apresentaÇÃo planejamento tributÁrio i

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO É de notório conhecimento que o nível de tributação sobre as empresas e pessoas físicas no Brasil é absurdo, chegando a inviabilizar certos negócios. Empresas quebram com elevadas dívidas fiscais, e nem as recentes “renegociações”, como REFIS, PAES e PAEX, trouxeram alguma tranqüilidade ao contribuinte. A casta política insiste em manter a situação como está, com “reformas tributárias” que na verdade são mais aumentos de tributos. São mais de 80 tipos de tributos diferentes (entre impostos, 1 Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado

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Page 1: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

É de notório conhecimento que o nível de tributação sobre as empresas e

pessoas físicas no Brasil é absurdo, chegando a inviabilizar certos

negócios. Empresas quebram com elevadas dívidas fiscais, e nem as

recentes “renegociações”, como REFIS, PAES e PAEX, trouxeram alguma

tranqüilidade ao contribuinte.

A casta política insiste em manter a situação como está, com “reformas

tributárias” que na verdade são mais aumentos de tributos. São mais de

80 tipos de tributos diferentes (entre impostos, taxas e contribuições).

1Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado

Page 2: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIOO contribuinte tem 3 atitudes diante deste quadro de

derrama:

•Sonegar tributos, vendendo sem nota e não registrando

todas as operações em sua escrituração.

•Pleitear, mediante sindicatos e órgãos de classe, uma

reforma tributária decente, que não aumente a tributação e

distribua de forma mais justa a carga fiscal e

•Utilizar seu direito constitucional e realizar planejamento

tributário, de forma ativa, contínua e eficaz.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 2

Page 3: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIOA atitude 1 é ilegal, e pode trazer danosos comprometimentos, por

multas pesadíssimas e possibilidade de enquadramento em punição por

crime tributário.

A opção 2 é indicada, porém, os próprios sindicatos e órgãos da classe

parecem “paralisados” diante da derrama nacional. Mas, sempre uma

alternativa, se bem que de resultado de longo prazo, pois a laia política

brasileira é pouco sensível aos pleitos da classe média e do pequeno e

médio empresário, pois são justamente estes que mais pagam tributos

em relação à renda disponível.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 3

Page 4: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Resta a opção 3, trabalhosa, mas lícita, uma

verdadeira forma de “dar o troco”. Milhares de

empresas e profissionais liberais têm se despertado

para utilizarem seu direito legítimo, constitucional, de

organizar seus negócios e atividades, visando um

menor pagamento de tributos.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 4

Page 5: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO - CONCEITO

Planejamento tributário é a metodologia para se obter um

menor ônus fiscal sobre operações ou produtos, utilizando-

se meios legais. Também chamado de “elisão fiscal” (não

confundir com “evasão fiscal” – sonegação).

Como contribuintes, temos duas formas de diminuir

encargos tributários. A maneira legal chama-se elisão fiscal

(mais conhecida como planejamento tributário) e a forma

ilegal denomina-se sonegação fiscal.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 5

Page 6: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

ELISÃO X EVASÃO FISCAL

Elisão Fiscal (planejamento tributário) é um conjunto de atos adotados

por um contribuinte, autorizados ou não proibidos pela lei, visando uma

menor carga fiscal, mesmo quando este comportamento prejudica o

Tesouro.

Evasão ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem

diretamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente

perdoável porque ela é flagrante e também porque o contribuinte se opõe

conscientemente à lei. Os juristas a consideram como repreensível.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 6

Page 7: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Como exemplos de evasão: falta de

emissão de nota fiscal, nota fiscal “calçada”

(primeira via com um valor diferente das

vias arquivadas na contabilidade),

lançamentos contábeis de despesas

inexistentes, etc.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 7

Page 8: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Uma característica típica do planejamento tributário é

que seus efeitos ocorrem ANTES da ocorrência do fato

gerador dos tributos. Assim, por exemplo, ao invés de

uma empresa distribuir mercadorias para todo o Brasil de

um Estado que tenha tributação do ICMS mais elevada

(18%), pode escolher fazer esta distribuição (física) a

partir de outro Estado, com alíquota mais baixa. Planejou

a operação de forma a pagar menos tributo.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 8

Page 9: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

TIPOS DE ELISÃO

Hão duas espécies de elisão fiscal:

• aquela decorrente da própria lei e

• a que resulta de lacunas e brechas

existentes na própria lei.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 9

Page 10: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal

permite ou até mesmo induz a economia de tributos. Existe

uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao

contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos

fiscais são exemplos típicos de elisão induzida por lei, uma vez

que o próprio texto legal dá aos seus destinatários

determinados benefícios. É o caso, por exemplo, dos

Incentivos à Inovação Tecnológica (Lei 11.196/2005).

