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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA SUSTENTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL APLICADO A FINANÇAS Por: Anely dos Santos Gomes Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · social e ambiental, Reinaldo Dias que é doutor em ciências sociais foi professor e coordenador em várias instituições de ensino

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL APLICADO A

FINANÇAS

Por: Anely dos Santos Gomes

Orientador

Prof. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO AMBIENTAL APLICADO A

FINANÇAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Finança e Gestão

corporativa.

Por Anely dos Santos Gomes.

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3

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forças e iluminando meu caminho para que pudesse

concluir mais uma etapa da minha vida.

Aos meus familiares e Amigos por toda ajuda e compreensão.

Aos professores da AVM, que foram muito importantes na minha vida

acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste sonho, os meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo a compreensão das vantagens de ser

uma empresa que promove projetos voltados à Sustentabilidade e Gestão

ambiental e as sua técnicas para se tornarem aptas a essa integração e a

realização de projetos. A Sustentabilidade e a e a gestão ambiental estendem-

se como temas cada vez mais importantes nos ambientes das corporações. As

empresas em todo o mundo têm um papel fundamental na garantia de

preservação do meio ambiente e na definição da qualidade de vida das

comunidades de seus funcionários. Considerando que as organizações devem

mudar seus paradigmas e investir mais em ações sustentáveis, mudando a

missão, visão, objetivos para agregar novos valores á empresa, á seus

produtos e á sua marca.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO I - Sustentabilidade e Gestão Ambiental 08

CAPÍTULO II - Vantagens de ser uma empresa que atua

com Sustentabilidade, Responsabilidade social

e Gestão Ambiental 25

CONCLUSÃO 34

REFERÊNCIAS 36

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INTRODUÇÃO

A Responsabilidade Social é um tema que ganha cada vez mais espaço

nas organizações contemporâneas. A Responsabilidade Social e a Gestão

Ambiental embora sejam assuntos atualmente muito utilizados ainda é um

processo novo enfrentado nas organizações. Historicamente encontramos em

sua trajetória vários fatores mundiais que, possivelmente, influenciaram o seu

surgimento nas empresas, como o movimento em torno dos direitos civis

ocorridos na Europa e na França na década de 60, as manifestações contra os

efeitos das armas químicas na guerra do Vietnã, que culminaram com o

fortalecimento da organização da sociedade civil, os efeitos de armamentos,

que afetaram o meio ambiente e a população, colocando em risco a

sobrevivência da natureza e dos seres humanos. A partir de então algumas

empresas começaram gradativamente a repensar sua postura ética com a

sociedade, não apoiando mais essas ações que prejudicam a sociedade e o

meio ambiente.

Empresas de vários ramos estão investindo em projetos sociais nas

mais diversas áreas visando não só a promoção da organização, mas também

a integração da empresa com a sociedade. Existem muitas empresas que se

dedicam a projetos socioambientais pela necessidade de repor matéria-prima e

melhorar a qualidade de vida da população, dessa forma a organização

promove sua imagem e garante a qualidade de seus produtos e continuidade

da empresa .

Nesse sentido, justifica-se, no curso de Administração de Empresas, a

realização de uma pesquisa sobre um tema atual, que representa uma

característica do mundo dos negócios nos dias de hoje, no Brasil. Tendo como

objetivo compreender quais são as vantagens, para as empresas, de investir

em Responsabilidade Social e Gestão Ambiental de forma integrada,

pesquisando os principais conceitos relacionados à ideia de Responsabilidade

Social e Gestão Ambiental.

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Este trabalho utilizará a metodologia por Pesquisa Bibliográfica, através da

consulta de livros, artigos, os autores que darão suporte teórico como: Karl

Werber que é um autor especializado em negócios e temas sociais, Andrew W.

Savitz que é autor de “O verdadeiro Sucesso é o lucro com responsabilidade

social e ambiental, Reinaldo Dias que é doutor em ciências sociais foi

professor e coordenador em várias instituições de ensino superior e autor de

muitos livros nas áreas de metodologia da pesquisa, sociologia, administração

e turismo, entre outros autores que abordam esse tema de responsabilidade

social e gestão ambiental nas organizações. Para melhor compreensão do

estudo, faz-se necessário definir alguns termos utilizados ao longo do trabalho

e serão descritas a cada capitulo.

No primeiro capitulo será abordado os conceitos de responsabilidade social e

gestão ambiental, onde serão melhores explanados os dois assuntos e as

formas em que eles se expandem, já o segundo capítulo abrange o as

vantagens e o benefícios de ser uma empresa que promove projetos

socioambientais e o terceiro e ultimo capítulo falará como se tornar uma

empresa que atual com responsabilidade social e gestão ambiental e como

pode se tornar uma empresa certificada com as NBR ISO 1401 e 1601.

