH SADERROTADOAs agressões descaradas, asabotagem a sectores sensíveis da nossa economia,massacres à população indefes a de que é vitima a RPM, não constituem umfenómeno estranho na história das lutas dos povos pela sua libertaçao, nãoconstituem um fenómeno específico na história das lutas dos povos pela suaemancipação.A então República Democrática do Vietriarie do Norte, pelo seu apoio à luta delibertação do Vietname do Sul do jugo fI«toche e neocolonial de Saigão, sofreuataques impiedosos, desumanos e bãrbaros, jamais conhe cidos na História apósas duas grandes Guérras Mundiais. A força aérea dos EUA, utilizou os seusgigantescos aviões de bom)ardeamentos B-52, carbonizando hospitais, escolas,etc., na capital, Hanói; o porto de Hai Kong foi meinado; alinha férrea China-Vietname destruida.A República Unida da Tanzania, ao longo dos 10 anos da nossa luta armada delibertação nacional, foi sempre vítima de ataques e sabotagem do regime colonial-fascista português.A Repúllica Democrática da Guiné, devido ao seu apoio ao povo irmão da GuinéBissau foi alvo de agressão mercenária ar-DESomos jovens moçambicanos, desejamos corresponder-n o s com jovensangolanos de ambosÁquitectada pelo General António de Spínola.A República da Zâmbia e aRepública Popular de Angola são até hoje objecto de ataques racistas da RSA eRodésia. Os exemplos são vários...Os objectivos destes ataques racistas e imperialistas visam, não somente destruiros movimentos de libertação, mas essencialmente britar o espírito internacionalista do nosso povo, criar pânico e inibir o desenvolvimento do nossoPaís e levar o povo à renúncia do seu apoio ao povo irmão de Zimbabwe e ,dalibertação da, Africa. Não -obstante. em todas as esferas de luta, ãpesar demassacres, bombardeamentos e sabo-os- sexos e de idades compreendidas entre os ig e os 25 anos deý Ádade.Valentim ArroneAntônio Jarembessa TitoCaixa Postal, 50Quemane - MoçambiqueJovem angolano 'de 19 anos de idade deseja ter relações de

Page 60: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

tagem, os povos saíram vitoriosos, triunfantes sobre o imperialismo e seusmancomunados.E o regime sanguinário, anárquico de Smith e sua camarilha, não terão «sorte»nesta batalha; indubitavelmente, serão der rotados.Contudo uma coisa é certa, a nossa experiência provou de que qualquer reacçãoexterna ou agressão têm sempre apoio de elementos infiltrados no nosso seio,indivíduos abrigados e dissimulados. O inimigo aproveita elementosdescofitentes, hesitantes, ambiciosos, fracos e sem consciência política pararealizar os seus interesses criminosos e ignóbeis.amizade com 'jovens do sexo feminino dos 17 aos 35 anos de idade, deMoçambique e Guiné-Bissau.Garcia João de AlbuquerqueCaixa Postal, 12008 LuandaJovem moçambicano com 18 anos de idade, com vista a trocar impressões e viverde per-TEMPO W 448- pág. 58

Qualquer concidadão tem a tarefa, o dever e responsabilidade de exercer umavigilância aguda, constante, incansável para detectar e neutralizar estes agentessubversivos e perniciosos. Esta missão não só é da incumbência das FPLM,SNASP, GV ou CPM, mas de todos nõs, em vários sectores da nossa actividade,residências, etc, pois, a, vigilância é um acto altamente político, exercido pelosmilitantes conscientes, ideologicamente armados para defesa das conquistasrevolucionárias.Os acontecimentos tristes de Munhava-Beira, em que depósitos de combustívelforam sabotadps por inimigos da nossa revolução não se devem repetir no nossoPaís. O inimigo escolhe os momentos de de istracço para nos atacar. -RecordemOs -citação do Presidente Samora Machel «impermeabilizemo-noscontra as manobras subversivas do. inimigo, intensificando o estudo ideológico eorganizacional». Em minha cpiniíi0, este documento para a presente fase deveriaser intensificadamente estudado e difundido no seio da classe trabalhadora, paraque possa compreender e assumir cabalmente as responsabilidades da defesa nanossa economia e Nação.Alfredo Manuel Teondo( Maputo )do .inmgitniiad ote a organizaçao da juventude CABO-.VERDIANA, p r ente nd ecorresponder-se com jovéns de CABO VERDE com- idades ompreendidasentre os 16 e os.18 anos.Orlaindo da Costa Pereira Estudante da Escola Secundária de QuelTimaneZambéziaCaixa Postal, 215ANIMAISCOMEM DE _MBAS DEOBandos de macacos e de galinhas do mato destroem as machambas doscamponeses no distrito de Quissico, província de Inhambane, de uma forma es-,

