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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O PAPEL DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL Daniele Vieira de Azevedo ORIENTADOR: Prof. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O PAPEL DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO CONTINUADA

DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Daniele Vieira de Azevedo

ORIENTADOR: Prof. Edla Trocoli

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão escolar. Por: Daniele Vieira de Azevedo.

O PAPEL DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO CONTINUADA

DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Rio de Janeiro 2016

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora Profª Edla Trocoli,

aos demais professores da AVM faculdade

Integrada, campus Centro, aos colegas de classe,

a Profª Vera Maria Ramos de Vasconcellos, a

minha família e a Deus. Obrigada!

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, minha irmã e

meu noivo que foram porto seguro perante as

dificuldades durante este percurso.

5

RESUMO

O presente trabalho visa mostrar como a atuação do Supervisor na

formação continuada do professor de Educação Infantil pode contribuir na

qualidade da atuação do mesmo no chão da escola. Pois, apesar de

amplamente difundido nos dias atuais os cursos de formação para Professor

(na modalidade Normal e Superior- Pedagogia), no dia a dia existe muita

dificuldade de encontrar bons profissionais, principalmente na Educação

Infantil. Profissionais que vejam a criança como um sujeito ativo, que se

relaciona com o meio e nele constitui relações afetivas, apropria-se de novas

linguagens, interage no espaço-tempo com outros que com ela também

interagem. Ela (criança) como autor de seu próprio desenvolvimento. Por isso a

importância do trabalho do supervisor pedagógico na formação continuada

deste profissional que atua junto à criança para a construção de um

posicionamento reflexivo de todos os adultos envolvidos no processo de

educação da criança pequena.

Palavras Chaves: Educação Infantil; Supervisão Pedagógica; Formação

Continuada.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, que permite que se

tome conhecimento de material relevante, tomando-se por base o que já foi

publicado em relação ao tema Supervisor e Formação Continuada, por

Dermeval Saviani, Vera Maria Ramos de Vasconcellos, Denise Carvalho,

Mendes, Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 e Antônio Nóvoa, de modo que foi

possível delinear uma nova abordagem sobre o mesmo, chegando a

conclusões que possam servir de embasamento para pesquisas futuras.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Perspectiva Histórica 10

1.1- A função supervisora. 10

1.2- A função do Professor de Educação Infantil. 13

CAPÍTULO II

A importância da formação continuada do professor de Educação Infantil 19

CAPÍTULO III

O supervisor pedagógico como agente no processo de formação continuada do

professor de Educação Infantil 27

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 43

8

INTRODUÇÃO

A supervisão pedagógica está presente na educação escolar desde seus

primórdios. E a partir da necessidade de sistematizar o ensino com métodos,

objetivos, procedimentos e resultados, o supervisor começa a definir o seu

papel, assumindo aos poucos novas atribuições.

O mesmo acontece com a identidade do professor que atua na

Educação Infantil, que a partir de muitas lutas e em meio a tantas discussões

conseguiu assumir o seu papel.

Hoje, os documentos oficiais trazem diretrizes para a formação de

professores. Porém, ainda não trazem de maneira explicita o perfil desejado

para este profissional.

Por isso, o papel deste profissional que irá atuar como coordenador

deste processo, o supervisor pedagógico, precisa oferecer no momento de

formação a reflexão das ações pedagógicas vividas no cotidiano do trabalho

com a criança. E para isso é necessário que o supervisor esteja atento ás

especificidades dos objetivos que se quer alcançar com a criança.

Assim, para a realização deste trabalho, recorreu‐se a pesquisa

bibliográfica, tomada como base estudos de Saviani (2003), Carvalho (2002),

Vasconcellos (2005), Libâneo (2001), Mendes (2010), Souza (2011), Nóvoa

(1997), Kramer (2006), Lima (2007), Alarcão (2007), Oliveira (2006),

Constituição Federal (1988), LDB/9394 (1996).

A seleção deste referencial teórico como aporte do presente trabalho,

pois, encontra-se nestes autores os subsídios necessários para uma melhor

compreensão das relações existentes nas práticas pedagógicas da Educação

Infantil e na formação de professores. Com a base teórica definida, referente

ao objeto da pesquisa, optei por uma fundamentação teórico-metodológica que

possibilitasse construir um caminho mais apropriado para alcançar o objetivo

aqui apresentado.

9

Quanto à estruturação deste trabalho, apresenta-se em três capítulos,

organizados conforme descrição a seguir. No capítulo I, foi descrita a

perspectiva histórica da função do supervisor e da função do professor de

educação infantil, enfatizando as lutas, as conquistas e as transformações

ocorridas no âmbito educacional, político e social neste segmento educacional.

No capítulo II, foram abordados assuntos referentes à importância da

formação de professores no contexto da Educação Infantil, destacando a busca

da qualidade dessa etapa da educação básica. O capítulo III trata o supervisor

pedagógico como agente no processo de formação continuada do professor de

educação infantil e o quanto a figura deste profissional é fundamental para a

articulação de teorias com as práticas pedagógicas realizadas no trabalho com

a criança pequena.

E finaliza‐se com as considerações finais referente a necessidade de

reflexão sobre formação continuada dos professores da educação infantil em

um trabalho de parceria com o supervisor pedagógico.

10

CAPÍTULO I

Perspectiva Histórica

A análise histórica da função do supervisor pedagógico e do professor

de educação infantil faz-se necessário, pois, ambas percorrem um caminho

histórico de lutas e conquistas do seu papel na sociedade. Já que tanto a

profissão de supervisor quanto a profissão de professor de educação infantil

precisaram afirmar seu status a partir da organização e divisão técnica do seu

trabalho. No qual fez-se necessário que o profissional para atuar nestas

profissões precisassem de uma qualificação técnica para o trabalho.

1.1- A função supervisora.

