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1 FACULDADE AVM CANDIDO MENDES ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR IZABEL CRISTINA MENESES BATISTA O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM: A CONTRIBUIÇÃO DE CARL ROGERS Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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FACULDADE AVM CANDIDO MENDES

ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

IZABEL CRISTINA MENESES BATISTA

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM: A CONTRIBUIÇÃO DE CARL

ROGERS

Rio de Janeiro 2013

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IZABEL CRISTINA MENESES BATISTA

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM: A CONTRIBUIÇÃO DE CARL ROGERS

Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade AVM Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Docência do ensino superior.

Orientador: Prof. Pablo Santos

Rio de Janeiro 2013

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O papel do Professor no processo ensino/aprendizagem: a contribuição de Carl Rogers

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RESUMO

Procurando entender o aluno, no que se refere ao seu aprendizado e como pode

ocorrer uma aprendizagem significativa, visto que o processo de ensino-

aprendizagem é um dos assuntos mais abordados nos dias atuais, procuramos

nesta pesquisa o auxílio de dois teóricos que estiveram envolvidos em trabalhos que

buscavam proporcionar significado na aprendizagem do aluno: Carl Rogers nos

mostra as posturas adequadas do professor como facilitador da aprendizagem, em

sua teoria centrada no aluno. As análises indicaram que o professor apresenta

importante papel na construção de uma aprendizagem significativa do aluno, pois

seu ensino deve estar voltado para este fim.

Palavras-chave: aprendizagem-significativa; ensino-aprendizagem e Carl Rogers;

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ABSTRACT

Trying to understand the student, in relation to their learning and howmeaningful

learning can occur, since the process of teaching and learning is a major focus these

days, seek the aid of this researchthree theorists who have been involved in works

that sought to provide meaning in student learning: Carl Rogers shows us

theproper posture of the teacher as facilitator of learning, in his theorycentered on the

pupil.The analyzes indicated that the teacherplays an important role in building

a meaningful learning of the student, because his teaching should be directed to this

end.

Key-words: learning-significant; teaching and learning and Carl Rogers

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. CARL ROGERS

1.1 O Ensino para Carl Rogers

1.2 O Processo de Ensino-aprendizagem segundo Carl Rogers

1.3 Condições de Aprendizagem Significativas no âmbito da educação

1.4 Os Facilitadores de Aprendizagem

1.5 As Atitudes Facilitadoras do Professor

1.6 Confiança no Organismo Humano

1.7 A Teoria Centrada no Aluno

1.8 Ideias Auto Gestoras

2 A CONTRIBUIÇÕES DE CARL ROGERS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

3 A EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI

3.1 As Competências dos Professores

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO

Na história da educação brasileira, percebe-se que houve uma evolução no

sentido de entender o aluno, no que se refere ao seu aprendizado. Várias

concepções surgiram e não mais se concebe hoje em dia uma educação onde o

foco central não seja o aluno. Porém com toda essa história, os avanços

tecnológicos e leis que favorecem essa interação escola-aluno-professor, ainda faz-

se necessária uma análise dos fatores que contribuem/interferem na falta de

interesse do aluno, interesse este tão necessário para uma aprendizagem

significativa.

Nos estudos realizados na Pós-Graduação de Docência do Ensino Superior,

algumas questões foram suscitadas, sobretudo no que diz respeito ao processo

ensino aprendizagem. Apesar de ser da área de saúde, o interesse pelo tema veio a

partir dois estudos realizados na Pós0graduação. É preciso pesquisar quais fatores

determinam uma aprendizagem significativa e o que interfere no interesse do aluno

em relação ao processo de ensino-aprendizagem.

O sucesso na aprendizagem é de responsabilidade do professor, então é

necessário enxergar este aluno como pessoa que necessita aprender onde veja

significado; que interceda como ajudador no crescimento e melhor conhecimento

que o aluno possa ter de si mesmo. Elaborando um planejamento com ações

voltadas para o real interesse dos alunos e fazendo a mediação necessária.

O presente trabalho monográfico apresenta então os objetivos de identificar

como os alunos podem alcançar uma aprendizagem significativa e quais seriam as

atitudes pertinentes ao professor para ensinarem objetivando a real aprendizagem

do aluno. Para isso, foi desenvolvida uma análise bibliográfica sobre Carl Rogers e a

questão da aprendizagem significativa.

Dessa forma, o trabalho foi dividido em quatro capítulos: no capítulo 1,

estaremos nos embasando nos estudos de Carl Roger e sua teoria centrada no

aluno, onde se deve olhar este aluno como um todo, criando um relacionamento

interpessoal em busca de uma aprendizagem significativa.

No capítulo 2 serão então analisadas as contribuições deste teórico em prol

de uma aprendizagem significativa e serão verificadas quais competências cabem

aos professores na atualidade, para o sucesso do processo de ensino-

aprendizagem.

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No capítulo 3 será realizada uma análise acerca da educação no século XXI

e por fim, nas considerações finais destacamos as principais questões surgidas

neste trabalho.

Esperamos que com a conclusão deste trabalho, possamos colaborar para

que futuros profissionais da educação reflitam e procurem ensinar, objetivando o

sucesso na aprendizagem dos alunos.