Page 61: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

pantosa. Tive a oportunidade de verificar isto durante as minhas férias que gozei apartir de meados de Fevereiro., Onde a situação se torna maTs grave, é na regiãode Mindú por lá estes animais se encontrarem em maior número. Os ,camponesessão assim obrigados a vigia-rem permanentemente as suas propriedades, para evitar que sejam totalmentedevQradas pelos bichos. Levando em conta o facto de a brodução individual doscamponeses nas zonas rtrais ter o séeu peso na econon1ia nacional, apelava a queas estruturas tomassem qualquer medid para ajudar os camponeses a pôr termoà situação.Ambrósio António de Jesus (Mä,p4to)A secção do bilhetes'de Identidade de Maputo está sempre cheia de pessoas nabicha. Umas e porque têm o seu bilhete caducado e o maior número são aquelesque perderam os seus docu.mentos.A meu ver, deve criar-se uma secção para os bilhetes achados para que antes, quea pessoa faça o pedido de novo bilhete,. vá procurar o bilhete perdido na referidasecção.,Quando a pessoa não o encontrasse, então receberia um impresso para pedir asegunda via.Ao mesmo. tempo, devia fazer,-se anúncio ao público para darconhecimento de que a pessoa que vai achar um bilhete perdido, em vez dç irentregá-lo naPolícia, ou na Rádio Mocambique, vá entregá-lo na secção dos bilhetes achados.Muitas pessoas não vão agora à Rádio Moçambique nem à Polícia, onde sãoentregues muitos bihetes achados. Só saben cor'ei, para o Ar.quivo de ]dentificação. Mais tarde, aparece o bilhete perdido, tendo já nesse mo-, mento o pedidofeito para o novo bilhete. Por isso é que aparecem pessoas com dois bilhetes. Paraevitarmos essa conlfusão, eu acho que seria melhor criar uma secção para osJilhet(ís perdidos dentro da Repartição.(Maputo)Wanhangana Pedro Cuftzna- TEMPO N.° 448-pág. 59SECÇÃO DE BIEES ACHADOS* ., 1m Vez= da.umdfec4«o bilhte de Id n rdade . 0c

1qFALTA DE > $409 ATN AASASou leitor da revista «Tempo», venho por meio desta carta, esc]arecer o queverifiquei no Hotel Chibuto, localizado na mesma cidade, pertencente à entidade«Oliveiras, Transportes e Turismo».No dia 27 de Março do ano em curso, desloquei-me à cidadede Chibuto em missão de serviço. Aquando do regresso, como naquele dia a,,zona, que liga Chibuto-Manjacaze se atrasou a sair, estive à espera no salão do