Segundo Dermeval Saviani, a função supervisora estava presente

mesmo nas comunidades primitivas, na qual a educação se dava de maneira

difusa e diferenciada. Nesta conjuntura, a educação coincidia com a própria

vida, sendo uma ação espontânea. Com o surgimento da sociedade de classe

(Antiguidade e Idade Média), surgiu uma educação diferenciada que se

caracterizou pela escola. Neste contexto, diferente da sociedade primitiva, a

função supervisora vai assumir claramente a forma de controle, de

conformação, de fiscalização e, mesmo de coerção expressa nas punições e

castigos físicos. A função supervisora também se fazia presente na educação

dos trabalhadores (escravos) por intermédio do intendente. Concluindo-se

então, que o pedagogo que supervisionava a educação das crianças da classe

dominante correspondia ao capataz que supervisionava a educação dos

trabalhadores (2003)

As transformações da sociedade que saiu da Idade Média passando

para Era Feudal e seguindo para Era Industrial, consequentemente, também

mudaram as relações educacionais, na qual a escola fica na posição principal e

dominante de educação. Saviani, em A Supervisão em Perspectiva

Histórica: da função à profissão pela mediação da ideia, diz:

11

Com o processo de instucionalização generalizada da

educação já se começa a esboçar a ideia de supervisão educacional, o

que vai se evidenciando na organização da instrução pública desde a

sua manifestação, ainda religiosa, nos séculos XVIII e XIX às propostas

de organização de sistemas estatais e nacionais, de orientação laica,

até as amplas redes escolares instituídas no século atual. (2003)

Assim, a função supervisora é a “ação de velar sobre alguma coisa ou

sobre alguém, tendo em vista, assegurar a regularidade de seu funcionamento

ou seu comportamento.” (Foulquié, 1971). Cabe ao supervisor escolar

dinamizar e assistir na operacionalização do sentido do processo educativo na

escola, traduzir as políticas institucionais identificando estratégias para sua

materialização, acompanhando o cotidiano de atuação dos profissionais aí

inseridos.

No Brasil, a função supervisora aparece a partir de 1549 através do

plano de ensino formulado pelo Padre Manuel da Nóbrega, adotada em 1570

no “Ratio Studiorium”. Com as Reformas Pombalinas, em 1759, foram criadas

as aulas régias, descaracterizando a função do supervisor concentrada no

prefeito de estudos. Saviani (2006, p.22) diz que:

(...) a idéia de supervisão englobava os aspectos políticos

administrativos (inspeção e direção) em nível de sistema

concentrados na figura do diretor geral, e os aspectos de

direção,coordenação e orientação do ensino, em nível local, a

cargo dos comissários ou diretores dos estudos, os quais

operavam por comissão do diretor geral dos estudos.

Em 1827, com a Independência do Brasil foram estabelecidas as

escolas de primeiras letras na qual o professor absorvia a função de supervisão

e docência. Esse modelo durou até o Brasil Império, em 1834 essa função

passa a ser exercida por agentes específicos. Segundo Saviani (2006, p.23) “O

bem do serviço, Senhores, reclama imperiosamente a criação de um Inspetor

de Estudos, ao menos na capital do Império.”

A Reforma Couto Ferraz, em 1854, ficou estabelecido uma supervisão

permanente que Saviani apresenta “a ideia de supervisão vai ganhando

12

contornos mais nítidos ao mesmo tempo que as condições objetivas

começaram a abrir perspectivas para se conferir a essa idéia o estatuto de

verdade” (2006, p.24).

No Período Republicano a direção e inspeção do ensino ficavam sob

responsabilidade do inspetor geral, em todo estado, auxiliado por inspetores

auxiliares. O Estado Novo, período marcado por uma política de corte fascista

que desejava extinguir as forças de resistência no país (BRZEZUSKI, 1996).

Este cenário foi palco da criação do curso de Pedagogia (Decreto Lei Nº 1190

de 4 de abril de 1939), no qual ficou instituído o chamado “Padrão Federal”,

que objetivava formar bacharéis e licenciados para as áreas específicas e para

o setor pedagógico. O licenciado em Pedagogia devia fazer o curso de Didática

que o habilitava para a docência das disciplinas específicas do Curso Normal

como também formava o “técnico em Educação”, o equivalente ao Especialista

em Educação, o que conhecemos como supervisor educacional (Abdulmassihe

e Rodrigues, 2007).

Após 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial a supervisão no

âmbito das reformas escolanovistas almejava-se que os supervisores

atuassem sobre o trabalho do professor nas escolas. O eixo de suas atividades

era a própria escola. Com a expansão do ensino, a lei 4.024/61 (Art. 52), fazia

uma breve referência ao papel do supervisor, na qual previa a formação de

professores, orientadores, supervisores e administradores escolares

destinados ao ensino primário através do ensino normal.

A lei 5.5.40/68 (Art. 30) instituía a formação dos professores para o

ensino de segundo grau, de disciplinas gerais e técnicas e preparo de

especialistas para os trabalhos de planejamento, supervisão, administração,

inspeção e orientação nas escolas seria feito no ensino superior. Contudo, o

Decreto Lei 464/69 (Art. 16) colocava que:

“enquanto não houver em número

bastante, os professores e especialistas a que

se refere o Art. 30, a habilitação para as

13

respectivas funções será feita mediante

exame de suficiência, realizado em

instituições oficiais de ensino superior

indicadas pelo Conselho Federal de

Educação”.

A Lei 5292/71, objetivava preparar mão-de-obra e especializar os

trabalhadores para receber as ações da propriedade privada. Esta lei que

firmou a obrigatoriedade do Especialista da educação nos estabelecimentos de

ensino. Após a década de 80, atravessar do regime militar ocorreu à

promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LBD, 1996), nesta lei

a escola é um sistema social, compõe-se de um conjunto de funções todas

inter-relacionadas. Ou seja, a escola, na perspectiva de construção de

cidadania que precisa valorizar a cultura de sua comunidade e, ao mesmo

tempo, ultrapassar seus limites, propiciando às crianças pertencentes aos

diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos

conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional

e regional como no que faz parte do patrimônio universal da humanidade

(BRASIL, 1997, p. 46). A globalização reflete na educação na medida que

interfere na organização do trabalho pedagógico, ao delegar uma série de

atribuições as escolas e aos supervisores educacionais e professores. O papel

do supervisor escolar é dinamizar e assistir a operacionalização do sentido do

processo educativo na escola (Luckin, 1999).

1.2- A função do professor de educação infantil.

Compreender como se apresenta a função do professor de educação

infantil na contemporaneidade, provoca buscar uma perspectiva histórica da

função do mesmo, intrinsecamente relacionada às contextualizações sociais,

econômicas, políticas e ideológicas de cada tempo e lugar. Neste contexto, faz-

se necessário um breve histórico do percurso dos profissionais que atuam em

instituições educativas junto a crianças pequenas. Assim, cabe a reflexão

14

acerca de algumas das diversas questões atuais relativas à função e à

formação destes profissionais.

Segundo Denise Maria de Carvalho (2002) a educação da criança

pequena é uma preocupação antiga, encontrando-se registros a esse respeito

em escritos da antiguidade clássica, por Platão (427- 347 a C), mencionando à

educação da primeira infância através de jogos educativos na família, com o

objetivo de preparar para o exercício futuro da cidadania. Aristóteles (384-332 a

C) propôs que dos cinco aos sete anos, as crianças deveriam receber, em

casa, educação para a higiene e o endurecimento, e já deveriam assistir

algumas lições. Pensadores humanistas como Erasmo (1465-1530) e

Montaigne (1483-1553), nos séculos XI e XII, propunham uma educação que

respeitasse a natureza infantil e estimulasse a criatividade articulando o jogo à

aprendizagem.

