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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A Inclusão de Portadores de Deficiência Visual na Educação Infantil e Séries Iniciais Neide Ferreira de Souza Rio de Janeiro 2007 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Inclusão de Portadores de Deficiência Visual na Educação Infantil e

Séries Iniciais

Neide Ferreira de Souza

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A Inclusão de Portadores de Deficiência Visual na Educação Infantil e

Séries Iniciais

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes

como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista

em Orientação Educacional.

Por: Prof. Orientadora Fabiane

Muniz da Silva.

Rio de Janeiro

2007

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A meus pais e meu esposo,

pelo apoio e paciência,

durante esta jornada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por guiar os meus passos.

Aos professores por seus

conhecimentos

passados, pela paciência e

compreensão nos momentos difíceis.

Ao meu esposo pelo apoio, confiança

e compreensão.

A meus pais pela dedicação e apoio.

As minhas amigas de sala de aula,

pelas horas alegres que passamos juntas.

E a todos que de alguma maneira

estiveram ao meu lado neste período da minha vida.

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Nós não devemos deixar que as

incapacidades das pessoas nos

impossibilitem de reconhecer as suas

habilidades. As características mais

importantes das crianças e jovens com

deficiência são as suas habilidades.

(HALLAHAN e KAUFFMAN, 1994).

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RESUMO

A deficiência visual pode limitar as experiências de vida, a

velocidade de realização de tarefas, o desenvolvimento motor, as habilidades,

a educação e o desenvolvimento emocional e social, mas o deficiente tem que

buscar forças para uma melhor qualidade de vida e o mundo tem mudado sua

visão em relação ao deficiente.

Esse trabalho vem mostrar o que tem mudado na educação em

relação ao deficiente visual. A passos lentos, hoje se fala em inclusão, o que

tem favorecido as crianças com deficiência visual, serem inclusas no ensino

regular., o que possibilita uma maior aprendizagem, um melhor

desenvolvimento, pois ela se interage com outras crianças ditas “normais” e até

com crianças com a mesma deficiência.

A sociedade, o governo, tem se empenhado em campanhas

para que essa inclusão se torne realidade, mas ainda há muito que se fazer em

relação ao desempenho dos professores dentro da sala de aula com o aluno

deficiente, o espaço físico da escola tem que estar adaptado para receber

essas crianças para que elas possam ter livre acesso dentro da escola.

De acordo com vários autores que são citados no decorrer do

trabalho, percebe-se o quanto a criança com deficiência é capaz de se

desenvolver e tem condições de aprender muito, claro que dentro do seu

tempo e de suas limitações. E a criança com alguma deficiência tem uma

percepção muito maior do que as outras crianças, ela desenvolve outros

sentidos para se comunicar com o mundo e sente tudo o que esta ao seu

redor.

Hoje a tecnologia tem colaborado bastante para que essas

crianças se integrem ao mundo, através do computador, do sistema braille e

muitos outros recursos possíveis para seu aprendizado.

Mas a família tem que dar suporte a essa criança, pois se ela

for uma criança estruturada familiarmente, com certeza terá muito mais

condições de se tornar um adulto realizado no seu futuro, mesmo com sua

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deficiência, pois essa não impede que ela leve uma vida normal, só há a

necessidade de ser apoiada pela família e sociedade que de as oportunidades

para que ela mostre o quanto é capaz.

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METODOLOGIA

De acordo com o autor Severino, Antônio Joaquim (2002) a

pesquisa bibliográfica é o estudo, a busca, a pesquisa de novos conhecimentos

através de bibliografias, revistas e são de suma importância para ajudar o

universitário na busca de enriquecer seus conhecimentos.

A metodologia deste trabalho será por pesquisa bibliográfica,

textos de revistas, que abordam o assunto “Portadores de Deficiência Visual” e

as referências bibliográficas que serão usadas são Amiralian, M.L.TM.; Baumel

R.C.R.C.; Bruno M.M.G.;CENESP. Vitor Fonseca; Masini E.F.S.; Marcos

Mazzotta, GLAT Rosana.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................10

CAPÍTULO I – Deficiência: o que é?.................................................................12

CAPÍTULO II – Inclusão.....................................................................................18

CAPÍTULO III – A Deficiência Visual e a Educação..........................................26

CAPÍTULO IV – O Trabalho da Orientação Educacional..................................38

CONCLUSÃO....................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................42

INDICE DO ANEXO...........................................................................................44

ÍNDICE...............................................................................................................51

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é a busca pelo aprimoramento, tanto

das escolas como dos docentes que atuam com as pessoas com deficiência, e

essa busca já vem de longa data – pelo menos no Brasil, há quase dois

séculos e meio, existe a preocupação com a educação dos deficientes visuais.

A discussão da educação inclusiva trouxe, entre outras

implicações, duas importantes mudanças no modo de enfrentamento do

desafio de realizar a educação de crianças e jovens com alguma deficiência.

Em primeiro lugar, o foco de atenção passou a recair sobre os arranjos que a

escola deve oferecer para atender as necessidades educacionais de todos os

alunos, em vez de recair sobre os alunos deficientes, como ocorria no passado

recente. Em segundo lugar, toda a comunidade escolar está, de alguma

maneira e talvez por diferentes razões, envolvida na discussão sobre a

inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, deixando de ser

o assunto restrito a poucos profissionais especializados da escola.

As adaptações que precisam ser introduzidas para tornar a

escola acessível, acolhedora e adequada para alunos com qualquer espécie de

deficiência não se limitam a aspectos físicos − como o ambiente arquitetônico,

os recursos didático-pedagógicos, o mobiliário e o acervo de laboratórios e

bibliotecas − nem aos aspectos educacionais − como o currículo, os objetivos

instrucionais e a avaliação. Mais do que essas adaptações, são essenciais as

mudanças que precisam ocorrer no meio social, representado principalmente

pelos diretores, professores, alunos e famílias desses alunos. Todos precisam

estar disponíveis para enfrentarem juntos o desafio da convivência na

diversidade.

Nesse sentido, tem sido dado destaque especial ao estudo das

atitudes sociais da comunidade escolar em relação à inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais. Entre os diferentes segmentos da

comunidade escolar, os professores têm sido mais constantemente utilizados

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como participantes em estudos acerca das atitudes sociais em relação à

inclusão.

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CAPÍTULO I

DEFICIÊNCIA: O que é?

Definir deficiência não é tarefa fácil, por isso, especialmente

pela possibilidade do aparecimento de estigmas ao se atribuir categorias e

designações, elaborou-se um esquema de classificação – a CIDID

(Classificação das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens ou Handicaps),

complementar à Classificação Internacional de Doenças (CID) – relativo a cada

um dos três principais conceitos apresentados pela Organização Mundial de

Saúde - OMS (SNR, 1989, p.35-37):

DEFICIÊNCIA: No domínio da saúde, deficiência

representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura

ou função psicológica, fisiológica ou anatômica.

INCAPACIDADE: No domínio da saúde, incapacidade

corresponde a qualquer redução ou falta (resultante de

uma deficiência) de capacidades para exercer uma

atividade de forma ou dentro dos limites considerados

normais para o ser humano.

DESVANTAGEM (HANDICAP): No domínio da saúde,

desvantagem (handicap) representa um impedimento

sofrido por um dado indivíduo, resultante de uma

deficiência ou de uma incapacidade, que lhe limita ou lhe

impede o desempenho de uma atividade considerada

normal para esse indivíduo, tendo em atenção a idade, o

sexo e os fatores sócio-culturais.