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CAPÍTULO I

Sustentabilidade e Gestão Ambiental

A Sustentabilidade em uma organização reproduz o comprometimento

constante da organização com sua postura ética e com o desenvolvimento

econômico, promovendo simultaneamente a melhoria da qualidade de vida dos

funcionários e de suas famílias, da comunidade do local onde a organização

está inserida e da sociedade em toda sua totalidade, tendo uma igual

importância para as empresas como a qualidade do produto, do serviço, a

competitividade nos preços, trazendo uma marca comercial forte. Nos dias de

hoje, empresas de diversos segmentos e portes investem em ações sociais e

ambientais e têm um grande retorno em sua imagem por conta disso.

A Gestão Ambiental tem a finalidade de fomentar a produção limpa,

consciente, educativa e sustentável, visando reposição de matéria prima,

reparos aos danos ambientais, e a preservação do meio ambiente. A Gestão

Ambiental e a Responsabilidade Social são atualmente condicionadas a

implantação das normas de regulamentação, pela constante busca de melhoria

da reputação perante a sociedade. A sociedade contemporânea está

descobrindo a responsabilidade social e ambiental como um dos fatores de

avaliação e indicação de preferência.

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1.1 - RESPONSABILIDADE SOCIAL - CONCEITO

Existem várias definições para a Responsabilidade Social, mas podemos

dizer que o conceito de responsabilidade social é o comprometimento das

organizações em trabalhar com ética, contribuindo para o desenvolvimento,

social, cultural ou ambiental da comunidade que está inserida e da

sociedade como um todo. Esse conceito coloca a responsabilidade social

em uma posição de viabilizar o resgate da cidadania, na busca da qualidade

de vida da sociedade, em conjunto com as políticas sociais.

Segundo Longenecker1, As responsabilidades das empresas com seus

colaboradores vai além das dimensões físicas da empresa, reconhecendo que

sua responsabilidade para é também com a sociedade e com o público em

geral.

Considerando as relações entre a empresa e o ambiente, existem dois

pontos importantes que devem ser aclarados. Um é o fato da mútua

interação, o ambiente ajuda a determinar as alternativas que influenciam

nas decisões organizacionais e, ao mesmo tempo, afetam o sistema de

valores que fornece os parâmetros para a avaliação das alternativas.

Concomitantemente, seja no nível individual, seja no nível coletivo, estão

atuando e alterando o ambiente dos negócios.

A responsabilidade social de uma organização está ligada às ações sociais

e ambientais, que normalmente está focada na sua região. As empresas

1 LONGENECKER, Junstin G. Introdução à administração: Uma abordagem comportamental. Editora

Atlas. 1981. p.45.

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também se preocupam em proporcionar qualidade de vida aos seus

funcionários, colaborando e incentivando comum ambiente de trabalho mais

harmonioso. Estas ações mostram como é importante para o administrador

ter uma visão aguçada para responsabilidade social, sabendo que suas

decisões ultrapassam as considerações simplesmente econômicas. As

atividades das organizações afetam as condições da comunidade onde se

localizam e a espécie de civilização que ela possui, criando expectativa na

localidade onde está implantada e dependendo da forma que ela se

promove ela também cria uma expectativa da sociedade.

Dias2 cita que: “A responsabilidade social das empresas fala sobre as

perspectivas econômicas, legais, éticas e sociais que a sociedade crêem que

as empresas necessitam atender num determinado período de tempo”.

É lógico que o atendimento dessas expectativas traz grandes

mudanças no ambiente dos negócios e interferem nos objetivos

econômicos, mas tais expectativas são importantes para sociedade e para o

mundo moderno e com isso as instituições não tem outra escolha senão a

de promover recursos para atender essas ações.

1.1.1 Sustentabilidade

A sustentabilidade tem por objetivo sanar as necessidades e prover o

melhor para a sociedade e para o ambiente tanto agora como para um

futuro indefinido.

2 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade.- 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009. p. 9.

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Segundo Afonso3 dentre as várias definições de sustentabilidade, podemos

estabelecer que o termo implica na manutenção quantitativa e qualitativa do

estoque de recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar suas

fontes ou limitar sua capacidade de suprimento futuro, para que tanto as

necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam ser igualmente

satisfeitas.

A inserção do conceito de desenvolvimento sustentável no ambiente

organizacional tem se baseado em uma forma das empresas assumirem

técnicas de gestões mais inovadoras e eficientes, como a ecoeficiência e a

produção mais limpa, de uma elevação do nível de uma melhor perspectiva

do empresariado em tomo de um desenvolvimento econômico mais

sustentável. Os consumidores, cada vez mais, representam uma grande

força sobre as organizações e suas práticas de produção e de prestação de

serviços. Essa pressão que comunidade consumidora exerce sobre as

empresas é muito positiva, porque cria a necessidade de se adaptar aos

procedimentos sustentáveis ou de transformarem sua forma de agir, sob a

penalidade de verem suas vendas e seus lucros caírem de forma rápida e

drástica.

Para Dias4 “embora haja um crescimento perceptível da mobilização em

torno da sustentabilidade, ela ainda está mais focada no ambiente interno das

organizações, voltadas prioritariamente para processos e produtos”. É um

grande avanço sem dúvida nenhuma, tomando-se como marco o ano de 1992,

3 AFONSO, Cintia Maria; Sustentabilidade: Caminho ou Utopia? São Paulo: Annablum, 2006. p11.

4 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade- 1. Ed.- 5 reimpre.