Conseqüentemente, por muitos séculos, a partir de uma visão de criança

como tabula rasa e folha em branco, a responsabilidade com o cuidado e com

sua educação foi conferida à família e, principalmente, às mulheres, através de

sua inserção nas práticas domésticas ou sociais dos adultos, práticas essas

diferentes de acordo com a classe a qual pertenciam às crianças.

A partir de Oliveira (2002), apesar da hegemonia da educação das

crianças pequenas na família, outros modos de atendimento extra-doméstico

foram se estabelecendo, junto às classes sociais desfavorecidas, desde as

sociedades primitivas, através de relações de parentesco, e se fizeram

presentes na Idade Antiga, com as “mães mercenárias” e nas Idades Média e

Moderna com as “rodas dos expostos” ou os “lares substitutos”, sob a

responsabilidade de entidades religiosas ou filantrópicas.

É no contexto da expansão comercial, Revolução Industrial e do

desenvolvimento científico marcam a passagem para a Idade Moderna com a

emergência das ideias de família nuclear, de educação como investimento para

o desenvolvimento social, de escolaridade obrigatória, de criança como pessoa

com necessidades especiais, de infância como fase de preparação para a vida

15

adulta e, ainda, do ideário pedagógico moderno, que se origina o movimento de

constituição do atendimento às crianças pequenas (Carvalho, 2002).

Com isso, para atender às crianças pobres (órfãs, abandonadas ou

filhas das mães que ingressaram no trabalho das fábricas) houve a

necessidade de serem criadas, nos séculos XVII e XVIII, na Inglaterra, na

França e em outros países da Europa, as primeiras instituições, orientadas

pelos conhecimentos da medicina e pelos preceitos da religião, que

objetivavam principalmente a guarda de crianças a partir de dois anos,

incluindo os cuidados com sua saúde e alimentação, assim como, em alguns

casos, sua iniciação em um ofício. Eram as “escolas de caridade” ou “escolas

de damas” (Oliveira, 1994). Às mulheres responsáveis por exercer tais tarefas

teriam que ter como requisitos necessários a proximidade com os atribuídos à

mãe, além de conhecimentos de puericultura e do sentimento de piedade

(Carvalho, 2002).

Assim, segundo Carvalho:

“A preocupação com a educação da criança pequena da

época, tanto as de famílias abastadas, entregues a preceptores, cujas

ações orientavam-se para o disciplinamento severo e para o

intelectualismo enciclopedista; como as mais pobres, caracterizadas

como carentes ou deficientes entregues aos asilos, suscitou as ideias

de pensadores considerados precursores na área, por terem elaborado

princípios e propostas para a organização da educação infantil e para a

caracterização do profissional responsável e de sua função”. (2002)

Ou seja, neste contexto começava-se a se orientar as ideias de

organização para um espaço formal, fora do seio familiar, para a educação da

criança pequena. A partir dos estudos de diversos pensadores como Rousseau

(1712-1778); Pestalozzi (1746-1827); Froebel (1782-1852); Decroly (1871-

1932) e Maria Montessori (1879- 1952) que a Educação Infantil em gera, e do

profissional que trabalha com a criança em particular vai se caracterizando.

Sob a influência dessas ideias e práticas que surgiram as primeiras

iniciativas na história da educação infantil no Brasil. As primeiras creches

16

instituídas no final do século XIX e início do século XX tinham como fins retirar

as crianças abandonadas da rua, diminuir a mortalidade infantil, combater a

desnutrição e formar hábitos higiênicos e morais nas famílias. Com um forte

caráter filantrópico-assistencialista e médico-sanitário, esse atendimento

mesmo quando passou a ser controlado pelo setor público, a partir da década

de 30, continuou sendo insuficiente e ineficiente (Carvalho, 2002).

A intervenção do estado, a partir dos anos 40, quando foi criado o

Departamento Nacional da Criança, ligado ao Ministério da Saúde, era

predominantemente normativa, reconhecendo a creche como mal necessário

no combate às criadeiras, ou seja, as mulheres do povo que em seus

domicílios assumiam a guarda das crianças de mulheres pobres (Freitas,

2000). Para o trabalho na creche, requeria-se conhecimentos de higiene e

puericultura. Para formação, no caso dos dirigentes era, geralmente, das áreas

de saúde ou assistência social. As “educadoras” e auxiliares, diretamente

responsáveis pelo trabalho com as crianças, em geral, leigas e recebiam

treinamento (Carvalho, 2002).

Diferente das creches, os jardins de infância, cuja ideia européia chegou

ao Brasil no final do século XIX, apresentavam, desde sua origem, intenções

essencialmente pedagógicas voltadas ao atendimento das camadas mais

abastadas da população. Ainda nesse período, com a influência do ideário da

Escola Nova, surgiu o atendimento em praças públicas – os “Parques Infantis”,

para as crianças da classe operária (Faria,1999). Nestes estabelecimentos, a

profissional era definida como professora sendo requeria formação

pedagógica em Cursos Normais, em nível médio.

Mesmo com as iniciativas, a expansão da educação pública de crianças

menores de seis anos, foi se dando lentamente, tanto em creches como em

jardins-de-infância. Somente no final dos anos 70, que se observa uma

expansão das creches e pré-escolas no Brasil, em função de diversos fatores

como a crise do regime militar, o crescimento urbano, a participação crescente

das mulheres no mercado de trabalho, a reconfiguração do perfil familiar, a

17

intensificação dos movimentos sociais organizados, em especial de grupos de

mulheres, e a influência de políticas sociais (Carvalho, 2002).

Com a necessidade de novas estratégias governamentais para atender

à crescente demanda por atendimento às crianças menores de 7 anos, foram

desencadeadas políticas de cunho compensatório e emergencial que

articulavam ampliação quantitativa do atendimento e baixo investimento público

(Rosemberg, 1999; Freitas, 2000). Ou seja, junta à baixa qualidade das

condições físicas e materiais oferecidas, a formação dos profissionais, também

se caracterizava por baixas exigências, aproveitando-se de voluntárias da

comunidade, ou de contratação, a baixo custo, de profissionais, em sua maioria

leigas, ou com escolaridade e qualificações restritas.

Assim, conforme Carvalho (2002), mesmo sob à tutela do Estado, a

educação infantil pública continuou com forte caráter assistencialista e

compensatório, respaldada na quase omissão da legislação em vigor. Sobre a

Educação Infantil, a Lei 5.692/71 apenas atribuía ao Estado, “velar” para que

os sistemas de ensino, diretamente ou por meio de convênio, oferecessem

conveniente atendimento em jardins de infância ou similares para menores de

7 anos. A formação dos profissionais veio a ser contemplada apenas no

Parecer 1.600/1975, do CFE que regulamentou a Habilitação em Pré-escola

acrescentando uma quarta série ao curso de magistério (Vieira, 2001).