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Esse esquema de classificação pode facilitar a compreensão

de quem é ou não deficiente, diminuindo as eventuais imagens deturpadas

sobre o termo.

De acordo com Mazotta (2003), “o direito a educação a

portadores de deficiência é muito recente, isso começou a acontecer no inicio

deste século”.

As pessoas deficientes eram e são vistas como “pessoas

diferentes”, elas fogem do padrão dito normal, por isso a discriminação,

marginalização, pela sociedade. Por essas pessoas não terem as mesmas

condições físicas e psicológicas, das outras pessoas, a sociedade se omite em

organizar serviços especiais, para que eles possam ter uma condição de vida

melhor.

Mazotta (2003), relata em seu livro que isso começou a mudar,

a dar os primeiros passos para o atendimento aos deficientes na Europa, por

pessoas voluntárias, depois esse trabalho foi levado para os Estados Unidos e

Canadá, e outros inclusive o Brasil.

Depois disso muitos autores publicarão obras sobre a educação

de deficientes; instituições foram abertas para o atendimento especializado,

como por exemplo a instituição Charles M. Eppeé, em Paris, de onde foi

inventado o método dos sinais; o Instituto Nacional dos Jovens Cegos de

Valentim Hauy e muitas outras.

Maria Montessori (2001), desenvolveu materiais didáticos para

serem trabalhados com retardados mentais, como blocos, encaixes, recortes,

objetos e letras em relevo. E definiu dez regras de educação para as crianças

normais e as treináveis, em idade escolar:

1 – As crianças são diferentes dos adultos e necessitam

ser tratadas de modo diferente;

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2 – A aprendizagem vem de dentro e é espontânea; a

criança deve estar interessada numa atividade para se

sentir motivada;

3 – As crianças têm necessidade de ambiente infantil que

possibilite brincar livremente, jogar e manusear materiais

coloridos;

4 – As crianças amam a ordem;

5 – As crianças devem ter liberdade de escolha; por isso

necessitam de material suficiente para que possam

passar de uma atividade a outra, conforme o índice de

interesse e de atenção o exijam;

6 – As crianças amam o silêncio;

7 – As crianças preferem trabalhar a brincar;

8 – As crianças amam a repetição;

9 – As crianças têm senso de dignidade pessoal; assim,

não podemos esperar que façam exatamente o que

mandamos;

10 – As crianças utilizam o meio que as cerca para se

aperfeiçoar, enquanto os adultos usam-se a si mesmos

aperfeiçoar se meio.

No século XIX, algumas pessoas no Brasil, começaram a

organizar serviços para os dependentes de educação especial, um processo

lento que só se concretizou a nível nacional no inicio do século XX, com a

criação de campanhas criadas pelo governo federal.

Após algum tempo surgiram a Sociedade Pestalozzi e a APAE

e foi instituída a CADEME – Campanha Nacional de Educação e Reabilitação

de Deficientes Mentais, com apoio do governo. Também foi criado em 1973 o

CENESP – Centro Nacional de Educação Especial, sua finalidade era

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promover a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais em todo

território nacional.

Durante todo esse tempo, até hoje, houve uma evolução muito

grande, no que diz respeito aos portadores de deficiências, pois eles vêm

conquistando seu espaço, e hoje as leis, dão amparo legal, para que eles

possam reivindicar seus direitos como cidadão. Eles têm suas limitações

corporal e mental, mas são pessoas que tem sentimentos, e são capazes de

pensar e criar; e cabe aos pais e a família os integrarem na sociedade, pois

são eles os primeiros interventores educacionais na vida desta criança, nunca

isola-los pelo fato de ter alguma deficiência, esse isolamento só fará com que

a criança se sinta pior, e incapaz de qualquer coisa; e também a sociedade tem

que ser trabalhada, para que aceite essas crianças com sua deficiência e as

ajude a ter uma vida normal, dentro de suas limitações.

Vitor Fonseca (1995) diz:

Dentro destes estudos sobre a personalidade, os

problemas psicológicos dos deficientes que mais têm sido

investigados envolvem:

- Self-concept (autoconhecimento): Fatores de

aparência corporal e pessoal. Problemas de personalidade.

Limitação da experiência e da exploração psicomotora.

Introversão da frustação, etc.;

- Ausência de responsabilidade: Normalmente os

outros adotam uma atitude de piedade e de compaixão,

quando os deficientes o que desejam e pretendem é

assumir funções de responsabilidade, e não permanecer

numa atmosfera social em que tudo se perdoa, como

reconhecimento de uma inferioridade;

- Dependência intersocial: Os outros procuram ajudar,

mistificando e institucionalizando a dependência, que o

deficiente procura, como experiência de vida, superar. Em

nenhuma circunstância se deve valorizar a dependência ou

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a noção de “enfermo permanente”. A independência a

todos os níveis é um objetivo imprescindível ao

desenvolvimento da personalidade do deficiente;

- Ansiedade, depressão, intolerância, fantasia, fuga,

egocentrismo, crises de identificação, etc.: São traços que

variam de deficiente para deficiente, conforme o meio

social. A sensação de “inadequado”, de “inútil”, de “fraco” é

inevitável em períodos críticos; só que deve ser

minimizada por um envolvimento efetivo e sócio-

educacional coerente e realista.

...Durkleim, M. Mead, R. Benedict e tantos outros estudiosos

dos grupos humanos demonstram-nos que o que numa sociedade é “normal”

pode ser considerado “anormal” em outra. A. Freud provou que há uma

“normalidade” na “anormalidade”, e vice-versa. Para Freud (1993) existe um

equilíbrio em normalidade e anormalidade, pois há um pouco de cada uma em toda situação vivida pelo ser humano, nem tudo é correto ou errado totalmente, o que é normal para uns, pode ser anormal para outros e vice-versa.

Os deficientes têm suas limitações em certos comportamentos,

mas também tem condições de se ajustar a outros, o preconceito deve ser

deixado de lado, para formação de uma sociedade justa e organizada. Pois a

exclusão desses indivíduos implicará no seu desenvolvimento, na chance de se

integrar a sociedade.

Esse processo começa na formação dos professores, é preciso

trabalhar com profissionais que realmente queiram mudar a educação, projetos

específicos para a área de educação, dentro da inclusão de deficientes devem

ser montados, mostrar que todas as crianças têm o mesmo direito e que todas

são capazes de aprender dentro das condições de cada uma. Para que assim

esses professores sintam-se seguros quando chegar na sua sala de aula

alunos com deficiência, eles saberão trabalhar com essa criança, e inclui-las

dentro do ambiente da sala de aula, pois se há um trabalho de conscientização

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feito pelo professor junto aos alunos, quando uma criança especial chega, toda

classe acolhe, para que ela se sinta bem.

A escola tem um papel de suma importância, na inclusão deste

individuo dentro da sociedade, desenvolver atividades que mostrem para as

crianças ditas “normais”, que a deficiência não é contagiosa, e que se todas

trabalharem juntos poderão ajudar o colega a se interagir com todos os colegas

de sala, que dependendo da deficiência apresentada, não atrapalha a criança

no processo de aprendizagem. Deve-se despertar nessas crianças a

solidariedade, o desejo de ajudar o próximo, independente de suas condições

físicas e mentais.

Segundo Piaget, “o modo pelo qual o sujeito, ao estabelecer

trocas com o meio em que vive, constrói o conhecimento. A inteligência para

ele é uma forma de adaptação biológica”.