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mas ainda falta muito para que as empresas se tomem agentes de um

desenvolvimento sustentável, socialmente justo, economicamente viável e

ambientalmente correto.

Segundo A Confederação Nacional da Indústria5, as declarações de

princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável são:

• Promover de fato colaboração do setor industrial, juntamente com a

comunidade, o governo e organizações não governamentais no

sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões

ambientais.

• Praticar a liderança empresaria em conjunto com a sociedade, em

relação aos assuntos ambientais.

• Aumentar a competitividade industrial brasileira, respeitando os

conceitos de

desenvolvimento sustentável e o uso consciente dos recursos naturais

e de energia.

• Incentiva o constante aperfeiçoamento e melhoria dos sistemas de

gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas

empresas.

• Monitorar e a avaliar todos os processos, procedimentos e parâmetros

ambientais

nas empresas.

• Antecipar a análise e os estudos e pesquisa das atividades que

– São Paulo: Atlas, 2009. p38 5 CONFEDERAÇÃO NACIONAL da INDÚSTRIA- CNI. A indústria sustentável no Brasil. Brasília:

CNI, 2002.

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possam causar danos ao meio ambiente e a saúde humana, bem

como complementar as ações apropriadas para proteger o meio

ambiente.

• Reconhecer a necessidade do envolvimento contínuo e permanente

dos colaboradores e do comprometimento das empresas,

assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento

necessários com relação às questões ambientais.

• Incentivar o estudo e o desenvolvimento de pesquisas sobre novas

tecnologias limpas, com o objetivo de minimizar ou eliminar impactos

ao meio ambiente e à saúde da comunidade.

• Incentivar as parcerias e a integração do setor privado com o governo

e com a

toda a sociedade, na busca do desenvolvimento sustentável, bem

como na melhoria contínua dos processos de comunicação.

• Incitar as lideranças empresariais a agir de forma contínua e

permanente em conjunto com a sociedade em relação aos assuntos

ambientais.

• Estimular a criação, o desenvolvimento e o fornecimento de produtos

e serviços que não produzam impactos adversos ao meio ambiente e

à saúde da comunidade.

2.1.2 As Dimensões Da Sustentabilidade: Econômica, Social e Ambiental

O desenvolvimento sustentável nas organizações apresenta três

dimensões,

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que são: a econômica, a social e a ambiental.

“Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade prevê que as empresas têm que ser economicamente viáveis. Seu papel na sociedade deve ser cumprido levando em consideração esse aspecto da rentabilidade, ou seja, dar retorno ao investimento realizado pelo capital privado

·.

Em termos sociais, a empresa deve satisfazer aos requisitos de

proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus empregados,

procurando contemplar a diversidade cultural existente na sociedade em

que atua, além de propiciar oportunidade aos deficientes de modo geral.

Além disso, seus dirigentes devem participar ativamente das atividades

socioculturais de expressão da comunidade que vive no entorno da

unidade produtiva em termos sociais, a empresa deve satisfazer aos

requisitos de proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus

empregados, procurando contemplar a diversidade cultural existente na

sociedade em que atua, além de propiciar oportunidade aos deficientes de

modo geral6.

Para Dias7 olhando do ponto de vista ambiental, deve a organização

pautar-se pela ecoeficência dos seus processos produtivos, adotar a

produção mais limpa, oferecer condições para o desenvolvimento de uma

cultura ambiental organizacional, adotar uma postura de responsabilidade

ambiental, buscando a não-contaminação de qualquer tipo do ambiente

natural, e procurar participar de todas as atividades patrocinadas pelas

autoridades governamentais locais e regionais no que diz respeito ao meio

6 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009. 7 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009.

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ambiente natural.

O mais importante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade

empresarial é o equilíbrio dinâmico necessário e permanente que devem ter, e

que tem de ser levado em consideração pelas organizações que atuam

preferencialmente em cada uma delas: organizações empresariais

(econômica), sindicatos (social) e entidades ambientalistas (ambiental). Deve

ser estabelecido um acordo entre as organizações de tal modo que nenhuma

delas atinja o grau máximo de suas reivindicações e nem o mínimo inaceitável,

o que implica num diálogo permanente para que as três dimensões sejam

contempladas de modo a manter a sustentabilidade do sistema.

Para Tachizawa8 a intransigência de qualquer das associações levará ao

desequilíbrio do sistema e a sua insustentabilidade. Os empresários devem

buscar o lucro aceitável; os sindicatos devem buscar reivindicar o possível,

com o objetivo de manter o equilíbrio, e as entidades ambientalistas deverão

saber ceder de tal modo que não se prejudique de modo irreversível a

condição do ambiente natural.

Examina-se, nas organizações, uma maior inclinação para as atividades

ecologicamente corretas a evitar produtos tóxicos ou o processo desses

materiais, por meio do sistema de reciclagem, antes de serem depositados

na natureza podendo, assim, serem reaproveitados. Principalmente as

indústrias são as mais visadas e cobradas pela comunidade nesse fator.