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 10

Page 11: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Já a segunda espécie, contempla hipóteses em que

o contribuinte opta por configurar seus negócios

de tal forma que se harmonizem com um menor

ônus tributário, utilizando-se de elementos que a

lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato

gerador de determinado tributo com elementos da

própria lei.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 11

Page 12: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide

mudar sua sede para determinado município, visando pagar o ISS

com uma alíquota mais baixa. A lei não proíbe que os

estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades,

pois os contribuintes possuem liberdade de optar por aqueles

mais convenientes a si, mesmo se a definição do local for

exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 12

Page 13: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

ABUSO DE FORMA

Alguns há que conceituam que a simples

operacionalização de procedimentos, mesmo

respaldada na lei, visando unicamente o planejamento

fiscal, é inadmissível. Este autor posiciona-se no sentido

de que, não sendo proibido, e desde que as operações

realizadas sejam reais (fatos concretos), nada há a

impedir sua realização.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 13

Page 14: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

ESTADO X CONTRIBUINTE

Em resumo: LEI TRIBUTÁRIA Fato Gerador Nascimento Obrigação tributária (objeto: Tributo, onde o Credor é o

Estado e o Devedor é o Contribuinte).

O artigo 3 do CTN — Código Tributário Nacional — define assim TRIBUTO:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda

ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 14

Page 15: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

FINALIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O planejamento tributário tem um objetivo a

economia (diminuição) legal da quantidade de

dinheiro a ser entregue ao governo. Os tributos

(impostos, taxas e contribuições) representam

importante parcela dos custos das empresas, senão a

maior. Com a globalização da economia, tornou-se

questão de sobrevivência empresarial a correta

administração do ônus tributário.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 15

Page 16: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

FINALIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Em média, 33% do faturamento empresarial é

dirigido ao pagamento de tributos. Do lucro, até

34% vai para o governo. Da somatória dos custos e

despesas, mais da metade do valor é representada

pelos tributos. Assim, imprescindível a adoção de

um sistema de economia legal.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 16

Page 17: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Três são as finalidades do planejamento tributário:

1) Evitar a incidência do fato gerador do tributo.

Exemplo: Substituir a maior parte do valor do pró-labore dos

sócios de uma empresa, por distribuição de lucros, pois a

partir de janeiro/1996 eles não sofrem incidência do IR nem

na fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a

incidência do INSS (20%) e do IR na Fonte (até 27,5%) sobre

o valor retirado como lucros em substituição do pró-labore.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 17

Page 18: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

2) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a

base de cálculo do tributo.

Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode

optar por deduzir até 20% da renda tributável como desconto

padrão (com limite em R$) ou efetuar as deduções de

dependentes, despesas médicas, plano de previdência privada,

etc. Você certamente escolherá o maior valor, que lhe permitirá

uma maior dedução da base de cálculo, para gerar um menor

Imposto de Renda a pagar (ou um maior valor a restituir).

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 18

Page 19: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

3) Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando)

o seu pagamento, sem a ocorrência da multa.

Exemplo: transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou

31) para o 1º dia do mês subsequente. Com isto, ganha-se 30

dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS, SIMPLES,

ICMS, ISS, IRPJ e CSLL (Lucro Real por estimativa), se for final

de trimestre até 90 dias do IRPJ e CSLL (Lucro Presumido ou

Lucro Real trimestral) e 10 a 30 dias se a empresa pagar IPI.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 19

Page 20: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Planejamento tributário é saúde para o bolso, pois

representa maior capitalização do negócio,

possibilidade de menores preços e ainda facilita a

geração de novos empregos, pois os recursos

economizados poderão possibilitar novos

investimentos.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 20

Page 21: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO OBRIGAÇÃO DOS

ADMINISTRADORES

A Lei 6.404/76 (Lei das S/A), hoje Lei 11.638/07 prevê a obrigatoriedade

do planejamento tributário, por parte dos administradores de qualquer

companhia, pela interpretação do artigo 153:

"O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas

funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma

empregar na administração dos seus próprios negócios."

Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o PLANEJAMENTO

FISCAL é obrigatório para todo bom administrador.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 21

Page 22: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

A CONTABILIDADE COMO BASE DO PLANEJAMENTO

• A base de um adequado planejamento fiscal é

a existência de dados regulares e confiáveis.

• A contabilidade, sendo um sistema de

registros permanentes das operações, é um

pilar de tal planejamento.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 22

Page 23: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

O planejador de sucesso, na área tributária, irá buscar, basicamente:

1. Informações precisas sobre os tributos (base de cálculo, alíquotas, prazos de

recolhimento, fato gerador, etc.)

2. Dados internos e externos do contribuinte (lucratividade, volume de negócios,

forma de operações, entre outros).

A partir da coletânea 1 e 2 supra, começará a comparar, analisar, verificar, deduzir,

pressupor e idealizar alternativas lícitas para redução fiscal.

Um exemplo: se o contribuinte está no lucro presumido, onde está dispensado de

escrituração contábil, porém a mantém, poderá avaliar, periodicamente, a

vantagem/desvantagem deste regime, com base nos resultados gerados nos

períodos a que se submeteu a esta forma de tributação, comparativamente

ao regime do Lucro Real.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 23

Page 24: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Quando se aplicar o planejamento pretendido, a execução do mesmo

precisa ser avaliada, á luz de critérios objetivos. Novamente a

contabilidade se prestará para tal, pois seus registros evidenciarão,

entre outros:

a) A execução do planejamento tributário trouxe redução de

impostos? Quanto?

b) Houve custos adicionais (administrativos, consultoria) nesta

implantação? Quais foram estes custos e seu respectivo montante?

c) Baseado nos resultados já alcançados, pode-se afirmar que o

planejamento fiscal foi aplicado de forma eficaz, econômica?

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 24

Page 25: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Balancetes “velhos” ou mal conciliados podem distorcer seriamente a análise real da

situação fiscal da empresa. É imprescindível que o reconhecimento de todas as

receitas e despesas se faça pelo chamado “regime de competência” e não pelo

regime de caixa.

Segundo o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na

apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente,

quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

O Princípio da Competência determina quando as alterações, no ativo ou no passivo,

resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo, ainda,

diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância

do princípio da oportunidade.

O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é

conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 25

Page 26: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

As receitas consideram-se realizadas:a) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;b) quando do desaparecimento, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo;c) pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros.Assim, por exemplo, a simples emissão de pedido comercial não é considerada receita, pois a transação com o terceiro não foi completada, faltando para tanto a investidura na propriedade de bens. Somente quando houver a tradição (entrega) do bem solicitado, é que se registrará a receita respectiva.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 26

Page 27: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Consideram-se incorridas as despesas:

a) quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência

de sua propriedade para terceiros;

b) pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

c) pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Desta forma, numa venda de mercadoria com cláusula CIF (Cost, Insurance

and Freight – modalidade pelo qual o preço da mercadoria vendida inclui

despesas com seguro e frete até o local de destino), o vendedor deve

registrar imediatamente o custo do frete e seguro, já que se trata de uma

obrigação (conta a pagar) com surgimento de um passivo (item c acima).

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 27

Page 28: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Outro exemplo: a depreciação de bens do ativo imobilizado deve ser registrada periodicamente (em períodos mensais) para registrar a diminuição, no tempo, do valor econômico dos ativos (item b acima).O sistema contábil adotado pela empresa precisa estar integrado e coordenado com os demais setores, de forma informatizada, visando facilitar o registro dos fatos e contando com a rapidez necessária para a geração de dados confiáveis e periódicos. O contabilista é a pessoa chave nesta gestão, e é preciso apoio, treinamento e motivação necessários para que este profissional participe efetivamente do planejamento tributário na empresa. Aliás, hão vários contabilistas à frente deste processo, nada impedindo, é claro, que uma outra pessoa possa assumir este encargo, desde que tenha sólidos conhecimentos de tributação.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 28