A partir da promulgação da Constituição Federal/1988, a Educação

Infantil em creches e pré-escolas passou a ser um direito das crianças de zero

a seis anos1 e dever do Estado a garantia deste atendimento (BRASIL, 1988,

art. 208), rompendo com a tradição assistencialista. O Estatuto da Criança e do

Adolescente (1990) e, posteriormente, a LDBEN 9394 (1996) surgem com o

objetivo de concretizar e regulamentar seus dispositivos nas diferentes esferas

da sociedade. Foi especificamente a partir da promulgação da LDBEN 9394/96

que as instituições públicas passaram a ter obrigatoriedade em oferecer às

crianças de 0 a 6 anos o ensino gratuito e público em unidades de educação

infantil, separando este atendimento por faixa etária, onde as crianças de zero

1 A partir 2013 a educação infantil atende a faixa etária de zero a cinco anos.

18

a três anos devem ser recebidas em creches e de 4 a 6 anos em pré-escolas

(Brasil, 1996, art. 30). Tornando-se um direito das crianças, o Estado passou a

ter o dever de oferecer, cabendo aos municípios planejar as ações para

transferência das instituições que prestavam este serviço em outras esferas

(Brasil, 1996, art.4, art. 11), pois as mesmas deveriam integrar-se aos sistemas

de ensino num prazo de três anos (Brasil, 1996, art. 89). 2 Ante as novas

exigências de âmbito nacional tornou-se necessário que fosse pensado o papel

e formação do profissional que atua junto à criança pequena (LDB 9394/96).

Assim, surgem as novas políticas públicas educacionais que implicam

diretamente nas demandas destes profissionais que iriam atuar na educação

infantil, pois, deixaram de ser “cuidadores” de crianças para professores de

educação infantil. Logo, as legislações constituíram as diretrizes pedagógicas

básicas e de recursos humanos com a finalidade de promover a melhoria da

qualidade de atendimento na Educação Infantil, passa-se então, a discutir a

organização e o funcionamento dessas instituições e a política de formação do

profissional de educação infantil, expressando a necessidade e a importância

de um profissional qualificado e um nível mínimo de escolaridade para atuar

nas instituições de crianças pequenas. Fazendo-se necessário uma formação

inicial sólida e continuada (formação em serviço). Em se tratando da criança

pequena, a realidade tem apontado que ambas as formações é uma das

variáveis que maior impacto causa sobre a qualidade desse tipo de segmento

educacional (MEC/SEF/DPE/Coedi, 1994, p.11).

No contexto de transformação de concepções teóricas e princípios legais

que a discussão acerca da formação do profissional da educação infantil

retoma seu impulso, pois, a identidade deste profissional ainda está em

formação, já que culturalmente esta profissão era relacionada ao papel da

mulher. Então, é necessário não somente aperfeiçoar a ação profissional, mas

também dar sentido à profissão docente.

2 Este tema foi por nós amplamente discutido nos seguintes artigos: VASCONCELLOS, 2001; AQUINO, LANTER e VASCONCELLOS, 2003; AQUINO & VASCONCELLOS, 2005.

19

CAPÍTULO II

A importância da formação continuada para o professor de Educação Infantil

A história recente da educação no Brasil nos mostra que houve avanços

significativos, em especial na Educação Infantil e no perfil deste profissional

que atua junto a esta criança. E estes progressos na educação da criança

pequena, valorizando esta etapa da infância como essencial para o

aprendizado e para a formação humana, fez com que o profissional para atuar

na Educação Infantil também fosse valorizado (Mendes, 2013).

Deste modo, a formação de professores que atuariam nas instituições de

educação infantil passou por diversos debates que se refletiram em avanços

nas políticas educacionais acerca da Educação Infantil, o que culminou em

diversos documentos educacionais e implementações das políticas públicas.

Por isso, nos últimos anos sucedeu grande interesse pelo tema

Formação Continuada. Porém, a formação de professores no Brasil tem

construído uma trajetória marcada por diversas lutas em busca da qualidade na

educação (Mendes, 2013).

A formação continuada é um direito do professor e da sociedade por

uma educação de qualidade, indispensável não apenas para aperfeiçoar a

ação profissional, mas também para trazer sentido à profissão docente. O

trabalho em creches e pré-escolas demanda do professor saberes do

desenvolvimento infantil, dos processos de aprendizagem das crianças, da

função social e cultural da escola. Esses conhecimentos irão contribuir para o

desenvolvimento integral das crianças, ampliando o seu universo cultural e a

sua participação social, favorecendo a construção de sua subjetividade,

promovendo trocas e interações, respeitando as diferenças, colaborando para

o bem-estar físico, emocional e afetivo (Souza, 2011).

A reflexão sobre o que pretendemos que a criança aprenda na idade de

Educação Infantil é indissociável da temática da formação que se oferta para o

professor que irá atuar junto a essa criança. Para que haja resultados

20

significativos na aprendizagem da criança, o professor precisa entender a sua

responsabilidade no cuidar e educar da criança (Mendes, 2013).

A LDB (9394/96) estabeleceu as bases para um novo patamar na

política de educação infantil. Pois, a partir de dezembro de 1996 a educação

infantil é explicitamente incluída como parte integrante da educação básica.

Certamente esta foi a contribuição mais importante e decisiva para a educação

infantil (Lanter-Lobo, 2013).

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da

educação básica, tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco)

anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e

social, complementando a ação da família e da

comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de

2013)

Didonet (1994) diz que duas consequências imediatas acontecem a

partir daí: primeira é que a política educacional não pode omitir a educação

infantil sob pena de ver-se capenga, incompleta, tentando sustentar-se no ar,

então esta omissão com a educação infantil passa a ser ilegal. A segunda

consequência é que a educação infantil e o ensino fundamental devem estar

articulados e coordenados quanto ao planejamento curricular, continuidade

pedagógica e formação inicial e continuada de professores.

A LDB (9394/96) aponta que, cabe às universidades formarem os

professores nas diferentes áreas de conhecimento e, ainda, contribuírem para

a formação continuada deles. Contudo, ainda há um distanciamento das

universidades com a formação continuada.

O que acontece é que muitos professores, em sua formação inicial, não

conseguem assimilar com propriedade as teorias estudadas, ou não tem a

oportunidade de estudá-las no período frequentaram a universidade,

dificultando o desenvolvimento de uma prática pedagógica harmoniosa com a

faixa etária com a qual atuam.