A preservação e a reconstrução do meio ambiente gerou um dos fatores de

maior influência da década de 90, com grande rapidez de penetração de

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mercado. Assim, as empresas começam a apresentar soluções para

alcançar o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo aumentar a

lucratividade de seus negócios.

Destaca-se que a preocupação com o meio ambiente está aumentando

rapidamente, fazendo com que as empresas tenham seus lucros respeitando a

natureza e se tornando socialmente responsáveis.

1.2 GESTÃO AMBIENTAL – CONCEITO

Nos últimos anos a gestão ambiental tem obtido cada vez mais uma

colocação de destaque, em posições de competitividade, devido aos

benefícios que leva ao processo produtivo em toda sua totalidade e a alguns

fatores em particular que são reforçados. O nível de competitividade de uma

organização ligada a um conjunto de elementos diversos e complexos, que ao

mesmo tempo interajam e sejam mutuamente dependentes, tais como: custos,

qualidade dos produtos e serviços, nível de controle de qualidade, capital

humano, tecnologia e capacidade de diferenciação.

Tachizawa9 diz que a Gestão Ambiental é o sistema que insere a

responsabilidades, estrutura organizacional, atividades de planejamento,

práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar,

atingir, analisar criticamente e estabelecer a política ambiental.

8TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa –Estratégias de Negócios Focadas na Realidade Brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 2004. p. 35. 9TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa –Estratégias de Negócios Focadas na Realidade Brasileira. 2ª Edição, São Paulo: Editora Atlas, 2004. p. 63

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Isso é o que a empresa necessita fazer para minimizar ou eliminar os

perigosos efeitos provocados no ambiente pelas suas atividades.

Andrade, Tachizawa e Carvalho· citam que:

Não há um conceito unânime de gestão ambiental, todavia, há propostas para as empresas, sobre esse conceito, feitas pelos ambientalistas e organizações internacionais, sendo: entendido como modelo de gestão ambiental o conjunto de decisões exercidas sob princípios de qualidade ambiental e ecológica preestabelecidos, com a finalidade de atingir e preservar um equilíbrio dinâmico entre objetivos, meios e atividades no âmbito da organização.

A Gestão Ambiental inclui uma seqüência de atividades que devem ser

gerenciadas, tais como: criar novas estratégias de administração do meio

ambiente, certificar que a empresa esteja em conformidade com as leis

ambientais, implementar programa de prevenção à poluição, gerir instrumentos

de correção de danos ao meio ambiente, adequar os produtos às

especificações ecológicas, além de monitorar o programa ambiental da

empresa. É o modo pelo qual a empresa se dispõe, interna e externamente,

para a alcançar a qualidade ambiental desejada. Consiste em um apanhado de

medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade,

que são:

• O controle e a redução dos impactos no meio ambiente, devido às

operações ou produtos;

• O cumprimento de leis e normas ambientais;

• O desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou

eliminar resíduos industriais;

• O monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais;

• A eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem;

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• A utilização de tecnologias limpas, visando minimizar os gastos de

energia e materiais;

• A melhoria do relacionamento entre a comunidade e o governo;

• A antecipação de questões ambientais que possam causar problemas

ao meio ambiente e, particularmente, à saúde humana.

O grau de envolvimento da empresa com a questão ambiental10 vai

variar em função da importância que a organização dá para parte ecológica e

sua decisão dependerá: do ambiente natural externo e próximo à unidade

produtiva, dos recursos naturais de que necessita e do grau de contaminação

ambiental que seu processo produtivo gera.

Outros motivos que afetam o envolvimento da empresa com uma

gestão ambiental mais efetiva são: a dificuldade de obtenção do investimento

necessário para adaptação de seu processo produtivo, falta de conhecimento

técnico-científico sobre a questão ambiental envolvida e o grau de

compromisso do seu quadro de pessoal com a ética ambiental.

Uma forma de classificar as diferentes estratégias adotadas pelas

empresas diante da problemática ambiental é que o cenário atual alerta para a

necessidade de que todas as esferas da sociedade repensem os rumos da

exploração e do consumo sustentáveis, em prol das futuras gerações, diante

de um cenário iminente de crise ambiental.11

Embora o meio ambiente possa ser um fator de vantagem competitiva, a

sua incorporação na gestão empresarial varia de empresa para empresa, e é

10 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009.

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condicionado por outros fatores internos (grau de envolvimento ambiental dos

funcionários e dirigentes, por exemplo) e externos (pressões exercidas por

agentes públicos, ambientalistas e comunidade de forma geral, por exemplo) à

organização.

As empresas que adotam estratégias proativas apresentam três

possibilidades de inserção competitiva: a adoção de procedimentos além dos

exigidos pela legislação; a busca pela excelência ambiental como componente

do foco principal na qualidade; e tornar-se uma empresa líder no seu setor em

termos ambientais, o que lhe garantirá melhor posicionamento no mercado em

relação aos concorrentes.

