planejamento tributário para 2013

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TEXTO: GERALDO MONTEIRO FOTOS: DIVULGAÇÃO Economia Geraldo Monteiro é Mestre em Administração pela Fecap e assessor econômico da ABCFARMA e Diretor Executivo da ABRADILAN 38 | REVISTA ABCFARMA | DEZEMBRO/2012 A carga tributária representa um dos principais custos das empresas no Brasil. A quantidade de tributos, as frequentes alterações e a complexidade da legislação formam um emaranhado tributário que reforça a necessidade de um atento e criterioso planejamento tributário -- que definimos como um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. No meio desse emaranhado, muitas empresas acabam pagando impostos que não são devidos. É preciso definir uma estratégia precisa, optando por alternativas mais conservadoras ou agressivas. Por isso, é fundamental manter-se atualizado sobre as frequentes mudanças na legislação e os reflexos no seu negócio. Com a aproximação do �inal do ano vem à tona uma preocupação pri- mordial para a sobrevivência das em- presas: o planejamento tributário. Por meio dele, inúmeras decisões devem ser tomadas, de maneira a que todos os passos a serem dados durante o ano vindouro sejam esquematizados e combinados com a legislação. Isso se torna ainda mais essencial se conside- rarmos o cenário brasileiro atual, onde o planejamento é imprescindível para obter sucesso, ou simplesmente para sobreviver. Assim, empresas com um moder- no modelo de gestão costumam contar com investimentos na gestão tributá- ria, pois a redução de custos resultan- te de um planejamento tributário bem elaborado costuma ser considerável, sem contar a redução de riscos relacio- nada a possíveis autuações �iscais. Planejamento Tributário para 2013 VANTAGENS E DESVANTAGENS Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional

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Matéria da Revista ABCFARMA: Planejamento Tributário para 2013

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Page 1: Planejamento Tributário para 2013

TEXTO: GERALDO MONTEIROFOTOS: DIVULGAÇÃO

Economia

Geraldo Monteiro é Mestre em Administração pela Fecap e assessor

econômico da ABCFARMA e Diretor Executivo da ABRADILAN

38 | REVISTA ABCFARMA | DEZEMBRO/2012

A carga tributária representa um dos principais custos das empresas no Brasil. A

quantidade de tributos, as frequentes alterações e a complexidade da legislação formam um emaranhado tributário que reforça a necessidade de um atento e criterioso planejamento tributário -- que defi nimos como um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. No meio desse emaranhado, muitas empresas acabam pagando impostos que não são devidos. É preciso defi nir uma estratégia precisa, optando por alternativas mais conservadoras ou agressivas. Por isso, é fundamental

manter-se atualizado sobre as frequentes mudanças na legislação e os refl exos no seu negócio.

Com a aproximação do �inal do ano vem à tona uma preocupação pri-mordial para a sobrevivência das em-presas: o planejamento tributário. Por meio dele, inúmeras decisões devem ser tomadas, de maneira a que todos os passos a serem dados durante o ano vindouro sejam esquematizados e combinados com a legislação. Isso se torna ainda mais essencial se conside-rarmos o cenário brasileiro atual, onde o planejamento é imprescindível para obter sucesso, ou simplesmente para sobreviver.

Assim, empresas com um moder-no modelo de gestão costumam contar com investimentos na gestão tributá-ria, pois a redução de custos resultan-te de um planejamento tributário bem elaborado costuma ser considerável, sem contar a redução de riscos relacio-nada a possíveis autuações �iscais.

Planejamento Tributário para 2013

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional

Page 2: Planejamento Tributário para 2013

É importante esclarecer que o planejamento tributário passa longe da sonegação �iscal, pois propõe atitu-des que reduzirão o valor dos tributos devidos, sem, contudo, sonegar ou frau-dar o �isco. Na verdade, tudo é feito em conformidade com a legislação e aqui encontramos mais um motivo para in-vestir nesse assunto: a legislação tri-butária é demasiadamente complexa, o que gera a necessidade de recorrer-se a consultores especializados para cum-prir todas as obrigações tributárias exigidas pelo �isco, sem comprometer o controle de custos.