Então, se o deficiente tem condições de estar inserido na

escola, na sociedade, ele se adaptará conforme o meio em que está vivendo.

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CAPÍTULO II

INCLUSÃO

Refletir sobre as questões de uma escola de qualidade para

todos, incluindo alunos e professores, através da perspectiva socio-cultural

significa que nós temos de considerar, dentre outros fatores, a visão ideológica

de realidade construída sócio e culturalmente por aqueles que são

responsáveis pela educação. Julgamentos de "deficiência", "retardamento",

"privação cultural" e "desajustamento social ou familiar" são todos construções

culturais elaborados por uma sociedade de educadores que privilegia uma só

fôrma para todos os tipos de bolos. E geralmente a forma da fôrma de bolo é

determinada pelo grupo social com mais poder na dinâmica da sociedade.

Não é raro se ver dentro do ambiente escolar a visão

estereotipada de que crianças vivendo em situação de pobreza e sem acesso à

livros e outros bens culturais são mais propensas a fracassar na escola ou a

requerer serviços de educação especial. Isto porque essas crianças não cabem

na fôrma construída pelo ideal de escola da classe media, ou ainda, porque

essas crianças não aprendem do mesmo jeito ou na mesma velocidade

esperada por educadores e administradores. Estereótipos valem a prática

pedagógica e são resultados da falta de informação e conhecimento que

educadores e administradores tem a respeito da realidade social e cultural,

como também do processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças

atendidas pelas escolas.

A prática de classificar e categorizar crianças baseado no que

estas crianças não sabem ou não podem fazer somente reforça fracasso e

perpetua a visão de que o problema está no indivíduo e não em fatores de

metodologias educacionais, currículos, e organização escolar. Aceitar e

valorizar a diversidade de classes sociais, de culturas, de estilos individuais de

aprender, de habilidades, de línguas, de religiões e etc, é o primeiro passo para

a criação de uma escola de qualidade para todos.

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Educar indivíduos em segregadas salas de educação especial

significa negar-lhes o acesso à formas ricas e estimulante de socialização e

aprendizagem que somente acontecem na sala de aula regular devido a

diversidade presente neste ambiente. A pedagogia de inclusão baseia-se em

dois importantes argumentos. Primeiramente, inclusão mostrou-se ser

beneficial para a educação de todos os alunos independente de suas

habilidades ou dificuldades.

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, revelaram que

crianças em demanda por serviços especiais de atendimento apresentaram um

progresso acadêmico e social maior que outras crianças com as mesmas

necessidades de serviços especiais mas educadas em salas de aula

segregadas. Isso pode justificar-se pela diversidade de pessoas e

metodologias educacionais existentes em sala de aula regulares, pela

interação social com crianças sem diagnóstico de necessidade especial, pela

possibilidade de construir ativamente conhecimentos, e pela aceitação social e

o conseqüente aumento da auto-estima das crianças identificadas com

"necessidades especiais".

O segundo argumento baseia-se em conceitos éticos de direito

do cidadão. Escolas são construídas para promover educação para todos,

portanto todos os indivíduos tem o direito de participação como membro ativo

da sociedade na qual estas escolas estão inseridas. Todas as crianças tem

direito à uma educação de qualidade onde suas necessidades individuais

possam ser atendidas e aonde elas possam desenvolver-se em um ambiente

enriquecedor e estimulante do seu desenvolvimento cognitivo, emocional e

social.

O direito da pessoa à educação é resguardado pela política

nacional de educação, independentemente de gênero, etnia, idade ou classe

social. O acesso à escola extrapola o ato da matrícula e implica em

apropriação do saber e das oportunidades educacionais oferecidas à totalidade

dos alunos, com vistas a atingir as finalidades da educação, a despeito da

diversidade na população escolar.

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A perspectiva de educação para todos constitui um grande

desafio, quando a realidade aponta para uma numerosa parcela de excluídos

do sistema educacional, sem possibilidade de acesso à escolarização, apesar

dos esforços empreendidos para a universalização do ensino.

Enfrentar esse desafio é condição essencial para atender à

expectativa de democratização da educação em nosso país e às aspirações de

quantos almejam o seu desenvolvimento e progresso.

A colocação de alunos com deficiência na rede regular de

ensino têm avançado aceleradamente em alguns países desenvolvidos,

constatando-se que a inclusão bem-sucedida desses educandos requer um

sistema educacional diferente do atualmente disponível. Implica a inserção de

todos, sem distinção de condições lingüísticas, sensoriais, cognitivas, físicas,

emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras, e requer sistemas

educacionais planejados e organizados, que estejam capacitados a acolher a

diversidade dos alunos e oferecer respostas adequadas às suas características

e necessidades.

Nas políticas públicas, nas recomendações universais e na

ação crescente do chamado terceiro setor, discute-se o papel do cego em um

panorama mais amplo da sociedade – direitos humanos, cidadania, exclusão,

inclusão – no qual ainda convivem a exclusão, a segregação, a tentativa de

integração e a luta recente pela inclusão. Trata-se de uma transformação

sócio-político-ideológica, segundo a qual a sociedade é para todos,

respeitando-se as diferenças, estabelecendo-se a equiparação de

oportunidades de trabalho e estudo e a acessibilidade do cego a todos os bens

produzidos pela sociedade.

E para poder contribuir como qualquer outro cidadão, na

medida das suas forças e com o melhor de sua capacidade, a pessoa com

deficiência visual requer, para a sua atuação profissional, uma política

regulamentada, que não a discrimine ou desclassifique no seu potencial, mas

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que propicie condições apropriadas para o seu desenvolvimento,

aprendizagem e integração social.

Como observa Mazzotta (1994, p.14),

“... a medida em que houver uma intercomplementaridade

entre os setores básicos de saúde, trabalho, previdência,

assistência, educação, justiça, etc., poderão ser

diminuídas ou até eliminadas inúmeras barreiras extra-

educacionais que restringem o uso do direito à educação,

reconhecido e contemplado nos textos legais.”

A integração e a inclusão do deficiente visual na vida escolar é

um compromisso que deve ser levado a sério por todos nós que pertencemos a

uma sociedade que luta por condições igualitárias, justas e humanas.

Segundo documento do Ministério da Educação e do Desporto

(BRASIL, 1995, p.19):

A Escola Inclusiva é uma meta a ser perseguida por todos

aqueles comprometidos com a Educação Especial. A

viabilidade de sua implementação depende, porém, de

um amplo consenso da sociedade a respeito da aceitação

dos portadores de necessidades especiais na vida social

e da compreensão de seu direito à cidadania. A maneira

como são encarados os direitos dos portadores de

necessidades educativas especiais no Brasil vem

apresentando uma sensível evolução. Conquistas sólidas

e douradoras, que marcaram os últimos tempos, são os

resultados do esforço coeso do Governo e da sociedade

brasileira. A continuidade desse processo de

conscientização, reforçada por campanhas de

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sensibilização a serem veiculadas nos meios de

comunicação, haverá de criar o ambiente adequado para

o surgimento de uma nova mentalidade. (Grifo do autor).

Aqui é oportuno lembrar que o preparo do professor faz

diferença na questão da educação inclusiva, conforme é reiterado na afirmação

de Baumel & Castro (2002, p. 10):

“... a figura do professor da educação especial é digna de

atenção no contexto da educação inclusiva, uma vez que

a principal fonte de insegurança e resistência dos

professores da escola regular quanto ao atendimento de

alunos com necessidades educacionais especiais é o

medo de não saber lidar com as especificidades daqueles

alunos, além de não se sentirem preparados para essa

tarefa.”