Page 62: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

bar do mesmo Hotel e verifiquei uma coisa muito má para a saúde pública.Naquele dia o bar estava transformado em autênticoreservatório de moscas. Na verdade, tinha todas as espécies de moscas. Aconclusão que tirei foi: há falta de higienç, que é um atentado à saúde. Talvez osresponsáveis deste Hotel tenham esquecido o discurso proferido pelo camaradaPresidente em 1977, que falava acerca da necessidade de higiene e combateàs.moscas, mas seria bom que os mesmor o recordassem.Alberto Passe(Manjacaze),AUMANMREA empresa Autotransportes da Beira tem um grande papel a desempenhar nacidade da Beira, pois é a única dentro cia cidade que transporta passageirow3 deum lado para o outro, a maior parte dos quais são trabalhadores, e, como tal,exigimos dela a máxima organização e disciplina. Mas isso quase que não severifica nos condutores, cobradores e fiscais. Quase todos os dias há discussõesdentro' dos machimbombos entre -passageiros e o trio condutorcobrador-fiscal,isto por falta de cumprimento de horários.Vou contar um caso que acon teceu comigo e demais passageiros que seencontravam na terminal do machimbombo que faz o trajecto Aeroporto-Baixa-Aeroporto, no dia 28 de Março de 1979.Fui à referida terminal para apanhar o machimbombo com destino ao Aeroporto,onde devia entrar de serviço às 24 horas. E, como sabemos que a partir das 24.00horas já não há transporte do Aeroporto para a Baixa, pretendia chegar ao destinoàs,23.00 horas para que pudesse render o meu colega de serviço àquela hora e eleaproveitar o mesmo transporte que me levaria ao Aeroporto, para ir à Baixa. Tudoisso foi porDA I,,g SEUSIágua abaixo, pois o último machimbombo que fez Baixa-Aeroporto foi às 20.30horas, segundo as pessoas que estavam na paragem antes de mim, pois eu chegueià paragem às 22.00 horas para- poder apanhar o machimbombo que parte às 22.30horas chegando ao Aeroporto às 23.00 horas. Nesse dia nao houve mais carrodepois das 20.30 horas sabendo que devia ter havido das 21.30 horas, 22.30 horase 23.30 horas. Por que não houve aquelas carreiras? Isto não foi só naquele diaé.já sistema dos condutores daquela empresa, e não acontece só com as carreirasque fazem aquele trajecto mas sim com carreiras dos restantes trajectos.Muitos trabalhadores ficam bastante prejudicados com esta situação. Porexemplo, naquele dia, quando vi que eram já 24.00 horas ainda na paragem decidiapanhar um outro machimbombo que ia para o bairro da Manga diminuindo-medesta maneira a caminhada que ia fazer a pé até ao Aeroporto onde só cheguei à1.00 hora -da madrugada, pois desci na Manga e andei mais 5 quilómetros a péaté ao meu destino, Esta situação é bastante lamentável na medida em que istosucede quase todos os dias.Agora queria fazer as seguintes perguntas àqueles que estãomais ligados à empresa de transportes da Beira: Qual é a missão dos fiscais?Porque é que quando os; passageiros reclamam o não, cumprimento do. horário,os con dutores não reconhecem a falha?

Page 63: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

- Porque é que não se cum-, prem os horários estipulados?Se analisarmos estes problemas, chegamos à conclusão que reina lá muitaindisciplina.Os fiscais só se limitam a furar os bilhetes na altura em que o cobrador os vendeao passageiro; às vezes entram dois fiscais no mesmo autocarro, será istoorganização? Alguns condutores quando não são rendidos recolhem à garagemdeixando nas paragens os passageiros a sofrerem.Para terminar quero apelar às estruturas, quer políticas quer administrativas, nosenti d o de pôr fim a esta situação que prejudica centenas de trabalhadores queutilizam aqueles trans portes, chegando aos seus postos de trabalho atrasados pornegligência dos senhores condu tores, na maioria dos casos, con tribuindo destamaneira para a quebra de produção em vários sectores.Orlando Albino Mucavel (Beira)TEMPO N.' 448 -pg. :60

contoo VELHVi-o quando dobrei a esquina que ma levava a casa...Ao meio-dia, a fome já de'xara de habitar no -seu estômago. Na mão direita, umabengala irmanente pálida, arralicada nas matas. Era a sua segunda colunavertebral e, através dela, erguia-se no derradeiro alento, prescrutando a vida quese agitava em torno dele.Ali, naquela esquina anónima, cruzamo-nos e, depois, fiquei estático, olhando-o!Que mistérios, moravam para além dos seus ólhos? Que frustração o levava acaminhar pelas ruas, indiferentes a lenítidão dos seus passos?Ali, ao meio-dia, o velho afirmava qualquer coisa que fugia à pressa das pessoascurvadas a si próprias, reflectia uma'geração de homens que pararam no melo dotempo, precisamente eles que lutavam... e foram derrotados. A derrota. A negaçãode mãos que se estenderam debalde, das bocas que se abriam salpicadas de fome,dos láb'os que balbucionaram ÁfricQs odes de esperafiças engol'dos pelosventos.Ei-lo.... O velho!As sua-s mãos já não são mãos, as conformadas rugas falam de histórias velhas..,precisamente de histórias sem história de homens que deixaram de ,ser homens,quando aos escárnios engoliam-lhes alentados dos desejos, da juventude passadanos campos de algodão e na cana-de-açúcar; falam de estradas e vilas que seabriaram, engolindo insensíveis, a tranquilidade das noites passadas por baixo doscajueiros, enquanto velhos, mulheres e crianças confraternizavam «pa.ssados» e«futuros», à luz da, lareira.O velho!As suas vestes. Olho as minhas, Impecavelmente reluzentes, cheirando aconfortabilidade e certeza de ser assim todos dias. Ao lado, a sua «trouxa»produto inútil de uma vida de trabalho - um cobertor, uma colher e panela dealumínio. Eis a fotuna alcançada através de dlécadas de miséria..O velho!Ano que nasceu, não sabe! f.