Se considerarmos que cada obri-gação acessória a ser preenchida e en-tregue ao �isco também tem um custo para a empresa, igualmente é possível trabalhar com a diminuição de custos escolhendo o regime de tributação que tenha menos encargos para o contri-buinte.

Portanto, por ocasião do �inal do ano, além de realizar simulações e es-tudos a �im de escolher o melhor regi-me de tributação (veja resumo abaixo) para o ano de 2013, também é impor-tante rever os procedimentos internos envolvidos no cumprimento das obriga-ções tributárias, evitando assim a apli-cação de penalidades e aborrecimentos com o �isco.

Simples Nacional (Supersimples)

Simples Nacional, destinado às empresas com receita bruta anual de até R$ 3.600.000,00.

Dependendo da atividade da em-presa, esse regime é economicamente

mais bené�ico que os demais. Além da questão econômica, há que se conside-rar a di�iculdade de compreensão da le-gislação, repleta de detalhes, principal-mente para as farmácias e drogarias.

LUCRO PRESUMIDOO Lucro Presumido é regime de

tributação onde a base de cálculo é ob-tida por meio de aplicação de percentu-al de�inido em lei, sobre a receita bruta. Como o próprio nome diz, trata-se de presunção de lucro. Em princípio, todas as pessoas jurídicas podem optar pelo Lucro Presumido, salvo aquelas obriga-das à apuração do Lucro Real. Contudo, para veri�icar se esse é o regime mais bené�ico para a empresa, é necessário realizar simulações, pois, caso a em-presa tenha valores consideráveis de despesas dedutíveis no IRPJ, é muito provável que o lucro real seja mais eco-nômico.

LUCRO REALPor �im, o Lucro Real. Para veri�i-

car se é bené�ica a tributação por esse regime, é necessário apurar o resultado contábil, ou seja, é obrigatório manter escrituração contábil nos moldes da le-gislação comercial. Depois de apurado o lucro contábil, devem ser procedidos os ajustes: adições e exclusões previstas em lei. Essas adições constituem despe-sas que o �isco não aceita para �ins de apuração do IRPJ e da CSLL. E é nesse ponto que nossas atenções devem ser redobradas, pois nem tudo aquilo que resulta em diminuição do patrimônio da empresa é aceito para diminuir a base de cálculo tributável.

Outra questão importante é a Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS. A escolha entre presumido e real deve levar em conta essas contri-buições, pois no presumido o regime é cumulativo (alíquotas de 0,65% para o PIS, e 3% para a COFINS direto sobre a receita bruta), enquanto no lucro real o regime é não-cumulativo, com alíquo-tas bem mais altas (1,65% para PIS e 7,6% para a COFINS), mas há direito a deduções do valor a pagar por meio de créditos previstos na legislação.

Por �im, é preciso salientar que não há um tipo de regime de tributação que seja mais bené�ico para a totalidade das empresas. Cada empresa deve con-siderar suas particularidades, meios de operação e tipos de atividade que desenvolve, para conseguir vislumbrar a forma mais econômica de tributação para o ano de 2013. Volto a lembrar que, uma vez formalizada a opção perante a Receita Federal, esta é irretratável du-rante todo o ano-calendário de 2013.

A legislação tributária é demasiadamente complexa, o que gera a necessidade de recorrer-se a consultores especializados para cumprir todas as obrigações tributárias exigidas pelo fi sco, sem comprometer o controle de custos.

Desejo a todos um Feliz Natal e que o ano de

2013 tenha altos índices de prosperidade, elevado grau de otimismo e uma alta carga de sucesso.

”40 | REVISTA ABCFARMA | DEZEMBRO/2012