21

Segundo Nóvoa (1995, p. 30) “é preciso fazer um esforço de troca e de

partilha de experiências de formação realizadas pelas escolas e instituições de

ensino superior, criando progressivamente uma nova cultura de formação de

professor”. Logo, é necessário que ocorram ações conjuntas entre as

instituições responsáveis pela formação inicial e continuada, para que haja um

processo de formação que garanta transformações na prática pedagógica dos

professores (Mendes, 2013).

Nessa perspectiva, a formação continuada necessita de uma

preocupação com os estudos da realidade educacional enfatizando os

problemas concretos do cotidiano escolar juntamente com as atuações dos

educadores, tendo em vista à construção de novas alternativas de ação

pedagógica (Mendes, 2013).

O tema formação continuada do professor de educação infantil,

integrante da educação básica, aparece no artigo 62 (LDB/96):

Parágrafo Único. Garantir-se-á formação continuada

para os profissionais a que se refere o caput

(profissionais da educação básica), no local de trabalho

ou em instituições de educação básica e superior,

incluindo cursos de educação profissional, cursos

superiores de graduação plena ou tecnológicos e de

pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

e no artigo 87 da LDB/96:

Art. 87. III- realizar programas de capacitação para

todos os professores em exercício, utilizando também,

para isto, os recursos da educação a distância.

Porém, embora a formação continuada seja garantida aos profissionais

da Educação Básica como direito na legislação e contemplada em outros

documentos norteadores da educação nacional, o acesso e as condições sob

as quais a mesma é ofertada aos profissionais de Educação Infantil ainda se

configura nos dias atuais como um desafio a ser superado.

Kramer (2006, s/p) aponta que:

22

A formação de profissionais da educação

infantil – professores e gestores – é desafio que exige a

ação conjunta das instâncias municipais, estaduais e

federal. Esse desafio tem muitas facetas, necessidades

e possibilidades, e atuação, tanto na formação

continuada (em serviço ou em exercício, como se tem

denominado a formação daqueles que já atuam como

professores) quanto na formação inicial no ensino

médio ou superior.

Para Nóvoa, “as situações que os professores são obrigados a enfrentar

apresentam características únicas, exigindo, portanto respostas únicas” (1995,

p. 27). E por isso, as práticas de formação instituídas nos espaços educativos

devem tomar como referência as dimensões individuais e coletivas da profissão

docente, num movimento que compreenda o compartilhamento de experiências

entre pares e a autonomia de cada professor acerca “da responsabilidade do

seu próprio desenvolvimento profissional” (1995, p.27).

Nóvoa aponta ainda que a formação de professores tenha como base as

situações que vivenciam em seus contextos escolares, dando oportunidade ao

diálogo entre pares em sua própria instituição, na busca de soluções que

venham de encontro aos dilemas e experiências de cada equipe de ensino em

sua realidade singular.

Remetendo o pensamento de Nóvoa ao contexto da Educação Infantil,

implica em dar oportunidade aos profissionais deste segmento espaços de

avaliação e discussão entre as atividades desenvolvidas nas instituições, para

que a formação aconteça como um processo contínuo e integrado ao cotidiano.

Para Sônia Kramer a formação continuada não deve ser configurada

somente como necessidade, mas também como direito e premissa para uma

Educação Infantil de qualidade.

A formação é necessária não apenas para

aprimorar a ação do profissional ou melhorar a prática

pedagógica. A formação é direito de todos os

professores, é conquista e direito da população, por

23

uma escola pública de qualidade. Podem os processos

de formação desencadear mudanças? Sim, se as

práticas concretas feitas nas creches, pré-escolas e

escolas e aquilo que sobre elas falam seus

profissionais forem o ponto de partida para as

mudanças que se pretende implementar (KRAMER,

2005, p. 224).

Por isso, a reflexão sobre a prática pedagógica é essencial para

aprimorar as ações educativas. O professor de educação infantil precisa ter

consciência que essa fase do desenvolvimento da criança, se não for bem

trabalhada, poderá comprometer o todo seu processo de formação humana

(Mendes, 2013).

Assim, aprimoramento dos professores de educação infantil na formação

continuada demanda muita ousadia e criatividade.

Tal formação deve considerar que a diversidade está

presente nas creches e pré-escolas não só em relação às

faixas etárias das crianças e ao número de horas semanais em

que ocorre o atendimento a elas, mas também em relação aos

objetivos defendidos e às programações de atividades

efetivadas em seu cotidiano (OLIVEIRA, 2011, p. 24-25).

Ainda discutindo o tema de formação continuada a partir dos

documentos de órgão oficiais, o MEC publicou um documento chamado

Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação

Infantil que estabelece: “as crianças precisam de educadores qualificados,

articulados, capazes de explicitar a importância, o como e o porquê de sua

prática [...]”(BRASIL, 1998, vol. 1, p. 18).

Em conformidade com esse documento, a Política Nacional de

Educação Infantil (BRASIL, 2005, p.18) define que, “as professoras e

professores e os outros profissionais que atuam na Educação Infantil exercem

24

um papel socioeducativo, devendo ser qualificados especialmente para o

desempenho de suas funções com as crianças de 0 a 6 anos3”.

Programas de formação continuada dos

professores e demais profissionais também integram a

lista de requisitos básicos para uma Educação Infantil

de qualidade. Tais programas são um direito das

professoras e professores no sentido de aprimorar sua

prática e desenvolver a si e a sua identidade

profissional no exercício de seu trabalho. Eles devem

dar-lhes condições para refletir sobre sua prática

Docente cotidiana em termos pedagógicos, éticos e

políticos, e tomar decisões sobre as melhores formas

de mediar a aprendizagem e o desenvolvimento infantil,

considerando o coletivo de crianças assim como suas

singularidades (BRASIL, 2009, p. 13).

É perceptível que os documentos, a legislação referente à Educação

Infantil e pensadores da área destacam importância da formação tanto inicial

quanto continuada do profissional para atuar na Educação Infantil. Logo, a

formação específica representa um desafio para as instituições educacionais

que atuam com este segmento. Porém, cabe também aos professores exigir e

participar de formações visando o aperfeiçoamento da prática pedagógica e,

assim, garantir à criança o direito a uma educação de qualidade que contribua

para a sua formação como cidadão crítico e criativo (Mendes, 2013).

Por isso, o profissional que atua na Educação Infantil necessita ter

entendimento de sua responsabilidade e de seu compromisso com a educação

das crianças e principalmente ter clareza do seu papel de professor (Mendes,

2013).

O mais preocupante é que o professor nem

sempre se dá conta do quão importante é o seu papel,

a sua atuação, para a vida dos alunos e, não tendo

essa clareza, desempenha sua função sem refletir

3 A partir de 2010 atendimento de 0 a 5 anos na educação infantil.

25

sobre sua prática pedagógica. Um dos motivos dessa

postura é a defasagem na formação desses

profissionais já que não receberam orientações

adequadas para atuar com a infância, o que significa

dizer que, salvo algumas exceções, não possuem

esclarecimentos necessários que os habilite para

trabalhar com a educação infantil (Oliveira e Pereira,

2008, p. 155).