Page 64: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

'Escola, nunca coflhecew*Rsidêncla, casa de patrão. '1Futuro... Não conhece essa palavra.Meio--cia...Os joelhos tremem-lhe. Cansado? Não. Isso é privilégio dos que palpitam vida eforça. Será fome? A última refeição foi ontem. Antes de ontem. O meu sanguevem do- teu, o.meu sorriso roubei-te enquanto algures te dobravas, enquanto o teunervo se contorcia. Vem alma da minha alma... Africa da nossa Africa, ecoabitemos pelo menos hoje a alegria do meu tecto.MARCELO PANGUANA/CHIMOIOIN «Notícias da Beira»AROMY0 HISTÓRICO QE MOCAM IUETEMPO N. 448- pág. 61

DATAS HISTÓRICAS França, ¥aio de 1968:A IlNSUflREIHá onze anos, deu-se uma importante insurreiçao estudantil em França, a qualpassou 'à História como marco da crise que o capitalismo em geral atravessa, comparticular incidência naquele pais.Para o continente africano, França é'o país da neocolonização, é o pais que apoiamilitarmente os regimes mais reaccionários do nosso continente.Centro da transmissão do mais elevado grau do ,conhecimento, a universidade é,na sociedade capitalista, um exemplo perfeito de como ao Estado importademarcar, em todas as circunstâncias e a todos os níveis, a supremacia'da classecujos interesses representa e defende: a burguesia.A universidade, salvo excepções pouco signifi. cativas, têm apenas acessoindivíduos saídos daquela classe ou de camadas sociais a ela ligadas. Uma talrealidade' explica-se 'da seguinte forma: sendo o conhecimento, a ciência, uminstrumento que habilita a classe no podêr a acentuar o seu domínio sobre asdemais, importa àquela reser-.' var para si, exclusivamente, a posse e o controlodesse instrumentt.Como em todasas sociedades capitalistas, é assim também na sociedadefrancesa,Em França é a burguesia que está no poder, tal como em 1988.Como, explicar então que os acontecimentos que, a partir de 3 de Maio de 1968, aagitýaram, tenham sido provocados por elementos que o sistema preparara paraserem os «fiéis depositários»da ideologia capitalista? Como explicar que tenha. partido da Universidade, abertaà minoria se. leccionada pelo sistema, aquilo que ficou para a história dasociedade francesa como «revolução estudantil» ?Nas sociedades capitalistas, as contradições que se geram no seu seio manifestam-se não apenas continuamente, como sob as mais variadas formas. É permanente acontradição fundamental desse tipo de sociedades: a contradição que opõe aminoria que possui e controla os meios de produção e os trabalhadores.Sendo permanente, ela pode no entanto, adoptar vários modelos, sem que essavariedade sigifique variação de conteúdo. Esse, não sofre qualquer alteração.

Page 65: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Nas sociedades capitalistas, o estudante universitário não é uir trabalhador nosentido em que o é um operário de uma fábrica. O estudante não vende como este,força de trabalho.O estudante pertence a uma elite. Ele é, de' princípio, um instrumento ideológicopara a perpetuação do sistema. A educação que recebe, ou melhor dizendo, aforma como lhe é transmitido o conhecimento, traduz esta realidade, exemplificaa necessidade concreta do sistema garantir a sua continuidade.Desligado das massas, obediente em todos os aspectos à sua condição de classe, o'estudante universitário é como que mecanizado para pensar e actuar apenas, esempre em função dessa classe.TEMPO .7 448- pIg.- 62