2.2.1 As Empresas e o Meio Ambiente

As empresas são as responsáveis12 principais pela exaustão e pelas

alterações ocorridas nos recursos naturais, de onde conseguem os insumos

que serão utilizados para aquisição de bens que serão usufruídos pelas

pessoas. Essas atividades realizadas pelas empresas, no entanto, nos últimos

anos está quase ficando de lado devido aos problemas ambientais causados

pelas indústrias; estes problemas são os pontos mais visíveis na maioria das

vezes, em sua relação com o ambiente natural.

Segundo Kraemer13 o papel de “mal feitoras” da natureza que vêm

desempenhando as organizações tem sua razão de ser, pois são poucas

11 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade.- 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009.

12 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009. 13KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Responsabilidade Social Corporativa: Uma Contribuição das Empresas Para o Desenvolvimento Sustentável.

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proporcionalmente aquelas que se preocupam e tornam mais eficientes

ecologicamente os seus processos produtivos. Mesmo quando o realizam

essas atividades, a iniciativa é tomada mais como um modo de refutar a uma

exigência dos órgãos governamentais do que tomar para si uma atitude de

responsabilidade social ambiental. Entretanto, o importante papel exercido por

essas organizações é inegável e indispensável, e apenas com o avanço da

aquisição de sistemas de gestão por parte das empresas teremos uma

perspectiva de melhorias nesse âmbito.

Alguns problemas ambientais14 que as organizações passam

atualmente estão mais ligados ao aquecimento global, que, por sinal são

também provocados por gases que se originam das comunidades

industrializadas, isto significa, que o estilo de vida dos paises mais abastado é

ecologicamente irracional e que seu crescimento não pode ser classificado

como sustentável. Por outro lado, nos países em desenvolvimento a

degradação dos recursos assumiu proporções trágicas, devido à necessidade

de exploração dos recursos da natureza para garantir a sobrevivência de suas

populações. Desta forma estão sacrificando o futuro para assegurar uma vida

cotidiana precária no presente. Está claro que não se pode proteger um

recurso natural negando a sua utilização para aqueles que dependem desses

recursos, e além de fazerem uso intenso de recursos naturais, são grandes

consumidores de energia e suas indústrias não apresentam controle de

Disponível em http://www.gestaoambiental.com.br/articles.php?id=66. Acesso em 21.05.2010 14 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009.

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poluentes comparáveis aos dos países desenvolvidos15.

A introdução de novas tecnologias que tornariam seus processos

produtivos ecologicamente aceitáveis, de outro lado, encareceria seus

produtos, tornando-os menos competitivos no mercado internacional. Sem

dúvida nenhuma evoluiu muito o debate sobre o real papel do meio ambiente

no processo de desenvolvimento, de qualquer maneira assumindo-se a

necessidade de adoção de estratégias de negócios de médio e longo prazo,

deve-se levar em consideração que, em termos de competitividade, torna-se

cada vez mais importante a previsão das tendências da sociedade e,

particularmente, dos mercados onde atua a empresa.

Nos últimos anos, uma necessidade estratégica emergente é levar em

consideração no planejamento as motivações ambientais que estão numa fase

ascendente devido ao aumento da conscientização ecológica, motivada pelo

crescimento ao acesso à informação da maior parte da população, e ao

incessante trabalho realizado por múltiplas organizações não governamentais

e governos em todos os seus níveis.

E essas motivações, quando não consideradas devidamente, podem

afetar significativamente a posição competitiva de empresas e setores da

indústria, pois influenciam o comportamento de diversos mercados.

Um exemplo das vantagens obtidas por uma empresa ao adotar

métodos

de gestão que respeitam o meio ambiente é dado pela fabricante de produtos.

15 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009.

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Em termos de competitividade empresarial, há duas variáveis ambientais que

são relevantes: a gestão ambiental de processos e a de produtos.

Na gestão ambiental de processos, as principais ferramentas com as

quais se

obtêm os melhores resultados são as tecnologias ambientais, com destaque

para

a produção mais limpa, que são as tecnologias de produção menos poluidoras

e menos consumidoras de energia, que trazem melhores resultados

competitivos, além da certificação de processos, que em alguns setores (como

o florestal e o têxtil) é essencial.

De modo geral, as empresas, após melhorarem a eficiência de seus

processos de produção, passam a se ocupar com o projeto de seus produtos.

E neste sentido, a importância da avaliação do ciclo de vida dos produtos é

inquestionável, constituindo-se numa análise dos impactos ambientais

causados pelo produto, que se inicia com a matéria-prima utilizada, como é

transportada, o modo de fabricação e o transporte do produto acabado, sua

utilização e descarte. Em função do produto, outras fases do ciclo de vida

podem ser incluídas na análise.