Page 29: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

A INTERPRETAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 104/2001

Em 11.01.2001 foi publicado no DOU a Lei Complementar 104/2001, alterando dispositivos da legislação tributária. Dentre as alterações, a inclusão do parágrafo único ao artigo 116 do CTN, nestes termos: "Art. 116. .........................................................................." "Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária." (AC)”

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 29

Page 30: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

O Novo Código Civil Brasileiro, em seu artigo 167, assim define simulação:

Dissimular é um ato tendente a esconder um fato real. No novo código civil, a dissimulação é definida em 3 itens, em seu artigo 167

– nenhuma destas hipóteses está presente num planejamento tributário.

Ora, como o planejamento tributário não busca a dissimulação (ocultação), mas a transformação (planejamento), não foi atingido

pelo parágrafo único do artigo 116 da LC 104/2001.

Desta forma, concluímos que a lei atingiu a evasão (sonegação) fiscal, e não a elisão (planejamento lícito).

Isto porque no planejamento tributário, não se busca a simulação,

que foi objeto do disciplinamento desta lei.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 30

Page 31: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

O conceito de planejamento tributário é

diferente das "operações fictícias, de papel". O

planejamento tributário, como uma atividade

diária, corriqueira, integrada com as rotinas e

percepções da empresa. Portanto, "real" e

nunca fictícia ou dissimulada.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 31

Page 32: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Exemplificando: uma empresa abriu 8 (oito) outras empresas

tributadas pelo lucro presumido, no mesmo local, nas mesmas

instalações, para pagar menos IRPJ pelo lucro real. Foi autuada pela

Receita Federal. Isto porque todas as 8 empresas eram "fictícias" (só

existiam no papel). Um bom planejamento tributário nunca adotaria

tal aberração. Ao invés disto, haveria a separação de atividades (de

fato) em empresas terceirizadas, empresas coligadas e "holding", por

exemplo. Nenhuma autoridade fiscal poderá desmontar a verdade,

quando ela se mostra efetiva, real, e comprovável.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 32

Page 33: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

INCORPORAÇÃO ATÍPICA - NEGÓCIO JURÍDICO INDIRETO - SIMULAÇÃO

RELATIVA - A incorporação de empresa superavitária por outra deficitária,

embora atípica, não é vedada por lei, representando um negócio jurídico

indireto, na medida em que, subjacente a uma realidade jurídica, há uma

realidade econômica não revelada.

Para que os atos jurídicos produzam efeitos elisivos, além da anterioridade

à ocorrência do fato gerador, necessário se faz que revistam forma lícita, aí

não compreendida hipótese de simulação relativa, configurada em face dos

dados e fatos que instruíram o processo.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 33

Page 34: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A evidência da intenção dolosa, exigida na

lei para agravamento da penalidade aplicada, há que aflorar na instrução

processual, devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal.

O atendimento a todas as solicitações do Fisco e observância da legislação

societária, com a divulgação e registro nos órgãos públicos competentes,

inclusive com o cumprimento das formalidades devidas junto à Receita

Federal, ensejam a intenção de obter economia de impostos, por meios

supostamente elisivos, mas não evidenciam má-fé, inerente à prática de

atos fraudulentos.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 34

Page 35: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

PENALIDADE - SUCESSÃO - A incorporadora, como sucessora, é responsável pelos tributos devidos pela incorporada, até a data do ato de incorporação, não respondendo por penalidades aplicadas

posteriormente a essa data e decorrentes de infrações anteriormente praticadas pela sucedida (CTN, art. 132).

Acórdão 103-21047 – 3ª CC - Publicado no D.O.U. de 28/11/2002.

Observe-se, ainda o entendimento da Câmara Superior de

Recursos Fiscais, caracterizando que os atos lícitos, reais, não se constituem evasão (sonegação) fiscal, e sim, elisão

(planejamento) fiscal:

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 35

Page 36: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

IRPJ – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – GLOSA DE PREJUÍZOS –

IMPROCEDÊNCIA – A denominada “incorporação às avessas”, não proibida

pelo ordenamento, realizada entre empresas operativas e que sempre

estiveram sob controle comum, não pode ser tipificada como operação

simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável intenção de não

perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor

eficiência das operações entre ambas praticadas.