Portanto, pensar em formação continuada para professores que atuam

na Educação Infantil é refletir sobre a importância de um ambiente que respeite

as especificidades de cada faixa etária, a qualidade da educação, práticas

pedagógicas que considerem as características próprias da criança e de seu

desenvolvimento e um profissional que desempenhe bem a sua função junto à

criança.

O planejamento, a organização, a execução, o

acompanhamento, a avaliação do trabalho e a atenção

individual às crianças exigem profissionais de

educação infantil com sensibilidade, formação inicial

consistente e em constante atualização e reflexão

sobre a sua prática. (Kramer, 2005, p. 215)

Kramer explicita na citação acima que, a Educação Infantil precisa de

professores preparados para trabalhar com essa faixa etária, comprometidos

com a Educação Infantil e que façam a diferença numa sociedade de tantas

contradições e desigualdade, pois, preocupar-se com a educação da criança é

ter esperança de que podemos ter não só um país melhor, mas, um mundo

mais digno para se viver (Mendes, 2013).

Além disso, este profissional precisa estar constantemente atualizando

suas práticas pedagógicas e assim garantindo às crianças uma educação que

considere suas especificidades.

Assim, torna-se indispensável uma formação sólida do profissional que

irá atuar junto às crianças nas instituições de Educação Infantil. É

indispensável que os profissionais que atuam na educação infantil saibam

26

quais são as exigências para atuação nesta etapa da educação básica, que

são estabelecidas pelas legislações e documentos educacionais que tratam da

educação das crianças na faixa etária de 0 até 5 anos de idade (Mendes,

2013).

A criança possui características próprias, é um ser em pleno

desenvolvimento, e, por isso, necessita de profissionais formados e

qualificados para colaborar de maneira significativa com o seu

desenvolvimento, cognitivo, pessoal, psicológico e social.

Assim, a partir dessa visão política de que a formação continuada é um

direito e é indispensável para qualidade da Educação Infantil fica evidente a

necessidade de um olhar mais atento para a formação em serviço deste

profissional que estará atuando nas instituições de educação infantil.

Portanto, para a ampliação de uma educação de qualidade para as

crianças pequenas a formação de professores mostra-se um importante

instrumento para repensar o trabalho, permitindo tanto reflexões e articulações

entre teoria e prática, como também a reorganização dos tempos e espaços, a

discussão das propostas pedagógicas, a produção e a apropriação do

conhecimento.

27

CAPÍTULO III

O Supervisor Pedagógico como agente no processo de formação continuada do professor de educação infantil

Ser professor não é certamente um produto acabado,

um estado final, mas será um permanente tornar-se

professor, um processo evolutivo, ao longo do qual as

experiências vão ganhando mais significado, o que

geralmente se faz acompanhar de um maior

envolvimento pessoal por parte do professor.

São Tomás de Aquino

O assunto referente a formação docente presente na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB – Lei n.º 9394/96) no seu Artigo 61, que faz

referência aos profissionais da Educação, diz respeito à formação destes

profissionais em seus incisos:

“I – associação entre teorias e práticas,

inclusive mediante a capacitação em serviço”;

“II – aproveitamento da formação e

experiências anteriores em instituições de

ensino e outras atividades”.

Ainda na mesma Lei, Artigo 87 diz que:

“III – realizar programas de

capacitação para todos os professores em

exercício, utilizando também, para isto, os

recursos da educação à distância”.

Com isso fica evidente que a formação continuada é uma exigência

desse atual contexto, que busca a mudança do profissional docente através de

um processo reflexivo, crítico e criativo. É na formação que o profissional traz a

reflexão sua própria prática e assim a busca de novos caminhos (Corrêa,

2011).

28

Nessa perspectiva é essencial considerar que a formação continuada é

um elemento de inovação no ensino.

A formação continuada é uma das funções

da organização escolar, envolvendo tanto o setor

pedagógico como o técnico e administrativo. De

modo especial para os professores a formação

continuada é condição para a aprendizagem

permanente e o desenvolvimento pessoal, cultural

e profissional. É na escola, no contexto de

trabalho, que os professores enfrentam e

resolvem problemas, elaboram e modificam

procedimentos, criam e recriam estratégias de

trabalho e, com isso, vão promovendo mudanças

pessoais e profissionais. (Libâneo, 2001, p. 89).

A busca das unidades escolares por uma educação de qualidade, mas

para que essa qualidade se torne realidade são necessárias ações que

amparem o trabalho em equipe. Para isso são necessários profissionais

responsáveis, dinâmicos e inteligentes, com habilidades para resolver

problemas e tomar decisões.

E um desses profissionais é o supervisor pedagógico, que tem que

acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores, porém, para

isso é necessário percepção e sensibilidade para identificar as necessidades

dos alunos e professores. O supervisor pedagógico é um profissional que deve

ser atualizado, buscar novas fontes de informações e refletir sobre sua prática.

Nóvoa (1992, p. 36) fala que “a experiência não é nem formadora nem

produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do

saber e a formação”. Além disso, o trabalho de supervisão deve acontecer com

a cooperação de todos, assim o supervisor deve estar preparado para

transformações e sempre pronto para motivar a sua equipe.

A principal função do supervisor pedagógico está ligada ao processo de

formação continuada dos professores. Processo denominado de extrema

29

importância, tanto nos textos oficiais de educação, como na literatura recente

sobre formação em serviço. A formação continuada se faz imprescindível pelo

próprio caráter do saber e do fazer humano, como práticas que estão

constantemente em transformação.

A formação continuada de professores vai proporcionar condições para

intervenções propositivas nas situações que vão ocorrendo no cotidiano. E o

caminho da formação se dá através das práticas dos profissionais trazendo a

reflexão para o coletivo e assim ocasionando a troca de saberes, fundamental

para o trabalho docente. Ou seja, uma formação que se dá através da reflexão

na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação (ALARCÃO, 2008).

Neste sentido, os professores são agentes ativos de seu próprio conhecimento

e o contexto de trabalho deve proporcionar espaços de requalificação

profissional.

Deste modo, a formação continuada busca incentivar a caráter crítico do

professor, como sujeito que reflete e transforma sua própria prática. Ou seja,

profissionais que produzam saberes que lhes possibilitem avançar em práticas

pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas do

segmento que atuam.

Segundo Bondioli (2004) existe uma complexidade no papel do

supervisor que além de ter a função de conduzir a formulação do projeto

pedagógico e sua execução, tarefa essa que organiza a unidade escolar,

também assume a função de formador.