Esta dificilmente poderá, portanto, admitir: q,ç.i de agentes ideológicos seus, istoé; daquela camaãda social que se empenha~ em mtivatr jpara asseguri asupremacia apa rente da ideologia buii',uesna < possa partir' qualquer movimentoque le , teste as formas ideológicas, económicas, :: outras em que a soci dade seencontra organizad , Ora, 3 de Maio de 1968, surgiu como um mov mento queparecia exactamente anular este r cipio e pôr em causa todo o sistema capitalistafrancês.Até que ponto, no entanto, isto correspon ýa realidade?Que causas tinham dado origem ao movimento?,A agitação univesitária, a crise de Maio, tevp'J", como é evidente, razõesobjectivas para eclodir. Ela foi consequência dè uma situação históuriadeterminada.Vejamos a situação económica dessa altu a.Após 1962-63, período marcado por uma crisý eonómica aguda (e,nomeadamente pela ocorrêneia de altos índices de inflação, o governo adotoumedidas que agravaram seriamente as condiýÕes de vida e de trabalho das classestrabalhadoras. Por toda a parte, a compressão do movimento de salários, aacentuação das desigualdades, e desemprego.... Este último, segundo estatísticasoficiais então publicadas atingia entre quatrocentos a quinhentos mil cidadãosqueintegram a população activa, devendo, contudo, estes totais ser muito superioresaos indicados.Os defeitos estruturais da sociedade capitalista francesa revelavam-se, assim, empleno; tornavam-se numa constatação.Mas, poderia o sistema prever que a reacção a um tal estado de coisas, partissedonde partiu? tDa Universidade ?É evidente que não. Tanto assim quie quando, a vinte o dois de Março de 1968,rebentou na fá.uldade de Nanterre, um foco de agitação estudantil, foievasilvamente interpretada cqmo sinPlesmente mais um dos habituaismovimentos contestatários dos estudantes.As autoridades, praticamente não reagiram.A ordem capitalista acreditou, num primeiro, momento, estar perante mais umamanifestação do que se habituara a designar por «irreve<r4 e, estudantil». Maistarde, porém quando, com o evoluir dos acontecimentos, teve de reconher que a

Page 66: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

agitação resultava de outras razões que não as suspeitara, acreditou que elaestivesse voltadãà contra a estruturý universitária.As autoridades francesas propuseram reformas no ensino, contudo estas reformas,pretensamente formuladas, foranr categoricamente rejeitada" pelos estudantes.Eles pretendiam mais do que simples remendos no edifício universitário.Pretendiam uma reformulação total nos métodos e nos objectivo. que o ensínóservia.A amplitude inesperada do movimento começa a fazer-se evidente logo após oencerramento dafaculdade deNanterre e a eNpulsão dos estudantes. A agitação for? rapidamentetransportada pa. ra outras faculdad.s. Sorbonne, seria a primeira escala datempestuosa acção dos estudantes.Nessa altura é já, mais que simplesmente o sistema universitário, todo o sistemasocial que o. estudantes estavam a pôr em causa.A ordem capitalista temendo que a agitação se generalize, qh-ue outras camadassoeiais se juntem aos estudantes, ordena o esmagaf nto rápido de sa agitação, e,Pariý,, as suas ruas, são paleo de confrontações entro estudantes e a polícia.O que o sistema receou, confirma-se: a brutalidade da repressão desencadeadacpntra os estudantes, leva a solidarizarem-se com estes os Sin dicatos Operárioz , .Greves maciças paralisam, uma após outra, as actividades da produção. De 14 a20 de Maio a-paralisação torna-se total. A 20 de Maio há vinte e quatro milhõesde trabalhado res em greves em toda a Franca.Para além da amplitude era agora, a nova perspectiva adquirida pela agitação oque preocupava a ordem capitalista. A esta torna-se imperioso desenvolver umatáctica capaz de lançar a divisão no seio do movimento. Surgem, neste contexto,os acordos de Greneile, pelos quais são prometidos aos trabalhadores aumentossalariais.Contudo a manobra não resulta. Outras entre tanto, são tentadas.É assim, que nas conversações de 25 de Maio entre o governo e os sindicatos sãoreconhecidos aos trabalhadores os direitos sindicais na empresa. Para strabalhadores foi uma conquita. Ela c(nmprometia, no entanto, a unidade domovimento desencadeado pelos estudantes.O governo capitalista conseguira a eonsoidaçao. Neste passo a frente que se lheopusera e que pode9ia ter tido consequências graves para a sua seguran-,a, foradividida. O movimentodispersa-se.O que inicialmente fora tomado como «irreverên cia estudantil,> e depois comoýagitação grave», «crise», «inlsurreição»', reduziu-se a nada. A ordem~capitalista, tão ferozmente comhbatida pelas classés trabalhadoras, conseguiralevar a' melhor.'Onde será encontrada a cau sa fundamental do fracasso da insurreição estudantil,e depois óperário-estudantil, de Maio de 1968?Na inexperiência de luta dos estudantes? Na condição de classe de ummovimento?Digamos que nisto e, mais ceterminantemente, no facto de' não se ter manifestadoqualquer vanguarda que mobilizasse e centralizasse correctamente as energiasempenhadas 2na luta por estudantes e' operário».