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1. CARL ROGERS

Carl Ransom Rogers (1902-1987), era o quarto dos seis filhos, foi criado em

uma família extremamente unida e religiosa, onde reinava uma moral intransigente,

havendo uma grande preocupação com a virtude. Uma família controladora, onde

todos deviam ser dedicados ao trabalho. Apesar de vários momentos com a família,

não havia o convívio familiar, tornando-se então uma criança solitária.

Aos doze anos foi morar em uma fazenda e tornou-se um especialista em

borboletas noturnas passando a acompanhar o crescimento das larvas, tornando-se

um grande observador da natureza.

Seu pai adquiriu grandes quantidades de livros sobre agricultura, aos quais lia

incansavelmente, livros que o fizeram adquirir grande conhecimento científico,

apesar de não serem adequados para um menino de catorze anos, porém não havia

ninguém para o proibir, além disso a convivência com os animais da fazenda fizeram

com que sua opção na época da graduação, fosse pela faculdade de agricultura em

Wisconsin. Das aulas de agronomia, que não lhe faziam sentido, somente guardou a

frase que seu professor sempre proferia com relação ao conhecimento: “Não sejam

vagões de munições. Seja a espingarda.”. Desistiu da Agricultura e transferiu seu

curso para História. Após sua formação, casou-se e ingressou num seminário que

cursou durante dois anos, porém devido a alterações em sua crença, saiu

procurando encontrar algo onde pudesse ter liberdade de pensamento sem

restrições: encontrou então na Psicologia.

Foi contratado, como psicólogo no “Child Study Department” da Associação

para a Proteção à Infância em Rochester.

Foram doze anos em Rochester, no qual muito foi aprendido, porém essa

aprendizagem era adquirida na prática, como observamos em sua fala:

Os doze anos seguintes que passei em Rochester foram altamente preciosos. Durante os primeiros oito anos, pelo menos, absorvi-me completamente no meu serviço de psicologia prática, num trabalho de diagnóstico e de planejamento de casos de crianças delinqüentes e sem recursos, crianças que nos eram enviadas pelos tribunais e pelos serviços sociais, e realizei freqüentemente “entrevistas de tratamento”. Foi um periodo de relativo isolamento profissional, ao

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longo do qual a minha única preocupação foi tentar ser o mais eficaz possível em relação aos nossos clientes. Tínhamos de aceitar tanto os nossos fracassos como os nossos sucessos e assim éramos obrigados a aprender. O único critério que empregávamos como método de tratamento em relação a essas crianças e aos seus pais era: “Isto funciona? Será eficaz?” Principiava então a ir progressivamente formando as minhas próprias opiniões a partir da experiência do meu trabalho cotidiano. (ROGERS, 2001 p.11)

Nessas experiências, se deparou com alguns momentos de desilusão. Conta

em seu livro Tornar-se Pessoa, sobre a história de um cliente, (Rogers utiliza este

termo em substituição a paciente) que apesar dos esforços para conscientizar a mãe

que o problema estava na rejeição que apresentava em relação ao filho, não obteve

sucesso e não lhe restou alternativa a não ser comunicá-la que os encontros iriam

terminar por não ter atingido o objetivo. A mãe concordou e perguntou se ele atendia

adultos, pois queria ser sua cliente e iniciou um relato de todos seus problemas com

o marido, seus sentimentos e fracassos. Percebe-se que esse foi um caso que

contribuiu para a teoria centrada no aluno.

Esse incidente foi um daqueles que me fizeram sentir o fato — de que só mais tarde me apercebi completamente — de que é o próprio cliente que sabe aquilo de que sofre, qual a direção a tomar, quais problemas são cruciais, que experiências foram profundamente recalcadas. Comecei a compreender que, para fazer algo mais do que demonstrar minha própria clarividência e sabedoria, o melhor era deixar ao cliente a direção do movimento no processo terapêutico. (ROGERS, 2001 p.13)

Começou a dar cursos na Universiadade, no Instituto de Sociologia, sobre

como compreender e tratar crianças difíceis. Teve suas próprias experiências

pessoais como pai, que o auxiliou na compreeensão das evoluções e relações dos

indivíduos, Trabalhou durante cinco anos na Universidade de Ohio, doze na de

Chicago e quatro na Universidade de Wisconsin, onde adquiriu prática e pode

aprimorar seus pensamentos sobre o processo de desenvolvimento humano, como

relata:

A pesquisa é a experiência na qual posso me distanciar e tentar ver essa rica experiência subjetiva com objetividade, aplicando todos os elegantes métodos científicos para determinar se não estou iludindo

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a mim mesmo. Estou cada vez mais convencido de que descobriremos leis da personalidade e do comportamento que serão tão importantes para o progresso humano ou para a compreensão do homem como a lei da gravidade ou as da termodinâmica.(ROGERS 2001, p.17)

Muitas de suas ideias causavam controvérsias entre psicólogos, psiquiatras e

pedagogos, em razão disto tornou-se apreciador dos momento de refúgio com sua

esposa.