Portanto, assumir a supervisão pedagógica de um grupo de professores

de educação infantil provoca uma série de inquietações que são necessárias

trazer a discussão, para que este profissional consiga realizar um trabalho de

qualidade, tais como: Como organizar o trabalho na unidade escolar, de forma

a considerar as especificidades da educação infantil? Como pensar uma

formação continuada que proporcione subsidio para solucionar as demandas

que emergem das práticas cotidianas na educação da criança na primeira

etapa da educação básica?

30

Gandin (1985) vai dizer que o ideal de supervisão deveria ser o de

estimular à liberdade, a competência profissional, a clareza de

posicionamentos, o conhecimento da realidade, de forma que cada pessoa,

dentro de seu grupo, alcance a sua identidade para sua felicidade e felicidade

dos outros que com ele convivem.

Assim, existe uma série especificidades da ação supervisora, como:

coordenar o processo de construção o projeto político pedagógico; investigar,

diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo com o corpo docente;

acompanhar a sistematização dos planos de trabalho dos docentes; assegurar

processos de avaliação da aprendizagem, tendo em vista, a definição de

prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; promover atividades de

estudo e pesquisa na área educacional, estimulando a investigação e a

criatividade; e, elaborar e mediar as estratégias de formação continuada de

professores.

Urban (1985) vai dizer que:

A supervisão educacional tem como função

primordial resgatar o sentido básico da escola... A

supervisão tem por função participar do processo de

conscientização na luta contra a palavra vazia de vida,

de significado, contra o fazer vazio de sentido.

Nesse sentido, o supervisor deve se posicionar como um sujeito do ato

do conhecimento, assim, como o professor. Baseando-se no diálogo e agindo

diante de conflitos, proporcionando bases teóricas e momentos de estudos com

a equipe, possibilitando uma capacitação através de interesses individuais e

problemas que surgem no cotidiano. Sendo assim um facilitador do diálogo e

da problematização.

Por isso, compete ao supervisor dinamizar e assistir na

operacionalização do sentido do processo educativo na escola (Luckin, 1999).

Logo, a ação do supervisor deve estar voltada para o acompanhamento e

dinamização e avaliação do trabalho na unidade escolar. E principalmente,

elaborar e mediar as estratégias de formação continuada de professores.

31

Então, cabe a supervisão educacional traduzir as políticas institucionais,

identificando estratégias para sua materialização, acompanhando o cotidiano

de atuação dos profissionais inseridos na unidade escolar.

Por isso, ao pensar em práticas de formação para professores da

Educação Infantil, é necessário conhecer e considerar os saberes construídos

a partir das dimensões práticas do cotidiano do trabalho com a criança

pequena. Nesse sentido, a formação continuada é necessária para aprimorar a

ação profissional e melhorar a prática pedagógica.

Logo, o supervisor pedagógico tem papel fundamental na formação

continuada do professor, que deve ser um processo contínuo e permanente de

desenvolvimento profissional, sendo a reflexão crítica sobre a prática

fundamental para aprimoramento da ação docente (Freire, 1996). Além disso, o

supervisor deve ser um agente motivador no esforço de uma formação que

passe pela mobilização de vários tipos de saber, como: saberes de uma prática

reflexiva; saberes de uma teoria especializada; saberes de uma militância

pedagógica, e auxiliando os professores de educação infantil a se assumirem

como produtores de sua profissão (Mendes, 2013).

Contudo, atuar na formação de profissionais que sejam capazes de

estabelecer situações de aprendizagem e com atitude necessária a profissão,

não é uma tarefa simples. Pois, é imprescindível também o desenvolvendo de

práticas de formação fundamentada e refletida. Para se construir através da

experiência, dos conhecimentos teóricos, responsabilidade pessoal e

autonomia, as bases necessárias que contribuam significativamente na

transformação na prática docente.

“Não é simples formar professores para que eles adquiram e

desenvolvam competências profissionais, sobretudo se desejamos que as

práticas de formação sejam fundamentadas e refletidas” (Perrenoud, 2001,

p.12),. O desafio por uma educação de qualidade é grande, principalmente

quando falamos em Educação Infantil.

32

Portanto, é fundamental a formação continuada de professores para

enfrentar os desafios do cotidiano e a busca de soluções dos problemas

vivenciados no ambiente educativo, promovendo, a fim de buscar alternativas

educativas para que a criança se aproprie das aprendizagens de modo que

promovam o seu desenvolvimento pleno (Mendes, 2013).

Sempre é bom e necessário refletir e buscar

novos caminhos que nos conduzam a novos destinos,

mas, atualmente, quando a maioria anuncia uma nova

sociedade baseada no conhecimento ou na

informação, é possível que seja ainda mais um bom

momento (IMBERNÓN, 2010, p. 23).

Imbernón (2010) destaca que, é necessário uma analise das práticas

para não incidir nos mesmos erros vivenciados. É preciso refletir sobre aquilo

que não funcionou e a partir daí criar novas alternativas de transformações

educacionais, mas para isso é imprescindível a participação de um supervisor

pedagógico que entenda sua importância nesse processo.

Portanto, o supervisor pedagógico deve pautar a formação continuada

do professor de educação infantil nos estudos da realidade educacional dando

ênfase aos problemas concretos do cotidiano escolar, com ações integradas

dos educadores, tendo em vista à construção de novas alternativas de ação

pedagógica. Para que haja construção de alternativas inovadoras para ação

docente (Mendes, 2013).

Segundo Rego e Mello a formação de professores em sua complexidade

sempre possibilita aos professores caminhos para a construção de novos

saberes que possam levá-los a ressignificar a sua prática existente.

A expectativa é que novos modelos de

formação continuada sejam gestados, os quais

orientam e apóiam o professor no desenvolvimento de

uma postura crítico-reflexiva sobre sua ação docente e,

ao mesmo tempo, dêem condições para que ele possa

construir conhecimentos e acumular um cabedal de

recursos que lhe permitam desenvolver iniciativas para

33

enfrentar seus desafios profissionais. (GATTI;

BARRETO, 2009, p. 203).

Portanto, a qualidade da prática do trabalho com a criança na Educação

Infantil está totalmente ligada com a formação continuada que se oferta para o

professor que atua junto a essa criança, ou seja, formação continuada e

qualidade na educação são temas indissociáveis. Logo, para que haja

resultados significativos na aprendizagem da criança, o supervisor pedagógico

precisa ter um olhar atento às necessidades daqueles que ele tem a

responsabilidade de auxiliar a prática.

Kishimoto (2011, p. 113) salienta o fato de que é preciso, “pensar em

outra modalidade de formação que respeite a organização da área da infância,

uma pedagogia da infância com novos pressupostos e formas alternativas de

organização curricular”. Enquanto não houver formação adequada para quem

atua na Educação Infantil, teremos diversos perfis profissionais.