Dias16 fala que uma outra ferramenta que vem ganhando destaque nos

últimos anos, e é relacionada com a gestão ambiental do produto, é o

ecodesign, que pode ser definido como: “um conjunto específico de práticas de

projeto orientadas para a criação de produtos e processos ecoeficientes,

respeitando-se os objetivos ambientais, de saúde e segurança durante todo o

16 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São

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ciclo de vida destes produtos e processos17". Na realidade, o ecodesign foca

prioritariamente o projeto e o desenvolvimento de produtos. E, através do

ecodesign, por exemplo, pode-se reduzir a utilização de matéria prima, de

energia e de água necessários para a fabricação do produto.

Segundo Dias18 esses são os conceitos que devem ser adotados para

adotar os procedimentos de proteção ambiental:

• Um setor financeiro dinâmico e versátil é fundamental para o

desenvolvimento sustentável.

• O setor bancário deve privilegiar de forma crescente o financiamento de

projetos que não sejam agressivos ao meio ambiente ou que

apresentem características de sustentabilidade.

• Os riscos ambientais devem ser considerados nas análises e nas

condições de financiamento.

• A gestão ambiental requer a adoção de práticas que antecipem e

previnam degradações do meio ambiente.

• A participação dos clientes é imprescindível na condução da política

ambiental dos bancos.

• As leis e as regulamentações ambientais devem ser aplicadas e

exigidas, cabendo aos bancos participar da sua divulgação.

• A execução da política ambiental nos bancos requer a criação e o

treinamento de equipes específicas dentro de seus quadros.

Paulo: Atlas, 2009. 17 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009. 18 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Editora Atlas, 2009.

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24

• A eliminação de desperdícios, a eficiência energética e o uso de

materiais reciclados são práticas que devem ser estimuladas em todos

os níveis operacionais.

• Os princípios aqui assumidos devem constituir compromisso de todas as

instituições financeiras.

A proteção ambiental19 é um dever de todos que desejam melhorar a

qualidade de vida no planeta e extrapola qualquer tentativa de enquadramento

espaço-temporal.

19 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009.

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CAPÍTULO I I

Vantagens de ser uma empresa que atua com

Sustentabilidade, Responsabilidade social e Gestão

Ambiental

O conceito de responsabilidade socioambiental20 vai além da ideia

filantrópica, é um conceito que une a colaboração com a população e a

necessidade de preservar o patrimônio social e ambiental. Mais do que isso,

hoje no ambiente de mercado cada vez mais competitivo a responsabilidade

social e ambiental e suas ações podem representar as origens de novas

vantagens competitivas para as empresas. Como a promoção da marca e a

reposição de matéria primam, e essas vantagens trazem grandes retornos

financeiros.

São poucas as empresas que adotaram uma conduta realmente ética

perante de seus stakeholders. No entanto, a propensão é que isso

futuramente, passe a ser uma obrigação e não mais um diferencial. Por isso

a empresa que investe em responsabilidade social ganha desde já. Estamos

falando de empresas, marcas que competem num mercado global, precisam

conquistar e fidelizar clientes e dependem de resultados financeiros

positivos.

20 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009.

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A responsabilidade social e ambiental deve fazer parte dos negócios de

uma empresa, pois produz ganhos de imagem institucional e benefícios

internos e externos para a organização. O público pode sim, ser informado

sobre as atividades sociais da empresa, não há problema algum, porém o

incorreto é utilizar-se dessas ações tendo em vista apenas objetivos

mercadológicos, como melhorar sua imagem, ter a preferência do

consumidor e ampliar suas vendas, e esquecer-se das verdadeiras razões

sociais. Conseguir conciliar os dois é o ideal, quando se visa apenas os

benefícios da responsabilidade social vira marketing e a essência do social é

perdida, pois o trabalho sustentável não é feito como deveria.

A natureza é um suporte da economia e isso não é novidade, até porque

não existe vida fora dela. A fartura de recursos eram tantos que podiam ser

considerados inesgotáveis e por tanto gratuitos.

O aumento da conscientização ambiental na sociedade aumentou a

influência sobre as organizações de que os padrões de produção e consumo

correntes são insustentáveis. Dessa forma as organizações compreenderam

que, para permanecerem funcionando, terão que interagir, cada vez mais, os

componentes ambientais a suas estratégias comerciais com seu planejamento

estratégico.

2.1- OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS

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27

Os custos no processo de produção21, na Gestão Ambiental, é o passo

inicial para conquistar vantagens competitivas, suprimindo o desperdício. As

organizações não têm noção do custo da poluição e os desperdícios de

recursos, de esforços e redução de valor para o consumidor. Desse modo, a

organização pode começar a avaliando o seu processo por intermédio de uma

auditoria ambiental, por exemplo, visando identificar os desperdícios e custos

desnecessários como gastos excessivos com energia e água. A partir de disso,

o pode ser utilizado como ferramenta para prevenir futuros impactos

ambientais o controle dos custos.

O reaproveitamento de matéria primas, também é uma forma de reduzir

os custos, a reciclagem atualmente vem trazendo um outro conceito sobre o

reaproveitamento de matérias que em outras épocas não eram reutilizadas.