Entre seus aprendizados, Rogers relata aspectos de ensinamentos

significativos que pode incorporar durante sua vivência:

1- Nas minhas relações com as pessoas descobri que não ajuda, a longo prazo, agir como se eu fosse alguma coisa que não sou

2- descobri que sou mais eficaz quando posso ouvir a mim mesmo aceitando-me, e posso ser eu mesmo

3- atribuo um enorme valor ao fato de poder me permitir compreender uma outra pessoa

4- verifiquei ser enriquecedor abrir canais através dos quais os outros possam me comunicar os seus sentimentos, seus mundos perceptivos particulares

5- é sempre altamente enriquecedor poder aceitar outra pessoa. ( ROGERS,2001,pp.18-25)

Carl Roger procurou viver segundo a própria significação de sua experiência e

procurou dar aos seus clientes a permissão e a liberdade de desenvolverem a sua

própria liberdade interior para atingirem uma interpretação significativa de suas

próprias experiências.

1.1 O Ensino para Carl Rogers

Ensinar significa intruir e para Carl Rogers (1977, p.109) “ensinar é uma

função relativamente sem importância e enormemente valorizada”.

Rogers critica a suposição na qual se crê que o que é ensinado é aprendido.

Somente acredita no ensino em meios onde não ocorrem mudanças, porém na

época moderna, como também hoje em dia, todos viviam em constantes mudanças

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e por isso acrediotava que o professor pode facilitar a aprendizagem e cita algumas

atitudes facilitadoras do educador:

Libertar a curiosidade; permitir que as pessoas assumam o encargo de seguir em novas direções ditadas por seus próprios interesses; desencadear o senso de pesquisa; abrir tudo à indagação e à analise; reconhecer que tudo se acha em processo de mudança. (ROGERS, 1977, p.111)

Assim sendo, o que importa é o aprendizado e não necessariamente precisa

ser o professor que detenham o conhecimento do que o aluno vai aprender como

vemos a seguir, na fala de Rogers:

(...) aprendizagem não se baseia nas habilidades de ensinar que um líder, no seu conhecimento erudito do campo, no planejamento do currículo, no uso de subsídios audiovisuais, na programação do computador utilizado, nas palestras e aulas expositivas, na abundância de livros embora tudo isso possa, uma vez ou outra, ser empregado como recurso importante. Não, a facilitação da aprendizagem significativa baseia-se em certas qualidades de comportamento que ocorrem no relacionamento pessoal entre o facilitador e o aprendiz. (1977, p. 111)

1.2 O Processo de Ensino-aprendizagem segundo Carl Rogers

Aprendizagem significativa para Carl Rogers é aquela que provoca uma

modificação, quer seja no comportamento, nas orientações, nas atitudes ou na

personalidade. Não se limita apenas ao aumento de conhecimento, mas tudo que

faça da existência do ser humano, algo profundo, onde a pessoa se veja de modo

diferente e se aceite tornando-se mais autoconfiante e autônoma, comportando-se

de maneira mais madura e modificando comportamentos não adequados.

Segundo Rogers (2001), existe algumas condições que devem estar reunidas

para que haja a possibilidade da aprendizagem na terapia ou uma alteração

construtiva chamada de aprendizagem significativa:

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§ Tentar resolver o problema e não conseguir faz com que o cliente fique ávido

por aprender. É um desejo que provém de uma dificuldade percebida no

decorrer de sua vida;

§ O terapeuta deve ser congruente, isto é, estar integrado as vivências do

cliente, ter uma relação de conhecimento do outro;

§ Preocupar-se com o cliente, é outra condição denominada de “consideração

positiva incondicional”.

§ Compreensão empática do mundo do cliente, sentir a angústia, receio ou

confusão do outro é uma condição para entender e estabelecer mudanças.

Garantindo um clima de segurança e de consideração positiva incondicional

para o paciente é que pode acontecer a aprendizagem significativa, pois ocorre

um processo de alteração. O cliente percebe a si mesmo e ao outro, abrindo-se

para a realidade, descobrindo sentimentos que não tinha consciência, tornando-

se uma pessoa mais flexível, maleável e capaz de aprender, Percebe-se que

para que ocorra a aprendizagem há uma tendência para a autorrealização, para

favorecimento do crescimento pessoal.

Fazendo um paralelo com as situações da terapia, Carl Rogers, observou as

implicações na área da educação para que ocorresse a aprendizagem

significativa.

1.3 Condições de Aprendizagem Significativas no âmbito da educação

Carl Rogers acreditava que o professor deveria criar nas aulas, um clima para

facilitar a ocorrência da aprendizagem significativa, para isso sinaliza alguns pontos

que se fazem necessários para tal:

♦ A autenticidade do professor – O professor congruente mostrará entusiasmo

ou aborrecimento de acordo com a situação, sem querer que os alunos se

sintam como ele.

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♦ Aceitação e compreensão – O professor será capaz de aceitar como o aluno

é e compreender seus sentimentos (este ponto faz referência as condições

abordadas no subcapítulo anterior, onde o terapeuta deve ter consideração

positiva incondicional e empatia).

♦ Recursos – Ao contrário da terapia, onde os recursos são interiores, na

educação há vários recursos a serem utilizados para a aprendizagem, porém

não devem ser impostos ao estudante e sim colocados a disposição para

serem usados caso sejam útéis.