Dessa maneira, a formação continuada vai fortalecer a identidade do

professor de educação infantil, e repensar em práticas que garantam o

desenvolvimento infantil de forma integrada nos seus diferentes aspectos. Pois,

o trabalho que deve ser desenvolvido com crianças demanda práticas

pedagógicas em que o lúdico seja considerado cotidianamente nos espaços de

aprendizagens e o olhar do educador precisa ir além de um simples enxergar o

outro, deve ser um olhar que procura entender as diferentes linguagens da

criança (Mendes, 2013).

Logo, são muitos os desafios que surgem no cotidiano das instituições

de educação infantil, mas, cabe aos professores olhar para criança como

cidadão de direitos, com características próprias, ser que pensa, tem

sentimentos, ideias, capacidades para opinar, aprender e fazer. Ao professor

de crianças cabe respeitar o processo de desenvolvimento das crianças e as

suas necessidades específicas. E para isso há a necessidade de organização

do trabalho pedagógico de maneira que o supervisor pedagógico entenda seu

papel de planejamento e acompanhamento das atividades de formação que

34

são elementos importantes para o bom desenvolvimento de práticas

pedagógicas consistentes com crianças.

É importante que o supervisor entenda que seu estimulo à ampliação

dos marcos da prática docente é fundamental, para que desse modo seja

compreendida como prática sociopolítica e cultural e, portanto, a importância

de não só oferecer oportunidades de formação, como também formar no seu

grupo de professores a cultura de atualização constante e a reflexão sobre uma

educação contextualizada e socialmente comprometida.

Então, o foco do trabalho da supervisão pedagógica é o

desenvolvimento qualitativo do trabalho no cotidiano escolar e dos seus

integrantes que estudam, ensinam e apoiam a função educativa. Portanto, a

qualidade do ensino necessita ser construído com integração entre docentes e

supervisores na formação de professores.

O supervisor insere-se nos fundamentos e processos pedagógicos

coordenando as atividades e a atualização pelas práticas dos professores e

pelo estudo através da formação continuada promovendo a reflexão sobre as

ações pedagógicas (Lima, 2007).

Nessa perspectiva, o objetivo principal da atuação do supervisor

pedagógico é auxiliar o corpo docente na articulação das ações desenvolvidas

na escola. E os momentos de formação são espaços privilegiados para avaliar

a condução das ações no cotidiano e assim atender as demandas do cotidiano

escolar, para que o docente possa ter uma maior compreensão do processo

educacional, postura e métodos de trabalho mais apropriado.

A formação continuada é o momento que os docentes tem a

oportunidade de compartilhar o conhecimento que em sua trajetória pessoal e

profissional, de maneira gradual, acumularam como experiências que,

somadas às de outros professores com um caminhar próprio também

desenvolvido, estimulam um debate rico pela pluralidade de visões e leituras de

mundo tão pessoais: “ [...] enfim, fazer da reunião um espaço de formação

cultural, que favorece tanto o fruir epistêmico e estático quanto a melhor

35

capacitação para decifrar o mundo que nos cerca.” ( Vasconcellos, 2002, p.

124).

O importante é que os espaços de formação continuada sirvam para a

melhoria da qualidade de ensino, tendo como referência o aprimoramento do

processo de ensino-aprendizagem e o bom andamento da unidade escolar.

Deste modo, o supervisor que atua na educação infantil deve estar pautado em

um posicionamento como um profissional de extrema importância na

qualificação do atendimento da criança. Logo, existe uma relação entre a

formação continuada articulada pelo supervisor e a prática pedagógica

desenvolvida pelo professor.

36

CONCLUSÃO

Ao finalizar este trabalho não significa que foi encerrado as

possibilidades de diálogo e reflexão sobre aquilo que nos faz despertar o

interesse, a curiosidade e o encantamento. E chegar ao fim desta investigação

não representa o fim de uma jornada, mas sim, o começo de um novo caminho,

que irá nos revelar outras descobertas. Que as possibilidades de conhecer

mais sobre infância, educação infantil e a formação dos professores que atuam

junto a essas crianças sejam o colorido em nossa caminhada daqui pra frente.

Assim, este trabalho teve como objetivo, analisar o Papel do Supervisor

na Formação Continuada do Professor de Educação Infantil e a importância

desta formação em serviço na prática pedagógica dos profissionais que atuam

neste segmento educacional.

Para alcançar o objetivo proposto, o trabalho organizou-se de forma

sistemática a fim de garantir a produção de conhecimento científico. Desta

forma, o delineamento deste estudo nos levara a buscar evidências referentes

a formação continuada que deve ser estabelecida com base nas necessidades

que o contexto educativo apresenta e na diagnóstico crítico tanto da prática

como da teoria. É necessário, ainda, que a formação continuada seja

organizada e desenvolvida considerando a seriedade da transformação nas

ações educativas e para isso é fundamental que haja compreensão da

importância que teoria e prática caminhem juntas tendo em vista o

desenvolvimento e as aprendizagens da criança.

Desta forma, torna-se evidente a importância da formação continuada

para o professor de educação infantil e do papel fundamental que o supervisor

pedagógico assume neste processo. Pois, no contexto educacional atual

supervisor tem dentre as suas atribuições a missão de atuar oferecendo

suportes teóricos-metodológicos para os professores, atendendo as demandas

dos mesmos em suas práticas cotidianas.

37

Logo, mesmo o professor que construiu os seus saberes ao longo de

sua carreira profissional, no exercício da profissão docente, é importante que

esses saberes construídos estejam alicerçados em uma formação em serviço

que assegure momentos de reflexão sobre a sua prática educativa.

Assim, a formação continuada para professores que atuam na Educação

Infantil precisa respeitar as especificidades de cada faixa etária, e pensar na

qualidade das práticas pedagógicas que são proporcionadas as crianças, para

que contemplem as características próprias dos pequenos e de seu

desenvolvimento e, também, é pensar em um profissional que realize bem a

sua função junto à criança.

Portanto, é necessário a refletir sobre o que pretendemos que professor

que irá atuar junto a essa criança e quais as especificidades desta faixa etária

para que sejam possíveis resultados significativos na aprendizagem da criança.

E o supervisor precisa ser um articulador deste processo, através da formação

continuada do grupo de professores que irá atuar junto a essas crianças.

Proporcionando momentos de aprofundamento teórico nos momentos de

formação, visando a melhoria da qualidade do trabalho com a criança.

38

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Perspectiva Histórica 10

1.1- A função supervisora. 10

1.2- A função do Professor de Educação Infantil. 13

CAPÍTULO II

A importância da formação continuada do professor de Educação Infantil 19

CAPÍTULO III

O supervisor pedagógico como agente no processo de formação continuada do

professor de Educação Infantil 27

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 43