A busca pelo aprimoramento, tanto das escolas como dos

docentes que atuam com as pessoas com deficiência, já vem de longa data –

pelo menos no Brasil, há quase dois séculos e meio, existe a preocupação com

a educação dos deficientes visuais. De acordo com Masini (1994, p. 50-51),

A primeira preocupação, no Brasil, com a educação de

deficientes, apareceu a 12 de setembro de 1854. O

imperador Pedro II baixou o Decreto Imperial nº 1428

criando o Imperial Instituto de Meninos Cegos – marco

inicial da educação de deficientes visuais no Brasil e

América latina.(...) A freqüência em escolas comuns

ampliou-se e não deixou dúvidas quanto à possibilidade

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de ajustamento social do aluno D.V. e ao nível

satisfatório de seu desempenho de aprendizagem.

Nesse contexto, percebemos o quanto é possível investir no

processo educacional direcionado às crianças com deficiência visual e

abandonar a visão que existia até pouco tempo de que, “o portador de baixa

visão deveria ser poupado. Hoje, graças ao desenvolvimento científico e

tecnológico, sabemos que a eficiência visual se desenvolve pelo uso e função

do sistema visual” (Bruno, 1997, p. 15).

A inclusão escolar deve constituir-se, portanto, em uma

proposta que represente valores simbólicos importantes, condizentes com a

igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, em um

ambiente educacional favorável, propondo uma ação educacional que atenda

às necessidades de um processo real de inclusão e não apenas uma

integração. A escola deve ser preparada, as competências dos professores

devem ser revistas, pois:

“Para a ação docente, é necessário um ser humano capaz

de organizar e transmitir com clareza seu pensamento e

de transformar condições insatisfatórias, contribuindo para

que o aluno desenvolva confiança em si próprio: na sua

própria capacidade de realizar uma aprendizagem

significativa, elaborando informações e apontando

soluções criativas para situações de sua vida.” (Masini,

2002, p. 80)

Precisamos encontrar soluções que não façam da criança

deficiente visual uma pessoa diferente, pois em muitas situações escolares o

que se tem percebido é uma integração forçada. Ou seja, o aluno é aceito mas

o tratamento que recebe respalda-se na expectativa de que tenha um

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comportamento próximo ao que se espera de um vidente, como destacou

(Amiralian - 2002, p. 207) sobre a sua maneira de entender o que seja a

inclusão:

O objetivo desse processo não será a ‘transformação’ dos

deficientes visuais em pessoas iguais às que enxergam ,

em cegos que ‘vêem’, ou a imposição a eles de conceitos,

padrões e valores daqueles que vêem, mas sim a

compreensão das limitações causadas pelo déficit

orgânico e a análise das condições ambientais, familiares

e sociais, que facilitarão seu desenvolvimento e

ajustamento e propiciarão uma consistente integração.

Isso assinala que as crianças com deficiência visual, estão no

mundo e têm possibilidade de desenvolvimento e valorização das próprias

capacidades, agindo com naturalidade e eficiência no universo social. Se a

criança com deficiência visual desenvolver autonomia e autoconfiança poderá

contribuir para conscientizar a sociedade em relação à sua potencialidade.

O educador, por sua vez, estará colaborando nesse sentido se

estiver aberto para aproximar-se da criança a quem falta à visão para conhecê-

la da maneira como ela se apresenta no mundo.

Ao iniciar este estudo referente à inclusão do aluno com

deficiência visual, estabelecemos como objetivo investigar quais as facilidades

e quais as dificuldades encontradas por esses alunos para adquirir o seu direito

de aprendizagem.

Os dados obtidos e analisados trouxeram informações que

foram além da proposta inicial, o que propiciou a compreensão de algumas

facilidades e dificuldades enfrentadas no dia a dia por uma pessoa com

deficiência visual.

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Os dados assinalaram que os avanços tecnológicos são

facilitadores e encorajam àqueles que não têm a visão como sentido

predominante, a estarem buscando a aprendizagem. Contudo, esses recursos

ainda não são apropriados e nem suficientes, necessitando de melhoria.

E é importante salientar, que o preparo dos professores para

receber essas crianças é de suma importância e a escola também tem que

estar preparada fisicamente para essa inclusão.

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26

CAPÍTULO III

A DEFICIENCIA VISUAL E A EDUCAÇÃO

3.1. Deficiência Visual

Para entender e conceituar a deficiência visual serão citados

vários autores, que apresentam ligeiras diferenciações na sua forma de

apresentar a definição do termo deficiência visual. Contudo, apesar de algumas

divergências, há concordância quanto a definirem a deficiência visual como

sendo redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após

a melhor correção ótica, e que se manifesta como:

§ cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos

de 0,1 grau no melhor olho, após correção, ou um campo

visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do

melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob

o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total

ou o resíduo mínimo da visão, o que leva o indivíduo a

necessitar do Método braile como meio de leitura e escrita,

além de outros recursos didáticos e equipamentos

especiais para a sua educação;

§ visão reduzida: acuidade visual entre 6/20 e 6/60 no

melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque

educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao

educando ler impressos à tinta, desde que se empreguem

recursos didáticos e equipamentos especiais.

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27

O Centro Nacional de Educação Especial – CENESP (1986,

p.13) aponta:

Portadores de deficiência visual são os que apresentam

alterações na capacidade de perceber imagens,

comprovada por diagnóstico de especialista na área.

Podem caracterizar-se por:

§ Perda total ou quase total da visão (cegos): são os

que apresentam perda total ou parcial da visão em tal

grau que necessitam do método Braille como meio de

leitura e escrita e/ou outros métodos, recursos didáticos e

equipamentos especiais para sua educação;

§ De visão reduzida ou de visão subnormal

(parcialmente cegos): embora com distúrbios de visão,

possuem resíduos visuais em tal grau que lhes permitem

ler textos à tinta, desde que se empreguem recursos

didáticos e equipamentos especiais para sua educação.

Na medida em que o uso de classificações por categoria de

deficiência visual se impõe por necessidades as mais diversas, é preciso que

estejamos atentos ao fato de que, segundo Masini (1994, p.40),

educacionalmente, os deficientes visuais são divididos em dois grupos:

cegos e portadores de visão subnormal: tradicionalmente

a classificação tem sido feita a partir da Acuidade visual,

sendo cego àquele que dispõe de 20/200 de visão no

melhor olho, após correção; e portador de visão

subnormal aquele que dispõe de 20/70 de visão nas

mesmas condições.

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Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que, mesmo

possuindo visão residual, necessita de instrução em braile (sistema de escrita

por pontos em relevo) e, como portador de visão subnormal, aquele que lê

tipos impressos ampliados ou com o auxilio de potentes recursos ópticos, pois

conforme Carvalho et al. (1992, p.13-14):

Visão subnormal (VSN) é uma perda severa da visão que

não pode ser corrigida por tratamento clínico ou cirúrgico

nem por óculos convencionais. Também pode ser descrita

como qualquer grau de enfraquecimento visual que cause

incapacidade e diminua o desempenho visual. O portador

de VSN, dependendo da patologia, apresenta

comprometimentos relacionados à diminuição da

acuidade e/ou campo visual, adaptação à luz e ao escuro

e percepção de cores.

Diversamente do que poderíamos supor, o termo cegueira não

é absoluto, pois reúne indivíduos com vários graus de visão residual. Ele não

significa, necessariamente, total incapacidade para ver, mas, isso sim, prejuízo

dessa aptidão em níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras.