1.4 Os Facilitadores de Aprendizagem

Os pontos definidos por Rogers, relativos aos meios que facilitam a

aprendizagem, são esclarecidas em suas reflexões metodológicas da seguinte

forma, segundo Zimring (2010):

1- É essencial que o formador ou o professor, crie desde o início

uma atmosfera ou um clima nos quais se desenvolverá a experiência real pelo grupo ou classe;

2- .O formador deverá contribuir para a definição e para a

clarificação dos objetivos pessoais de cada membro da classe e também para os objetivos gerais comuns ao grupo. Rogers deixa claro, a propósito do formador, que: “se ele não tem medo de aceitar objetivos antagônicos e conflituosos, se é capaz de permitir a cada indivíduo expressar livremente o que deseja fazer, então ele contribui para criar um clima propício à aprendizagem”.

3- O formador deverá utilizar como principal motivação para uma

verdadeira aprendizagem, o desejo de cada estudante de atingir objetivos que realmente lhe interessam.

4- Ele deverá esforçar-se para organizar um conjunto tão vasto quanto possível de recursos didáticos para que os alunos os possam utilizar com facilidade.

5- Ele deverá considerar-se como um recurso colocado à disposição do grupo.

6- Diante das reações dos membros da classe, ele deverá levar em

conta tanto aquelas que são de ordem intelectual quanto as

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reações afetivas, esforçando-se por dar, aproximativamente, a estes dois tipos de reações a importância de que elas se revestem para cada indivíduo e para o grupo.

7- Quando o grupo se encontrar num clima de aceitação, o formador poderá integrar-se nele progressivamente e expressar suas opiniões do ponto de vista puramente individual.

8- Ele deverá tomar a iniciativa de compartilhar seus sentimentos e ideias com o grupo, mas sem atribuir-lhes o mínimo valor de autoridade; simplesmente a título de testemunho pessoal, estando os alunos livres de aceitar ou recusar.

9- Na sala de aula, o formador prestará atenção constantemente para detectar reações afetivas profundas ou violentas. Rogers esclarece que estas manifestações devem ser acolhidas com compreensão e devem suscitar uma reação claramente expressa de confiança e de respeito.

10- Para facilitar o processo de aprendizagem, o formador deverá esforçar-se para tomar consciência de seus limites e de aceitá-los.

(ZIMRING, 2010, pp.21-22)

Com estes esclarecimentos, observa-se que o professor atua claramente

como o facilitador da aprendizagem, como Rogers sempre fazia menção.

1.5 As Atitudes Facilitadoras do Professor

Segundo Carl Rogers são as seguintes as atitudes facilitadoras do professor:

Congruência – O professor congruente não se mostra com uma fachada, seus

sentimentos estão visíveis. Seu relacionamento com o aluno lhe permite até expor

seus sentimentos se assim o desejar.

Sendo autêntico, o professor pode provocar a recíproca de seus atos e o

aluno se sentirá a vontade para também expor os seus sentimentos. Rogers (1985,

p. 133) sugere que “a congruência seja a atitude mais importante no contexto

escolar”, pois, caso o professor não se sinta empático, não aceite determinados

comportamentos do aluno, em um determinado momento será mais construtivo ser

real do que ser empático ou colocar uma fachada de interesse. Assim, é nesse

momento que o professor estabelece as regras que precisam ser seguidas na

situação de aprendizagem e o faz com muita segurança, porque elas surgiram dos

sentimentos do facilitador.

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É através do diálogo que o processo de ensino e aprendizagem são

conectados e o diálogo então deve expressar os reais sentimentos do professor e do

aluno, que são os principais atores do processo.

É importante lembrar que os conteúdos deverão ser dominados pelos alunos

e assim sendo o professor autêntico estabelece os limites e explica as normas do

trabalho. O professor mantém sua autoridade, mas de forma autêntica,

compartilhando as responsabilidades, pois o professor que assume atitudes e

compartilha sua autoridade pode conduzir a turma a um clima propício à

Aprendizagem Significativa.

Aceitação – Chamada também de Consideração Positiva, a aceitação é acreditar

que o outro é digno de confiança. O educador então respeita a criança e o cerca

num clima de confiança, porém é necessário tomar cuidado como alerta Duarte:

No entanto, estender esses conceitos para a educação exige cuidados que assegurem a observação dos limites dessa implementação. Por exemplo, a incondicionalidade da consideração positiva – tão desejável no contexto terapêutico – torna-se inadequada em sala de aula, pois não se pode esperar que, nessa situação de ensino/aprendizagem, as relações interpessoais envolvam, sob quaisquer condições, a positividade da consideração. Isso seria irreal, pois a relação professor/aluno muito difere da relação terapeuta/paciente.(DUARTE, 2004, p.130)

Dessa forma, a atitude de aceitação, acaba por substituir o clima de

autoritarismo e cria-se um clima de confiança, todavia, a autoridade do professor

continua e caso haja necessidade de fazer colocações que não estão lhe

agradando, o professor se valerá da congruência, isto é de sua autenticidade.