Devido ao aumento crescente da importância das questões ambientais, o

planejamento estratégico das empresas não podem mais ignora-la, pois além

de interferirem nos custos finais dos produtos, os problemas de da má gestão

ambiental podem inclusive afetar a continuidade do processo produtivo.

Os conceitos de reciclagem, redução e reutilização podem ser

implantado nas organizações, contribuído para uma redução significativa dos

custos não só nos processo de produção, mas também no dia a dia da

empresa, não desperdiçando no consumo descontrolado de materiais de

escritórios e em outras ações dentro de toda a empresa.

2.2 MÍDIA

21 PORTER, M. E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.Rio de

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O papel da mídia (marketing) entra em cena como a diversificação,

poderoso instrumento indutor do consumo, por vezes, de produtos supérfluos,

mas necessários olhando-se estritamente do ponto de vista da dinâmica que

se precisa imprimir ao sistema produtivo.

Diferentemente do que se pode supor, o papel da mídia e dos meios de

comunicação de massa nas economias de mercado não é meramente entreter,

ou mais nobremente informar ou ensinar, como às vezes reivindicam alguns

espíritos mais idealistas. O seu intuito é o de prender a atenção do

"consumidor". Para isso, o entretenimento e a informação. O seu verdadeiro

papel ou missão, da qual sobrevive através de patrocínios, é o de passar uma

mensagem comercial induzindo o indivíduo ao consumo, mudando se

necessário sua forma de pensar, seu sistema de valores.

A estratégia de longo prazo é ir influenciando atitudes e

comportamentos, criando novos padrões de consumo, novos nichos de

mercado. E não importa se o mercado se opõe a um princípio moral ou não.

Se há oposição, simplesmente se intenta mudá-lo. Na sequência desse

esforço, fazem-se apelos incutindo valores como o individualismo mediante a

supervalorização da noção de status social, instrumento indiscutivelmente

eficaz para aumento do consumo, mas de conseqüências morais e éticas

sabidamente negativas, sendo a primeira delas o abaixamento do nível de

solidariedade entre os indivíduos e seus desdobramentos. Como decorrência

dessa necessidade imperativa de ampliação dos mercados, cada vez mais

rapidamente linhas inteiras de produtos são retiradas do mercado e

Janeiro: Campus, 1992.

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substituídas por outras com algum tipo de diferenciação, dentro de uma

filosofia de obsolescência planejada e induzida dos bens de consumo em geral

duráveis.

Isso ocorre com muita frequência nos produtos de base tecnológica22

(telefones celulares, máquinas fotográficas, computadores portáteis, software),

o que gera inegavelmente esperdício. É aí onde começam a aparecer os

primeiros indícios de que um tal sistema, para conseguir se manter

minimamente equilibrado, precisa fazer apelo ao consumo de massa de

produtos já agora supérfluos, levando ao desperdício, tornando-se o mercado

inapelavelmente prisioneiro de um consumo sem limites, sem nenhuma

preocupação aparente com a proteção do meio ambiente, com a preservação

dos recursos naturais. Uma presa do combatido (mas paradoxalmente

imprescindível) consumismo. O qual é expurgado no discurso, mas

incrementado e desejado na prática.

E a pressão que inapelavelmente esse nível de consumo exerce sobre o

meio ambiente da seguinte forma: o consumo de recursos renováveis e não

renováveis da natureza além dos limites de sua sustentabilidade; a poluição

industrial (emissões de gases, lixo industrial) e a degradação ambiental

decorrente da excessiva pressão sobre o ambiente natural para manter os

níveis de produção.

É ao mesmo tempo um depoimento revelador, um reconhecimento

explícito da necessidade de consumo se une à boa imagem da preservação

ambiental que assim, as empresas entenderam que, para continuarem

22 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

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funcionando, terão que integrar, cada vez mais, componentes ambientais a

suas estratégias comerciais e seu planejamento estratégico, maior valor

agregado à imagem da empresa, à marca e aos produtos e serviços. A

empresa passa a ser mais admirada pelos consumidores atuais e potenciais e

pela comunidade, que desenvolvem atitudes favoráveis em relação aos seus

produtos e serviços. Em muitos casos, a decisão de comprar ou não o produto

pode ser definida a partir dessas atitudes.

A divulgação de seus projetos sustentáveis no meio de comunicação,

com revistas, jornais e nos sites institucionais, faz com que os consumidores

conheçam esses projetos e atitudes sustentáveis criando uma relação de

identificação com a organização e os produtos que são cada vez mais

consumidos, devido ao conceito de junto com a empresa os consumidores

colaboram para um mundo melhor.

2.2.1 A Imagem da Empresa na Comunidade Local e com seus Colaboradores

Na comunidade o envolvimento das organizações com as questões

sócioambientais23 podem transformar-se numa oportunidade de negócios. O

conceito que a sociedade faz da empresa é um dos fatores determinantes do

sucesso ou fracasso do negócio, uma vez que está correlacionado ao

patrimônio da marca da empresa, seu ativo intangível. Além disso, são

responsáveis pelo crescimento do interesse pelo meio ambiente, pois foram as

causadoras dos principais desastres ambientais, que despertaram de alguma

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009. 23 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009.