Para a American Foundation for the Blind (1957), citada por

Masini (1994, p.40), pessoa cega é aquela:

...cuja perda de visão indica que pode e deve funcionar

em seu programa educacional, principalmente através do

uso do sistema braile, de aparelhos de áudio e de

equipamento especial de tratamento necessário para que

alcance seus objetivos educacionais com eficácia, sem o

uso da visão residual. Portadora de visão subnormal a

que conserva visão limitada, porém útil na aquisição da

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educação, mas cuja deficiência visual, depois de

tratamento necessário, ou correção ou ambos, reduz o

progresso escolar em extensão tal que necessita de

recursos educativos.

Segundo diferentes autores (apud Vygotsky, 1993) há grande

desenvolvimento da comunicação verbal no cego; Kretschmer detectou alta

habilidade verbal em cegos; Buerklen levantou inúmeros autores que

concordaram sobre um esforço singular da pessoa cega para desenvolver um

alto grau de memória e um considerável poder de concentração em

percepções auditivas e táteis com certa dispersão da atenção sobre um objeto

ou situação, causada pela concorrência de um mundo de estímulos que

acontecem simultaneamente; Petzeld mencionou um trabalho que atenta para

a limitação do cego quanto à liberdade de movimentos por seu sentimento de

desamparo em relação ao espaço, evidenciando este dado como uma

característica importante na sua organização psíquica. Porém, chama a

atenção para seu potencial – quer de comunicação no contato social, quer da

recíproca compreensão do mundo dos videntes. Para ele, essa possibilidade

do cego de fala plena de sentido faz com que não haja nenhum impedimento,

proveniente da cegueira, ao seu desenvolvimento. Em função disso, destacou:

“A habilidade da pessoa cega para adquirir conhecimento

é uma habilidade para conhecer todas as coisas. A

compreensão de uma pessoa cega é basicamente uma

habilidade de compreender todas as coisas. Isto significa o

potencial do cego para adquirir completo valor social.”

(PETZELD apud Vygotsky, 1993, p. 104)

A partir dessas colocações, fica evidenciado que a criança

deficiente visual tem plenas condições de desenvolvimento, desde que sejam

consideradas suas especificidades de perceber e de relacionar-se. Isso precisa

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ser levado em conta ao pensar na integração social da criança deficiente,

principalmente quando a temática atual das políticas públicas, sociais e

educacionais é a inclusão. Por esse motivo, com o ingresso do deficiente visual

nos meios escolares, faz-se necessário o oferecimento de condições

satisfatórias que garantam um atendimento educacional adequado.

3.2. Mãos: Os "Olhos" dos Deficientes Visuais

(3.2 ao 3.10, foi por pesquisa na internet)

As informações chegam até as pessoas com deficiência visual

por dois canais principais: pela linguagem e pela exploração tátil, que envolve

especialmente as mãos.

Como as mãos são os "olhos" das pessoas com deficiência

visual, seu uso como instrumento de percepção deve ser intensamente

estimulado, incentivado e aprimorado.

Desde o nascimento, é preciso despertar na criança cega o

desejo de conhecer e aprender. Os pais devem estimular e conversar mais

com um bebê portador de deficiência do que se conversa, geralmente, com os

não deficientes.

Durante toda a vida da pessoa com deficiência visual, as mãos

serão um instrumento privilegiado de conhecimento. Mas, nos primeiros anos

de vida, enquanto a linguagem ainda está se desenvolvendo, elas têm uma

função ainda mais importante.

3.3. Educação Pré-Escolar

Nesta etapa da vida - 4 a 6 anos - a aprendizagem se dá pelas

vivências corporais no espaço e no tempo; daí a importância de brincadeiras e

jogos que estimulem a imaginação, de atividades lúdicas e recreativas. A

criança desta faixa etária gosta de ouvir histórias e de ter amiguinhos; as

atividades em grupo são muito importantes.

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Estas atividades, jogos e brincadeiras ajudam a conhecer a

potencialidade de cada um, a desenvolver o raciocínio, a usar os gestos para

exprimir idéias, pensamentos e emoções. Elas permitem que a criança entre

em contato com o seu próprio corpo e com suas possibilidades de

movimentação, desenvolvendo assim sua consciência corporal e seu

autoconhecimento.

A adequação e a adaptação das atividades para incluir a

criança com deficiência visual serão feitas de acordo com a organização do

cotidiano da escola. Para isso, é indispensável que o professor de apoio e o

professor da classe comum trabalhem em conjunto.

3.4. Defasagens no Processo de Desenvolvimento

Nesta faixa etária (4 a 6 anos), é natural que a criança com

deficiência visual severa, ou com cegueira, apresente defasagens no seu

processo de desenvolvimento, em relação às crianças que enxergam.

Em geral, ela começa a compensar as discrepâncias a partir

dos 6 ou 7 anos, com o estabelecimento da linguagem conceptual.

3.5. O Ensino Fundamental

Entre 7 e 11 anos, a principal atividade da criança, com ou sem

deficiência, é estudar.

A aprendizagem das técnicas de leitura e escrita depende do

desenvolvimento simbólico e conceitual do aluno, de sua maturidade mental,

psicomotora e emocional. Esse processo não acontece de forma espontânea: é

resultado da orientação e do estímulo oferecidos pelo professor, que escolhe

um método e um processo de alfabetização.

Logo de início, o aluno com deficiência visual apresenta uma

desvantagem básica: a perda (ou a redução) da visão. Falando de modo

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genérico, podemos destacar algumas características de seu processo de

desenvolvimento, nesta faixa etária:

o Ele precisa de mais tempo para assimilar alguns conceitos,

especialmente os abstratos;

o Ele precisa ter estimulação contínua;

o Ele tem dificuldade de interação, de apreensão, de

exploração e domínio do meio físico;

o Ele desenvolve mais lentamente a consciência corporal.

É importante que o professor e a família levem em conta as

inevitáveis diferenças em relação à criança que enxerga, evitando fazer

comparações.

A experiência e o aprendizado da criança portadora de

deficiência visual dependem muito de seus outros órgãos dos sentidos. A falta

de estímulos e de experiências que mobilizam os outros sentidos pode

prejudicar a compreensão das relações espaciais e temporais e a aquisição de

conceitos necessários ao processo de alfabetização.

3.6. Braille ou Tipos Ampliados?

A criança com baixa visão deve utilizar auxílios ópticos

adequados e materiais pedagógicos adaptados, como textos com letras

ampliadas. Ela também deve sentar-se na melhor posição possível na sala de

aula, de onde tenha o melhor ângulo de visão da lousa.

Não há uma única regra que seja boa para todos os alunos:

tudo depende do grau de visão e do tipo de patologia de cada um. Alguns

terão maior facilidade com o sistema Braille e outros, com os tipos ampliados,

que são letras de tamanho maior que o comum e com mais espaço entre uma

linha e outra.

É preciso saber que a criança cega demora mais para conceber

a idéia da leitura e da escrita. A criança que enxerga se habitua a ver letras,

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rótulos, palavras, a manusear livros e material impresso desde cedo; já a

criança deficiente visual não tem esta mesma oportunidade. Ela geralmente

só entra em contato com o mundo das letras no período escolar, o que retarda

seu processo de alfabetização.

O aprendizado da leitura e da escrita em Braille requer um

elevado desenvolvimento das habilidades motoras finas, além de flexibilidade

nos punhos e agilidade nos dedos.