Empatia – Também é um elemento que favorece um clima para a aprendizagem

significativa e é chamada por Rogers de compreensão empática. Rogers sustenta o

seguinte:

(...) Quando o professor tem a capacidade de compreender internamente as reações do estudante, tem uma consciência sensível da maneira pela qual o processo de educação e aprendizagem se apresenta ao estudante, então, mais uma vez

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aumentam as probabilidades de uma aprendizagem significativa. (ROGERS, 1985, p. 131)

O aluno gosta quando é compreendido, pois sente-se valorizado. É como se o

professor estivesse sentindo o que o aluno sente, para isso é preciso saber ouvir,

porém devem-se levar em consideração as características dos professores e nem

sempre ele se sente empático, como relata Duarte:

É importante, contudo, ressaltar a dificuldade de o professor assumir essas atitudes como suas; por vezes, é um ato incompatível com a personalidade de alguns deles. Apesar de a adoção delas parecer ser um caminho que favorece a aprendizagem, evidentemente, não se pode supor que o professor deva ser sempre empático e congruente. Afinal, aceitar o aluno em todas as situações de sala de aula é negar a natureza conflitiva do ser humano. Sem dúvida nenhuma, ainda que com essa dificuldade, é inegável que a qualidade da relação professor/ aluno – uma relação de pessoa para pessoa – está em facilitar a busca da autonomia e da autodireção: objetivos insistentemente almejados por nós, educadores. (DUARTE, 2004, p. 131)

Duarte (2004) aborda ainda, a necessidade da convicção nas realizações das

atitudes de facilitação, como vemos:

Outro ponto a destacar é que não só a confiança profunda no organismo humano e suas potencialidades, mas também a convicção da tendência à realização, isto é, a tendência atualizante, são os elementos básicos para a apropriação das atitudes facilitadoras em sala de aula. Sem elas, a tentativa de implementação de tais atitudes será mal-sucedida e transparecerá a falsidade implícita. (DUARTE, 2004, p.131)

1.6 Confiança no Organismo Humano

Rogers acreditava que o organismo humano possuía uma tendência a

atualização e que tinha como objetivo o alcance da autonomia.

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Sabendo o que é melhor para si, o organismo irá buscá-lo e o professor

diante disto irá proporcionar que os alunos se tornem pessoas plenamente

funcionais, ou seja, pessoas saudáveis, através de aberturas para novas

experiências, confiança nos próprios desejos e intuições, liberdade e

responsabilidade de agir e disponibilidade para criar, como relata a seguir:

Mas se acredito na capacidade de cada um desenvolver sua potencialidade individual, proporcionar-lhe-ei todas as oportunidades e lhe permitirei a escolha de vias próprias e sua direção pessoal na aprendizagem. (ROGERS,1977,p.119)

Por acreditar na capacidade do ser humano, Carl Rogers é um dos

representantes da Abordagem Humanista na Educação, que apresenta o indivíduo

como elaborador do conhecimento humano, dando ênfase ao seu crescimento e

centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo e na sua capacidade de

atuar na sociedade. Enfim, o homem (o aluno) “é considerado livre, cujo o objetivo deva ser a auto

realização e o pleno uso de suas potencialidades e capacidades, criando-se a si

próprio, não tendo, portanto, uma existência condicionada a priori.”( SANTOS 2008,

p.03), ou seja, não necessitando de algo anterior para iniciar sua formação.

1.7 A Teoria Centrada no Aluno

Todas as idéias apresentadas por Rogers formaram uma corrente

educacional que se definiu como não diretiva ou centrada no aluno, onde o professor

seria um facilitador no processo de aprendizagem, apresentando uma tendência

auto realizadora dos alunos, isto é, os professores manteriam uma relação pessoal

com os alunos num clima de confiança e liberdade, para que cada um se

desenvolvesse através da livre expressão.

No ensino, o professor não deveria impor práticas, explicações, exames, pois

segundo relata Rogers, “testar os resultados de um aluno para ver se eles vão ao

encontro de um critério estabelecido pelo professor é diretamente contrário às

implicações da terapia para a aprendizagem significativa.” (ROGERS,2001 p. 335).

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Dessa forma descreve a avaliação como um bilhete de entrada, como retrata

em seu livro:

O lugar natural da avaliação na vida é como um bilhete de entrada, não como uma tacada sobre o recalcitrante. Nossa experiência na terapia sugere que o mesmo deveria acontecer na escola. Devia-se deixar o estudante livre para escolher, como pessoa que se respeita e que se motiva a si mesma, se deseja fazer um esforço para alcançar esses bilhetes de entrada. Evitar- se-ia assim obrigá-lo ao conformismo, a sacrificar sua criatividade e a levar a sua vida em termos dos padrões alheios. (ROGERS, 2001, p. 337)

Assim observamos que o professor deve fortalecer a autoconfiança do aluno,

criando condições para que o aluno aprenda a partir de conteúdos de seus

interesses, pois o aluno é considerado único: uma pessoa “em processo contínuo de

descoberta de seu próprio ser, ligando-se a outras pessoas e grupos”

(MISUKAMI,2003 p. 38), enfocando dessa forma o aspecto da auto realização.