Page 67: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

Houve da parte da esquerda, hesitação, conciliação:Para a ordem capitalista, Maio de 1968, foi mais uma crise.Ela poderia.ter' sido a sua déstruição.(Colaberaýão da RM)TEMPO N, 448 - pãg. 63

ENTRE DOIS HOMENS:- A minha mulher teve umacriança.- Um menino? Não.- Então uma menina.'- Sim, como é que adivinhaste?(Colaboração de Virgílio Raul, Escol-z Básica Agráriade Mocuba, Zambézia)Numa escola, a professorainterroga a um aluno:Qual é a melhor época para colher laranjas?Resposta do aluno:- quando o dono sai e leva o cão.(Colaboração de Virgílio Raul, Escol2¿ Básica Agráriade Mocuba, Zambézia)A família e o convidado já estavam sentados à mesa quando a dona de casa notouuma imperdoável falta.Lenita, perguntou à filha mais nova que pusera a. mesa - por que não colocaste ogarfo junto do prato do sr. Amaral?'Resposta: - Porque pensei que não era preciso, o papá não disse que o sr. Amarq1comia como um porco?,Dinis Hilário (Inhambane)Nos Tribunais BurguesesEPapa, eu queria tomar banho no mar.Não, porque podes afogar-te.Mas eu quero ir...- Então vai; mas se te afogas, mato-te.uEntão não se envergonha de roubar coisa tão insignificante?- Eu bem procurei coisa me.lhor, sr. juiz, mas não encontrei.O doutor pergunta ao doente: O teu pai era cardíaco?Resposta do doente: Não, senhor doutor, ele era engraxador.(Colaboração de O. BibikaMcrrafa Chokwé)EQUESTAO DE GOSTO.-Muito bem. Levo estes óculos que melhoraram imensoa minha visão.- Mas, o senhor deseja levá-los assim mesmo, ou prefere que lhes coloque umas

Page 68: 11 P 4 1 1 1 N) I Alfill If, JDE E SPACO . ACro PtA ...psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · UM B IL CONTOS~ FAIA AMIQUE, O navio «ELGAREN» que usa

lentes?(Colaboração de R.M. MeloMaputo)Um marinheiro depõe no. tribunal como testemunha.Juiz - Onde estava -a testemunha, quando foi praticado o delito?Marinheiro - Delito, o que é delito?Juiz - Que homem é você, que não sabe o que ýé delito? Delito é o crime.Crime, entendeu?Marinheiro - Ah! Eu estava ao pé da bitácula!Juiz - Bitácula?! O que é bitácula?M arinheiro- QueJuiz é V. Ex." que não sabe o'que é bitácula?Dinis HIilário (Inhambane)- Quando foi disparado o tiro-a senhora viu realmente? Pergun tou o Juiz à testemunha- Não vi, mas ouvi o tiro.- Esta prova não é convincente, diz o Juiz.Pode retirar-se.A testemunha dirigiu-se para a porta e soltou uma gargalhada.- Como? A senhora está a fazer troça da justiça?-O sr. Juiz, viu-me porventura a rir? - Perguntou a testemunha.- Não vi, mas ouvi!- Essa prova não é convincente, respondeu a testemunha.Dinis Hilário (Inhambane)TEMPO N. 448 - pág. 64

. ~sTøh]GRAFICA, . SAe R*L,

Maputo-Beira