Se tiver um aluno cego em sua sala, o professor deve tomar

alguns cuidados:

o Ler o que está escrito na lousa;

o Sempre que possível, passar a mesma lição para ele que

foi dada para a classe;

o Buscar o apoio do professor especializado, que ensinará à

criança o sistema Braille e acompanhará o processo de aprendizagem;

o Os estudantes e professores devem ter o cuidado de não

criarem baixas expectativas, apenas com base na deficiência visual;

o A mobilização de recursos pedagógicos para o aluno com

deficiência deve ser considerada um direito dele;

o O apoio ao aluno com deficiência deve ser considerado de

responsabilidade de todos;

o Disponibilizar com antecedência os textos e livros para o

curso, considerando que a transcrição deste para formatos alternativos (por

exemplo, a transcrição de textos para áudio, Braille ou disquete) demanda

tempo adicional;

o Se possível, o material de estudo deverá ser fornecido sob

a forma de textos ampliados, textos em Braille, textos e aulas gravadas em

áudio ou em disquete, de acordo com as necessidades do aluno e a

possibilidade da escola. O aluno poderá ainda precisar utilizar auxiliares

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ópticos e equipamento informático adaptado, assim como apoio para trabalho

de laboratório e do pessoal da biblioteca;

o Durante as aulas, é útil identificar os conteúdos de uma

figura e descrever a imagem e a sua posição relativa a itens importantes;

o Substituir os gráficos, fluxogramas e tabelas por outras

questões ou utilizar gráficos simples em relevo;

o Transcrever em Braille as provas e outros materiais;

o Possibilitar usar formas alternativas nas provas: o aluno

pode ler o que escreveu em Braille; fazer gravação em fita cassete ou

escrever com tipos ampliados;

o Ampliar o tempo disponível para a realização das provas;

o Evitar dar um exame diferente, pois isso pode ser

considerado discriminatório e dificulta a avaliação comparativa com os outros

estudantes;

o Ajudar só na medida do necessário;

o O professor deve ter um comportamento o mais natural

possível, não devendo super proteger o aluno, ou pelo contrário, ignorá-lo.

3.7. Como o Aluno Deficiente Visual Aprende Matemática?

O aluno com deficiência visual, de acordo com Bruno (1997),

tem as mesmas condições para aprender Matemática que uma criança não

deficiente. Porém, é preciso que o professor adapte as representações

gráficas e os recursos didáticos que vai utilizar.

É importante ressaltar que, ao adaptar recursos didáticos para

facilitar o aprendizado de alunos com deficiência, o professor acaba

beneficiando todos os alunos, pois recorre a materiais concretos, que são

bons para a compreensão dos conceitos.

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Para ensinar Matemática, o instrumento mais utilizado é o

ábaco - ou sorobã - que é de origem japonesa. Seu manuseio é fácil e pode

ajudar até mesmo os alunos que enxergam, pois ele concretiza as operações

matemáticas.

Outra técnica complementar que pode ser utilizada com bons

resultados é o cálculo mental, que deve ser estimulado desde o início da

aprendizagem e que será útil, posteriormente, quando o aluno estudar

álgebra.

3.8. O Professor e o Desenvolvimento da Criança Portadora de

Deficiência Visual

Para entender o que acontece com o processo de

desenvolvimento da criança com deficiência visual, o professor deve

considerar, entre outros fatores:

o A idade em que a deficiência aconteceu;

o Associação (ou não) com outras deficiências;

o Aspectos hereditários;

o Aspectos ambientais;

o Tratamento recebido.

A criança portadora de deficiência visual (com cegueira ou com

baixa visão) deve ser avaliada por profissionais da área da saúde e da

educação, num trabalho conjunto.

É errado achar que uma criança com deficiência visual também

tenha deficiência mental, por sua eventual dificuldade ou atraso em realizar

algumas tarefas.

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3.9. A Escola e a Sociedade

Ao abrir suas portas para receber os que enxergam e os que não

enxergam, a escola se torna um espaço de inclusão, promovendo trocas

enriquecedoras entre toda a equipe escolar, os alunos e suas famílias.

A fonte de informações mais importante para o professor é o

próprio aluno e sua família. É fundamental saber como ele é, como percebe,

fala e sente. O deficiente visual percebe a realidade que está a sua volta por

meio de seu corpo, na sua maneira própria de ter contato com o mundo que o

cerca.

Para conhecer o deficiente visual, seus interesses e habilidades,

o professor deve prestar atenção ao referencial perceptual que ele revela. A

partir daí, o professor pode oferecer-lhe oportunidades para entrar em contato

com novos objetos, pessoas e situações, facilitando seu processo de

aprendizagem.

Para a Profa. Elcie Masini (1994), estudiosa da temática da

deficiência visual:

"Aprender é aqui entendido como a capacidade humana de

receber, colaborar, organizar novas informações e, a partir

desse conhecimento transformado, agir de forma diferente

do que se fazia antes. Aprende-se numa relação com o

outro ser humano e/ou com as coisas a seu redor."

A escola pode adotar diversas medidas, para capacitar os

professores e a comunidade escolar para lidar com a deficiência visual, como:

o Promover reuniões para discutir as dificuldades encontradas;

o Convidar especialistas para fazer palestras a professores e

alunos;

o Ter material bibliográfico de apoio;

o Exibir vídeos sobre o assunto;

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o Convidar pais de crianças com deficiência ou professores que já

tiveram esta experiência para dar depoimentos.

3.10. O Papel da Família

Embora não seja fácil, a família precisa entender que o

portador de deficiência é, antes de mais nada e acima de tudo, uma pessoa

total, evitando focalizar a atenção na sua condição visual. Assim, ela deve

oferecer condições para seu crescimento como indivíduo, tornando-o capaz

de ser feliz e produtivo dentro de sua realidade, de sua potencialidade e seus

limites.

O depoimento da Profa. Rosana Glat é esclarecedor: "De fato,

a minha experiência de 20 anos lidando com pessoas portadoras de

deficiência e suas famílias tem mostrado que os indivíduos mais integrados

socialmente, isto é, que levam uma vida mais 'normalizada', são aqueles que

são tratados de maneira mais natural, mais 'normal' por suas famílias, que

estão, enfim, mais integrados na constelação familiar. Isto é válido não

apenas para os casos de deficiências congênitas, mas também para os que

por doença ou acidente vieram a se tornar deficientes na idade adulta. Canejo

(1996), em recente estudo com pessoas portadoras de cegueira adquirida,

constatou que os sujeitos que pareciam ter maior grau de integração social

eram justamente aqueles que tinham um bom esquema de suporte familiar."

A primeira atitude consiste em acreditar na potencialidade da

criança, considerando-a capaz de estudar, de ser independente, de trabalhar,

praticar esportes e tantas outras coisas que seus amigos fazem.

Para muitos portadores de deficiência, a maior dificuldade está

na falta de oportunidades.

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CAPITULO IV

O TRABALHO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

De acordo com pesquisa na internet, a Orientação Educacional,

já desenvolvida em outros países iniciou-se no Brasil, com os trabalhos

pioneiros de Roberto Mange, em São Paulo, na década de vinte e de Araci

Muniz Freire e Maria Junqueira Schimidt, no Rio de Janeiro, na década de

trinta, embora a sua implantação oficial viesse a ocorrer apenas no início da

década de quarenta, por meio das leis orgânicas do ensino industrial,

secundário, comercial e agrícola, e a formação do Orientador Educacional

somente tivesse sido disciplinada em 1961, com a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação.