Acórdão CSRF nº 01-05.413 – DOU 16.07.2007

A Lei anti-elisão é desnecessária. Não há necessidade de lei para dizer que o

que não é real não existe (!?). Outros países tem leis anti-elisão (como a

Alemanha), e nem por isso o planejamento tributário deixou de ser uma

atividade lícita.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 36

Page 37: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

ABUSOS DA RECEITA FEDERALA Receita Federal vêm autuando contribuintes que realizaram

determinados planejamentos, chamados “de prateleira”, ou seja, que foram especificamente elaborados para reduzir tributos.

Entende este autor que isto caracteriza abuso de autoridade, ao

notificar contribuintes por ações lícitas, atos e fatos jurídicos verdadeiros.

Obviamente, cada caso é um caso, e, na ausência de fatos reais,

convalidados por documentos e provas, é que se poderia dar razão à autoridade fiscalizadora.

Basicamente, a Receita argumenta que falta “propósito negocial” em determinados planejamentos, como a incorporação de uma empresa

lucrativa por outra deficitária, visando a compensação futura de prejuízos fiscais.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 37

Page 38: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Ora, não há previsão, em qualquer lei fiscal, onde exija-se “propósito negocial” para as operações do contribuinte! Trata-se de mera

argumentação da RFB, visando inibir a utilização dos planejamentos tributários apelidados “de prateleira”.

Se existirem duas formas legais para realizar um negócio jurídico, A e B, optando-se pela forma A não se estará dissimulando a forma B. Entre as

duas possibilidades, ocorreu apenas uma opção pela alternativa mais conveniente entre as partes. Não houve “abuso de forma”, mas opção!

O contribuinte que, autuado por executar algum planejamento tributário

lícito, deverá procurar o seu direito de defesa, através dos órgãos administrativos e judiciários competentes, nunca deixando intimar-se por

suposta razão de determinados fiscais ou autoridades, ainda que por supostas alegações de “falta de propósito negocial” em relação às

operações que deram origem à autuação.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 38

Page 39: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

CALCULANDO O RESULTADO DO

PLANEJAMENTO

Uma das dificuldades que os planejadores

encontram na realização de um planejamento

fiscal é determinar qual o montante líquido da

economia que efetivamente representa (ou

representará) tal conjunto de ações.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 39

Page 40: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Há impactos reflexos sobre as operações, especialmente:

1) A tributação do IRPJ e CSLL. A alíquota do IRPJ é de 15%, porém, há

adicional de 10% sobre o Lucro Real ou Presumido, que exceder a

R$ 60.000 no trimestre. A alíquota atual da CSLL é de 9%. Portanto, o

impacto tributário do IRPJ, somado à CSLL, pode atingir até 34% sobre

os valores de receitas, custos e despesas.

2) Tributos sobre as novas receitas geradas.

3) Custos e despesas associadas ao planejamento (taxas, custo interno

de modificações nas rotinas, treinamento, etc.).

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 40

Page 41: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Por exemplo:

Determinada Cia. de Serviços pretende fazer transferência de operações, de

um município onde a alíquota do ISS é de 5% para um outro, cuja tributação é

de 2%. O ganho líquido deve levar em conta não somente a diferença de

tributação, mas também o impacto na tributação do IRPJ e CSLL (pois uma

redução de custos representará um maior lucro tributável).

Desta forma, se o contribuinte for tributado pelo lucro real, e sua alíquota do

IRPJ está em 25%, e da CSLL em 9%, então o impacto líquido projetado será:

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 41

Page 42: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 42

DISCRIMINAÇÃO % SOBRE RECEITAS

1) Diferença do ISS 3,00 %

2) IRPJ (25 %) sobre Economia 0,75 %

3) CSLL (9 %) sobre Economia 0,27 %

Impacto Líquido do Planejamento ( 1 – 2 – 3) 1,98 %

Page 43: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

Não se incluiu no quadro acima as despesas de

abertura da filial (taxas, alvará, aluguel e

outras). Este valor deve ser determinado em

conjunto com o pessoal responsável pelas

operações de serviços e administração da

empresa.

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 43

Page 44: APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I

FIM

Contato Telefones: (21) 7700-8175 / 9384-8682E-mail: [email protected]

Elaborado pelo Profº. Edmilson Machado 44