1.8 Ideias Auto Gestoras

Juntamente com o enfoque da teoria centada no aluno, também caminha

paralelamente a pedagogia auto gestora, que trata da liberdade, autonomia,

responsabilidade e da autoevolução, apresentando ideias socialistas, procurando

ampliar a consciência e o comprometimento com as mudanças sociais, buscando

melhores formas de vida para todos, como aborda Prass:

Percebe-se que esta forma de gestão educacional, de tomada de consciência, encontra sua aplicação mais imediata numa educação que busca formar uma nova geração, que não seja simplesmente a imagem e semelhança da anterior, mas que possa construir o seu próprio caminho, em busca da liberdade e de uma melhor adaptação a realidade de vidas. (2008, p.38)

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Segundo Prass, a didática autogestora aponta alguns princípios de ensino

para garantir a eficácia da gestão educacional ministrada pelos professores. São

elas:

* A tomada de consciência; * Aprendizagem por descoberta; * A assunção de responsabilidade para autoformarão; * O papel do professor como facilitador e coparticipante do grupo; * A relação didática determinada pela atitude empática; * O compromisso grupal; * O comportamento democrático. (2008, p. 38)

A relação entre professores e alunos deve favorecer o compromisso de

ambos com o processo educacional, visando sempre o desenvolvimento com

liberdade, responsabilidade e autonomia.

Carl Rogers

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2 A CONTRIBUIÇÕES DE CARL ROGERS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Procurou-se no início deste trabalho explorar a concepção de aprendizagem

significativa na visão de Carl Rogers. Neste capítulo será analisada a contribuição

deste teórico para o processo de ensino-aprendizagem, na perspectiva de uma

aprendizagem significativa.

Primeiramente faz-se necessário considerar o que significa o processo de

ensino aprendizagem? O que é ensino? O que é aprendizagem? O que é

aprendizagem significativa? Quais competências cabem ao professor para se

alcançar uma aprendizagem significativa?

O ensino, segundo Mattos, “é a atividade direcional que o professor exerce

sobre o processo de aprendizagem dos seus alunos” (MATTOS, 1973, p. 64), isto é,

o professor incentiva, orienta seus alunos nos estudos da matéria, encaminha-o na

aquisição de novas habilidades.

Já a aprendizagem é sinalizada por Mattos (1973), como tendo passado por

algumas etapas em sua conceituação:

§ No século XVI, aprender era memorizar.

§ A partir do século XVII, aprender requeria compreensão reflexiva,

depois uma memorização do que foi entendido, para então haver uma

aplicação do que se entendeu e memorizou.

§ Na modernidade, a aprendizagem não era vista mais como um

processo passivo de receptividade do aluno. O papel central passa a

ser o empenho e o esforço do aluno. Este deve identificar, analisar,

reelaborar e incorporar em sua estrutura mental os dados do

conhecimento.

Podemos analisar, porém que os alunos não agem da mesma forma e muito

menos no mesmo ritmo e intensidade. Há as diferenças de maturidade, aptidões,

compreensão do trabalho, sensibilidade, interesses, motivação, entre outras. Assim

sendo, como relata Mattos:

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Identificar estes traços e diferenças individuais, explorar suas possibilidades, suprir suas deficiências e mesmo assim, enquadrar todos os alunos num plano de aprendizagem progressiva, dinâmica e eficaz, orientando, dirigindo e controlando o seu processamento em vista de objetivos social e profissionalmente valiosos, eis o que é ensinar no seu mais autêntico sentido moderno. (MATTOS, 1973, p.69)

O processo de ensino-aprendizagem, na modernidade é tido então como algo

ligado, porém o processo de aprendizagem e o processo de ensino não existem

como um único processo, como se acreditava. Não necessariamente, tudo o que o

professor ensina, será aprendido pelo aluno.

Estes dois processos se comunicam entre si, onde “o sujeito do processo de

ensino é o professor, enquanto o do processo de aprendizagem é o aluno” (WEISZ,

2011, p.65).

O processo de ensino deve constantemente dialogar com o processo de

aprendizagem, ou seja, ao professor cabe “compreender o caminho de

aprendizagem que o aluno está percorrendo naquele momento e, em função disso,

avançar do patamar de conhecimento que já conquistou para outro mais evoluído”

(WEISZ, 2011, p. 65).

Dessa forma, o professor irá organizar atividades, propostas e intervenções

com a intenção de favorecer a ação do aluno, sobre determinado conhecimento,

procurando atingir o aluno de forma significativa, assim a aprendizagem será mais

profunda, como disserta Júlio Furtado:

O modelo de aprendizagem que embasa as necessidades de nosso tempo, não é mais o modelo tradicional que acredita que o aluno deve receber informações prontas e ter como única tarefa, repetí-las na íntegra. A promoção de aprendizagem significativa se fundamenta num modelo dinâmico, no qual o aluno é levado em conta, com todos os seus saberes e interconexões mentais. A verdadeira aprendizagem se dá quando o aluno (re) constrói o conhecimento e forma conceitos sólidos sobre o mundo, o que vai possibilitá-lo agir e reagir diante da realidade. Cremos com convicção e com respaldo do mundo que nos cerca, que não há mais espaço para repetição automática, para a falta de contextualização e para a aprendizagem que não seja significativa. (FURTADO, 2011, p. 2)

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Percebe-se que há na atualidade a preocupação em fazer com que o aluno

entenda, para que está aprendendo e utilize este aprendizado de forma real e

significativa em sua vivência.