A partir de 1968, havendo a expansão do ensino superior em

todo o país, multiplicaram-se os cursos de pedagogia e contingentes

consideráveis de Orientadores Educacionais vêm sendo formados.

No Brasil, a Orientação Educacional se exerce

predominantemente no ensino de primeiro e segundo graus, embora possa e

deva ser exercido em todos os níveis de ensino.

Na maior parte dos casos, os orientadores educacionais são

consultores para a Direção e interlocutores entre os pais, o aluno e a escola.

Disciplinam o estudante, reúnem-se, e discutem problemas didáticos e

disciplinares com os professores e os pais do aluno, aplicam e interpretam

testes padronizados, promovem eventos que estimulam o relacionamento

interpessoal, e aconselham o encaminhamento a psicólogos e psiquiatras dos

casos de desvios mais complexos.

O papel da Orientação Educacional é criar um clima de

confiança baseado na ética e no autêntico diálogo, promovendo uma ação

integradora entre Direção, setores, Professores, alunos, funcionários e famílias.

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4.1. Objetivos:

Acompanhar e auxiliar o aluno no seu desenvolvimento afetivo,

cognitivo e comportamental, trabalhando de forma preventiva suas habilidades,

competências ligadas a um objetivo de vida.

Proporcionar condições de o aluno exercitar o direito à

cidadania, onde se torne um SER HUMANO inserido, atualizado, com senso

crítico em várias áreas do conhecimento, possibilitando uma maior participação

social e transformação da sociedade.

Auxiliar o aluno a confrontar-se consigo mesmo suas

habilidades, seus valores, suas expectativas de vida pessoal, profissional e

política.

Propiciar discussões sobre trabalho, conjuntura social,

auxiliando-o na sua decisão profissional.

Promover projetos, palestras, visitas e campanhas assistenciais

junto a comunidade.

4.2. Objetivos Gerais:

Promover a ação integradora entre os alunos, professores,

funcionários da escola e com as famílias, proporcionando um ambiente

favorável ao desenvolvimento da personalidade do educando;

Acompanhar e assistir o aluno no seu desenvolvimento

cognitivo, afetivo e comportamental;

Propiciar atendimento e dar informações na área psico-

pedagógica do educando, no sentido de auxiliar nas dificuldades encontradas

no processo de ensino-aprendizagem, objetivando a tomada responsável de

decisões;

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Realizar o atendimento e aconselhamento psico-pedagógico e

vocacional-profissional do educando.

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CONCLUSÃO

Toda pesquisa que foi feita, para que esse trabalho fosse

realizado, foi enriquecedora, pois mostrou o quanto o deficiente visual é capaz.

Estudos indicam que a atitude do professor é um dos fatores

que mais contribui para o sucesso de qualquer medida de integração da

criança com deficiência. De fato, como o comprovam as práticas do dia-a-dia

nas nossas escolas, não basta determinar legalmente a integração para que

ela aconteça, é preciso um trabalho de conscientização do corpo discente e

docente das escolas, da sociedade e dos governantes, para que essa inclusão

aconteça verdadeiramente e não só no papel.

A integração é, em última instância, um processo de fornecer

aos alunos com deficiência uma educação com o máximo de qualidade e de

eficácia, no sentido da satisfação das suas necessidades individuais. Ora, este

objetivo depende fundamentalmente do papel do professor, nomeadamente de

variáveis como a sua vontade em levar a cabo as tarefas de ensino destes

alunos e a sua formação ou preparação pedagógica para o fazer.

E com a tecnologia tão avançada, os professores podem usa-la

em beneficio do deficiente visual, o que irá facilitar e muito o seu aprendizado.

Quanto ao Orientador Educacional o seu papel é de extrema

importância na formação dessas crianças, pois ele dá suporte ao que eles

precisarem, e também aos pais, professores e todos juntos unindo esforços

podem dar um futuro melhor para a educação.

O Orientador Educacional busca trabalhar com as crianças

através da prevenção, da orientação, dando valor ao aluno, pois independente

de sua dificuldade ele é capaz de aprender e desenvolver-se.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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São Paulo: Laramara, 1997.

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MAZZOTTA, M. J. S. Direito do portador de Deficiência à Educação. Revista

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MAZZOTTA, Marcos. Educação Especial no Brasil – Histórias e Políticas

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo I – Entrevista da Revista “Nova Escola” com Maria Teresa Eglér

Mantoan

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ANEXO I

ENTREVISTA DA REVISTA “NOVA ESCOLA” COM

MARIA TERESA EGLÉR MANTOAN

“INCLUSÃO É O PRIVILÉGIO DE CONVIVER COM AS

DIFERENÇAS”

Para a educadora, na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma

lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro

passo para construir uma sociedade mais justa.

Uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil, Maria Teresa

Montoan é critica convicta das chamadas escolas especiais. Ironicamente, ela

iniciou sua carreira como professora de educação especial e, como muitos,

não achava possível educar alunos com deficiência em uma turma regular. A

educadora mudou de idéia em 1989, durante uma viagem a Portugual. Lá, viu

pela primeira vez uma experiência em inclusão bem sucedida. “Passei o dia

com um grupo de crianças que tinha um enorme carinho por um colega sem

braços nem pernas”, conta. No fim da aula, a professora da turma perguntou se

Maria Teresa preferia que os alunos contassem ou dançassem para agradecer

a visita. Ela escolheu a segunda opção. “Na hora percebi a mancada. Como

aquele menino dançaria?” Para sua surpresa, um dos garotos pegou o colega

no colo e os outros ajudaram a amarrá-lo ao seu corpo. “E ele, então, danço

para mim.” Na volta ao Brasil, Maria Teresa – que desde 1988 é professora da

Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – deixou de se

concentrar nas deficiências para ser uma estudiosa das diferenças. Com seus

alunos, fundou o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade.

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Para ela, uma sociedade justa e que dê oportunidade para todos, sem qualquer

tipo de discriminação, começa na escola.

NOVA ESCOLA: O que é inclusão?

MARIA TERESA: È a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e,

assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de

nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas sem exceção. É para o

estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental,

para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é

discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se

aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não

conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.

NOVA ESCOLA: Que benefícios a inclusão traz a alunos e professores?

MARIA TERESA: A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O

grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes

não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vender

os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela

deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu

espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre

dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar

no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que é e o que ele pode ser.

Além disso, para nós professores, o maior ganho está em garantir a todos o

direito à educação.

NOVA ESCOLA: O que faz uma escola ser inclusiva?

MARIA TERESA: Em primeiro lugar, um bom projeto pedagógico, que começa

pela reflexão. Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais

do que ter rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola inclusiva deve

discutir o motivo de tanta repetência e indisciplina, de os professores não

darem conta do recado e de os pais não participarem. Um bom projeto valoriza

a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As práticas

pedagógicas também precisam ser revistas. Como as atividades são

selecionadas e planejadas para que todos aprendam? Atualmente, muitas

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escolas diversificam o programa, mas esperam que no fim das contas todos

tenham os mesmos resultados. Os alunos precisam de liberdade para aprender

do seu modo, de acordo com as suas condições. E isso vale para os

estudantes com deficiência ou não.

NOVA ESCOLA: Como está a inclusão no Brasil hoje?