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forma, a consciência coletiva para esses problemas, demonstrando a

importância de empresas assumirem maior responsabilidade ambiental e

social, tanto no ambiente externo que envolve toda a comunidade e o espaço

físico que rodeia as unidades produtivas, como no ambiente interno com todos

os seus colaboradores e produtos resultantes24.

Os acionistas como mais informados tendem a preferir injetar recursos em

empresas com preocupação ambiental, por serem mais seguras e

conceituadas, o que garante o recebimento dos seus dividendos. Dessa forma,

as empresas ecológicas podem assegurar o aporte de recursos para alavancar

os seus negócios.

Para os funcionários, a implantação da Gestão Ambiental exige

Treinamento, Conscientização e Competência dos funcionários envolvidos, o

que ajudará na eficiência e na melhoria do processo de produção,

reaproveitando o máximo da potencialidade da empresa. Além disso, os

empregados sentem-se melhor por estarem associados a uma empresa

ambientalmente responsável, demonstra ter mais subsídios de assegurar sua

continuidade e o emprego de seus funcionários. A empresa, tendo uma

imagem segura e confiável, promove a satisfação dos seus empregados, e

que pode até mesmo resultar em aumento de produtividade.

2.3 REPOSIÇÃO DE MATÉRIA PRIMA

24 DIAS, Reinaldo; Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade, 5 reimpre. – São Paulo: Atlas, 2009.

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Algumas organizações já estão adotando práticas conscientes, pensando

no progresso de maior valorização que o meio ambiente assume para a

sociedade. Dessa forma pode-se mencionar alguns exemplos de organizações

que encontraram outras possibilidades de negócios conscientes dos recursos

naturais. Muitas organizações que antigamente tinham o investimento na

questão ambiental como ações que aumentavam o custo da produção,

perceberam que a Gestão Ambiental25 diminui os custos e pode tornar a

organização mais eficiente.

Por intermédio de legislação, o governo tem procurado punir práticas que

realizem impactos ambientais significativos nas organizações através de

multas e proibições. Contudo, enquanto as organizações não tiverem

consciência do valor de uma atuação ecologicamente correta, as leis e

punições serão necessárias, devido a algumas razões mencionadas e

esclarecidas por Porter26, como criar pressão para motivar as empresas a

inovar; melhora a qualidade ambiental para os casos em que a inovação e os

resultados de melhoria na produtividade de recursos não suplantam o custo de

adequação; alertar e educar as empresas sobre possíveis ineficiências de

recursos e áreas potenciais para melhorias tecnológicas; aumentar a

probabilidade de que as inovações nos produtos e no processo em geral sejam

amistosas ao meio ambiente; criar demanda por melhorias ambientais até que

empresas e consumidores sejam capazes de perceber e mensurar as

25 Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações/ José de Lima

Albuquerque, (organizador). – São Paulo : Atlas, 2009. 26 PORTER, M. E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.Rio de Janeiro: Campus, 1992.

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ineficiências; nivelar o campo de batalha durante o período de transição para

soluções ambientais baseadas em inovações, assegurando que uma empresa

não possa galgar posições competitivas em relação às outras, fugindo dos

investimentos de natureza ambiental.

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CONCLUSÃO

Nas últimas décadas tem crescido a mobilização a preocupação da

sociedade com temas associados a ética, cidadania, direitos humanos,

desenvolvimento econômico, gestão ambiental, desenvolvimento sustentável e

inclusão social.

Neste sentido, organizações de todos os tipos estão cada vez mais

preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e

sociais adequados, controlando os impactos de suas relações, processos,

produtos e serviços na sociedade, de forma consistente com sua política e com

seus objetivos de responsabilidade social.

Contudo, esse comportamento se insere no contexto de legislações

cada vez mais exigentes, de prática de consumo e de investimentos cada vez

mais conscientes, do desenvolvimento de políticas econômicas e de outras

medidas destinadas a estimular o desenvolvimento sustentável e de um

crescente preocupação manifestado pelas partes interessadas em relação as

questões ambientais, econômicas e sociais.

Novas e avaliações tem conduzido programas de responsabilidade

social e avaliações de desempenho ambiental, econômico e social. No entanto,

por si só, tais avaliações podem não ser suficientes para proporcionar a uma

organização a garantia de seu desempenho não apenas atende, mas

continuará a atender, aos requisitos legais e aos de sua própria política. Para

que sejam eficazes, é necessário que esses procedimentos sejam conduzidos

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dentro de um sistema de gestão estruturado que seja integrado na

organização.

Embora, muitas organizações tem inserido programas de

responsabilidade social e Gestão Ambiental ainda não são a maiorias das

empresas que optam por atuar com projetos sociais e ambientais juntos, mas

é totalmente possível e viável, mesmo não sendo tão comum vemos o

aumento da junção dessas atividades, trazendo grande benefícios para todos

de forma direta e indireta, pois se uma organização atua com

responsabilidade social e ambiental ela traz benefícios não só pra ela mas par

todo o mundo.

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