Assim sendo, os teóricos estudados nos primeiros capítulos desta pesquisa

apostaram numa visão de aprendizagem significativa, que contribuiu, ainda que com

ressalvas, para a concepção de educação, que se apresenta nos dias atuais.

Carl Rogers contribuiu com suas análises sobre o papel do professor numa

época em que sua visão foi tida como permissiva, porém se atentarmos para seus

conceitos sobre o papel do educador, percebemos que Rogers se preocupou

justamente em proporcionar ao aluno a liberdade para aprender e caberia ao

professor facilitar o processo, sendo autêntico, confiante no avanço de seu aluno e

empático. Características estas que podemos ver, muito cabem ainda na atualidade

para a conquista de uma aprendizagem significativa, visto que os alunos que se

sentem mais ligados aos seus professores se esforçam mais em dar respostas

positivas, como reforça os apontamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais:

A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. (PCN, 1997, p. 53)

Por esta razão, é de grande importância, o vínculo que se estabelece entre

professor-aluno, pois como continua sendo explanado nos PCNs:

(...) Os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa tem um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do professor e de si mesmo, nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua auto-estima. Assim como os significados construídos pelo aluno estão destinados a ser substituídos por outros no transcurso das atividades, as representações que o aluno tem de si e de seu processo de aprendizagem também. É fundamental, portanto, que a intervenção educativa escolar, propicie um desenvolvimento em direção à disponibilidade exigida pela aprendizagem significativa. (PCN, 1997, p.53)

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Observa-se, que com alguns ajustes para a contemporaneidade, as propostas

de Carl Rogers ainda são muito utilizadas, no que diz respeito ao foco do processo

ser o aluno e a importância do professor neste processo.

3 A Educação para o Século XXI

Hoje em dia se questiona muito sobre qual seria o verdadeiro papel da

educação e dos educadores. Educar de forma que haja significado para o educando.

São várias as dificuldades encontradas e por este motivo fazem-se necessárias

reflexões acerca disso.

Em 1996, foi concluído um relatório de nome “Educação – Um Tesouro a

Descobrir”, onde estudiosos numa comissão formada pela Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) analisaram questões

sobre a educação no século XXI e as estratégias para o alcance de uma política de

educação que favoreça a todos no mundo, como refletido no documento:

Uma educação verdadeiramente multicultural deverá ser capaz de dar resposta, simultaneamente, aos imperativos da integração planetária e nacional, e às necessidades específicas das comunidades locais, rurais ou urbanas que têm a sua cultura própria. Levará cada um a tomar consciência da diversidade e a respeitar os outros, quer se trate dos vizinhos mais próximos, dos colegas presentes, ou de habitantes de um país longínquo. Para que seja possível uma educação realmente pluralista, será necessário repensar os objetivos — que significa educar e ser educado? — remodelar os conteúdos e programas dos estabelecimentos de ensino de tipo clássico, imaginar novos métodos pedagógicos e novos processos educativos, e estimular o aparecimento de novas gerações de professores-alunos. Uma educação realmente pluralista baseia-se numa filosofia humanista, isto é, numa ética que encara numa perspectiva positiva as conseqüências sociais do pluralismo cultural. (DELORS, 1996, p. 249)

Buscando alcançar respostas as indagações, foram propostas neste

documento, quatro tipos de aprendizagens para o século XXI (Os quatro Pilares da

Educação):

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Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta. Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem, a maior parte das vezes, de circunstâncias aleatórias quando não são tidas, de algum modo, como prolongamento natural das duas primeiras. Ora, a Comissão pensa que cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global a levar a cabo ao longo de toda a vida, no plano cognitivo como no prático, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade. Desde o início dos seus trabalhos que os membros da Comissão compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo século, assinalar novos objetivos à educação e, portanto, mudar a idéia que se tem da sua utilidade. Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir reanimar e fortalecer o seu potencial criativo — revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados (saber-fazer, aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser. (DELORS, 1996, p.85)

Este documento, acima citado, foi estruturado em 1996, porém observou-se

que em vários momentos da história da educação foram feitas análises sobre como

alcançar uma melhor educação, que prestigie a todos.

Para se alcançar a aprendizagem significativa, o professor então necessita

abordar de forma competente as novas informações e dar sentido a elas, para que o

aluno torne-se autônomo diante da aprendizagem, sabendo que esta faz parte de si.

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3.1 As Competências dos Professores

O professor Celso Antunes (2010a) faz colocações em relação as

competências que um professor deve ter, para o alcance do sucesso na

aprendizagem: “Parece ser absolutamente impossível estimular e desenvolver nos

alunos as competências propostas, sem uma mudança expressiva - ainda que difícil

- por parte do professor em sua posição frente à classe, em sala de aula.”

(ANTUNES, 2010a,p.37) e pontua algumas atribuições para que o professor então

atue como real educador:

Organizar e dirigir situações de aprendizagem; Administrar a progressão das aprendizagens; Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação; Envolver os alunos na aprendizagem e, portanto, na sua reestruturação de compreensão de mundo; Aprender e ensinar a trabalhar juntos e a se trabalhar com equipes; Dominar e fazer uso de novas tecnologias; Vivenciar e superar os conflitos éticos da profissão e administrar sua formação contínua e permanente e Administrar sua própria formação e enriquecimento contínuo. (ANTUNES, 2010a, pp. 37-77)

Verifica-se que o professor atua como mediador neste processo de

aprendizagem do aluno e para tal ocorrer, compete ao educador estar em processo

de estudo, atualização, compreensão e até superação. Em todas as colocações

temos que ter claro em nossas convicções que o objetivo é que tenhamos

aprendizagens de qualidade, realmente significativas.

Celso Antunes (2010b, p. 46), apresenta um acróstico, que muito evidencia a

importância do educador na formação do sujeito. Se o foco está no aluno, o

professor deverá se autoanalisar para chegar às pontuações a seguir:

E - Possuo “empatia”. Sou capaz de sentir o aluno em mim, percebendo-o não como cliente, mas como um ser em construção que precisa de meu auxílio para aprender a aprender, descobrir-se e aprender a ser? D - Busco crescer em minha capacidade “didática”. Estou seriamente empenhado em descobrir meios para fazer de minha aula

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um efetivo instrumento de construção de saberes, de aflorar de competências? Ensino, realmente, meu aluno a fazer? U - Procuro perceber minha responsabilidade como membro de uma equipe. Percebo que a “união” constitui ferramenta essencial para um ensino eficiente. Não apenas ajudo meus alunos, mas me aprimoro sempre na busca de cada vez mais aprender a viver junto? C - Tenho plena “confiança” em meu aluno. Sou capaz de perceber que suas dificuldades e limitações decorrem menos de sua, mas da minha condição de educador. Se algum aluno não aprende com meu jeito de ensinar, sou criativo para ajudá-lo em seu jeito de aprender? A - Assumo plenamente meu papel de um “administrador” de competências. Efetivamente minha aula ensina o aluno a perguntar, investigar, pesquisar, comparar, analisar, sintetizar, classificar, aplicar. Enfim, a exercer a plenitude da sua capacidade em aprender? D – Estudo sempre os conteúdos que ensino. Tenho pleno “domínio” sobre os saberes que envolvem as matérias transmitidas em minhas aulas. Sei não apenas o que informo, mas descubro estratégias para transformar informações em conhecimento? O – Sou realmente “otimista”. Creio que não existe educação sem transformação, mas acredito no poder transformador de meus alunos, não apenas pelos saberes da disciplina que aprendem a contextualizar, mas pelos valores que exercitam? R – Domínio de estratégias de “relações interpessoais”? O educador jamais pode abdicar de sua responsabilidade de ajudar seus alunos a fazerem-se amigos de si mesmos e a construírem relações de amizades com outros e, para que isso ocorra, não basta a intenção, é essencial saber “quando” e saber “como fazer”, e esse fazer implica conhecer procedimentos para promover relações sólidas e significativas entre o alunado. (ANTUNES, 2010b,pp.47-48)

De acordo com as análises feitas em cada letra da palavra EDUCADORAS,

pode-se perceber a responsabilidade que está nas mãos de cada

professor/educador no compromisso de uma educação de excelência.

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4. Considerações Finais Os estudos realizados nesta pesquisa procurou analisar as contribuições do

teórico Carl Rogers no processo de ensino-aprendizagem, no que diz respeito ao

alcance de uma aprendizagem significativa por parte do aluno, e mais, abordar quais

seriam as competências dos educadores na atualidade, para o sucesso na

aprendizagem.

É claro que muitos estudiosos procuraram e procuram respostas para este

problema na aprendizagem: Como fazer que meu aluno aprenda? Como saber se o

que ele aprendeu de fato fez sentido para ele? O que me compete fazer para

alcançar o sucesso na aprendizagem de meu aluno?

Pudemos então verificar que este teórico apresenta em sua concepção a

esperança no aluno, acredita que é possível acontecer a aprendizagem de forma

significativa. Ocorrerão às dificuldades, haverá os momentos de “dúvidas” de como

agir, mas o principal é saber que a sua responsabilidade como educador, não pode

diminuir.

Carl Rogers foi muito criticado em sua proposta de educação centrada no

aluno, onde em algumas interpretações de suas teorias, o professor daria liberdade

sem limites, porém no estudo realizado, verificou-se que as atitudes facilitadoras

mencionadas por Rogers (empatia, congruência e aceitação) é que pode possibilitar

esta má interpretação, visto que são atitudes que podem ser entendidas como se o

aluno pudesse fazer tudo sem cobranças, o que não é totalmente verdadeiro,

adaptando as suas colocações para o tempo atual, percebemos a possibilidade de

olharmos o educando de maneira diferenciada, dialogando e procurando entendê-lo,

e assim, torná-lo mais autoconfiante para aprender de forma significativa, chegando

a sua autonomia.

O professor então respeita a curiosidade e opiniões dos alunos e juntos

procuram o caminho para que as informações e conteúdos sejam fornecidos de

forma mais relevante e adequada com a realidade dos alunos.

Necessário então para alcançar a aprendizagem significativa é que seja feita

uma parceria entre professores e alunos (estilo Carl Rogers). O diálogo é

apresentado como forma de se chegar ao conhecimento, pois o educando tem a

chance de se fazer conhecer, podendo emitir opiniões.

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