MARIA TERESA: Estamos caminhando devagar. O maior problema é que as

redes de ensino e as escolas não cumprem a lei. A nossa Constituição garante

desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo que alunos com

necessidades especiais devem receber atendimento especializado –

preferencialmente na escola -, que não substitui o ensino regular. Há outra

questão, um movimento de resistência que tenta impedir a inclusão de

caminhar: a força corporativa de instituições especializadas, principalmente em

deficiência mental. Muita gente continua acreditando que o melhor é excluir,

manter as crianças em escolas especiais, que dão ensino adaptado. Mas já

avançamos. Hoje todo mundo sabe que elas têm o direito de ir para a escola

regular. Estamos num processo de conscientização.

NOVA ESCOLA: A escola precisa se adaptar para a inclusão?

MARIA TERESA: Além de fazer adaptações físicas, a escola precisa oferecer

atendimento educacional especializado paralelamente às aulas regulares, de

preferência no mesmo local. Assim, uma criança cega, por exemplo, assiste às

aulas com os colegas que enxergam e, no contraturno, treina mobilidade,

locomoção, uso da linguagem braile e de instrumentos como soroban, para

fazer contas. Tudo isso ajuda a sua integração dentro e fora da escola.

NOVA ESCOLA: Como garantir atendimento especializado se a escola não

oferece condições?

MARIA TERESA: A escola pública que não recebe apoio pedagógico ou verba

tem como opção fazer parcerias com entidades de educação especial,

disponíveis na maioria das redes. Enquanto isso, a direção tem que continuar

exigindo dos dirigentes o apoio previsto em lei. Na particular, o serviço

especializado também pode vir por meio de parcerias – e deve der oferecido

sem ônus para os pais.

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NOVA ESCOLA: Estudantes com deficiência mental severa podem estudar em

uma classe regular?

MARIA TERESA: Sem dúvida. A inclusão não admite qualquer tipo de

discriminação, e os mais excluídos sempre são os que têm deficiências graves.

No Canadá, vi um garoto que ia de maca para a escola e, apesar do raciocínio

comprometido, era respeitado pelos colegas, integrado à turma e participativo.

Há casos, no entanto, em que a criança não consegue interagir porque está em

surto e precisa ser tratada. Para que o professor saiba o momento adequado

de encaminha-la a um tratamento, é importante manter vínculos com os

atendimentos clinico e especializado.

NOVA ESCOLA: A avaliação de alunos com deficiência mental deve ser

diferenciada?

MARIA TERESA: Não. Uma boa avaliação é aquela planejada para todos, em

que o aprende a analisar a sua produção de forma critica e autônoma. Ele deve

dizer o que aprendeu, o que acha interessante estudar e como o conhecimento

adquirido modifica a sua vida. Avaliar estudantes emancipados é, por exemplo,

pedir para que eles próprios inventem uma prova. Assim, mostram o quanto

assimilaram um conteúdo. Aplicar testes com consulta também é muito mais

produtivo do que cobrar decoreba. A fundação da avaliação não é medir se a

criança chegou a um determinado ponto, mas se ela cresceu. Esse mérito vem

do esforço pessoal para vencer as suas limitações, e não da comparação com

os demais.

NOVA ESCOLA: Um professor sem capacitação pode ensinar alunos com

deficiência?

MARIA TERESA: Sim. O papel do professor é ser regente de classe, e não

especialista em deficiência. Essa responsabilidade é da equipe de atendimento

especializado. Não pode haver confusão. Uma criança surda, por exemplo,

aprende com o especialista libras (língua brasileira de sinais) e leitura labial.

Para ser alfabetizada em língua portuguesa para surdos, conhecida como L2, a

criança é atendida por um professor de língua portuguesa capacitado para

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isso. A função do regente é trabalhar os conteúdos, mas as parcerias entre os

profissionais são muito produtivas. Se na turma há uma criança surda e o

professor regente vai dar uma aula sobre o Egito, o especialista mostra à

criança com antecedência fotos, gravuras e vídeos sobre o assunto. O

professor L2 dá o significado de novos vocábulos, como pirâmides e faraó. Na

hora da aula, o material de apoio visual, textos e leitura labial facilitam a

compreensão do conteúdo.

NOVA ESCOLA: Como ensinar cegos e surdos sem dominar o braile e a

língua de sinais?

MARIA TERESA: É até positivo que o professor de uma criança surda não

saiba libras, porque ela tem que entender a língua portuguesa escrita. Ter

noções de libras facilita a comunicação, mas não é essencial para a aula. No

caso de ter um cego na turma, o professor não precisa dominar o braile, porque

quem escreve é o aluno. Ele pode até aprender, se achar que precisa para

corrigir textos, mas há a opção de pedir ajuda ao especialista. Só não acho

necessário ensinar libras e braile na formação inicial do docente.

NOVA ESCOLA: O professor pode se recusar a lecionar para turmas

inclusivas?

MARIA TERESA: Não, mesmo que a escola não ofereça estrutura. As redes

de ensino não estão dando às escolas e aos professores o que é necessário

para um bom trabalho. Muitos evitam reclamar por medo de perder o emprego

ou de sofrer perseguição. Mas eles têm que recorrer à ajuda que está

disponível, o sindicato, por exemplo, onde legalmente expõem como estão

sendo prejudicados profissionalmente. Os pais e os lideres comunitários

também podem promover um diálogo com as redes, fazendo pressão para o

cumprimento da Lei.

NOVA ESCOLA: Há fiscalização para garantir que as escolas sejam

inclusivas?

MARIA TERESA: O Ministério Público fiscaliza, geralmente com base em

denuncias, para garantir o cumprimento da lei. O Ministério da Educação

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Especial, atualmente não tem como preocupação punir, mas levar as escolas a

entender o seu papel e a lei e a agir para colocar tudo isso em prática.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO...........................................................................................02

DEDICATÓRIA..................................................................................................03

AGRADECIMENTOS.........................................................................................04

RESUMO...........................................................................................................06

METODOLOGIA................................................................................................08

SUMÁRIO..........................................................................................................09

INTRODUÇÃO...................................................................................................10

CAPÍTULO I.......................................................................................................12

Deficiência: O que é...........................................................................................12

CAPÍTULO II......................................................................................................18

Inclusão..............................................................................................................18

CAPÍTULO III.....................................................................................................26

A Deficiência Visual e a Educação

3.1.Deficiência Visual.........................................................................................26

3.2 .Mãos: Os “olhos” dos Deficientes Visuais...................................................30

3.3.Educação Pré-Escolar.................................................................................30

3.4. Defasagens no Processo de Desenvolvimento..........................................31

3.5. O Ensino Fundamental...............................................................................31

3.6. Braille ou Tipos Ampliados?.......................................................................32

3.7.Como o Aluno Deficiente Visual Aprende Matemática?..............................34

3.8. O Professor e o Desenvolvimento da Criança Portadora de Deficiência

Visual.................................................................................................................35

3.9.A Escola e a Sociedade...............................................................................36

3.10.O Papel da Família....................................................................................37

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CAPÍTULO IV.....................................................................................................38

O trabalho da Orientação Educacional..............................................................38

4.1.Objetivos......................................................................................................39

4.2. Objetivos Gerais.........................................................................................39

CONCLUSÃO....................................................................................................41

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................42

ÍNDICE DO ANEXO:..........................................................................................44

Anexo I - Entrevista da Revista “NOVA ESCOLA” Com Maria Teresa Eglér

Mantoan.............................................................................................................45

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A Inclusão de Portadores de Deficiência Visual na

Educação Infantil e Séries Iniciais

Autor: Neide Ferreira de Souza

Data de Entrega:

Avaliado por: Fabiane Muniz

Conceito: